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O ensino da sustentabilidade ambiental para cirurgiões-dentistas: Reverberações da formação acadêmica na prática profissional
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1873-1887, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16798
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O ENSINO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL PARA CIRURGIÕES-
DENTISTAS: REVERBERAÇÕES DA FORMAÇÃO ACADÊMICA NA PRÁTICA
PROFISSIONAL
LA ENSEÑANZA DE LA SOSTENIBILIDAD AMBIENTAL PARA CIRUJANOS
DENTISTAS: REVERBERACIONES DE LA FORMACIÓN ACADÉMICA EN LA
PRÁCTICA PROFESIONAL
TEACHING ENVIRONMENTAL SUSTAINABILITY FOR DENTAL SURGEONS:
REVERBERATIONS OF ACADEMIC TRAINING IN PROFESSIONAL PRACTICE
Deise Renata BRINGMANN
1
Maria Carolina GULLO
2
Thiago de Oliveira GAMBA
3
RESUMO
: Este estudo busca responder se a temática da Sustentabilidade/Educação Ambiental
está presente nos cursos de graduação em Odontologia. A pesquisa é de natureza quantitativa.
Num primeiro momento foi realizada uma busca nas grades curriculares da graduação. Em
seguida, realizou-se a aplicação de um questionário aos cirurgiões-dentistas. A partir do
levantamento nas Instituições de Ensino Superior, foi constatado que o tema
Sustentabilidade/Educação Ambiental, especificamente, não é abordado nos cursos de
Odontologia: foram localizadas somente disciplinas correlatas e com conteúdos superficiais. A
pesquisa de campo indicou que para 88% dos participantes o tema Sustentabilidade/Educação
Ambiental não fez parte da sua grade curricular; somente 12% dos participantes afirmaram ter
recebido esse conhecimento durante sua formação na graduação. Assim sendo, a pesquisa
apresenta uma lacuna na formação acadêmica do profissional cirurgião-dentista durante a
graduação, uma vez que o papel e a responsabilidade das universidades é de contribuir para um
futuro de desenvolvimento sustentável, por meio da educação.
PALAVRAS-CHAVE
: Educação. Ensino superior. Odontologia. Educação ambiental.
RESUMEN
: Este estudio busca responder si el tema de la Sostenibilidad / Educación
Ambiental está presente en los cursos de pregrado en Odontología. La investigación es de
naturaleza cuantitativa. En un primer momento, se realizó una búsqueda en los planes de
estudio del programa de pregrado. Luego, se aplicó un cuestionario a los dentistas. De la
encuesta en instituciones de educación superior, se encontró que el tema Sostenibilidad
/Educación Ambiental, específicamente, no se aborda en los cursos de odontología: solo se
localizaron disciplinas relacionadas con contenidos superficiales. La investigación de campo
1
Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul
–
RS
–
Brasil. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação
em Ciências da Saúde. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2849-225X. E-mail: deise.renata@ucs.br
2
Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul
–
RS
–
Brasil. Professora Adjunta III no Departamento de
Ciências Sociais. Doutorado em Economia (UFRGS). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3835-8222. E-mail:
mcrgullo@ucs.br
3
Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul
–
RS
–
Brasil. Professor do Curso de Odontologia.
Doutorado em Radiologia Odontológica (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3941-9672. E-mail:
togamba@ucs.br
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Deise Renata BRINGMANN; Maria Carolina GULLO e Thiago de Oliveira GAMBA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1873-1887, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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indicó que para el 88% de los participantes el tema Sostenibilidad / Educación Ambiental no
formaba parte de su plan de estudios; solo el 12% de los participantes declararon que habían
recibido este conocimiento durante su graduación. Así, la investigación presenta una brecha
en la formación académica del odontólogo profesional durante la graduación, ya que el papel
y la responsabilidad de las universidades es contribuir a un futuro de desarrollo sostenible, a
través de la educación.
PALABRAS CLAVE
: Educación. Educación superior. Odontología. Educación ambiental.
ABSTRACT:
This study seeks to answer whether the theme of Sustainability/Environmental
Education is present in undergraduate dental courses. The research is quantitative in nature.
The first step was to search the undergraduate curricula. Then, a questionnaire was applied to
the dentists. From the survey in the Higher Education Institutions, it was found that the theme
Sustainability/Environmental Education, specifically, is not approached in the Dentistry
courses; only related disciplines with superficial contents were found. The field research
indicated that for 88% of the participants, the theme Sustainability/Environmental Education
was not part of their curriculum, and only 12% of the participants affirmed having received
this knowledge during their undergraduate studies. Thus, the research shows a gap in the
academic training of dental surgeons during graduation, since the role and responsibility of
universities is to contribute to a future of sustainable development through education.
KEYWORDS
: Education. Higher education. Dentistry. Environmental education.
I
ntrodução
Este estudo investiga de que modo têm ocorrido as abordagens educacionais, ou seja, o
ensino, da sustentabilidade ambiental em cursos de graduação na área da Odontologia, os quais
formam cirurgiões-dentistas para o mercado de trabalho. É com base na literatura da área da
Odontologia, em um viés educacional, que o presente trabalho se justifica, tendo em vista que
autores como Gameleira (2016), Leme (2009) e Lucietto
et al.
(2007) defendem que os cursos
de graduação em Odontologia pouco têm abordado a temática da sustentabilidade.
Os autores citados, ao considerarem a Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981 (BRASIL,
1981), que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, inferem como é preocupante o
fato de a sustentabilidade não estar sendo adequadamente abordada nos diferentes níveis de
ensino (Fundamental, Médio e Superior). Tal preocupação deve-se à consciência de que a
própria Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
–
LDB (BRASIL, 1996), previa a inserção do tema, problematizando-o na relação ser humano
e meio ambiente. Silva e Leite (2008) externam que não haverá sustentabilidade na ausência de
Educação Ambiental e sem mudanças nos contextos educacionais predominantes na sociedade
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O ensino da sustentabilidade ambiental para cirurgiões-dentistas: Reverberações da formação acadêmica na prática profissional
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1873-1887, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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atual. Assim, é de extrema necessidade que a Educação Ambiental chegue até as escolas e
universidades, quebrando paradigmas na busca de uma nova consciência ambiental.
