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Educação histórica, pandemia e ensino de história: Validação do conhecimento histórico em tempos de internet/revisionismo
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1037-1048, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16981
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EDUCAÇÃO HISTÓRICA, PANDEMIA E ENSINO DE HISTÓRIA: VALIDAÇÃO
DO CONHECIMENTO HISTÓRICO EM TEMPOS DE INTERNET/REVISIONISMO
EDUCACIÓN HISTÓRICA, PANDÉMICAS Y ENSEÑANZA DE HISTORIA:
VALIDACIÓN DEL CONOCIMIENTO HISTÓRICO EN INTERNET/TIEMPOS DE
REVISIONISMO
HISTORICAL EDUCATION, PANDEMICS AND HISTORY TEACHING: VALIDATION
OF HISTORICAL KNOWLEDGE IN INTERNET/REVISIONISM TIMES
Rita de Cássia GONÇALVES
1
Adriane de Quadros SOBANSKI
2
RESUMO
: No contexto da pandemia de Covid-19, os desafios para o ensino de História
encontraram, na tecnologia, novo respaldo, mas também contradições. Com nova perspectiva
do ensino da disciplina, ancorada no campo teórico da Educação Histórica, o trabalho a partir
da epistemologia da História passou a exigir dos professores historiadores uma prática em que
a relação com as fontes históricas é fundamental. Desse modo, a ideia de fonte histórica foi
ainda mais ampliada, já que a web contém uma infinidade de materiais que podem ser
concebidos como documentos históricos. Além disso, a utilização da internet como meio de
interação entre os diferentes sujeitos no processo de escolarização pressupôs uma relação em
que a tecnologia precisou ser ressignificada devido à possibilidade de apoio, mas também pela
sua influência como disseminadora de informações superficiais e céticas com relação ao
conhecimento científico.
PALAVRAS-CHAVE
: Educação histórica. Ensino. História. Pandemia. Sensibilidade.
RESUMEN
: En el contexto de la pandemia Covid-19, los desafíos para la enseñanza de la
historia encontraron, en la tecnología, nuevos apoyos, pero también contradicciones. Con
una nueva perspectiva de la enseñanza de la disciplina, anclada en el campo teórico de la
Educación Histórica, el trabajo basado en la epistemología de la Historia pasó a demandar
de los profesores historiadores una práctica en la que la relación con las fuentes históricas es
fundamental. De esta forma, se amplió aún más la idea de fuente histórica, ya que la web
contiene una infinidad de materiales que pueden concebirse como documentos históricos.
Además, el uso de internet como medio de interacción entre diferentes sujetos en el proceso
de escolarización presuponía una relación en la que la tecnología necesitaba ser redefinida
por la posibilidad de apoyo, pero también aporta su influencia como difusora de
superficialidad y escepticismo relativa al conocimiento científico.
PALABRAS CLAVE
: Educación histórica. Enseñanza.
Historia. Pandemia. Sensibilidad.
1
Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Curitiba – PR – Brasil. Professora Adjunta. Doutorado em Educação
(UFPR). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0588-6803. E-mail: professoraritadecassia@gmail.com
2
Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEEDPR), Curitiba – PR – Brasil. Professora. Doutorado em
Educação (UFPR). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6017-1264. E-mail: drisobanski@gmail.com
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Rita de Cássia GONÇALVES e Adriane de Quadros SOBANSKI
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ABSTRACT
: In the context of the Covid-19 pandemic, the challenges for the teaching of
history found, in technology, new support, but also contradictions. With a new perspective on
the teaching of the discipline, anchored in the theoretical field of Historical Education, the
work based on the epistemology of History started to demand from historian teachers a
practice in which the relationship with historical sources is fundamental. In this way, the idea
of a historical source was further expanded, as the web contains an infinite number of
materials that can be conceived as historical documents. In addition, the use of the internet as
a means of interaction between different subjects in the schooling process presupposed a
relationship in which technology needed to be redefined due to the possibility of support, but
also ask for its influence as a disseminator of superficial and skeptical ideas regarding the
scientific knowledge.
KEYWORDS
: Historical education. Teaching. History. Pandemic. Sensitivity.
Introdução
As discussões sobre o ensino de História têm ganhado grande relevância nas últimas
décadas, sobretudo no período pós ditadura civil-militar com a abertura política brasileira.
Naquele contexto, em que a História voltava à cena como disciplina autônoma, era preciso
repensar seu papel, assim como o dos professores de História. Por esse motivo vários eventos
passaram a ser organizados por historiadores e professores da área, como o Encontro Nacional
de Pesquisadores do Ensino de História (ENPEH), que vem sendo realizado desde 1993. As
discussões sobre o ensino de História e o papel dos professores promoveram debates e
publicações, renovando o olhar sobre o ensino e a aprendizagem dessa disciplina. Entre as
novas propostas curriculares vale ressaltar que:
O grande marco dessas reformulações concentrou-se na perspectiva de
recolocar professores e alunos como sujeitos da história e da produção do
conhecimento, enfrentando a forma tradicional de ensino trabalhada na
maioria das escolas brasileiras, a qual era centrada na figura do professor
como transmissor e na do aluno como receptor passivo do conhecimento
histórico. Travou-se um embate contra o ensino factual do conhecimento
histórico, anacrônico, positivista e temporalmente estanque (SCHMIDT;
CAINELLI, 2004, p. 12).
Pode-se afirmar que na disciplina de História emergiram perspectivas relevantes para
o debate, na medida em que propunham a superação de visões dicotômicas acerca da
formação e ação dos professores na educação básica.
Germinari e Gonçalves (2017, p. 63) destacam que
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[...] nas últimas décadas, uma linha de investigação denominada Educação
Histórica, conhecida também como investigação em cognição histórica
situada, desenvolvida com certa intensidade em países como Inglaterra,
Estados Unidos, Canadá, Portugal e Brasil. A Educação Histórica, como
linha de pesquisa, parte do pressuposto da necessidade de compreender as
ideias históricas dos alunos, como objetivo de orientar as intervenções
didáticas no processo de ensino, sendo que a referência para análise das
ideias históricas dos alunos é a própria epistemologia da história.
A influência deste novo campo teórico denominado de Educação Histórica ou
cognição histórica situada teve como base as necessidades curriculares e de aprendizagem
locais. A Educação Histórica foi adotada em Portugal e, a partir daquele país, os contatos com
professores historiadores brasileiros promoveram debates e proposições de trabalhos com
alunos e professores no Brasil muito promissores e que diminuem a distância entre a
academia e o chão da escola. Laboratórios de Ensino e Pesquisa foram criados nas
universidades, como o Laboratório de Pesquisa em Educação Histórica (LAPEDUH), ligado
ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Paraná (PPGE/UFPR), que tem
desenvolvido, desde 2003, pesquisas com futuros professores de História e com os que atuam
na Educação Básica. Além disso, muitos professores da Educação Básica têm entrado nos
Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal do Paraná e desenvolvido importantes
pesquisas no Campo da Educação Histórica, tanto no Mestrado quanto no Doutorado,
investigando as relações com o conhecimento e a aprendizagem histórica de professores e
estudantes.
Estes estudos têm como ponto de partida os pressupostos da epistemologia da História
para o desenvolvimento da aprendizagem. “Para aprender História é necessário que se
utilizem os métodos de pesquisa dessa ciência para se alcançar o desenvolvimento do
pensamento histórico” (SANTOS, 2013, p. 35).
Educação histórica: pesquisa e produção de conhecimento
Com uma concepção baseada na existência de uma didática própria da História, a ideia
de aprendizagem histórica está assentada na epistemologia da disciplina, o que faz com que a
Educação Histórica enfatize a utilização das fontes históricas e de metodologia específica da
ciência histórica durante as aulas. Isso, portanto, significa pensar nos professores como
historiadores, pesquisadores e produtores de conhecimento.
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Rita de Cássia GONÇALVES e Adriane de Quadros SOBANSKI
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No campo da Educação Histórica acredita-se que os professores devem ter
consciência da História enquanto uma ciência. Para esse campo teórico é
fundamental enfatizar que não existe apenas uma explicação ou narrativa
sobre o passado. Para compreendê-lo é necessário reconhecer que existe
multiperspectividade, o que exige que a História seja investigada e
interpretada a partir de métodos próprios que auxiliam na análise e
interpretação das evidências do passado (SOBANSKI, 2021, p. 117-118).
Com uma concepção de ensino de História voltada para a aprendizagem e
protagonismo de professores e estudantes como produtores de conhecimento, o campo teórico
da Educação Histórica tem promovido importantes experiências. Ao valorizar a ciência de
referência e a epistemologia específica da História, sobretudo com a utilização da
metodologia historiográfica, a Educação Histórica tem promovido a valorização dos
professores de História e se voltado para um ensino que prioriza a formação do pensamento
histórico em detrimento da memorização de conteúdos.
