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Implementação do Ensino Médio de Tempo Integral: A política e a gestão em debate
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, p. 1476-1493, n. 3, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16595
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IMPLEMENTAÇÃO DO ENSINO MÉDIO DE TEMPO INTEGRAL: A POLÍTICA E
A GESTÃO EM DEBATE
IMPLEMENTACIÓN DE LA ESCUELA SECUNDARIA DE TIEMPO INTEGRAL:
POLÍTICA Y GESTIÓN EN DEBATE
IMPLEMENTATION OF FULL-TIME HIGH SCHOOL: POLICY AND
MANAGEMENT UNDER DEBATE
Maria do Socorro Silva da SILVA
1
Alice Raquel Maia NEGRÃO
2
Dinair Leal da HORA
3
RESUMO
: Este artigo objetiva analisar a gestão pedagógica no contexto de implementação do
Ensino Médio de Tempo Integral (EMTI) após a Lei nº. 13.415/2017, com base em uma
pesquisa de mestrado em desenvolvimento, ligada ao Programa de Pós-Graduação em
Currículo e Gestão da Educação Básica, do Núcleo de Estudos Transdisciplinares em Educação
Básica da Universidade Federal do Pará. As informações são discutidas a partir das mudanças
na relação entre Estado e sociedade civil para a oferta da política pública e sua repercussão à
gestão pedagógica, que acompanha as transformações ocorridas no mundo do trabalho com
novas atribuições no desenvolvimento da função. Diante das atuais exigências, descreve as
mudanças a partir dos novos conhecimentos e fazeres que se delineiam nos documentos que
orientam a implementação do tempo integral, suscitando o debate em torno da ampliação do
campo de atuação e intensificação do trabalho atribuídos à gestão pedagógica.
PALAVRAS-CHAVE
: Gestão pedagógica. Ensino Médio de Tempo Integral. Política
educacional.
RESUMEN
: Este artículo tiene como objetivo analizar la gestión pedagógica en el contexto
de la implementación de la Escuela Secundaria de Tiempo Integral (ESTI) después de la Ley
No. 13,415/2017, basada en una investigación de maestría en desarrollo, vinculada al
Programa de Posgrado en Currículo y Gestión de la Educación Básica, del Centro de Estudios
Transdisciplinarios en Educación Básica de la Universidad Federal de Pará. La información
se discute a partir de los cambios en la relación entre el Estado y la sociedad civil para la
provisión de políticas públicas y su repercusión en la gestión pedagógica, que acompaña las
transformaciones que se dieron en el mundo del trabajo con nuevas atribuciones en el
1
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém – PA – Brasil. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em
Currículo e Gestão da Escola Básica (UFPA). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0907-2401. E-mail:
socorroivan9@gmail.com
2
Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC/PA), Abaetetuba – PA – Brasil. Especialista em Educação
pela SEDUC/PA. Mestrado em Currículo e Gestão da Educação Básica (UFPA). ORCID: https://orcid.org/0000-
0003-0786-5368. E-mail: aliceraquelmaia@yahoo.com.br
3
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém – PA – Brasil. Professora Permanente do Programa de Pós-
Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica e do Programa de Pós-Graduação em Educação na Amazônia.
Doutorado em Educação (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3278-3914. E-mail:
tucupi@uol.com.br
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO e Dinair Leal da HORA
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desarrollo de la función. En vista de las demandas actuales, describe los cambios basados en
los nuevos conocimientos y acciones que se esbozan en los documentos que guían la
implementación del tiempo completo, planteando el debate sobre la ampliación del campo de
acción y la intensificación del trabajo atribuido a la gestión pedagógica.
PALABRAS CLAVE
: Gestión pedagógica. Escuela Secundaria de Tiempo Integral. Política
educativa.
ABSTRACT
:
This article aims to analyze the pedagogical management in the context of the
implementation of Full Time High School Education (EMTI) after Law No. 13.415/2017,
based on a master's research in development, linked to the Graduate Program in
Curriculum and Management of Basic Education, of the Center for Transdisciplinary
Studies in Basic Education at the Federal University of Pará. The information is discussed
from the changes in the relationship between the State and civil society for the provision of
public policy and its repercussions to educational management, which accompanies the
transformations that have occurred in the world of work with new attributions in the
development of the function. In view of the current demands, it describes the changes based
on the new knowledge and tasks that are outlined in the documents that guide the
implementation of full time, raising the debate around the expansion of the field of action
and intensification of the work assigned to educational management.
KEYWORDS
:
Pedagogical management. Full-Time High School. Educational Policy.
Introdução
Como parte de uma pesquisa intitulada “A Gestão Pedagógica do Ensino Médio de
Tempo Integral em Abaetetuba/PA”, este texto objetiva discutir os efeitos das transformações
no mundo do trabalho sobre a referida função desenvolvida em uma escola que aderiu à Política
de Fomento ao Ensino Médio de Tempo Integral (BRASIL, 2016, 2017a, 2018c, 2019),
buscando evidenciar as influências e consequências do paradigma hegemônico sobre os
conhecimentos e fazeres da gestão pedagógica escolar.
Para entender como a gestão pedagógica vem se constituindo no cenário da Política de
Fomento ao Ensino Médio de Tempo Integral, faz-se necessário apreendê-la no contexto das
relações sociais estabelecidas historicamente na estruturação da sociedade, marcada por
transformações no mundo do trabalho e na relação entre Estado e sociedade civil.
A relação Estado e sociedade civil na implementação da política de fomento ao ensino
médio de tempo integral
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A mudança de paradigma nas políticas públicas para a educação básica ocorrida no
Brasil a partir da década de 1990 determinou alterações na formação dos gestores escolares,
com consequências como ampliação do campo de atuação e intensificação do trabalho através
de novas atribuições ao exercício da função.
A chamada Nova Gestão Pública interfere nas políticas educacionais atuais reorientando
a relação entre o Estado e a sociedade civil na oferta do ensino escolar, com adoção de
princípios gerenciais próprios da natureza empresarial, que modificam os objetivos, os
processos de trabalho e as finalidades das escolas públicas (OLIVEIRA; DUARTE;
CLEMENTINO, 2017).
Ancorado no discurso da ineficiência e ineficácia do Estado para resolver problemas
históricos da educação básica, com destaque para o ensino médio, a Nova Gestão Pública
materializa a relação entre público-privado na oferta da educação em tempo integral na medida
em que adota as recomendações de Organizações Não Governamentais – ONGs e Organizações
Sociais – OSs, integrantes do chamado Terceiro Setor, que são mantidas por empresas e
disseminam objetivos, processos de trabalho e finalidades fundamentados em princípios
gerencialistas.
Os princípios gerenciais contidos na ideologia da chamada ‘responsabilidade social das
empresas’ consolidam “consensos que fortalecem a hegemonia do capital mediante a redução
do papel do Estado e o fortalecimento da esfera privada como setor de regulação”
(SEMIONATTO; PFEIFER, 2006, p. 1), em que se observam características como
desregulação e terceirização do serviço educacional.
A Política de Fomento ao Ensino Médio de Tempo Integral está contida no conjunto de
Programas que induzem à reforma da última etapa da educação básica após a Lei nº.
13.415/2017, caracterizada como terreno de embates, no qual forças contrárias atuam e
disputam projetos com objetivos e finalidades divergentes. Esses Programas foram formulados
pelo Ministério da Educação e complementados por documentos produzidos pelas Secretarias
Estaduais de Educação, vindo a ser implementados no contexto escolar de forma multifacetada,
heterogênea e complexa.
Para compreender a gestão pedagógica na implementação da Política de Fomento ao
EMTI, fez-se necessário apreendê-la no âmbito das mudanças que vêm ocorrendo nas relações
entre Estado e sociedade civil, que caracterizam estratégias de desregulação e terceirização a
partir das propostas ancoradas na chamada responsabilidade social das empresas.
A responsabilidade social das empresas no Brasil tem sido discutida a partir das
interferências de entidades como ONGs, OSs, institutos e fundações nas questões sociais,
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO e Dinair Leal da HORA
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através de medidas prático-político-ideológicas de corte neoliberal, fazendo-as assumir funções
antes de responsabilidade do Estado, como a educação escolar pública, que passa a ser ofertada
em parceria, caracterizando a chamada relação multissetorial ou intersetorial na condução das
questões escolares.
De acordo com Queiroz (2017), a interferência do Terceiro Setor na condução da
Política de Escola de Tempo Integral tem sido observada a partir da década de 1990, com as
mudanças nas relações entre Estado e sociedade civil, que para Semionatto e Pfaifer (2006, p.
2) fortaleceu a chamada “responsabilidade social das empresas como uma nova proposta de
sociabilidade e de resposta às expressões da questão social” através da atuação de ONGs e OSs
ligadas ao empresariado brasileiro.
Freitas (2014) alerta para a interferência das propostas empresariais no processo
pedagógico da escola, que consolida novo referencial para os objetivos de formação, conteúdos,
métodos e organização do trabalho escolar, e complementa esse argumento em outra publicação
(FREITAS, 2014), ressaltando que é necessário estabelecer a crítica à reforma empresarial da
educação e lutar por outra perspectiva, que valorize a escola pública em substituição à imitação
da organização do trabalho da iniciativa privada.
Nesse contexto, confrontam-se dois principais posicionamentos divergentes: um
determinado pelo paradigma empresarial capitalista representado por ONGs, OSs, fundações e
institutos (LOMONACO; BRUNSIZIAN, 2015), em que a política de educação integral em
tempo integral materializa o processo de desregulação e terceirização; e outro, contrapondo-se
a este por ressaltar o fortalecimento da escola pública ancorada em uma educação integral
voltada ao pleno desenvolvimento da pessoa humana e sua emancipação (ARAUJO;
FRIGOTTO, 2015).
As estratégias de desregulação e terceirização contidas na Política de Fomento ao
Ensino Médio de Tempo Integral manifestam-se na medida em que ONGs, OSs, fundações e
institutos interferem na esfera pública com ações que, segundo Shiroma e Evangelista (2014,
p. 24), propõem “aumentar a eficiência da ação governamental por meio da descentralização de
tarefas para esferas locais, induzindo as parcerias [como] partilha de responsabilidades no
provimento das políticas sociais”
Nessa dinâmica, “cabe ao Estado gerenciar os processos enquanto as ONGs, [OSs,
fundações e institutos] formulam e executam as políticas sociais com recursos públicos”
(SHIROMA; EVANGELISTA, 2014, p. 24), assim como fazem as parcerias MEC-CENPEC
em abrangência nacional, e a Secretaria de Estado de Educação do Pará-CENPEC-Fundação
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Vanzolini em âmbito estadual, para formulação e implementação da Política de Fomento ao
Ensino Médio de Tempo Integral.
Com os esforços das ONGs e OSs para integrar a proposta de Ensino Médio de Tempo
Integral – EMTI à Política que consolidou o Novo Ensino Médio através da Lei nº. 13.415/2017,
as ações experienciadas por esses novos ‘atores educativos’ ganharam notoriedade na
implementação do tempo integral e vêm interferindo nesse tipo de oferta escolar através de
incentivos para que a gestão pedagógica das escolas estabeleça parcerias intersetoriais.
Para Lomonaco e Brunsizian (2015, p. 4), “a escola continua a ter um papel fundamental
na formação das crianças, adolescentes e jovens, mas não é a única responsável na promoção
da Educação Integral”, que pode ser desenvolvida em parceria com outras entidades e espaços
sociais. Essa conduta materializa a desregulação do Estado (BARROSO, 2005), que transfere
para a iniciativa privada parte das atividades escolares do tempo integral.
É nessa nova perspectiva de interferências de ONGs, OSs, fundações e institutos nos
assuntos da escola de tempo integral que a gestão pedagógica do EMTI passa a desenvolver
suas atribuições ligadas à natureza do Terceiro Setor, buscando conciliar as peculiaridades e os
distintos modos de trabalhar da escola e dessas entidades. Para Lomonaco e Brunsizian (2015,
p. 17):
A escola tem ritmo, organização e funcionamento estabelecidos há séculos. É
essa estrutura que lhe permite atender, em alguns casos, mais de 2 mil alunos.
[...] É uma organização profundamente complexa, com muitos agentes e
múltiplas interações.
A Organização Social - OS, em geral, atende um número bem menor de
crianças, adolescentes e jovens, com ritmo e proposta de trabalho diferenciado
por não ter obrigatoriedade com metas, permitindo que o currículo seja
flexível e se adapte às demandas emergentes do atendimento.
Essa estratégia de parceria intersetorial, imbuída no processo de reforma do ensino
médio, repercute ao tempo integral com contradições, limites e manutenção dos problemas já
vivenciados pelos estudantes, pois as ações previstas não propõem resolver a principal
dificuldade enfrentada na última etapa da educação básica, que segundo Moura e Lima Filho
(2017, p. 120) é:
[...] a falta de infraestrutura que garanta o funcionamento qualificado das
escolas públicas, destacando-se: ausência de instalações físicas adequadas,
bibliotecas, laboratórios, espaços para a prática esportiva e de atividades
artístico-culturais; inexistência de quadro de professores e demais
trabalhadores da educação contratados por concurso público; planos de
carreiras e de formação, salários dignos e condições de trabalho adequadas.
