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Práticas voltadas à inclusão: A fonoaudiologia na educação superior
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2024-2044, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
2024
PRÁTICAS VOLTADAS À INCLUSÃO: A FONOAUDIOLOGIA NA EDUCAÇÃO
SUPERIOR
PRÁCTICAS DE INCLUSIÓN: LOGOPEDIA EN EDUCACIÓN SUPERIOR
INCLUSION-ORIENTED PRACTICES: SPEECH THERAPY IN HIGHER
EDUCATION
Kemely PALMEIRO
1
Lais Oliva DONIDA
2
Ana Paula SANTANA
3
RESUMO
: Atualmente, estão inseridos nas instituições de Educação Superior estudantes
público-alvo da Educação Especial, com Transtornos Funcionais e com trajetórias
socioeducacionais distintas. O objetivo desta pesquisa é verificar a presença e atuação do
fonoaudiólogo nos Núcleos de Acessibilidade e Apoio Pedagógico das Universidades federais
através de um estudo quanti-qualitativo realizado com 15 instituições. Os resultados revelam
que a atuação mais conhecida do fonoaudiólogo tange à área da comunicação, em detrimento
da colaboração deste no processo educativo. Evidencia-se a necessidade emergencial de
reflexão sobre ações interdisciplinares inclusivas na Educação Superior e modificações na
formação e trabalho dos Núcleos, do Apoio Pedagógico e dos profissionais envolvidos.
PALAVRAS-CHAVE
: Educação superior. Fonoaudiologia. Inclusão.
RESUMEN
: Actualmente, los estudiantes de educación superior están incluidos en el público
objetivo de Educación Especial, con trastornos funcionales y con distintas trayectorias
socioeducativas. El objetivo de esta investigación es verificar la presencia y el desempeño del
logopeda en los Centros de Accesibilidad y Apoyo Pedagógico de las Universidades a través
de un estudio cuantitativo y cualitativo realizado con 15 instituciones. Los resultados revelan
que el desempeño más conocido del terapeuta del habla está relacionado con el área de
comunicación, en detrimento de su colaboración en el proceso educativo. Se evidencia la
urgente necesidad de reflexión sobre acciones interdisciplinarias inclusivas en la Educación
Superior y cambios en la formación y trabajo de los Centros, apoyo pedagógico y los
profesionales involucrados.
PALABRAS CLAVE
:
Educación superior. Terapia del habla. Inclusión.
1
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
–
SC
–
Brasil. Graduação em Fonoaudiologia.
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0684-9956. E-mail: kemely.palmeiro@gmail.com
2
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
–
SC
–
Brasil. Doutoranda em Linguística.
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3508-7030. E-mail: lais.donida@gmail.com
3
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
–
SC
–
Brasil. Docente do Programa de Pós-
Graduação em Linguística e do Programa de Pós-Graduação em Fonoaudiologia. Doutorado em Linguística
(UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2648-160X. E-mail: anaposantana@hotmail.com
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA e Ana Paula SANTANA
RIAEE
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2025
ABSTRACT
: Higher Education students are included in the target public of Special Education,
with Functional Disorders and with distinct socio-educational trajectories. The objective of this
research is to verify the presence and performance of the speech therapist in the Centers of
Accessibility and Pedagogical Support of Universities through a quantitative and qualitative
study conducted with 15 institutions. The results reveal that the speech therapist 's best-known
performance is related to the communication area, to the detriment of his / her collaboration
in the educational process. The emergent need for reflection on inclusive interdisciplinary
actions in Higher Education and changes in the formation and work of the professionals
involved.
KEYWORDS
:
Higher education. Speech, language and hearing Sciences. Mainstreaming
education.
Introdução
As primeiras práticas fonoaudiológicas no Brasil surgiram no início do século XX,
motivadas por questões políticas e relacionadas ao contexto histórico e social da época.
Opiniões de cunho nacionalista julgavam necessária a padronização da língua, esta que se
encontrava, segundo eles, contaminada pelas variações dialetais decorrentes dos processos
migratórios nacionais e internacionais. Com isso, a serviço de uma educação normalizadora e
em busca da “correção da fala” e homogeneização da língua, surgem os primeiros profissionais
a exercerem práticas fonoaudiológicas clínicas (BERBERIAN, 2007).
Após longo período de ações clínicas com essa função social, a Fonoaudiologia volta a
se aproximar da Educação, porém de uma forma ressignificada, para atender as demandas
educativas relativas aos problemas de comunicação manifestados nesse contexto, tendo nesse
ambiente vasta atuação e contribuição, conforme demonstra a Resolução n° 309/2005, do
Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFA, 2005):
[...] o fonoaudiólogo deve desenvolver ações em parceria com educadores,
que contribuam para a promoção, aprimoramento e prevenção de alterações
dos aspectos relacionados à audição, linguagem (oral e escrita), motricidade
oral e voz e que favoreçam e otimizem o processo de ensino e aprendizagem.
Para essa função social, surge uma especialidade da Fonoaudiologia, a Fonoaudiologia
Educacional (Resolução CFFa n. 387/2010), que busca se afastar dos modelos clínicos de
atendimento e incorpora o caráter de promoção de saúde com o intuito de qualificar os
processos de ensino e aprendizagem por meio de seu conhecimento técnico e específico. Dessa
forma, objetiva favorecer o planejamento e a implementação de ambientes físicos pedagógicos
adequados à comunicação, considerando a imanente singularidade e heterogeneidade humana
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2026
nas formas de comunicação, o que corrobora diretamente com a garantia de todos à educação
como um direito humano.
Entretanto, segundo pesquisa de Celeste
et al
. (2017), poucos são os fonoaudiólogos
educacionais autodeclarados para a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (doravante, SBFa).
A pesquisa das autoras revelou que dos 39.731 fonoaudiólogos inscritos na SBFa em 2015,
apenas 312 responderam à pesquisa em questão. Destes, pouco mais de 48% estão a menos de
seis anos atuando na educação, principalmente na rede pública de ensino.
Com dados mais atualizados, o site do Conselho Federal de Fonoaudiologia aponta que
há 147.764 profissionais regularizados em 2017. Focando no quesito de capacitação, somente
62 se autodeclararam como especialistas em Fonoaudiologia Educacional (CFFA, 2019). Esses
achados revelam a importância de mais estudos voltados ao mapeamento da atuação dos
profissionais nessa área para o investimento na formação continuada dos profissionais desta
área, com vistas a diminuir a incorrência de equívocos. Isso, pois, há que se pensar nos
mecanismos de patologização e medicalização de questões de ordem socioeducacionais e/ou
culturais dentro das instituições de ensino e, para tanto, os fonoaudiólogos precisam estar
capacitados (DONIDA, 2018; DONIDA; SANTANA, 2019).
As ações do fonoaudiólogo no âmbito educacional vão desde a Educação Básica até a
Educação Superior, estando presente na Educação de Jovens e Adultos e na Educação Especial,
ou seja, perpassa todos os níveis e modalidades de ensino. Com sua formação específica sobre
linguagem e comunicação humana, o fonoaudiólogo pode oferecer subsídios para o trabalho do
educador e para a equipe pedagógica, auxiliando nos processos de ensino e aprendizagem e
observando as dificuldades encontradas no ambiente educacional de modo colaborativo
(GIROTO, 1999).
Enquanto as ações na Educação Básica já estão legitimadas (CAVALHEIRO, 2001;
LUZARDO; NEMR, 2006), o mesmo não pode ser dito sobre as ações na Educação Superior,
tendo em vista o baixo conhecimento a respeito da atuação da Fonoaudiologia neste contexto
(ZORZI, 2015; DONIDA, 2019).
O primeiro ponto a se destacar como relevante para o “fazer fonoaudiológico” na
Educação Superior é a compreensão do cenário educacional atual. O Brasil ainda enfrenta
problemas relacionados à qualidade da Educação Básica, tendo implicações significativas para
os acadêmicos que ingressam nas Universidades (DONIDA, 2019; IOSIF, 2007). Segundo o
INAF (2018), somente 34% dos estudantes da Educação Superior podem ser classificados no
nível de alfabetismo funcional pleno. Ainda, há 4% de analfabetos funcionais, ou seja, aqueles
estudantes que, estando em um nível rudimentar de alfabetismo, dominam pouco a leitura, a
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escrita e a matemática em práticas cotidianas. Fato esse que demanda diretamente ações da
fonoaudiologia por se tratar de um problema de ordem linguística que interfere diretamente no
desempenho acadêmico dos estudantes.
Sobre as práticas da Fonoaudiologia na Educação Superior, o trabalho de Santana e
Soltosky (2014) menciona que o “fazer fonoaudiológico”
ainda está em fase embrionária.
Apesar disso, as autoras ressaltam várias possibilidades de ações que podem ser realizadas, tais
como:
i)
Participação do fonoaudiólogo nos espaços voltados à formação continuada,
sensibilizando e capacitando docentes em discussões que envolvam: identificação e
compreensão das demandas de estudantes com dificuldades; compreensão dos aspectos
políticos e legais acerca do ensino e aprendizagem de pessoas público-alvo da Educação
Especial (EE); discussão de estratégias que contribuam para a melhoria no processo de
ensino e aprendizagem e de avaliação, voltada a todos os estudantes; discussão acerca
da prática docente no que tange à acessibilidade pedagógica; ações de promoção de
saúde vocal para os docentes;
ii)
Participação nos Núcleos de Acessibilidade apoiando o desenvolvimento de estratégias
que contribuam para a permanência acadêmica, como: realizar encaminhamentos,
solicitação e análise de relatórios clínicos em parceria com o profissional técnico do
serviço; acompanhar e desenvolver ações relacionadas à política de inclusão no âmbito
institucional com vistas ao seu fortalecimento (seminários, simpósios, palestras,
elaboração de materiais informativos, entre outros); orientações de cada caso aos
docentes e coordenadores de curso;
iii)
Realização de Oficinas de Letramento e de Língua Portuguesa escrita como segunda
língua para surdos;
iv)
Prestar assessoria aos setores responsáveis pelo vestibular, assim como para setores
responsáveis pela contratação de servidores que possuam diagnósticos de deficiências
(paralisia cerebral, deficiência visual, perdas auditivas) ou Transtornos Específicos de
Aprendizagem (Dislexia, Discalculia, Transtornos do Déficit de Atenção e
Hiperatividade - TDAH, Distúrbio do Processamento Auditivo Central - DPAC), dentre
outros.
Observa-se que o contexto universitário é frequentado por sujeitos que revelam uma
heterogeneidade de origens sociais, culturais, econômicas e históricas, implicando diferentes
condições de alfabetização e letramento e modificando o perfil das instituições. Devido às
diferentes práticas de letramento e exigências neste contexto, muitos estudantes acabam tendo
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insucesso acadêmico, reverberando em reprovações e evasão (BRASIL, 2008; DONIDA, 2018;
DONIDA; SANTANA, 2019).
O apoio pedagógico, previsto pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil
–
PNAES (BRASIL, 2010), insere-se no contexto da Educação Superior justamente como uma
ação voltada à diminuição da disparidade entre os conhecimentos que os estudantes possuem e
aqueles exigidos pela Universidade. Assim sendo, destina-se às ações que cada instituição irá
propor, voltando-se ao domínio da leitura, da escrita e da matemática, bem como de gêneros
acadêmicos, como artigos, trabalhos de conclusão de curso, entre outros (DONIDA, 2018;
DONIDA; SANTANA, 2019).
Além disso, o apoio pedagógico também se torna responsável por contemplar em suas
ações estudantes com Transtornos Funcionais Específicos (TFE)
4
, embora o Núcleo de
Acessibilidade possa assessorar este público (DONIDA, 2018; DONIDA; SANTANA, 2019).
Soma-se a essa realidade o aumento de ingresso de estudantes público-alvo da Educação
Especial (EE). O Plano Nacional de Educação considera público-alvo da Educação Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva educandos com deficiência (intelectual, física, auditiva,
visual e múltipla), transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação,
sendo a EE uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis e modalidades de educação
(BRASIL, 2008).
Os Núcleos de Acessibilidade são os responsáveis por promover as ações institucionais
de acessibilidade nas Instituições Federais de Ensino Superior - IFES (BRASIL, 2005). Desta
forma, o Decreto nº 7.611/2011 instituiu a criação dos Núcleos de Acessibilidade para atender
todas as IFES, induzindo, assim, o desenvolvimento de uma política de acessibilidade ampla e
articulada que venha garantir a inclusão dessas pessoas à vida acadêmica, eliminando barreiras
comunicativas, atitudinais, pedagógicas, arquitetônicas (BRASIL, 2011). Para as
Universidades estaduais e particulares não há programas instituídos, o que não implica a
obrigatoriedade da criação e/ou padronização desses Núcleos.
Diante do exposto, se observa que, em teoria, já se pode verificar a importância do
fonoaudiólogo na Educação Superior. E mais, que esse profissional da saúde não deve se inserir
neste nível de ensino com ações clínico-terapêuticas, mas através de um trabalho com viés
educacional. Contudo, na prática, ainda há carência de pesquisas que versem sobre esse tema.
Desta forma, questiona-se: As equipes dos Núcleos de Acessibilidade e Apoio Pedagógico das
4
Dentre os Transtornos Funcionais Espec
í
ficos est
ã
o: Dislexia, Transtorno de Déficit de Atenção e/ou
Hiperatividade, Discalculia, Disortografia, Distúrbio do Processamento Auditivo Central, Transtorno Obsessivo-
Compulsivo (BRASIL, 2008; DONIDA, 2018).
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Universidades possuem fonoaudiólogo? Quais profissionais fazem parte desses espaços? Como
o papel do fonoaudiólogo educacional é visto neste contexto?
A partir dessas questões, o objetivo dessa pesquisa é compreender, no contexto da
Educação Superior, a prática do fonoaudiólogo nos Núcleos de Acessibilidade e no Apoio
Pedagógico e discutir sobre seu papel na equipe.
Contornos metodológicos
Esta pesquisa foi realizada em 2017, como fruto de um Trabalho de Conclusão de Curso
do curso de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Santa Catarina.
Assim, o estudo se caracteriza como quanti-qualitativo, já que envolveu uma pesquisa
online
nas páginas das Universidades e aplicação de questionário enviado por e-mail e
respondido pelo responsável do setor que é, geralmente, incumbido pela acessibilidade nas
instituições.
A opção pela realização da pesquisa ao se considerar dois setores
–
o Núcleo de
Acessibilidade e Apoio Pedagógico
–
se deve ao fato de que se acredita que o fonoaudiólogo
seria essencial nesses espaços. Contudo, se sabe que o fonoaudiólogo também poderia ser
contratado por outros setores.