A formação dos professores de História vem desde o processo de redemocratização em
um processo de discussão e debate sobre o papel imprescindível e ativo deste sujeito no
processo de ensino na Educação Básica. Desse modo, o conceito do professor de História
também como historiador e, portanto, como pesquisador e produtor de conhecimento, tem
sido defendido. A Educação Histórica tem, como fundamento, a defesa dessa concepção de
professor historiador. Ao professor pesquisador, segundo Schmidt (2015, p. 518):
Requeria-se à formação do historiador professor, um sólido conteúdo
científico, um consistente preparo de pesquisador, teórico e prático,
envolvendo o compromisso político de transformá-lo significativamente na
relação com a práxis, não com a prática em si mesma, mas com o mundo
real, concreto e histórico de si mesmo e dos seus alunos.
A relação com os conteúdos curriculares, na perspectiva da Educação Histórica, requer
dos professores pesquisadores a observação dos conhecimentos prévios dos estudantes e uma
utilização constante das fontes históricas, estejam elas presentes nos próprios manuais
didáticos ou pesquisadas e selecionadas nos mais diferentes arquivos, como a web.
A cientificidade da História
De acordo com o historiador alemão Bodo Von Borries (1943), esses conteúdos
curriculares adotados a partir dos anos 2000 podem estar relacionados ao que ele conceitua
como
Burdening History
, e Maria Auxiliadora Schmidt (2015, p. 19) denomina História
Difícil. De acordo com Von Borries (2016), há certos conteúdos de História que envolvem
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sentimentos que são muitos delicados a um grupo de pessoas e, por isso, passam a enfatizar
experiências consideradas muito pesadas quando se retoma o estudo de um determinado
passado; por esse motivo, esses conteúdos são mais difíceis de serem abordados do que temas
que apresentam considerações positivas.
Além dos conteúdos de História considerados difíceis de serem trabalhados devido ao
seu grau de complexidade, que pode acentuar um trauma ou alguma questão mais sensível,
cabe destacar que, no Brasil, alguns episódios do passado também podem ser considerados
difíceis devido ao seu caráter político.
A História difícil é um conceito muito importante para entender os processos de
ensino na pandemia, pois nos dias atuais o mundo virtual “invadiu” a vida de professores e
alunos a partir de diferentes formatos: aulas online, híbridas, EAD, palestras e encontros via
Youtube, aulas transmitidas pela TV, trazendo muitos questionamentos no processo de
desenvolvimento desta disciplina. Sobanski e Gonçalves afirmam que a “aprendizagem
histórica significativa passa pelo entendimento das formas como o passado está sendo
reconstruído e contado por alunos e professores e como esta reconstrução está sendo
estruturada” (SOBANSKI; GONÇALVES, 2021, p. 88).
Desde antes da pandemia, o papel da ciência na escola vem sido atacado e
desvalorizado por ideias e grupos que entendem a escola não pelo viés da ciência, mas da
moralidade e religiosidade. Criado em 2004 pelo procurador do estado de São Paulo Miguel
Nagib, o movimento “Escola sem Partido” afirma que procura garantir uma “educação
apartidária, sem doutrinação e livre de ideologias”. Tanto o movimento como a sua proposta
tem colocado em discussão nos últimos anos a autonomia das escolas e, principalmente, dos
professores, no momento de selecionar e abordar determinados conteúdos escolarizados.
Dessa forma, a demonstração da cientificidade da História se tornou ainda mais
necessária, uma vez que o conhecimento histórico presente nas escolas passou a ser cada vez
mais questionado. E como os desafios nunca acabam, foi justamente nesse contexto que as
escolas brasileiras receberam a notícia, em março de 2020, de que deveriam suspender as
aulas presenciais devido a uma pandemia.
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Novos desafios: os usos e desusos da tecnologia
Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi considerada pela Organização Mundial da
Saúde, a OMS, uma pandemia. No Brasil, em 20 de março de 2020 foi publicado o Decreto
Legislativo n. 06, que reconhecia a ocorrência do estado de calamidade pública no país
(BRASIL, 2020).
Diante dessas características e em consonância com os desafios impostos pela
pandemia de Covid -19 que assolou o planeta, as dificuldades sentidas pelos professores de
modo geral podem ter servido como novo campo de possibilidade, em particular, para
professores de História.
Como mencionado, o ensino de História tem enfrentado novos desafios para o seu
desenvolvimento, tanto metodológicos como de questionamento de seu caráter científico.
Depois de quase um ano e nove meses de pandemia e 615.744 óbitos em decorrência do
SARS-Cov
3
, é necessário refletir e discutir como o Ensino de História foi realizado em
contexto de pandemia.
Nesse período, novos desafios, como o de manter professores e estudantes em contato
entre si e com o conhecimento, demandaram de todos os sujeitos envolvidos no processo
educacional uma relação mais estreita com a tecnologia. E justamente nesse contexto os
professores de História passaram a lidar ainda mais com as informações e fontes digitais
disponíveis na web. Apesar da necessidade por parte de vários professores no sentido de
aprender a lidar com essa tecnologia e desenvolver novas metodologias de ensino, essa
perspectiva no ensino de História promoveu, também, outro confronto num momento
histórico recheado de dúvidas, revisionismo e até mesmo negacionismo.
A realidade pedagógica tem se tornado desafiadora pelo fato de que a negação da
ciência tem sido elencada com “questão de opinião”, e a rapidez de propagação de
informações no mundo virtual dificulta a comprovação de muitas informações disponíveis
online, muitas delas que contradizem a ciência e causam interferências junto aos discursos
negacionistas e revisionistas presentes na vida online.
Os jovens deste mundo tecnológico que permaneceram mais de um ano distantes das
escolas e das salas de aula ampliaram sua relação com as redes sociais e os canais de
Youtube. Numa rápida investigação com jovens do Ensino Médio de uma escola pública da
cidade de Curitiba foi possível constatar que muitos deles acompanham canais de Youtube
destinados à História. No entanto, poucos deles são, de fato, organizados e apresentados por
3
Dado de 06/12/2020, disponibilizado pelo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.
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historiadores. Em que medida, portanto, o conhecimento histórico, cientificamente
comprovado, tem estado ao alcance desses jovens? É pertinente, portanto, pensar em como
muitas ideias de senso comum se propagam e influenciam o pensamento sobre o
conhecimento histórico, gerando desconfianças e conflitos em relação ao conhecimento
escolarizado e a narrativa dos professores.
É possível afirmar que,
A população brasileira é bombardeada por discursos e posicionamentos
políticos alicerçados em informações que negam as evidências científicas e
se ancoram em narrativas revisionistas e negacionistas (DOMICIANO
et al
.,
2021, p. 45).
O discurso de revisionismo e negacionismo que está presente em muitas falas de
figuras públicas e até de pseudoacadêmicos mostra que as ideias e conceitos difundidos não
estão amparados em ciência e sim em distorções. Segundo Le Goff (1990, p. 220), essa
postura é baseada “[...] não na crítica do documento, mas sim na apropriação e na distorção
dos fatos pregressos”. A disseminação de discursos e informações falaciosas já ultrapassou, e
muito, a razoabilidade ao defender estes “dados”,
Além do questionamento de postulados básicos da ciência, como no caso do
terraplanismo, presencia-se a negação de amplos consensos, tais como o
aquecimento global, as consequências danosas do desmatamento e a eficácia
das vacinas. Entre os efeitos desse movimento, que não ocorre ao acaso, mas
que é cuidadosamente orquestrado, é possível identificar a polarização
política e o mascaramento das desigualdades sociais alimentadas por um
saudosismo que teima em evocar um passado no qual, supostamente, reinava
a ordem, a moralidade e a governança livre de corrupção. Um passado que
parecia ter sido superado, mas não foi, uma vez que seus defensores
voltaram a clamar por intervenção militar, pela revisão da história e pela
negação das atrocidades cometidas contra a democracia e a vida entre 1964 e
1985 (DOMICIANO
et al
., 2021, p. 46-47).
Como observam Gandra e Jesus (2020, p. 5), “[...] os negacionistas utilizam estratégias
diversas, dentre elas, apropriação de documentos e de memórias particulares, que são
interpretados de forma deturpada para dar credibilidade às suas teses”. Isso, em conjunto com
a disseminação de informações muitas vezes não comprovadas, mas espalhadas à exaustão,
via aplicativos telefônicos, trouxe para os professores de História embates no seu dia a dia,
devido a críticas aos conteúdos curriculares de história que ele trabalhou durante a pandemia.
Além disso, a realidade mostrou que muitos alunos possuem muita dificuldade tanto de
acesso, quanto de acompanhamento da vida escolar online. Neste sentido,
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[...] a escola é um território no qual as desigualdades sociais são reveladas. A
pandemia acelerou o uso das tecnologias na educação, mas também muitos
estudantes ficaram à margem do processo por não terem acesso aos recursos
tecnológicos, à Internet de qualidade ou mesmo à informação suficiente para
utilizarem os dispositivos na realização das atividades escolares
(DOMICIANO
et al
., 2021, p. 48).
Se a proposta da Educação Histórica enquanto campo teórico se baseia na utilização
das fontes históricas, a internet, ferramenta de comunicação que se tornou fundamental
durante a pandemia, se apresentou como importante local também de concentração, busca e
pesquisa de abundante material para o trabalho com o ensino de História.