Diante de tal cenário, este estudo de abordagem quantitativa dedica-se a realizar,
inicialmente, um levantamento acerca da composição da grade curricular do curso de
Odontologia de 5 (cinco) diferentes instituições de ensino superior (Comunitárias, Federais e
Privadas no estado do Rio Grande do Sul), com vistas a identificar ou não o ensino da educação
ambiental, por meio de uma disciplina específica. Complementarmente, realiza-se uma
pesquisa de campo, voltada à sustentabilidade ambiental, na formação de cirurgiões-dentistas
atuantes no mercado de trabalho. Averígua-se quanto o tema sustentabilidade ambiental esteve
ou está inserido na formação dos cirurgiões-dentistas, de que modo a formação acadêmica pode
reverberar, positiva ou negativamente, na atuação profissional do cirurgião dentista.
De modo a abarcar a perspectiva apresentada, adota-se, do ponto de vista teórico-
metodológico, as postulações de (BRASIL, 1996; LEME, 2009; LUCIETTO
et al.
, 2007;
SOARES, 2020; VEIGA, 2005). Quanto ao ensino da sustentabilidade ambiental na formação
acadêmica dos cirurgiões-dentistas, conforme (GAMELEIRA, 2016; HOFMAN-
BERGHOLM, 2018; MANHÃES; OLIVEIRA; SIQUEIRA, 2020; ZANELLA; KRÜGER;
BARICHELLO, 2019).
Ainda neste tocante, e com base nas postulações de (AVINASH
et. al
., 2013;
CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA, 2020; D’AVANZO
et al.
, 2018; DUANE
et
al.,
2019; MORITTA; HADDAD; ARAÚJO, 2010), discorre-se o papel e a importância da
sustentabilidade ambiental estar inserida na formação do profissional cirurgião-dentista,
levando em consideração que é exponencial o número de cirurgiões-dentistas por número de
habitantes no Brasil. Estima-se que 20% de todos esses profissionais do mundo estejam no
Brasil (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA, 2020). Além de que há a constação de
que na área da Odontologia o consumo de recursos naturais, a saber, energia e água, é
considerável (D’AVANZO
et al.
, 2018).
Este artigo está dividido a partir das seguintes seções: 1. Introdução; 2. Educação
Ambiental; 3. Metodologia; 4. Análise de Dados; e 5. Considerações Finais, seguida das
Referências.
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Deise Renata BRINGMANN; Maria Carolina GULLO e Thiago de Oliveira GAMBA
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Educação ambiental
Uma das finalidades da educação é a preparação para o exercício da cidadania, de forma
clara e confiável, com vistas à socialização e à sensibilização dos cidadãos, no que diz respeito
às suas responsabilidades civis, sendo uma delas o controle da conservação ambiental
(BRASIL,1996). Isso porque a formação de todo cidadão deve assegurar o acesso ao
conhecimento e à compreensão sobre sua relação com o meio ambiente. Para tanto, a
Constituição Federal (CF) de 1988 (BRASIL, 1988), no inciso VI do § 1º do artigo 225,
determina que o Poder Público deve promover a Educação Ambiental em todos os níveis de
ensino, pois “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras geraç
ões.”.
Neste cenário, surge a necessidade de intervir na sociedade, de forma a torná-la
consciente para a construção de possíveis soluções eficazes e minimizadoras da crise ambiental,
a partir de fundamentos científicos da área da Educação Ambiental. Para a eficácia dessa
educação é extremamente importante que o ser humano se sensibilize para com a natureza, ao
passo em que a atual não sensibilização, circunscrita pela indiferença e pela dominação, tem
conduzido as nações à pobreza e à má administração dos recursos naturais, conforme afirma
Leme (2009).
Contudo, a Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981 (BRASIL, 1981), que dispõe sobre a
Política Nacional do Meio Ambiente, no inciso X do artigo 2º, já estabelecia que a educação
ambiental deve ser ministrada para todos os níveis de ensino, objetivando capacitá-la para a
participação ativa na defesa do meio ambiente. Em 1996, a Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
–
LDB (BRASIL, 1996), previa que
os currículos do Ensino Fundamental e Médio abrangessem o conhecimento do mundo físico e
natural. Já para a Educação Superior, dever-se-ia instigar, desenvolver e proporcionar o
entendimento do ser humano e do meio em que vive.
A Lei nº. 9.795, de 1999 (BRASIL, 1999), instituiu a Política Nacional de Educação
Ambiental (PNEA), normatizando a propagação da política de preservação ambiental
direcionada às instituições de ensino e à sociedade em geral. Pela lei, tanto as escolas públicas
quanto as particulares, nos níveis básico e superior do ensino, devem desenvolver, no âmbito
de seus currículos, a Educação Ambiental, observando seus princípios e objetivos.
No entanto, se tem perguntado: as matrizes curriculares da área de Odontologia dos
cursos de graduação contemplam uma abordagem pedagógica voltada à Educação Ambiental?
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O ensino da sustentabilidade ambiental para cirurgiões-dentistas: Reverberações da formação acadêmica na prática profissional
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A resolução do Conselho Nacional de Educação
–
Câmara de Educação Superior (CNE/CES)
n. 03, de 19 de fevereiro de 2002 (BRASIL, 2002), é o principal documento normativo para a
aplicação em nível nacional na organização, no desenvolvimento e na avaliação de projetos
pedagógicos dos cursos de graduação em Odontologia das instituições de ensino superior, e
mesmo não propondo explicitamente a inserção da Educação Ambiental na matriz curricular da
Odontologia, sugere que tal disciplina seja abordada, conforme Art. 6, Parágrafo II.
Art. 6º Os conteúdos essenciais para o Curso de Graduação em Odontologia
devem estar relacionados com todo o processo saúde-doença do cidadão, da
família e da comunidade, integrado à realidade epidemiológica e profissional.