Considerando o grande número de Universidades brasileiras, optou-se por um recorte
metodológico que compreendeu as Universidades com as classificações 4 e 5 no Exame
Nacional de Desempenho do Estudante - ENADE (INEP, 2016).
Os participantes foram os responsáveis pelo Núcleo de Acessibilidade e/ou Apoio
Pedagógico pertencentes às instituições de Educação Superior no âmbito federal, estadual e
privado. Foram enviados e-mails de convite para 70 Universidades, sendo que destas apenas 26
responderam afirmativamente. Destas 26, somente 15 responderam ao questionário
online
, as
quais foram: 12 Universidades federais, duas Universidades estaduais e uma Universidade
privada.
O questionário envolvia perguntas abertas e fechadas. Segue alguns exemplos: Há
fonoaudiólogos contratados na Universidade que você atua? A sua contratação é realizada por
qual setor na Universidade? Quais ações eles propõem na Universidade? Existe apoio
pedagógico na sua instituição? Quais profissionais fazem parte do apoio pedagógico? Existe
Núcleo de Acessibilidade? Quais profissionais fazem parte do Núcleo de Acessibilidade?
Existem ações direcionadas para o público da Educação Especial?
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Com as respostas dos questionários, foi realizada uma Análise de Conteúdo (BARDIN,
2010) e estabeleceram-se as seguintes categorias de análise: a) sobre os Núcleos de
Acessibilidade: i) público atendido, ii) ações e iii) profissionais que integram as equipes
interdisciplinares; b) sobre o apoio pedagógico: iv) público atendido, v) profissionais que atuam
nas ações, vii) ações desenvolvidas; e c) sobre a importância do fonoaudiólogo na Educação
Superior.
Os participantes aceitaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido n.
0782/2013, inscrito no Projeto em Rede CAPES/OBEDUC: “Acessibilidade no Ensino
Superior: Da análise de políticas públicas educacionais ao desenvolvimento de mídias
instrumentais sobre a deficiência e inclusão”.
Resultados
A partir das 15 Universidades participantes, têm-se os dados que serão descritos e
analisados a seguir.
Tabela 1
–
Descrição das Universidades participantes da pesquisa por região do Brasil e por
definição
REGIÃO
NORTE
NORDESTE
CENTRO
OESTE
SUDOESTE
SUL
FEDERAL
2
3
-
4
3
ESTADUAL
-
1
-
-
1
PRIVADA
-
-
-
-
1
Fonte: Dados da pesquisa.
Núcleos de acessibilidade
Das 15 Universidades que responderam à pesquisa, apenas uma não têm Núcleo de
Acessibilidade (doravante NA), sendo essa uma Universidade da rede pública estadual. No
entanto, há nesta instituição um núcleo de atendimento aos estudantes que articula ações
institucionais, tais como: programas de formação e atendimento aos universitários, realização
de parcerias com entidades voltadas ao atendimento de estudantes público-alvo da EE, entre
outras ações.
Quanto à data de criação do NA, observa-se que cinco Universidades federais já
contavam com a presença de um departamento para acompanhar os estudantes público-alvo da
EE antes do Decreto n. 7.611/2011 (BRASIL, 2011) que determinou a sua obrigatoriedade nas
IFES.
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Dentre as Universidades que participaram, três apresentaram a criação dos NA no ano
de 2012 e outras seis instituições somente nos anos de 2013 e 2014, conforme demonstra o
gráfico 1 a seguir.
Gráfico 1
–
Ano de criação dos Núcleos de Acessibilidade nas instituições pesquisadas
Fonte: Dados da pesquisa
Público-alvo atendido pelos Núcleos de Acessibilidade
Os NA das Universidades configuraram seu atendimento de maneiras distintas.
Algumas realizam ações com os universitários na própria Universidade e outros encaminham
profissionais externamente à Universidade.
Vejamos abaixo as respostas obtidas:
Gráfico 2
–
Estudantes atendidos pelos Núcleos de Acessibilidade
Fonte: Dados da pesquisa
Nesse gráfico percebemos que, além dos NAs atenderem os estudantes público-alvo da
EE, mais da metade também atende outras demandas, como estudantes com Transtornos
Funcionais Específicos e, ainda, em uma Universidade, o NA contempla todos os estudantes.
0
1
2
3
4
2005200920102011201220132014
Quantidade
2111342
Ano de implementação dos Núcleos de Acessibilidade
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Ou seja, não há uma delimitação de público
e todos os acadêmicos que têm “singularidades” e
“especificidades” são assessorados por este setor.
Ações desenvolvidas pelos Núcleos de Acessibilidade
Os NAs devem se mostrar como uma resposta das IFES para dar suporte educacional e
social a esse novo contingente de estudantes, visando promover ações institucionais que
garantam a inclusão e acessibilidade (BRASIL, 2015). Dentre as Universidades pesquisadas,
foram citadas as seguintes ações:
i.
Interpretação e tradução de Libras (presente em praticamente todas as Universidades);
ii.
Disponibilização de descritores audiovisuais e tradutores do sistema braile;
iii.
Adaptação de materiais pedagógicos;
iv.
Disponibilização de equipamentos de tecnologia assistiva
5
(sendo o sistema Braille um
dos mais citados);
v.
Disponibilização de estagiários que desenvolvem funções como transcrição, descrição
audiovisual e ambientação na instituição (duas instituições);
vi.
Formação de professores/comunidade acadêmica e apoio pedagógico (ação citada em
quase todas as Universidades);
vii.
Acompanhamento periódico do estudante;
viii.
Oferta de bolsa de acessibilidade (duas Universidades);
ix.
Oferta de aulas de reforço muscular para estudantes com deficiência física.
Sobre os profissionais que trabalham no Núcleo de Acessibilidade
Vejamos abaixo quais profissionais têm sido contratados para trabalhar nos NA:
5
Define-se como equipamentos de Tecnologia Assistiva todo recurso e serviço que contribua para proporcionar
ou ampliar as habilidades de pessoas com deficiência e promover a vida independente e inclusão (BERSCH;
TONOLLI, 2006).
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2033
Gráfico 3
–
Equipe interdisciplinar dos Núcleos de Acessibilidade
Fonte: Dados da pesquisa
A partir das respostas dadas, outros profissionais podem trabalhar conjuntamente com
a equipe. Alguns profissionais podem ser contratados pela instituição, como os tradutores
intérpretes de Libras/LP, por exemplo. Outros são convidados para parcerias interinstitucionais
e/ou com a comunidade, conforme houver a demanda, como podemos ver no gráfico a seguir.
Gráfico 4
–
Outros profissionais
Fonte: Dados da pesquisa
A política de Educação Especial (BRASIL, 2008, 2015) sugere que, para a constituição
da equipe interdisciplinar do Núcleo de Acessibilidade, sejam considerados as especialidades
desses profissionais em relação às demandas encontradas na Universidade por estudantes
público-alvo da EE. Desta forma, a ideia é viabilizar o acesso, a permanência e a inclusão desses
estudantes, considerando suas singularidades e habilidades, eliminando barreiras
arquitetônicas, de comunicação, atitudinais e pedagógicas.
Segundo essa mesma política, há vários profissionais que podem estar envolvidos
nessas ações interdisciplinares: profissionais da Educação Especial, pedagogo, psicólogo,
0
5
10
15
Outro
s
Pedag
ogo
Assist
ente
Social
Psicól
ogo
Fonoa
udiólo
go
nº de profissionais
149643
nº de profissionais que integram as equipes
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fonoaudiólogo, assistente social, bem como profissionais que atuam como conselheiros
tutelares, agentes comunitários de saúde, entre outros, conforme o contexto de cada comunidade
(BRASIL, 2008, 2015).
Embora seja determinado por essa política que os profissionais devam ter especialidades
que contemplam as ações voltadas a esses estudantes, o fato é que, em sua maioria, as
Universidades participantes referem que a constituição do NA deve ser de acordo com cada
contexto acadêmico.
É interessante notar que não há apenas profissionais da saúde e educação, isso porque a
educação inclusiva requer outros profissionais para tornar o ambiente acessível e eliminar todas
as barreiras encontradas no ambiente acadêmico, por exemplo, a contratação de profissionais
como engenheiro, arquiteto, dentre outros, para diminuir as barreiras arquitetônicas (BRASIL,
2008, 2011, 2015).
O tradutor intérprete em Libras/LP foi o profissional mais citado, perfazendo um total
de 14 referências. Ou seja, apenas uma instituição não possuía esse profissional. A oficialização
da Libras e sua obrigatoriedade como disciplina curricular nos cursos de licenciatura e
Fonoaudiologia, bem como a oficialização da profissão do Tradutor/Intérprete de Língua de
Sinais - TILS (BRASIL, 2005), provocou uma modificação na educação de surdos, permitindo
que eles alcançassem o nível superior. Desta forma, sua inclusão está fortemente vinculada à
presença do intérprete (embora não seja apenas esse profissional o responsável pela inclusão
educacional).
Outros profissionais bastante citados e com formação voltada para a acessibilidade são
os Tradutores/Revisores de Braile, Técnicos em Assuntos Educacionais e profissionais ligados
à Educação Especial. Aqui se observa que o número de profissionais que atuam com o
Núcleo/equipe de acessibilidade das Universidades varia de acordo com o público a ser
atendido.
Contudo, apesar de se reconhecer a autonomia das instituições em ampliar o quadro de
profissionais que atendam às demandas impostas pelas situações de ingresso dos estudantes
público-alvo da EE, as ações e as capacitações desses profissionais ainda são pouco conhecidas.
Ou seja, não se sabe se esses profissionais desempenham ações em outros setores da
Universidade ou se são colaboradores somente dos núcleos, bem como por qual departamento
são contratados ou, ainda, se são servidores federais, necessitando de mais pesquisa em relação
a esses dados.
É interessante notar que o número de profissionais que dão apoio à Educação Especial,
como: terapeuta ocupacional, psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagogo ou mesmo o
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA e Ana Paula SANTANA
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profissional da EE, são pouco citados. Quando não há esses profissionais, uma das instituições
citou que, por exemplo, o fonoaudiólogo realiza consultorias dentro da instituição, no entanto
esse profissional não é lotado no setor de acessibilidade e, portanto, não foi contabilizado na
pesquisa como presente, não sendo também descritas as ações realizadas por ele.
Se o fonoaudiólogo, mesmo que de maneira ainda sucinta, se faz presente no NA, no
Apoio Pedagógico a presença é mínima ou quase inexistente. Das Universidades respondentes,
apenas uma conta com esse profissional atuando diretamente no Apoio Pedagógico, sendo que
esse profissional participa da equipe do NA também. Ressalta-se que nessa instituição não
existe o curso de Fonoaudiologia, o que foge à caracterização realizada sobre os demais NAs
da pesquisa que apresentam esse profissional.
Apoio pedagógico
Das 15 instituições participantes, dez relatam possuir um setor/órgão ou departamento
voltado aos estudantes com dificuldades acadêmicas. Dada a autonomia universitária, as
instituições podem gerir as ações voltadas aos estudantes com dificuldades acadêmicas
relacionadas à baixa escolarização, dificuldades com o letramento acadêmico, estudantes com
Transtornos Funcionais Específicos. O PNAES prevê ações diversas que englobam: moradia
estudantil, alimentação, transporte, atenção à saúde, inclusão digital, cultura, esporte, creche,
apoio pedagógico, além de englobar também ações voltadas ao acesso, participação e
aprendizagem de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades e superdotação (BRASIL, 2010).
Dessa forma, ações, departamentos/órgãos ou setores institucionais voltados a esse
público estão em constantes mudanças e reformulações, dadas as especificidades de cada
comunidade universitária, assumindo também outras funções sociais, dentre elas: a ampliação
do acesso aos bens culturais e o reconhecimento das diferenças e identidades compartilhadas
pelos estudantes dentro da instituição, apoio psicológico, social e de saúde, dentre outros. O
apoio pedagógico é incluído ou não de acordo com as ações das instituições e não há a
obrigatoriedade de se criarem setores/órgãos ou departamentos específicos com esse
direcionamento.
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Práticas voltadas à inclusão: A fonoaudiologia na educação superior
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2024-2044, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Público atendido por ações institucionais voltadas ao Apoio Pedagógico
Embora dez participantes tenham mencionado que possuíam um setor/órgão ou
departamento institucional voltado ao apoio pedagógico, aqui se vê que 14 instituições
responderam sobre o público acompanhado por ações institucionais voltadas ao amparo
pedagógico. Ou seja, houve mais respostas sobre ações nas instituições, embora nem todas
tivessem órgãos ou setores delegados exclusivamente para essa finalidade dentro da
Universidade.
Gráfico 5
–
Público acompanhado por ações institucionais de apoio pedagógico
Fonte: Dados da pesquisa
Profissionais que integram as ações institucionais de apoio pedagógico
Vemos abaixo a distribuição desses profissionais:
Gráfico 6
–
Profissionais que integram as ações institucionais
Fonte: Dados da pesquisa
Os profissionais mais encontrados no Apoio Pedagógico são os pedagogos, presentes
em quase todas as instituições. Isso faz sentido, já que o trabalho voltado a estes estudantes
dentro da instituição deve ser de caráter pedagógico. O psicólogo foi outro profissional
Estudantes
público-alvo da EE
Estudantes com
TFE
Estudantes com
dificuldades de
aprendizagem
Todos os
estudantes
nº de respostas
13341
0
5
10
15
Título do Eixo
Público acompanhado por ações institucionais de apoio
pedagógico
0
2
4
6
8
PedagogoFonoaudi
ólogo
PsicólogoAssistent
e Social
Outros
nº de profissionais
82547
Título do Eixo
Profissionais que integram as equipes de apoio pedagógico
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA e Ana Paula SANTANA
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
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comumente encontrado em mais da metade das instituições, seguido do assistente social.
Técnicos em assuntos educacionais, terapeuta ocupacional, psicopedagogo e educador físico
foram outros profissionais encontrados nesse serviço.
Na opção “Outros”, os participantes citaram os seguintes profissionais que também
fazem parte das ações institucionais: técnicos em assuntos educacionais, terapeuta ocupacional;
psicopedagogo, funcionários da Universidade, educador físico, bolsistas de graduação e pós-
graduação e assistentes em administração.
Ações desenvolvidas no Apoio Pedagógico
As ações desenvolvidas no Apoio Pedagógico assumem um caráter diferente das ações
do Núcleo de Acessibilidade. As respostas sobre as ações foram caracterizadas nesta pesquisa
em dois grupos: ações pedagógicas e ações terapêuticas, como observadas abaixo.
Quadro 1
–
Ações realizadas voltadas ao apoio de estudantes na instituição
Cursos de nivelamento (leitura e interpretação de texto e matemática), grupos de estudos em todas as áreas,
monitorias.
