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Tempo integral e jornada ampliada na política educacional brasileira: Conceitos em debate
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1494-1513, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17084
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TEMPO INTEGRAL E JORNADA AMPLIADA NA POLÍTICA EDUCACIONAL
BRASILEIRA: CONCEITOS EM DEBATE
1
TIEMPO INTEGRAL Y JORNADA AMPLIADA EN LA POLÍTICA EDUCATIVA
BRASILEÑA: CONCEPTOS EN DEBATE
FULL TIME AND EXTENDED DAY IN BRAZILIAN EDUCATIONAL POLICY:
CONCEPTS UNDER DEBATE
Rosa do Socorro Gomes VALE
2
Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
3
RESUMO:
Este estudo é resultado de dissertação de mestrado realizado no Programa de Pós-
Graduação em Gestão e Currículo da Escola Básica da Universidade Federal do Pará. Analisou-
se conceitualmente a política do Tempo Integral e Jornada Ampliada na organização do trabalho
pedagógico. Metodologicamente, trata-se de uma abordagem qualitativa, em que utilizamos a
pesquisa bibliográfica, apoiada nas contribuições de Arroyo (2012), Cavaliere (2009), Moll
(2012), entre outros. Os resultados revelaram que essas experiências se apresentam de forma
descontínua e com interrupções na gestão administrativa. As reflexões sobre a organização do
trabalho pedagógico na jornada ampliada trazem a preocupação com o planejamento das ações
educativas: apesar dos avanços legais, a realidade demonstra dificuldades na implantação da
escola de tempo integral devido à necessidade de investimentos ainda não efetivados pelos entes
federados. Concluímos a urgência de um planejamento pedagógico no tempo integral para que
a escola atenda às novas necessidades significativas para a comunidade escolar.
PALAVRAS-CHAVE:
Tempo integral. Jornada ampliada. Política educacional brasileira.
RESUMEN:
Este estudio es el resultado de una tesis de maestría realizada en el Programa de
Posgrado en Administración y Currículo de la Escuela Básica de la Universidad Federal de
Pará. Se analizó conceptualmente la política de Tiempo Integral y Jornada Ampliada en la
organización del trabajo pedagógico. Metodológicamente, se trata de un enfoque cualitativo,
en el que utilizamos la investigación bibliográfica, apoyada en los aportes de Arroyo (2012),
Cavaliere (2009), Moll (2012), entre otros. Los resultados revelaron que estas experiencias
son discontinuas y con interrupciones en la gestión administrativa. Las reflexiones sobre la
1
Recorte da Dissertação de Mestrado que integra o Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola
Básica
–
PPEB/NEB/UFPA.
2
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém
–
PA
–
Brasil. Mestra em Currículo e Gestão da Escola Básica,
pelo programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica, no Núcleo de Estudos
Transdisciplinares em Educação Básica. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0681-2635. E-mail:
gomes.vale@hotmail.com
3
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém
–
PA
–
Brasil. Professora Titular. Orientadora e Professora do
Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica (PPEB/NEB/UFPA). Vice Coordenadora do
Programa de Doutorado em Educação em Rede da Amazonia - PGEDA/EDUCANORTE, vinculado ao Núcleo de
Estudos Transdisciplinares em Educação em Educação Básica - NEB/UFPA. Pós-doutorado no Programa de Pós-
Graduação em Educação (UFPR). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8091-5213. E-mail: neycmo@ufpa.br
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Rosa do Socorro Gomes VALE e Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
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organización del trabajo pedagógico en el camino ampliado traen preocupación con la
planificación de las acciones educativas: a pesar de los avances legales, la realidad demuestra
dificultades en la implementación de la escuela de tiempo integral debido a la necesidad de
inversiones aún no implementadas por las entidades federativas. Concluimos la urgencia de
una planificación pedagógica a tiempo integral para que la escuela satisfaga las nuevas
necesidades significativas para la comunidad escolar.
PALABRAS CLAVE:
Tiempo integral. Jornada ampliada. Política educativa brasileña.
ABSTRACT:
This study is the result of a master's thesis carried out in the Graduate Program
in Management and Curriculum of the Basic School at the Federal University of Pará. It
analyzed conceptually the policies of Full Time and Extended Day in the organization of
pedagogical work. Methodologically, this is a qualitative approach, in which we used
bibliographic research, supported by the contributions of Arroyo (2012), Cavaliere (2009),
Moll (2012), among others. The results revealed that these experiences are presented
discontinuously and with interruptions in the administrative management. The reflections on
the organization of the pedagogical work in the extended day bring concern about the planning
of educational actions: despite the legal advances, the reality shows difficulties in the
implementation of full-time schools due to the need for investments that have not yet been made
by the federated entities. We conclude that there is an urgent need for pedagogical planning in
full-time schools in order for them to meet the new significant needs of the school community.
KEYWORDS:
Full-time. Extended day. Brazilian education policy
.
Introdução
A discussão em torno da jornada ampliada
4
e tempo integral
5
na escola pública não
constitui mais novidade na educação brasileira. Dentro deste debate, algumas propostas de
educação foram desenvolvidas, visando melhorar a qualidade do ensino público no país. As
literaturas sobre o assunto nos mostram que, desde a década de 1950, tivemos no Brasil algumas
experiências emblemáticas de implantação de propostas na educação básica, que tinham como
uma de suas finalidades promover uma educação com jornada escolar ampliada.
Como exemplo destas investidas, podemos destacar a criação do primeiro Centro de
Educação Popular Carneiro Ribeiro, implantado em 1950 no estado da Bahia. Idealizada por
Anísio Teixeira, que teve grande participação no movimento escolanovista, e é considerado um
dos mais importantes intelectuais do pensamento educacional brasileiro, essa proposta de
educação trazia em sua origem a ideia de que a escola deve valorizar as atividades e as práticas
4
Considera-
se “jornada ampliada” a jornada escolar superior a quatro horas diárias.
5
A definição de “tempo integral” abarca uma jornada escolar igual ou superior a sete horas diárias (Decreto nº.
6.253/2007, artigo 4º). Na prática, a definição de jornada ampliada, em termos quantitativos, inclui a de tempo
integral (MENEZES, 2009).
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do cotidiano, ligando a educação à vida. Neste sentido, Anísio Teixeira defendia a adoção de
um tempo ampliado para a escola primária, vislumbrando uma educação pública e de qualidade
que alcançasse todos os sujeitos das classes populares.
É importante destacar que, embora a escola de tempo integral seja uma realidade distante
da maioria da população, é possível evidenciar, em propostas governamentais nesta ou em
outras perspectivas, uma intencionalidade política ao ser materializada, seja direcionada para
formação plena do cidadão, democrática, ou voltada para uma perspectiva de educação
protetiva, assistencialista e/ou autoritária, o que nos leva a refletir as reais intenções dessa
concepção de educação (CAVALIERE, 2009).
Dito isto, este estudo constitui-se, nesse sentido, como contribuição para a discussão do
tema, oferecendo subsídios teóricos sobre a proposta de educação com jornada ampliada e de
tempo integral que se materializa no âmbito do cenário educacional brasileiro. O estudo é o
resultado de dissertação de mestrado que integra o Programa de Pós-Graduação em Currículo
e Gestão da Escola Básica, vinculado ao Núcleo de Estudos Transdisciplinares da Educação
Básica (NEB), da Universidade Federal do Pará (UFPA), e tem por objetivo analisar
conceitualmente a política do tempo integral e jornada ampliada na perspectiva da organização
do trabalho pedagógico da escola básica brasileira, bem como a educação nesta perspectiva no
Município de Belém/PA.
Para o desenvolvimento metodológico deste trabalho, optamos pela abordagem
qualitativa, por meio da pesquisa bibliográfica, em que fomos buscar fundamentação teórica
para apoiar nossa análise nas obras de Arroyo (2012), Cavaliere (2009), Menezes (2009) e Moll
(2012), entre outros. Assim como utilizamos a análise documental dos marcos normativos das
políticas em estudo, destacando-se: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira - LDB
nº 9.394/96 (BRASIL, 1996), os Planos Nacionais de Educação - PNE (BRASIL, 2001-2010;
BRASIL, 2014-2024), e a Lei do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e Valorização do Profissional da Educação
–
Fundeb nº 14.276 de 2021 (BRASIL,
2021).
Para tanto, inicialmente, discutiremos sobre o contexto histórico acerca das experiências
de educação integral ou com jornada ampliada que se materializaram no solo brasileiro,
buscando compreender os aspectos pertinentes à implantação destas propostas educativas, a
partir dos marcos normativos que tratam dessa política (LDB, PNE e Fundeb) (BRASIL, 1996;
2001-2010; 2014-2024; 2021). Em um segundo momento, buscamos entender como se
configura o debate teórico sobre os conceitos de tempo integral e jornada ampliada com
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experiências educativas na perspectiva formativa e, em seguida, discutiremos acerca da
organização do trabalho pedagógico nas propostas de escola em tempo integral/jornada
ampliada, com ênfase no ensino da educação básica; por último, seguem as considerações finais
e as referências.
O contexto histórico da política do tempo integral/jornada ampliada no Brasil: uma breve
incursão
Buscando compreender e analisar os aspectos pertinentes à implantação do tempo
integral no Brasil, nos reportamos à necessidade de uma contextualização histórica que aponta
para uma discussão com maior ênfase, em torno do tema, a partir da década de 1930, quando o
educador Anísio Teixeira difundiu a ideia de que a escola primária,
[...] não pode ser uma escola de tempo parcial, nem uma escola somente de
letras, nem uma escola de iniciação intelectual, mas uma escola, sobretudo
prática, de iniciação ao trabalho, de formação de hábitos de pensar, hábitos de
fazer, hábitos de trabalhar e hábitos de conviver e participar em uma sociedade
democrática, cujo soberano é o próprio cidadão [...] (TEIXEIRA, 1989, p.
435).
O autor deixa evidente a importância do desenvolvimento de outras práticas formativas
de educação, não se limitando tão somente ao desenvolvimento do intelecto e da memorização:
defendia a escola como sendo um lugar onde o conhecimento seria construído no contexto das
experiências de vida, e que:
Não se pode conseguir essa formação em uma escola por sessões, com os
curtos períodos letivos que hoje tem a escola brasileira. Precisamos restituir-
lhe o dia integral, enriquecer lhe o programa com atividades práticas, dar-lhe
amplas oportunidades de formação de hábitos de vida real. Ler, escrever,
contar e desenhar serão por certo técnicas a ser ensinadas, mas como técnicas
sociais, no seu contexto real, como habilidades, sem as quais não se pode hoje
viver. O programa da escola será a própria vida da comunidade, com o seu
trabalho, as suas tradições, as suas características, devidamente selecionadas
e harmonizadas (TEIXEIRA, 1989, p. 435).
Neste sentido, a educação pauta-se em uma reflexão que tem fundamentos relativos às
propostas sociais, políticas e pedagógicas concebidas de acordo com o momento histórico,
inserida no bojo das políticas de Estado, porém, com proposições inerentes à política de
governo.
De acordo com Giolo (2012), na história brasileira, o acesso à escola de tempo integral
foi limitado a uma pequena camada dominante da população. Exemplos disto foram os colégios
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jesuíticos, na Colônia, os liceus e os grandes colégios no período da República. Nas últimas
décadas, devido ao processo de industrialização e urbanização, as classes populares passaram a
ter acesso ao ensino, com a escola de um único turno, enquanto os de melhores condições
financeiras recebiam educação integral nas escolas ou em outros espaços educativos.
Assim, historicamente, as massas populares ficaram às margens da educação de tempo
integral e, quando passaram a ter acesso ao ensino de um turno, isto é, à escolarização de tempo
parcial, essa foi aquém das suas reais necessidades, pois ocorria de forma precária e não estava
voltada para a formação plena do sujeito, atendendo às intenções do sistema capitalista de
qualificar precariamente os jovens para exercer funções no mercado de trabalho, em
inadequadas condições físicas e pedagógicas de funcionamento, salas de aula lotadas,
atividades insuficientes, refletindo, assim, o descaso educacional dos governantes.
Logo, uma educação que superasse uma formação fragmentada era o anseio e a bandeira
de luta de movimentos sociais e intelectuais que buscavam por uma educação integral dos
sujeitos. Neste sentido, uma educação nesta ótica está presente na história da sociedade
brasileira a partir do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova em 1932, tendo como
idealizadores: Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira, Cecília Meireles, entre outros
intelectuais brasileiros que compuseram esse movimento de luta por uma educação laica,
integral e de qualidade, que projetasse uma formação mais completa, considerando todas as
dimensões do processo formativo dos sujeitos da escola pública.
No entanto, somente a partir da década de 1950 surgiram experiências concretas de
ampliação do tempo da criança no âmbito escolar, a exemplo, temos os Centro Educacional
Carneiro Ribeiro
6
–
CECR (1950), no estado da Bahia, os Ginásios Vocacionais
7
–
GV (1960),
no estado de São Paulo, a Escola Parque (1960) em Brasília
8
, o Programa de Formação Integral
da Criança
9
–
PROFIC (1980), no estado de São Paulo, os Centros Integrados de Educação
6
Concebido por Anísio Teixeira, o primeiro centro de educação popular do Brasil foi criado por um governo
estadual e contou com o apoio do governo federal, por meio do Centro Regional de Pesquisas Educacionais da
Bahia (NUNES, 2009).
7
Os Ginásios Vocacionais “foram projetos educacional experimental que existiram entre 1961 e 1970, totalizando
seis unidades escolares que, além de São Paulo, contemplaram as cidades de Batatais, Americana, Barretos, Rio
Claro e São Caetano [...]. Após uma intervenção militar ocorrida em 1969, foram formalmente extintos em 1970”
(CHIOZZINI; SANTOS, 2017, p. 2-3).
8
Inspirada na experiência pioneira do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, a Escola Parque de Brasília possuía
caráter inovador, que implicava mudanças significativas da instituição escolar. Sob a influência das ideias
pragmatistas de Dewey, a nova escola era uma comunidade socialmente integrada, de modo a proporcionar uma
real experiência de vida.
9
Foi uma política pública implementada em São Paulo, entre os anos de 1986 e 1993. Este programa público,
chamado PROFIC
–
Programa de Formação Integral da Criança
–
, procurou estender o tempo de permanência das
crianças pobres das classes populares na escola e expandir as condições para seu melhor desempenho na
aprendizagem.
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Pública
10
–
CIEPs (1980 e 1990), no estado do Rio de Janeiro e os Centros Integrados de Apoio
à Criança
11
–
CIACs (1990), projeto que foi criado em âmbito nacional.
E mais recentemente, de 2007 até 2015, a política do tempo integral que se configurou
em grande parte das escolas públicas brasileiras, através das ações do Programa Mais Educação
–
PME e com a política de financiamento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e Valorização do Profissional da Educação
–
Fundeb. Essas políticas passaram
a dar sustentação legal tanto em tempo integral quanto na jornada ampliada nas escolas públicas
brasileiras.
A educação de tempo integral, no contexto histórico brasileiro, tinha uma proposta
audaciosa de educação, porém exitosa com a oferta, que fomentava a formação integral em
tempo integral do aluno das classes populares. Giolo (2012) deixa claro que essa escola, no
Brasil, também logrou seus insucessos, como o CECR, GV, PROFIC, CIEPs e CIACs, assim
como outras tentativas nessa concepção de educação, com a alegação de que esses projetos
eram muito onerosos para os cofres públicos, e por consequência disso, os programas não
ganharam continuidade efetiva, refletindo na descontinuidade da política e se configurando por
vezes não mais em política de Estado, mas em política de governo. Pois, finalizava o mandato,
finalizava a política, ou galgava a descontinuidade da mesma.
