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A governança nas instituições de ensino superior públicas brasileiras
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
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A GOVERNANÇA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICAS
BRASILEIRAS
GOBERNANZA EN LAS INSTITUCIONES PÚBLICAS DE EDUCACIÓN SUPERIOR
BRASILEÑAS
GOVERNANCE IN BRAZILIAN PUBLIC HIGHER EDUCATION INSTITUTIONS
Deusdete Junior SANTOS
1
Kellcia Rezende SOUZA
2
RESUMO
: A gestão de recursos e políticas públicas tem sido um grande desafio para os
gestores públicos brasileiros. Logo, o tema da governança pública tornou-se um assunto
proeminente nos últimos anos na administração pública brasileira. Neste cenário, estão
inclusas as Universidades Públicas Federais, que são instituições federais de ensino superior e
estão sujeitas a prestar contas tanto à sociedade, como aos órgãos de controle. Assim sendo, o
objetivo da presente pesquisa consiste em analisar os parâmetros e fundamentos de
governança nas Universidades Públicas Federais, bem como os resultados que estas
apresentaram na última avaliação realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no ano
de 2021. Para tanto, a metodologia teve a abordagem metodológica quanti-qualitativa e foi
conduzida pela pesquisa bibliográfica e, também, documental. Os resultados encontrados
demonstram que o tema da governança pública é recente e dispõe de poucas investigações.
Além disso, destaca-se que as Universidades Públicas Federais ainda apresentam resultados
insatisfatórios na avaliação de governança e gestão públicas do TCU.
PALAVRAS-CHAVE
: Administração pública federal. Governança pública. Universidades
federais.
RESUMEN
: La gestión de recursos y políticas públicas ha sido un gran desafío para los
gestores públicos brasileños. Por lo tanto, el tema de la gobernanza pública se ha convertido
en un tema destacado en los últimos años en la administración pública brasileña. En este
escenario se incluyen las Universidades Públicas Federales, que son instituciones federales
de educación superior y están sujetas a rendición de cuentas tanto ante la sociedad como
ante los órganos de control. Por tanto, el objetivo de esta investigación es analizar los
parámetros y fundamentos de la gobernanza en las Universidades Públicas Federales, así
como los resultados que estas presentaron en la última evaluación realizada por el Tribunal
de Cuentas de la Federación (TCU) en 2021. La metodología tuvo como un enfoque
1
Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados – MS – Brasil. Mestre em Administração
Pública (PROFIAP/UFGD). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0051-3079. E-mail:
deusdetejsantos@ufgd.edu.br
2
Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados – MS – Brasil. Professora Adjunta do Programa
de Pós-graduação em Educação Escolar e no Programa de Pós-Graduação em Administração pública. Doutorado
em Educação Escolar (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8663-4615. E-mail: kellcia@hotmail.com
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Deusdete Junior SANTOS e Kellcia Rezende SOUZA
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metodológico cuantitativo-cualitativo y se llevó a cabo mediante una investigación
bibliográfica y documental. Los resultados encontrados muestran que el tema de la
gobernanza pública es reciente y cuenta con pocas investigaciones. Además, se destaca que
las Universidades Públicas Federales aún presentan resultados insatisfactorios en la
evaluación de la gobernabilidad y gestión pública del TCU.
PALABRAS CLAVE
: Administración pública federal. Gobernanza pública. Universidades
federales.
ABSTRACT
:
The management of resources and public policies has been a major challenge
for Brazilian public managers. Therefore, the issue of public governance has become a
prominent issue in recent years in Brazilian public administration. In this scenario, the
Federal Public Universities are included, which are federal institutions of higher education
and are subject to accountability both to society and to control bodies. Therefore, the
objective of this research is to analyze the parameters and foundations of governance in
Federal Public Universities, as well as the results that they presented in the last evaluation
carried out by the Federal Audit Court (TCU) in 2021. The methodology had a quanti-
qualitative methodological approach and was conducted by bibliographic and documental
research. The results found show that the issue of public governance is recent and has few
investigations. In addition, it is noteworthy that the Federal Public Universities still present
unsatisfactory results in the evaluation of governance and public management of the TCU.
KEYWORDS
: Federal Public Administration. Public governance. Federal universities.
Introdução
A partir da década de 1980 o termo governança destacou-se dentre uma grande
variedade de disciplinas, incluindo direito, políticas públicas e, sobretudo, gestão de
organizações privadas, públicas ou sem fins lucrativos (RODRIGUES; MALO, 2006). Mais
recentemente, no Brasil, esse processo de desenvolvimento de boas práticas de governança
ganhou foco na administração pública (ZORZAL, 2015).
Matias-Pereira (2010) afirma que a governança em organizações públicas e privadas
apresenta muitas semelhanças, mas possuem focos distintos. As semelhanças, segundo o
autor, estão nos princípios básicos que as regem. São alguns dos princípios da governança,
segundo Slomski (2008)
apud
(
BIZERRA, 2011): a transparência (
disclosure
), o senso de
justiça (
fairness
), a prestação de contas (
accountability
), o cumprimento das leis (
compliance
)
e a ética (
ethics
).
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A governança nas instituições de ensino superior públicas brasileiras
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No Brasil, o Tribunal de Contas da União (TCU)
3
tem procurado contribuir com o
aperfeiçoamento da governança pública e com a concretização dessas novas demandas. Entre
os anos de 2013 e 2014, o TCU produziu e publicou diversos documentos tratando sobre
governança pública, que foram importantes para orientar a sua implementação nas instituições
da administração pública brasileira (ROCHA, 2017). Nos anos seguintes, o Tribunal
continuou o seu esforço para orientar e incentivar as organizações da administração pública a
adotarem boas práticas de governança. Para isso, normatizou outros diversos referenciais e
realizou avaliações de governança em organizações públicas.
Nesse sentido, foram criados outros instrumentos legais em prol da governança
pública, como o Decreto nº. 9.203/2017, que dispõe sobre a política de governança da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional. Este dispositivo normativo
governamental estabelece os procedimentos necessários à estruturação, à execução e ao
monitoramento de programas de integridade (BRASIL, 2017).
Essas são algumas das legislações de governança pública que devem ser cumpridas
pelos órgãos e instituições públicas, incluídas, aqui, as Universidades Públicas Federais, que
devem cumprir e exercer uma série de mecanismos de gestão democrática voltados para
aspectos de gestão administrativa, com fiscalização direta do TCU e demais órgãos de
controle fiscal (COSTA, 2019). Nessa direção, nas últimas décadas, principalmente a partir
dos anos 2000, Castro e Pereira (2019) evidenciaram que as universidades públicas brasileiras
tiveram que adotar novas matrizes de gestão pública.
A educação superior “exerce papel essencial na formação social, cultural e cidadã de
seus alunos e, por conseguinte, as universidades têm incorporado em suas ações de gestão”,
monitoramento sistemático, planejamento e avaliação de mecanismos de governança, não só
para atender as demandas sociais, mas, também, para prestar contas aos órgãos reguladores de
controle (FREIRE; SOUZA, 2021, p. 2).
Portanto, para acompanhar esta nova forma de administração pública exigida, em
particular na área federal, órgãos e instituições devem reformular práticas e estruturas para se
alcançar a boa governança esperada pela sociedade (BATISTA, 2016). Neste sentido, este
3
O Tribunal de Contas da União (TCU) é órgão fiscalizador criado no ano de 1890. Independente e autônomo,
sua função é o de controle externo do governo federal e auxílio do Congresso Nacional na missão de
acompanhar a execução orçamentária e financeira do país. Ele é responsável pela fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e entidades públicas do país quanto à legalidade,
legitimidade e economicidade.
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trabalho tem como foco investigar os parâmetros e fundamentos de governança nas
Universidades Públicas Federais e os resultados que estas apresentaram na avaliação realizada
pelo TCU no ano de 2021.
A metodologia utilizada nesta pesquisa teve a abordagem m
etodológica quanti-
qualitativa. A condução do estudo foi realizada pela pesquisa bibliográfica e, também,
documental. A categorização de dados foi realizada a partir da análise de conteúdo de todo o
material levantado a partir da pesquisa bibliográfica e pesquisa documental. Utilizou-se,
ainda, a estatística descritiva.
Dimensões conceituais de governança
O tema da governança tem significados distintos para diferentes pessoas, entidades,
organismos que constroem seus conceitos a partir de narrativas diferentes (BEVIR; RHODES,
2001; MATIAS-PEREIRA, 2013; RHODES, 1996). Para Mello e Slomski (2010, p. 377), o
“termo governança é bastante amplo e o seu uso varia de acordo com o enfoque e a área na
qual está sendo empregado”. Governança é, portanto, um termo polissêmico amplamente
utilizado em diferentes áreas da sociedade e possui diversos significados conforme a sua
historicidade e, também, a perspectiva de análise (ZORZAL, 2015). Sobre a temática da
governança, Alves (2001, p. 81) traz a seguinte concepção:
Governança é um conceito frequentemente difuso, podendo ser aplicado
tanto a métodos de gestão da empresa (governança corporativa) quanto a
meios de preservação do meio ambiente (governança ambiental) ou formas
de combate ao suborno e à corrupção de funcionários públicos (governança
pública). Não obstante seu caráter difuso, o conceito de governança tem
como ponto de partida a busca do aperfeiçoamento do comportamento das
pessoas e das instituições.
A governança é um termo mais amplo que o governo, pois abrange atores não estatais.
O uso atual do termo não trata a governança como um sinônimo de governo. Seu significado
refere-se a um novo processo de governar, um novo método pelo qual a sociedade é
governada. A descentralização da prestação de serviços levou governos a notarem que
orientar conjuntos complexos de organizações é uma tarefa difícil e, nessa nova condição, a
governança tem sido empregada (RHODES, 1996).
Para Matias-P
ereira (2014), na literatura acadêmica, geralmente, os aspectos mais
explicitados sobre governança estão conexos à legitimidade do espaço público, distribuição de
poder entre governantes e governados, processos de negociação entre atores sociais, e
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descentralização de poderes e funções relacionadas ao ato de governar. Ela incorpora, além
dos mecanismos tradicionais de articulação de interesses, como partidos políticos, outros mais
informais, como as famílias, as associações e as redes sociais.
A boa governança está intimamente relacionada com uma administração eficaz em
uma estrutura democrática (ZORZAL; RODRIGUES, 2016). Tanto o Banco Mundial como
Fundo Monetário Internacional (FMI) utilizaram o termo como a combinação de boas práticas
de gestão pública com o intuito de intervir em países em desenvolvimento a partir da
necessidade de implantação de medidas neoliberais (FERREIRA, 2007; PEREIRA
et al
.,
2017).
Na esfera privada, a governança corporativa envolve a estrutura em que se exerce
autoridade nas organizações, englobando regras, políticas, procedimentos, normas,
relacionamentos, sistemas e processos. Portanto, “ela diz respeito à forma como as
corporações são administradas” (MATIAS-PEREIRA, 2010, p. 113).
As instituições públicas têm enfrentado o desafio de acompanhar, adaptar e transferir
ferramentas de trabalho do setor privado. A administração pública, na busca por introduzir
tais ferramentas, tem integrado experiências acumuladas que contribuem para sua
transformação. É desta forma que diversos princípios de governança corporativa vêm sendo
implementados no setor público (MATIAS-PEREIRA, 2010). Entretanto, na administração
pública o objetivo é o atendimento das necessidades sociais e do interesse público executando
e prestando serviços na sua função e, portanto, a governança no setor público difere do
privado em vários aspectos.
Governança tem sido, portanto, sinônimo de gestão eficaz e transparente, tanto nas
e
mpresas quanto nas instituições públicas e, por isso, possuem proximidades conceituais. O
tema vem “explicitando novas tendências de administração pública e de gestão de políticas
públicas, pode ser mensurado pelo crescente destaque que a literatura vem dedicando nos
últimos anos ao assunto” (MATIAS-PEREIRA, 2010, p. 112). Diante do exposto, é
necessária uma governança na esfera pública, em um contexto democrático, que considere a
participação dos stakeholders como parte da resolução dos problemas e não como o problema
(VIEIRA; BARRETO, 2019).
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Deusdete Junior SANTOS e Kellcia Rezende SOUZA
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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A governança na administração pública
A governança está se ampliando não só no setor privado, mas, também, no setor
público, pois é possível controlar ou amenizar os problemas encontrados na gestão pública
por meio de certas perspectivas derivadas da governança corporativa do setor privado
(MARQUES
et al
., 2020). Seus princípios e ações visam aprimorar os resultados objetivados
por
stakeholders
, gestores e proprietários. Na administração pública essa relação se dá,
basicamente, entre os cidadãos e os gestores públicos (TEIXEIRA; GOMES, 2019).
A teoria dos
stakeholders
tem grande relevância, principalmente, na governança
pública, pois permite maior interação destes com a administração. A contribuição maior é
para a compreensão de que se deve efetivar a implementação de ações para a participação de
todos os interessados na administração (MATIAS-PEREIRA, 2013).
Entretanto, é preciso deixar explícita a diferença entre os termos governabilidade e
governança. Para Matias-Pereira (2014), a governabilidade é a capacidade política, a partir de
instituições, de se governar decorrente de uma relação legítima do Estado e seu governo com
a sociedade. Já a governança, para o autor, trata-se da capacidade administrativa e financeira,
no sentido amplo, do governo para implementar políticas públicas. Portanto, governança não é
o mesmo que governo e refere-se às “atividades apoiadas em objetivos comuns, que podem ou
não derivar de responsabilidades legais e formalmente prescritas e não dependem,
necessariamente, do poder de polícia para que sejam aceitas e vençam resistências”
(MATIAS-PEREIRA, 2014, p. 84).
A governança pública é, assim, um novo paradigma que tem como pontos principais a
colaboração e coordenação entre as instituições públicas e estas com a sociedade. Ela
representa o resultado do aperfeiçoamento de modelos anteriores de administração pública
que evoluíram (DIAS; CARIO, 2014; NEVES; GUIMARÃES; JÚNIOR, 2017).
Para Martins e Marini (2014), a governança pública tem sido alçada como o mais
recente paradigma de gestão e difere tanto da administração pública burocrática clássica,
quanto da nova gestão pública. Essa nova perspectiva de gestão pública está associada às
transformações de tempos e cenários advindos de “uma tentativa de enxergar o governo como
um processo amplo, plural e complexo da sociedade, buscando integrar política e
administração, gestão e políticas públicas” (MARTINS; MARINI, 2014, p. 43).
Nesta linha, a governança pública, como defendem diversos estudiosos, não abdica
co
mpletamente dos elementos que caracterizam o modelo gerencialista, seu antecessor, em
grande evidência até a década de 1990. Ela faz parte do chamado Novo Serviço Público
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A governança nas instituições de ensino superior públicas brasileiras
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(NSP), que tem por base teorias democráticas e de cidadania, ou seja, uma governança
democrática e um engajamento cívico. O NSP se propõe a promover a dignidade e o valor do
serviço público para tornar o mundo um lugar melhor através de valores democráticos, de
cidadania e de atendimento ao interesse público. Logo, a governança pública surge nesse
cenário para reorganizar a administração pública (FUCHS, 2020; GESSER; OLIVEIRA;
MACHADO, 2017; OLIVEIRA; PISA; AUGUSTINHO, 2016).
Essas são concepções que o TCU compartilha no desenvolvimento de suas produções
sobre governança pública para orientar as organizações da administração pública e outros
entes jurisdicionados ao órgão na adoção de boas práticas de governança. O TCU
compreende, então, a governança pública como um sistema que define um equilíbrio de poder
entre as partes envolvidas. Integrariam este sistema cidadãos, representantes eleitos
(governantes), alta administração, gestores e colaboradores. A governança pública teria por
objetivo fazer com que o interesse comum se sobreponha aos interesses dos indivíduos ou
grupos. O Tribunal vai além e especifica que a governança no setor público se relaciona aos
mecanismos de avaliação, direção e monitoramento; às interações entre estruturas, processos e
tradições para que se institua como os cidadãos e outras partes interessadas são considerados
e; como a tomada de decisão é executada e como são exercidos o poder e as
responsabilidades. A governança no setor público deve se atentar com as ações e a capacidade
dos sistemas políticos e administrativos para a resolução de problemas da vida em
coletividade (BRASIL, 2020).
Para Alves (2011), pensar o conceito de governança significa associá-lo ao setor
público. Assim, para o autor, governança nessa esfera corresponde à capacidade de
implementação das políticas públicas a partir da otimização da gestão, de modo que sejam
adotados um procedimento sistematizado de avaliação, controle, responsabilização, eficiência,
eficácia e transparência. Esse processo deve contemplar a participação social, visando o bem
comum da sociedade.
Filgueiras (2018, p. 79) salienta que a definição de governança deve ir além de
características gerenciais e dos mecanismos de gestão ortodoxos, uma vez que “ela representa
um processo de conexão entre os mecanismos de administração com a dimensão política e
infraestruturas do poder”. Para o autor, trata-se de um modelo de administração aberto ao
público e que tem os serviços e políticas voltados para o cidadão, ou seja, uma governança
democrática que deve dispor de três dimensões que importam e estão interligadas para a
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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constituição da gestão pública: as capacidades estatais para implementação e coordenação; os
mecanismos de transparência e
accountability
4
e; os mecanismos de participação política.
A governança pública acaba por se consolidar como um conceito que agrega valores
às políticas públicas, pois associa o controle coletivo e a promoção da justiça social aos
entendimentos tradicionais que consideram o exercício de pouco poder participativo pela
sociedade. Ela visa garantir que as metas planejadas sejam alcançadas através de sistemas
bem projetados, incluindo processos de gerenciamento, controle, supervisão e prestação de
contas (ROCHA, 2017).
Ainda não há, portanto, um entendimento de consenso sobre o conceito de governança
públ
ica, tanto entre autores quanto entre organizações nacionais e internacionais, possuindo
esta ampla e múltipla abordagem conceitual (TEIXEIRA; GOMES, 2019). Mas, em um
esforço de compreender este tema de uma forma mais ampla, o conceito pode ser apresentado
como uma série de reformas administrativas a serem implementadas no setor público
projetadas para atender às necessidades da sociedade civil moderna em encontro aos
interesses comuns de prestação de serviços de alta qualidade. Serviços estes fornecidos por
Estados mais transparentes, onde os cidadãos participam cada vez mais do processo de
tomada de decisão, exercendo controle social e fortalecendo a democracia (OLIVEIRA;
PISA; AUGUSTINHO, 2016).
A governança na gestão pública brasileira
No Brasil, a governança pública tem desempenhado um papel importante na gestão
dos recursos públicos, gerando diversas discussões sobre seus mecanismos e suas práticas.
Para Souza, Silva e Souza (2019), não se pode deixar de levar em consideração as rápidas
mudanças que vêm acontecendo na sociedade, onde um nível maior de cidadania tem exigido
uma administração pública que garanta os direitos constitucionais dos cidadãos, dentre eles, o
educacional. Matias-Pereira (2013) afirma que a gestão pública brasileira ainda está em um
estágio longe do ideal para conseguir estruturar um modelo de governança pública
consolidado.