Acompanhamento psicopedagógico na clínica de psicopedagogia; acompanhamento por estudantes através do
Programa Apoiador; reuniões orientativas para docentes e coordenadores dos cursos nos quais há estudantes
com deficiência.
Atendimento psicopedagógico e acompanhamento terapêutico.
Formação, atendimento individualizado e grupo
Acompanhamento pedagógico semestral dos alunos que tem baixo rendimento, monitoria inclusiva, divulgação
das ações da PROACE, atendimento pedagógico individual...
Programas de formação e atendimento aos alunos
Oferta de oficinas de organização de estudos e disciplinas base, como cálculo e língua portuguesa
Acompanha o desempenho dos alunos de graduação, prestando-lhes assistência ou encaminhando-os a
especialistas quando detectadas dificuldades de aprendizagem. É responsável por ações ou programas que
possam auxiliar os estudantes no planejamento de suas carreiras, em sua adaptação ao ensino superior e em
quaisquer dificuldades acadêmicas que possam ser verificadas. Operacionaliza as seleções do Programa de
Monitoria Acadêmica (PROMA), do Apoio à participação discente em eventos científicos, artísticos-culturais
e de extensão e apoio financeiro a estudantes, para realização de pesquisa de campo, visita técnica e viagem
de estudos para a realização do trabalho de conclusão de curso de graduação presencial da UNILA, assim
como as ações voltadas para egressos.
Acompanhamento pedagógico, campanhas educativas, orientações de estudos
Programa Hábitos de Estudo, grupo de desenvolvimento de habilidades para a vida acadêmica, programa de
atenção à saúde mental do estudante e programa de aconselhamento em saúde
Fonte: Dados da pesquisa
São exemplos de ações pedagógicas: curso de leitura, interpretação de texto e cálculo,
grupos de estudos de todas as áreas, monitorias, oficinas de organização de estudos,
acompanhamento pedagógico e psicopedagógico, programas de formação e encaminhamentos.
São exemplos de ações terapêuticas: acompanhamentos terapêuticos psicológicos e
psicopedagógicos dentro da Universidade.
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Práticas voltadas à inclusão: A fonoaudiologia na educação superior
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2024-2044, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
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Acredita-se que as respostas sobre trabalhos clínicos dentro da Universidade estejam
direcionadas aos estudantes com Transtornos Funcionais e sejam trabalhos pedagógicos
realizados pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE). Ou seja, um atendimento
individualizado, com caráter puramente pedagógico e complementar ao ensino, uma prática que
vem crescendo com o advento da inclusão. Esse atendimento clínico, contudo, não é pauta e
nem deve ser realizado por fonoaudiólogos dentro da instituição de ensino, uma vez que essa
prática é vetada.
Aqui, o profissional da Fonoaudiologia pode desenvolver um bom trabalho terapêutico
frente às dificuldades pedagógicas atuando na clínica, porém, dentro da instituição, pode atrelar
seu conhecimento aos outros profissionais do Apoio Pedagógico e desenvolver ações como:
estimulação de práticas de letramento, atividades voltadas ao trabalho com diferentes gêneros
discursivos; reflexão junto aos professores, auxiliando-os a adequar as propostas teórico-
práticas, entre outras ações, e que podem atingir um público maior do que os atendimentos de
caráter terapêutico, visto que o cenário acadêmico se modificou frente às diferentes práticas de
letramento, capital cultural e distintos setores socioeconômicos (DONIDA, 2018). Ou seja, se
esperam ações com caráter educacional, como previsto pela especialidade de Fonoaudiologia
Educacional, e não clínico.
Importância da fonoaudiologia na educação superior
As respostas foram categorizadas em quatro grupos: a) ações relacionadas à
competência do fonoaudiólogo
na educação (ações educacionais); b) ações relacionadas a um
caráter mais clínico (ações terapêuticas); c) não soube descrever; d) desconsidera a importância
desse profissional.
Embora não sejam especificamente terapêuticas, as ações descritas ideologicamente
marcam a ideia de que o profissional da saúde consegue diagnosticar melhor os problemas dos
estudantes, conforme segue:
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA e Ana Paula SANTANA
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Gráfico 7
–
Atuação da Fonoaudiologia na Educação Superior
Fonte: Dados da pesquisa
Dentre as 15 instituições pesquisadas, 14 consideram importante a presença do
fonoaudiólogo na Educação Superior, porém apenas oito citaram a competência e o “
fazer
fonoaudiológico
” para auxiliar na promoção, prevenção e necessidades institucionais voltadas
à inclusão. Outras cinco Universidades citaram a importância desse profissional para fins
diagnósticos e de intervenções clínicas. Uma Universidade não soube justificar sua resposta e
uma instituição acha que a Fonoaudiologia não é importante, revelando desconhecimento sobre
a especialidade de Fonoaudiologia Educacional. Citam-se abaixo algumas respostas dadas pelos
responsáveis, categorizadas pelos temas: i) Ações
educacionais; ii) ações “terapêuticas”; iii)
não sabe informar e; iv) não é importante:
Quadro 2
–
Comentários sobre ações da Fonoaudiologia na Universidade
Ações
Educacionais
“A importância desse profissional se dá pela possibilidade de ações no
ensino regular e
na educação especial na perspectiva inclusiva. Essas ações estão relacionadas à
formação, consultoria e assessoria aos docentes, ações em grupo com os estudantes,
orientações aos diversos profissionais da educação, encaminhamentos, dentre
outros”.
“Por suas especificidades e competências, considero o profissional com essa formação,
parte fundamental no processo de inclusão”
Ações
“terapêuticas”
“Porque eles podem diagnosticar e auxiliar com seus conhecimentos técnicos nas
intervenções nece
ssárias ao desenvolvimento desses alunos”
“Temos muita dificuldade no diagnóstico dessas especialidades”
Não sabe
informar
“Não tenho muito conhecimento sobre a atuação de fonoaudiólogos no ensino superior.
No entanto, por minhas experiências diárias, vejo esse profissional atuando
principalmente com alunos surdos e oralizados.”
Não é
importante
“O acompanhamento que se faz na Universidade deve estar permeado pelas questões
pedagógicas e não clínicas”
Fonte: Dados da pesquisa
Os resultados apontam para a baixa valorização do fonoaudiólogo no contexto da
Educação Superior, considerando-se que, das 15 instituições, apenas três contrataram esse
profissional. Diante das respostas, percebe-se que ainda há desconhecimento sobre o trabalho
e a ampla atuação do profissional da fonoaudiologia. A atuação ainda não é (re)conhecida no
0
2
4
6
8
Ações
Educacionais
Ações
Terapêuticas
Não é
importante
Não sabe
opinar
Série 1
8511
Atuações da Fonoaudiologia na Educação Superior
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Práticas voltadas à inclusão: A fonoaudiologia na educação superior
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2024-2044, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
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campo da educação, embora a Fonoaudiologia já esteja voltada para a área educacional há mais
de dez anos (CFFA, 2005). A atuação mais conhecida desse profissional tange à área da
comunicação, no entanto, a partir de um viés terapêutico, mesmo dentro da Universidade,
esquecendo-se da colaboração desse profissional no processo educativo diante da diversidade
humana. Vê-se que ainda há pouco (re)conhecimento das ações e atuação do fonoaudiólogo na
Educação Superior (SANTANA; SOLTOSKY, 2014).
O que se observa nessa pesquisa é que, apesar das Políticas de Ações Afirmativas
(BRASIL, 2010) e da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL,
2008) terem favorecido a diversidade na Universidade, o apoio aos estudantes com Transtornos
Funcionais Específicos ou que sejam público-alvo da EE ainda não conseguiu legitimar o
espaço do Fonoaudiólogo como profissional necessário nesse cenário.
Isso porque o trabalho do fonoaudiólogo no contexto da educação, independente do
segmento no qual se insere, não se sobrepõe à autonomia dos demais profissionais que
fazem
acontecer
o ensino e a aprendizagem, bem como as demais funções escolares (BERBERIAN,
2007; GIROTO, 1999). A atuação do fonoaudiólogo educacional é como um colaborador dos
processos envolvidos e desenvolvidos nas instituições de ensino, fazendo parte da equipe e
partindo da interdisciplinaridade, da
ação conjunta
, na busca de melhorias que promovam e
maximizem a qualidade do ensino, seja na Educação Básica ou Superior.
Esta pesquisa evidencia, assim, a necessidade emergencial de uma reflexão sobre ações
interdisciplinares e de inclusão na Educação Superior, e, ainda, uma mudança na concepção de
Núcleo de Acessibilidade e dos profissionais envolvidos nas ações, visando garantir o direito à
“e
ducação para todos
”. Assim, se a educação é para
todos
e o Brasil é signatário da Política de
Educação Inclusiva, acredita-se que o fonoaudiólogo é um profissional importante no contexto
da Educação Superior, participando da equipe de Apoio Pedagógico e da constituição dos
Núcleos de Acessibilidade, auxiliando no acesso e permanência de todos os estudantes.
Considerações finais
Conclui-se nesta pesquisa que as Universidades federais já contam com um Núcleo de
Acessibilidade ou um órgão que atende os estudantes público-alvo da Educação Especial, fruto
das políticas públicas de inclusão e acessibilidade. Entretanto, isso parece não ocorrer com as
demais instituições, visto o número reduzido de Universidades estaduais e particulares que
responderam a presente pesquisa. Esse silêncio pode significar ausência de NA e/ou mesmo
afastamento da temática para evitar comprometimento.
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA e Ana Paula SANTANA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2024-2044, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
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A possibilidade de caracterização dos profissionais envolvidos quanto à atuação e
presença mostrou que existem profissionais de diferentes áreas trabalhando nesse setor nas
Universidades. Os profissionais menos identificados nos NAs foram os pedagogos, seguidos
dos psicólogos. Os profissionais da saúde, como fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais
também foram pouco citados, o que demonstra desconhecimento das ações desses profissionais
na área educacional.
Desta forma, ainda há um reducionismo com relação aos diversos profissionais que
podem colaborar no processo de inclusão, uma vez que se observou que a maioria dos
profissionais contratados são os que atuam
diretamente
com os recursos de acessibilidade,
como ações que envolvem tradução para o braile ou mesmo arquitetos para planejamento de
barreiras arquitetônicas. Ou, ainda, aqueles que atuam com barreiras específicas, como a
barreira linguística, no caso do intérprete de Libras. Considerando as questões educacionais e
que o trabalho com a linguagem/aprendizagem, comunicação e interação atravessam o processo
educativo, haveria a necessidade também de atuação de profissionais como psicólogo e
fonoaudiólogo nas equipes.
Essa pesquisa, dessa forma, nos mostrou que o fonoaudiólogo é um profissional pouco
presente dentro da Universidade e, quando presente, nem sempre está ligado ao setor de
acessibilidade e às práticas da Fonoaudiologia Educacional, o que corrobora estudos
anteriormente realizados (SANTANA; SOLTOSKY, 2014).
Embora nossa pesquisa tenha delimitado a contratação de fonoaudiólogos no Núcleo de
Acessibilidade e Apoio Pedagógico, ressalta-se ainda que a atuação da Fonoaudiologia não
pode centrar as ações na Universidade somente voltadas à identificação de estudantes com
dificuldades. Mas sim, num âmbito maior, na prevenção e promoção de saúde para toda a
comunidade universitária, promovendo também a quebra de barreiras, não só linguísticas, mas
atitudinais, com a promoção de uma melhor qualidade de ensino e aprendizagem aos estudantes
advindos de distintos contextos, evitando assim, a exclusão social e educacional.
AGRADECIMENTOS
: Agradecemos à agência de fomento CAPES.
REFERÊNCIAS
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Análise de conteúdo
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BERBERIAN, A. P.
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: Um encontro histórico. 2. ed. São Paulo:
Plexus, 2007.
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Práticas voltadas à inclusão: A fonoaudiologia na educação superior
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2024-2044, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
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Práticas voltadas à inclusão: A fonoaudiologia na educação superior
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2024-2044, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
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Como referenciar este artigo
PALMEIRO, K.; DONIDA, L. O.; SANTANA, A. P. Práticas voltadas à inclusão: A
fonoaudiologia na educação superior.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
,
Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2024-2044, jul./set. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
Submetido em
: 10/01/2022
Revisões requeridas em
: 27/03/2022
Aprovado em
: 05/05/2022
Publicado em
:01/07/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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Prácticas de inclusión: Logopedia en educación superior
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–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2032-2052, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
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PRÁCTICAS DE INCLUSIÓN: LOGOPEDIA EN EDUCACIÓN SUPERIOR
PRÁTICAS VOLTADAS À INCLUSÃO: A FONOAUDIOLOGIA NA EDUCAÇÃO
SUPERIOR
INCLUSION-ORIENTED PRACTICES: SPEECH THERAPY IN HIGHER
EDUCATION
Kemely PALMEIRO
1
Lais Oliva DONIDA
2
Ana Paula SANTANA
3
RESUMEN
: Actualmente, los estudiantes de educación superior están incluidos en el público
objetivo de Educación Especial, con trastornos funcionales y con distintas trayectorias
socioeducativas. El objetivo de esta investigación es verificar la presencia y el desempeño del
logopeda en los Centros de Accesibilidad y Apoyo Pedagógico de las Universidades a través
de un estudio cuantitativo y cualitativo realizado con 15 instituciones. Los resultados revelan
que el desempeño más conocido del terapeuta del habla está relacionado con el área de
comunicación, en detrimento de su colaboración en el proceso educativo. Se evidencia la
urgente necesidad de reflexión sobre acciones interdisciplinarias inclusivas en la Educación
Superior y cambios en la formación y trabajo de los Centros, apoyo pedagógico y los
profesionales involucrados.
PALABRAS CLAVE
: Educación superior. Terapia del habla. Inclusión.
RESUMO
: Atualmente, estão inseridos nas instituições de Educação Superior estudantes
público-alvo da Educação Especial, com Transtornos Funcionais e com trajetórias
socioeducacionais distintas. O objetivo desta pesquisa é verificar a presença e atuação do
fonoaudiólogo nos Núcleos de Acessibilidade e Apoio Pedagógico das Universidades federais
através de um estudo quanti-qualitativo realizado com 15 instituições. Os resultados revelam
que a atuação mais conhecida do fonoaudiólogo tange à área da comunicação, em detrimento
da colaboração deste no processo educativo. Evidencia-se a necessidade emergencial de
reflexão sobre ações interdisciplinares inclusivas na Educação Superior e modificações na
formação e trabalho dos Núcleos, do Apoio Pedagógico e dos profissionais envolvidos.
PALAVRAS-CHAVE
: Educação superior. Fonoaudiologia. Inclusão.