O debate acerca dessa concepção de educação foi sendo atualizado e autores como
Cavaliere (2009), Giolo (2012) e Menezes (2008) enfatizam que na história brasileira o acesso
à escola de tempo integral foi limitado a uma pequena camada dominante da população. Nas
últimas décadas, devido ao processo de industrialização e urbanização, as classes populares
passaram a ter acesso ao ensino, com a escola de turno parcial, enquanto os filhos da elite
brasileira da época e que perdura até os dias atuais, recebiam educação integral nas escolas ou
em outros espaços educativos.
Uma escolarização de tempo parcial, ofertada de forma precária, sem um projeto de
formação plena do sujeito, atendendo às intenções do sistema capitalista de qualificar
precariamente os jovens para exercer funções no mercado de trabalho, em inadequadas
10
Instituições idealizadas no Brasil para a experiência de escolarização em tempo integral, voltadas para as
crianças das classes populares, tentando atender às suas necessidades e interesses. Os CIEPs foram criados na
década de 80 por Darcy Ribeiro, quando era Secretário da Educação no Rio de Janeiro, no governo de Leonel
Brizola. O objetivo era proporcionar educação, esportes, assistência médica, alimentos e atividades culturais
variadas, em instituições colocadas fora da rede educacional regular.
11
O projeto CIAC foi criado a partir de 1990 no governo do presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992)
como parte das políticas sociais de seu governo e tinha como temática a educação integral, no entanto, não mais
restrita ao estado do Rio de Janeiro ou São Paulo, mas em nível da União, sob o patrocínio da Legião Brasileira
de Assistência, Ministério da Saúde e Ministério da Criança.
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condições físicas e pedagógicas de funcionamento, salas de aula lotadas, atividades
insuficientes, reflete, assim, o descaso educacional dos governantes, e tem como consequência
a precarização do ensino público, o que reflete de maneira negativa não somente em uma
formação parcial, mas principalmente na formação integral do aluno.
Essa concepção de educação voltou a ganhar forças no Brasil com os crescentes
movimentos em prol de melhorias na qualidade da educação no período correspondente às
décadas de 1980 e 1990, os quais impulsionaram a criação de políticas e programas
educacionais relativos a garantir a presença da criança na escola e aumentar seu tempo de
permanência, com vistas ao aumento da jornada escolar, a partir dos programas voltados para
essa política, como: Mais Cultura, Escola Integrada, Escola de Tempo Integral, Segundo Tempo
e o Programa Mais Educação, exemplos de Programas e ações do Ministério da Educação -
MEC que materializam-se nesta política para ampliar a jornada da criança na escola, oferecendo
novas oportunidades de educação aos alunos das escolas públicas brasileiras, como também, a
partir dos marcos legais que sustentam a efetivação dessa política educacional - a LDB nº
9.394/96 (BRASIL, 1996), com o PNE (BRASIL, 2014) e o Fundeb nº 11.494/2007 (BRASIL,
2007).
A política de ampliação da jornada escolar tem amparo legal na LDB nº 9.394/1996,
que regulamentou para a educação infantil a jornada escolar de tempo integral de no mínimo
sete horas (BRASIL, 1996; BRASIL 2013). Enquanto no ensino fundamental a legislação deixa
facultativo o funcionamento das unidades escolares em tempo integral, estabelecido na LDB nº
9.394/1996 a partir do:
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro
horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o
período de permanência na escola.
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de
organização autorizadas nesta Lei.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo
integral, a critério dos sistemas de ensino (BRASIL, 1996, p. 19).
A escola de tempo integral ganhou reforço legal quando foi contemplada nos Planos
Nacional de Educação
–
PNE, nas vigências de 2001 e 2014, uma vez que o primeiro Plano
Nacional de Educação (BRASIL, 2001) visava escola de tempo integral, a organização escolar
em que a permanência do aluno fosse de no mínimo de 7 horas diárias tanto para a educação
infantil, quanto para o ensino fundamental, e o novo Plano Nacional (BRASIL, 2014) tem como
uma de suas metas a expansão da oferta de escolas de tempo integral (Meta 6), que propõe a
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oferta em 50% das escolas públicas com vistas a atender 25% da população escolar até o ano
de 2024 em todo o território brasileiro.
Porém, o PNE (BRASIL, 2014), ainda não conseguiu alcançar o que está proposto em
sua Meta 6: mesmo o prazo de vigência não tendo expirado, o percentual de escolas de tempo
integral no Brasil, em especial no Município de Belém/PA, ainda está aquém do proposto pelo
Plano em vigência, pois de um quantitativo de 840 (oitocentos e quarenta) escolas que integram
a Secretaria Estadual de Educação
–
SEDUC, somente 68 (sessenta e oito) escolas ofertam
educação em tempo integral
12
, dados apresentados no Plano Estadual de Educação Integral -
PEEI (PARÁ, 2014), o que caracteriza que a política do tempo integral nessa esfera ainda não
caminha de acordo com que preconiza o PNE (BRASIL, 2014) acerca da Meta 6, bem como a
falta de apoio técnico e financeiro são entraves que limitam a efetivação dessa política nas
escolas estaduais de Belém/PA.
O atual PNE (BRASIL, 2014) também preconiza em suas diretrizes a colaboração entre
os entes federados, principalmente por parte da União, para empreender maior ênfase na
colaboração com Programas e Projetos voltados para o atendimento das especificidades da
infraestrutura das escolas de tempo integral, o qual revela dentre outros fatores, a “superação
das desigualdades educacionais” e a “melhoria da qualidade da educação”, ambas apresentadas
como diretrizes do Plano (BRASIL, 2014, art. 2°, incisos III e IV).
Assim, como o atual PNE (BRASIL, 2014), que sustenta a política da educação em
tempo integral, o Fundeb, Lei nº 11.494/2007 (BRASIL, 2007), como política de
financiamento, prevê em seu artigo 10, valores diferenciados aos alunos com matrícula em
tempo integral do ensino público. Deste modo, passou a ser considerada educação básica em
tempo integral aquela com jornada escolar com duração igual ou superior a sete horas diárias,
durante todo o período letivo.
No final de 200 a Educação Integral volta ao enfoque nacional através do Programa
Mais Educação - PME, idealizado pela Portaria Interministerial nº 17/2007 (BRASIL, 2007), o
qual visava a volta de alunos no contraturno escolar para atividades de ampliação da
aprendizagem, porém este Programa somente foi executado em 2010, quando decretado pela
presidência da república, momento em que foi reafirmado que este programa estava voltado a
atender alunos carentes (BRASIL; 2007).
12
Dados extraídos do site da SEDUC/PA. Disponível em:
http://www.seduc.pa.gov.br/portal/escola/consulta_escola/frmConsultaTempoIntegral.php. Acesso em: 21 mar.
2021.
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Logo, percebe-se que a proposta do Programa Mais Educação
–
PME (BRASIL, 2007),
assim como as demais citadas e comentadas neste trabalho, culminou em relevância
significativa na formação dos sujeitos, propondo outras experiências formativas, porém
evidenciamos, a partir dos contextos pelos quais a concepção e a política do tempo integral
foram implementadas, o caráter eminentemente assistencialista, ao oferecer a ampliação do
tempo ao aluno na escola, a fim de retirá-lo das ruas sem que houvesse uma preparação
significativa para que além de ficarem “assegurados” da marginalidade, tivessem um processo
de escolarização com qualidade.
No entanto, Paro (1988) corrobora com essa questão ao dizer que, antes mesmo de se
falar em ampliação da jornada escolar é preciso refletir sobre o ensino no turno parcial, visando
ofertá-lo com qualidade, para posterior a isso, pensar a ampliação da jornada escolar no tempo
integral.
Contudo, essas investidas não foram ainda suficientes em termos de sensibilização da
esfera política da nossa sociedade, no sentido de, efetivamente, levar a termo uma política
pública responsável e comprometida com a implantação de um tempo ampliado/integral no
ensino público brasileiro. Os motivos para essa não adoção são vários, e vão desde questões
econômicas até problemas relativos à própria organização interna da escola, passando pela
infraestrutura, qualificação dos profissionais da educação, qualidade na alimentação e na
organização do trabalho pedagógico, ponto este basilar para as ações propostas no tempo
ampliado, o qual fomenta experiências educativas que vão além do processo de escolarização.
Tempo integral e jornada ampliada: Conceituando a política na prática educativa
A educação no cenário brasileiro sempre foi um aspecto social de fundamental
importância para o desenvolvimento do homem em sociedade, e desta maneira, muito se buscou
por uma educação que alcançasse uma formação completa dos sujeitos, com proposições
diversas, priorizando qualificar o ensino da escola pública, visando atender os anseios dos
sujeitos a partir de uma educação que oportunizasse uma formação para além da escolarização,
com outras experiências educativas pautadas em uma educação transformadora.
No Brasil, esse movimento de tempo integral nas escolas, segundo Arroyo (1988, 2012),
Giolo (2012) e Paro (1988), entre outros, aponta para a ligação direta com as demandas das
populações empobrecidas que reivindicam educação de qualidade e gratuita. Neste viés, Giolo
(2012, p. 95), corrobora em dizer que, “de tempo parcial é a escola dos segmentos populares”,
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da qual está constante na história brasileira que a escolarização motivou estas reivindicações
das quais nos fala Arroyo (2012, p. 33):
Porque cresceu nas últimas décadas a consciência social do direito à educação
e à escola entre os setores populares, cresceu também a consciência de que o
tempo de escola em nossa tradição é muito curto. O direito à educação levou
ao direito a mais educação e a mais tempo de escola. Este pode ser um
significado importante: tentar dar respostas políticas ao avanço da consciência
do direito a mais tempo de educação.
Foi a partir das diversas experiências de educação pública em tempo integral registradas
no cenário educacional brasileiro que as experiências de ampliação da jornada escolar foram
organizadas com ênfase na instrução e na formação dos sujeitos das camadas populares,
apresentando-se como forma de democratização do ensino e como garantia de permanência do
aluno na escola, com propósito de não somente transmitir conhecimentos, mas amenizar os
impactos das divergências sociais, assim como os problemas relacionados às condições de
pobreza (CAVALIERE; MAURICIO, 2012; GIOLO, 2012).
Essa concepção de educação foi oriunda de políticas públicas educacionais que visavam
equalizar as oportunidades de aprendizagem e atender às necessidades relativas ao mundo do
trabalho, das quais estiveram associadas ao aumento da carga horária dos alunos na escola, com
experiências educativas associadas ao conceito de educação integral à escola de tempo integral,
revelando as preocupações sociais subjacentes nestas políticas públicas, com o propósito da
proteção das crianças de baixa condição social, configurando-se não somente em uma política
educacional, mas de assistência àqueles que vivem às margens das oportunidades
socioeconômicas.
Se por um lado a ampliação da jornada escolar propõe a ruptura da estrutura tradicional
com atividades diversificadas na promoção do desenvolvimento integral dos sujeitos, a
necessidade de ampliação do tempo escolar se encontra diretamente ligada aos espaços da
escola e às possibilidades de articulação de ambos, de forma a integrar e articular os potenciais
educativos existentes na sociedade, como: espaços, pessoas, instituições e iniciativas, a partir
dos quais se garanta condições fundamentais ao desenvolvimento integral dos sujeitos
(ARROYO, 2012).
Nesta perspectiva, Cavaliere (2002) aborda a importância da escolarização em tempo
integral, pois o tempo de permanência na escola visa à formação global dos sujeitos na tentativa
de garantir uma educação mais equitativa e promotora de maior desenvolvimento e cidadania.
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No entanto, com a emergência da escolaridade universal e obrigatória, a educação
integral foi pensada na perspectiva de uma formação ampla que envolvesse todas as dimensões
de formação dos sujeitos, a qual está inserida em uma concepção de cunho político e
emancipador. Essa concepção de educação, de acordo com Boto (2003) e Coelho (2009),
ressurge da antiguidade, num contexto de mudanças para a vida moderna, pressupondo novas
atitudes diante da vida e, consequentemente, da educação perante a conveniência na formação
mais completa dos sujeitos, partindo de uma educação que considera o desenvolvimento dos
sujeitos com ênfase em suas potencialidades a partir das dimensões: física, cognitiva,
emocional, social e cultural, no qual venha a constituir-se em um projeto coletivo com propósito
político para atender a uma determinada sociedade.
No cenário educacional brasileiro, as diversas perspectivas de educação nesta ótica
confrontam-se com a questão do espaço e tempo. Arroyo (2012), ao defender uma formação
plena dos educandos, com mais equidade e justiça social, considera a proposta de mais tempo
na escola uma maneira de ofertar experiências educativas transformadoras. Logo, o tempo de
permanência na escola, voltado a diferentes ofertas educativas, possibilita o desenvolvimento
das potencialidades intelectuais e cognitivas do estudante, tornando os sujeitos da escola
pública com possibilidades de alcançar o protagonismo de suas ações.
Neste sentido, Moll (2012) defende a ampliação da jornada escolar, através da escola de
tempo inteiro, e desta maneira, enfatiza o desenvolvimento de uma nova dinâmica pedagógica
que aborde o que é fundamental para a vida em sociedade direcionada pelo bem público, com
vistas ao aprofundamento dos conhecimentos, o espírito crítico e as vivências democráticas, os
quais possibilitarão uma formação do aluno por inteiro.
Coelho e Menezes (2008) também corroboram com a definição do conceito de tempo
integral e apontam que a relação estabelecida entre a ampliação do tempo escolar e uma
educação que é entendida como integral nem sempre implica, necessariamente, a qualidade de
ensino espe
rado. Logo, “nem sempre a extensão quantitativa do tempo na escola resulta em
uma extensão igualmente qualitativa desse tempo” (COELHO; MENEZES, 2008, p. 2).
Para Leclerc e Moll (2012), a ampliação do tempo escolar é compreendida como
garantia de direito na perspectiva de promover uma educação integral com abrangência de
múltiplas dimensões e liberdades constitutivas que possibilitam o desenvolvimento humano.
Nessa ótica, as autoras afirmam que:
[...] em um contexto de desigualdades econômicas, políticas e sociais, em que
o acesso à ciência, à cultura e à tecnologia vincula-se ao pertencimento étnico,
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territorial, de classe, de gênero e de orientação sexual, a construção de uma
política de educação básica de tempo integral faz parte das políticas
afirmativas e de enfrentamento de desigualdades (LECLERC; MOLL, 2012,
p. 17).
Ainda na abordagem das autoras, estas explicam que as expressões “tempo integral” e
“jornada ampliada” são estabelecidas com base nos marcos legais da política educacional; as
políticas de ampliação de jornada deverão levar à educação em tempo integral, referenciadas
pela cobertura do financiamento da educação, conforme o que estabelece o Fundeb, já citado
anteriormente neste estudo.
Cavaliere (2009), ao tratar da natureza da ampliação da jornada escolar associada à
possibilidade de uma educação integral, aborda o caráter contraditório e complementar no
campo pedagógico educacional das concepções que convivem na escola, explicando-as com o
uso das expressões “escola de tempo integral” e “aluno em tempo integral”. Acerca dessas
proposições, Coelho (2011, p. 7) enfatiza que:
[...] a ampliação da jornada escolar se dá não obrigatoriamente relacionada à
organização própria da escola, mas por meio de atividades que acontecem no
contra turno e que, como tal, podem ou não estar vinculadas ao projeto
pedagógico da instituição. Neste caso, as atividades enriquecem, muito
provavelmente, o universo sociocultural do aluno, mas não necessariamente
se constituem como educação integral, no sentido da articulação de
conhecimento(s) e de saber(es) que fazem parte da constituição do ser
humano, que o vinculam ao processo humanizador para o qual a escola precisa
lhe abrir a porta .