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO e Dinair Leal da HORA
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Diante dos problemas indicados pelo recorte, esperava-se que os Programas indutores
da reforma do ensino médio e a Política de Fomento ao EMTI tivessem ações voltadas à
resolução dessas históricas dificuldades, mas ao contrário disso, criaram critérios de
elegibilidade para selecionar as poucas escolas que possuem infraestrutura mínima, excluindo
as que mais precisam de recursos para manter seu funcionamento.
Assim, as Portarias Federais nº. 727/2017 (BRASIL, 2017b) e nº. 2.116/2019 (BRASIL,
2019) orientam que “são consideradas elegíveis as escolas que possuírem pelo menos 4 (quatro)
dos 6 (seis) itens de infraestrutura [...]: 1. Biblioteca ou Sala de Leitura - 50m²; 2. Salas de aula
(8) - mínimo 40m² cada; 3. Quadra poliesportiva - 400m²; 4. Vestiário masculino e feminino
16m² cada; 5. Cozinha - 30m²; 6. Refeitório” (BRASIL, 2017b, 2019).
Essa conduta dos Programas alinha-se à lógica neoliberal, em que o Estado transfere
para a sociedade civil uma parte da oferta de educação integral em tempo integral, transpondo
os princípios de descentralização e terceirização para as instituições públicas. Além da
discussão sobre a relação entre Estado e sociedade civil na implementação da Política de
Fomento ao Ensino Médio de Tempo Integral para compreender a gestão pedagógica que se
desenvolve nesse contexto, também se faz necessário relacioná-la às transformações do mundo
do trabalho e às novas atribuições inseridas.
Transformações no mundo do trabalho e as novas atribuições da gestão pedagógica
A gestão pedagógica exercida por Diretores e Coordenadores das escolas públicas é
desempenhada num contexto de transformações econômicas, tecnológicas e ideológicas que
interferem na prática desses profissionais, promovendo a intensificação de suas atribuições e a
ampliação dos espaços de atuação, conforme destacaram Calegari-Falco e Moreira (2017).
Antes, os gestores escolares exerciam atividades administrativas para o alcance de
determinados fins em sua unidade de ensino (PARO, 2017), mas a partir da reestruturação
educacional que alterou os currículos de graduação e pós-graduação para formação desses
profissionais
4
, seu campo de atuação foi ampliado também para espaços não escolares, e
ganhou força com as novas propostas de educação integral em tempo integral, que consideram
como educativos diversos lugares da sociedade (LOMONACO; BRUNSIZIAN, 2015).
Com a intensificação de atividades educacionais oferecidas por entidades do Terceiro
Setor, fortaleceram-se a desregulação e a terceirização, que apesar de sustentarem um discurso
humanitário, materializam formas de precarização do trabalho em instituições como a escola
4
Para saber mais, ver Aires e Moreira (2019).
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ao permitir que ‘agentes educativos’ que reúnem trabalhadores não necessariamente
graduados/licenciados exerçam a educação escolar em nome de um fazer pedagógico alheio aos
objetivos, métodos e organização escolar, além de fortalecerem o ideário de privatização desses
espaços públicos.
As transformações que influenciam a política educacional interferem na gestão
pedagógica, inaugurando uma nova tendência no desempenho dessa função, influenciada por
modelos gerenciais cada vez mais presentes nas escolas públicas. Para Oliveira, Duarte e
Clementino (2017), a gestão das escolas é influenciada por projetos societários em disputa e
carrega as características dessa dinâmica, que na atualidade tem se mostrado hegemonicamente
mais gerencialista.
Esse contexto traz novas atribuições para a gestão pedagógica, que acompanha as
transformações no mundo do trabalho, demandando novas exigências a partir da formação dos
profissionais que a exercem. Para Calegari-Falco e Moreira (2017), as mudanças ocorridas na
formação inicial dos gestores obedecem às definições de marcos normativos
5
e suscitam o
debate diante do contexto de precarização do trabalho escolar e dos novos conhecimentos e
fazeres pedagógicos.
Entre os novos requisitos que a Política de Fomento ao EMTI traz para a gestão
pedagógica está a proposta de parceria multissetorial que defende uma educação para além dos
muros da escola, devido à carência que caracteriza as unidades públicas, amplamente
evidenciada por estudos que indicam poucos equipamentos, espaços e pessoal disponível para
ofertar o tempo integral
6
.
No estado do Pará, a relação da gestão pedagógica com a parceria multissetorial,
estratégia defendida por ONGs, Oss, fundações e institutos ligados ao empresariado brasileiro
7
,
tende a tornar-se mais uma incumbência para diretores e coordenadores pedagógicos, como
observamos nos destaques a seguir:
A abrangência da Educação Integral possibilita ampliar os espaços educativos
para além da escola, com a finalidade de captar necessidades e desejos da
comunidade; prospectar espaços, recursos e potencialidades existentes; o
entorno da escola, o bairro e a cidade são considerados como espaços
educativos. Portanto, os programas de educação integral devem ser
contextualizados e enraizados nos seus territórios (PARÁ, 2020, p. 310).
5
BRASIL. Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006. Conselho Nacional de Educação. Institui Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura.
6
Para saber mais sobre a proposta de parceria multissetorial para escolas de tempo integral consultar Cavaliere
(2007) e Guará (2009).
7
Para saber mais sobre as empresas que mantêm as entidades, consultar Queiroz (2017).
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Para este fim, um dos desafios é o exercício do diálogo entre os vários setores
sociais com as demais instâncias de promoção social, no sentido de
potencializar o compartilhamento de outros equipamentos/instituições sociais
como agentes protagonistas do processo educativo, mediante a articulação do
poder público para apoiar a materialização da Educação Integral (PARÁ,
2017, p. 13).
O argumento de tornar espaços não escolares potencialmente educativos para a
implementação do tempo integral, assim como amplia o tempo de permanência diária dos
alunos sob responsabilidade da escola, mas não necessariamente dentro dela, também aumenta
a abrangência de atuação dos gestores pedagógicos, que passam a incorporar a articulação entre
a unidade de ensino e outros espaços da sociedade no conjunto de atribuições que lhes são
conferidas.
Para Calegari-Falco e Moreira (2017), os novos processos formativos e a ampliação do
espaço de atuação dos gestores são decorrentes da descentralização produtiva baseada na
qualidade total e na exploração da força de trabalho, análise que nos ajuda a compreender que
a Política de Fomento ao EMTI materializa a ampliação das funções, atribuições, espaços de
atuação e responsabilidades dos gestores pedagógicos, na medida em que absorve
recomendações gerencialistas que advém de ONGs, Oss, fundações e institutos ligados ao
empresariado brasileiro.
Para Lomonaco e Brunsizian (2015), representantes do Centro de Estudos e Pesquisas
em Educação, Cultura e Ação Comunitária – CENPEC, ligado ao Itaú Social, a política de
escola de tempo integral pretende fortalecer o vínculo entre escolas e OSs, objetivo que
necessita de gestores capazes de articular a parceria e ainda dialogar com Secretarias
Municipais e Estaduais para garantir algumas condições de trabalho e a manutenção da própria
gestão como mediadora entre as duas instituições. Essa proposição corrobora para a
intensificação e precarização do trabalho dos gestores por somar mais atribuições às já intensas
ações cotidianas realizadas em condições objetivas de trabalho quase sempre limitadas pelo
contexto carente das escolas públicas brasileiras (CAMPOS, 2016).
Com impulso da atual Política de escola de tempo integral para práticas educacionais
realizadas em espaços escolares e não escolares, a gestão pedagógica experiencia as
transformações do mundo do trabalho, nos fazendo lembrar as palavras de Mate (2015), ao
mencionar que diferentes reformas educacionais lançam ou reformulam Programas que alteram
modos de organizar o tempo, o espaço e o saber escolar, propondo modos de pensar e fazer
educação a partir de outros padrões de comportamento. Esses traços carregam o modo como as
ações limitam, preveem e criam linguagens coletivas.
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Por essa razão, instituições de formação de gestores que ofertam graduação e pós-
graduação vêm adequando o currículo
8
de modo a atender as normativas oficiais, mantendo o
debate crítico sobre o contexto de reestruturação produtiva em escala mundial, como resistência
a um modo de pensar e fazer educação a partir da ideia de que “qualquer um pode ocupar a
gestão e à docência, desde que domine meia dúzia de técnicas pedagógicas” (CALEGARI-
FALCO; MOREIRA, 2017, p. 260).
No âmbito da educação integral em tempo integral, as interferências do Terceiro Setor,
representado por ONGs, OSs, fundações e institutos, são observadas desde os primeiros
programas de indução ao tipo de oferta escolar, como o Mais Educação e o PROEMI/PJF
(SILVA, 2016), com destaque para parcerias multissetoriais ou intersetoriais, que se referem à
relação estabelecida entre escolas e outros espaços da sociedade, defendidos pela Política de
Tempo Integral como espaços educativos.
No Documento Curricular do Estado do Pará Volume II - Etapa Ensino Médio (PARÁ,
2020, p. 302), destaca-se que:
A educação integral tem avançado por meio de experiência de práticas
educativas operacionalizadas por meio de ações intersetoriais, vinculadas a
projetos de educação de rua desenvolvidos com crianças em situação de risco
e vulnerabilidade social e, também, por intermédio de experiências educativas
realizadas por Organizações Não Governamentais (ONGs), denominadas
atividades socioeducativas.
A direção e a coordenação como integrantes da gestão pedagógica são consideradas
responsáveis em conduzir as mudanças requeridas pela reforma do ensino médio no contexto
das escolas, e são destacadas na Proposta Pedagógica para as Escolas em Tempo Integral do
Estado do Pará (PARÁ, 2017) e no Regimento das Escolas Estaduais de Educação Básica
(PARÁ, 2018) como funções estratégicas no processo de reestruturação.
A Proposta Pedagógica para as Escolas em Tempo Integral do Estado do Pará foi
elaborada em atendimento ao critério de elegibilidade e seleção para aderir ao ProEMTI
(BRASIL, 2017b), e o Regimento das Escolas Estaduais de Educação Básica foi atualizado para
adequar-se às novas demandas das escolas. Os dois trazem orientações sobre as atribuições do
diretor e do coordenador pedagógico, entre as quais destacamos:
[Cabe ao diretor da unidade de ensino] coordenar a elaboração coletiva da
proposta pedagógica da unidade de ensino, acompanhando a execução e
promovendo sua avaliação contínua, de modo a mantê-la atualizada
anualmente (PARÁ, 2018, p. 28).
8
BRASIL. Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006. Conselho Nacional de Educação. Institui Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura.
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A gestão do trabalho pedagógico integra os coordenadores pedagógicos, na
organização do tempo, espaço e planejamento, reservando um tempo para
estudo, formação e avaliação do trabalho da escola de Educação Integral. Os
Coordenadores deverão dar apoio ao trabalho pedagógico dos professores e
no desenvolvimento de um Projeto Político Pedagógico que integre os
princípios da educação integral (PARÁ, 2017, p. 14-15).
Os recortes demonstram atribuições da gestão exercida pela direção e coordenação
pedagógica porque, segundo as considerações de Campos (2016), são funções de liderança na
escola que articulam o trabalho coletivo e a formação continuada em serviço, ações requeridas
pela reforma do ensino médio para materializar mudanças na gestão, no currículo e na
organização do trabalho pedagógico.
A maneira como a reforma do ensino médio cria estratégias para reestruturação da
gestão, do currículo e da organização do trabalho escolar, tenta projetar na figura do diretor e
do coordenador pedagógico as mesmas características destacadas por Oliveira e Vasques-
Menezes (2018, p. 2-3), em que se “transpõem concepções neoliberais, incorporando a visão
do mundo corporativo empresarial, através do acolhimento do ideário pragmático e competitivo
em detrimento da gestão democrática, que é um princípio constitucional”.
A partir dessa perspectiva e tomando as contribuições de Silva e Alves (2012, p. 665),
concordamos que a gestão pedagógica desenvolvida por diretores e coordenadores se encontra,
na atualidade, envolvida por alterações que transferem a imagem de maior participação e
democracia no cotidiano escolar, mas na prática, intensificam a responsabilização e o controle
sobre o trabalho desses profissionais.
Autores como Dourado e Siqueira (2019, p. 291) adotam uma postura de oposição: se
contrapõem a esse ‘pressuposto neoeconomicista e reformista’ que se apresenta hegemônico na
proposição e materialização da política de reforma, devido à sua potencialidade para implicar
retrocessos na gestão democrática, na autonomia das instituições educativas, nas dinâmicas
curriculares, nos processos formativos e na autonomia dos profissionais da escola.
Essas perspectivas divergentes interferem nas demandas para a gestão pedagógica, que
precisa desenvolver o trabalho a partir de projetos multifacetados, heterogêneos e complexos,
como o PROEMTI (BRASIL, 2017b, 2018c, 2019), PRONEM (BRASIL, 2018a) e PROBNCC
(BRASIL, 2018b), frutos da política educacional que, segundo Dourado e Oliveira (2018, p.
40), mostra-se “conservadora e privatista por meio de amplo processo de (des)regulação que
favorece a expansão privada mercantil”.