Os conteúdos devem contemplar: II - Ciências Humanas e Sociais
–
incluem-
se os conteúdos referentes às diversas dimensões da relação
indivíduo/sociedade, contribuindo para a compreensão dos determinantes
sociais, culturais, comportamentais, psicológicos, ecológicos, éticos e legais,
nos níveis individual e coletivo, do processo saúde-doença (BRASIL, 2002).
A interface entre meio ambiente e saúde tem permeado as preocupações acadêmicas
crescentemente nas últimas décadas (MANHÃES; OLIVEIRA; SIQUEIRA, 2020). Por sua
relação estrita com questões ambientais, seja como causa, consequência ou meio, as graduações
na área de saúde têm merecido especial atenção na difusão e incorporação de conteúdos
referentes à Educação e à Saúde Ambiental. Tal fato foi impulsionado pela construção de
agendas internacionais propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU, 1992) e
Organização Mundial da Saúde (OMS); quanto à inserção no Ensino Superior, temos o
Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA), que reforça o entendimento do espaço
a ser tomado pelas Instituições de Ensino Superior (IES) no desenvolvimento da Educação
Ambiental, recomendando que, na formação universitária, de forma abrangente, o tema meio
ambiente seja abordado de forma transversal no ensino, na pesquisa e na extensão (BRASIL,
2005).
Na próxima seção, apresenta-se a relevância da Educação Ambiental/Sustentabilidade
Ambiental na Odontologia.
Sustentabilidade ambiental na odontologia
A Educação Ambiental/Sustentabilidade Ambiental voltada à área da Odontologia ainda
é algo recente, haja vista que foi, a partir do exponencial número de consultórios e clínicas
odontológicas, que emergiu uma latente preocupação acerca do destino atribuído aos recursos
materiais de fontes naturais e artificiais utilizados nestes ambientes profissionais
(GAMELEIRA, 2016; LEME, 2009; LUCIETTO
et al.
, 2007).
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Deise Renata BRINGMANN; Maria Carolina GULLO e Thiago de Oliveira GAMBA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1873-1887, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Cabe salientar que foi a partir de 2017 que o conceito de sustentabilidade foi enfatizado
na Odontologia, tendo sido referido pela FDI
Word Dental Federation
(Federação
Odontológica FDI) apenas em 2018. Segundo a Federação, a Odontologia sustentável deve “ser
praticada de forma ética, com níveis elevados de qualidade e de segurança, na busca de uma
boa saúd
e oral” (FDI
WORD DENTAL FEDERATION, 2018
)
.
Na área de Odontologia, a
energia, água e os biomateriais (antes, durante e após o uso clínico) são altamente consumidos,
também fazendo uso de radiação, além da geração de resíduos perigosos envolvendo mercúrio,
chumbo e outros derivados de produtos químicos.
No entanto, a Odontologia vem evoluindo ao longo dos séculos não só em termos de
materiais e técnicas, mas também está consumindo mais recursos naturais, uma vez que os
métodos modernos de atendimento ao paciente exigem novos produtos, novas embalagens e
novos procedimentos (MORITTA; HADDAD; ARAÚJO, 2010).
Segundo as diretrizes da FDI, os cirurgiões-dentistas devem atentar para os padrões do
General Dental Council
(GDC), levando em conta que há uma relação entre a saúde planetária
e a saúde humana nas suas práticas cotidianas.
De acordo com Henshaw, Garcia e Weintraub (2018), o cirurgião-dentista, além de ser
responsável pela saúde bucal de seus pacientes, também deverá ter um olhar mais atento para a
sustentabilidade, uma vez que o público que frequenta clínicas odontológicas tem um novo
perfil, está mais exigente, mais informado, e se interessa pelas causas ambientais.
Sendo assim, a inclusão da Educação Ambiental/Sustentabilidade Ambiental na
formação dos cirurgiões-dentistas exerce um papel fundamental em três aspectos, a saber, (i)
este profissional faz uso de recursos naturais; (ii) impacta no desenvolvimento econômico e;
(iii) o cirurgião-dentista também é responsável pela saúde dos seres humanos (GLICK
et al.
,
2016). O cirurgião-dentista deverá demonstrar que atenta para as práticas sustentáveis em sua
clínica: o sucesso de profissionais de Odontologia, assim como em outras áreas da sociedade,
será julgado por quão bem respondem às práticas sustentáveis.
Metodologia
O método de pesquisa utilizado neste estudo caracteriza-se como sendo de natureza
quantitativa. A pesquisa foi dividida em 2 momentos: num primeiro momento foi realizado um
levantamento acerca da composição da grade curricular do curso de Odontologia de 5 (cinco)
diferentes instituições de ensino superior (Comunitárias, Federais e Privadas no estado do Rio
Grande do Sul), com vistas a identificar ou não o ensino da educação ambiental, por meio de
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O ensino da sustentabilidade ambiental para cirurgiões-dentistas: Reverberações da formação acadêmica na prática profissional
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1873-1887, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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disciplinas específicas ou correlatas. Complementarmente, realizou-se uma pesquisa de campo,
voltada à sustentabilidade ambiental, a fim de identificar se o cirurgião-dentista que já atua no
mercado de trabalho teve disciplinas que abordassem o tema meio ambiente e sustentabilidade
durante sua formação acadêmica.
A pesquisa de campo foi realizada por meio de um questionário do tipo
survey
(PINSONNEAULT; KRAEMER, 1993), caracterizando-a como uma pesquisa quantitativa,
composta por dados amostrais coletados por meio de questionário estruturado. O referido
instrumento visou identificar a partir de uma amostra da população informações específicas dos
entrevistados sobre sustentabilidade ambiental na formação do cirurgião-dentista.
A abordagem voltou-se para cirurgiões-dentistas que já atuam no mercado de trabalho
em consultórios próprios ou como prestadores de serviços em clínicas odontológicas, hospitais
ou institutos. Este estudo é parte constitutiva de uma pesquisa de doutoramento na área da
Saúde, relacionada à Odontologia, e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Universidade em que esta pesquisa está inscrita (revisão às cegas), com parecer de número
CAAE:
40586220.2.0000.5341.