É preciso considerar nesta perspectiva da política o que concerne o tempo integral e
jornada ampliada, na e para as definições das ações pedagógicas atreladas a uma prática
educativa que qualifique esse tempo estendido na disseminação de experiências fundantes na
formação dos alunos, tendo em vista que, mesmo havendo diferença entre os termos (tempo
integral e jornada ampliada), na prática a educação nestas perspectivas precisam estar inerentes
à Proposta Pedagógica da escola, com ênfase em um trabalho pedagógico integrado e integral
na formação dos sujeitos partícipes da educação no tempo integral/ou jornada ampliada.
No entanto, ressaltamos que essa concepção de educação é significativa no que tange a
uma formação por inteiro, uma vez que o desenvolvimento do trabalho educativo nesse tempo
precisa atender as reais necessidades dos alunos, os quais fazem parte desse processo. Pois, se
não houver intencionalidade de trabalho neste tempo, não será possível qualificá-lo de modo a
oportunizar novas possibilidades de aprendizagens. Logo, faz-se necessário rever a organização
do trabalho pedagógico, pois, quando não integrado e planejado com a proposta curricular e
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com as diretrizes da política do tempo integral/jornada ampliada, culmina não correspondendo
em uma formação mais completa, direcionada pela política em estudo.
A educação nessa perspectiva ainda não logrou o êxito esperado, no que tange à
qualificação desse tempo para atender uma formação mais completa dos sujeitos da escola
pública, em decorrência de diversos fatores, como a falta de infraestrutura que atenda a política,
alimentação de qualidade e adequada ao tempo previsto dos alunos na escola, formação
continuada dos profissionais que atuam com o tempo integral e a organização do trabalho
pedagógico, que não coaduna com o currículo comum, e tampouco se integra ao Projeto Político
Pedagógico - PPP.
O PPP geralmente está desassociado dessa proposta, principalmente no que se refere ao
ensino com as proposições do tempo integral nas escolas públicas estaduais em Belém/PA, o
que culmina na limitação do trabalho educativo, em virtude dos entraves, já citados
anteriormente neste trabalho, que inviabilizam a efetivação da política do tempo integral/ou
jornada ampliada.
Neste sentido, ao falar de educação na perspectiva do tempo integral e jornada ampliada,
as quais estão voltadas para a formação dos sujeitos da Educação Básica, evidencia-se que
apenas a ampliação do tempo não garante uma educação eficaz, mas que a qualificação desse
tempo venha possibilitar uma formação plural e diversa do aluno, a partir de práticas
pedagógicas que ressignifiquem o trabalho na escola, com experiências educativas diversas na
formação mais completa do aluno da escola pública.
A organização do trabalho pedagógico no tempo integral
A escola de tempo integral surgiu na sociedade com o intuito de atender as necessidades
educacionais presentes em determinado momento histórico. Desta maneira, urge a necessidade
de reestruturação em termos de espaço físico, qualificação dos profissionais da educação,
trabalho pedagógico, entre outros elementos que projetam substâncias à referida política, de
modo a possibilitar diversificadas experiências educativas, levando em consideração as
especificidades formativas do aluno, objetivando uma formação para além do desenvolvimento
cognitivo.
Neste sentido, a Organização do Trabalho Pedagógico
–
OTP, elemento basilar para o
desenvolvimento do trabalho educativo na perspectiva da política do tempo integral e jornada
ampliada, está correlata em ações intencionais e planejadas acerca dos elementos que compõem
o processo educativo, como: a gestão, o currículo, a avaliação e o planejamento das ações
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pedagógicas que perpassam por todos os segmentos da escola, que vai desde a equipe gestora
até os pais e/ou responsáveis. Entre todos os envolvidos nesse processo, a organização
pedagógica da instituição de ensino envolve dimensões de trabalho organizados a partir de
elementos articulados, como: o Regimento Escolar, o Projeto Político Pedagógico, a Proposta
Curricular, dentre outros que fundamentam o trabalho institucional da educação.
Isso posto, entende-se que a atuação da equipe gestora
–
diretores e pedagogos
–
se
configura em elementos fundamentais na organização coletiva do trabalho pedagógico da
escola. Ou seja, ela deve atuar em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente
vinculadas à organização e aos processos de aquisição de saberes e modos de ação.
Conforme Arroyo (1988, p. 4):
[...] a educação de tempo integral tem o dever de proporcionar ao educando
uma experiência educativa total, que não se limita a ilustrar a mente, mas que
organize seu tempo, seu espaço, que discipline seu corpo, que transforme e
conforme sua personalidade por inteiro.
Arroyo (1988) nos remete à compreensão de que receber formação integral não implica
afirmar que o aluno deva passar o período integral na escola, mas que haja uma interpretação
maior por parte dos entes federados e da própria escola do que é educação integral e,
principalmente, escola de tempo integral, para que ambas venham desenvolver o seu papel na
formação mais completa do aluno, compreendendo o momento histórico e a realidade social,
havendo assim possibilidades de transformações significativas no desenvolvimento.
Neste sentido, Veiga (2013) enfatiza que a escola é o lugar de concepções, realização e
avaliação de seu projeto educativo, uma vez que necessita organizar seu trabalho pedagógico
com base em seus alunos. E, partindo dessa premissa, esclarece que a escola de forma geral
dispõe de dois tipos básicos de estruturas organizacionais, que são pontos fundantes na
organização da escola como um todo, tais como: a estrutura administrativa e pedagógica,
condicionantes basilares para o trabalho educativo dispensado pela escola.
No que se refere à estrutura administrativa, asseguram praticamente a gestão de recursos
humanos, físicos e financeiros, bem como a arquitetura do edifício, equipamentos, mobiliários
e acervos didáticos, as dependências escolares e espaços livres e saneamento básico, elementos
importantes para o desenvolvimento do trabalho institucional.
As estruturas organizacionais pedagógicas se relacionam às interações políticas, às
questões de ensino aprendizagem e às de currículo. “Nas estruturas pedagógicas incluem
-se
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todos os setores necessários ao desenvolvimento do trabalho pedagógico” (VEIGA, 20
13, p.
25).
Neste sentido, falar de estrutura organizacional da escola nos remete a um
acompanhamento que objetiva detalhar as prioridades do trabalho docente, pois a organização
deste trabalho é uma questão fundamental voltada ao desenvolvimento e à aprendizagem dos
alunos. Cabe ressaltar que a organização do trabalho pedagógico:
[...] pode ser entendido por dois níveis: a) como trabalho pedagógico que, no
presente momento histórico, costuma-se desenvolver-se predominantemente
em sala de aula, e b) como organização global do trabalho pedagógico da
escola, enquanto projeto político pedagógico da escola (FREITAS, 1994, p.
90).
A organização do trabalho pedagógico, na perspectiva da unidade escolar, volta-se para
dois seguimentos: o trabalho voltado para a dinâmica da sala de aula, e o trabalho
organizacional da escola que está relacionado ao projeto político pedagógico
–
PPP, o qual se
configura instrumento basilar na organização institucional, com vistas a alcançar os objetivos e
finalidades da educação.
Logo, este projeto político vincula-se de forma incisiva com a necessidade social que
está culturalmente descrita, ganha coerência e estabilidade à medida que apresenta a realidade
na qual se insere, destacando como estão organizadas as práticas para trabalhar com os sujeitos,
pois seu enfoque é o eixo principal da organização da prática pedagógica que deve ser adotada
por todos os envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.
Neste sentido, a organização do trabalho pedagógico consiste em ações intencionais e
planejadas dos elementos que compõem o processo educativo, como: gestão, currículo,
avaliação e planejamento da ação pedagógica, que envolve toda a comunidade escolar: direção,
equipe pedagógica, corpo docente, pais e/ou responsáveis, estudantes e funcionários.
No âmbito do currículo, há a significação de como se dará a organização do trabalho
pedagógico como explicitação do fazer da escola e do professor, mostrando que se sucedem
ações ordenadas e amparadas por uma filosofia educacional, inerente ao trabalho da própria
escola. Por meio do currículo, discorre a organização da escola, bem como as vivências
educativas a que os alunos terão acesso na apropriação dos saberes.
A organização do trabalho pedagógico, a partir do planejamento, é compreendida como
um instrumento que irá estimular a forma de elaborar, executar e avaliar os planos de ensino
que organizam o trabalho docente. Neste sentido, o planejamento irá nortear o processo de
ensino e aprendizagem, isto é, o professor é o coordenador de sua sala de aula, é responsável
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1494-1513, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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pela organização pedagógica realizada neste espaço, pois, se não há um planejamento, não há
como desenvolver um trabalho de forma eficaz.
No entanto, o trabalho pedagógico no tempo integral deve estar compromissado com o
desenvolvimento da autonomia do aluno, a discriminação de suas atividades deve ter como
critério a eliminação das condições desfavoráveis de ordem social e cultural que decisivamente
comprometem a aprendizagem. Neste sentido, deve apontar para novas necessidades, novas
aspirações, desejos e expectativas, tendo como pano de fundo as ferramentas necessárias para
que o aluno alcance esta nova condição de aprendizagem.
A educação nesta perspectiva deverá pautar-se por meio de atividades organizadas e
estruturadas que visem o bem-estar tanto do aluno quanto do educador, proporcionando a
interação, troca de experiências e de conhecimentos entre ambos, as quais somente serão
alcançadas se a escola tiver no bojo de suas ações um trabalho pedagógico organizado e coeso
com a proposta da escola de tempo integral.
Partindo do pressuposto de que a proposta de educação de tempo integral com ampliação
da jornada escolar envolve uma dimensão quantitativa (mais tempo na escola) e uma dimensão
qualitativa (a formação integral do ser humano), das quais as ações pedagógicas devam
convergir para outras experiências (envolvendo as dimensões do desenvolvimento humano) de
aprendizagem, as quais precisam ser planejadas para que as ações nesse tempo estendido
oportunizem tempos qualificados na aprendizagem do aluno da escola pública.
Entretanto, ainda que haja ampliação do tempo, é preciso ter um olhar diferenciado para
esse aspecto, evitando oferecer ao
s estudantes “mais do mesmo”. Desta maneira, a escola
pública deve desafiar-
se a manter a qualidade do tempo ofertado que deverá “constituir
-se como
um tempo reinventado na compreensão dos ciclos, das linguagens, os desejos das infâncias e
juventudes que acolha, modifique assimetrias e esterilidades que ainda são encontradas na
prática pedagógica escolar” (MOLL, 2012, p. 28).
Considerações finais
A revisão histórica da (ou das) experiência(s) tem/têm apontado a crença dos
defensores
da proposta de educação integral ou com jornada ampliada como possibilidade de melhoria da
educação no Brasil. Por outro lado, os resultados revelam que, a partir da concepção de
educação desenvolvida por Anísio Teixeira no Centro Educacional Carneiro Ribeiro, outras
experiências foram desenvolvidas no país. No entanto, não se consolidaram enquanto política
de Estado, no momento em que se apresentam como uma proposta descontínua e com
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interrupções causadas pela troca de gestão administrativa, configurando-se como políticas de
governos.
No que se refere aos conceitos de tempo integral e jornada ampliada, percebemos que
essa proposta de educação pode ser analisada por diversas lentes. Desse modo, a discussão entre
esses termos considera não só os aspectos pedagógicos, mas também o social, o econômico e o
político.
Constatamos que as discussões sobre a organização do trabalho pedagógico, em
propostas de educação integral ou com jornada ampliada, trazem a preocupação com as ações
intencionais e planejadas dos elementos que compõem o processo educativo, como gestão,
currículo, avaliação e planejamento da ação pedagógica, o que envolve toda a comunidade
escolar.
Concluímos que a organização do trabalho pedagógico, na perspectiva da oferta de uma
educação em tempo integral ou com jornada ampliada, deve ser realizada com base na realidade
de seus alunos. Assim, o planejamento e a articulação de todas as atividades precisam apontar
para as suas reais necessidades e anseios, tendo como pano de fundo, a jornada ampliada que,
para tornar-se significativa, precisa estar vinculada ao sucesso dos alunos, e que este objetivo
seja o centro da ação educativa escolar.
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Rosa do Socorro Gomes VALE e Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1494-1513, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17084
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Como referenciar este artigo
VALE, R. S. G.; OLIVEIRA, N. C. M. Tempo integral e jornada ampliada na política
educacional brasileira: Conceitos em debate.
Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação
, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1494-1513, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17084
Submetido em
: 13/12/2021
Revisões requeridas em
: 07/02/2022
Aprovado em
: 25/04/2022
Publicado em
: 01/07/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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Tiempo integral y jornada ampliada en la política educativa brasileña: Conceptos en debate
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1495-1514, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17084
1495
TIEMPO INTEGRAL Y JORNADA AMPLIADA EN LA POLÍTICA EDUCATIVA
BRASILEÑA: CONCEPTOS EN DEBATE
1
TEMPO INTEGRAL E JORNADA AMPLIADA NA POLÍTICA EDUCACIONAL
BRASILEIRA: CONCEITOS EM DEBATE
FULL TIME AND EXTENDED DAY IN BRAZILIAN EDUCATIONAL POLICY:
CONCEPTS UNDER DEBATE
Rosa do Socorro Gomes VALE
2
Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
3
RESUMEN
:
Este estudio es el resultado de una tesis de maestría realizada en el Programa de
Posgrado en Administración y Currículo de la Escuela Básica de la Universidad Federal de
Pará. Se analizó conceptualmente la política de Tiempo Integral y Jornada Ampliada en la
organización del trabajo pedagógico. Metodológicamente, se trata de un enfoque cualitativo, en
el que utilizamos la investigación bibliográfica, apoyada en los aportes de Arroyo (2012),
Cavaliere (2009), Moll (2012), entre otros. Los resultados revelaron que estas experiencias son
discontinuas y con interrupciones en la gestión administrativa. Las reflexiones sobre la
organización del trabajo pedagógico en el camino ampliado traen preocupación con la
planificación de las acciones educativas: a pesar de los avances legales, la realidad demuestra
dificultades en la implementación de la escuela de tiempo integral debido a la necesidad de
inversiones aún no implementadas por las entidades federativas. Concluimos la urgencia de una
planificación pedagógica a tiempo integral para que la escuela satisfaga las nuevas necesidades
significativas para la comunidad escolar.
PALABRAS CLAVE
:
Tiempo integral. Jornada ampliada. Política educativa brasileña.
RESUMO
:
Este estudo é resultado de dissertação de mestrado realizado no Programa de Pós-
Graduação em Gestão e Currículo da Escola Básica da Universidade Federal do Pará.
Analisou-se conceitualmente a política do Tempo Integral e Jornada Ampliada na organização
do trabalho pedagógico. Metodologicamente, trata-se de uma abordagem qualitativa, em que
utilizamos a pesquisa bibliográfica, apoiada nas contribuições de Arroyo (2012), Cavaliere
(2009), Moll (2012), entre outros. Os resultados revelaram que essas experiências se
apresentam de forma descontínua e com interrupções na gestão administrativa. As reflexões
1
Recorte de la Tesis de Maestría que forma parte del Programa de Posgrado en Currículo y Gestión de la Escuela
Básica
–
PPEB/NEB/UFPA.
