image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares na formação do professor: Questões de diversidade na licenciatura em ciências humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732741POLÍTICAS PÚBLICAS CURRICULARES NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR: QUESTÕES DE DIVERSIDADE NA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS HUMANASPOLÍTICAS PÚBLICAS CURRICULARES EN LA FORMACIÓN DOCENTE: CUESTIONESDE DIVERSIDAD EN LA LICENCIATURA EN CIENCIAS HUMANASCURRICULAR PUBLIC POLICIES IN TEACHER FORMATION: DIVERSITY ISSUES IN HUMANITIES UNDERGRADUATE PROGRAMSThiago Luiz SARTORI1Bruno Gomes PEREIRA2RESUMO:Este artigo tem como objetivo identificar possíveis contribuições das políticas curriculares a respeito das questões de gênero e diversidade sexual no desenho curricular da Licenciatura em Ciências Humanas ofertada por uma instituição de ensino superior federal, localizada na região metropolitana do estado de São Paulo. A fundamentação teórica está alojada no campo interdisciplinar da formação inicial de professores, aqui denominados como alunos-mestres, com interface entre as teorias do currículo e a análise do discurso francesa. A metodologia de pesquisa caracteriza-se como documental de abordagem qualitativa, partindo do princípio de que analisamos a Proposta Pedagógica Curricular (PPC) da referida licenciatura. As análises revelaram que os componentes curriculares que contemplam questões de gênero e diversidade em seu bojo ainda se encontram bastante embrionários, o que caracteriza uma política curricular em transição. Considera-se que esseseja um forte resquício de um currículo heteroformativo e fortemente tradicional, algo bastante latente nas políticas públicas brasileiras. PALAVRAS-CHAVE:Formação inicial do professor. Políticas públicas. Proposta pedagógica curricular. RESUMEN: Este artículo tiene como objetivo identificar posibles contribuciones de las políticas curriculares sobre cuestiones de género y diversidad sexual en el diseño curricular de la Licenciatura en Ciencias Humanas ofrecida por una institución de educación superior federal, ubicada en la región metropolitana del Estado de São Paulo. La base teórica se encuentra en el campo interdisciplinario de la formación inicial del profesorado, aquí llamados estudiantes de maestría, con una interfaz entre las teorías curriculares y el análisis del discurso francés. La metodología de investigación se caracteriza por ser documental con un enfoque cualitativo, partiendo del principio de que analizamos la Propuesta Curricular Pedagógica (PCP) de la licenciatura antes mencionada. Los análisis revelaron que los componentes curriculares que contemplan en su núcleo las cuestiones de género y diversidad son todavía muy embrionarios, lo que caracteriza una política curricular en transición.Esto se considera 1Universidade Anhanguera de São Paulo (UNIAN), São Paulo SP Brasil. Docente. Doutorando em Mudança Social e Participação Política (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8295-0661. E-mail: tlsartori@hotmail.com2Universidade Anhanguera de São Paulo (UNIAN), São Paulo SP Brasil. Docente. Orientador do Instituto de Pesquisa e Educação Continuada (USP). Doutoradoem Ensino de Língua e Literatura (Estudos Linguísticos) (UFT). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4083-3210. E-mail: brunogomespereira_30@hotmail.com
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI e Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732742un fuerte remanente de un currículo heteroformativo y fuertemente tradicional, algo bastante latente en las políticas públicas brasileñas.PALABRAS CLAVE: Formación inicial del profesorado. Políticas públicas. Propuesta pedagógica curricular.ABSTRACT: This article aims to identify possible contributions of curricular policies regarding gender and sexual diversity issues in the curricular design of the Degree in Human Sciences offered by a federal higher education institution, located in the metropolitan region of the State of São Paulo. The theoretical foundation is housed in the interdisciplinary field of initial teacher formation, here called master students, with an interface between curriculum theories and French discourse analysis. The research methodology is characterized as documentary with a qualitative approach, based on the principle that we analysedthe Pedagogical Curriculum Proposal (PCPin the Portuguese acronym) of the aforementioned degree. The analysesrevealed that the curricular components that contemplate gender and diversity issues in their core are still very embryonic, which characterizes a curricular policy in transition.This is considered to be a strong remnant of a heteroformative and strongly traditional curriculum, something quite latent in Brazilianpublic policies.KEYWORDS: Initial teacher formation. Public policy. Curricular pedagogical proposal.Introdução Aspesquisas sobre formação inicial do professor têm se firmado como uma problemática de interesse em várias áreas do conhecimento humano, partindo do princípio de sua inerente articulação com questões políticas, ideológicas e históricas. Nesse sentido, podemos frizar as demandas emergentes acerca da relativização do docente crítico e reflexivo, desdobradas a partir da percepção libertadora freireana (FREIRE, 2004; LIBERALI; MAGALHÃES; ROMERO, 2003). Em meio a uma sociedade dita “líquida”, nos termos de Bauman(2008,2004), pensar a formação inicial do professor, aqui denominado comoaluno-mestre, depreende um olhar sensível a respeito da atuação futura deste profissional em formação junto ao mercado de trabalho. Em outros termos, uma das possiblidades emergentes no escopo investigativo da formação inicial docente tem relação com a preocupação em formar um profissional mais engajado com questões voltadas aos direitos humanos, a partir de uma perspectiva mais humanizadora. Por isso, pensar em políticas públicas que envolvam o currículo se tornam cada vez mais pertinentes (DINIZ, 2012; FREIRE, 2004). Na tentativa de mapearmos o engajamento das políticas públicas na formação inicial de um professor articulado às demandas emergentes de uma sociedade fluida, este artigo tem como
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares na formação do professor: Questões de diversidade na licenciatura em ciências humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732743objetivoidentificar possíveis contribuições das políticas curriculares a respeito das questões de gênero e diversidade sexual no desenho curricular da Licenciatura em Ciências Humanas ofertada pela Universidade Federal do ABC. Trata-se de uma instituição de ensino superior pública e federal, de natureza multidisciplinar, localizada localizada na região metropolitana do estado de São Paulo. A fundamentação teórica está alojada no campo interdisciplinar da formação inicial de professorescom interface entre as teorias do currículo e a análise do discurso francesa. Partimos do princípio de que uma investigação que promova um diálogo eficiente entre diferentes áreas do conhecimento humano pode responder, de maneira mais satisfatória, as demandas da pesquisa. Estamos entendendo por “campo interdisciplinar” a zona dialógica e dialética entre áreas correlatas do saber humano, as quais podem entrar em confluência e, por meio disso, expandir as discussões teóricas. Isso, por sua vez, colabora para uma visão do todoe não da parte, ao possiblitar o entendimento das relações de ideias como um sistema conversacional (FAZENDA, 2008; LIMA, 2008).A metodologia de pesquisa caracteriza-se como documental de abordagem qualitativa, partindo do princípio de que analisamos a Proposta Pedagógica Curricular (PPC) da referida licenciatura. Compreendemos que a referida abordagem de pesquisa e o tipo de investigação podem apresentar indícios condizentes ao atual contexto social que permeia as relações no campo da educação, servindo como subsídio pertinente à construção do processo científico (BORTONI-RICARDO, 2008; PEREIRA; ANGELOCCI, 2021; LAKATOS; MARCONI, 2013; TRIVIÑOS, 1987). Diante disso, podemos elencar o seguinte problema de pesquisa:Como identificar possíveis contribuiçõesdas políticas curriculares a respeito das questões de gênero e diversidade sexual no desenho curricular da Licenciatura em Ciências Humanas ofertadapela Universidade Federal do ABC? Além desta Introdução, das Considerações Finais e das Referências, este artigo é constituído pelas seguinte seções: Políticas Curriculares na Formação do Professor: Currículo como Disputa de Poder, em que apresentamos ossaberes teóricos mobilizados neste trabalho; Metodologia da Pesquisa, na qual descrevemoso percurso de coleta dos dados; e Resultados e Discussão, destinada ao tratamento do corpus de análise.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI e Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732744Políticas Curriculares na Formação do Professor: Currículo como Disputa de PoderPara compreender o currículo como uma espécie de instrumento semiotizador de práticas discursivas no contexto da formação inicial do professor, é necessário levarmos em consideração todaa construção ideológica que o circunda, desde aspectos ideológicos até questões políticas que o contextualizam. Nesse sentido, neste artigo, a fundamentação teórica que utilizamos é de cunho interdisciplinar e opera na interface entre formação inicial de professores, políticas curriculares e análise do discurso francesa. O movimento interdisciplinar ao qual fazemos referência pode ser melhor compreendido a partir do que é representado na Figura 01, em que ilustramos os movimentos conversacionais propostos pelas referidas áreas do conhecimento. Figura 1Movimentos InterdisciplinaresFonte: Elaborado pelos autoresA Figura 01 é constituída por três (03) esferas que se interconectam por meio de zonas fronteiriças sobrepostas. Estas, por sua vez, apresentam informações convergentes que podem ser utilizadas de maneira complementar e, com isso, desenvolver discussões que podem responder satisfatoriamente ao problema de pesquisa. É justamente nestas fronteiriças em que nossas projeções científicas se alojam e constroem sentidos a partir do olhar da matriz curricular que analisamos. Políticas CurricularesAnálise do DiscursoFormação de Professores
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares na formação do professor: Questões de diversidade na licenciatura em ciências humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732745No tocante àsPolíticas Curriculares, localizadas na esfera de cor amarela, nos interessamos pela ideia de currículo como espaço de demandas de poder3, em queaspropostas de disciplinas curriculares semiotizam aspectos de dominação ideológica de desdobramentos assimétricos de sentidos. Em outras palavras, nos importa a concepção de currículo como demonstração de espaço de conflito que, de alguma maneira, representa os embates ideológicos sociais(ARROYO, 2013; PACHECO, 2009; SILVA, 2006; SACRISTAN, 2000), tal como propomos neste artigo.Nesse sentido, procuramos ir além das políticas públicas de acesso e permanência de pessoas transexuais e travestis ofertadas no momento de ingresso dos acadêmicos na licenciatura focalizada,ainda que esta política seja bastante representativa à comunidade LGBTQIA+4. Em outras palavras, não se discute o avanço que isso representa. Todavia, nosso interesse pelo currículo é expressono sentido de entendermos que este pode oferecer outras respostas mais desafiadoras sobre o aspecto de permanência ao meio universitário promovida pelas cotaspara travestis e transexuais no contexto da licenciatura focalizada, tendo iniciado em 2018, especificamente. As Políticas Curriculares são vistas, sob esse aspecto, como elementares à estrutrura e ao funcionamento da educação superior, visto que materializam interesses do Estado no que compete às leis que regem e sistematizam os componentes curriculares. Em outras palavras, buscamos uma convergência entre diferentes vieses de políticas públicas: a decotas e a do currículo, visto que operam de maneira sistêmica e complementar (SARTORI, 2022; SILVA, 2006). Ao revisitarmos a Figura 01, no que compete à Formação de Professores, na esfera azul, nosso interesse recai nas discussões acerca da formação inicial, especialmente no que se refere à construção do professor crítico e reflexivo. Nesse caso, é pertinente afirmar que se trata de pressupostos freireanos já bastante difundidos quando temos a preocupação em ajudar a formar um profissional que entenda a docência como um instrumento de politização e viabilização de práticas de direitos humanos (DINIZ-PEREIRA, 2011; KLEIMAN, 2009; LÜDKE; BOING, 2012; TARDIF, 2000). Estamos entendendo o professor reflexivo no contexto de sua formação inicial como aquele que consegue estabelecer o raciocínio de “reflexão-ação-reflexão”(ZEICHNER, 2008)3A definição de poder que trazemos aqui está embasada em Foucault (2005). Para o autor, as disputas de poder nos levam a entender disjunções sociais historicamente marcadas, as quais, por sua vez, estão difundidas em todas as relações humanas. 4Sigla utilizada para definir Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Questionando, Intersexuais, Curioso, Assexuais, Aliados, Pansexuais, Polissexuais, Familiares, 2-espíritos e Kink.