image/svg+xmlMemórias, subjetividades e diversidades culturais RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1012MEMÓRIAS, SUBJETIVIDADES E DIVERSIDADES CULTURAIS1MEMORIAS, SUBJETIVIDADES Y DIVERSIDADES CULTURALES MEMORIES, SUBJECTIVITIES AND CULTURAL DIVERSITIES Christian Muleka MWEWA2Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO3RESUMO: O dossiê tem como proposta entrelaçar a produção de conhecimento na educação, que envolve as dimensões analíticas com base nas memórias, nas subjetividades e nas identidades dissonantes. O COVID 19 demandou outras concepções sobre as identidades individuais e coletivas mediadas por mecanismos sociais, políticos e culturais. Os textos aqui apresentados aglutinam diálogos educativos, trajetórias subjetivas objetivadas, espaços de poder, feminismos, memórias e histórias que compõem o amplo processo de práticas discursivas acerca da inclusão, do empoderamento e do enfrentamento de situações de exclusão no contexto das diversidades culturais. Argumentamos, de forma geral, que as subjetividades, como um modo de autoanulação e/ou autoconhecimento, podem ser problematizadas, tensionadas e preteridas em diferentes âmbitos da Educação. Nesse sentido, aglutinamos nesse dossiê pesquisas (ensaios como forma) que projetam diálogos sobre como as identidades e alteridades são forjadas nas práticas a partir das memórias coletivas e das subjetividades, que no contexto pandêmico, também foram coletivas. PALAVRAS-CHAVE: Educação. Tempos pandêmicos. Cultura. Memória. RESUMEN: Proponemos el enlace de la producción de conocimiento en la educación que involucra dimensiones analíticas a partir de memorias, subjetividades e identidades disonantes. El COVID 19 demandó otras concepciones sobre las identidades individuales y colectivas mediadas por mecanismos sociales, políticos y culturales. Los textos aquí presentados reúnen diálogos educativos, trayectorias subjetivas objetivadas, espacios de poder, feminismos, memorias y relatos que conforman el amplio proceso de prácticas discursivas sobre inclusión, empoderamiento y enfrentamiento de situaciones de exclusión en el contexto de las diversidades culturales. Sostenemos, en general, que las subjetividades, como forma de autoanulación y/o autoconocimiento, pueden ser problematizadas, tensionadas y desatendidas en diferentes ámbitos de la Educación. En ese sentido, reunimos 1Agradeço à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, conforme Portaria UFMS 141/2020; o presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001 e apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (18/2021 – UNIVERSAL – Processo 402665/2021-0). 2Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Três Lagoas – MS – Brasil. Professor no Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado. Doutorado em Ciências da Educação (UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7079-5836. E-mail: christian.mwewa@ufms.br 3Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Três Lagos – MS – Brasil. Departamento de História. Professora de História. Doutorado em História (UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3183-4740. E-mail: jaqueline.zarbato@gmail.com
image/svg+xmlChristian Muleka MWEWA e Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1013en este dossier investigaciones (ensayos como forma) que proyectan diálogos sobre cómo se forjan identidades y alteridades en las prácticas desde memorias y subjetividades colectivas. PALABRAS CLAVE: Educación. Tiempos de pandemia. Cultura. Memoria. ABSTRACT: The dossier proposes to intertwine the production of knowledge in education that involves analytical dimensions based on memories, subjectivities and dissonant identities. COVID 19 demanded other conceptions about individual and collective identities mediated by social, political and cultural mechanisms. The texts presented here bring together educational dialogues, objectified subjective trajectories, spaces of power, feminisms, memories and stories that make up the broad process of discursive practices about inclusion, empowerment and coping with situations of exclusion in the context of cultural diversities. We argue, in general, that subjectivities, as a way of self-annulment and/or self-knowledge, can be problematized, tensioned and neglected in different context of Education. In this sense, we bring together in this dossier research (essays as a form) that project dialogues about how identities and otherness are forged in practices from collective memories and subjectivities, which in the pandemic context, were also collective. KEYWORDS: Education. Pandemic times. Culture. Memory. Introdução O dossiê tem como proposta entrelaçar a produção de conhecimento na educação que envolve as dimensões analíticas com base nas memórias, nas subjetividades e nas identidades dissonantes. Entende-se que em diferentes espaços do saber, a memória como forma e conteúdo, forma e (re)forma identidades para alteridades na panaceia dos processos de entendimento sobre as singularidades diversas dos sujeitos culturais e históricos. Na assertiva de Stuart Hall (2000, p. 7), “[...] as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o individuo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado.” Com ele concordaria Maria de Lourdes Teodoro (2015), ao evocar Georges Devereux, quando este afirma que “a identidade é igual à unicidade definida por meio de uma acumulação irreproduzível de determinações imprecisas. Cada operação que a enumera, nega-a em sua totalidade” (p. 79). Ao analisar a trilha em que os diferentes sujeitos se impõem e se (re)inventam nas suas trajetórias percebe-se experiências que aglutinam mecanismos de existência para resistir, de incorporação das lutas coletivas que redesenham as concepções sobre as identidades com impressões e expressões coletivas nos diferentes tempos-espaços sociais e culturais. São tempos-espaços que forjam experiências a partir das relações de poder ambivalentes que se percebe em diálogos educativos em diferentes ambientes (inclusive
image/svg+xmlMemórias, subjetividades e diversidades culturais RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1014hospitalar), nas trajetórias subjetivas objetivadas nos feminismos, nas memórias e histórias que compõem o amplo processo de práticas discursivas acerca da inclusão, do empoderamento e enfrentamento de situações de exclusão e/ou pseudoinclusão. As subjetividades, como um modo de sentir, de querer, de olhar, de perceber, de autoanulação, de autoconhecimento podem ser problematizadas, tensionadas e preteridas em diferentes âmbitos da Educação, pois afetam e são afetadas. Portanto, torna-se premente a discussão sobre o ser, o estar e o fazer histórico de cada sujeito social em diferentes tempos, em especial, o tempo pandêmico, como o tempo de uma experiência não mais privada, mas sim de toda humanidade. Pode-se dizer que a projeção de discursos ou suas análises são prementes em tempos de incerteza, pois “[...] o discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mais aquilo, por que, pelo que se luta, poder do qual podemos nos apoderar, permitir a transubstanciação e fazer do pão um corpo.” (FOUCAULT, 1996, p. 10-11) Compreende-se o tempo de incerteza como o tempo presente, que impacta as relações em todas as esferas: históricas, educacionais, sociais e culturais. Isso porque, em 2019, o mundo foi acometido pela pandemia de SARS-COV 19, que demandou diferentes maneiras de lidarmos com as experiências subjetivas e coletivas. Formou-se uma concepção de existência social a partir do distanciamento físico e educacional que redimensionou nossas práticas cotidianas e o cuidado de si para si e em si, atravessando nossas ações educativas em diferentes âmbitos nos ditames dos logaritmos. Refletindo sobre o processo educativo e os impactos que a pandemia SARS-COV 19 nos trouxe, perspectivamos nas linhas desse dossiê aglutinar pesquisadores e pesquisadoras que se debruçam sob investigações das permanências, das superações, das dificuldades, das estratégias, dos discursos e das memórias possíveis sobre esse tempo presente. Pode-se dizer que é um tempo de concessão, pois trata-se de uma crise humanitária de saúde em dimensões planetárias, ao contrário do Estado de exceção(nos termos de AGAMBEN, 2004) uma vez que esse se refere diretamente às crises políticas. Porém, essa concessãoà vida gerou em alguma medida um Estado de exceçãosubjetivo, pois o Estado interveio diretamente nas individualidades de circulação social para além da promoção de programas de ajuda social. Ou seja, incorporou-se uma exceçãono Estado de concessãoà vida coletiva. Neste caso podemos dizer, segundo Achille Mbembe (2018, p. 9), que “a política [quando homens e mulheres são considerados sujeitos completos, capazes de autoconhecimento, autoconsciência