1
Universidad Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
–
SC
–
Brasil. Graduación en Logopedia. ORCID:
https://orcid.org/0000-0003-0684-9956. E-mail: kemely.palmeiro@gmail.com
2
Universidad Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
–
SC
–
Brasil. Estudiante de doctorado en
Lingüística. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3508-7030. E-mail: lais.donida@gmail.com
3
Universidad Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
–
SC
–
Brasil. Profesora del Programa de Posgrado
en Lingüística y del Programa de Posgrado en Logopedia. Doctorado en Lingüística (UNICAMP). ORCID:
https://orcid.org/0000-0003-2648-160X. E-mail: anaposantana@hotmail.com
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA y Ana Paula SANTANA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2032-2052, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
2033
ABSTRACT
: Higher Education students are included in the target public of Special Education,
with Functional Disorders and with distinct socio-educational trajectories. The objective of this
research is to verify the presence and performance of the speech therapist in the Centers of
Accessibility and Pedagogical Support of Universities through a quantitative and qualitative
study conducted with 15 institutions. The results reveal that the speech therapist 's best-known
performance is related to the communication area, to the detriment of his / her collaboration
in the educational process. The emergent need for reflection on inclusive interdisciplinary
actions in Higher Education and changes in the formation and work of the professionals
involved.
KEYWORDS
:
Higher education. Speech, language and hearing Sciences. Mainstreaming
education.
Introducción
Las primeras prácticas de patología del habla y el lenguaje en Brasil surgieron a
principios del siglo 20, motivadas por cuestiones políticas y relacionadas con el contexto
histórico y social de la época. Las opiniones nacionalistas consideraron necesario estandarizar
la lengua, que estaba, según ellos, contaminada por las variaciones dialectales resultantes de los
procesos migratorios nacionales e internacionales. Con ello, al servicio de una educación
normalizadora y en busca de la "corrección del habla" y homogeneización de la lengua, surgen
los primeros profesionales en practicar prácticas clínicas de logopedia (BERBERIAN, 2007).
Después de un largo período de acciones clínicas con esta función social, la Logopedia
aborda nuevamente la Educación, pero de manera resignificada, para atender las demandas
educativas relacionadas con los problemas de comunicación manifestados en este contexto,
teniendo en este entorno un vasto desempeño y contribución, como lo demuestra la Resolución
Nº 309/2005, del Consejo Federal de Logopedia (CFFA, 2005):
[...] el logopeda debe desarrollar acciones en colaboración con educadores,
que contribuyan a la promoción, mejora y prevención de cambios en aspectos
relacionados con la audición, el lenguaje (oral y escrito), la motricidad oral y
la voz y que favorezcan y optimicen el proceso de enseñanza y aprendizaje.
Para esta función social, existe una especialidad de Logopedia, Terapia Del Habla
Educativa (Resolución CFFa n. 387/2010), que busca alejarse de los modelos clínicos de
atención e incorpora el carácter de la promoción de la salud con el fin de cualificar los procesos
de enseñanza y aprendizaje a través de sus conocimientos técnicos y específicos. Así, se
pretende favorecer la planificación e implementación de entornos físicos pedagógicos
adecuados a la comunicación, considerando la singularidad inmanente y la heterogeneidad
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Prácticas de inclusión: Logopedia en educación superior
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humana en las formas de comunicación, lo que corrobora directamente la garantía de todos a la
educación como derecho humano.
Sin embargo, según una investigación de Celeste
et al
. (2017), pocos son auto
declarados logopedas educativas para la Sociedad Brasileña de Patología del Habla y lenguaje
(en adelante, SBFa). La investigación de los autores reveló que, de los 39,731 terapeutas del
habla inscritos en el SBFa en 2015, solo 312 respondieron a la investigación en cuestión. De
ellos, poco más del 48% tiene menos de seis años trabajando en la educación, principalmente
en el sistema de escuelas públicas.
Con datos más actualizados, la web del Consejo Federal de Logopedia señala que en
2017 hay 147.764 profesionales regularizados. Centrándose en el tema de la formación, solo 62
se declararon especialistas en Patología Educativa del Habla y el Lenguaje (CFFA, 2019). Estos
hallazgos revelan la importancia de realizar más estudios dirigidos a mapear el desempeño de
los profesionales en esta área para la inversión en la educación continua de los profesionales en
esta área, con el fin de reducir la incorrección de los malentendidos. Esto, por lo tanto, se debe
pensar en los mecanismos de patologización y medicalización de los temas socioeducativos y/o
culturales dentro de las instituciones educativas y, para ello, es necesario capacitar a los
logopedas (DONIDA, 2018; DONIDA; SANTANA, 2019).
Las acciones del logopeda en el ámbito educativo van desde la Educación Básica hasta
la Educación Superior, estando presente en la Educación de Jóvenes y Adultos y la Educación
Especial, es decir, impregna todos los niveles y modalidades de enseñanza. Con su formación
específica en lenguaje y comunicación humana, el logopeda puede ofrecer subvenciones para
el trabajo del educador y para el equipo pedagógico, asistiendo en los procesos de enseñanza y
aprendizaje y observando las dificultades encontradas en el entorno educativo de forma
colaborativa (GIROTO, 1999).
Mientras que las acciones en Educación Básica ya están legitimadas (CAVALHEIRO,
2001; LUZARDO; NEMR, 2006), no se puede decir lo mismo de las acciones en Educación
Superior, considerando el bajo conocimiento sobre el desempeño de la Logopedia en este
contexto (ZORZI, 2015; DONIDA, 2019).
El primer punto que destacar como relevante para la "logopedia" en la Educación
Superior es la comprensión del escenario educativo actual. Brasil aún enfrenta problemas
relacionados con la calidad de la Educación Básica, lo que tiene implicaciones significativas
para los académicos que ingresan a las universidades (DONIDA, 2019; IOSIF, 2007). Según el
INAF (2018), solo el 34% de los estudiantes de educación superior pueden clasificarse en el
nivel de alfabetización funcional completa. Aun así, hay un 4% de analfabetos funcionales, es
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decir, aquellos estudiantes que, estando en un nivel rudimentario de alfabetización, dominaban
poco la lectura, la escritura y las matemáticas en las prácticas cotidianas. Este hecho exige
directamente acciones de logopedia porque es un problema lingüístico que interfiere
directamente con el rendimiento académico de los estudiantes.
Sobre las prácticas de Logopedia en la Educación Superior, el trabajo de Santana y
Soltosky (2014) menciona que la "logopedia" aún se encuentra en fase embrionaria. Sin
embargo, los autores destacan varias posibilidades de acciones que se pueden realizar, tales
como:
i.
Participación del logopeda en espacios enfocados a la educación continua,
sensibilizando y capacitando a los docentes en discusiones que involucran:
identificación y comprensión de las demandas de los estudiantes con dificultades;
comprensión de los aspectos políticos y legales sobre la enseñanza y el aprendizaje de
las personas a las que se dirige la Educación Especial (EE); discusión de estrategias que
contribuyan a la mejora en el proceso de enseñanza y aprendizaje y evaluación, dirigidas
a todos los estudiantes; discusión sobre la práctica docente con respecto a la
accesibilidad pedagógica; acciones para promover la salud vocal de los docentes
ii.
Participación en centros de accesibilidad apoyando el desarrollo de estrategias que
contribuyan a la permanencia académica, tales como: realizar derivaciones, solicitar y
analizar informes clínicos en alianza con el profesional técnico del servicio; monitorear
y desarrollar acciones relacionadas con la política de inclusión en el ámbito institucional
con miras a fortalecerla (seminarios, simposios, conferencias, elaboración de materiales
informativos, entre otros); directrices para cada caso a profesores y coordinadores de
cursos;
iii.
Realización de talleres de alfabetización y lengua portuguesa escrita como segunda
lengua para sordos;
iv.
Asesorar a los sectores responsables del vestibular, así como a los sectores encargados
de contratar servidores que tengan diagnósticos de discapacidad (parálisis cerebral,
discapacidad visual, hipoacusia) o Trastornos Específicos del Aprendizaje (Dislexia,
Discalculia, Trastornos por Déficit de Atención e Hiperactividad - TDAH, Trastorno del
Procesamiento Auditivo Central - DPAC), entre otros.
Se observa que el contexto universitario es frecuentado por sujetos que revelan una
heterogeneidad de orígenes sociales, culturales, económicos e históricos, lo que implica
diferentes condiciones de alfabetización y alfabetización y modifica el perfil de las
instituciones. Debido a las diferentes prácticas y requisitos de alfabetización en este contexto,
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Prácticas de inclusión: Logopedia en educación superior
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muchos estudiantes terminan teniendo fracaso académico, reverberando en disgusto y evasión
(BRASIL, 2008; DONIDA, 2018; DONIDA; SANTANA, 2019).
El apoyo pedagógico, proporcionado por el Programa Nacional de Asistencia Al
Estudiante (PNAES (BRASIL, 2010), forma parte del contexto de la Educación Superior
precisamente como una acción dirigida a reducir la disparidad entre los conocimientos que
tienen los estudiantes y los requeridos por la Universidad. Por lo tanto, está destinado a las
acciones que cada institución propondrá, pasando al dominio de la lectura, la escritura y las
matemáticas, así como a los géneros académicos, como artículos, trabajos de finalización de
cursos, entre otros (DONIDA, 2018; DONIDA; SANTANA, 2019).
Además, el apoyo pedagógico también se encarga de contemplar en sus acciones a los
alumnos con Trastornos Funcionales Específicos (TFE)
4
, aunque el Centro de Accesibilidad
puede asesorar a este público (DONIDA, 2018; DONIDA; SANTANA, 2019).
A esta realidad se suma el aumento en el número de estudiantes a los que se dirige la
Educación Especial (EE). El Plan Nacional de Educación considera al público objetivo de la
Educación Especial desde la perspectiva de la Educación Inclusiva con discapacidad
(intelectual, física, auditiva, visual y múltiple), trastorno global del desarrollo y altas
habilidades/superdotación, y la EE es una modalidad de enseñanza que impregna todos los
niveles y modalidades de educación (BRASIL, 2008).
Los Centros de Accesibilidad son responsables de promover las acciones institucionales
de accesibilidad en las Instituciones Federales de Educación Superior - IFES (BRASIL, 2005).
Así, el Decreto N° 7.611/2011 instituyó la creación de Centros de Accesibilidad para atender a
todos los IFES, induciendo así el desarrollo de una política de accesibilidad amplia y articulada
que asegure la inclusión de estas personas en la vida académica, eliminando barreras
comunicativas, actitudinales, pedagógicas, arquitectónicas (BRASIL, 2011). Para las
universidades estatales y privadas no existen programas establecidos, lo que no implica la
creación y/o estandarización obligatoria de estos Núcleos.
En vista de lo anterior, se observa que, en teoría, ya se puede verificar la importancia
del logopeda en la Educación Superior. Además, que este profesional de la salud no debe
insertarse en este nivel de educación con acciones clínico-terapéuticas, sino a través de un
trabajo con sesgo educativo. Sin embargo, en la práctica, todavía hay una falta de investigación
sobre este tema. Así, la pregunta es: ¿Los equipos de los Centros de Accesibilidad y Apoyo
4
Los trastornos funcionales específicos incluyen: dislexia, trastorno por déficit de atención con hiperactividad y/o
trastorno por hiperactividad, discalculia, disortografía, trastorno del procesamiento auditivo central, trastorno
obsesivo-compulsivo (BRASIL, 2008; DONIDA, 2018).
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Pedagógico de las universidades cuentan con logopedas? ¿Qué profesionales forman parte de
estos espacios? ¿Cómo se ve el papel del logopeda educativo en este contexto?
A partir de estas preguntas, el objetivo de esta investigación es comprender, en el
contexto de la Educación Superior, la práctica del logopeda en los Centros de Accesibilidad y
el apoyo pedagógico y discutir sobre su papel en el equipo.
Contornos metodológicos
Esta investigación se llevó a cabo en 2017, como resultado de un Trabajo de
Finalización del Curso del curso de Terapia del Habla en la Universidad Federal de Santa
Catarina.
Así, el estudio se caracteriza por ser cuantitativo-cualitativo, ya que implicó una
investigación
online
en las páginas de las Universidades y aplicación de un cuestionario enviado
por correo electrónico y contestado por el responsable del sector que es generalmente
responsable de la accesibilidad en las instituciones.
La elección de realizar la investigación al considerar dos sectores -el Centro de
Accesibilidad y Apoyo Pedagógico- se debe a que se cree que el logopeda sería esencial en
estos espacios. Sin embargo, se sabe que el logopeda también podría ser contratado por otros
sectores.
Considerando el gran número de universidades brasileñas, optamos por una sección
metodológica que comprendía universidades con clasificaciones 4 y 5 en el Examen Nacional
de Desempeño Estudiantil - ENADE (INEP, 2016).
Los participantes fueron responsables del Centro de Accesibilidad y/o Apoyo
Pedagógico perteneciente a instituciones de educación superior a nivel federal, estatal y
privado. Se enviaron correos electrónicos de invitación a 70 universidades, de las cuales solo
26 respondieron afirmativamente. De estos 26, solo 15 respondieron al cuestionario
online
, 12
universidades federales, dos universidades estatales y una universidad privada.
El cuestionario incluía preguntas abiertas y cerradas. Aquí hay algunos ejemplos: ¿Hay
terapeutas del habla contratados en la Universidad con la que trabajas? ¿Qué sector de la
Universidad está contratando? ¿Qué acciones proponen en la Universidad? ¿Hay apoyo
pedagógico en su institución? ¿Qué profesionales forman parte del apoyo pedagógico? ¿Hay
Centro de Accesibilidad? ¿Qué profesionales forman parte del Centro de Accesibilidad? ¿Hay
acciones dirigidas al público de educación especial?
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Prácticas de inclusión: Logopedia en educación superior
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Con las respuestas a los cuestionarios, se realizó un Análisis de Contenido (BARDIN,
2010) y se establecieron las siguientes categorías de análisis: a) sobre centros de accesibilidad:
i) público atendido, ii) acciones y iii) profesionales que forman parte de equipos
interdisciplinarios; b) sobre apoyo pedagógico: iv) asistencia pública, v) profesionales que
trabajan en las acciones, vii) acciones desarrolladas; y c) sobre la importancia del logopeda en
la Educación Superior.
Los participantes aceptaron el Formulario de Consentimiento Libre e Informado n.
0782/2013, registrado en el Proyecto de la Red CAPES/OBEDUC: "Accesibilidad en la
Educación Superior: Del análisis de las políticas públicas educativas al desarrollo de medios
instrumentales sobre discapacidad e inclusión".
Resultados
De las 15 universidades participantes, tenemos los datos que se describirán y analizarán
a continuación.
Tabla 1 -
Descripción de las universidades participantes en la investigación por región de
Brasil y por definición
REGIÓN
NORTE
NORDESTE
MIDWEST
SUROESTE
Sur
FEDERAL
2
3
-
4
3
ESTADO
-
1
-
-
1
INODORO
-
-
-
-
1
Fuente: Datos de búsqueda.