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI e Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732746a partir da sua prática pedagógica. Nesse sentido, o ato de refletir e de ser crítico tem relação direta com aquilo que se espera que o docente desenvolva no que compete ao exercício dos processos deaprendizagem politicamente engajadose transformadores(DINIZ-PEREIRA, 2011). A ideia de educação transformadora parece convergir com os delineamentos propostospelos direitos humanos, os quais lutam por garantir o bem-estar do sujeito em sociedade de maneira igualitária e humanizadora. Portanto, propõeconstructos sociais que viabilizem o acesso a uma educação ressignificadora e socialmente engajadora, algo entendido como básico e essencial à prática humana (SARTORI, 2020, 2022). A partir desta reflexão, no que foi contextualizado, apresentado, o currículo exerce função precípua no contexto da formação inicial docenteao entendermos que a disposição dos componentes curriculares ajuda a construir o perfil desse profissional, com ênfase na visão de mundo que ele agrega e, assim, tende a moldar as atitudes desse docente junto à sociedade. Nesse sentido, a presença, ou não, de disciplinasque versam sobre gênero ou diversidade nos ajudama entender a anatomia de um professor que tenderá a colaborar, ou minimizar, situações de violência homofóbica em contextos formais de educação. Mais uma vez, ao revistiarmos a Figura 01, identificamos a Análise do Discurso, na esfera verde. Trata-se de uma área dos estudos da linguagem tradicionalmente conhecida pelas suas contribuições no processo de investigação acerca dos efeitosde sentidos a partir da projeção de alguma ação socialmente contextualizada, o que na análise do discursopodemos compreender como acontecimento. Desta, é de nosso interesse as práticas discursivassubentendidas na conjuntura curricular, de maneira a nos oferecer instrumentoscapazes de diagnosticar formações discursivas e ideológicas(FIORIN, 2006; ORLANDI, 1996; PEREIRA, 2020; TEZZA, 2005). Ao analisar os componentes curriculares, tal açãoexige dospesquisadoresum olhar discursivo, pois, dessa forma, é possível mapear discursos de vozeamento ou silenciamento de questões relacionadas a gêneros e à diversidade. Nesse caso, utilizamos as noções de vozes dos estudos discursivos, responsáveis por tensionar, problematizar e compreender o lugar em que o sujeito discursivo fala.Nesse sentido, são, na verdade, projeções de discursos (re)criados ao longo do tempo,que se recombinam e procuram construirnovos/outrosefeitos desentido (BAKHTIN, 1984; FIORIN, 2006; MEY, 2001). Analisar a matriz curricular da referida licenciatura nos ajuda a compreender os movimentos de silenciamento e/ou vozeamento das discussões sobre gênero e diversidade no currículo da licenciatura e da formação de professores na medida em que fazemos um
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares na formação do professor: Questões de diversidade na licenciatura em ciências humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732747contraponto com as informações no ementário. Partimos do princípio de que as recomendações da ementa são de extrema importância ao entedimento do componente curricular, da sua funcionalidade no escopo formativo(BAKHTIN, 1984; ORLANDI, 1996; TEZZA, 2005).No contexto deste trabalho, a análise do discurso pode colaborar na compreensão das disjunções de vozes e de poder no currículo a partir das questões de gênero e diversidade sexual, partindo do princípio de que as pessoas que pertencem à comunidade LGBTQIA+ são historicamente periferizadas socialmente. Em outras palavras, os estudos em análise do discurso podem nos ajudar a entender em que medida as identificações curriculares mapeadas no PPC da licenciatura focalizada semiotizam vozes desses sujeitos silenciados no decorrer do percurso histórico.Em suma, o diálogo teórico travado neste artigo nos ajuda a pensar as diretrizes de um currículo de maneira mais abrangente. Isso significa dizer que pode nos oferecer mais intrumentosde análise capazesdemapear os discursos do currículo de maneira a pensá-lo como tensionador e problematizador das ideologias. Metodologia da PesquisaA licenciatura em Ciências Humanas ofertada pela UFABC tem como objetivo formar professores com conhecimentos interdisciplinares para atuar na educação básica brasileira como docente das disciplinas ditas “humanas”. Para isso, a referida licenciatura contabiliza doze (12) quadrimestres letivos, sendo distribuídas em 3.252 horas totais (UFABC, 2019).A UFABC é uma instituição pública, da esfera federal, de natureza multicêntrica, pois agrega cursos das áreas de humanas, exatas, ciências sociais e da saúde a partir de uma abordagem interdisciplinar. Localiza-se na região metropolitana do estado de São Paulo, considerando, especificamente, a região conhecida como ABC Paulista. O público da referida instituição é heterogêneo, pois acopla acadêmicos de todas as classes sociais, os quais são originados das mais variadas partes do Brasil. Essa mistura é possibilitada por constituir um grande centro de estudos e pesquisa no país, o que chama a atenção de pessoas de todo o Brasil.A filosofia de pesquisa adotada é de natureza fenomenológica, pois compreendemos que as alterações curriculares propostas no bojo da Licenciatura em Ciências Naturais acometem situações sociais advindas de uma sociedade pós-moderna. Em outros termos, discutir sobre questões de gênero é, na verdade, uma possibilidade de engajamento curricular na efetivação de políticas públicas sobre permanência de pessoas trans no contexto de ensino superior.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI e Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732748Nesse caso, estamos entedendo a Fenomenologia como uma perspectiva dialógica de se entender os fenômenos sociais a partir do recorte de tempo e de espaço em que o homem assume dentro de uma situação social. Nisso, os aspectos fenomenológicos são difundidos por intermédio do próprio fato social,que tende a ser visto como fenômeno a partir do momento em que o entendemos como algo motivado por projeções e intervenções plurais em uma dada sociedade (LAKATOS; MARCONI, 2013; TRIVIÑOS, 1987).A abordagem é qualitativa, partindo do princípio de que o PPC da Licenciatura em Ciências Humanas passou por um tratamento científico a partir da relação entre currículo e sociedade, o que reverbera questões intersubjetivas. Nesse sentido, buscamos um olhar sensível ao engajamento de permanência de pessoas trans no contexto acadêmico da referida universidade, buscando possíveis sentidos entre a matriz curricular analisada e os discursos sociais que envolvem questões de gênero e diversidade sexual. A abordagem qualitativa é caracterizada por uma análise de caráter mais subjetivo, na tentativa de diagnosticar questões motivadoras da existência dos dados. Nesse contexto, faz-se pertinente considerar as influências do meio externo aos dados para que estes possam se fazer existir. Além disso, no contexto de formação de professores, trata-se de uma abordagem que pode viabilizar acaptação de discursos e ideologias importantes à construção de uma postura humanizadora do docente (BORTONI-RICARDO, 2008; PEREIRA; ANGELOCCI, 2021).O tipo de pesquisa é documental, partindo do pressuposto de que estamos entendendo o PPC do referido curso como documento semiotizador de práticas sociais, as quais tentam atender as demandas de formação inicial do professor em Ciências Humanas. Portanto, o PPC se configura como documento na medida em que oferece subsídios necessários ao entedimento do perfil profissional que se pretende formar a partir do recorte temporal e espacial em que estamos imersos. A pesquisa documental é caracterizada por evidenciar aspectos de materialização discursiva dentro de um determinado contexto. Do ponto de vista estrutural, consiste em analisar algum documento que não tenha, ainda, passado por tratamento científico. Já do ponto de vista funcional, é caracterizada pela documentação de esferas intencionais constituídas a partir de algum motivador sociopragmático (LAKATOS; MARCONI, 2013; PEREIRA; ANGELOCCI, 2021).Os dados analisados foram selecionados a partir do mapeamento das ementas do novo PPC da Licenciatura em Ciências Humanas da UFABC. Feito esse redirecionamento, foram escolhidos como dados passíveis de tratamento os componentes curriculares que apontam projeção ao trabalho pedagógico sobre gênero e diversidade em algum âmbito no contexto
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares na formação do professor: Questões de diversidade na licenciatura em ciências humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732749universitário. A ideia era entender os mecanismos curriculares criados para viabilizar a permanência dessas pessoas pelo viés didático-curricular, bem como pela garantia de aprendizagem. Por fim, a análise dos dados foi baseada na análise do discursofrancesa, com o propósito de compreender os efeitos de sentidos deste documento, as relações de poder, bem como as suas formações ideológicas. Resultados e discussão Neste tópico, apresentamos o percurso de descrição e análise dos dados. Aqui, disponibilizamos fragmentos da matriz curricular da Licenciatura em Ciências Humanas ofertadapela UFABC. A ideia é mapear disciplinas que possam oportunizar a discussão sobre gênero e diversidade no contexto de formação inicial da referida licenciatura. OPPC em que constam tais informações apresentam um rol de disciplinas novas, no âmbito de sua implantação, as quais são seguidas pelo seu respectivo ementário. Os quadros em que estas informações estão expressas são constituídos por duas (02) colunas, sendo: a) o nome da disciplina; b) a ementa e os objetivos que norteiam o referido componente curricular. Como formação complementar, trazemos à baila também o quadrimestre em que as referidas disciplinas são ofertadas, pois entendemos que a contextualização pode ser relevante fator na construção de sentidos. O Quadro 01 apresenta o contexto curricular do componente “Educação em Direitos Humanos”, o primeiro detectado seguindo os critérios de seleção dos dados de pesquisa. Trata-se de uma disciplina de 48h,não tendo o seu quadrimestre de oferta indicado no PPC da licenciatura focalizada. Quadro 1Ementa e Objetivo da disciplina Educação em Direitos HumanosDisciplinaEmenta/ObjetivoEducação Em Direitos HumanosEmenta: Educação em direitos humanos: conceito, teoria, metodologia, práticas e vivências. Marcos legais da educação em direitos humanos no Brasil e no mundo. Escola como espaço de socialização e formação para contribuir para o conhecimento dos direitos fundamentais. Direitos humanos: currículo, formação continuada e projeto pedagógico. Cultura de direitos humanos: questões de gênero, inclusão/ acessibilidade, diversidade sexual, etnia, cultura, geração e crenças religiosas. Formas de combate ao bullyingna escola.A universalidade, indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos. O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos e seus eixos: educação básica, ensino superior, mídia, educação não formal e segurança/justiça.Objetivo: Apresentar e compreender as principais concepções teóricas, práticas e metodológicas sobre a educação em direitos humanos. Estudar os marcos legais da
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI e Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732750educação em direitos humanos. Compreender as relações entre direitos humanos e educação. Sensibilizar o espaço escolar para as questões relacionadas aos direitos humanos, como discussões sobre gênero, inclusão, diversidades, etnias, cultural, crenças religiosas, bullying.Fonte: PPC do curso de Ciências Humanas da UFABC (2019, p. 113)Os direitos humanos, enquanto vertente do saber científico, sãofrequentemente utilizadospara complexificar relações de poder a partir da marginalização de algum grupo social. Nesse contexto, dizemos “marginalização” no sentido de considerar um determinado grupo “subalterno” a outro dentro de um recorte de tempo e espaço, mediado por relações humanas. Assim, assumem uma postura discursiva a partir da dicotomia subordinante versus subordinado (SARTORI, 2020, 2022).Ao serem disciplinarizadospelas Políticas do Currículo, os direitos humanos conquistam um espaço a partir do reconhecimento da fragilização de minorias que estão à margem do sistema educacional e social mais amplo. Nesse caso, não se encaixam apenas as discussões sobre gênero, mastambém as investigações sobre intolerância religiosa, cultural, bem como as assimetrias entre incluir e excluir socialmente um grupo de pessoas ou mesmo um sujeito (ARROYO, 2013; PACHECO, 2009; SARTORI, 2022). De acordo com o quadro acima, o referido componente curricular apresenta uma tentativa de instruir o aluno-mestre a respeito de toda a parte históricadosdireitos humanos no Brasil e no mundo. Além disso, mantém um diálogo com os direitos fundamentais ao propor uma discussão acerca de questões de gênero e seus efeitos sociais, considerando, para isso, questões de interdependência das relações humanas. No bojo da formação inicial aqui referida, não restam dúvidas de que estes eixos são basilares à formação docente. Entretanto, o ementário não evidencia em que medida tais diretrizes podem ajudar na leitura e na construção de sentidos das práticas escolares. A lacuna deixada entre teoria e prática, neste aspecto, gera umapossibilidade de interferências que podem ser sanadas ou intensificadas pela atuação do docente, uma vez que este pode sentir-se não totalmente instruído pela matriz curricular (LÜDKE; BOING, 2012; TARDIF, 2000).A teorização descrita acima pode, do ponto de vista discursivo, alimentar a ideia de relativização da discussão sobre gênero, uma vez que a presença desta temática na ementa é vista como ponto integrante da disciplina e não obrigatório, tal como sugere o título do componente. Essa disjunção de perspectivas enunciativas acaba deixando implícita uma espécie de silenciamentodos aspectos de inclusão do gênero, pois este é proposto a partir de um entendimento estanque (ORLANDI, 1996; TEZZA, 2005).
