RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 1
EDUCAI VOSSOS FILHOS: A HISTÓRIA DA RACIALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL TECNOLÓGICA (1930/1950) EM PELOTAS/RS
EDUCA A SUS HIJOS: LA HISTORIA DE LA RACIALIZACIÓN EN LA EDUCACIÓN
PROFESIONAL TECNOLÓGICA” (1930/1950) EN PELOTAS/RS
EDUCATE YOUR CHILDREN: THE HISTORY OF RACIALIZATION IN
TECHNOLOGICAL PROFESSIONAL EDUCATION” (1930/1950) IN PELOTAS/RS
Natália Garcia PINTO1
e-mail: nataliag.pinto@gmail.com
Adriana Duarte LEON2
e-mail: adriana.adrileon@gmail.com
Como referenciar este artigo:
PINTO, N. G.; LEON, A. D. Educai vossos filhos: A história da
racialização na educação profissional tecnológica (1930/1950) em
Pelotas/RS. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação,
Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945
| Submetido em: 08/07/2022
| Revisões requeridas em: 25/01/2023
| Aprovado em: 10/05/2023
| Publicado em: 01/12/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Pelotas RS Brasil. Professora no Curso de Licenciatura em História
à distância. Doutora em História (UFRGS).
2
Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSUL), Pelotas RS Brasil. Professora junto ao Curso de Formação
Pedagógica e junto ao Programa de Pós-graduação em Educação. Doutorado em Educação (UFMG).
Educai vossos filhos: A história da racialização na educação profissional tecnológica (1930/1950) em Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 2
RESUMO: O interesse pela discussão sobre as relações raciais entre sujeitos brancos e negros
têm ganhado espaço em diversas áreas, na sociedade brasileira, desde o final dos anos noventa.
No campo da história da educação muitas pesquisas têm versado sobre a diversidade racial dos
grupos escolares, a discussão de ações afirmativas no ensino superior e debates sobre o repensar
a escola como produtora ou reprodutora de mecanismos de desigualdades sociais e raciais.
Através da pesquisa realizada, pelas imagens dos quadros de formatura, entendemos que o
acesso à escola profissional era o elemento de coesão e de manutenção de poder da elite branca
local e nacional. Isto é, mesmo que no período investigado os negros tivessem o direito de ter
acesso a uma educação profissional, sua presença, ínfima, indica que era vedado através de
discriminação ou de mecanismos que dificultassem a sua permanência nesse espaço escolar e
profissionalizante.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Racismo. Branquitude.
RESUMEN: El interés por la discusión de las relaciones raciales entre sujetos blancos y
negros ha ganado terreno en varias áreas de la sociedad brasileña desde finales de la década
de 1990. En el campo de la historia de la educación han sido muchas las investigaciones sobre
la diversidad racial de los grupos escolares, la discusión de la acción afirmativa en la
educación superior, los debates sobre si repensar la escuela como productora o reproductora
de mecanismos de desigualdades raciales. Se concluye, a través de la investigación realizada,
por las imágenes de las juntas de graduación, entendemos que el acceso a la escuela
profesional fue el elemento de cohesión y mantenimiento del poder de la élite blanca local y
nacional. Es decir, si bien en el período investigado los negros tenían derecho a acceder a una
educación profesional, su presencia, que es mínima, indica que estaba prohibida a través de
mecanismos de discriminación o mecanismos que dificultaban su permanencia en esta. escuela
y espacio profesionalizador.
PALABRAS CLAVE: Educación. Racismo. Blanquitud.
ABSTRACT: Interest in the discussion of racial relations between white and black subjects has
been gaining ground in several areas in Brazilian society since the late 1990s. In the field of
the history of education, there has been a lot of research on the racial diversity of school groups,
the discussion of affirmative action in higher education, debates on whether to rethink the
school as a producer or reproducer of mechanisms of social and racial inequalities. It is
concluded, through the research carried out, by the images of the graduation boards, we
understand that access to professional school was the element of cohesion and power
maintenance of the local and national white elite. That is, even if in the investigated period,
blacks had the right to have access to a professional education, their presence, which is
minimal, indicates that it was prohibited through discrimination or mechanisms that made it
difficult for them to remain in this school and professionalizing space.
KEYWORDS: Education. Racism. Whiteness.
Natália Garcia PINTO e Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 3
Introdução
Após o fim da escravidão brasileira, o negro ficou à margem da sociedade e suas
experiências e vivências ficaram por um indelével tempo associados apenas ao mundo do
trabalho e não como agentes da escrita de sua própria história e da construção da cidadania do
país (DOMINGUES, 2004). Eram considerados cidadãos de segunda classe, marginalizados
pelo preconceito racial a serviço da dominação política, econômica e social da raça branca.
Embora o racismo já tenha sido objeto de várias pesquisas no campo da história, consideramos
pertinente abordar tal assunto no campo da educação no Brasil, pela própria lente do afro-
brasileiro, pontuando uma história construída aos “rés-do-chão” (REVEL, 1998), dos
subalternos e não etnocêntrica, em que o negro não é representado de forma estereotipada
(ALBUQUERQUE, 2009).
O cenário de análise da pesquisa é a sociedade republicana de Pelotas. O município, é
conhecido nacionalmente, no império, por ter unidades produtivas que se dedicavam à produção
e exportação da carne salgada, denominada como charque, para todo o país. Os principais
trabalhadores nesses estabelecimentos eram os escravizados negros. A luta pela liberdade não
foi acionada e defendida pelos negros apenas na pós-abolição, mas no período da escravidão,
em que lutaram por conquistar o papel de liberdade para si e seus familiares (PINTO, 2018).
No pós-abolição, a luta dos negros foi pelo reconhecimento da cidadania e por garantias
de direito à educação. Na cidade de Pelotas, na imediata pós-abolição, os negros trabalhavam
em diversos ramos da indústria, tais como fábricas de chapéus, cervejarias, sabão, velas e tantos
outros estabelecimentos (LONER, 2016). A sociedade pelotense, segundo as pesquisas de
Loner (2016), na República oligárquica, tinha um operariado negro expressivo, tendo
associações negras operárias e sindicalistas, como também associações de sociabilidades, como
os clubes carnavalescos, uma agremiação de futebol e a imprensa negra. Associações pautadas
pela solidariedade dos “homens de cor”, em uma sociedade racializada, em que pese a luta
contra o racismo, se faziam constantes no munícipio pelotense.
Em Pelotas, no pós-abolição, nos demais jornais (fora da imprensa negra) que
circulavam na cidade, os negros eram representados de maneira pejorativa e preconceituosa,
sendo eles constantemente associados ao mundo da desordem, do crime e da embriaguez
(LONER, 2016; OLIVEIRA, 2017). Os anseios da comunidade negra local não eram o ponto
central desses periódicos. Em contrapartida, havia na sociedade investigada um movimento
coletivo de homens de cor letrados, através da publicação do jornal A Alvorada que, antes de
tudo, era um veículo de comunicação cultural, articulação de ideias, reivindicação de um
Educai vossos filhos: A história da racialização na educação profissional tecnológica (1930/1950) em Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 4
segmento sem voz nem visibilidade e que também possuía a ideologia de um grupo específico
(SANTOS, 2011). Uma das pautas do periódico era a bandeira da educação, na construção de
um discurso que impulsionasse a comunidade negra a participar do processo de escolarização
formal.
Essa investigação proposta abordou a relação entre a educação escolar profissional e a
presença de estudantes negros na Escola Técnica de Pelotas, no período de 1930 a 1950, num
momento histórico em que se trazia o bojo da discussão de ofertar uma educação na República
brasileira para todos os cidadãos e, ao mesmo tempo, se tinha a preocupação de moldar o futuro
trabalhador nacional com a oferta de cursos profissionalizantes pelo país. Nesse processo, a
educação escolar e profissional era pautada como um caminho para a melhoria das condições
sociais e econômicas das classes subalternas (CALDEIRA, 2020), tendo uma vasta
disseminação de escolas técnico-profissionais sendo construídas no cenário brasileiro.
Delimitamos o período analisado pelas seguintes circunstâncias: pelo fato de a Escola Técnica
de Pelotas ter sido federalizada nesse processo da educação escolar e por apresentar uma
variedade de documentos para serem analisados, tais como: boletins dos estudantes, fotos de
estudantes, professores e técnicos da instituição e os quadros de formatura do curso de Técnico
Industrial.
A investigação ora proposta está imbricada no projeto, O Acervo Institucional Como um
Espaço de Preservação da Memória da Educação Profissional e Tecnológica, que tem o
objetivo de analisar e resguardar a memória institucional, apresentando um catálogo
identificando os documentos integrantes do acervo institucional, bem como socializar a análise
desenvolvida na pesquisa em eventos acadêmicos da área da Educação. Este acervo é de suma
importância para a construção da pesquisa proposta, mesmo não sendo possível mapear o perfil
social e racial na documentação coligida. Assim sendo, pontuamos a importância do projeto
para conhecermos mais um pouco da história da educação no Ensino Profissional e Tecnológico
e quem fez parte dele. Além disso, o projeto tem a intenção de colaborar para a construção de
uma sociedade mais democrática no embate de uma educação plural, emancipatória e
antirracista (PINTO, 2020).
A principal fonte utilizada para a construção do nosso trabalho são os quadros de
formatura do curso Técnico Industrial, uma vez que, pelas fotos do quadro, foi possível
identificar o fenótipo dos alunos formandos e visualizar os nomes e o local de origem dos
estudantes. Nas demais fontes consultadas, não foi possível identificar a cor dos estudantes,
portanto, partimos a nossa análise dos quadros de formatura. Entendemos a produção desses
Natália Garcia PINTO e Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 5
quadros de formatura como a materialização do saber escolar e profissionalizante entre uma
pequena parcela do segmento de estudantes que frequentou a Escola Técnica Profissional. É a
cristalização dos que conseguiram ter êxito em seus estudos. Nesse âmbito, pretendemos
entender como a relação da educação escolar e profissional da população negra do munícipio
foi inserida ou não dentro da instituição investigada.
O interesse pela discussão sobre as relações raciais entre sujeitos brancos e negros vem
ganhando espaço em diversas áreas, na sociedade brasileira, desde o final dos anos noventa. No
campo da história da educação vem ocupando muitas pesquisas sobre a diversidade racial dos
grupos escolares, sobre a discussão de ações afirmativas no ensino superior e sobre os debates
acerca do repensar a escola como produtora ou reprodutora de mecanismos de desigualdades
sociais e raciais. A inserção das reflexões expostas neste trabalho é oriunda de dar conta dessa
área de saber que vem ganhando importância dentro da sociedade e dos grupos de trabalho de
História da Educação. É um movimento de tentar mapear a presença de estudantes negros em
uma instituição que surge com o propósito de ofertar uma educação profissional aos estudantes
pobres da cidade de Pelotas.
Inicialmente, examinamos a história da educação e a população negra, refletindo sobre
a emergência dos estudos que inserem os afro-brasileiros como sujeitos da educação escolar
nesse campo de investigação. A seguir, apresentamos a metodologia utilizada para a realização
do trabalho e debatemos com outros trabalhos acerca do tema. Além disso, apresentamos os
dados da pesquisa desenvolvida e o contexto da instituição escolar investigada no passado de
outrora. Finalmente, à guisa de conclusão, retomaremos esses resultados e discutiremos como
eles podem contribuir para o campo da história da educação profissional.
A história da educação e as abordagens da história da população negra
A luta pela educação sempre foi uma pauta dos negros desde o tempo do cativeiro
(FONSECA, 2004), e na República essa ação era “entendida como meio de afirmação social e
de acesso à cidadania”. A experiência da liberdade inaugurada com o advento da República
trouxe uma celeuma para os afrodescendentes, pois seria uma liberdade pautada pelo viés do
racismo científico (SCHWARCZ, 1993), marcada pela diferenciação social. Nesse sentido, a
educação foi um espaço racializado, em que uma minoria detinha o acesso ao letramento e à
alfabetização e uma maioria de indivíduos marcados pelo fenótipo e pela cor da pele era alijada
do processo de educação. Caberia ao Estado brasileiro ofertar educação pública e de qualidade
Educai vossos filhos: A história da racialização na educação profissional tecnológica (1930/1950) em Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 6
para todos os cidadãos; todavia, na República oligárquica brasileira, a liberdade era negra, mas
a cidadania era branca (ANDREWS, 2014). Então, se o Estado não cumpria o seu papel
constitucional, caberia então às associações negras o engajamento na luta pela educação.
Conforme apontam Gonçalves e Silva (2000), é no limiar do século XX que os movimentos
sociais negros (imprensa negra, por exemplo) passam a reivindicar espaços políticos e sociais
de direito:
O movimento criou suas próprias organizações, conhecidas como entidades
ou sociedades negras, cujo objetivo era aumentar sua capacidade de ação na
sociedade para combater a discriminação racial e criar mecanismos de
valorização da raça. Dentre as bandeiras de luta, destaca-se o direito à
educação. Esta esteve sempre na agenda destes movimentos, embora
concebida com significados diferentes: ora vista como estratégia capaz de
equiparar os negros aos brancos, dando-lhes oportunidades iguais no mercado
de trabalho, ora como veículo de ascensão social e, por conseguinte, de
integração, ora como instrumento de conscientização por meio da qual os
negros aprenderiam a história de seus ancestrais, os valores e a cultura do seu
povo, podendo a partir deles reivindicar direitos sociais e políticos, direito à
diferença e respeito humano (GONÇALVES; SILVA, 2000, p. 139).
A historiografia educacional mais tradicional, quando abordava o negro nos seus
processos de aquisição de conhecimentos, era de forma estigmatizada e pejorativa. Essas
interpretações negavam todos os mecanismos de resistência criados por eles ao longo da
história, inclusive nas questões que alcançavam o recorte educacional. Dessa forma, a história
da educação dos negros era um campo não consolidado, esquecido tanto entre os pesquisadores
da Educação, como entre os que se dispunham a compreender o processo que envolvia as
relações sociais no país. A escolarização da comunidade negra era relegada a um segundo plano,
o que refletia a história da educação brasileira como um espaço de privilégio da classe branca,
constituindo um espaço de branquitude (CARDOSO, 2014).
A respeito do assunto, Pinto (1987), em seu texto “A educação do Negro uma revisão
bibliográfica”, publicado nos Cadernos de Pesquisa, da Fundação Carlos Chagas, em 1987,
conseguiu identificar apenas alguns indícios e interpretações quase que exclusivamente restritas
à delimitação de autores que trabalhavam com as questões sociológicas da escravidão brasileira.