4
Para o TCU,
accountability
é “a obrigação que têm as pessoas ou entidades às quais se tenham confiado
recursos, incluídas as empresas e organizações públicas, de assumir as responsabilidades de ordem fiscal,
gerencial e programática que lhes foram conferidas, e de informar a quem lhes delegou essas responsabilidades”
(BRASIL, 2020, p. 46).
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A governança nas instituições de ensino superior públicas brasileiras
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Segundo o TCU, o incremento de legislação de governança na administração pública
do país vem de muitos atos sancionados que integram importantes normativos setoriais ou
federais que se alinham a uma visão de melhoria da governança pública (BRASIL, 2020).
Vieira e Barreto (2019) apontam que, no Brasil, o tema da governança pública foi
discutido apenas a partir do ano de 1995, quando figurou no Plano Diretor de Reforma do
Aparelho do Estado (PDRAE), sendo definido como a capacidade do Estado em implementar
as políticas públicas de forma eficiente. A reforma do Estado era considerada imprescindível,
com o intuito de aumentar a sua governança (ZORZAL; RODRIGUES, 2016).
Conforme Zorzal (2015), o Brasil, até recentemente, necessitava de um código de
governança para o setor público. No entanto, entre os anos de 2013 e 2014, o TCU produziu e
publicou três importantes documentos tratando sobre o tema, a saber: a 1ª e a 2ª versões do
“Referencial básico de governança aplicável a órgãos e entidades da administração Pública”
(BRASIL, 2014d), o “Referencial para avaliação de governança em políticas
públicas”(BRASIL, 2014a) e os “10 passos para a boa governança”(BRASIL, 2014b). Nas
duas primeiras publicações está presente uma extensa pesquisa bibliográfica que inclui uma
significativa base teórica, com referenciais internacionais. A intenção desse material é
conhecer melhor a situação da governança da área pública e incentivar as organizações do
setor público a adotarem, de forma evolutiva, as boas práticas de governança (BRASIL,
2020).
Nos anos seguintes, o referencial de 2014 continuou sendo utilizado como orientador
da
política de governança e avaliações de mais de 500 organizações jurisdicionadas ao TCU.
Os indicadores produzidos a partir disto serviram para indicar os problemas de governança
nas organizações públicas e identificaram o panorama para a definição de objetivos,
estruturação de melhorias e identificação de boas práticas a serem adotadas. Ainda serviu de
inspiração para o Decreto nº. 9.203/2017 (BRASIL, 2017), que criou a política de governança
da administração pública federal, bem como a Lei 13.971/2019 (BRASIL, 2019a), que
instituiu o Plano Plurianual da União para o período de 2020 a 2023.
Em 2021, o TCU atualizou o documento e sua denominação passou a ser “Referencial
básico de governança organizacional: para organizações públicas e outros entes
jurisdicionados ao TCU (RGB)”. Segundo o referido Tribunal, a partir do conhecimento dos
diagnósticos realizados e da revisão da literatura internacional recente publicada em
organismos como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
e a Organização das Nações Unidas (ONU), se realizou a revisão e atualização do referencial.
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Deusdete Junior SANTOS e Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
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Com isso, o TCU espera disponibilizar orientações mais contemporâneas sobre a governança
pública, reforçando a adoção de busca por melhores práticas para aperfeiçoar o desempenho
nas organizações públicas (BRASIL, 2020).
A partir da publicação do referencial básico de governança e demais documentos
ad
icionais, o TCU tem contribuído para o aperfeiçoamento de diretrizes voltadas a boas
práticas de governança no setor público. Os documentos produzidos pelo órgão visam
proporcionar à administração pública elementos teóricos e normativos para extrair princípios,
sistematização e níveis de análise para fomentar a boa governança (TEIXEIRA; GOMES,
2019). O Tribunal tem se empenhado, também, em avaliar as práticas de governança em
órgãos da administração pública brasileira por meio de levantamentos que são divulgados em
seu portal na internet.
No âmbito das produções normativas oficiais, o Governo Federal lançou no ano de
2018 o “Guia da Política de Governança Pública”. Diversos órgãos foram responsáveis por
sua elaboração, tais como: a CGU; o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
(MP); e o Ministério da Fazenda (MF). A publicação tem por objetivo dar segurança e
estabilidade à interpretação do Decreto nº. 9.203/2017, servindo de referencial para a sua
correta execução. A publicação apresenta o atual estágio da política de governança e
panoramas para o futuro (BRASIL, 2018a). O público-alvo do material compreende membros
da alta administração das mais distintas instituições do governo.
Sob esse novo modelo prático para a administração pública, os vários órgãos e
instituições do setor governamental, particularmente na área federal, começaram a reformar
suas estruturas e práticas de trabalho em busca de boa governança (RIBEIRO, 2017). Os
conceitos de governança pública têm sido utilizados para avaliar questões relacionadas aos
serviços públicos. Os órgãos públicos que estão sendo avaliados são agrupados por estágios
de governança inicial, intermediário e aprimorado para facilitar o diagnóstico e ajudar a
melhorar e monitorar a administração pública (ROCHA, 2017).
Indicadores de governança púbica pelo Tribunal de Contas da União
A partir da publicação do referencial básico de governança e demais documentos
ad
icionais, o TCU tem contribuído para o aperfeiçoamento da governança no setor público
para que órgãos e entidades da administração pública possam extrair princípios, diretrizes e
níveis de análise para fomentar a boa governança (TEIXEIRA; GOMES, 2019). O Tribunal
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A governança nas instituições de ensino superior públicas brasileiras
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
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tem se empenhado também em avaliar as práticas de governança em órgãos da administração
pública brasileira, através de levantamentos que são divulgados em seu portal na internet.
Inicialmente, o TCU no ano de 2007 realizava levantamentos de governança na área
de TI. Entretanto, começou a realizar, também, levantamentos de governança de pessoal
(2012, 2013) e aquisições (2013/2014). A partir de 2013, o TCU criou um modelo geral de
governança pública para englobar um perfil de governança da administração pública
brasileira. Entre os anos de 2013 e 2016, o TCU realizou levantamentos de governança e
gestão pública em organizações públicas com o propósito de se avaliar a situação e incentivar
adoção de práticas de governança e gestão em quatro temas: tecnologia da informação (TI),
pessoas, contratações e governança pública (BRASIL, 2014c, 2018b).
A partir do ano de 2017, o TCU vem unificando os levantamentos em apenas uma só
ferramenta de autoavaliação, chamada de “Questionário Integrado de Governança Pública”,
que engloba as áreas dos levantamentos anteriores para se conhecer, além dos diversos
indicadores de governança pública, um índice geral de gestão e governança pública (BRASIL,
2018b). Portanto, se objetiva levantar o sistema de governança de entidades e organizações da
administração pública.
Os levantamentos do TCU se realizam pela determinação do acompanhamento, por
cinco anos, da capacidade de governança e gestão dos órgãos e entidades jurisdicionadas
definidos no Acórdão 588/2018-TCU-Plenário. Os levantamentos têm por finalidade indicar
riscos sistêmicos e subsidiar com informações de governança a gestão das organizações
(BRASIL, 2018b).
A avaliação mais recente foi referente ao ano de 2021, e possuía 114 questões que
foram respondidas pelas instituições públicas participantes (BRASIL, 2021a). A estrutura do
questionário do perfil integrado de governança organizacional e gestão públicas, denominado
pelo seu principal indicador, iGG 2021, segue o modelo de governança explicito no RGB
(BRASIL, 2021b).
Os resultados da autoavaliação foram publicados em agosto do ano de 2021. As
q
uestões estavam divididas em cinco temas: (1) Governança pública; (2) Gestão de pessoas;
(3) Gestão de tecnologia e da segurança da informação; (4) Gestão de contratações; e (5)
Gestão orçamentária. Já a análise dos dados se deu em seis perfis de governança, onde o
primeiro apresentava a visão geral do perfil integrado: a) Perfil de integrado de governança e
gestão; b) Perfil de governança e gestão organizacional; c) Perfil de governança e gestão de
pessoas; d) Perfil de governança e gestão de Segurança e da Tecnologia da Informação; e)
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Deusdete Junior SANTOS e Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1543
Perfil de governança e gestão de contratações; e f) Perfil de governança e gestão
orçamentárias (BRASIL, 2021b, 2021c).
Os objetivos do levantamento de governança no ano de 2021 foram obter e analisar
dados sobre a capacidade de governança e de gestão de organizações participantes e
implementar o sistema e-Governança, para dar início à autoavaliação de governança e de
gestão públicas na forma de autosserviço para estas. As finalidades específicas do
acompanhamento da capacidade de governança em gestão das organizações públicas federais
e outros entes jurisdicionados do TCU foram: a) divulgar o modelo de governança e gestão
expressa na 3ª edição do RBG; b) contribuir para o planejamento dos órgãos da alta
administração, que são indutores para a melhoria dos processos de governança e gestão na
administração pública e c) subvencionar o TCU no cumprimento de seus objetivos
estratégicos para evolução da governança na administração pública brasileira (BRASIL,
2021b, 2021c).
A divulgação dos resultados do iGG 2021 se deu em índices. Estes foram
categorizados em estágios de capacidade: inexpressivo, iniciando, intermediário e
aprimorado, conforme representado Quadro 1.
Quadro 1 –
Estágios de capacidade governança e gestão públicas
Fonte: adaptado de Brasil (2021b)
O índice iGG representa todas as práticas avaliadas de governança e de gestão. O
índice iGovPub corresponde às ações avaliadas no tema de governança pública
organizacional, agregando indicadores das capacidades de liderança, estratégia e controle. O
iGovPessoas caracteriza os resultados obtidos nas práticas de Governança Pública
Organizacional e de Gestão de Pessoas (iGestPessoas). O índice iGestPessoas descreve todas
as práticas avaliadas no tema gestão de pessoas. O iGovTI evidencia resultados alcançados
para Governança de TI e na Gestão de TI (iGovTI). O iGestTI demonstra todas as práticas de
gestão de TI, mais algumas selecionadas de gestão de pessoas e de gestão de contratações. O
Estágio Adoção de práticas de governança Intervalo da faixa
Inicial
Inexpressivo
não adota; há decisão formal ou plano aprovado
para adotá
-
la
0 a 14,99%
Iniciando adota em menor parte 15 a 39,99%
Intermediário
adota parcialmente 40 a 70%
Aprimorado
adota totalmente ou em grande parte; adota 70,01 a 100%
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A governança nas instituições de ensino superior públicas brasileiras
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1544
iGovContrat apresenta resultados de Governança na gestão de Contratações (GovContrat) e
Gestão de Contratações (iGovContrat). O iGestContrat exprime resultados para todas as
práticas de gestão de contratações, mais algumas selecionadas de gestão de pessoas e de
gestão de riscos organizacionais. O iGestOrcament agrega resultados de capacidade de
estabelecer o processo orçamentário e contemplar as prioridades orçamentárias corretamente.
E, por fim, o iGovOrcament representa a capacidade em governança orçamentária (definir o
modelo e monitorar a gestão orçamentária) juntamente com a gestão orçamentária
representado no iGestOrcament (BRASIL, 2021b, 2021c).
Por estes índices é possível se medir o estado de desenvolvimento da governança
pública nas instituições públicas avaliadas, dentre estas, as 63 universidades públicas federais
existentes no Brasil, dentro dos estágios de capacidade de práticas de governança descritos no
Quadro 1.
A governança na gestão das universidades públicas federais
As universidades públicas federais são instituições, sob a forma de autarquias ou
fundações, vinculadas ao Ministério da Educação (MEC), órgão da administração federal
direta, que estão sujeitas a um amplo aparato burocrático e normativo e devem atender às
normas que tratam das práticas de governança na administração pública. Embora dotadas de
autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, estão
sujeitas à legislação do setor público (MARQUES
et al.
, 2020; SALES
et al.
, 2020).
As instituições de ensino superior, caracterizadas como organizações complexas,
devem começar a considerar, cada vez mais, os temas de governança em suas gestões,
integrando-se nas ações universitárias (GESSER; OLIVEIRA; MACHADO, 2017). Portanto,
devem realizar uma boa gestão, que incentive a adoção das melhores práticas para aumentar a
eficiência e o pleno funcionamento das instituições (MARQUES
et al.
, 2020). São
caracterizadas como instituições complexas, devido a sua administração burocrática e
conservadora, a concentração de poder e autonomia, pelo tipo de profissional que nela atua,
sua diversidade de objetivos e suas atribuições no ensino, pesquisa e extensão. São, nessa
vertente, organizações pluralistas com multiplicidade de membros, estrutura organizacional
própria, objetivos e grupos internos, muitas vezes, conflitantes. Tudo isso faz com que a
gestão e o processo decisório sejam desafiadores (ESTRADA, 2000; GESSER; OLIVEIRA;
MACHADO, 2017).
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Deusdete Junior SANTOS e Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1545
Apesar da sua importância social e do recebimento de substanciais fundos públicos,
ainda é limitada nas universidades públicas federais a divulgação das informações de gestão e
sua análise em estudos acadêmicos (ZORZAL, 2015). Além disso, as questões relativas à
governança universitária são pouco discutidas na literatura, sendo mais delimitadas com base
na governança corporativa e governança pública, tendo dois principais pontos que são
abordados: mecanismos de ajustamento internos à instituição e; estruturas de coordenação que
a universidade desenvolve com atores societais externos (GESSER; OLIVEIRA;
MACHADO, 2017).
Como integrantes do serviço público federal, as universidades federais brasileiras
estão sob avaliação do TCU sobre as boas práticas de governança e gestão no setor público.
Na última avaliação divulgada, no ano de 2021, 378 instituições foram avaliadas, dentre elas,
as 63 universidades públicas federais (BRASIL, 2021b, 2021c).
A divulgação dos referidos índices aponta para o estado de desenvolvimento da
governança pública nas universidades públicas federais dentro dos estágios de capacidade de
práticas de governança descritos no Quadro 1. Na Tabela 1, a seguir, são apresentados alguns
dos resultados destes índices e as respectivas universidades federais que os originaram.
Tabela 1 –
Índices de aderência às práticas de governança e gestão públicas das universidades
públicas federais em 2021
Universidade iGG
iGovP
ub
iGov
Pesso
as
iGov
TI
iGovCon
trat
iGovOrca
ment
1º
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
96,3
%
95,8%
97,5
%
87,3
%
99,6%
87,1%
2º
Universidade Federal de Itajubá
93,2
%
95,3%
94,6
%
95,5
%
64,5%
100,0%
3º
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
91,3
%
93,7%
90,8
%
72,6
%
95,9%
98,6%
4º
Universidade Federal de Lavras
90,2
%
94,9%
93,1
%
91,4
%
89,7%
96,9%
5º
Fundação
Universidade Federal de Viçosa
88,8
%
92,3%
85,3
%
87,4
%
97,5%
95,0%
6º
Universidade Federal do Pará
82,8
%
82,5%
86,5
%
74,8
%
74,1%
79,3%
7º
Fundação Universidade de Brasília
81,5
%
91,4%
88,8
%
78,9
%
82,9%
91,5%
8º
Universidade Federal de Pernambuco
73,6
78,8%
66,7
64,1
90,2%
94,2%
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A governança nas instituições de ensino superior públicas brasileiras
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1546
%
%
%
9º
Universidade Federal da Bahia
73,2
%
64,7%
68,8
%
60,3
%
71,8%
63,3%
10º
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e
Mucuri
72,5
%
80,5%
69,5
%
73,8
%
80,8%
97,5%
11º
Universidade Federal do Oeste do Pará
69,7
%
76,4%
59,8
%
69,5
%
88,0%
94,2%
12º
Universidade Federal do Ceará
69,6
%
81,3%
69,4
%
56,4
%
86,6%
87,3%
13º
Universidade Federal Rural de Pernambuco
68,8
%
74,7%
76,5
%
63,1
%
80,2%
65,1%
14º
Universidade Federal de Roraima
67,0
%
72,1%
67,0
%
67,3
%
63,8%
66,1%
15º
Universidade Federal
Rural da Amazônia
65,6
%
80,0%
70,9
%
54,6
%
64,0%
86,3%
16º
Universidade Federal do Paraná
63,9
%
62,9%
63,9
%
49,8
%
62,7%
70,3%
17º
Fundação Universidade Federal do Rio Grande
63,9
%
67,7%
69,8
%
55,5
%
73,5%
67,1%
18º
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
63,6
%
69,5%
71,9
%
57,5
%
61,2%
30,3%
19º
Universidade Federal de São Paulo
62,7
%
80,4%
69,0
%
45,3
%
70,0%
71,4%
20º
Universidade Federal de Alfenas
62,1
%
60,3%
64,9
%
36,3
%
48,4%
95,0%
21º
Universidade Federal do Oeste da Bahia
60,7
%
70,3%
62,8
%
57,2
%
51,7%
69,2%
22º
Fundação Universidade Federal de Sergipe
59,1
%
67,9%
60,0
%
62,9
%
47,0%
80,0%
23º
Fundação Universidade Federal de Uberlândia
59,0
%
62,3%
64,9
%
60,9
%
68,0%
30,4%
24º
Universidade Federal de Goiás
58,8
%
74,7%
70,9
%
74,4
%
45,8%
45,2%
25º
Fundação
Universidade Federal de Ouro Preto
57,4
%
73,6%
57,6
%
54,2
%
64,5%
70,2%
26º
Universidade Federal do Rio de Janeiro
57,0
%
59,6%
57,4
%
20,2
%
69,8%
91,6%
27º
Universidade Federal de Santa Catarina
56,9
%
63,6%
64,0
%
59,7
%
65,8%
60,4%
28º
Universidade Federal do Rio
Grande do Sul
56,6
50,7%
53,0
58,2
44,7%
37,7%
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Deusdete Junior SANTOS e Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1547
%
%
%
29º
Universidade Federal do Cariri
54,1
%
57,3%
49,5
%
59,9
%
51,4%
46,1%
30º
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
54,1
%
55,1%
50,8
%
50,2
%
44,1%
44,9%
31º
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso
53,2
%
58,2%
52,9
%
51,6
%
53,4%
46,2%
32º
Universidade Federal de Minas Gerais
52,2
%
49,6%
46,4
%
49,3
%
31,8%
79,7%
33º
Universidade Federal de Santa Maria
50,2
%
66,2%
59,7
%
37,4
%
61,2%
52,0%
34º
Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de
Porto Alegre
50,2
%
51,6%
48,3
%
42,5
%
49,5%
35,0%
35º
Fundação Universidade Federal do ABC
49,9
%
56,1%
39,3
%
40,9
%
39,9%
86,8%
36º
Universidade Federal Rural do Semiárido
49,3
%
43,4%
46,2
%
38,7
%
61,0%
9,8%
37º
Universidade Federal da Paraíba
48,9
%
61,0%
60,3
%
48,4
%
46,9%
36,8%
38º
Universidade Federal do Espírito Santo
48,0
%
56,0%
37,6
%
34,2
%
80,1%
78,5%
39º
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
47,5
%
58,8%
48,6
%
45,0
%
57,8%
31,3%
40º
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
46,2
%
59,6%
41,9
%
53,8
%
41,6%
59,9%
41º
Universidade Federal da Fronteira Sul
46,1
%
61,3%
41,4
%
28,8
%
52,6%
71,2%
42º
Universidade Federal de Pelotas
45,3
%
51,1%
43,3
%
47,7
%
37,3%
49,7%
43º
Universidade Federal de Juiz de Fora
45,3
%
42,7%
42,5
%
39,4
%
55,0%
50,7%
44º
Fundação Universidade Federal de
São Carlos
45,1
%
51,5%
43,8
%
52,1
%
39,9%
41,1%
45º
Fundação Universidade Federal do Tocantins
44,1
%
53,9%
51,5
%
37,2
%
51,4%
60,3%
46º
Fundação Universidade Federal de São João Del Rei
43,7
%
59,7%
46,8
%
34,4
%
65,7%
55,4%
47º
Universidade Federal Fluminense
42,2
%
56,2%
42,3
%
44,8
%
48,2%
15,9%
48º
Fundação Universidade Federal do Piauí
40,2
52,0%
34,3
33,1
52,3%
39,9%
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A governança nas instituições de ensino superior públicas brasileiras
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1548
%
%
%
49º
Universidade Federal da Integração Latino
-
Americana
39,8
%
42,2%
30,7
%
35,0
%
45,0%
43,9%
50º
Fundação Universidade Federal do Amapá
39,2
%
47,1%
40,8
%
36,0
%
59,5%
47,2%
51º
Fundação Universidade Federal do Vale do São
Francisco
38,3
%
54,3%
37,8
%
25,0
%
38,3%
52,1%
52º
Fundação Universidade Federal do Acre
37,9
%
46,4%
40,2
%
31,8
%
26,2%
72,5%
53º
Universidade Federal de Alagoas
37,7
%
33,9%
35,7
%
41,9
%
25,7%
47,9%
54º
Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira
34,8
%
27,7%
24,6
%
32,0
%
30,2%
39,0%
55º
Fundação Universidade Federal da Grande Dourados
34,0
%
48,5%
41,2
%
19,8
%
34,6%
23,4%
56º
Fundação Universidade Federal de
Rondônia
33,1
%
35,5%
34,0
%
42,9
%
31,4%
37,1%
57º
Fundação Universidade Federal do Pampa
32,4
%
35,4%
29,6
%
21,7
%
27,8%
29,3%
58º
Fundação Universidade do Amazonas
31,9
%
49,3%
35,5
%
31,5
%
24,2%
30,2%
59º
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
30,0
%
35,4%
27,5
%
21,6
%
34,0%
10,0%
60º
Fundação Universidade Federal do Maranhão
29,2
%
32,7%
28,5
%
34,0
%
29,9%
12,8%
61º
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
28,7
%
43,6%
36,4
%
31,5
%
27,9%
13,2%
62º
Universidade Federal de Campina Grande
24,2
%
1,3%
26,2
%
24,9
%
30,5%
13,5%
63º
Universidade Federal do Sul da Bahia
23,3
%
43,7%
28,6
%
26,3
%
17,0%
21,4%
Fonte: Elaborado pelos autores a partir do levantamento de governança no setor público do TCU
2021(BRASIL, 2021a)
Nota: A classificação das universidades na tabela segue a ordem da maior para menor pontuação no
índice iGG.
