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Autoestima educando de e para a paz: Uma revisão sistemática
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1321-1338, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16999 1321
AUTOESTIMA EDUCANDO DE E PARA A PAZ: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
AUTOESTIMA EDUCANDO DESDE Y PARA LA PAZ: UNA REVISIÓN
SISTEMÁTICA
SELF-ESTEEM EDUCATING FROM AND FOR PEACE: A SYSTEMATIC REVIEW
Yasna RUBILAR
1
RESUMO
: A autoestima é uma construção fundamental no desenvolvimento do ser humano,
ao longo da vida, sua transcendência tem influência direta na qualidade de vida, produtividade
e saúde mental das pessoas. O objetivo desta pesquisa é divulgar programas de intervenção
utilizados para fortalecer a autoestima dos alunos, com resultados verificáveis que podem ser
replicados em diversas instituições de ensino. Para isso, é realizada uma revisão sistemática em
SciELO, Redalyc, Dialnet. Os resultados mostram que todos os programas de intervenção
implementados segundo critérios de inclusão apresentaram aumento da autoestima dos alunos.
Nesse cenário, todos os esforços devem tender a esse autoconhecimento, que fomenta uma
cultura de paz e não-violência, tão necessária nos dias de hoje.
PALAVRAS-CHAVE
: Autoestima. Habilidades socioemocionais. Programas de intervenção
escolar. Educação para a paz.
RESUMEN
: La autoestima es un constructo clave en el desarrollo del ser humano, a lo largo
de toda la vida, su trascendencia tiene directa influencia sobre la calidad de vida,
productividad y salud mental de las personas. El objetivo de esta investigación es dar a conocer
programas de intervención que se utilizaron para fortalecer la autoestima de los estudiantes,
con resultados verificables y que puedan ser replicados en diversas Instituciones educativas.
Para tal efecto, se realiza una revisión sistemática en SciELO, Redalyc, Dialnet. Los resultados
evidencian que todos los programas de intervención implementados según criterios de
inclusión presentaron un aumento en la autoestima de los estudiantes. En este escenario todos
los esfuerzos deben propender a este autoconocimiento, que propicia una cultura de paz y no
violencia, tan necesaria en estos días.
PALABRAS CLAVE
: Autoestima. Habilidades socioemocionales. Programas de intervención
escolar. Educación para la paz.
1
Universidade La República (ULARE), Temuco – Chile. Coordenadora de Pós-Graduação. Chefe de Carreira em
Educação Diferenciada. Doutorado em Educação (UJA). O
RCID: https://orcid.org/0000-0002-6201-6679. E-mail:
yasna.rubilar@ulare.cl
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Yasna RUBILAR
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1321-1338, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16999 1322
ABSTRACT
: Self-esteem is a fundamental construct in the development of human beings
throughout life, its transcendence has a direct influence on people's quality of life, productivity,
and mental health. The objective of this research is to disseminate intervention programs used
to strengthen students' self-esteem, with verifiable results that can be replicated in various
educational institutions. To do this, a systematic review is conducted in SciELO, Redalyc,
Dialnet. The results show that all intervention programs implemented according to inclusion
criteria showed an increase in students' self-esteem. In this scenario, all efforts should tend
towards this self-knowledge, which fosters a culture of peace and non-violence, so necessary
nowadays.
KEYWORDS
: Self-esteem. Socioemotional skills. School intervention programs. Education for
peace.
Introdução
A nível internacional, no âmbito da Assembleia Geral das Nações Unidas, e dos 193
países que a compõem, incluindo os 33 países da América Latina e do Caribe, aprovaram na
Resolução A/RES/70/1, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que inclui 17
objetivos para o período 2015-2030 (ONU, 2015). Esta agenda inclui questões transcendentais
para a América Latina e o Caribe, como a erradicação da pobreza extrema, a desigualdade em
todas as suas expressões, saúde e bem-estar, garantindo uma educação inclusiva, equitativa e
de qualidade, promovendo oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos, neste
contexto destaca-se a importância do desenvolvimento integral do aluno e a importância das
habilidades socioemocionais na educação para o século XXI. É inegável a aproximação dos
diversos atores mundiais ao desenvolvimento integral do ser humano ao longo da vida, essa
visão nos desafia como região na área da educação.
No Chile, a Lei Geral de Educação, de acordo com os objetivos gerais estabelecidos,
menciona que "a educação deve ser orientada não apenas para o campo do conhecimento e da
cultura, mas também para os alunos que alcançam pleno desenvolvimento pessoal e social"
(CHILE, 2005). Nesse pleno desenvolvimento pessoal e social, a autoestima desempenha um
papel transcendental, definido como a avaliação subjetiva e geral que o sujeito faz sobre si
mesmo (KIVIRUUSU
et al.
, 2015). Sob uma perspectiva evolutiva, a autoestima começa desde
os primeiros anos de vida, na relação com os primeiros cuidadores e seu vínculo de apego, a
partir da interação, no tratamento que recebem, nos olhares, gestos e atenção, entre outros, que
comunicam à criança o lugar que ocupa para essas pessoas significativas. A autoestima é
adquirida e desenvolvida no processo evolutivo, não é inata, é fortalecida através de
experiências em diversos contextos (DÍAZ; FONTES; SENRA, 2018). A família é fundamental
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em sua construção no processo inicial, e posteriormente a escola desempenha um papel
elementar na arquitetura de uma autoestima saudável, em ambos os contextos as crianças
aprendem a se relacionar e representar a si mesmas e sua ligação com o mundo, nessa relação
com a criança é desejável a abordagem a partir do reconhecimento explícito de suas
características pessoais, onde ele se sente aceito, competente e valorizado por quem ele é, sem
comparações, de sua realidade pessoal e única, que, sem dúvida, o diferencia dos outros, e lhe
dá a singularidade que toda criança possui, quando possível esse contexto fortalece uma
autoestima saudável, isso lhe permite responder de forma ativa e positiva aos desafios e
oportunidades que são oferecidos no contexto familiar e escolar, e nas diferentes áreas de seu
desenvolvimento atual e futuro (SELIGMAN
et al
., 1995). No outro extremo, quando as
crianças não se sentem valorizadas e são criticadas ou ridicularizadas, elas elaboram menos
metas e a força de vontade para executá-las é quase nula (LÓPEZ; MILICIC, 2009). Nesse
cenário, a comunidade escolar, professores e colegas de classe, assumem relevância
significativa, em relação às horas que os alunos passam nas escolas, constituindo-o no primeiro
espaço público de aprendizagem no acadêmico, social e emocional, onde a autoestima será
fundamental para alcançar uma convivência harmoniosa e pacífica, onde cada um é reconhecido
com um valor próprio e a partir desse ponto pode estabelecer relações interpessoais baseadas
no respeito e aceitação do outro, com as particularidades únicas de cada ser humano.