image/svg+xmlChristian Muleka MWEWA e Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1015e autorrepresentação], portanto, é definida duplamente: um projeto de autonomia e a realização de acordo em uma coletividade mediante comunicação e reconhecimento.” Os artigos e ensaios versam sobre concepções de possibilidades de existência em diferentes áreas de conhecimento, apresentando pesquisas, análises, diálogos educativos e culturais que se enveredam em análises potentes que nos podem possibilitar criar alicerces, memórias e experiências. Reunimos diversos textos (12) produzidos por pesquisadores e pesquisadoras de renome nacional e internacional que abordam as questões das memórias, das subjetividades e das diversidades culturais sob óticas originais e, por que não, original no campo da educação. Agrupamos os doze artigos em três blocos, apresentados a seguir. Conforme alerta o filósofo Theodor Adorno (2003, p. 119), naquilo que podemos chamar de novo imperativo categórico para a educação e formação, “a exigência de que Auschwitz [escravização] não se repita é a primeira de todas para a educação. [...] Ela foi a barbárie contra a qual se dirige toda a educação”. Para tanto, é preciso lembrar, e por isso, a memória é imprescindível. Segundo Walter Benjamin (1994, p. 223), nas suas teses sobre o conceito de história, “somente a humanidade redimida poderá apropriar-se totalmente do seu passado. Isso quer dizer: somente para a humanidade redimida o passado é citável, em cada um dos seus momentos”. Esperamos alcançar essa redenção, também, através da memória. O primeiro bloco concerne às ‘memórias’, com artigos que transitam nas dimensões das percepções de profissionais da educação infantil frente à pandemia de covid-19 em articulação com a educação histórica no contexto da pandemia para o ensino de história. Nesse contexto faz-se importante ampliarmos as concepções sobre os espaços educativos, por exemplo, pensarmos no estado da arte das políticas de atendimento educacional em ambiente hospitalar e domiciliar no Brasil. No bloco das ‘subjetividades’, o segundo, apresentamos o trabalho das professoras em tempos de pandemia covid-19 sob a perspectiva das problemáticas e construções da docência e do cuidar na esfera doméstica em Portugal. Essa atuação, de certa forma, está sob a gestão algorítmica da docência e educação em tempos de incerteza. Nesse sentido, faz-se necessária a reflexão do trânsito que se estabelece entre a docência presencial para a docência virtual, que engendra subjetividade sna formação dos professores. Portanto, o ensino superior, nesse contexto, pode fomentar o empoderamento de certas categorias, por exemplo, o feminino. Há também o lado efêmero do contexto pandêmico, que pode indicar as (im)possibilidades da formação subjetiva, pois é um tempo pode nos emudecer diante de tantas perdas coletivas e individuais. Por outro lado, torna-se patente um investimento na formação, como por
image/svg+xmlMemórias, subjetividades e diversidades culturais RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1016exemplo, a antirracista, para que não tenhamos que seguir, num processo de continuidade permanente, a assistir, “os índios [indígenas] massacrados, o mundo muçulmano esvaziado de si mesmo, o mundo chinês desonrado e desnaturado durante todo um século; o mundo negro desacreditado; vozes imensas apagadas para sempre [...]” (CÉSAIRE, 2010, p. 73). Já o terceiro e último bloco apresenta textos que se dedicam às ‘diversidades culturais’, por exemplo, no contexto da imprensa, através de discursos de um tempo que ainda traz permanências de outrora explicitadas no Jornal das moças (1950-1960). Esse tempo de outrora pode impactar nas percepções das diversidades culturais em diferentes contextos, como exemplo, em regiões fronteiriças. Tais impactos podem ser analisados à luz da perspectiva da sociologia da infância na educação escolar, por exemplo. É preciso, conforme alerta Sarmento (2013, p. 30), “[...] compreender as relações de mútua implicação da identidade social da infância com a diversidade dos contextos e das práticas sociais da infância.” Por outro lado, o tema das diversidades relativo às deficiências também anuncia a imprevisibilidade na construção de contextos escolares inclusivos. Dito isto, apresentamos, a seguir, de forma sucinta, as temáticas de cada artigo, a fim de que o/a leitor/a possa apreciar de forma cíclica e não linear as diferentes abordagens sobre os temas centrais do presente dossiê, que conta, também, com textos do fluxo contínuo submetidos diretamente à revista, mas que tangenciam, em alguma medida, o tema das ‘memórias, subjetividades e diversidades culturais’. No artigo intitulado: “Memória e Subjetividade: A percepção de profissionais da educação infantil frente à pandemia de Covid-19”, de autoria de Eliane Küster e Alboni Marisa Dudeque Pianovski Vieira, as autoras traçam uma reflexão sobre os impactos da pandemia de Covid-19 em instituições públicas de Educação Infantil, em município da região metropolitana de Curitiba, PR. Analisam as narrativas dos sujeitos considerando suas subjetividades e seus espaços de poder, utilizando a perspectiva teórica da História Cultural. Percebe-se que a pesquisa analisou as diferentes subjetividades de profissionais da Educação Infantil, num espaço coletivo, por meio das memórias relativas ao momento histórico vivido. No artigo “Educação histórica, pandemia e ensino de história: Validação do conhecimento histórico em tempos de internet/revisionismo”, de Rita de Cássia Gonçalves & Adriane de Quadros Sobanski, as autoras analisam as possibilidades de utilização da tecnologia no contexto da pandemia de Covid-19 e os desafios para o ensino de História, utilizando a perspectiva da Educação Histórica. Abordam que a utilização da fonte histórica foi ainda mais ampliada, já que a web contém uma infinidade de materiais que podem ser concebidos como documentos históricos, e que a utilização da internet como meio de
image/svg+xmlChristian Muleka MWEWA e Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1017interação entre os diferentes sujeitos no processo de escolarização pressupôs uma relação em que a tecnologia precisou ser ressignificada devido à possibilidade de apoio, mas também pela sua influência como disseminadora de informações superficiais e céticas com relação ao conhecimento científico. Já o artigo sob o título de “O estado da arte das políticas de atendimento educacional em ambiente hospitalar e domiciliar no Brasil”, de autoria de Edicléa Mascarenhas Fernandes, Jucélia Linhares Granemann de Medeiros e Helio Ferreira Orrico, traz a discussão do estado da arte das políticas educacionais brasileiras para o atendimento educacional em ambiente hospitalar e domiciliar nos contextos nacional, governamental e municipal. Os autores fundamentam-se em teóricos da filosofia, sociologia, políticas públicas e educação especial sob uma perspectiva metodológica descritiva e exploratória. Segunda as suas conclusões, verificaram-se referências descontínuas a estas modalidades nas legislações nacionais, causando invisibilidade e falta de monitoramento de dados, em contraste com estados e municípios que apresentaram