Núcleos de accesibilidad
De las 15 universidades que respondieron a la encuesta, solo una no cuenta con un
Núcleo de Accesibilidad (en adelante NA), que es una red pública de universidades del estado.
Sin embargo, existe en esta institución un centro de atención al estudiante que articula acciones
institucionales, tales como: programas de capacitación y asistencia a estudiantes universitarios,
realización de alianzas con entidades destinadas a atender a los estudiantes objetivo de EE, entre
otras acciones.
En cuanto a la fecha de creación del NA, se observa que cinco universidades federales
ya contaban con la presencia de un departamento para acompañar al público objetivo de
estudiantes de la EE ante el Decreto Nº 7.611/2011 (BRASIL, 2011) que determinó su
obligatoriedad en IFES.
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Entre las universidades que participaron, tres presentaron la creación de NA en 2012 y
otras seis instituciones solo en los años 2013 y 2014, como se muestra en el gráfico 1 a
continuación.
Gráfico 1
- Año de creación de los Centros de Accesibilidad en las instituciones encuestadas
Fuente: Datos de búsqueda
Público objetivo atendido por los Centros de Accesibilidad
Los NAs de las universidades han configurado su atención de diferentes maneras.
Algunos realizan acciones con los estudiantes universitarios de la propia Universidad y otros
remiten profesionales externamente a la Universidad.
Veamos a continuación las respuestas obtenidas:
Gráfico 2 -
Alumnos atendidos por centros de accesibilidad
Fuente: Datos de búsqueda
En este gráfico, notamos que, además de los NAs que atienden al público objetivo de
los estudiantes de EE, más de la mitad también satisfacen otras demandas, como los estudiantes
con Trastornos Funcionales Específicos y, también, en una Universidad, la NA incluye a todos
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Prácticas de inclusión: Logopedia en educación superior
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2040
los estudiantes. Es decir, no hay delimitación pública y todos los académicos que tienen
"singularidades" y "especificidades" son asesorados por este sector.
Acciones desarrolladas por los centros de accesibilidad
Los NAs debe mostrarse como una respuesta de IFES para brindar apoyo educativo y social
a este nuevo contingente de estudiantes, con el objetivo de promover acciones institucionales
que aseguren la inclusión y la accesibilidad (BRASIL, 2015). Entre las universidades
encuestadas, se mencionaron las siguientes acciones:
i.
Interpretación y traducción de Libras (presente en prácticamente todas las
universidades);
ii.
Suministro de descriptores audiovisuales y traductores del sistema Braille;
iii.
Adaptación de materiales pedagógicos;
iv.
Suministro de equipo de tecnología de asistencia
5
(siendo el sistema Braille uno de
los más citados);
v.
Disponibilidad de aprendices que desarrollen funciones como transcripción,
descripción audiovisual y ambientación en la institución (dos instituciones);
vi.
Formación del profesorado/comunidad académica y apoyo pedagógico (acción
citada en casi todas las universidades);
vii.
Seguimiento periódico del alumno;
viii.
Oferta de beca de accesibilidad (dos Universidades);
ix.
Oferta de clases de fortalecimiento muscular para estudiantes con discapacidades
físicas.
Sobre los profesionales que trabajan en el Centro de Accesibilidad
Veamos a continuación qué profesionales han sido contratados para trabajar en el NA:
5
Se define como equipo de tecnología de asistencia a todo recurso y servicio que contribuya a proporcionar o
ampliar las habilidades de las personas con discapacidad y promover la vida independiente y la inclusión
(BERSCH; TONOLLI, 2006).
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Gráfico 3 -
Equipo Interdisciplinario de Centros de Accesibilidad
Fuente: Datos de búsqueda
Assistente Social
A partir de las respuestas dadas, otros profesionales pueden trabajar junto con el equipo.
Algunos profesionales pueden ser contratados por la institución, como los intérpretes de
Libras/LP, por ejemplo. Otros son invitados a asociaciones interinstitucionales y/o con la
comunidad, según la demanda, como podemos ver en el siguiente gráfico.
Gráfico 4
- Otros profesionales
6
Fuente: Datos de búsqueda
La política de Educación Especial (BRASIL, 2008, 2015) sugiere que, para la
constitución del equipo interdisciplinario del Centro de Accesibilidad, se deben considerar las
especialidades de estos profesionales en relación con las demandas encontradas en la
Universidad por parte de los estudiantes públicos objetivo de la EE. Así, la idea es posibilitar
el acceso, permanencia e inclusión de estos estudiantes, considerando sus singularidades y
capacidades, eliminando barreras arquitectónicas, de comunicación, estéticas y pedagógicas.
6
Intérprete de Libras, Administración, Traductor/Ledor, Técnico en asun..., Educación Especial, Arquitecto,
Psicopedagogo, Terapeuta Educativo, Ingeniero, Economista;
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Prácticas de inclusión: Logopedia en educación superior
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De acuerdo con esta misma política, hay varios profesionales que pueden estar
involucrados en estas acciones interdisciplinarias: profesionales de educación especial,
pedagogo, psicólogo, logopeda, trabajador social, así como profesionales que actúan como
consejeros de tutela, agentes comunitarios de salud, entre otros, de acuerdo con el contexto de
cada comunidad (BRASIL, 2008, 2015).
Aunque esta política determina que los profesionales cuenten con especialidades que
contemplen acciones dirigidas a estos estudiantes, lo cierto es que, en su mayor parte, las
Universidades participantes informan que la constitución del NA debe ser acorde con cada
contexto académico.
Es interesante notar que no solo hay profesionales de la salud y la educación, porque la
educación inclusiva requiere de otros profesionales para hacer accesible el medio ambiente y
eliminar todas las barreras que se encuentran en el entorno académico, por ejemplo, la
contratación de profesionales como un ingeniero, arquitecto, entre otros, para reducir las
barreras arquitectónicas (BRASIL, 2008, 2011, 2015).
El intérprete traductor en Libras/LP fue el profesional más citado, totalizando 14
referencias. Es decir, solo una institución no contaba con este profesional. La oficialización de
Libras y su obligación como disciplina curricular en los cursos de pregrado y logopedia, así
como la oficialización de la profesión del Traductor/Intérprete de Lengua de Señas - TILS
(BRASIL, 2005), provocaron un cambio en la educación de los sordos, permitiéndoles alcanzar
el nivel superior. Así, su inclusión está fuertemente ligada a la presencia del intérprete (aunque
este profesional no solo se encarga de la inclusión educativa).
Otros profesionales muy citados con formación centrada en la accesibilidad son los
Traductores/Revisores de Braille, Técnicos en Asuntos Educativos y profesionales relacionados
con la Educación Especial. Aquí se observa que el número de profesionales que trabajan con el
Centro/Equipo de Accesibilidad de las universidades varía según el público a atender.
Sin embargo, a pesar de reconocer la autonomía de las instituciones para ampliar el
número de profesionales que atienden las demandas impuestas por las situaciones de ingreso
del público objetivo de estudiantes de la EE, las acciones y cualificaciones de estos
profesionales aún son poco conocidas. Es decir, no se sabe si estos profesionales realizan
acciones en otros sectores de la Universidad o si son colaboradores solo de los núcleos, así
como por qué departamento son contratados o, incluso, si son empleados federales, requiriendo
más investigación en relación con estos datos.
Es interesante notar que el número de profesionales que apoyan la Educación Especial,
tales como: terapeuta ocupacional, psicólogo, logopeda, psicopedagogo o incluso el profesional
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de EE, son poco mencionados. Cuando no existen tales profesionales, una de las instituciones
citó que, por ejemplo, el logopeda realiza consultas dentro de la institución, sin embargo, este
profesional no está masificado en el sector de la accesibilidad y, por lo tanto, no fue
contabilizado en la investigación como presente, no siendo también descritas las acciones
realizadas por él.
Si el logopeda, aunque sea sucintamente, está presente en la AN, en el Apoyo
Pedagógico la presencia es mínima o casi inexistente. De las universidades encuestadas, solo
una cuenta con este profesional trabajando directamente en apoyo pedagógico, y este
profesional también participa en el equipo de NA. Se destaca que en esta institución no existe
un curso de logopedia, lo que escapa a la caracterización realizada sobre los otros NAs de la
investigación que presenta este profesional.
Apoyo pedagógico
De las 15 instituciones participantes, diez reportan tener un sector/agencia o
departamento dirigido a estudiantes con dificultades académicas. Dada la autonomía
universitaria, las instituciones pueden gestionar acciones dirigidas a estudiantes con dificultades
académicas relacionadas con la baja escolaridad, dificultades con la alfabetización académica,
estudiantes con Trastornos Funcionales Específicos. El PNAES ofrece varias acciones que
incluyen: alojamiento estudiantil, alimentación, transporte, atención de salud, inclusión digital,
cultura, deporte, guardería, apoyo pedagógico, además de incluir acciones dirigidas al acceso,
participación y aprendizaje de estudiantes con discapacidad, trastornos del desarrollo global y
altas habilidades y superdotación (BRASIL, 2010).
Así, las acciones, departamentos/organismos o sectores institucionales dirigidos a este
público están en constante cambio y reformulación, dadas las especificidades de cada
comunidad universitaria, asumiendo también otras funciones sociales, entre ellas: la ampliación
del acceso a los bienes culturales y el reconocimiento de las diferencias e identidades
compartidas por los estudiantes dentro de la institución, el apoyo psicológico, social y sanitario,
entre otros. El apoyo pedagógico se incluye o no de acuerdo con las acciones de las instituciones
y no existe la obligación de crear sectores/agencias o departamentos específicos con esta
dirección.
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Prácticas de inclusión: Logopedia en educación superior
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Público asistido por acciones institucionales dirigidas al Apoyo Pedagógico
Aunque diez participantes mencionaron que contaban con un departamento
sectorial/órgano o institucional enfocado en el apoyo pedagógico, aquí se puede observar que
14 instituciones respondieron sobre el público acompañadas de acciones institucionales
orientadas al apoyo pedagógico. Es decir, hubo más respuestas sobre acciones en las
instituciones, aunque no todas tenían órganos o sectores delegados exclusivamente para este fin
dentro de la Universidad.
Gráfico 5
–
Público acompañado de acciones institucionales de apoyo pedagógico
Fuente: Datos de búsqueda
Profesionales que integran acciones institucionales de apoyo pedagógico
A continuación, se muestra la distribución de estos profesionales:
Gráfico 6
- Profesionales que integran acciones institucionales
Fuente: Datos de búsqueda
Los profesionales más comúnmente encontrados en el Apoyo Pedagógico son
pedagogos, presentes en casi todas las instituciones. Esto tiene sentido, ya que el trabajo
dirigido a estos estudiantes dentro de la institución debe ser de naturaleza pedagógica. El
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA y Ana Paula SANTANA
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2032-2052, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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2045
psicólogo era otro profesional que se encontraba comúnmente en más de la mitad de las
instituciones, seguido por el trabajador social. Técnicos en materias educativas, terapeuta
ocupacional, psicopedagogo y educador físico fueron otros de los profesionales que se
encontraron en este servicio.
En la opción "Otros", los participantes mencionaron a los siguientes profesionales que
también forman parte de las acciones institucionales: técnicos en materias educativas, terapeuta
ocupacional; psicopedagogo, empleados universitarios, educador físico, becarios de pregrado y
posgrado y asistentes de gestión.
Acciones desarrolladas en Apoyo Pedagógico
Las acciones desarrolladas en apoyo pedagógico asumen un carácter diferente a las
acciones del Núcleo de Accesibilidad. Las respuestas sobre las acciones se caracterizaron en
esta investigación en dos grupos: acciones pedagógicas y acciones terapéuticas, como se
observa a continuación.
Cuadro 1 -
Acciones realizadas para apoyar a los estudiantes de la institución
Cursos de nivelación (lectura e interpretación de textos y matemáticas), grupos de estudio en todas las áreas,
seguimiento.
Seguimiento psicopedagógico en la clínica de psicopedagogía; seguimiento por de los estudiantes a través del
Programa de Apoyo; reuniones de orientación para profesores y coordinadores de cursos en los que hay
alumnos con discapacidad.
Atención psicopedagógica y seguimiento terapéutico.
Formación, atención individualizada y grupal
Seguimiento pedagógico bimestral de estudiantes con bajo rendimiento, seguimiento inclusive, difusión de
acciones PROACE, atención pedagógica individual...
Programas de capacitación y servicio para estudiantes
Oferta de talleres para la organización de estudios y disciplinas básicas, como el cálculo y la lengua portuguesa
Monitorea el desempeño de los estudiantes de pregrado, asistiéndolos o remitiéndolos a especialistas cuando
se detectan dificultades de aprendizaje. Es responsable de las acciones o programas que pueden ayudar a los
estudiantes en la planificación de sus carreras, en su adaptación a la educación superior y en cualquier
dificultad académica que pueda ser verificada. Operacionaliza las selecciones del Programa de Seguimiento
Académico (PROMA), apoyo a la participación estudiantil en eventos científicos, artístico-culturales y de
extensión y apoyo financiero a estudiantes, para la realización de investigaciones de campo, visita técnica y
viaje de estudios para realizar el trabajo de finalización del curso presencial de graduación de UNILA, así
como acciones dirigidas a egresados.
Seguimiento pedagógico, campañas educativas, pautas de estudio
Programa de Hábitos de Estudio, grupo de desarrollo de habilidades académicas para la vida, programa de
atención de salud mental para estudiantes y programa de consejería de salud
Fuente: Datos de búsqueda
Ejemplos de acciones pedagógicas son: curso de lectura, interpretación de texto y
cálculo, grupos de estudio de todas las áreas, monitoreo, talleres para la organización de
estudios, monitoreo pedagógico y psicopedagógico, programas de capacitación y referencias.
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Prácticas de inclusión: Logopedia en educación superior
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2032-2052, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
2046
Ejemplos de acciones terapéuticas son: seguimientos terapéuticos psicológicos y
psicopedagógicos dentro de la Universidad.
Se cree que las respuestas sobre los trabajos clínicos dentro de la Universidad están
dirigidas a estudiantes con Trastornos Funcionales y son trabajos pedagógicos realizados por la
Atención Educativa Especializada (AEE). Es decir, un servicio individualizado, con un carácter
puramente pedagógico y complementario a la enseñanza, una práctica que ha ido creciendo con
el advenimiento de la inclusión. Esta atención clínica, sin embargo, no es la agenda y no debe
ser realizada por logopedas dentro de la institución educativa, ya que esta práctica está vetada.