2
Universidad Federal de Pará (UFPA), Belém
–
PA
–
Brasil. Máster en Currículo y Dirección Escolar Básica, por
el Programa de Posgrado en Currículo y Gestión de la Escuela Básica, en el Centro de Estudios Transdisciplinarios
en Educación Básica. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0681-2635. E-mail: gomes.vale@hotmail.com
3
Universidad Federal de Pará (UFPA), Belém
–
PA
–
Brasil. Profesora Titular. Asesor y Docente del Programa
de Posgrado en Currículo y Gestión de la Escuela Básica (PPEB/NEB/UFPA). Vicecoordinador del Programa de
Doctorado en Educación en Red de la Amazonía - PGEDA/EDUCANORTE, vinculado al Centro de Estudios
Transdisciplinarios en Educación Básica - NEB/UFPA. Postdoctorado en el Programa de Posgrado en Educación
(UFPR). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8091-5213. E-mail: neycmo@ufpa.br
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Rosa do Socorro Gomes VALE y Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1495-1514, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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1496
sobre a organização do trabalho pedagógico na jornada ampliada trazem a preocupação com
o planejamento das ações educativas: apesar dos avanços legais, a realidade demonstra
dificuldades na implantação da escola de tempo integral devido à necessidade de investimentos
ainda não efetivados pelos entes federados. Concluímos a urgência de um planejamento
pedagógico no tempo integral para que a escola atenda às novas necessidades significativas
para a comunidade escolar.
PALAVRAS-CHAVE
:
Tempo integral. Jornada ampliada. Política educacional brasileira.
ABSTRACT
:
This study is the result of a master's thesis carried out in the Graduate Program
in Management and Curriculum of the Basic School at the Federal University of Pará. It
analyzed conceptually the policies of Full Time and Extended Day in the organization of
pedagogical work. Methodologically, this is a qualitative approach, in which we used
bibliographic research, supported by the contributions of Arroyo (2012), Cavaliere (2009),
Moll (2012), among others. The results revealed that these experiences are presented
discontinuously and with interruptions in the administrative management. The reflections on
the organization of the pedagogical work in the extended day bring concern about the planning
of educational actions: despite the legal advances, the reality shows difficulties in the
implementation of full-time schools due to the need for investments that have not yet been made
by the federated entities. We conclude that there is an urgent need for pedagogical planning in
full-time schools in order for them to meet the new significant needs of the school community.
KEYWORDS
:
Full-time. Extended day. Brazilian education policy.
Introducción
La discusión en torno de la jornada ampliada
4
y jornada completa
5
en las escuelas
públicas ya no es nuevo en la educación brasileña. Dentro de este debate, se desarrollaron
algunas propuestas educativas, con el objetivo de mejorar la calidad de la educación pública en
el país. La literatura sobre el tema muestra que, desde la década de 1950, tuvimos en Brasil
algunas experiencias emblemáticas de implementación de propuestas en educación básica, que
tenían como uno de sus propósitos promover una educación con jornada escolar ampliada.
Como ejemplo de estos ataques, podemos destacar la creación del primer Centro de
Educación Popular Carneiro Ribeiro, implementado en 1950 en el estado de Bahía. Concebida
por Anísio Teixeira, quien tuvo una gran participación en el movimiento escolanovista, y es
considerado uno de los intelectuales más importantes del pensamiento educativo brasileño, esta
propuesta de educación trajo en su origen la idea de que la escuela debe valorar las actividades
4
La jornada escolar de más de cuatro horas por día se considera "jornada ampliada".
5
La definición de "tiempo integral" incluye una jornada escolar igual o superior a siete horas diarias. (El Decreto
No. 6.253/2007, artículo 4). En la práctica, la definición de una jornada ampliada, en términos cuantitativos,
incluye el tiempo integral. (MENEZES, 2009).
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Tiempo integral y jornada ampliada en la política educativa brasileña: Conceptos en debate
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1495-1514, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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1497
y prácticas de la vida cotidiana, vinculando la educación con la vida. En este sentido, Anísio
Teixeira abogó por la adopción de un tiempo extendido para la escuela primaria, vislumbrando
una educación pública y de calidad que llegara a todas las asignaturas de las clases populares.
Es importante destacar que, si bien la escuela de tiempo integral es una realidad alejada
de la mayoría de la población, es posible evidenciar, en propuestas gubernamentales en esta u
otras perspectivas, una intencionalidad política cuando se materializa, se dirige a la plena
formación del ciudadano, democrática, o se centra en una perspectiva de educación protectora,
asistencial y/o autoritaria, que nos lleva a reflejar las verdaderas intenciones de esta concepción
de la educación (CAVALIERE, 2009).
Dicho esto, este estudio constituye, en este sentido, una contribución a la discusión del
tema, ofreciendo subsidios teóricos sobre la propuesta de educación con una jornada ampliada
y de tiempo integral que se materializa dentro del alcance del escenario educativo brasileño. El
estudio es el resultado de una tesis de maestría que integra el Programa de Posgrado en
Currículo y Gestión de la Escuela Básica, vinculado al Centro de Estudios Transdisciplinarios
de Educación Básica (NEB), de la Universidad Federal de Pará (UFPA), y tiene como objetivo
analizar conceptualmente la política de tiempo integral y tiempo de trabajo ampliado desde la
perspectiva de la organización del trabajo pedagógico de la escuela básica brasileña, educación
en esta perspectiva en el municipio de Belém/PA.
Para el desarrollo metodológico de este trabajo, se optó por el enfoque cualitativo, a
través de la investigación bibliográfica, en el que buscamos fundamentos teóricos para apoyar
nuestro análisis en los trabajos de Arroyo (2012), Cavaliere (2009), Menezes (2009) y Moll
(2012), entre otros. Como utilizamos el análisis documental de los marcos normativos de las
políticas en estudio, destacando: la Ley de Lineamientos y Bases de la Educación Brasileña -
LDB Nº 9.394/96 (BRASIL, 1996), los Planes Nacionales de Educación - PNE (BRASIL,
2001-2010; BRASIL, 2014-2024), y la Ley del Fondo para el Mantenimiento y Desarrollo de
la Educación Básica y La Valorización de los Profesionales de la Educación
–
Fundeb Nº
14.276 de 2021 (BRASIL, 2021).
Para ello, discutiremos el contexto histórico sobre las experiencias de educación integral
o con recorrido prolongado que se materializaron en suelo brasileño, buscando comprender los
aspectos pertinentes a la implementación de estas propuestas educativas, a partir de los marcos
normativos que abordan esta política (LDB, PNE y Fundeb) (BRASIL, 1996; 2001-2010; 2014-
2024; 2021). En un segundo momento, buscamos comprender cómo se configura el debate
teórico sobre los conceptos de jornada a tiempo integral y recorrido expandido con experiencias
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Rosa do Socorro Gomes VALE y Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1495-1514, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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educativas en la perspectiva formativa, y luego discutiremos la organización del trabajo
pedagógico en las propuestas de jornada escolar a tiempo integral /jornada extendida, con
énfasis en la enseñanza de la educación básica; finalmente, siga las consideraciones finales y
referencias.
El contexto histórico de la política a tiempo integral / jornada ampliada en Brasil: una
breve incursión
Buscando comprender y analizar los aspectos pertinentes a la implementación del
tiempo integral en Brasil, informamos sobre la necesidad de una contextualización histórica
que apunta a una discusión con mayor énfasis, en torno al tema, desde la década de 1930,
cuando el educador Anísio Teixeira difundió la idea de que la escuela primaria,
[...] no puede ser una escuela a tiempo parcial, ni una escuela de letras
solamente, ni una escuela de iniciación intelectual, sino una escuela,
especialmente práctica, de iniciación al trabajo, de formación de hábitos de
pensamiento, hábitos de hacer, hábitos de trabajo y hábitos de convivencia y
participación en una sociedad democrática, cuyo soberano es el propio
ciudadano [...] (TEIXEIRA, 1989, p. 435).
El autor hace evidente la importancia del desarrollo de otras prácticas formativas de
educación, no limitadas solo al desarrollo del intelecto y la memorización: defendió la escuela
como un lugar donde el conocimiento se construiría en el contexto de las experiencias de vida,
y que:
No se puede lograr esta formación en una escuela por sesiones, con los cortos
períodos escolares que la escuela brasileña tiene actualmente. Necesitamos
devolverle el día completo, enriquecer su programa con actividades prácticas,
darle amplias oportunidades para entrenar hábitos de la vida real. Leer,
escribir, contar y dibujar serán sin duda técnicas a enseñar, pero como técnicas
sociales, en su contexto real, como habilidades, sin las cuales no se puede vivir
hoy. El programa de la escuela será la vida misma de la comunidad, con su
trabajo, sus tradiciones, sus características, debidamente seleccionados y
armonizados (TEIXEIRA, 1989, p. 435).
En este sentido, la educación se basa en una reflexión que tiene fundamentos
relacionados con propuestas sociales, políticas y pedagógicas concebidas de acuerdo al
momento histórico, insertas en el contexto de las políticas de Estado, sin embargo, con
propuestas inherentes a la política gubernamental.
Según Giolo (2012), en la historia brasileña, el acceso a la escuela de tiempo integral se
limitó a una pequeña capa dominante de la población. Ejemplos de esto fueron los colegios
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Tiempo integral y jornada ampliada en la política educativa brasileña: Conceptos en debate
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jesuitas en la Colonia, las escuelas secundarias y los grandes colegios en el período de la
República. En las últimas décadas, debido al proceso de industrialización y urbanización, las
clases populares comenzaron a tener acceso a la enseñanza, con la escuela de un solo turno,
mientras que aquellas con mejores condiciones económicas recibieron educación completa en
escuelas u otros espacios educativos.
Así, históricamente, las masas populares estaban al margen de la educación a tiempo
integral y, cuando comenzaron a tener acceso a la enseñanza de un turno, es decir, a la
escolarización a tiempo parcial, esta estaba por debajo de sus necesidades reales, porque se
producía precariamente y no se centraba en la plena formación del sujeto, teniendo en cuenta
las intenciones del sistema capitalista de cualificar precariamente a los jóvenes para desempeñar
funciones en el mercado laboral, en condiciones físicas y pedagógicas de funcionamiento
inadecuadas, aulas abarrotadas, actividades insuficientes, reflejando así la consternación
educativa de los gobernantes.
Por lo tanto, una educación que superó una formación fragmentada fue el anhelo y la
bandera de lucha de los movimientos sociales e intelectuales que buscaban una educación
integral de los sujetos. En este sentido, una educación en esta perspectiva está presente en la
historia de la sociedad brasileña desde el Manifiesto de los Pioneros de la Nueva Educación en
1932, teniendo como creadores: Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira, Cecília Meireles, entre
otros intelectuales brasileños que compusieron este movimiento de lucha por una educación
laica, integral y de calidad, que proyectara una formación más completa, considerando todas
las dimensiones del proceso formativo de las asignaturas de la escuela pública.
Sin embargo, solo a partir de la década de 1950 en experiencias concretas de expansión
del tiempo del niño en el entorno escolar, por ejemplo, tenemos el Centro Educativo Carneiro
Ribeiro
6
–
CECR (1950), en el estado de Bahía, los Gimnasios Vocacionales
7
–
GV (1960), en
el estado de São Paulo, escuela parque (1960) en Brasilia
8
, el Programa Integral de Capacitación
6
Concebido por Anísio Teixeira, el primer centro de educación popular en Brasil fue creado por un gobierno
estatal y contó con el apoyo del gobierno federal, a través del Centro Regional de Investigación Educativa de Bahía
(NUNES, 2009).
7
Los Gimnasios Vocacionales "fueron proyectos educativos experimentales que existieron entre 1961 y 1970",
totalizando seis unidades escolares que, además de São Paulo, contemplaron las ciudades de Batatais, Americana,
Barretos, Rio Claro y São Caetano [...]. Después de una intervención militar en 1969, se extinguieron formalmente
en 1970. (CHIOZZINI; SANTOS, 2017, p. 2-3).
8
Inspirado en la experiencia pionera del Centro Educativo Carneiro Ribeiro, La Escuela Parque de Brasilia tuvo
un carácter innovador, lo que implicó cambios significativos en la institución escolar. Bajo la influencia de las
ideas pragmáticas de Dewey, la nueva escuela era una comunidad socialmente integrada, con el fin de proporcionar
una experiencia de la vida real.
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Rosa do Socorro Gomes VALE y Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
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1500
Infantil
9
–
PROFIC (1980), en el estado de São Paulo, los Centros Integrados de Educación
Pública
10
–
CIEPs (1980 e 1990), en el estado de Río de Janeiro y los Centros Integrados de
Apoyo a la Infancia
11
–
CIACs (1990), proyecto que se creó a nivel nacional.
Y más recientemente, de 2007 a 2015, la política de tiempo integral que se configuró
en la mayoría de las escuelas públicas brasileñas, a través de las acciones del Programa Más
Educación
–
PME y con la política de financiamiento del Fondo para el Mantenimiento y
Desarrollo de la Educación Básica y la Valorización del Profesional de la Educación
–
Fundeb.
Estas políticas comenzaron a proporcionar apoyo legal tanto a tiempo integral como en una
larga jornada en las escuelas públicas brasileñas.
La educación a tiempo integral, en el contexto histórico brasileño, tuvo una audaz
propuesta de educación, pero exitosa con la oferta, que fomentó la formación a integral de los
estudiantes de las clases populares. Giolo (2012) deja en claro que esta escuela, en Brasil,
también logró sus éxitos, como CECR, GV, PROFIC, CIEPs y CIACs, así como otros intentos
en esta concepción de la educación, con la afirmación de que estos proyectos fueron muy
costosos para las arcas públicas, y en consecuencia los programas no ganaron continuidad
efectiva, reflexionando sobre la discontinuidad de la política y a veces configurándose ya no en
la política de Estado, pero en la política gubernamental. Porque, terminó el mandato, terminó
la política o sobrepasar la discontinuidad de la misma.
El debate sobre esta concepción de la educación se fue actualizando y autores como
Cavaliere (2009), Giolo (2012) y Menezes (2008) enfatizan que en la historia brasileña el
acceso a la escuela a tiempo integral se limitaba a una pequeña capa dominante de la población.
En las últimas décadas, debido al proceso de industrialización y urbanización, las clases
populares comenzaron a tener acceso a la enseñanza, con la escuela a tiempo parcial, mientras
que los niños de la élite brasileña de la época, que dura hasta nuestros días, recibieron educación
completa en escuelas u otros espacios educativos.
9
Fue una política pública implementada en São Paulo, entre 1986 y 1993. Este programa público, llamado PROFIC
- Programa Integral de Capacitación Infantil
–
, buscó extender la duración de la estadía de los niños pobres de las
clases populares en la escuela y ampliar las condiciones para su mejor rendimiento de aprendizaje.
10
Instituciones concebidas en Brasil para la experiencia de la escolarización a tiempo integral, dirigido a niños de
las clases populares, tratando de satisfacer sus necesidades e intereses. Los CIEPs fueron creados en la década de
1980 por Darcy Ribeiro, cuando era secretario de Educación en Río de Janeiro, en el gobierno Leonel Brizola. El
objetivo era proporcionar educación, Deportivo, atención médica, diversas actividades gastronómicas y culturales,
instituciones situadas fuera de la red educativa regular.
11
El proyecto CIAC fue creado a partir de 1990 en el gobierno del presidente Fernando Collor de Mello (1990-
1992) como parte de las políticas sociales de su gobierno y tuvo como tema la educación integral, sin embargo, ya
no se limita al estado de Río de Janeiro o São Paulo, pero a escala de la Unión, bajo el patrocinio de la Legión
Brasileña de Asistencia, Ministerio de Salud y Ministerio de la Infancia.
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Tiempo integral y jornada ampliada en la política educativa brasileña: Conceptos en debate
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Una escolarización a tiempo parcial, ofrecida de manera precaria, sin un proyecto de
formación completa del sujeto, teniendo en cuenta las intenciones del sistema capitalista de
calificar precariamente a los jóvenes para desempeñar funciones en el mercado laboral, en
condiciones físicas y pedagógicas inadecuadas de operación, aulas abarrotadas, actividades
insuficientes, refleja así la consternación educativa de los gobernantes, y tiene como
consecuencia la precariedad de la educación pública, que se refleja negativamente no solo en
una formación parcial, sino principalmente en la formación integral del estudiante.