Se a autoestima é uma construção relevante no desenvolvimento de crianças e
adolescentes [DCA], e seu escopo implica de acordo com Milicic (1991) a área intelectual,
desenvolvendo confiança em suas habilidades de aprender e pensar, na área Física, aceitando e
sendo satisfeita com sua aparência, na área emocional, validando seus próprios sentimentos, e,
finalmente, na área social, por se sentir valorizado pelos outros e na construção de relações
interpessoais.
Milicic (2001) conclui que a autoestima é um dos comportamentos psicológicos com
alto grau de incidência na qualidade de vida das crianças e adolescentes, em seu momento atual
e em seu desenvolvimento futuro, afetando seu desempenho acadêmico e saúde mental. Por sua
vez, Hernández e Acosta (2004) acrescenta que o aumento da autoestima das crianças e
adolencentes melhora seus níveis de aprendizagem, o que tem impacto em maiores conquistas
em suas vidas pessoais e profissionais.
Expôs os fundamentos teóricos e filosóficos, na compreensão de que uma autoestima
s
audável permite que as crianças e adolescentes aprendam a amar a si mesmas, aceitarem-se e
a serem felizes com aqueles que são independentes de suas características físicas, psicológicas,
culturais ou geográficas, nessa perspectiva de aceitação pessoal, é a única, que permite fazer os
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outros felizes, já que é impossível dar o que você não tem, Eu posso dar aceitação, se eu me
aceitar, eu posso dar compaixão, se eu tenho sido compassivo comigo e eu perdoei meus erros,
sem dúvida, esta é uma das maneiras de erradicar de nossas comunidades educacionais,
violência, ódio e bullying em todas as suas expressões e tendem a uma cultura de paz.
Em todo o mundo, inúmeros programas de intervenção têm sido desenvolvidos,
seguindo modelos de diversos autores e instituições, a fim de formar crianças e adolescentes
integrais, que conseguem entrelaçar habilidades cognitivas, sociais e emocionais, com o
objetivo de favorecer o bem-estar e o desenvolvimento emocional das crianças e adolescentes,
nesta área, Morente (2017) indica que há uma correlação entre autoestima, as competências
emocionais, o clima de sala de aula, o nível de bem-estar e o desempenho acadêmico dos alunos,
por sua vez, Pérez
et al
. (2017) aponta que a autoestima tem afinidade teórica com competências
emocionais, que beneficiam as áreas de autoavaliação e moldam o bem-estar das crianças e
adolescentes. Nessa perspectiva, o objetivo desta pesquisa é pertinente e necessário, identificar
programas de intervenção eficazes no desenvolvimento da autoestima, e replicar ou adaptar-se
aos diferentes contextos sociais e culturais da região. Esses programas permitirão que as
comunidades educacionais se desenvolvam em alunos a partir de uma abordagem
prática/experiencial novas habilidades socioemocionais, "da" (auto) autoestima "a" (outras) a
promoção de uma cultura de paz, onde o diálogo permeia nossas diferenças.
Método
A pesquisa responde a uma abordagem qualitativa, a partir de uma revisão sistemática,
o processo de revisão dos artigos foi realizado no final de 2020 e 2021, os mecanismos de busca
utilizados foram SciELO, REDALYC, DIALNET, com as palavras-chave "autoestima"
"programas de intervenção" "educação emocional" "aprendizagem socioemocional", utilizando
os operadores boleadores “an
d” y “or”. Foram definidos 237 resultados na pesquisa preliminar,
antes de prosseguirem para a seleção dos artigos, foram definidos os critérios de inclusão
considerados para a seleção, que foram: 1) artigos com programas de intervenção em autoestima
2) artigos que tinham como amostra alunos no ensino fundamental ou médio 3) artigos contendo
programas realizados no Chile. 4) artigos com metodologia quase experimental ou pré-
experimental. Uma vez aplicados os critérios de inclusão, o corpo base do estudo foi constituído
com 6 artigos, o processo realizado é especificado na Figura 1.
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Figura 1 –
Fluxograma do processo seletivo de itens
2
Fonte: Elaborado pela autora
A produção de artigos científicos no Chile, referentes à construção da autoestima, nos
pe
ríodos entre 2001 e 2021, tem se desenvolvido continuamente, mas com baixa
representatividade, atingindo sua maior produtividade em 2016, com 21 artigos e 2018 e 2015
com 20 artigos por ano. Os demais períodos oscilaram entre baixa e aumento das publicações
científicas. Os artigos selecionados para esta revisão atendem a cada um dos critérios de
inclusão, portanto, apenas os artigos correspondentes aos anos de 2001, 2005, 2013, 2014, 2015
e 2021, atendem a esses critérios, conforme apresentado na Figura 2.
2
Artigos identificados em base de dados (n=237); Estudos eliminados de outras categorias (n=125); Estudos
selecionados (n=112); Eliminados por critérios de inclusão (n=62); Duplicados eliminado (n=10); Registro
selecionados para avaliar a sua legitimidade (n=40); Excluídos após leitura completa (n=34); Estudos selecionados
para a revisão sistêmica (n=6); Estudos quase experimentais(n=4); Estudos pré-experimentais (n= 2).