Também foi possível descortinarmos a possibilidade de estudos envolvendo novas vertentes
investigativas, ampliando as perspectivas que, quase sempre, estavam sendo veladas nas
discussões e nos embates em torno do negro e sua inserção no campo da história da educação
brasileira.
Natália Garcia PINTO e Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 7
Salientamos que no início dos anos 2000 uma revirada na historiografia da história
da educação dos afro-brasileiros, especialmente porque os próprios negros começaram a clamar
por uma história mais plural e não etnocêntrica, e se inicia um movimento de produção
historiográfica realizada por pesquisadores negros e por acadêmicos também interessados na
temática e na construção de uma história não única. Em seu texto História da educação: uma
abordagem sobre a escolarização de afro-brasileiros, publicado na ANPED (Associação
Nacional de Pós-Graduação em Educação), Santos (2000) salienta que as primeiras pesquisas
desenvolvidas sobre a educação dos afro-brasileiros foram elaboradas pelos próprios negros,
que cansados de serem discriminados socialmente, resolveram ir à luta.
Um exemplo dessa renovação historiográfica é o trabalho de Marcus Vinicius Fonseca
(2004) em seu artigo “Escolas para crianças negras: uma análise a partir do congresso
agrícola do Rio de Janeiro e do congresso agrícola do Recife, em 1878”, publicado nos Anais
do III Congresso Brasileiro de História da Educação em 2004, em que notou uma vinculação
entre educação e trabalho agrícola nas propostas dos proprietários de terras e parlamentares que
participaram dos eventos e atuaram a favor da construção da Lei do Ventre Livre de 1871. Uma
vez sancionada a lei, era preciso discutir o destino das crianças nascidas livres de mães
escravizadas. Em relação à proposta educacional para essas crianças, os congressistas do Recife
concluíram que deveriam ser criadas escolas agrícolas que transformassem ingênuos em
trabalhadores úteis e onde pudessem ser educados conjuntamente com órfãos. Além disso,
reivindicavam que o governo assumisse a responsabilidade pela educação dos ingênuos e pela
indenização dos proprietários, criando escolas voltadas para a realização de uma educação útil
a uma ordem fundamentada nas atividades agrícolas.
Em concordância com essa perspectiva, Surya Aaronovich Pompo de Barros (2005)
verifica que a existência de escolas noturnas, clubes e espaços educativos diferenciados para
instruir os negros não foram deixados de lado por esta produção bibliográfica em ascensão.
Apesar disso, é possível salientarmos que ao contrário das outras dimensões da historiografia
brasileira, “que passaram por um intenso processo de revisão acerca das suas formas de
entendimento e tratamento da população negra, a história da educação continua produzindo
interpretações que reafirmam a visão tradicional deste grupo na história” (FONSECA, 2004, p.
10). Nessa perspectiva, é papel do pesquisador empreender esforços a fim de dar visibilidade
aos indivíduos negros, em especial às crianças negras que, durante muito tempo, ficaram
obscurecidas nas pesquisas históricas tradicionais. Em suma, a pesquisa visa ancorar-se nos
debates em torno da questão da educação do negro no país, mais especificamente no campo da
Educai vossos filhos: A história da racialização na educação profissional tecnológica (1930/1950) em Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 8
educação e do Ensino tecnológico profissional, para refletir sobre o perfil dos estudantes na
instituição investigada, como também analisar sobre questões relativas à escolarização e à
educação dos afro-brasileiros, sob o ponto de vista da história social do pós-abolição e da
história brasileira da educação profissional.
Procedimentos Metodológicos
Como exposto, o objetivo do trabalho é investigar o tema sobre a História do negro
na Educação Profissional pelotense de modo qualitativo em um movimento mais amplo de
renovação do campo da história da educação. Metodologicamente, utiliza-se a análise
documental. O objeto central de interesse é a produção de distintos documentos sobre a
educação e os estudantes da escola profissional e tecnológica (livros de atas, fotografias, livro
de matrículas, fichas de alunos, diários, jornais), bem como a própria problematização do
contexto histórico que as fontes permitiram na construção da pesquisa.
A investigação da documentação custodiada pela instituição é tomada por estas
historiadoras da educação como documento/monumento (LE GOFF, 2003), em que a história
deixada nos vestígios documentais não é analisada pela ótica da passividade, mas sim de uma
“história-problema” (BLOCH, 2001), em que o historiador problematiza a sua fonte por
intermédio de questionamentos da realidade que almeja estudar. É notório que tal análise deve
vir eivada de uma postura crítica para investigar o documento, visto que o “documento não fala
senão quando se sabe interrogá-lo” e, além disso, “é a pergunta que fazemos que condiciona a
análise e, no limite, eleva ou diminui a importância de um texto retirado de um momento
afastado” (BLOCH, 2001, p. 8).
Nesse âmbito, o documento/monumento é entendido nesta pesquisa pelo foco da crítica
do documento e de que maneira essa produção da memória cristalizada na documentação foi
produzida e preservada pela instituição investigada. Isto é, o que de fato os grupos que
produziram essa fonte objetivavam constituir e qual imagem queriam deixar registrada ao longo
do tempo. Partindo da concepção de que o conhecimento produzido no passado ou sobre esse
é condicionado pelas perguntas que fazemos às fontes coligidas. Acreditamos que ao tomar de
empréstimo o conceito de documento/monumento, conseguimos investigar a realidade daqueles
que tiveram acesso à educação profissional e tecnológica, ou seja, o perfil social e racial dos
indivíduos. A intervenção que realizamos na fonte não é ingênua e sem criticidade. A respeito
disso, Le Goff (2003) pontua que:
Natália Garcia PINTO e Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 9
A intenção do historiador que escolhe o documento, extraindo-o do conjunto
dos dados do passado, preferindo-os aos outros, atribuindo-lhe um valor de
testemunho que, pelo menos em parte, depende da sua própria posição na
sociedade da época e de sua organização mental, insere-se numa situação
inicial ainda menos “neutra” do que a sua intervenção. O documento é inócuo.
É, antes de mais nada, o resultado de uma montagem, consciente ou
inconsciente, da história, da época, da sociedade que o produziram, mas
também das épocas sucessivas durante as quais continuou a viver, talvez
esquecido, durante as quais continuou a ser manipulado, ainda que pelo
silêncio (LE GOFF, 2003, p. 537-538).
É necessário desmontar o documento para elaborar um campo de memória do que está
sendo investigado, pois não existe um documento objeto em si. Cabe ao historiador esmiuçá-lo
de interrogações, pois o documento não é o feliz instrumento de uma história que seja, em si
própria e com pleno direito, memória. Nesse sentido, ao desvelar os quadros de formatura como
um documento/monumento carregado de simbologias de memórias, foi possível verificar as
marcas, isto é, as características fenotípicas da cor dos formandos. A marca latente que vem à
tona nos quadros observados foi a desigualdade racial dos formandos em questão, visto uma
supremacia de estudantes homens e brancos expostos no quadro em detrimento de uma minoria
de estudantes negros que conseguiram se formar no curso de Técnico Industrial da Escola
Técnica de Pelotas. Ao todo, foram observados quatro quadros de formatura durante o período
de nossa análise. Optamos por trabalhar apenas com um dos quadros devido à qualidade das
imagens para identificar os sujeitos ora investigados.
A instituição e seus alunos
A instituição em voga analisada surge na República com o intuito de ofertar uma
educação profissional aos estudantes menos favorecidos da cidade. uma preocupação das
elites políticas brasileiras de educar o trabalhador nacional, especialmente em uma conjuntura
de transição da mão de obra escravizada para a do trabalhador livre. Para Pandini (2006), a
necessidade de moldar esse trabalhador brasileiro para a educação profissional se deve:
Qualificar o trabalho e formar o futuro trabalhador tornavam imprescindível
desenhar espaços em que se pudesse ofertar uma educação profissional
compatível com os anseios de formação da Pátria, pautada na civilização, na
ordem e no progresso (PANDINI, 2006, p. 33).
A Escola Arte e Ofícios, investigada, que por vários decretos após a sua construção e
instalação passa a se chamar Escola cnica Federal de Pelotas, nasce com esse discurso de
Educai vossos filhos: A história da racialização na educação profissional tecnológica (1930/1950) em Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 10
progresso, de educar o novo trabalhador, além de pontuar a moralidade, o ideal nacional do
novo trabalhador. O discurso desses estabelecimentos era de educar profissionalmente os
jovens pobres da sociedade, os tirando da marginalidade e dos vícios. É de salientar que as
autoridades educacionais e as elites brasileiras almejavam que as classes populares ocupassem
determinado lugar no mundo do trabalho, ou seja, uma educação dualista em que os
trabalhadores pobres executassem profissões de cunho mais técnico (sem questionar o sistema),
e os filhos das classes abastadas ficassem com profissões mais intelectualizadas e de maior
prestígio social, afinal cabia a eles pensar o projeto político e social do país mantendo o status
quo preservado. Nesse âmbito, segundo Manfredi (2002), as escolas de Arte e Ofício surgem
com:
A finalidade educacional das escolas de aprendizes era a formação de
operários e de contramestres, por meio do ensino prático e de conhecimentos
técnicos transmitidos aos menores em oficinas de trabalhos manuais e
mecânicos mais convenientes e necessários ao Estado e a Federação em que a
Escola funcionasse, consultando quando possível, as especialidades das
indústrias locais. Como parte integrante de cada escola de aprendizes e
artificieis, forma criados cursos noturnos e obrigatórios, um curso primário
(para analfabetos) e outro de desenho (MANFREDI, 2002, p. 83-84).
Com o decreto municipal de número 1.795, em março de 1930, a Escola de Artes e
Ofícios na cidade de Pelotas passa a se chamar Escola Técnica Profissional. Segundo Meireles
(2007), a escola deveria ofertar uma educação gratuita aos pobres que “preenchessem as
condições estabelecidas” para ter acesso ao ensino e à educação técnico profissional. Notório
destacar que apenas os meninos poderiam cursar o educandário (MEIRELES, 2007), os quais
após a formação adquirida poderiam encontrar um trabalho no mundo do trabalho e “ser úteis
à sociedade” (MEIRELES, 2007, p. 30). Além disso, a autora frisa que:
A escola funcionava em regime de externato e eram admitidos alunos do
sexo masculino. O ingresso ocorria, inicialmente, num curso de adaptação,
com duração de dois anos. Depois, o aluno iniciava o curso técnico-
profissional, escolhendo a área, denominada secção, que lhe conviesse,
conforme suas aptidões. No último ano, fazia uma especialização na área.
Com isso, a duração total do curso era de seis anos (MEIRELES, 2007, p. 30).
Roschild (2021), em A Escola de Artes e Ofícios de Pelotas e o Ensino Técnico
Profissional (1917-1930), pontua de maneira indelével pela análise de imagens de estudantes
no início do educandário a presença de alguns alunos negros. Seguindo a análise de Adriana
Roschild (2021), ao localizar um ínfimo número de estudantes nas fotografias, aponta que a
Natália Garcia PINTO e Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 11
Escola de Artes e Ofício se constituiu como um espaço racializado e de branquitude, o qual
estava direcionado para o pobre desvalido de tez branca.
No desejo de desvelar mais sobre a história e dos estudantes da Escola Técnica
Profissional de Pelotas, damos continuidade à busca de indícios da presença de estudantes
negros nesse espaço de ensino. Todavia, alertamos que, embora tenha sido uma jornada com
muitas expectativas, não conseguimos atingir todas elas. Nos livros consultados a respeito das
notas dos estudantes, a cor nunca era informada pelo docente responsável pela disciplina técnica
ou propedêutica. Mas chamou a atenção das pesquisadoras na Escola Técnica Profissional
(atualmente Instituto Federal Sul-rio-grandense), a existência de muitos quadros de formatura
dos diferentes cursos de estabelecimento nos corredores e espaços mantidos ainda hoje, no
século XXI. São marcas do passado, são vestígios de quem construiu histórias e conquistas. De
maneira silenciosa e quase desapercebida, indicam presenças e ausências ao longo do tempo. É
visível aos olhos que a grande maioria que estudou no período investigado na Escola
Profissional Tecnológica de Pelotas foi o estudante branco, aparecendo em grande presença nos
quadros de formatura. Os estudantes identificados com o fenótipo negro aparecem, porém de
maneira pouco expressiva. Podemos observar a seguir pela imagem de um dos quadros de
formatura essa constatação:
Figura 1 Quadro de Formatura do Curso Técnico Industrial 1948
Fonte: IFSUL - Curso Industrial Básico Escola Técnica de Pelotas (1948)
Educai vossos filhos: A história da racialização na educação profissional tecnológica (1930/1950) em Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 12
Destaca-se uma presença maciça de estudantes do gênero masculino e de cor branca. O
quadro é muito rico em detalhes e de símbolos do curso para os formandos. Cada quadro é
singular, interagindo com seu contexto histórico específico de produção. É de se comentar que
o quadro é um tanto difícil de ser fotografado devido à extensão que possui. Percebe-se, pela
imagem, que é um quadro de madeira e com a bandeira brasileira no centro e ao redor os
formandos trajados todos de terno. Elegantes para o momento da pose e da conquista de uma
carreira profissional no munícipio de Pelotas ou em outra localidade. Para Werle (2005), a
conclusão de um curso é um acontecimento vivido por uma coletividade. Podemos
problematizar que essa festividade estava calcada em elementos de pessoas brancas, em sua
grande maioria, representadas nas paredes da instituição analisada. Com o fito de captar melhor
a imagem a ser investigada, fotografamos algumas partes, contemplando os estudantes que
foram identificados com a tez de cor negra no quadro ilustrado acima. Vejamos abaixo:
Figura 2 Estudante Osvaldo Lourival Franco
Fonte: IFSUL - Curso Industrial Básico Escola Técnica de Pelotas (1948)
Natália Garcia PINTO e Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 13
Figura 3 Estudante Braz Vargas
Fonte: IFSUL - Curso Industrial Básico Escola Técnica de Pelotas (1948)
Figura 4 Estudante Rui Alves
Fonte: IFSUL - Curso Industrial Básico Escola Técnica de Pelotas (1948)
Ao analisar essas imagens do quadro de formatura do Curso Básico da Escola Técnica
de Pelotas, podemos inferir que os quadros de formatura assinalam um ato pedagógico das
relações étnico-raciais dentro desse espaço de educação. É notório que a educação profissional
nesta época e neste contexto estava idealizada para a população pobre, mas não qualquer
estudante do sexo masculino, pois o elemento da cor pesava e saltava aos olhos dentro dessa
instituição escolar.