Nesse sentido, cabe lembrar que houve uma ampliação do conceito de fonte histórica,
possível, em grande parte, ao desenvolvimento tecnológico. No livro “Era dos Extremos: o
breve século XX”, Hobsbawm (1995) menciona como ocorreu uma produção tecnológica
nunca vista em outras épocas e como, nas últimas décadas, a chegada dos computadores
domésticos e o acesso à internet possibilitaram uma nova concepção de fontes históricas,
agora entendidas como fontes digitais. Alocadas na web, essas fontes históricas compreendem
o chamado ciberespaço e fazem parte da cibercultura, estando diretamente relacionadas com a
ideia de História do Presente.
De acordo com Caramez (2014, p. 19),
[...] a web pode ser considerada como espaço em que se podem encontrar
fontes históricas, de todas as partes do mundo e de diferentes tempos
históricos [e] permitiu que pessoas de todas as partes do mundo passassem
de espectadores a narradores, experimentando através das novas linguagens
de hipertextos e hipermídias, narrar historicamente fontes primárias e
secundárias.
Durante a pandemia, os professores de História usaram muitas fontes históricas online,
como visitas virtuais a museus, entrevistas, reportagens e palestras para ensinar, e foi via
internet, na maioria das vezes, que o encontro escolar se deu durante mais de um ano.
Caramez afirma também que (2014, p. 51):
Entende-se, assim, que a internet constitui-se enquanto um ciberespaço
capaz de hospedar infinitos arquivos oficiais e não-oficiais, repletos de
documentos históricos, permitindo-se que se trabalhe a História de forma
mais investigativa em sala de aula. Isso porque se pode visitar o passado
com mais facilidade e rapidez a fim de buscar respostas às carências de
orientação temporal e da vida prática dos alunos, relacionando o passado e o
presente de forma significativa.
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Esta busca de respostas às carências de orientação temporal dos alunos é um processo
muito importante durante a pandemia, e o papel do professor enquanto pesquisador é de suma
importância para o ensino e para a construção da consciência histórica dos alunos. E, desse
modo, a consciência histórica pode ser considerada como “a realidade a partir da qual se pode
entender o que a História é, como ciência, e porque ela é necessária” (RÜSEN, 2001, p. 56-
57).
Considerações finais
A discussão acadêmica sobre os efeitos da pandemia já está ocorrendo, e muitos
estudos estão sendo desenvolvidos observando como a pandemia alterou o processo de ensino
e aprendizagem. E com o ensino de História não foi diferente. Os professores de história,
como todos os profissionais da educação, tiveram que se atualizar e entrar de modo profundo
na vida virtual, para aprender a mexer com a tecnologia, com programas, posturas e também
adquiriram muitos insumos e materiais para desenvolver o trabalho em home-office. O ensino
no ano de 2020 foi realizado totalmente online, o que fez com que as escolas construíssem
diversos modos de contato e de aula.
No estado do Paraná, por exemplo, em 2020 foram organizadas variadas tentativas de
organizar e manter os processos de ensino: desde a entrega de material didático impresso nas
escolas para estudantes sem acesso à internet, aulas online, aulas via programas gravados e
transmitidos pela internet e pela televisão. É importante constatar que, apesar dessas
tentativas, se manteve a ideia de transportar a escola e todas as relações que fazem parte da
cultura escolar para o mundo virtual. Diante da transmissão das aulas gravadas muitos
estudantes afirmaram sentir a falta dos professores e das explicações mais individualizadas.
Sobre as aulas online, a impessoalidade e a falta de “controle” sobre os estudantes presentes
deixaram os professores desestimulados e com muita dificuldade de conhecer estudantes, seu
processo de aprendizagem e dificuldades. Conclui-se, portanto, que o conhecimento
escolarizado e a forma como a escola está instituída exige a presença física de todos os
sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem e, embora a tecnologia seja reconhecida
como ferramenta de extrema importância, ela não consegue suprir as demandas e
necessidades do mundo em escolarização.
Nesse caso, portanto, percebe-se que a inovação foi seguida de muita dificuldade. De
modo geral os professores são unânimes em afirmar que nada substitui o espaço escolar e as
relações que lá acontecem.
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De acordo com as dificuldades apresentadas nos últimos anos com relação à
legitimidade do conhecimento dos professores, esse período de interação virtual também
provocou outra importante mudança na relação entre professores e estudantes: a participação
indireta de familiares nas aulas. Como os estudantes assistiam as aulas online de suas casas,
muitos familiares estavam próximos, ouvindo e comentando. Em alguns casos, professores
chegaram a relatar a “entrada” de pais durante as aulas, comentando ou até mesmo
questionando os conteúdos abordados. Nesse caso, os professores precisavam, ainda mais,
legitimar seus planos de aula e o conhecimento científico com o qual estavam lidando.
Em 2021, com a chegada e ampliação do processo de vacinação, a realidade que se
impôs aos professores foi o retorno gradual à sala de aula, mesmo com o medo do
desenvolvimento da doença e a vacinação tardia de crianças a partir de 12 anos, que começou
somente em setembro de 2021. As crianças menores de 11 anos ainda não têm data para o
início da vacinação.
Durante o período pandêmico, os professores foram confrontados também com
informações incorretas, imprecisas e que apresentavam opiniões pessoais sem ser embasadas
na ciência. Muitos dos estudantes foram apresentados a esses dados, e mesmo com a
participação e trabalho árduo do professor de História, construíram uma visão do passado que
não se ancora na ciência. Resta saber quais os resultados desta exposição e muitas vezes falta
de análise para a construção do pensamento histórico dos alunos.
A história se refere às condições de um futuro possível, que não se deduz
somente a partir da soma dos eventos isolados. Mas nos eventos que ela
investiga delineiam-se estruturas que estabelecem ao mesmo tempo as
condições e os limites da ação futura. Desse modo, a história demarca os
limites para um futuro possível e distinto, sem que com isso possa renunciar
às condições estruturais associadas a uma possível repetição dos eventos
(KOSELLECK, 2006, p. 145).
Percebe-se, portanto, a necessidade de novas pesquisas para entender como a ausência
física e o contato pessoal diário na escola alterou o processo de aprendizagem na escola.
Também é importante refletir sobre as consequências que o afastamento imposto pela
pandemia causou a alunos e professores, e quais os resultados da hiperexposição dos
estudantes a conteúdos que não são verificados e que durante todos estes meses trouxeram até
embates entre pais e professores durante as aulas online.
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REFERÊNCIAS
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A aprendizagem histórica de professores pelas tecnologias da
informação e comunicação
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(Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Paraná. 2014. Disponível em:
https://lapeduh.files.wordpress.com/2014/10/2014_claudia-senra-caramez.pdf. Acesso em: 25
out. 2021. Disponível em:
DOMICIANO, D.
et al
. O ensino de história diante dos discursos negacionistas e revisionistas
no contexto da pandemia: Desafios e possibilidades.
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, n. 37,
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https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/iberoamericana/article/view/38411. Acesso em:
10 dez. 2021
GERMINARI, G. D.; GONÇALVES, R. C. As políticas educacionais e formação do
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Rita de Cássia GONÇALVES e Adriane de Quadros SOBANSKI
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1037-1048, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16981
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Como referenciar este artigo
GONÇALVES, R. C.; SOBANSKI, A. Q. Educação histórica, pandemia e ensino de história:
Validação do conhecimento histórico em tempos de internet/revisionismo.
Revista Ibero-
Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1037-1048, jun. 2022.
e-ISSN:
1982-5587
. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16981
Submetido em
: 22/12/2021
Revisões requeridas em
: 16/02/2022
Aprovado em
: 09/04/2022
Publicado em
: 30/06/2022
Processamento e edição: Editoria Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, padronização e tradução.
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Educación histórica, pandémicas y enseñanza de historia: Validación del conocimiento histórico en internet/tiempos de revisionismo
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EDUCACIÓN HISTÓRICA, PANDÉMICAS Y ENSEÑANZA DE HISTORIA:
VALIDACIÓN DEL CONOCIMIENTO HISTÓRICO EN INTERNET/TIEMPOS DE
REVISIONISMO
EDUCAÇÃO HISTÓRICA, PANDEMIA E ENSINO DE HISTÓRIA: VALIDAÇÃO DO
CONHECIMENTO HISTÓRICO EM TEMPOS DE INTERNET/REVISIONISMO
HISTORICAL EDUCATION, PANDEMICS AND HISTORY TEACHING: VALIDATION
OF HISTORICAL KNOWLEDGE IN INTERNET/REVISIONISM TIMES
Rita de Cássia GONÇALVES
1
Adriane de Quadros SOBANSKI
2
RESUMEN
: En el contexto de la pandemia Covid-19, los desafíos para la enseñanza de la
historia encontraron, en la tecnología, nuevos apoyos, pero también contradicciones. Con una
nueva perspectiva de la enseñanza de la disciplina, anclada en el campo teórico de la
Educación Histórica, el trabajo basado en la epistemología de la Historia pasó a demandar de
los profesores historiadores una práctica en la que la relación con las fuentes históricas es
fundamental. De esta forma, se amplió aún más la idea de fuente histórica, ya que la web
contiene una infinidad de materiales que pueden concebirse como documentos históricos.