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Figura
2
– Artigos totais de autoestima publicados no Chile e artigos selecionados para
estudo
3
Fonte: Elaborado pela autora – bases SciELO, Redalyc e Dialnet
Sistematização dos resultados
Para uma melhor compreensão do banco de dados do estudo, foi realizado um processo
de codificação, com a seguinte matriz:1) Autor/s 2) Ano de publicação 3) Cidade 4) País 5)
Estágio educacional 6) Nome do programa de intervenção utilizado para aumentar a autoestima
7) Duração/extensão do programa de intervenção para fortalecer a autoestima 8) Tipo de estudo
(Quase-experimental – Pré-experimental) 9) Amostra (Grupo de Controle [GC*]) – (Grupo
Experimental [GE*]) Instrumento usado para medir a autoestima 11) Resultados. A
sistematização dos resultados é apresentada na Tabela 1
3
Número de artigos publicados e selecionados; Laranja: Artigos Selecionados / Azul: Total de artigos publicados.
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Tabela 1 –
Codificação de estudos selecionados
Autores
Ano
Cidade, País
Estágio de
Educação
Nome do Programa e
duração (extensão)
Tipo de estudo
Amostra (GC* -
GE*)
instrumento
Resultados
Ahumada
,
Escorza
(2021)
La Serena, Chile
Educação
Básica
Programa
Instrucional Básico
Educação para a
Liberação Emocional
(PIELE) (3 meses)
com seguimento
Quase
experimental 56
(30 - 26).
Teste de
Autoestima do
Aluno (TAE)
O
s resultados
mostram
uma melhoria significativa
em medidas de autoestima
e desenvolvimento
socioemocional os alunos
participantes em
comparação com o grupo
controle.
Marchant, Milicie,
Álamos (2015)
Santiago, Chile
Educação
Básica
Programa de
Capacitação de
Diretores e
Professores (2 anos)
Pré
–
experimental
1883
Teste de
autoestima do
Aluno (TAE)
O
s resultados
mostram
na
análise pré-pós diferenças
significativas em cada
grupo, os alunos com
muito baixa autoestima e
os com baixa autoestima
melhoraram de forma
significativa no total geral
e em todos os níveis.
Berger, Milicic,
Alcalayy Torretti
(2014)
Santiago, Chile.
Educação
Básica
Programa Bem
-
estar
e Aprendizagem
Socioemocional
(BASE)
(7 meses)
Quase
experimental 67
(234 - 437).
Teste de
Autoestima do
Aluno (TAE)
Os resultados relatados
em
artigo mostram que na
análise de variação de
medidas repetidas mostrou
um impacto do programa
BASE na autoestima dos
estudantes
Marchant, Milicie,
Álamos (2013)
Santiago, Chile
Educação
Básica
Programa de
Desenvolvimento
socioemocional (18
meses)
Pré
–
experimental
103
Teste de
autoestima do
Aluno (TAE
)
Os resultados
evidenciam
que o programa melhorou
a autoestima dos alunos,
professores e o
desempenho acadêmico.
Ramirez, Duarte,
Muñoz (2005)
Antofagasta, Chile
Educação
Básica
Programa de Reforço
de Intervalo Variável
(5 meses)
Quase
experimental 90
(45 – 45)
Teste de Aysén
Os resultados sinalizam
que o grupo experimental
modifica sua autoestima
ao finalizar o tratamento
diminuindo a zero a
porcentagem de alunos
com autoestima baixa e
incrementa o grupo de
autoestima de
nível auto
Valdés, G.
(20001)
Valdívia, Chile
Educação
Básica
Programa Projetado
para alunos, pais e
professores (1 ano)
Pré
–
experimental
37
Inventário de
autoestima de
Coopersmith
Os resultados revelam que
as alunas incrementaram
seus níveis de autoestima
nas quatro áreas do teste
de estudo.
Fonte: Elaborado pela autora
Nos artigos selecionados, foram utilizados diversos instrumentos para avaliar a
construção da autoestima, dos 6 artigos selecionados, em 4 deles é utilizado o Teste de
Autoestima Escolar [TAE], para avaliar a autoestima das crianças e adolescentes, em que os
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alunos respondem a 22 perguntas de triagem, que fornece informações sobre um padrão
estabelecido (pontuação T) por curso e por idade, entregando três categorias de autoestima:
1)
Autoestima normal, é considerada quando a pontuação
T ≥40
pontos, na média, sobre isso ou
mesmo um desvio padrão abaixo da média 2) Baixa autoestima, é entendido, quando a
pontuação T está entre 30 e 39 pontos, 1 desvio padrão abaixo da média 3) Muito baixo
autoestima, a pontuação é
T≤29
Pontos, 2 ou mais desvio padrão abaixo da média. Por sua vez,
o TAE, se divide em 6 subtestes: Comportamento, Status Intelectual, Aparência Física e
Atributos, Ansiedade, Popularidade, Felicidade e Satisfação. (AHUMADA; ESCORZA, 2021;
BERGER
et al.,
2014; MARCHANT; MILICIC; ÁLAMOS, 2013; MARCHANT; MILICIC;
ÁLAMOS, 2015). Por sua vez, Ramírez, Duarte e Muñoz (2005), mede a autoestima com o
Teste de Aysén, este instrumento consiste em 30 perguntas que requerem uma resposta por
escrito em uma escala de três opções, com cálculo reverso para oito de seus itens. A autoestima
é medida em 3 categorias: 1) Domínio da interação 2) Autoconfiança 3) Autovalorização de
sua posição. Os resultados gerais das categorias permitem classificar a autoestima em 3 níveis:
Alta, entre 71 e 90 pontos; média, entre 51 e 70; e Baixa, entre 30 e 50 pontos. Valdés (2001),
usado para medir a autoestima dos alunos, o Inventário da Autoestima de Coopersmith,
instrumento de autorrelato de 58 reagentes, referindo-se à percepção do aluno em 4 áreas: 1)
Autoestima Geral, 2) Autoestima social, 3) Autoestima familiar 4) Autoestima escolar
acadêmica. Cada resposta de acordo com a diretriz de correção tem 2 pontos, adicionando a
pontuação correspondente a cada uma das áreas do inventário, menos M você pode ter um
indicador da apreciação geral de si mesmo.
