image/svg+xml
As contribuições da educomunicação para a formação de sujeitos críticos: Um diálogo entre os pressupostos teóricos de Paulo Freire e do
círculo de Mikhail Bakhtin
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1819
AS CONTRIBUIÇÕES DA EDUCOMUNICAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DE
SUJEITOS CRÍTICOS: UM DIÁLOGO ENTRE OS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
DE PAULO FREIRE E DO CÍRCULO DE MIKHAIL BAKHTIN
LOS APORTES DE LA EDUCOMUNICACIÓN A LA EDUCACIÓN DE SUJETOS
CRÍTICOS: UN DIÁLOGO ENTRE LOS SUPUESTOS TEÓRICOS DE PAULO FREIRE
Y EL CIRCULO DE MIKHAIL BAKHTIN
THE CONTRIBUTIONS OF EDUCOMMUNICATION TO THE EDUCATION OF
CRITICAL SUBJECTS: A DIALOGUE BETWEEN PAULO FREIRE'S THEORETICAL
ASSUMPTIONS AND MIKHAIL BAKHTIN'S CIRCLE
Madalena Pereira da SILVA
1
Helena Maria FERREIRA
2
Joel Cezar BONIN
3
RESUMO
: A Educomunicação tem favorecido uma ressignificação das bases epistemológicas
e metodológicas do lugar das mídias no contexto escolar, bem como uma discussão axiológica
do papel do professor nesse novo contexto histórico multimidiático. Para evidenciar as
contribuições da Educomunicação na formação de sujeitos críticos, o artigo suscita um diálogo
entre duas vertentes fundamentais à compreensão da Educomunicação: Freire e Bakhtin (e seu
Círculo). A metodologia caracteriza-se por uma investigação teórica, de natureza qualitativa e
de abordagem epistemológica de cunho interpretativo, que busca aproximações entre as teorias
e apresenta posicionamentos acerca de duas questões fulcrais: a noção de sujeito e da palavra
ideológica. Nas discussões, viu-se que os pressupostos teóricos permitem uma abordagem que
considera as dimensões do uso da linguagem em contextos midiáticos com vistas a uma
pedagogia libertadora. Como fechamento, aponta-se para a ideia de que dialogicamente os
sujeitos se constituem na/pela linguagem, pois ela favorece uma educação crítica e
emancipatória.
PALAVRAS-CHAVE
: Educomunicação. Freire. Bakhtin. Formação. Sujeitos críticos.
1
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Caçador
–
SC
–
Brasil. Professora no Programa de Mestrado
em Educação Básica e Professora no Programa de Mestrado em Educação (PPGE/UNIPLAC). Doutorado em
Engenharia e Gestão do Conhecimento (UFSC). ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-8886-2822. E-mail:
prof.madalena@uniplaclages.edu.br
2
Universidade Federal de Lavras (UFLA), Lavras
–
MG
–
Brasil. Professora no Programa de Pós-Graduação em
Educação e do Programa de Pós-graduação em Letras. Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da
Linguagem (PUC/SP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8749-5426. E-mail: helenaferreira@ufla.br
3
Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (UNIARP), Caçador
–
SC
–
Brasil. Professor no Programa de Mestrado
em Educação Básica. Doutorado em Filosofia (PUC/PR). ORCID:
https://orcid.org/0000-0003-0437-7609. E-
mail: joel@uniarp.edu.br
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA e Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1820
RESUMEN
:
La Educomunicación propone una resignificación de las bases epistemológicas y
metodológicas del sitio de las medias en el contexto escolar, así como una discusión axiológica
del papel del profesor en ese nuevo contexto histórico multimediático. Para evidenciar las
contribuciones de la Educomunicación en la formación de sujetos críticos, el artigo suscita un
diálogo entre dos vertientes fundamentales a la comprensión de la Educomunicación: - Freire
y Bakhtin (y su Círculo). La metodología se caracteriza por una investigación teórica, de
naturaleza cualitativa y abordaje epistemológica de carácter interpretativo, que busca por
aproximaciones entre las teorías y presenta posicionamientos acerca de dos cuestiones
basales: la noción de sujeto y de la palabra ideológica. En las discusiones, se percibe que los
presupuestos teóricos permiten un abordaje que considera las dimensiones del uso del lenguaje
en contextos mediáticos que se vuelven a una pedagogía libertadora. Como cierre, se apunta
la idea de que dialógicamente los sujetos se constituyen en/por el lenguaje, pues él ampara una
educación crítica y emancipatoria.
PALABRAS CLAVE
:
Educomunicación. Freire. Bakhtin. Formación. Sujetos críticos.
ABSTRACT
: Educommunication has favored a re-signification of the epistemological and
methodological bases of the media's place in the school context, as well as an axiological
discussion of the teacher's role in this new multimedia historical context. To highlight the
contributions of Educommunication in the formation of critical subjects, the article raises a
dialogue between two fundamental aspects to the understanding of Educommunication: - Freire
and Bakhtin (and their Circle). The methodology is characterized by a theoretical investigation,
qualitative nature and an epistemological approach of an interpretive nature, which seeks
approximations between theories and presents positions on two key issues: the notion of subject
and the ideological word. In the discussions, it was seen that the theoretical assumptions allow
an approach that considers the dimensions of the use of language in media contexts with a view
to a liberating pedagogy. As a conclusion, we point to the idea that subjects are constituted
dialogically in/by language, as it favors a critical and emancipatory education.
KEYWORDS
: Educommunication. Freire. Bakhtin. Formation. Critical subjects.
Introdução
Comunicar es una aptitud, una capacidad. Pero es sobre todo una actitud.
Suponemos en disposición de comunicar, cultivar en nosotros la voluntad de
entrar en comunicación con nuestros interlocutores. Nuestro destinatário
tiene sus intereses, sus preocupaciones, sus necesidades, sus expectativas.
Está esperando que le hablemos de las cosas que le interesan a él, no de las
que nos interesan a nosotros. Y sólo si partimos de sus intereses, de sus
percepciones, será posible entablar el diálogo con él. Tan importante como
preguntarnos qué queremos nosotros decir, es preguntarnos qué esperan
nuestros destinatários escuchar. Y, a partir de ahí, buscar el punto de
convergencia, de encuentro. La verdadera comunicación no comienza
hablando sino escuchando. La principal condición del buen comunicador es
saber escuchar (KAPLÚN, 1985, p. 115).
image/svg+xml
As contribuições da educomunicação para a formação de sujeitos críticos: Um diálogo entre os pressupostos teóricos de Paulo Freire e do
círculo de Mikhail Bakhtin
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1821
Com a democratização do acesso às tecnologias da informação e da comunicação, as
interações sociais têm sido redimensionadas, seja em função da dinamicidade dos tempos e dos
espaços, seja em função da multiplicidade semiótica e cultural que constitui os processos de
comunicação. Nesse contexto, surgem demandas de novas reflexões acerca dos modos como as
mídias podem ser inseridas no currículo escolar como uma prática de formação. Pensar a inter-
relação entre as produções midiáticas e os processos de ensino e de aprendizagem implica, entre
outras estratégias, articular saberes produzidos pela área da Educação e da Comunicação.
Nessa perspectiva, a Educomunicação tem se constituído como uma área de
conhecimento notadamente profícua, ao utilizar os meios da esfera midiática como suportes
didáticos não somente como recursos para o acesso à informação, mas, sobretudo, como
possibilidades para a problematização de discursos que circulam socialmente, para uma
formação crítico-reflexiva, para uma atuação cidadã mais efetiva e para a promoção de práticas
de linguagens que viabilizem um posicionamento mais ativo e responsivo, seja por meio de
uma mídia que educa, seja por uma educação que informa.
As discussões empreendidas pelo campo da Educomunicação têm favorecido uma
ressignificação das bases epistemológicas e metodológicas do lugar das mídias no contexto
escolar, bem como uma discussão axiológica sobre o papel do professor nesse contexto
histórico multimidiático. Essas questões assumem relevância na medida em que fundamentam
o desenvolvimento de abordagens didáticas teoricamente sustentadas, “de maneira a ultrapassar
o caráter técnico e do consumo, mas reconhecendo estas tecnologias como portadoras de
discursos e de práticas culturais” (ARRUDA, 2013, p. 238).
Nessa direção, a Base Nacional Curricular Comum
–
BNCC (BRASIL, 2018, p. 61),
um dos documentos parametrizadores da educação brasileira, destaca que
[...] é importante que a instituição escolar preserve seu compromisso de
estimular a reflexão e a análise aprofundada e contribua para o
desenvolvimento no estudante, de uma atitude crítica em relação ao conteúdo
e à multiplicidade de ofertas midiáticas e digitais. Contudo, também é
imprescindível que a escola compreenda e incorpore mais as novas linguagens
e seus modos de funcionamento, desvendando possibilidades de comunicação
(e também de manipulação), e que eduque para usos mais democráticos das
tecnologias e para uma participação mais consciente na cultura digital. Ao
aproveitar o potencial de comunicação do universo digital, a escola pode
instituir novos modos de promover a aprendizagem, a interação e o
compartilhamento de significados entre professores e estudantes.
Assim, práticas educativas que contemplem a comunicação do universo digital, tal como
proposto pelo excerto supracitado, demandam uma formação docente pautada em pressupostos
teóricos e metodológicos fundamentados em uma concepção de linguagem como processo
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA e Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1822
dialógico-discursivo e em uma concepção de educação como possibilidade de transformação
social. Pensar em comunicação, na contemporaneidade, implica pensar nos usos sociais da
linguagem, nos processos de produção, de circulação e de recepção dos discursos, nas redes de
sentidos historicamente situados, na enunciação como um ato responsável e responsivo, na
(des)construção de pontos de vista como ação basilar para o processo de produção de sentidos,
bem como conceber a educação como espaço de formação para o exercício da cidadania.
Assim, mesmo reconhecendo a multiplicidade de direcionamentos que a articulação
entre comunicação e educação convoca, este artigo delimita sua proposta de discussão nas
contribuições dos pressupostos teóricos defendidos por Paulo Freire (1983, 1987, 1996, 2002)
e pelo Círculo de Bakhtin (BAKHTIN, 2011; VOLÓCHINOV, 2017) para uma reflexão acerca
do campo da Educomunicação. A seleção desses teóricos como aportes bibliográficos para a
reflexão aqui proposta se fundamenta na perspectiva da educação libertadora, de Paulo Freire,
e na concepção de comunicação como processo discursivo-dialógico, defendida pelo Círculo
de Bakhtin. Essa articulação encontra respaldo em pesquisas realizadas por Xavier (2018), que
destaca as contribuições de tais teóricos para a fundamentação epistemológica dos estudos no
campo da Educomunicação, seja em relação à concepção de educação (pedagogia libertadora),
seja em relação às concepções de linguagem e de sujeito, que engendram modos de ser e de
estar no mundo.
Para Xavier, Almeida e Nascimento (2015, p. 86-87):
A Educomunicação, área do conhecimento que estabelece o diálogo entre
Educação e Comunicação, enfatiza a produtividade da utilização dos meios da
esfera midiática como suportes didáticos. A ênfase está na preocupação em
desenvolver no aluno a capacidade de se posicionar criticamente diante de sua
realidade social. Trazer para o espaço escolar o uso de recursos midiáticos se
justifica pela necessidade de se refletir sobre Educação e Comunicação, visto
que ambas instâncias letradas, escola e mídia, buscam informar o indivíduo
na perspectiva da formação, da construção identitária de um sujeito que pensa
e que age ativamente na sua sociedade. Esta prática reforça a função
pedagógica emitida pela produção de conteúdos informativos em textos
midiáticos e estimula a formação de um sujeito crítico-reflexivo, objetivo
principal da Educação.
Partindo do princípio de que o papel da escola é formar para a cidadania, toda ação
educativa deve estar articulada à vida cotidiana, constituindo-se como um processo
essencialmente humano e histórico e, portanto, inconcluso. Assim, articular educação e
comunicação representa uma possibilidade de uso das produções midiáticas, tanto para
aprofundar conhecimentos, quanto para desenvolver estratégias de transformação da vida
image/svg+xml
As contribuições da educomunicação para a formação de sujeitos críticos: Um diálogo entre os pressupostos teóricos de Paulo Freire e do
círculo de Mikhail Bakhtin
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1823
social, favorecendo um agir discursivo dos sujeitos na sociedade e na história, como
instrumento de “construção” e “apreensão” do mundo.
Nessa direção, o presente artigo se caracteriza por uma investigação teórica, de natureza
qualitativa, mais especificamente, por uma abordagem epistemológica de cunho interpretativo,
buscando aproximações entre teorias e apresentando posicionamentos acerca de duas questões:
a noção de sujeito e a noção da palavra ideológica, que constituem as bases para a articulação
entre comunicação e educação. Desse modo, não se busca construir uma nova teoria, mas
analisar a complexidade de conceitos basilares para uma compreensão das interações
possibilitadas pelas mídias.
Para fins de organização, este trabalho apresenta uma reflexão acerca dos pressupostos
teóricos e metodológicos da Educomunicação e das contribuições dos aportes do Círculo de
Bakhtin e de Paulo Freire para uma abordagem dialógico-discursiva das mídias no contexto da
educação, constituída a partir das seções que seguem.
Educomunicação: pressupostos epistemológicos e metodológicos
Considerando que a escola pode ser a principal instituição capaz de minimizar as
desigualdades e de promover transformações sociais, as Tecnologias Digitais da Informação e
Comunicação (TDIC) podem ser incorporadas ao processo educativo, de forma crítica,
reconhecendo suas repercussões na formação ou na deformação humana em virtude de uma
construção do sujeito empresário de si decorrente do neoliberalismo (FOUCAULT, 2008) ou
na missão de uma educação em um contexto de globalização, amparada no compromisso
colaborativo,
que visa “[…] fortalecer as condições de possibilidade da emergência de uma
sociedade-mundo composta por cidadãos protagonistas, conscientes e criticamente
comprometidos com a construção de uma civilização planetária” (MORIN; CI
URANA;
MOTTA, 2003, p. 98).
Na sociedade-mundo, o conhecimento é construído historicamente pelas condições
culturais, políticas, econômicas, antropológicas, entre outras. Nesse contexto, as TDIC têm
contribuído para disseminar a informação, ampliar “[...]
as relações, usos e sentidos que os
sujeitos estabelecem com os meios tecnológicos, produzindo uma rede tecnológica intelectual
ou informacional [...]” (RABELO, 2008, p. 155). Contudo, há que se considerar que “[...] a
tecnologia contribuiu pouco para a emancipação dos excluídos se não for associada ao exercício
da cidadania” (GADOTTI, 2000, p. 10).
Nessa direção, é válido destacar que, segundo Freire e Guimarães (1984, p. 83),
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA e Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1824
[...] é impossível pensar o problema dos meios sem pensar a questão do poder.
Os meios de comunicação não são bons nem ruins em si mesmos. Servindo-
se de técnicas, eles são o resultado do avanço da tecnologia, são expressões
da criatividade humana, da ciência desenvolvida pelo ser humano. O problema
é perguntar a serviço do que e à serviço de quem os meios de comunicação se
acham. E esta é uma questão que tem a ver com o poder e é política, portanto.
É preciso destacar que o uso das TDIC não se limita apenas como recurso educativo,
“[...]
mas como recursos midiáticos capazes de ajudar a religar saberes, colaborar e fornecer
métodos às demais áreas do conhecimento, de promover a inclusão, a interatividade, a
colaboração e a dialogicidade [...]” (SILVA; AGUIAR; JURADO, 20
20, p. 186).
Nessa perspectiva, parte-se do pressuposto que é necessária à construção dos
“ecossistemas comunicativos” provenientes das inter
-relações da Educação e Comunicação
(MARTÍN-BARBERO, 1996). Esse conceito foi articulado pelo autor, não apenas pensando
nas tecnologias e meios de comunicação, mas também pela trama de configurações constituída
pelo conjunto de linguagens, representações e narrativas presentes em nossa vida cotidiana de
modo transversal (MARTÍN-BARBERO, 2000).
Para Martín-Barbero (1996, p. 215), é preciso
[...] pensar no ecossistema comunicativo que constitui o entorno educacional
difuso e descentrado em que estamos imersos. Um entorno difuso, pois está
composto de uma mescla de linguagens e saberes que circulam por diversos
dispositivos midiáticos, mas densa e intrinsecamente interconectados; e
descentrados pela relação com os dois centros: escola e livro que há vários
séculos organizam o sistema educacional [...].
Soares (2002) defende um ecossistema comunicativo que oportunize um ambiente de
diálogo equilibrado, no qual todos os agentes sociais se manifestam livre e respeitosamente em
uma dialogicidade em prol dos interesses coletivos. Para o autor, o ecossistema
educomunicativo persegue o “[...] ideal de relações, construído coletivame
nte em dado espaço,
em decorrência de uma decisão estratégica de favorecer o diálogo social, levando em conta,
inclusive, as potencialidades dos meios de comunicação e de suas tecnologias” (SOARES,
2011, p. 44).
A educomunicação, uma vez que se apropria de diferentes recursos midiáticos (rádio
escola,
web
rádio virtual, jornal comunitário, videogames,
softwares
de aprendizagem
online
,
podcasts, blogs
, fotografia, produção de notícias para veiculação em mídias livres, entre
outros), dinamiza o diálogo, a participação e a criatividade dos agentes interdiscursivos, na
educação formal, não formal e informal, enfim, “[...] no interior do ecossistema comunicativo”
(CITELLI; COSTA, 2011, p. 8). É pautada na abordagem interdisciplinar (possivelmente
image/svg+xml
As contribuições da educomunicação para a formação de sujeitos críticos: Um diálogo entre os pressupostos teóricos de Paulo Freire e do
círculo de Mikhail Bakhtin
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1825
transdisciplinar) e midiática, se compromete em evidenciar as demandas e propor ações em prol
das transformações sociais.
Nesse sentido, é válido ponderar que a Educomunicação tem como grande desafio
“aproximar a comunicação da educação e a educação da comunicação”, porta
nto, é muito mais
que a união das duas áreas do conhecimento, embora precedente desta junção, vai além ao tratar
da inter-relação entre ambas, resultando em um novo campo teórico-prático de intervenção
social, colocado pelo autor como “caminho para a cidadania” (SOARES, 2003).
Para o autor, a intervenção da educação para a comunicação busca refletir sobre o lugar
da mídia na sociedade, suas funções e contradições, e tem como objetivo compreender os
fenômenos da comunicação em nível interpessoal, grupal, organizacional e massivo. Essa área
é “[...] constituída pelas reflexões em torno da relação entre os pólos vivos do processo de
comunicação, assim como, no campo pedagógico, pelos programas de formação de receptores
autônomos e críticos ante aos meios” (SOAR
ES, 2011, p. 26).