Aquí, el profesional de la logopedia puede desarrollar un buen trabajo terapéutico ante
las dificultades pedagógicas trabajando en la clínica, sin embargo, dentro de la institución,
puede vincular sus conocimientos a otros profesionales de Apoyo Pedagógico y desarrollar
acciones como: estimulación de prácticas de alfabetización, actividades enfocadas al trabajo
con diferentes géneros discursivos; reflexión con los docentes, ayudándoles a adaptar las
propuestas teórico-prácticas, entre otras acciones, y que pueden llegar a un público más amplio
que la atención terapéutica, ya que el escenario académico ha cambiado frente a diferentes
prácticas de alfabetización, capital cultural y diferentes sectores socioeconómicos (DONIDA,
2018). En otras palabras, se esperan acciones educativas, como predice la especialidad de
Logopedia Educativa, y no clínicas.
Importancia de la logopedia en la educación superior
Las respuestas se clasificaron en cuatro grupos: a) acciones relacionadas con la
competencia del logopeda
en educación (acciones educativas); b) acciones relacionadas con un
carácter más clínico (acciones terapéuticas); c) no pudo describir; d) desconsidera la
importancia de este profesional.
Aunque no son específicamente terapéuticas, las acciones descritas ideológicamente
marcan la idea de que el profesional de la salud puede diagnosticar mejor los problemas de los
estudiantes, de la siguiente manera:
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA y Ana Paula SANTANA
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2047
Gráfico 7 -
Rendimiento de la Logopedia en la Educación Superior
Fuente: Datos de búsqueda
Entre las 15 instituciones encuestadas, 14 consideran importante la presencia del
logopeda en la Educación Superior, pero solo ocho citaron competencia y el "
hacer terapia del
habla
" coadyuvar en la promoción, prevención y necesidades institucionales orientadas a la
inclusión. Otras cinco universidades citaron la importancia de este profesional para las
intervenciones diagnósticas y clínicas. Una Universidad no supo justificar su respuesta y una
institución piensa que la Logopedia no es importante, revelando desconocimiento sobre la
especialidad de Logopedia Educativa. A continuación, se presentan algunas respuestas dadas
por los responsables, categorizadas por los temas: i) Acciones educativas; ii) acciones
"terapéuticas"; iii) no sabe informar y; iv) no es importante:
Cuadro 2 -
Comentarios sobre las acciones de logopedia en la Universidad
Acciones
Educativas
"La importancia de este profesional se debe a la posibilidad de acciones en educación
regular y educación especial desde una perspectiva inclusiva. Estas acciones están
relacionadas con la capacitación, consulta y asesoría docente, acciones grupales con
estudiantes, orientación a diversos profesionales de la educación, derivaciones, entre
otros".
"Por sus especificidades y competencias, considero al profesional con esta formación, una
parte fundamental del proceso de inclusión"
Acciones
"terapéuticas"
"Porque pueden diagnosticar y ayudar con sus conocimientos técnicos en las
intervenciones necesarias para el desarrollo de estos estudiantes"
"Tenemos mucha dificultad para diagnosticar estas especialidades"
No sabes cómo
informar
"No tengo mucho conocimiento sobre el desempeño de los terapeutas del habla en la
educación superior. Sin embargo, por mis experiencias diarias, veo a este profesional
trabajando principalmente con estudiantes sordos y orales".
No es
importante
"El seguimiento que se realiza en la Universidad debe estar impregnado de cuestiones
pedagógicas y no clínicas"
Fuente: Datos de búsqueda
Los resultados apuntan a la baja apreciación del logopeda en el contexto de la Educación
Superior, considerando que, de las 15 instituciones, solo tres contrataron a este profesional. A
la vista de las respuestas, se percibe que todavía no hay conocimiento sobre el trabajo y el
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Prácticas de inclusión: Logopedia en educación superior
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2032-2052, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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2048
amplio desempeño del profesional de la logopedia. El rendimiento aún no es (re)conocido en el
campo de la educación, aunque la Logopedia se ha centrado en el área educativa durante más
de diez años (CFFA, 2005). La actuación más conocida de este profesional se refiere al área de
la comunicación, sin embargo, desde un sesgo terapéutico, incluso dentro de la Universidad,
olvidando la colaboración de este profesional en el proceso educativo frente a la diversidad
humana. Se puede observar que hay poco (re)conocimiento de las acciones y el desempeño del
logopeda en la Educación Superior (SANTANA; SOLTOSKY, 2014).
Lo que se observa en esta investigación es que, a pesar de que las Políticas de Acción
Afirmativa (BRASIL, 2010) y la Educación Especial en la Perspectiva de la Educación
Inclusiva (BRASIL, 2008) han favorecido la diversidad en la Universidad, el apoyo a los
estudiantes con Trastornos Funcionales Específicos o que son públicos objetivo de la EE aún
no ha podido legitimar el espacio del Logopeda como profesional necesario en este escenario.
Esto se debe a que el trabajo del logopeda en el contexto de la educación,
independientemente del segmento en el que se incluya, no se solapa con la autonomía de otros
profesionales que
hacen acontecer
enseñanza y aprendizaje, así como otras funciones escolares
(BERBERIAN, 2007; GIROTO, 1999). La acción del logopeda educativo es como colaborador
de los procesos involucrados y desarrollados en las instituciones educativas, siendo parte del
equipo y partiendo de la interdisciplinariedad,
la acción conjunta
, en la búsqueda de mejoras
que promuevan y maximicen la calidad de la enseñanza, ya sea en educación básica o superior.
Esta investigación evidencia así la necesidad urgente de una reflexión sobre las acciones
interdisciplinarias y la inclusión en la Educación Superior, así como un cambio en la concepción
del centro de accesibilidad y de los profesionales involucrados en las acciones, con el objetivo
de garantizar el derecho a "
y la educación para todos
". Por lo tanto, si la educación es para
todos
y Brasil es signatario de la Política de Educación Inclusiva, se cree que el logopeda es un
profesional importante en el contexto de la Educación Superior, participando en el equipo de
Apoyo Pedagógico y la constitución de los Centros de Accesibilidad, ayudando en el acceso y
permanencia de todos los estudiantes.
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA y Ana Paula SANTANA
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2032-2052, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
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Consideraciones finales
Se concluye en esta investigación que las universidades federales ya cuentan con un
Centro de Accesibilidad o una agencia que atiende al público objetivo estudiantes de Educación
Especial, resultado de políticas públicas de inclusión y accesibilidad. Sin embargo, esto no
parece ocurrir con las otras instituciones, dado el reducido número de universidades estatales y
privadas que respondieron a esta investigación. Este silencio puede significar la ausencia de
NA y / o incluso la eliminación del tema para evitar el compromiso.
La posibilidad de caracterizar a los profesionales involucrados en el desempeño y
presencia demostró que hay profesionales de diferentes áreas que trabajan en este sector en las
universidades. Los profesionales menos identificados en los NAs A fueron los pedagogos,
seguidos de los psicólogos. Los profesionales de la salud, como los logopedas y los terapeutas
ocupacionales también fueron poco mencionados, lo que demuestra desconocimiento de las
acciones de estos profesionales en el área educativa.
Así, aún existe un reduccionismo con relación a los diversos profesionales que pueden
colaborar en el proceso de inclusión, ya que se observó que la mayoría de los profesionales
contratados son aquellos que
trabajan
directamente
con recursos de accesibilidad, como
acciones que implican traducción al braille o incluso arquitectos para planificar barreras
arquitectónicas. O, incluso, aquellos que actúan con barreras específicas, como la barrera del
idioma, en el caso del intérprete de Libras. Teniendo en cuenta las cuestiones educativas y que
el trabajo con el lenguaje/aprendizaje, la comunicación y la interacción atraviesan el proceso
educativo, también existiría la necesidad de actuar como profesionales como psicólogo y
logopeda en los equipos.
Esta investigación, así, nos mostró que el logopeda es un profesional poco presente
dentro de la Universidad y, cuando está presente, no siempre está vinculado al sector de la
accesibilidad y a las prácticas de Logopedia Educativa, lo que corrobora estudios previos
(SANTANA; SOLTOSKY, 2014).
Aunque nuestra investigación ha limitado la contratación de logopedas en el Centro de
Accesibilidad y Apoyo Pedagógico, también se hace hincapié en que la realización de la
Logopedia no puede enfocar las acciones en la Universidad únicamente dirigidas a identificar
a los estudiantes con dificultades. Pero en un ámbito mayor, en la prevención y promoción de
la salud para toda la comunidad universitaria, promoviendo también la ruptura de barreras, no
solo lingüísticas, sino atento, con la promoción de una mejor calidad de enseñanza y aprendizaje
a estudiantes procedentes de diferentes contextos, evitando así la exclusión social y educativa.
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Prácticas de inclusión: Logopedia en educación superior
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2032-2052, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
2050
GRACIAS
: Gracias a la agencia de desarrollo CAPES.
REFERENCIAS
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Análise de conteúdo
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA y Ana Paula SANTANA
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2032-2052, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
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Prácticas de inclusión: Logopedia en educación superior
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2032-2052, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
2052
ZORZI, J. L. Educação: Questões para reflexão do fonoaudiólogo educacional frente aos
desafios para ensinar a ler e escrever.
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mayo 2019.
Cómo hacer referencia a este artículo
PALMEIRO, K.; DONIDA, L. O.; SANTANA, A. P. Prácticas de inclusión: Logopedia en
educación superior.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17,
n. 3, p.
2032-2052, jul./sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
Enviado en
: 10/01/2022
Revisiones requeridas en
: 27/03/2022
Aprobado en
: 05/05/2022
Publicado en
:01/07/2022
Procesamiento y edición: Editora Ibero-Americana de Educação.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
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Inclusion-oriented practices: Speech therapy in higher education
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2022-2042, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
2022
INCLUSION-ORIENTED PRACTICES: SPEECH THERAPY IN HIGHER
EDUCATION
PRÁTICAS VOLTADAS À INCLUSÃO: A FONOAUDIOLOGIA NA EDUCAÇÃO
SUPERIOR
PRÁCTICAS DE INCLUSIÓN: LOGOPEDIA EN EDUCACIÓN SUPERIOR
Kemely PALMEIRO
1
Lais Oliva DONIDA
2
Ana Paula SANTANA
3
ABSTRACT
: Higher Education students are included in the target public of Special
Education, with Functional Disorders and with distinct socio-educational trajectories. The
objective of this research is to verify the presence and performance of the speech therapist in
the Centers of Accessibility and Pedagogical Support of Universities through a quantitative
and qualitative study conducted with 15 institutions. The results reveal that the speech
therapist 's best-known performance is related to the communication area, to the detriment of
his / her collaboration in the educational process. The emergent need for reflection on
inclusive interdisciplinary actions in Higher Education and changes in the formation and work
of the professionals involved.
KEYWORDS
: Higher education. Speech, language and hearing Sciences. Mainstreaming
education.
RESUMO
: Atualmente, estão inseridos nas instituições de Educação Superior estudantes
público-alvo da Educação Especial, com Transtornos Funcionais e com trajetórias
socioeducacionais distintas. O objetivo desta pesquisa é verificar a presença e atuação do
fonoaudiólogo nos Núcleos de Acessibilidade e Apoio Pedagógico das Universidades federais
através de um estudo quanti-qualitativo realizado com 15 instituições. Os resultados revelam
que a atuação mais conhecida do fonoaudiólogo tange à área da comunicação, em
detrimento da colaboração deste no processo educativo. Evidencia-se a necessidade
emergencial de reflexão sobre ações interdisciplinares inclusivas na Educação Superior e
modificações na formação e trabalho dos Núcleos, do Apoio Pedagógico e dos profissionais
envolvidos.
PALAVRAS-CHAVE
: Educação superior. Fonoaudiologia. Inclusão.
1
Federal University of Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
–
SC
–
Brazil. Bachelor's Degree in Speech-
Language Pathology. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0684-9956. E-mail: kemely.palmeiro@gmail.com
2
Federal University of Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
–
SC
–
Brazil. PhD student in Linguistics. ORCID:
https://orcid.org/0000-0003-3508-7030. E-mail: lais.donida@gmail.com
3
Federal University of Santa Catarina (UFSC), Florianópolis
–
SC
–
Brazil. Professor of the Postgraduate
Program in Linguistics and the Postgraduate Program in Speech Therapy. PhD in Linguistics (UNICAMP).
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2648-160X. E-mail: anaposantana@hotmail.com
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA and Ana Paula SANTANA
RIAEE
–
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2022-2042, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
2023
RESUMEN
: Actualmente, los estudiantes de educación superior están incluidos en el público
objetivo de Educación Especial, con trastornos funcionales y con distintas trayectorias
socioeducativas. El objetivo de esta investigación es verificar la presencia y el desempeño del
logopeda en los Centros de Accesibilidad y Apoyo Pedagógico de las Universidades a través
de un estudio cuantitativo y cualitativo realizado con 15 instituciones. Los resultados revelan
que el desempeño más conocido del terapeuta del habla está relacionado con el área de
comunicación, en detrimento de su colaboración en el proceso educativo. Se evidencia la
urgente necesidad de reflexión sobre acciones interdisciplinarias inclusivas en la Educación
Superior y cambios en la formación y trabajo de los Centros, apoyo pedagógico y los
profesionales involucrados.
PALABRAS CLAVE
:
Educación superior. Terapia del habla. Inclusión.
Introduction
The first speech therapy practices in Brazil emerged at the beginning of the 20th
century, motivated by political issues and related to the historical and social context of the
time. Nationalist opinions considered it necessary to standardize the language, which,
according to them, was contaminated by dialectal variations resulting from national and
international migratory processes. Thus, in the service of a normalizing education and in
search of “speech correction” and language homogenization, the first p
rofessionals to exercise
clinical speech therapy practices appear (BERBERIAN, 2007).
After a long period of clinical actions with this social function, Speech-Language
Pathology and Audiology approaches Education again, but in a resignified way, to meet the
educational demands related to the communication problems manifested in this context,
having in this environment a vast performance and contribution, as demonstrated Resolution
No. 309/2005, of the Federal Council of Speech-Language Pathology and Audiology (CFFA,
2005):
[...]the speech therapist must develop actions in partnership with educators
that contribute to the promotion, improvement and prevention of alterations
in aspects related to hearing, language (oral and written), oral motor skills
and voice and that favor and optimize the teaching and learning process (our
translation).
For this social function, a specialty of Speech Therapy arises, the Educational Speech
Therapy (Resolution CFFa n. 387/2010), which seeks to move away from clinical models of
care and incorporates the character of health promotion in order to qualify the teaching and
learning processes through its technical and specific knowledge. In this way, it aims to favor
the planning and implementation of pedagogical physical environments suitable for
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Inclusion-oriented practices: Speech therapy in higher education
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2022-2042, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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2024
communication, considering the immanent singularity and human heterogeneity in the forms
of communication, which corroborates directly with the guarantee of education for all as a
human right.