Os quadros de formatura são o documento/monumento que abordamos nas linhas
anteriores do trabalho. Como frisou Le Goff (2003), o “monumento” atesta para a sociedade da
época, para as novas gerações e para as que permanecem na escola (ou irão ingressar), o sucesso
da educação para alguns, não para todos, pelo menos, juntos aos distintos grupos de estudantes
expostos no quadro observado. Ao menos para Rui Alves, Braz Vargas, Osvaldo Lourival
Franco, não deve ter sido nada fácil ser representante de sua comunidade negra nesse espaço
educacional e racializado. Uma maioria de estudantes brancos que conseguiam acessar o
Educai vossos filhos: A história da racialização na educação profissional tecnológica (1930/1950) em Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 14
ingresso à Escola Técnica Profissional não partilhava da mesma identidade de Braz, Osvaldo e
Rui.
Como deveria ser o tratamento dado a eles dentro desse educandário? Não sabemos o
que de fato ocorreu. Como bem elucidava a matéria do jornal da imprensa negra local, A
Alvorada, Educai Vossos filhos”, alertando a comunidade negra local sobre a importância de
seus filhos ocuparem os bancos escolares, todavia, ao que parece, as escolas do município e a
Escola Técnica de Pelotas continuavam a reproduzir um racismo estrutural dentro dos espaços
educacionais, pois a maioria que tinha direito à educação era uma parcela de estudantes brancos.
Considerações finais
Trata-se de uma pesquisa em História da Educação (com ineditismo), que pauta a
presença de estudantes negros no processo de escolarização no âmbito da profissionalização
técnica na Escola Técnica no munícipio de Pelotas, entre 1930-1950, período este que contou
com a influência do entusiasmo por parte do Estado brasileiro em “moldar” o trabalhador
nacional. A partir das contribuições retiradas da historiografia e da análise dos quadros de
formatura, chegou-se à possível conclusão de que o espaço de educação e profissionalização da
Escola Técnica de Pelotas era pautado pela branquitude. Todavia, ressaltamos que apesar do
espaço investigado ter uma predominância de estudantes brancos, constatou-se a presença de
estudantes negros, a partir dos registros fotográficos dos quadros de formatura.
É possível afirmar que o acesso à escola enquanto uma educação voltada para o ensino
técnico e profissional se dava de maneira diferente e desigual entre esse grupo de estudantes e
o segmento de alunado branco. Examinou-se vários quadros do mesmo curso e o mesmo
diagnóstico veio à tona: a expressividade de alunos de tez branca concluindo o curso
profissionalizante. Contudo, a resistência presente entre os alunos que se formaram na turma
do Curso Industrial do ano de 1948 mostra a ação dos sujeitos como Braz, Osvaldo e Rui, que
consiste na ação e na busca desse segmento étnico-racial de escolarização e profissionalização
na sociedade pelotense.
Nesse sentido, esses estudantes incomuns”, como Osvaldo, Rui e Braz, negros que
alcançaram patamares de escolarização profissional dentro da cultura letrada, não devem ser
percebidos como casos excepcionais, mas que se inscreveram nos movimentos mais amplos de
seu grupo social, que buscava, além da escolarização, uma profissão para angariar um futuro
melhor para si e para os seus. Através da pesquisa realizada, entendemos que o acesso à escola
Natália Garcia PINTO e Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 15
profissional era o elemento de coesão e de manutenção de poder da elite branca local e nacional.
Isto é, mesmo que no período investigado os negros tivessem o direito de ter acesso a uma
educação profissional, sua presença, ínfima, indica que era vedado através de mecanismos de
discriminação ou de mecanismos que dificultassem a sua permanência nesse espaço escolar e
profissionalizante. O acesso à educação profissional seria um elemento de diferenciação entre
brancos e negros dentro e fora da instituição investigada.
Acreditamos que algumas hipóteses podem estar atreladas à essa questão, como uma
possível discriminação ou diferenciação entre estudantes brancos e negros. Todavia, mesmo
sem ter como comprová-las de fato, muitas dificuldades criadas no acesso dos estudantes negros
estão alicerçadas no racismo estrutural presente na sociedade brasileira. A população branca é
constituída estruturalmente como merecedora de privilégios, dentre eles, a educação, visto que
o passado escravista ainda se faz presente na questão de pertencimento e direitos no Brasil
enquanto sociedade.
Apesar de a população negra hoje ter maior expressividade, liberdade e possibilidades
de se manifestar, o padrão hegemônico continua sendo o homem branco, rico, de olhos azuis,
cabelo liso, magro, heterossexual, e os que estão fora dessa padronização enfrentam
discriminações e preconceitos, ou no máximo são tolerados. Desde o momento em que se
pretende fazer uma história que tenha significado, utilização ou comprometimento político,
se pode fazê-la corretamente sob a condição de que se esteja ligado, de uma maneira ou de
outra, aos combates desenrolados no domínio proposto. Mais do que desenvolver essa pesquisa
sobre a identidade racial dos alunos no ensino profissional e tecnológico e seu processo
educacional, o engajamento dessa investigação permitirá pautar a construção de uma educação
antirracista e democrática, preceitos tão ímpares para a instituição analisada.
À guisa de conclusão, mesmo ressaltando a dominação branca sobre a população negra
no que tange ao acesso à educação profissional, procuramos demonstrar também que mesmo
com todos os reveses do racismo estrutural, na perspectiva da história da educação, as
resistências presentes nos nomes ovacionados de Oswaldo, Braz e Rui, enfatizam a agência
desses personagens históricos que conseguiram acessar a educação escolar e profissional
desbancando um pouco os índices de inferioridade e desigualdade dentro da sociedade racista
brasileira. Eles foram e são resistências para os outros estudantes que acessam (e irão acessar)
esse educandário no munícipio. A exposição das fotos dos estudantes negros e nomeá-los dentro
da pesquisa se dá no intuito de pluralizar histórias, pois como destaca Adichie (2019):
Educai vossos filhos: A história da racialização na educação profissional tecnológica (1930/1950) em Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 16
As histórias importam. Muitas histórias importam. As histórias foram usadas
para espoliar e caluniar, mas também podem ser usadas para empoderar e
humanizar. Elas podem despedaçar a dignidade de um povo, mas também
podem reparar essa dignidade despedaçada (ADICHIE, 2019, p. 32).
REFERÊNCIAS
ADICHIE, C. N. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
ALBUQUERQUE, W. O jogo da dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil. São
Paulo: Companhia das Letras, 2009.
ANDREWS, G. R. América Afro-latina: 1800-2000. São Paulo: EDUFSCAR, 2014.
BARROS, S. A. P. Negrinhos que por ahi andão: a escolarização da população negra em
São Paulo (1870-1920). 2005. (Dissertação de Mestrado) Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2005.
BLOCH, M. Apologia da História: ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
CALDEIRA, J. A infância desvalida institucionalizada em Pelotas: controle e ordenamento
social nas páginas dos periódicos locais década de 1910 e 1940. 2020. 272 f. Tese
(Doutorado em Educação) Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, 2020.
CARDOSO, L. O branco ante a rebeldia do desejo: um estudo sobre a branquitude no
Brasil. 2014. 290. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) Universidade de Estadual Paulista,
Araraquara, SP, 2014.
DOMINGUES, P. Uma história não contada: negro, racismo e branqueamento em São
Paulo no pós-abolição. São Paulo: Ed. SENAC, 2004.
FONSECA, M. Escolas para crianças negras: uma análise a partir do congresso agrícola do
Rio de Janeiro e do Congresso agrícola do Recife, em 1878. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, 3., Curitiba. Anais [...]. Curitiba, 2004. Tema: A educação
escolar em perspectiva histórica.
GONÇALVES, L. A. O.; SILVA, P. B. G. Movimento Negro e Educação. Revista Brasileira
de Educação, São Paulo, v. 15, n. 15, p. 134-158, 2000.
LE GOFF, J. Documento/monumento. In: LE GOFF, J. História e memória. São Paulo:
Editora UNICAMP, 2003. p. 525-541.
LONER, B. A. Construção de classe: operários de Pelotas e Rio Grande. 2. ed. Pelotas, RS:
Ed. UFPEL, 2016.
MANFREDI, S. M. Educação Profissional no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002.
MEIRELES, C. M. S. Das Artes e Officios à Educação Tecnológica: 90 anos de História.
Pelotas, RS: UFPel, 2007.
Natália Garcia PINTO e Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 17
OLIVEIRA, Â P. A racialização nas entrelinhas da imprensa negra: o caso Exemplo e A
Alvorada 1920-1935. 2017. 148 f. Dissertação (Mestrado em História) Universidade
Federal de Pelotas, Pelotas, RS, 2017.
PANDINI, S. A Escola de Aprendizes Artífices do Paraná: “Viveiro de homens aptos e
úteis” (1910-1928). 2006. 147 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal
do Paraná, Curitiba, 2006.
PINTO, N. G. “Campanha Pró-Educação”: a luta pela alfabetização e a instrução nas
páginas do Jornal A Alvorada (1933-1936). 2020. 31 f. Monografia (Trabalho de Conclusão
do Curso de Formação Pedagógica para Graduados Não-Licenciados) Instituto Federal Sul-
rio-grandense, Pelotas, RS, 2020.
PINTO, N. G. Gerações de senzalas, Gerações de liberdade: experiências de liberdade em
Pelotas/RS, 1850-1888. 2018. 253 f. Tese (Doutorado em História) Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.
PINTO, R. A educação do negro: uma revisão bibliográfica. Cadernos de Pesquisa,
Fundação Carlos Chagas, São Paulo, v. 62, p. 3-34, ago. 1987.
REVEL, J. Jogos de escalas: a experiência da microanálise. Rio de Janeiro: Ed. Getúlio
Vargas, 1998.
ROSCHILD, A. B. A escola de Arte e Ofícios de Pelotas/RS e o Ensino Técnico
Profissional (1917-1930). 2021. Dissertação (Mestrado/Doutorado Profissional) Instituto
Federal Sul-rio-grandense, Pelotas, RS, 2021.
SANTOS, J. A. Prisioneiros da História: trajetórias intelectuais na imprensa negra
meridional. Tese. 2011. Tese (Doutorado em História) Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.
SANTOS, M. A história da educação: uma abordagem sobre a escolarização de afro-
brasileiros. Caxambu, MG: ANPED, 2000.
SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no
Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia da Letras, 1993.
WERLE, F. O. C. Ancorando quadros de formatura na história institucional. In: REUNIÃO
ANUAL DA ANPED, 28., Caxambu. Anais [...]. Caxambu, MG: ANPED, 2005.
Educai vossos filhos: A história da racialização na educação profissional tecnológica (1930/1950) em Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 18
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Não aplicável.
Financiamento: Não aplicável.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: É uma pesquisa histórica que utiliza de fontes documentais cedidas pela
instituição pesquisada e por isso não precisa passar pela comissão de ética.
Disponibilidade de dados e material: Os dados e materiais utilizados no trabalho estão
disponíveis na instituição Instituto Federal Sul-riograndense (IFSUL), campus Pelotas,
Praça 20 de novembro, no Acervo Institucional do educandário.
Contribuições dos autores: Natália Garcia Pinto contribuiu com suas reflexões sobre
racismo, racialização e branquitude no campo da História da Educação. Adriana Duarte
Leon contribuiu com seu aporte teórico e metodológico sobre a História da educação na
historiografia sobre a questão do negro na educação.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 1
EDUCA A SUS HIJOS: LA HISTORIA DE LA RACIALIZACIÓN EN LA
EDUCACIÓN PROFESIONAL TECNOLÓGICA” (1930/1950) EN PELOTAS/RS
EDUCAI VOSSOS FILHOS: A HISTÓRIA DA RACIALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL TECNOLÓGICA (1930/1950) EM PELOTAS/RS
EDUCATE YOUR CHILDREN: THE HISTORY OF RACIALIZATION IN
TECHNOLOGICAL PROFESSIONAL EDUCATION” (1930/1950) IN PELOTAS/RS
Natália Garcia PINTO1
e-mail: nataliag.pinto@gmail.com
Adriana Duarte LEON2
e-mail: adriana.adrileon@gmail.com
Cómo hacer referencia a este artículo:
PINTO, N. G.; LEON, A. D. Educa a sus hijos: La historia de la
racialización en la educación profesional tecnológica (1930/1950)
en Pelotas/RS. Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-
5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945
| Enviado en: 07/08/2022
| Revisiones requeridas el: 25/01/2023
| Aprobado el: 05/10/2023
| Publicado el: 01/12/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidad Federal de Pelotas (UFPEL), Pelotas RS Brasil. Docente en el Grado a Distancia en Historia.
Doctora en Historia (UFRGS).
2
Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSUL), Pelotas RS Brasil. Profesora en el Curso de Formación
Pedagógica y en el Programa de Posgrado en Educación. Doctorado en Educación (UFMG).
Educa a sus hijos: La historia de la racialización en la educación profesional tecnológica (1930/1950) en Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 2
RESUMEN: El interés por la discusión de las relaciones raciales entre sujetos blancos y negros
ha ganado terreno en varias áreas de la sociedad brasileña desde finales de la década de 1990.
En el campo de la historia de la educación han sido muchas las investigaciones sobre la
diversidad racial de los grupos escolares, la discusión de la acción afirmativa en la educación
superior, los debates sobre si repensar la escuela como productora o reproductora de
mecanismos de desigualdades raciales. Se concluye, a través de la investigación realizada, por
las imágenes de las juntas de graduación, entendemos que el acceso a la escuela profesional fue
el elemento de cohesión y mantenimiento del poder de la élite blanca local y nacional. Es decir,
si bien en el período investigado los negros tenían derecho a acceder a una educación
profesional, su presencia, que es mínima, indica que estaba prohibida a través de mecanismos
de discriminación o mecanismos que dificultaban su permanencia en esta. escuela y espacio
profesionalizador.
PALABRAS CLAVE: Educación. Racismo. Blanquitud.