Además, el uso de internet como medio de interacción entre diferentes sujetos en el proceso
de escolarización presuponía una relación en la que la tecnología necesitaba ser redefinida por
la posibilidad de apoyo, pero también aporta su influencia como difusora de superficialidad y
escepticismo relativa al conocimiento científico.
PALABRAS CLAVE
: Educación histórica. Enseñanza. Historia. Pandemia. Sensibilidad.
RESUMO
: No contexto da pandemia de Covid-19, os desafios para o ensino de História
encontraram, na tecnologia, novo respaldo, mas também contradições. Com nova perspectiva
do ensino da disciplina, ancorada no campo teórico da Educação Histórica, o trabalho a
partir da epistemologia da História passou a exigir dos professores historiadores uma
prática em que a relação com as fontes históricas é fundamental. Desse modo, a ideia de
fonte histórica foi ainda mais ampliada, já que a web contém uma infinidade de materiais que
podem ser concebidos como documentos históricos. Além disso, a utilização da internet como
meio de interação entre os diferentes sujeitos no processo de escolarização pressupôs uma
relação em que a tecnologia precisou ser ressignificada devido à possibilidade de apoio, mas
também pela sua influência como disseminadora de informações superficiais e céticas com
relação ao conhecimento científico.
PALAVRAS-CHAVE
: Educação histórica. Ensino. História. Pandemia. Sensibilidade.
1
Universidad Tuiuti de Paraná (UTP), Curitiba
–
PR
–
Brasil. Profesora Adjunta. Doctorado en Educación
(UFPR). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0588-6803. E-mail: professoraritadecassia@gmail.com
2
Secretaria de Estado de Educación de Paraná (SEEDPR), Curitiba
–
PR
–
Brasil. Profesora. Doctorado en
Educación (UFPR). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6017-1264. E-mail: drisobanski@gmail.com
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Rita de Cássia GONÇALVES y Adriane de Quadros SOBANSKI
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1037-1048, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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ABSTRACT
: In the context of the Covid-19 pandemic, the challenges for the teaching of
history found, in technology, new support, but also contradictions. With a new perspective on
the teaching of the discipline, anchored in the theoretical field of Historical Education, the
work based on the epistemology of History started to demand from historian teachers a
practice in which the relationship with historical sources is fundamental. In this way, the idea
of a historical source was further expanded, as the web contains an infinite number of
materials that can be conceived as historical documents. In addition, the use of the internet as
a means of interaction between different subjects in the schooling process presupposed a
relationship in which technology needed to be redefined due to the possibility of support, but
also ask for its influence as a disseminator of superficial and skeptical ideas regarding the
scientific knowledge.
KEYWORDS
: Historical education. Teaching. History. Pandemic. Sensitivity.
Introducción
Las discusiones sobre la enseñanza de la historia han cobrado gran relevancia en las
últimas décadas, especialmente en el período posterior a la dictadura cívico-militar con la
apertura política brasileña. En ese contexto, en el que la historia volvió a la escena como
disciplina autónoma, fue necesario repensar su papel, así como el de los profesores de
historia. Por esta razón comenzaron a organizarse varios eventos por parte de historiadores y
docentes de la zona, como el Encuentro Nacional de Investigadores de la Enseñanza de la
Historia (ENPEH), que se realiza desde 1993. Las discusiones sobre la enseñanza de la
historia y el papel de los maestros promovieron debates y publicaciones, renovando la visión
sobre la enseñanza y el aprendizaje de esta disciplina. Entre las nuevas propuestas curriculares
cabe destacar que:
El gran hito de estas reformulaciones se concentró en la perspectiva de
reemplazar a los maestros y estudiantes como sujetos de la historia y la
producción de conocimiento, frente a la forma tradicional de enseñanza
trabajada en la mayoría de las escuelas brasileñas, que se centró en la figura
del maestro como transmisor y la del estudiante como receptor pasivo del
conocimiento histórico. Se libró un choque contra la enseñanza fáctica del
conocimiento histórico, anacrónico, positivista y temporalmente estanco
(SCHMIDT; CAINELLI, 2004, p. 12).
Se puede afirmar que en la disciplina de la Historia surgieron perspectivas relevantes
para el debate, en la medida en que propusieron la superación de visiones dicotómicas sobre
la formación y acción de los docentes en la educación básica.
Germinari y Gonçalves (2017, p. 63) destacan que
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[...] en las últimas décadas, una línea de investigación llamada Educación
Histórica, también conocida como investigación en cognición histórica
localizada, se desarrolló con cierta intensidad en países como Inglaterra,
Estados Unidos, Canadá, Portugal y Brasil. La Educación Histórica, como
línea de investigación, asume la necesidad de comprender las ideas históricas
de los estudiantes, como objetivo para orientar las intervenciones didácticas
en el proceso de enseñanza, y la referencia para el análisis de las ideas
históricas de los estudiantes es la epistemología de la propia historia.
La influencia de este nuevo campo teórico llamado Educación Histórica o cognición
histórica se basó en el currículo local y las necesidades de aprendizaje. La Educación
Histórica fue adoptada en Portugal y, desde ese país, los contactos con profesores
historiadores brasileños promovieron debates y propuestas de trabajo con estudiantes y
maestros muy prometedores en Brasil que reducen la distancia entre la academia y el piso de
la escuela. Se crearon Laboratorios de Docencia e Investigación en universidades, como el
Laboratorio de Investigación en Educación Histórica (LAPEDUH), vinculado al Programa de
Posgrado de la Universidad Federal de Paraná (PPGE/UFPR), que viene desarrollando, desde
2003, investigaciones con futuros profesores de historia y los que trabajan en Educación
Básica. Además, muchos docentes de Educación Básica han ingresado a los Programas de
Posgrado de la Universidad Federal de Paraná y han desarrollado importantes investigaciones
en el Campo de la Educación Histórica, tanto en la Maestría como en el doctorado,
investigando las relaciones con el conocimiento y el aprendizaje histórico de docentes y
estudiantes.
Estos estudios tienen como punto de partida los supuestos de la epistemología de la
historia para el desarrollo del aprendizaje. "Para aprender historia, es necesario utilizar los
métodos de investigación de esta ciencia para lograr el desarrollo del pensamiento histórico"
(SANTOS, 2013, p. 35).
Educación histórica: investigación y producción de conocimiento
Con una concepción basada en la existencia de una didáctica propia de la historia, la
idea de aprendizaje histórico se basa en la epistemología de la disciplina, lo que hace que la
Educación Histórica haga hincapié en el uso de fuentes históricas y metodología específica de
la ciencia histórica durante las clases. Esto, por lo tanto, significa pensar en los maestros
como historiadores, investigadores y productores de conocimiento.
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En el campo de la Educación Histórica se cree que los maestros deben ser
conscientes de la historia como una ciencia. Para este campo teórico es
fundamental recalcar que no solo existe una explicación o narrativa sobre
el pasado. Para entenderlo es necesario reconocer que existe la
multiperspectividad, que requiere que la historia sea investigada e
interpretada desde sus propios métodos que ayuden en el análisis e
interpretación de la evidencia del pasado (SOBANSKI, 2021, p. 117-118).
Con una concepción de la enseñanza de la historia centrada en el aprendizaje y el
protagonismo de profesores y estudiantes como productores de conocimiento, el campo
teórico de la Educación Histórica ha promovido importantes experiencias. Al valorar la
ciencia de referencia y la epistemología específica de la historia, especialmente con el uso de
la metodología historiográfica, la Educación Histórica ha promovido la valorización de los
profesores de historia y se centra en una enseñanza que prioriza la formación del pensamiento
histórico en detrimento de la memorización de contenidos.
La formación de profesores de historia proviene del proceso de redemocratización en
un proceso de discusión y debate sobre el papel indispensable y activo de esta asignatura en el
proceso de enseñanza en la Educación Básica. Así, se ha defendido el concepto del profesor
de historia también como historiador y, por tanto, como investigador y productor de
conocimiento. La Educación Histórica se basa en la defensa de esta concepción de un profesor
historiador. Al profesor investigador, según Schmidt (2015, p. 518):
Se requería la formación del profesor historiador, un contenido científico
sólido, una preparación coherente del investigador, teórico y práctico, que
implicara el compromiso político de transformarlo significativamente en la
relación con la praxis, no con la práctica en sí, sino con el mundo real,
concreto e histórico de si mismo y sus estudiantes.
La relación con los contenidos curriculares, desde la perspectiva de la Educación
Histórica, requiere que los investigadores observen los conocimientos previos de los
estudiantes y un uso constante de las fuentes históricas, ya estén presentes en los propios
libros de texto o investigados y seleccionados en los más diferentes archivos, como la web.
La cientificidad de la historia
Según el historiador alemán Bodo Von Borries (1943), estos contenidos curriculares
adoptados a partir de la década de 2000 pueden estar relacionados con lo que él conceptualiza
como
Burdening History
, y María Auxiliadora Schmidt (2015, p. 19) llama a la Historia
Difícil. Según Von Borries (2016), existen ciertos contenidos de la Historia que involucran
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sentimientos que son muy delicados para un grupo de personas y, por lo tanto, comienzan a
enfatizar experiencias consideradas muy pesadas al retomar el estudio de un pasado en
particular; por esta razón, estos contenidos son más difíciles de abordar que los temas que
presentan consideraciones positivas.
