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Adaptação e evidências de validação do Questionário de Satisfação com a Experiência Acadêmica Remota (QSEA
-
R)
RIAEE
–
Revista Ibero
-
Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2626
-
2647, out./dez. 2022
.
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-
ISSN: 1982
-
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16756
2626
ADAPTAÇÃO E EVIDÊNCIAS DE VALIDAÇÃO DO QUESTIONÁRIO DE
SATISFAÇÃO COM A EXPERIÊNCIA ACADÊMICA REMOTA (QSEA
-
R)
ADAPTACIÓN Y VALIDACIÓN DE EVIDENCIAS DEL CUESTIONARIO DE
SATISFACCIÓN DE LA EXPERIENCIA ACADÉMICA REMOTA (QSEA
-
R)
ADAPTATION AND VALIDATION EVIDENCE OF THE QUESTIONNAIRE OF
SATISFACTION WITH THE REMOTE ACADEMIC EXPERIENCE (QSEA
-
R)
Lauro Lopes PEREIRA
-
NETO
1
Ana Amália Gomes Barros T
orres
. FARIA
2
Leandro S
ilva
ALMEIDA
3
RESUMO
:
O presente
estudo
investigou a evidência de validade da adaptação à realidade
pandêmica do Questionário de Satisfação com a Experiência Acadêmica (QSEA
-
R).
Participaram do estudo
de abordagem quantitativa
365 estudantes matriculados no
ensino
remoto emergencial (
ERE
)
dos c
ursos superiores do Instituto Federal de Alagoas. Os resultados
confirmaram as qualidades métricas em termos de validade da estrutura interna e de
fidedignidade do questionário. A pandemia da COVID
-
19 intensificou desigualdades e agravou
a condição de vuln
erabilidade social dos estudantes
,
que, apesar de relatarem ausência de uma
infraestrutura digital satisfatória para o estudo remoto, avaliaram como satisfatória a
implantação do ERE, acreditavam na integração das experiências vivenciadas no contexto
pandê
mico e expressaram perspectivas positivas de empregabilidade e êxito profissional.
Concluiu
-
se que o QSEA
-
R representa um importante instrumento preditor da (in)satisfação
acadêmica, contribuindo, desta forma, na avaliação da eficácia institucional.
PALAV
RAS
-
CHAVE
:
Ensino superior. Satisfação acadêmica. Ensino remoto emergencial.
COVID
-
19. Sucesso acadêmico.
RESUMEN
:
El
estudio
investigó las evidencias de validez de la adaptación a la realidad
pandémica del Cuestionario de Satisfacción de la Experiencia Académica (QSEA
-
R). 365
estudiantes matriculados
en el Enseñanza remota de emergencia (ERE)
de cursos de educación
superior en
el Instituto Federal de Alagoas participaron en el estudio
de enfoque cuantitativo
.
Los resultados confirmaron las cualidades métricas en términos de validez de la estructura
interna y confiabilidad del cuestionario. La pandemia del COVID
-
19 intensificó la
s
desigualdades y agravó la condición de vulnerabilidad social de los estudiantes quienes, a
1
Instituto Federal de Alagoas (IFAL), Maceió
–
AL
–
Brasil. Professor
do En
sino Superior
.
Departamento de
Ensino Superior. Doutorando em Ciências da Educação, especialidade de Psicologia da Educação
(
UMinho
/Portugal)
.
ORCID: https://orcid.org/0000
-
0001
-
9429
-
0798. E
-
mail: lauro.pereira@ifal.edu.br
2
Instituto Federal de Alagoas (I
FAL), Maceió
–
AL
–
Brasil
. Psicóloga
.
Departamento de Assistência Estudantil.
Doutoranda em Ciências da Educação, especialidade de Psicologia da Educação
(UMinho/Portugal).
ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0003
-
4096
-
0041. E
-
mail: ana.faria@ifal.edu.br
3
Univ
ersidade
do
Minho
(UMinho)
, Braga
–
Portugal.