Os índices de iGG (índice integrado de governança e gestão públicas) apontaram que
15 (
24%) das universidades federais ainda estão no estágio inicial de governança e gestão,
sendo que todas se situaram no quadro iniciante. Estão no estágio intermediário 38 (60%)
instituições de ensino superior. E, por fim, apenas 10 (16%) foram classificadas como em
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Deusdete Junior SANTOS e Kellcia Rezende SOUZA
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1549
estágio aprimorado para este índice. Estes dados analisados indicam que as boas práticas de
governança e gestão pública ainda não são adotadas na maior parte das universidades federais.
Nos índices de iGovPub (índice de governança pública), em que são avaliados a
adoção dos mecanismos de liderança, estratégia e controle, as universidades federais tiveram
avaliações semelhantes. Os dados apontam que 15 universidades (24%) estão no estágio
inicial, com todas sendo caracterizadas como iniciando. No estágio intermediário estão 37
(59%) instituições de ensino e somente 11 (17%) se qualificam para o estágio aprimorado.
Detalhando a partir dos mecanismos, os piores resultados são apresentados em estratégia,
onde 25% das universidades se situam no estágio inicial, incluindo duas em estágio
inexpressivo, e os melhores são percebidos em controle, onde as instituições apresentam
maiores índices intermediários (59%) e aprimorados (35%).
No iGovPessoas (índice de governança e gestão de pessoas), os resultados revelaram
que 15 universidades (24%) se classificam no estágio inicial, sendo que todas estavam
classificadas como iniciando. Entre as instituições de estágio intermediário estavam 37 (59%)
universidades federais. E, por fim, 11 (17%) estavam situadas no estágio aprimorado. Estes
valores de índices no estágio inicial indicam, para o TCU, que as organizações que os
registram não possuem um planejamento de pessoas estruturado e apresentam dificuldades
para estimar suas necessidades de recursos humanos e selecionar bem os seus gestores
(BRASIL, 2021c). Portanto, para as universidades que estavam no índice inicial no
iGovPessoas, as constatações são as mesmas.
Para o iGovTI (índice de governança e gestão de tecnologia da informação), os
resultados mostravam que 23 (37%) das universidades federais estavam no estágio inicial,
com todas consideradas como em iniciando. Em estágio intermediário neste tema estavam 31
(49%) das instituições. Apenas 9 (14%) estavam em estágio aprimorado. Fica evidente que
mais da metade das universidades federais encontram-se em estágio inicial ou intermediário
em governança de TI. Segundo o TCU (BRASIL, 2021b), apesar da melhoria frente à
avaliação do ano de 2018, o modelo de governança e gestão de TI implementado está distante
de ser o adequado, podendo ter reflexo em várias deficiências que as instituições podem
apresentar e comprometer o atendimento satisfatório e oportuno das demandas da sociedade.
O i
GovContrat (índice de governança de contratações) apresentava que 17 (27%)
universidades federais estavam no estágio inicial, sendo que todas estavam caracterizadas
como iniciando. No estágio intermediário estavam 32 (51%) instituições. Já no estágio
aprimorado encontravam-se 14 (22%) universidades federais. Estes dados apontam, segundo
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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o TCU, que em mais da metade das universidades federais pode haver riscos de desperdício e
de irregularidades em contratações.
A gestão orçamentária passou a integrar este instrumento avaliativo no iGG 2021,
tendo seu índice principal identificado como iGovOrcament (índice de governança e gestão
orçamentária). Frente aos outros principais índices, o iGovOrcament apresentou os índices
mais baixos. Desta forma, 19 (30%) das universidades federais pontuaram no estágio inicial,
onde 5 (8%) delas se caracterizaram como tendo resultados inexpressivos na avaliação, e o
restante, 14 (22%), estão em iniciando. Em estágio aprimorado estavam 21 instituições, o que
corresponde a 33% do total. Alcançaram o estágio aprimorado de governança e gestão do
orçamento 23 (37%) das universidades federais. É notório o reduzido percentual de
universidades federias nos estágios inicial e intermediário, já que o processo orçamentário é
essencial para o êxito dos objetivos organizacionais e para a concreta entrega de resultados à
sociedade (BRASIL, 2021b).
Há de se notar, nestes resultados, uma disparidade entre as universidades federais em
relação às práticas avaliadas. Como exemplo, no índice iGG a universidade com pior
avaliação teve índice 23% e a melhor avaliada teve 96%; já no iGovPub, 28% e 96%,
respectivamente. Há uma desigualdade grande entre as instituições considerando o nível
inicial e aprimorado. Isso reforça que há uma diferença de desempenho das universidades
frente às práticas de governança e gestão pública.
Foi possível ainda extrair do relatório técnico com dados completos do TCU, e
demonstrar pelo Quadro 2, a classificação das universidades públicas federais pelo seu estágio
de capacidade (inexpressivo, inicial, intermediário e aprimorado) considerando o índice de
governança pública (iGovPub) do ano de 2021, bem como a sua variação frente aos resultados
do ano de 2018. Este índice agrega dados de governança de liderança, estratégia e controle.
Quadro 2 –
Distribuição das universidades públicas federais por estágio de capacidade no
iGovPub 2021
Estágio
Intervalo
da faixa
Universidades nº %
Variação
à 2018
Inicial
Inexpressivo
0 a
14,99%
---------------------- 0 0 -2
Iniciando
15 a
39,99%
UFAL; UNILAB; UNIR; UNIPAMPA; UFRB;
UFMA; UFCG
15 24 -11
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Deusdete Junior SANTOS e Kellcia Rezende SOUZA
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Intermediário 40 a 70%
UFBA; UFPR; FURG; UFTM; UNIFAL
-
MG;
UFS; UFU; UFRJ; UFSC; UFRGS; UFCA;
UniRIO; UFMT; UFMG; UFSM; UFCSPA;
UFABC; UFERSA; UFPB; UFES; UTFPR;
UNIFESSPA; UFFS; UFPel; UFJF; UFSCar;
UFT; UFSJ; UFF; UFPI; UNILA; UNIFAP;
Univasf; UFAC; UFGD; UFAM; UFRRJ; UFSB
37 59 +5
Aprimorado
70,01 a
100%
UFRN; UNIFEI; UFMS; UFLA; UFV; UFPA;
FUB; UFPE; UFVJM; UFOPA; UFC; UFRPE;
UFRR; UFRA; UNIFESP; UFOB; UFG; UFOP
11 17 +8
Fonte: Elaborado pelos autores, com base nos dados do TCU (BRASIL, 2021a)
Pelas informações apresentadas observa-se que apenas 11 (17%) das universidades
públicas federais atingiram o estágio aprimorado. Nota-se, ainda, que 37 (59%) das
universidades estavam no grau intermediário e 15 (24%) no estágio inicial de governança
pública segundo o TCU. Das que estavam em estágio inicial é importante ressaltar que
nenhuma destas apresentaram resultados inexpressivos, mostrando-se uma tendência em
relação à avaliação anterior, do ano de 2018, onde 28 (44,5%) estavam em estágio inicial,
sendo que 02 (3,2%) destas universidades apresentavam índices inexpressivos (BRASIL,
2019). Destaca-se, ainda, que 13 (20,63%) universidades deixaram o estágio inicial e
migraram para os estágios intermediário ou superior.
Considerando os resultados do quadro 2 sobre o índice iGovPub, constata-se que a
governança pública nas universidades federais pesquisadas ainda está em estágio
intermediário em mais da metade das instituições, o que, apesar de uma evolução considerável
em relação à avaliação anterior (BRASIL, 2021b), indica que está aquém do que se exige pelo
TCU para a administração pública. Significa, ainda, afirmar que as boas práticas de
governança pública estão abaixo do ideal na maioria das universidades federais, que são
consideradas instituições de vanguarda. Ainda são poucas, ou seja, 17% das instituições
superiores de ensino avaliadas, que estão no estágio aprimorado.
Todos os dados, indicadores e estágios de governança nas universidades federais
públ
icas indicam que há muitos pontos vulneráveis e que há um caminho a ser seguido, onde
se mostra necessária a indução de melhorias na implementação de governança pública das
instituições citadas. Entretanto, por estarem inseridas em um ambiente dinâmico, com
múltiplos interesses e com diversidade de atores, o desafio da governança nas universidades
se torna complexo, pois grupos divergentes buscam por objetivos diferentes e conflitantes,
influenciando temas estratégicos e/ou coletivos destas instituições (FREIRE; CONEJERO;
PARENTE, 2021).
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Fica evidente, diante desse quadro, que são muitos os desafios das universidades para
implantar, estruturar e avançar em práticas de governança pública diante de suas
características e, ainda, frente ao mutante cenário político, social e econômico brasileiro, que
exige mudanças para o atendimento aos interesses públicos (MARQUES
et al
., 2020).
Considerações finais
Conclui-se que no campo da normalização sobre governança pública na política
brasileira, tem-se o destaque do papel primordial do TCU, que é considerado um embrião
governamental indutor do conceito para os serviços públicos do país e, consequentemente,
para a formulação de diretrizes de boa governança. Destaca-se, portanto, o seu protagonismo
na elaboração de uma série de documentos sobre a governança pública e sua atuação nas
avaliações de órgãos e instituições públicas em relação às práticas de governança.
A governança é, atualmente, um processo na administração pública brasileira que
ainda está em fase de consolidação. Portanto, no processo preconizado por esta nova forma de
pensar e gerir a administração pública, as instituições, em especial as de ensino superior,
ainda apresentam, naturalmente, certo grau de imaturidade para lidar com os princípios,
mecanismos e ferramentas preconizados.
A governança nas universidades públicas federais não pode ser colocada em igualdade
com outras organizações, tanto pública quanto privadas, exigindo habilidades e técnicas
adequadas à realidade universitária, ou seja, não se pode apenas fazer a reprodução de práticas
de gestão empresarial sem se realizar uma análise das habilidades e técnicas adequadas à
natureza dessas instituições de ensino.
No caso das universidades, o desafio está na superação do modelo de gestão
ex
tremamente tradicionalista e governamental, em que a preocupação ainda é muito vinculada
ao cumprimento de aspectos legais e formais dos atos administrativos, devido à sua
complexidade. Desta forma, os resultados apontados nessa pesquisa sinalizam para a
necessidade da ruptura desse paradigma de gestão a partir da estruturação de formação da
comunidade universitária sobre o tema, assim como, pela sistematização de instrumentos de
avaliação de práticas de governança, com vistas a assegurar, respectivamente, o papel de
certificadores dos atos dos gestores públicos e o monitoramento dos controles internos dessas
instituições.
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Diante do exposto, para além dos dados identificados no presente estudo, compreende-
se que o avanço da qualidade dos serviços públicos prestados pelas universidades federais e
demais instituições públicas passa pela consolidação de práticas de governança. Logo, faz-se
necessário estudos contínuos a respeito da temática para o fortalecimento desse campo de
investigação.
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Como referenciar este artigo
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, Araraquara, v. 17, n. 3, p.
1532-1557, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
Submetido em:
07/01/2022
Revisões requeridas em
: 21/03/2022
Aprovado em
: 12/05/2022
Publicado em
:01/07/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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Gobernanza en las instituciones públicas de educación superior brasileñas
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1534
GOBERNANZA EN LAS INSTITUCIONES PÚBLICAS DE EDUCACIÓN
SUPERIOR BRASILEÑAS
A GOVERNANÇA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICAS
BRASILEIRAS
GOVERNANCE IN BRAZILIAN PUBLIC HIGHER EDUCATION INSTITUTIONS
Deusdete Junior SANTOS
1
Kellcia Rezende SOUZA
2
RESUMEN
: La gestión de recursos y políticas públicas ha sido un gran desafío para los
gestores públicos brasileños. Por lo tanto, el tema de la gobernanza pública se ha convertido
en un tema destacado en los últimos años en la administración pública brasileña. En este
escenario se incluyen las Universidades Públicas Federales, que son instituciones federales de
educación superior y están sujetas a rendición de cuentas tanto ante la sociedad como ante los
órganos de control. Por tanto, el objetivo de esta investigación es analizar los parámetros y
fundamentos de la gobernanza en las Universidades Públicas Federales, así como los
resultados que estas presentaron en la última evaluación realizada por el Tribunal de Cuentas
de la Federación (TCU) en 2021. La metodología tuvo como un enfoque metodológico
cuantitativo-cualitativo y se llevó a cabo mediante una investigación bibliográfica y
documental. Los resultados encontrados muestran que el tema de la gobernanza pública es
reciente y cuenta con pocas investigaciones. Además, se destaca que las Universidades
Públicas Federales aún presentan resultados insatisfactorios en la evaluación de la
gobernabilidad y gestión pública del TCU.
PALABRAS CLAVE
: Administración pública federal. Gobernanza pública. Universidades
federales.
RESUMO
: A gestão de recursos e políticas públicas tem sido um grande desafio para os
gestores públicos brasileiros. Logo, o tema da governança pública tornou-se um assunto
proeminente nos últimos anos na administração pública brasileira. Neste cenário, estão
inclusas as Universidades Públicas Federais, que são instituições federais de ensino superior
e estão sujeitas a prestar contas tanto à sociedade, como aos órgãos de controle. Assim
sendo, o objetivo da presente pesquisa consiste em analisar os parâmetros e fundamentos de
governança nas Universidades Públicas Federais, bem como os resultados que estas
apresentaram na última avaliação realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no ano
1
Universidad Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados – MS – Brasil. Máster en Administración Pública
(PROFIAP/UFGD). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0051-3079. E-mail: deusdetejsantos@ufgd.edu.br
2
Universidad Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados – MS – Brasil. Profesora Adjunta del Programa
de Posgrado en Educación Escolar y del Programa de Posgrado en Administración Pública. Doctorado en
Educación Escolar (
UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-00
02-8663-4615. E-mail: kellcia@hotmail.com
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Deusdete Junior SANTOS y Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
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de 2021. Para tanto, a metodologia teve a abordagem metodológica quanti-qualitativa e foi
conduzida pela pesquisa bibliográfica e, também, documental. Os resultados encontrados
demonstram que o tema da governança pública é recente e dispõe de poucas investigações.
Além disso, destaca-se que as Universidades Públicas Federais ainda apresentam resultados
insatisfatórios na avaliação de governança e gestão públicas do TCU.
PALAVRAS-CHAVE
: Administração pública federal. Governança pública. Universidades
Federais.
ABSTRACT
:
The management of resources and public policies has been a major challenge
for Brazilian public managers. Therefore, the issue of public governance has become a
prominent issue in recent years in Brazilian public administration. In this scenario, the
Federal Public Universities are included, which are federal institutions of higher education
and are subject to accountability both to society and to control bodies. Therefore, the
objective of this research is to analyze the parameters and foundations of governance in
Federal Public Universities, as well as the results that they presented in the last evaluation
carried out by the Federal Audit Court (TCU) in 2021. The methodology had a quanti-
qualitative methodological approach and was conducted by bibliographic and documental
research. The results found show that the issue of public governance is recent and has few
investigations. In addition, it is noteworthy that the Federal Public Universities still present
unsatisfactory results in the evaluation of governance and public management of the TCU.
KEYWORDS
: Federal Public Administration. Public governance. Federal universities.
Introducción
Desde la década de 1980 en adelante el término gobernanza se destacó entre una
amplia variedad de disciplinas, incluyendo derecho, políticas públicas y, sobre todo, gestión
de organizaciones privadas, públicas o sin fines de lucro (RODRIGUES; MALO, 2006). Más
recientemente, en Brasil, este proceso de desarrollo de prácticas de buena gobernanza ha
ganado foco en la administración pública (ZORZAL, 2015).