Además de los contenidos de la Historia considerados difíciles de trabajar debido a su
grado de complejidad, que puede acentuar un trauma o algún tema más sensible, vale la pena
señalar que, en Brasil, algunos episodios del pasado también pueden considerarse difíciles
debido a su carácter político.
La difícil historia es un concepto muy importante para entender los procesos de
enseñanza en la pandemia, pues en la actualidad el mundo virtual "invadió" la vida de
docentes y estudiantes de diferentes formatos: clases online, híbridos, EAD, conferencias y
encuentros vía Youtube, clases transmitidas por TV, trayendo muchas preguntas en el proceso
de desarrollo de esta disciplina. Sobanski y Gonçalves afirman que "el aprendizaje histórico
significativo implica comprender las formas en que el pasado está siendo reconstruido y
contado por estudiantes y maestros y cómo se está estructurando esta reconstrucción"
(SOBANSKI; GONÇALVES, 2021, p. 88)
Desde antes de la pandemia, el papel de la ciencia en la escuela ha sido atacado y
devaluado por ideas y grupos que entienden la escuela no por el sesgo de la ciencia, sino por
la moral y la religiosidad. Creado en 2004 por el fiscal del Estado de São Paulo Miguel
Nagib, el movimiento "Escuela sin Partido" afirma que busca garantizar una "educación
apartidista, sin adoctrinamiento y libre de ideologías". Tanto el movimiento como su
propuesta han discutido en los últimos años la autonomía de los centros educativos y,
especialmente, de los docentes, a la hora de seleccionar y abordar determinados contenidos
escolarizados.
Así, la demostración de la cientificidad de la historia se hizo aún más necesaria, ya que
el conocimiento histórico presente en las escuelas comenzó a ser cada vez más cuestionado. Y
como los desafíos nunca terminan, fue precisamente en este contexto que las escuelas
brasileñas recibieron la noticia en marzo de 2020 de que deberían suspender las clases
presenciales debido a una pandemia.
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Nuevos retos: los usos y el desuso de la tecnología
El 11 de marzo de 2020, el COVID-19 fue considerado una pandemia por la
Organización Mundial de la Salud por la Organización Mundial de la Salud. En Brasil, el 20
de marzo de 2020, se publicó el Decreto Legislativo No. 06, que reconoció la ocurrencia del
estado de calamidad pública en el país (BRASIL, 2020).
Dadas estas características y en línea con los desafíos planteados por la pandemia de
Covid-19 que azotó el planeta, las dificultades experimentadas por los docentes en general
pueden haber servido como un nuevo campo de posibilidades, en particular para los
profesores de historia.
Como se ha mencionado, la enseñanza de la Historia ha enfrentado nuevos retos para
su desarrollo, tanto metodológicos como cuestionamientos de su carácter científico. Tras casi
un año y nueve meses de pandemia y 615.744 muertes por SARS-Cov
3
, es necesario
reflexionar y discutir cómo se llevó a cabo la enseñanza de la historia en el contexto de una
pandemia.
En este periodo, nuevos retos, como mantener en contacto a profesores y alumnos
entre sí y con el conocimiento, exigían de todas las asignaturas implicadas en el proceso
educativo una relación más estrecha con la tecnología. Y precisamente en este contexto, los
profesores de historia comenzaron a tratar aún más con la información y las fuentes digitales
disponibles en la web. A pesar de la necesidad por parte de varios docentes de aprender a
lidiar con esta tecnología y desarrollar nuevas metodologías de enseñanza, esta perspectiva en
la enseñanza de la Historia también promovió otra confrontación en un momento histórico
lleno de dudas, revisionismo e incluso negacionismo.
La realidad pedagógica se ha vuelto desafiante por el hecho de que la negación de la
ciencia ha sido señalada con "cuestión de opinión", y la velocidad de difusión de la
información en el mundo virtual hace que sea difícil probar la cantidad de información
disponible en línea, muchas de las cuales contradicen la ciencia y causan interferencia con los
discursos negantes y revisionistas presentes en la vida en línea.
Los jóvenes de este mundo tecnológico que llevan más de un año alejados de colegios
y aulas han ampliado su relación con las redes sociales y los canales de Youtube. En una
rápida investigación con jóvenes de secundaria de una escuela pública de la ciudad de
Curitiba, se pudo observar que muchos de ellos siguen los canales de Youtube para la historia.
Sin embargo, pocos de ellos son, de hecho, organizados y presentados por historiadores.
3
Datos del 06/12/2020, puestos a disposición por el Boletín Epidemiológico del Ministerio de Salud.
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¿Hasta qué punto, por lo tanto, ha estado disponible para estos jóvenes un conocimiento
histórico científicamente probado? Es pertinente, por tanto, pensar en cuántas ideas de sentido
común se propagan e influyen en el pensamiento sobre el conocimiento histórico, generando
desconfianza y conflictos en relación con el conocimiento escolarizado y la narrativa de los
docentes.
Se puede afirmar que,
La población brasileña es bombardeada por discursos y posiciones políticas
basadas en información que niega la evidencia científica y está anclada en
narrativas revisionistas y negacionistas (DOMICIANO
et al
., 2021, p. 45).
El discurso del revisionismo y el negacionismo que está presente en muchos discursos
de figuras públicas e incluso pseudo académicos muestra que las ideas y conceptos difundidos
no se basan en la ciencia sino en distorsiones. Según Le Goff (1990, p. 220), esta postura se
basa en "[...] no en la crítica del documento, sino en la apropiación y distorsión de los hechos
anteriores". La difusión de discursos e información falaz ya ha superado, y mucho, la
razonabilidad en la defensa de estos "datos",
Además del cuestionamiento de postulados básicos de la ciencia, como en el
caso del terraplanmismo, está la negación de amplios consensos, como el
calentamiento global, las consecuencias nocivas de la deforestación y la
efectividad de las vacunas. Entre los efectos de este movimiento, que no
ocurre al azar, pero que está cuidadosamente orquestado, es posible
identificar la polarización política y el enmascaramiento de las desigualdades
sociales alimentadas por una nostalgia que nos permite evocar un pasado en
el que, supuestamente, el orden, la moral y el gobierno libre de corrupción.
Un pasado que parecía superado, pero no lo fue, ya que sus defensores
volvieron a llamar a la intervención militar, a la revisión de la historia y a la
negación de las atrocidades cometidas contra la democracia y la vida entre
1964 y 1985 (DOMICIANO
et al
., 2021, p. 46-47).
Como observan Gandra y Jesús (2020, p. 5), "[...] los negacionistas utilizan diversas
estrategias, entre ellas, la apropiación de documentos y memorias privadas, que son
malinterpretadas para dar credibilidad a sus tesis". Esto, en conjunto con la difusión de
información muchas veces no probada pero difundida hasta el agotamiento, a través de
aplicaciones telefónicas, trajo a los profesores de historia enfrentamientos en su día a día
debido a las críticas a los contenidos curriculares de historia que trabajó durante la pandemia.
Además, la realidad mostró que muchos estudiantes tienen muchas dificultades tanto
para acceder como para monitorear la vida escolar en línea. En este sentido,
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Rita de Cássia GONÇALVES y Adriane de Quadros SOBANSKI
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[...] la escuela es un territorio en el que se revelan las desigualdades sociales.
La pandemia ha acelerado el uso de las tecnologías en la educación, pero
muchos estudiantes también se han quedado al margen porque no tienen
acceso a recursos tecnológicos, Internet de calidad o incluso información
suficiente para utilizar los dispositivos para realizar actividades escolares
(DOMICIANO
et al
., 2021, p. 48).
Si la propuesta de la Educación Histórica como campo teórico se basa en el uso de
fuentes históricas, Internet, una herramienta de comunicación que se convirtió en fundamental
durante la pandemia, también se ha presentado como un importante lugar de concentración,
búsqueda e investigación de abundante material para el trabajo con la enseñanza de la
Historia.
En este sentido, vale la pena recordar que hubo una expansión del concepto de fuente
histórica, posible, en gran parte, para el desarrollo tecnológico. En el libro
“
Era de los
extremos: el breve siglo XX
”, Hobsbawm
(1995) menciona cómo la producción tecnológica
se ha producido nunca vista en otros tiempos y cómo, en las últimas décadas, la llegada de los
ordenadores domésticos y el acceso a internet han posibilitado una nueva concepción de las
fuentes históricas, ahora entendidas como fuentes digitales. Ubicadas en la web, estas fuentes
históricas comprenden el llamado ciberespacio y forman parte de la cibercultura, estando
directamente relacionadas con la idea de Historia del Presente.
Según Caramez (2014, p. 19),
[...] a web pode ser considerada como espaço em que se podem encontrar
fontes históricas, de todas as partes do mundo e de diferentes tempos
históricos [e] permitiu que pessoas de todas as partes do mundo passassem
de espectadores a narradores, experimentando através das novas linguagens
de hipertextos e hipermídias, narrar historicamente fontes primárias e
secundárias.