Tabela 2 –
Instrumentos utilizados para medir a autoestima nos artigos selecionados
Instrumento
Nº de perguntas
Categoria
ou sub
-
teste
Teste de Autoestima
E
scolar
(TAE)
22
Conduta
Status Intelectual
Aparência física e atributos
Ansiedade
Popularidade
Felicidade e Satisfação
Teste de Aysén
30
Domínio na Inteiração
Segurança em si mesmo
Autovalorização de sua posição
Inventário de Autoestima de
Coppersmith
58
Autoestima Geral
Autoestima Social
Autoestima Familiar
Autoestima Escolar Acadêmica
Fonte: Elaborado pela autora
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16999 1329
Discussão
O objetivo deste estudo é conhecer diferentes programas de intervenção realizados no
Chile ao longo dos anos, que permitem fortalecer a autoestima das crianças, um construto que
está em constante modificação, no desenvolvimento do ciclo de vida do ser humano, o que nos
obriga do ponto de vista educacional a estar em conhecimento permanente e atualização das
metodologias com maior efetividade, para o acompanhamento neste trânsito das crianças e
adolescentes.
Vários autores concordam que a autoestima e a aprendizagem emocional são conceitos
que estão ligados entre si e são variáveis de personalidade, incluindo Ahumada e Escorza
(2021), que realizaram uma pesquisa mista, está incluído nesta revisão, uma vez que, na
avaliação do construto em estudo, atendeu aos critérios de inclusão. A metodologia de
intervenção utilizada foi o Programa instrucional de Libertação Emocional PIELE de
Hernández y García (1992), de natureza cognitivo-motivacional, criado e validado na Espanha.
O objetivo deste programa é o desenvolvimento socioafetivo de crianças e jovens, potencializar
o ajuste pessoal e a socialização através do conceito de autoestima positiva, capacidade de
tolerância, superação de problemas, desenvolvimento social por meio da compreensão,
comunicação e colaboração com os outros. Os 56 alunos que participaram do estudo pertenciam
a duas escolas municipais da comuna de La Serena, com características semelhantes, as idades
dos alunos oscilam entre 10 e 13 anos, e estavam no 5º ano da educação básica, os objetivos da
pesquisa foram: avaliar as variáveis autoestima e desenvolvimento socioemocional e
determinar o impacto das variáveis gênero e grupo de intervenção na autoestima e
desenvolvimento socioemocional. O processo de medição das variáveis foi realizado em três
períodos: pré-intervenção, pós-intervenção e pós-acompanhamento (4 meses após o término da
intervenção). As oficinas PIELE são desenvolvidos durante 12 sessões, de 45 minutos, durante
o horário da aula, semanalmente, no grupo experimental. Os resultados na medição da
autoestima com o instrumento TAE, deixar claro que o programa PIELE tiveram impacto
positivo na autoestima dos alunos do grupo experimental, nas medições feitas no período pós-
intervenção, a autoestima média é significativamente maior do que o período pré-
intervenção((
p
< .001) e pós-acompanhamento (
p
= 0,042), conclui-se que a autoestima no
grupo de tratamento aumenta após a intervenção e é mantida, ao contrário do grupo controle
em que a autoestima não difere, ao longo do tempo. Em relação à variável gênero dos alunos,
não são observadas diferenças nas medidas.
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Em Santiago do Chile, Marchant, Milicic e Álamos (2015) desenvolveram em sua
pesquisa a aplicação de um programa de formação para gestores e professores, com o objetivo
de desenvolver competências socioemocionais nos participantes e entender o papel
fundamental que ocupam na autoestima dos alunos. Os temas desenvolvidos no programa
foram: Paradigma da inteligência emocional nas crianças, aprendizagem socioemocional no
contexto escolar, variáveis que favorecem a construção de uma identidade positiva e
autoestima, reconhecendo autoestima positiva e negativa, clima escolar e convivência social,
bullying escolar e desenvolvimento socioemocional, família: como capacitar os pais no
desenvolvimento socioemocional, importância de vínculos na aprendizagem socioemocional,
desenvolvimento socioemocional e bem-estar do professor, resiliência e aprendizagem
emocional, crises: características, impacto e apoio, avaliação da autoestima nos alunos e apoio
a alunos com Baixa e Baixa Autoestima. Os participantes do programa foram 288 profissionais
da educação de 5 escolas da Fundação Belén Educa, que atende alunos com alto índice de
vulnerabilidade, a eficácia do programa foi avaliada com a medição da autoestima utilizando o
instrumento TAE, os alunos que participaram da avaliação foram 1883, do terceiro ao sétimo
ano, com pré e pós-prova, e com intervenção de 2 anos. Os resultados da prova mostram que
os alunos apresentam uma autoestima pré-teste adequada, destaca-se no estudo que os alunos
que apresentaram baixa autoestima e baixa autoestima na medição evidenciaram diferenças
significativas em cada grupo, nos alunos com autoestima muito baixa a pontuação T foi de T
25,6 a T 38,4, em alunos com baixa autoestima a Pontuação T variou de T 35,8 a T 43,3. A
estratégia utilizada com a avaliação inicial permitiu identificar os alunos com baixa e muito
baixa autoestima, e gerar planos preventivos e corretivos, a formação da comunidade
educacional foi um fator fundamental, conseguindo que cada professor seja um agente de
desenvolvimento socioemocional, o que influencia significativamente o desenvolvimento dos
alunos e sua autoestima, nos períodos em que permanecem nas instituições de ensino, no
entendimento de que as famílias desempenham um papel importante em seu desenvolvimento.
Conclui-se que os alunos que apresentaram baixa e baixa autoestima, 62% relataram melhora
significativa, após o período de intervenção.