No que tange à coleta de dados, busca-se responder à seguinte questão: A
Sustentabilidade Ambiental/Educação Ambiental está inserida na formação do cirurgião-
dentista?
A pesquisa ocorreu por meio de um questionário semiestruturado, composto por 21
perguntas, a saber, 20 questões fechadas e 1 questão aberta, divididas em 03 eixos: eixo 01
–
dados de identificação do cirurgião-dentista; eixo 02
–
relevância da sustentabilidade ambiental
enquanto cirurgião-dentista; e eixo 03
–
relevância da sustentabilidade ambiental no ambiente
de trabalho do cirurgião-dentista.
A partir dos eixos norteadores citados, averiguou-se quanto o tema sustentabilidade
ambiental esteve ou está inserido na formação do cirurgião-dentista. Diante do exposto, a
pesquisa contou com a participação de 377 cirurgiões-dentistas, no entanto, somente 200
questionários foram validados, porque 177 retornaram em branco. Não foi necessário nenhum
tipo de identificação dos respondentes e a participação foi voluntária. A aplicação do
questionário ocorreu no período de 04 de outubro de 2021 a 31 de março de 2022, de modo
presencial, quando ocorreu a entrega e a coleta dos questionários.
O cálculo amostral foi feito a partir do
software Statulator
4
.
Quanto ao fator de interesse,
tendo como tamanho populacional 19.867 respondentes, o estudo exigia um tamanho mínimo
4
Disponível em: http://statulator.com/SampleSize/ss1P.html. Acesso em: 10 mar. 2021.
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Deise Renata BRINGMANN; Maria Carolina GULLO e Thiago de Oliveira GAMBA
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amostral de 377 respondentes. Em outras palavras, inferiu-se que, a partir de 377 respondentes,
50% destes tinham fator de interesse, o que representou 95% de fator confiança. No entanto,
foram contabilizados apenas 200 questionários, uma vez que 177 questionários retornaram em
branco.
Para a análise de dados utilizou-se o pacote da
Microsoft
planilhas do Excel, para fins
de análise e tabulação dos dados coletados. Além disso, os dados lapidados foram organizados
em gráficos. A análise de dados teve o aporte teórico-metodológico na área de sustentabilidade
ambiental (FEIL; SCHREIBER, 2017; MORITTA; HADDAD; ARAÚJO, 2010; TERRES;
BRANCHI, 2012). Para além dos autores citados, o Ministério da Educação, Conselho
Nacional de Educação, Conselho Pleno por meio da Resolução nº. 2, de 15 de junho de 2012
(BRASIL, 2012), estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental
5
.
A partir do referencial teórico citado e da pesquisa de campo, investiga-se aspectos
como: (a) como a dimensão ambiental é inserida na formação do cirurgião-dentista?; (b) quais
as relações que podem existir entre a gestão de uma clínica e a sua responsabilidade como o
meio ambiente?; (c) onde se insere a sustentabilidade ambiental nas clínicas odontológicas?;
(d) se sim, qual a relevância da Educação Ambiental na área da Odontologia?; (e) Há, deste
modo, a inserção do tema Sustentabilidade Ambiental/Educação Ambiental na formação do
cirurgião-dentista? A seguir apresenta-se os resultados desta pesquisa.
Resultados e análise de dados
A primeira análise de dados apresenta o resultado da pesquisa nas bases curriculares dos
cursos de graduação em Odontologia. Constatou-se que o tema Educação
Ambiental/Sustentabilidade Ambiental, especificamente, não foi encontrado. Foram
localizadas somente disciplinas correlatas e com conteúdos abordados de uma maneira muito
sutil, ou seja, o aluno tem uma noção muito rasa sobre o tema Sustentabilidade Ambiental
durante a formação como cirurgião-dentista, mesmo tal abordagem estando prevista na
Resolução CNE/CES 03, de 19 fevereiro de 2002 (BRASIL, 2002). As 5 (cinco) instituições
que foram pesquisadas estão representadas no Quadro 1:
5
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp002_12.pdf. Acesso em:
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O ensino da sustentabilidade ambiental para cirurgiões-dentistas: Reverberações da formação acadêmica na prática profissional
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Quadro 1
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Universidades Pesquisadas
Universidades
Universidade de Passo Fundo - UPF
6
Universidade de Caxias do Sul - UCS
7
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS
8
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS
9
Universidade Luterana do Brasil - Ulbra
10
Fonte: Elaborado pelos autores (2022)
Chama-se atenção para o fato de que as IES listadas na tabela aqui apresentada ofertam
curso de graduação em Odontologia há mais de 80 anos. A UPF, localizada no noroeste gaúcho,
oferece o curso há 60 anos e disponibiliza em sua grade curricular apenas duas disciplinas
correlatas à Educação Ambiental/Sustentabilidade Ambiental, a saber, Gestão em Saúde
Pública e Saúde e Políticas Públicas. Já a UCS, localizada na Serra Gaúcha, e há 6 anos
oferecendo o curso de Odontologia, traz na sua matriz curricular a disciplina de
Empreendedorismo e Gestão em Saúde, sendo a disciplina mais próxima do tema de Educação
Ambiental/Sustentabilidade Ambiental, a qual apresenta como objetivo em sua ementa
conceitos e características do empreendedorismo, propõe análise da importância e suas
finalidades no contexto da saúde (UCS, 2022).
Na PUCRS, localizada na capital do RS, Porto Alegre, o curso é ofertado desde 1953,
ou seja, há 67 anos, e o tema Educação Ambiental/Sustentabilidade Ambiental está
contemplado na disciplina de Fundamentos de Biossegurança, Anestesiologia e Cirurgia, a qual
no momento é uma disciplina eletiva.