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares na formação do professor: Questões de diversidade na licenciatura em ciências humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732751Entendemos o referido componente curricular como um expressivo avanço nas Políticas Curriculares. Todavia, ainda é preciso avançarnesse sentido, pois questões sobre gênero e diversidade são propostas ainda de maneira bastante genérica. Isso, por sua vez, semiotiza um currículo em transição, o que aparenta dificuldades em conferir ideia de unidade aos assuntos propostos na ementa. OQuadro 02 apresenta o contexto curricular do componente “Diversidades e Cultura no Mundo Ocidental”, o segundo detectado seguindo os critérios de seleção dos dados de pesquisa. Trata-se de uma disciplina de 48h,não tendo o seu quadrimestre de oferta indicado no PPC da licenciatura focalizada. Quadro 2 Ementa e ObjetivoDisciplinaEmenta / ObjetivoDiversidades e Cultura no Mundo Ocidental Ementa: As diversidades culturais no mundo ocidental. Cultura, identidade e diversidades. Etnicidade e multiculturalismo. Teorias do multiculturalismo. A pluralidade cultural e a Educação. A descolonização cultural como ferramenta política libertária.Objetivo: Compreender a diversidade cultural do mundo ocidental através da reflexão sobre a pluralidade cultural e epistemológica e as teorias decoloniais.Fonte: PPC do curso de Ciências Humanas da UFABC (2019, p. 113)Entender o mundo ocidental é viga mestra para se compreender também questões de relação e de comportamento da sociedade em que vivemos. Partindo dessa premissa, mapear questões a respeito da cultura de um povo nos ajuda a caracterizar o processo de colonização ideológica, fracamente influente nas tomadas de decisão do Estado e das políticas públicasa partir de uma perspectiva dialógica(BAKHTIN, 1984; FREIRE, 2004). Ao ser disciplinarizada, a diversidade ganha status de importância no currículo, possibilitando, mais densamente, uma discussão sobre cultura e multiculturalismo de uma maneira mais efetiva. Entendemos que isso pode ser um avanço, pois questões de gênero poderiam ser levadas em voga considerando um percurso histórico e ideológico galgado no colonialismo e na relação dicotômica (SILVA, 2006; SACRISTAN, 2000). Em outras palavras, aqui, temos um efeito de sentido em que o currículo não é neutro, pois é marcado por posições ideológicas e por formações discursivas que reverberam na prática pedagógica e na relação dialética com o outro.Conforme o Quadro 02, o referido componente curricular apresenta umaexpressiva preocupação em discutir aspectos ligados ao multiculturalismo e à etnicidade, ao tomar o processo de descolonização como discurso libertário. Issorepresenta um panorama de
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI e Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732752discussões maiores, as quais podem ser estabelecidas em sala de aula por intermédio dos tópicos elencados na ementa. No bojo da formação inicial aqui referida, tais eixos são de suma importância à construção social do docente. Todavia, o ementário parece não relacionar explicitamente à construção reflexiva do professor, algo fundamental para que tais relações de (des)conolização no mundo atual possam ser efetivadas. Assim, pensar o professor capaz de estabelecer diálogo com o ideal de descolonização é entender que a formação docente deva ser reflexiva e crítica em sua essência, em que a importância do conteúdo não deve se sobrepor ao seu entendimento como princípio catalisador da formação docente (DINIZ-PEREIRA, 2011; LÜDKE; BOING, 2012). Do ponto de vistadiscursivo, compreender o multiculturalismo e seus desdobramentos não nos faz, necessariamente, aptos a discutir suas disjunções. Em outras palavras, o desfocamento da prática social a partir desse tema pode induzir o aluno àassimilação de discursos teóricos expressivos, mas sem muita concomitância com o que propõemos aparelhos sociais vigentes em uma situação enunciativa. Em outras palavras, parece haver um esvaziamento da discussão de gênero nesse escopo, o que retoma à ideia macrocaracterizadora de um currículo ainda bastante presoà ideia do conteúdo de maneira isolada (FIORIN, 2006; PEREIRA, 2020). Em suma, o referido componente curricular evidencia uma tentativa de avanço no que compete às reformulações curriculares,indo ao encontro do que preveem as políticas de cotas e dos direitos humanos (BRASIL, 1996). Por outro lado, parece focar em um viés de apresentação do conteúdo, sem muita articulação com questões de diversidade sexual mais diretamente. Essa abrangência parece apontar para vários desdobramentos de discussões, o que acaba evitando um engajamento político e identitário do currículo. Considerações finais A matriz curricular focalizada neste artigo indica uma licenciatura em transição. Este movimento transitório é bastante característico da própria complexidade da estrutura social pós-moderna, a qual procura se alojar em diversos lugares ao mesmo tempo. Aqui, estamos entendendo o ato complexo a partir de Morin (2011), que nos convida a pensar sobre os desencontros ideológicos nas relações sociais. Os resultados revelaram que os componentes curriculares, os quais contemplam questões de gênero e diversidade em seu bojo, ainda se encontram bastante embrionários, o que
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares na formação do professor: Questões de diversidade na licenciatura em ciências humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732753caracteriza uma política curricular em transição. Isso, por sua vez, pode significar um avanço se considerarmos a tentativa de redirecionamento das políticas públicas que envolvem a atuação do currículo. Entretanto, consideramos também que há muito a ser feito, especialmente para que seja encontrado um balanceamento entre as políticas de cotas de ingresso de acadêmicos travestis e transexuais ofertadas pela própria instituição mencionada. Nesse sentido, percebemos uma tentativa do currículo analisado em discutir questões sobre gênero e diversidade sexual. Entretanto, estas discussões ainda parecem estar ilhadas a uma tendência heteroformalista, já cristalizada nas bases sociais do país. Isso porquehá poucas relações entre as diretrizes gerais dos componentes curriculares à temática da diversidade como um todo. A partir disso, retomamos apergunta de pesquisa: Como identificar possíveis contribuições das políticas curriculares a respeito das questões de gênero e diversidade sexual no desenho curricular da Licenciatura em Ciências Humanas ofertada pela Universidade Federal do ABC? Esta, por sua vez, foi respondida no decorrer da discussão dos resultados. Asanálises refletem um currículo em transição,que acaba por não contribuircom a permanência dos acadêmicos transexuais e travestis do ponto de vista pedagógico, pois estes, uma vez ingressos pelo sistema de cotas(UFABC, 2019), podem não se enxergar na estrutura curriculardeste grupo. Assim, a discussão sobre sua permanência torna-se algo deslocado no ambiente universitário (SARTORI, 2020, 2022). Por fim, esperamos contribuir com investigações vindouras, as quais versem sobre aspectos de permanência de acadêmicos transexuais por intermédio de políticas curriculares satisfatóriasna perspectiva de uma educação inclusiva de todos/todas/todes. Consideramosque um currículo mais receptivo à discussão sobre gêneros e diversidade pode colaborar para a formação de um aluno-mestre mais engajado no que compete aos direitos humanos, o que pode refletir na construção profissional de um docente não conivente com quaisquer tipos de violência homofóbica no contexto educacional.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI e Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732754REFERÊNCIASARROYO, M. G. Currículo: Território em disputa. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.BAKHTIN, M. Problems of Dostoevsky’s Poetics. London: University of Minnesota Press, 1984.BAUMAN, Z. Amor Líquido: Sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 2004.BAUMAN, Z. Vida para o Consumo: A transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2008.BORTONI-RICARDO, S. M. O professor pesquisador: Introdução à pesquisa qualitativa. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. BRASIL. Lei n.9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 29 set. 2016.DINIZ, A. L. S. Práticas de leitura propostas por professores na formação inicial em diferentes licenciaturas: Investigando relatórios de estágio supervisionado. 2012. Dissertação (Mestrado em Letras: Ensino de Língua e Literatura) Universidade Federal do Tocantins, Araguaína, TO, 2012. Disponível em: https://repositorio.uft.edu.br/handle/11612/179. Acesso em: 13 jan. 2021.DINIZ-PEREIRA, J. E. A prática como componente curricular na formação de professores. Revista Educação, Santa Maria, n. 2, v. 36, p. 203-218, maio/ago. 2011. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/index.php/reveducacao/article/view/3184. Acesso em: 23 fev. 2021.FAZENDA, I. Interdisciplinaridade-Transdisciplinaridade: Visões culturais e epistemológicas. In: FAZENDA, I (org.). O que é Interdisciplinaridade? São Paulo: Editora Cortez, 2008.FIORIN, J. L. Introdução ao Pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006.FOUCAULT, M. Em Defesa da Sociedade. Curso no Collège de France, 1975-1976. São Paulo: Martins Fontes, 2005.FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2004.KLEIMAN, A. Projetos dentro de projetos: Ensino-Aprendizagem da escrita na formação de professores de nível universitário e de outros agentes de letramento. SCRIPTA, Belo Horizonte, v. 13, n. 24, p. 17-30, jul. 2009. Disponível em:http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/4389. Acesso em: 28 abr. 2021.LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos da Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2013.
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares na formação do professor: Questões de diversidade na licenciatura em ciências humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732755LIBERALI, F. C.; MAGALHÃES, M. C. C.; ROMERO, T. R. S. Autobiografia, Diário e Sessão Reflexiva: Atividades na formação crítico-reflexiva de professores. In: BARBARA, L.; RAMOS, R. C. G. (org.). Reflexão e Ações no Ensino-Aprendizagem de Línguas. Campinas,SP: Mercado de Letras, 2003.LIMA, S. R. A. Mais Reflexão, Menos Informação. In.: FAZENDA, I. (org.). O que é Interdisciplinaridade. São Paulo: Editora Cortez, 2008.LÜDKE, M.; BOING, L. A. Do trabalho à formação de professores. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 42, n.146, p. 428-451, maio/ago. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cp/a/kJjbtTzvSsHVY5gf5vnRPRk/abstract/?lang=pt. Acesso em: 23 abr. 2021.MEY, J. L. AsVozes da Sociedade: Seminários de Pragmática. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2001.MORIN, E. Introdução ao Pensamento Complexo. 4. ed. Porto Alegre: Editora Sulina, 2011.ORLANDI, E. P. Discurso e Leitura. São Paulo: Cortez, 1996.PACHECO, J. A. Currículo: Entre teorias e métodos. Cadernos de Pesquisa, São Luís, v. 39, n. 39, p. 383-400, maio/ago. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/cp/a/jbZsTv3hJLzp9hHcG9ngxDK/?format=html&lang=pt. Acesso em: 25 jan. 2021.PEREIRA, B. G. Dialogismo Bakhtiniano em confluência com a sociopragmática dinamarquesa: Perspectivas em linguística aplicada. Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 11, p. 89531-89543, nov. 2020. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/20102. Acesso em: 03 fev. 2022.PEREIRA, B. G.; ANGELOCCI, M. A. Metodologia da Pesquisa. Pará de Minas, MG: Editora VirtualBooks, 2021. SACRISTAN, J. G. O Currículo: Uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.SARTORI, T. L. Educação, direitos humanos e violência homofóbica no ambiente escolar: A concepção dos gestores. 2020. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, São Paulo, 2020. Disponível em: https://webmail.uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/arquivo/672. Acesso em: 27 mar. 2021.SARTORI, T. L. Análise da educação brasileira em face ao estudo da sexualidade: marginalização da educação sexual na BNCC. Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/doxa/article/view/15558. Acesso em: 11 mar. 2022.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI e Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732756SILVA, T. T. O Currículo como Fetiche: A poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.TARDIF, M. Saberes profissionais dos professores e conhecimentos universitários. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 13, p. 05-24, jan./abr. 2000. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=s1413-24782000000100002&script=sci_abstract. Acesso em: 15 abr. 2021.TEZZA, C. A Construção de vozes no romance. In.: BRAIT, B. Bakhtin: Dialogismo e construção do Sentido. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2005.TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: A pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.UFABC. Universidade Federal do ABC. Proposta Política Curricular do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas. São Bernardo do Campo, SP: UFABC, 2019.ZEICHNER, K. M. Uma análise crítica sobre a reflexão como conceito estruturante na formação docente. Revista Educação e Sociologia, Campinas, v. 29, n. 103, p. 535-554, ago. 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/bdDGnvvgjCzj336WkgYgSzq/abstract/?lang=pt. Acesso em: 18 fev. 2021.