Berger
et al
. (2014), realizou sua pesquisa em Santiago do Chile, que teve como objetivo
apresentar os resultados quantitativos da implementação do Programa de Bem-Estar e
Aprendizagem Socioemocional (BASE), projetada para ser incluída no currículo escolar do
C
hile, no terceiro e quarto níveis da educação básica, sua estrutura estabelece suas bases em
quatro pilares conceituais: 1) a partir de uma perspectiva integral do desenvolvimento humano,
que considera inseparáveis as áreas: cognitiva, afetiva e ética 2) uma abordagem interação
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sistêmica entre o aluno, professor, seus pares e consigo mesmo 3) os processos evolutivos dos
alunos e a construção de uma narrativa positiva de si mesmo no contexto escolar 4) a formação
de professores profissionais como fator fundamental, que fornece aos professores as
ferramentas para atender às necessidades socioemocionais dos alunos. O programa é distribuído
em dez unidades, que são desenvolvidas em formato de oficina no dia letivo, consiste em um
manual para o professor ou monitor, que descreve o programa e o quadro teórico, inclui
sugestões para atividades complementares e indicações de dificuldades que poderiam
apresentar durante o processo de intervenção. O aluno trabalha com um texto individual, como
um registro, no qual o aluno pode registrar suas impressões da oficina, em que diversas
manifestações de expressão são desenvolvidas como: dramatizações, desenhos, jogos e
reflexões pessoais e em grupo, que promovem fortes níveis de comprometimento,
companheirismo e autoconhecimento. Os alunos que participaram do estudo foram 671, que
cursavam a terceira e quarta séries, respectivamente, em cinco escolas de Santiago do Chile,
com dependência privada subsidiada, as idades dos alunos variam de 8 anos 2 meses e 10 anos
1 mês, o instrumento para medir a autoestima foi o TAE, as escolas designadas como grupo
experimental foram três (n=437) e o grupo controle foi composto por duas escolas (n=234). Os
resultados do efeito do programa foram avaliados por meio da análise da variância das medidas
repetidas, considerando o tempo (pré e pós-medição) e a condição (grupo controle/grupo
experimental), na análise de interação, entendida como o efeito do programa ao longo do tempo
evidenciou efeitos significativos na autoestima dos alunos. Na revisão das médias observa-se
que nos cursos que participaram do programa, os alunos apresentaram aumento significativo da
autoestima, por meio do relato do professor. No grupo controle, observou-se uma diminuição
significativa durante o período escolar, na percepção do clima social escolar, na integração
social e no desempenho escolar, aspecto que não é apresentado no grupo experimental. Conclui-
se que, no uso do programa BASE, uma das variáveis que se fortaleceu significativamente foi
a autoestima, gerando uma relação positiva entre alunos e professores, gerando ambientes
propícios à aprendizagem, o que se traduz em melhores realizações acadêmicas nos alunos,
onde a experiência escolar se torna um local de aceitação, segurança e contenção, o que os
autores chamam de apego escolar, neste espaço o professor ocupa um papel fundamental, junto
com a comunidade educacional, sendo participantes ativos do programa.
Em Santiago do Chile, Marchant, Milicic e Álamos (2013), investigou a relevância de
um
programa de desenvolvimento socioemocional na autoestima dos alunos, este programa tem
como foco a formação de professores e da comunidade educacional, incluindo pais e
responsáveis. Os temas do programa foram: paradigma da inteligência emocional,
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aprendizagem socioemocional no contexto escolar, clima escolar e convivência social, família:
como capacitar os pais no desenvolvimento socioemocional, importância de vínculos na
aprendizagem socioemocional, desenvolvimento socioemocional e bem-estar do professor,
bullying escolar e desenvolvimento socioemocional, resiliência e aprendizagem emocional;
reconhecer a autoestima positiva e negativa; crises: características, impacto e suporte. O
programa foi desenvolvido em primeira instância formando professores por um ano e meio, sob
a forma de conferências, oficinas e pequenos trabalhos em grupo (n = 30) utilizando a
metodologia de aprendizagem experiencial. Em relação aos pais e responsáveis, o programa foi
desenvolvido nas reuniões mensais de cada curso (20 minutos). Com relação aos alunos, a
intervenção foi realizada durante uma hora por semana, durante 18 meses, nas aulas de
orientação ou conselho de curso, dependendo do nível em que os alunos estavam. Para verificar
o impacto do programa, foram avaliados 900 alunos, pertencentes a duas escolas particulares
subsidiadas da região metropolitana do Chile, que estudavam do terceiro ao oitavo ano, numa
faixa etária de 8 a 13 anos, o teste utilizado para a medição foi o TAE, o pré-teste inicial mostrou
que dos 900 alunos, 103 alunos apresentaram baixa e baixa autoestima, os 797 restantes tinham
autoestima normal, de acordo com a faixa indicada pelo teste. Após a intervenção de 18 meses,
o pós-teste foi realizado nos 103 alunos que apresentaram baixa ou muito baixa autoestima. Os
resultados mostraram diferença significativa nas séries 3ª, 4ª, 5ª e 8ª séries e nas séries 6 e 7,
um aumento foi refletido, mas não significativo. Em relação à avaliação da autoestima nos
professores (n=40) foram observadas diferenças significativas no autoconceito geral. Os
resultados indicam que o envolvimento de toda a comunidade educacional (diretores,
professores, assistentes de educação, pais e responsáveis, alunos) em programas de formação
em desenvolvimento socioemocional, fortalece o desenvolvimento de um círculo virtuoso, onde
todos são favorecidos, desde professores que melhoram seu desempenho acadêmico, sua
autoestima pessoal e profissional, proporcionando aos alunos espaços compartilhados de
autoconhecimento e criação de comunidades respeito a si mesmos e aos outros, o que se traduz
em um aprendizado melhor e duradouro.