Durante la pandemia, los profesores de historia utilizaron muchas fuentes históricas en
línea, como visitas virtuales a museos, entrevistas, informes y conferencias para enseñar, y fue
a través de Internet, la mayoría de las veces, que la reunión escolar tuvo lugar durante más de
un año.
Caramez también afirma que (2014, p. 51):
Se entiende, por tanto, que internet se constituye como un ciberespacio capaz
de albergar un sinfín de archivos oficiales y no oficiales, repletos de
documentos históricos, permitiendo el trabajo de la historia de una manera
más investigativa en el aula. Esto se debe a que uno puede visitar el pasado
más fácil y rápidamente para buscar respuestas a las necesidades de
orientación temporal y vida práctica de los estudiantes, relacionando el
pasado y el presente de manera significativa.
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Esta búsqueda de respuestas a las necesidades de orientación temporal de los
estudiantes es un proceso muy importante durante la pandemia, y el papel del profesor como
investigador es de suma importancia para enseñar y construir la conciencia histórica de los
estudiantes. Y así, la conciencia histórica puede ser considerada como "la realidad desde la
cual se puede entender lo que es la historia, como ciencia, y por qué es necesaria" (RÜSEN,
2001, p. 56-57).
Consideraciones finales
La discusión académica sobre los efectos de la pandemia ya está teniendo lugar, y se
están desarrollando muchos estudios que analizan cómo la pandemia ha alterado el proceso de
enseñanza y aprendizaje. Y con la enseñanza de la historia no fue diferente. Los profesores de
historia, como todos los profesionales de la educación, tuvieron que actualizarse y entrar en la
vida virtual de una manera profunda, para aprender a jugar con la tecnología, con programas,
posturas y también adquirieron muchos materiales y materiales para desarrollar el trabajo en
el home-office. La enseñanza en 2020 se llevó a cabo completamente en línea, lo que provocó
que las escuelas construyeran varios modos de contacto y clase.
En el estado de Paraná, por ejemplo, en 2020, se organizaron varios intentos de
organizar y mantener los procesos de enseñanza: desde la entrega de material didáctico
impreso en las escuelas a los estudiantes sin acceso a internet, clases en línea, clases a través
de programas grabados y transmitidos por Internet y televisión. Es importante destacar que, a
pesar de estos intentos, se mantuvo la idea de transportar la escuela y todas las relaciones que
forman parte de la cultura escolar al mundo virtual. Dada la transmisión de las clases
grabadas, muchos estudiantes dijeron sentir la falta de maestros y las explicaciones más
individualizadas. Sobre las clases online, la impersonalidad y la falta de "control" sobre los
alumnos presentes dejaron a los profesores desanimados y con gran dificultad para conocer a
los alumnos, su proceso de aprendizaje y dificultades. Se concluye, por lo tanto, que el
conocimiento escolarizado y la forma en que se instituye la escuela requiere la presencia
física de todos los sujetos involucrados en el proceso de aprendizaje y, aunque la tecnología
es reconocida como una herramienta de extrema importancia no puede satisfacer las
demandas y necesidades del mundo en la escolarización.
En este caso, por lo tanto, se percibe que la innovación fue seguida por una gran
dificultad. En general, los maestros son unánimes en afirmar que nada reemplaza el espacio
escolar y las relaciones que tienen lugar allí.
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Rita de Cássia GONÇALVES y Adriane de Quadros SOBANSKI
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De acuerdo con las dificultades presentadas en los últimos años con respecto a la
legitimidad del conocimiento de los maestros, este período de interacción virtual también
provocó otro cambio importante en la relación entre maestros y estudiantes: la participación
indirecta de los miembros de la familia en las clases. A medida que los estudiantes asistían a
clases en línea desde sus hogares, muchos miembros de la familia estaban cerca, escuchando
y comentando. En algunos casos, los profesores incluso denunciaron la "entrada" de los
padres durante las clases, comentando o incluso cuestionando los contenidos abordados. En
este caso, los profesores necesitaban, aún más, legitimar sus planes de lecciones y el
conocimiento científico con el que estaban tratando.
En 2021, con la llegada y ampliación del proceso de vacunación, la realidad que se
impuso a los docentes fue el paulatino regreso a las aulas, aún con el temor al desarrollo de la
enfermedad y la vacunación tardía de los niños a partir de los 12 años, que comenzó recién en
septiembre de 2021. Los niños menores de 11 años aún no tienen una fecha para el inicio de la
vacunación.
Durante el período de pandemia, los maestros también se enfrentaron a información
incorrecta e inexacta que presentaba opiniones personales sin estar basadas en la ciencia.
Muchos de los estudiantes fueron introducidos a estos datos, e incluso con la participación y
el arduo trabajo del profesor de historia, construyeron una visión del pasado que no está
anclada en la ciencia. Queda por ver cuáles son los resultados de esta exposición y muchas
veces falta de análisis para la construcción del pensamiento histórico de los estudiantes.
La historia se refiere a las condiciones de un futuro posible, que no se
deduce solo de la suma de eventos aislados. Pero en los eventos que
investiga, las estructuras que establecen las condiciones y los límites de la
acción futura se describen al mismo tiempo. Así, la historia demarca los
límites para un futuro posible y distinto, sin poder así renunciar a las
condiciones estructurales asociadas a una posible repetición de
acontecimientos (KOSELLECK, 2006, p. 145).
Por lo tanto, se percibe la necesidad de más investigación para comprender cómo la
ausencia física y el contacto personal diario en la escuela alteraron el proceso de aprendizaje
en la escuela. También es importante reflexionar sobre las consecuencias que ha provocado la
retirada impuesta por la pandemia a alumnos y profesores, y cuáles son los resultados de la
sobreexposición de los alumnos a contenidos que no están verificados y que durante todos
estos meses incluso han traído enfrentamientos entre padres y profesores durante las clases
online.
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Educación histórica, pandémicas y enseñanza de historia: Validación del conocimiento histórico en internet/tiempos de revisionismo
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1037-1048, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16981
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Rita de Cássia GONÇALVES y Adriane de Quadros SOBANSKI
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1037-1048, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16981
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Cómo hacer referencia a este artículo
GONÇALVES, R. C.; SOBANSKI, A. Q. Educación histórica, pandémicas y enseñanza de
historia: Validación del conocimiento histórico en internet/tiempos de revisionismo.
Revista
Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1037-1048, jun.
2022. e-ISSN:
1982-5587
. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16981
Enviado en
: 22/12/2021
Revisiones requeridas en
: 16/02/2022
Aprobado en
: 09/04/2022
Publicado en
: 30/06/2022
Procesamiento y edición: Editora Ibero-Americana de Educação.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
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Historical education, pandemics and history teaching: Validation of historical knowledge in internet/revisionism times
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1035-1045, June 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16981
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HISTORICAL EDUCATION, PANDEMICS AND HISTORY TEACHING: VALIDATION
OF HISTORICAL KNOWLEDGE IN INTERNET/REVISIONISM TIMES
EDUCAÇÃO HISTÓRICA, PANDEMIA E ENSINO DE HISTÓRIA: VALIDAÇÃO DO
CONHECIMENTO HISTÓRICO EM TEMPOS DE INTERNET/REVISIONISMO
EDUCACIÓN HISTÓRICA, PANDÉMICAS Y ENSEÑANZA DE HISTORIA:
VALIDACIÓN DEL CONOCIMIENTO HISTÓRICO EN INTERNET/TIEMPOS DE
REVISIONISMO
Rita de Cássia GONÇALVES
1
Adriane de Quadros SOBANSKI
2
ABSTRACT
: In the context of the Covid-19 pandemic, the challenges for the teaching of
history found, in technology, new support, but also contradictions. With a new perspective on
the teaching of the discipline, anchored in the theoretical field of Historical Education, the
work based on the epistemology of History started to demand from historian teachers a
practice in which the relationship with historical sources is fundamental. In this way, the idea
of a historical source was further expanded, as the web contains an infinite number of
materials that can be conceived as historical documents. In addition, the use of the internet as
a means of interaction between different subjects in the schooling process presupposed a
relationship in which technology needed to be redefined due to the possibility of support, but
also ask for its influence as a disseminator of superficial and skeptical ideas regarding the
scientific knowledge.
KEYWORDS
: Historical education. Teaching. History. Pandemic. Sensitivity.
RESUMO
: No contexto da pandemia de Covid-19, os desafios para o ensino de História
encontraram, na tecnologia, novo respaldo, mas também contradições. Com nova perspectiva
do ensino da disciplina, ancorada no campo teórico da Educação Histórica, o trabalho a
partir da epistemologia da História passou a exigir dos professores historiadores uma
prática em que a relação com as fontes históricas é fundamental. Desse modo, a ideia de
fonte histórica foi ainda mais ampliada, já que a web contém uma infinidade de materiais que
podem ser concebidos como documentos históricos. Além disso, a utilização da internet como
meio de interação entre os diferentes sujeitos no processo de escolarização pressupôs uma
relação em que a tecnologia precisou ser ressignificada devido à possibilidade de apoio, mas
também pela sua influência como disseminadora de informações superficiais e céticas com
relação ao conhecimento científico.