Professor catedrático do Instituto
de
Educação.
Doutorado
em
Psicologia, especialidade
em
Psicologia
da
Educação
(UP/Portugal)
. ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0002
-
0651
-
7014. E
-
mail: leandro@ie.uminho.pt
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Lauro Lopes PEREIRA
-
NETO
;
Ana Amália Gomes Barros
Torres
FARIA
e
Leandro S
ilva
ALMEIDA
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pesar de reportar una infraestructura digital insatisfactoria, evaluaron como positiva la
adopción de la ERE, creyeron en la integración de experiencias vividas en
el contexto de la
pandemia y expresaron perspectivas positivas de empleabilidad y éxito profesional. Se
concluyó que el QSEA
-
R representa un importante instrumento para predecir la
(in)satisfacción académica, contribuyendo así a la evaluación de la eficac
ia institucional.
PALABRAS CLAVE
:
Educación superior. Satisfacción académica. Enseñanza remota de
emergencia. COVID
-
19.
Éxito académico.
ABSTRACT
:
This study
investigated the evidence of validity of the adaptation to the pandemic
reality of the Academic Experience Satisfaction Questionnaire (QSEA
-
R). A total of 365
students enrolled in the
Emergency Remote Teaching (ERE)
of higher education courses at
Institut
o Federal de Alagoas participated in the
quantitative approach
study. The results
confirmed the metric qualities in terms of validity of the internal structure and reliability of the
questionnaire. The COVID
-
19 pandemic intensified inequalities and aggrava
ted the condition
of social vulnerability of students who, despite reporting an unsatisfactory digital infrastructure
for remote study, evaluated the adoption of the ERE as positive, believed in the integration of
experiences lived in the pandemic context
and expressed positive prospects for employability
and professional success. It was concluded that the QSEA
-
R represents an important instrument
for predicting academic (dis)satisfaction, thus contributing to the evaluation of institutional
efficacy.
KEYW
ORDS
: Higher education. Academic satisfaction. Emergency remote teaching. COVID
-
19. Academic success.
Introdução
No Brasil e no mundo, diversos estudos relacionados à Psicologia da Educação têm
apontado seus olhares na investigação da satisfação dos estudantes com a experiência
acadêmica no
E
nsino
S
uperior
(
ES
)
, com o intuito de identificar os fatores que possam
desencadear o insucesso acadêmico e a propensão ao abandono
(AMBIEL; BARROS, 2018;
CAMPIRA; BULAQUE; ALMEIDA, 2021; OSTI
et al.
, 2020
a
; OSTI
et al.
,
2020
b
; OSTI;
ALMEIDA, 2019; SUEHIRO; ANDRADE, 2018)
.
Considerada um construto
multidimensional, a satisfação acadêmica é impactada por diversas áreas da experiência
educacional, tais como a qualidade do ensino, o currículo, o relacionamento com os professores
e colegas, as instalações e recursos oferecidos
pela universidade
(OSTI
et al.
, 2020
b
;
SUEHIRO; ANDRADE, 2018)
. Nessas condições, sua investigação apresenta
-
se como um
elemento fundamental na avaliação da eficácia institucional e dos contextos educativos
envolvidos no processo de adaptação acadêmica dos
estudantes do
ES
.