Matías-P
ereira (2010) afirma que la gobernanza en las organizaciones públicas y
privadas tiene muchas similitudes, pero tiene enfoques distintos. Las similitudes, según el
autor, están en los principios básicos que las rigen. Estos son algunos de los principios de
gobernanza, según Slomski (2008)
apud
(BIZERRA, 2011): transparencia (
disclosure
), el
sentido de la justicia (
fairness
), rendición de cuentas (
accountability
), cumplimiento de las
leyes (
compliance
) y la ética (
ethics
).
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Gobernanza en las instituciones públicas de educación superior brasileñas
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1536
En Brasil, el Tribunal Federal de Cuentas (TCU)
3
ha buscado contribuir a la mejora de
la gobernanza pública y a la realización de estas nuevas demandas. Entre 2013 y 2014, el
TCU produjo y publicó varios documentos relacionados con la gobernanza pública, que
fueron importantes para guiar su implementación en las instituciones de la administración
pública brasileña (ROCHA, 2017). En los años siguientes, la Corte prosiguió sus esfuerzos
por orientar y alentar a las organizaciones de la administración pública a adoptar prácticas de
buena gobernanza. Para ello, estandarizó varias otras referencias y realizó evaluaciones de
gobernanza en organizaciones públicas.
En este sentido, se crearon otros instrumentos jurídicos para la gobernanza pública,
como el Decreto No. 9.203/2017, que prevé la política de gobernanza de la administración
pública federal directa, local y fundacional. Esta disposición normativa gubernamental
establece los procedimientos necesarios para la estructuración, ejecución y monitoreo de los
programas de integridad (BRASIL, 2017).
Estas son algunas de las leyes de gobernanza pública que deben cumplir los
organismos e instituciones públicas, incluidas las universidades públicas federales, que deben
cumplir y ejercer una serie de mecanismos de gestión democrática orientados a los aspectos
de gestión administrativa, con supervisión directa del TCU y otros organismos de control
fiscal (COSTA, 2019). En esta dirección, en las últimas décadas, principalmente a partir de la
década de 2000, Castro y Pereira (2019) mostraron que las universidades públicas brasileñas
tenían que adoptar nuevas sedes de gestión pública.
La educación superior "juega un papel esencial en la formación social, cultural y
ciudadana de sus estudiantes y, en consecuencia, las universidades han incorporado en sus
acciones de gestión", el monitoreo sistemático, la planificación y la evaluación de los
mecanismos de gobernanza, no solo para satisfacer las demandas sociales, sino también para
informar a los organismos reguladores de control (FREIRE; SOUZA, 2021, p. 2).
Por lo tanto, para acompañar esta nueva forma de administración pública requerida,
particularmente en el área federal, las agencias e instituciones deben reformular prácticas y
estructuras para lograr el buen gobierno esperado por la sociedad (BATISTA, 2016). En este
3
El Tribunal de Cuentas de la Unión (TCU) es un organismo de supervisión establecido en 1890. Independiente
y autónoma, su función es la de control externo del gobierno federal y asistencia del Congreso Nacional en la
misión de vigilar la ejecución presupuestaria y financiera del país. Es responsable de la supervisión contable,
financiera, presupuestaria, operativa y patrimonial de los órganos y entidades públicas del país en cuanto a
legalidad, legitimidad y economía.
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Deusdete Junior SANTOS y Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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1537
sentido, este trabajo se centra en investigar los parámetros y fundamentos de la gobernanza en
las universidades públicas federales y los resultados que presentaron en la evaluación
realizada por el TCU en 2021.
L
a metodología utilizada en esta investigación tuvo el enfoque metodológico
cuantitativo-cualitativo. La realización del estudio se realizó mediante investigación
bibliográfica y también documental. La categorización de los datos se realizó a partir del
análisis de contenido de todo el material recolectado de la investigación bibliográfica y la
investigación documental. También se utilizó estadística descriptiva.
Dimensiones conceptuales de la gobernanza
El tema de la gobernanza tiene diferentes significados para diferentes personas,
entidades, organizaciones que construyen sus conceptos a partir de diferentes narrativas
(BEVIR; RODAS, 2001; MATIAS-PEREIRA, 2013; RODAS, 1996). Para Mello y Slomski
(2010, p. 377), el "término gobernanza es bastante amplio y su uso varía según el enfoque y el
área en la que se está empleando". La gobernanza es, por tanto, un término polisémico muy
utilizado en diferentes ámbitos de la sociedad y tiene varios significados según su historicidad
y también la perspectiva de análisis (ZORZAL, 2015). Sobre el tema de la gobernanza, Alves
(ALVES, 2001, p. 81) aporta la siguiente concepción:
La gobernanza es un concepto a menudo difuso y se puede aplicar tanto a los
métodos de gestión de la empresa (gobierno corporativo) como a los medios
para preservar el medio ambiente (gobierno ambiental) o a las formas de
combatir el soborno y la corrupción de los funcionarios públicos (gobierno
público). A pesar de su carácter difuso, el concepto de gobernanza tiene
como punto de partida la búsqueda de la mejora del comportamiento de las
personas e instituciones.
La gobernanza es un término más amplio que el gobierno porque abarca a los actores
no estatales. El uso actual del término no trata la gobernanza como un sinónimo de gobierno.
Su significado se refiere a un nuevo proceso de gobernar, un nuevo método por el cual se
gobierna la sociedad. La descentralización de la prestación de servicios ha llevado a los
gobiernos a señalar que guiar conjuntos complejos de organizaciones es una tarea difícil y, en
esta nueva condición, se ha empleado la gobernanza (RHODES, 1996).
Según Matías-P
ereira (2014), en la literatura académica, en general, los aspectos más
explícitos sobre la gobernanza están relacionados con la legitimidad del espacio público, la
distribución del poder entre gobernantes y gobernados, los procesos de negociación entre
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Gobernanza en las instituciones públicas de educación superior brasileñas
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
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actores sociales y la descentralización de poderes y funciones relacionadas con el acto de
gobernar. Incorpora, además de los mecanismos tradicionales de articulación de intereses,
como los partidos políticos, otros más formales, como las familias, las asociaciones y las
redes sociales.
La buena gobernanza está estrechamente relacionada con una administración eficaz en
una estructura democrática (ZORZAL; RODRIGUES, 2016). Tanto el Banco Mundial como
el Fondo Monetario Internacional (FMI) utilizaron el término como la combinación de buenas
prácticas de gestión pública para intervenir en los países en desarrollo a partir de la necesidad
de medidas neoliberales (FERREIRA, 2007; PEREIRA
et al
., 2017).
En el ámbito privado, el gobierno corporativo implica la estructura en la que se ejerce
la autoridad en las organizaciones, abarcando reglas, políticas, procedimientos, normas,
relaciones, sistemas y procesos. Por lo tanto, "se refiere a cómo se gestionan las
corporaciones" (MATIAS-PEREIRA, 2010, p. 113).
Las instituciones públicas se han enfrentado al reto de monitorear, adaptar y transferir
herramientas de trabajo del sector privado. La administración pública, en la búsqueda de
introducir este tipo de herramientas, ha integrado experiencias acumuladas que contribuyen a
su transformación. Es así como se han implementado varios principios de gobierno
corporativo en el sector público (MATIAS-PEREIRA, 2010). Sin embargo, en la
administración pública el objetivo es satisfacer las necesidades sociales y el interés público
desempeñando y prestando servicios en su función y, por lo tanto, la gobernanza en el sector
público difiere de la privada en varios aspectos.
La gobernanza ha sido, por tanto, sinónimo de gestión eficaz y transparente, tanto en
l
as empresas como en las instituciones públicas y, por tanto, tiene proximidades conceptuales.
El tema ha sido "explicar las nuevas tendencias en la administración pública y la gestión de
políticas públicas, puede medirse por el creciente protagonismo que la literatura ha venido
dedicando en los últimos años al tema" (MATIAS-PEREIRA, 2010, p. 112). En vista de lo
anterior, es necesaria la gobernanza en la esfera pública, en un contexto democrático, que
considere la participación de los actores como parte de la resolución de problemas y no como
el problema (VIEIRA; BARRETO, 2019).
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Deusdete Junior SANTOS y Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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1539
Gobernanza en la administración pública
La gobernanza se está expandiendo no solo en el sector privado, sino también en el
sector público, ya que es posible controlar o mitigar los problemas encontrados en la gestión
pública a través de ciertas perspectivas derivadas del gobierno corporativo del sector privado
(MARQUES
et al
., 2020). Sus principios y acciones tienen como objetivo mejorar los
resultados dirigidos a
stakeholders
, gerentes y propietarios. En la administración pública, esta
relación se da básicamente entre los ciudadanos y los gestores públicos (TEIXEIRA;
GOMES, 2019).
La teoría de
stakeholders
tiene gran relevancia, principalmente, en la gobernanza
pública, porque permite una mayor interacción de estos con la administración. La mayor
contribución es al entendimiento de que la implementación de acciones debe implementarse
para la participación de todos los interesados en la administración (MATIAS-PEREIRA,
2013).
Sin embargo, es necesario hacer explícita la diferencia entre los términos
gobernabilidad y gobernanza. Según Matías-Pereira (2014), la gobernabilidad es la capacidad
política, desde las instituciones, de gobernarse a sí misma debido a una relación legítima del
Estado y su gobierno con la sociedad. La gobernanza, para el autor, es la capacidad
administrativa y financiera, en sentido amplio, del gobierno para implementar políticas
públicas. Por lo tanto, la gobernanza no es lo mismo que el gobierno y se refiere a
"actividades basadas en objetivos comunes, que pueden o no derivar de responsabilidades
legales y formalmente prescritas y no dependen necesariamente del poder policial para ser
aceptados y resistidos" (MATIAS-PEREIRA, 2014, p. 84).
La gobernanza pública es así un nuevo paradigma que tiene como puntos principales
la colaboración y coordinación entre las instituciones públicas y éstas con la sociedad.
Representa el resultado de la mejora de modelos anteriores de administración pública que han
evolucionado (DIAS; CARIO, 2014; NEVES; GUIMARÃES; JÚNIOR, 2017).
Según Martins y Marini (2014), la gobernanza pública se ha elevado como el último
paradigma de gestión y difiere tanto de la administración pública burocrática clásica como de
la nueva gestión pública. Esta nueva perspectiva de la gestión pública se asocia con las
transformaciones de tiempos y escenarios derivadas de "un intento de ver al gobierno como
un proceso amplio, plural y complejo de la sociedad, buscando integrar la política y la
administración, la gestión y las políticas públicas" (MARTINS; MARINI, 2014, p. 43).
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Gobernanza en las instituciones públicas de educación superior brasileñas
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1540
En esta línea, la gobernanza pública, como sostienen varios estudiosos, no renuncia
por completo a los elementos que caracterizan al modelo gerencial, su antecesor, en gran
evidencia hasta la década de 1990. Forma parte del llamado Nuevo Servicio Público (NSP),
que se basa en teorías democráticas y ciudadanas, es decir, la gobernanza democrática y el
compromiso cívico. El NSP tiene como objetivo promover la dignidad y el valor del servicio
público para hacer del mundo un lugar mejor a través de los valores democráticos, la
ciudadanía y el interés público. Por lo tanto, la gobernanza pública surge en este escenario
para reorganizar la administración pública (FUCHS, 2020; GESSER; OLIVEIRA;
MACHADO, 2017; OLIVEIRA; PISA; AUGUSTINHO, 2016).
Estas son concepciones que el TCU comparte en el desarrollo de sus producciones
sobre gobernanza pública para orientar a las organizaciones de la administración pública y
otras entidades jurisdiccionales del organismo en la adopción de prácticas de buen gobierno.
El TCU entiende entonces la gobernanza pública como un sistema que define un equilibrio de
poder entre las partes involucradas. Este sistema integraría a los ciudadanos, los
representantes electos (funcionarios del gobierno), la alta dirección, los gerentes y los
empleados. La gobernanza pública tendría por objeto hacer que el interés común se
superponga con los intereses de individuos o grupos. El Tribunal va más allá y especifica que
la gobernanza en el sector público se refiere a los mecanismos de evaluación, dirección y
seguimiento; se consideran las interacciones entre estructuras, procesos y tradiciones que
deben considerarse ciudadanos y otras partes interesadas; cómo se implementa la toma de
decisiones y cómo se ejercen el poder y las responsabilidades. La gobernanza en el sector
público debe ser atendida por las acciones y la capacidad de los sistemas políticos y
administrativos para resolver problemas de la vida en colectividad (BRASIL, 2020).
Para Alves (2011), pensar en el concepto de gobernanza significa asociarlo con el
sector público. Así, para el autor, la gobernanza en esta esfera corresponde a la capacidad de
implementar políticas públicas desde la optimización de la gestión, de manera que se adopte
un procedimiento sistematizado de evaluación, control, rendición de cuentas, eficiencia,
eficacia y transparencia. Este proceso debe incluir la participación social, apuntando al bien
común de la sociedad.
Filgueiras (2018, p. 79) subraya que la definición de gobernanza debe ir más allá de
las características gerenciales y los mecanismos de gestión ortodoxos, ya que "representa un
proceso de conexión entre los mecanismos de gestión con la dimensión política y las
infraestructuras del poder". Para el autor, es un modelo de administración abierto al público y
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Deusdete Junior SANTOS y Kellcia Rezende SOUZA
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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1541
que cuenta con servicios y políticas dirigidas al ciudadano, es decir, una gobernabilidad
democrática que debe tener tres dimensiones que importan y están interconectadas para la
constitución de la gestión pública: capacidades estatales de implementación y coordinación;
mecanismos de transparencia y
accountability
4
e; mecanismos de participación política.
La gobernanza pública termina consolidándose como un concepto que agrega valor a
las políticas públicas, pues asocia el control colectivo y la promoción de la justicia social con
entendimientos tradicionales que consideran el ejercicio de poco poder participativo por parte
de la sociedad. Su objetivo es garantizar que los objetivos planificados se alcancen a través de
sistemas bien diseñados, incluidos los procesos de gestión, control, supervisión y rendición de
cuentas (ROCHA, 2017).
P
or lo tanto, todavía no existe un entendimiento consensuado sobre el concepto de
gobernanza pública, tanto entre autores como entre organizaciones nacionales e
internacionales, teniendo este enfoque conceptual amplio y múltiple (TEIXEIRA; GOMES,
2019). Pero en un esfuerzo por comprender este tema de manera más amplia, el concepto
puede presentarse como una serie de reformas administrativas que se implementarán en el
sector público diseñadas para satisfacer las necesidades de la sociedad civil moderna en la
satisfacción de los intereses comunes de proporcionar servicios de alta calidad. Estos servicios
son prestados por Estados más transparentes, donde los ciudadanos participan cada vez más
en el proceso de toma de decisiones, ejercen el control social y fortalecen la democracia
(OLIVEIRA; PISA; AUGUSTINHO, 2016).
Gobernanza en la gestión pública brasileña
En Brasil, la gobernanza pública ha desempeñado un papel importante en la gestión de
los recursos públicos, generando varias discusiones sobre sus mecanismos y prácticas. Para
Souza, Silva y Souza (2019), no se puede dejar de tener en cuenta los rápidos cambios que se
han venido produciendo en la sociedad, donde un mayor nivel de ciudadanía ha requerido de
una administración pública que garantice los derechos constitucionales de los ciudadanos,
entre ellos, el educativo. Matías-Pereira (2013) afirma que la gestión pública brasileña todavía
4
Para el TCU, la
rendición de cuentas
es "la obligación de que las personas o entidades a las que se han
confiado recursos, incluidas las empresas y organismos públicos, asuman las responsabilidades de orden fiscal,
gerencial y programático que se les han conferido, e informen a quienes les delegaron estas responsabilidades".
(BRASIL, 2020, p. 46)
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Gobernanza en las instituciones públicas de educación superior brasileñas
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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1542
está en una pasantía lejos de ser ideal para poder estructurar un modelo de gobernanza pública
consolidado.
Según el TCU, el aumento de la legislación de gobernanza en la administración
pública del país proviene de muchos actos sancionados que integran importantes regulaciones
sectoriales o federales que se alinean con una visión de mejorar la gobernanza
pública.(BRASIL, 2020)
Vieira y Barreto señalan que, en Brasil, el tema de la gobernanza pública se discutió
sólo a partir de 1995, cuando formaba parte del Plan Maestro para la Reforma del Aparato del
Estado (PDRAE), definiéndose como la capacidad del Estado para implementar políticas
públicas de manera eficiente. La reforma del Estado se consideró indispensable para aumentar
su gobernanza. (2019) (ZORZAL; RODRIGUES, 2016)
Según Zorzal, Brasil, hasta hace poco, necesitaba un código de gobernanza para el
sector público. Sin embargo, entre 2013 y 2014, el TCU produjo y publicó tres importantes
documentos que tratan el tema, entre ellos: las versiones 1ª y 2ª del "Marco Básico de
Gobernanza aplicable a los órganos y entidades de la administración pública", la "Referencia
para la evaluación de la gobernanza en las políticas públicas" y los "10 pasos para la buena
gobernanza". En las dos primeras publicaciones está presente una extensa investigación
bibliográfica que incluye una importante base teórica, con referencias internacionales. La
intención de este material es comprender mejor la situación de gobernanza del área pública y
alentar a las organizaciones del sector público a adoptar, de manera evolutiva, prácticas de
buena gobernanza. (2015),(BRASIL, 2014d)(B
RASIL, 2014a)(BRASIL, 2014b) (BRASIL,
2020)
En los años siguientes, el marco de 2014 continuó utilizándose como guía de políticas
de
gobernanza y evaluaciones de más de 500 organizaciones jurisdiccionales del TCU. Los
indicadores producidos a partir de esto sirvieron para indicar problemas de gobernanza en las
organizaciones públicas e identificaron el panorama para la definición de objetivos,
estructurando mejoras e identificando buenas prácticas a adoptar. También sirvió de
inspiración para el Decreto No. 9.203/2017 (BRASIL, 2017), que creó la política de
gobernanza de la administración pública federal, así como la Ley 13.971/2019 (BRASIL,
2019a), que instituyó el Plan Plurianual de la Unión para el período 2020-2023.
En 2021, el TCU actualizó el documento y su denominación se convirtió en "Marco
básico de gobernanza organizacional: para organizaciones públicas y otras entidades
jurisdiccionales al TCU (RGB)". Según la Corte, a partir del conocimiento de los diagnósticos
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Deusdete Junior SANTOS y Kellcia Rezende SOUZA
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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realizados y la revisión de la literatura internacional reciente publicada en organismos como la
Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económicos (OCDE) y las Naciones
Unidas (ONU), se llevó a cabo la revisión y actualización de la referencia. Con esto, el TCU
espera proporcionar una orientación más contemporánea sobre la gobernanza pública,
reforzando la adopción de la búsqueda de mejores prácticas para mejorar el desempeño en las
organizaciones públicas (BRASIL, 2020).