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares na formação do professor: Questões de diversidade na licenciatura em ciências humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, oct./dic. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732757Como referenciar este artigoSARTORI. T. L.; PEREIRA, G. G. Políticas públicas curriculares na formação do professor: Questões de diversidade na licenciatura em ciências humanas. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2757, out./dez. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.17173Submetido em: 27/12/2021Revisões requeridas em: 19/03/2022Aprovado em: 14/09/2022Publicado em: 30/12/2022Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.Revisão, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares en la formación docente: Cuestiones de diversidad en la licenciatura en ciencias humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct. /dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732741POLÍTICAS PÚBLICAS CURRICULARES EN LA FORMACIÓN DOCENTE: CUESTIONES DE DIVERSIDAD EN LA LICENCIATURA EN CIENCIAS HUMANASPOLÍTICAS PÚBLICAS CURRICULARES NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR: QUESTÕES DE DIVERSIDADE NA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS HUMANASCURRICULAR PUBLIC POLICIES IN TEACHER FORMATION: DIVERSITY ISSUES IN HUMANITIES UNDERGRADUATE PROGRAMSThiago Luiz SARTORI1Bruno Gomes PEREIRA2RESUMEN: Este artículo tiene como objetivo identificar posibles contribuciones de las políticas curriculares sobre cuestiones de género y diversidad sexual en el diseño curricular de la Licenciatura en Ciencias Humanas ofrecida por una institución de educación superior federal, ubicada en la región metropolitana del Estado de São Paulo. La base teórica se encuentra en el campo interdisciplinario de la formación inicial del profesorado, aquí llamados estudiantes de maestría, con una interfaz entre las teorías curriculares y el análisis del discurso francés. La metodología de investigación se caracteriza por ser documental con un enfoque cualitativo, partiendo del principio de que analizamos la Propuesta Curricular Pedagógica (PCP) de la licenciatura antes mencionada. Los análisis revelaron que los componentes curriculares que contemplan en su núcleo las cuestiones de género y diversidad son todavía muy embrionarios, lo que caracteriza una política curricular en transición.Esto se considera un fuerte remanente de un currículo heteroformativo y fuertemente tradicional, algo bastante latente en las políticas públicas brasileñas.PALABRAS CLAVE: Formación inicial del profesorado. Políticas públicas. Propuesta pedagógica curricular.RESUMO:Este artigo tem como objetivo identificar possíveis contribuições das políticas curriculares a respeito das questões de gênero e diversidade sexual no desenho curricular da Licenciatura em Ciências Humanas ofertada por uma instituição de ensino superior federal, localizada na região metropolitana do estado de São Paulo. A fundamentação teórica está alojada no campo interdisciplinar da formação inicial de professores, aqui denominados como alunos-mestres, com interface entre as teorias do currículo e a análise do discurso francesa. A metodologia de pesquisa caracteriza-se como documental de abordagem qualitativa, partindo do princípio de que analisamos a Proposta Pedagógica Curricular (PPC) da referida 1Universidad Anhanguera de São Paulo (UNIAN), São Paulo SP Brasil. Profesor. Estudiante de doctorado en Cambio Social y Participación Política(USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8295-0661. E-mail: tlsartori@hotmail.com2Universidad Anhanguera de São Paulo (UNIAN), São Paulo SP Brasil. Profesor. Consejerodel Instituto de Investigación y Educación Continua (USP). Doctorado en Enseñanza de Lenguas y Literatura (Estudios Lingüísticos) (UFT). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4083-3210. E-mail: brunogomespereira_30@hotmail.com
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI y Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct./dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732742licenciatura. As análises revelaram que os componentes curriculares que contemplam questões de gênero e diversidade em seu bojo ainda se encontram bastante embrionários, o que caracteriza uma política curricular em transição. Considera-se que esseseja um forte resquício de um currículo heteroformativoe fortemente tradicional, algo bastante latente nas políticas públicas brasileiras. PALAVRAS-CHAVE:Formação inicial do professor. Políticas públicas. Proposta pedagógica curricular. ABSTRACT: This article aims to identify possible contributions of curricular policies regarding gender and sexual diversity issues in the curricular design of the Degree in Human Sciences offered by a federal higher education institution, located in the metropolitan region of the State of São Paulo. The theoretical foundation is housed in the interdisciplinary field of initial teacher formation, here called master students, with an interface between curriculum theories and French discourse analysis. The research methodology is characterized as documentarywith a qualitative approach, based on the principle that we analysedthe Pedagogical Curriculum Proposal (PCPin the Portuguese acronym) of the aforementioned degree. The analysesrevealed that the curricular components that contemplate gender and diversity issues in their core are still very embryonic, which characterizes a curricular policy in transition.This is considered to be a strong remnant of a heteroformative and stronglytraditional curriculum, something quite latent in Brazilianpublic policies.KEYWORDS: Initial teacher formation. Public policy. Curricular pedagogical proposal.Introducción La investigación sobre la formación inicial del profesorado se ha consolidado como un problema de interés en diversas áreas del conocimiento humano, a partir del principio de su articulación inherente con cuestiones políticas, ideológicas e históricas. En este sentido, podemos enfatizar las demandas emergentes sobre la relativización de los maestros críticos y reflexivos, desplegadas desde la percepción liberadora freiriana (FREIRE, 2004; LIBERALI; MAGALHÃES; ROMERO, 2003). En medio de una sociedad llamada "líquida", en términos de Bauman (2008, 2004), piense en la formación inicial del maestro, aquí llamada comoalumno-maestro, infunde una mirada sensible arespeto por el desempeño futuro de este profesional en formación conel mercado laboral.En otras palabras, una de las posibilidades emergentes en el ámbito investigativo de la formación inicial del profesorado está relacionada con la preocupación por formar un profesional más comprometido con los temas de derechos humanos, desde una perspectiva más humanizadora. Por lo tanto, pensar en políticas públicas que involucren el currículo se vuelve cada vez más relevante (DINIZ, 2012; FREIRE, 2004).
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares en la formación docente: Cuestiones de diversidad en la licenciatura en ciencias humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct. /dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732743En un intento por mapear el compromiso de las políticas públicas en la formación inicial de un docente articulado a las demandas emergentes de una sociedad fluida, este artículo tiene como objetivo identificar posibles contribuciones de las políticas curriculares en materia de género y diversidad sexual en el diseño curricular de la Licenciatura en Ciencias Humanas ofrecida por la Universidad Federal del ABC.Es una institución de educación superior pública y federal, de carácter multidisciplinario, ubicada en la región metropolitana del estado de São Paulo. La base teórica se encuentra en el campo interdisciplinario de la formación inicial del profesorado con una interfaz entre las teorías curriculares y el análisis del discurso francés. Asumimos que una investigación que promueve un diálogo eficiente entre diferentes áreas del conocimiento humano puede responder más satisfactoriamente a las demandas de la investigación. Estamos entendiendo por "campo interdisciplinario" la zona dialógica y dialéctica entre áreas relacionadas del conocimiento humano, que pueden entrar en confluencia y, a través de esto, ampliar las discusiones teóricas. Esto, a su vez, contribuye a una visión del todo y no de la parte, al entender las relaciones de las ideas como un sistema conversacional (FAZENDA, 2008; LIMA, 2008).La metodología de investigación se caracteriza como enfoque cualitativo documental, asumiendo que analizamos la Propuesta Pedagógica Curricular (PPC) de dicha titulación. Entendemos que este enfoque de investigación y el tipo de investigación pueden presentar evidencias consistentes con el contexto social actual que permea las relaciones en el campo de la educación, sirviendo como un soporte relevante para la construcción del proceso científico (BORTONI-RICARDO, 2008; PEREIRA; ANGELOCCI, 2021; LAKATOS; MARCONI, 2013; TRIVIÑOS, 1987). Por lo tanto, podemos enumerar el siguiente problema de investigación: ¿Cómo identificar posibles contribuciones de las políticas curriculares en materia de género y diversidad sexual en el diseño curricular de la Licenciatura en Ciencias Humanas ofrecida por la Universidad Federal del ABC? Además de esta Introducción, Consideraciones finales y Referencias, este artículo consta de las siguientes secciones: Políticas curriculares en la formación docente: el currículo como lucha de poder, en el que presentamos los conocimientos teóricos movilizados en este trabajo; Metodología de la investigación,en el que describimos la ruta de recolección de datos; e Resultados y Discusión,dirigido al tratamiento del corpus de análisis.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI y Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct./dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732744Políticas Curriculares en la Formación de Profesores: el Currículo como Lucha de PoderPara entender el currículo como una especie de instrumento semiotizadorde prácticas discursivas en el contexto de la formación inicial del profesorado, es necesario tener en cuenta toda la construcción ideológica que lo rodea, desde aspectos ideológicos hasta cuestiones políticas que lo contextualizan. En este sentido, en este artículo, el fundamento teórico que utilizamos es de naturaleza interdisciplinaria y opera en la interfaz entre la formación inicial del profesorado, las políticas curriculares y el análisis del discurso francés. El movimiento interdisciplinario al que nos referimos puede entenderse mejor a partir de lo representado en la figura 01, en la que ilustramos los movimientos conversacionales propuestos por estas áreas del conocimiento. Figura 1 -Movimientos interdisciplinariosFuente: Elaborado por los autoresLa figura 01 consta de tres (03) esferas que se interconectan a través de zonas fronterizas superpuestas. Estos, a su vez, presentan información convergente que puede ser utilizada de manera complementaria y, con esto, desarrollan discusiones que pueden responder satisfactoriamente al problema de investigación. Es precisamente en estas fronteras donde se alojan nuestras proyecciones científicas y construyen significados desde la perspectiva de la matriz curricular que analizamos. Políticas CurricularesAnálisis del DiscursoFormación de Profesores
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares en la formación docente: Cuestiones de diversidad en la licenciatura en ciencias humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct. /dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732745Con respecto a las políticas curriculares, ubicadas en la esfera amarilla, nos interesa la idea del currículo como un espacio de demandas de poder3, en el que las propuestas de disciplinas curriculares semiotizan aspectos de dominación ideológica de consecuencias asimétricas de significados. En otras palabras, se nos importa el concepto de currículo como demostración de un espacio de conflicto que, de alguna manera, representa choques ideológicos sociales (ARROYO, 2013; PACHECO, 2009; SILVA, 2006; SACRISTAN, 2000), como proponemos en este artículo.En este sentido, buscamos ir más allá de las políticas públicas de acceso y permanencia de personas transexuales y travestis ofrecidas al momento de ingreso de los estudiantes en el grado enfocado, a pesar de que esta política es muy representativa de la comunidad LGBTQIA+4. En otras palabras, no discutimos el progreso que esto representa. Sin embargo, nuestro interés por el plan de estudios se expresa en el sentido de que entendemos que puede ofrecer otras respuestas más desafiantes sobre el aspecto de la permanencia en el ámbito universitario promovido por las cuotas para travestis y transexuales en el contexto de la titulación enfocada, habiendo comenzado en 2018, específicamente. Las Políticas Curriculares son vistas, en este sentido, como elementales para la estructura y funcionamiento de la educación superior, ya que materializan los intereses del Estado en relación con las leyes que rigen y sistematizan los componentes curriculares. En otras palabras, buscamos una convergencia entre diferentes políticas públicas: cuotas y currículo, ya que operan de manera sistémica y complementaria (SARTORI, 2022; SILVA, 2006). Cuando revisamos la figura 01, con respecto a la formación docente, en la esfera azul, nuestro interés radica en las discusiones sobre la formación inicial, especialmente en lo que respecta a la construcción del maestro crítico y reflexivo.En este caso, es pertinente afirmar que se trata de supuestos freireanos ya difundidos cuando se trata de ayudar a formar un profesional que entienda la enseñanza como un instrumento de politización y factibilidad de las prácticas de derechos humanos (DINIZ-PEREIRA, 2011; KLEIMAN, 2009; LÜDKE; BOING, 2012; TARDIF, 2000). Estamos entendiendo al maestro reflexivo en el contexto de su formación inicial como aquel que logra establecer el razonamiento de "reflexión-acción-reflexión" (ZEICHNER, 2008) desde su práctica pedagógica. En este sentido, el acto de reflexionar y ser crítico está 3La definición de poder que traemos aquí se basa en Foucault (2005). Para el autor, las disputas de poder nos llevan a comprender disyunciones sociales históricamente marcadas, que, a su vez, están muy extendidas en todas las relaciones humanas. 4Acrónimo utilizado para definir Lesbiana, Gay, Bisexual, Transgénero, Queer, Cuestionamiento, Intersexual, Curioso, Asexual, Aliados, Pansexual, Polisexual, Familia, 2-espíritu y Kink.