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Adaptação e evidências de validação do Questionário de Satisfação com a Experiência Acadêmica Remota (QSEA
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Tradicionalmente, dos estudantes que ingressam no
ES
, é esperada uma rápida
adaptação ao novo contexto social e acadêmico que experenciam, fato esse que nem sempre
ocorre sem que, para isso, ocorram conflitos e dificuldades
(ARAÚJO, 2015
;
BRITO
;
CAMPOS, 2019;
CASANOVA; BERNARDO; ALMEIDA, 2021; FARIA; ALMEIDA, 2020;
NHACHENGO; ALMEIDA, 2020; PEREIRA
-
NETO; FARIA; ALMEIDA, 2021)
. No
percurso desse processo, cabe aos estudantes a responsabilidade de compreender as normas e
os
valores da universidade ou
do
instituto que frequentam, desenvolver a capacidade de lidar,
muitas vezes, com a separação afetiva da família e/ou os amigos da adolescência, adquirir uma
maior autonomia nas decisões diárias e nas decisões relacionadas à sua
carreira, gerenciar novos
vínculos interpessoais com colegas e professores, além de assimilar os novos métodos de ensino
e avaliação
(ALMEIDA, 2007; BACAN; MARTINS; SANTOS, 2020; CASANOVA;
BERNARDO; ALMEIDA, 2021; FARIA; ALMEIDA, 2021; PEREIRA
-
NETO; ALMEID
A,
2021; PEREIRA
-
NETO; FARIA; ALMEIDA, 2021,
n.d.
)
.
Na busca por minorar as dificuldade
s
e
os
conflitos dos estudantes e promover uma
adaptação acadêmica exitosa, as instituições de
ES
, ao longo dos anos, têm compreendido a
necessidade
de identificar
os fatores
–
sociais, de desenvolvimento pessoal, interpessoal,
emocional e institucional
–
que possam a vir influenciar no processo de adaptação, na satisfação
e, consequentemente, na permanência ou abandono na universidade. Isso porque, quando
–
aos
est
udantes
–
são garantidas
–
pelas instituições de ensino
–
políticas de inserção, inclusão e
acomodação de acordo com as suas necessidades, concomitantemente são promovidas as
condições estruturais para uma melhor adaptação, envolvimento e rentabilização ac
adêmica
desses estudantes
(CASANOVA; BERNARDO; ALMEIDA, 2021; OSTI
et al.
,
2020
b
; OSTI
et al
.,
2020
a
; OSTI; ALMEIDA, 2019)
.
Na atualidade, com o surgimento da pandemia da COVID
-
19, somou
-
se às tradicionais
dificuldades de adaptação acadêmica outras tantas decorrentes das restrições ocasionadas pelo
isolamento social. Repentinamente, as aulas presenciais foram substituídas por a
ulas
online
,
com elementos similares aos usados pela Educação a Distância (EaD)
,
como, por exemplo, a
utilização de plataformas digitais e ambientes virtuais de aprendizagem, materiais para o
formato
e
-
learning
(aprendizagem virtual), realização de videoco
nferências e encontros
síncronos e assíncronos
(GUSSO
et al.
, 2020; PAULO; ARAÚJO; OLIVEIRA, 2020)
.
Com a adoção do modelo de Ensino Remoto Emergencial (ERE) nas instituições de
ES
do Brasil, os estudantes tiveram não só que se adaptar ao modelo de aulas
a distância, mas
precisaram superar novos desafios, uma vez que: as relações interpessoais passaram a figurar
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Lauro Lopes PEREIRA
-
NETO
;
Ana Amália Gomes Barros
Torres
FARIA
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digitalmente; o processo de avaliação sofreu mudanças significativas e as estratégias de ensino
e de aprendizagem tiveram que se adaptar às relaçõ
es mediadas pelas Tecnologias Digitais de
Informação e Comunicação
(AMARAL; POLYDORO, 2020; NONATO; CONTRERAS
-
ESPINOSA, 2022; OLIVEIRA; SILVA; SILVA, 2020; PEREIRA
-
NETO; FARIA;
ALMEIDA,
2021
)
.