A UFRGS, uma das instituições mais antigas do RS, com 88 anos, disponibiliza a
disciplina Sociologia da Questão Ambiental para os cirurgiões-dentistas, porém essa é uma
disciplina que pertence à matriz curricular da área das Humanidades, sendo assim uma
disciplina transversal ao curso. Sua ementa contempla: “Introdução geral ao campo da
Sociologia da Saúde e da Doença, também chamado de Sociologia Médica. Serão abordados
temas que definiram o campo no passado bem como tópicos emergentes contemporâneos, como
a análise da saúde enquanto fenômeno social, fatores sociais associados aos processos de saúde
6
Disponível em: https://secure.upf.br/apps/academico/curriculo/index.php?curso=6454&curriculo=1. Acesso em:
22 nov. 2021.
7
Disponível em: https://www.ucs.br/site/static/uploads/arquivo_curriculo/QcUktqLMOM.pdf Acesso em: 22 nov.
2021.
8
Disponível em: https://www.pucrs.br/saude/curso/odontologia/#curriculos Acesso em: 22 nov. 2021.
9
Disponível em: http://www.ufrgs.br/ufrgs/ensino/graduacao/cursos/exibeCurso?cod_curso=340 Acesso em: 22
nov. 2021.
10
Disponível em: https://www.ulbra.br/canoas/graduacao/presencial/odontologia/bacharelado/matriz Acesso em:
22 nov. 2021.
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Deise Renata BRINGMANN; Maria Carolina GULLO e Thiago de Oliveira GAMBA
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e de doença (incluindo determinantes sociais da saúde, disparidades em saúde e fatores que
impactam o
acesso à saúde), políticas e sistemas de saúde”. A ULBRA teve o curso de
Odontologia implementado em 1990; ela disponibiliza aos acadêmicos a disciplina Políticas
Públicas e Gestão em Saúde.
No entanto, o Ministério da Educação, a Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade, a Diretoria de Educação Integral, Direitos Humanos e Cidadania,
a Coordenação-Geral de Educação Ambiental, apresentam na sua Proposta de Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental que o tema Meio Ambiente, Recursos
Naturais, Saúde e Segurança deve ser contemplado da seguinte maneira:
Nos cursos da área da saúde, promoção de estudos sobre a Política Nacional
de Saúde Ambiental, saúde pública, sustentabilidade ambiental dos produtos,
serviços e ambientes, sobre gestão e análise de impactos ambientais,
saneamento, sistemas de tratamento, controle e disposição final de resíduos,
recursos energéticos, zoneamento ambiental, gestão da água, unidades de
conservação, biodiversidade, biossegurança, bioética e biotecnologia, com
ênfase na saúde alimentar, Tratados e Acordos Internacionais e outros temas
socioambientais relacionados à saúde ambiental (BRASIL, 2002).
Para Lucietto
et al.
(2007), há necessidade de que as questões ambientais sejam
discutidas no interior do meio acadêmico odontológico. Para tanto, apontam como
indispensável a adoção de uma postura reflexiva/avaliativa, por parte dos legisladores das
políticas educacionais, das instituições formadoras de recursos humanos em saúde, das
associações e das entidades de classe, bem como dos próprios profissionais cirurgiões-dentistas,
para que haja sintonia com um novo modelo de desenvolvimento e de práticas pautadas na
sustentabilidade ambiental. Na mesma direção, Lamonier e Lima (2022) afirmam que os
espaços educacionais contribuem com a formação dos sujeitos, seja ela qual for.
A segunda análise apresenta o resultado da pesquisa de campo realizada no período de
04 de outubro de 2021 a 31 de março de 2022. O gráfico 1 apresenta a incipiência da inserção
do tema Sustentabilidade Ambiental/Educação Ambiental na formação do cirurgião-dentista,
quando somente 12% dos participantes afirmaram ter recebido esse conhecimento durante sua
formação na graduação. Para 88% dos participantes, o assunto não fez parte da sua grade
curricular.
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O ensino da sustentabilidade ambiental para cirurgiões-dentistas: Reverberações da formação acadêmica na prática profissional
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1873-1887, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16798
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Gráfico 1
–
Durante seu curso de graduação você teve disciplinas que abordaram o tema meio
ambiente e sustentabilidade?
Fonte: Elaborado pelos autores (2022)
A pesquisa também apontou que 68% dos cirurgiões-dentistas afirmaram que há
comprometimento das clínicas com o meio ambiente e que isso é apresentado na missão e nos
princípios dessas organizações. Em 32% das clínicas não há quaisquer referências ao meio
ambiente. Relativamente à Educação Ambiental situada na área da Odontologia, 87% dos
cirurgiões-dentistas mencionaram essa como relevante; por outro lado, 9% não fizeram menção
à área e 4% informaram serem indiferentes.
Os cirurgiões-dentistas também foram questionados sobre o conhecimento das Políticas
Públicas de Saúde: 52% informaram conhecê-las, ao passo que 47,5% desconhecem.
Já acerca do questionamento sobre a Lei 6.938/1981 (BRASIL, 1981), do Sistema
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), 83% desconhecem a lei, 11,5% nunca ouviram falar
dela, enquanto 5,5% informaram ter conhecimento sobre a lei.
Quanto à Política Nacional de Educação Ambiental, o resultado se aproxima, uma vez
que 74% não conhecem, 11,5% nunca ouviram falar e somente 14% demostraram ter
conhecimento da legislação em questão. A Política Nacional de Resíduos Sólidos e seus
princípios também é incipiente entre os cirurgiões-dentistas: a pesquisa apontou que 66% não
conhecem, 13% nunca ouviram falar e 21% têm conhecimento.
Neste tocante, vale ressaltar a importância da inserção do tema Educação Ambiental nas
matrizes curriculares dos cursos de graduação em Odontologia, por meio de disciplinas
obrigatórias e não eletivas e com temas específicos para a Educação Ambiental. Alguns
direcionamentos, oriundos do presente estudo, sugerem encaminhamentos, tais como: a)
abordar conteúdos contemporâneos; b) reunir-se periodicamente, definindo novos temas a
serem abordados, função do coordenador do curso; c) realizar uma pesquisa junto aos discentes,
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Deise Renata BRINGMANN; Maria Carolina GULLO e Thiago de Oliveira GAMBA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1873-1887, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16798
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para saber quanto à percepção ambiental, social e financeira do discente, tendo em vista que
esse, enquanto futuro profissional, terá como foco o empreendedorismo; d) inserir um plano de
ação e definir indicadores para o monitoramento dos resultados desta inserção na formação dos
cirurgiões-dentistas e; e) criar ações de sensibilização ambiental no meio acadêmico para
discentes de Odontologia, mostrando a importância da Educação Ambiental e do impacto das
suas ações no dia a dia, de modo a promover a formação do acadêmico quanto ao papel das
políticas públicas em prol do meio ambiente e apresentar-lhe as suas contribuições para uma
sociedade ambientalmente sustentável.