Diante do exposto por Soares (2011), se faz assaz necessário apresentar um outro teórico
(mesmo que não seja o principal em nossa discussão), que pode ser considerado um dos
pioneiros no debate acerca da ação comunicativa. Tal conceito não é algo tão novo quanto
aparenta, pois nos anos 1980 o pensador alemão Jürgen Habermas foi um dos grandes
debatedores acerca do problema das relações comunicativas. Segundo Habermas (2012)
4
, as
relações sociais estariam delineadas por um agir instrumental, segundo o qual os seres humanos
agiriam somente marcados por cálculos de ganho e perda, de vantagens e desvantagens. Essa
instrumentalização no agir teria solapado o mundo cotidiano e reduzido tudo a ações destituídas
de valor ou sentido. Nesse caso, Habermas (2012) propõe um agir comunicativo capaz de religar
o mundo da vida cotidiana com proposições e sentidos mais amplos, nos quais os seres humanos
seriam capazes de reconhecer eticamente o valor de si e dos outros, numa perspectiva
intersubjetiva. Luiz Martins da Silva (1999, p. 182) explica isso de modo muito claro quando
diz que:
[...] uma teoria da ação comunicativa pode encontrar numa prática
comunicativa cotidiana
–
inclusive de comunicação de massa e num contexto
de cultura de massa
–
interações dialógicas e autônomas e, portanto,
construtivas e emancipatórias [...].
Exatamente por isso, é preciso entender que, como já nos afirmou Freire (1984, p. 182):
[...] por si, a mídia
–
como qualquer outro engenho técnico
–
não é nem boa
nem ruim, mas o uso que se faz dela é que pode estar a serviço da colonização
4
Vale salientar que o texto original foi publicado em 1981 (
Theorie des Kommunikativen Handels
, vol. 1).
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA e Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1826
do mundo da vida pelo mundo sistêmico (do poder e do dinheiro) ou, ao
contrário, em favor da promoção do mundo da vida, no que este depende de
interações isentas de ações estratégicas, aquelas que privilegiam, acima de
tudo, o êxito instrumental de um sujeito sobre o outro [...].
Dessa forma, quando Silva aponta a questão da possível “neutralidade midiática”, isso
envolveria fortemente o mundo virtual ou tecnológico com o qual condividimos a vida, para
além das ações interpessoais dadas de forma presencial. Desse modo, a internet representaria
uma grande
ágora
virtual, onde a
isegoria
se manifestaria plenamente, sem rótulos ou
instrumentalizações. Isso é muito bem exposto por Francisco Paulo Jamil Almeida Marques
(2006, p. 167), quando afirma que:
O direito de uso da palavra, a isegoria, conforme chamavam os atenienses, o
poder falar em "assembléia", daria à internet [...] a propriedade fundamental
para o estabelecimento de um espaço argumentativo digital, o que tornaria o
computador um meio de comunicação diferenciado em termos políticos.
(destaque do autor)
É evidente que essa ideia não dá conta de abarcar toda compreensão acerca da amplitude
da Educomunicação, mas é uma forma de salientar que o trabalho de pesquisa sobre o papel da
comunicação não é dado apenas em função da grande proliferação hodierna de meios
comunicativos. O debate acerca da comunicação tem ganhado grande notoriedade em virtude
da expansão e celeridade dos processos de divulgação de informações, mas isso não quer dizer
que seja algo absolutamente novo. Não obstante, há uma questão nova: como a educação, algo
tão antigo, se alia a essas novas formas de comunicação? O nó górdio não está no tema em si,
mas na forma como essas novas formas impactam os processos de formação social e
educacional. E, por esse motivo, quer-se apresentar neste momento o pensamento do Círculo
de Bakhtin e de Freire como fundamento para essa associação entre educação e comunicação.
As contribuições de Freire e do Círculo de Bakhtin para a formação de sujeitos críticos:
bases para a construção de referenciais para o campo da Educomunicação
Considerando que o objeto de estudo da Educomunicação consiste na articulação entre
dois campos do conhecimento: comunicação e educação, é relevante relacionar pressupostos
teóricos que permitam uma abordagem interdisciplinar convocada por esse campo. Nesse
sentido, este artigo se pauta na teoria da ação dialógica de Freire (1983, 1987, 1996, 2002) e na
Filosofia da Linguagem, do Círculo de Bakhtin (BAKHTIN, 2011; VOLÓCHINOV, 2017).
A aproximação entre as obras desses dois autores e a mobilização de suas referências
epistemológicas e teóricas para se pensar o campo da Educomunicação poderão favorecer uma
image/svg+xml
As contribuições da educomunicação para a formação de sujeitos críticos: Um diálogo entre os pressupostos teóricos de Paulo Freire e do
círculo de Mikhail Bakhtin
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1827
fundamentação capaz de promover uma abordagem pautada em uma dimensão dialógico-
discursiva das produções midiáticas, de modo a formar leitores críticos e responsivos.
Embora em seus escritos o Círculo de Bakhtin não aborde, de modo recorrente, a
temática da educação, suas contribuições residem na caracterização da natureza dialógica da
linguagem, na constituição dos sujeitos e nos processos ideológicos
5
. Já Freire (1983, 1987)
traz contribuições para se pensar a dimensão pedagógica. Para a organização da discussão aqui
proposta serão abordados dois conceitos que sistematizam a aproximação entre os dois teóricos
supracitados.
O primeiro deles reside no princípio de que as bases epistemológicas inerentes ao campo
da Educomunicação assumem uma concepção de sujeito ativo, o que coaduna com as teorias
de Freire e do Círculo de Bakhtin. Para Freire, a atividade educativa deve se pautar na relação,
na troca, no diálogo, na desconstrução e no debate acerca dos conteúdos e dos valores sociais.
O autor critica a ideia de “educação bancária”, em que “o educador aparece como seu
indiscutível agente, como seu real sujeito, cuja tarefa indeclinável é ‘encher’ os educandos dos
con
teúdos de sua narração” (FREIRE, 1987, p. 37
, destaque do autor). Nessa mesma direção,
Volóchinov (2017) considera que a comunicação humana se efetiva no processo dialógico entre
os interlocutores investidos nessa ação, envolvendo não apenas os locutores imediatos, mas
também o outro discursivo da relação dialógica.
Nessa direção, Freire (1987, p. 108) destaca que:
A existência, porque humana, não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco
pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os
homens transformam o mundo. Existir, humanamente, é pronunciar o mundo,
é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado
aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar.
Em relação à concepção de sujeitos, Bakhtin (2011) considera que o sujeito da
enunciação não é um ser passivo, mas responsável e responsivo; responsável porque pressupõe
a consciência de que as opções epistemológicas feitas por ele são sempre de natureza ideológica
e política e têm implicações éticas na vida de outrem; responsivo porque todo sujeito adota para
consigo uma atitude responsiva, podendo assumir posições diversas (concordar, discordar,
discutir, direcionar, ampliar, aplicar, associar, exemplificar) em relação ao que está sendo
5
Para Szundy (2014, p. 15), “por pr
essupor que em diálogos sempre situados cultural, histórica e ideologicamente
somos transformados e capazes de transformar os inúmeros contextos em que interagimos com outrem, as
concepções do Círculo [de Bakhtin] são constantemente ressituadas e ressignificadas no campo educacional, o que
certamente ocorre porque esse movimento dialético de transformar e ser transformado abre caminhos para o que
Freire (1992) designou pedagogia da esperança”. Para a autora, é possível estabelecer um diálogo profícuo entre
as concepções do Círculo e da Pedagogia Freiriana, seja pela convergência de pressupostos, seja pela possibilidade
de revolucionar e redesenhar os processos históricos.
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA e Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1828
“dito”, atuando de forma ativa no ato enunciativo. Nos projetos ligados à proposta da
Educomunicação, é relevante considerar a relação entre os sujeitos (interlocutores: produtores,
personagens representados ou profissionais, professores, alunos) e textos/discursos, uma vez
que esses sujeitos participam, de algum modo, no processo de produção de sentidos.
Para Xavier (2018, p. 92),
A Educomunicação é, sem dúvida, uma prática discursiva e está atenta aos
discursos circulados pela mídia, interessa-se por questionar e por responder,
num exercício de leitura crítica, não apenas o que foi dito, mas principalmente,
o como foi dito, quem e quando disse, sob que/quais condições históricas
disseram, a que vozes sociais se filiam. Nessa textura dialógica, a busca pelas
respostas - numa proposta de compreensão delas e não, unicamente, de
identificação, pois ler criticamente não é uma identificação, mas uma
compreensão que incide nos efeitos de sentidos que os enunciados proferidos
pela mídia podem suscitar, que jogos de interesses estão sendo convocados.
O segundo conceito a ser destacado refere-se ao enunciado, como base do processo de
comunicação discursiva. Esse conceito abarca os usos da linguagem, em situações concretas,
possui dimensão valorativa do produtor com o conteúdo do objeto e do sentido e impele o
receptor a exercer uma atitude responsiva, ou seja, expressa uma relação entre interlocutores.
Todo enunciado é apenas um momento, um elo, na cadeia de comunicação discursiva, que é
ininterrupta. Esse elo integra a interação discursiva concreta e a situação extraverbal, que são
partes necessárias de sua constituição e de seu sentido. Essa questão é bastante cara aos estudos
da comunicação, uma vez que explicita o fato de não existir um enunciado absolutamente
neutro. Assim, o uso do termo “palavra” n
ão se aproxima da ideia de termo designativo, mas
de possibilidades de sentido. Assim, cabe uma ponderação, pois existe a palavra da língua
(significação constante, normalmente encontrada em dicionário) e a palavra ideológica (signo
ideológico, situado sócio historicamente e valorado pelos sujeitos no tempo e no espaço).
Assumindo a ideia de palavra no sentido de signo, Freire (1987, p. 10, grifo do autor),
compreende que “a palavra como comportamento humano, significante do mundo, não designa
apenas as coisas, transforma-
as. Não é só pensamento, é ‘práxis’. Assim considerada,
a
semântica é existência e a palavra viva plenifica-
se no trabalho”. Em outras palavras, “a palavra
viva é diálogo existencial. Expressa e elabora o mundo, em comunicação e colaboração. O
diálogo autêntico
–
reconhecimento do outro e reconhecimento de si, no outro
–
é decisão e
compromisso de colaborar na construção do mundo comum” (FREIRE, 1987, p. 28).
Nessa concepção de palavra viva, Volóchinov (2017, p. 106) atesta que
O importante não é tanto a natureza sígnica das palavras, mas a sua
onipresença social. Pois a palavra participa literalmente de toda interação e de
image/svg+xml
As contribuições da educomunicação para a formação de sujeitos críticos: Um diálogo entre os pressupostos teóricos de Paulo Freire e do
círculo de Mikhail Bakhtin
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1829
todo contato entre as pessoas: da colaboração no trabalho, da comunicação
ideológica, dos contatos eventuais cotidianos, das relações políticas etc. Na
palavra se realizam os inúmeros fios ideológicos que penetram todas as áreas
da comunicação social. É bastante óbvio que a palavra será o indicador mais
sensível das mudanças sociais, sendo que isso ocorre lá onde essas mudanças
ainda estão se formando, onde elas ainda não se construíram em sistemas
ideológicos organizados. [...] A palavra é capaz de fixar todas as fases
transitórias das mudanças sociais, por mais delicadas e passageiras que elas
sejam.
Ao considerarem que a palavra não se reduz a mera nomenclatura, Freire e o Círculo de
Bakhtin emprestam contribuições para uma reflexão acerca do trabalho com produções
midiáticas em contexto escolar, uma vez que apontam para o potencial transformador das
interações sociais. É na e pela linguagem que os sujeitos se constituem, que os sentidos são
produzidos e as interações são construídas.
Para Volóchinov (2017, p. 205, destaque do autor),
A importância da orientação da palavra para o interlocutor é extremamente
grande. Em sua essência, a palavra é um ato bilateral. Ela é determinada tanto
por aquele de quem ela procede quanto por aquele para quem se dirige.
Enquanto palavra, ela é justamente o produto das interrelações do falante com
o ouvinte. Toda palavra serve de expressão ao "um" em relação ao "outro".
Na palavra, eu dou forma a mim mesmo do ponto de vista do outro e, por fim,
da perspectiva da minha coletividade. A palavra é uma ponte que liga o eu ao
outro. Ela apoia uma das extremidades em mim e a outra no interlocutor. A
palavra é o território comum entre o falante e o interlocutor.
Ao considerar a relação entre
o “eu” e o “outro”, tanto Freire quanto o Círculo de Bakhtin
apontam para a dimensão dialógica do processo de comunicação, permitindo compreender as
produções midiáticas como enunciados. Essa concepção fundamenta as propostas
educomunicativas, possibilitando uma análise dos contextos de produção, de circulação, de
recepção, a problematização das escolhas e dos efeitos de sentidos dos recursos linguísticos e
semióticos, bem como uma discussão da vinculação dos enunciados às ideologias que situam
posições axiológicas. Assim, no contexto da Educomunicação, é relevante que as propostas de
leitura das produções midiáticas sejam propulsoras de transformações, sejam elas manifestadas
pela ampliação de saberes culturais, sejam elas manifestadas pela mudança de comportamento
ou de pontos de vista. Na E
ducomunicação, “
[...] é importante dispensar o olhar especioso
acerca das mudanças tecnológicas e suas implicações sociais e culturais; entretanto, é
necessário fazê-lo em abertura crítico-
reflexiva” (CITELLI
; SOARES; LOPES, 2019, p. 20).
A Educomunicação pode contribuir para uma formação de sujeitos sociais, uma vez que
assume como objetivos precípuos: (1) promover o acesso democrático à produção e à difusão
de informação; (2) facilitar a percepção crítica da maneira como o mundo é editado nos meios;
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA e Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1830
(3) facilitar o ensino/aprendizado por meio do uso criativo dos meios de comunicação; (4)
promover a expressão comunicativa dos membros da comunidade educativa; (5) compartilhar,
trocar e formar entendimento entre as pessoas, em relação ao planejamento, à implementação e
à avaliação de processos, programas e produtos destinados a criar e a fortalecer ecossistemas
comunicativos em espaços educativos presenciais ou virtuais, ou outros espaços sociais
(SOARES, 2002).
Nesse sentido, a concepção de palavra se amplia para o contexto do processo de
enunciação (contexto de produção e de recepção dos discursos), abarcando dimensões
linguísticas, semióticas, ideológicas e culturais, o que imputa uma necessária articulação com
o conceito de enunciado, que se organiza em forma de cadeia, articulando-se com enunciados
anteriores, suscitando outros e favorecendo processos de produção de sentidos que consideram
a dimensão socio-ideológica das produções midiáticas.
Segundo Arruda (2013, p. 238, destaque do autor),
[...] a escola é espaço para se compreender a transformação advinda das
tecnologias digitais. A escola é lugar da crítica, do posicionamento, da busca
pela compreensão dos significados e significantes destas tecnologias. É onde
se busca compreender os discursos, as estratégias de produção, as maneiras
como as tecnologias são apreendidas e como seus discursos são incorporados
(ou não) pelas nossas ações. Ou seja, espera-se que a escola forme, de maneira
sistematizada, “nas e para as mídias”, uma vez que elas são as atuais
portadoras dos conteúdos apreendidos pelas pessoas.
Diante do exposto, é válido destacar que a escola não é mais o único espaço em que
crianças e jovens aprendem sobre o mundo, interagem e produzem conhecimento. E essa
realidade torna-se ainda mais evidente atualmente, em que o acesso às Novas Tecnologias da
Informação e Comunicação (NTIC) tem sido ampliado, proporcionando experiências lúdicas e
de aprendizagem mais atrativas que o método formal de ensino adotado pelas escolas. E, nesse
contexto, o estudante tem a possibilidade de, além de participar da atividade de recepção de
conteúdos diversos, exercitar a autoria, uma vez que pode estabelecer espaços próprios de
comunicação e, a partir deles, interagir com outros jovens e adultos.
Freire (1996) compreende a educação como uma atividade que depende do ato
comunicativo para a construção do conhecimento. O ato comunicativo não pode ser separado
da situação específica ou do contexto cultural mais amplo que o circunda, daí a importância de
valorizar os conhecimentos prévios dos agentes humanos e trazer para o debate assuntos que
façam sentido aos a
gentes interdiscursivos. A educação como prática da liberdade “não inicia
quando educador-
educando estão em ‘situação pedagógica’, mas quando o educador se
image/svg+xml
As contribuições da educomunicação para a formação de sujeitos críticos: Um diálogo entre os pressupostos teóricos de Paulo Freire e do
círculo de Mikhail Bakhtin
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1831
questiona sobre o ‘conteúdo do diálogo’ e dos ‘conteúdos programáticos da educação’”
(FREIRE, 1996, p. 116, grifo do autor).
Assim, na prática viva da língua, a consciência linguística do locutor e do
receptor nada tem a ver com um sistema abstrato de formas normativas, mas
apenas com a linguagem no sentido de conjunto dos contextos possíveis de
uso de cada forma particular [...] (FREIRE, 1996, p. 96)
Ou seja, o diálogo se estabelece graças aos enunciados concretos que se ouvem ou se
reproduzem na comunicação efetiva com as pessoas envolvidas nas interações. Nessa
perspectiva, Beth Brait (2013) destaca que um enunciado sempre é modulado pelo falante para
o contexto social, histórico, cultural e ideológico, pois do contrário, esse enunciado não será
compreendido.
Miotello (2020) complementa que, por meio do diálogo, as palavras nos constituem, nos
alteram, logo, elas são uma relação de alteridade. E, ao nos alterar, vão nos constituindo e não
nos completando, mas nos fazendo diferentes. Isso porque o diálogo não se limita na relação
eu-
tu, “[...] é este encontro dos homens, mediatizados pelo mundo” (FREIRE, 1987, p. 45) que
usamos para pronunciá-lo.
Nessa direção, é relevante que a escola desenvolva estratégias metodológicas para uma
análise “do dizer” proposto pelos produtores de textos midiáticos, de modo a propiciar espaços
para uma formação crítica por parte dos alunos, seja na dimensão dos modos de organização
dessas produções, seja na dimensão dos discursos que são veiculados ou ainda na dimensão das
potencialidades de transformação social emanadas dos processos de interação suscitados pelas
atividades didáticas.
Como forma de contribuir com o desenvolvimento dessas estratégias, no Quadro 1 são
apresentadas possibilidades de exploração das produções midiáticas no âmbito das dimensões
composicional, discursiva e social.