As novas orientações para a gestão pedagógica do EMTI advindas dos Programas de
indução à reforma do ensino médio também resguardam a lógica mercantil destacada por
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, p. 1476-1493, n. 3, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Dourado e Oliveira (2018, p. 40), que se faz “presente e predominante nos instrumentos legais
e nas ações e programas produzidos, da creche à pós-graduação”.
Menções ao trabalho do diretor e do coordenador, que integram a gestão pedagógica das
escolas, não aparecem especificamente destacadas em documentos como a Lei nº. 13.415/2017
(BRASIL, 2017a) e as Portarias nº. 727 (BRASIL, 2017b), nº. 649 (BRASIL, 2018a), nº. 331
(BRASIL, 2018b) e nº. 2.116 (BRASIL, 2019), sendo mais observadas nos documentos
auxiliares, como os elaborados pela Secretaria de Estado de Educação do Pará, em que
destacamos a Proposta Pedagógica para as Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral
(PARÁ, 2017), o Regimento das Escolas Estaduais de Educação Básica (PARÁ, 2018), e mais
recentemente o Documento Curricular do Estado do Pará - Volume II, Etapa Ensino Médio
(PARÁ, 2020).
De acordo com os próprios Programas PROEMTI, PRONEN e PROBNCC, três fatores
contribuem para o sucesso da Política de Tempo Integral e reforma do ensino médio: mudanças
na gestão, no currículo e na organização do trabalho escolar através de estratégias como
ampliação do tempo de permanência diária dos estudantes na escola, aumento da carga horária,
novos componentes curriculares flexíveis e adesão aos critérios estabelecidos para recebimento
de apoio técnico e financeiro.
Por volta da década de 1950, as atribuições daqueles que neste trabalho definimos como
gestores dividiam-se entre funções administrativas, de orientação e supervisão (inspeção),
representadas respectivamente pelas figuras do diretor, do orientador e do supervisor, que
dividiam as ações administrativas e pedagógicas da escola influenciados pelas concepções de
sociedade daquele período (FRANCO; NOGUEIRA, 2016).
Atualmente, os gestores pedagógicos assumem outro perfil, também ligado às
contradições da organização social, que acompanham as transformações no mundo do trabalho
a partir da Nova Gestão Pública, com novos conhecimentos e fazeres, mas com as mesmas
dificuldades destacadas por Macedo (2016, p. 34), ao mencionar que por vezes o desempenho
da função é limitado “por motivos variados que abrangem desde aspectos legais – a legitimidade
da função ou cargo, as relações de poder presentes no contexto escolar, a remuneração precária,
o excesso de demandas burocráticas, a precariedade de aspectos estruturais e de recursos
humanos”.
No âmbito do Ensino Médio de Tempo Integral, verificou-se na pesquisa de mestrado
ainda em desenvolvimento e ligada ao Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da
Educação Básica, da Universidade Federal do Pará, que as limitações destacadas por Macedo
(2016) se mantêm na tentativa de implementar a Política Pública em uma escola que aderiu a
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essa oferta de educação, pois ao se referir sobre a infraestrutura da escola, o Presidente do
Conselho Escolar destacou que:
O EMTI é inovador quanto ao tempo que os alunos permanecem na escola,
mas não estamos preparados pra isso. A reforma do prédio não previu
adequações estruturais para atender alunos em tempo integral. Pra isso,
precisariam ter: um refeitório pra fazer as refeições, banheiros com
chuveiros, vestiários, armários pra guardar seus pertences pessoais, mas eles
não contam com essa infraestrutura.
Além do entrave de infraestrutura da escola, outro fator que certamente interfere no
desenvolvimento da gestão e na organização do trabalho relaciona-se ao pouco tempo reservado
à própria formação continuada em serviço da gestão pedagógica, tanto pela demanda de
trabalho que dificulta a reserva de tempo para estudo e apropriação de documentos orientadores
do EMTI, quanto pela falta de formação que deveria ter sido oferecida de forma continuada
pela Secretaria de Estado de Educação do Pará - SEDUC/PA, mas que se resumiu a apenas dois
dias de encontro, conforme explicita o recorte:
Ainda que de forma online, a formação seria muito viável. Então, não temos
suporte teórico nenhum e muitos professores já começam a sentir o desgaste
da exigência do EMTI porque não tem motivação teórica, não tem formação,
ainda não entendeu a proposta. Os professores que entraram depois da
primeira e única formação
sobre o EMTI não conseguem entender que o
conhecimento precisa ser integrado, que é preciso que tenha reunião da
equipe toda semana, que os projetos precisam ser pensados, elaborados por
etapas e ter resultados. Mas nós entendemos o desânimo em relação aos
projetos pela falta de formação e pela falta de laboratório multidisciplinar,
laboratório de informática, biblioteca, quadra poliesportiva. Os professores
que não tiveram formação não compreendem que os projetos podem ser
desenvolvidos em parceria com outras instituições de forma multissetorial.
Por isso tem tido embates nas reuniões por área, em que um professor que
teve formação em 2019 tenta informar o outro professor que considera
desnecessária a parceria multissetorial e o desenvolvimento de projetos dada
as condições [limitadas] da escola. Entendemos que essas dificuldades se
devem pela falta de formação
(Professora de Linguagem).
O recorte demonstra que a formação continuada em serviço, como uma das principais
ações da gestão pedagógica, segundo as considerações de Domingues e Belletati (2016) e
Geglio (2014), não ocorreu no período em que a pesquisa se desenvolveu – de 2019 a 2021 –,
provavelmente devido ao processo acelerado de implantação da Política que não possibilitou
melhor organização da SEDUC/PA, ao contexto de Pandemia que impôs o ensino remoto
emergencial como desafio aos profissionais da educação, e também pela pouca apropriação da
gestão pedagógica sobre a oferta de EMTI.
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Desta forma, concluímos que a gestão pedagógica, como função estratégica para
conduzir as mudanças requeridas pela reforma do ensino médio e pela implementação do EMTI,
vem desenvolvendo suas atribuições com acúmulo de tarefas, mesmo em um contexto de
Pandemia, que impôs situações imprevistas e emergenciais de um ensino remoto,
comprometendo tanto as ações importantes que já faziam parte de suas atribuições, como a
formação continuada em serviço, quanto as novas demandas propostas pela política pública,
como as mediações multissetoriais.
Considerações finais
Na exposição aqui realizada verificamos que a reestruturação do sistema educacional
como ajuste aos processos econômicos, materializados pela chamada Nova Gestão Pública,
vem determinando mudanças na relação entre Estado e sociedade civil para implementação da
Política de Fomento ao Ensino Médio de Tempo Integral e promovendo transformações na
organização do trabalho escolar e gestão pedagógica.
Essa dinâmica consolida o estreitamento das fronteiras entre público e privado, em que
a escola passa a aceitar as recomendações dos Programas de indução à reforma do ensino médio
– PROEMTI, PRONEM, PROBNCC – sob pena de corte de recursos para o funcionamento das
unidades de ensino, adotando um tipo de organização semelhante ao da iniciativa privada, que
transfere para ONGs, OSs, fundações e institutos parte das atividades do EMTI, tendo como
consequências para a gestão pedagógica a ampliação dos espaços de atuação e das
responsabilidades.
As novas demandas para os gestores pedagógicos não subtraem o acúmulo de ações
9
que já fazem parte do cotidiano da função, mas se somam a estas, provocando a exploração do
trabalho com a exigência de mediações entre a escola e entidades sociais, que requerem retornos
profissionais competentes e qualificados.
Ao considerarmos que um dos pilares ético-políticos da educação básica está sinalizado
na LDB 9394/96, que a compreende como base unitária, princípio estruturante que vincula
todos os níveis e modalidades e dá sentido à formação ampla e integral que se opõe à
fragmentação do saber (ARAUJO; FRIGOTTO, 2015), torna-se necessário tematizar como a
gestão pedagógica se caracteriza no contexto de disputas em que tal pressuposto é limitado pelo
atual panorama de desregulação e terceirização que ocorre na relação Estado e sociedade civil
para implementação da Política de Fomento ao Ensino Médio de Tempo Integral.
9
Para saber mais consultar Franco e Nogueira (2016).
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO e Dinair Leal da HORA
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Os Programas de indução à reforma do ensino médio – PROEMTI, PRONEM,
PROBNCC – colocam-se na rota oposta a esses pressupostos ético-políticos que sustentam o
princípio de educação básica, ao fragmentarem a oferta de EMTI que se faz pela via da
desregulação e terceirização do serviço educacional com a inserção da gestão gerencial contida
nas propostas advindas da elite capitalista, representada pelo Centro de Estudos e Pesquisas em
Educação, Cultura e Ação Comunitária – CENPEC, ligado ao Itaú Social, e pela Fundação
Vanzolini, os quais têm atuado na formulação e implementação da Política de Fomento ao
Ensino Médio de Tempo Integral.
O conteúdo da Política de Fomento ao Ensino Médio de Tempo Integral, expresso em
leis, portarias e documentos orientadores, induzem as categorias escolares – direção,
coordenação, docentes, discentes, pais, apoio – ao consenso no momento que aderem às
proposições de ONGs e OSs como o CENPEC e a Fundação Vanzolini, adotando os princípios
empresariais para organização do trabalho pedagógico.
Assim, a Política de Fomento ao Ensino Médio de Tempo Integral consolida a
desregulação e a terceirização do serviço educacional e materializa os objetivos de promover
mudanças na gestão, no currículo e na organização do trabalho pedagógico, ambicionados pela
reforma do ensino médio a partir da Lei nº. 13.415/2017, promovendo ampliação do campo de
atuação de diretores e coordenadores escolares, que são desafiados a lutar por uma função
comprometida com um tipo de formação escolar fundamentada no desenvolvimento humano
integral e emancipador.
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Como referenciar este artigo
SILVA, M. S. S.; NEGRÃO, A. R. M.; HORA, D. L. Implementação do Ensino Médio de
Tempo Integral: A política e a gestão em debate.
Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação
, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1476-1493, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16595
Submetido em
: 24/03/2022
Revisões requeridas em
: 10/05/2022
Aprovado em
: 16/06/2022
Publicado em
: 01/07/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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IMPLEMENTACIÓN DE LA ESCUELA SECUNDARIA DE TIEMPO INTEGRAL:
POLÍTICA Y GESTIÓN EN DEBATE
IMPLEMENTAÇÃO DO ENSINO MÉDIO DE TEMPO INTEGRAL: A POLÍTICA E
A GESTÃO EM DEBATE
IMPLEMENTATION OF FULL-TIME HIGH SCHOOL: POLICY AND
MANAGEMENT UNDER DEBATE
Maria do Socorro Silva da SILVA
1
Alice Raquel Maia NEGRÃO
2
Dinair Leal da HORA
3
RESUMEN
: Este artículo tiene como objetivo analizar la gestión pedagógica en el contexto de
la implementación de la Escuela Secundaria de Tiempo Integral (ESTI) después de la Ley No.
13,415/2017, basada en una investigación de maestría en desarrollo, vinculada al Programa de
Posgrado en Currículo y Gestión de la Educación Básica, del Centro de Estudios
Transdisciplinarios en Educación Básica de la Universidad Federal de Pará. La información se
discute a partir de los cambios en la relación entre el Estado y la sociedad civil para la provisión
de políticas públicas y su repercusión en la gestión pedagógica, que acompaña las
transformaciones que se dieron en el mundo del trabajo con nuevas atribuciones en el desarrollo
de la función. En vista de las demandas actuales, describe los cambios basados en los nuevos
conocimientos y acciones que se esbozan en los documentos que guían la implementación del
tiempo completo, planteando el debate sobre la ampliación del campo de acción y la
intensificación del trabajo atribuido a la gestión pedagógica.
PALABRAS CLAVE
: Gestión pedagógica. Escuela Secundaria de Tiempo Integral.
Política
educativa.
RESUMO
: Este artigo objetiva analisar a gestão pedagógica no contexto de implementação
do Ensino Médio de Tempo Integral (EMTI) após a Lei nº. 13.415/2017, com base em uma
pesquisa de mestrado em desenvolvimento, ligada ao Programa de Pós-Graduação em
Currículo e Gestão da Educação Básica, do Núcleo de Estudos Transdisciplinares em
Educação Básica da Universidade Federal do Pará. As informações são discutidas a partir
das mudanças na relação entre Estado e sociedade civil para a oferta da política pública e sua
repercussão à gestão pedagógica, que acompanha as transformações ocorridas no mundo do
trabalho com novas atribuições no desenvolvimento da função. Diante das atuais exigências,
1
Universidad Federal de Pará (UFPA), Belém – PA – Brasil. Maestría en el Programa de Posgrado en Currículo
y Gestión de la Escuela Básica (UFPA). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0907-2401. E-mail:
socorroivan9@gmail.com
2
Secretaria de Estado de Educación de Pará (SEDUC/PA), Abaetetuba – PA – Brasil. Especialista en Educación
en SEDUC/PA. Maestría en Gestión Curricular y de la Educación Básica (UFPA). ORCID: https://orcid.org/0000-
0003-0786-5368. E-mail: aliceraquelmaia@yahoo.com.br
3
Universidad Federal de Pará (UFPA), Belém – PA – Brasil. Profesora Permanente del Programa de Posgrado en
Currículo y Gestión de la Escuela Básica y del Programa de Posgrado en Educación en la Amazonía. Doctorado
en Educación (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3278-3914. E-mail: tucupi@uol.com.br
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO y Dinair Leal da HORA
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1477-1494, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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descreve as mudanças a partir dos novos conhecimentos e fazeres que se delineiam nos
documentos que orientam a implementação do tempo integral, suscitando o debate em torno
da ampliação do campo de atuação e intensificação do trabalho atribuídos à gestão
pedagógica.