Este concepto de educación ha vuelto a ganar fuerza en Brasil con los crecientes
movimientos a favor de mejoras en la calidad de la educación en el período correspondiente a
las décadas de 1980 y 1990, que impulsó la creación de políticas y programas educativos
relacionados con asegurar la presencia del niño en la escuela y aumentar su estadía, con miras
a aumentar la jornada escolar, a partir de programas enfocados en esta política, tales como: Más
Cultura, Escuela Integrada, Escuela de Tiempo Integral, Segunda Vez y el Programa Más
Educación, ejemplos de Programas y acciones del Ministerio de Educación - MEC que se
materializan en esta política para ampliar el camino del niño en la escuela, ofreciendo nuevas
oportunidades de educación a los estudiantes de las escuelas públicas brasileñas, así como, a
partir de los marcos legales que apoyan la implementación de esta política educativa - LDB nº
9.394/96 (BRASIL, 1996), con PNE (BRASIL, 2014) y Fundeb nº 11.494/2007 (BRASIL,
2007).
La política de ampliación de la jornada escolar cuenta con el apoyo jurídico de la LDB
Nº 9.394/1996, que regula para la educación de la primera infancia la jornada escolar a tiempo
integral de al menos siete horas (BRASIL, 1996; BRASIL 2013). Mientras que en la escuela
primaria la legislación hace opcional el funcionamiento de las unidades escolares de tiempo
integral, establecidas en LDB Nº 9.394/1996 a partir de:
Artículo 34. La jornada escolar en la escuela primaria incluirá al menos cuatro
horas de trabajo efectivo en el aula, y la duración de la estancia en la escuela
se amplía progresivamente.
§ 1 - Quedan prohibidos los casos de educación nocturna y las formas
alternativas de organización autorizadas en esta Ley.
§ 2 - La escuela primaria se impartirá progresivamente a tiempo integral, a
discreción de los sistemas educativos (BRASIL, 1996, p. 19).
La escuela de tiempo integral obtuvo refuerzo legal cuando fue contemplada en los
Planes Nacionales de Educación (PNE, en los términos de 2001 y 2014, desde el primer Plan
Nacional de Educación (BRASIL, 2001) dirigido a la escuela de tiempo integral, la
organización escolar en la que la estadía del estudiante era de al menos 7 horas diarias tanto
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para la educación de la primera infancia, en cuanto a la escuela primaria, y el nuevo Plan
Nacional (BRASIL, 2014) tiene como uno de sus objetivos la expansión de la oferta de escuelas
de tiempo integral (Meta 6), que propone la oferta en el 50% de las escuelas públicas con miras
a atender al 25% de la población escolar para el año 2024 en todo el territorio brasileño.
Sin embargo, el PNE (BRASIL, 2014), aún no ha podido lograr lo que se propone en su
Objetivo 6: incluso el plazo no ha expirado, el porcentaje de escuelas de tiempo integral en
Brasil, especialmente en el municipio de Belém / PA, todavía está por debajo del propuesto por
el Plan vigente, debido a un número de 840 (ochocientas cuarenta) escuelas que forman parte
del Departamento de Educación del Estado - SEDUC, sólo 68 (sesenta y ocho) escuelas ofrecen
educación a tiempo integral
12
, Los datos presentados en el Plan Estatal de Educación Integral
- PEEI (PARÁ, 2014), que caracteriza que la política de tiempo integral en esta esfera aún no
va de acuerdo con el PNE (BRASIL, 2014) sobre el Objetivo 6, así como la falta de apoyo
técnico y financiero son obstáculos que limitan la efectividad de esta política en las escuelas
estatales de Belém / PA.
El actual PNE (BRASIL, 2014) también recomienda en sus lineamientos la colaboración
entre entidades federativas, principalmente por parte de la Unión, para emprender un mayor
énfasis en la colaboración con Programas y Proyectos destinados a satisfacer las especificidades
de la infraestructura de las escuelas de tiempo integral, lo que revela, entre otros factores, la
"superación de las desigualdades educativas" y la "mejora de la calidad de la educación", ambos
presentados como lineamientos del Plan (BRASIL, 2014, art. 2°, ítems III y IV).
Así, como el actual PNE (BRASIL, 2014), que apoya la política de educación a tiempo
integral, Fundeb, Ley N° 11.494/2007 (BRASIL, 2007), como política de financiamiento, prevé
en su artículo 10, valores diferenciados para los estudiantes con matrícula de tiempo integral en
la educación pública. Así, la educación básica a tiempo integral comenzó a considerarse con un
turno escolar de siete horas diarias o más durante todo el período escolar.
A finales de 200, la Educación Integral vuelve al enfoque nacional a través del Programa
Más Educación - PME, idealizado por la Ordenanza Interministerial Nº 17/2007 (BRASIL,
2007), que tenía como objetivo devolver a los estudiantes en el turno escolar a actividades para
ampliar el aprendizaje, pero este Programa no se implementó hasta 2010, cuando fue decretado
por la república presidencial, momento en el que se reafirmó que este programa estaba dirigido
a atender a estudiantes necesitados (BRASIL; 2007).
12
Datos extraídos del sitio web de SEDUC/PA. Disponible en:
http://www.seduc.pa.gov.br/portal/escola/consulta_escola/frmConsultaTempoIntegral.php. Acceso en: 21 mar.
2021.
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Tiempo integral y jornada ampliada en la política educativa brasileña: Conceptos en debate
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Por lo tanto, se percibe que la propuesta del Programa Más Educación - PME (BRASIL,
2007), así como las otras mencionadas y comentadas en este trabajo, culminaron en una
relevancia significativa en la formación de los sujetos, proponiendo otras experiencias
formativas, pero evidenciamos, a partir de los contextos por los cuales se implementó la
concepción y la política de tiempo integral, el carácter eminentemente asistencialista, al ofrecer
la expansión del tiempo al estudiante en la escuela, con el fin de sacarlo de las calles sin una
preparación significativa para que además de estar "asegurados" de la marginalidad, tuvieran
un proceso de escolarización de calidad.
Sin embargo, Paro (1988) corrobora esta pregunta diciendo que, incluso antes de hablar
de ampliar la jornada escolar, es necesario reflexionar sobre la enseñanza en el turno parcial,
con el objetivo de ofrecerla con calidad, para luego pensar en la expansión de la jornada escolar
a tiempo integral.
Sin embargo, estos ataques aún no han sido suficientes en términos de sensibilización
sobre la esfera política de nuestra sociedad, con el fin de poner fin de manera efectiva a una
política pública responsable comprometida con la implementación de un tiempo ampliado /
integral en la educación pública brasileña. Las razones de esta no adopción son varias, que van
desde cuestiones económicas hasta problemas relacionados con la organización interna de la
propia escuela, pasando por la infraestructura, la cualificación de los profesionales de la
educación, la calidad en la alimentación y la organización del trabajo pedagógico, un punto que
es la base de las acciones propuestas en el tiempo extendido, que fomenta experiencias
educativas que van más allá del proceso de escolarización.
Tiempo integral y jornada ampliada: Conceptualizar la política en la práctica educativa
La educación en el escenario brasileño siempre ha sido un aspecto social de importancia
fundamental para el desarrollo del hombre en la sociedad, y de esta manera, se buscó mucho
para una educación que lograra una formación completa de los sujetos, con diferentes
propuestas, priorizando la calificación de la enseñanza de la escuela pública, con el objetivo de
satisfacer las inquietudes de los sujetos desde una educación que proporcionara una formación
más allá de la escolarización, con otras experiencias educativas basadas en una educación
transformadora.
En Brasil, este movimiento de tiempo integral en las escuelas, según Arroyo (1988,
2012), Giolo (2012) y Paro (1988), entre otros, apunta a la conexión directa con las demandas
de las poblaciones empobrecidas que exigen educación de calidad y gratuita. En este sesgo,
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Giolo (2012, p. 95), corrobora al decir que, "el tiempo parcial es la escuela de los segmentos
populares", lo cual es constante en la historia brasileña que la escolarización motivó estas
afirmaciones de las que arroyo nos habla (2012, p. 33):
Porque la conciencia social del derecho a la educación y a la escuela entre los
sectores populares ha crecido en las últimas décadas, también lo ha hecho la
conciencia de que el tiempo escolar en nuestra tradición es demasiado corto.
El derecho a la educación condujo al derecho a más educación y más tiempo
escolar. Este puede ser un significado importante: tratar de dar respuestas
políticas al avance de la conciencia del derecho a más tiempo de educación.
Fue a partir de las diversas experiencias de educación pública a tiempo integral
registradas en el escenario educativo brasileño que se organizaron las experiencias de expansión
de la jornada escolar con énfasis en la instrucción y formación de los sujetos de las clases
populares, presentándose como una forma de democratización de la enseñanza y como una
garantía de la permanencia del estudiante en la escuela, con el propósito de no solo transmitir
conocimientos, sino mitigar los impactos de las divergencias sociales, así como los problemas
relacionados con las condiciones de pobreza (CAVALIERE; MAURICIO, 2012; GIOLO,
2012).
Esta concepción de la educación partió de las políticas públicas educativas orientadas a
igualar las oportunidades de aprendizaje y satisfacer las necesidades relacionadas con el mundo
del trabajo, las cuales se asociaron con el aumento de la carga de trabajo de los estudiantes en
la escuela, con experiencias educativas asociadas al concepto de educación integral a la escuela
de tiempo integral, revelando las preocupaciones sociales subyacentes a estas políticas públicas,
con el propósito de proteger a los niños con bajo estatus social, configurándose no solo en una
política educativa, sino de asistencia a quienes viven al margen de las oportunidades
socioeconómicas.
Si, por un lado, la ampliación de la jornada escolar propone la ruptura de la estructura
tradicional con actividades diversificadas en la promoción del desarrollo integral de las
asignaturas, la necesidad de ampliar el tiempo escolar está directamente vinculada a los espacios
de la escuela y a las posibilidades de articulación de ambos, con el fin de integrar y articular las
potencialidades educativas existentes en la sociedad, tales como: espacios, personas,
instituciones e iniciativas, desde las cuales se aseguran condiciones fundamentales para el
desarrollo integral de los sujetos (ARROYO, 2012).
En esta perspectiva, Cavaliere (2002) aborda la importancia de la escolarización a
tiempo integral, porque la duración de la estancia en la escuela tiene como objetivo la formación
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global de los sujetos en un intento de garantizar una educación más equitativa y promotora de
un mayor desarrollo y ciudadanía.
Sin embargo, con el surgimiento de la educación universal y obligatoria, la educación
integral se pensó desde la perspectiva de una educación amplia que involucraba todas las
dimensiones de la educación de los sujetos, que se inserta en una concepción de carácter político
y emancipador. Esta concepción de la educación, según Boto (2003) y Coelho (2009), resurge
desde la antigüedad, en un contexto de cambios en la vida moderna, presuponiendo nuevas
actitudes hacia la vida y, en consecuencia, de la educación ante la conveniencia en la formación
más completa de los sujetos, a partir de una educación que considera el desarrollo de los sujetos
con énfasis en sus potencialidades desde las dimensiones: físico, cognitivo, emocional, social
y cultural, en el que constituirá un proyecto colectivo con propósito político al servicio de una
sociedad en particular.
En el escenario educativo brasileño, las diversas perspectivas de la educación en esta
perspectiva se enfrentan a la cuestión del espacio y el tiempo. Arroyo (2012), al abogar por una
educación integral de los estudiantes, con más equidad y justicia social, considera la propuesta
de más tiempo en la escuela una forma de ofrecer experiencias educativas transformadoras. Por
lo tanto, la duración de la estancia en la escuela, centrada en diferentes ofertas educativas,
permite el desarrollo de las potencialidades intelectuales y cognitivas del estudiante, haciendo
que los sujetos de la escuela pública tengan posibilidades de lograr el protagonismo de sus
acciones.
En este sentido, Moll (2012) aboga por la expansión de la trayectoria escolar, a través
de la escuela a tiempo integral, y de esta manera enfatiza el desarrollo de una nueva dinámica
pedagógica que aborde lo fundamental para la vida en sociedad dirigida por el bien público,
con miras a profundizar en el conocimiento, el espíritu crítico y las experiencias democráticas,
que posibiliten toda una formación estudiantil.
Coelho y Menezes (2008) también corroboran la definición del concepto de tiempo
integral y señalan que la relación establecida entre la ampliación del tiempo escolar y una
educación que se entiende como integral no siempre implica necesariamente la calidad de la
enseñanza esperada. Por lo tanto, "la extensión cuantitativa del tiempo en la escuela no siempre
resulta en una extensión igualmente cualitativa de este tiempo" (COELHO; MENEZES, 2008,
p. 2).
Según Leclerc y Moll (2012), la ampliación del tiempo escolar se entiende como una
garantía de derecho en la perspectiva de promover una educación integral con múltiples
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dimensiones y libertades constitutivas que posibiliten el desarrollo humano. Desde esta
perspectiva, los autores afirman que:
[...] en un contexto de desigualdades económicas, políticas y sociales, en el
que el acceso a la ciencia, la cultura y la tecnología está vinculado a la
orientación étnica, territorial, de clase, de género y sexual, la construcción de
una política de educación básica a tiempo integral forma parte de políticas
afirmativas y de afrontamiento de las desigualdades (LECLERC; MOLL,
2012, p. 17).
También en el enfoque de los autores, explican que las expresiones "tiempo integral" y
"jornada ampliada" se establecen en base a los marcos legales de la política educativa; las
políticas de extensión de la jornada deben conducir a la educación a tiempo integral,
referenciadas por la cobertura del financiamiento de la educación, según lo establecido por
Fundeb, mencionado anteriormente en este estudio.
Cavaliere (2009), al abordar la naturaleza de la expansión de la jornada escolar asociada
a la posibilidad de una educación integral, aborda el carácter contradictorio y complementario
en el campo pedagógico educativo de las concepciones que conviven en la escuela,
explicándolas con el uso de las expresiones "escuela a tiempo integral " y "estudiante a tiempo
integral ". Con respecto a estas proposiciones, Coelho (2011, p. 7) enfatiza que:
[...] la ampliación de la jornada escolar no está necesariamente relacionada
con la propia organización de la escuela, sino a través de actividades que
tienen lugar en el contrapaso y que, como tales, pueden o no estar vinculadas
al proyecto pedagógico de la institución. En este caso, lo más probable es que
las actividades enriquezcan el universo sociocultural del estudiante, pero no
necesariamente se constituyan como educación integral, en el sentido de la
articulación de conocimientos y conocimientos que forman parte de la
constitución del ser humano, que lo vinculan al proceso humanizador para el
cual la escuela necesita abrirle la puerta.
Es necesario considerar en esta perspectiva de la política lo que concierne la jornada a
tiempo integral y prolongado, en y para las definiciones de acciones pedagógicas relacionadas
con una práctica educativa que califica este tiempo extendido en la difusión de experiencias
fundacionales en la formación de estudiantes, considerando que, incluso si existe una diferencia
entre los términos (tiempo integral y jornada ampliada), en la práctica, la educación en estas
perspectivas debe ser inherente a la propuesta pedagógica de la escuela, con énfasis en un
trabajo pedagógico integrado e integral en la formación de sujetos que participan en la
educación a tiempo integral / o jornada ampliada.
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Sin embargo, enfatizamos que esta concepción de la educación es significativa con
respecto a una educación integral, ya que el desarrollo del trabajo educativo en este tiempo
necesita satisfacer las necesidades reales de los estudiantes, que forman parte de este proceso.