Quadro 1
–
Possibilidades de exploração das produções midiáticas
Dimensões
Possibilidades de análise
Dimensão
composicional
Como a produção encontra-se organizada em termos de configuração:
a)
partes constituintes;
b)
tipos de recursos (linguísticos e semióticos).
Dimensão
discursiva
Como a produção explora a dimensão discursiva:
a)
exploração do projeto de dizer (propósito comunicativo da
produção);
b)
exploração do tempo e do espaço;
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA e Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1832
Dimensões
Possibilidades de análise
c)
presença de modalidades de linguagens (oral, escrita, sonora e
imagética);
d)
exploração dos efeitos de sentidos suscitados pelas escolhas e
pelas combinações de recursos linguísticos e semióticos;
e)
exploração dos modos de representação (cortes e edições,
enquadramentos, sons, movimentos, ângulos, tempo de exibição,
se for o caso).
Dimensão social
Como a produção insere-se no contexto social:
a)
exploração do conteúdo temático;
b)
análise das condições de recepção por parte dos interlocutores e
dos alunos que interagem com a produção;
c)
modos de representação dos contextos retratados;
d)
posições axiológicas sugestionadas.
Fonte: Elaborado pelos autores
Uma análise das diversas questões que compõem o processo de produção, de circulação
e de recepção dos meios midiáticos pode permitir a instauração de situações educativas, com
intencionalidade pedagógica pautada na reflexão crítica acerca dos modos de configuração e de
funcionamento social das mídias. Isso é confirmado por Mercado (2002, p. 27), quando enuncia
que:
A escola, como agência de socialização, de inserção das novas gerações nos
valores do grupo social, tem o compromisso de propiciar ao aluno o
desenvolvimento de habilidades e competências, como: domínio da leitura,
que implica compreensão da escrita; capacidade de comunicar-se; domínio
das novas tecnologias da informação e de produção; habilidade de trabalhar
em grupo; competência para identificar e resolver problemas; leitura crítica
dos meios de comunicação de massa; capacidade de criticar a mudança social.
Assim, a articulação entre educação e comunicação possibilita uma análise das
especificidades peculiares de cada campo. Considerar os pressupostos epistemológicos,
metodológicos e axiológicos que constituem a ação educativa pode possibilitar uma pedagogia
menos intuitiva. Considerar os princípios e valores da comunicação pode contribuir para a
compreensão das mídias e das tecnologias como espaços de produção de sentidos e como
mediadoras de interações. Soares (2002, p. 20) afirma que o sentido é “que provoca a
aprendizagem, não a tecnologia”.
image/svg+xml
As contribuições da educomunicação para a formação de sujeitos críticos: Um diálogo entre os pressupostos teóricos de Paulo Freire e do
círculo de Mikhail Bakhtin
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1833
Considerações finais
Este artigo se propôs a refletir acerca das contribuições dos pressupostos teóricos
defendidos por Paulo Freire e pelo Círculo de Bakhtin para o campo da Educomunicação. Essa
reflexão foi motivada pela necessidade de se problematizar o contexto social contemporâneo,
marcado pela disseminação das tecnologias e pela ressignificação dos processos de
comunicação, o que tem demandado das instituições escolares novos modos de organização
pedagógica e de instauração de interações entre os sujeitos.
Diante do exposto, ao assumir um posicionamento epistemológico de que a articulação
entre comunicação e educação deve estar pautada na dialogicidade entre sujeitos e visar às
transformações sociais, este estudo considerou que os pressupostos teóricos do Círculo de
Bakhtin e de Paulo Freire assumem relevância para a discussão aqui proposta, uma vez que
permitem uma abordagem que considere as dimensões dos usos da linguagem nos contextos
midiáticos e da pedagogia libertadora. Na perspectiva da dialogicidade, é relevante considerar
que os sujeitos se constituem na e pela linguagem, em interação com outros interlocutores, de
modo responsivo-ativo. Na perspectiva da educação, é importante considerar a ação pedagógica
como um ato político, de construção do conhecimento e de criação de outra sociedade: mais
ética, mais justa, mais humana e mais solidária.
Nessa direção, a Educomunicação se preocupa com os processos formativos e
transformadores, tendo a comunicação como um eixo transversal das práticas humanas; da
inseparabilidade do processo de construção do conhecimento, como sendo um processo
comunicativo. A concepção epistemológica se fundamenta no processo dialógico que se
estabelece por meio da linguagem entre os agentes interdiscursivos. Assim, Paulo Freire (1983,
1987, 1996, 2002) e Bakhtin (2011) e Volóchinov (2017) trazem contribuições para a
construção de aportes teóricos imbricados na educação e na comunicação.
Destaca-se que Paulo Freire, em várias obras, traz contribuições primordiais que
interligam o processo de comunicar (interação) ao processo de educação, pois concebe que o
comunicar constró
i o saber por meio de “sujeitos interlocutores que buscam a construção dos
significados”
(FREIRE, 1983, p. 69). O autor destaca que a comunicação só se efetiva quando
“[...] a expressão verbal de um dos sujeitos tem que ser percebida dentro de um quadro
significativo comum ao outro sujeito” (FREIRE, 1983, p. 45). Além disso, o autor reconhece o
potencial transformador da educação, pois a partir dela, os agentes sociais podem aprender a se
respeitar, praticar a alteridade e se valerem da práxis para reflexão e ação no/pelo/sobre/com o
mundo para transformá-lo. Assim, a partir de uma prática reflexiva sobre os modos de produção
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA e Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1834
e de recepção dos meios de comunicação, é possível ampliar a formação de habilidades
necessárias a uma consciência crítica. Problematizar os discursos e os silenciamentos das
produções midiáticas pode favorecer uma educação dialógica e emancipatória.
Abordando as contribuições do Círculo de Bakhtin, mereceu destaque na discussão aqui
empreendida a concepção de linguagem como um constante processo de interação mediado
pelo diálogo
–
e não apenas como um sistema autônomo, abstrato. Nesse contexto, os usos da
linguagem se efetivam de modo ininterrupto, realizados por meio da interação verbal, social e
entre interlocutores, não sendo um sistema estável de formas normativamente idênticas. Assim,
os sujeitos são vistos como agentes sociais, pois é por meio de diálogos entre os interlocutores
que ocorrem as trocas de experiências e conhecimentos. A enunciação e a concepção dialógica
da linguagem reforçam a presença do Outro (alteridade) na concepção dos sentidos no discurso,
estando o locutor e interlocutor presentes no processo de construção de sentidos.
Por fim, a partir da reflexão aqui proposta, podemos destacar que os princípios basilares
da Educomunicação não se sustentam na mera junção entre as áreas da comunicação e da
educação, mas na sistematização de um referencial epistemológico que explicite a constituição
da Educomunicação como um campo de conhecimento autônomo. Esse campo apresenta
estatuto político-transformador e dialógico-discursivo que permite problematizar as interações
entre sujeitos mediadas pelas mídias e pelas tecnologias, abarcando escolhas linguístico-
semióticas, sinalizações para a (re)construção de sentidos, bem como as intencionalidades
discursivas e seus efeitos para a organização da sociedade. Nessa perspectiva, a
Educomunicação permite a instauração de interações que possibilitam a formação de sujeitos
críticos, na dimensão do empoderamento, da autonomia e do posicionamento responsivo,
culminando em possibilidades efetivas de transformação social e de reconhecimento das
singularidades constitutivas de cada sujeito, cada aprendiz, assim como das diferenças que
constituem os campos da educação e da linguagem.
image/svg+xml
As contribuições da educomunicação para a formação de sujeitos críticos: Um diálogo entre os pressupostos teóricos de Paulo Freire e do
círculo de Mikhail Bakhtin
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1835
REFERÊNCIAS
ARRUDA, E. P. Ensino e aprendizagem na sociedade do entretenimento: Desafios para a
formação docente.
Educação,
v. 36, n. 2, p. 232-239, maio/ago. 2013. Disponível em:
https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/faced/article/view/12036. Acesso em: 08 dez.
2021.
BAKHTIN, M.
Estética da criação verbal
. 6. ed. Tradução: Paulo Bezerra. São Paulo:
Martins Fontes, 2011.
BRAIT, B.
Bakhtin, dialogismo e construção do sentido
.
2. ed. Campinas: Editora da
Unicamp, 2013.
BRASIL.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
. Brasília, DF: MEC, 2018.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_site.pdf. Acesso
em: 27 maio 2021.
CITELLI, A. O.; COSTA, M. C. C. Apresentação.
In
: CITELLI, A. O.; COSTA, M. C. C.
(org.).
Educomunicação
: Construindo uma nova área de conhecimento. São Paulo: Paulinas,
2011.
CITELLI, A.; SOARES, I. O.; LOPES, M. Immacolata Vassallo de. Educomunicação:
Referências para uma construção metodológica.
Comunicação & Educação,
v. 24, n. 2, p.
12-25, 30 dez. 2019. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/165330/159511. Acesso em: 15 mar.
2021.
FREIRE, P.
Extensão ou Comunicação?
7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
FREIRE, P.; GUIMARÃES, S.
Sobre Educação
: Diálogos. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1984. v. 2.
FREIRE, P.
Pedagogia do Oprimido
. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, P.
Pedagogia da autonomia
: Saberes Necessários à Prática educativa. 30. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, P.
Educação como prática de liberdade
. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
FOUCAULT, M.
Nascimento da biopolítica
.
São Paulo: Martins Fontes, 2008.
GADOTTI, M. Saber aprender: Um olhar sobre Paulo Freire e as perspectivas atuais da
educação.
Produção de terceiros sobre Paulo Freire
, Série Artigos, 2000. Disponível em:
http://www.acervo.paulofreire.org:8080/jspui/bitstream/7891/2999/1/FPF_PTPF_01_0366.pd
f. Acesso em: 11 dez. 2021.
HABERMAS, J.
Teoria do Agir Comunicativo
: Racionalidade da Ação e Racionalização
Social. Tradução: Paulo Astor Soethe. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012.
KAPLÚN, M.
El Comunicador Popular
. Quito: Ciespal, 1985.
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA e Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1836
MERCADO, L. P. L. (org.).
Novas tecnologias na educação
: reflexões sobre a prática.
Maceió: EDUFAL, 2002.
MARQUES, F. P. J. A. Debates Políticos na internet: A perspectiva da conversação civil.
OPINIÃO PÚBLICA
, Campinas, v. 12, n. 1, p. 164-187, abr./maio 2006. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/op/a/rSyVrhtppnpwTcs5Ck6Czbv/abstract/?lang=pt. Acesso em: 27
dez. 2021.
MARTÍN-BARBERO, J. M. Heredando el Futuro
.
Pensar la Educación desde la
Comunicación
, n. 5, p. 10-22, sept. 1996.
MARTÍN-BARBERO, J. M. Retos culturales de la comunicación a la educación: Elementos
para una reflexión que está por comenzar.
Revista Reflexiones Académicas,
Santiago, n. 12,
p. 45-57, 2000. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=3990512.
Acesso em: 20 dez. 2021.
MIOTELLO, V.
Profa. Fátima recebe Miotello, um grande linguista brasileiro
.
S.l.
:
Hélcia Macedo Academy, 2020. 1 vídeo (247 min). Disponível em: https://youtu.be/mikT--
_A--w?list=PLrGeUYiDeLL59lstewHa_MP6OptC3Ijyv. Acesso em: 02 jun. 2021.
MORIN, E.; CIURANA, E. R.; MOTTA, R. D.
Educar na era planetária
: O Pensamento
complexo como método de aprendizagem pelo erro e incerteza humana. Tradução: Sandra
Trabucco Valenzuela. São Paulo: Cortez, 2003.
RABELO, D. Abordagens complexas: Algumas premissas educacionais no Cepae.
Revista
Polyphonía,
v. 19, n. 2, p. 151-163, 2008. Disponível em:
https://repositorio.bc.ufg.br/handle/ri/17988. Acesso em: 11 jan. 2021.
SILVA, L. M. A Teoria da Ação Comunicativa no ensino de comunicação.
Revista Tempo
Brasileiro
, Rio de Janeiro, p. 173-190, jul./set. 1999.
SILVA, M. P.; AGUIAR, P. A.; JURADO, R. G. As tecnologias digitais da informação e
comunicação como polinizadoras dos projetos criativos ecoformadores na perspectiva da
educação ambiental.
Revista Polyphonía,
v. 31, n. 1, p. 182-204, 2020. Disponível em:
https://revistas.ufg.br/sv/article/view/66957. Acesso em: 13 jan. 2021.
SOARES, I. O.
Educomunicação
: Um campo de mediações.
Comunicação & Educação
,
São Paulo, n. 19, p. 12- 24, set/dez. 2000. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/36934. Acesso em: 12 ago. 2021.
SOARES. I. O. Metodologias da Educação para Comunicação e Gestão Comunicativa no
Brasil e na América Latina.
In
: BACCEGA, M. A. (org.).
Gestão de Processos
Comunicacionais
.
São Paulo: Atlas, 2002.
SOARES. I. O. A Educomunicação e suas áreas de intervenção.
Educom.TV
, tópico 1,
ECA/USP, 2002. Disponível mediante senha em: http://www.educomtv.see.inf.br/. Acesso
em: 14 set. 2003.
image/svg+xml
As contribuições da educomunicação para a formação de sujeitos críticos: Um diálogo entre os pressupostos teóricos de Paulo Freire e do
círculo de Mikhail Bakhtin
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1837
SOARES. I. O.
Educomunicação
: O conceito, o profissional, a aplicação. São Paulo:
Paulinas, 2011.
SZUNDY, P. T. C. Educação como ato responsável: A formação de professores de linguagens
à luz da filosofia da linguagem do círculo de Bakhtin.
Trabalhos em Linguística Aplicada
,
Campinas, v. 53, n. 1, p. 13-32, 2014. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/tla/a/xdSSh3qFDMRbNpLRm5W4xjh/?format=pdf&lang=pt. Acesso
em: 20 fev. 2022.
VOLÓCHINOV, V.
Marxismo e filosofia da linguagem
: Problemas fundamentais do
método sociológico na ciência da linguagem. Círculo de Bakhtin. Tradução: Sheila Grillo e
Ekaterina V. Américo. São Paulo: Editora 34, 2017.
XAVIER, M. M.; ALMEIDA, M. F.; NASCIMENTO, R. N. A. A educomunicação e a
perspectiva dialógica da linguagem: Por uma educação midiática e uma mídia educativa.
In
.:
PAIVA, R. S.; QUEIROZ, R. (org.).
O texto multifacetado
: Diálogos em língua e literatura.
Campina Grande: Bagagem, 2015.
XAVIER, M. M.
Educomunicação em perspectiva dialógico-discursiva
: Leituras do
jornalismo político no Ensino Médio. 2018. Tese (Doutorado em Linguística)
–
Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/13775. Acesso em: 19 dez. 2021.
Como referenciar este artigo
SILVA, M. P.; FERREIRA, H. M.; BONIN, J. C. As contribuições da educomunicação para a
formação de sujeitos críticos: Um diálogo entre os pressupostos teóricos de Paulo Freire e do
círculo de Mikhail Bakhtin.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara,
v. 17, n. 3, p. 1819-1837, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
Submetido em
:
24/03/2022
Revisões requeridas em
: 19/05/2022
Aprovado em
: 27/06/2022
Publicado em
: 01/07/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xml
Los aportes de la educomunicación a la educación de sujetos críticos: Un diálogo entre los supuestos teóricos de Paulo Freire y el circulo
de Mikhail Bakhtin
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1827
LOS APORTES DE LA EDUCOMUNICACIÓN A LA EDUCACIÓN DE SUJETOS
CRÍTICOS: UN DIÁLOGO ENTRE LOS SUPUESTOS TEÓRICOS DE PAULO
FREIRE Y EL CIRCULO DE MIKHAIL BAKHTIN
AS CONTRIBUIÇÕES DA EDUCOMUNICAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DE SUJEITOS
CRÍTICOS: UM DIÁLOGO ENTRE OS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DE PAULO
FREIRE E DO CÍRCULO DE MIKHAIL BAKHTIN
THE CONTRIBUTIONS OF EDUCOMMUNICATION TO THE EDUCATION OF
CRITICAL SUBJECTS: A DIALOGUE BETWEEN PAULO FREIRE'S THEORETICAL
ASSUMPTIONS AND MIKHAIL BAKHTIN'S CIRCLE
Madalena Pereira da SILVA
1
Helena Maria FERREIRA
2
Joel Cezar BONIN
3
RESUMEN
:
La Educomunicación propone una resignificación de las bases epistemológicas y
metodológicas del sitio de las medias en el contexto escolar, así como una discusión axiológica
del papel del profesor en ese nuevo contexto histórico multimediático. Para evidenciar las
contribuciones de la Educomunicación en la formación de sujetos críticos, el artigo suscita un
diálogo entre dos vertientes fundamentales a la comprensión de la Educomunicación: - Freire
y Bakhtin (y su Círculo). La metodología se caracteriza por una investigación teórica, de
naturaleza cualitativa y abordaje epistemológica de carácter interpretativo, que busca por
aproximaciones entre las teorías y presenta posicionamientos acerca de dos cuestiones basales:
la noción de sujeto y de la palabra ideológica. En las discusiones, se percibe que los
presupuestos teóricos permiten un abordaje que considera las dimensiones del uso del lenguaje
en contextos mediáticos que se vuelven a una pedagogía libertadora. Como cierre, se apunta la
idea de que dialógicamente los sujetos se constituyen en/por el lenguaje, pues él ampara una
educación crítica y emancipatoria.
PALABRAS CLAVE
:
Educomunicación. Freire. Bakhtin. Formación. Sujetos críticos.