A seguir, são apresentadas as considerações finais relativas aos achados deste estudo.
Considerações finais
Em síntese, faz-se relevante inserir a temática Sustentabilidade Ambiental/Educação
Ambiental nas matrizes curriculares dos cursos de graduação em Odontologia como requisito
para melhoria contínua de sua formação profissional. Ao considerar que o ensino é uma
ferramenta que determina o comportamento das pessoas, evidencia-se, por meio da pesquisa,
que abordar pedagogicamente o conceito de sustentabilidade ambiental na matriz curricular dos
cursos de ensino superior auxiliará na obtenção de resultados significativos sobre o desempenho
da sustentabilidade ambiental, não só entre os profissionais cirurgiões-dentistas, mas na
sociedade como um todo.
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Como referenciar este artigo
BRINGMANN, D. R.; GULLO, M. G.; GAMBA, T. O. O ensino da sustentabilidade ambiental
para cirurgiões-dentistas: Reverberações da formação acadêmica na prática profissional.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1873-1887,
jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16798
Submetido em
: 09/01/2022
Revisões requeridas em
:17/03/2022
Aprovado em
:10/05/2022
Publicado em
: 01/07/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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La enseñanza de la sostenibilidad ambiental para cirujanos dentistas: Reverberaciones de la formación académica en la práctica
professional
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1881-1895, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16798
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LA ENSEÑANZA DE LA SOSTENIBILIDAD AMBIENTAL PARA CIRUJANOS
DENTISTAS: REVERBERACIONES DE LA FORMACIÓN ACADÉMICA EN LA
PRÁCTICA PROFESIONAL
O ENSINO DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL PARA CIRURGIÕES-
DENTISTAS: REVERBERAÇÕES DA FORMAÇÃO ACADÊMICA NA PRÁTICA
PROFISSIONAL
TEACHING ENVIRONMENTAL SUSTAINABILITY FOR DENTAL SURGEONS:
REVERBERATIONS OF ACADEMIC TRAINING IN PROFESSIONAL PRACTICE
Deise Renata BRINGMANN
1
Maria Carolina GULLO
2
Thiago de Oliveira GAMBA
3
RESUMO
: Este estudo busca responder se a temática da Sustentabilidade/Educação Ambiental
está presente nos cursos de graduação em Odontologia. A pesquisa é de natureza quantitativa.
Num primeiro momento foi realizada uma busca nas grades curriculares da graduação. Em
seguida, realizou-se a aplicação de um questionário aos cirurgiões-dentistas. A partir do
levantamento nas Instituições de Ensino Superior, foi constatado que o tema
Sustentabilidade/Educação Ambiental, especificamente, não é abordado nos cursos de
Odontologia: foram localizadas somente disciplinas correlatas e com conteúdos superficiais. A
pesquisa de campo indicou que para 88% dos participantes o tema Sustentabilidade/Educação
Ambiental não fez parte da sua grade curricular; somente 12% dos participantes afirmaram ter
recebido esse conhecimento durante sua formação na graduação. Assim sendo, a pesquisa
apresenta uma lacuna na formação acadêmica do profissional cirurgião-dentista durante a
graduação, uma vez que o papel e a responsabilidade das universidades é de contribuir para um
futuro de desenvolvimento sustentável, por meio da educação.
PALAVRAS-CHAVE
: Educação. Ensino superior. Odontologia. Educação ambiental.
RESUMEN
: Este estudio busca responder si el tema de la Sostenibilidad / Educación
Ambiental está presente en los cursos de pregrado en Odontología. La investigación es de
naturaleza cuantitativa. En un primer momento, se realizó una búsqueda en los planes de
estudio del programa de pregrado. Luego, se aplicó un cuestionario a los dentistas. De la
encuesta en instituciones de educación superior, se encontró que el tema Sostenibilidad
/Educación Ambiental, específicamente, no se aborda en los cursos de odontología: solo se
localizaron disciplinas relacionadas con contenidos superficiales. La investigación de campo
indicó que para el 88% de los participantes el tema Sostenibilidad / Educación Ambiental no
1
Universidad de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul
–
RS
–
Brasil. Estudiante de doctorado en el Programa de
Posgrado en Ciencias de la Salud. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2849-225X. E-mail: deise.renata@ucs.br
2
Universidad de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul
–
RS
–
Brasil. Profesora Adjunta III en el Departamento de
Ciencias Sociales. Doctorado en Economía (UFRGS). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3835-8222. E-mail:
mcrgullo@ucs.br
3
Universidad de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul
–
RS
–
Brasil. Profesor del curso de Odontología. Doctorado
en Radiología Dental (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3941-9672. E-mail: togamba@ucs.br
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Deise Renata BRINGMANN; Maria Carolina GULLO
y
Thiago de Oliveira GAMBA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1881-1895, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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formaba parte de su plan de estudios; solo el 12% de los participantes declararon que habían
recibido este conocimiento durante su graduación. Así, la investigación presenta una brecha
en la formación académica del odontólogo profesional durante la graduación, ya que el papel
y la responsabilidad de las universidades es contribuir a un futuro de desarrollo sostenible, a
través de la educación.
PALABRAS CLAVE
: Educación. Educación superior. Odontología. Educación ambiental.
ABSTRACT:
This study seeks to answer whether the theme of Sustainability/Environmental
Education is present in undergraduate dental courses. The research is quantitative in nature.