Porque, si no hay intención de trabajo en este tiempo, no será posible calificarlo para
proporcionar nuevas posibilidades de aprendizaje. Por lo tanto, es necesario revisar la
organización del trabajo pedagógico, porque, cuando no se integra y planifica con la propuesta
curricular y con los lineamientos de la política de tiempo integral/jornada ampliada, culmina en
no corresponder en una formación más completa, dirigida por la política en estudio.
La educación en esta perspectiva aún no ha logrado el éxito esperado, con respecto a la
calificación de este tiempo para asistir a una formación más completa de las asignaturas de la
escuela pública, debido a varios factores, como la falta de infraestructura que cumpla con la
política, alimentos de calidad y adecuados al tiempo esperado de los estudiantes en la escuela,
la formación continua de profesionales que trabajan a tiempo integral y la organización del
trabajo pedagógico, que no encaja con el currículo común, ni forma parte del Proyecto Político
Pedagógico - PPP.
El PPP generalmente se desvincula de esta propuesta, especialmente en lo que respecta
a la enseñanza con propuestas de tiempo integral en las escuelas públicas estatales de Belém /
PA, que culmina en la limitación del trabajo educativo, debido a los obstáculos mencionados
anteriormente en este estudio, que hacen imposible llevar a cabo la política de tiempo integral
/ o día a día extendido.
En este sentido, al hablar de educación desde la perspectiva del tiempo integral y la
jornada ampliada, que se centran en la formación de los sujetos de la Educación Básica, es
evidente que solo la expansión del tiempo no garantiza una educación efectiva, sino que la
calificación de este tiempo permitirá una formación plural y diversa del estudiante, basada en
prácticas pedagógicas que resignan el trabajo en la escuela, con diversas experiencias
educativas en la formación más completa del alumno de la escuela pública.
La organización del trabajo pedagógico a tiempo integral
La escuela a tiempo integral surgió en la sociedad con el fin de satisfacer las necesidades
educativas presentes en un momento histórico determinado. Por lo tanto, es urgente la necesidad
de reestructuración en términos de espacio físico, calificación de los profesionales de la
educación, trabajo pedagógico, entre otros elementos que proyectan sustancias a esta política,
con el fin de permitir experiencias educativas diversificadas, teniendo en cuenta las
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especificidades formativas del estudiante, apuntando a la formación más allá del desarrollo
cognitivo.
En este sentido, la Organización del Trabajo Pedagógico
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OTP, elemento básico para
el desarrollo del trabajo educativo desde la perspectiva de la política de tiempo integral y la
jornada ampliada, se correlaciona en acciones intencionales y planificadas sobre los elementos
que conforman el proceso educativo, tales como: la gestión, el currículo, la evaluación y la
planificación de acciones pedagógicas que impregnan todos los segmentos de la escuela, desde
el equipo directivo hasta los padres y/o tutores. Entre todos los involucrados en este proceso, la
organización pedagógica de la institución educativa involucra dimensiones de trabajo
organizadas a partir de elementos articulados, tales como: las Reglas Escolares, el Proyecto
Político Pedagógico, la Propuesta Curricular, entre otras que subyacen al trabajo institucional
de la educación.
Se entiende que el desempeño del equipo directivo -directores y pedagogos- se
configura como elementos fundamentales en la organización colectiva del trabajo pedagógico
de la escuela. Es decir, debe actuar en diversas instancias de la práctica educativa, directa o
indirectamente vinculada a la organización y procesos de adquisición de conocimientos y
modos de acción.
Conforme Arroyo (1988, p. 4):
[...] La educación a tiempo integral tiene el deber de proporcionar al estudiante
una experiencia educativa total, que no se limite a ilustrar la mente, sino que
organice su tiempo, su espacio, que disciplina su cuerpo, que transforma y de
acuerdo con su personalidad en todo momento.
Arroyo (1988) nos recuerda el entendimiento de que recibir educación completa no
implica que el estudiante deba pasar tiempo integral en la escuela, sino que existe una mayor
interpretación por parte de las entidades federativas y de la propia escuela que la educación a
tiempo integral y, principalmente, la escuela de tiempo integral, por lo que ambos desarrollarán
su papel en la formación más completa del estudiante, comprender el momento histórico y la
realidad social, por lo tanto, las posibilidades de transformaciones significativas en el
desarrollo.
En este sentido, Veiga (2013) destaca que la escuela es el lugar de concepciones,
realización y evaluación de su proyecto educativo, ya que necesita organizar su trabajo
pedagógico en base a sus alumnos. Y, con base en esta premisa, aclara que la escuela en general
tiene dos tipos básicos de estructuras organizativas, que son puntos fundacionales en la
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organización de la escuela en su conjunto, tales como: la estructura administrativa y
pedagógica, condicionantes fundamentales para la labor educativa que brinda la escuela.
En cuanto a la estructura administrativa, aseguran en la práctica la gestión de los
recursos humanos, físicos y financieros, así como la arquitectura del edificio, equipamiento,
mobiliario y colecciones educativas, instalaciones escolares y espacios libres y de saneamiento
básico, elementos importantes para el desarrollo de la labor institucional.
Las estructuras organizativas pedagógicas se relacionan con las interacciones políticas,
la enseñanza y las cuestiones curriculares. "En las estructuras pedagógicas se incluyen todos
los sectores necesarios para el desarrollo del trabajo pedagógico" (VEIGA, 2013, p. 25).
En este sentido, hablar de la estructura organizativa de la escuela nos lleva a un
seguimiento que tiene como objetivo detallar las prioridades del trabajo docente, porque la
organización de este trabajo es un tema fundamental enfocado al desarrollo y aprendizaje de
los estudiantes. Vale la pena mencionar que la organización del trabajo pedagógico:
[...] puede entenderse por dos niveles: a) como trabajo pedagógico que, en el
momento histórico actual, se suele desarrollar predominantemente en el aula,
y b) como organización global del trabajo pedagógico de la escuela, como
proyecto político pedagógico de la escuela (FREITAS, 1994, p. 90).
La organización del trabajo pedagógico, desde la perspectiva de la unidad escolar, gira
en torno a dos seguimientos: el trabajo centrado en la dinámica del aula, y el trabajo
organizativo de la escuela que está relacionado con el proyecto político pedagógico - PPP, que
es un instrumento básico en la organización institucional, con miras a lograr los objetivos y
propósitos de la educación.
Por lo tanto, este proyecto político se vincula incisivamente a la necesidad social que se
describe culturalmente, gana coherencia y estabilidad al presentar la realidad en la que se
incluye, destacando cómo se organizan las prácticas para trabajar con los sujetos, porque su
enfoque es el eje principal de la organización de la práctica pedagógica que debe ser adoptada
por todos los involucrados en el proceso de enseñanza y aprendizaje.
En este sentido, la organización del trabajo pedagógico consiste en acciones
intencionales y planificadas de los elementos que conforman el proceso educativo, tales como:
gestión, currículo, evaluación y planificación de la acción pedagógica, que involucra a toda la
comunidad escolar: dirección, personal pedagógico, personal docente, padres y/o tutores,
estudiantes y empleados.
Dentro del currículo, existe el significado de cómo se llevará a cabo la organización del
trabajo pedagógico como una explicación del trabajo de la escuela y del maestro, mostrando
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que las acciones están ordenadas y apoyadas por una filosofía educativa, inherente al trabajo de
la propia escuela. A través del currículo, se dispone de la organización de la escuela, así como
de las experiencias educativas a las que los alumnos tendrán acceso en la apropiación del
conocimiento.
La organización del trabajo pedagógico, basada en la planificación, se entiende como
un instrumento que estimulará la forma de elaborar, ejecutar y evaluar los planes de enseñanza
que organizan el trabajo docente. En este sentido, la planificación guiará el proceso de
enseñanza y aprendizaje, es decir, el docente es el coordinador de su aula, es responsable de la
organización pedagógica que se lleve a cabo en este espacio, ya que, si no hay planificación,
no hay forma de desarrollar un trabajo de manera efectiva.
Sin embargo, el trabajo pedagógico a tiempo integral debe estar comprometido con el
desarrollo de la autonomía del estudiante, la discriminación de sus actividades debe tener como
criterio la eliminación de condiciones sociales y culturales desfavorables que comprometan
decisivamente el aprendizaje. En este sentido, debe apuntar a nuevas necesidades, nuevas
aspiraciones, deseos y expectativas, en el contexto de las herramientas necesarias para que el
estudiante logre esta nueva condición de aprendizaje.
La educación en esta perspectiva debe guiarse por actividades organizadas y
estructuradas dirigidas al bienestar tanto del estudiante como del educador, proporcionando
interacción, intercambio de experiencias y conocimientos entre ellos, lo que solo se logrará si
la escuela tiene en medio de sus acciones un trabajo pedagógico organizado y cohesionado con
la propuesta de la escuela a tiempo integral.
Asumiendo que la propuesta de educación a tiempo integral o con ampliación de la
jornada escolar implica una dimensión cuantitativa (más tiempo en la escuela) y una dimensión
cualitativa (la formación integral del ser humano), a partir de la cual deben converger las
acciones pedagógicas a otras experiencias (que involucran las dimensiones del desarrollo
humano) de aprendizaje, que deben planificarse para que las acciones en este tiempo extendido
permitan que los tiempos calificados en el aprendizaje del estudiante sean escuela pública.
Sin embargo, aunque haya un aumento en el tiempo, es necesario tener una mirada
diferenciada sobre este aspecto, evitando ofrecer a los estudiantes "más de lo mismo". De esta
manera, la escuela pública debe desafiarse a sí misma para mantener la calidad del tiempo
ofrecido que debe "constituirse como un tiempo reinventado en la comprensión de los ciclos,
los idiomas, los deseos de los niños y jóvenes que acogen, modifican asimetrías y
esterilizaciones que aún se encuentran en la práctica pedagógica escolar" (MOLL, 2012, p. 28).
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Consideraciones finales
La revisión histórica de la(s) experiencia(s) ha/han señalado la creencia de los
defensores de la propuesta de educación integral o con jornada ampliada como posibilidad de
mejorar la educación en Brasil. Por otro lado, los resultados revelan que, a partir de la
concepción de la educación desarrollada por Anísio Teixeira en el Centro Educativo Carneiro
Ribeiro, se desarrollaron otras experiencias en el país. Sin embargo, no se han consolidado
como una política de Estado, en un momento en que se presentan como una propuesta
discontinua y con interrupciones provocadas por el intercambio de gestión administrativa,
configurándose como políticas gubernamentales.
Con respecto a los conceptos de tiempo integral y jornada ampliada, notamos que esta
propuesta de educación puede ser analizada a través de varias lentes. Por lo tanto, la discusión
entre estos términos considera no solo los aspectos pedagógicos, sino también los aspectos
sociales, económicos y políticos.
Encontramos que las discusiones sobre la organización del trabajo pedagógico, en
propuestas de educación integral o con jornada prolongada, traen preocupación por las acciones
intencionales y planificadas de los elementos que conforman el proceso educativo, como la
gestión, el currículo, la evaluación y la planificación de la acción pedagógica, que involucra a
toda la comunidad escolar.
Concluimos que la organización del trabajo pedagógico, desde la perspectiva de ofrecer
una educación a tiempo integral o con horarios laborales extendidos, debe llevarse a cabo en
función de la realidad de sus estudiantes. Así, la planificación y articulación de todas las
actividades necesitan apuntar a sus necesidades y anhelos reales, en el contexto, el camino
expandido que, para llegar a ser significativo, necesita estar vinculado al éxito de los
estudiantes, y que este objetivo es el centro de la acción educativa escolar.
REFERENCIAS
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educativa brasileña: Conceptos en debate.
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https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17084
Presentado en
: 13/12/2021
Revisiones requeridas en
: 07/02/2022
Aprobado en
: 25/04/2022
Publicado en
: 01/07/2022
Procesamiento y edición: Editora Ibero-Americana de Educação.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
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Full time and extended day in Brazilian educational policy: Concepts under debate
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1493-1512, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17084
1493
FULL TIME AND EXTENDED DAY IN BRAZILIAN EDUCATIONAL POLICY:
CONCEPTS UNDER DEBATE
1
TEMPO INTEGRAL E JORNADA AMPLIADA NA POLÍTICA EDUCACIONAL
BRASILEIRA: CONCEITOS EM DEBATE
TIEMPO INTEGRAL Y JORNADA AMPLIADA EN LA POLÍTICA EDUCATIVA
BRASILEÑA: CONCEPTOS EN DEBATE
Rosa do Socorro Gomes VALE
2
Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
3
ABSTRACT
:
This study is the result of a master's thesis carried out in the Graduate Program
in Management and Curriculum of the Basic School at the Federal University of Pará. It
analyzed conceptually the policies of Full Time and Extended Day in the organization of
pedagogical work. Methodologically, this is a qualitative approach, in which we used
bibliographic research, supported by the contributions of Arroyo (2012), Cavaliere (2009),
Moll (2012), among others. The results revealed that these experiences are presented
discontinuously and with interruptions in the administrative management. The reflections on
the organization of the pedagogical work in the extended day bring concern about the
planning of educational actions: despite the legal advances, the reality shows difficulties in
the implementation of full-time schools due to the need for investments that have not yet been
made by the federated entities. We conclude that there is an urgent need for pedagogical
planning in full-time schools in order for them to meet the new significant needs of the school
community.
KEYWORDS
:
Full-time. Extended day. Brazilian education policy.
RESUMO
:
Este estudo é resultado de dissertação de mestrado realizado no Programa de
Pós-Graduação em Gestão e Currículo da Escola Básica da Universidade Federal do Pará.
Analisou-se conceitualmente a política do Tempo Integral e Jornada Ampliada na
organização do trabalho pedagógico. Metodologicamente, trata-se de uma abordagem
qualitativa, em que utilizamos a pesquisa bibliográfica, apoiada nas contribuições de Arroyo
(2012), Cavaliere (2009), Moll (2012), entre outros. Os resultados revelaram que essas
1
Excerpt from the Master's Thesis that integrates the Graduate Program in Curriculum and Management of the
Basic School
–
PPEB/NEB/UFPA.
2
Federal University of Pará (UFPA), Belém
–
PA
–
Brazil. Masters in Curriculum and Management of the Basic
School, by the Postgraduate Program in Curriculum and Management of the Basic School, at the Center for
Transdisciplinary Studies in Basic Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0681-2635. E-mail:
gomes.vale@hotmail.com
3
Federal University of Pará (UFPA), Belém
–
PA
–
Brazil. Head Professor. Advisor and Professor of the
Graduate Program in Curriculum and Management at the Basic School (PPEB/NEB/UFPA). Vice Coordinator of
the Doctoral Program in Education in the Amazon Network - PGEDA/EDUCANORTE, linked to the Center for
Transdisciplinary Studies in Education in Basic Education - NEB/UFPA. Post-Doctorate in the Graduate
Program in Education (UFPR). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8091-5213. E-mail: neycmo@ufpa.br
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Rosa do Socorro Gomes VALE and Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1493-1512, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17084
1494
experiências se apresentam de forma descontínua e com interrupções na gestão
administrativa. As reflexões sobre a organização do trabalho pedagógico na jornada
ampliada trazem a preocupação com o planejamento das ações educativas: apesar dos
avanços legais, a realidade demonstra dificuldades na implantação da escola de tempo
integral devido à necessidade de investimentos ainda não efetivados pelos entes federados.
Concluímos a urgência de um planejamento pedagógico no tempo integral para que a escola
atenda às novas necessidades significativas para a comunidade escolar.
PALAVRAS-CHAVE
:
Tempo integral. Jornada ampliada. Política educacional brasileira.