D
esde la publicación del marco básico de gobernanza y otros documentos adicionales,
el TCU ha contribuido a mejorar las directrices destinadas a las prácticas de buena
gobernanza en el sector público. Los documentos producidos por el organismo tienen como
objetivo dotar a la administración pública de elementos teóricos y normativos para extraer
principios, sistematización y niveles de análisis para fomentar la buena gobernanza
(TEIXEIRA; GOMES, 2019). La Corte también se ha comprometido a evaluar las prácticas
de gobernanza en los organismos de la administración pública brasileña a través de encuestas
que se publican en su portal de Internet.
En el contexto de las producciones normativas oficiales, el Gobierno Federal lanzó en
2018 la "Guía de Política de Gobernanza Pública". Varios organismos se encargaron de su
elaboración, tales como: la CGU; el Ministerio de Planificación, Desarrollo y Gestión (MP); y
el Ministerio de Hacienda (MF). La publicación tiene por objeto dar seguridad y estabilidad a
la interpretación del Decreto No. 9.203/2017, sirviendo de referencia para su correcta
ejecución. La publicación presenta la etapa actual de la política de gobernanza y los
panoramas para el futuro (BRASIL, 2018a). El público objetivo del material comprende
miembros de la alta dirección de las instituciones gubernamentales más distinguidas.
Bajo este nuevo modelo práctico para la administración pública, los diversos órganos e
instituciones del sector gubernamental, particularmente en el área federal, comenzaron a
reformar sus estructuras y prácticas de trabajo en busca de la buena gobernanza (RIBEIRO,
2017). Los conceptos de gobernanza pública se han utilizado para evaluar cuestiones
relacionadas con los servicios públicos. Los organismos públicos evaluados se agrupan por
etapas iniciales, intermedias y de gobernanza mejorada para facilitar el diagnóstico y ayudar a
mejorar y monitorear la administración pública (ROCHA, 2017).
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Gobernanza en las instituciones públicas de educación superior brasileñas
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Indicadores de gobernanza pública del Tribunal de Cuentas de la Unión
A partir de la publicación del marco básico de gobernanza y otros documentos
adicionales, el TCU ha contribuido a la mejora de la gobernanza en el sector público para que
los organismos y entidades de la administración pública puedan extraer principios, directrices
y niveles de análisis para fomentar la buena gobernanza (TEIXEIRA; GOMES, 2019). La
Corte también se ha comprometido a evaluar las prácticas de gobernanza en los organismos
de la administración pública brasileña, a través de encuestas que se publican en su portal de
Internet.
Inicialmente, el TCU en 2007 realizó encuestas de gobernanza en el área de TI. Sin
embargo, también comenzó a realizar encuestas de gobernanza de personal (2012, 2013) y
adquisiciones (2013/2014). A partir de 2013, el TCU creó un modelo general de gobernanza
pública para abarcar un perfil de gobernanza de la administración pública brasileña. Entre
2013 y 2016, el TCU realizó encuestas de gobernanza y gestión pública en organizaciones
públicas con el propósito de evaluar la situación y fomentar la adopción de prácticas de
gobernanza y gestión en cuatro temas: tecnología de la información (TI), personas,
adquisiciones y gobernanza pública. (BRASIL, 2014c, 2018b)
Desde 2017, el TCU ha ido unificando las encuestas en una sola herramienta de
autoevaluación, denominada "Cuestionario Integrado de Gobernanza Pública", que engloba
las áreas de encuestas anteriores para conocer, además de los diversos indicadores de
gobernanza pública, un índice general de gestión y gobernanza pública. Por ello, se pretende
elevar el sistema de gobernanza de las entidades y organizaciones de la administración
pública. (BRASIL, 2018b)
Las encuestas TCU se llevan a cabo determinando el seguimiento, durante cinco años,
de la capacidad de gobernanza y gestión de los órganos y jurisdicciones definidos en la
Sentencia 588/2018-TCU-Pleno. Las encuestas tienen por objeto indicar los riesgos
sistémicos y subvencionar con información de gobernanza la gestión de las organizaciones.
(BRASIL, 2018b)
La evaluación más reciente estuvo relacionada con 2021, y tuvo 114 preguntas que
fueron respondidas por las instituciones públicas participantes. La estructura del cuestionario
del perfil integrado de gobernanza organizacional y gestión pública, denominado por su
principal indicador, iGG 2021, sigue el modelo de gobernanza explícito en el RGB.
(BRASIL, 2021a)(BRASIL, 2021b)
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Deusdete Junior SANTOS y Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1545
Los resultados de la autoevaluación se publicaron en agosto de 2021. Las preguntas se
dividieron en cinco temas: (1) Gobernanza pública; (2) Gestión de personas; 3) Gestión de la
tecnología y la seguridad de la información; (4) Gestión de la contratación; y 5) gestión
presupuestaria. El análisis de los datos se realizó en seis perfiles de gobernanza, donde el
primero presentó la visión general del perfil integrado: a) Perfil de gobernanza y gestión
integradas; b) Perfil de gobernanza y gestión organizacional; c) Perfil de gobierno y gestión
de personas; d) Perfil de gobernanza y gestión de la Seguridad y las Tecnologías de la
Información; e) Perfil de gobierno y gestión de contrataciones; y f) Perfil de gobernanza y
gestión presupuestaria. (BRASIL, 2021b, 2021c)
Los objetivos de la encuesta de gobernanza en 2021 fueron obtener y analizar datos
sobre la capacidad de gobernanza y gestión de las organizaciones participantes e implementar
el sistema de gobernanza electrónica, para iniciar la autoevaluación de la gobernanza y la
gestión pública en forma de autoservicio para ellas. Los propósitos específicos del monitoreo
de la capacidad de gobernanza en la gestión de las organizaciones públicas federales y otras
entidades jurisdiccionales del TCU fueron: a) difundir el modelo de gobernanza y gestión
expresado en la 3ª edición del RBG; b) contribuir a la planificación de los órganos de alta
dirección, que son inductores para la mejora de los procesos de gobernanza y gestión en la
administración pública y c) subsidiar al TCU en el cumplimiento de sus objetivos estratégicos
para la evolución de la gobernanza en la administración pública brasileña.(BRASIL, 2021b,
2021c)
La divulgación de los resultados de iGG 2021 se produjo en índices. Estos se
clasificaron en etapas de capacidad: no expresivas, iniciadoras, intermedias y mejoradas,
como se representa en el Cuadro 1.
Cuadro 1 -
Etapas de la gobernanza pública y la capacidad de gestión
Fuente: adaptado de Brasil (2021b)
Pasantía Adopción de prácticas de gobernanza Rango de rango
Inicial
Inexpresivo
no adopta; existe una decisión formal o un plan
aprobado para adoptarla
0 a 14,99%
Incipiente adopta en menor medida 15 a 39.99%
Intermediario
adopta parcialmente 40 a 70%
Mejorado
adopta total o en gran medida; Adopta 70,01 a 100%
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Gobernanza en las instituciones públicas de educación superior brasileñas
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1546
El índice iGG representa todas las prácticas de gobernanza y gestión evaluadas. El
índice iGovPub corresponde a las acciones evaluadas en el tema de gobernanza pública
organizacional, agregando indicadores de liderazgo, estrategia y capacidades de control.
iGovPessoas caracteriza los resultados obtenidos en las prácticas de gobernanza pública
organizacional y gestión de personas (iGestPessoas). El índice iGestPeople describe todas las
prácticas evaluadas en el tema de la gestión de personas. iGovTI muestra los resultados
obtenidos para el gobierno y la gestión de TI (iGovTI). iGestTI demuestra todas las prácticas
de gestión de TI, además de la gestión de personas seleccionadas y la gestión de
contrataciones. iGovContrat presenta los resultados de Gobernanza en Gestión de Contratos
(GovContrat) y Gestión de Contratos (iGovContrat). iGestContrat expresa los resultados de
todas las prácticas de gestión de contratación, además de algunas seleccionadas de gestión de
personas y gestión de riesgos organizacionales. iGestOrcament agrega los resultados de la
capacidad de establecer el proceso presupuestario y contemplar correctamente las prioridades
presupuestarias. Y finalmente, iGovOrcament representa la capacidad en la gobernanza
presupuestaria (definir el modelo y monitorear la gestión presupuestaria) junto con la gestión
presupuestaria representada en iGestOrcament. (BRASIL, 2021b, 2021c)
A través de estos índices es posible medir el estado de desarrollo de la gobernanza
pública en las instituciones públicas evaluadas, entre estas, las 63 universidades públicas
federales existentes en Brasil, dentro de las etapas de capacidad de las prácticas de
gobernanza descritas en el Cuadro 1.
Gobernanza en la gestión de las universidades públicas federales
Las universidades públicas federales son instituciones, en forma de municipios o
fundaciones, vinculadas al Ministerio de Educación (MEC), órgano de la administración
federal directa, que están sujetas a un amplio sistema burocrático y normativo y deben
cumplir con las normas que se ocupan de las prácticas de gobernanza en la administración
pública. Aunque avalados con autonomía didáctico-científica, administrativa y financiera y de
gestión patrimonial, están sujetos a la legislación del sector público (MARQUES
et al.
, 2020;
VENTAS
et al.
, 2020) .
Las instituciones de educación superior, caracterizadas como organizaciones
co
mplejas, deben comenzar cada vez más a considerar temas de gobernanza en su gestión,
integrándose en las acciones universitarias (GESSER; OLIVEIRA; MACHADO, 2017). Por
lo tanto, deben llevar a cabo una buena gestión, que fomente la adopción de mejores prácticas
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Deusdete Junior SANTOS y Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1547
para aumentar la eficiencia y el pleno funcionamiento de las instituciones (MARQUES
et al.
,
2020). Se caracterizan por ser instituciones complejas, debido a su administración burocrática
y conservadora, la concentración de poder y autonomía, por el tipo de profesional que actúa
en ella, su diversidad de objetivos y sus atribuciones en la docencia, investigación y
extensión. En este aspecto, son organizaciones pluralistas con multiplicidad de miembros, su
propia estructura organizativa, objetivos y grupos internos, a menudo conflictivos. Todo esto
hace que la gestión y la toma de decisiones sean un desafío. (CARRETERA, 2000; GESSER;
OLIVEIRA; MACHADO, 2017)
A pesar de su importancia social y la recepción de importantes fondos públicos, la
difusión de información de gestión y su análisis en estudios académicos sigue siendo limitada
en las universidades públicas federales (ZORZAL, 2015)". Además, los temas relacionados
con la gobernanza universitaria son poco discutidos en la literatura, estando más delimitados
en base al gobierno corporativo y al gobierno público, teniendo dos puntos principales que se
abordan: mecanismos internos de ajuste a la institución y; estructuras de coordinación que la
universidad desarrolla con actores sociales externos (GESSER; OLIVEIRA; MACHADO,
2017).
Como miembros de la administración pública federal, las universidades federales
brasileñas están siendo evaluadas por el TCU sobre la buena gobernanza y las prácticas de
gestión en el sector público. En la última evaluación publicada, en 2021, se evaluaron 378
instituciones, entre ellas, las 63 universidades públicas federales (BRASIL, 2021b, 2021c).
La divulgación de estos índices apunta al estado de desarrollo de la gobernanza
pública en las universidades públicas federales dentro de las etapas de capacidad de las
prácticas de gobernanza descritas en el Cuadro 1. La Tabla 1 a continuación presenta algunos
de los resultados de estos índices y las respectivas universidades federales que los originaron.
Tabla 1 - 1
Índices de adhesión a las prácticas de gobernanza y gestión pública de las
universidades públicas federales en 2021
Universidad
iGG
iGovP
ub
iGov
Pesso
as
iGov
TI
iGovCon
trat
iGovOrca
ment
1º
Universidad Federal
do
Rio Grande do Norte
96,3
%
95,8%
97,5
%
87,3
%
99,6%
87,1%
2º
Universidad Federal de Itajubá
93,2
%
95,3%
94,6
%
95,5
%
64,5%
100,0%
3º
Fundación Universidad Federal d
o
Mato Grosso do Sul
91,3
93,7%
90,8
72,6
95,9%
98,6%
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Gobernanza en las instituciones públicas de educación superior brasileñas
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1548
%
%
%
4º
Universidad Federal de Lavras
5º
90,2
%
94,9%
93,1
%
91,4
%
89,7%
96,9%
6º
Fundación Universidad Federal de Viçosa
88,8
%
92,3%
85,3
%
87,4
%
97,5%
95,0%
7º
Universidad Federal
do
Pará
82,8
%
82,5%
86,5
%
74,8
%
74,1%
79,3%
8º
Fundación Universidad de
Brasilia
81,5
%
91,4%
88,8
%
78,9
%
82,9%
91,5%
9º
Universidad Federal de Pernambuco
73,6
%
78,8%
66,7
%
64,1
%
90,2%
94,2%
10º
Universidad Federal d
a
Bahía
73,2
%
64,7%
68,8
%
60,3
%
71,8%
63,3%
11º
Universidad Federal del Valle d
o
Jequitinhonha y Mucuri
72,5
%
80,5%
69,5
%
73,8
%
80,8%
97,5%
12º
Universidad Federal
d
el
Oeste do Pará
69,7
%
76,4%
59,8
%
69,5
%
88,0%
94,2%
13º
Universidad Federal de Ceará
69,6
%
81,3%
69,4
%
56,4
%
86,6%
87,3%
14º
Universidad Federal Rural de Pernambuco
68,8
%
74,7%
76,5
%
63,1
%
80,2%
65,1%
15º
Universidad Federal de Roraima
67,0
%
72,1%
67,0
%
67,3
%
63,8%
66,1%
16º
Universidad Federal Rural de la Amazonía
65,6
%
80,0%
70,9
%
54,6
%
64,0%
86,3%
17º
Universidad Federal de Paraná
63,9
%
62,9%
63,9
%
49,8
%
62,7%
70,3%
18º
Fundación Universidad Federal de Río Grande
63,9
%
67,7%
69,8
%
55,5
%
73,5%
67,1%
19º
Universidad Federal de Triângulo Mineiro
63,6
%
69,5%
71,9
%
57,5
%
61,2%
30,3%
20º
Universidad Federal de São Paulo
62,7
%
80,4%
69,0
%
45,3
%
70,0%
71,4%
21º
Universidad Federal de
Alfenas
62,1
%
60,3%
64,9
%
36,3
%
48,4%
95,0%
22º
Universidade Federal d
el
Oeste da Bahia
60,7
%
70,3%
62,8
%
57,2
%
51,7%
69,2%
23º
Fundación Universidad Federal de Sergipe
59,1
%
67,9%
60,0
%
62,9
%
47,0%
80,0%
24º
Fundación Universidad Federal de Uberlândia
59,0
62,3%
64,9
60,9
68,0%
30,4%
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Deusdete Junior SANTOS y Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1549
%
%
%
25º
Universidad Federal de Goiás
58,8
%
74,7%
70,9
%
74,4
%
45,8%
45,2%
26º
Fundación Universidad Federal de Ouro Preto
57,4
%
73,6%
57,6
%
54,2
%
64,5%
70,2%
27º
Universidad Federal de Rio de Janeiro
57,0
%
59,6%
57,4
%
20,2
%
69,8%
91,6%
28º
Universidad Federal de Santa Catarina
56,9
%
63,6%
64,0
%
59,7
%
65,8%
60,4%
29º
Universidad Federal de Rio Grande do Sul
56,6
%
50,7%
53,0
%
58,2
%
44,7%
37,7%
30º
Universidad Federal de Cariri
54,1
%
57,3%
49,5
%
59,9
%
51,4%
46,1%
31º
Universidad Federal del Estado de
Río de Janeiro
54,1
%
55,1%
50,8
%
50,2
%
44,1%
44,9%
32º
Fundación universidad federal de Mato Grosso
53,2
%
58,2%
52,9
%
51,6
%
53,4%
46,2%
33º
Universidad Federal de Minas Gerais
52,2
%
49,6%
46,4
%
49,3
%
31,8%
79,7%
34º
Universidad Federal de Santa María
50,2
%
66,2%
59,7
%
37,4
%
61,2%
52,0%
35º
Universidad Federal de Ciencias de la Salud Fundación
de Porto Alegre
50,2
%
51,6%
48,3
%
42,5
%
49,5%
35,0%
36º
Fundación Universitaria Federal de ABC
49,9
%
56,1%
39,3
%
40,9
%
39,9%
86,8%
37º
Universidad Federal Rural do
Semiárido
49,3
%
43,4%
46,2
%
38,7
%
61,0%
9,8%
38º
Universidad Federal de Paraíba
48,9
%
61,0%
60,3
%
48,4
%
46,9%
36,8%
39º
Universidad Federal de Espírito Santo
48,0
%
56,0%
37,6
%
34,2
%
80,1%
78,5%
40º
Universidad Tecnológica Federal de Paraná
47,5
%
58,8%
48,6
%
45,0
%
57,8%
31,3%
41º
Universidad Federal del Sur y Sureste de Pará
46,2
%
59,6%
41,9
%
53,8
%
41,6%
59,9%
42º
Universidad Federal de la Frontera Sur
46,1
%
61,3%
41,4
%
28,8
%
52,6%
71,2%
43º
Universidad Federal de Pelotas
45,3
%
51,1%
43,3
%
47,7
%
37,3%
49,7%
44º
Universidad Federal de Juiz de Fora
45,3
42,7%
42,5
39,4
55,0%
50,7%
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Gobernanza en las instituciones públicas de educación superior brasileñas
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1550
%
%
%
45º
Fundación Universidad Federal de São Carlos
45,1
%
51,5%
43,8
%
52,1
%
39,9%
41,1%
46º
Fundación Universidad Federal de Tocantins
44,1
%
53,9%
51,5
%
37,2
%
51,4%
60,3%
47º
Fundación De la Universidad Federal
de São João Del
Rei
43,7
%
59,7%
46,8
%
34,4
%
65,7%
55,4%
48º
Universidad Federal Fluminense
42,2
%
56,2%
42,3
%
44,8
%
48,2%
15,9%
49º
Fundación Universidad Federal Piauí
40,2
%
52,0%
34,3
%
33,1
%
52,3%
39,9%
50º
Universidad
Federal de la Integración Latinoamericana
39,8
%
42,2%
30,7
%
35,0
%
45,0%
43,9%
51º
Fundación Universidad Federal de Amapá
39,2
%
47,1%
40,8
%
36,0
%
59,5%
47,2%
52º
Fundación de la Universidad Federal del Valle de San
Francisco
38,3
%
54,3%
37,8
%
25,0
%
38,3%
52,1%
53º
Fundación de la Universidad Federal de Acre
37,9
%
46,4%
40,2
%
31,8
%
26,2%
72,5%
54º
Universidad Federal de Alagoas
37,7
%
33,9%
35,7
%
41,9
%
25,7%
47,9%
55º
Universidad de Integración Internacional de la Lusofonía
Afrobrasileña
34,8
%
27,7%
24,6
%
32,0
%
30,2%
39,0%
56º
Fundación Universidad Federal d
a
Grande Dourados
34,0
%
48,5%
41,2
%
19,8
%
34,6%
23,4%
57º
Fundación universidad Federal de Rondônia
33,1
%
35,5%
34,0
%
42,9
%
31,4%
37,1%
58º
Fundación Universidad Federal de Pampa
32,4
%
35,4%
29,6
%
21,7
%
27,8%
29,3%
59º
Fundación Universidad Amazonas
31,9
%
49,3%
35,5
%
31,5
%
24,2%
30,2%
60º
Universidad Federal d
o
Recôncavo da Bahia
30,0
%
35,4%
27,5
%
21,6
%
34,0%
10,0%
61º
Fundación Universidad Federal de Maranhão
29,2
%
32,7%
28,5
%
34,0
%
29,9%
12,8%
62º
Universidad
Federal Rural de Rio de Janeiro
28,7
%
43,6%
36,4
%
31,5
%
27,9%
13,2%
63º
Universidad Federal de Campina Grande
24,2
%
1,3%
26,2
%
24,9
%
30,5%
13,5%
image/svg+xml
Deusdete Junior SANTOS y Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1551
64º
Universidad Federal del Sur de Bahía
23,3
%
43,7%
28,6
%
26,3
%
17,0%
21,4%
Fuente: Elaborado por los autores a partir de la encuesta de gobernanza en el sector público de THE
TCU 2021 (BRASIL, 2021a)
Nota: La clasificación de las universidades en la tabla sigue el orden de mayor a menor puntuación en
el índice iGG.