The first step was to search the undergraduate curricula. Then, a questionnaire was applied to
the dentists. From the survey in the Higher Education Institutions, it was found that the theme
Sustainability/Environmental Education, specifically, is not approached in the Dentistry
courses; only related disciplines with superficial contents were found. The field research
indicated that for 88% of the participants, the theme Sustainability/Environmental Education
was not part of their curriculum, and only 12% of the participants affirmed having received
this knowledge during their undergraduate studies. Thus, the research shows a gap in the
academic training of dental surgeons during graduation, since the role and responsibility of
universities is to contribute to a future of sustainable development through education.
KEYWORDS
: Education. Higher education. Dentistry. Environmental education.
Introducción
Este estudio investiga cómo se han producido los enfoques educativos, es decir, la
enseñanza, la sostenibilidad ambiental en los cursos de pregrado en odontología, que capacitan
a los dentistas para el mercado laboral. Se basa en la literatura del área de Odontología, en un
sesgo educativo, que el presente trabajo está justificado, considerando que autores como
Gameleira (2016), Leme (2009) y Lucietto
et al.
(2007) argumentan que los cursos de pregrado
en Odontología no han abordado el tema de la sostenibilidad.
Los autores citaron, al considerar la Ley No. 6.938, del 31 de agosto de 1981 (BRASIL,
1981), que prevé la Política Nacional de Medio Ambiente, infiere cuán preocupante es que la
sostenibilidad no se esté abordando adecuadamente en los diferentes niveles de educación
(Primaria, Media y Superior). Esta preocupación se debe a la conciencia de que la Ley No.
9.394, de 20 de diciembre de 1996, de Lineamientos y Bases de la Educación Nacional - LDB
(BRASIL, 1996), dispuso la inserción del tema, problematizándolo en la relación entre el ser
humano y el medio ambiente. Silva y Leite (2008) subrayan que no habrá sostenibilidad en
ausencia de Educación Ambiental y sin cambios en los contextos educativos predominantes en
la sociedad actual. Así, es sumamente necesario que la Educación Ambiental llegue a escuelas
y universidades, rompiendo paradigmas en la búsqueda de una nueva conciencia ambiental.
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La enseñanza de la sostenibilidad ambiental para cirujanos dentistas: Reverberaciones de la formación académica en la práctica
professional
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1881-1895, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16798
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Ante este escenario, este estudio cuantitativo se dedica a realizar, inicialmente, una
encuesta sobre la composición del plan de estudios del curso de odontología de 5 (cinco)
diferentes instituciones de educación superior (Comunitaria, Federal y Privada en el estado de
Rio Grande do Sul), con miras a identificar o no la enseñanza de la educación ambiental, a
través de una disciplina específica. Además, se realiza una investigación de campo, centrada en
la sostenibilidad ambiental, en la formación de dentistas que trabajan en el mercado laboral.
Está claro cuánto se ha insertado o se inserta el tema de la sostenibilidad ambiental en la
formación de los dentistas, cómo la formación académica puede repercutir, positiva o
negativamente, en el desempeño profesional del dentista.
Para abrazar la perspectiva presentada, se adoptan los postulados de (BRASIL, 1996)
desde el punto de vista teórico-metodológico; TIMÓN, 2009; LUCIETTO
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formación académica de los odontólogos, según (GAMELEIRA, 2016; HOFMAN-
BERGHOLM, 2018; MAÑANAS; OLIVEIRA; SIQUEIRA, 2020; ZANELLA, ZANELLA,
Krüger; BARICHELLO, 2019).
Todavía en este sentido, y en base a los postulados de (AVINASH
et al
., 2013;
CONSEJO FEDERAL DE ODONTOLOGÍA, 2020; D'AVANZO
et al.
,
2018; DUANE
et al.,
2019; MORITTA, MORITTA, HADDAD; ARAÚJO, 2010), el papel y la importancia de la
sostenibilidad ambiental se incluye en la formación del dentista profesional, teniendo en cuenta
que el número de dentistas por número de habitantes en Brasil es exponencial. Se estima que el
20% de todos estos profesionales en el mundo están en Brasil (CONSEJO FEDERAL DE
ODONTOLOGÍA, 2020). Además, existe la información de que en el área de Odontología el
consumo de recursos naturales, a saber, energía y agua, es considerable (D'AVANZO
et al.
,
2018).
Este artículo se divide en las siguientes secciones: 1. Introducción; 2. Educación
Ambiental; 3. Metodología; 4. Análisis de datos; y 5. Consideraciones finales, seguidas de
Referencias.
Educación ambiental
Uno de los propósitos de la educación es la preparación para el ejercicio de la
ciudadanía, de manera clara y confiable, con miras a la socialización y sensibilización de los
ciudadanos, con respecto a sus responsabilidades civiles, una de las cuales es el control de la
conservación del medio ambiente (BRASIL, 1996). Esto se debe a que la formación de cada
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Deise Renata BRINGMANN; Maria Carolina GULLO
y
Thiago de Oliveira GAMBA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1881-1895, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16798
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ciudadano debe garantizar el acceso al conocimiento y la comprensión de su relación con el
medio ambiente. Con este fin, la Constitución Federal (CF) de 1988 (BRASIL, 1988), en el
párrafo VI del artículo 225 (1) del § 1, determina que el Poder Público debe promover la
Educación Ambiental en todos los niveles de la educación, porque "toda persona tiene derecho
al medio ambiente ecológicamente equilibrado, bien de uso común de las personas y esencial
para la calidad de vida, imponiendo al poder público y a la colectividad el deber de defenderlo
y preservarlo para las generaciones presentes y futuras".
En este escenario, existe la necesidad de intervenir en la sociedad, con el fin de hacerla
consciente para la construcción de posibles soluciones efectivas y minimizadoras de la crisis
ambiental, basadas en fundamentos científicos en el área de la Educación Ambiental. Para la
efectividad de esta educación, es sumamente importante que los seres humanos sean sensibles
a la naturaleza, mientras que la actual no sensibilización, circunscrita por la indiferencia y la
dominación, ha llevado a las naciones a la pobreza y al mal manejo de los recursos naturales,
según Leme (2009).