PALAVRAS-CHAVE
: Gestão pedagógica. Ensino Médio de Tempo Integral. Política
educacional.
ABSTRACT:
This article aims to analyze the pedagogical management in the context of the
implementation of Full Time High School Education (EMTI) after Law No. 13.415/2017,
based on a master's research in development, linked to the Graduate Program in
Curriculum and Management of Basic Education, of the Center for Transdisciplinary
Studies in Basic Education at the Federal University of Pará. The information is discussed
from the changes in the relationship between the State and civil society for the provision of
public policy and its repercussions to educational management, which accompanies the
transformations that have occurred in the world of work with new attributions in the
development of the function. In view of the current demands, it describes the changes based
on the new knowledge and tasks that are outlined in the documents that guide the
implementation of full time, raising the debate around the expansion of the field of action
and intensification of the work assigned to educational management.
KEYWORDS:
Pedagogical management. Full-Time High School. Educational Policy.
Introducción
Como parte de una investigación titulada "La Gestión Pedagógica de la Escuela
Secundaria de Tiempo Completo en Abaetetuba/PA", este texto tiene como objetivo discutir
los efectos de las transformaciones en el mundo del trabajo sobre dicha función desarrollada en
una escuela que se adhirió a la Política de Promoción de la Escuela Secundaria de Tiempo
Completo (BRASIL, 2016, 2017a, 2018c, 2019), buscando resaltar las influencias y
consecuencias del paradigma hegemónico sobre el conocimiento y las acciones de la gestión
pedagógica escolar.
Para entender cómo se ha constituido la gestión pedagógica en el escenario de la Política
de Promoción de la Escuela Secundaria de Tiempo Integral, es necesario aprenderla en el
contexto de las relaciones sociales históricamente establecidas en la estructuración de la
sociedad, marcadas por transformaciones en el mundo del trabajo y en la relación entre el
Estado y la sociedad civil.
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Implementación de la Escuela Secundaria de Tiempo Integral: Política y gestión en debate
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La relación entre el Estado y la sociedad civil en la aplicación de la política de promoción
de la enseñanza secundaria a tiempo integral
El cambio de paradigma en las políticas públicas de educación básica ocurrido en Brasil
desde la década de 1990 determinó cambios en la educación de los directores escolares, con
consecuencias como la ampliación del campo de acción y la intensificación del trabajo a través
de nuevas atribuciones al ejercicio de la función.
La llamada Nueva Gestión Pública interfiere en las políticas educativas actuales
reorientando la relación entre el Estado y la sociedad civil en la impartición de la educación
escolar, con la adopción de principios de gestión propios del carácter empresarial, que
modifican los objetivos, procesos de trabajo y propósitos de las escuelas públicas (OLIVEIRA;
DUARTE, DUARTE, CLEMENTINA, 2017).
Anclada en el discurso de la ineficiencia e ineficacia del Estado para resolver problemas
históricos de la educación básica, con énfasis en la educación secundaria, la Nueva Gestión
Pública materializa la relación entre público-privado en la provisión de educación de tiempo
completo en la medida en que adopta las recomendaciones de las Organizaciones No
Gubernamentales. – ONGs y Organizaciones Sociales – OSs, miembros del llamado Tercer
Sector, que son mantenidos por las empresas y difunden objetivos, procesos de trabajo y
propósitos basados en principios gerenciales.
Los principios de gestión contenidos en la ideología de la llamada 'responsabilidad
social corporativa' consolidan "consensos que fortalecen la hegemonía del capital al reducir el
papel del Estado y fortalecer la esfera privada como sector regulador" (SEMIONATTO;
PFEIFER, 2006, p. 1), en el que se observan características como la desregulación y
tercerización del servicio educativo.
La Política para la Promoción de la Enseñanza Media Integral está contenida en el
conjunto de Programas que inducen a la reforma de la última etapa de la educación básica
después de la Ley No. 13.415/2017, caracterizada como una tierra de enfrentamientos, en la
que fuerzas opuestas actúan y disputan proyectos con objetivos y propósitos divergentes. Estos
programas fueron formulados por el Ministerio de Educación y complementados con
documentos producidos por los Departamentos Estatales de Educación, y se han implementado
en el contexto escolar de manera multifacética, heterogénea y compleja.
Para entender la gestión pedagógica en la implementación de la Política de Promoción
EMTI, fue necesario conocerla en el contexto de los cambios que se han venido produciendo
en las relaciones entre el Estado y la sociedad civil, que caracterizan las estrategias de
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO y Dinair Leal da HORA
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desregulación y tercerización basadas en las propuestas ancladas en la llamada responsabilidad
social de las empresas.
La responsabilidad social de las empresas en Brasil ha sido discutida desde las
injerencias de entidades como ONGs, OSs, institutos y fundaciones en temas sociales, a través
de medidas prácticas-político-ideológicas de recorte neoliberal, haciéndolas asumir funciones
ante la responsabilidad del Estado, como la educación en escuelas públicas, que se ofrece en
asociación, caracterizando la llamada relación multisectorial o intersectorial en la conducción
de los temas escolares.
Según Queiroz (2017), la injerencia del Tercer Sector en la conducción de la Política
Escolar de Tiempo Completo se ha observado desde la década de 1990, con los cambios en las
relaciones entre el Estado y la sociedad civil, que para Semionatto y Pfaifer (2006, p. 2)
fortalecieron la llamada "responsabilidad social de las empresas como una nueva propuesta de
sociabilidad y respuesta a las expresiones de la cuestión social" a través de las acciones de ONG
y OSs Relacionadas. al negocio brasileño.
Freitas (2014) advierte de la injerencia de las propuestas empresariales en el proceso
pedagógico de la escuela, que consolida un nuevo marco para los objetivos de formación,
contenidos, métodos y organización del trabajo escolar, y complementa este argumento en otra
publicación (FREITAS, 2014), enfatizando que es necesario establecer críticas a la reforma
empresarial de la educación y luchar por otra perspectiva, que valora la escuela pública en
lugar de la imitación de la organización del trabajo del sector privado.
En este contexto, se enfrentan dos posiciones divergentes principales: una determinada
por el paradigma empresarial capitalista representado por ONG, OSs, fundaciones e institutos
(LOMONACO; BRUNSIZIAN, 2015), en el que la política educativa a tiempo completo
materializa el proceso de desregulación y tercerización; y otra, oponiéndose a esto enfatizando
el fortalecimiento de la escuela pública anclada en una educación integral enfocada en el pleno
desarrollo de la persona humana y su emancipación (ARAUJO; FRIGOTTO, 2015).
Las estrategias de desregulación y tercerización contenidas en la Política para la
Promoción de la Escuela Secundaria de Tiempo Completo se manifiestan en la medida en que
las ONG, OSs, fundaciones e institutos interfieren en la esfera pública con acciones que, según
Shiroma y Evangelista (2014, p. 24), proponen "aumentar la eficiencia de la acción
gubernamental a través de la descentralización de tareas a las esferas locales, inducir
asociaciones [como] reparto de responsabilidades en la provisión de políticas sociales"
En esta dinámica, "corresponde al Estado gestionar los procesos mientras las ONG, [OS,
fundaciones e institutos] formulan e implementan políticas sociales con recursos públicos"
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Implementación de la Escuela Secundaria de Tiempo Integral: Política y gestión en debate
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(SHIROMA; EVANGELISTA, 2014, p. 24), al igual que las asociaciones MEC-CENPEC a
nivel nacional, y el Departamento de Estado de Educación de la Fundación Pará-CENPEC-
Vanzolini a nivel estatal, para la formulación e implementación de la Política para la Promoción
de la Escuela Secundaria de Tiempo Integral.
Con los esfuerzos de ONGs y OSs para integrar la propuesta de Escuela Secundaria de
Tiempo Completo - EMTI a la Política que consolidó la Nueva Escuela Secundaria a través de
la Ley No. 13.415/2017, las acciones experimentadas por estos nuevos 'actores educativos' han
ganado notoriedad en la implementación del tiempo completo y han ido interfiriendo en este
tipo de oferta escolar a través de incentivos a la gestión pedagógica de los centros educativos
para establecer alianzas intersectoriales.
Para Lomonaco y Brunsizian (2015, p. 4), "la escuela sigue desempeñando un papel
fundamental en la educación de niños, adolescentes y jóvenes, pero no es la única responsable
de promover la Educación Integral", que puede desarrollarse en alianza con otras entidades y
espacios sociales. Esta conducta materializa la desregulación del Estado (BARROSO, 2005),
que transfiere parte de las actividades escolares a tiempo completo a la iniciativa privada.
Es en esta nueva perspectiva de injerencias de ONGs, SOs, fundaciones e institutos en
las asignaturas de la escuela de tiempo completo que la gestión pedagógica de EMTI comienza
a desarrollar sus atribuciones relacionadas con la naturaleza del Tercer Sector, buscando
conciliar las peculiaridades y diferentes formas de trabajo de la escuela y estas entidades. Para
Lomonaco y Brunsizian (2015, p. 17):
La escuela tiene el ritmo, la organización y el funcionamiento establecidos
durante siglos. Es esta estructura la que le permite atender, en algunos casos,
a más de 2.000 alumnos. [...] Es una organización profundamente compleja,
con muchos agentes y múltiples interacciones.
La Organización Social - OS, en general, atiende a un número mucho menor
de niños, adolescentes y jóvenes, con ritmo y propuesta de trabajo
diferenciado porque no es obligatorio con metas, permitiendo que el currículo
sea flexible y se adapte a las demandas emergentes de cuidados.
Esta estrategia de asociación intersectorial, imbuida del proceso de reforma de la escuela
secundaria, resuena a tiempo completo con contradicciones, límites y mantenimiento de los
problemas ya experimentados por los estudiantes, porque las acciones previstas no proponen
resolver la principal dificultad que enfrentan en la última etapa de la educación básica, que
según Moura y Lima Filho (2017, p. 120) es:
[...] la falta de infraestructura que garantice el funcionamiento calificado de
las escuelas públicas, destacando: ausencia de instalaciones físicas adecuadas,
bibliotecas, laboratorios, espacios para la práctica deportiva y actividades
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO y Dinair Leal da HORA
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artístico-culturales; la falta de personal de maestros y otros trabajadores de la
educación contratados por licitación pública; planes de carrera y formación,
salarios dignos y condiciones de trabajo adecuadas.
Dados los problemas señalados por el recorte, se esperaba que los Programas que
inducen la reforma de la escuela secundaria y la Política de Desarrollo a EMTI tuvieran acciones
dirigidas a resolver estas dificultades históricas, pero en cambio, crearon criterios de
elegibilidad para seleccionar las pocas escuelas que tienen una infraestructura mínima,
excluyendo aquellas que necesitan más recursos para mantener su funcionamiento.
Por lo tanto, las ordenanzas federales no. 727/2017 (BRASIL, 2017b) y nº 2.116/2019
(BRASIL, 2019) aconsejan que "las escuelas que tengan al menos cuatro (4) de los 6 (seis)
elementos de infraestructura se consideran elegibles [...]: 1. Biblioteca o Sala de Lectura - 50m²;
2. Aulas (8) - mínimo 40m² cada una; 3. Pista multideportiva - 400m²; 4. Vestuario masculino
y femenino de 16 m² cada uno; 5. Cocina - 30m²; 6. Cafetería" (BRASIL, 2017b, 2019).
Esta conducta de los Programas está en línea con la lógica neoliberal, en la que el Estado
transfiere a la sociedad civil una parte de la oferta de educación a tiempo completo,
transponiendo los principios de descentralización y tercerización a las instituciones públicas.
Además de la discusión sobre la relación entre el Estado y la sociedad civil en la
implementación de la Política de Promoción de la Escuela Secundaria de Tiempo Completo
para comprender la gestión pedagógica que se desarrolla en este contexto, también es necesario
relacionarla con las transformaciones del mundo del trabajo y con las nuevas atribuciones
insertadas.
Transformaciones en el mundo del trabajo y las nuevas atribuciones de la gestión
pedagógica
La gestión pedagógica que ejercen los Directores y Coordinadores de las escuelas
públicas se realiza en un contexto de transformaciones económicas, tecnológicas e ideológicas
que interfieren en la práctica de estos profesionales, promoviendo la intensificación de sus
atribuciones y la expansión de los espacios de acción, como lo destacan Calegari-Falco y
Moreira (2017).