1
Universidad Alto Vale Do Rio do Peixe (UNIARP), Caçador – SC – Brasil. Docente en el Programa de Maestría
en Educación Básica y Docente en el Programa de Maestría en Educación (PPGE/UNIPLAC). Doctorado en
Ingeniería y Gestión del Conocimiento (UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8886-2822. E-mail:
prof.madalena@uniplaclages.edu.br
2
Universidad Federal de Lavras (UFLA), Lavras – MG – Brasil. Docente en el Programa de Posgrado en
Educación y en el Programa de Posgrado en Letras. Doctorado en Lingüística Aplicada y Estudios del Lenguaje
(PUC/SP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8749-5426. E-mail: helenaferreira@ufla.br
3
Universidad Alto Vale Do Rio do Peixe (UNIARP), Caçador – SC – Brasil. Docente en el Programa de Maestría
en Educación Básica. Doctorado en Filosofía (PUC/PR). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0437-7609. E-mail:
joel@uniarp.edu.br
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA
y
Joel Cezar BONIN
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1828
RESUMO
: A Educomunicação tem favorecido uma ressignificação das bases epistemológicas
e metodológicas do lugar das mídias no contexto escolar, bem como uma discussão axiológica
do papel do professor nesse novo contexto histórico multimidiático. Para evidenciar as
contribuições da Educomunicação na formação de sujeitos críticos, o artigo suscita um diálogo
entre duas vertentes fundamentais à compreensão da Educomunicação: Freire e Bakhtin (e seu
Círculo). A metodologia caracteriza-se por uma investigação teórica, de natureza qualitativa
e de abordagem epistemológica de cunho interpretativo, que busca aproximações entre as
teorias e apresenta posicionamentos acerca de duas questões fulcrais: a noção de sujeito e da
palavra ideológica. Nas discussões, viu-se que os pressupostos teóricos permitem uma
abordagem que considera as dimensões do uso da linguagem em contextos midiáticos com
vistas a uma pedagogia libertadora. Como fechamento, aponta-se para a ideia de que
dialogicamente os sujeitos se constituem na/pela linguagem, pois ela favorece uma educação
crítica e emancipatória.
PALAVRAS-CHAVE
: Educomunicação. Freire. Bakhtin. Formação. Sujeitos críticos.
ABSTRACT
: Educommunication has favored a re-signification of the epistemological and
methodological bases of the media's place in the school context, as well as an axiological
discussion of the teacher's role in this new multimedia historical context. To highlight the
contributions of Educommunication in the formation of critical subjects, the article raises a
dialogue between two fundamental aspects to the understanding of Educommunication: - Freire
and Bakhtin (and their Circle). The methodology is characterized by a theoretical investigation,
qualitative nature and an epistemological approach of an interpretive nature, which seeks
approximations between theories and presents positions on two key issues: the notion of subject
and the ideological word. In the discussions, it was seen that the theoretical assumptions allow
an approach that considers the dimensions of the use of language in media contexts with a view
to a liberating pedagogy. As a conclusion, we point to the idea that subjects are constituted
dialogically in/by language, as it favors a critical and emancipatory education.
KEYWORDS
: Educommunication. Freire. Bakhtin. Formation. Critical subjects.
Introducción
Comunicar es una aptitud, una capacidad. Pero es sobre todo una actitud.
Suponemos en disposición de comunicar, cultivar en nosotros la voluntad de
entrar en comunicación con nuestros interlocutores. Nuestro destinatário
tiene sus intereses, sus preocupaciones, sus necesidades, sus expectativas.
Está esperando que le hablemos de las cosas que le interesan a él, no de las
que nos interesan a nosotros. Y sólo si partimos de sus intereses, de sus
percepciones, será posible entablar el diálogo con él. Tan importante como
preguntarnos qué queremos nosotros decir, es preguntarnos qué esperan
nuestros destinatários escuchar. Y, a partir de ahí, buscar el punto de
convergencia, de encuentro. La verdadera comunicación no comienza
hablando sino escuchando. La principal condición del buen comunicador es
saber escuchar (KAPLÚN, 1985, p. 115).
image/svg+xml
Los aportes de la educomunicación a la educación de sujetos críticos: Un diálogo entre los supuestos teóricos de Paulo Freire y el circulo
de Mikhail Bakhtin
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1829
Con la democratización del acceso a las tecnologías de la información y la
comunicación, las interacciones sociales se han redimensionado, ya sea por la dinamización de
tiempos y espacios, o por la multiplicidad semiótica y cultural que constituyen los procesos de
comunicación. En este contexto, se demandan nuevas reflexiones sobre las formas en que los
medios de comunicación pueden insertarse en el currículo escolar como práctica formativa.
Pensar en la interrelación entre las producciones mediáticas y los procesos de enseñanza y
aprendizaje implica, entre otras estrategias, articular el conocimiento producido por el área de
Educación y Comunicación.
En esta perspectiva, educomunicação se ha constituido como un área de conocimiento
notablemente fructífera, utilizando los medios de comunicación de la esfera mediática como
soportes educativos no solo como recursos de acceso a la información, sino, sobre todo, como
posibilidades para la problematización de discursos que circulan socialmente, para una
formación crítico-reflexiva, para una acción ciudadana más efectiva y para la promoción de
prácticas lingüísticas que permitan un posicionamiento más activo y receptivo, ya sea a través
de un medio de comunicación que educa, o por una educación que informa.
Las discusiones emprendidas por el campo de la Educomunicación han favorecido una
resignificación de las bases epistemológicas y metodológicas del lugar de los medios de
comunicación en el contexto escolar, así como una discusión axiológica sobre el papel del
docente en este contexto histórico multimedia. Estas cuestiones son relevantes porque apoyan
el desarrollo de enfoques didácticos teóricamente sostenidos, "con el fin de superar el carácter
técnico y de consumo, pero reconociendo estas tecnologías como portadoras de discursos y
prácticas culturales" (ARRUDA, 2013, p. 238).
En este sentido, la Base Curricular Común Nacional (BNCC, 2018, p. 61), uno de los
documentos parametrizadores de la educación brasileña, señala que
[...] es importante que la institución escolar conserve su compromiso de
estimular la reflexión y el análisis en profundidad y contribuir al desarrollo en
el estudiante, desde una actitud crítica hacia los contenidos y la multiplicidad
de medios y ofertas digitales. Sin embargo, también es fundamental que la
escuela entienda e incorpore más nuevos lenguajes y sus modos de
funcionamiento, desvelando posibilidades de comunicación (y también de
manipulación), y que eduque para usos más democráticos de las tecnologías y
para una participación más consciente en la cultura digital. Al aprovechar el
potencial de comunicación del universo digital, la escuela puede instituir
nuevas formas de promover el aprendizaje, la interacción y el intercambio de
significados entre profesores y estudiantes.
Así, las prácticas educativas que contemplan la comunicación del universo digital, como
propone el citado extracto, requieren de una formación docente basada en supuestos teóricos y
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA
y
Joel Cezar BONIN
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1830
metodológicos basados en una concepción del lenguaje como proceso dialógico-discursivo y
en una concepción de la educación como posibilidad de transformación social. Pensar en la
comunicación, la contemporaneidad, implica pensar los usos sociales del lenguaje, los procesos
de producción, circulación y recepción de discursos, las redes de significados históricamente
situados, la enunciación como un acto responsable y receptivo, la (des)construcción de puntos
de vista como acción básica para el proceso de producción de significados, así como concebir
la educación como un espacio de formación para el ejercicio de la ciudadanía.
Así, aun reconociendo la multiplicidad de direcciones que llama la articulación entre
comunicación y educación, este artículo delimita su propuesta de discusión en los aportes de
los supuestos teóricos defendidos por Paulo Freire (1983, 1987, 1996, 2002) y el Círculo Bajtín
(BAKHTIN, 2011; VOLÓCHINOV, 2017) para una reflexión sobre el campo de la
Educomunicación. La selección de estos teóricos como aportes bibliográficos para la reflexión
aquí propuesta se basa en la perspectiva de la educación liberadora de Paulo Freire y en la
concepción de la comunicación como un proceso discursivo-dialógico, defendida por el Círculo
Bajtín. Esta articulación está respaldada por una investigación realizada por Xavier (2018), que
destaca las contribuciones de tales teóricos a la fundación epistemológica de los estudios en el
campo de la Educomunicación, ya sea en relación con la concepción de la educación (pedagogía
liberadora), o en relación con las concepciones del lenguaje y el sujeto, que engendran formas
de ser y ser en el mundo.
Para Xavier, Almeida y Nascimento (2015, p. 86-87):
Educomunicação, un área de conocimiento que establece el diálogo entre
Educación y Comunicación, enfatiza la productividad del uso de los medios
de comunicación como soportes educativos. El énfasis está en la preocupación
por desarrollar en el estudiante la capacidad de posicionarse críticamente ante
su realidad social. Llevar al espacio escolar el uso de los recursos mediáticos
se justifica por la necesidad de reflexionar sobre la Educación y la
Comunicación, ya que tanto las instancias alfabetizadas, la escuela y los
medios de comunicación, buscan informar al individuo desde la perspectiva
de la formación, la construcción identitaria de un sujeto que piensa y actúa
activamente en su sociedad. Esta práctica refuerza la función pedagógica
emitida por la producción de contenidos informativos en textos mediáticos y
estimula la formación de un sujeto crítico-reflexivo, objetivo principal de la
Educación.
Asumiendo que el papel de la escuela es formar para la ciudadanía, toda acción
educativa debe articularse a la vida cotidiana, constituyendo un proceso esencialmente humano
e histórico y, por lo tanto, inconcluso. Así, articular la educación y la comunicación representa
una posibilidad de utilizar las producciones mediáticas, tanto para profundizar el conocimiento
image/svg+xml
Los aportes de la educomunicación a la educación de sujetos críticos: Un diálogo entre los supuestos teóricos de Paulo Freire y el circulo
de Mikhail Bakhtin
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1831
como para desarrollar estrategias para la transformación de la vida social, favoreciendo una
acción discursiva de los sujetos en la sociedad y en la historia, como instrumento de
"construcción" y "aprehensión" del mundo.
En esta dirección, este artículo se caracteriza por una investigación teórica, de carácter
cualitativo, más específicamente, por un enfoque epistemológico de carácter interpretativo,
buscando aproximaciones entre teorías y presentando posiciones sobre dos temas: la noción de
sujeto y la noción de la palabra ideológico, que constituyen la base para la articulación entre
comunicación y educación. Por lo tanto, no se busca construir una nueva teoría, sino analizar
la complejidad de los conceptos básicos para una comprensión de las interacciones posibilitadas
por los medios de comunicación.
A efectos organizativos, este trabajo presenta una reflexión sobre los supuestos teóricos
y metodológicos de la Educomunicación y las contribuciones de las contribuciones del Círculo
Bajtín y Paulo Freire a un enfoque dialógico-discursivo de los medios de comunicación en el
contexto de la educación, constituida a partir de las siguientes secciones.
Educomunicación: supuestos epistemológicos y metodológicos
Considerando que la escuela puede ser la principal institución capaz de minimizar las
desigualdades y promover transformaciones sociales, las Tecnologías Digitales de la
Información y la Comunicación (TDIC) pueden incorporarse al proceso educativo,
reconociendo críticamente sus repercusiones en la formación o deformación humana debido a
una construcción del propio sujeto emprendedor resultante del neoliberalismo (FOUCAULT,
2008) o en la misión de una educación en un contexto de globalización, basada en el
compromiso colaborativo, que tiene como objetivo "[...] fortalecer las condiciones de
posibilidad del surgimiento de una sociedad-mundo compuesta por ciudadanos protagonistas,
conscientes y críticamente comprometidos con la construcción de una civilización planetaria"
(MORIN; CIURANA; MOTTA, 2003, p. 98).
En el mundo de la sociedad, el conocimiento se construye históricamente por
condiciones culturales, políticas, económicas, antropológicas, entre otras. En este contexto, el
TDIC ha contribuido a difundir la información, ampliar "[...] las relaciones, usos y significados
que los sujetos establezcan con medios tecnológicos, produciendo una red tecnológica
intelectual o informativa [...]" (RABELO, 2008, p. 155). Sin embargo, hay que considerar que
"[...] la tecnología ha contribuido poco a la emancipación de los excluidos si no se asocia con
el ejercicio de la ciudadanía" (GADOTTI, 2000, p. 10).
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA
y
Joel Cezar BONIN
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1832
En esta dirección, vale la pena señalar que, según Freire y Guimarães (1984, p. 83),
[...] es imposible pensar en el problema de los medios sin pensar en la cuestión
del poder. Los medios de comunicación no son ni buenos ni malos en sí
mismos. Usando técnicas, son el resultado del avance de la tecnología, son
expresiones de la creatividad humana, de la ciencia desarrollada por el ser
humano. El problema es pedir el servicio de qué y el servicio de quiénes son
los medios de comunicación. Y este es un tema que tiene que ver con el poder
y es política, entonces.
Cabe señalar que el uso de DIC no se limita solo como recurso educativo, "[...] sino
como recursos mediáticos capaces de ayudar a reconectar conocimientos, colaborar y
proporcionar métodos a otras áreas del conocimiento, para promover la inclusión, la
interactividad, la colaboración y la dialogicidad [...]" (SILVA; AGUIAR; JURADO, 2020, p.
186).
Desde esta perspectiva, se asume que es necesario construir los "ecosistemas
comunicativos" derivados de las interrelaciones de la Educación y la Comunicación (MARTÍN-
BARBERO, 1996). Este concepto fue articulado por el autor, no solo pensando en las
tecnologías y los medios, sino también por la trama de configuración consistente en el conjunto
de lenguajes, representaciones y narrativas presentes en nuestra vida cotidiana de manera
transversal (MARTÍN-BARBERO, 2000).
Para Martín-Barbero (1996, p. 215), es necesario
[...] pensar en el ecosistema comunicativo que constituye el entorno educativo
difuso y descentrado en el que estamos inmersos. Un entorno difuso, porque
está compuesto por una mezcla de lenguajes y conocimientos que circulan a
través de diversos dispositivos mediáticos, pero densos e intrínsecamente
interconectados; y declinado por la relación con los dos centros: escuela y
libro que durante varios siglos han organizado el sistema educativo [...].
Soares (2002) aboga por un ecosistema comunicativo que potencie un entorno de
diálogo equilibrado, en el que todos los agentes sociales se manifiesten libre y respetuosamente
en una dialogicidad en beneficio de los intereses colectivos. Para el autor, el ecosistema
educomunicativo persigue el "[...] ideal de relaciones, construido colectivamente en un espacio
determinado, debido a una decisión estratégica de favorecer el diálogo social, teniendo en
cuenta, incluso, el potencial de los medios de comunicación y sus tecnologías" (SOARES, 2011,
p. 44).
La educomunicación, ya que se apropia de diferentes recursos mediáticos (radio escolar,
radio
web
virtual
, periódico comunitario,
videojuegos, software de aprendizaje en línea,
podcasts, blogs, fotografía
, producción de noticias para su difusión en medios libres, entre
otros), agiliza el diálogo, la participación y la creatividad de los agentes interdiscursivos, en la
educación formal, no formal e informal, en definitiva,
“[...] dentro del ecosistema
image/svg+xml
Los aportes de la educomunicación a la educación de sujetos críticos: Un diálogo entre los supuestos teóricos de Paulo Freire y el circulo
de Mikhail Bakhtin
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1833
comunicativo" (CITELLI; COSTA, 2011, p. 8). Se basa en el enfoque interdisciplinario
(posiblemente transdisciplinario) y mediático, y se compromete a resaltar las demandas y
proponer acciones a favor de las transformaciones sociales.
En este sentido, vale la pena considerar que Educomunicação tiene como gran desafío
"abordar la comunicación de la educación y la educación en comunicación", por lo tanto, es
mucho más que la unión de las dos áreas del conocimiento, aunque el precedente de esta unión,
va más allá de la interrelación entre ambas, dando como resultado un nuevo campo teórico-
práctico de intervención social, colocado por el autor como "camino a la ciudadanía"
(SOARES, 2003).
Para el autor, la intervención de la educación para la comunicación busca reflexionar
sobre el lugar de los medios de comunicación en la sociedad, sus funciones y contradicciones,
y tiene como objetivo comprender los fenómenos de la comunicación a nivel interpersonal,
grupal, organizacional y masivo. Esta área es "[...] constituidas por reflexiones en torno a la
relación entre los polos vivos del proceso de comunicación, así como, en el ámbito pedagógico,
por los programas de formación de receptores autónomos y críticos ante los medios de
comunicación" (SOARES, 2011, p. 26).
Dado lo anterior de Soares (2011), es muy necesario presentar otro teórico (aunque no
sea el principal en nuestra discusión), que pueda considerarse uno de los pioneros en el debate
sobre la acción comunicativa. Este concepto no es tan nuevo como parece, porque en la década
de 1980 el pensador alemán Jürgen Habermas fue uno de los grandes debatientes sobre el
problema de las relaciones comunicativas. Según Habermas (2012)
4
, las relaciones sociales
estarían delineadas por un acto instrumental, según el cual los seres humanos actuarían sólo
marcados por cálculos de ganancia y pérdida, ventajas y desventajas. Esta instrumentalización
en la actuación habría socavado el mundo cotidiano y reducido todo a acciones carentes de
valor o significado. En este caso, Habermas (2012) propone una acción comunicativa capaz de
reconectar el mundo de la vida cotidiana con proposiciones y significados más amplios, en la
que los seres humanos serían capaces de reconocer éticamente el valor de sí mismos y de los
demás, desde una perspectiva intersubjetiva. Luiz Martins da Silva (1999, p. 182) explica esto
muy claramente cuando dice que:
[...] una teoría de la acción comunicativa puede encontrar en una práctica
comunicativa -incluyendo la comunicación de masas y en un contexto de
cultura de masas- interacciones dialógicas y autónomas y, por lo tanto,
constructivas y emancipadoras [...].
4 Vale la pena señalar que el texto original fue publicado en 1981 (
Theorie des Kommunikativen Handels
, vol. 1).
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA
y
Joel Cezar BONIN
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1834
Exactamente por esta misma parte, es necesario entender que, como freire (1984, p. 182)
ya nos ha dicho:
[...] por sí mismos, los medios de comunicación -como cualquier otro
dispositivo técnico- no son ni buenos ni malos, pero el uso que se hace de ellos
es que pueden estar al servicio de la colonización del mundo de la vida por el
mundo sistémico (del poder y el dinero) o, por el contrario, a favor de
promover el mundo de la vida, en el que depende de interacciones libres de
acciones estratégicas, los que privilegian, sobre todo, el éxito instrumental de
un sujeto sobre el otro [...].
Así, cuando Silva señala el tema de la posible "neutralidad mediática", esto involucraría
fuertemente al mundo virtual o tecnológico con el que compartimos la vida, además de las
acciones interpersonales dadas en persona. Así, Internet representaría una gran
ágora
virtual,
donde la
isegoria
se manifestaría plenamente, sin etiquetas ni instrumentalizaciones. Esto es
muy bien expuesto por Francisco Paulo Jamil Almeida Marques (2006, p. 167), cuando afirma
que:
El derecho a usar la palabra, isegoria, como la llamaban los atenienses, el
poder de hablar en "asamblea", daría a internet [...] la propiedad fundamental
para el establecimiento de un espacio argumentativo digital, que haría de la
computadora un medio de comunicación diferenciado en términos políticos.