However, according to research by Celeste et al. (2017), few are the self-declared
educational speech pathologists for the Brazilian Society of Speech-Language Pathology
(henceforth, SBFa). The authors' research revealed that of the 39,731 speech-language
pathologists registered with the SBFa in 2015, only 312 responded to the survey in question.
Of these, just over 48% have been working in education for less than six years, mainly in the
public education system.
With more updated data, the website of the Federal Council of Speech-Language
Pathology points out that there are 147,764 regularized professionals in 2017. Focusing on the
question of training, only 62 self-declared themselves as specialists in Educational Speech
Pathology (CFFA, 2019). These findings reveal the importance of further studies aimed at
mapping the performance of professionals in this area to invest in the continuing education of
professionals in this area, in order to reduce the incidence of misconceptions. It is necessary to
think about the mechanisms of pathologization and medicalization of socioeducational and/or
cultural issues within educational institutions and, for that, speech therapists need to be
trained (DONIDA, 2018; DONIDA; SANTANA, 2019).
The actions of the speech therapist in the educational field range from Basic Education
to Higher Education, being present in Youth and Adult Education and Special Education, that
is, it goes through all levels and types of education. With their specific training on human
language and communication, the speech therapist can offer subsidies for the educator's work
and for the pedagogical team, helping in the teaching and learning processes and observing
the difficulties found in the educational environment in a collaborative way (GIROTO, 1999).
While the actions in Basic Education are already legitimized (CAVALHEIRO, 2001;
LUZARDO; NEMR, 2006), the same cannot be said about the actions in Higher Education,
considering the low knowledge about the action of Speech Therapy in this context (ZORZI,
2015; DONIDA, 2019).
The first point to be highlighted as relevant to the "doing speech therapy" in Higher
Education is the understanding of the current educational scenario. Brazil still faces problems
related to the quality of Basic Education, having significant implications for academics
entering Universities (DONIDA, 2019; IOSIF, 2007). According to the INAF (2018), only
34% of students in Higher Education can be classified at the full functional literacy level.
Still, there are 4% of functional illiterates, that is, those students who, being at a rudimentary
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA and Ana Paula SANTANA
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2025
level of literacy, have little command of reading, writing, and mathematics in everyday
practices. This fact directly demands speech therapy actions because it is a linguistic problem
that directly interferes in the students' academic performance.
Regarding the practices of Speech Therapy in Higher Education, the work of Santana
and Soltosky (2014) mentions that the "phonoaudiological practice" is still in an embryonic
phase. Nevertheless, the authors highlight several possibilities of actions that can be taken,
such as:
i)
i) Participation of the Speech Therapist in the spaces directed to the continued
formation, sensitizing and capacitating teachers in discussions that involve:
identification and understanding of the demands of students with difficulties;
understanding of the political and legal aspects about the teaching and learning of
target-public people of the Special Education (SES); discussion of strategies that
contribute to the improvement in the teaching and learning process and evaluation,
directed to all the students; discussion about the teaching practice in what refers to the
pedagogical accessibility; actions of vocal health promotion for the teachers;
ii)
ii) Participation in the Accessibility Centers supporting the development of strategies
that contribute to the academic permanence, such as: making referrals, requesting and
analyzing clinical reports in partnership with the technical professional of the service;
accompanying and developing actions related to the inclusion policy in the
institutional scope aiming at its strengthening (seminars, symposiums, lectures,
elaboration of informative materials, among others); orientations of each case to the
teachers and course coordinators;
iii)
iii) Conducting Literacy Workshops and Portuguese written as a second language for
the deaf;
iv)
iv) Providing advisory services to the sectors responsible for the vestibular, as well as
for sectors responsible for hiring servers who have diagnoses of disabilities (cerebral
palsy, visual impairment, hearing loss) or Specific Learning Disorders (Dyslexia,
Dyscalculia, Attention Deficit Hyperactivity Disorder - ADHD, Central Auditory
Processing Disorder - CAPD), among others.
It is observed that the university context is attended by subjects that reveal a
heterogeneity of social, cultural, economic and historical backgrounds, implying different
literacy and literacy conditions and changing the profile of institutions. Due to the different
literacy practices and demands in this context, many students end up having academic failure,
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Inclusion-oriented practices: Speech therapy in higher education
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2026
reverberating in failures and evasion (BRASIL, 2008; DONIDA, 2018; DONIDA;
SANTANA, 2019).
The pedagogical support, provided by the National Program for Student Assistance -
PNAES (BRASIL, 2010), is inserted in the context of Higher Education precisely as an action
aimed at reducing the disparity between the knowledge that students possess and those
required by the University. Therefore, it is aimed at the actions that each institution will
propose, focusing on the mastery of reading, writing, and mathematics, as well as academic
genres, such as articles, course completion papers, among others (DONIDA, 2018; DONIDA;
SANTANA, 2019).
In addition, the pedagogical support also becomes responsible for contemplating in its
actions students with Specific Functional Disorders (SFD), although the Accessibility Center
can advise this public (DONIDA, 2018; DONIDA; SANTANA, 2019).
Added to this reality is the increase in the number of students entering the Special
Education (SES) target audience. The National Education Plan considers the target audience
of Special Education from the perspective of Inclusive Education to be students with
disabilities (intellectual, physical, hearing, visual, and multiple disabilities), global
developmental disorder, and high abilities/super ability, with SES being a type of education
that permeates all levels and types of education (BRAZIL, 2008).
The Accessibility Centers are responsible for promoting institutional actions of
accessibility in the Federal Institutions of Higher Education - FIHEs (BRAZIL, 2005). Thus,
Decree No. 7.611/2011 instituted the creation of the Accessibility Centers to meet all FIHEs,
inducing, thus, the development of a broad and articulated accessibility policy that will ensure
the inclusion of these people to academic life, eliminating communicative, attitudinal,
pedagogical, architectural barriers (BRAZIL, 2011). For state and private universities, there
are no instituted programs, which does not imply the mandatory creation and/or
standardization of these Centers.
In view of the above, it is observed that, in theory, the importance of the Speech
Therapist in Higher Education can already be verified. And more, that this health professional
should not be inserted in this level of education with clinical-therapeutic actions, but through
a work with an educational bias. However, in practice, there is still a lack of research on this
topic. Thus, the question arises: Do the teams of the Accessibility and Pedagogical Support
Centers of Universities have a speech therapist? Which professionals are part of these spaces?
How is the role of the educational speech therapist seen in this context?
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA and Ana Paula SANTANA
RIAEE
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2022-2042, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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2027
Based on these questions, the objective of this research is to understand, in the context
of Higher Education, the practice of the speech therapist in the Accessibility and Pedagogical
Support Centers and discuss his/her role in the team.
Methodological framework
This research was conducted in 2017, as a result of an End of Course Work of the
Speech Therapy course of the Federal University of Santa Catarina.
Thus, the study is characterized as quanti-qualitative, since it involved an online
survey on the Universities' websites and application of a questionnaire sent by email and
answered by the person responsible for the sector that is usually in charge of accessibility in
the institutions.
The option for carrying out the research considering two sectors - the Accessibility
and Pedagogical Support Center - is due to the fact that it is believed that the speech therapist
would be essential in these spaces. However, it is known that the speech therapist could also
be hired by other sectors.
Considering the large number of Brazilian Universities, we chose a methodological cut
that comprised the Universities with classifications 4 and 5 in the National Student
Performance Exam - ENADE (INEP, 2016).
The participants were the people responsible for the Center for Accessibility and/or
Pedagogical Support belonging to Higher Education institutions at the federal, state and
private levels. Invitation emails were sent to 70 Universities, and of these only 26 responded
affirmatively. Of these 26, only 15 answered the online questionnaire, which were: 12 federal
universities, two state universities, and one private university.
The questionnaire involved open and closed questions. Here are some examples: Are
there speech-language pathologists hired at the University you work at? Which sector at the
University does their hiring take place? What actions do they propose at the University? Is
there pedagogical support in your institution? Which professionals are part of the pedagogical
support? Is there an Accessibility Center? Which professionals are part of the Accessibility
Center? Are there actions directed to the Special Education public?
With the answers of the questionnaires, a Content Analysis was performed (BARDIN,
2010) and the following categories of analysis were established: a) about the Accessibility
Centers: i) public attended, ii) actions and iii) professionals that integrate the interdisciplinary
teams; b) about the pedagogical support: iv) public attended, v) professionals that work in the
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Inclusion-oriented practices: Speech therapy in higher education
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2028
actions, vii) actions developed; and c) about the importance of the speech therapist in Higher
Education.
The participants accepted the Free and Informed Consent Term n. 0782/2013,
registered in the Network Project CAPES/OBEDUC: "Accessibility in Higher Education:
From the analysis of educational public policies to the development of instrumental media on
disability and inclusion
”.
Results
From the 15 participating universities, we have the data that will be described and
analyzed below.
Table 1
–
Description of the Universities participating in the survey by region of Brazil and
by definition
REGION
NORTH
NORTH-EAST
MID-WEST
SOUTH-EAST
SOUTH
FEDERAL
2
3
-
4
3
STATE
-
1
-
-
1
PRIVATE
-
-
-
-
1
Source: Research data
Accessibility Centers
Of the 15 universities that answered the survey, only one does not have an
Accessibility Center (hereinafter AC), and this is a state public university. However, this
institution has a student assistance center that articulates institutional actions, such as: training
programs and assistance to university students, partnerships with entities focused on helping
students who are SES targets, among other actions.
As for the date of creation of the AC, it is observed that five federal universities
already had the presence of a department to monitor the target students of SES before the
Decree n. 7.611/2011 (BRAZIL, 2011) that determined its mandatory nature in the FIHEs.
Among the universities that participated, three presented the creation of the AC in
2012 and six other institutions only in 2013 and 2014, as shown in Chart 1 below.
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA and Ana Paula SANTANA
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2029
Graph 1
–
Year of creation of the Accessibility Centers in the researched institutions
4
Source: Research data
Target public served by the Accessibility Centers
The ACs of the Universities configured their services in different ways. Some perform
actions with the students at the University itself, and others refer professionals externally to
the University.
Let's see below the answers obtained:
Graph 2
–
Students served by the Accessibility Centers
5
Source: Research data
In this graph we note that, in addition to the ACs serving the target students of the
SES, more than half also meet other demands, such as students with Specific Functional
Disorders, and even, in one university, the AC covers all students. In other words, there is no
delimitation of public and all the academics who have "singularities" and "specificities" are
assisted by this sector.
4
Ano de implementação dos Núcleos de Acessibilidade = Year of creation of the Accessibility Centers;
Quantidade = Quantity.
5
Estudantes público
–
alvo da Educação Especial = Special Education target students; Estudantes com
Transtornos Funcionais = Students with Functional Disorders; Todos os estudantes = All students.
0
1
2
3
4
2005200920102011201220132014
Quantidade
2111342
Ano de implementação dos Núcleos de Acessibilidade
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Inclusion-oriented practices: Speech therapy in higher education
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2030
Actions developed by the Accessibility Center
i.
The ACs should be shown as a response of the FIHEs to provide educational and
social support to this new contingent of students, aiming to promote institutional
actions that ensure inclusion and accessibility (BRAZIL, 2015). Among the
Universities surveyed, the following actions were cited:
ii.
i. Interpretation and translation of Libras = Brazilian Sign Language (present in
virtually all universities);
iii.
ii. Availability of audiovisual descriptors and translators of the Braille system;
iv.
iii. Adaptation of pedagogical materials;
v.
iv. Availability of assistive technology equipment (the Braille system being one of
the most mentioned);
vi.
v. Availability of trainees who develop functions such as transcription, audiovisual
description and ambiance at the institution (two institutions);
vii.
vi. Training for teachers/academic community and pedagogical support (action
mentioned in almost all the universities);
viii.
vii. Periodic student follow-up
ix.
viii. Offer of accessibility scholarship (two Universities);
x.
ix. Offer of muscular reinforcement classes for students with physical disabilities.
About the professionals who work at the Accessibility Center
Let's see below which professionals have been hired to work in the AC:
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA and Ana Paula SANTANA
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2031
Graph 3
–
Interdisciplinary Accessibility Center Team
6
Source: Research data
Based on the answers given, other professionals may work together with the team.
Some professionals may be hired by the institution, such as interpreter translators of
Libras/Portuguese Language (Libras/LP), for example. Others are invited for inter-
institutional partnerships and/or with the community, as there is demand, as we can see in the
following chart.
Graph 4
–
Other professionals
7
Source: Research data
The Special Education policy (BRAZIL, 2008, 2015) suggests that, for the
constitution of the interdisciplinary team of the Accessibility Center, the specialties of these
professionals should be considered in relation to the demands found in the University by
6
No. De profissionais que integram a equipe = No. of professionals in the team; Outros = Others; Pedagogo =
Pedagogue; Assistente Social = Social Worker; Psicólogo = Psychologist; Fonoaudiólogo = Speech Therapist
7
Intérprete de Libras = Libras Interpreter; Administração = Management; Tradutor/Ledor = Translator/Reader;
Técnico = Technician; Educação Especial = Special Education; Arquiteto = Architect; Psicopedagogo =
Psychopedagogue; Terapeuta Ocupacional = Occupational Therapist; Engenheiro = Enginner; Economista =
Economist
0
5
10
15
Outro
s
Pedag
ogo
Assist
ente
Social
Psicól
ogo
Fonoa
udiólo
go
nº de profissionais
149643
nº de profissionais que integram as equipes
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Inclusion-oriented practices: Speech therapy in higher education
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2022-2042, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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2032
students who are SES targets. Thus, the idea is to enable the access, permanence and inclusion
of these students, considering their singularities and abilities, eliminating architectural,
communication, attitudinal and pedagogical barriers.
According to this same policy, there are several professionals who can be involved in
these interdisciplinary actions: special education professionals, pedagogues, psychologists,
speech therapists, social workers, as well as professionals who work as guardianship
counselors, community health agents, among others, according to the context of each
community (BRAZIL, 2008, 2015).
Although it is determined by this policy that professionals should have specialties that
contemplate the actions aimed at these students, the fact is that, for the most part, the
participating universities refer that the constitution of the NA should be according to each
academic context.
It is interesting to note that there are not only health and education professionals,
because inclusive education requires other professionals to make the environment accessible
and eliminate all barriers found in the academic environment, for example, hiring
professionals such as engineers, architects, among others, to reduce architectural barriers
(BRAZIL, 2008, 2011, 2015).