planos municipais e normativas. No artigo “O trabalho das professoras em tempos de pandemia Covid-19: Problemáticas e construções da docência e do cuidar na esfera doméstica em Portugal”, os autores Virgínia Baptista (IHC NOVA FCSH, Lisboa) e Paulo Marques Alves (IUL e Investigador Integrado do dinamia’cet_iscte, Lisboa), discutem as consequências para as docentes da dupla jornada em casa, acumulando o trabalho laboral e o cuidar da família, o que se insere numa lógica geral do neoliberalismo, no contexto da pandemia Covid-19. Dialoga sobre o fazer na profissão docente que conduza efetivamente à igualdade de género e de inclusão para a cidadania de todas as pessoas. No artigo “Gestão algorítmica da docência e educação em tempos de incerteza”, de André Cechinel & Rafael Rodrigo, Mueller, os autores se propõem a discutir as memórias educativas em tempos pandêmicos a partir da análise de um fenômeno recente, a saber, o crescente controle algorítmico da docência e da educação. Analisando como a pandemia da Covid-19 contribuiu para o alinhamento entre o capitalismo atencional e sua produção e acúmulo permanente de estímulos e dados, e o espaço institucional das práticas educativas, discorrem sobre o surgimento de uma desconfortável figura para o campo da educação, o duplo ou Doppelgänger educacional, e a gestão algorítmica e educação. No artigo “Do ensino presencial ao ensino virtual: Reflexões sobre a subjetividade na formação de professores da educação física em tempos de pandemia”, de Marcelo Braz, Sergio Moneo e Teresa Lleixá (Universidade de Barcelona), os autores discutem sobre a docência e formação de professores de Educação Física em tempo pandêmicos (covid-19) na
image/svg+xmlMemórias, subjetividades e diversidades culturais RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1018Espanha, refletindo sobre as estratégias metodológicas alternativas das práticas físico-deportivas, na docência presencial e na docência do semi presencial. No artigo “Ensino superior e o empoderamento feminino: Percursos possíveis em tempos de pandemia”, de Jaqueline A. Martins Zarbato & Lucinéia Scremin Martins, as autoras analisam a situação das mulheres no Ensino Superior, apontando a contribuição do feminismo nas rupturas e continuidades da inclusão de gênero. Analisa a inclusão e manutenção das ações em torno das mulheres em duas instituições do centro oeste do Brasil (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Universidade Federal de Goiás) nos tempos de pandemia de SARS-COV 19. Uma análise sobre os diálogos possíveis nos aportes teóricos acerca das ondas feministas no Brasil e no Ensino Superior, as abordagens sobre igualdade de gênero, e os exemplos da busca pela manutenção e empoderamento das mulheres no Ensino Superior no período pandêmico. No artigo “(Im) possibilidades da formação subjetiva: Reflexões educativas em tempos pandêmicos”, os autores: Alex Sander da Silva, Guilherme Orestes Canarim e Silvana Mazzuquello Teixeira dialogam sobre a emergência educativa, sobretudo no que tange ao significado das possibilidades da formação subjetiva em tempos pandêmicos. É uma pesquisa qualitativa bibliográfica, com aspectos de revisão narrativa e integrativa, que versa sobre o cenário da pandemia do novo coronavírus, visando sobretudo compreender o diagnóstico das transformações sociais nesse contexto e suas implicações na situação educativa atual, e perceber de que maneira isso sinaliza algo sobre as novas configurações formativas. Fundamentando a pesquisa nas teorias de Adorno (1996, 2021), Freire (2019, 2021) e Vieira (2020), entende-se que o recrudescimento da situação educativa é sinal do avanço de um quadro mais grave e agudo globalmente estabelecido. No artigo “Formação para uma personalidade antirracista: Porque o racismo não nasce com a criança”, os autores Christian Muleka Mwewa & Patrícia Ferraz de Matos abordam o racismo no contexto da formação da personalidade. Fundamenta-se nas análises sobre as relações sociais subalternizantes que inferiorizam uns indivíduos em detrimento de outros, principalmente em função do seu fenótipo. A análise do conteúdo e da forma de uma miniconferência (realizada em 2017 no Teatro Maria Matos de Lisboa) será baseada em três pressupostos: o racismo existe, não se nasce racista e é preciso apostar numa educação antirracista desde a infância. No artigo “Diversidades, imprensa e história(s): Discursos de um tempo que ainda permanecem (Jornal das Moças – 1950-1960)”, as autoras Adriana Aparecida Pinto & Ana Clara Camargo Souza dialogam sobre os temas relacionados a diversidades, memórias e
image/svg+xmlChristian Muleka MWEWA e Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1019produção de sentidos múltiplos, a partir da documentação de natureza impressa e periódica. Utiliza a revista Jornal das Moças, nas edições que circularam entre os anos de 1950 e 1960, perfazendo um total de 557 edições. Buscando perceber as formas de representação e tratamento atribuídas às mulheres no período, foram examinadas 3 seções da publicação, Jornal da Mulher, Evangelho para as Mãese Carnet das Jovens. No artigo “Diversidade cultural em região fronteiriça: Sociologia da infância e educação escolar”, de Fernanda C. Martins Martti, Maria Luzia da Silva Santana e Natália Cristina de Oliveira, as autoras discorrem acerca dos entrelaçamentos entre sociologia da infância e educação escolar – com enfoque em regiões fronteiriças. Apresenta enfoque na construção cultural da infância, bem como sobre o lugar da educação escolar com intersecção à diversidade cultural. Sendo assim, várias formas de se vivenciar a infância coexistem, e por sua vez nem sempre são consideradas nas instituições escolares. No artigo “A consideração da imprevisibilidade e da liberdade na construção de uma escola inclusiva”, o autor José Eduardo de Oliveira Evangelista Lanutti apresenta as bases conceituais e legais da inclusão escolar, por meio da narratividade. Dialogando sobre as experiências do autor como professor/pesquisador na fundamentação do compromisso pedagógico com a inclusão na educação brasileira, analisa como a pandemia da Covid-19 contribuiu para o alinhamento entre o capitalismo atencional e sua produção e acúmulo permanente de estímulos e dados, e o espaço institucional das práticas educativas. Que haja o compromisso pedagógico com a inclusão e que, com isso, não admitamos toda e qualquer tentativa de retrocesso diante daquilo que o Brasil já conquistou nesse sentido. REFERÊNCIASADORNO, T. W. Educação e Emancipação. Tradução: Wolfgang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. AGAMBEN, G. Estado de exceção. São Paulo: Boitempo Editorial, 2004. BENJAMIN, W. Magia e Técnica, Arte e Política. Tradução: Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994. CÉSAIRE, A. Discurso sobre o colonialismo. São Paulo: Veneta, 2020. FOUCAULT, M. A ordem do discurso.São Paulo: Loyola, 1996. HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. 102 p.
image/svg+xmlMemórias, subjetividades e diversidades culturais RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1020MBEMBE, A. Necropolítica: Biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo: N-1 edições, 2018. SARMENTO, M. Sociologia da Infância e a sociedade contemporânea: Desafios conceituais e praxeológicos. In:ENS, R. T.; GUARANHANI, M. C. Sociologia da infância e a formação dos professores. Curitiba: Editora Champagna, 2013. TEODORO, M. L. Identidades cultural e diversidade étnica: Négritude africano-antilhana e modernismo brasileiro. 1. ed. São Paulo: Editora Scortecci, 2015. Como referenciar este artigo MWEWA, C. M.; ZARBATO, J. A. M. Memórias, subjetividades e diversidades culturais. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022, e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 Submetidoem: 28/12/2021 Revisões requeridas: 22/03/2022 Aprovado em: 09/04/2022 Publicado em: 30/06/2022 Processamento e edição: Editoria Ibero-Americana de Educação. Revisão, formatação, padronização e tradução.