(lo más destacado del autor)
Está claro que esta idea no entiende toda la comprensión sobre la amplitud de la
Educomunicación, pero es una forma de señalar que la investigación sobre el papel de la
comunicación no solo se debe a la gran proliferación actual de medios comunicativos. El debate
sobre la comunicación ha ganado gran notoriedad debido a la expansión y rapidez de los
procesos de difusión de la información, pero eso no quiere decir que sea algo absolutamente
nuevo. Sin embargo, hay una nueva pregunta: ¿cómo se alía la educación, algo tan antiguo, a
estas nuevas formas de comunicación? El nudo gordiano no está en el tema en sí, sino en la
forma en que estas nuevas formas impactan los procesos de formación social y educativa. Por
esta razón, queremos presentar en este momento el pensamiento del círculo Bakhtin y Freire
como base para esta asociación entre educación y comunicación.
image/svg+xml
Los aportes de la educomunicación a la educación de sujetos críticos: Un diálogo entre los supuestos teóricos de Paulo Freire y el circulo
de Mikhail Bakhtin
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1835
Las contribuciones de Freire y el Círculo Bajtín a la formación de sujetos críticos: bases
para la construcción de referencias para el campo de la Educomunicación
Considerando que el objeto de estudio de la Educomunicación consiste en la articulación
entre dos campos del conocimiento: la comunicación y la educación, es relevante relacionar
supuestos teóricos que permitan un enfoque interdisciplinario llamado por este campo. En este
sentido, este artículo se basa en la teoría de la acción dialógica de Freire (1983, 1987, 1996,
2002) y en la Filosofía del Lenguaje del Círculo Bajtín (BAKHTIN, 2011; VOLÓCHINOV,
2017).
La aproximación entre las obras de estos dos autores y la movilización de sus referencias
epistemológicas y teóricas para pensar el campo de la Educomunicación puede favorecer una
fundación capaz de promover un enfoque basado en una dimensión dialógico-discursiva de las
producciones mediáticas, con el fin de formar lectores críticos y receptivos.
Aunque en sus escritos el Círculo Bajtín no aborda, de manera recurrente, el tema de la
educación, sus contribuciones radican en la caracterización de la naturaleza dialógica del
lenguaje, en la constitución de sujetos y en los procesos ideológicos
5
. Freire (1983, 1987) aporta
aportes para pensar la dimensión pedagógica. Para la organización de la discusión aquí
propuesta, se abordarán dos conceptos que sistematizan la aproximación entre los dos teóricos
mencionados anteriormente.
El primero radica en el principio de que las bases epistemológicas inherentes al campo
de la Educomunicación asumen una concepción del sujeto activo, que es consistente con las
teorías de Freire y el Círculo de Bajtín. Para Freire, la actividad educativa debe basarse en la
relación, el intercambio, el diálogo, la deconstrucción y el debate sobre contenidos y valores
sociales. El autor critica la idea de "educación bancaria", en la que "el educador aparece como
su agente indiscutible, como su sujeto real, cuya tarea indecible es 'llenar' a los estudiantes con
los contenidos de su narración" (FREIRE, 1987, p. 37, destacado del autor). En esta misma
dirección, Volóchinov (2017) considera que la comunicación humana es efectiva en el proceso
dialógico entre los interlocutores invertidos en esta acción, involucrando no solo a los locutores
inmediatos, sino también a los otros discursivos de la relación dialógica.
En esta dirección, Freire (1987, p. 108) señala que:
5 Para Szundy (2014, p. 15), "al presuponer que en diálogos siempre situados cultural, histórica e ideológicamente
estamos transformados y capaces de transformar los numerosos contextos en los que interactuamos con los demás,
las concepciones del Círculo [de Bakhtin] se reubican y resignifican constantemente en el campo educativo, lo que
ciertamente ocurre porque este movimiento dialéctico de transformación y transformación abre caminos a lo que
Freire (1992) designó pedagogía de la esperanza". Para el autor, es posible establecer un diálogo fructífero entre
las concepciones del Círculo y la Pedagogía Freiriana, ya sea por la convergencia de supuestos o por la posibilidad
de revolucionar y rediseñar los procesos históricos.
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA
y
Joel Cezar BONIN
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1836
La existencia, porque humana, no puede ser muda, silenciosa, ni puede
nutrirse de palabras falsas, sino de palabras verdaderas, con las que los
hombres transforman el mundo. Existir, humanamente, es pronunciar el
mundo, modificarlo. El mundo pronunciado, a su vez, vuelve a
problematizarse con los sujetos pronunciando, para exigirles una nueva
pronunciación.
En cuanto a la concepción de los sujetos, Bajtín (2011) considera que el sujeto de
enunciación no es un ser pasivo, sino responsable y receptivo; responsable porque presupone
la conciencia de que las elecciones epistemológicas hechas por él son siempre de naturaleza
ideológica y política y tienen implicaciones éticas en la vida de los demás; receptivo porque
cada sujeto adopta para sí mismo una actitud receptiva, siendo capaz de asumir diferentes
posiciones (estar de acuerdo, en desacuerdo, discutir, dirigir, ampliar, aplicar, asociar,
ejemplificar) en relación con lo que se está "diciendo", actuando activamente en el acto
enunciativo. En los proyectos relacionados con la propuesta de educomunicación, es relevante
considerar la relación entre los sujetos (interlocutores: productores, personajes representados o
profesionales, profesores, estudiantes) y textos/discursos, ya que estos sujetos participan, de
alguna manera, en el proceso de producción de significados.
Para Xavier (2018, p. 92),
La educomunicación es sin duda una práctica discursiva y está atenta a los
discursos que circulan por los medios de comunicación, se interesa por
cuestionar y responder, en un ejercicio de lectura crítica, no solo lo que se dijo,
sino principalmente, cómo se dijo, quién y cuándo se dijo, bajo qué
condiciones históricas dijeron, a qué voces sociales están afiliadas. En esta
textura dialógica, la búsqueda de respuestas, en una propuesta de comprensión
de las mismas y no solo de identificación, porque leer críticamente no es una
identificación, sino una comprensión que se centra en los efectos de
significados que pueden plantear las expresiones dadas por los medios de
comunicación, a qué juegos de intereses se están llamando.
El segundo concepto a destacar se refiere a la expresión como base del proceso de
comunicación discursiva. Este concepto engloba los usos del lenguaje, en situaciones concretas,
tiene una dimensión valorada del productor con el contenido del objeto y significado e impulsa
al receptor a ejercer una actitud receptiva, es decir, expresa una relación entre interlocutores.
Cada enunciado es sólo un momento, un eslabón, en la cadena de comunicación discursiva, que
es ininterrumpida. Este vínculo integra la interacción discursiva concreta y la situación
extraverbal, que son partes necesarias de su constitución y de su significado. Esta pregunta es
bastante querida por los estudios de la comunicación, ya que explica el hecho de que no hay
una expresión absolutamente neutral. Por lo tanto, el uso del término "palabra" no se acerca a
image/svg+xml
Los aportes de la educomunicación a la educación de sujetos críticos: Un diálogo entre los supuestos teóricos de Paulo Freire y el circulo
de Mikhail Bakhtin
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1837
la idea del término designador, sino a las posibilidades de significado. Por lo tanto, es necesaria
una ponderación, porque existe la palabra del idioma (significado constante, generalmente
encontrado en el diccionario) y la palabra ideológica (signo ideológico, históricamente situado
y valorado por los sujetos en el tiempo y el espacio).
Asumiendo la idea de una palabra en el sentido de signo, Freire (1987, p. 10, grifo del
autor), entiende que "la palabra como comportamiento humano, significativo en el mundo, no
sólo designa las cosas, las transforma. No es solo pensar, es praxis. Así considerado, la
semántica es existencia y la palabra viva es plenifica misma en el trabajo". En otras palabras,
"la palabra viva es diálogo existencial. Expresa y elabora el mundo, en comunicación y
colaboración. El diálogo auténtico – el reconocimiento del otro y el autoreconocimiento en el
otro – es una decisión y un compromiso de colaborar en la construcción del mundo común"
(FREIRE, 1987, p. 28).
En esta concepción de la palabra viva, Volóchinov (2017, p. 106) atestigua que
Lo importante no es tanto la naturaleza sígnica de las palabras, sino su
omnipresencia social. Porque la palabra participa literalmente en toda
interacción y todo contacto entre las personas: colaboración en el trabajo,
comunicación ideológica, contactos diarios ocasionales, relaciones políticas,
etc. En la palabra se dan cuenta de los numerosos hilos ideológicos que
penetran en todos los ámbitos de los medios de comunicación. Es bastante
obvio que la palabra será el indicador más sensible de los cambios sociales, y
esto ocurre donde estos cambios aún se están formando, donde aún no se han
incorporado en sistemas ideológicos organizados. [...] La palabra es capaz de
arreglar todas las fases transitorias del cambio social, por muy delicadas y
fugaces que sean.
Considerando que la palabra no se reduce a mera nomenclatura, Freire y el Círculo
Bajtín hacen aportes para una reflexión sobre el trabajo con producciones mediáticas en el
contexto escolar, ya que apuntan al potencial transformador de las interacciones sociales. Es en
y por el lenguaje que los sujetos se constituyen, que se producen los sentidos y se construyen
las interacciones.
Para Volóchinov (2017, p. 205, lo más destacado del autor),
La importancia de la orientación de la palabra para el interlocutor es
extremadamente grande. En esencia, la palabra es un acto bilateral. Ella está
determinada tanto por aquel de quien procede como por aquel a quien va
dirigida. Como palabra, es precisamente el producto de las interrelaciones del
hablante con el oyente. Cada palabra sirve como expresión del "uno" en
relación con el "otro". En la palabra, me formo desde el punto de vista del otro
y, finalmente, desde la perspectiva de mi colectividad. La palabra es un puente
que conecta el yo con el otro. Ella apoya un extremo en mí y el otro en el
interlocutor. La palabra es el territorio común entre el hablante y el
interlocutor.
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA
y
Joel Cezar BONIN
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1838
Al considerar la relación entre
la "i" y el "otro", tanto Freire como el Círculo de Bajtín
apuntan a la dimensión dialógica del proceso de comunicación, lo que nos permite entender las
producciones mediáticas como expresiones. Esta concepción subyace a las propuestas
educomunicativas, permitiendo un análisis de los contextos de producción, circulación,
recepción, problematización de las elecciones y efectos de significados de recursos lingüísticos
y semióticos, así como una discusión sobre la vinculación de las expresiones con ideologías
que sitúan posiciones axiológicas. Así, en el contexto de la Educomunicación, es relevante que
las propuestas de producciones de medios de lectura estén impulsando transformaciones, ya sea
manifestadas por la expansión del conocimiento cultural, ya sea manifestadas por el cambio de
comportamiento o de puntos de vista. En Educomunicação, "[...] es importante prescindir de la
mirada especial sobre los cambios tecnológicos y sus implicaciones sociales y culturales; sin
embargo, es necesario hacerlo en apertura crítico-reflexiva" (CITELLI; SMITH; LOPES, 2019,
p. 20).
La educomunicación puede contribuir a la formación de sujetos sociales, ya que asume
como objetivos primordiales: (1) promover el acceso democrático a la producción y difusión
de información; (2) facilitar la percepción crítica de la forma en que se edita el mundo en los
medios de comunicación; (3) facilitar la enseñanza/aprendizaje a través del uso creativo de los
medios de comunicación; (4) promover la expresión comunicativa de los miembros de la
comunidad educativa; (5) compartir, intercambiar y formar entendimiento entre las personas en
relación con la planificación, implementación y evaluación de procesos, programas y productos
orientados a crear y fortalecer ecosistemas comunicativos en espacios educativos presenciales
o virtuales, u otros espacios sociales (SOARES, 2002).
En este sentido, el concepto de la palabra se extiende al contexto del proceso de
enunciación (contexto de producción y recepción de discursos), incluyendo dimensiones
lingüísticas, semióticas, ideológicas y culturales, lo que imputa una necesaria articulación con
el concepto de enunciación, que se organiza en forma de cadena, articulando con enunciados
previos, planteando otros y favoreciendo procesos de producción de significados que
consideren la dimensión socio-ideológica de las producciones mediáticas.
Según Arruda (2013, p. 238, lo más destacado del autor),
[...] la escuela es un espacio para entender la transformación que viene de las
t
ecnologías digitales. La escuela es el lugar de la crítica, del posicionamiento,
de la búsqueda de la comprensión de los significados y significantes de estas
tecnologías. Es donde buscamos entender los discursos, las estrategias de
producción, las formas en que se aprovechan las tecnologías y cómo sus
image/svg+xml
Los aportes de la educomunicación a la educación de sujetos críticos: Un diálogo entre los supuestos teóricos de Paulo Freire y el circulo
de Mikhail Bakhtin
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1839
discursos son incorporados (o no) por nuestras acciones. Es decir, se espera
que la escuela se forme, de manera sistematizada, "en y para los medios de
comunicación", ya que son los actuales portadores de los contenidos
incautados por las personas.
Dado lo anterior, vale la pena señalar que la escuela ya no es el único espacio en el que
los niños y jóvenes aprenden sobre el mundo, interactúan y producen conocimiento. Y esta
realidad se hace aún más evidente hoy en día, en la que se ha ampliado el acceso a las Nuevas
Tecnologías de la Información y la Comunicación (TIC), proporcionando experiencias lúdicas
y de aprendizaje más atractivas que el método de enseñanza formal adoptado por las escuelas.
Y, en este contexto, el alumno tiene la posibilidad de participar en la actividad de recibir
diversos contenidos, ejerciendo la autoría, ya que puede establecer sus propios espacios de
comunicación y, a partir de ellos, interactuar con otros jóvenes y adultos.
Freire (1996) entiende la educación como una actividad que depende del acto
comunicativo para la construcción del conocimiento. El acto comunicativo no puede separarse
de la situación específica o del contexto cultural más amplio que lo rodea, de ahí la importancia
de valorar el conocimiento previo de los agentes humanos y llevar al debate cuestiones que
tengan sentido para los agentes interdiscursivos. La educación como práctica de libertad "no
comienza cuando el educador-educador se encuentra en una 'situación pedagógica', sino cuando
el educador cuestiona sobre el 'contenido del diálogo' y los 'contenidos programáticos de la
educación'" (FREIRE, 1996, p. 116, el grifo del autor).
Así, en la práctica viva del lenguaje, la conciencia lingüística del hablante y
del receptor no tiene nada que ver con un sistema abstracto de formas
normativas, sino sólo con el lenguaje en el sentido de los posibles contextos
de uso de cada forma particular [...] (FREIRE, 1996, p. 96)
Es decir, el diálogo se establece gracias a las declaraciones concretas que se escuchan o
reproducen en la comunicación efectiva con las personas involucradas en las interacciones. En
esta perspectiva, Beth Brait (2013) señala que un enunciado siempre es modulado por el
hablante al contexto social, histórico, cultural e ideológico, porque de lo contrario, este
enunciado no será entendido.
Miotello (2020) añade que, a través del diálogo, las palabras nos constituyen, nos
cambian, por lo que son una relación de alteridad. Y al cambiarnos, nos constituyen y no nos
completan, sino que nos hacen diferentes. Esto se debe a que el diálogo no se limita a la relación
Yo-tú, "[...] es este encuentro de hombres, mediado por el mundo" (FREIRE, 1987, p. 45) el
que solemos pronunciar.
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA
y
Joel Cezar BONIN
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1840
En esta dirección, es relevante que la escuela desarrolle estrategias metodológicas para
un análisis de "el dicho" propuesto por los productores de textos mediáticos, con el fin de
proporcionar espacios para la formación crítica de los estudiantes, ya sea en la dimensión de
los modos de organización de estas producciones, o en la dimensión de los discursos que se
transmiten o en la dimensión de las potencialidades de transformación social emanadas de los
procesos de interacción planteados por las actividades didácticas.
Como una forma de contribuir al desarrollo de estas estrategias, la tabla 1 presenta
posibilidades para explorar las producciones de medios en el marco de las dimensiones
compositiva, discursiva y social.
Tabla 1
- Posibilidades de explorar las producciones de medios
Dimensiones
Posibilidades de análisis
Dimensión
compositiva
Cómo se organiza la producción en términos de configuración:
a)
partes constituyentes;
b)
tipos de recursos (lingüísticos y
semióticos).
Dimensión
discursiva
Cómo la producción explota la dimensión discursiva:
a)
exploración del proyecto a decir (propósito comunicativo de la producción);
b)
exploración del tiempo y el espacio;
c)
presencia de modalidades lingüísticas (oral, escrita, sonora e imaginería);
d)
explotación de los efectos de los significados suscitados por elecciones y
combinaciones de recursos lingüísticos y semióticos;
e)
exploración de modos de representación (cortes y ediciones, encuadres,
sonidos, movimientos, áng
ulos, tiempo de visualización, si corresponde).
Dimensión social
Cómo la producción forma parte del contexto social:
a)
explotación de contenidos temáticos;
b)
análisis de las condiciones de acogida por interlocutores y estudiantes que
interactúan con la producción;
c)
modos de representación de los contextos retratados;
d)
posiciones axiológicas sugeridas.
Fuente: Elaboración propia
Un análisis de las diversas cuestiones que conforman el proceso de producción,
circulación y recepción de los medios de comunicación puede permitir el establecimiento de
situaciones educativas, con intencionalidad pedagógica basada en la reflexión crítica sobre los
modos de configuración y funcionamiento social de los medios. Así lo confirma Mercado
(2002, p. 27), cuando afirma que:
La escuela, como agencia de socialización, de inserción de las nuevas
ge
neraciones en los valores del grupo social, tiene el compromiso de
proporcionar al estudiante el desarrollo de habilidades y competencias, tales
como: dominio de la lectura, lo que implica comprensión de la escritura;
capacidad de comunicación; nuevas tecnologías de la información y la
producción; capacidad para trabajar en grupos; competencia para identificar y
image/svg+xml
Los aportes de la educomunicación a la educación de sujetos críticos: Un diálogo entre los supuestos teóricos de Paulo Freire y el circulo
de Mikhail Bakhtin
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1841
resolver problemas; lectura crítica de los medios de comunicación; capacidad
para criticar el cambio social.
Así, la articulación entre educación y comunicación permite un análisis de las
especificidades peculiares de cada campo. Considerar los supuestos epistemológicos,
metodológicos y axiológicos que constituyen la acción educativa puede posibilitar una
pedagogía menos intuitiva. Considerar los principios y valores de la comunicación puede
contribuir a la comprensión de los medios y las tecnologías como espacios para la producción
de significados y como mediadores de las interacciones. Soares (2002, p. 20) afirma que el
significado es "eso provoca el aprendizaje, no la tecnología".