Anteriormente, los directivos escolares realizaban actividades administrativas para
lograr ciertos propósitos en su unidad docente (PARO, 2017), pero a partir de la
reestructuración educativa que cambió los planes de estudio de pregrado y posgrado para la
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formación de estos profesionales
4
, su campo de actividad también se amplió a espacios no
escolares, y cobró fuerza con las nuevas propuestas de educación a tiempo completo, que
consideran como educativos diversos lugares de la sociedad (LOMONACO; BRUNSIZIAN,
2015).
Con la intensificación de las actividades educativas ofrecidas por entidades del tercer
sector, se fortaleció la desregulación y la tercerización, que a pesar de sostener un discurso
humanitario, materializan formas de trabajo precario en instituciones como la escuela al
permitir 'agentes educativos' que reúnen a trabajadores que no necesariamente se
gradúan/gradúan emitiendo educación escolar en nombre de una práctica pedagógica ajena a
los objetivos, métodos y organización escolar, además de fortalecer la noción de privatización
de estos espacios públicos.
Las transformaciones que influyen en la política educativa interfieren en la gestión
pedagógica, inaugurando una nueva tendencia en el desempeño de esta función, influenciada
por modelos de gestión cada vez más presentes en las escuelas públicas. Según Oliveira, Duarte
y Clementino (2017), la gestión de las escuelas está influenciada por proyectos sociales en
disputa y lleva las características de esta dinámica, que hoy ha demostrado ser
hegemónicamente más gerencial.
Este contexto aporta nuevas atribuciones a la gestión pedagógica, que acompaña las
transformaciones en el mundo del trabajo, exigiendo nuevas exigencias a la formación de los
profesionales que lo ejercen. Para Calegari-Falco y Moreira (2017), los cambios que se
produjeron en la formación inicial de los gerentes siguen las definiciones de marcos
normativos
5
y plantear el debate en el contexto del trabajo escolar precario y los nuevos
conocimientos y actividades pedagógicas.
Entre los nuevos requisitos que la Política de Desarrollo EMTI aporta a la gestión
pedagógica se encuentra la propuesta de una alianza multisectorial que abogue por una
educación más allá de los muros de la escuela, debido a la carencia que caracteriza a las
unidades públicas, ampliamente evidenciada por estudios que indican pocos equipos, espacios
y personal disponible para ofrecer a tiempo integral
6
.
En el estado de Pará, la relación entre la gestión pedagógica y la asociación
multisectorial, una estrategia defendida por ONG, OSS, fundaciones e institutos vinculados a
4
Para obtener más información, consulte Aires y Moreira (2019).
5
BRASIL. Resolución CNE/CP N° 1 de 15 de mayo de 2006. Consejo Nacional de Educación. Establece Pautas
Curriculares Nacionales para el Curso de Pregrado en Pedagogía, licenciatura.
6
Para conocer más sobre la propuesta de asociación multisectorial para escuelas de tiempo completo consulte
Cavaliere (2007) y Guará (2009).
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO y Dinair Leal da HORA
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la empresa brasileña
7
, tiende a convertirse en una tarea más para los directores y coordinadores
pedagógicos, como observamos en los siguientes aspectos destacados:
El alcance de la Educación Integral permite ampliar los espacios educativos
más allá de la escuela, con el fin de captar las necesidades y deseos de la
comunidad; prospectar los espacios, recursos y potencialidades existentes; el
entorno de la escuela, el barrio y la ciudad son considerados como espacios
educativos. Por lo tanto, los programas de educación integral deben estar
contextualizados y arraigados en sus territorios (PARÁ, 2020, p. 310).
Para ello, uno de los desafíos es el ejercicio del diálogo entre los diversos
sectores sociales con otras instancias de promoción social, con el fin de
potenciar el intercambio de otros equipos/instituciones sociales como actores
del proceso educativo, a través de la articulación del poder público para apoyar
la materialización de la Educación Integral (PARÁ, 2017, p. 13).
El argumento de hacer espacios no escolares potencialmente educativos para la
implementación del tiempo completo, así como extender el tiempo de permanencia diaria de
los estudiantes bajo la responsabilidad de la escuela, pero no necesariamente dentro de ella,
también aumenta el ámbito de acción de los gestores pedagógicos, que comienzan a incorporar
la articulación entre la unidad docente y otros espacios de la sociedad en el conjunto de
atribuciones que se les confieren.
Para Calegari-Falco y Moreira (2017), los nuevos procesos formativos y la ampliación
del área de actuación de la dirección se deben a la descentralización productiva basada en la
calidad total y explotación de la fuerza laboral, análisis que nos ayuda a entender que la Política
de Promoción de EMTI materializa la ampliación de las funciones, atribuciones, espacios de
acción y responsabilidades de los gestores pedagógicos, ya que absorbe las recomendaciones
gerenciales que provienen de ONG, OSs, fundaciones e institutos vinculados a los negocios
brasileños.
Para Lomonaco y Brunsizian (2015), representantes del Centro de Estudios e
Investigaciones en Educación, Cultura y Acción Comunitaria - CENPEC, vinculados al Itaú
Social, la política escolar de tiempo completo apunta a fortalecer el vínculo entre las escuelas
y las CSS, objetivo que requiere de gestores capaces de articular la alianza y también dialogar
con las Secretarías Municipal y Estatal para garantizar algunas condiciones de trabajo y el
mantenimiento de la propia gestión como mediador entre ambas instituciones. Esta proposición
corrobora la intensificación y precariedad del trabajo de los gerentes al agregar más atribuciones
a las ya intensas acciones diarias llevadas a cabo en condiciones de trabajo objetivas casi
7
Para conocer más sobre las empresas que mantienen las entidades, ver Queiroz (2017).
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Implementación de la Escuela Secundaria de Tiempo Integral: Política y gestión en debate
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1477-1494, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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siempre limitadas por el contexto necesitado de las escuelas públicas brasileñas (CAMPOS,
2016).
Con el impulso de la actual Política Escolar de Tiempo Completo para las prácticas
educativas realizadas en espacios escolares y no escolares, la gestión pedagógica experimenta
las transformaciones del mundo del trabajo, recordándonos las palabras de Mate (2015),
mencionando que diferentes reformas educativas ponen en marcha o reformulan Programas que
alteran las formas de organizar el tiempo, el espacio y el conocimiento escolar, proponiendo
formas de pensar y hacer educación a partir de otros patrones de comportamiento. Estos rasgos
llevan la forma en que las acciones limitan, predicen y crean lenguajes colectivos.
Por esta razón, las instituciones de formación de gerentes que ofrecen estudios de
pregrado y posgrado se han adherido al plan de estudios
8
con el fin de cumplir con la normativa
oficial, manteniendo el debate crítico sobre el contexto de la reestructuración productiva a
escala global, como resistencia a una forma de pensar y hacer educación desde la idea de que
"cualquiera puede ocupar la gestión y la enseñanza, siempre que domine las técnicas
pedagógicas" (CALEGARI-FALCO; MOREIRA, 2017, p. 260).
En el contexto de la educación a tiempo completo, las interferencias del Tercer Sector,
representado por ONG, OS, fundaciones e institutos, se observan desde los primeros programas
de inducción al tipo de oferta escolar, como Mais Educação y PROEMI/PJF (SILVA, 2016),
con énfasis en las asociaciones multisectoriales o intersectoriales, que se refieren a la relación
establecida entre las escuelas y otros espacios de la sociedad, defendido por la Política de
Tiempo Integral como espacios educativos.
En el Documento Curricular del Estado de Pará Tomo II - Etapa De Secundaria (PARÁ,
2020, p. 302), cabe destacar que:
La educación integral ha avanzado a través de la experiencia de prácticas
educativas operacionalizadas a través de acciones intersectoriales, vinculadas
a proyectos de educación vial desarrollados con niños en situación de riesgo
y vulnerabilidad social, y también a través de experiencias educativas llevadas
a cabo por Organizaciones No Gubernamentales (ONGs), denominadas
actividades socioeducativas.
La dirección y coordinación como miembros de la gestión pedagógica se consideran
responsables de impulsar los cambios requeridos por la reforma de la escuela secundaria en el
contexto de las escuelas, y se destacan en la Propuesta Pedagógica para Escuelas de Tiempo
8
BRASIL. Resolución CNE/CP N° 1 de 15 de mayo de 2006. Consejo Nacional de Educación. Establece Pautas
Curriculares Nacionales para el Curso de Pregrado en Pedagogía, licenciatura.
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO y Dinair Leal da HORA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1477-1494, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16595
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Integral del Estado de Pará (PARÁ, 2017
) y en
las Reglas de las Escuelas Estatales de Educación
Básica (PARÁ, 2018) como funciones estratégicas en el proceso de reestructuración.
La Propuesta Pedagógica para Escuelas de Tiempo Integral en el Estado de Pará fue
elaborada de acuerdo con los criterios de elegibilidad y selección para adherirse a ProEMTI
(BRASIL, 2017b), y las Reglas de las Escuelas Estatales de Educación Básica se actualizaron
para satisfacer las nuevas demandas de las escuelas. Los dos proporcionan orientación sobre las
atribuciones del director y coordinador pedagógico, entre las que destacamos:
[Corresponde al director de la unidad docente] coordinar la elaboración
colectiva de la propuesta pedagógica de la unidad docente, monitoreando la
ejecución y promoviendo su evaluación continua, a fin de mantenerla
actualizada anualmente (PARÁ, 2018, p. 28).
La gestión del trabajo pedagógico integra a los coordinadores pedagógicos, en
la organización del tiempo, el espacio y la planificación, reservando tiempo
para el estudio, la formación y la evaluación del trabajo de la Escuela de
Educación Integral. Los Coordinadores deben apoyar el trabajo pedagógico
de los docentes y en el desarrollo de un Proyecto Político Pedagógico que
integre los principios de la educación integral (PARÁ, 2017, p. 14-15).
Los recortes demuestran atribuciones de gestión ejercidas por la coordinación gerencial
y pedagógica porque, según consideraciones de campos (2016), son funciones de liderazgo en
la escuela que articulan el trabajo colectivo y la formación continua en el servicio, acciones
requeridas por la reforma de la escuela secundaria para materializar cambios en la gestión, el
currículo y la organización del trabajo pedagógico.
La forma en que la reforma de la escuela secundaria crea estrategias para reestructurar
la gestión, el currículo y la organización del trabajo escolar, trata de proyectar en la figura del
director y coordinador pedagógico las mismas características destacadas por Oliveira y
Vasques-Menezes (2018, p. 2-3), en las que "se transponen concepciones neoliberales,
incorporando la visión del mundo empresarial corporativo, mediante la aceptación de una
voluntad pragmática y competitiva en detrimento de la gestión democrática, que es un principio
constitucional".
Desde esta perspectiva y tomando los aportes de Silva y Alves (2012, p. 665),
coincidimos en que la gestión pedagógica desarrollada por directores y coordinadores está
actualmente involucrada por cambios que transfieren la imagen de mayor participación y
democracia en la rutina escolar, pero en la práctica, intensifican la responsabilidad y el control
sobre el trabajo de estos profesionales.
Autores como Dourado y Siqueira (2019, p. 291) adoptan una posición de oposición: se
oponen a este 'supuesto neoeconomista y reformista' que es hegemónico en la propuesta y
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Implementación de la Escuela Secundaria de Tiempo Integral: Política y gestión en debate
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materialización de la política de reforma, por su potencial para implicar retrocesos en la gestión
democrática, en la autonomía de las instituciones educativas, en las dinámicas curriculares, en
los procesos formativos y en la autonomía de los profesionales escolares.
Estas perspectivas divergentes interfieren en las demandas de gestión pedagógica, que
necesita desarrollar trabajos a partir de proyectos multifacéticos, heterogéneos ycomplejos,
como PROEMTI (BRASIL, 2017b, 2018c, 2019), PRONEM (BRASIL, 2018a) y PROBNCC
(BRASIL, 2018b), frutos de una política educativa que, según Dourado y Oliveira (2018, p.
40), se muestra "conservadora y privatista a través de un amplio proceso de (des)regulación que
favorece la expansión del mercado privado".
Los nuevos lineamientos para la gestión pedagógica de EMTI partiendo de los
Programas de inducción a la reforma de bachillerato también guardan la lógica mercantil
destacada por Dourado e Oliveira (2018, p. 40), que está "presente y predominante en los
instrumentos jurídicos y en las acciones y programas producidos, desde la guardería hasta los
estudios de posgrado".
Las menciones al trabajo del director y coordinador, que forman parte de la gestión
pedagógica de las escuelas, no aparecen específicamente destacadas en documentos como la
Ley No. 13.415/2017 (BRASIL, 2017a) y las Ordenanzas No. 727 (BRASIL, 2017b), nº. 649
(BRASIL, 2018a), nº. 331 (BRASIL, 2 018b) y nº 2.116 (BRASIL, 2019), siendo más
observadas en documentos auxiliares, como los elaborados por el Departamento de Estado de
Educación de Pará, en los que destacamos la Propuesta Pedagógica para Escuelas Secundarias
de Tiempo Completo (PARÁ, 2017), el Reglamento de las Escuelas Estatales de Educación
Básica (PARÁ, 2018), y más recientemente el Documento Curricular del Estado de Pará -
Volumen II, Etapa de La Escuela Secundaria (PARÁ, 2020).