The interpreter translator in Libras/LP was the most cited professional, totaling 14
references. That is, only one institution did not have this professional. The officialization of
Libras and its requirement as a curricular discipline in undergraduate courses and Speech
Therapy, as well as the officialization of the profession of Translator/Interpreter of Sign
Language - TILS (BRAZIL, 2005), caused a change in the education of the deaf, allowing
them to reach higher education. Thus, their inclusion is strongly linked to the presence of the
interpreter (although it is not only this professional responsible for educational inclusion).
Other frequently mentioned professionals with training focused on accessibility are the
Braille Translators/Revisers, Technicians in Educational Subjects, and professionals linked to
Special Education. We can see here that the number of professionals who work with the
Center/team of accessibility in the Universities varies according to the public to be attended.
However, despite recognizing the autonomy of the institutions in expanding the
number of professionals that meet the demands imposed by the situations of entry of students
who are SES targets, the actions and training of these professionals are still little known. In
other words, it is not known if these professionals perform actions in other sectors of the
University or if they are collaborators only in the centers, as well as by which department they
are hired by, or if they are federal employees, requiring more research in relation to this data.
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA and Ana Paula SANTANA
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2033
It is interesting to note that the number of professionals who give support to Special
Education, such as: occupational therapist, psychologist, speech therapist, psycho-pedagogist,
or even the SES professional, are rarely mentioned. When these professionals do not exist,
one of the institutions mentioned that, for example, the speech therapist does consulting work
inside the institution; however, this professional is not assigned to the accessibility sector and,
therefore, was not accounted for in the research as present, and the actions performed by him
were not described.
If the speech therapist, even if only briefly, is present in the AC, in Pedagogical
Support the presence is minimal or almost non-existent. Of the responding universities, only
one has this professional working directly in the Pedagogical Support, and this professional
also participates in the AC team. It is noteworthy that in this institution there is no Speech
Therapy course, which diverges from the characterization performed on the other ACs in the
survey that have this professional.
Pedagogical support
Of the 15 participating institutions, ten reported having a sector/body or department
dedicated to students with academic difficulties. Given the university autonomy, the
institutions can manage the actions aimed at students with academic difficulties related to low
schooling, difficulties with academic literacy, students with Specific Functional Disorders.
The PNAES provides several actions that include: student housing, food, transportation,
health care, digital inclusion, culture, sports, daycare, pedagogical support, and also includes
actions aimed at the access, participation and learning of students with disabilities, global
developmental disorders and high abilities and overdose (BRAZIL, 2010).
Thus, actions, departments/agencies or institutional sectors aimed at this public are in
constant changes and reformulations, given the specificities of each university community,
also assuming other social functions, among them: the expansion of access to cultural assets
and the recognition of differences and identities shared by students within the institution,
psychological, social and health support, among others. Pedagogical support is included or
not according to the actions of the institutions and there is no obligation to create specific
sectors/organs or departments with this direction.
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Inclusion-oriented practices: Speech therapy in higher education
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Public served by institutional actions aimed at Pedagogical Support
Although ten participants mentioned that they had an institutional sector/body or
department focused on pedagogical support, here we see that 14 institutions responded about
the public accompanied by institutional actions focused on pedagogical support. In other
words, there were more answers about actions in the institutions, although not all of them had
organs or sectors delegated exclusively for this purpose within the University.
Graph 5
–
Public accompanied by institutional actions of pedagogical support
8
Source: Research data
Professionals who integrate the institutional actions of pedagogical support
We see below the distribution of these professionals:
Graph 6
–
Professionals who integrate the institutional actions of pedagogical support
9
Source: Research data
8
Público acompanhado por ações institucionais de apoio pedagógico = Public accompanied by institutional
actions of pedagogical support; Estudantes público alvo da SES = SES target students; Estudantes com TFE =
Students with Specific Functional Disorders; Estudantes com dificuldades de aprendizagem = Students with
learning difficulties; Todos os estudantes = All the students
9
; Profissionais que integram as equipes de Apoio Pedagógico = Professionals who integrate the institutional
actions of pedagogical support; Pedagogo = Pedagogue; Fonoaudiólogo = Speech therapist; Psicólogo =
Psychologist; Assistente Social = Social worker; Outros = Others
Estudantes
público-alvo da EE
Estudantes com
TFE
Estudantes com
dificuldades de
aprendizagem
Todos os
estudantes
nº de respostas
13341
0
5
10
15
Título do Eixo
Público acompanhado por ações institucionais de apoio
pedagógico
0
2
4
6
8
PedagogoFonoaudi
ólogo
PsicólogoAssistent
e Social
Outros
nº de profissionais
82547
Título do Eixo
Profissionais que integram as equipes de apoio pedagógico
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The professionals most commonly found in Pedagogical Support are the pedagogues,
present in almost all the institutions. This makes sense, since the work done with these
students in the institution should be of a pedagogical nature. The psychologist was another
professional commonly found in more than half of the institutions, followed by the social
worker. Technicians in educational matters, occupational therapists, psychopedagogues, and
physical educators were other professionals found in this service.
In the option "Others", the participants mentioned the following professionals who are
also part of the institutional actions: technicians in educational matters, occupational therapist,
psychopedagogue, university employees, physical educator, undergraduate and graduate
students, and administrative assistants.
Actions developed in Pedagogical Support
The actions developed in Pedagogical Support take on a different character from the
actions of the Accessibility Center. The answers about the actions were characterized in this
research in two groups: pedagogical actions and therapeutic actions, as observed below.
Chart 1
–
Actions taken to support students in the institution
Leveling courses (reading and interpretation of text and mathematics), study groups in all areas, monitoring.
Psycho-pedagogical monitoring in the psycho-pedagogy clinic; monitoring by students through the Supporter
Program; orientation meetings for teachers and coordinators of the courses in which there are students with
disabilities.
Psycho-pedagogical attendance and therapeutic follow-up.
Training, individualized and group attendance
Semiannual pedagogical monitoring of students with low performance, inclusive monitoring, publicizing
PROACE's actions, individualized pedagogical assistance...
Programs of training and assistance to students
Offering workshops on study organization and basic subjects, such as calculus and Portuguese
Monitors the performance of undergraduate students, providing assistance or referring them to specialists when
learning difficulties are detected. It is responsible for actions or programs that may help students in their career
planning, in their adaptation to higher education and in any academic difficulties that may be verified. It
operationalizes the selection of the Academic Monitoring Program (PROMA), the Support to student
participation in scientific, artistic-cultural, and extension events, and financial support to students to carry out
field research, technical visits, and study trips to complete the conclusion work of UNILA's undergraduate
course, as well as actions aimed at graduates.
Pedagogical monitoring, educational campaigns, study guidance
Source: Research data
Examples of pedagogical actions are: reading, text interpretation and calculus courses,
study groups in all areas, tutoring, study organization workshops, pedagogical and psycho-
pedagogical support, training programs, and referrals. Examples of therapeutic actions are:
psychological and psycho-pedagogical therapeutic accompaniment inside the University.
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Inclusion-oriented practices: Speech therapy in higher education
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It is believed that the answers about clinical work inside the University are directed to
students with Functional Disorders and are pedagogical work performed by the Specialized
Educational Service (SES). That is, individualized care, with a purely pedagogical character
and complementary to teaching, a practice that has been growing with the advent of inclusion.
This clinical care, however, is not an agenda, nor should it be performed by speech therapists
within the educational institution, since this practice is forbidden.
Here, the Speech Therapy professional can develop a good therapeutic work facing the
pedagogical difficulties acting in the clinic, but, inside the institution, he or she can tie his or
her knowledge to the other Pedagogical Support professionals and develop actions such as
stimulation of literacy practices, activities aimed at working with different discursive genres;
reflection with teachers, helping them to adapt the theoretical-practical proposals, among
other actions, and that can reach a larger audience than the therapeutic services, since the
academic scenario has changed due to the different literacy practices, cultural capital, and
different socioeconomic sectors (DONIDA, 2018). That is, actions with educational character
are expected, as provided by the specialty of Educational Speech Therapy, and not clinical.
Importance of Speech Therapy in Higher Education
The answers were categorized into four groups: a) actions related to the
competence of
the speech therapist
in education (educational actions); b) actions related to a more clinical
character (therapeutic actions); c) did not know how to describe; d) disregards the importance
of this professional.
Although they are not specifically therapeutic, the actions described ideologically
mark the idea that the health professional can better diagnose the students' problems, as
follows:
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA and Ana Paula SANTANA
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2037
Graph 7
–
Performance of Speech Therapy in Higher Education
10
Source: Research data
Among the 15 institutions surveyed, 14 considered the presence of the Speech
Therapist in Higher Education important, but only eight cited the competence and the "doing"
of Speech Therapy to assist in the promotion, prevention and institutional needs aimed at
inclusion. Another five universities cited the importance of this professional for diagnostic
purposes and clinical interventions. One University could not justify its answer and one
institution thinks that Speech Therapy is not important, revealing a lack of knowledge about
the specialty of Educational Speech Therapy. Below are some answers given by the
responsible people, categorized by themes: i) educational actions; ii) "therapeutic" actions; iii)
does not know how to inform and; iv) is not important:
Chart 2
–
Comments on the actions of Speech Pathology at the University
Educational
actions
"The importance of this professional is given by the possibility of actions in regular
education and special education in the inclusive perspective. These actions are related to
training, consulting and advice to teachers, group actions with students, guidance to
various education professionals, referrals, among others.
"Because of their specificities and competencies, I consider the professional with this
training to be a fundamental part of the inclusion process.
Therapeutical
actions
"Because they can diagnose and assist with their technical knowledge in the interventions
necessary for the development of these students"
"We have a lot of difficulty in diagnosing these specialties"
Does not know
"I do not have much knowledge about the work of speech therapists in higher education.
However, from my daily experiences, I see this professional acting mainly with deaf and
oralized students."
Not important
"The monitoring that goes on at the University must be permeated by pedagogical issues,
not clinical ones"
Source: Research data
10
Atuações da Fonoaudiologia no Ensino Superior = Performance of Speech Therapy in Higher Education;
Ações educacionais = Educational Actions; Ações terapêuticas = Therapeutical Actions; Não é importante = Not
important; Não sabe opinar = Does not know
0
2
4
6
8
Ações
Educacionais
Ações
Terapêuticas
Não é
importante
Não sabe
opinar
Série 1
8511
Atuações da Fonoaudiologia na Educação Superior
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Inclusion-oriented practices: Speech therapy in higher education
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2022-2042, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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The results point to the low valorization of the speech therapist in the context of
Higher Education, considering that, of the 15 institutions, only three hired this professional. In
view of the answers, it can be seen that there is still a lack of knowledge about the work and
the wide-ranging activities of the speech therapy professional. The performance is not
(re)known in the field of education, although the Speech Therapy has been focused on the
educational area for more than ten years (CFFA, 2005). The most known performance of this
professional is related to the communication area, however, from a therapeutic point of view,
even inside the University, forgetting the collaboration of this professional in the educational
process in face of the human diversity. It can be seen that there is still little (re)knowledge
about the actions and performance of the speech therapist in Higher Education (SANTANA;
SOLTOSKY, 2014).
What is observed in this research is that, despite the Affirmative Action Policies
(BRAZIL, 2010) and the Special Education in the Perspective of Inclusive Education
(BRAZIL, 2008) have favored diversity in the University, the support to students with
Specific Functional Disorders or that are target audience of the SES has not yet legitimized
the Speech Therapist's space as a necessary professional in this scenario.
This is because the speech therapist's work in the context of education, regardless of
the segment in which it is inserted, does not override the autonomy of the other professionals
who make teaching and learning happen, as well as the other school functions (BERBERIAN,
2007; GIROTO, 1999). The performance of the educational speech therapist is as a
collaborator of the processes involved and developed in educational institutions, being part of
the team and starting from the interdisciplinarity, the joint action, in the search for
improvements that promote and maximize the quality of teaching, whether in Basic or Higher
Education.
This research highlights, therefore, the urgent need for reflection on interdisciplinary
and inclusion actions in Higher Education, and, also, a change in the conception of the
Accessibility Center and the professionals involved in the actions, aiming to guarantee the
right to "education for all". Thus, if education is for all and Brazil is a signatory of the
Inclusive Education Policy, it is believed that the speech therapist is an important professional
in the context of Higher Education, participating in the Pedagogical Support team and in the
constitution of the Accessibility Centers, helping the access and permanence of all students.
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Kemely PALMEIRO; Lais Oliva DONIDA and Ana Paula SANTANA
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Final remarks
It is concluded in this research that federal universities already have an Accessibility
Center or an agency that serves students targeted for Special Education, as a result of public
policies of inclusion and accessibility. However, this does not seem to occur with the other
institutions, seeing the small number of state and private universities that responded to this
research. This silence may mean the absence of NA and/or even a distance from the theme to
avoid commitment.
The possibility of characterizing the professionals involved as to their performance
and presence showed that there are professionals from different areas working in this sector in
the universities. The professionals least identified in the ACs were pedagogues, followed by
psychologists. Health professionals such as speech therapists and occupational therapists were
also little mentioned, which shows a lack of knowledge about the actions of these
professionals in the educational area.
This way, there is still a reductionism in relation to the several professionals who may
collaborate in the inclusion process, as it was observed that most of the professionals hired are
those who work directly with accessibility resources, such as actions involving translation to
Braille or even architects for planning architectural barriers. Or, still, those who work with
specific barriers, such as the linguistic barrier, in the case of the Libras interpreter.
Considering the educational issues and that the work with language/learning, communication
and interaction cross the educational process, there would also be the need for the
participation of professionals such as psychologists and speech therapists in the teams.
This research, therefore, showed us that the speech therapist is a professional who is
not very present in the University and, when present, it is not always linked to the
accessibility sector and the practices of Educational Speech Therapy, which corroborates
studies previously conducted (SANTANA; SOLTOSKY, 2014).
Although our research has delimited the hiring of speech therapists in the Center for
Accessibility and Pedagogical Support, it is also noteworthy that the actions of Speech
Therapy cannot focus on the University actions only focused on the identification of students
with difficulties. But in a larger scope, in the prevention and promotion of health for the entire
university community, also promoting the breaking of barriers, not only linguistic, but
attitudinal, with the promotion of a better quality of teaching and learning for students coming
from different contexts, thus avoiding social and educational exclusion.
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Inclusion-oriented practices: Speech therapy in higher education
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2040
ACKNOWLEDGEMENTS:
We thank the CAPES funding agency
.
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Análise de conteúdo
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Inclusion-oriented practices: Speech therapy in higher education
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How to reference this article
PALMEIRO, K.; DONIDA, L. O.; SANTANA, A. P. Inclusion-oriented practices: Speech
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Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação
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Araraquara, v. 17, n. 3, p. 2022-2042, July/Sept. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v17i3.17090
Submitted
: 10/01/2022
Revisions required
: 27/03/2022
Approved
: 05/05/2022
Published
:01/07/2022
Processing and publishing by the Editora Ibero-Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.