RESUMEN
:
Este estudio es el resultado de una tesis de maestría realizada en el Programa
de Posgrado en Administración y Currículo de la Escuela Básica de la Universidad Federal
de Pará. Se analizó conceptualmente la política de Tiempo Integral y Jornada Ampliada en la
organización del trabajo pedagógico. Metodológicamente, se trata de un enfoque cualitativo,
en el que utilizamos la investigación bibliográfica, apoyada en los aportes de Arroyo (2012),
Cavaliere (2009), Moll (2012), entre otros. Los resultados revelaron que estas experiencias
son discontinuas y con interrupciones en la gestión administrativa. Las reflexiones sobre la
organización del trabajo pedagógico en el camino ampliado traen preocupación con la
planificación de las acciones educativas: a pesar de los avances legales, la realidad
demuestra dificultades en la implementación de la escuela de tiempo integral debido a la
necesidad de inversiones aún no implementadas por las entidades federativas. Concluimos la
urgencia de una planificación pedagógica a tiempo integral para que la escuela satisfaga las
nuevas necesidades significativas para la comunidad escolar.
PALABRAS CLAVE
:
Tiempo integral. Jornada ampliada. Política educativa brasileña.
Introduction
The discussion around the extended day
4
and full time
5
in public schools is no longer
new in Brazilian education. Within this debate, some education proposals were developed,
aiming to improve the quality of public education in the country. Literature on the subject
shows us that, since the 1950s, we have had in Brazil some emblematic experiences of
implementing proposals in basic education, which had as one of their purposes to promote an
education with an extended school day.
As an example of these investments, we can highlight the creation of the first Carneiro
Ribeiro Popular Education Center, implemented in 1950 in the state of Bahia. Conceived by
Anísio Teixeira, who had great participation in the New School movement, and is considered
one of the most important intellectuals of Brazilian educational thought, this educational
4
An “extended day” is considered to be a school day of more tha
n four hours a day.
5
The definition of “full
-
time” encompasses a school day equal to or greater than seven hours a day (Decree No.
6,253/2007, Article 4). In practice, the definition of extended working hours, in quantitative terms, includes full-
time (MENEZES, 2009).
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Full time and extended day in Brazilian educational policy: Concepts under debate
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1493-1512, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17084
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proposal had in its origin the idea that the school should value the activities and practices of
everyday life, linking education to life. In this sense, Anísio Teixeira defended the adoption of
an extended time for primary school, envisioning a public and quality education that would
reach all subjects from the lower classes.
It is important to highlight that, although the full-time school is a reality distant from
the majority of the population, it is possible to evidence, in government proposals in this or
other perspectives, a political intentionality to be materialized, whether directed to full citizen
training, democratic, or focused on a perspective of protective, welfare and/or authoritarian
education, which leads us to reflect the real intentions of this conception of education
(CAVALIERE, 2009).
That said, this study is, in this sense, a contribution to the discussion on the subject,
offering theoretical subsidies on the proposal of education with extended day and full-time
that is materialized in the Brazilian educational scenario. The study is the result of a master's
thesis that integrates the Postgraduate Program in Curriculum and School Management,
linked to the Center for Transdisciplinary Studies on Basic Education (NEB, in the
Portuguese acronym), at the Federal University of Pará (UFPA), and aims to conceptually
analyze the policy of full time and extended day in the perspective of the organization of the
pedagogical work of the Brazilian basic school, as well as the education in this perspective in
the Municipality of Belém/PA.
For the methodological development of this study, we opted for a qualitative approach,
through bibliographic research, in which we sought theoretical foundations to support our
analysis in the works of Arroyo (2012), Cavaliere (2009), Menezes (2009) and Moll (2012),
among others. We also used the documentary analysis of the normative frameworks of the
policies under study, highlighting: the Law of Directives and Bases of Brazilian Education -
LDB No. 9.394/96 (BRAZIL, 1996), the National Education Plans - PNE (BRAZIL, 2001-
2010; BRAZIL, 2014-2024), and the Law of the Fund for Maintenance and Development of
Basic Education and Valorization of Professional Education - Fundeb No. 14.276 of 2021
(BRAZIL, 2021).
To this end, we will initially discuss the historical context about the experiences of full
or extended day education that have materialized on Brazilian soil, seeking to understand the
aspects relevant to the implementation of these educational proposals, from the normative
frameworks that address this policy (LDB, PNE and Fundeb) (BRAZIL, 1996; 2001-2010;
2014-2024; 2021). In a second moment, we seek to understand how the theoretical debate
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Rosa do Socorro Gomes VALE and Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1493-1512, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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about the concepts of full time and extended day is configured with educational experiences
in the formative perspective and, then, we will discuss about the organization of the
pedagogical work in the proposals of full time school/extended day, with emphasis on the
teaching of basic education; finally, the final considerations and references follow.
The historical context of the full time/extended day policy in Brazil: a brief incursion
Seeking to understand and analyze the aspects pertinent to the implementation of full-
time education in Brazil, we refer to the need for a historical context that points to a
discussion with greater emphasis on the subject from the 1930s, when educator Anísio
Teixeira disseminated the idea that elementary school,
[...]it cannot be a part-time school, nor a school only of letters, nor a school
of intellectual initiation, but a school, above all practical, of initiation to
work, of formation of habits of thinking, habits of doing, habits of working
and habits of living and participating in a democratic society, whose
sovereign is the citizen itself [...] (TEIXEIRA, 1989, p. 435).
The author makes evident the importance of developing other formative practices of
education, not limited only to the development of intellect and memorization: he defended
school as a place where knowledge would be built in the context of life experiences, and that:
This training cannot be achieved in a school by sessions, with the short
teaching periods that the Brazilian school has today. We must give him back
the whole day, enrich his program with practical activities, give him ample
opportunities for the formation of real life habits. Reading, writing, counting
and drawing will certainly be techniques to be taught, but as social
techniques, in their real context, as skills, without which we cannot live
today. The school program will be the very life of the community, with its
work, its traditions, its characteristics, duly selected and harmonized
(TEIXEIRA, 1989, p. 435).
In this sense, education is based on a reflection that has foundations related to social,
political, and pedagogical proposals conceived according to the historical moment, inserted in
the bosom of State policies, but with propositions inherent to the government policy.
According to Giolo (2012), in Brazilian history, access to full-time schooling was
limited to a small dominant layer of the population. Examples of this were the Jesuit colleges,
in the Colony, the high schools and the large colleges in the period of the Republic. In the last
decades, due to the process of industrialization and urbanization, the popular classes began to
have access to education, with single-shift schooling, while those with better financial
conditions received full time education in schools or in other educational spaces.
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Full time and extended day in Brazilian educational policy: Concepts under debate
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1493-1512, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17084
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Thus, historically, the popular masses were on the margins of full-time education and,
when they started to have access to one-shift schooling, that is, to part-time schooling, this
was below their real needs, because it was precarious and not focused on the subject's full
education, meeting the intentions of the capitalist system to precariously qualify young people
to perform functions in the labor market, in inadequate physical and pedagogical working
conditions, crowded classrooms, insufficient activities, thus reflecting the educational neglect
of the rulers.
Therefore, an education that would overcome a fragmented education was the longing
and the struggle flag of social and intellectual movements that sought an integral education
for the subjects. In this sense, an education in this perspective is present in the history of the
Brazilian society since the Manifesto of the Pioneers of New Education in 1932, having as
idealizers: Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira, Cecília Meireles, among other Brazilian
intellectuals who composed this movement of struggle for a lay, integral, and quality
education, which would project a more complete formation, considering all the dimensions of
the formation process of the public school subjects.
However, it was only in the 1950s that concrete experiences of extending children's
time at school began to emerge, for example, the Carneiro Ribeiro Educational Center
6
–
CECR (1950), in the state of Bahia, the Vocational Gymnasiums
7
–
GV (1960), in the state of
São Paulo, the Park School (1960) in Brasília
8
, the Comprehensive Training Program for
Children
9
–
PROFIC (1980), in the state of São Paulo, the Integrated Public Education
6
Conceived by Anísio Teixeira, the first popular education center in Brazil was created by a state government
and was supported by the federal government, through the Regional Center for Educational Research of Bahia
(NUNES, 2009).
7
They "were experimental educational projects that existed between 1961 and 1970, totaling six school units
that, besides São Paulo, included the cities of Batatais, Americana, Barretos, Rio Claro and São Caetano [...].
After a military intervention in 1969, they were formally extinguished in 1970
”
(CHIOZZINI; SANTOS, 2017,
p. 2-3).
8
Inspired by the pioneering experience of the Carneiro Ribeiro Educational Center, the Escola Parque de
Brasília had an innovative character, which implied significant changes in the school institution. Under the
influence of Dewey's pragmatist ideas, the new school was a socially integrated community, in order to provide a
real life experience.
9
This was a public policy implemented in São Paulo between the years 1986 and 1993. This public program,
called PROFIC - Programa de Formação Integral da Criança - sought to extend the permanence time of poor
children from popular classes in school and expand the conditions for their better performance in learning.
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Rosa do Socorro Gomes VALE and Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1493-1512, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17084
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Centers
10
–
CIEPs (1980 and 1990), in the state of Rio de Janeiro and the Integrated Centers
for Child Support
11
–
CIACs (1990), project that was created on a national level.
And more recently, from 2007 to 2015, the full time policy that has taken shape in
most Brazilian public schools, through the actions of the More Education Program - PME in
the Portuguese acronym - and with the financing policy of the Fund for Maintenance and
Development of Basic Education and Valorization of Education Professionals - Fundeb in the
Portuguese acronym. These policies have provided legal support for both full-time and
extended day programs in Brazilian public schools.
Full-time education, in the Brazilian historical context, had an audacious proposal of
education, however successful with the offer, which fostered the full time education of the
student from the popular classes. Giolo (2012) makes it clear that this school, in Brazil, also
achieved its failures, such as CECR, GV, PROFIC, CIEPs and CIACs, as well as other
attempts in this conception of education, with the claim that these projects were too costly for
the public coffers, and as a result, the programs did not gain effective continuity, reflecting in
the discontinuity of the policy and sometimes being configured no longer in state policy, but
in government policy. Because, when the mandate ended, the policy ended, or the policy was
discontinued.
The debate about this conception of education has been updated and authors such as
Cavaliere (2009), Giolo (2012) and Menezes (2008) emphasize that in the Brazilian history,
access to full-time schooling was limited to a small dominant layer of the population. In the
last decades, due to the process of industrialization and urbanization, the popular classes
started to have access to education, with part-time schooling, while the children of the
Brazilian elite of the time and that lasts until today, received full time education in schools or
in other educational spaces.
Part-time schooling, offered in a precarious way, without a project to fully educate the
subject, meeting the intentions of the capitalist system to precariously qualify young people to
perform functions in the labor market, in inadequate physical and pedagogical conditions,
crowded classrooms, insufficient activities, thus reflects the educational neglect of the rulers,
10
Institutions created in Brazil for the experience of full-time schooling, aimed at children from the lower
income classes, in an attempt to meet their needs and interests. The CIEPs were created in the 1980s by Darcy
Ribeiro, when he was Secretary of Education in Rio de Janeiro, in the government of Leonel Brizola. The goal
was to provide education, sports, health care, food and varied cultural activities in institutions placed outside the
regular educational network.
11
The CIAC project was created in 1990 in the government of President Fernando Collor de Mello (1990-1992)
as part of the social policies of his government and had as its theme integral education, however, no longer
restricted to the state of Rio de Janeiro or São Paulo, but at the level of the Union, under the sponsorship of the
Brazilian Legion of Assistance, Ministry of Health and Ministry of Children.
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Full time and extended day in Brazilian educational policy: Concepts under debate
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1493-1512, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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and has as a consequence the precariousness of public education, which reflects negatively
not only in a partial education, but mainly in the full education of the student.
This conception of education regained strength in Brazil with the growing movements
for improvements in the quality of education in the period corresponding to the 1980s and
1990s, which led to the creation of educational policies and programs aimed at ensuring the
presence of children in school and increasing their length of stay, with a view to increasing
the school day, from programs focused on this policy, such as:
Mais Cultura
,
Escola
Integrada
,
Escola de Tempo Integral
,
Segundo Tempo
and the More Education Program,
examples of Programs and actions of the Ministry of Education - MEC that materialize in this
policy to extend the child's journey in school, offering new educational opportunities to
students in Brazilian public schools, as well as, from the legal frameworks that support the
effectiveness of this educational policy - the LDB no. 9. 394/96 (BRAZIL, 1996), with the
PNE (BRAZIL, 2014) and the Fundeb nº 11.494/2007 (BRAZIL, 2007).
The policy of extending the school day has legal support in LDB No. 9.394/1996,
which regulated for early childhood education the full-time school day of at least seven hours
(BRAZIL, 1996; BRAZIL 2013). While in elementary school the legislation leaves optional
the operation of full-time school units, established in LDB No. 9.394/1996 from:
Art. 34. The school day in elementary education shall include at least four
hours of effective work in the classroom, and the period of time spent in
school shall be progressively extended.
§ The cases of night schooling and alternative forms of organization
authorized in this Law are excepted.
§ Primary education will be progressively provided on a full-time basis, at
the discretion of the education systems (BRAZIL, 1996, p. 19).
The full-time school gained legal reinforcement when it was contemplated in the
National Education Plans - PNE, in the 2001 and 2014 terms, since the first National
Education Plan (BRAZIL, 2001) aimed full-time school, the school organization in which the
permanence of the student was at least 7 hours a day both for early childhood education, and
the new National Plan (BRAZIL, 2014) has as one of its goals the expansion of full-time
schools (Goal 6), which proposes the offer in 50% of public schools in order to meet 25% of
the school population by the year 2024 throughout the Brazilian territory.
However, the PNE (BRAZIL, 2014) has not yet achieved what is proposed in its
Target 6: Even though the deadline has not expired, the percentage of full-time schools in
Brazil, especially in the Municipality of Belém/PA, is still short of what is proposed by the
Plan in force, because of a quantity of 840 (eight hundred and forty) schools that integrate the
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Rosa do Socorro Gomes VALE and Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1493-1512, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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State Department of Education - SEDUC, only 68 (sixty-eight) schools offer full-time
education, data presented in the State Plan for Full-Time Education - PEEI (PARÁ, 2014),
which shows that the full-time policy in this sphere is not yet in accordance with what the
PNE (BRASIL, 2014) recommends about Goal 6, as well as the lack of technical and financial
support are obstacles that limit the effectiveness of this policy in state schools in Belém/PA.
The current PNE (BRAZIL, 2014) also advocates in its guidelines the collaboration
between the federated entities, especially by the Union, to undertake greater emphasis on
collaboration with Programs and Projects aimed at meeting the specific infrastructure of full-
time schools, which reveals among other factors, the "overcoming of educational inequalities"
and the "improvement of the quality of education," both presented as guidelines of the Plan
(BRAZIL, 2014, Article 2, items III and IV).
Thus, as the current PNE (BRAZIL, 2014), which supports the policy of full-time
education, the Fundeb, Law No. 11.494/2007 (BRAZIL, 2007), as a funding policy, provides
in its article 10, differentiated values to students with full-time enrollment in public education.
Thus, full-time basic education is now considered to be that with a school day lasting seven
hours or more per day, throughout the school term.
In the late 2000s, the Integral Education returns to the national focus through the More
Education Program - PME, devised by the Interministerial Ordinance No. 17/2007 (BRAZIL,
2007), which aimed to return students in the afterschool for activities to expand learning, but
this program was only implemented in 2010, when decreed by the President of the Republic,
at which time it was reaffirmed that this program was aimed at serving needy students
(BRAZIL; 2007).
Therefore, it can be seen that the proposal of the More Education Program - PME
(BRAZIL, 2007), as well as the others mentioned and commented in this paper, culminated in
significant relevance in the training of subjects, proposing other formative experiences,
however we highlight, from the contexts by which the conception and policy of full time were
implemented, the eminently welfare character, by offering the extension of time to the student
in school, in order to take him/her off the streets without a significant preparation so that
besides being "secured" from marginality, they would have a quality schooling process.