Sin embargo, la Ley No. 6.938, del 31 de agosto de 1981 (BRASIL, 1981), que prevé
la Política Nacional de Medio Ambiente, en el inciso X del artículo 2, ya dispuso que la
educación ambiental debe ser impartida para todos los niveles de la educación, con el objetivo
de que pueda participar activamente en la defensa del medio ambiente. En 1996, la Ley No.
9.394, de 20 de diciembre de 1996, la Ley de Lineamientos y Bases de la Educación Nacional
- LDB (BRASIL, 1996), dispuso que los planes de estudio de la Escuela Primaria y Secundaria
abarcan el conocimiento del mundo físico y natural. Para la Educación Superior, la educación
superior debe ser instigada, desarrollada y proporcionada a la comprensión del ser humano y el
entorno en el que vive.
La Ley No. 9.795, 1999 (BRASIL, 1999), instituyó la Política Nacional de Educación
Ambiental (PNEA), estandarizando la propagación de la política de preservación ambiental
dirigida a las instituciones educativas y a la sociedad en general. Por ley, tanto las escuelas
públicas como las privadas, en los niveles básico y superior de la educación, deben desarrollar,
dentro de sus planes de estudio, la Educación Ambiental, observando sus principios y objetivos.
Sin embargo, uno se ha preguntado: ¿las matrices curriculares del área de odontología
de los cursos de pregrado contemplan un enfoque pedagógico centrado en la Educación
Ambiental? La resolución del Consejo Nacional de Educación
–
Cámara de Educación Superior
(CNE/CES) n. 03, del 19 de febrero de 2002 (BRASIL, 2002), es el principal documento
normativo para la aplicación a nivel nacional en la organización, desarrollo y evaluación de
proyectos pedagógicos de cursos de pregrado en Odontología de instituciones de educación
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La enseñanza de la sostenibilidad ambiental para cirujanos dentistas: Reverberaciones de la formación académica en la práctica
professional
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1881-1895, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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superior, e incluso no propone explícitamente la inserción de la Educación Ambiental en la
matriz curricular de Odontología, sugiere que se aborde esa disciplina, de conformidad con el
párrafo II del artículo 6.
Art. 6º Los contenidos esenciales para el Curso de Licenciatura en
Odontología deben estar relacionados con todo el proceso salud-enfermedad
del ciudadano, la familia y la comunidad, integrados en la realidad
epidemiológica y profesional. Los contenidos deben incluir: II - Ciencias
Humanas y Sociales - incluir los contenidos referidos a las diversas
dimensiones de la relación individuo/sociedad, contribuyendo a la
comprensión de los determinantes sociales, culturales, conductuales,
psicológicos, ecológicos, éticos y legales, a nivel individual y colectivo, del
proceso salud-enfermedad (BRASIL, 2002).
La interfaz entre el medio ambiente y la salud ha permeado cada vez más las
preocupaciones académicas en las últimas décadas (MANHÃES; OLIVEIRA; SIQUEIRA,
2020). Debido a su estricta relación con los temas ambientales, ya sea como causa,
consecuencia o medio, las graduaciones en salud han merecido especial atención en la difusión
e incorporación de contenidos relacionados con la Educación y la Salud Ambiental. Este hecho
fue impulsado por la construcción de agendas internacionales propuestas por las Naciones
Unidas (ONU, 1992) y la Organización Mundial de la Salud (OMS); en cuanto a la inserción
en la Educación Superior, contamos con el Programa Nacional de Educación Ambiental
(ProNEA), que refuerza la comprensión del espacio a ser ocupado por las Instituciones de
Educación Superior (IES) en el desarrollo de la Educación Ambiental, recomendando que, en
la educación universitaria, de manera integral, el entorno temático sea abordado de manera
transversal en la docencia, investigación y extensión (BRASIL, 2005).
En la siguiente sección, se presenta la relevancia de la Educación Ambiental /
Sostenibilidad Ambiental en Odontología.
Sostenibilidad ambiental en odontología
La Educación Ambiental/Sostenibilidad Ambiental centrada en la odontología es
todavía algo reciente, dado que fue, a partir del número exponencial de consultorios y clínicas
dentales, que surgió una preocupación latente por el destino atribuido a los recursos materiales
de fuentes naturales y artificiales utilizados en estos entornos profesionales (GAMELEIRA,
2016; TIMÓN, 2009; LUCIETTO
et al.
,
2007).
Cabe destacar que fue a partir de 2017 que se hizo hincapié en el concepto de
sostenibilidad en Odontología, habiendo sido mencionado por el FDI
Word Dental Federation
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y
Thiago de Oliveira GAMBA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1881-1895, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.16798
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(FDI Dental Federation) solo en 2018. Según la Federación, la odontología sostenible debe
"practicarse éticamente, con altos niveles de calidad y seguridad, en la búsqueda de una buena
salud bucal" (FDI
WORD DENTAL FEDERATION, 2018
).
En el área de Odontología, la
energía, el agua y los biomateriales (antes, durante y después del uso clínico) son altamente
consumidos, haciendo uso también de la radiación, además de la generación de residuos
peligrosos que involucran mercurio, plomo y otros derivados de productos químicos.
Sin embargo, la odontología ha evolucionado a lo largo de los siglos no solo en términos
de materiales y técnicas, sino que también está consumiendo más recursos naturales, ya que los
métodos modernos de atención al paciente requieren nuevos productos, nuevos envases y
procedimientos (MORITTA; HADDAD; ARAÚJO, 2010).
De acuerdo con las pautas del IDI, los dentistas deben pagar según los estándares de la
General Dental Council
(GDC), teniendo en cuenta que existe una relación entre la salud
planetaria y la salud humana en sus prácticas diarias.
Según Henshaw, García y Weintraub (2018), el dentista, además de ser responsable de
la salud bucal de sus pacientes, también debe mirar más de cerca la sostenibilidad, ya que el
público que asiste a las clínicas dentales tiene un nuevo perfil, es más exigente, está más
informado y está interesado en las causas ambientales.
Así, la inclusión de la Educación Ambiental/Sostenibilidad Ambiental en la formación