De acuerdo con los propios Programas PROEMTI, PRONEN y PROBNCC, tres
factores contribuyen al éxito de la Política de Tiempo Completo y la reforma de la escuela
secundaria: cambios en la gestión, el currículo y la organización del trabajo escolar a través de
estrategias como aumentar la duración diaria de la estadía de los estudiantes en la escuela,
aumentar la carga de trabajo, nuevos componentes curriculares flexibles y adherirse a los
criterios establecidos para recibir apoyo técnico y financiero.
Alrededor de la década de 1950, las atribuciones de quienes en este trabajo se definían
como gerentes se dividían entre funciones administrativas, de orientación y de supervisión
(inspección), representadas respectivamente por las figuras del director, asesor y supervisor,
quienes dividían las acciones administrativas y pedagógicas de la escuela influenciadas por las
concepciones de la sociedad de ese período (FRANCO; NOGUEIRA, 2016).
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO y Dinair Leal da HORA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1477-1494, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16595
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Actualmente, los gestores pedagógicos asumen otro perfil, también vinculado a las
contradicciones de la organización social, que acompañan las transformaciones en el mundo
del trabajo desde la Nueva Gestión Pública, con nuevos conocimientos y acciones, pero con las
mismas dificultades destacadas por Macedo (2016, p. 34), mencionando que a veces el
desempeño de la función es limitado "por diversas razones que abarcan desde aspectos legales
– la legitimidad de la función o cargo, las relaciones de poder presentes en el contexto escolar,
la precaria remuneración, las excesivas exigencias burocráticas, los aspectos estructurales y los
recursos humanos precarios".
En el ámbito de la escuela secundaria de tiempo completo, se verificó en la
investigación de maestría aún en desarrollo y vinculada al Programa de Posgrado en Currículo
y Gestión de la Educación Básica, de la Universidad Federal de Pará, que las limitaciones
destacadas por Macedo (2016) permanecen en el intento de implementar políticas públicas en
una escuela que se adhirió a esta oferta educativa, porque al referirse a la infraestructura de la
escuela, el Presidente del Consejo Escolar señaló que:
EMTI es innovador sobre cuánto tiempo permanecen los estudiantes en la
escuela, pero no estamos preparados para eso. La renovación del edificio no
previó ajustes estructurales para atender a los estudiantes a tiempo completo.
Para ello, necesitarían tener: una cafetería para hacer comidas, baños con
duchas, vestuarios, taquillas para guardar sus pertenencias personales, pero
no cuentan con esta infraestructura.
Además del obstáculo a la infraestructura de la escuela, otro factor que sin duda
interfiere en el desarrollo de la gestión y organización del trabajo está relacionado con el poco
tiempo reservado para la formación continuada al servicio de la gestión pedagógica, tanto por
la demanda de trabajo que dificulta la reserva de tiempo para el estudio y apropiación de los
documentos de orientación EMTI, como por la falta de formación que debería haber sido
ofrecida continuamente por la Secretaría de Estado de Educación de la Pará - SEDUC/PA, pero
que se resumió a sólo dos días de reunión, como se explica en el recorte:
Aunque en línea, la capacitación sería muy factible. Entonces, no tenemos
apoyo teórico y muchos docentes ya están empezando a sentir el desgaste del
requisito EMTI porque no tiene motivación teórica, no tiene capacitación,
aún no ha entendido la propuesta. Los profesores que ingresaron después de
la
primera y única
capacitación en EMTI no pueden entender que el
conocimiento debe integrarse, que es necesario tener una reunión de equipo
cada semana, que los proyectos deben pensarse, elaborarse en etapas y tener
resultados. Pero entendemos el desánimo en relación a los proyectos por la
falta de formación y la falta de laboratorio multidisciplinar, laboratorio de
informática, biblioteca, pista polideportiva. Los docentes que no han sido
capacitados no entienden que los proyectos puedan desarrollarse en
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Implementación de la Escuela Secundaria de Tiempo Integral: Política y gestión en debate
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1477-1494, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16595
1489
asociación con otras instituciones de manera multisectorial. Es por ello que
se han producido enfrentamientos en reuniones por áreas, en las que un
docente que se formó en 2019 trata de informar al otro docente que considera
innecesaria la colaboración multisectorial y el desarrollo de proyectos dadas
las condiciones [limitadas] de la escuela. Entendemos que estas dificultades
se deben a la falta de formación
(Profesor de Idiomas).
El recorte muestra que la formación continua en servicio, como una de las principales
acciones de gestión pedagógica, según las consideraciones de Domingues y Belletati (2016) y
Geglio (2014), no se produjo durante el período en el que se desarrolló la investigación - de
2019 a 2021 - probablemente debido al proceso acelerado de implementación de la Política que
no permitió una mejor organización de SEDUC / PA, al contexto de Pandemia que impuso la
educación remota de emergencia como un desafío para los profesionales de la educación, y
también por la poca apropiación de la gestión pedagógica en la provisión de EMTI.
Así, concluimos que la gestión pedagógica, como función estratégica para impulsar los
cambios que requiere la reforma de la escuela secundaria y la implementación de EMTI, ha
venido desarrollando sus tareas con acumulación de tareas, incluso en un contexto de pandemia,
que impuso situaciones imprevistas y de emergencia de la educación remota, comprometiendo
tanto las acciones importantes que ya formaban parte de sus atribuciones, como la formación
continua en el servicio, así como las nuevas demandas que proponen las políticas públicas,
como las mediaciones multisectoriales.
Consideraciones finales
En la exposición realizada aquí, comprobamos que la reestructuración del sistema
educativo como ajuste a los procesos económicos, materializada por la llamada Nueva Gestión
Pública, ha ido determinando cambios en la relación entre el Estado y la sociedad civil para la
implementación de la Política de Promoción de la Escuela Secundaria de Tiempo Completo y
promoviendo transformaciones en la organización del trabajo escolar y la gestión pedagógica.
Esta dinámica consolida el estrechamiento de los límites entre lo público y lo privado,
en el que la escuela comienza a aceptar las recomendaciones de los Programas para inducir la
reforma de la escuela secundaria - PROEMTI, PRONEM, PROBNCC - bajo pena de recortar
recursos para el funcionamiento de las unidades docentes, adoptando un tipo de organización
similar a la de la iniciativa privada, que transfiere a las ONG, OSs, fundaciones e institutos
forman parte de las actividades de EMTI, teniendo como consecuencias para la gestión
pedagógica la ampliación de espacios de acción y responsabilidades.
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO y Dinair Leal da HORA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1477-1494, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16595
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Las nuevas demandas de los gestores pedagógicos no restan la acumulación de acciones
9
que ya forman parte de la rutina diaria de la función, pero que se suman a ellas, provocando la
exploración de trabajos con la exigencia de mediaciones entre la escuela y las entidades
sociales, que requieren rendimientos profesionales competentes y cualificados.
Considerando que uno de los pilares ético-políticos de la educación básica está señalado
en la LDB 9394/96, que la comprende como base unitaria, principio estructurante que vincula
todos los niveles y modalidades y da sentido a la formación amplia e integral que se opone a la
fragmentación del conocimiento (ARAUJO; FRIGOTTO, 2015), es necesario tematizar cómo
se caracteriza la gestión pedagógica en el contexto de disputas en las que este supuesto se ve
limitado por el panorama actual de desregulación y tercerización que se da en la relación entre
Estado y sociedad civil para la implementación de la Política de Promoción de la Escuela
Secundaria de Tiempo Integral.
Los Programas de inducción a la reforma de la escuela secundaria - PROEMTI,
PRONEM, PROBNCC - están en el camino opuesto a estos supuestos ético-políticos que
apoyan el principio de educación básica, al fragmentar la oferta de EMTI que se realiza a través
de la desregulación y tercerización del servicio educativo con la inserción de la gestión de
gestión contenida en las propuestas de la élite capitalista, representado por el Centro de
Estudios e Investigaciones en Educación, Cultura y Acción Comunitaria - CENPEC, vinculado
al Itaú Social, y la Fundación Vanzolini, que han estado trabajando en la formulación e
implementación de la Política para la Promoción de la Escuela Secundaria de Tiempo Integral.
El contenido de la Política para la Promoción de la Escuela Secundaria de Tiempo
Completo, expresada en leyes, ordenanzas y documentos rectores, induce a las categorías
escolares – dirección, coordinación, maestros, estudiantes, padres, padres, apoyo – al consenso
en el momento en que acceden a las propuestas de LAS ONG y OSs como CENPEC y la
Fundación Vanzolini, adoptando principios empresariales para la organización del trabajo
pedagógico.
Así, la Política para la Promoción de la Escuela Secundaria de Tiempo Completo
consolida la desregulación y tercerización del servicio educativo y materializa los objetivos de
promover cambios en la gestión, el currículo y la organización del trabajo pedagógico,
codiciados por la reforma de la escuela secundaria de la Ley No. 13.415/2017, promoviendo la
ampliación del ámbito de actuación de los directores y coordinadores de centros educativos, a
9
Para más información ver Franco y Nogueira (2016).
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Implementación de la Escuela Secundaria de Tiempo Integral: Política y gestión en debate
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1477-1494, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16595
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quienes se les reta a luchar por una función comprometida con un tipo de educación escolar
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Enviado en:
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Revisiones requeridas en
: 10/05/2022
Aprobado en
: 16/06/2022
Publicado en
: 01/07/2022
Procesamiento y edición: Editora Ibero-Americana de Educação.
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1475
IMPLEMENTATION OF FULL-TIME HIGH SCHOOL: POLICY AND
MANAGEMENT UNDER DEBATE
IMPLEMENTAÇÃO DO ENSINO MÉDIO DE TEMPO INTEGRAL: A POLÍTICA E A
GESTÃO EM DEBATE
IMPLEMENTACIÓN DE LA ESCUELA SECUNDARIA DE TIEMPO INTEGRAL:
POLÍTICA Y GESTIÓN EN DEBATE
Maria do Socorro Silva da SILVA
1
Alice Raquel Maia NEGRÃO
2
Dinair Leal da HORA
3
ABSTRACT
:
This article aims to analyze the pedagogical management in the context of
the implementation of Full Time High School Education (EMTI) after Law No.
13.415/2017, based on a master's research in development, linked to the Graduate
Program in Curriculum and Management of Basic Education, of the Center for
Transdisciplinary Studies in Basic Education at the Federal University of Pará. The
information is discussed from the changes in the relationship between the State and civil
society for the provision of public policy and its repercussions to educational
management, which accompanies the transformations that have occurred in the world of
work with new attributions in the development of the function. In view of the current
demands, it describes the changes based on the new knowledge and tasks that are outlined
in the documents that guide the implementation of full time, raising the debate around the
expansion of the field of action and intensification of the work assigned to educational
management.
KEYWORDS
:
Pedagogical management. Full-Time High School. Educational policy.
RESUMO
: Este artigo objetiva analisar a gestão pedagógica no contexto de implementação
do Ensino Médio de Tempo Integral (EMTI) após a Lei nº. 13.415/2017, com base em uma
pesquisa de mestrado em desenvolvimento, ligada ao Programa de Pós-Graduação em
Currículo e Gestão da Educação Básica, do Núcleo de Estudos Transdisciplinares em
Educação Básica da Universidade Federal do Pará. As informações são discutidas a partir
das mudanças na relação entre Estado e sociedade civil para a oferta da política pública e
1
Federal University of Pará (UFPA), Belém – PA – Brazil. Master by the Graduate Program in Curriculum and
Management of the Basic School (UFPA). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0907-2401. E-mail:
socorroivan9@gmail.com
2
Pará State Department of Education (SEDUC/PA), Abaetetuba – PA – Brazil. Specialist in Education from
SEDUC/PA. Master's Degree in Basic Education Curriculum and Management (UFPA). ORCID:
https://orcid.org/0000-0003-0786-5368. E-mail: aliceraquelmaia@yahoo.com.br
3
Federal University of Pará (UFPA), Belém – PA – Brazil. Permanent Professor of the Graduate Program in
Curriculum and Management of the Basic School and the Graduate Program in Education in the Amazon.
Doctorate in Education (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3278-3914. E-mail:
tucupi@uol.com.br
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO and Dinair Leal da HORA
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, p. 1475-1492, n. 3, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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sua repercussão à gestão pedagógica, que acompanha as transformações ocorridas no
mundo do trabalho com novas atribuições no desenvolvimento da função. Diante das atuais
exigências, descreve as mudanças a partir dos novos conhecimentos e fazeres que se
delineiam nos documentos que orientam a implementação do tempo integral, suscitando o
debate em torno da ampliação do campo de atuação e intensificação do trabalho atribuídos à
gestão pedagógica.
PALAVRAS-CHAVE
: Gestão pedagógica. Ensino Médio de Tempo Integral. Política
educacional.