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI y Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct./dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732746directamente relacionado con lo que se espera que el docente desarrolle en lo que es responsable del ejercicio de procesos de aprendizaje políticamente comprometidos y transformadores (DINIZ-PEREIRA, 2011). La idea de educación transformadora parece converger con el diseño propuesto por los derechos humanos, que luchan por garantizar el bienestar del sujeto en la sociedad de manera igualitaria y humanizadora. Por lo tanto, propone construcciones sociales que permiten el acceso a una educación resignificaday socialmente comprometido, algo entendido como básico y esencial para la práctica humana (SARTORI, 2020, 2022). A partir de esta reflexión, en lo contextualizado, presentado, el currículo juega un papel primordial en el contexto de la formación inicial del profesorado cuando entendemos que la disposición de los componentes curriculares ayuda a construir el perfil deeste profesional, con énfasis en la cosmovisión que agrega y, por lo tanto, tiende a moldear las actitudes de este maestro con la sociedad. En este sentido, la presencia, o no, de disciplinas que se ocupan del género o la diversidad nos ayudan a entender la anatomía de un docente que tenderá a colaborar, o minimizar, situaciones de violencia homofóbica en contextos formales de educación. Una vez más, cuando revisamos la Figura 01, identificamos el análisis del discurso en la esfera verde. Es un área de los estudios lingüísticos tradicionalmente conocida por sus aportes en el proceso de investigación sobre los efectos de los significados a partir de la proyección de alguna acción socialmente contextualizada, que en el análisis del discurso podemos entender como un evento. De esto, nos interesan las prácticas discursivas implícitas en la coyuntura curricular, para ofrecernos instrumentos capaces de diagnosticar formaciones discursivas e ideológicas (FIORIN, 2006; ORLANDI, 1996; PEREIRA, 2020; TEZZA, 2005). Al analizar los componentes curriculares, esta acción requiere de los investigadores una visión discursiva, porque, de esta manera, es posible mapear discursos de voz o silenciamiento de temas relacionados con géneros y diversidad. En este caso, utilizamos las vistas de voz de los estudios discursivos, responsables de tensionar, problematizar y comprender el lugar donde habla el sujeto discursivo. En este sentido, son, de hecho, proyecciones de discursos (re)creados en el tiempo, que se recombinan y buscan construir nuevos/otros efectos de significado (BAKHTIN, 1984; FIORIN, 2006; MEY, 2001). Analizar la matriz curricular de esta titulación nos ayuda a entender los movimientos de silenciamiento y/o voz en off de las discusiones sobre género y diversidad en el currículo de la titulación y la formación del profesorado en la medida en que hacemos un contrapunto con la información de los menús. Asumimos que las recomendaciones del menú son extremadamente
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares en la formación docente: Cuestiones de diversidad en la licenciatura en ciencias humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct. /dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732747importantes para el entendimiento del componente curricular, su funcionalidad en el ámbito formativo (BAKHTIN, 1984; ORLANDI, 1996; TEZZA, 2005).En el contexto de este trabajo, el análisis del discurso puede colaborar en la comprensión de las disyunciones de voz y poder en el currículo basado en cuestiones de género y diversidad sexual, asumiendo que las personas pertenecientes a la comunidad LGBTQIA + son históricamente periféricas socialmente. En otras palabras, los estudios en el análisis del discurso pueden ayudarnos a comprender hasta qué punto las identificaciones curriculares mapeadas en el PPC del grado enfocado semiotizan las voces de estos sujetos silenciadas a lo largo del curso histórico. En una opinión, el diálogo teórico en este artículo nos ayuda a pensar en las pautas de un currículo de una manera más integral. Esto significa que puede ofrecernos más instrumentos de análisis capaces de mapear los discursos del currículo para pensarlo como tensor y problematizador de ideologías. Metodología de la investigaciónLa licenciatura en Ciencias Humanas ofrecida por la UFABC tiene como objetivo formar profesores con conocimientos interdisciplinarios para actuar en la educación básica brasileña como docente de las llamadas disciplinas "humanas". Para ello, esta titulación cuenta con doce (12) escuelas de cuatro másteres, distribuidas en un total de 3.252 horas (UFABC, 2019).La UFABC es una institución pública, desde el ámbito federal, de carácter multicéntrico, porque agrega cursos en las áreas de humanidades, exactas, ciencias sociales y salud desde un enfoque interdisciplinario. Se encuentra en la región metropolitana del estado de São Paulo, considerando específicamente la región conocida como ABC Paulista. El público de esta institución es heterogéneo, porque involucra a académicos de todas las clases sociales, que provienen de las más variadas partes de Brasil. Esta mezcla es posible por constituir un gran centro de estudios e investigaciones en el país, que llama la atención de personas de todo Brasil.La filosofía de investigación adoptada es de naturaleza fenomenológica, porque entendemos que los cambios curriculares propuestos en el abultamiento del Grado en Ciencias Naturales afectan a situaciones sociales resultantes de una sociedad posmoderna. En otras palabras, discutir temas de género es, de hecho, una posibilidad de participación curricular en la implementación de políticas públicas sobre la permanencia de las personas trans en el contexto de la educación superior.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI y Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct./dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732748En este caso, estamos entendiendo la Fenomenología como una perspectiva dialógica de comprensión de los fenómenos sociales a partir del recorte de tiempo y espacio en el que el hombre asume dentro de una situación social. En esto, los aspectos fenomenológicos se difunden a través del propio hecho social, que tiende a ser visto como un fenómeno desde el momento en que lo entendemos como algo motivado por proyecciones e intervenciones plurales en una sociedad dada (LAKATOS; MARCONI, 2013; TRIVIÑOS, 1987).El enfoque es cualitativo, asumiendo que el PPC del Grado en Ciencias Humanas ha sido sometido a un tratamiento científico a partir de la relación entre currículo y sociedad, que repercute en cuestiones intersubjetivas. En este sentido, buscamos una miradasensible al compromiso de permanencia de las personas trans en el contexto académico de esta universidad, buscando posibles significados entre la matriz curricular analizada y los discursos sociales que involucran temas de género y diversidad sexual. El enfoque cualitativo se caracteriza por un análisis más subjetivo, en un intento de diagnosticar cuestiones motivadoras de la existencia de los datos. En este contexto, es pertinente considerar las influencias del entorno externo a los datos para que puedanexistir. Además, en el contexto de la formación docente, es un enfoque que puede permitir la captura de discursos e ideologías importantes para la construcción de una postura humanizadora del profesor (BORTONI-RICARDO, 2008; PEREIRA; ANGELOCCI, 2021).El tipo de investigación es documental, partiendo del supuesto de que estamos entendiendo el PPC de este curso como un documento semineutralizador de las prácticas sociales, que tratan de satisfacer las demandas de formación inicial del profesor en ciencias humanas. Por tanto, el PPC se configura como un documento en la medida en que ofrece subvenciones necesarias al entendimiento del perfil profesional que se pretende formar desde la perspectiva temporal y espacial en la que estamos inmersos. La investigación documental se caracteriza por la evidencia de aspectos de materialización discursiva dentro de un contexto dado. Desde un punto de vista estructural, consiste en analizar un documento que aún no ha sido sometido a tratamiento científico. Desde el punto de vista funcional, se caracteriza por la documentación de esferas intencionales constituidas a partir de algún motivador sociopragmático (LAKATOS; MARCONI, 2013; PEREIRA; ANGELOCCI, 2021).Los datos analizados fueron seleccionados a partir del mapeo de los menús del nuevo PPC de la Licenciatura en Ciencias Humanas de la UFABC. Después de esta redirección, los componentes curriculares que apuntan la proyección al trabajo pedagógico sobre género y diversidad en algún contexto en el contexto universitario fueron elegidos como datos
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares en la formación docente: Cuestiones de diversidad en la licenciatura en ciencias humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct. /dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732749susceptibles de ser tratados. La idea era comprender los mecanismos curriculares creados para posibilitar la permanencia de estas personas por el sesgo didáctico-curricular, así como por la garantía del aprendizaje. Finalmente, el análisis de los datos se basó en el análisis del discurso francés, con el propósito de comprender los efectos de los significados de este documento, las relaciones de poder, así como sus formaciones ideológicas. Resultados y discusión En este tema, presentamos la ruta de descripción y análisis de los datos. Aquí, proporcionamos fragmentos de la matriz curricular de la Licenciatura en Ciencias Humanas ofrecida por la UFABC. La idea es mapear disciplinas que puedan proporcionar oportunidades para la discusión sobre género y diversidad en el contexto de la formación inicial de este grado. El PPC en el que se incluye dicha información presenta una lista de nuevas disciplinas, dentro del alcance de su implementación, que son seguidas por sus respectivos menús. Las tablas en las que se expresa esta información constan de dos (02) columnas, siendo: a) el nombre de la disciplina; b) el menú y los objetivos que guían este componente curricular. Como formación complementaria, también ponemos en primer plano el cuatrimestre en el que se ofrecen estas disciplinas, porque entendemos que la contextualización puede ser un factor relevante en la construcción de significados. El Cuadro01 presenta el contexto curricular del componente "Educación en Derechos Humanos", el primero detectado siguiendo los criterios de selección de datos de investigación. Es una disciplina de 48h, no teniendo su oferta de cuatro meses indicada en el PPC del grado enfocado. Cuadro 1 -Menú y Objetivo de la disciplina Educación en Derechos HumanosDisciplinaMenú/ObjetivoEducación en derechos humanosMenú: Educación en derechos humanos: concepto, teoría, metodología, prácticas y experiencias. Hitos legales de la educación en derechos humanos en Brasil y en todo el mundo. La escuela como espacio de socialización y formación para contribuir al conocimiento de los derechos fundamentales. Derechos humanos: currículo, educación continua y proyecto pedagógico. Cultura de derechos humanos: cuestiones de género, inclusión/accesibilidad, diversidad sexual, etnia, cultura, generación y creencias religiosas. Formas de combatir el acoso escolaren la escuela. La universalidad, indivisibilidad e interdependencia de los derechos humanos. El Plan Nacional de Educación en Derechos Humanos y sus ejes: educación básica, educación superior, medios de comunicación, educación no formal y seguridad/justicia.Objetivo: Presentar y comprender las principales concepciones teóricas, prácticas y metodológicas sobre la educación en derechos humanos. Estudiar los marcos jurídicos
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI y Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct./dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732750de la educación en derechos humanos. Comprender la relaciónentre los derechos humanos y la educación. Sensibilizar el espacio escolar a temas relacionados con los derechos humanos, como discusiones sobre género, inclusión, diversidad, etnias, creencias culturales, religiosas, intimidación.Fuente: PPC del curso de Humanidades de la UFABC (2019, p. 113)Los derechos humanos, como una línea de conocimiento científico, a menudo se utilizan para complejas relaciones de poder desde la marginación de algún grupo social. En este contexto, decimos "marginación" para considerar a un grupo particular "subalterno" a otro dentro de un recorte de tiempo y espacio, mediado por las relaciones humanas. Por lo tanto, asumen una postura discursiva de la dicotomíasubordinado versussubordinado (SARTORI, 2020,2022).Al ser disciplinados por las políticas curriculares, los derechos humanos ganan un espacio al reconocer el debilitamiento de las minorías que están al margen del sistema educativo y social más amplio. En este caso, no sólo las discusiones sobre elajuste de género, sino también las investigaciones sobre la intolerancia religiosa y cultural, así como las asimetrías entre incluir y excluir socialmente a un grupo de personas o incluso a un sujeto (ARROYO,2013; PACHECO, 2009; SARTORI, 2022). De acuerdo con la tabla anterior, este componente curricular presenta un intento de instruir al estudiante de maestría sobre toda la parte histórica de los derechos humanos en Brasil y en el mundo. Además, mantiene un diálogo con los derechos fundamentalesproponiendo una discusión sobre las cuestiones de género y sus efectos sociales, considerando, para ello, cuestiones de interdependencia de las relaciones humanas. En medio de la formación inicial aquí mencionada, no hay duda de que estos ejes son básicos para la formación del profesorado. Sin embargo, la lista no muestra hasta qué punto tales pautas pueden ayudar a leer y construir significados de las prácticas escolares. La brecha dejada entre la teoría y la práctica, en este aspecto, genera una posibilidad de interferencias que pueden ser implementadas o intensificadas por el desempeño del profesor, ya que puede sentirse no completamente instruido por la matriz curricular (LÜDKE; BOING, 2012; TARDIF, 2000).La teorización descrita anteriormente puede, desde el punto de vista discursivo, alimentar la idea de relativización de la discusión sobre el género, ya que la presencia de este tema en el menú es vista como un punto integral de la disciplina y no obligatorio, como sugiere el título del componente. Esta disyunción de perspectivas enunciativas termina dejando implícitamente implícita una especie de silenciamiento de los aspectos de inclusión del género, porque esto se propone desde una comprensión hermética (ORLANDI, 1996; TEZZA, 2005).