RESUMO: O interesse pela discussão sobre as relações raciais entre sujeitos brancos e negros
têm ganhado espaço em diversas áreas, na sociedade brasileira, desde o final dos anos
noventa. No campo da história da educação muitas pesquisas têm versado sobre a diversidade
racial dos grupos escolares, a discussão de ações afirmativas no ensino superior e debates
sobre o repensar a escola como produtora ou reprodutora de mecanismos de desigualdades
sociais e raciais. Através da pesquisa realizada, pelas imagens dos quadros de formatura,
entendemos que o acesso à escola profissional era o elemento de coesão e de manutenção de
poder da elite branca local e nacional. Isto é, mesmo que no período investigado os negros
tivessem o direito de ter acesso a uma educação profissional, sua presença, ínfima, indica que
era vedado através de discriminação ou de mecanismos que dificultassem a sua permanência
nesse espaço escolar e profissionalizante.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Racismo. Branquitude.
ABSTRACT: Interest in the discussion of racial relations between white and black subjects has
been gaining ground in several areas in Brazilian society since the late 1990s. In the field of
the history of education, there has been a lot of research on the racial diversity of school groups,
the discussion of affirmative action in higher education, debates on whether to rethink the
school as a producer or reproducer of mechanisms of social and racial inequalities. It is
concluded, through the research carried out, by the images of the graduation boards, we
understand that access to professional school was the element of cohesion and power
maintenance of the local and national white elite. That is, even if in the investigated period,
blacks had the right to have access to a professional education, their presence, which is
minimal, indicates that it was prohibited through discrimination or mechanisms that made it
difficult for them to remain in this school and professionalizing space.
KEYWORDS: Education. Racism. Whiteness.
Natália Garcia PINTO y Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 3
Introducción
Después del fin de la esclavitud brasileña, los negros fueron marginados de la sociedad
y sus vivencias y vivencias fueron asociadas durante un tiempo indeleble solo al mundo del
trabajo y no como agentes de la escritura de su propia historia y de la construcción de la
ciudadanía del país (DOMINGUES, 2004). Eran considerados ciudadanos de segunda clase,
marginados por los prejuicios raciales al servicio de la dominación política, económica y social
de la raza blanca. A pesar de que el racismo ya ha sido objeto de varios estudios en el campo
de la historia, considero pertinente abordar este tema en el campo de la educación en Brasil, a
través de la lente del afrobrasileño, puntuando una historia construida desde la "planta baja"
(REVEL, 1998), la subalterna y no etnocéntrica, en la que los negros no son representados de
manera estereotipada (ALBUQUERQUE, 2009).
El escenario de análisis de la investigación es la sociedad republicana de Pelotas. El
municipio era conocido a nivel nacional en el imperio por tener unidades de producción que se
dedicaban a la producción y exportación de carne salada, llamada cecina, en todo el país. Los
principales trabajadores de estos establecimientos eran los negros esclavizados. La lucha por la
libertad no solo fue activada y defendida por los negros en el período posterior a la abolición,
sino también en el período de la esclavitud, en el que lucharon por conquistar el papel de la
libertad para ellos y sus familias (PINTO, 2018).
En el período posterior a la abolición, la lucha de los negros fue por el reconocimiento
de la ciudadanía y por las garantías del derecho a la educación. En la ciudad de Pelotas, en el
período inmediatamente posterior a la abolición, los negros trabajaban en diversas ramas de la
industria, como bricas de sombreros, cervecerías, jabón, velas y muchos otros
establecimientos (LONER, 2016). De acuerdo con la investigación de Loner (2016), la sociedad
de Pelotas en la República Oligárquica tenía una clase trabajadora negra expresiva, con
asociaciones sindicales y de trabajadores negros, así como asociaciones sociales, como clubes
de carnaval, una asociación de fútbol y la prensa negra. Las asociaciones guiadas por la
solidaridad de los "hombres de color", en una sociedad racializada, a pesar de la lucha contra el
racismo, fueron constantes en el municipio de Pelotas.
En Pelotas, en el período posterior a la abolición, en los demás periódicos (fuera de la
prensa negra) que circulaban en la ciudad, los negros eran representados de manera peyorativa
y prejuiciosa, y se les asociaba constantemente con el mundo del desorden, la delincuencia y la
embriaguez (LONER, 2016; OLIVEIRA, 2017). Los anhelos de la comunidad negra local no
eran centrales en estas publicaciones periódicas. Por otro lado, hubo un movimiento colectivo
Educa a sus hijos: la historia de la racialización en la educación profesional tecnológica (1930/1950) en Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 4
de hombres de color alfabetizados en la sociedad investigada, a través de la publicación del
periódico A Alvorada que, sobre todo, fue un vehículo de comunicación cultural, de articulación
de ideas, de reivindicación de un segmento sin voz ni visibilidad y que además poseía la
ideología de un grupo específico (SANTOS, 2011). Una de las agendas de la revista fue la
bandera de la educación, en la construcción de un discurso que incentivara a la comunidad negra
a participar en el proceso de escolarización formal.
Esta propuesta de investigación abordó la relación entre la educación de la escuela
profesional y la presencia de estudiantes negros en la Escuela Técnica de Pelotas, en el período
de 1930 a 1950, en un momento histórico en el que se trajo la discusión de ofrecer una educación
en la República de Brasil para todos los ciudadanos y, al mismo tiempo, hubo una preocupación
por moldear al futuro trabajador nacional con la oferta de cursos profesionales en todo el país.
En este proceso, la educación escolar y profesional fue orientada como una forma de mejorar
las condiciones sociales y económicas de las clases subalternas (CALDEIRA, 2020), con una
vasta difusión de las escuelas técnico-profesionales que se están construyendo en el escenario
brasileño. Delimitamos el período analizado por las siguientes circunstancias: la Escuela
Técnica de Pelotas se federalizó en este proceso de formación escolar y mediante la
presentación de una variedad de documentos a analizar, tales como: boletines estudiantiles,
fotos de estudiantes, docentes y técnicos de la institución y las tablas de egreso del curso de
Técnico Industrial.
La investigación aquí propuesta se enmarca en el proyecto La Colección Institucional
como Espacio para la Preservación de la Memoria de la Educación Profesional y Tecnológica
, que tiene como objetivo analizar y resguardar la memoria institucional, presentando un
catálogo identificando los documentos que forman parte del acervo institucional, así como
socializar el análisis desarrollado en la investigación en eventos académicos del área de la
Educación. Esta colección es de suma importancia para la construcción de la investigación
propuesta, aunque no sea posible mapear el perfil social y racial en la documentación
recolectada. Por ello, señalamos la importancia del proyecto para conocer un poco más sobre
la historia de la educación en Educación Profesional y Tecnológica y quiénes formaron parte
de ella. Además, el proyecto pretende colaborar para la construcción de una sociedad más
democrática en la lucha por una educación plural, emancipadora y antirracista (PINTO, 2020).
La principal fuente utilizada para la construcción de nuestro trabajo son las tablas de
graduación del curso de Técnico Industrial, ya que a través de las fotos del tablero se logró
identificar el fenotipo de los estudiantes graduados y visualizar los nombres y lugar de
Natália Garcia PINTO y Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 5
procedencia de los estudiantes. En las otras fuentes consultadas no fue posible identificar el
color de los estudiantes, por lo que iniciamos el análisis de las tablas de graduación.
Entendemos la producción de estas mesas de graduación como la materialización de los
conocimientos escolares y profesionales entre una pequeña porción del segmento estudiantil
que asistió a la Escuela Técnica Profesional. Es la cristalización de aquellos que han tenido
éxito en sus estudios. En este entorno, pretendemos entender cómo se insertó o no la
consonancia entre la educación escolar y profesional de la población negra del municipio dentro
de la institución investigada.
La atracción por la discusión sobre las relaciones raciales entre sujetos blancos y negros
ha ido ganando terreno en varias áreas de la sociedad brasileña desde finales de la década de
1990. En el campo de la historia de la educación, ha ocupado numerosas búsquedas sobre la
diversidad racial de los grupos escolares, la discusión de las acciones afirmativas en la
educación superior, los debates sobre el replanteamiento de la escuela como productora o
reproductora de mecanismos de desigualdades sociales y raciales. La inserción de las
reflexiones expuestas en este trabajo proviene de dar cuenta de esta área de conocimiento que
ha ido cobrando importancia dentro de la sociedad y en los grupos de trabajo de Historia de la
Educación. Se trata de un movimiento de tratar de mapear la presencia de estudiantes negros en
una institución que surge con el propósito de ofrecer una educación profesional a estudiantes
pobres de la ciudad de Pelotas.
Inicialmente, examinamos la historia de la educación y de la población negra,
reflexionando sobre el surgimiento de estudios que insertan a los afrobrasileños como sujetos
de la educación escolar en este campo de investigación. A continuación, se presenta la
metodología utilizada para llevar a cabo el trabajo y se discute con otros estudios sobre el tema.
Además, se presentan los datos de la investigación desarrollada y el contexto de la institución
escolar investigada en el pasado del pasado. Finalmente, a modo de conclusión, retomaremos
estos resultados y discutiremos cómo pueden contribuir al campo de la historia de la educación
profesional.
La historia de la educación y los acercamientos a la historia de la población negra
La lucha por la educación siempre ha sido una agenda de los negros desde la época del
cautiverio (FONSECA, 2004), y en la República esta acción fue "entendida como un medio de
afirmación social y de acceso a la ciudadanía". La experiencia de libertad inaugurada con el
Educa a sus hijos: la historia de la racialización en la educación profesional tecnológica (1930/1950) en Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 6
advenimiento de la República removió a los afrodescendientes, ya que sería una libertad guiada
por el sesgo del racismo científico (SCHWARCZ, 1993), marcada por la diferenciación social.
En este sentido, la educación era un espacio racializado, en el que una minoría tenía acceso a la
alfabetización y la alfabetización y una mayoría de individuos marcados por el fenotipo y el
color de la piel eran excluidos del proceso educativo. Correspondería al Estado brasileño ofrecer
una educación pública y de calidad a todos los ciudadanos; sin embargo, en la República
Oligárquica Brasileña, la libertad era negra, pero la ciudadanía era blanca (ANDREWS, 2014).
Por lo tanto, si el Estado no cumpliera con su papel constitucional, entonces correspondería a
las asociaciones negras participar en la lucha por la educación. Como señalan Gonçalves y Silva
(2000), fue en el umbral del siglo XX cuando los movimientos sociales negros (la prensa negra,
por ejemplo) comenzaron a reclamar espacios políticos y sociales de derecho:
El movimiento creó sus propias organizaciones, conocidas como entidades o
sociedades negras, cuyo objetivo era aumentar su capacidad de acción en la
sociedad para combatir la discriminación racial y crear mecanismos de
valoración de la raza. Entre las banderas de lucha destaca el derecho a la
educación. Esto siempre ha estado en la agenda de estos movimientos, aunque
concebido con diferentes significados: a veces visto como una estrategia capaz
de equiparar a los negros con los blancos, dándoles igualdad de oportunidades
en el mercado laboral, a veces como un vehículo de ascenso social y, en
consecuencia, de integración, a veces como un instrumento de conciencia a
través del cual los negros conocerían la historia de sus antepasados. los
valores y la cultura de su gente, pudiendo reivindicar los derechos sociales y
políticos, el derecho a la diferencia y el respeto humano (GONÇALVES;
SILVA, 2000, p. 139, nuestra traducción).
La historiografía educativa más tradicional, cuando se acercaba a los negros en sus
procesos de adquisición de conocimientos, era estigmatizada y peyorativa. Estas
interpretaciones negaron todos los mecanismos de resistencia creados por ellas a lo largo de la
historia, incluso en las cuestiones que llegaron al corte educativo. Así, la historia de la
educación negra fue un campo poco consolidado, olvidado tanto entre los investigadores de la
educación como entre quienes estaban dispuestos a comprender el proceso que involucraba las
relaciones sociales en el país. La escolarización de la comunidad negra fue relegada a un
segundo plano, lo que reflejó la historia de la educación brasileña como un espacio de privilegio
para la clase blanca, constituyendo un espacio de blanquitud (CARDOSO, 2014).
Sobre el tema, Pinto (1987), en su texto "La educación del Negro una revisión
bibliográfica", publicado en los Cuadernos de Pesquisa, de la Fundación Carlos Chagas, en
1987, pudo identificar apenas algunas indicaciones e interpretaciones casi exclusivamente
restringidas a la delimitación de autores que trabajaron con las cuestiones sociológicas de la
Natália Garcia PINTO y Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 7
esclavitud brasileña. También fue posible develar la posibilidad de estudios que involucraran
nuevas líneas investigativas, ampliando las perspectivas que, casi siempre, estaban veladas en
las discusiones y enfrentamientos en torno a los negros y su inserción en el campo de la historia
de la educación brasileña.
Señalamos que a principios de la década de 2000 hubo un punto de inflexión en la
historiografía de la historia de la educación afrobrasileña, especialmente porque los propios
negros comenzaron a clamar por una historia más plural y no etnocéntrica, y se inició un
movimiento de producción historiográfica por parte de investigadores y académicos negros
también interesados en el tema y en la construcción de una historia no única. En su texto
Historia de la educación: una aproximación a la escolarización de los afrobrasileños, publicado
en la ANPED (Asociación Nacional de Posgrado en Educación), Santos (2000) señala que las
primeras investigaciones desarrolladas sobre la educación de los afrobrasileños fueron
elaboradas por los propios negros, quienes, cansados de ser discriminados socialmente,
decidieron ir a la lucha.
Un ejemplo de esta renovación historiográfica es el trabajo de Marcus Vinicius Fonseca
(2004) en su artículo "Escuelas para niños negros: un análisis del congreso agrícola de Río de
Janeiro y del congreso agrícola de Recife, en 1878", publicado en los Anales del III Congreso
Brasileño de Historia de la Educación en 2004, donde señaló un vínculo entre la educación y el
trabajo agrícola en las propuestas de los terratenientes y parlamentarios que participaron de los
eventos y actuaron a favor de la construcción de la Ley de Vientre Libre de 1871. Una vez
promulgada la ley, era necesario discutir el destino de los niños nacidos libres de madres
esclavizadas. En cuanto a la propuesta educativa para estos niños, los diputados de Recife
concluyeron que se deben crear escuelas agrícolas que transformen a los ingenuos en
trabajadores útiles y donde puedan ser educados junto a los huérfanos. Además, exigieron que
el gobierno asumiera la responsabilidad de la educación de los ingenuos y de la indemnización
de los terratenientes, creando escuelas destinadas a llevar a cabo una educación útil a un orden
basado en las actividades agrícolas.