RESUMEN
: Este artículo tiene como objetivo analizar la gestión pedagógica en el contexto
de la implementación de la Escuela Secundaria de Tiempo Integral (ESTI) después de la Ley
No. 13,415/2017, basada en una investigación de maestría en desarrollo, vinculada al
Programa de Posgrado en Currículo y Gestión de la Educación Básica, del Centro de
Estudios Transdisciplinarios en Educación Básica de la Universidad Federal de Pará. La
información se discute a partir de los cambios en la relación entre el Estado y la sociedad
civil para la provisión de políticas públicas y su repercusión en la gestión pedagógica, que
acompaña las transformaciones que se dieron en el mundo del trabajo con nuevas
atribuciones en el desarrollo de la función. En vista de las demandas actuales, describe los
cambios basados en los nuevos conocimientos y acciones que se esbozan en los documentos
que guían la implementación del tiempo completo, planteando el debate sobre la ampliación
del campo de acción y la intensificación del trabajo atribuido a la gestión pedagógica.
PALABRAS CLAVE
: Gestión pedagógica. Escuela Secundaria de Tiempo Integral. Política
educativa.
Introduction
As part of a research project entitled "
A Gestão Pedagógica do Ensino Médio de
Tempo Integral em Abaetetuba/PA
," this paper aims to discuss the effects of the
transformations in the world of work on this function developed in a school that adhered to
the Policy of Promoting Full-Time High School Education (BRAZIL, 2016, 2017a, 2018c,
2019), seeking to highlight the influences and consequences of the hegemonic paradigm on
the knowledge and actions of school pedagogical management.
To understand how pedagogical management has been constituted in the scenario of
the Policy to Promote Full-Time High School, it is necessary to understand it in the context of
social relations historically established in the structuring of society, marked by
transformations in the world of work and in the relationship between the State and civil
society.
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Implementation of Full-Time High School: Policy and management under debate
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1475-1492, n. 3, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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The relationship between the State and civil society in the implementation of the policy
to promote full-time high school education
A he paradigm shift in public policy for basic education that occurred in Brazil in the
1990s led to changes in the training of school managers, with consequences such as expansion
of the field of activity and intensification of the work through new attributions to the exercise
of the function.
The so-called New Public Management interferes in current educational policies by
reorienting the relationship between the State and civil society in the provision of school
education, with the adoption of managerial principles typical of the business nature, which
modify the objectives, work processes and purposes of public schools (OLIVEIRA;
DUARTE; CLEMENTINO, 2017).
Anchored in the speech of inefficiency and ineffectiveness of the State to solve
historical problems of basic education, especially high school, the New Public Management
materializes the relationship between public-private in the provision of full-time education to
the extent that it adopts the recommendations of Non-Governmental Organizations - NGOs
and Social Organizations - SOs, members of the so-called Third Sector, which are maintained
by companies and disseminate objectives, work processes and purposes based on
managerialist principles.
The managerial principles contained in the ideology of the so-called 'corporate social
responsibility' consolidate "consensuses that strengthen the hegemony of capital by reducing
the role of the State and strengthening the private sphere as a regulatory sector"
(SEMIONATTO; PFEIFER, 2006, p. 1), in which characteristics such as deregulation and
outsourcing of the educational service are observed.
The Policy to Promote Full-Time High School (EMTI in the Portuguese acronym) is
contained in the set of programs that induce the reform of the last stage of basic education
after the Law No. 13.415/2017, characterized as a clashing terrain, in which opposing forces
act and dispute projects with divergent goals and objectives. These Programs were formulated
by the Ministry of Education and complemented by documents produced by the State
Departments of Education, coming to be implemented in the school context in a multifaceted,
heterogeneous and complex way.
In order to understand pedagogical management in the implementation of the EMTI
Incentive Policy, it was necessary to understand it in the context of the changes that have been
taking place in the relations between the State and civil society, which characterize strategies
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of deregulation and outsourcing based on proposals anchored in the so-called corporate social
responsibility.
The social responsibility of companies in Brazil has been discussed from the
interference of entities such as NGOs, SOs, institutes and foundations in social issues, through
practical-political-ideological measures of neoliberal cut, making them assume functions that
were previously the responsibility of the State, such as public school education, which is now
offered in partnership, characterizing the so-called multisectoral or intersectoral relationship
in the conduction of school issues.
De acordo com Queiroz (2017), a interferência do Terceiro Setor na condução da
Política de Escola de Tempo Integral tem sido observada a partir da década de 1990, com as
mudanças nas relations between the State and civil society, which for Semionatto and Pfaifer
(2006, p. 2) strengthened the so-called "corporate social responsibility as a new proposal of
sociability and response to the expressions of the social issue" through the actions of NGOs
and OSs linked to the Brazilian business sector.
Freitas (2014) warns about the interference of the business proposals in the
pedagogical process of the school, which consolidates new references for the objectives of
training, content, methods, and organization of school work, and complements this argument
in another publication (FREITAS, 2014), pointing out that it is necessary to establish a
critique of the business reform of education and fight for another perspective, which values
the public school instead of imitating the organization of the work of private enterprise.
In this context, two main divergent positions are confronted: one determined by the
corporate capitalist paradigm represented by NGOs, SOs, foundations, and institutes
(LOMONACO; BRUNSIZIAN, 2015), in which the full-time education policy materializes
the process of deregulation and outsourcing; and the other, opposing it by highlighting the
strengthening of public schools anchored in a comprehensive education aimed at the full
development of human beings and their emancipation (ARAUJO; FRIGOTTO, 2015).
The strategies of deregulation and outsourcing contained in the Policy to Promote
Full-Time High School manifest themselves to the extent that NGOs, SOs, foundations, and
institutes interfere in the public sphere with actions that, according to Shiroma and
Evangelista (2014, p. 24), propose to "increase the efficiency of government action through
the decentralization of tasks to local spheres, inducing partnerships [as] sharing
responsibilities in the provision of social policies”
In this dynamic, "the State is responsible for managing the processes while NGOs,
[OSs, foundations, and institutes] formulate and execute social policies with public resources"
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Implementation of Full-Time High School: Policy and management under debate
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(SHIROMA; EVANGELISTA, 2014, p. 24), as do the MEC-CENPEC partnerships
nationwide, and the Pará State Department of Education-CENPEC-Fundação Vanzolini at the
state level, to formulate and implement the Policy to Foster Full-Time High School.
With the efforts of NGOs and SOs to integrate the proposal of Full-Time High School
- EMTI to the Policy that consolidated the New High School through Law no. 13.415/2017,
the actions experienced by these new 'educational actors' have gained notoriety in the
implementation of full time and have been interfering in this type of school offer through
incentives for the pedagogical management of schools to establish intersectoral partnerships.
For Lomonaco and Brunsizian (2015, p. 4), "the school continues to play a
fundamental role in the education of children, adolescents, and young people, but it is not the
only one responsible for promoting Full Time Education," which can be developed in
partnership with other entities and social spaces. This conduct materializes the deregulation of
the State (BARROSO, 2005), which transfers part of the full-time school activities to the
private sector.
It is in this new perspective of interference of NGOs, SOs, foundations and institutes
in the affairs of full-time schools that the pedagogical management of EMTI starts to develop
its attributions related to the nature of the Third Sector, trying to reconcile the peculiarities
and the distinct ways of working of the school and these entities. For Lomonaco and
Brunsizian (2015, p. 17):
The school has had an established rhythm, organization and functioning for
centuries. It is this structure that allows it to attend, in some cases, more than
2,000 students. [It is a deeply complex organization, with many agents and
multiple interactions.
The Social Organization - SO, in general, serves a much smaller number of
children, adolescents, and young people, with a different rhythm and work
proposal, as it is not obliged to have goals, allowing the curriculum to be
flexible and adaptable to the emerging demands of the service.
This strategy of intersectoral partnership, imbued in the high school reform process,
has repercussions on full-time education with contradictions, limits and maintenance of the
problems already experienced by students, because the actions planned do not propose to
solve the main difficulty faced in the last stage of basic education, which according to Moura
and Lima Filho (2017, p. 120) is:
[...] a lack of infrastructure to ensure the qualified functioning of public
schools, highlighting: the absence of adequate physical facilities, libraries,
laboratories, spaces to practice sports and artistic and cultural activities; the
inexistence of teachers and other education workers hired through public
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO and Dinair Leal da HORA
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competition; career and training plans, decent wages and adequate working
conditions.
In view of the problems indicated by the cutout, it was expected that the Programs
inducing the reform of high school and the EMTI Incentive Policy had actions aimed at
solving these historic difficulties, but instead created eligibility criteria to select the few
schools that have minimal infrastructure, excluding those that most need resources to maintain
their operation.
Thus, Federal Ordinances No. 727/2017 (BRAZIL, 2017b) and No. 2.116/2019
(BRASIL, 2019) guide that "schools that have at least 4 (four) of the 6 (six) infrastructure
items [... ]: 1. library or reading room - 50m²; 2. classrooms (8) - minimum 40m² each; 3.
multi-sports court - 400m²; 4. boys' and girls' locker room - 16m² each; 5. kitchen - 30m²; 6.
cafeteria" (BRAZIL, 2017b, 2019).
This conduct of the Programs aligns with the neoliberal logic, in which the State
transfers to civil society a part of the provision of full-time education, transposing the
principles of decentralization and outsourcing to public institutions. Besides the discussion
about the relationship between the State and civil society in the implementation of the Policy
to Promote Full-Time High School, in order to understand the pedagogical management that
takes place in this context, it is also necessary to relate it to the transformations in the world of
work and the new attributions inserted in the program.
Transformations in the world of work and the new attributions of educational
management
The pedagogical management exercised by Principals and Coordinators in public
schools is performed in a context of economic, technological, and ideological transformations
that interfere in the practice of these professionals, promoting the intensification of their
attributions and the expansion of performance spaces, as highlighted by Calegari-Falco and
Moreira (2017).
Before, school managers exercised administrative activities for the achievement of
certain purposes in their teaching unit (PARO, 2017), but since the educational restructuring
that changed the undergraduate and graduate curricula for training these professionals
4
, its
field of action has been expanded to non-school spaces as well, and has gained strength with
4
For more information, see Aires and Moreira (2019).
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the new proposals for full-time integral education, which consider various places in society as
educational (LOMONACO; BRUNSIZIAN, 2015).
With the intensification of educational activities offered by Third Sector entities,
deregulation and outsourcing have been strengthened, which, despite supporting a
humanitarian discourse, materialize forms of labor precariousness in institutions such as
schools by allowing "educational agents" that bring together workers not necessarily
graduated/licensed to exercise school education in the name of a pedagogical practice alien to
the objectives, methods and school organization, in addition to strengthening the privatization
ideals of these public spaces.
The transformations that influence educational policy interfere in educational
management, inaugurating a new trend in the performance of this function, influenced by
managerial models that are increasingly present in public schools. For Oliveira, Duarte, and
Clementino (2017), school management is influenced by societal projects in dispute and
carries the characteristics of this dynamic, which currently has been hegemonically more
managerialist.
This context brings new attributions for educational management, which accompanies
the transformations in the world of work, demanding new requirements from the training of
the professionals who exercise it. For Calegari-Falco and Moreira (2017), the changes that
have occurred in the initial training of managers follow the definitions of normative
frameworks
5
and arouse debate in the context of the precariousness of school work and the
new pedagogical knowledge and practices.
Among the new requirements that the EMTI Incentive Policy brings to pedagogical
management is the proposal of a multi-sector partnership that defends an education beyond
the school walls, due to the lack that characterizes public units, widely evidenced by studies
that indicate few equipments, spaces and personnel available to offer full-time education
6
.
In the state of Pará, the relationship between pedagogical management and the
multisectoral partnership, a strategy defended by NGOs, SOs, foundations and institutes
linked to Brazilian business
7
, tends to become more of a task for directors and pedagogical
coordinators, as we can see in the highlights below:
5
BRAZIL. Resolution CNE/CP nº 1, 15 May 2006. National Board of Education. Institutes National Curricular
Guidelines for the Undergraduate Course in Pedagogy, licentiate.
6
To learn more about the proposed multisectoral partnership for full-time schools, see Cavaliere (2007) and
Guará (2009).).
7
To learn more about the companies that maintain the entities, consult Queiroz (2017).
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The scope of Integral Education makes it possible to expand the educational
spaces beyond the school, in order to capture the needs and desires of the
community; prospect existing spaces, resources and potentialities; the
surroundings of the school, the neighborhood and the city are considered as
educational spaces. Therefore, integral education programs must be
contextualized and rooted in their territories (PARÁ, 2020, p. 310).
To this end, one of the challenges is the exercise of dialogue between the
various social sectors with the other instances of social promotion, in order
to potentiate the sharing of other social equipment/institutions as protagonist
agents of the educational process, through the articulation of public power to
support the materialization of Integral Education (PARÁ, 2017, p. 13).
The argument of making non-school spaces potentially educational for the
implementation of full-time education, as well as expanding the daily permanence time of
students under the responsibility of the school, but not necessarily inside it, also increases the
scope of action of educational managers, who start to incorporate the articulation between the
teaching unit and other spaces of society in the set of assignments that are conferred to them.
For Calegari-Falco and Moreira (2017), the new training processes and the expansion
of the managers' scope of action are a result of the productive decentralization based on total
quality and on the exploitation of the labor force. This analysis helps us understand that the
EMTI Incentive Policy materializes the expansion of the functions, attributions, spaces for
action, and responsibilities of educational managers, to the extent that it absorbs managerialist
recommendations that come from NGOs, SOs, foundations, and institutes linked to the
Brazilian business community.