Como se não bastasse, muitos dos estudantes tiveram que conviver com uma
infraestrutura digital insatisfatória para o acompanhamento das atividades remotas, desnudando
assim um outro grande problema social: a exclusão digital de grande parte da população
b
rasileira
(FARIA;
PEREIRA
-
NETO; ALMEIDA, 2021; PEREIRA
-
NETO; FARIA;
ALMEIDA, 2021)
. Dados da TIC Domicílios 2019, coletados em um período anterior à
pandemia, já indicavam que a falta de acesso à internet atingia uma a cada quatro pessoas no
Brasil. O índi
ce de pessoas sem acesso à internet em áreas urbanas era de 16%, chegando a 50%
nas áreas rurais
(CGI.BR, 2011; DE SOUZA; GUIMARÃES, 2020; MARCON, 2020)
. A
desigualdade social, cultural e econômica, que sempre foi uma realidade histórica no Brasil,
com a p
andemia da COVID
-
19 acentuou
-
se e mostrou
-
se ainda mais desigual, principalmente
quando o assunto é inclusão digital
(KANASHIRO, 2021; MARCON, 2020; SOUZA;
MIRANDA, 2021)
.
Por sinal, ao falarmos de desigualdade digital, importa relatar que, para além da
ne
cessidade de uma conexão com a internet de qualidade e estável, somam
-
se diversas outras
características econômicas e sociais necessárias ao adequado acompanhamento das atividades
remotas: o tipo de instrumento de tecnologia utilizado (computador, celular,
tablet
), enfatizando
o fato de que muitos estudantes possuíam apenas um
smartphone
como instrumento de pesquisa
e estudos; o seu tempo de uso, muitas vezes um único aparelho era compartilhado por vários
membros da família; o ambiente familiar não propício
para o acompanhamento das atividades,
muitas vezes
, os estudantes
tinham que dividir o espaço físico (sala, mesa, iluminação) com os
demais membros da família e suas atividades cotidianas; o conhecimento e
a
habilidade no
manuseio das interfaces tecnológi
cas (plataformas digitais,
softwares
, aplicativos), a mudança
do ensino presencial para o remoto foi demasiadamente rápida que não possibilitou a aquisição
de competências prévias quanto
à
utilização dos instrumentos tecnológicos e dos ambientes
virtuais de aprendizagem
(OSTI; JUNIOR; ALMEID
A, 2021; PEREIRA
-
NETO; FARIA;
ALMEIDA,
2021
; SILVA; FILHO; SILVA, 2021)
.
Esse conjunto de dificuldades, certamente, gerou estresse, frustração e insatisfação entre
os estudantes, surgindo, com isso, receios quanto
à
conclusão do semestre e
à
continuidade
dos
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Adaptação e evidências de validação do Questionário de Satisfação com a Experiência Acadêmica Remota (QSEA
-
R)
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Revista Ibero
-
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estudos formativos
(FARIA; PEREIRA
-
NETO; ALMEIDA, 2021; PEREIRA
-
NETO; FARIA;
ALMEIDA, 2021,
n.d.
)
.
No fundo, face à novidade do contexto pandêmico e à profundidade
das mudanças ocorridas, seguramente que as vivências e os sentimentos dos
estudantes se
alteraram
,
o que desencadeou
a necessidade de adaptação d
o instrumento de pesquisa
e
posterior
verifica
ção de
sua valida
de,
a fim de atender essa
nova realidade educacional.
O
Questionário de Satisfação com a Experi
ê
ncia Acadêmica
(QSEA)
, o
riginalmente
elaborado com 40 itens
(OSTI; ALMEIDA, 2019)
,
precisou ser adaptado à realidade
pandêmica. O
QSEA buscava avaliar o grau de satisfação dos estudantes quanto a situações
diversas relativas à experiência no
ES
. O questionário configurav
a
-
se como um instrumento
multidimensional que se propunha a avaliar a satisfação acadêmica em diversas áreas da
experiência educacional: (a) Institucional (qualidade dos equipamentos e serviços da
instituição, satisfação e uso dos recursos bibliográficos,
laboratoriais e informáticos); (b)
Profissional (ter projetos para futuro, investir na carreira, buscar competências, e preparar
-
se
para uma profissão); (c) Interpessoal (convívio, integração social, amizade, festas, discussão de
temas); (d) Recursos Econô
micos (suportar encargos com o curso, assegurar os custos com a
subsistência diária, ter verbas para as atividades da vida acadêmica); (e) Aprendizagem e
Rendimento (participação nas aulas, realização dos trabalhos, cumprir horários, ter bom
rendimento esc
olar); (f) Ensino (qualidade do ensino e relacionamento com os professores,
adequação dos métodos de avaliação).