En concordancia con esta perspectiva, Surya Aaronovich Pompo de Barros (2005)
constata que la existencia de escuelas nocturnas, clubes y espacios educativos diferenciados
para instruir a los negros no fueron dejados de lado por esta creciente producción bibliográfica.
A pesar de ello, es posible señalar que, a diferencia de las otras dimensiones de la historiografía
brasileña, "que han pasado por un intenso proceso de revisión en cuanto a sus formas de
entender y tratar a la población negra, la historia de la educación sigue produciendo
Educa a sus hijos: la historia de la racialización en la educación profesional tecnológica (1930/1950) en Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 8
interpretaciones que reafirman la visión tradicional de este grupo en la historia" (FONSECA,
2004, p. 10, nuestra traducción). Desde esta perspectiva, es función del investigador hacer
esfuerzos para dar visibilidad a los individuos negros, especialmente a los niños negros que,
durante mucho tiempo, fueron oscurecidos en la investigación histórica tradicional. En síntesis,
la investigación tiene como objetivo anclarse en los debates en torno a la cuestión de la
educación negra en el país, más específicamente en el campo de la educación y la educación
profesional tecnológica, reflexionar sobre el perfil de los estudiantes en la institución
investigada, así como analizar cuestiones relacionadas con la escolarización y la educación de
los afrobrasileños, desde el punto de vista de la historia social posterior a la abolición y la
historia brasileña de la educación profesional.
Procedimientos Metodológicos
Como ya se ha expuesto, el objetivo de este trabajo es indagar el tema de la Historia del
negro en la Educación Profesional de Pelotas de manera cualitativa en un movimiento más
amplio de renovación del campo de la historia de la educación. Metodológicamente se utiliza
el análisis documental. El objeto central de interés es la producción de diferentes documentos
sobre la educación y los estudiantes de la escuela profesional y tecnológica (libros de actas,
fotografías, libro de matrícula, expedientes de estudiantes, diarios, periódicos), así como la
problematización del contexto histórico que las fuentes permitieron en la construcción de la
investigación.
La investigación de la documentación en poder de la institución es tomada por estos
historiadores de la educación como un documento/monumento (LE GOFF, 2003), en el que la
historia dejada en las huellas documentales no es analizada desde la perspectiva de la pasividad,
sino desde la perspectiva de una "historia-problema" (BLOCH, 2001), en la que el historiador
problematiza su fuente a través del cuestionamiento de la realidad que desea estudiar. Es notorio
que tal análisis debe estar imbuido de una postura crítica para indagar en el documento, ya que
el "documento habla solo cuando se sabe cuestionarlo" y, además, "es la pregunta que hacemos
la que condiciona el análisis y, en el límite, eleva o disminuye la importancia de un texto tomado
de un momento lejano" (BLOCH, 2001, p. 8, nuestra traducción).
En este contexto, el documento/monumento es entendido en esta investigación por el
foco de la crítica del documento y cómo esta producción de memoria cristalizada en la
documentación fue producida y preservada por la institución investigada. Es decir, qué es lo
Natália Garcia PINTO y Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 9
que en realidad pretendían constituir los grupos que produjeron esta fuente y qué imagen
querían dejar registrada en el tiempo. Partiendo de la concepción de que el conocimiento
producido en el pasado o sobre él está condicionado por las preguntas que hacemos a las fuentes
recogidas, creemos que tomando prestado el concepto de documento/monumento, somos
capaces de indagar en la realidad de quienes tuvieron acceso a la educación profesional y
tecnológica, es decir, el perfil social y racial de los individuos. La intervención que llevamos a
cabo en la fuente no es ingenua ni acrítica. Al respecto, Le Goff (2003) señala que:
La intención del historiador que elige el documento, extrayéndolo del
conjunto de datos del pasado, prefiriéndolos a otros, atribuyéndole un valor
de testimonio que, al menos en parte, depende de su propia posición en la
sociedad de la época y de su organización mental, se inserta en una situación
inicial aún menos "neutra" que su intervención. El documento es inocuo. Es,
ante todo, el resultado de un ensamblaje, consciente o inconsciente, de la
historia, de la época, de la sociedad que la produjo, pero también de las épocas
sucesivas durante las cuales siguió viviendo, tal vez olvidada, durante la cual
siguió siendo manipulada, aunque fuera por el silencio (LE GOFF, 2003, p.
537-538, nuestra traducción).
Es necesario desensamblar el documento para crear un campo de memoria de lo que se
está investigando, ya que no hay un documento objeto en sí mismo. Corresponde al historiador
escudriñarlo con preguntas, porque el documento no es el instrumento feliz de una historia que
es, en misma y por derecho propio, memoria. En este sentido, al develar los tableros de
graduación como un documento/monumento cargado de simbologías de memorias, se logró
verificar las notas, es decir, las características fenotípicas del color de los egresados. La marca
latente que emerge en las imágenes observadas fue la desigualdad racial de los egresados en
cuestión, vista como una supremacía de estudiantes varones y blancos expuestos en la imagen
en detrimento de una minoría de estudiantes negros que lograron graduarse del curso de Técnico
Industrial en la Escuela Técnica de Pelotas. En total, se observaron cuatro juntas de graduación
durante el período de nuestro análisis. Elegimos trabajar con uno solo de los fotogramas debido
a la calidad de las imágenes para identificar a los sujetos aquí investigados.
La institución y sus estudiantes
La institución en boga analizada surge en la República con el objetivo de ofrecer una
educación profesional a los estudiantes menos favorecidos de la ciudad. Existe una
preocupación de las élites políticas brasileñas por educar al trabajador nacional, especialmente
en una coyuntura de transición del trabajo esclavo al del trabajador libre. Para Pandini (2006),
Educa a sus hijos: la historia de la racialización en la educación profesional tecnológica (1930/1950) en Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 10
la necesidad de moldear a estos trabajadores brasileños para la formación profesional se debe
a:
La cualificación del trabajo y la formación del futuro trabajador hizo
imprescindible diseñar espacios en los que se pudiera ofrecer una formación
profesional compatible con las aspiraciones de la Patria, basada en la
civilización, el orden y el progreso (PANDINI, 2006, p. 33, nuestra
traducción).
La Escuela de Artes y Oficios, investigada, que por varios decretos después de su
construcción e instalación pasa a llamarse Escuela Técnica Federal de Pelotas, nació con este
discurso de progreso, de educar al nuevo trabajador, además de puntuar la moral, el ideal
nacional del nuevo trabajador. El discurso de estos establecimientos era educar
profesionalmente a los jóvenes pobres de la sociedad, sacándolos de la marginalidad y los
vicios. Cabe destacar que las autoridades educativas y las élites brasileñas querían que las clases
populares ocuparan un cierto lugar en el mundo del trabajo, es decir, una educación dualista en
la que los trabajadores pobres realizaran profesiones de carácter más técnico (sin cuestionar el
sistema), y los hijos de las clases acomodadas se quedaran con profesiones más
intelectualizadas y de mayor prestigio social. Al fin y al cabo, les correspondía a ellos pensar
en el proyecto político y social del país, preservando el statu quo. En este contexto, según
Manfredi (2002), las escuelas de Arte y Oficio emergen con:
La finalidad educativa de las escuelas de aprendices era la formación de
obreros y capataces, mediante la enseñanza práctica y los conocimientos
técnicos transmitidos a los menores en los talleres manuales y mecánicos más
convenientes y necesarios para el Estado y la Federación en que funcionaba la
Escuela, consultando, cuando era posible, las especialidades de las industrias
locales. Como parte integrante de cada escuela de aprendices y artesanos, crea
cursos nocturnos y obligatorios, un curso primario (para analfabetos) y un
curso de dibujo (MANFREDI, 2002, p. 83-84, nuestra traducción).
Con el decreto municipal número 1.795, en marzo de 1930, la Escuela de Artes y Oficios
de la ciudad de Pelotas pasó a denominarse Escuela Técnica Profesional. Según Meireles
(2007), la escuela debe ofrecer educación gratuita a los pobres que "reúnan las condiciones
establecidas" para tener acceso a la enseñanza y a la educación técnica y profesional. Cabe
destacar que solo los varones podían asistir al jardín de infantes (MEIRELES, 2007), y después
de la formación adquirida, podían encontrar un empleo en el mundo laboral y "ser útiles a la
sociedad" (MEIRELES, 2007, p. 30, nuestra traducción). Além disso, a autora frisa que:
La escuela funcionaba en régimen diurno y sólo se admitían estudiantes
varones. Inicialmente, el paciente fue inscrito en un curso de adaptación de
Natália Garcia PINTO y Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 11
dos años. Luego, el estudiante comenzó el curso técnico-profesional,
eligiendo el área, llamada sección, que le convenía, de acuerdo con sus
aptitudes. En el último año, estuve haciendo una especialización en el área.
Como resultado, la duración total del curso fue de seis años (MEIRELES,
2007, p. 30, nuestra traducción).
Roschild (2021), en La Escuela de Artes y Oficios de Pelotas y Educación Técnica
Profesional (1917-1930), señala de manera indeleble la presencia de algunos estudiantes negros
a través del análisis de imágenes de estudiantes en los inicios de la escuela. Siguiendo el análisis
de Adriana Roschild (2021), al ubicar a un número ínfimo de estudiantes en las fotografías,
señala que la Escuela de Artes y Oficios se constituyó como un espacio racializado y de piel
blanca, que se dirigía hacia los pobres desfavorecidos de tez blanca.
En el afán de develar más sobre la historia y los estudiantes de la Escuela Técnica
Profesional de Pelotas, continuamos la búsqueda de evidencias de la presencia de estudiantes
negros en este espacio de enseñanza. Sin embargo, te advertimos que, aunque ha sido un viaje
con muchas expectativas, no hemos podido alcanzarlas todas. En los libros consultados sobre
las calificaciones de los estudiantes, el color nunca fue informado por el profesor responsable
de la disciplina técnica o propedéutica. Sin embargo, los investigadores de la Escuela Técnica
Profesional (actualmente Instituto Federal de Rio Grande do Sul) quedaron impresionados por
la existencia de muchas juntas de graduación de los diferentes cursos de establecimiento en los
pasillos y espacios mantenidos aún hoy, en el siglo XXI. Son marcas del pasado, son vestigios
de quienes construyeron historias y logros. Silenciosas y casi desapercibidas, indican presencias
y ausencias a lo largo del tiempo. Es visible a los ojos que la gran mayoría de los que estudiaron
en el período investigado en la Escuela Profesional Tecnológica de Pelotas eran estudiantes
blancos, apareciendo con gran presencia en las mesas de graduación. Aparecen estudiantes
identificados con el fenotipo negro, pero de una manera menos expresiva. La imagen de una de
las juntas de graduación muestra esta observación a continuación:
Educa a sus hijos: la historia de la racialización en la educación profesional tecnológica (1930/1950) en Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 12
Figura 1 Tabla de Graduación del Curso Técnico Industrial 1948
Fuente: IFSUL - Curso Básico Industrial Escuela Técnica de Pelotas (1948)
Destaca-se uma presença maciça de estudantes do gênero masculino e de cor branca. O
quadro é muito rico em detalhes e de símbolos do curso para os formandos. Cada quadro é
singular, interagindo com seu contexto histórico específico de produção. É de se comentar que
o quadro é um tanto difícil de ser fotografado devido à extensão enorme que possui. Percebe-
se pela imagem que é um quadro de madeira e com a bandeira brasileira no centro e ao redor
os formandos trajados todos de terno. Elegantes para o momento da pose e da conquista de uma
carreira profissional no munícipio de Pelotas ou em outra localidade. Para Werle (2005), a
conclusão de um curso é um acontecimento vivido por uma coletividade. Podemos
problematizar que essa festividade estava calcada em elementos de pessoas brancas, em sua
grande maioria, representadas nas paredes da instituição analisada. Com o fito de captar melhor
a imagem a ser investigada fotografamos algumas partes contemplando os estudantes que foram
identificados com a tez de cor negra no quadro ilustrado acima. Vejamos abaixo:
Natália Garcia PINTO y Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 13
Figura 2 Estudiante Osvaldo Lourival Franco
Fuente: IFSUL - Curso Básico Industrial Escuela Técnica de Pelotas (1948)
Figura 3 Estudante Braz Vargas
Fuente: IFSUL - Curso Básico Industrial Escuela Técnica de Pelotas (1948)
Figura 4 Estudiante Rui Alves
Fuente: IFSUL - Curso Básico Industrial Escuela Técnica de Pelotas (1948)
Educa a sus hijos: la historia de la racialización en la educación profesional tecnológica (1930/1950) en Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 14
Al analizar estas imágenes del cuadro de graduación del Curso Básico de la Escuela
Técnica de Pelotas, podemos inferir que los marcos de graduación marcan un acto pedagógico
de relaciones étnico-raciales dentro de este espacio educativo. Es notorio que la educación
profesional en esta época y en este contexto estaba idealizada para la población pobre, pero no
para cualquier estudiante varón, porque el elemento de color pesaba y destacaba dentro de esta
institución escolar.
Los tableros de graduación son el documento/monumento que abordamos en las líneas
anteriores del trabajo. Como enfatizó Le Goff (2003), el "monumento" atestigua a la sociedad
de la época, a las nuevas generaciones y a los que permanecen (o entrarán) en la escuela, el
éxito de la educación para algunos, no para todos, al menos junto con los diferentes grupos de
estudiantes expuestos en la tabla observada. Al menos para Rui Alves, Braz Vargas, Osvaldo
Lourival Franco, no debe haber sido fácil ser un representante de su comunidad negra en este
espacio educativo y racializado. La mayoría de los estudiantes blancos que lograron acceder a
la Escuela Técnica Profesional no compartían la misma identidad que Braz, Osvaldo y Rui.
¿Cómo deben ser tratados en esta escuela? No sabemos qué pasó realmente. Como
aclaraba claramente el artículo del periódico local de la prensa negra, A Alvorada, Educa a
sus hijos", alertando a la comunidad negra local sobre la importancia de que sus hijos ocupen
las bancas escolares, sin embargo, pareciera que las escuelas del municipio y la Escuela Técnica
de Pelotas seguían reproduciendo el racismo estructural dentro de los espacios educativos, ya
que la mayoría de quienes tenían derecho a la educación eran estudiantes blancos.