For Lomonaco and Brunsizian (2015), representatives of the Center for Studies and
Research in Education, Culture and Community Action - CENPEC, linked to Itaú Social, the
full-time school policy intends to strengthen the link between schools and SOs, a goal that
requires managers who are able to articulate the partnership and also dialogue with Municipal
and State Secretariats to ensure some working conditions and the maintenance of the
management itself as a mediator between the two institutions. This proposal contributes to the
intensification and precariousness of the managers' work by adding more attributions to the
already intense daily actions carried out under objective work conditions that are almost
always limited by the poor context of Brazilian public schools (CAMPOS, 2016).
With the impulse of the current full-time school policy for educational practices
carried out in school and non-school spaces, educational management experiences the
transformations in the world of work, reminding us of the words of Mate (2015), when
mentioning that different educational reforms launch or reformulate programs that change
ways of organizing time, space, and school knowledge, proposing ways of thinking and doing
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education from other patterns of behavior. These traits carry the way in which the actions
limit, foresee, and create collective languages.
For this reason, management training institutions that offer undergraduate and
graduate degrees have been adapting the curriculum to meet the official regulations,
maintaining the critical debate on the context of productive restructuring on a global scale, as
resistance to a way of thinking and doing education based on the idea that "anyone can
occupy the management and teaching, provided they master half a dozen pedagogical
techniques" (CALEGARI-FALCO; MOREIRA, 2017, p. 260).
In the scope of full-time education, the interference of the Third Sector, represented by
NGOs, SOs, foundations and institutes, are observed since the first programs to induce the
type of school offer, such as Mais Educação and PROEMI/PJF (SILVA, 2016), with emphasis
on multisectoral or intersectoral partnerships, which refer to the relationship established
between schools and other spaces of society, defended by the Full-Time Policy as educational
spaces.
In the Curricular Document of the State of Pará Volume II - High School Stage
(PARÁ, 2020, p. 302), it is emphasized that:
Integral education has advanced through the experience of educational
practices operationalized through intersectoral actions, linked to street
education projects developed with children in situations of social risk and
vulnerability, and also through educational experiences carried out by Non-
Governmental Organizations (NGOs), called socio-educational activities.
The headteacher and the coordination as members of the pedagogical management are
considered responsible for conducting the changes required by the high school reform in the
context of the schools, and are highlighted in the Pedagogical Proposal for Full-Time Schools
of the State of Pará (PARÁ, 2017) and in the Regulations of State Schools of Basic Education
(PARÁ, 2018) as strategic functions in the restructuring process.
The Pedagogical Proposal for the Full-Time Schools of the State of Pará was
elaborated in compliance with the eligibility and selection criteria to join ProEMTI (BRAZIL,
2017b), and the Rules of the State Schools of Basic Education were updated to adapt to the
new demands of the schools. Both provide guidance on the duties of the principal and the
pedagogical coordinator, among which we highlight:
[It is up to the school principal] to coordinate the collective elaboration of
the pedagogical proposal of the teaching unit, monitoring its implementation
and promoting its continuous evaluation in order to keep it updated annually
(PARÁ, 2018, p. 28).
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The management of pedagogical work integrates the pedagogical
coordinators in the organization of time, space, and planning, reserving time
for study, training, and evaluation of the work of the Comprehensive
Education school. Coordinators should support the pedagogical work of
teachers and in the development of a Political Pedagogical Project that
integrates the principles of integral education (PARÁ, 2017, p. 14-15).
The clippings demonstrate management attributions exercised by the principal and
pedagogical coordinator because, according to Campos (2016), they are leadership functions
in the school that articulate collective work and in-service training, actions required by the
high school reform to materialize changes in management, curriculum and organization of the
pedagogical work.
The way the high school reform creates strategies to restructure the management, the
curriculum, and the organization of school work, tries to project in the figure of the principal
and the pedagogical coordinator the same characteristics highlighted by Oliveira and
Vasques-Menezes (2018, p. 2-3), in which "neoliberal conceptions are transposed,
incorporating the vision of the corporate business world, through the reception of the
pragmatic and competitive ideology to the detriment of democratic management, which is a
constitutional principle".
From this perspective and taking the contributions of Silva and Alves (2012, p. 665),
we agree that the pedagogical management developed by principals and coordinators is
currently involved by changes that transfer the image of greater participation and democracy
in daily school life, but in practice, intensify accountability and control over the work of these
professionals.
Authors such as Dourado and Siqueira (2019, p. 291) adopt an oppositional stance:
they oppose this 'neoeconomicist and reformist assumption' that is hegemonic in the
proposition and materialization of the reform policy, due to its potential to entail setbacks in
democratic management, the autonomy of educational institutions, curricular dynamics,
training processes, and the autonomy of school professionals.
These divergent perspectives interfere with the demands for educational management,
which needs to develop the work from multifaceted, heterogeneous, and complex projects,
such as PROEMTI (BRASIL, 2017b, 2018c, 2019), PRONEM (BRAZIL, 2018a), and
PROBNCC (BRASIL, 2018b), fruits of the educational policy that, according to Dourado and
Oliveira (2018, p. 40), shows itself to be "conservative and privatist through a broad process
of (de)regulation that favors the private mercantile expansion”.
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The new guidelines for the pedagogical management of the EMTI arising from the
induction programs for high school reform also safeguard the mercantile logic highlighted by
Dourado and Oliveira (2018, p. 40), which is "present and predominant in legal instruments
and in the actions and programs produced, from kindergarten to graduate school."
Mentions of the work of the principal and the coordinator, who integrate the
pedagogical management of schools, do not appear specifically highlighted in documents
such as Law no. 13.415/2017 (BRAZIL, 2017a) and Ordinances no. 727 (BRAZIL, 2017b),
no. 649 (BRASIL, 2018a), no. 331 (BRAZIL, 2018b) and no. 116 (BRAZIL, 2019), being
more observed in auxiliary documents, such as those prepared by the Pará State Department
of Education, in which we highlight the Pedagogical Proposal for Full-Time High Schools
(PARÁ, 2017), the Regulations of State Schools of Basic Education (PARÁ, 2018), and more
recently the Pará State Curriculum Document - Volume II, High School Stage (PARÁ, 2020).
According to the PROEMTI, PRONEN, and PROBNCC Programs themselves, three
factors contribute to the success of the Full-Time Policy and high school reform: changes in
management, the curriculum, and the organization of school work through strategies such as
expansion of the time students stay in school daily, increased workload, new flexible
curriculum components, and adherence to the criteria established for receiving technical and
financial support.
Around the 1950s, the attributions of those we define as managers in this paper were
divided between administrative functions, guidance and supervision (inspection), represented
respectively by the figures of the principal, the guidance counselor and the supervisor, who
divided the administrative and pedagogical actions of the school influenced by the
conceptions of society of that period (FRANCO; NOGUEIRA, 2016).
Currently, educational managers take on another profile, also linked to the
contradictions of social organization, which accompany the transformations in the world of
work from the New Public Management, with new knowledge and doings, but with the same
difficulties highlighted by Macedo (2016, p. 34), when mentioning that sometimes the
performance of the function is limited "for various reasons ranging from legal aspects - the
legitimacy of the function or position, the power relations present in the school context,
precarious remuneration, excessive bureaucratic demands, the precariousness of structural
aspects and human resources”.
In the ambit of Full-Time High School, it was verified in the Master's research still
under development and linked to the Postgraduate Program in Curriculum and Management
of Basic Education, at the Federal University of Pará, that the limitations highlighted by
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Maria do Socorro Silva da SILVA; Alice Raquel Maia NEGRÃO and Dinair Leal da HORA
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Macedo (2016) remain in the attempt to implement the Public Policy in a school that adhered
to this offer of education, because when referring to the infrastructure of the school, the
President of the School Council highlighted that:
EMTI is innovative in terms of the time that students remain in school, but
we are not prepared for this. The renovation of the building did not provide
for structural adjustments to serve full-time students. For this, they would
need to have: a dining hall for meals, bathrooms with showers, changing
rooms, lockers to store their personal belongings, but they don't have this
infrastructure.
Besides the school's infrastructure obstacle, another factor that certainly interferes in
the development of management and in the organization of the work is related to the little
time set aside for in-service training of the educational management, both because of the
demand for work that makes it difficult to set aside time for study and appropriation of
EMTI's guiding documents, and because of the lack of training that should have been offered
in a continuous manner by the State Department of Education of Pará - SEDUC/PA, but
which was reduced to only two days of meetings, as explained in the following excerpt:
Even if in an online way, the training would be very viable. So, we don't
have any theoretical support and many teachers are already starting to feel
the wear and tear of the EMTI requirements because they have no
theoretical motivation, no training, they still don't understand the proposal.
The teachers that started after
the first and only training
about EMTI can't
understand that knowledge needs to be integrated, that it is necessary to
have a team meeting every week, that projects need to be thought out,
elaborated in stages and have results. But we understand the
discouragement in relation to the projects due to the lack of training and the
lack of multidisciplinary laboratory, computer lab, library, multi-sports
court. The teachers who didn't have the training don't understand that the
projects can be developed in partnership with other institutions in a multi-
sectoral way. That is why there have been clashes in the meetings by area, in
which one teacher who had training in 2019 tries to inform the other teacher
that he considers the multisectoral partnership and the development of
projects unnecessary given the [limited] conditions of the school. We
understand that these difficulties are due to lack of training
(Language
Teacher).
The cutout shows that continued in-service training, as one of the main actions of the
pedagogical management, according to the considerations of Domingues and Belletati (2016)
and Geglio (2014), did not occur in the period in which the research was developed - from
2019 to 2021 -, probably due to the accelerated process of implementation of the Policy that
did not allow better organization of the SEDUC/PA, to the Pandemic context that imposed
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emergency remote education as a challenge to education professionals, and also by the little
appropriation of the pedagogical management about the EMTI offer.
Thus, we conclude that the pedagogical management, as a strategic function to
conduct the changes required by the high school reform and by the EMTI implementation, has
been developing its attributions with an accumulation of tasks, even in a Pandemic context,
which imposed unforeseen and emergency situations of remote teaching, compromising both
the important actions that were already part of its attributions, such as continuing in-service
training, and the new demands proposed by public policy, such as the multi-sectorial
mediations.
Final remarks
In the exhibition presented here, we verify that the restructuring of the educational
system as an adjustment to the economic processes, materialized by the so-called New Public
Management, has been determining changes in the relationship between State and civil
society for the implementation of the Policy to Promote Full-Time High School and
promoting transformations in the organization of school work and pedagogical management.
This dynamic consolidates the narrowing of the boundaries between public and
private, in which the school starts to accept the recommendations of the Programs that induce
the reform of high school - PROEMTI, PRONEM, PROBNCC - under penalty of cutting
resources for the operation of teaching units, adopting a type of organization similar to the
private initiative, which transfers to NGOs, OSs, foundations and institutes part of the EMTI
activities, having as consequences for the pedagogical management the expansion of
performance spaces and responsibilities.
The new demands for educational managers do not subtract the accumulation of
actions that are already part of the daily routine of the function, but add to them, provoking
the exploration of work with the demand for mediations between the school and social
entities, which require competent and qualified professional returns.
When considering that one of the ethical-political pillars of basic education is signaled
in the Law of Directives and Bases 9394/96, which understands it as a unitary base,
structuring principle that links all levels and modalities and gives meaning to the broad and
comprehensive training that opposes the fragmentation of knowledge (ARAUJO;
FRIGOTTO, 2015), it becomes necessary to discuss how the pedagogical management is
characterized in the context of disputes in which this assumption is limited by the current
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scenario of deregulation and outsourcing that occurs in the State and civil society relationship
for the implementation of the Policy to Promote Full-Time High School.
The Programs of induction to the high school reform - PROEMTI, PRONEM,
PROBNCC - are placed in the opposite route to these ethical-political assumptions that
support the principle of basic education, by fragmenting the supply of EMTI that is done
through deregulation and outsourcing of the educational service with the insertion of
managerial management contained in the proposals coming from the capitalist elite,
represented by the Center for Studies and Research in Education, Culture and Community
Action - CENPEC, linked to Itaú Social, and the Vanzolini Foundation, which have acted in
the formulation and implementation of the Policy to Promote Full-Time High School.
The content of the Policy to Promote Full-Time High School Education, expressed in
laws, ordinances and guiding documents, induce school categories - principals, coordinators,
teachers, students, parents, support - to reach a consensus when they adhere to the proposals
of NGOs and OSs such as CENPEC and Fundação Vanzolini, adopting the business
principles for organizing the pedagogical work.
Hence, the Policy to Promote Full-Time High School consolidates the deregulation
and outsourcing of educational services and materializes the goals of promoting changes in
management, curriculum and organization of the pedagogical work, aspired by the high
school reform from Law No. 13.415/2017, promoting the expansion of the field of action of
principals and school coordinators, who are challenged to fight for a function committed to a
type of school education based on integral and emancipatory human development.
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Submitted
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24/03/2022
Revisions required
: 10/05/2022
Approved
: 16/06/2022
Published
: 01/07/2022
Processing and publishing by the Editora Ibero-Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.