Los índices iGG (índice integrado de gobernanza y gestión pública) indicaron que 15
(24%) de las universidades federales aún se encuentran en la etapa inicial de gobernanza y
gestión, todas las cuales estaban en el marco de principiantes. Se encuentran en la etapa
intermedia 38 (60%) instituciones de educación superior. Finalmente, solo 10 (16%) se
clasificaron como en una etapa mejorada para este índice. Estos datos analizados indican que
las prácticas de buena gobernanza y gestión pública aún no se adoptan en la mayoría de las
universidades federales.
En el iGovPub (índice de gobernanza pública) se evalúan índices, en los que se evalúa
la adopción de mecanismos de liderazgo, estrategia y control, y las universidades federales
tuvieron evaluaciones similares. Los datos indican que 15 universidades (24%) se encuentran
en la etapa inicial, y todas se caracterizan por comenzar. En la etapa intermedia hay 37 (59%)
instituciones educativas y solo 11 (17%) califican para la pasantía mejorada. Detallando desde
los mecanismos, los peores resultados se presentan en estrategia, donde el 25% de las
universidades se encuentran en la etapa inicial, incluyendo dos en una etapa inexpresiva, y los
mejores se perciben en control, donde las instituciones tienen índices intermedios más altos
(59%) y mejorados (35%).
En iGovPessoas (índice de gobernanza y gestión de personas), los resultados revelaron
que 15 universidades (24%) están clasificadas en la etapa inicial, todas las cuales fueron
clasificadas como iniciales. Entre las instituciones de pasantías intermedias había 37 (59%)
universidades federales. Finalmente, 11 (17%) se ubicaron en la etapa mejorada. Estos valores
de índice en la etapa inicial indican, para el TCU, que las organizaciones que los registran no
tienen una planificación estructurada de las personas y tienen dificultades para estimar sus
necesidades de recursos humanos y seleccionar bien a sus gerentes. Por lo tanto, para las
universidades que estaban en el índice inicial en iGovPeople, los hallazgos son los mismos.
(BRASIL, 2021c)
Para el iGovTI (índice de gobernanza y gestión de las tecnologías de la información),
l
os resultados mostraron que 23 (37%) de las universidades federales se encontraban en la
etapa inicial, y todas se consideraron como iniciadoras. En la etapa intermedia de este tema se
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encontraban 31 (49%) de las instituciones. Sólo 9 (14%) estaban en una etapa mejorada. Es
evidente que más de la mitad de las universidades federales se encuentran en la etapa
temprana o intermedia en el gobierno de TI. Según el TCU (BRASIL, 2021b), a pesar de la
mejora con respecto a la evaluación del año 2018, el modelo de gobernanza y gestión de TI
implementado está lejos de ser adecuado, y puede tener una reflexión sobre varias
deficiencias que las instituciones pueden presentar y comprometer el cumplimiento
satisfactorio y oportuno de las demandas de la sociedad.
El iGovContrat (índice de gobernanza de la contratación) mostró que 17 (27%)
universidades federales estaban en las primeras etapas, todas las cuales se caracterizaron por
comenzar. En la etapa intermedia se encontraban 32 (51%) instituciones. En la etapa
mejorada se encontraban 14 (22%) universidades federales. Estos datos indican, según el
TCU, que en más de la mitad de las universidades federales puede haber riesgos de
despilfarro e irregularidades en la contratación.
La gestión presupuestaria pasó a formar parte de este instrumento de evaluación en
iGG 2021, con su índice principal identificado como iGovOrcament (índice de gobernanza y
gestión presupuestaria). En el caso de los otros índices principales, iGovOrcament mostró las
tasas más bajas. Así, 19 (30%) de las universidades federales puntuaron en la etapa inicial,
donde 5 (8%) de ellas se caracterizaron por tener resultados poco impresionantes en la
evaluación, y el resto, 14 (22%), están comenzando. En una etapa de mejora fueron 21
instituciones, lo que corresponde al 33% del total. 23 (37%) de las universidades federales
han alcanzado la etapa mejorada de gobernanza y gestión presupuestaria. Es notorio el bajo
porcentaje de universidades apestosas en las etapas inicial e intermedia, ya que el proceso
presupuestario es esencial para el éxito de los objetivos organizacionales y para la entrega
concreta de resultados a la sociedad (BRASIL, 2021b).
En estos resultados, existe una disparidad entre las universidades federales en relación
a las prácticas evaluadas. Como ejemplo, en el índice iGG la universidad con la peor
evaluación tuvo un índice del 23% y el índice mejor evaluado tuvo el 96%; iGovPub, 28% y
96%, respectivamente. Existe una gran desigualdad entre las instituciones teniendo en cuenta
el nivel inicial y el mejorado. Esto refuerza que existe una diferencia en el desempeño de las
universidades en relación con la gobernanza y las prácticas de gestión pública.
También f
ue posible extraer del informe técnico con datos completos del TCU, y
demostrar por la Tabla 2, la clasificación de las universidades públicas federales por su etapa
de capacidad (inexpresiva, inicial, intermedia y mejorada) considerando el índice de
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gobernanza pública (iGovPub) del año 2021, así como su variación en relación a los
resultados de 2018. Este índice agrega datos de gobernanza, estrategia y control.
Cuadro 2 -
Distribución de las universidades públicas federales por etapa de capacidad en
iGovPub 2021
Pasantía
Rango de
rango
Universidades #1 %
Cambio a
2018
Inicial
Inexpresivo
0 a
14,99%
---------------------- 0 0 -2
Incipiente
15 a
39.99%
UFAL; UNILAB; UNIRSE; UNIPAMPA;
UFRB; UFMA; UFCG
15 24 -11
Intermediario 40 a 70%
UFBA; UFPR;
FURG; UFTM; UNIFAL
-
MG;
UFS; UFU; UFRJ; UFSC; UFRGS; UFCA;
UniRIO; UFMT; UFMG; UFSM; UFCSPA;
UFABC; UFERSA; UFPB; UFES; UTFPR;
UNIFESSPA; UFFS; UFPel; UFJF; UFSCar;
UFT; UFSJ; UFF; UFPI; UNILA; UNIFAP;
Univasf; UFAC; UFGD; UFAM; UFRRJ; UFSB
37 59 +5
Mejorado
70,01 a
100%
UFRN; UNIFEI; UFMS; UFLA; UFV; UFPA;
FUB; UFPE; UFVJM; UFOPA; UFC; UFRPE;
UFRR; UFRA; UNIFESP; OVNIB; UFG;
OVNIP
11 17 +8
Fonte: Elaborado pelos autores, com base nos dados do TCU (BRASIL, 2021a)
De la información presentada, se observa que sólo 11 (17%) de las universidades
públicas federales alcanzaron la etapa de mejora. También se observa que 37 (59%) de las
universidades estaban en el grado medio y 15 (24%) en la etapa inicial de gobernanza pública
según el TCU. De los que se encontraban en la etapa inicial, es importante destacar que
ninguno de estos presentó resultados inexpresivos, mostrando una tendencia en relación a la
evaluación anterior, en 2018, donde 28 (44,5%) se encontraban en la etapa inicial, y 02
(3,2%) de estas universidades tenían índices poco impresionantes. También cabe destacar que
13 (20,63%) universidades abandonaron la etapa inicial y migraron a etapas intermedias o
superiores. (BRASIL, 2019)
Considerando los resultados del Cuadro 2 sobre e
l índice iGovPub, se observa que la
gobernanza pública en las universidades federales encuestadas aún se encuentra en una etapa
intermedia en más de la mitad de las instituciones, lo que, a pesar de una evolución
considerable en relación a la evaluación anterior (BRASIL, 2021b), indica que está por debajo
de lo requerido por el TCU para la administración pública. También significa que las buenas
prácticas de gobernanza pública son subóptimas en la mayoría de las universidades federales,
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que se consideran instituciones de vanguardia. Todavía son pocas, es decir, el 17% de las
instituciones de educación superior evaluadas, que se encuentran en la etapa de mejora.
Todos los datos, indicadores y etapas de gobernanza en las universidades públicas
federales indican que hay muchos puntos vulnerables y que hay un camino a seguir, donde
son necesarias mejoras en la implementación de la gobernanza pública de las instituciones
mencionadas. Sin embargo, debido a que se insertan en un entorno dinámico, con múltiples
intereses y con diversidad de actores, el desafío de la gobernanza en las universidades se
vuelve complejo, porque grupos divergentes buscan objetivos diferentes y conflictivos,
influyendo en temas estratégicos y/o colectivos de estas instituciones.(FREIRE; CONEJERO;
RELACIONADO, 2021)
Es evidente, en vista de esta situación, que hay muchos desafíos de las universidades
para implementar, estructurar y avanzar en las prácticas de gobernanza pública en vista de sus
características y, también, frente al cambiante escenario político, social y económico
brasileño, que requiere cambios para satisfacer los intereses públicos (.MARQUES
et al
.,
2020)
Consideraciones finales
Se concluye que, en el campo de la estandarización de la gobernanza pública en la
política brasileña, se destaca el papel primordial del TCU, que se considera un embrión
gubernamental que induce el concepto de los servicios públicos del país y, en consecuencia,
para la formulación de directrices de buena gobernanza. Por ello, destaca su papel en la
elaboración de una serie de documentos sobre gobernanza pública y su desempeño en las
evaluaciones de organismos e instituciones públicas en relación con las prácticas de
gobernanza.
La gobernanza es actualmente un proceso en la administración pública brasileña que
aún se encuentra en la fase de consolidación. Por lo tanto, en el proceso propugnado por esta
nueva forma de pensar y gestionar la administración pública, las instituciones, especialmente
las instituciones de educación superior todavía tienen naturalmente un cierto grado de
inmadurez para tratar los principios, mecanismos y herramientas recomendados.
La gobernanza en las universidades públicas federales no puede colocarse en pie de
i
gualdad con otras organizaciones, tanto públicas como privadas, que requieren habilidades y
técnicas adecuadas a la realidad universitaria, es decir, no se pueden limitar a reproducir las
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prácticas de gestión empresarial sin un análisis de las habilidades y técnicas adecuadas a la
naturaleza de estas instituciones educativas.
En el caso de las universidades, el reto radica en superar el modelo de gestión
extremadamente tradicionalista y gubernamental, en el que la preocupación sigue estando
muy ligada al cumplimiento de aspectos legales y formales de los actos administrativos,
debido a su complejidad. Así, los resultados señalados en esta investigación indican la
necesidad de romper este paradigma de gestión desde la estructuración de la educación de la
comunidad universitaria en la materia, así como, mediante la sistematización de instrumentos
de evaluación de prácticas de gobernanza, con miras a asegurar, respectivamente, el papel de
certificar los actos de los gestores públicos y el seguimiento de los controles internos de estas
instituciones.
En vista de lo anterior, además de los datos identificados en el presente estudio, se
entiende que el avance de la calidad de los servicios públicos prestados por las universidades
federales y otras instituciones públicas implica la consolidación de las prácticas de
gobernanza. Por lo tanto, los estudios continuos sobre el tema son necesarios para fortalecer
este campo de investigación.
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informacao-xvii-enancib.html. Acesso em: 13 mar. 2021.
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Gobernanza en las instituciones públicas de educación superior brasileñas
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1560
Cómo hacer referencia a este artículo
SANTOS, D. J.; SOUZA, K. R. Gobernanza en las instituciones públicas de educación
superior brasileñas.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17,
n. 3, p. 1534-1560, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
Enviado en
:
07/01/2022
Revisiones requeridas en
: 21/03/2022
Aprobado en
: 12/05/2022
Publicado en
:01/07/2022
Procesamiento y edición: Editora Ibero-Americana de Educação.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
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Governance in Brazilian public higher education institutions
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
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GOVERNANCE IN BRAZILIAN PUBLIC HIGHER EDUCATION INSTITUTIONS
A GOVERNANÇA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR PÚBLICAS
BRASILEIRAS
GOBERNANZA EN LAS INSTITUCIONES PÚBLICAS DE EDUCACIÓN SUPERIOR
BRASILEÑAS
Deusdete Junior SANTOS
1
Kellcia Rezende SOUZA
2
ABSTRACT
: The management of resources and public policies has been a major challenge
for Brazilian public managers. Therefore, the issue of public governance has become a
prominent issue in recent years in Brazilian public administration. In this scenario, the Federal
Public Universities are included, which are federal institutions of higher education and are
subject to accountability both to society and to control bodies. Therefore, the objective of this
research is to analyze the parameters and foundations of governance in Federal Public
Universities, as well as the results that they presented in the last evaluation carried out by the
Federal Audit Court (TCU) in 2021. The methodology had a quanti-qualitative methodological
approach and was conducted by bibliographic and documental research. The results found show
that the issue of public governance is recent and has few investigations. In addition, it is
noteworthy that the Federal Public Universities still present unsatisfactory results in the
evaluation of governance and public management of the TCU.
KEYWORDS
: Federal Public Administration. Public governance. Federal universities.
RESUMO
: A gestão de recursos e políticas públicas tem sido um grande desafio para os
gestores públicos brasileiros. Logo, o tema da governança pública tornou-se um assunto
proeminente nos últimos anos na administração pública brasileira. Neste cenário, estão
inclusas as Universidades Públicas Federais, que são instituições federais de ensino superior
e estão sujeitas a prestar contas tanto à sociedade, como aos órgãos de controle. Assim sendo,
o objetivo da presente pesquisa consiste em analisar os parâmetros e fundamentos de
governança nas Universidades Públicas Federais, bem como os resultados que estas
apresentaram na última avaliação realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no ano
de 2021. Para tanto, a metodologia teve a abordagem metodológica quanti-qualitativa e foi
conduzida pela pesquisa bibliográfica e, também, documental. Os resultados encontrados
demonstram que o tema da governança pública é recente e dispõe de poucas investigações.
Além disso, destaca-se que as Universidades Públicas Federais ainda apresentam resultados
insatisfatórios na avaliação de governança e gestão públicas do TCU.
PALAVRAS-CHAVE
: Administração pública federal. Governança pública. Universidades
federais.
1
Federal University of Grande Dourados (UFGD), Dourados – MS – Brazil. Master in Public Administration
(PROFIAP/UFGD). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0051-3079. E-mail: deusdetejsantos@ufgd.edu.br
2
Federal University of Grande Dourados (UFGD), Dourados – MS – Brazil. Adjunct Professor at the Graduate
Program in School Education and at the Graduate Program in Public Administration. Doctorate in School
Education (UNESP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8663-4615. E-mail: kellcia@hotmail.com
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Deusdete Junior SANTOS and Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
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RESUMEN
: La gestión de recursos y políticas públicas ha sido un gran desafío para los
gestores públicos brasileños. Por lo tanto, el tema de la gobernanza pública se ha convertido
en un tema destacado en los últimos años en la administración pública brasileña. En este
escenario se incluyen las Universidades Públicas Federales, que son instituciones federales de
educación superior y están sujetas a rendición de cuentas tanto ante la sociedad como ante los
órganos de control. Por tanto, el objetivo de esta investigación es analizar los parámetros y
fundamentos de la gobernanza en las Universidades Públicas Federales, así como los
resultados que estas presentaron en la última evaluación realizada por el Tribunal de Cuentas
de la Federación (TCU) en 2021. La metodología tuvo como un enfoque metodológico
cuantitativo-cualitativo y se llevó a cabo mediante una investigación bibliográfica y
documental. Los resultados encontrados muestran que el tema de la gobernanza pública es
reciente y cuenta con pocas investigaciones. Además, se destaca que las Universidades
Públicas Federales aún presentan resultados insatisfactorios en la evaluación de la
gobernabilidad y gestión pública del TCU.
PALABRAS CLAVE
: Administración pública federal. Gobernanza pública. Universidades
federales.
Introduction
From the 1980s, the term governance stood out among a wide variety of disciplines,
including law, public policies and, above all, management of private, public or non-profit
organizations (RODRIGUES; MALO, 2006). More recently, in Brazil, this process of
developing good governance practices has gained focus in public administration (ZORZAL,
2015).
Matias-Pereira (2010) states that governance in public and private organizations has
many similarities, but they have different focuses. The similarities, according to the author, are
in the basic principles that govern them. Some of the governance principles, according to
Slomski (2008) apud (BIZERRA, 2011): transparency (disclosure), a sense of justice (fairness),
accountability, compliance with the law and ethics.
In Brazil, the Federal Court of Auditors (TCU in the Portuguese acronym)
3
has sought
to contribute to the improvement of public governance and to the fulfillment of these new
demands. Between 2013 and 2014, the TCU produced and published several documents dealing
with public governance, which were important to guide its implementation in Brazilian public
administration institutions (ROCHA, 2017). In the following years, the Court continued its
3
The Federal Audit Court (TCU) is a supervisory body created in 1890. Independent and autonomous, its function
is to provide external control of the federal government and assistance to the National Congress in its mission to
monitor the country's budget and financial execution. He is responsible for the accounting, financial, budgetary,
operational and patrimonial inspection of the country's public bodies and entities regarding legality, legitimacy
and economy.
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Governance in Brazilian public higher education institutions
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
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efforts to guide and encourage public administration organizations to adopt good governance
practices. To this end, it standardized other various benchmarks and carried out governance
assessments in public organizations.
In this regard, other legal instruments were created in favor of public governance, such
as Decree No. 9,203/2017, which provides on the governance policy of the direct federal,
autarchic and foundational public administration. This government normative device
establishes the procedures necessary for the structuring, execution and monitoring of integrity
programs (BRAZIL, 2017).