image/svg+xmlMemorias, subjetividades y diversidades culturales RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1012MEMORIAS, SUBJETIVIDADES Y DIVERSIDADES CULTURALES1MEMÓRIAS, SUBJETIVIDADES E DIVERSIDADES CULTURAIS MEMORIES, SUBJECTIVITIES AND CULTURAL DIVERSITIES Christian Muleka MWEWA2Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO3RESUMEN: Proponemos el enlace de la producción de conocimiento en la educación que involucra dimensiones analíticas a partir de memorias, subjetividades e identidades disonantes. El COVID 19 demandó otras concepciones sobre las identidades individuales y colectivas mediadas por mecanismos sociales, políticos y culturales. Los textos aquí presentados reúnen diálogos educativos, trayectorias subjetivas objetivadas, espacios de poder, feminismos, memorias y relatos que conforman el amplio proceso de prácticas discursivas sobre inclusión, empoderamiento y enfrentamiento de situaciones de exclusión en el contexto de las diversidades culturales. Sostenemos, en general, que las subjetividades, como forma de autoanulación y/o autoconocimiento, pueden ser problematizadas, tensionadas y desatendidas en diferentes ámbitos de la Educación. En ese sentido, reunimos en este dossier investigaciones (ensayos como forma) que proyectan diálogos sobre cómo se forjan identidades y alteridades en las prácticas desde memorias y subjetividades colectivas. PALABRAS CLAVE: Educación. Tiempos de pandemia. Cultura. Memoria. RESUMO: O dossiê tem como proposta entrelaçar a produção de conhecimento na educação, que envolve as dimensões analíticas com base nas memórias, nas subjetividades e nas identidades dissonantes. O COVID 19 demandou outras concepções sobre as identidades individuais e coletivas mediadas por mecanismos sociais, políticos e culturais. Os textos aqui apresentados aglutinam diálogos educativos, trajetórias subjetivas objetivadas, espaços de poder, feminismos, memórias e histórias que compõem o amplo processo de práticas discursivas acerca da inclusão, do empoderamento e do enfrentamento de situações de exclusão no contexto das diversidades culturais. Argumentamos, de forma geral, que as subjetividades, como um modo de autoanulação e/ou autoconhecimento, podem ser problematizadas, tensionadas e preteridas em diferentes âmbitos da Educação. Nesse sentido, aglutinamos nesse dossiê pesquisas (ensaios como forma) que projetam diálogos sobre como 1Agradezco a la Universidad Federal de Mato Grosso do Sul, de acuerdo con la Ordenanza UFMS 141/2020; el presente trabajo se llevó a cabo con el apoyo de la Coordinación para la Mejora del Personal de Educación Superior - Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001 y el apoyo del Consejo Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico (18/2021 – UNIVERSAL – Processo 402665/2021-0). 2Universidad Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Três Lagoas – MS – Brasil. Profesor en el Programa de Posgrado en Educación – Maestría y Doctorado. Doctor en Ciencias de la Educación (UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7079-5836. E-mail: christian.mwewa@ufms.br 3Universidad Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Três Lagos – MS – Brasil. Departamento de Historia. Profesora de Historia. Doctorado en Historia (UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3183-4740. E-mail: jaqueline.zarbato@gmail.com
image/svg+xmlChristian Muleka MWEWA y Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1013as identidades e alteridades são forjadas nas práticas a partir das memórias coletivas e das subjetividades, que no contexto pandêmico, também foram coletivas. PALAVRAS-CHAVE: Educação. Tempos pandêmicos. Cultura. Memória. ABSTRACT: The dossier proposes to intertwine the production of knowledge in education that involves analytical dimensions based on memories, subjectivities and dissonant identities. COVID 19 demanded other conceptions about individual and collective identities mediated by social, political and cultural mechanisms. The texts presented here bring together educational dialogues, objectified subjective trajectories, spaces of power, feminisms, memories and stories that make up the broad process of discursive practices about inclusion, empowerment and coping with situations of exclusion in the context of cultural diversities. We argue, in general, that subjectivities, as a way of self-annulment and/or self-knowledge, can be problematized, tensioned and neglected in different context of Education. In this sense, we bring together in this dossier research (essays as a form) that project dialogues about how identities and otherness are forged in practices from collective memories and subjectivities, which in the pandemic context, were also collective. KEYWORDS: Education. Pandemic times. Culture. Memory. Introducción El dossier pretende entrelazar la producción de conocimiento en educación que implique dimensiones analíticas basadas en memorias, subjetividades e identidades disonantes. Se entiende que, en diferentes espacios de conocimiento, la memoria como forma y contenido, forma y (re)forma identidades para la alteridad en la panacea de los procesos de comprensión sobre las diversas singularidades de los sujetos culturales e históricos. En la afirmación de Stuart Hall (2000, p. 7), "[...] las viejas identidades, que durante tanto tiempo han estabilizado el mundo social, están en declive, dando lugar a nuevas identidades y fragmentando al individuo moderno, hasta ahora visto como un sujeto unificado". Con él estaría de acuerdo María de Lourdes Teodoro (2015), en evocar a Georges Devereux, cuando afirma que "la identidad es igual a la singularidad definida por una acumulación irreproducible de determinaciones imprecisas. Cada operación que lo enumera lo niega en su totalidad" (p. 79). Al analizar el camino en el que los diferentes sujetos se imponen y (re)inventan en sus trayectorias, se perciben experiencias que unen mecanismos de existencia para resistir, de incorporar luchas colectivas que rediseñan concepciones sobre identidades con impresiones y expresiones colectivas en diferentes tiempos-espacios sociales y culturales.
image/svg+xmlMemorias, subjetividades y diversidades culturales RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1014Son espacio-tiempos que forjan experiencias a partir de las relaciones de poder ambivalentes que se perciben en los diálogos educativos en diferentes entornos (incluido el hospitalario), en las trayectorias subjetivas objetivadas en los feminismos, en las memorias e historias que conforman el amplio proceso de prácticas discursivas sobre inclusión, empoderamiento y afrontamiento de situaciones de exclusión y/o pseudoinclusión. Las subjetividades, como forma de sentir, querer, mirar, percibir, autoanulación, autoconocimiento pueden ser problematizadas, tensadas y despreciadas en diferentes áreas de la Educación, ya que afectan y se ven afectadas. Por lo tanto, la discusión sobre el ser, el ser y el hacer histórico de cada sujeto social en diferentes momentos se vuelve apremiante, especialmente el tiempo de pandemia, como el tiempo de una experiencia ya no privada, sino de toda la humanidad. Se puede decir que la proyección de discursos o sus análisis son apremiantes en tiempos de incertidumbre, porque "[...] el discurso no es simplemente lo que traduce las luchas o los sistemas de dominación, sino eso, porque, por lo que luchamos, el poder del que podemos tomar el control, permitir la transubstanciación y hacer del pan un cuerpo". (FOUCAULT, 1996, p. 10-11) El tiempo de incertidumbre se entiende como el tiempo presente, que impacta las relaciones en todos los ámbitos: histórico, educativo, social y cultural. Esto se debe a que, en 2019, el mundo se vio afectado por la pandemia de SARS-COV 19, que requería diferentes formas de tratar las experiencias subjetivas y colectivas. Se formó una concepción de la existencia social a partir del distanciamiento físico y educativo que redimensionó nuestras prácticas cotidianas y el cuidado de uno mismo por sí mismo y en sí mismo, cruzando nuestras acciones educativas en diferentes áreas en los dictados de los logaritmos. Reflexionando sobre el proceso educativo y los impactos que nos ha traído la pandemia del SARS-COV 19, buscamos en las líneas de este dossier reunir a investigadores e investigadoras que se centran en investigaciones de permanencia, superación, dificultades, estrategias, discursos y posibles recuerdos sobre este tiempo presente. Se puede decir que es un tiempo de concesión, porque es una crisis de salud humanitaria en dimensiones planetarias, a diferencia del Estado de excepción(según AGAMBEN, 2004) ya que se refiere directamente a crisis políticas. Sin embargo, esta concesióna la vida generó en cierta medida un estado deexcepción subjetiva, porque el Estado intervino directamente en las individualidades de circulación social más allá de la promoción de los programas de ayuda social. En otras palabras, se incorporó una excepción enel Estado que concede la vida colectiva. En este caso podemos decir, según Achille Mbembe (2018, p. 9), que "la política