Na tentativa de adaptação à realidade dos estudantes que vivenciavam a pandemia da
COVID
-
19 e as medidas de isolamento social adotadas, nomeada
mente, a adoção do ERE nas
instituições de
ES
, fez
-
se necessário adequar, substituir ou subtrair alguns dos itens do
questionário original, denominando
-
o agora de Questionário de Satisfação com a Experiência
Acadêmica Remota (QSEA
-
R), composto por 36 itens
.
Des
t
a forma, o objetivo principal desse estudo foi investigar a evidência de validade
baseada na estrutura interna do QSEA
-
R e suas estimativas de fidedignidade em uma amostra
de estudantes brasileiros de cursos superiores ofertados pelo Instituto Federa
l de Educação de
Alagoas (IFAL
-
Campus Maceió). O objetivo secundário da pesquisa foi analisar a evidência de
validade baseada na relação com outras variáveis
–
tipo critério concorrente
–
em vias de
relacionar as dimensões da satisfação acadêmica avaliadas
pelo QSEA
-
R com variáveis ligadas
à
s respostas dos estudantes à vivência com a COVID
-
19 e ao ensino remoto, dentre elas: as
condições para o estudo remoto (em termos de espaço, equipamentos e tempo); a quantidade
de horas por semana dedicadas aos estudos e à realização das atividades assínc
ronas; a avaliação
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Lauro Lopes PEREIRA
-
NETO
;
Ana Amália Gomes Barros
Torres
FARIA
e
Leandro S
ilva
ALMEIDA
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Revista Ibero
-
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-
2647, out./dez. 2022
.
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.16756
2631
da participação (atenção) durante os encontros síncronos; a satisfação com o rendimento
acadêmico durante o ERE.
Como hipótese para o objetivo principal da pesquisa, esperava
-
se encontrar uma
estrutura de dimensões para o QSEA
-
R que fos
se análoga às propostas por
Osti e Almeida,
(2019)
, a fim de corroborar com a interpretação das pontuações desse instrumento no
ERE
.
Quanto ao objetivo secundário, conjecturava
-
se que as variáveis ligadas ao contexto do
ERE
estivessem, em alguma medida,
correlacionadas às dimensões da satisfação acadêmica no
QSEA
-
R
(OSTI; JUNIOR; ALMEIDA, 2021; OSTI; ALMEIDA, 2019; SUEHIRO;
ANDRADE, 2018)
.
Métodos
Participantes
Participaram do estudo
, o qual se inscreve em uma abordagem quantitativa
,
365
estudantes matriculados no ano de 2021 (referente ao semestre letivo 2020.1) no ERE dos
cursos superiores do Instituto Federal de Alagoas (IFAL/Campus Maceió), distribuídos em
cursos: tecnológicos de curta duração (n = 240, 65.5%) e de longa duração
,
l
icenciaturas (n =
92, 25.2%) ou bacharelados (n = 33, 9%).
A tabela 1 descreve as frequências dos estudantes
distribuídas por curso e área.