These are some of the legislations of public governance that must be complied with by
public agencies and institutions, included here, the Federal Public Universities, which must
comply and exercise a series of mechanisms of democratic management aimed at aspects of
administrative management, with direct oversight by the TCU and other organs of fiscal control
(COSTA, 2019). In this direction, in recent decades, especially from the 2000s, Castro and
Pereira (2019) evidenced that Brazilian public universities had to adopt new matrices of public
management.
Higher education "plays an essential role in the social, cultural and citizen formation of
its students and, therefore, universities have incorporated in their management actions",
systematic monitoring, planning and evaluation of governance mechanisms, not only to meet
social demands, but also to be accountable to regulatory control bodies (FREIRE; SOUZA,
2021, p. 2).
Therefore, to follow this new form of public administration required, particularly in the
federal area, agencies and institutions must reformulate practices and structures to achieve the
good governance expected by society (BATISTA, 2016). In this sense, this work focuses on
investigating the parameters and foundations of governance in the Federal Public Universities
and the results that they presented in the evaluation conducted by the TCU in the year 2021.
The methodology used in this research had a quanti-qualitative methodological
approach. The study was conducted through bibliographic and documentary research. The
categorization of the data was performed from the content analysis of all the material gathered
from the bibliographical and documental research. Descriptive statistics were also used.
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Deusdete Junior SANTOS and Kellcia Rezende SOUZA
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Conceptual dimensions of governance
The governance theme has different meanings for different people, entities, and
organisms that construct their concepts from different narratives (BEVIR; RHODES, 2001;
MATIAS-PEREIRA, 2013; RHODES, 1996). For Mello and Slomski (2010, p. 377), the "term
governance is quite broad and its use varies according to the focus and the area in which it is
being employed. Governance is, therefore, a polysemic term widely used in different areas of
society and has different meanings according to its historicity and also the perspective of
analysis (ZORZAL, 2015). On the subject of governance, Alves (ALVES, 2001, p. 81) brings
the following conception:
Governance is an often diffuse concept that can be applied to methods of
managing a company (corporate governance), to means of preserving the
environment (environmental governance), or to ways of combating bribery
and corruption of public officials (public governance). Despite its diffuse
character, the concept of governance has as its starting point the search for
improvement in the behavior of people and institutions.
Governance is a broader term than government because it encompasses non-state actors.
Current usage of the term does not treat governance as a synonym for government. Its meaning
refers to a new process of governing, a new method by which society is governed. The
decentralization of service delivery has led governments to notice that guiding complex sets of
organizations is a difficult task, and in this new condition, governance has been employed
(RHODES, 1996).
For Matias-Pereira (2014), in the academic literature, generally, the most explicit
aspects about governance are connected to the legitimacy of the public space, distribution of
power between governors and governed, negotiation processes between social actors, and
decentralization of powers and functions related to the act of governing. It incorporates, besides
the traditional mechanisms of articulation of interests, such as political parties, other more
informal ones, such as families, associations, and social networks.
Good governance is closely related to effective administration in a democratic structure
(ZORZAL; RODRIGUES, 2016). Both the World Bank and the International Monetary Fund
(IMF) have used the term as the combination of good public management practices in order to
intervene in developing countries from the need to implement neoliberal measures
(FERREIRA, 2007; PEREIRA
et al
., 2017).
In the private sphere, corporate governance involves the structure in which authority is
exercised in organizations, encompassing rules, policies, procedures, standards, relationships,
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Governance in Brazilian public higher education institutions
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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systems and processes. Therefore, "it concerns the way corporations are managed"(MATIAS-
PEREIRA, 2010, p. 113).
Public institutions have faced the challenge of following, adapting and transferring work
tools from the private sector. Public administration, in the quest to introduce such tools, has
integrated accumulated experiences that contribute to its transformation. This is how several
principles of corporate governance have been implemented in the public sector (MATIAS-
PEREIRA, 2010). However, in public administration the goal is to meet social needs and the
public interest by performing and providing services in its function and, therefore, governance
in the public sector differs from the private sector in several aspects.
Governance has been, therefore, synonymous with effective and transparent
management, both in companies and in public institutions, and for this reason they have
conceptual proximities. The theme has been "explaining new trends in public administration
and public policy management, which can be measured by the growing prominence that the
literature has been devoting in recent years to the subject" (MATIAS-PEREIRA, 2010, p. 112).
In view of the above, governance in the public sphere is necessary, in a democratic context,
which considers the participation of stakeholders as part of the resolution of problems and not
as the problem (VIEIRA; BARRETO, 2019).
Governance in public administration
Governance is expanding not only in the private sector, but also in the public sector,
because it is possible to control or mitigate the problems encountered in public management
through certain perspectives derived from corporate governance in the private sector
(MARQUES
et al
., 2020). Its principles and actions aim to improve the results aimed by
stakeholders, managers and owners. In public administration, this relationship occurs, basically,
between citizens and public managers (TEIXEIRA; GOMES, 2019).
The stakeholders' theory has great relevance, especially in public governance, because
it allows greater interaction of these stakeholders with the administration. The greatest
contribution is for the understanding that one should effect the implementation of actions for
the participation of all stakeholders in the administration (MATIAS-PEREIRA, 2013).
However, it is necessary to make explicit the difference between the terms governability
and governance. For Matias-Pereira (2014), governability is the political capacity, based on
institutions, to govern resulting from a legitimate relationship of the state and its government
with society. For the author, governance is the administrative and financial capacity, in the
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Deusdete Junior SANTOS and Kellcia Rezende SOUZA
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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broad sense, of the government to implement public policies. Therefore, governance is not the
same as government and refers to "activities supported by common objectives, which may or
may not derive from legal and formally prescribed responsibilities and do not necessarily
depend on the police power to be accepted and overcome resistance” (MATIAS-PEREIRA,
2014, p. 84).
Public governance is, therefore, a new paradigm that has as its main points the
collaboration and coordination among public institutions and these with society. It represents
the result of the improvement of previous models of public administration that have evolved
(DIAS; CARIO, 2014; NEVES; GUIMARÃES; JÚNIOR, 2017).
For Martins and Marini (2014), public governance has been raised as the most recent
management paradigm and differs from both the classic bureaucratic public administration and
the new public management. This new perspective of public management is associated with the
transformations of times and scenarios arising from "an attempt to see government as a broad,
plural and complex process of society, seeking to integrate politics and administration,
management and public policies" (MARTINS; MARINI, 2014, p. 43).
In this line, public governance, as advocated by several scholars, does not completely
abandon the elements that characterize the managerialist model, its predecessor, in great
evidence until the 1990s. It is part of the so-called New Public Service (NPS), which is based
on democratic and citizenship theories, that is, democratic governance and civic engagement.
The NPS proposes to promote the dignity and value of public service to make the world a better
place through democratic values, citizenship, and serving the public interest. Thus, public
governance emerges in this scenario to reorganize public administration (FUCHS, 2020;
GESSER; OLIVEIRA; MACHADO, 2017; OLIVEIRA; PISA; AUGUSTINHO, 2016).
The TCU understands public governance as a system that defines a balance of power
among the parties involved. This system would include citizens, elected representatives
(governors), senior management, managers, and employees. Public governance would aim at
making the common interest prevail over the interests of individuals or groups. The Court goes
further and specifies that governance in the public sector relates to the mechanisms for
evaluation, direction, and monitoring; the interactions among structures, processes, and
traditions to establish how citizens and other stakeholders are considered; and how decision
making is carried out and power and responsibilities are exercised. Governance in the public
sector should be concerned with the actions and capacity of political and administrative systems
to solve problems of collective life (BRAZIL, 2020).
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Governance in Brazilian public higher education institutions
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
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For Alves (2011), thinking about the concept of governance means associating it with
the public sector. Thus, for the author, governance in this sphere corresponds to the ability to
implement public policies from the optimization of management, so that a systematized
procedure of evaluation, control, accountability, efficiency, effectiveness and transparency are
adopted. This process should include social participation, aiming at the common good of
society.
Filgueiras (2018, p. 79) stresses that the definition of governance should go beyond
managerial characteristics and orthodox management mechanisms, since "it represents a
process of connection between the mechanisms of administration and the political and
infrastructural dimensions of power. For the author, it is an administration model that is open
to the public and that has services and policies aimed at the citizen, that is, a democratic
governance that should have three dimensions that matter and are interconnected for the
constitution of public management: the state capacities for implementation and coordination;
the mechanisms of transparency and accountability
4
and; the mechanisms of political
participation.
Public governance ends up consolidating as a concept that adds values to public policies,
as it associates collective control and the promotion of social justice to traditional
understandings that consider the exercise of little participatory power by society. It aims to
ensure that planned goals are achieved through well-designed systems, including management,
control, oversight, and accountability processes (ROCHA, 2017).
Therefore, there is still no consensus understanding of the concept of public governance,
both among authors and national and international organizations, having this broad and multiple
conceptual approach (TEIXEIRA; GOMES, 2019).But in an effort to understand this topic
more broadly, the concept can be presented as a series of administrative reforms to be
implemented in the public sector designed to meet the needs of modern civil society in meeting
the common interests of providing high quality services. Services that are provided by more
transparent states, where citizens increasingly participate in the decision-making process,
exercising social control and strengthening democracy. (OLIVEIRA; PISA; AUGUSTINHO,
2016).
4
For the TCU, accountability is "the obligation of persons or entities to which resources have been entrusted,
including public companies and organizations, to assume the fiscal, managerial, and programmatic responsibilities
assigned to them and to inform those who delegated these responsibilities to them”(BRAZIL, 2020, p. 46).
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Deusdete Junior SANTOS and Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
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Governance in Brazilian public management
In Brazil, public governance has played an important role in the management of public
resources, generating several discussions about its mechanisms and practices.For Souza, Silva,
and Souza (2019), one cannot fail to take into consideration the rapid changes that have been
happening in society, where a higher level of citizenship has demanded a public administration
that guarantees the constitutional rights of citizens, among them, the educational one. Matias-
Pereira (2013) states that Brazilian public administration is still at a far from ideal stage to be
able to structure a consolidated public governance model.
According to the TCU, the increment of governance legislation in the country's public
administration comes from many sanctioned acts that integrate important sectorial or federal
regulations that align with a vision of improving public governance (BRAZIL, 2020).
Vieira and Barreto (2019) point out that, in Brazil, the theme of public governance was
only discussed from the year 1995, when it figured in the Master Plan for Reform of the State
Apparatus (PDRAE in the Portuguese acronym), being defined as the state's ability to
implement public policies efficiently. State reform was considered indispensable, in order to
increase its governance (ZORZAL; RODRIGUES, 2016).
According to Zorzal (2015), Brazil, until recently, needed a governance code for the
public sector. However, between the years 2013 and 2014, the TCU produced and published
three important documents dealing with the topic, namely: the 1st and 2nd versions of the "Basic
governance benchmark applicable to bodies and entities of the public administration"
(BRAZIL, 2014d), the "Benchmark for evaluation of governance in public policies"(BRASIL,
2014a) and the "10 steps to good governance"(BRAZIL, 2014b). In the first two publications
there is an extensive bibliographic research that includes a significant theoretical basis, with
international references. The intention of this material is to better understand the governance
situation in the public area and encourage public sector organizations to adopt, in an
evolutionary way, good governance practices (BRAZIL, 2020).
In subsequent years, the 2014 benchmark continued to be used as a guide for governance
policy and evaluations of more than 500 organizations subject to the TCU. The indicators
produced from this served to indicate the governance problems in public organizations and
identified the panorama for the definition of objectives, structuring of improvements and
identification of good practices to be adopted. It also served as inspiration for Decree No.
9,203/2017 (BRAZIL, 2017), which created the governance policy of the federal public
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Governance in Brazilian public higher education institutions
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administration, as well as Law 13,971/2019 (BRAZIL, 2019a), which established the Union's
Multi-Year Plan for the period 2020 to 2023.
In 2021, the TCU updated the document and renamed it "Basic Organizational
Governance Reference: for public organizations and other entities under the jurisdiction of the
TCU (RGB)". According to the Court, based on the knowledge of the diagnoses made and on
the review of recent international literature published by organizations such as the Organization
for Economic Cooperation and Development (OECD) and the United Nations (UN), the
referential was revised and updated. With this, the TCU expects to make available more
contemporary guidelines on public governance, reinforcing the adoption of the search for best
practices to improve performance in public organizations (BRAZIL, 2020).
From the publication of the basic governance framework and other additional
documents, the TCU has contributed to the improvement of guidelines aimed at good
governance practices in the public sector. The documents produced by the body aim to provide
the public administration with theoretical and normative elements to extract principles,
systematization, and levels of analysis to foster good governance (TEIXEIRA; GOMES, 2019).
The Court has also been engaged in evaluating governance practices in Brazilian public
administration bodies through surveys that are published on its web portal.
In the scope of official normative productions, the Federal Government launched in
2018 the "Public Governance Policy Guide". Several agencies were responsible for its
elaboration, such as: the Comptroller General of the Union (CGU in the Portuguese acronym);
the Ministry of Planning, Development and Management; and the Ministry of Finance (MF).
The publication aims to provide security and stability to the interpretation of Decree No.
9,203/2017, serving as a reference for its correct implementation. The publication presents the
current stage of the governance policy and panoramas for the future (BRAZIL, 2018a). The
target audience of the material comprises members of the senior management of the most
distinct government institutions.
Under this new practical model for public administration, the various agencies and
institutions of the government sector, particularly in the federal area, have begun to reform their
structures and working practices in pursuit of good governance (RIBEIRO, 2017). Public
governance concepts have been used to evaluate issues related to public services. Public
agencies being evaluated are grouped by initial, intermediate, and improved governance stages
to facilitate diagnosis and help improve and monitor public administration (ROCHA, 2017).
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Deusdete Junior SANTOS and Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Public governance indicators by the Federal Audit Court
From the publication of the basic governance benchmark and other additional
documents, the TCU has contributed to the improvement of governance in the public sector so
that bodies and entities of public administration can extract principles, guidelines and levels of
analysis to foster good governance (TEIXEIRA; GOMES, 2019). The Court has also
endeavored to evaluate governance practices in Brazilian public administration bodies, through
surveys that are published on its web portal.
Initially, the TCU in the year 2007 conducted governance surveys in the IT area.
However, it also started to conduct surveys of personnel governance (2012, 2013) and
procurement (2013/2014). Starting in 2013, the TCU created a general model of public
governance to encompass a governance profile of the Brazilian public administration. Between
the years 2013 and 2016, the TCU conducted governance and public management surveys in
public organizations with the purpose of assessing the situation and encouraging the adoption
of governance and management practices in four themes: information technology (IT), people,
procurement, and public governance (BRAZIL, 2014c, 2018b).
As of 2017, the TCU has been unifying the surveys into a single self-assessment tool,
called "Integrated Public Governance Questionnaire", which encompasses the areas of the
previous surveys to know, in addition to the various indicators of public governance, a general
index of management and public governance (BRAZIL, 2018b). Therefore, it aims to survey
the governance system of entities and organizations of the public administration.
The TCU surveys are carried out by determining the monitoring, for five years, of the
governance and management capacity of the organs and jurisdictional entities defined in
Judgment 588/2018-TCU-Plenary. The surveys are intended to indicate systemic risks and
provide information on governance and management of organizations (BRAZIL, 2018b).
The most recent assessment was for the year 2021, and had 114 questions that were
answered by the participating public institutions (BRAZIL, 2021a). The structure of the
questionnaire of the integrated profile of organizational governance and public management,
named by its main indicator, iGG 2021, follows the governance model explicit in the RGB
(BRASIL, 2021b).
The results of the self-assessment were published in August 2021. The questions were
divided into five themes: (1) public governance; (2) people management; (3) technology and
information security management; (4) procurement management; and (5) budget management.
The data analysis was divided into six governance profiles, where the first presented the
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Governance in Brazilian public higher education institutions
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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integrated profile overview: a) Integrated governance and management profile; b)
Organizational governance and management profile; c) Governance and people management
profile; d) Governance and security and information technology management profile; e)
Governance and hiring management profile; and f) Governance and budget management profile
(BRAZIL, 2021b, 2021c).
The objectives of the governance survey in the year 2021 were to obtain and analyze
data on the governance and management capacity of participating organizations and to
implement the e-Governance system, to start the self-assessment of public governance and
management in the form of self-service for them. The specific purposes of monitoring the
governance capacity in management of federal public organizations and other entities under the
jurisdiction of the TCU were: a) to disseminate the governance and management model
expressed in the 3rd edition of the RBG; b) to contribute to the planning of the senior
management bodies, which are inductors for the improvement of governance and management
processes in the public administration and c) to support the TCU in meeting its strategic
objectives for the evolution of governance in the Brazilian public administration (BRAZIL,
2021b, 2021c).
The dissemination of the results of the iGG 2021 took place in indexes, which were
categorized into stages of capacity: inexpressive, beginning, intermediate and improved, as
shown in Table 1.
Table1
– Stages of governance and public management capacity
Stage Adoption of governance practices Range
Initial
Inexpressive
does not adopt; there is a formal decision or
approved plan to adopt it
0 a 14,99%
Initializing adopts to a lesser extent 15 a 39,99%
Intermediate
partially adopts 40 a 70%
Enhanced
adopts totally or to a large extent; adopts 70,01 a 100%
Source: adapted from BRAZIL (2021b)
The iGG index represents all the governance and management practices evaluated. The
iGovPub index corresponds to the actions evaluated in the organizational public governance
theme, adding indicators of leadership, strategy and control capabilities. The iGovPeople
characterizes the results obtained in the Organizational Public Governance and People
Management practices (iGestPeople). The iGestPeople index describes all the practices
assessed in the people management theme. The iGovTI shows results achieved for IT
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Deusdete Junior SANTOS and Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1543
Governance and IT Management (iGovTI). The iGestTI demonstrates all IT management
practices, plus some selected people management and hiring management practices.
iGovContrat presents Governance results in Hiring management (GovContrat) and Hiring
management (iGovContrat). OiGestContrat expresses results for all hiring management
practices, plus selected people management and organizational risk management practices. The
iGestOrcament aggregates results for the ability to establish the budget process and contemplate
budget priorities correctly. And finally, the iGovOrcament represents the capacity in budget
governance (define the model and monitor the budget management) along with the budget
management represented in the iGestOrcament (BRAZIL, 2021b, 2021c).
Through these indices it is possible to measure the state of development of public
governance in the public institutions evaluated, among them, the 63 federal public universities
in Brazil, within the stages of capacity of governance practices described in Table 1.
Governance in the management of federal public universities
Federal public universities are institutions, in the form of municipalities or foundations,
linked to the Ministry of Education (MEC), a direct federal administration body, which are
subject to a broad bureaucratic and regulatory apparatus and must meet the standards that
address the governance practices in public administration. Although they are endowed with
didactic-scientific, administrative, and financial management and asset autonomy, they are
subject to the public sector legislation (MARQUES
et al.