Consideraciones finales
Se trata de una investigación en Historia de la Educación (con originalidad), que orienta
la presencia de estudiantes negros en el proceso de escolarización en el ámbito de la
profesionalización técnica en la Escuela Técnica del municipio de Pelotas, entre 1930 y 1950,
período que fue influenciado por el entusiasmo del Estado brasileño en "moldear" al trabajador
nacional. A partir de los aportes tomados de la historiografía y el análisis de las juntas de
graduación, se pudo llegar a la conclusión de que el espacio de educación y profesionalización
de la Escuela Técnica de Pelotas estuvo marcado por la blanquitud. Sin embargo, destacamos
que a pesar de que el espacio investigado tiene predominio de estudiantes blancos, se verificó
la presencia de estudiantes negros, a partir de los registros fotográficos de las juntas de
graduación.
Natália Garcia PINTO y Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 15
Es posible afirmar que el acceso a la escuela como educación centrada en la educación
técnica y profesional se dio de manera diferente y desigual entre este grupo de estudiantes y el
segmento de estudiantes blancos. Se examinaron varias imágenes del mismo curso y salió a la
luz el mismo diagnóstico: la expresividad de los estudiantes de piel blanca que completaban el
curso profesional. Sin embargo, la resistencia presente entre los estudiantes egresados de la
promoción del Curso Industrial de 1948 muestra la acción de sujetos como Braz, Osvaldo y
Rui, que consiste en la acción y búsqueda de este segmento étnico-racial de escolarización y
profesionalización en la sociedad pelotas.
En este sentido, estos estudiantes "inusuales", como Osvaldo, Rui y Braz, negros que
alcanzaron niveles de escolaridad profesional dentro de la cultura alfabetizada, no deben ser
percibidos como casos excepcionales, sino que se inscribieron en los movimientos más amplios
de su grupo social, que buscaban, además de la escolarización, una profesión que les permitiera
labrarse un futuro mejor para ellos y sus seres queridos. A través de la investigación realizada,
entendimos que el acceso a la escuela profesional era el elemento de cohesión y mantenimiento
del poder de la élite blanca local y nacional. Es decir, si bien en el período investigado los
negros tenían derecho a acceder a una educación profesional, su presencia es insignificante, lo
que indica que estaba prohibida a través de mecanismos de discriminación o mecanismos que
dificultaban su permanencia en este espacio escolar y vocacional. El acceso a la educación
profesional sería un elemento de diferenciación entre blancos y negros dentro y fuera de la
institución investigada.
Creemos que algunas hipótesis pueden estar ligadas a esta cuestión, como la posible
discriminación o diferenciación entre estudiantes blancos y negros. Sin embargo, incluso sin
tener una forma de demostrarlos, muchas de las dificultades creadas en el acceso de los
estudiantes negros se basan en el racismo estructural presente en la sociedad brasileña. La
población blanca está constituida estructuralmente como merecedora de privilegios, entre ellos,
la educación, ya que el pasado esclavista aún está presente en la cuestión de pertenencia y
derechos en Brasil como sociedad.
A pesar de que la población negra hoy tiene mayor expresividad, libertad y posibilidades
de manifestarse, el estándar hegemónico sigue siendo el hombre blanco, rico, de ojos azules,
lacio, delgado, heterosexual, y quienes están fuera de esta estandarización enfrentan
discriminación y prejuicios, o a lo sumo son tolerados. Desde el momento en que se quiere
hacer una historia que tenga trascendencia política, utilidad o compromiso, solo se puede hacer
correctamente a condición de que se esté vinculado, de una forma u otra, a las luchas que se
Educa a sus hijos: la historia de la racialización en la educación profesional tecnológica (1930/1950) en Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 16
están dando en el dominio propuesto. Más que desarrollar esta investigación sobre la identidad
racial de los estudiantes en la educación profesional y tecnológica y su proceso educativo, el
compromiso de esta investigación orientará la construcción de una educación antirracista y
democrática, preceptos tan singulares para la institución analizada.
A modo de conclusión, incluso enfatizando la dominación blanca sobre la población
negra en lo que respecta al acceso a la educación profesional, también buscamos demostrar que
aún con todos los retrocesos del racismo estructural, desde la perspectiva de la historia de la
educación, las resistencias presentes en los aplaudidos nombres de Oswaldo, Braz y Rui,
enfatizan la agencia de estos personajes históricos que lograron acceder a la educación escolar
y profesional, desmontando un poco los índices de inferioridad y desigualdad dentro de la
sociedad racista brasileña. Fueron y son resistencias para los demás estudiantes que acceden (y
accederán) a esta escuela en el municipio. La exposición de las fotos de estudiantes negros y su
nombramiento dentro de la investigación se da con el fin de pluralizar las historias, pues como
señala Adichie (2019):
Las historias importan. Muchas historias importan. Las historias se han
utilizado para saquear y calumniar, pero también se pueden utilizar para
empoderar y humanizar. Pueden destrozar la dignidad de un pueblo, pero
también pueden reparar esa dignidad destrozada (ADICHIE, 2019, p. 32,
nuestra traducción).
REFERENCIAS
ADICHIE, C. N. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
ALBUQUERQUE, W. O jogo da dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil. São
Paulo: Companhia das Letras, 2009.
ANDREWS, G. R. América Afro-latina: 1800-2000. São Paulo: EDUFSCAR, 2014.
BARROS, S. A. P. Negrinhos que por ahi andão: a escolarização da população negra em
São Paulo (1870-1920). 2005. (Dissertação de Mestrado) Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2005.
BLOCH, M. Apologia da História: ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
CALDEIRA, J. A infância desvalida institucionalizada em Pelotas: controle e ordenamento
social nas páginas dos periódicos locais década de 1910 e 1940. 2020. 272 f. Tese
(Doutorado em Educação) Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, 2020.
Natália Garcia PINTO y Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 17
CARDOSO, L. O branco ante a rebeldia do desejo: um estudo sobre a branquitude no
Brasil. 2014. 290. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) Universidade de Estadual Paulista,
Araraquara, SP, 2014.
DOMINGUES, P. Uma história não contada: negro, racismo e branqueamento em São
Paulo no pós-abolição. São Paulo: Ed. SENAC, 2004.
FONSECA, M. Escolas para crianças negras: uma análise a partir do congresso agrícola do
Rio de Janeiro e do Congresso agrícola do Recife, em 1878. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, 3., Curitiba. Anais [...]. Curitiba, 2004. Tema: A educação
escolar em perspectiva histórica.
GONÇALVES, L. A. O.; SILVA, P. B. G. Movimento Negro e Educação. Revista Brasileira
de Educação, São Paulo, v. 15, n. 15, p. 134-158, 2000.
LE GOFF, J. Documento/monumento. In: LE GOFF, J. História e memória. São Paulo:
Editora UNICAMP, 2003. p. 525-541.
LONER, B. A. Construção de classe: operários de Pelotas e Rio Grande. 2. ed. Pelotas, RS:
Ed. UFPEL, 2016.
MANFREDI, S. M. Educação Profissional no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002.
MEIRELES, C. M. S. Das Artes e Officios à Educação Tecnológica: 90 anos de História.
Pelotas, RS: UFPel, 2007.
OLIVEIRA, Â P. A racialização nas entrelinhas da imprensa negra: o caso Exemplo e A
Alvorada 1920-1935. 2017. 148 f. Dissertação (Mestrado em História) Universidade
Federal de Pelotas, Pelotas, RS, 2017.
PANDINI, S. A Escola de Aprendizes Artífices do Paraná: “Viveiro de homens aptos e
úteis” (1910-1928). 2006. 147 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal
do Paraná, Curitiba, 2006.
PINTO, N. G. “Campanha Pró-Educação”: a luta pela alfabetização e a instrução nas
páginas do Jornal A Alvorada (1933-1936). 2020. 31 f. Monografia (Trabalho de Conclusão
do Curso de Formação Pedagógica para Graduados Não-Licenciados) Instituto Federal Sul-
rio-grandense, Pelotas, RS, 2020.
PINTO, N. G. Gerações de senzalas, Gerações de liberdade: experiências de liberdade em
Pelotas/RS, 1850-1888. 2018. 253 f. Tese (Doutorado em História) Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.
PINTO, R. A educação do negro: uma revisão bibliográfica. Cadernos de Pesquisa,
Fundação Carlos Chagas, São Paulo, v. 62, p. 3-34, ago. 1987.
REVEL, J. Jogos de escalas: a experiência da microanálise. Rio de Janeiro: Ed. Getúlio
Vargas, 1998.
Educa a sus hijos: la historia de la racialización en la educación profesional tecnológica (1930/1950) en Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 18
ROSCHILD, A. B. A escola de Arte e Ofícios de Pelotas/RS e o Ensino Técnico
Profissional (1917-1930). 2021. Dissertação (Mestrado/Doutorado Profissional) Instituto
Federal Sul-rio-grandense, Pelotas, RS, 2021.
SANTOS, J. A. Prisioneiros da História: trajetórias intelectuais na imprensa negra
meridional. Tese. 2011. Tese (Doutorado em História) Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.
SANTOS, M. A história da educação: uma abordagem sobre a escolarização de afro-
brasileiros. Caxambu, MG: ANPED, 2000.
SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no
Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia da Letras, 1993.
WERLE, F. O. C. Ancorando quadros de formatura na história institucional. In: REUNIÃO
ANUAL DA ANPED, 28., Caxambu. Anais [...]. Caxambu, MG: ANPED, 2005.
CRediT Author Statement
Reconocimientos: No aplicable.
Financiación: No aplicable.
Conflictos de intereses: No hay conflictos de intereses.
Aprobación ética: Es una investigación histórica que utiliza fuentes documentales
proporcionadas por la institución investigada y por lo tanto no necesita pasar por el comité
de ética.
Disponibilidad de datos y materiales: Los datos y materiales utilizados en el trabajo están
disponibles en la institución Instituto Federal Sul-riograndense (IFSUL), campus de
Pelotas, Praça 20 de novembro, en la Colección Institucional de la escuela.
Aportaciones de los autores: Natália Garcia Pinto contribuyó con sus reflexiones sobre
el racismo, la racialización y la blanquitud en el campo de la Historia de la Educación.
Adriana Duarte León aportó su aporte teórico y metodológico sobre la Historia de la
Educación en la historiografía de la cuestión de los negros en la educación.
Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación - EIAE.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 1
EDUCATE YOUR CHILDREN: THE HISTORY OF RACIALIZATION IN
TECHNOLOGICAL PROFESSIONAL EDUCATION” (1930/1950) IN PELOTAS/RS
EDUCAI VOSSOS FILHOS: A HISTÓRIA DA RACIALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO
PROFISSIONAL TECNOLÓGICA (1930/1950) EM PELOTAS/RS
EDUCA A SUS HIJOS: LA HISTORIA DE LA RACIALIZACIÓN EN LA EDUCACIÓN
PROFESIONAL TECNOLÓGICA” (1930/1950) EN PELOTAS/RS
Natália Garcia PINTO1
e-mail: nataliag.pinto@gmail.com
Adriana Duarte LEON2
e-mail: adriana.adrileon@gmail.com
How to reference this article:
PINTO, N. G.; LEON, A. D. Educate your children: The history of
racialization in technological professional education(1930/1950)
in Pelotas/RS. Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-
5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945
| Submitted: 08/07/2022
| Revisions required: 25/01/2023
| Approved: 10/05/2023
| Published: 01/12/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Federal University of Pelotas (UFPEL), Pelotas RS Brazil. Teacher on the distance learning degree course in
History. PhD in History (UFRGS).
2
Federal Institute of Rio Grande do Sul (IFSUL), Pelotas RS Brazil. Professor at the Pedagogical Training
Course and at the Postgraduate Program in Education. PhD in Education (UFMG).
Educate your children: The history of racialization in technological professional education” (1930/1950) in Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 2
ABSTRACT: Interest in the discussion of racial relations between white and black subjects
has been gaining ground in several areas in Brazilian society since the late 1990s. In the field
of the history of education, there has been a lot of research on the racial diversity of school
groups, the discussion of affirmative action in higher education, debates on whether to rethink
the school as a producer or reproducer of mechanisms of social and racial inequalities. It is
concluded, through the research carried out, by the images of the graduation boards, we
understand that access to professional school was the element of cohesion and power
maintenance of the local and national white elite. That is, even if in the investigated period,
blacks had the right to have access to a professional education, their presence, which is minimal,
indicates that it was prohibited through discrimination or mechanisms that made it difficult for
them to remain in this school and professionalizing space.
KEYWORDS: Education. Racism. Whiteness.
RESUMO: O interesse pela discussão sobre as relações raciais entre sujeitos brancos e negros
têm ganhado espaço em diversas áreas, na sociedade brasileira, desde o final dos anos
noventa. No campo da história da educação muitas pesquisas têm versado sobre a diversidade
racial dos grupos escolares, a discussão de ações afirmativas no ensino superior e debates
sobre o repensar a escola como produtora ou reprodutora de mecanismos de desigualdades
sociais e raciais. Através da pesquisa realizada, pelas imagens dos quadros de formatura,
entendemos que o acesso à escola profissional era o elemento de coesão e de manutenção de
poder da elite branca local e nacional. Isto é, mesmo que no período investigado os negros
tivessem o direito de ter acesso a uma educação profissional, sua presença, ínfima, indica que
era vedado através de discriminação ou de mecanismos que dificultassem a sua permanência
nesse espaço escolar e profissionalizante.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Racismo. Branquitude.
RESUMEN: El interés por la discusión de las relaciones raciales entre sujetos blancos y
negros ha ganado terreno en varias áreas de la sociedad brasileña desde finales de la década
de 1990. En el campo de la historia de la educación han sido muchas las investigaciones sobre
la diversidad racial de los grupos escolares, la discusión de la acción afirmativa en la
educación superior, los debates sobre si repensar la escuela como productora o reproductora
de mecanismos de desigualdades raciales. Se concluye, a través de la investigación realizada,
por las imágenes de las juntas de graduación, entendemos que el acceso a la escuela
profesional fue el elemento de cohesión y mantenimiento del poder de la élite blanca local y
nacional. Es decir, si bien en el período investigado los negros tenían derecho a acceder a una
educación profesional, su presencia, que es mínima, indica que estaba prohibida a través de
mecanismos de discriminación o mecanismos que dificultaban su permanencia en esta. escuela
y espacio profesionalizador.