image/svg+xmlChristian Muleka MWEWA y Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1015[cuando los hombres y las mujeres son considerados sujetos completos, capaces de autoconocimiento, autoconciencia y autorrepresentación], por lo tanto, se define doblemente: un proyecto de autonomía y la realización del acuerdo en una colectividad a través de la comunicación y el reconocimiento". Los artículos y ensayos abordan concepciones de posibilidades de existencia en diferentes áreas del conocimiento, presentando investigaciones, análisis, diálogos educativos y culturales que se basan en análisis poderosos que nos permiten crear fundamentos, recuerdos y experiencias. Hemos reunido varios textos (12) producidos por investigadores e investigadoras de renombre nacional e internacional que abordan los temas de las memorias, subjetividades y diversidades culturales desde perspectivas originales y, por qué no, originales en el campo de la educación. Agrupamos los doce artículos en tres bloques, que se presentan a continuación. Como advierte el filósofo Theodor Adorno (2003, p. 119), en lo que podríamos llamar un nuevo imperativo categórico para la educación y la formación, "el requisito de que Auschwitz [esclavitud] no se repita es el primero de todos para la educación. [...] Era la barbarie contra la que se dirige toda la educación". Para ello, es necesario recordar, y por lo tanto, la memoria es indispensable. Según Walter Benjamin (1994, p. 223), en sus tesis sobre el concepto de historia, "sólo la humanidad redimida puede apropiarse plenamente de su pasado. Esto significa que sólo para la humanidad redimida el pasado es difícil, en cada uno de sus momentos". Esperamos lograr esta redención, también, a través de la memoria. El primer bloque se refiere a las 'memorias', con artículos que pasan por las dimensiones de las percepciones de los profesionales de la educación infantil frente a la pandemia de covid-19 en conjunto con la educación histórica en el contexto de la pandemia para la enseñanza de la historia. En este contexto, es importante ampliar las concepciones sobre los espacios educativos, por ejemplo, para pensar en el estado del arte de las políticas de atención educativa en un entorno hospitalario y domiciliario en Brasil. En el bloque de 'subjetividades', el segundo, presentamos el trabajo de los docentes en tiempos de pandemia covid-19 desde la perspectiva de los problemas y construcciones de la enseñanza y el cuidado en el ámbito doméstico en Portugal. Este desempeño, en cierto modo, está bajo la gestión algorítmica de la enseñanza y la educación en tiempos de incertidumbre. En este sentido, es necesario reflexionar sobre el tránsito que se establece entre la enseñanza presencial por la enseñanza virtual, que engendra subjetividad en la formación docente. Por lo tanto, el enseño superior, en este contexto, puede fomentar el empoderamiento de ciertas categorías, por ejemplo, la femenina. También está el lado efímero del contexto pandémico,
image/svg+xmlMemorias, subjetividades y diversidades culturales RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1016que puede indicar las (im)posibilidades de formación subjetiva, porque es un tiempo que puede emularnos ante tantas pérdidas colectivas e individuales. Por otro lado, se hace evidente una inversión en la federación, como la antirracista, de modo que no tenemos que seguir, en un proceso de continuidad permanente, para ver, "los indios [indígenas] masacrados, el mundo musulmán vaciado de sí mismo, el mundo chino deshonrado y desnaturalizado durante todo un siglo; el desacreditado mundo negro; inmensas voces borradas para siempre [...]". (CÉSAIRE, 2010, p. 73). El tercer y último bloque presenta textos dedicados a las "diversidades culturales", por ejemplo, en el contexto de la prensa, a través de discursos de una época que todavía trae consigo sumas de permanencia de antaño explicadas en el Jornal das Moças (1950-1960). Este tiempo de antaño puede impactar en las percepciones de las diversidades culturales en diferentes contextos, como en las regiones fronterizas. Tales impactos pueden analizarse a la luz de la perspectiva de la sociología de la infancia en la educación escolar, por ejemplo. Es necesario, como alertó Sarmento (2013, p. 30), "[...] comprender las relaciones de participación mutua de la identidad social de la infancia con la diversidad de los contextos y prácticas sociales de la infancia". Por otro lado, el tema de la diversidad sobre las discapacidades también anuncia imprevisibilidad en la construcción de contextos escolares inclusivos. Dicho esto, presentamos, a continuación, brevemente, los temas de cada artículo, para que el lector pueda apreciar cíclica y no linealmente los diferentes enfoques sobre los temas centrales de este dossier, que también tiene textos del flujo continuo enviados directamente a la revista, pero que se refieren, en cierta medida, a el tema de "memorias, subjetividades y diversidades culturales". En el artículo titulado: “Memoria y subjetividad: La percepción de los profesionales de la educación infantil ante la pandemia del Covid-19”, Escrito por Eliane Küster y Alboni Marisa Dudeque Pianovski Vieira, los autores esbozan una reflexión sobre los impactos de la pandemia de Covid-19 en las instituciones públicas de Educación Infantil, en un municipio de la región metropolitana de Curitiba, PR. Analizan las narrativas de los sujetos considerando sus subjetividades y sus espacios de poder, utilizando la perspectiva teórica de la Historia Cultural. Se observa que la investigación analizó las diferentes subjetividades de los profesionales de la educación infantil, en un espacio colectivo, a través de memorias relacionadas con el momento histórico vivido. En el artículo “Educación histórica, pandémicas y enseñanza de historia: Validación del conocimiento histórico en internet / tiempos de revisionismo”, por Rita de
image/svg+xmlChristian Muleka MWEWA y Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1017Cássia Gonçalves & Adriane de Quadros Sobanski, los autores analizan las posibilidades de utilizar la tecnología en el contexto de la pandemia de Covid-19 y los desafíos para la enseñanza de la Historia, utilizando la perspectiva de la Educación Histórica. Abordan que el uso de la fuente histórica se ha ampliado aún más, ya que la web contiene multitud de materiales que pueden ser concebidos como documentos históricos, y que el uso de Internet como medio de interacción entre los diferentes sujetos en el proceso de escolarización presuponía una relación en la que la tecnología necesitaba ser resignificada debido a la posibilidad de apoyo, pero también por su influencia como difusor de información superficial y escéptica sobre el conocimiento científico. El artículo bajo el título de “El estado del arte de las Políticas de Atención Educativa en hospitales y entornos domésticos en Brasil”, escrito por Edicléa Mascarenhas Fernandes, Jucélia Linhares Granemann de Medeiros y Helio Ferreira Orrico, trae la discusión del estado del arte de las políticas educativas brasileñas para la atención educativa en el hospital y el hogar en los contextos nacional, gubernamental y municipal. Los autores se basan en teóricos de la filosofía, la sociología, las políticas públicas y la educación especial desde una perspectiva metodológica descriptiva y exploratoria. Según sus conclusiones, hubo referencias discontinuas a estas modalidades en la legislación nacional, causando invisibilidad y falta de monitoreo de datos, en contraste con los estados y municipios que presentaron planes municipales y regulatorios. En el artículo “El trabajo de las profesoras en tiempos de pandemia Covid-19: Problemas y construcciones de la enseñanza y el cuidado en el ámbito doméstico en Portugal”, los autores Virginia Baptista (IHC NOVA FCSH, Lisboa) y Paulo Marques Alves (IUL e Investigador Integrado de dinamia'cet_iscte, Lisboa), discuten las consecuencias para los docentes del doble viaje en el hogar, acumulando trabajo y cuidado familiar, que forma parte de una lógica general del neoliberalismo, en el contexto de la pandemia de Covid-19. Dialoga sobre hacerlo en la profesión docente que conduzca efectivamente a la igualdad de género y la inclusión para la ciudadanía de todas las personas. En el artículo “Gestión algorímica de la enseñanza y la educación en tiempos de incertidumbre”,de André Cechinel y Rafael Rodrigo, Mueller, los autores proponen discutir las memorias educativas en tiempos de pandemia a partir del análisis de un fenómeno reciente, a saber, el creciente control algorítmico de la enseñanza y la educación. Analizando cómo la pandemia de Covid-19 contribuyó a la alineación entre el capitalismo acústico y su producción y acumulación permanente de estímulos y datos, y el espacio institucional de las
image/svg+xmlMemorias, subjetividades y diversidades culturales RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1018prácticas educativas, discuten el surgimiento de una figura incómoda para el campo de la educación, el Doble o Educativo Doppelgänger , y la gestión algorítmica y la educación. En el artículo“De la docencia presencial a la docencia virtual: Reflexiones sobre la subjetividad en la formación del profesorado de educación física en tiempos de pandemia”, de Marcelo Braz, Sergio Moneo y Teresa Lleixá (Universidad de Barcelona), los autores discuten la enseñanza y formación de profesores de educación física en tiempos de pandemia (covid-19) en España, reflexionando sobre las estrategias metodológicas alternativas de prácticas físico-deportivas, enseñanza presencial y enseñanza semipresencial. En el artículo “Educación superior y empoderamiento femenino: Cursos posibles en tiempos de pandemias”, por Jaqueline A. Martins Zarbato & Lucinéia Scremin Martins, las autoras analizan la situación de las mujeres en la educación superior, señalando la contribución del feminismo en las rupturas y continuidades de la inclusión de género. Analiza la inclusión y el mantenimiento de acciones en torno a las mujeres en dos instituciones en la parte centro-oeste de Brasil (Universidad Federal de Mato Grosso do Sul y Universidad Federal de Goiás) en tiempos de pandemia de SARS-COV 19. Un análisis de los posibles diálogos en las contribuciones teóricas sobre las olas feministas en Brasil y la educación superior, los enfoques sobre la igualdad de género y los ejemplos de la búsqueda del mantenimiento y empoderamiento de las mujeres en la educación superior en el período de pandemia. En el artículo “(Im) posibilidades de formación subjetiva: Reflexiones educativas en tiempos de pandemia”, los autores: Alex Sander da Silva, Guilherme Orestes Canarim y Silvana Mazzuquello Teixeira dialogan sobre la emergencia educativa, especialmente sobre el significado de las posibilidades de formación subjetiva en tiempos de pandemia. Se trata de una investigación bibliográfica cualitativa, con aspectos de revisión narrativa e integradora, que aborda el escenario pandémico del nuevo coronavirus, apuntando sobre todo a comprender el diagnóstico de las transformaciones sociales en este contexto y sus implicaciones en la situación educativa actual, y comprender cómo esto señala algo sobre las nuevas configuraciones formativas. Basando la investigación en las teorías de Adorno (1996, 2021), Freire (2019, 2021) y Vieira (2020), se entiende que el resurgimiento de la situación educativa es un signo del progreso de una situación más severa y aguda a nivel mundial. En el artículo “Formación para una personalidad antirracista: Por qué el racismo no nace con el niño”, los autores Christian Muleka Mwewa y Patrícia Ferraz de Matos abordan el racismo en el contexto de la formación de la personalidad. Se basa en análisis sobre las relaciones sociosociales subalternas que inferiorizan a algunos individuos en