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares en la formación docente: Cuestiones de diversidad en la licenciatura en ciencias humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct. /dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732751Entendemos este componente curricular como un avance expresivo en las Políticas Curriculares. Sin embargo, todavía es necesario avanzar en esta dirección, porque las cuestiones de género y diversidad todavía se proponen de una manera muy general. Esto, a su vez, semiotiza un currículo en transición, al que parece difícil dar idea de unidad a las asignaturas propuestas en el menú. El Cuadro 02 presenta el contexto curricular del componente "Diversidades y Cultura en el Mundo Occidental", el segundo detectado siguiendo los criterios de selección de datos de investigación. Es una disciplina de 48h, no teniendo su oferta de cuatro meses indicada en el PPC del grado enfocado. Cuadro 2 -Menú y objetivoDisciplinaMenú / ObjetivoDiversidad y cultura en el mundo occidental Menú: Diversidades culturales en el mundo occidental. Cultura, identidad y diversidades. Etnicidad y multiculturalismo. Teorías del multiculturalismo. Pluralidad cultural y educación. La descolonización culturalcomo herramienta política libertaria.Objetivo: Comprender la diversidad cultural del mundo occidental a través de la reflexión sobre la pluralidad cultural y epistemológica y las teorías decoloniales.Fuente: PPC del curso de Humanidades de la UFABC (2019, p. 113)Comprender el mundo occidental es un rayo maestro para comprender también las cuestiones de relación y comportamiento de la sociedad en la que vivimos. Partiendo de esta premisa, mapear cuestiones sobre la cultura de un pueblo nos ayuda a caracterizar el proceso de colonización ideológica, débilmente influyente en la toma de decisiones del Estado y de las políticas públicas desde una perspectiva dialógica (BAKHTIN, 1984; FREIRE, 2004). Al serdisciplinada, la diversidad gana importancia en el currículo, permitiendo, más densamente, una discusión sobre cultura y multiculturalismo de una manera más efectiva. Entendemos que esto puede ser un avance, porque las cuestiones de género podrían ponerseen boga considerando un camino histórico e ideológico liderado por el colonialismo y la relación dicotómica (SILVA, 2006; SACRISTÁN, 2000). En otras palabras, aquí tenemos un efecto sensorial en el que el currículo no es neutral, porque está marcado por posiciones ideológicas y formaciones discursivas que repercuten en la práctica pedagógica y en la relación dialéctica con el otro.Según el Cuadro 02, este componente curricular presenta una preocupación expresiva al discutir aspectos relacionados con la multiculturalidad y la etnicidad, al tomar el proceso de descolonización como un discurso libertario. Esto representa una visión general de discusiones más grandes, que se pueden establecer en el aula a través de los temas enumerados en el menú.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI y Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct./dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732752En el contexto de la formación inicial aquí mencionada, tales ejes son de suma importancia para la construcción social del profesor. Sin embargo, el mentor parece no relacionarse explícitamente con la construcción reflexiva del maestro, algo fundamental para que tales relaciones de (des)colonización en el mundo actual puedan llevarse a cabo. Por lo tanto, pensar que el docente capaz de establecer un diálogo con el ideal de descolonización es comprender que la formación docente debe ser reflexiva y crítica en su esencia, en la que la importancia del contenido no debe superponerse con su comprensión como principio catalizador de la formación docente (DINIZ-PEREIRA, 2011; LÜDKE; BOING, 2012). Desde el punto de vista discursivo, comprender el multiculturalismo y su desarrollo no necesariamente nos hace capaces de discutir sus disyunciones. En otras palabras, la difuminación de la práctica social a partir de este tema puede inducir al estudiante a asimilar discursos teóricos expresivos, pero sin mucha concomitancia con lo que proponen los dispositivos sociales que prevalecen en una situación enunciativa. En otras palabras, parece haber un vaciamiento de la discusión de género en este ámbito, que retoma la idea de carácter macro de un currículo todavía muy apegado a la idea de contenido aislado (FIORIN, 2006; PEREIRA, 2020). En una declaración, este componente curricular muestra un intento de avanzar en las reformulaciones curriculares, cumpliendo con lo que las políticas de cuotas y derechos humanos prevén (BRASIL, 1996). Por otro lado, parece centrarse en un sesgo de presentación de contenido, sin mucha articulación con temas de diversidad sexual de manera más directa. Este alcance parece apuntar a varios desarrollos de discusiones, lo que termina evitando un compromiso político e identitario del currículo. Consideraciones finales La matriz curricular centrada en este artículo indica un grado en transición. Este movimiento transitorio es bastante característico de la propia complejidad de la estructura social posmoderna, que busca alojarse en varios lugares al mismo tiempo. Aquí estamos entendiendo el acto complejo de Morin (2011), que nos invita a pensar en desajustes ideológicos en las relaciones sociales. Los resultados revelaron que los componentes curriculares, que incluyen temas de género y diversidad en su bulto, son todavía bastante embrionarios, lo que caracteriza una política curricular en transición. Esto, a su vez, puede significar un avance si consideramos el intento de reorientar las políticas públicas que involucran el desempeño del currículo. Sin
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares en la formación docente: Cuestiones de diversidad en la licenciatura en ciencias humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct. /dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732753embargo, también consideramos que queda mucho por hacer, sobre todo para que se encuentre un equilibrio entre las políticas de cuotas de ingreso de académicos travestis y transexuales que ofrece la institución mencionada. En este sentido, percibimos un intento por parte del currículo analizado de discutir temas sobre género y diversidad sexual. Sin embargo, estas discusiones aún parecen estar abiertas a una tendencia heteroformalista, ya cristalizada en las bases sociales del país. Esto se debe a que hay pocas relaciones entre las directrices generales de los componentes curriculares y el tema de la diversidad en su conjunto. A partir deesto, volvemos a la pregunta de investigación: ¿Cómo identificar posibles aportes de las políticas curriculares en materia de género y diversidad sexual en el diseño curricular de la Licenciatura en Ciencias Humanas ofrecida por la Universidad Federal delABC? Esto, a su vez, fue respondido durante la discusión de los resultados. Los análisis reflejan un currículo en transición, que termina por no contribuir para la permanencia de los estudiantes transexuales y travestis desde el punto de vista pedagógico, porque estos, una vez ingresados por el sistema de cupos (UFABC, 2019), pueden no verse en la estructura curricular de este grupo. Así, la discusión sobre su permanencia se convierte en algo desplazado en el ámbito universitario (SARTORI, 2020, 2022). Finalmente, esperamos contribuir a las próximas investigaciones, que verán aspectos de la permanencia de académicos transgénero a través de políticas curriculares satisfactorias en la perspectiva de una educación inclusiva de todos/todas/todes. Consideramos que uncurrículo más receptivo a la discusión sobre géneros y diversidad puede contribuir a la formación de un estudiante de maestría más comprometido con lo que es la responsabilidad de los derechos humanos, que puede reflexionar sobre la construcción profesional de un docente que no se relaciona con ningún tipo de violencia homofóbica en el contexto educativo.REFERENCIASARROYO, M. G. Currículo: Território em disputa. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.BAKHTIN, M. Problems of Dostoevsky’s Poetics. London: University of Minnesota Press, 1984.BAUMAN, Z. Amor Líquido: Sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 2004.BAUMAN, Z. Vida para o Consumo: A transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2008.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI y Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct./dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732754BORTONI-RICARDO, S. M. O professor pesquisador: Introdução à pesquisa qualitativa. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponible en: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acceso: 29 sept. 2016.DINIZ, A. L. S. Práticas de leitura propostas por professores na formação inicial em diferentes licenciaturas: Investigando relatórios de estágio supervisionado. 2012. Dissertação (Mestrado em Letras: Ensino de Língua e Literatura) Universidade Federal do Tocantins, Araguaína, TO, 2012. Disponible en: https://repositorio.uft.edu.br/handle/11612/179. Acceso: 13 ene. 2021.DINIZ-PEREIRA, J. E. A prática como componente curricularna formação de professores. Revista Educação, Santa Maria, n. 2, v. 36, p. 203-218, maio/ago. 2011. Disponible en: https://periodicos.ufsm.br/index.php/reveducacao/article/view/3184. Acceso: 23 feb. 2021.FAZENDA, I. Interdisciplinaridade-Transdisciplinaridade: Visões culturais e epistemológicas. In: FAZENDA, I (org.). O que é Interdisciplinaridade? São Paulo: Editora Cortez, 2008.FIORIN, J. L. Introdução ao Pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006.FOUCAULT, M. Em Defesa da Sociedade. Curso no Collège de France, 1975-1976. São Paulo: Martins Fontes, 2005.FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2004.KLEIMAN, A. Projetos dentro de projetos: Ensino-Aprendizagem da escrita naformação de professores de nível universitário e de outros agentes de letramento. SCRIPTA, Belo Horizonte, v. 13, n. 24, p. 17-30, jul. 2009. Disponible en: http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/4389. Acceso: 28 abr.2021.LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos da Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2013.LIBERALI, F. C.; MAGALHÃES, M. C. C.; ROMERO, T. R. S. Autobiografia, Diário e Sessão Reflexiva: Atividades na formação crítico-reflexiva de professores. In: BARBARA, L.; RAMOS, R. C. G. (org.). Reflexão e Ações no Ensino-Aprendizagem de Línguas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003.LIMA, S. R. A. Mais Reflexão, Menos Informação. In.: FAZENDA, I. (org.). O que é Interdisciplinaridade. São Paulo: Editora Cortez, 2008.LÜDKE, M.; BOING, L. A. Do trabalho à formação de professores. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 42, n.146, p. 428-451, maio/ago. 2012. Disponible en: https://www.scielo.br/j/cp/a/kJjbtTzvSsHVY5gf5vnRPRk/abstract/?lang=pt. Acceso: 23 abr.2021.
image/svg+xmlPolíticas públicas curriculares en la formación docente: Cuestiones de diversidad en la licenciatura en ciencias humanasRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct. /dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732755MEY, J. L. As Vozes da Sociedade: Seminários de Pragmática. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2001.MORIN, E. Introdução ao Pensamento Complexo. 4. ed. Porto Alegre: Editora Sulina, 2011.ORLANDI, E. P. Discurso e Leitura. São Paulo: Cortez, 1996.PACHECO, J. A. Currículo: Entre teorias e métodos. Cadernos de Pesquisa, São Luís, v. 39, n. 39, p. 383-400, maio/ago. 2009. Disponible en: https://www.scielo.br/j/cp/a/jbZsTv3hJLzp9hHcG9ngxDK/?format=html&lang=pt. Acceso: 25 enero2021.PEREIRA, B. G. Dialogismo Bakhtiniano em confluência com a sociopragmática dinamarquesa:Perspectivas em linguística aplicada. Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 11, p. 89531-89543, nov. 2020. Disponible en: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/20102. Acceso: 03 feb. 2022.PEREIRA, B. G.; ANGELOCCI, M. A. Metodologia da Pesquisa. Pará de Minas, MG: Editora VirtualBooks, 2021. SACRISTAN, J. G. O Currículo: Uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.SARTORI, T. L. Educação, direitos humanos e violência homofóbica no ambiente escolar: A concepção dos gestores. 2020. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, São Paulo, 2020. Disponible en: https://webmail.uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/arquivo/672. Acceso el: 27 marzo2021.SARTORI, T. L. Análise da educação brasileira em face ao estudo da sexualidade: marginalização da educação sexual na BNCC. Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. Disponible en: https://periodicos.fclar.unesp.br/doxa/article/view/15558. Acceso: 11 marzo2022.SILVA, T. T. O Currículo como Fetiche: A poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.TARDIF, M.Saberes profissionais dos professores e conhecimentos universitários. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 13, p. 05-24, jan./abr. 2000. Disponible en: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=s1413-24782000000100002&script=sci_abstract. Acceso: 15 abr.2021.TEZZA, C. A Construção de vozes no romance. In.: BRAIT, B. Bakhtin: Dialogismo e construção do Sentido. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2005.TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: A pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI y Bruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct./dic.2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732756UFABC. Universidade Federal do ABC. Proposta Política Curricular do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas. São Bernardo do Campo, SP: UFABC, 2019.ZEICHNER, K. M. Uma análise crítica sobre a reflexão como conceito estruturante na formação docente. Revista Educação e Sociologia, Campinas, v. 29, n. 103, p. 535-554, ago. 2008. Disponible en: https://www.scielo.br/j/es/a/bdDGnvvgjCzj336WkgYgSzq/abstract/?lang=pt. Acceso: 18 feb. 2021.Cómo hacer referencia a este artículoSARTORI. T. L.; PEREIRA, G. G. Políticas públicas curriculares en la formación docente: Cuestiones de diversidad en la licenciatura en ciencias humanas. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, oct./dic. 2022. e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.17173Presentado en: 27/12/2021Revisiones requeridas en: 19/03/2022Aprobado en: 14/09/2022Publicado en: 30/12/2022Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación -EIAE.Corrección, formateo, normalización y traducción.