PALABRAS CLAVE: Educación. Racismo. Blanquitud.
Natália Garcia PINTO and Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 3
Introduction
After the end of Brazilian slavery, black people remained on the margins of society and
their experiences remained for a time associated only with the world of work and not as agents
of writing their own history and building the country's citizenship (DOMINGUES, 2004). They
were considered second-class citizens, marginalized by racial prejudice in the service of the
political, economic and social domination of the white race. Although racism has already been
the subject of several researches in the field of history, we consider it pertinent to address this
issue in the field of education in Brazil, through the lens of the Afro-Brazilian, highlighting a
history built on the “ground floor” (REVEL, 1998), of the subaltern and non-ethnocentric, in
which black people are not represented in a stereotypical way (ALBUQUERQUE, 2009).
The research analysis scenario is the republican society of Pelotas. The municipality is
known nationally, in the empire, for having production units that were dedicated to the
production and export of salted meat, known as charque, throughout the country. The main
workers in these establishments were black slaves. The fight for freedom was not activated and
defended by black people only in the post-abolition period, but in the period of slavery, in which
they fought to gain the role of freedom for themselves and their families (PINTO, 2018).
In the post-abolition period, the struggle of black people was for recognition of
citizenship and guarantees of the right to education. In the city of Pelotas, in the immediate
post-abolition period, black people worked in various branches of industry, such as hat
factories, breweries, soap, candles and many other establishments (LONER, 2016). Pelotas
society, according to research by Loner (2016), in the oligarchic Republic, had a significant
black working class, with black worker and trade union associations, as well as social
associations, such as carnival clubs, a football association and the black press. Associations
guided by the solidarity of “men of color”, in a racialized society, despite the fight against
racism, were constant in the municipality of Pelotas.
In Pelotas, in the post-abolition period, in other newspapers (outside the black press)
that circulated in the city, black people were represented in a pejorative and prejudiced way,
and they were constantly associated with the world of disorder, crime and drunkenness
(LONER, 2016; OLIVEIRA, 2017). The desires of the local black community were not the
central point of these periodicals. On the other hand, there was a collective movement of literate
men of color in the society investigated, through the publication of the newspaper A Alvorada
which, above all, was a vehicle for cultural communication, articulation of ideas, claim of a
segment without voice or visibility and which also possessed the ideology of a specific group
Educate your children: The history of racialization in technological professional education” (1930/1950) in Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 4
(SANTOS, 2011). One of the agenda of the periodical was the banner of education, in the
construction of a discourse that would encourage the black community to participate in the
formal schooling process.
This proposed investigation addressed the relationship between professional school
education and the presence of black students at the Escola Técnica de Pelotas, in the period
from 1930 to 1950, at a historical moment in which the discussion of offering an education in
the Brazilian Republic for all was brought to the citizens and, at the same time, there was a
concern to shape the future national worker by offering professional courses throughout the
country. In this process, school and professional education was seen as a path to improving the
social and economic conditions of the lower classes (CALDEIRA, 2020), with a wide
dissemination of technical-professional schools being built in the Brazilian scenario. We
delimited the period analyzed by the following circumstances: the fact that the Escola Técnica
de Pelotas was federalized in this process of school education and because it presented a variety
of documents to be analyzed, such as: student report cards, photos of students, teachers and
technicians from the institution and the graduation tables of the Industrial Technician course.
The proposed investigation is linked to the project, The Institutional Collection as a
Space for the Preservation of the Memory of Professional and Technological Education, which
aims to analyze and protect institutional memory, presenting a catalog identifying the
documents that make up the institutional collection, as well as socialize the analysis developed
in research at academic events in the area of Education. This collection is extremely important
for the construction of the proposed research, even though it is not possible to map the social
and racial profile in the collected documentation. Therefore, we highlight the importance of the
project to learn a little more about the history of education in Professional and Technological
Education and who was part of it. Furthermore, the project intends to contribute to the
construction of a more democratic society in the struggle for plural, emancipatory and anti-
racist education (PINTO, 2020).
The main source used to construct our work are the graduation tables of the Industrial
Technical course, since, through the photos on the table, it was possible to identify the
phenotype of the graduating students and visualize the names and place of origin of the students.
In the other sources consulted, it was not possible to identify the color of the students, therefore,
we started our analysis from the graduation tables. We understand the production of these
graduation tables as the materialization of academic and professional knowledge among a small
portion of the segment of students who attended the Escola Técnica Profissional. It is the
Natália Garcia PINTO and Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 5
crystallization of those who managed to succeed in their studies. In this context, we intend to
understand how the relationship between school and professional education of the city's black
population was inserted or not within the investigated institution.
Interest in discussing racial relations between white and black subjects has been gaining
ground in several areas in Brazilian society since the end of the nineties. In the field of the
history of education, there has been a lot of research on the racial diversity of school groups,
on the discussion of affirmative actions in higher education and on debates about rethinking the
school as a producer or reproducer of mechanisms of social and racial inequalities. The
inclusion of the reflections exposed in this work comes from accounting for this area of
knowledge that has been gaining importance within society and working groups on the History
of Education. It is a movement to try to map the presence of black students in an institution that
was created with the purpose of offering professional education to poor students in the city of
Pelotas.
Initially, we examined the history of education and the black population, reflecting on
the emergence of studies that include Afro-Brazilians as subjects of school education in this
field of investigation. Below, we present the methodology used to carry out the work and
discuss other studies on the topic. Furthermore, we present the data from the research developed
and the context of the school institution investigated in the past. Finally, by way of conclusion,
we will revisit these results and discuss how they can contribute to the field of the history of
professional education.
The history of education and approaches to the history of the black population
The fight for education has always been an agenda for black people since the time of
captivity (FONSECA, 2004), and in the Republic this action was “understood as a means of
social affirmation and access to citizenship”. The experience of freedom inaugurated with the
advent of the Republic brought a stir to people of African descent, as it would be a freedom
guided by the bias of scientific racism (SCHWARCZ, 1993), marked by social differentiation.
In this sense, education was a racialized space, in which a minority had access to literacy and
literacy and a majority of individuals marked by phenotype and skin color were excluded from
the education process. It would be up to the Brazilian State to offer quality public education to
all citizens; however, in the Brazilian oligarchic Republic, freedom was black, but citizenship
was white (ANDREWS, 2014). So, if the State did not fulfill its constitutional role, it would
Educate your children: The history of racialization in technological professional education” (1930/1950) in Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 6
then be up to black associations to engage in the fight for education. As Gonçalves and Silva
(2000) point out, it was at the threshold of the 20th century that black social movements (black
press, for example) began to demand political and social spaces of right:
The movement created its own organizations, known as black entities or
societies, whose objective was to increase its capacity for action in society to
combat racial discrimination and create mechanisms for valuing race. Among
the fighting flags, the right to education stands out. This has always been on
the agenda of these movements, although conceived with different meanings:
sometimes seen as a strategy capable of equating blacks with whites, giving
them equal opportunities in the job market, sometimes as a vehicle for social
advancement and, therefore, integration, sometimes as an instrument of
awareness through which black people would learn the history of their
ancestors, the values and culture of their people, and from them they could
claim social and political rights, the right to difference and human respect
(GONÇALVES; SILVA, 2000, p. 139, our translation).
The more traditional educational historiography, when it approached black people in
their processes of acquiring knowledge, was stigmatized and pejorative. These interpretations
denied all the mechanisms of resistance created by them throughout history, including issues
that affected the educational scope. Thus, the history of black education was an unconsolidated
field, forgotten both among Education researchers and among those who were willing to
understand the process that involved social relations in the country. The schooling of the black
community was relegated to a secondary level, which reflected the history of Brazilian
education as a space of privilege for the white class, constituting a space of whiteness
(CARDOSO, 2014).
Regarding the subject, Pinto (1987), in his text The education of the Negro a
bibliographic review”, published in Cadernos de Pesquisa, from the Carlos Chagas Foundation,
in 1987, managed to identify only a few signs and interpretations almost exclusively restricted
to delimitation of authors who worked on the sociological issues of Brazilian slavery. It was
also possible to uncover the possibility of studies involving new investigative aspects,
expanding perspectives that, almost always, were being veiled in discussions and clashes
surrounding black people and their insertion in the field of the history of Brazilian education.
We emphasize that in the early 2000s there was a turnaround in the historiography of
the history of Afro-Brazilian education, especially because black people themselves began to
call for a more plural and non-ethnocentric history, and a movement of historiographical
production carried out by black researchers began, and by academics also interested in the
theme and the construction of a non-unique story. In his text History of education: an approach
to the schooling of Afro-Brazilians, published in ANPED (National Association of Postgraduate
Natália Garcia PINTO and Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 7
Studies in Education), Santos (2000) highlights that the first research carried out on the
education of Afro-Brazilians was carried out by black people themselves, who, tired of being
socially discriminated against, decided to go to fight.
An example of this historiographical renewal is the work of Marcus Vinicius Fonseca
(2004) in his article “Schools for black children: an analysis based on the agricultural congress
of Rio de Janeiro and the agricultural congress of Recife, in 1878”, published in the Anais do
III Brazilian Congress on the History of Education in 2004, in which he noted a link between
education and agricultural work in the proposals of landowners and parliamentarians who
participated in the events and worked in favor of the construction of the Free Womb Law of
1871. Once the law was sanctioned, it was necessary to discuss the fate of children born free of
enslaved mothers. Regarding the educational proposal for these children, the Recife
congressmen concluded that agricultural schools should be created that would transform naive
people into useful workers and where they could be educated together with orphans.
Furthermore, they demanded that the government assume responsibility for the education of the
naive and the compensation of landowners, creating schools aimed at providing an education
useful to an order based on agricultural activities.
In line with this perspective, Surya Aaronovich Pompo de Barros (2005) verifies that
the existence of night schools, clubs and differentiated educational spaces to instruct black
people were not left aside by this growing bibliographical production. Despite this, it is possible
to highlight that unlike the other dimensions of Brazilian historiography, “which went through
an intense process of review regarding their ways of understanding and treating the black
population, the history of education continues to produce interpretations that reaffirm the
traditional view of this group in history” (FONSECA, 2004, p. 10, our translation). From this
perspective, it is the role of the researcher to make efforts to give visibility to black individuals,
especially black children who, for a long time, were obscured in traditional historical research.
In short, the research aims to anchor itself in the debates surrounding the issue of black
education in the country, more specifically in the field of education and professional
technological teaching, to reflect on the profile of students in the institution investigated, as
well as analyze issues relating to the schooling and education of Afro-Brazilians, from the point
of view of post-abolition social history and the Brazilian history of professional education.
Educate your children: The history of racialization in technological professional education” (1930/1950) in Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 8
Methodological procedures
As already stated, the objective of the work is to investigate the theme of the History of
black people in Professional Education in Pelotas in a qualitative way in a broader movement
to renew the field of history of education. Methodologically, documentary analysis is used. The
central object of interest is the production of different documents about education and students
at the professional and technological school (minute books, photographs, enrollment books,
student records, diaries, newspapers), as well as the problematization of the historical context
itself that the sources allowed in the construction of the research.
The investigation of the documentation held by the institution is taken by these
education historians as a document/monument (LE GOFF, 2003), in which the history left in
the documentary remains is not analyzed from the perspective of passivity, but rather from a
“problem-history” (BLOCH, 2001), in which the historian problematizes his source by
questioning the reality he aims to study. It is clear that such an analysis must come with a critical
stance to investigate the document, given that the “document does not speak unless we know
how to interrogate it” and, furthermore, “it is the question we ask that conditions the analysis
and, in the end, limit, elevates or diminishes the importance of a text taken from a distant
moment” (BLOCH, 2001, p. 8, our translation).
In this context, the document/monument is understood in this research by the focus of
the document's criticism and how this production of memory crystallized in the documentation
was produced and preserved by the investigated institution. That is, what the groups that
produced this source actually aimed to constitute and what image they wanted to leave recorded
over time. Starting from the conception that the knowledge produced in or about the past is
conditioned by the questions we ask to the collected sources. We believe that by borrowing the
concept of document/monument, we are able to investigate the reality of those who had access
to professional and technological education, that is, the social and racial profile of individuals.
The intervention we carry out at the source is not naive or uncritical. Regarding this, Le Goff
(2003) points out that:
The intention of the historian who chooses the document, extracting it from
the set of data from the past, preferring it to others, attributing to it a value of
testimony that, at least in part, depends on his own position in the society of
the time and on his mental organization is inserted in an initial situation that
is even less “neutral” than his intervention. The document is harmless. It is,
first of all, the result of a montage, conscious or unconscious, of the history,
the era, the society that produced him, but also of the successive eras during
which he continued to live, perhaps forgotten, during which he continued to
Natália Garcia PINTO and Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 9
be manipulated, even through silence (LE GOFF, 2003, p. 537-538, our
translation).
It is necessary to disassemble the document to create a memory field of what is being
investigated, as there is no object document in itself. It is up to the historian to scrutinize it with
questions, as the document is not the happy instrument of a history that is, in itself and with full
rights, memory. In this sense, by unveiling the graduation pictures as a document/monument
loaded with symbolic memories, it was possible to verify the marks, that is, the phenotypic
characteristics of the graduates' color. The latent mark that comes to light in the tables observed
was the racial inequality of the graduates in question, given the supremacy of male and white
students exposed in the table to the detriment of a minority of black students who managed to
graduate from the Industrial Technician course at the Technical School from Pelotas. In total,
four graduation tables were observed during the period of our analysis. We chose to work with
just one of the frames due to the quality of the images to identify the subjects being investigated.
The institution and its students
The trendy institution analyzed appears in the Republic with the aim of offering
professional education to the city's less advantaged students. There is a concern among
Brazilian political elites to educate the national worker, especially in a situation of transition
from enslaved labor to free workers. For Pandini (2006), the need to mold this Brazilian worker
for professional education is due to:
Qualifying work and training future workers made it essential to design spaces
in which professional education could be offered compatible with the desires
for the formation of the Homeland, based on civilization, order and progress
(PANDINI, 2006, p. 33, our translation).