Consideraciones finales
Este artículo tuvo como objetivo reflexionar sobre las contribuciones de los supuestos
teóricos defendidos por Paulo Freire y el Círculo Bajtín al campo de la Educomunicación. Esta
reflexión fue motivada por la necesidad de problematizar el contexto social contemporáneo,
marcado por la difusión de las tecnologías y la resignificación de los procesos de comunicación,
lo que ha demandado nuevos modos de organización pedagógica e interacciones entre sujetos
de las instituciones escolares.
En vista de lo anterior, al asumir una posición epistemológica de que la articulación
entre comunicación y educación debe basarse en la dialogicidad entre sujetos y apuntar a
transformaciones sociales, este estudio consideró que los supuestos teóricos del Círculo Bajtín
y Paulo Freire asumen relevancia para la discusión aquí propuesta, ya que permiten un enfoque
que considera las dimensiones de los usos del lenguaje en contextos mediáticos y pedagogía
liberadora. Desde la perspectiva de la dialogicidad, es relevante considerar que los sujetos se
constituyen en y por lenguaje, en interacción con otros interlocutores, de manera receptiva-
activa. Desde la perspectiva de la educación, es importante considerar la acción pedagógica
como un acto político, de construcción de conocimiento y creación de otra sociedad: más ética,
más justa, más humana y solidaria.
En esta dirección, Educomunicação se ocupa de los procesos formativos y
t
ransformadores, con la comunicación como eje transversal de las prácticas humanas; la
inseparabilidad del proceso de construcción del conocimiento, como proceso comunicativo. La
concepción epistemológica se basa en el proceso dialógico que se establece a través del lenguaje
entre los agentes interdiscursivos. Así, Paulo Freire (1983, 1987, 1996, 2002) y Bakhtin (2011)
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA
y
Joel Cezar BONIN
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1842
y Volóchinov (2017) aportan aportes a la construcción de aportes teóricos imbricados en la
educación y la comunicación.
Cabe destacar que Paulo Freire, en varios trabajos, aporta aportes primordiales que
interconectan el proceso de comunicación (interacción) con el proceso educativo, pues concibe
que el comunicar construye conocimiento a través de "interlocutores que buscan la construcción
de significados" (FREIRE, 1983, p. 69). El autor señala que la comunicación solo es efectiva
cuando "[...] la expresión verbal de uno de los sujetos tiene que ser percibida dentro de un marco
significativo común al otro sujeto" (FREIRE, 1983, p. 45). Además, el autor reconoce el
potencial transformador de la educación, porque a partir de ella, los agentes sociales pueden
aprender a respetarse mutuamente, practicar la alteridad y utilizar la praxis para la reflexión y
la acción en/por/sobre/con el mundo para transformarlo. Así, a partir de una práctica reflexiva
sobre los modos de producción y recepción de los medios, es posible ampliar la formación de
habilidades necesarias a una conciencia crítica. Problematizar los discursos y silenciar las
producciones mediáticas puede favorecer una educación dialógica y emancipadora.
Abordando las contribuciones del Círculo Bajtín, se destacó en la discusión aquí
emprendida la concepción del lenguaje como un proceso constante de interacción mediado por
el diálogo, y no solo como un sistema autónomo y abstracto. En este contexto, los usos del
lenguaje se efectúan de manera ininterrumpida, realizada a través de la interacción verbal, social
e interlocutoria, no siendo un sistema estable de manera normativamente idéntica. Así, los
sujetos son vistos como agentes sociales, porque es a través de los diálogos entre los
interlocutores que se producen los intercambios de experiencias y conocimientos. La
enunciación y la concepción dialógica del lenguaje refuerzan la presencia del Otro (alteridad)
en la concepción de los sentidos en el discurso, siendo el anunciador e interlocutor presente en
el proceso de construcción de significados.
Finalmente, de la reflexión aquí propuesta, podemos destacar que los principios básicos
d
e la Educomunicación no se basan en la mera unión entre las áreas de comunicación y
educación, sino en la sistematización de un marco epistemológico que explique la constitución
de la Educomunicación como campo de conocimiento autónomo. Este campo presenta un
estatus político-transformador y dialógico-discursivo que permite problematizar las
interacciones entre sujetos mediados por los medios y las tecnologías, incluyendo elecciones
lingüístico-semióticas, signos para la (re)construcción de significados, así como intenciones
discursivas y sus efectos para la organización de la sociedad. En esta perspectiva, la
Educomunicación permite establecer interacciones que posibiliten la formación de sujetos
críticos, en la dimensión de empoderamiento, autonomía y posicionamiento receptivo,
image/svg+xml
Los aportes de la educomunicación a la educación de sujetos críticos: Un diálogo entre los supuestos teóricos de Paulo Freire y el circulo
de Mikhail Bakhtin
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1843
culminando en posibilidades efectivas de transformación social y reconocimiento de las
singularidades constitutivas de cada asignatura, de cada alumno, así como de las diferencias
que constituyen los campos de la educación y el lenguaje.
REFERENCIAS
ARRUDA, E. P. Ensino e aprendizagem na sociedade do entretenimento: Desafios para a
formação docente.
Educação,
v. 36, n. 2, p. 232-239, maio/ago. 2013. Disponible en:
https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/faced/article/view/12036. Acceso: 08 dic. 2021.
BAKHTIN, M.
Estética da criação verbal
. 6. ed. Tradução: Paulo Bezerra. São Paulo:
Martins Fontes, 2011.
BRAIT, B.
Bakhtin, dialogismo e construção do sentido
.
2.
ed. Campinas: Editora da
Unicamp, 2013.
BRASIL.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC
). Brasília, DF: MEC, 2018.
Disponible en: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_site.pdf. Acceso:
27 mayo 2021.
CITELLI, A. O.; COSTA, M. C. C. Apresentação.
In
: C
ITELLI, A. O.; COSTA, M. C. C.
(org.).
Educomunicação
: Construindo uma nova área de conhecimento. São Paulo: Paulinas,
2011.
CITELLI, A.; SOARES, I. O.; LOPES, M. Immacolata Vassallo de. Educomunicação:
Referências para uma construção metodológica.
Comunicação & Educação,
v. 24, n. 2, p.
12-25, 30 dez. 2019. Disponible en:
https://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/165330/159511. Acceso: 15 marzo 2021.
FREIRE, P.
Extensão ou Comunicação?
7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
FREIRE, P.; GUIMARÃES, S.
Sobre Educação
: Diálogos. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1984. v. 2.
FREIRE, P.
Pedagogia do Oprimido
. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, P.
Pedagogia da autonomia
: Saberes Necessários à Prática educativa. 30. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, P.
Educação como prática de liberdade
. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
FOUCAULT, M.
Nascimento da biopolítica
.
São Paulo: Martins Fontes, 2008.
GADOTTI, M. Saber aprender: Um olhar sobre Paulo Freire e as perspectivas atuais da
educação.
Produção de terceiros sobre Paulo Freire
, Série Artigos, 2000. Disponible en:
http://www.acervo.paulofreire.org:8080/jspui/bitstream/7891/2999/1/FPF_PTPF_01_0366.pd
f. Acceso: 11 dic. 2021.
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA
y
Joel Cezar BONIN
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1844
HABERMAS, J.
Teoria do Agir Comunicativo
: Racionalidade da Ação e Racionalização
Social. Tradução: Paulo Astor Soethe. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012.
KAPLÚN, M.
El Comunicador Popular
. Quito: Ciespal, 1985.
MERCADO, L. P. L. (org.).
Novas tecnologias na educação
: reflexões sobre a prática.
Maceió: EDUFAL, 2002.
MARQUES, F. P. J. A. Debates Políticos na internet: A perspectiva da conversação civil.
OPINIÃO PÚBLICA
, Campinas, v. 12, n. 1, p. 164-187, abr./maio 2006. Disponible en:
https://www.scielo.br/j/op/a/rSyVrhtppnpwTcs5Ck6Czbv/abstract/?lang=pt. Acceso: 27 dic.
2021.
MARTÍN-BARBERO, J. M. Heredando el Futuro
.
Pensar la Educación desde la
Comunicación,
n. 5, p. 10-22, sept. 1996.
MARTÍN-BARBERO, J. M. Retos culturales de la comunicación a la educación: Elementos
para una reflexión que está por comenzar.
Revista Reflexiones Académicas,
Santiago, n. 12,
p. 45-57, 2000. Disponible en: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=3990512.
Acceso: 20 dic. 2021.
MIOTELLO, V.
Profa. Fátima recebe Miotello, um grande linguista brasileiro
.
S.l.
:
Hélcia Macedo Academy, 2020. 1 vídeo (247 min). Disponible en: https://youtu.be/mikT--
_A--w?list=PLrGeUYiDeLL59lstewHa_MP6OptC3Ijyv. Acceso: 02 jun. 2021.
MORIN, E.; CIURANA, E. R.; MOTTA, R. D.
Educar na era planetária
: O Pensamento
complexo como método de aprendizagem pelo erro e incerteza humana. Tradução: Sandra
Trabucco Valenzuela. São Paulo: Cortez, 2003.
RABELO, D. Abordagens complexas: Algumas premissas educacionais no Cepae.
Revista
Polyphonía,
v. 19, n. 2, p. 151-163, 2008. Disponible en:
https://repositorio.bc.ufg.br/handle/ri/17988. Acceso: 11 enero 2021.
SILVA, L. M. A Teoria da Ação Comunicativa no ensino de comunicação.
Revista Tempo
Brasileiro
, Rio de Janeiro, p. 173-190, jul./set. 1999.
SILVA, M. P.; AGUIAR, P. A.; JURADO, R. G. As tecnologias digitais da informação e
comunicação como polinizadoras dos projetos criativos ecoformadores na perspectiva da
educação ambiental.
Revista Polyphonía,
v. 31, n. 1, p. 182-204, 2020. Disponible en:
https://revistas.ufg.br/sv/article/view/66957. Acceso: 13 enero 2021.
SOARES, I. O.
Educomunicação
: Um campo de mediações.
Comunicação & Educação
,
São Paulo, n. 19, p. 12- 24, set/dez. 2000. Disponible en:
https://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/36934. Acceso: 12 agosto 2021.
SOARES. I. O. Metodologias da Educação para Comunicação e Gestão Comunicativa no
Brasil e na América Latina.
In
: BACCEGA, M. A. (org.).
Gestão de Processos
Comunicacionais
.
São Paulo: Atlas, 2002.
image/svg+xml
Los aportes de la educomunicación a la educación de sujetos críticos: Un diálogo entre los supuestos teóricos de Paulo Freire y el circulo
de Mikhail Bakhtin
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1845
SOARES. I. O. A Educomunicação e suas áreas de intervenção.
Educom.TV
, tópico 1,
ECA/USP, 2002. Disponible vía contraseña en: http://www.educomtv.see.inf.br/. Acceso: 14
sept. 2003.
SOARES. I. O.
Educomunicação
: O conceito, o profissional, a aplicação. São Paulo:
Paulinas, 2011.
SZUNDY, P. T. C. Educação como ato responsável: A formação de professores de linguagens
à luz da filosofia da linguagem do círculo de Bakhtin.
Trabalhos em Linguística Aplicada
,
Campinas, v. 53, n. 1, p. 13-32, 2014. Disponible en:
https://www.scielo.br/j/tla/a/xdSSh3qFDMRbNpLRm5W4xjh/?format=pdf&lang=pt. Acceso:
20 feb. 2022.
VOLÓCHINOV, V. (Círculo de Bakhtin).
Marxismo e filosofia da linguagem
: Problemas
fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução: Sheila Grillo e
Ekaterina V. Américo. São Paulo: Editora 34, 2017.
XAVIER, M. M.; ALMEIDA, M. F.; NASCIMENTO, R. N. A. A educomunicação e a
perspectiva dialógica da linguagem: Por uma educação midiática e uma mídia educativa.
In
.:
PAIVA, R. S.; QUEIROZ, R. (org.).
O texto multifacetado
: Diálogos em língua e literatura.
Campina Grande: Bagagem, 2015.
XAVIER, M. M.
Educomunicação em perspectiva dialógico-discursiva
: Leituras do
jornalismo político no Ensino Médio. 2018. Tese (Doutorado em Linguística) – Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, 2018. Disponible en:
https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/13775. Acceso: 19 dic. 2021.
Cómo hacer referencia a este artículo
SILVA, M. P.; FERREIRA, H. M.; BONIN, J. C. Los aportes de la educomunicación a la
educación de sujetos críticos: Un diálogo entre los supuestos teóricos de Paulo Freire y el
circulo de Mikhail Bakhtin.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara,
v. 17, n. 3, p. 1827-1845, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
Enviado en:
24/03/2022
Revisiones requeridas en
: 19/05/2022
Aprobado en
: 27/06/2022
Publicado en
: 01/07/2022
Procesamiento y edición: Editora Ibero-Americana de Educação.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
image/svg+xml
The contributions of educommunication to the education of critical subjects: A dialogue between Paulo Freire's theoretical assumptions and
Mikhail Bakhtin's circle
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1818
THE CONTRIBUTIONS OF EDUCOMMUNICATION TO THE EDUCATION OF
CRITICAL SUBJECTS: A DIALOGUE BETWEEN PAULO FREIRE'S
THEORETICAL ASSUMPTIONS AND MIKHAIL BAKHTIN'S CIRCLE
AS CONTRIBUIÇÕES DA EDUCOMUNICAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DE SUJEITOS
CRÍTICOS: UM DIÁLOGO ENTRE OS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DE PAULO
FREIRE E DO CÍRCULO DE MIKHAIL BAKHTIN
LOS APORTES DE LA EDUCOMUNICACIÓN A LA EDUCACIÓN DE SUJETOS
CRÍTICOS: UN DIÁLOGO ENTRE LOS SUPUESTOS TEÓRICOS DE PAULO FREIRE
Y EL CIRCULO DE MIKHAIL BAKHTIN
Madalena Pereira da SILVA
1
Helena Maria FERREIRA
2
Joel Cezar BONIN
3
ABSTRACT
: Educommunication has favored a re-signification of the epistemological and
methodological bases of the media's place in the school context, as well as an axiological
discussion of the teacher's role in this new multimedia historical context. To highlight the
contributions of Educommunication in the formation of critical subjects, the article raises a
dialogue between two fundamental aspects to the understanding of Educommunication: -
Freire and Bakhtin (and their Circle). The methodology is characterized by a theoretical
investigation, qualitative nature and an epistemological approach of an interpretive nature,
which seeks approximations between theories and presents positions on two key issues: the
notion of subject and the ideological word. In the discussions, it was seen that the theoretical
assumptions allow an approach that considers the dimensions of the use of language in media
contexts with a view to a liberating pedagogy. As a conclusion, we point to the idea that
subjects are constituted dialogically in/by language, as it favors a critical and emancipatory
education.
KEYWORDS
: Educommunication. Freire. Bakhtin. Formation. Critical subjects.
1
Alto Vale do Rio do Peixe University (UNIARP), Caçador
–
SC
–
Brazil. Professor in the Master's Program in
Basic Education and Professor in the Master's Program in Education (PPGE/UNIPLAC). PhD in Engineering
and Knowledge Management (UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8886-2822. E-mail:
prof.madalena@uniplaclages.edu.br
2
Federal University of Lavras (UFLA), Lavras
–
MG
–
Brazil. Professor at the Graduate Program in Education
and the Graduate Program in Letters. Doctorate in Applied Linguistics and Language Studies (PUC/SP).
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8749-5426. E-mail: helenaferreira@ufla.br
3
Alto Vale do Rio do Peixe University (UNIARP), Caçador
–
SC
–
Brazil. Professor in the Master's Program in
Basic Education.Doctorate in Philosophy (PUC/PR). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0437-7609. E-mail:
joel@uniarp.edu.br
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA and Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1819
RESUMO
: A Educomunicação tem favorecido uma ressignificação das bases
epistemológicas e metodológicas do lugar das mídias no contexto escolar, bem como uma
discussão axiológica do papel do professor nesse novo contexto histórico multimidiático.
Para evidenciar as contribuições da Educomunicação na formação de sujeitos críticos, o
artigo suscita um diálogo entre duas vertentes fundamentais à compreensão da
Educomunicação: Freire e Bakhtin (e seu Círculo). A metodologia caracteriza-se por uma
investigação teórica, de natureza qualitativa e de abordagem epistemológica de cunho
interpretativo, que busca aproximações entre as teorias e apresenta posicionamentos acerca
de duas questões fulcrais: a noção de sujeito e da palavra ideológica. Nas discussões, viu-se
que os pressupostos teóricos permitem uma abordagem que considera as dimensões do uso
da linguagem em contextos midiáticos com vistas a uma pedagogia libertadora. Como
fechamento, aponta-se para a ideia de que dialogicamente os sujeitos se constituem na/pela
linguagem, pois ela favorece uma educação crítica e emancipatória.
PALAVRAS-CHAVE
: Educomunicação. Freire. Bakhtin. Formação. Sujeitos críticos.
RESUMEN
:
La Educomunicación propone una resignificación de las bases epistemológicas
y metodológicas del sitio de las medias en el contexto escolar, así como una discusión
axiológica del papel del profesor en ese nuevo contexto histórico multimediático. Para
evidenciar las contribuciones de la Educomunicación en la formación de sujetos críticos, el
artigo suscita un diálogo entre dos vertientes fundamentales a la comprensión de la
Educomunicación: - Freire y Bakhtin (y su Círculo). La metodología se caracteriza por una
investigación teórica, de naturaleza cualitativa y abordaje epistemológica de carácter
interpretativo, que busca por aproximaciones entre las teorías y presenta posicionamientos
acerca de dos cuestiones basales: la noción de sujeto y de la palabra ideológica. En las
discusiones, se percibe que los presupuestos teóricos permiten un abordaje que considera las
dimensiones del uso del lenguaje en contextos mediáticos que se vuelven a una pedagogía
libertadora. Como cierre, se apunta la idea de que dialógicamente los sujetos se constituyen
en/por el lenguaje, pues él ampara una educación crítica y emancipatoria.
PALABRAS CLAVE
:
Educomunicación. Freire. Bakhtin. Formación. Sujetos críticos.