Tabela 1
–
Distribuição da frequência dos estudantes por cursos e áreas
Nível do Curso
Frequência
Porcentagem
Bacharelado
ENGENHARIA CIVIL
24
6.6
SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO
9
2.5
Licenciatura
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
8
2.2
FÍSICA
15
4.1
LETRAS
26
7.1
MATEMÁTICA
23
6.3
QUÍMICA
20
5.5
Tecnológico
ALIMENTOS
40
11.0
DESIGN DE INTERIORES
72
19.7
ESTÃO DE TURISMO
68
18.6
HOTELARIA
60
16.4
Total
365
100.0
Fonte:
Elaborado pelos autores
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Adaptação e evidências de validação do Questionário de Satisfação com a Experiência Acadêmica Remota (QSEA
-
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As
idades dos estudantes oscilaram entre 17 e 65 anos (
M
= 29.97,
DP
= 10.25), podendo
ser distribuídas em dois grupos etários: estudantes com idades de 17 a
23 anos (n = 134, 37.2%)
e estudantes maiores de 23 anos (n = 226, 62.8%). A maior
parte
dos estudantes estava
matriculad
a
em
cursos noturnos (69.6 %) e
era do
gênero
feminino (61.3%).
M
aior
parte destes
aprendizes
trabalha e estuda (65.2%)
,
e tem
renda mensal per capita igual ou inferior a 1.5
salários
-
mínimos
(55.1%).
Instrumentos
Trata
-
se da adaptação do Questionário de Satisfação com a Experiência Acad
ê
mica
(QSEA), elaborado originalmente por Osti
e
Almeida (2019)
, à realidade acadêmica dos
estudantes dos cursos de
ES
do Instituto Federal de Alagoas
-
Ifal/Campus Maceió. Cabe
salientar que o questionário original fazia parte do rol de instrumentos de pesquisa do estudo
de doutoramento em Ciências da Educação na Unive
rsidade do Minho, Braga
-
Portugal (parecer
de aprovação CEP nº
.
4.338.899
) que, em razão da adoção das medidas de isolamento social
durante a vigência da
p
andemia da COVID
-
19, nomeadamente
,
a implantação do ERE, precisou
ser adaptado, passando a denominar
-
s
e de Questionário de Satisfação com a Experiência
Acadêmica Remota (QSEA
-
R). Durante a adaptação
,
alguns itens do modelo original foram
alterados. Por exemplo, no item original lia
-
se: Suportar as despesas com a minha alimentação
e outras necessidades bási
cas. Após a adaptação
,
leia
-
se: Suportar as despesas com a minha
alimentação e outras necessidades básicas durante a pandemia da COVID
-
19. Outros itens
foram substituídos, por exemplo, no modelo original
,
o item mobiliário e equipamento das salas
de aula
,
foi substituído p
elo item
‘
a
s atividades assíncronas planejadas pelos professores
’
(tarefas, questionários, textos, vídeos,
links
etc.). Enquanto outros foram subtraídos, uma vez
que não condiziam com a realidade do ensino remoto, por exemplo
:
a
limpeza e a segurança
existentes no campus universitário ou
a
rede de transporte públicos para aceder à universidade.
Desta forma, do quest
ionário original
,
que continha 40 itens, após adaptado,
terminou
com
36 itens.
Utilizando um padrão de resposta no formato tipo Likert
de 5 pontos, o
questionário buscava expressar o grau de insatisfação ou de satisfação com a experiência
acadêmica remota: 1 (muito insatisfeito), 2 (insatisfeito), 3 (nem insatisfeito, nem satisfeito), 4
(satisfeito), 5 (muito satisfeito).
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Lauro Lopes PEREIRA
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Ana Amália Gomes Barros
Torres
FARIA
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2633
Procedimento
s
A implantação do ERE, durante a pandemia da COVID
-
19, impôs à pesquisa de
doutoramento a necessidade de adaptação dos instrumentos de coleta de dados. Com o QSEA
não foi diferente, os itens foram alterados, subtraídos ou substituídos, dando origem ao QSEA
-
R, um questionário eletrônico desenvolvido na plataforma do
G
oogle
D
ocs
,
hospedado no
link
:
https://forms.gle/uTk19XyGFTi3BShP9.
Após asseguradas a confidencialidade e anonimato
no tratamento dos dados, os estudantes foram informados dos objetivos do estudo, convidados
(por e
-
mail, pelo google
classroom e
pela plataforma digital de ensino adotada pelo
IFAL) a
acender o formulário el
etrônico e