, 2020; SALES
et al.
, 2020).
Higher education institutions, characterized as complex organizations, should begin to
consider, increasingly, the governance issues in their managements, integrating in the university
actions (GESSER; OLIVEIRA; MACHADO, 2017). Therefore, they must perform a good
management, which encourages the adoption of best practices to increase the efficiency and
full operation of institutions (MARQUES
et al.
, 2020). They are characterized as complex
institutions, due to their bureaucratic and conservative administration, the concentration of
power and autonomy, the type of professionals who work there, their diversity of objectives
and their attributions in teaching, research and extension. They are, in this sense, pluralist
organizations with a multiplicity of members, their own organizational structure, objectives and
internal groups, many times, conflicting. All this makes the management and the decision
making process challenging (ESTRADA, 2000; GESSER; OLIVEIRA; MACHADO, 2017).
Despite its social importance and the receipt of substantial public funds, the disclosure
of management information and its analysis in academic studies is still limited in federal public
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Governance in Brazilian public higher education institutions
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1544
universities (ZORZAL, 2015). In addition, issues related to university governance are little
discussed in the literature, being more delimited based on corporate governance and public
governance, having two main points that are addressed: adjustment mechanisms internal to the
institution and; coordination structures that the university develops with external social actors
(GESSER; OLIVEIRA; MACHADO, 2017).
As members of the federal public service, Brazilian federal universities are under
evaluation by the TCU on good governance and management practices in the public sector. In
the last evaluation released, in the year 2021, 378 institutions were evaluated, among them, the
63 federal public universities (BRAZIL, 2021b, 2021c).
The disclosure of these indexes points to the state of development of public governance
in federal public universities within the stages of capacity of governance practices described in
Table 1. Chart 1, below, are presented some of the results of these indices and the respective
federal universities that originated them.
Chart 1
– Indices of adherence to public governance and management practices of federal
public universities in 2021
University
iG
G
iGo
vPu
b
iGo
v
Pes
soa
s
iG
ov
TI
iGovC
ontrat
iGovOrc
ament
1
Federal University of Rio Grande do Norte
96
,3
%
95,8
%
97,
5%
87,
3%
99,6% 87,1%
2
Federal University of Itajubá
93
,2
%
95,3
%
94,
6%
95,
5%
64,5% 100,0%
3
Federal University of Mato Grosso do Sul
91
,3
%
93,7
%
90,
8%
72,
6%
95,9% 98,6%
4
Federal University of Lavras
90
,2
%
94,9
%
93,
1%
91,
4%
89,7% 96,9%
5
Federal University of Viçosa
88
,8
%
92,3
%
85,
3%
87,
4%
97,5% 95,0%
6
Federal University of Pará
82
,8
%
82,5
%
86,
5%
74,
8%
74,1% 79,3%
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Deusdete Junior SANTOS and Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1545
7
University of Brasília
81
,5
%
91,4
%
88,
8%
78,
9%
82,9% 91,5%
8
Federal University of Pernambuco
73
,6
%
78,8
%
66,
7%
64,
1%
90,2% 94,2%
9
Federal University of Bahia
73
,2
%
64,7
%
68,
8%
60,
3%
71,8% 63,3%
10
Federal University of Jequitinhonha and Mucuri
Valleys
72
,5
%
80,5
%
69,
5%
73,
8%
80,8% 97,5%
11
Federal University of Western Pará
69
,7
%
76,4
%
59,
8%
69,
5%
88,0% 94,2%
12
Federal University of Ceará
69
,6
%
81,3
%
69,
4%
56,
4%
86,6% 87,3%
13
Rural Federal University of Pernambuco
68
,8
%
74,7
%
76,
5%
63,
1%
80,2% 65,1%
14
Federal University of Roraima
67
,0
%
72,1
%
67,
0%
67,
3%
63,8% 66,1%
15
Rural Federal University of Amazonas
65
,6
%
80,0
%
70,
9%
54,
6%
64,0% 86,3%
16
Federal University of Paraná
63
,9
%
62,9
%
63,
9%
49,
8%
62,7% 70,3%
17
Federal University of Rio Grande
63
,9
%
67,7
%
69,
8%
55,
5%
73,5% 67,1%
18
Federal University of Triângulo Mineiro
63
,6
%
69,5
%
71,
9%
57,
5%
61,2% 30,3%
19
Federal University of São Paulo
62
,7
%
80,4
%
69,
0%
45,
3%
70,0% 71,4%
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Governance in Brazilian public higher education institutions
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1546
20
Federal University of Alfenas
62
,1
%
60,3
%
64,
9%
36,
3%
48,4% 95,0%
21
Federal University of Western Bahia
60
,7
%
70,3
%
62,
8%
57,
2%
51,7% 69,2%
22
Federal University of Sergipe
59
,1
%
67,9
%
60,
0%
62,
9%
47,0% 80,0%
23
Federal University of Uberlândia
59
,0
%
62,3
%
64,
9%
60,
9%
68,0% 30,4%
24
Federal University of Goiás
58
,8
%
74,7
%
70,
9%
74,
4%
45,8% 45,2%
25
Federal University of Ouro Preto
57
,4
%
73,6
%
57,
6%
54,
2%
64,5% 70,2%
26
Federal
University of Rio de Janeiro
57
,0
%
59,6
%
57,
4%
20,
2%
69,8% 91,6%
27
Federal University of Santa Catarina
56
,9
%
63,6
%
64,
0%
59,
7%
65,8% 60,4%
28
Federal University of Rio Grande do Sul
56
,6
%
50,7
%
53,
0%
58,
2%
44,7% 37,7%
29
Federal University of Cariri
54
,1
%
57,3
%
49,
5%
59,
9%
51,4% 46,1%
30
Federal University of the State of Rio de Janeiro
54
,1
%
55,1
%
50,
8%
50,
2%
44,1% 44,9%
31
Federal University of Mato Grosso
53
,2
%
58,2
%
52,
9%
51,
6%
53,4% 46,2%
32
Federal University of Minas
Gerais
52
,2
%
49,6
%
46,
4%
49,
3%
31,8% 79,7%
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Deusdete Junior SANTOS and Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1547
33
Federal University of Santa Maria
50
,2
%
66,2
%
59,
7%
37,
4%
61,2% 52,0%
34
Federal University of Health Sciences of Porto Alegre
50
,2
%
51,6
%
48,
3%
42,
5%
49,5% 35,0%
35
Federal University of ABC
49
,9
%
56,1
%
39,
3%
40,
9%
39,9% 86,8%
36
Federal Rural University of the Semiarid Region
49
,3
%
43,4
%
46,
2%
38,
7%
61,0% 9,8%
37
Federal University of Paraíba
48
,9
%
61,0
%
60,
3%
48,
4%
46,9% 36,8%
38
Federal University of Espírito Santo
48
,0
%
56,0
%
37,
6%
34,
2%
80,1% 78,5%
39
Federal Technological University of Paraná
47
,5
%
58,8
%
48,
6%
45,
0%
57,8% 31,3%
40
Federal University of the South and Southeast of Pará
46
,2
%
59,6
%
41,
9%
53,
8%
41,6% 59,9%
41
Federal University of Fronteira Sul
46
,1
%
61,3
%
41,
4%
28,
8%
52,6% 71,2%
42
Federal University of Pelotas
45
,3
%
51,1
%
43,
3%
47,
7%
37,3% 49,7%
43
Federal University of Juiz de Fora
45
,3
%
42,7
%
42,
5%
39,
4%
55,0% 50,7%
44
Federal University of São Carlos
45
,1
%
51,5
%
43,
8%
52,
1%
39,9% 41,1%
45
Federal University of Tocantins
44
,1
%
53,9
%
51,
5%
37,
2%
51,4% 60,3%
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Governance in Brazilian public higher education institutions
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1548
46
Federal University of São João del Rei
43
,7
%
59,7
%
46,
8%
34,
4%
65,7% 55,4%
47
Federal Fluminense University
42
,2
%
56,2
%
42,
3%
44,
8%
48,2% 15,9%
48
Federal University of Piauí
40
,2
%
52,0
%
34,
3%
33,
1%
52,3% 39,9%
49
Federal
University of Latin American Integration
39
,8
%
42,2
%
30,
7%
35,
0%
45,0% 43,9%
50
Federal University of Amapá
39
,2
%
47,1
%
40,
8%
36,
0%
59,5% 47,2%
51
Federal University of the São Francisco Valley
38
,3
%
54,3
%
37,
8%
25,
0%
38,3% 52,1%
52
Federal University of
Acre
37
,9
%
46,4
%
40,
2%
31,
8%
26,2% 72,5%
53
Federal University of Alagoas
37
,7
%
33,9
%
35,
7%
41,
9%
25,7% 47,9%
54
University for the International Integration of Afro
-
Brazilian Lusophony
34
,8
%
27,7
%
24,
6%
32,
0%
30,2% 39,0%
55
Federal University of Grande Dourados
34
,0
%
48,5
%
41,
2%
19,
8%
34,6% 23,4%
56
Federal University of Rondônia
33
,1
%
35,5
%
34,
0%
42,
9%
31,4% 37,1%
57
Federal University of Pampa
32
,4
%
35,4
%
29,
6%
21,
7%
27,8% 29,3%
58
Federal University of Amazonas
31
,9
%
49,3
%
35,
5%
31,
5%
24,2% 30,2%
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Deusdete Junior SANTOS and Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1549
59
Federal University of Recôncavo da Bahia
30
,0
%
35,4
%
27,
5%
21,
6%
34,0% 10,0%
60
Federal University of Maranhão
29
,2
%
32,7
%
28,
5%
34,
0%
29,9% 12,8%
61
Federal Rural University of Rio de Janeiro
28
,7
%
43,6
%
36,
4%
31,
5%
27,9% 13,2%
62
Federal University of Campina Grande
24
,2
%
1,3
%
26,
2%
24,
9%
30,5% 13,5%
63
Federal University of Southern Bahia
23
,3
%
43,7
%
28,
6%
26,
3%
17,0% 21,4%
Source: Prepared by the authors based on TCU's survey on governance in the public sector
2021(BRAZIL, 2021a)
Note: The ranking of the universities in the table follows the order from highest to lowest iGG index
score.
The iGG (integrated index of public governance and management) indices pointed out
that 15 (24%) of the federal universities are still in the early stage of governance and
management, with all of them being in the beginner frame. Thirty-eight (60%) higher education
institutions are in the intermediate stage. And finally, only 10 (16%) were classified as in the
improved stage for this index. This analyzed data indicates that good governance and public
management practices are not yet adopted in most federal universities.
In the iGovPub (public governance index) indices, in which the adoption of leadership,
strategy and control mechanisms are evaluated, federal universities had similar evaluations. The
data show that 15 universities (24%) are in the initial stage, with all being characterized as
beginning. At the intermediate stage are 37 (59%) educational institutions, and only 11 (17%)
qualify for the enhanced stage. Detailing from the mechanisms, the worst results are presented
in strategy, where 25% of the universities are in the beginning stage, including two in the
unimpressive stage, and the best are perceived in control, where institutions have higher
intermediate (59%) and improved (35%) rates.
In iGovPeople (governance and people management index), the results revealed that 15
universities (24%) ranked in the initial stage, and all were classified as beginning. Among the
intermediate-stage institutions were 37 (59%) federal universities. And finally, 11 (17%) were
situated in the enhanced stage. These index values in the beginning stage indicate, for the TCU,
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Governance in Brazilian public higher education institutions
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
1550
that the organizations that register them do not have a structured people planning and present
difficulties to estimate their human resource needs and select their managers well (BRASIL,
2021c). Therefore, for the universities that were in the initial index in iGovPeople, the findings
are the same.
For iGovTI (information technology governance and management index), the results
showed that 23 (37%) of the federal universities were in the initial stage, with all considered to
be starting out. In the intermediate stage on this theme were 31 (49%) of the institutions. Only
9 (14%) were at an improved stage. It is evident that more than half of the federal universities
are in the initial or intermediate stage in IT governance. According to the TCU (BRAZIL,
2021b), despite the improvement compared to the assessment of 2018, the model of governance
and IT management implemented is far from being adequate, and may be reflected in various
shortcomings that institutions may present and compromise the satisfactory and timely service
of the demands of society.
The iGovContrat (hiring governance index) showed that 17 (27%) federal universities
were in the initial stage, all of which were characterized as beginning. In the intermediate stage
were 32 (51%) institutions. In the improved stage there were 14 (22%) federal universities.
These data indicate, according to the TCU, that in more than half of the federal universities
there may be risks of waste and irregularities in hiring.
The budget management became part of this evaluative instrument in the iGG 2021,
with its main index identified as iGovOrcament (index of governance and budget management).
Compared to the other main indexes, the iGovOrcament presented the lowest indexes. Thus, 19
(30%) of the federal universities scored in the initial stage, where 5 (8%) of them were
characterized as having inexpressive results in the evaluation, and the rest, 14 (22%), are in the
beginning. In the improved stage were 21 institutions, 33% of the total. It is notable the reduced
percentage of federal universities in the initial and intermediate stages, since the budget process
is essential for the success of the organizational objectives and for the concrete delivery of
results to society (BRAZIL, 2021b).
It should be noted, in these results, a disparity between federal universities in relation to
the practices evaluated. As an example, in the iGG index the university with the worst
evaluation had an index of 23% and the best evaluated had 96%; in the iGovPub, 28% and 96%,
respectively. There is a great inequality between the institutions considering the initial and
improved level. This reinforces that there is a difference in the universities' performance
regarding governance and public management practices.
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Deusdete Junior SANTOS and Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
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It was also possible to extract from the technical report with complete data from the
TCU, and demonstrate by Chart 2, the classification of federal public universities by their stage
of capacity (inexpressive, initial, intermediate and improved) considering the index of public
governance (iGovPub) of the year 2021, as well as its variation compared to the results of the
year 2018. This index aggregates data on governance leadership, strategy and control.
Chart 2
– Distribution of federal public universities by stage of capability in iGovPub 2021
Stage Range University nº %
Variatio
n to
2018
Initia
l
Inexpressi
ve
0 a
14,99%
---------------------- 0 0 -2
Initializing
15 a
39,99%
UFAL; UNILAB; UNIR; UNIPAMPA; UFRB;
UFMA; UFCG
15 24 -11
Intermediate 40 a 70%
UFBA; UFPR; FURG; UFTM; UNIFAL
-
MG;
UFS; UFU; UFRJ; UFSC; UFRGS; UFCA;
UniRIO; UFMT; UFMG; UFSM; UFCSPA;
UFABC; UFERSA; UFPB; UFES; UTFPR;
UNIFESSPA; UFFS; UFPel; UFJF; UFSCar;
UFT; UFSJ; UFF; UFPI; UNILA; UNIFAP;
Univasf; UFAC; UFGD; UFAM; UFRRJ;
UFSB
37 59 +5
Enhanced
70,01 a
100%
UFRN; UNIFEI; UFMS; UFLA; UFV; UFPA;
FUB; UFPE; UFVJM; UFOPA; UFC; UFRPE;
UFRR; UFRA; UNIFESP; UFOB; UFG;
UFOP
11 17 +8
Source: Prepared by the authors, based on TCU data (BRAZIL, 2021a)
From the information presented it is observed that only 11 (17%) of the federal public
universities have reached the improved stage. It is also noted that 37 (59%) of the universities
were in the intermediate degree and 15 (24%) in the initial stage of public governance according
to the TCU. Of those that were in the initial stage, it is important to note that none of these
presented inexpressive results, showing a trend in relation to the previous assessment, of the
year 2018, where 28 (44.5%) were in the initial stage, and 02 (3.2%) of these universities
presented inexpressive indexes (BRAZIL, 2019). It is also noteworthy that 13(20.63%)
universities left the initial stage and migrated to the intermediate or higher stages.
Considering the results of table 2 on the index iGovPub, it is found that public
governance in federal universities surveyed is still in intermediate stage in more than half of the
institutions, which, despite a considerable evolution in relation to the previous assessment
(BRAZIL, 2021b), indicates that it is short of what is required by the TCU for public
administration. It also means that good practices of public governance are below the ideal in
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Governance in Brazilian public higher education institutions
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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most federal universities, which are considered cutting edge institutions. There are still few, i.e.
17% of the higher education institutions evaluated, which are in the improved stage.
All data, indicators and stages of governance in public federal universities indicate that
there are many vulnerable points and that there is a path to be followed, where it is necessary
to induce improvements in the implementation of public governance of the institutions
mentioned. However, because they are inserted into a dynamic environment, with multiple
interests and a diversity of actors, the challenge of governance in universities becomes complex,
because divergent groups seek different and conflicting objectives, influencing strategic and/or
collective issues of these institutions (FREIRE; CONEJERO; PARENTE, 2021).
It is evident that universities face many challenges to implement, structure and advance
in public governance practices in view of their characteristics and the changing political, social
and economic scenario in Brazil, which requires changes to meet public interests (MARQUES
et al
., 2020).
Final remarks
It is concluded that in the field of standardization on public governance in Brazilian
politics, it is highlighted the primary role of the TCU, which is considered an embryonic
government inductor of the concept for public services in the country and, consequently, for
the formulation of guidelines for good governance. Therefore, its protagonism in the elaboration
of a series of documents on public governance and its performance in the evaluations of public
agencies and institutions regarding governance practices should be highlighted.
Governance is currently a process in Brazilian public administration that is still in a
consolidation phase. Therefore, in the process advocated by this new way of thinking and
managing public administration, institutions, especially those of higher education, still present,
naturally, a certain degree of immaturity to deal with the principles, mechanisms and tools
advocated.
Governance in federal public universities cannot be placed on an equal footing with
other organizations, both public and private, requiring skills and techniques appropriate to the
university reality, that is, one cannot just reproduce business management practices without
conducting an analysis of the skills and techniques appropriate to the nature of these educational
institutions.
In the case of universities, the challenge lies in overcoming the extremely traditionalist
and governmental management model, in which the concern is still very much linked to
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Deusdete Junior SANTOS and Kellcia Rezende SOUZA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 1532-1557, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17085
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compliance with legal and formal aspects of administrative acts, due to their complexity. In this
way, the results pointed out in this research indicate the need to break this management
paradigm by structuring the university community's education on the theme, as well as by
systematizing evaluation instruments of governance practices, in order to assure, respectively,
the role of certifiers of the acts of public managers and the monitoring of internal controls of
these institutions.
In view of the above, beyond the data identified in this study, it is understood that the
advancement of the quality of public services provided by federal universities and other public
institutions goes through the consolidation of governance practices. Therefore, it is necessary
to continue studies on the subject in order to strengthen this field of research.
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SANTOS, D. J.; SOUZA, K. R. Governance in Brazilian public higher education institutions.
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Submitted
: 07/01/2022
Revisions required
: 21/03/2022
Approved
: 12/05/2022
Published
:01/07/2022
Processing and publishing by the Editora Ibero-Americana de Educação.
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