Introduction
Communicating is an aptitude, a capacity. But it is above all an attitude. We
assume that we are willing to communicate, cultivate in ourselves the will to
enter into communication with our interlocutors. Our addressee has his
interests, his concerns, his needs, his expectations. He's waiting for us to talk
to him about things that interest him, not things that interest us. And only if
we start from his interests, from his perceptions, will it be possible to start a
dialogue with him. As important as asking ourselves what we want to say is
asking ourselves what our recipients expect to hear. And, from there, look
for the point of convergence, of meeting. True communication begins not by
talking but by listening. The main condition of a good communicator is
knowing how to listen (KAPLÚN, 1985, p. 115).
image/svg+xml
The contributions of educommunication to the education of critical subjects: A dialogue between Paulo Freire's theoretical assumptions and
Mikhail Bakhtin's circle
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1820
With the democratization of access to information and communication technologies,
social interactions have been resized, either due to the dynamics of time and space, or due to
the semiotic and cultural multiplicity that constitutes the communication processes. In this
context, demands arise for new reflections about the ways in which the media can be inserted
into the school curriculum as a training practice. Thinking about the interrelation between
media production and the teaching and learning processes implies, among other strategies,
articulating knowledge produced by the fields of Education and Communication.
In this perspective, Educommunication has been constituted as an area of knowledge
that is notably fruitful, by using the media as didactic supports, not only as resources for the
access to information, but, above all, as possibilities for the problematization of discourses
that circulate socially, for a critical-reflexive formation, for a more effective citizen action,
and for the promotion of language practices that enable a more active and responsive
positioning, either through a media that educates, or through an education that informs.
The discussions undertaken by the field of Educommunication have favored a re-
signification of the epistemological and methodological bases of the place of media in the
school context, as well as an axiological discussion about the role of the teacher in this
historical multimedia context. These issues assume relevance to the extent that they ground
the development of theoretically supported didactic approaches, "in order to overcome the
technical and consumption character, but recognizing these technologies as carriers of
discourses and cultural practices" (ARRUDA, 2013, p. 238).
In this direction, the Common National Curricular Base - BNCC (BRAZIL, 2018, p.
61), one of the parametric documents of Brazilian education, highlights that
[...]it is important that the school institution preserve its commitment to
stimulate reflection and in-depth analysis and contribute to the development
in the student of a critical attitude towards the content and multiplicity of
media and digital offerings. However, it is also essential that the school
understands and incorporates more the new languages and their modes of
operation, unveiling possibilities of communication (and also of
manipulation), and that it educates for a more democratic use of technologies
and for a more conscious participation in the digital culture. By harnessing
the communication potential of the digital universe, schools can institute
new ways to promote learning, interaction, and the sharing of meanings
between teachers and students.
Thus, educational practices that contemplate communication in the digital universe, as
proposed by the excerpt above, require a teacher training based on theoretical and
methodological assumptions based on a conception of language as a dialogical-discursive
process and a conception of education as a possibility of social transformation. Thinking
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA and Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1821
about communication, in contemporary times, implies thinking about the social uses of
language, the processes of production, circulation and reception of discourses, the networks of
meanings historically situated, the enunciation as a responsible and responsive act, the
(de)construction of points of view as a basic action for the process of sense production, as
well as conceiving education as a training space for the exercise of citizenship.
Thus, even acknowledging the multiplicity of directions that the articulation between
communication and education calls for, this article delimits its discussion proposal to the
contributions of the theoretical assumptions defended by Paulo Freire (1983, 1987, 1996,
2002) and by the Bakhtin Circle (BAKHTIN, 2011; VOLÓCHINOV, 2017) for a reflection
about the field of Educommunication. The selection of these theorists as bibliographic
contributions for the reflection proposed here is based on the liberating education perspective,
by Paulo Freire, and on the conception of communication as a discursive-dialogical process,
defended by Bakhtin's Circle. This articulation is supported by research conducted by Xavier
(2018), who highlights the contributions of such theorists to the epistemological foundation of
studies in the field of Educommunication, whether in relation to the conception of education
(liberating pedagogy), or in relation to the conceptions of language and subject, which
engender ways of being and being in the world.
For Xavier, Almeida and Nascimento (2015, p. 86-87):
Educommunication, an area of knowledge that establishes a dialogue
between Education and Communication, emphasizes the productivity of the
use of media as teaching aids. The emphasis is on the concern to develop in
the student the ability to position himself critically in face of his social
reality. Bringing the use of media resources to the school space is justified
by the need to reflect on Education and Communication, since both literate
instances, school and media, seek to inform the individual in the perspective
of formation, of identity construction of a subject that thinks and acts
actively in his society. This practice reinforces the pedagogical function
issued by the production of informative content in media texts and stimulates
the formation of a critical-reflexive subject, the main objective of Education.
Starting from the principle that the role of the school is to train for citizenship, every
educational action should be articulated to daily life, constituting an essentially human and
historical process and, therefore, not complete. Thus, to articulate education and
communication represents a possibility to use media productions, both to deepen knowledge
and to develop strategies to transform social life, favoring a discursive action of the subjects
in society and in history, as an instrument of "construction" and "apprehension" of the world.
In this direction, the present article is characterized by a theoretical research, of
qualitative nature, more specifically, by an epistemological approach of interpretative nature,
image/svg+xml
The contributions of educommunication to the education of critical subjects: A dialogue between Paulo Freire's theoretical assumptions and
Mikhail Bakhtin's circle
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1822
seeking approximations between theories and presenting positions about two issues: the
notion of subject and the notion of the ideological word, which constitute the basis for the
articulation between communication and education. In this way, the aim is not to construct a
new theory, but to analyze the complexity of concepts that are fundamental for an
understanding of the interactions made possible by the media.
For organizational purposes, this paper presents a reflection about the theoretical and
methodological assumptions of Educommunication and the contributions of Bakhtin's Circle
and Paulo Freire's contributions to a dialogical-discursive approach to the media in the
context of education.
Educommunication: epistemological and methodological assumptions
Considering that the school may be the main institution capable of minimizing
inequalities and promoting social transformations, the Digital Information and
Communication Technologies (ICT) can be incorporated into the educational process, in a
critical way, recognizing its repercussions in the formation or deformation of human beings
due to a construction of the entrepreneur subject of itself resulting from neoliberalism
(FOUCAULT, 2008) or in the mission of an education in a context of globalization, supported
by the collaborative commitment, which aims "[.... ] strengthen the conditions of possibility of
the emergence of a world-society composed of protagonist citizens, aware and critically
committed to the construction of a planetary civilization" (MORIN; CIURANA; MOTTA,
2003, p. 98). 98 ).
In the world-society, knowledge is historically constructed by cultural, political,
economic, anthropological conditions, among others. In this context, the DTIC have
contributed to disseminate information, expand "[...] the relations, uses and meanings that the
subjects establish with the technological means, producing an intellectual technological or
informational network [...]" (RABELO, 2008, p. 155). However, one must consider that "[...]
technology has contributed little to the emancipation of the excluded if it is not associated
with the exercise of citizenship" (GADOTTI, 2000, p. 10).
In this regard, it is worth noting that, according to Freire and Guimarães (1984, p. 83),
[...]It is impossible to think about the media problem without thinking about
the question of power. The media are neither good nor bad in themselves.
Using techniques, they are the result of the advance of technology, they are
expressions of human creativity, of science developed by human beings. The
problem is to ask in the service of what and in the service of whom the
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA and Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1823
media find themselves. And this is a question that has to do with power and
is political, therefore.
It should be noted that the use of ICT is not limited only as an educational resource,
"[...] but as media resources able to help reconnect knowledge, collaborate and provide
methods to other areas of knowledge, to promote inclusion, interactivity, collaboration and
dialogicity [...]" (SILVA; AGUIAR; JURADO, 2020, p. 186).
In this perspective, it is assumed that it is necessary to build "communicative
ecosystems" from the interrelationships of Education and Communication (MARTÍN-
BARBERO, 1996). This concept was articulated by the author, not only thinking about
technologies and media, but also about the network of configurations constituted by the set of
languages, representations and narratives present in our daily life in a transversal way
(MARTÍN-BARBERO, 2000).
For Martín-Barbero (1996, p. 215), it is necessary to
[...]think about the communicative ecosystem that constitutes the diffuse and
decentered educational environment in which we are immersed. A diffuse
environment, because it is composed of a mix of languages and knowledge
that circulate through various media devices, but are dense and intrinsically
interconnected; and decentered by the relationship with the two centers:
school and book, which have organized the educational system for centuries.
[...].
Soares (2002) defends a communicative ecosystem that provides an environment of
balanced dialogue, in which all social agents manifest themselves freely and respectfully in a
dialogic way in favor of collective interests. For the author, the Educommunication ecosystem
pursues the "[...] ideal of relationships, collectively built in a given space, as a result of a
strategic decision to favor social dialogue, taking into account, including, the potential of the
media and its technologies" (SOARES, 2011, p. 44).
Educommunication, once it appropriates different media resources (school radio,
virtual web radio, community newspaper, videogames, online learning software, podcasts,
blogs, photography, news production for broadcasting in free media, among others),
stimulates the dialogue, the participation and creativity of the interdiscursive agents, in
formal, non-formal and informal education, in short, "[...] within the communicative
ecosystem" (CITELLI; COSTA, 2011, p. 8). It is based on the interdisciplinary (possibly
transdisciplinary) and media approach, and is committed to highlight the demands and
propose actions for social transformations.
image/svg+xml
The contributions of educommunication to the education of critical subjects: A dialogue between Paulo Freire's theoretical assumptions and
Mikhail Bakhtin's circle
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1824
In this sense, it is valid to ponder that Educommunication has as its great challenge "to
bring communication closer to education and education closer to communication", therefore,
it is much more than the union of the two areas of knowledge, although preceding this
junction, it goes beyond by dealing with the interrelation between both, resulting in a new
theoretical and practical field of social intervention, placed by the author as a "path to
citizenship" (SOARES, 2003).
For the author, the intervention of communication education seeks to reflect on the
place of the media in society, its functions and contradictions, and aims to understand the
phenomena of communication at interpersonal, group, organizational, and mass levels. This
area is "[...] constituted by the reflections around the relationship between the living poles of
the communication process, as well as, in the pedagogical field, by the formation programs of
autonomous and critical receptors before the media" (SOARES, 2011, p. 26).
In view of what Soares (2011) says, it is quite necessary to present another theorist
(even if not the main one in our discussion), who can be considered one of the pioneers in the
debate about communicative action. This concept is not as new as it seems, since in the 1980s
the German thinker Jürgen Habermas was one of the great debaters about the problem of
communicative relations. According to Habermas (2012), social relations are delineated by
instrumental action, according to which human beings act only marked by calculations of gain
and loss, of advantages and disadvantages. This instrumentalization of action would have
undermined the everyday world and reduced everything to actions devoid of value or
meaning. In this case, Habermas (2012) proposes a communicative action capable of
reconnecting the world of everyday life with broader propositions and meanings, in which
human beings would be able to ethically recognize the value of themselves and others, in an
intersubjective perspective. Luiz Martins da Silva (1999, p. 182) explains it very clearly when
he says that:
[...]a theory of communicative action can find in an everyday communicative
practice - including mass communication and in a context of mass culture -
dialogical and autonomous, and therefore constructive and emancipatory,
interactions [...].
Exactly because of this, it is necessary to understand that, as Freire has already told us
(1984, p. 182):
[...]By itself, the media - as any other technical device - is neither good nor
bad, but it is the use that is made of it that can be at the service of the
colonization of the lifeworld by the systemic world (of power and money)
or, on the contrary, in favor of the promotion of the lifeworld, where the
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA and Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1825
latter depends on interactions free of strategic actions, those that privilege,
above all, the instrumental success of one subject over the other [...].
Thus, when Silva points to the issue of possible "media neutrality," this would
strongly involve the virtual or technological world with which we share our lives, beyond the
interpersonal actions given face-to-face. In this way, the Internet would represent a great
virtual
agora
, where
isegoria
would manifest itself fully, without labels or
instrumentalizations. This is very well exposed by Francisco Paulo Jamil Almeida Marques
(2006, p. 167), when he states that:
The right to use the word, the isegoria, as the Athenians called it, the power
to speak in "assembly", would give the Internet [...] the fundamental
property for the establishment of a digital argumentative space, which would
make the computer a differentiated means of communication in political
terms.
It is evident that this idea is not enough to cover the entire understanding of the
amplitude of Educommunication, but it is a way of pointing out that the research work on the
role of communication is not given only because of the great proliferation of the media today.
The debate about communication has gained great notoriety due to the expansion and celerity
of information dissemination processes, but this does not mean that it is something absolutely
new. Nevertheless, there is a new question: how does education, something so old, relate to
these new forms of communication? The Gordian knot is not in the issue itself, but in how
these new forms impact the processes of social and educational formation. And, for this
reason, we want to present the thoughts of Bakhtin's Circle and Freire as the basis for this
association between education and communication.
Freire's and Bakhtin's Circle contributions to the formation of critical subjects: bases
for the construction of references for the field of Educommunication
Considering that the object of study of Educommunication consists of the articulation
between two fields of knowledge: communication and education, it is relevant to relate
theoretical assumptions that allow an interdisciplinary approach called for by this field. In this
sense, this article is based on Freire's (1983, 1987, 1996, 2002) theory of dialogical action and
on Bakhtin's Circle's Philosophy of Language (BAKHTIN, 2011; VOLÓCHINOV, 2017).
The approximation between the works of these two authors and the mobilization of
their epistemological and theoretical references to think about the field of Educommunication
image/svg+xml
The contributions of educommunication to the education of critical subjects: A dialogue between Paulo Freire's theoretical assumptions and
Mikhail Bakhtin's circle
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1826
may favor a foundation capable of promoting an approach based on a dialogical-discursive
dimension of media productions, in order to form critical and responsive readers.
Although Bakhtin's Circle does not recurrently address the issue of education in his
writings, his contributions reside in the characterization of the dialogic nature of language, in
the constitution of subjects and in ideological processes. Freire (1983, 1987), on the other
hand, brings contributions to think about the pedagogical dimension. For the organization of
the discussion proposed here, two concepts that systematize the approximation between the
two theoreticians will be addressed.
The first one resides in the principle that the epistemological bases inherent to the field
of Educommunication assume a conception of active subject, which is in line with Freire's
theories and those of the Bakhtin Circle. For Freire, educational activity must be based on the
relationship, on the exchange, on the dialogue, on the deconstruction, and on the debate about
contents and social values. The author criticizes the idea of "banking education", in which
"the educator appears as its unquestionable agent, as its real subject, whose indeclinable task
is to 'fill' the students with the contents of his narration" (FREIRE, 1987, p. 37, emphasis
added). In this same direction, Volóchinov (2017) considers that human communication takes
place in the dialogical process between the interlocutors invested in this action, involving not
only the immediate speakers, but also the discursive other of the dialogical relationship.
In this direction, Freire (1987, p. 108) points out that:
Existence, because it is human, cannot be mute, silent, nor can it be
nourished by false words, but by true words, with which men transform the
world. To exist, humanly speaking, is to pronounce the world, to change it.
The pronounced world, in turn, turns problematized back to the pronouncing
subjects, demanding from them a new pronouncing.
Regarding the conception of subjects, Bakhtin (2011) considers that the subject of
enunciation is not a passive being, but responsible and responsive; responsible because it
presupposes the awareness that the epistemological choices made by him are always of
ideological and political nature and have ethical implications in the lives of others; responsive
because every subject adopts towards himself a responsive attitude, being able to take various
positions (agree, disagree, discuss, direct, expand, apply, associate, exemplify) in relation to
what is being "said", acting actively in the enunciative act. In projects linked to the
Educommunication proposal, it is relevant to consider the relationship between the subjects
(interlocutors: producers, represented or professional characters, teachers, students) and
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA and Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1827
texts/discourses, since these subjects participate, somehow, in the process of sense
production.
For Xavier (2018, p. 92),
Educommunication is, without a doubt, a discursive practice and is attentive
to the discourses circulated by the media. It is interested in questioning and
answering, in an exercise of critical reading, not only what was said, but
mainly, how it was said, who said it and when it was said, under
what/how/what historical conditions they said it, to which social voices they
are affiliated. In this dialogical texture, the search for answers - in a proposal
of understanding them and not only of identification, because reading
critically is not an identification, but an understanding that focuses on the
effects of meaning that the statements made by the media can provoke,
which sets of interests are being called upon.
The second concept to be highlighted refers to the utterance, as the basis of the
discursive communication process. This concept encompasses the uses of language in
concrete situations, has a value dimension of the producer with the content of the object and
the meaning and impels the receiver to exercise a responsive attitude, i.e., expresses a
relationship between interlocutors. Every utterance is just a moment, a link, in the chain of
discursive communication, which is uninterrupted. This link integrates the concrete discursive
interaction and the extraverbal situation, which are necessary parts of its constitution and
meaning. This question is very dear to communication studies, since it makes explicit the fact
that there is no such thing as an absolutely neutral utterance. Thus, the use of the term "word"
is not close to the idea of a designative term, but to the possibilities of meaning. Thus, it is
worth considering that there is the language word (constant meaning, usually found in
dictionaries) and the ideological word (ideological sign, socially and historically situated and
valued by subjects in time and space).
Taking the idea of word as a sign, Freire (1987, p. 10, emphasis added) understands
that "the word as human behavior, signifier of the world, not only designates things, it
transforms them. It is not only thought, it is 'praxis'. Thus considered, semantics is existence,
and the living word is fulfilled in work. In other words, "the living word is existential dialog.
It expresses and elaborates the world, in communication and collaboration. Authentic
dialogue - the recognition of the other and the recognition of oneself in the other - is the
decision and the commitment to collaborate in the construction of the common world".
(FREIRE, 1987, p. 28).
In this conception of the living word, Volóchinov (2017, p. 106) attests that
image/svg+xml
The contributions of educommunication to the education of critical subjects: A dialogue between Paulo Freire's theoretical assumptions and
Mikhail Bakhtin's circle
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1828
What is important is not so much the signical nature of words, but their
social omnipresence. For words literally participate in every interaction and
contact between people: in collaboration at work, in ideological
communication, in casual everyday contacts, in political relations, etc. The
numerous ideological threads that penetrate all areas of social
communication are realized in the word. It is quite obvious that the word
will be the most sensitive indicator of social changes, and this occurs there
where these changes are still forming, where they have not yet built
themselves into organized ideological systems. [...] The word is capable of
fixing all the transitory phases of social changes, however delicate and
fleeting they may be.
By considering that the word is not reduced to mere nomenclature, Freire and
Bakhtin's Circle contribute to a reflection about the work with media productions in school
contexts, since they point to the transforming potential of social interactions. It is in and
through language that subjects constitute themselves, that meanings are produced, and that
interactions are built.
For Volóchinov (2017, p. 205),
The importance of the orientation of the word to the interlocutor is extremely
great. In its essence, the word is a bilateral act. It is determined both by the
one from whom it comes and by the one to whom it is addressed. As a word,
it is precisely the product of the interrelationships of the speaker and the
listener. Every word serves as an expression of the "one" in relation to the
"other". In the word, I shape myself from the point of view of the other and
ultimately from the perspective of my collectivity. The word is a bridge that
connects the self to the other. It rests one end on me and the other end on the
interlocutor. The word is the common territory between the speaker and the
interlocutor.