image/svg+xmlCurricular public policies in teacher formation: Diversity issues in humanities undergraduate programsRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732741CURRICULAR PUBLIC POLICIES IN TEACHER FORMATION: DIVERSITY ISSUES IN HUMANITIES UNDERGRADUATE PROGRAMSPOLÍTICAS PÚBLICAS CURRICULARES NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR: QUESTÕES DE DIVERSIDADE NA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS HUMANASPOLÍTICAS PÚBLICAS CURRICULARES EN LA FORMACIÓN DOCENTE: CUESTIONESDE DIVERSIDAD EN LA LICENCIATURA EN CIENCIAS HUMANASThiago Luiz SARTORI1Bruno Gomes PEREIRA2ABSTRACT: This article aims to identify possible contributions of curricular policies regarding gender and sexual diversity issues in the curricular design of the Degree in Human Sciences offered by a federal higher education institution, located in the metropolitan region of the State of São Paulo. The theoretical foundation is housed in the interdisciplinary field of initial teacher formation, here called master students, with an interface between curriculum theories and French discourse analysis. The research methodology is characterized as documentary with a qualitative approach, based on the principle that we analysed the Pedagogical Curriculum Proposal (PCP in the Portuguese acronym) of the aforementioned degree. The analyses revealed that the curricular components that contemplate gender and diversity issues in their core are still very embryonic, which characterizes a curricular policy in transition.This is considered to be a strong remnant of a heteroformative and strongly traditional curriculum, something quite latent in Brazilian public policies.KEYWORDS: Initial teacher formation. Public policy. Curricular pedagogical proposal.RESUMO:Este artigo tem como objetivo identificar possíveis contribuições das políticas curriculares a respeito das questões de gênero e diversidade sexual no desenho curricular da Licenciatura em Ciências Humanas ofertada por uma instituição de ensino superior federal, localizada na região metropolitana do estado de São Paulo. A fundamentação teórica está alojada no campo interdisciplinar da formação inicial de professores, aqui denominados como alunos-mestres, com interface entre as teorias do currículo e a análise do discurso francesa. A metodologia de pesquisa caracteriza-se como documental de abordagem qualitativa, partindo do princípio de que analisamos a Proposta Pedagógica Curricular (PPC) da referida licenciatura. As análises revelaram que os componentes curriculares que contemplam questões de gênero e diversidade em seu bojo ainda se encontram bastante embrionários, o que caracteriza uma política curricular em transição. Considera-se que esseseja um forte resquício de um currículo heteroformativoe fortemente tradicional, algo bastante latente nas políticas públicas brasileiras. 1Anhanguera University of São Paulo (UNIAN), São Paulo SP Brazil. Professor. PhD student in Social Change and Political Participation(USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8295-0661. E-mail: tlsartori@hotmail.com2Anhanguera University of São Paulo Paulo(UNIAN), São Paulo SP Brazil. Professor. Tutor at the Institute for Research and Continuing Education (USP). Ph.D. in Language and Literature Teaching (Linguistic Studies) (UFT). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4083-3210. E-mail: brunogomespereira_30@hotmail.com
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI andBruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732742PALAVRAS-CHAVE:Formação inicial do professor. Políticas públicas. Proposta pedagógica curricular. RESUMEN: Este artículo tiene como objetivo identificar posibles contribuciones de las políticas curriculares sobre cuestiones de género y diversidad sexual en el diseño curricular de la Licenciatura en Ciencias Humanas ofrecida por una institución de educación superior federal, ubicada en la región metropolitana del Estado de São Paulo. La base teórica se encuentra en el campo interdisciplinario de la formación inicial del profesorado, aquí llamados estudiantes de maestría, con una interfaz entre las teorías curriculares y el análisis del discurso francés. La metodología de investigación se caracteriza por ser documental con un enfoque cualitativo, partiendo del principio de que analizamos la Propuesta Curricular Pedagógica (PCP) de la licenciatura antes mencionada. Los análisis revelaron que los componentes curriculares que contemplan en su núcleo las cuestiones de género y diversidad son todavía muy embrionarios, lo que caracteriza una política curricular en transición.Esto se considera un fuerte remanente de un currículo heteroformativo y fuertemente tradicional, algo bastante latente en las políticas públicas brasileñas.PALABRAS CLAVE: Formación inicial del profesorado. Políticas públicas. Propuesta pedagógica curricular.IntroductionResearch on initial teacher education has been established as a problem of interest in several areas of human knowledge, based on the principle of its inherent articulation with political, ideological and historical issues. In this sense, we can emphasize the emerging demands about the relativization of the critical and reflective teacher, unfolded from the Freirean liberating perception (FREIRE, 2004; LIBERALI; MAGALHÃES; ROMERO, 2003). In the midst of a so-called "liquid" society, in the terms of Bauman (2008, 2004), thinking about the initial formation of the teacher, here called student-teacher, implies a sensitive look about the future performance of this professional in formation in the labor market. In other words, one of the possibilities emerging in the investigative scope of initial teacher training is related to the concern in forming a professional more engaged with issues related to human rights, from a more humanizing perspective. Therefore, thinking about public policies that involve the curriculum becomes increasingly relevant (DINIZ, 2012; FREIRE, 2004). In an attempt to map the engagement of public policies in the initial training of a teacher articulated to the emerging demands of a fluid society, this article aims to identify possible contributions of curriculum policies regarding issues of gender and sexual diversity in the curricular design of the Degree in Humanities offered by the Federal University of ABC. It is a
image/svg+xmlCurricular public policies in teacher formation: Diversity issues in humanities undergraduate programsRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732743public and federal higher education institution, of multidisciplinary nature, located in the metropolitan region of the state of São Paulo.The theoretical foundation is lodged in the interdisciplinary field of initial teacher education with an interface between curriculum theories and French discourse analysis. We assume that an investigation that promotes an efficient dialogue between different areas of human knowledge can respond, in a more satisfactory manner, to the demands of the research. By "interdisciplinary field" we mean the dialogical and dialectical zone between correlated areas of human knowledge, which can enter into confluence and, through this, expand the theoretical discussions. This, in turn, contributes to a vision of the whole and not of the part, by enabling the understanding of the relations of ideas as a conversational system (FAZENDA, 2008; LIMA, 2008).The research methodology is characterized as documentary with a qualitative approach, starting from the principle that we analyze the Curricular Pedagogical Proposal (PPCin the Portuguese acronym) of the undergraduate course. We understand that this research approach andthe type of investigation can present consistent indications to the current social context that permeates the relations in the field of education, serving as a pertinent subsidy to the construction of the scientific process (BORTONI-RICARDO, 2008; PEREIRA; ANGELOCCI, 2021; LAKATOS; MARCONI, 2013; TRIVIÑOS, 1987). Given this, we can list the following research problem: How to identify possible contributions of curriculum policies regarding the issues of gender and sexual diversity in the curricular design of the Degree in Humanities offered by the Federal University of ABC?Besides this Introduction, the Final Remarks, and the References, this article is composed of the following sections: Curricular Policies in Teacher Training: Curriculum as a Power Dispute, in which we present the theoretical knowledge mobilized in this work; Research Methodology, in which we describe the route of data collection; and Results and Discussion, aimed at the treatment of the corpus of analysis.Curricular Policies in Teacher Education: Curriculum as a Power DisputeTo understand the curriculum as a kind of semiotic instrument of discursive practices in the context of initial teacher education, it is necessary to take into account all the ideological construction that surrounds it, from ideological aspects to political issues that contextualize it. In this sense, in this article, the theoretical foundation we use is interdisciplinary and operates
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI andBruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732744at the interface between initial teacher education, curriculum policies, and French discourse analysis. The interdisciplinary movement to which we refer can be better understood from what is represented in Figure 01, in which we illustrate the conversational movements proposed by the mentioned areas of knowledge. Figure1Interdisciplinary MovementsSource: Prepared by the authorsFigure 01 consists of three (03) spheres that interconnect by means of overlapping border zones. These, in turn, present converging information that can be used in a complementary way and, thus, develop discussions that can satisfactorily answer the research problem. It is precisely on these borders where our scientific projections are lodged and construct meaning from the look of the curricular matrix we analyze. Regarding the Curricular Policies, located in the yellow sphere, we are interested in the idea of curriculum as a space of power demands3, in which the proposals of curricular subjects’semiotic aspects of ideological domination of asymmetric unfolding of meanings. In other words, it is important to us the conception of curriculum as a demonstration of space of conflict that somehow represents the social ideological clashes (ARROYO, 2013; PACHECO, 2009; SILVA, 2006; SACRISTAN, 2000), as we propose in this article.3The definition of power that we bring here is based on Foucault (2005). For the author, power disputes lead us to understand historically marked social disjunctions, which, in turn, are pervasive in all human relations. Curricular PoliciesDiscourse AnalysisTeacher Training
image/svg+xmlCurricular public policies in teacher formation: Diversity issues in humanities undergraduate programsRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732745In this sense, we seek to go beyond the public policies of access and permanence of transgender and transvestite people offered at the time of entry of the scholars in the focused degree, even though this policy is quite representative to the LGBTQIA+community4. In other words, we do not discuss the progress that this represents. However, our interest in the curriculum is expressed in the sense that we understand that it can offer other more challenging answers about the aspect of permanence in the university environment promoted by the quotas for transvestites and transsexuals in the context of the focused degree, having started in 2018, specifically. The Curricular Policies are seen, under this aspect, as elementary to the structure and functioning of higher education, since they materialize the interests of the Statein what concerns the laws that govern and systematize the curricular components. In other words, we seek a convergence between different public policies: the quotas and the curriculum, since they operate in a systemic and complementary way (SARTORI, 2022;SILVA, 2006). In revisiting Figure 01, as far as Teacher Education is concerned, in the blue sphere, our interest lies on the discussions about initial education, especially as far as the construction of the critical and reflective teacher is concerned. In this case, it is pertinent to state that we are dealing with Freirean assumptions already widespread when we are concerned about helping to form a professional who understands teaching as an instrument of politicization and feasibility of human rights practices (DINIZ-PEREIRA, 2011; KLEIMAN, 2009; LÜDKE; BOING, 2012; TARDIF, 2000). We are understanding the reflective teacher in the context of their initial training as one who can establish the reasoning of "reflection-action-reflection" (ZEICHNER, 2008)from their pedagogical practice. In this sense, the act of reflecting and being critical is directly related to what teachers are expected to develop when it comes to the exercise of politically engaged and transformative learning processes (DINIZ-PEREIRA, 2011). The idea of transformative education seems to converge with the delineations proposed by human rights, which strive to ensure the welfare of the subject in society in an egalitarian and humanizing way. Therefore, it proposes social constructs that enable the access to a resignificant and socially engaging education, something understood as basic and essential to human practice (SARTORI, 2020, 2022). 4Acronym used to define Lesbian, Gay, Bisexual, Transgender, Queer, Questioning, Intersex, Curious, Asexual, Allied, Pansexual, Polysexual, Family, 2-Spirited, and Kink.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI andBruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732746From this reflection, in what was contextualized, presented, the curriculum plays a key role in the context of initial teacher education when we understand that the arrangement of curricular components helps to build the profile of this professional, with emphasis on the worldview that it adds and thus tends to shape the attitudes of this teacher with society. In this sense, the presence, or not, of subjects that deal with gender or diversity helps us understand the anatomy of a teacher who will tend to collaborate with, or minimize, situations of homophobic violence in formal educational contexts. Once again, when we revisit Figure 01, we identify Discourse Analysis, in the green sphere. This is an area of language studies traditionally known for its contributions to the process of investigation about the effects of meaning from the projection of some socially contextualized action, which in discourse analysis can be understood as an event. From this, it is of our interest the discursive practices implied in the curricular conjuncture, in order to offer us instruments capable of diagnosing discursiveand ideological formations (FIORIN, 2006; ORLANDI, 1996; PEREIRA, 2020; TEZZA, 2005). When analyzing curricular components, such action requires from researchers a discursive look, because, this way, it is possible to map discourses of voicing or silencing of issues related to gender and diversity. In this case, we use the notions of voices from discourse studies, responsible for tensing, problematizing and understanding the place where the discursive subject speaks. In this sense, they are, in fact, projections of discourses (re)created over time, which recombine and seek to build new/other effects of meaning (BAKHTIN, 1984; FIORIN, 2006; MEY, 2001). Analyzing the curricular matrix of the undergraduate degree helps us understand the silencing and/or voicing movements of the discussions about gender and diversity in the undergraduate curriculum and teacher education as we make a counterpoint with the information in the menu. We assume that the recommendations of the menu are extremely important to the understanding of the curricular component, of its functionality in the formative scope(BAKHTIN, 1984; ORLANDI, 1996; TEZZA, 2005).In the context of this work, discourse analysis can collaborate in understanding the disjunctions of voices and power in the curriculum based on issues of gender and sexual diversity, assuming that people who belong to the LGBTQIA+ community are historically socially peripheralized. In other words, studies in discourse analysis can help us understand to what extent the curricular identifications mapped in the PPC of the undergraduate degree focused on semioticize voices of these subjects silenced throughout history.
image/svg+xmlCurricular public policies in teacher formation: Diversity issues in humanities undergraduate programsRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732747In short, the theoretical dialogue carried out in this article helps us to think the guidelines of a curriculum in a more comprehensive way. This means that it can offer us more instruments of analysis capable of mapping the discourses of the curriculum in order to think of it as a factor of tension and problematizationof ideologies. Research MethodologyThe degree in Humanities offered by UFABC aims to train teachers with interdisciplinary knowledge to work in Brazilian basic education as teachers of the so-called "humanities" subjects. To this end, this degree has twelve (12) four-month academic terms, distributed in 3,252 total hours (UFABC, 2019).UFABC is a public institution, of the federal sphere, of multicenter nature, since it aggregates courses in the humanities, exact, social sciences and health sciences from an interdisciplinary approach. It is located in the metropolitan region of the state of São Paulo, specifically in the region known as ABC Paulista. The public of this institution is heterogeneous, since it includes academics from all social classes, which come from the most varied parts of Brazil. This mix is made possible by the fact that it is a major center for studies and research in the country, which draws the attention of people from all over Brazil.The adopted research philosophy is phenomenological, because we understand that the curriculum changes proposed in the context of the Licenciatura em Ciências Naturais affect social situations arising from a post-modern society. In other words, discussing gender issues is, in fact, a possibility of curricular engagement in the implementation ofpublic policies regarding the permanence of trans people in the context of higher education. In this case, we are understanding Phenomenology as a dialogical perspective of understanding social phenomena based on the cut-off of time and space that man assumes within a social situation. In this, the phenomenological aspects are diffused through the social fact itself, which tends to be seen as a phenomenon from the moment we understand it as something motivated by plural projections and interventions in a given society(LAKATOS; MARCONI, 2013; TRIVIÑOS, 1987).The approach is qualitative, assuming that the PPC of the Degree in Humanities underwent a scientific treatment from the relationship between curriculum and society, which reverberates intersubjectiveissues. In this sense, we seek a sensitive look at the engagement of permanence of trans people in the academic context of that university, seeking possible
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI andBruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732748meanings between the curriculum matrix analyzed and the social discourses involving issues of gender and sexual diversity. The qualitative approach is characterized by an analysis of a more subjective nature, in an attempt to diagnose issues that motivate the existence of the data. In this context, it is pertinent to consider the influences of the external environment on the data in order to make it exist. Moreover, in the context of teacher training, it is an approach that can enable the capture of discourses and ideologies important to the construction of a humanizing posture of the teacher (BORTONI-RICARDO, 2008; PEREIRA; ANGELOCCI, 2021).The type of research is documentary, based on the assumption that we understand the PPC of the course as a semiotic document of social practices, which try to meet the demands of initial teacher training in Human Sciences. Therefore, the PPC is configured as a document insofar as it offers the necessary subsidies to the understanding of the professional profile that is intended to be formed based on the temporal and spatial cut in which we are immersed. Documentary research is characterized by highlightingaspects of discursive materialization within a given context. From the structural point of view, it consists in analyzing a document that has not yet undergone scientific treatment. From a functional point of view, it is characterized by the documentationof intentional spheres constituted from some sociopragmatic motivator (LAKATOS; MARCONI, 2013; PEREIRA; ANGELOCCI, 2021).The data analyzed were selected from the mapping of the menus of the new PPC of the Undergraduate Degree in Humanities of UFABC. After this redirection, the curricular components that point projection to the pedagogical work about gender and diversity in some scope in the university context were chosen as data subject to treatment. The idea was to understand the curricular mechanisms created to enable the permanence of these people by the didactic-curricular bias, as well as by the guarantee of learning. Finally, the data analysis was based on the French discourse analysis, with the purpose of understanding the effects of meanings of this document, the power relations, as well as its ideological formations. Results and discussionIn this topic, we present the path of data description and analysis. Here, we provide fragments of the curricular matrix of the Degree in Humanities offered by UFABC. The idea is to map the disciplines that can enable the discussion about gender and diversity in the context of initial training of this degree. The PPC in which this information is presented presents a list
image/svg+xmlCurricular public policies in teacher formation: Diversity issues in humanities undergraduate programsRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732749of new disciplines, in the scope of its implementation, which are followed by their respective menus. The tables in which this information is expressed consist of two (02) columns, being: a) the name of the discipline; b) the menu and the objectives that guide the curricular component. As complementary training, we also bring up the quarterin which these disciplines are offered, because we understand that contextualization can be a relevant factor in the construction of meanings. Chart 01 shows the curricular context of the component "Education in Human Rights", the first one detected following the selection criteria of the research data. It is a 48h subject, not having its quarterof offer indicated in the PPC of the undergraduate degree focused on. Chart1Summary and Objective of the subject Human Rights EducationSubjectSummary/ObjectiveHuman Rights EducationSummary: Education in human rights: concept, theory, methodology, practices and experiences. Legal landmarks of human rights education in Brazil and in the world. School as a space for socialization and training to contribute to the knowledge of fundamental rights.Human rights: curriculum, continuing education and pedagogical project. Culture of human rights: gender issues, inclusion/accessibility, sexual diversity, ethnicity, culture, generation and religious beliefs. Ways to combat bullying at school. The universality, indivisibility, and interdependence of human rights. The National Plan for Human Rights Education and its axes: basic education, higher education, media, non-formal education, and security/justice.Objective: To present and understand the main theoretical, practical, and methodological conceptions about human rights education. To study the legal frameworks of human rights education. To understand the relations between human rights and education. To sensitize the school space to issues related to human rights, such as discussions on gender, inclusion, diversity, ethnicity, cultural, religious beliefs, bullying.Source: PPC of the UFABC Humanities course (2019, p. 113)Human rights, as a branch of scientific knowledge, are often used to complex power relations based on the marginalization of some social group. In this context, we say "marginalization" in the sense of considering a given group "subordinate" to another within a cut-off of time and space, mediated by human relations. Thus, they assume a discursive stance based on the dichotomy subordinatorversus subordinate (SARTORI, 2020, 2022). By being disciplined by Curriculum Policies, human rights gain a space from the recognition of the disempowerment of minorities that are at the margins of the broader educational and social system. In this case, not only discussions about gender fit, but also investigations about religious and cultural intolerance, as well as the asymmetries between social inclusion and exclusion of a group of people or even a subject (ARROYO, 2013; PACHECO, 2009; SARTORI, 2022).