Em Antofagasta, Chile, Ramírez, Duarte e Muñoz (2005) investigaram um programa de
reforço de intervalo variável, com este programa pretende modificar a autoestima de alunos
considerados de alto risco, que possuem altas taxas de repetição, claro, absenteísmo e deserção
entre outros. A teoria do reforço postula que o comportamento de uma pessoa está apto a ser
modificado se forem fornecidos reforços relevantes, com certa frequência e periodicamente,
associados à apresentação prévia de uma resposta, aumentando a taxa de emissão de resposta,
devido ao comportamento desejado. O programa durou 20 semanas (5 meses), com sessões de
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1321-1338, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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45 minutos semanais, em cada sessão de atividades desafiadoras para os participantes. Os
alunos que participaram do estudo pertencem à escola La bandera, E-97 de Antofagasta,
Instituição da administração municipal, estudam o quinto ano e suas idades oscilam entre 10 e
11 anos, para medir a eficácia do programa de autoestima foi avaliado com pré e pós-teste, o
instrumento utilizado é o teste de Aysén, o quinto A básico foi atribuído como grupo controle
(n = 39) e o quinto C básico, foi o grupo experimental (n = 39), enfatiza-se neste estudo que
foram realizadas três avaliações iniciais-intermediárias-finais. Os resultados das medições
mostram que: a autoestima do grupo experimental apresenta modificações significativas entre
a medição inicial e final ao final da intervenção, apresentando os seguintes percentuais,
entregues pelo teste de Aysén, alta autoestima: inicial de 12,8% final 20,5%, autoestima média:
inicial de 84,6%, final 79,5%; baixa autoestima: 2,6% final 0%. O grupo controle apresenta os
seguintes percentuais na medição inicial e final, alta autoestima: inicial de 20,5%, final 15%;
autoestima média: inicial de 76,9%, final 76,9%; baixa autoestima: inicial de 2,6%, final de
7,7%. Conclui-se nesta pesquisa que os resultados do grupo experimental foram favoráveis,
considerando que a pesquisa foi afetada por dois processos internos de incapacidade,
mortalidade experimental e fator histórico. Destaca-se a relevância de um programa que
fortalece a autoestima dos alunos em todos os contextos educacionais, e com maior ênfase
naqueles que têm deficiências econômicas, culturais e familiares, reflete-se a necessidade de
incluir professores de instituições de ensino em pesquisas futuras, com o objetivo de que o
trabalho realizado não seja apenas uma experiência momentânea de sucesso, em vez disso, são
procedimentos sistemáticos em sala de aula no trabalho docente, erradicando o controle
coercitivo intra e extrassala de aula.
Em Valdivia, No Chile, Valdés (2001) desenvolveu um programa de intervenção para
e
levar os níveis de autoestima, este programa foi desenvolvido em conjunto com os professores
da escola de enfermagem da Universidade Austral do Chile, o programa foi projetado para
alunos, pais e professores. As unidades abordadas no programa foram: entrevista pessoal,
autoavaliação de professores, oficina de pais, oficina de alunos, interação de alunos e pais e
laboratório familiar. A modalidade de trabalho foi de sessões-oficina, a metodologia utilizada
foi participativa, flexível e ativa, a atitude de professores e profissionais de saúde foi essencial
para criar um clima emocionalmente enriquecido, e dar confiança e segurança aos alunos ao
participar do programa. O programa durou um ano. Os participantes da pesquisa foram 28
alunos, que pertencem à escola mexicana de Valdivia, estão na sexta série e suas idades oscilam
entre 11 e 12 anos. Para medir a eficácia do programa, foi avaliada a autoestima dos alunos pré
e pós-teste. O instrumento utilizado foi o inventário de autoestima Coopersmith que avalia
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quatro áreas: autoestima geral, autoestima social, autoestima escolar, autoestima em casa. Os
resultados nas quatro áreas de medição da autoestima obtiveram modificações significativas:
em geral, na aplicação do pré-teste apresentaram 24,3% em autoestima média-alta e no pós-
teste 56,7%; em relação à autoestima social no pré-teste apresentaram 40,5% de baixa
autoestima, no pós-teste 29,7%; na autoestima escolar no pré-teste apresentaram 54,1% em alta
autoestima e no pós-teste 67,6%; na autoestima do domicílio, no pré-teste apresentaram 32,4%
de autoestima elevada e no pós-teste 43,2%. Os resultados apresentados são gratificantes,
porém um percentual menor de alunos que mantiveram seus baixos níveis de autoestima fora
mantido ao longo do tempo, nas áreas geral, social e de origem, que foram encaminhadas a
profissionais competentes. Valoriza-se o trabalho em conjunto com a comunidade educacional,
observando uma melhor abordagem nas relações interpessoais com os professores e seus pares,
o que facilita um clima favorável em sala de aula para a aprendizagem, em relação às famílias,
pais e responsáveis são mais receptivos às necessidades de suas filhas após o programa e
conseguem entender a relação entre autoestima e o alcance de metas na vida. Sentir-se validado
por pessoas significativas e aceito em sua individualidade, permite que elas enfrentem com
segurança os desafios escolares (acadêmicos e interpessoais), e aqueles que a vida mantém no
futuro.
Conclusões
No desenvolvimento dessa revisão sistemática circunscrita a uma localidade específica,
analisando todos os programas executados no Chile, que atendam aos critérios de inclusão, em
torno do fortalecimento da construção da autoestima, na compreensão de que apresenta uma
relação direta com as competências socioemocionais, o que contribui para a adequada
valorização de si mesmo, do bem-estar geral, pessoal e entre os pares, possibilitando espaços
pacíficos e de aprendizagem.
Dos programas analisados, 100% relataram aumento significativo nas medidas de
autoestima após a intervenção, porém, é importante mencionar que os programas que relataram
os melhores resultados foram aqueles em que a comunidade educacional: diretores, professores,
assistentes de educação, pais e responsáveis e alunos, estiveram ativamente envolvidos no
processo de conscientização, implementação, avaliação do programa e monitoramento.
Em relação à etapa educacional em que a pesquisa foi realizada, 100% foram r
ealizada
na educação básica, embora constitua um estágio sensível na estruturação da autoestima, não
podemos esquecer que na adolescência é gerado um novo período sensível, por isso é necessário
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ter estudos no ensino médio e universitário, que obedeçam a estudos quase experimentais ou
experimentais, para medir o impacto dos programas e gerar redes de apoio, se necessário.
No uso de instrumentos para medir a autoestima, o Teste de Autoestima Escolar (TAE)
foi o mais utilizado na pesquisa. Deve-se mencionar que todos os instrumentos utilizados nos
diferentes estudos foram validados no Chile, para servir a um determinado território e nicho. É
relevante utilizar instrumentos que respondam à realidade cultural e social que precisa ser
medido, os resultados serão ajustados a um contexto particular, fornecendo insumos relevantes
para identificar e apoiar eficientemente as necessidades e deficiências socioemocionais dos
alunos, antes que os gritos de socorro do coração sejam transformados em explosões de raiva e
violência verbal e física, sem autocontrole, nas salas de aula, nas ruas e nas sociedades.