image/svg+xmlChristian Muleka MWEWA y Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1019detrimento de otros, principalmente por su fenotipo. El análisis del contenido y la forma de una miniconferencia (celebrada en 2017 en el Teatro Maria Matos de Lisboa) se basará en tres supuestos: el racismo existe, no nace ningún racista y es necesario apostar por una educación antirracista desde la infancia. En el artículo “Diversidades, prensa y historia(s): Discursos de una época qué aún perdura (Jornal das Moças - 1950-1960)”, las autoras Adriana Aparecida Pinto y Ana Clara Camargo Souza dialogan sobre los temas relacionados con las diversidades, las memorias y la producción de múltiples significados, a partir de la documentación de carácter impreso y periódico. Utiliza la revista Jornal das Moças, en las ediciones que circularon entre los años 1950 y 1960, totalizando 557 ediciones. Buscando comprender las formas de representación y tratamiento atribuidas a las mujeres en el período, se examinaron 3 secciones de la publicación, Jornal da Mulher, Evangelho para das Mãesy Carnet das Jovens.En el artículo “Diversidad cultural en la región fronteriza: Sociología infantil y educación escolar”, por Fernanda C. Martins Martti, Maria Luzia da Silva Santana y Natália Cristina de Oliveira, los autores discuten el entrelazamiento entre la sociología de la infancia y la educación escolar, centrándose en las regiones fronterizas. Se centra en la construcción cultural de la infancia, así como en el lugar de la educación escolar con intersección con la diversidad cultural. Así, conviven varias formas de vivir la infancia, y a su vez no siempre se consideran en las instituciones escolares.En el artículo “La consideración de la imprevisibilidad y de la libertad en la construcción de una escuela inclusiva”, el autor José Eduardo de Oliveira Evangelista Lanutti presenta las bases conceptuales y legales de la inclusión escolar, a través de narratividade. Dialogando sobre las experiencias del autor como docente/investigador sobre la base del compromiso pedagógico con la inclusión en la educación brasileña, analiza cómo la pandemia de Covid-19 contribuyó a la alineación entre el significado capitalismo y su producción y acumulación permanente de estímulos y datos, y el espacio institucional de las prácticas educativas. Que hay un compromiso pedagógico con la inclusión y que, con ello, no admitimos ningún intento de revertir frente a lo que Brasil ya ha logrado en este sentido. REFERÊNCIASADORNO, T. W. Educação e Emancipação. Tradução: Wolfgang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. AGAMBEN, G. Estado de exceção. São Paulo: Boitempo Editorial, 2004.
image/svg+xmlMemorias, subjetividades y diversidades culturales RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1020BENJAMIN, W. Magia e Técnica, Arte e Política. Tradução: Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994. CÉSAIRE, A. Discurso sobre o colonialismo. São Paulo: Veneta, 2020. FOUCAULT, M. A ordem do discurso.São Paulo: Loyola, 1996. HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. 102 p. MBEMBE, A. Necropolítica: Biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo: N-1 edições, 2018. SARMENTO, M. Sociologia da Infância e a sociedade contemporânea: Desafios conceituais e praxeológicos. In:ENS, R. T.; GUARANHANI, M. C. Sociologia da infância e a formação dos professores. Curitiba: Editora Champagna, 2013. TEODORO, M. L. Identidades cultural e diversidade étnica: Négritude africano-antilhana e modernismo brasileiro. 1. ed. São Paulo: Editora Scortecci, 2015. Cómo hacer referencia a este artículo MWEWA, C. M.; ZARBATO, J. A. M. Memorias, subjetividades y diversidades culturales. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, jun. 2022, e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 Enviado en: 28/12/2021 Revisiones requeridas: 22/03/2022 Aprobado en: 09/04/2022 Publicado en: 30/06/2022 Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación.Revisión, formateo, normalización y traducción.
image/svg+xmlMemories, subjectivities and cultural diversities RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, June 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1012MEMORIES, SUBJECTIVITIES AND CULTURAL DIVERSITIES1MEMÓRIAS, SUBJETIVIDADES E DIVERSIDADES CULTURAIS MEMORIAS, SUBJETIVIDADES Y DIVERSIDADES CULTURALES Christian Muleka MWEWA2Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO3ABSTRACT: The dossier proposes to intertwine the production of knowledge in education that involves analytical dimensions based on memories, subjectivities and dissonant identities. COVID 19 demanded other conceptions about individual and collective identities mediated by social, political and cultural mechanisms. The texts presented here bring together educational dialogues, objectified subjective trajectories, spaces of power, feminisms, memories and stories that make up the broad process of discursive practices about inclusion, empowerment and coping with situations of exclusion in the context of cultural diversities. We argue, in general, that subjectivities, as a way of self-annulment and/or self-knowledge, can be problematized, tensioned and neglected in different context of Education. In this sense, we bring together in this dossier research (essays as a form) that project dialogues about how identities and otherness are forged in practices from collective memories and subjectivities, which in the pandemic context, were also collective. KEYWORDS: Education. Pandemic times. Culture. Memory. RESUMO: O dossiê tem como proposta entrelaçar a produção de conhecimento na educação, que envolve as dimensões analíticas com base nas memórias, nas subjetividades e nas identidades dissonantes. O COVID 19 demandou outras concepções sobre as identidades individuais e coletivas mediadas por mecanismos sociais, políticos e culturais. Os textos aqui apresentados aglutinam diálogos educativos, trajetórias subjetivas objetivadas, espaços de poder, feminismos, memórias e histórias que compõem o amplo processo de práticas discursivas acerca da inclusão, do empoderamento e do enfrentamento de situações de exclusão no contexto das diversidades culturais. Argumentamos, de forma geral, que as subjetividades, como um modo de autoanulação e/ou autoconhecimento, podem ser problematizadas, tensionadas e preteridas em diferentes âmbitos da Educação. Nesse sentido, aglutinamos nesse dossiê pesquisas (ensaios como forma) que projetam diálogos sobre como 1We would like to thank the Federal University of Mato Grosso do Sul, under Ordinance UFMS 141/2020; this work was carried out with support from the Higher Education Personnel Improvement Coordination - Brazil (CAPES) - Funding Code 001 and the support of the National Council for Scientific and Technological Development (18/2021 – UNIVERSAL – Process 402665/2021-0). 2Federal University of Mato Grosso do Sul (UFMS), Três Lagoas – MS – Brazil. Professor in the Graduate Program in Education - Master's and PhD. in Education Sciences (UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7079-5836. E-mail: christian.mwewa@ufms.br 3Federal University of Mato Grosso do Sul (UFMS), Três Lagoas – MS – Brazil. Department of History. Professor of History, PhD in History (UFSC). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3183-4740. E-mail: jaqueline.zarbato@gmail.com
image/svg+xmlChristian Muleka MWEWA and Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara,v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, June 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1013as identidades e alteridades são forjadas nas práticas a partir das memórias coletivas e das subjetividades, que no contexto pandêmico, também foram coletivas. PALAVRAS-CHAVE: Educação. Tempos pandêmicos. Cultura. Memória. RESUMEN: Proponemos el enlace de la producción de conocimiento en la educación que involucra dimensiones analíticas a partir de memorias, subjetividades e identidades disonantes. El COVID 19 demandó otras concepciones sobre las identidades individuales y colectivas mediadas por mecanismos sociales, políticos y culturales. Los textos aquí presentados reúnen diálogos educativos, trayectorias subjetivas objetivadas, espacios de poder, feminismos, memorias y relatos que conforman el amplio proceso de prácticas discursivas sobre inclusión, empoderamiento y enfrentamiento de situaciones de exclusión en el contexto de las diversidades culturales. Sostenemos, en general, que las subjetividades, como forma de autoanulación y/o autoconocimiento, pueden ser problematizadas, tensionadas y desatendidas en diferentes ámbitos de la Educación. En ese sentido, reunimos en este dossier investigaciones (ensayos como forma) que proyectan diálogos sobre cómo se forjan identidades y alteridades en las prácticas desde memorias y subjetividades colectivas. PALABRAS CLAVE: Educación. Tiempos de pandemia. Cultura. Memoria. Introduction The dossier proposes to interweave the production of knowledge in education that involves the analytical dimensions based on memories, subjectivities and dissonant identities. It is understood that in different spaces of knowledge, memory as form and content, forms and (re)forms identities for alterities in the panacea of the processes of understanding about the diverse singularities of cultural and historical subjects. In Stuart Hall's (2000, p. 7) assertion, "[...] the old identities, which for so long have stabilized the social world, are in decline, giving rise to new identities and fragmenting the modern individual, hitherto seen as a unified subject." With him would agree Maria de Lourdes Teodoro (2015), when evoking Georges Devereux, when he states that "identity equals uniqueness defined through an irreproducible accumulation of imprecise determinations. Each operation that enumerates it, denies it in its totality" (p. 79). By analyzing the path in which the different subjects impose and (re)invent themselves in their trajectories, one perceives experiences that bring together mechanisms of existence to resist, of incorporation of collective struggles that redesign the conceptions about identities with impressions and collective expressions in the different social and cultural time-spaces. These are times-spaces that forge experiences from ambivalent power relations that can be seen in educational dialogues in different environments (including hospital), in