In considering the relationship between the "I" and the "other", both Freire and Bakhtin's
Circle point to the dialogic dimension of the communication process, allowing us to understand media
productions as statements. This conception is the basis of the Educommunication proposals, allowing
for an analysis of the contexts of production, circulation, and reception, the problematization of the
choices and the effects of meaning of the linguistic and semiotic resources, as well as a discussion of
the link between the statements and the ideologies that situate axiological positions. Thus, in the
context of Educommunication, it is relevant that the proposals for the reading of media productions be
propelling transformations, whether they are manifested by the expansion of cultural knowledge, or
whether they are manifested by changes in behavior or points of view. In Educommunication, "[...] it
is important to dispense the specious look about the technological changes and their social and cultural
implications; however, it is necessary to do it in a critical-reflexive opening" (CITELLI; SOARES;
LOPES, 2019, p. 20).
Educommunication can contribute to a formation of social subjects, since it assumes as its
main objectives: (1) promote democratic access to the production and dissemination of information;
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA and Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1829
(2) facilitate critical perception of the way the world is edited in the media; (3) facilitate
teaching/learning through the creative use of the media; (4) promote the communicative expression of
the members of the educational community; (5) share, exchange and form understanding among
people, in relation to the planning, implementation and evaluation of processes, programs and products
aimed at creating and strengthening communicative ecosystems in face-to-face or virtual educational
spaces, or other social spaces (SOARES, 2002).
In this sense, the concept of word expands to the context of the enunciation process (context
of production and reception of discourses), encompassing linguistic, semiotic, ideological and cultural
dimensions, which imposes a necessary articulation with the concept of enunciation, which is
organized in the form of a chain, articulating with previous enunciations, raising others and favoring
processes of sense production that consider the socio-ideological dimension of media productions.
According to Arruda (2013, p. 238, emphasis added)
,
[...]school is the space to understand the transformation that digital
technologies bring about. School is the place of criticism, of positioning, of
the search for understanding the meanings and significance of these
technologies. It is where one seeks to understand the discourses, the
production strategies, the ways technologies are apprehended and how their
discourses are incorporated (or not) by our actions. In other words, it is
expected that the school forms, in a systematized way, "in and for the
media", since they are the current carriers of the contents apprehended by
people.
In view of the above, it is worth pointing out that school is no longer the only place
where children and young people learn about the world, interact, and produce knowledge.
And this reality becomes even more evident today, in which access to New Information and
Communication Technologies (NICT) has been expanded, providing playful and more
attractive learning experiences than the formal teaching method adopted by schools. And, in
this context, the student has the possibility, besides participating in the activity of receiving
various contents, to exercise authorship, since he can establish his own communication spaces
and, from them, interact with other young people and adults.
Freire (1996) understands education as an activity that depends on the communicative
act for the construction of knowledge. The communicative act cannot be separated from the
specific situation or the broader cultural context that surrounds it, hence the importance of
valuing the previous knowledge of human agents and bringing to the debate issues that make
sense to the interdiscursive agents. Education as a practice of freedom "does not begin when
educator- student are in a 'pedagogical situation', but when the educator asks himself about the
'content of the dialogue' and the 'programmatic content of education'" (FREIRE, 1996, p. 116,
author's emphasis).
image/svg+xml
The contributions of educommunication to the education of critical subjects: A dialogue between Paulo Freire's theoretical assumptions and
Mikhail Bakhtin's circle
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1830
Thus, in the living practice of language, the linguistic consciousness of
speaker and receiver has nothing to do with an abstract system of normative
forms, but only with language in the sense of the set of possible contexts of
use of each particular form [...] (FREIRE, 1996, p. 96)
That is, the dialogue is established thanks to the concrete enunciates that are heard or
reproduced in the effective communication with the people involved in the interactions. In
this perspective, Beth Brait (2013) highlights that an utterance is always modulated by the
speaker to the social, historical, cultural and ideological context, because otherwise, this
utterance will not be understood.
Miotello (2020) adds that, through dialogue, words constitute us, change us, therefore,
they are a relationship of alterity. And, by changing us, they constitute us and do not complete
us, but make us different. This is because dialogue is not limited to the I-tu relationship, "[...]
it is this encounter of men, mediated by the world" (FREIRE, 1987, p. 45) that we use to
pronounce it.
In this direction, it is relevant that the school develops methodological strategies for an
analysis of the "saying" proposed by the producers of media texts, in order to provide spaces
for a critical formation on the part of the students, whether in the dimension of the modes of
organization of these productions, or in the dimension of the discourses that are conveyed, or
even in the dimension of the potentialities of social transformation emanating from the
interaction processes raised by didactic activities.
As a way to contribute to the development of these strategies, in Chart 1 we present
possibilities for exploring media productions in the compositional, discursive, and social
dimensions.
Chart 1
–
Possibilities for exploring media productions
Dimensions
Possibilities for analysis
Compositional
Dimension
How the production is organized in terms of configuration:
a) constituent parts;
b) types of resources (linguistic and semiotic).
Discursive
Dimension
How the production explores the discursive dimension:
a) exploration of the project of saying (communicative purpose of the production);
b) exploration of time and space
c) presence of language modalities (oral, written, sound and image);
d) exploration of the effects of meaning produced by the choices and combinations of
linguistic and semiotic resources
e) exploration of the modes of representation (cuts and edits, framing, sounds,
movements, angles, exhibition time, if applicable).
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA and Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1831
Dimensions
Possibilities for analysis
Social Dimension
How the production fits into the social context:
a) exploration of the thematic content;
b) analysis of the reception conditions by the interlocutors and the students who
interact with the production;
c) modes of representation of the contexts portrayed;
d) axiological positions suggested.
Source: Prepared by the authors
An analysis of the various issues that make up the process of production, circulation,
and reception of media can allow the establishment of educational situations, with
pedagogical intentionality based on critical reflection about the modes of social configuration
and operation of the media. This is confirmed by Mercado (2002, p. 27), when he states that:
The school, as an agency of socialization, of insertion of the new generations
in the values of the social group, has the commitment to provide the student
with the development of skills and competencies such as: reading skills,
which implies understanding of writing; ability to communicate; mastery of
new information and production technologies; ability to work in groups;
ability to identify and solve problems; critical reading of the mass media;
ability to criticize social change.
Thus, the articulation between education and communication enables an analysis of
the peculiar specificities of each field. Considering the epistemological, methodological, and
axiological assumptions that constitute educational action can enable a less intuitive
pedagogy. Considering the principles and values of communication can contribute to the
understanding of media and technologies as spaces of meaning production and as mediators of
interactions. Soares (2002, p. 20) states that meaning is "what provokes learning, not
technology".
Final remarks
This article aims to reflect on the contributions of the theoretical assumptions
advocated by Paulo Freire and the Bakhtin Circle to the field of Educommunication. This
reflection was motivated by the need to question the contemporary social context, marked by
the dissemination of technologies and by the re-signification of communication processes,
which has demanded from school institutions new ways of pedagogical organization and of
establishing interactions among subjects.
In view of the above, by assuming an epistemological position that the articulation
between communication and education must be based on dialogicity between subjects and
image/svg+xml
The contributions of educommunication to the education of critical subjects: A dialogue between Paulo Freire's theoretical assumptions and
Mikhail Bakhtin's circle
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1832
aim at social transformations, this study considered that the theoretical assumptions of
Bakhtin's Circle and Paulo Freire are relevant to the discussion proposed here, since they
allow an approach that considers the dimensions of the uses of language in media contexts
and liberating pedagogy. From the perspective of dialogicity, it is relevant to consider that
subjects constitute themselves in and through language, in interaction with other interlocutors,
in a responsive-active way. From the perspective of education, it is important to consider the
pedagogical action as a political act, for the construction of knowledge and the creation of
another society: more ethical, fairer, more human, and with more solidarity.
In this direction, Educommunication is concerned with formative and transformative
processes, having communication as a transversal axis of human practices; of the
inseparability of the knowledge construction process, as a communicative process. The
epistemological conception is based on the dialogical process that is established through
language between interdiscursive agents. Thus, Paulo Freire (1983, 1987, 1996, 2002) and
Bakhtin (2011) and Volóchinov (2017) bring contributions to the construction of theoretical
contributions imbricated in education and communication.
It is noteworthy that Paulo Freire, in several works, brings essential contributions that
link the process of communicating (interaction) to the process of education, because he
conceives that communicating builds knowledge through "interlocutor subjects that seek the
construction of meanings" (FREIRE, 1983, p. 69). The author emphasizes that
communication is only effective when "[...] the verbal expression of one of the subjects has to
be perceived within a meaningful framework common to the other subject" (FREIRE, 1983,
p. 45). Moreover, the author recognizes the transforming potential of education, because from
it, social agents can learn to respect each other, practice alterity, and use praxis for reflection
and action in/by/about/with the world to transform it. Thus, from a reflective practice on the
modes of production and reception of the media, it is possible to expand the formation of
skills necessary for a critical consciousness. Problematizing the discourses and the silencing
of media productions can favor a dialogical and emancipatory education.
Addressing the contributions of Bakhtin's Circle, the concept of language as a constant
process of interaction mediated by dialogue - and not only as an autonomous, abstract system
- deserves to be highlighted in the discussion here undertaken. In this context, language is
used in an uninterrupted way through verbal and social interaction among interlocutors, and is
not a stable system of normatively identical forms. Thus, the subjects are seen as social
agents, for it is through dialogues between the interlocutors that the exchange of experiences
and knowledge takes place. The enunciation and the dialogical conception of language
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA and Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1833
reinforce the presence of the Other (alterity) in the conception of the meanings in the
discourse, with the speaker and interlocutor present in the process of sense construction.
Finally, from the reflection proposed here, we can highlight that the basic principles of
Educommunication are not sustained in the mere junction between the areas of
communication and education, but in the systematization of an epistemological reference that
makes explicit the constitution of Educommunication as an autonomous field of knowledge.
This field presents a political-transformative and dialogical-discursive statute that allows us to
problematize the interactions between subjects mediated by the media and the technologies,
including linguistic-semiotic choices, signals for the (re)construction of meanings, as well as
the discursive intentionalities and their effects on the organization of society. From this
perspective, Educommunication allows the establishment of interactions that enable the
formation of critical subjects, in the dimension of empowerment, autonomy and responsive
positioning, culminating in effective possibilities of social transformation and recognition of
the constitutive singularities of each subject, each learner, as well as the differences that
constitute the fields of education and language.
REFERENCES
ARRUDA, E. P. Ensino e aprendizagem na sociedade do entretenimento: Desafios para a
formação docente.
Educação,
v. 36, n. 2, p. 232-239, maio/ago. 2013. Available at:
https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/faced/article/view/12036. Access on: 08 Dec.
2021.
BAKHTIN, M.
Estética da criação verbal
. 6.ed. Tradução: Paulo Bezerra. São Paulo:
Martins Fontes, 2011.
BRAIT, B.
Bakhtin, dialogismo e construção do sentido
.
2. ed. Campinas: Editora da
Unicamp, 2013.
BRAZIL.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC
). Brasília, DF: MEC, 2018. Available
at: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_20dez_site.pdf. Access on: 27 May
2021.
CITELLI, A. O.; COSTA, M. C. C. Apresentação.
In
: CITELLI, A. O.; COSTA, M. C. C.
(org.).
Educomunicação
: Construindo uma nova área de conhecimento. São Paulo: Paulinas,
2011.
CITELLI, A.; SOARES, I. O.; LOPES, M. Immacolata Vassallo de. Educomunicação:
Referências para uma construção metodológica.
Comunicação & Educação,
v. 24, n. 2, p.
12-25, 30 dez. 2019. Available at:
https://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/165330/159511. Access on: 15 Mar. 2021.
image/svg+xml
The contributions of educommunication to the education of critical subjects: A dialogue between Paulo Freire's theoretical assumptions and
Mikhail Bakhtin's circle
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1834
FREIRE, P.
Extensão ou Comunicação?
7.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.
FREIRE, P.; GUIMARÃES, S.
Sobre Educação
: Diálogos. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1984. v. 2.
FREIRE, P.
Pedagogia do Oprimido
. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, P.
Pedagogia da autonomia
: Saberes Necessários à Prática educativa. 30. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, P.
Educação como prática de liberdade
. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
FOUCAULT, M.
Nascimento da biopolítica
.
São Paulo: Martins Fontes, 2008.
GADOTTI, M. Saber aprender: Um olhar sobre Paulo Freire e as perspectivas atuais da
educação.
Produção de terceiros sobre Paulo Freire
, Série Artigos, 2000. Available at:
http://www.acervo.paulofreire.org:8080/jspui/bitstream/7891/2999/1/FPF_PTPF_01_0366.pd
f. Access on: 11 Dec. 2021.
HABERMAS, J.
Teoria do Agir Comunicativo
: Racionalidade da Ação e Racionalização
Social. Tradução: Paulo Astor Soethe. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012.
KAPLÚN, M.
El Comunicador Popular
. Quito: Ciespal, 1985.
MERCADO, L. P. L. (org.).
Novas tecnologias na educação
: reflexões sobre a prática.
Maceió: EDUFAL, 2002.
MARQUES, F. P. J. A. Debates Políticos na internet: A perspectiva da conversação civil.
OPINIÃO PÚBLICA
, Campinas, v. 12, n. 1, p. 164-187, abr./maio 2006. Available at:
https://www.scielo.br/j/op/a/rSyVrhtppnpwTcs5Ck6Czbv/abstract/?lang=pt. Access on: 27
Dec. 2021.
MARTÍN-BARBERO, J. M. Heredando el Futuro
.
Pensar laEducación desde
laComunicación,
n. 5, p.10-22, set. 1996.
MARTÍN-BARBERO, J. M. Retos culturales de lacomunicación a laeducación: Elementos
para una reflexión que está por comenzar.
Revista Reflexiones Académicas,
Santiago, n. 12,
p. 45-57, 2000. Available at: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=3990512.
Access on: 20 Dec. 2021.
MIOTELLO, V.
Profa. Fátima recebe Miotello, um grande linguista brasileiro
.
S.l.
: Hélcia
Macedo Academy, 2020. 1 vídeo (247 min). Available at: https://youtu.be/mikT--_A--
w?list=PLrGeUYiDeLL59lstewHa_MP6OptC3Ijyv. Access on: 02 June 2021.
MORIN, E.; CIURANA, E. R.; MOTTA, R. D.
Educar na era planetária
: O Pensamento
complexo como método de aprendizagem pelo erro e incerteza humana. Tradução: Sandra
TrabuccoValenzuela. São Paulo: Cortez, 2003.
image/svg+xml
Madalena Pereira da SILVA, Helena Maria FERREIRA and Joel Cezar BONIN
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1835
RABELO, D. Abordagens complexas: Algumas premissas educacionais no Cepae.
Revista
Polyphonía,
v. 19, n. 2, p. 151-163, 2008. Available at:
https://repositorio.bc.ufg.br/handle/ri/17988. Access on: 11 Jan. 2021.
SILVA, L. M. A Teoria da Ação Comunicativa no ensino de comunicação.
Revista Tempo
Brasileiro
, Rio de Janeiro, p. 173-190, jul./set. 1999.
SILVA, M. P.; AGUIAR, P. A.; JURADO, R. G. As tecnologias digitais da informação e
comunicação como polinizadoras dos projetos criativos ecoformadores na perspectiva da
educação ambiental.
Revista Polyphonía,
v. 31, n. 1, p. 182-204, 2020. Available at:
https://revistas.ufg.br/sv/article/view/66957. Access on: 13 Jan. 2021.
SOARES, I. O.
Educomunicação
: Um campo de mediações.
Comunicação & Educação
,
São Paulo, n. 19, p. 12- 24, set/dez. 2000. Available at:
https://www.revistas.usp.br/comueduc/article/view/36934. Access on: 12 Aug. 2021.
SOARES. I. O. Metodologias da Educação para Comunicação e Gestão Comunicativa no
Brasil e na América Latina.
In
: BACCEGA, M. A. (org.).
Gestão de Processos
Comunicacionais
.
São Paulo: Atlas, 2002.
SOARES. I. O. A Educomunicação e suas áreas de intervenção.
Educom.TV
, tópico 1,
ECA/USP, 2002. Disponível mediante senha em: http://www.educomtv.see.inf.br/. Acesso
em: 14 set. 2003.
SOARES. I. O.
Educomunicação
: O conceito, o profissional, a aplicação. São Paulo:
Paulinas, 2011.
SZUNDY, P. T. C. Educação como ato responsável: A formação de professores de linguagens
à luz da filosofia da linguagem do círculo de Bakhtin.
Trabalhos em Linguística Aplicada
,
Campinas, v. 53, n. 1, p. 13-32, 2014. Available at:
https://www.scielo.br/j/tla/a/xdSSh3qFDMRbNpLRm5W4xjh/?format=pdf&lang=pt. Access
on: 20 Feb. 2022.
VOLÓCHINOV, V. (Círculo de Bakhtin).
Marxismo e filosofia da linguagem
: Problemas
fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Tradução: Sheila Grillo e
Ekaterina V. Américo. São Paulo: Editora 34, 2017.
XAVIER, M. M.; ALMEIDA, M. F.; NASCIMENTO, R. N. A. A educomunicação e a
perspectiva dialógica da linguagem: Por uma educação midiática e uma mídia educativa.
In
.:
PAIVA, R. S.; QUEIROZ, R. (org.).
O texto multifacetado
: Diálogos em língua e literatura.
Campina Grande: Bagagem, 2015.
XAVIER, M. M.
Educomunicação em perspectiva dialógico-discursiva
: Leituras do
jornalismo político no Ensino Médio. 2018. Tese (Doutorado em Linguística)
–
Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, 2018. Available at:
https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/13775. Access on: 19 Dec. 2021.
image/svg+xml
The contributions of educommunication to the education of critical subjects: A dialogue between Paulo Freire's theoretical assumptions and
Mikhail Bakhtin's circle
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
1836
How to reference this article
SILVA, M. P.; FERREIRA, H. M.; BONIN, J. C.
The contributions of educommunication to
the education of critical subjects: A dialogue between Paulo Freire's theoretical assumptions
and Mikhail Bakhtin's circle.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
,
Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1818-1836, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16599
Submitted
:
24/03/2022
Revisions required
: 19/05/2022
Approved
: 27/06/2022
Published
: 01/07/2022
Processing and publishing by the Editora Ibero-Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.