Quanto à distribuição geográfica dos estudos, três deles foram realizados na zona central
do Chile, dois no norte e um no sul do país, o que nos permite ter uma estrutura básica do
território, porém, faltam estudos que envolvam os povos originais como: Mapuches, Aymaras,
Atacameños, para mencionar três dos oito povos que habitam o Chile, sendo os supracitados
aqueles que têm maior representatividade a nível nacional. Quando nos conhecemos e
aceitamos um ao outro, nos valorizamos, respeitamos uns aos outros e podemos ter uma
convivência harmoniosa e pacífica, de todas as perspectivas.
Em relação às limitações deste estudo, uma delas é a pequena quantidade de pesquisa
utilizada como órgão base, levando em consideração os programas de construção e intervenção
realizados com evidências de medições e impacto, a maior produção de pesquisa nessa área,
ocorre fora da América Latina e do Caribe. Como região, temos que avançar, gerando novos
espaços de conhecimento e aprendizado para nossas crianças e adolescentes e para cada um de
nós.
Por fim, mencione que nossas limitações podem ser nossas maiores oportunidades,
motivar outros professores e pesquisadores, utilizar os programas de intervenção e testes
apresentados neste estudo, e gerar novos aprendizados que permitam fortalecer o conhecimento
existente, na certeza de que uma autoestima saudável é a chave que abre as portas para a
compaixão, para si e para os outros, é, sem dúvida, a chave que precisamos em nossas
universidades, escolas e casas, na construção de comunidades que permitem que você "se
empolgue" mais uma vez, com a maravilha da educação a favor e pela paz.
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Yasna RUBILAR
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Como referenciar este artigo
RUBILAR, Y.; CACHÓN, J.; CASTRO, M. Autoestima educando de e para a paz: Uma revisão
sistemática.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. esp.
2, p. 1321-1338, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16999
Submetido
em
: 22/12/2021
Revisões requeridas
: 06/02/2022
Aprovado em
: 10/04/2022
Publicado em
: 30/06/2022
Processamento e edição: Editoria Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, padronização e tradução.
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Autoestima educando desde y para la paz: Una revisión sistemática
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–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1325-1341, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16999 1325
AUTOESTIMA EDUCANDO DESDE Y PARA LA PAZ: UNA REVISIÓN
SISTEMÁTICA
AUTOESTIMA EDUCANDO DE E PARA A PAZ: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
SELF-ESTEEM EDUCATING FROM AND FOR PEACE: A SYSTEMATIC REVIEW
Yasna RUBILAR
1
RESUMEN
: La autoestima es un constructo clave en el desarrollo del ser humano, a lo largo
de toda la vida, su trascendencia tiene directa influencia sobre la calidad de vida, productividad
y salud mental de las personas. El objetivo de esta investigación es dar a conocer programas de
intervención que se utilizaron para fortalecer la autoestima de los estudiantes, con resultados
verificables y que puedan ser replicados en diversas Instituciones educativas. Para tal efecto, se
realiza una revisión sistemática en SciELO, Redalyc, Dialnet. Los resultados evidencian que
todos los programas de intervención implementados según criterios de inclusión presentaron
un aumento en la autoestima de los estudiantes. En este escenario todos los esfuerzos deben
propender a este autoconocimiento, que propicia una cultura de paz y no violencia, tan necesaria
en estos días.
PALABRAS CLAVE
: Autoestima. Habilidades socioemocionales. Programas de intervención
escolar. Educación para la paz.
RESUMO
: A autoestima é uma construção fundamental no desenvolvimento do ser humano,
ao longo da vida, sua transcendência tem influência direta na qualidade de vida, produtividade
e saúde mental das pessoas. O objetivo desta pesquisa é divulgar programas de intervenção
utilizados para fortalecer a autoestima dos alunos, com resultados verificáveis que podem ser
replicados em diversas instituições de ensino. Para isso, é realizada uma revisão sistemática
em SciELO, Redalyc, Dialnet. Os resultados mostram que todos os programas de intervenção
implementados segundo critérios de inclusão apresentaram aumento da autoestima dos alunos.
Nesse cenário, todos os esforços devem tender a esse autoconhecimento, que fomenta uma
cultura de paz e não-violência, tão necessária nos dias de hoje.
PALAVRAS-CHAVE
: Autoestima. Habilidades socioemocionais. Programas de intervenção
escolar. Educação para a paz.
1
Universidad La República (ULARE), Temuco
–
Chile. Coordinadora de Posgrado. Jefa de Carrera en Educación
Diferencial. Doctorado em Educación (UJA). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6201-6679. E-mail:
yasna.rubilar@ulare.cl
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Yasna RUBILAR
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–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1325-1341, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16999 1326
ABSTRACT
: Self-esteem is a fundamental construct in the development of human beings
throughout life, its transcendence has a direct influence on people's quality of life, productivity,
and mental health. The objective of this research is to disseminate intervention programs used
to strengthen students' self-esteem, with verifiable results that can be replicated in various
educational institutions. To do this, a systematic review is conducted in SciELO, Redalyc,
Dialnet. The results show that all intervention programs implemented according to inclusion
criteria showed an increase in students' self-esteem. In this scenario, all efforts should tend
towards this self-knowledge, which fosters a culture of peace and non-violence, so necessary
nowadays.
KEYWORDS
: Self-esteem. Socioemotional skills. School intervention programs. Education for
peace.
Introducción
Desde el ámbito internacional, en el marco de trabajo de la Asamblea General de
Naciones Unidas, y los 193 países que la conforman, incluidos los 33 países de América Latina
y el Caribe, han aprobado en la Resolución A/RES/70/1, la agenda 2030 para el Desarrollo
Sostenible, la cual incluye 17 objetivos para el período 2015-2030 (ONU, 2015). Esta agenda
incluye temas trascendentales para la América Latina y el Caribe, como la erradicación de la
pobreza extrema, la desigualdad en todas sus expresiones, salud y bienestar, garantizar una
educación inclusiva, equitativa y de calidad, promoviendo oportunidades de aprendizaje
durante toda la vida para todos, en este contexto se releva la importancia del desarrollo integral
del estudiante y la significación de las habilidades socioemocionales en la educaci
o
n para el
siglo XXI. Es innegable la aproximación desde los diversos actores mundiales al desarrollo
integral del ser humano a lo largo de toda la vida, esta visión nos interpela como región en el
área de la educación.