The Escola Arte e Ofícios, investigated, which through several decrees after its
construction and installation became known as Escola Técnica Federal de Pelotas, was born
with this discourse of progress, of educating the new worker, in addition to highlighting
morality, the national ideal of the new worker. The discourse of these establishments was to
professionally educate poor young people in society, removing them from marginalization and
addictions. It should be noted that educational authorities and Brazilian elites wanted the
popular classes to occupy a certain place in the world of work, that is, a dualist education in
which poor workers performed professions of a more technical nature (without questioning the
system), and children of the wealthy classes were given more intellectualized professions with
Educate your children: The history of racialization in technological professional education” (1930/1950) in Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 10
greater social prestige, after all, it was up to them to think about the country's political and
social project while maintaining the status quo preserved. In this context, according to Manfredi
(2002), Art and Craft schools emerge with:
The educational purpose of the apprentice schools was the training of workers
and foremen, through practical teaching and technical knowledge transmitted
to minors in manual and mechanical work workshops that were more
convenient and necessary to the State and Federation in which the School
operated, consulting, when possible, the specialties of local industries. As an
integral part of each school for apprentices and artisans, compulsory evening
courses were created, a primary course (for illiterates) and another in drawing
(MANFREDI, 2002, p. 83-84, our translation).
With municipal decree number 1,795, in March 1930, the School of Arts and Crafts in
the city of Pelotas was renamed the Professional Technical School. According to Meireles
(2007), the school should offer free education to the poor who “fulfill the established
conditions” to have access to teaching and professional technical education. It is notable that
only boys could attend school (MEIRELES, 2007), who, after the training acquired, could find
work in the world of work and “be useful to society” (MEIRELES, 2007, p. 30). Furthermore,
the author emphasizes that:
The school operated as a day school and only male students were admitted.
Entry initially took place on an adaptation course, lasting two years.
Afterwards, the student began the technical-professional course, choosing the
area, called section, that suited him, depending on his skills. In the last year, I
was specializing in the area. As a result, the total duration of the course was
six years (MEIRELES, 2007, p. 30, our translation).
Roschild (2021), in The School of Arts and Crafts of Pelotas and Professional Technical
Education (1917-1930), The presence of some black students is indelibly highlighted by the
analysis of images of students at the beginning of school. Following Adriana Roschild 's (2021)
analysis, when locating a tiny number of students in the photographs, she points out that the
School of Arts and Crafts was constituted as a racialized and white space, which was aimed at
the poor underprivileged people with a white complexion.
In the desire to reveal more about the history and students of the Professional Technical
School of Pelotas, we continue the search for evidence of the presence of black students in this
teaching space. However, we warn that, although it was a journey with many expectations, we
were not able to achieve all of them. In the books consulted regarding student grades, the color
was never informed by the teacher responsible for the technical or propaedeutic discipline. But
the attention of researchers at the Escola Técnica Profissional (currently Instituto Federal Sul-
Natália Garcia PINTO and Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 11
rio-grandense) caught the attention of the existence of many graduation tables from different
establishment courses in the corridors and spaces still maintained today, in the 21st century.
They are marks of the past; they are symbols of those who built stories and achievements.
Silently and almost unnoticed, they indicate presences and absences over time. It is clear to the
eye that the vast majority who studied during the period investigated at the Escola Profissional
Tecnológica de Pelotas were white students, appearing in a large presence on the graduation
tables. Students identified with the black phenotype appear, but in a less expressive way. We
can see this observation in the image of one of the graduation pictures below:
Figure 1 Graduation Table of the Industrial Technical Course 1948
Source: IFSUL - Basic Industrial Course Technical School of Pelotas (1948)
There is a massive presence of male and white students. The board is very rich in details
and course symbols for trainees. Each painting is unique, interacting with its specific historical
context of production. It should be noted that the painting is somewhat difficult to photograph
due to its size. You can see from the image that it is a wooden painting with the Brazilian flag
in the center and around the graduates all dressed in suits. Elegant for posing and achieving a
professional career in the city of Pelotas or elsewhere. For Werle (2005), completing a course
is an event experienced by a community. We can problematize that this festivity was based on
elements of white people, the vast majority of them, represented on the walls of the institution
analyzed. In order to better capture the image being investigated, we photographed some parts,
contemplating the students who were identified as having a black complexion in the table
illustrated above. Let's see below:
Educate your children: The history of racialization in technological professional education” (1930/1950) in Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 12
Figure 2 Student Osvaldo Lourival Franco
Source: IFSUL - Basic Industrial Course Technical School of Pelotas (1948)
Figure 3 Student Braz Vargas
Source: IFSUL - Basic Industrial Course Technical School of Pelotas (1948)
Figure 4 Student Rui Alves
Source: IFSUL - Basic Industrial Course Technical School of Pelotas (1948)
Natália Garcia PINTO and Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 13
By analyzing these images of the graduation table of the Basic Course of the Technical
School of Pelotas, we can infer that the graduation tables mark a pedagogical act of ethnic-
racial relations within this space of education. It is clear that professional education at this time
and in this context was idealized for the poor population, but not for any male student, as the
element of color weighed heavily and stood out within this educational institution.
Graduation frames are the document/monument that we discussed in the previous lines
of work. As Le Goff (2003) highlighted, the “monument” attests to the society of the time, to
the new generations and to those who remain in school (or will enter), the success of education
for some, not for all, at least, together with the different groups of students exposed in the
observed table. At least for Rui Alves, Braz Vargas, Osvaldo Lourival Franco, it must not have
been easy to represent their black community in this educational and racialized space. A
majority of white students who were able to access the Professional Technical School did not
share the same identity as Braz, Osvaldo and Rui.
How should they be treated within this school? We don't know what actually happened.
As the article in the local black press newspaper, A Alvorada, Educai Vossos Filhos” clearly
explained, alerting the local black community about the importance of their children occupying
school benches, however, it seems, the schools in the municipality and the Escola Técnica de
Pelotas continued to reproduce structural racism within educational spaces, as the majority who
had the right to education were white students.
Final remarks
This is research in the History of Education (originally), which focuses on the presence
of black students in the schooling process within the scope of technical professionalization at
the Technical School in the municipality of Pelotas, between 1930-1950, a period that included
the influence of the enthusiasm on the part of the Brazilian State to “shape” the national worker.
Based on the contributions drawn from historiography and the analysis of the graduation tables,
the possible conclusion was reached that the education and professionalization space at the
Escola Técnica de Pelotas was guided by whiteness. However, we emphasize that despite the
space investigated having a predominance of white students, the presence of black students was
verified, based on the photographic records of the graduation tables.
It is possible to state that access to school as an education focused on technical and
professional education occurred differently and unequally between this group of students and
Educate your children: The history of racialization in technological professional education” (1930/1950) in Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 14
the white student segment. Several pictures from the same course were examined and the same
diagnosis came to light: the expressiveness of white students completing the professional
course. However, the resistance present among the students who graduated from the Industrial
Course class in 1948 shows the action of subjects like Braz, Osvaldo and Rui, which consists
of the action and search for this ethnic-racial segment of schooling and professionalization in
the society of Pelotas.
So, these unusual” students, such as Osvaldo, Rui and Braz, black people who reached
levels of professional education within the literate culture, should not be perceived as
exceptional cases, but who were part of the broader movements of their social group, which, in
addition to schooling, he was looking for a profession to achieve a better future for himself and
his loved ones. Through the research carried out, we understood that access to professional
school was the element of cohesion and maintenance of power for the local and national white
elite. That is, even if in the period investigated black people had the right to access professional
education, their minimal presence indicates that it was prohibited through mechanisms of
discrimination or mechanisms that made it difficult for them to remain in this educational and
professional space. Access to professional education would be an element of differentiation
between whites and blacks inside and outside the investigated institution.
We believe that some hypotheses may be linked to this issue, such as possible
discrimination or differentiation between white and black students. However, even without
being able to actually prove them, many difficulties created in the access of black students are
based on the structural racism present in Brazilian society. The white population is structurally
constituted as deserving of privileges, including education, given that the slave past is still
present in the issue of belonging and rights in Brazil as a society.
Although the black population today has greater expressiveness, freedom and
possibilities to express themselves, the hegemonic standard continues to be the white, rich, blue-
eyed, straight-haired, thin, heterosexual man, and those outside this standard face
discrimination and prejudice, or at most are tolerated. From the moment one intends to make a
story that has meaning, use or political commitment, it can only be done correctly under the
condition that it is linked, in one way or another, to the combats taking place in the proposed
domain. More than developing this research on the racial identity of students in professional
and technological education and their educational process, engaging in this investigation will
allow us to guide the construction of an anti-racist and democratic education, precepts that are
so unique for the institution analyzed.
Natália Garcia PINTO and Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 15
By way of conclusion, even highlighting the white domination over the black population
in terms of access to professional education, we also seek to demonstrate that even with all the
setbacks of structural racism, from the perspective of the history of education, the resistance
present in the acclaimed names of Oswaldo, Braz and Rui emphasize the agency of these
historical characters who managed to access school and professional education, somewhat
overturning the rates of inferiority and inequality within Brazilian racist society. They were and
are resistance to other students who access (and will access) this education in the municipality.
The exhibition of photos of black students and naming them within the research is intended to
pluralize stories, as Adichie (2019) highlights:
Stories matter. Many stories matter. Stories have been used to fleece and
slander, but they can also be used to empower and humanize. They can shatter
the dignity of a people, but they can also repair this shattered dignity
(ADICHIE, 2019, p. 32, our translation).
REFERENCES
ADICHIE, C. N. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
ALBUQUERQUE, W. O jogo da dissimulação: abolição e cidadania negra no Brasil. São
Paulo: Companhia das Letras, 2009.
ANDREWS, G. R. América Afro-latina: 1800-2000. São Paulo: EDUFSCAR, 2014.
BARROS, S. A. P. Negrinhos que por ahi andão: a escolarização da população negra em
São Paulo (1870-1920). 2005. (Dissertação de Mestrado) Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2005.
BLOCH, M. Apologia da História: ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
CALDEIRA, J. A infância desvalida institucionalizada em Pelotas: controle e ordenamento
social nas páginas dos periódicos locais década de 1910 e 1940. 2020. 272 f. Tese
(Doutorado em Educação) Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, 2020.
CARDOSO, L. O branco ante a rebeldia do desejo: um estudo sobre a branquitude no
Brasil. 2014. 290. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) Universidade de Estadual Paulista,
Araraquara, SP, 2014.
DOMINGUES, P. Uma história não contada: negro, racismo e branqueamento em São
Paulo no pós-abolição. São Paulo: Ed. SENAC, 2004.
FONSECA, M. Escolas para crianças negras: uma análise a partir do congresso agrícola do
Rio de Janeiro e do Congresso agrícola do Recife, em 1878. In: CONGRESSO BRASILEIRO
Educate your children: The history of racialization in technological professional education” (1930/1950) in Pelotas/RS
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 16
DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, 3., Curitiba. Anais [...]. Curitiba, 2004. Tema: A educação
escolar em perspectiva histórica.
GONÇALVES, L. A. O.; SILVA, P. B. G. Movimento Negro e Educação. Revista Brasileira
de Educação, São Paulo, v. 15, n. 15, p. 134-158, 2000.
LE GOFF, J. Documento/monumento. In: LE GOFF, J. História e memória. São Paulo:
Editora UNICAMP, 2003. p. 525-541.
LONER, B. A. Construção de classe: operários de Pelotas e Rio Grande. 2. ed. Pelotas, RS:
Ed. UFPEL, 2016.
MANFREDI, S. M. Educação Profissional no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002.
MEIRELES, C. M. S. Das Artes e Officios à Educação Tecnológica: 90 anos de História.
Pelotas, RS: UFPel, 2007.
OLIVEIRA, Â P. A racialização nas entrelinhas da imprensa negra: o caso Exemplo e A
Alvorada 1920-1935. 2017. 148 f. Dissertação (Mestrado em História) Universidade
Federal de Pelotas, Pelotas, RS, 2017.
PANDINI, S. A Escola de Aprendizes Artífices do Paraná: “Viveiro de homens aptos e
úteis” (1910-1928). 2006. 147 f. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal
do Paraná, Curitiba, 2006.
PINTO, N. G. “Campanha Pró-Educação”: a luta pela alfabetização e a instrução nas
páginas do Jornal A Alvorada (1933-1936). 2020. 31 f. Monografia (Trabalho de Conclusão
do Curso de Formação Pedagógica para Graduados Não-Licenciados) Instituto Federal Sul-
rio-grandense, Pelotas, RS, 2020.
PINTO, N. G. Gerações de senzalas, Gerações de liberdade: experiências de liberdade em
Pelotas/RS, 1850-1888. 2018. 253 f. Tese (Doutorado em História) Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.
PINTO, R. A educação do negro: uma revisão bibliográfica. Cadernos de Pesquisa,
Fundação Carlos Chagas, São Paulo, v. 62, p. 3-34, ago. 1987.
REVEL, J. Jogos de escalas: a experiência da microanálise. Rio de Janeiro: Ed. Getúlio
Vargas, 1998.
ROSCHILD, A. B. A escola de Arte e Ofícios de Pelotas/RS e o Ensino Técnico
Profissional (1917-1930). 2021. Dissertação (Mestrado/Doutorado Profissional) Instituto
Federal Sul-rio-grandense, Pelotas, RS, 2021.
SANTOS, J. A. Prisioneiros da História: trajetórias intelectuais na imprensa negra
meridional. Tese. 2011. Tese (Doutorado em História) Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.
Natália Garcia PINTO and Adriana Duarte LEON
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023115, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.16945 17
SANTOS, M. A história da educação: uma abordagem sobre a escolarização de afro-
brasileiros. Caxambu, MG: ANPED, 2000.
SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no
Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia da Letras, 1993.
WERLE, F. O. C. Ancorando quadros de formatura na história institucional. In: REUNIÃO
ANUAL DA ANPED, 28., Caxambu. Anais [...]. Caxambu, MG: ANPED, 2005.
CRediT Author Statement
Acknowledgments: Not applicable.
Financing: Not applicable.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: It is historical research that uses documentary sources provided by the
researched institution and therefore does not need to go through the ethics committee.
Availability of data and material: The data and materials used in the work are available
at the Instituto Federal Sul-riograndense (IFSUL), Pelotas campus, Praça 20 de Novembro,
in the school's Institutional Collection.
Author contributions: Natália Garcia Pinto contributed her reflections on racism,
racialization and whiteness in the field of History of Education. Adriana Duarte Leon
contributed her theoretical and methodological contribution to the History of Education in
the historiography on the issue of black people in education.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, standardization, and translation.