image/svg+xmlMemories, subjectivities and cultural diversities RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, June 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1014subjective trajectories objectified in feminisms, in memories and stories that make up the broad process of discursive practices about inclusion, empowerment and confrontation of exclusion and/or pseudo-inclusion situations. Subjectivities, as a way of feeling, of wanting, of looking, of perceiving, of self-annulment, of self-knowledge, can be problematized, tensioned, and prevented in different areas of Education, because they affect and are affected. Therefore, it becomes urgent the discussion about the being, the being, and the historical doing of each social subject in different times, especially the pandemic time, as the time of an experience that is no longer private, but of all humanity. One can say that the projection of discourses or their analyses are pressing in times of uncertainty, for "[...]discourse is not simply that which translates struggles or systems of domination, more that, by what, for what one struggles, power of which we can take possession, allow transubstantiation and make bread a body" (FOUCAULT, 1996, p. 10-11). The time of uncertainty is understood as the present time, which impacts relationships in all spheres: historical, educational, social, and cultural. This is because, in 2019, the world was hit by the SARS-COV 19 pandemic, which demanded different ways of dealing with subjective and collective experiences. A conception of social existence was formed from the physical and educational distance that resized our daily practices and the care of the self for the self and in the self, crossing our educational actions in different spheres in the dictates of logarithms. Reflecting on the educational process and the impacts that the SARS-COV19 pandemic has brought us, we envision the lines of this dossier to bring together researchers who investigate the permanences, the overcoming, the difficulties, the strategies, the discourses, and the possible memories about this present time. One can say that it is a time of concession, since it is a humanitarian health crisis of planetary dimensions, unlike the State of exception(in the terms of AGAMBEN, 2004) since this refers directly to political crises. However, this concessionto life has generated to some extent a subjective state of exception, since the state directly intervened in the individualities of social circulation beyond the promotion of social aid programs. That is, an exceptionwas incorporated into the State of concessionto collective life. In this case we can say, according to Achille Mbembe (2018, p. 9), that "politics [when men and women are considered complete subjects, capable of self-knowledge, self-awareness, and self-representation], therefore, is defined doubly: a project of autonomy and the realization of agreement in a collectivity through communication and recognition”.
image/svg+xmlChristian Muleka MWEWA and Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara,v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, June 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1015The articles and essays deal with conceptions of possibilities of existence in different areas of knowledge, presenting research, analysis, educational and cultural dialogues that engage in powerful analysis that can enable us to create foundations, memories, and experiences. We have gathered several texts (12) produced by nationally and internationally renowned researchers and scholars who approach the issues of memories, subjectivities, and cultural diversities from original perspectives and, why not, from original perspectives in the field of education. We grouped the twelve articles into three blocks, presented below. As the philosopher Theodor Adorno (2003, p. 119) warns, in what we can call the new categorical imperative for education and training, "the requirement that Auschwitz [enslavement] not be repeated is the first of all for education. [For this, it is necessary to remember, and for this reason, memory is indispensable. According to Walter Benjamin (1994, p. 223), in his thesis on the concept of history, "only redeemed humanity will be able to fully appropriate its past. That is to say: only for redeemed humanity is the past quotable, in each of its moments." We hope to achieve this redemption, also, through memory. The first block concerns 'memories', with articles that deal with the dimensions of the perceptions of professionals in early childhood education in the face of the covid-19 pandemic, in articulation with history education in the context of the pandemic for the teaching of history. In this context, it is important to broaden the conceptions about educational spaces, for instance, to think about the state of the art of educational care policies in hospital and home environments in Brazil. In the block of 'subjectivities', the second one, we present the work of female teachers in times of the covid-19 pandemic from the perspective of the problems and constructions of teaching and caring in the domestic sphere in Portugal. This performance, in a way, is under the algorithmic management of teaching and education in times of uncertainty. In this sense, it is necessary to reflect on the transit that is established between face-to-face teaching and virtual teaching, which engenders subjectivities in teacher training. Therefore, higher education, in this context, can foster the empowerment of certain categories, for example, women. There is also the ephemeral side of the pandemic context, which can indicate the (im)possibilities of subjective formation, for it is a time can mute us in the face of so many collective and individual losses. On the other hand, it becomes patent an investment in formation, such as the antiracist one, so that we do not have to follow, in a process of permanent continuity, to watch, "the massacred [indigenous] Indians, the Muslim world
image/svg+xmlMemories, subjectivities and cultural diversities RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, June 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1016emptied of itself, the Chinese world dishonored and denatured for a whole century; the black world discredited; immense voices erased forever [...]." (CÉSAIRE, 2010, p. 73). The third and last block presents texts that are dedicated to the 'cultural diversities', for example, in the context of the press, through discourses of a time that still brings permanencies of yesteryear made explicit in the Jornal das moças (Young Women's Newspaper) (1950-1960). This time of yesteryear can impact the perceptions of cultural diversities in different contexts, as an example, in border regions. Such impacts can be analyzed in the light of the perspective of the sociology of childhood in school education, for example. It is necessary, as Sarmento (2013, p. 30) warns, "[...] to understand the relations of mutual implication of the social identity of childhood with the diversity of contexts and social practices of childhood." On the other hand, the theme of diversities concerning disabilities also announces the unpredictability in the construction of inclusive school contexts. That said, we present below, briefly, the themes of each article, so that the reader can appreciate, in a cyclical and non-linear way, the different approaches on the central themes of this dossier, which also has texts from the continuous flow submitted directly to the journal, but that touch, in some measure, the theme of 'memories, subjectivities and cultural diversities'.. In the article entitled: “Memory and subjectivity: The perception of professionals in early childhood education facing the Covid-19 pandemic”, by Eliane Küster and Alboni Marisa Dudeque Pianovski Vieira, The authors reflect on the impacts of the Covid-19 pandemic in public institutions of early childhood education in a city in the metropolitan region of Curitiba, PR. They analyze the narratives of the subjects considering their subjectivities and their spaces of power, using the theoretical perspective of Cultural History. It is noticed that the research analyzed the different subjectivities of professionals in Early Childhood Education, in a collective space, through the memories related to the historical moment lived. In the article “Historical education, pandemics and history teaching: Validation of historical knowledge in internet/revisionism times”, by Rita de Cássia Gonçalves & Adriane de Quadros Sobanski, the authors analyze the possibilities of using technology in the context of the Covid-19 pandemic and the challenges for History teaching, using the perspective of History Education. They approach that the use of the historical source was further amplified, since the web contains an infinity of materials that can be conceived as historical documents, and that the use of the internet as a means of interaction between different subjects in the schooling process presupposed a relationship in which technology