PALAVRAS-CHAVE
: Educação histórica. Ensino. História. Pandemia. Sensibilidade.
1
Tuiuti University of Paraná (UTP), Curitiba – PR – Brazil. Adjunct Professor. Doctorate in Education (UFPR).
ORCID:https://orcid.org/0000-0002-0588-6803.E-mail: professoraritadecassia@gmail.com
2
Paraná State Secretary of Education (SEEDPR), Curitiba – PR – Brazil. Professor. Doctorate in Education
(UFPR). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6017-1264. E-mail: drisobanski@gmail.com
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Rita de Cássia GONÇALVES and Adriane de Quadros SOBANSKI
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1035-1045, June 2022. e-ISSN: 1982-5587
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RESUMEN
: En el contexto de la pandemia Covid-19, los desafíos para la enseñanza de la
historia encontraron, en la tecnología, nuevos apoyos, pero también contradicciones. Con
una nueva perspectiva de la enseñanza de la disciplina, anclada en el campo teórico de la
Educación Histórica, el trabajo basado en la epistemología de la Historia pasó a demandar
de los profesores historiadores una práctica en la que la relación con las fuentes históricas es
fundamental. De esta forma, se amplió aún más la idea de fuente histórica, ya que la web
contiene una infinidad de materiales que pueden concebirse como documentos históricos.
Además, el uso de internet como medio de interacción entre diferentes sujetos en el proceso
de escolarización presuponía una relación en la que la tecnología necesitaba ser redefinida
por la posibilidad de apoyo, pero también aporta su influencia como difusora de
superficialidad y escepticismo relativa al conocimiento científico.
PALABRAS CLAVE
: Educación histórica. Enseñanza. Historia. Pandemia. Sensibilidad.
Introduction
The discussions about History teaching have gained great relevance in the last
decades, especially in the period after the civil-military dictatorship with the Brazilian
political opening. In that context, when history returned to the scene as an autonomous
discipline, it was necessary to rethink its role, as well as that of the history teachers. For this
reason, several events started to be organized by historians and teachers of the area, such as
the National Meeting of History Teaching Researchers (ENPEH, in the Portuguese acronym),
which has been held since 1993. The discussions on the teaching of history and the role of the
teachers have promoted debates and publications, renewing the view on the teaching and
learning of this discipline. Among the new curriculum proposals, it is worth mentioning that:
The great mark of these reformulations was concentrated in the perspective
of repositioning teachers and students as subjects of history and of the
production of knowledge, facing the traditional form of teaching worked in
most Brazilian schools, which was centered in the figure of the teacher as a
transmitter and in the figure of the student as a passive receiver of historical
knowledge. A clash was waged against the factual teaching of historical
knowledge, anachronistic, positivist, and temporally static (SCHMIDT;
CAINELLI, 2004, p. 12).
It can be stated that relevant perspectives for the debate emerged in the discipline of
history, insofar as they proposed overcoming dichotomous views about the training and action
of teachers in basic education.
Germinari and Gonçalves (2017, p. 63) point out that
[...] in recent decades, a line of research called History Education, also
known as research into situated historical cognition, developed with a certain
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intensity in countries such as England, the United States, Canada, Portugal
and Brazil. History Education, as a line of research, is based on the
assumption of the need to understand the students' historical ideas, with the
aim of guiding didactic interventions in the teaching process, the reference
for the analysis of the students' historical ideas being the epistemology of
history itself.
The influence of this new theoretical field called History Education or situated
historical cognition was based on local curricular and learning needs. History Education was
adopted in Portugal and, from that country, contacts with Brazilian historian teachers have
promoted debates and propositions of work with students and teachers in Brazil which are
very promising and which diminish the distance between the academy and the school ground.
Teaching and Research Laboratories have been created in universities, such as the Laboratory
of Research in History Education (LAPEDUH), linked to the Post-Graduation Program of the
Federal University of Paraná (PPGE/UFPR), which has been developing, since 2003, research
with future History teachers and with those who work in Basic Education. In addition, many
teachers of Basic Education have entered the Postgraduate Programs of the Federal University
of Paraná and developed important research in the field of History Education, both in the
Master's and Doctoral programs, investigating the relations with historical knowledge and
learning of teachers and students.
These studies have as their starting point the assumptions of the epistemology of
History for the development of learning. "In order to learn History, it is necessary to use the
research methods of that science to achieve the development of historical thinking"(SANTOS,
2013, p. 35).
History education: research and knowledge production
With a conception based on the existence of a didactics proper to history, the idea of
historical learning is based on the epistemology of the discipline, which makes History
Education emphasize the use of historical sources and methodology specific to historical
science during the lessons. This, therefore, means thinking of teachers as historians,
researchers and producers of knowledge.
In the field of History Education it is believed that teachers should be
aware of History as a science. For this theoretical field it is fundamental to
emphasize that there is not only one explanation or narrative about the past.
To understand it, it is necessary to recognize that there is
multiperspectivity, which requires that history be investigated and
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interpreted using its own methods that help in the analysis and
interpretation of the evidence of the past (SOBANSKI, 2021, p. 117-118).
With a conception of the teaching of history aimed at the learning and protagonism of
teachers and students as producers of knowledge, the theoretical field of History Education
has promoted important experiences. By valuing the science of reference and the specific
epistemology of History, above all with the use of historic - graphical methodology, History
Education has promoted the valorization of History teachers and turned to a teaching that
prioritizes the formation of historical thought in detriment of the memorization of contents.
Since the process of re-democratization, the training of History teachers has been a
process of discussion and debate on the indispensable and active role of this subject in the
process of teaching in Basic Education. Thus, the concept of the History teacher also as a
historian and, therefore, as a researcher and producer of knowledge, has been defended.
History Education is based on the defense of this conception of the history teacher. The
researcher teacher, according to Schmidt (2015, p. 518):
The training of the historian-teacher required a solid scientific content, a
consistent preparation as a researcher, theoretical and practical, involving a
political commitment to transform him significantly in relation to the praxis,
not with the practice itself, but with the real, concrete and historical world of
himself and his students.
The relationship with the curricular contents, from the perspective of History Education,
requires from teacher researchers the observation of students' previous knowledge and a
constant use of historical sources, whether they are present in the textbooks themselves or
researched and selected in the most different archives, such as the web.
The scientificity of history
According to the German historian Bodo Von Borries (1943), these curricular contents
adopted as of the 2000s may be related to what he conceptualizes as Burdening History, and
Maria Auxiliadora Schmidt (2015, p. 19) calls Difficult History. According to Von Borries
(2016), there are certain contents of History that involve feelings that are very delicate to a
group of people and, therefore, come to emphasize experiences that are considered very heavy
when resuming the study of a certain past; for this reason, these contents are more difficult to
be addressed than topics that present positive considerations.
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Besides the contents of History considered difficult to be worked on due to their
degree of complexity, which may accentuate a trauma or some more sensitive issue, it is
worth mentioning that, in Brazil, some episodes from the past may also be considered difficult
due to their political character.
Difficult history is a very important concept to understand the teaching processes in
pandemic, because nowadays the virtual world has "invaded" the lives of teachers and
students through different formats: online classes, hybrid classes, distance learning, lectures
and meetings via Youtube, classes broadcasted on TV, bringing many questions to the
development process of this subject. Sobanski and Gonçalves state that "meaningful historical
learning involves understanding the ways in which the past is being reconstructed and told by
students and teachers, and how this reconstruction is being structured"(SOBANSKI;
GONÇALVES, 2021, p. 88).
Since before the pandemic, the role of science in school has been attacked and
devalued by ideas and groups that understand school not from the bias of science, but from
morality and religiosity. Created in 2004 by São Paulo state prosecutor Miguel Nagib, the
"School without Party" movement claims that it seeks to guarantee a "non-partisan education,
without indoctrination and free of ideologies". Both the movement and its proposal have put
under discussion in recent years the autonomy of schools and, especially, of teachers when it
comes to selecting and discussing certain school contents.
Thus, the demonstration of the scientificity of history has become even more
necessary, since the historical knowledge present in schools has become increasingly
questioned. And since challenges never end, it was precisely in this context that Brazilian
schools received the news, in March 2020, that they would have to suspend classroom lessons
due to a pandemic.
New challenges: the uses and misuses of technology
On March 11, 2020, COVID-19 was considered a pandemic by the World Health
Organization, WHO. In Brazil, on March 20, 2020, the Legislative Decree n. 06 was
published, which recognized the occurrence of the state of public calamity in the country
(BRAZIL, 2020).
Given these characteristics and in line with the challenges imposed by the Covid -19
pandemic that ravaged the planet, the difficulties felt by teachers in general may have served
as a new field of possibility, in particular, for history teachers.