En Chile, la Ley General de Educación de acuerdo a los objetivos generales planteados
menciona que, “la educacio
n debe orientarse no s
o
lo al
a
mbito del conocimiento y la cultura,
sino tambi
en a que los estudiantes logren un pleno desarrollo personal y social” (CHILE, 2005)
.
En este pleno desarrollo personal y social, la autoestima juega un rol trascendental, definida
como la evaluación subjetiva y general que hace el sujeto sobre sí (KIVIRUUSU
et al.
, 2015).
Desde una mirada evolutiva la autoestima se inicia desde los primeros años de vida, en la
relación con los primeros cuidadores y su vínculo de apego, a partir de la interacción, en el trato
que recibe, las miradas, gestos y la atención, entre otros, las cuales comunican al niño el lugar
que ocupa para esas personas significativas. La autoestima se adquiere y se desarrolla en el
proceso evolutivo, no es innata, se fortalece mediante las experiencias en diversos contextos
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Autoestima educando desde y para la paz: Una revisión sistemática
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1325-1341, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16999 1327
(DÍAZ; FUENTES; SENRA. 2018). La familia es fundamental en su construcción en el proceso
inicial, y subsecuente la escuela juega un papel elemental en la arquitectura de una autoestima
sana, en ambos contextos los niños aprenden a relacionarse y representarse a sí mismos y su
vínculo con el mundo, en esta relación con el niño es deseable el acercamiento desde el
reconocimiento explícito de sus características personales, en donde se sienta aceptado,
competente y valorado por quien es, sin comparaciones, desde su realidad personal y única, que
sin duda lo diferencia de otros, y le da la singularidad que todo niño posee, cuando es posible
este contexto se fortalece una autoestima sana, esta le permite responder de forma activa y
positiva a los retos y oportunidades que se le brindan en el contexto familiar y escolar, y en los
distintos ámbitos de su desarrollo presente y futuro (SELIGMAN
et
al
.,1995). En el otro
extremo, cuando los niños no se sienten valorados y son criticados o ridiculizados, elaboran
menos metas y la fuerza de voluntad para ejecutarlas es casi nula (LÓPEZ; MILICIC, 2009).
En este escenario la comunidad escolar, los profesores y compañeros, cobran una relevancia
significativa, en relación a las horas que los estudiantes pasan en las escuelas, constituyéndose
este en el primer espacio público de aprendizaje en lo académico, social y emocional, en donde
la autoestima será fundamental para lograr una convivencia armónica y pacífica, en donde cada
uno se reconoce con un valor propio y desde esa mirada puede establecer relaciones
interpersonales basadas en el respeto y la aceptación del otro, con las particularidades únicas
de cada ser humano.
Si la autoestima es un constructo relevante en el desarrollo de los niños, niñas y
adolescentes [NNA], y sus alcances implican según Milicic (1991) el área intelectual,
desarrollando confianza en sus capacidades de aprender y de pensar, en el área Física, al aceptar
y estar conforme con su apariencia, en el área emocional, validando sus propios sentimientos,
y finalmente, en el área social, al sentirse valorado por otros y en la construcción de relaciones
interpersonales.
Milicic (2001) concluye que la autoestima es una de las conductas psicológicas con alto
grado de incidencia en la calidad de vida de los NNA, en su momento presente y en su desarrollo
futuro, afectando su rendimiento académico y su salud mental. A su vez Hernández e Acosta
(2004) agrega que potenciar la autoestima de los NNA, mejora sus niveles de aprendizaje lo
que repercute en mayores logros en su vida personal y profesional.
Expuestos los fundamentos teóricos y filosóficos, en la comprensión de que una
autoestima saludable permite que los NNA aprendan a quererse a sí mismo, aceptarse y ser
felices con quienes son independiente de sus características físicas, psicológicas, culturales o
geográficas, desde esta óptica de aceptación personal, es la única, que permite hacer felices a
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Yasna RUBILAR
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. esp. 2, p. 1325-1341, jun. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17iesp.2.16999 1328
otros, ya que es imposible dar lo que no se tiene, puedo dar aceptación, si me acepto, puedo dar
compasión, si he sido compasivo conmigo y he perdonado mis errores, sin duda, este es uno de
los caminos para erradicar de nuestras comunidades educativas, la violencia, la odiosidad y el
bullying en todas su expresiones y propender a una cultura de paz.
A nivel mundial, se han desarrollado numerosos programas de intervención, siguiendo
modelos de diversos autores e instituciones, con la finalidad de formar NNA integrales, que
logren entrelazar habilidades cognitivas, sociales y emocionales, con el objetivo de favorecer
el bienestar y el desarrollo emocional de los NNA, en este ámbito, Morente (2017) indica que
existe una correlación entre la autoestima, las competencias emocionales, el clima de aula, el
nivel de bienestar y el rendimiento académico de los estudiantes, a su vez, Pérez
et al
. (2017)
señala que la autoestima posee una afinidad teórica con las competencias emocionales, las
cuales benefician las áreas de valoración de sí mismo y configuran el bienestar de los NNA.
Bajo esta mirada, el objetivo de esta investigación es pertinente y necesaria, para lograr
identificar programas de intervención efectivos en el desarrollo de la autoestima, y replicar o
adecuar a los diferentes contextos sociales y culturales de la región. Estos programas permitirán
a las comunidades educativas, desarrollar en los estudiantes desde un enfoque
practico/experiencial nuevas competencias socioemocionales, “desde” (el yo)la autoestima
“para”(los otros) el fomento de una cultura de
paz, en donde el diálogo permee nuestras
diferencias.
Método
La investigación responde a un enfoque cualitativo, a partir de una revisión sistemática,
el proceso de revisión de artículos se realizó durante fines del 2020 y 2021, los motores de
búsqueda utilizados fueron SciELO, REDALYC, DIALNET, con las palabras claves
“autoestima” “programas de intervencion” “educacion emocional” “aprendizaje
socioemocional”, utilizando los operadores boleanos “and” y “or”. Se obtuvieron 237
resultados en la búsqueda preliminar, antes de proceder a la selección de artículos se definieron
los criterios de inclusión considerados para la selección, los cuales fueron: 1) artículos con
programas de intervención en autoestima 2) artículos que tuvieran como muestra estudiantes en