image/svg+xmlChristian Muleka MWEWA and Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara,v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, June 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1017needed to be re-signified due to the possibility of support, but also due to its influence as a disseminator of superficial and skeptical information regarding scientific knowledge. The article under the title “The state of the art of Educational Care Polices in hospital and home environment in Brazil”, authored by Edicléa Mascarenhas Fernandes, Jucélia Linhares Granemann de Medeiros and Helio Ferreira Orrico, brings the discussion of the state of the art of Brazilian educational policies for educational care in hospital and home environments in the national, governmental and municipal contexts. The authors base themselves on theoreticians from philosophy, sociology, public policies, and special education under a descriptive and exploratory methodological perspective. According to their conclusions, discontinuous references to these modalities in the national legislations were verified, causing invisibility and lack of data monitoring, in contrast to states and municipalities that presented municipal plans and norms. In the paper “The work of teachers in times of the Covid-19 pandemic: Problems and constructions of teaching and caring in the domestic sphere in Portugal”, The authors Virgínia Baptista (IHC NOVA FCSH, Lisbon) and Paulo Marques Alves (IUL and Integrated Researcher of dynamia'cet_iscte, Lisbon) discuss the consequences for female teachers of working double shifts at home, accumulating work and caring for the family, which is part of a general logic of neoliberalism, in the context of the Covid-19 pandemic. Dialogues about what to do in the teaching profession that effectively leads to gender equality and inclusion for the citizenship of all people. In the article “Algorithmic teaching management and education in times of uncertainty”, by André Cechinel & Rafael Rodrigo Mueller, the authors propose to discuss educational memories in pandemic times by analyzing a recent phenomenon, namely, the growing algorithmic control of teaching and education. Analyzing how the Covid-19 pandemic contributed to the alignment between attentional capitalism and its production and permanent accumulation of stimuli and data, and the institutional space of educational practices, they discuss the emergence of an uncomfortable figure for the field of education, the educational double or Doppelgänger, and algorithmic management and education. In “From presential teaching to virtual teaching: Reflections on subjectivity in the training of physical education teachers in pandemic times”, by Marcelo Braz, Sergio Moneo and Teresa Lleixá (University of Barcelona), The authors discuss the teaching and training of Physical Education teachers during the pandemic (covid-19) in Spain, reflecting on the alternative methodological strategies of physical-sports practices, face-to-face swimming and semi-face-to-face swimming.
image/svg+xmlMemories, subjectivities and cultural diversities RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, June 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1018In the article “Higher education and female empowerment: Possible courses in times of pandemics”, by Jaqueline A. Martins Zarbat o& Lucinéia Scremin Martins, the authors analyze the situation of women in Higher Education, pointing out the contribution of feminism in the ruptures and continuities of gender inclusion, analyzing the inclusion and maintenance of actions around women in two institutions in the center west of Brazil (Federal University of Mato Grosso do Sul and Federal University of Goiás) in the times of the SARS-COV 19 pandemic. An analysis of the possible dialogues in the theoretical contributions about the feminist waves in Brazil and in Higher Education, the approaches about gender equality, and the examples of the search for the maintenance and empowerment of women in Higher Education in the pandemic period. In the paper “(Im) possibilities of subjective formation: Educational weightings in pandemic times”, the authors Alex Sander da Silva, Guilherme Orestes Canarim and Silvana Mazzuquello Teixeira dialogue about the educational emergency, especially regarding the meaning of the possibilities of subjective formation in pandemic times. This is a qualitative bibliographic research, with aspects of narrative and integrative review, which deals with the pandemic scenario of the new coronavirus, mainly aiming to understand the diagnosis of social transformations in this context and its implications in the current educational situation, and to understand how this signals something about the new formative configurations. Grounding the research in the theories of Adorno (1996, 2021), Freire (2019, 2021) and Vieira (2020), it is understood that the upsurge in the educational situation is a sign of the advance of a more serious and acute picture globally established. In the article “Education for an anti-racist personality: Because racism is not born with the child”, the authors Christian Muleka Mwewa & Patrícia Ferraz de Matos address racism in the context of personality formation. It is based on analyses of the subalternizing social relations that lessen some individuals to the detriment of others, mainly on the basis of their phenotype. The analysis of the content and form of a mini-conference (held in 2017 at the Maria Matos Theater in Lisbon) will be based on three assumptions: racism exists, one is not born racist and it is necessary to invest in an anti-racist education since childhood. In “Diversities, press and history(ies): Speeches from a time that still remain (Jornal das Moças – 1950-1960)”, The authors Adriana Aparecida Pinto & Ana Clara Camargo Souza discuss the themes related to diversities, memories and production of multiple meanings, based on the documentation of printed and periodical nature. It uses the magazine Jornal das Moças, in the issues that circulated between the years 1950 and 1960, totaling 557 issues. In an attempt to understand the forms of representation and treatment
image/svg+xmlChristian Muleka MWEWA and Jaqueline Aparecida Martins ZARBATO RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara,v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, June 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1019attributed to women in the period, three sections of the publication were examined: Jornal da Mulher, Evangelho para as Mães and Carnet das Jovens. In the article “Cultural diversity in te border region: Childhood sociology and school education”, by Fernanda C.Martins Martti, Maria Luzia da Silva Santana and Natália Cristina de Oliveira, the authors discuss the intertwining between sociology of childhood and school education - focusing on border regions. It focuses on the cultural construction of childhood, as well as on the place of school education in intersection with cultural diversity.Thus, various ways of experiencing childhood coexist, and in turn are not always considered in school institutions. In “Reckoning with unpredictability and freedom in the construction of an inclusive school”, the author José Eduardo de Oliveira Evangelista Lanutti presents the conceptual and legal bases of school inclusion, through narrative. Dialoguing about the author's experiences as a teacher/researcher in the foundation of the pedagogical commitment to inclusion in Brazilian education, he analyzes how the Covid-19 pandemic has contributed to the alignment between attentional capitalism and its production and permanent accumulation of stimuli and data, and the institutional space of educational practices. REFERENCESADORNO, T. W. Educação e Emancipação. Tradução: Wolfgang Leo Maar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. AGAMBEN, G.Estado de exceção. São Paulo: Boitempo Editorial, 2004. BENJAMIN, W. Magia e Técnica, Arte e Política. Tradução: Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994. CÉSAIRE, A. Discurso sobre o colonialismo. São Paulo: Veneta, 2020. FOUCAULT, M. A ordem do discurso.São Paulo: Loyola, 1996. HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. 102 p. MBEMBE, A. Necropolítica: Biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo: N-1 edições, 2018. SARMENTO, M. Sociologia da Infância e a sociedade contemporânea: Desafios conceituais e praxeológicos. In:ENS, R. T.; GUARANHANI, M. C. Sociologia da infância e a formação dos professores. Curitiba: Editora Champagna, 2013.
image/svg+xmlMemories, subjectivities and cultural diversities RIAEE– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, June 2022. e-ISSN: 1982-5587 DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 1020TEODORO, M. L. Identidades cultural e diversidade étnica:Négritudeafricano-antilhana e modernismo brasileiro. 1. ed. São Paulo: Editora Scortecci,2015. How to reference this article MWEWA, C. M.; ZARBATO, J. A. M. Memories, subjectivities and cultural diversities. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1012-1020, June 2022, e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16980 Submitted: 28/12/2021 Revisions required: 22/03/2022 Approved: 09/04/2022 Published: 30/06/2022 Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação. Proofreading, formatting, normalization and translation.