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Rita de Cássia GONÇALVES and Adriane de Quadros SOBANSKI
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1035-1045, June 2022. e-ISSN: 1982-5587
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As mentioned, history teaching has faced new challenges for its development, both
methodological and in questioning its scientific character. After almost one year and nine
months of pandemic and 615,744 deaths as a result of SARS-Cov, it is necessary to reflect
and discuss how History Teaching was carried out in the pandemic context.
In this period, new challenges, such as keeping teachers and students in contact with
each other and with knowledge, demanded from all subjects involved in the educational
process a closer relationship with technology. And it is precisely in this context that history
teachers started to deal even more with the information and digital sources available on the
web. Despite the need on the part of many teachers to learn to deal with this technology and
develop new teaching methodologies, this perspective in history teaching also promoted
another confrontation in a historical moment full of doubts, revisionism, and even denialism.
The pedagogical reality has become challenging due to the fact that the denial of
science has been listed as a "matter of opinion", and the speed of information propagation in
the virtual world makes it difficult to verify much information available online, many of
which contradict science and cause interference with the denialist and revisionist discourses
present in online life.
Young people in this technological world who have stayed more than a year away
from schools and classrooms have expanded their relationship with social networks and
YouTube channels. In a quick investigation with high school students from a public school in
the city of Curitiba it was possible to see that many of them follow Youtube channels
dedicated to History. However, few of them are, in fact, organized and presented by
historians. To what extent, therefore, has scientifically proven historical knowledge been
within the reach of these young people? It is pertinent, therefore, to think about how many
common sense ideas propagate and influence thinking about historical knowledge, generating
distrust and conflict in relation to school knowledge and teachers' narratives.
It is possible to state that,
The Brazilian population is bombarded by discourses and political positions
based on information that denies the scientific evidence and is anchored in
revisionist and negationist narratives (DOMICIANO
et al
., 2021, p. 45).
The revisionism and negationism discourse that is present in many speeches of public
figures and even pseudo-academics shows that the ideas and concepts spread are not
supported by science but by distortions. According to Le Goff (1990, p. 220), this posture is
based "[...] not on the criticism of the document, but on the appropriation and distortion of
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previous facts. The dissemination of fallacious speeches and information has gone far beyond
reasonableness in defending these "data",
Besides the questioning of basic scientific postulates, as in the case of flat
Earth theories, we witness the denial of broad consensus, such as global
warming, the harmful consequences of deforestation, and the effectiveness
of vaccines. Among the effects of this movement, which does not occur by
chance, but is carefully orchestrated, it is possible to identify political
polarization and the masking of social inequalities fed by a nostalgia that
insists on evoking a past in which order, morality, and corruption-free
governance supposedly reigned. A past that seemed to have been overcome,
but was not, since its defenders once again clamored for military
intervention, for the revision of history, and for the denial of the atrocities
committed against democracy and life between 1964 and 1985
(DOMICIANO
et al
., 2021, p. 46-47).
As Gandra and Jesus (2020, p. 5) observe, "[...] the denialists use several strategies,
among them, appropriation of documents and private memories, which are interpreted in a
distorted way to give credibility to their theses". This, together with the dissemination of often
unproven information, but spread to exhaustion, via phone apps, brought to history teachers
clashes in their daily lives, due to criticism of the history curriculum content he worked
during the pandemic.
Moreover, the reality showed that many students have great difficulty in both accessing
and keeping up with their school life online. In this sense,
[...] school is a territory in which social inequalities are revealed. The
pandemic has accelerated the use of technologies in education, but also
many students have been left at the margins of the process for not having
access to technological resources, quality Internet or even enough
information to use the devices in school activities (DOMICIANO
et al
.,
2021, p. 48).
If the proposal of History Education as a theoretical field is based on the use of
historical sources, the internet, a communication tool which became fundamental during the
pandemic, presented itself as an important place of concentration, search and research of
abundant material for the work with the teaching of History.
In this sense, it is worth remembering that there has been an expansion of the concept
of historical source, made possible, in large part, by technological development. In the book
"Age of Extremes: the brief twentieth century", Hobsbawm (1995) mentions how a
technological production never seen in other times occurred and how, in the last decades, the
arrival of home computers and access to the internet have enabled a new conception of
historical sources, now understood as digital sources. Allocated in the web, these historical
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Rita de Cássia GONÇALVES and Adriane de Quadros SOBANSKI
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sources comprise the so-called cyberspace and are part of cyberculture, being directly related
to the idea of History of the Present.
According to Caramez (2014, p. 19),
[...] the web can be considered as a space in which historical sources can be
found, from all parts of the world and from different historical times [and]
has allowed people from all parts of the world to move from spectators to
narrators, experimenting through the new languages of hypertexts and
hypermedia, to historically narrate primary and secondary sources.
During the pandemic, history teachers used many online historical sources, such as
virtual museum visits, interviews, news reports, and lectures to teach, and it was via the
Internet most of the time that the school encounter took place for more than a year.
Caramez also states that (2014, p. 51):
Thus, it is understood that the internet is a cyberspace capable of hosting
infinite official and unofficial archives, full of historical documents,
allowing History to be worked in a more investigative way in the classroom.
This is because one can visit the past more easily and quickly in order to
seek answers to the students' lack of temporal orientation and practical life,
relating the past and the present in a meaningful way.
This search for answers to the students' lack of temporal orientation is a very important
process during the pandemic, and the teacher's role as researcher is of utmost importance for
teaching and for the construction of the students' historical consciousness. And in this way,
historical consciousness can be considered as "the reality from which one can understand
what history is, as a science, and why it is necessary" (RÜSEN, 2001, p. 56-57).
Final remarks
The academic discussion about the effects of the pandemic is already taking place, and
many studies are being developed observing how the pandemic altered the teaching and
learning process. And with history teaching it was no different. History teachers, like all
education professionals, had to update and enter deeply into virtual life, to learn how to deal
with technology, with programs, postures, and also acquired many supplies and materials to
develop the work in home-office. Teaching in the year 2020 was conducted entirely online,
which caused schools to build different modes of contact and classrooms.
In the state of Paraná, for example, in 2020 various attempts were made to organize
and maintain the teaching processes: from the delivery of printed teaching materials to
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Historical education, pandemics and history teaching: Validation of historical knowledge in internet/revisionism times
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1035-1045, June 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16981
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schools for students without Internet access, online classes, classes via recorded and broadcast
programs on the Internet and television. It is important to note that, despite these attempts, the
idea of transporting the school and all the relationships that are part of the school culture into
the virtual world has been maintained. When it came to the transmission of recorded classes,
many students said they missed the teachers and the more individualized explanations. About
the online classes, the impersonality and the lack of "control" over the students present left the
teachers discouraged and with a lot of difficulty to get to know the students, their learning
process and difficulties. It is concluded, therefore, that the schooling knowledge and the way
the school is instituted requires the physical presence of all subjects involved in the learning
process and, although technology is recognized as a tool of extreme importance, it cannot
meet the demands and needs of the world in schooling.
In this case, therefore, it can be seen that innovation was followed by a lot of
difficulty. In general, teachers are unanimous in stating that nothing replaces the school space
and the relationships that take place there.
In line with the difficulties presented in recent years regarding the legitimacy of the
teachers' knowledge, this period of virtual interaction also brought about another important
change in the relationship between teachers and students: the indirect participation of family
members in the classes. As students watched the classes online from their homes, many
family members were nearby, listening and commenting. In some cases, teachers have even
reported parents "dropping in" during classes, commenting on or even questioning the
content. In this case, teachers needed even more to legitimize their lesson plans and the
scientific knowledge they were dealing with.
In 2021, with the arrival and expansion of the vaccination process, the reality that was
imposed on teachers was the gradual return to the classroom, even with the fear of the
development of the disease and the delayed vaccination of children from 12 years old,which
began only in September 2021. Children under the age of 11 have no date yet for the start of
vaccination.
During the pandemic period, teachers were also confronted with information that was
incorrect, inaccurate, and presented personal opinions without being based on science. Many
of the students were presented with this data, and even with the participation and hard work of
the history teacher, they constructed a view of the past that was not anchored in science. It
remains to be seen what the results of this exposure and often lack of analysis are for the
construction of students' historical thinking.
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Rita de Cássia GONÇALVES and Adriane de Quadros SOBANSKI
RIAEE
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16981
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History refers to the conditions of a possible future, which cannot be
deduced solely from the sum of isolated events. But in the events it
investigates, structures are delineated that establish both the conditions and
the limits of future action. In this way, history demarcates the limits of a
possible and distinct future, without thereby being able to renounce the
structural conditions associated with a possible repetition of events
(KOSELLECK, 2006, p. 145).
One realizes, therefore, the need for further research to understand how the physical
absence and daily personal contact at school has altered the learning process at school. It is
also important to reflect on the consequences that the removal imposed by the pandemic has
caused for students and teachers, and what the results of the hyper-exposure of students to
content that is not checked and that during all these months has even brought clashes between
parents and teachers during online classes.
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teaching: Validation of historical knowledge in internet/revisionism times.
Revista Ibero-
Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1035-1045, June 2022.
e-ISSN:
1982-5587
. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16981
Submitted
: 22/12/2021
Revisions required
: 16/02/2022
Approved
: 09/04/2022
Published
: 30/06/2022
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.