However, Paro (1988) corroborates this issue when he says that, even before talking
about extending the school day, it is necessary to reflect on part-time education, aiming to
offer it with quality, so that after that, we can think about extending the school day in full-
time education.
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Full time and extended day in Brazilian educational policy: Concepts under debate
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However, these efforts have not yet been sufficient in terms of sensitizing the political
sphere of our society to effectively implement a responsible public policy that is committed to
implementing an extended/full-time school day in Brazilian public education. There are
several reasons for this lack of adoption, ranging from economic issues to problems related to
the internal organization of the school itself, including infrastructure, qualification of
education professionals, quality food, and the organization of pedagogical work, which is
fundamental to the actions proposed in the extended time program, which fosters educational
experiences that go beyond the schooling process.
Full Time and Extended Day: Conceptualizing the policy in educational practice
Education in the Brazilian scenario has always been a social aspect of fundamental
importance for the development of man in society, and in this way, much has been sought for
an education that achieves a complete training of the subjects, with various propositions,
prioritizing the qualification of public school education, aiming to meet the wishes of the
subjects from an education that would provide an opportunity for training beyond schooling,
with other educational experiences based on a transformative education.
In Brazil, this full time movement in schools, according to Arroyo (1988, 2012), Giolo
(2012), and Paro (1988), among others, points to the direct connection with the demands of
impoverished populations that demand quality and free education. In this vein, Giolo (2012,
p. 95), corroborates by saying that, "part-time is the school of the popular segments", which is
constant in Brazilian history that schooling has motivated these claims of which Arroyo tells
us (2012, p. 33):
Because social awareness of the right to education and schooling has grown
in recent decades among the popular sectors, awareness has also grown that
school time in our tradition is too short. The right to education has led to the
right to more education and more school time. This can be an important
meaning: trying to give political answers to the advancing awareness of the
right to more time in education.
It was from the various experiences of full-time public education recorded in the
Brazilian educational scenario that the experiences of extension of the school day were
organized with emphasis on instruction and training of subjects from the lower social classes,
presenting itself as a form of democratization of education and as a guarantee of permanence
of the student in school, with the purpose of not only transmitting knowledge, but to mitigate
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Rosa do Socorro Gomes VALE and Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
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the impacts of social divergences, as well as the problems related to poverty conditions
(CAVALIERE; MAURICIO, 2012; GIOLO, 2012).
This conception of education originated from educational public policies that aimed to
equalize learning opportunities and meet the needs related to the world of work, of which
were associated with the increase of the students' workload in school, with educational
experiences associated with the concept of comprehensive education to full-time school,
revealing the underlying social concerns in these public policies, with the purpose of the
protection of children of low social condition, configuring itself not only in an educational
policy, but of assistance to those who live on the margins of socioeconomic opportunities.
If, on the one hand, the expansion of the school day proposes a break from the
traditional structure with diversified activities to promote the full development of the subjects,
the need to expand school time is directly linked to the school spaces and the possibilities of
articulation of both, in order to integrate and articulate the educational potentials existing in
society, such as: spaces, people, institutions and initiatives, from which the fundamental
conditions for the full development of the subjects are guaranteed (ARROYO, 2012).
In this perspective, Cavaliere (2002) addresses the importance of full-time schooling,
since the permanence time in school aims at the overall formation of the subjects in an
attempt to ensure a more equitable education and promoter of greater development and
citizenship.
However, with the emergence of universal and compulsory education, comprehensive
education was thought from the perspective of a broad training that involves all dimensions of
subjects' education, which is inserted in a political and emancipating conception. This
conception of education, according to Boto (2003) and Coelho (2009), resurges from
antiquity, in a context of changes for modern life, assuming new attitudes towards life and,
consequently, towards education in the face of the convenience in the subjects' more complete
formation, starting from an education that considers the subjects' development with emphasis
in their potentialities from the physical, cognitive, emotional, social, and cultural dimensions,
in which it comes to constitute a collective project with political purpose to meet a certain
society.
In the Brazilian educational scenario, the various perspectives of education in this
view are confronted with the issue of space and time. Arroyo (2012), in defending a full
education of students, with more equity and social justice, considers the proposal of more
time in school a way to offer transformative educational experiences. Thus, the time spent in
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school, focused on different educational offerings, enables the development of intellectual and
cognitive potentialities of the student, making the subjects of public school with possibilities
of achieving the protagonism of their actions.
In this sense, Moll (2012) advocates the expansion of the school day, through full-time
schooling, and thus emphasizes the development of a new pedagogical dynamic that addresses
what is fundamental to life in society directed by the public good, with a view to deepening
knowledge, critical thinking, and democratic experiences, which will enable a full education
of the student.
Coelho and Menezes (2008) also corroborate the definition of the concept of full-time
education and point out that the relationship established between the extension of school time
and an education that is understood as comprehensive does not always necessarily imply the
expected quality of education. Therefore, "the quantitative extension of time at school does
not always result in an equally qualitative extension of this time" (COELHO; MENEZES,
2008, p. 2).
For Leclerc and Moll (2012), the extension of school time is understood as a guarantee
of right from the perspective of promoting a comprehensive education encompassing multiple
dimensions and constitutive freedoms that enable human development. From this perspective,
the authors state that:
[...] in a context of economic, political and social inequalities, in which
access to science, culture and technology is linked to ethnic, territorial, class,
gender and sexual orientation belonging, the construction of a full-time basic
education policy is part of the affirmative policies and the fight against
inequalities (LECLERC; MOLL, 2012, p. 17).
Still in the authors' approach, they explain that the terms "full-time" and "extended
day" are established based on the legal frameworks of educational policy; the policies of
extending the school day should lead to full-time education, referenced by the coverage of
education funding, as established by the Fundeb, already mentioned earlier in this study.
Cavaliere (2009), when dealing with the nature of the extension of the school day
associated with the possibility of a full-time education, addresses the contradictory and
complementary character in the educational pedagogical field of the conceptions that coexist
in school, explaining them with the use of the expressions "full-time school" and "full-time
student". About these propositions, Coelho (2011, p. 7) emphasizes that:
[...]The extension of the school day is not necessarily related to the school's
own organization, but by means of activities that take place during the extra
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shift and that, as such, may or may not be linked to the pedagogical project
of the institution. In this case, the activities probably enrich the student's
sociocultural universe, but do not necessarily constitute a comprehensive
education, in the sense of articulation of knowledge that are part of the
constitution of the human being, that link him to the humanizing process to
which the school needs to open the door.
It is necessary to consider this perspective of the policy regarding the full time and
extended day, in and for the definitions of pedagogical actions linked to an educational
practice that qualifies this extended time in the dissemination of fundamental experiences in
the training of students, bearing in mind that, even though there is a difference between the
terms (full time and extended day), in practice, education in these perspectives need to be
inherent in the pedagogical proposal of the school, with emphasis on an integrated and
comprehensive pedagogical work in the training of individuals participating in full-time
education/or extended day.
However, we emphasize that this conception of education is significant when it comes
to a full education, since the development of the educational work in this time needs to meet
the real needs of the students, who are part of this process. If there is no intentionality in the
work during this time, it will not be possible to qualify it in such a way as to provide new
learning possibilities. Therefore, it is necessary to review the organization of the pedagogical
work, because when it is not integrated and planned with the curriculum proposal and the
guidelines of the full time/extended day policy, it ends up not corresponding to a more
complete education, directed by the policy under study.
The education in this perspective has not yet achieved the expected success, regarding
the qualification of this time to meet a more complete training of the public school subjects,
due to several factors, such as the lack of infrastructure that meets the policy, quality food and
appropriate to the expected time of students in school, continuing education for professionals
who work with full-time and the organization of the pedagogical work, which is not
consistent with the common curriculum, nor is integrated with the Political Pedagogical
Project - PPP.
The PPP is generally disassociated from this proposal, especially when it comes to
teaching with the propositions of full-time in state public schools in Belém/PA, which
culminates in the limitation of the educational work, due to the obstacles, already mentioned
earlier in this work, which make the effectiveness of the policy of full time/or extended day
unfeasible.
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In this sense, when talking about education from the perspective of full-time and
extended day, which are focused on the training of the subjects of Basic Education, it is
evident that only the expansion of time does not guarantee an effective education, but that the
qualification of this time will enable a plural and diverse training of the student, from
pedagogical practices that give new meaning to the work in school, with diverse educational
experiences in the more complete training of the public school student.
The organization of pedagogical work in full-time education
The full-time school emerged in society in order to meet the educational needs present
in a given historical moment. Thus, there is an urgent need for restructuring in terms of
physical space, qualification of education professionals, pedagogical work, among other
elements that project substances to this policy, in order to enable diversified educational
experiences, taking into account the specific training of the student, aiming a training beyond
cognitive development.
In this regard, the Organization of Pedagogical Work - OPW, a basic element for the
development of the educational work in the perspective of the full time policy and the
extended day, is correlated to intentional and planned actions about the elements that make up
the educational process, such as: management, curriculum, evaluation, and planning of
pedagogical actions that go through all segments of the school, from the management team to
the parents and/or guardians. Among all those involved in this process, the pedagogical
organization of the educational institution involves dimensions of work organized from
articulated elements, such as: the School Regulations, the Political Pedagogical Project, the
Curricular Proposal, among others that underpin the institutional work of education.
That said, it is understood that the performance of the management team - directors
and educators - is configured in fundamental elements in the collective organization of the
school pedagogical work. That is, it should act in various instances of educational practice,
directly or indirectly linked to the organization and processes of acquisition of knowledge and
modes of action.
According to Arroyo (1988, p. 4):
[...]Full-time education has the duty to provide the student with a total
educational experience, which is not limited to illustrating the mind, but
which organizes his time, his space, which disciplines his body, which
transforms and conforms his personality entirely.
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Rosa do Socorro Gomes VALE and Ney Cristina Monteiro de OLIVEIRA
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Arroyo (1988) leads us to the understanding that receiving full time education does not
imply that the student must spend the whole period in school, but that there is a greater
interpretation by the federated entities and the school itself of what is full time education and,
especially, full time school, so that both can develop their role in a more complete formation
of the student, understanding the historical moment and the social reality, thus having
possibilities of significant transformations in development.
In this sense, Veiga (2013) emphasizes that the school is the place of conceptions,
realization and evaluation of its educational project, since it needs to organize its pedagogical
work based on its students. And, based on this premise, he clarifies that the school in general
has two basic types of organizational structures, which are fundamental points in the
organization of the school as a whole, such as: the administrative and pedagogical structure,
basic conditions for the educational work provided by the school.
In relation to the administrative structure, they practically ensure the management of
human, physical and financial resources, as well as the architecture of the building,
equipment, furniture and educational collections, the school premises and open spaces, and
basic sanitation, important elements for the development of the institutional work.
The pedagogical organizational structures are related to political interactions, to
teaching-learning issues, and to curriculum issues. "The pedagogical structures include all the
sectors necessary for the development of pedagogical work
” (VEIGA, 2013, p. 25).
In this context, talking about the organizational structure of the school leads us to a
follow-up that aims to detail the priorities of the teaching work, because the organization of
this work is a fundamental issue focused on the development and learning of students. It is
worth noting that the organization of pedagogical work:
[...] can be understood on two levels: a) as pedagogical work that, in the
present historical moment, is usually developed predominantly in the
classroom, and b) as the overall organization of the school's pedagogical
work, as the school's political pedagogical project (FREITAS, 1994, p. 90).
The organization of pedagogical work, from the perspective of the school unit, is
focused on two segments: the work focused on the dynamics of the classroom, and the
organizational work of the school that is related to the political pedagogical project - PPP,
which is a basic instrument in the institutional organization, in order to achieve the objectives
and purposes of education.
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Therefore, this political project is incisively linked to the social need that is culturally
described, it gains coherence and stability as it presents the reality in which it is inserted,
highlighting how the practices to work with the subjects are organized, because its focus is the
main axis of the organization of pedagogical practice that must be adopted by all those
involved in the teaching and learning process.
In this sense, the organization of pedagogical work consists of intentional and planned
actions of the elements that compose the educational process, such as: management,
curriculum, evaluation, and planning of pedagogical action, which involves the whole school
community: direction, pedagogical team, teaching staff, parents and/or guardians, students,
and employees.
In the scope of the curriculum, there is the meaning of how the organization of
pedagogical work will be organized as an explanation of the school and teacher's actions,
showing that there are actions ordered and supported by an educational philosophy, inherent
to the work of the school itself. Through the curriculum, the organization of the school is
described, as well as the educational experiences to which the students will have access in the
appropriation of knowledge.
The organization of pedagogical work, based on planning, is understood as an
instrument that will stimulate the way to develop, implement, and evaluate the teaching plans
that organize the teaching work. In this sense, planning will guide the teaching and learning
process, that is, the teacher is the coordinator of his classroom, he is responsible for the
pedagogical organization carried out in this space, because if there is no planning, there is no
way to develop an effective work.
However, full-time pedagogical work must be committed to the development of the
student's autonomy, and the discrimination of its activities must have as a criterion the
elimination of unfavorable social and cultural conditions that decisively compromise learning.
In this sense, it should point to new needs, new aspirations, desires and expectations, with the
necessary tools for the student to reach this new learning condition.
Education in this perspective should be guided by means of organized and structured
activities that aim at the well-being of both the student and the educator, providing
interaction, exchange of experiences, and knowledge between them, which will only be
achieved if the school has in the core of its actions an organized pedagogical work consistent
with the full-time school proposal.
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Starting from the assumption that the proposal of full-time education with extension of
the school day involves a quantitative dimension (more time in school) and a qualitative
dimension (the integral formation of the human being), of which the pedagogical actions
should converge to other learning experiences (involving the dimensions of human
development), which need to be planned so that the actions in this extended time provide
qualified time in the learning of the public school student.
However, even if there is an extension of time, it is necessary to take a different look
at this aspect, avoiding offering students "more of the same. In this way, the public school
should challenge itself to maintain the quality of the time offered that should "constitute itself
as a time reinvented in the understanding of cycles, languages, the desires of childhood and
youth that welcomes, modifies asymmetries and sterilities that are still found in school
pedagogical practice
” (MOLL, 2012, p. 28).
Final remarks
The historical review of the experience(s) has indicated the belief of the advocates of
the proposal of full time education or extended day as a possibility of improving education in
Brazil. On the other hand, the results reveal that, based on the conception of education
developed by Anísio Teixeira in the Carneiro Ribeiro Educational Center, other experiences
were developed in the country. However, they were not consolidated as a State policy, as they
are presented as a discontinuous proposal and with interruptions caused by the change of
administrative management, configuring themselves as policies of governments.
With regard to the concepts of full time and extended day, we realize that this
educational proposal can be analyzed through different lenses. Thus, the discussion between
these terms considers not only the pedagogical aspects, but also the social, economic, and
political ones.
We found that the discussions about the organization of pedagogical work in proposals
for full-time education or with an extended day are concerned with the intentional and
planned actions of the elements that make up the educational process, such as management,
curriculum, evaluation, and planning of pedagogical action, which involves the whole school
community.
We conclude that the organization of pedagogical work, from the perspective of
offering a full-time education or an extended day, should be based on the reality of its
students. Thus, the planning and articulation of all activities need to point to their real needs
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and desires, against the backdrop of the extended day, which, to become meaningful, needs to
be linked to the success of the students, and that this goal is the center of the school
educational action.
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VALE, R. S. G.; OLIVEIRA, N. C. M. Full time and extended day in Brazilian educational
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Submitted
: 13/12/2021
Revisions required
: 07/02/2022
Approved
: 25/04/2022
Published
: 01/07/2022
Processing and publishing by the Editora Ibero-Americana de Educação.
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