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI andBruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732750According to the table above, the mentioned curricular component presents an attempt to instruct the student-master regarding the whole historical part of human rights in Brazil and in the world. In addition, it maintains a dialogue with fundamental rights by proposing a discussion about gender issues and their social effects, considering, for this, issues of interdependence of human relations. In the context of the initial formation referred to here, there is no doubt that these axes are fundamental to teacher formation. However, the menu does not show to what extent these guidelines can help in the reading and construction of meaning in school practices. The gap left between theory and practice, in this aspect, generates a possibility of interference that can be remedied or intensified by the performance of the teacher, since he/she may feel not fully instructed by the curricular matrix (LÜDKE; BOING, 2012; TARDIF, 2000).The theorization described above can, from the discursive point of view, feed the idea of relativization of the discussion on gender, since the presence of this theme in the menu is seen as an integral point of the discipline and not mandatory, as suggested by the componenttitle. This disjunction of enunciative perspectives ends up leaving implicit a kind of silencing of the aspects of gender inclusion, because this is proposed from a watertight understanding (ORLANDI, 1996; TEZZA, 2005). We understand the referred curricular component as an expressive advance in the Curricular Policies. However, it is still necessary to advance in this sense, because issues on gender and diversity are still proposed in a very generic way. This, in turn, semioticizes a curriculum in transition, which appears to be difficult to give the idea of unity to the issues proposed in the menu. Table 2 shows the curricular context of the component "Diversities and Culture in the Western World", the second one detected according to the selection criteria of the research data. It is a 48h subject, not having its quarterof supply indicated in the PPC of the undergraduate degree focused on. Chart2 Summary and ObjectiveSubjectObjetiveDiversities and Culture in the Western WorldSummary: Cultural diversities in the Western world. Culture, identityand diversities. Ethnicity and multiculturalism. Multiculturalism theories. Cultural plurality and education. Cultural decolonization as a libertarian political tool.Objective: To understand the cultural diversity of the western world through reflectionon cultural and epistemological plurality and decolonial theories.Source: PPC of the UFABC Humanities course (2019, p. 113)
image/svg+xmlCurricular public policies in teacher formation: Diversity issues in humanities undergraduate programsRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732751Understanding the Western world is the keystone to also understand issues of relationship and behavior in the society in which we live. From this premise, mapping issues regarding the culture of a people helps us to characterize the process of ideological colonization, weakly influential in the decision-making of the State and public policies from a dialogic perspective (BAKHTIN, 1984; FREIRE, 2004). By being disciplinarized, diversity gains an important statusin the curriculum, enabling, more densely, a discussion about culture and multiculturalism in a more effective way. We understand that this can be an advance, because gender issues could be brought into vogue considering a historical and ideological path rooted in colonialism and in the dichotomous relationship (SILVA, 2006; SACRISTAN, 2000). In other words, here, we have an effect of meaning in which the curriculum is not neutral, because it is marked by ideological positions and discursive formations that reverberate in pedagogical practice and in the dialectical relationship with the other.According to Chart 02, the mentioned curricular component presents an expressive concern in discussing aspects related to multiculturalism and ethnicity, by taking the decolonization process as a libertarian discourse. This represents a panorama of larger discussions, which can be established in the classroom through the topics listed in the syllabus. In the context of the initial formation referred to here, such axes are of utmost importance for the social construction of the teacher. However, the menu does not seem to explicitly relate it to the reflective construction of the teacher, something fundamental for such relations of (de)colonizationin the current world to be effective. Thus, to think of the teacher capable of establishing dialogue with the decolonization ideal is to understand that teacher education should be reflexive and critical in its essence, in which the importance of the content should not override its understanding as a catalyzing principle of teacher education(DINIZ-PEREIRA, 2011; LÜDKE; BOING, 2012). From the discursive point of view, understanding multiculturalism and its consequencesdoes not necessarily make us able to discuss its disjunctions. In other words, the blurring of the social practice from this theme may induce the student to assimilate expressive theoretical discourses, but without much concomitance with what is proposed by the social apparatus in force in an enunciative situation. In other words, there seems to be an emptying of the discussion of gender in this scope, which returns to the macro idea characterizing a curriculum still very attached to the idea of content inisolation (FIORIN, 2006; PEREIRA, 2020). In short, this curricular component shows an attempt to advance in terms of curriculum reformulations, meeting what the quota policies and human rights (BRAZIL, 1996) foresee. On
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI andBruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732752the other hand, it seems to focus on a bias of presentation of the content, without much articulation with issues of sexual diversity more directly. This comprehensiveness seems to point to several topicsof discussions, which ends up preventing a political and identity engagement of the curriculum. Final remarksThe curricular framework focused on in this article indicates a degree in transition. This transitional movement is quite characteristic of the very complexity of the postmodern social structure, which seeks to lodge in several places at the same time. Here, we are understanding the complex act from Morin (2011), who invites us to think about ideological mismatches in social relations. The results revealed that the curricular components, which include issues of gender and diversity in their core, are stillquite embryonic, which characterizes a curriculum policy in transition. This, in turn, may mean an advance if we consider the attempt to redirect public policies that involve the performance of the curriculum. However, we also consider that there is much to be done, especially to find a balance between the quota policies for transvestite and transgender scholars offered by the institution mentioned above. In this sense, we notice an attempt of the analyzed curriculum to discuss issues about gender and sexual diversity. However, these discussions still seem to be isolated to a heteroformalist tendency, already crystallized in the social bases of the country. This is because there is little connection between the general guidelines of the curricular components and the theme of diversity as a whole. From this, we resume the research question: How to identify possible contributions of curriculum policies regarding the issues of gender and sexual diversity in the curricular design of the Degree in Humanities offered by the Federal University of ABC?This, in turn, was answered during the discussion of the results. The analyses reflect a curriculum in transition, which ends up not contributing to the permanence of transgender and transvestite scholars from a pedagogical point of view, because they, once entered through the quota system (UFABC, 2019), may not see themselves in the curricular structure of this group. Thus, the discussion about their permanence becomes something out of place in the university environment(SARTORI, 2020, 2022). Finally, we hope to contribute to future investigations, which deal with aspects of permanence of transgender students through satisfactory curriculum policies in the perspective
image/svg+xmlCurricular public policies in teacher formation: Diversity issues in humanities undergraduate programsRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732753of an inclusive education for all/all/toddlers. We believe that a curriculum more receptive to the discussion on gender and diversity can collaborate to the formation of a master student more engaged in what concerns human rights, which may reflect in the professional construction of a teacher not conniving with any kind of homophobic violence in the educational context.REFERENCESARROYO, M. G. Currículo: Território em disputa. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.BAKHTIN, M. Problems of Dostoevsky’s Poetics. London: University of Minnesota Press, 1984.BAUMAN, Z. Amor Líquido: Sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Ed. Jorge Zahar, 2004.BAUMAN, Z. Vida para o Consumo: A transformação das pessoas em mercadoria. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2008.BORTONI-RICARDO, S. M. O professor pesquisador: Introdução à pesquisa qualitativa. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. BRAZIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Available at: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Access on: 29 Sept. 2016.DINIZ, A. L. S. Práticas de leitura propostas por professores na formação inicial em diferentes licenciaturas: Investigando relatórios de estágio supervisionado. 2012. Dissertação (Mestrado em Letras: Ensino de Língua e Literatura) Universidade Federal do Tocantins, Araguaína, TO, 2012. Available at: https://repositorio.uft.edu.br/handle/11612/179. Access on: 13 Jan. 2021.DINIZ-PEREIRA, J. E. A prática como componente curricular na formação de professores. Revista Educação, Santa Maria, n. 2, v. 36, p. 203-218, maio/ago. 2011. Available at: https://periodicos.ufsm.br/index.php/reveducacao/article/view/3184. Access on: 23 Feb. 2021.FAZENDA, I. Interdisciplinaridade-Transdisciplinaridade: Visões culturais e epistemológicas. In: FAZENDA, I (org.). O que é Interdisciplinaridade? São Paulo: Editora Cortez, 2008.FIORIN, J. L. Introdução ao Pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006.FOUCAULT, M. Em Defesa da Sociedade. Curso no Collège de France, 1975-1976. São Paulo: Martins Fontes, 2005.FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2004.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI andBruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732754KLEIMAN, A. Projetos dentro de projetos: Ensino-Aprendizagem da escrita na formação de professores de nível universitário e de outros agentes de letramento. SCRIPTA, Belo Horizonte, v. 13, n. 24, p. 17-30, jul. 2009. Available at: http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/4389. Access on: 28 Apr. 2021.LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos da Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 2013.LIBERALI, F. C.; MAGALHÃES, M. C. C.; ROMERO, T. R. S. Autobiografia, Diário e Sessão Reflexiva: Atividades na formação crítico-reflexiva de professores. In: BARBARA, L.; RAMOS, R. C. G. (org.). Reflexão e Ações no Ensino-Aprendizagem de Línguas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003.LIMA, S. R. A. Mais Reflexão, Menos Informação. In.: FAZENDA, I. (org.). O que é Interdisciplinaridade. São Paulo: Editora Cortez, 2008.LÜDKE, M.; BOING, L. A. Do trabalho à formação de professores. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 42, n.146, p. 428-451, maio/ago. 2012. Available at: https://www.scielo.br/j/cp/a/kJjbtTzvSsHVY5gf5vnRPRk/abstract/?lang=pt. Access on: 23 Apr. 2021.MEY, J. L. As Vozes da Sociedade: Seminários de Pragmática. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2001.MORIN, E. Introdução ao Pensamento Complexo. 4. ed. Porto Alegre: Editora Sulina, 2011.ORLANDI, E. P. Discurso e Leitura. São Paulo: Cortez, 1996.PACHECO, J. A. Currículo: Entre teorias e métodos. Cadernos de Pesquisa, São Luís, v. 39, n. 39, p. 383-400, maio/ago. 2009. Available at: https://www.scielo.br/j/cp/a/jbZsTv3hJLzp9hHcG9ngxDK/?format=html&lang=pt. Access on: 25 Jan. 2021.PEREIRA, B. G. Dialogismo Bakhtiniano em confluência com a sociopragmática dinamarquesa: Perspectivas em linguística aplicada. Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 11, p.89531-89543, nov. 2020. Available at: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/20102. Access on: 03 Feb. 2022.PEREIRA, B. G.; ANGELOCCI, M. A. Metodologia da Pesquisa. Pará de Minas, MG: Editora VirtualBooks, 2021. SACRISTAN, J. G. O Currículo: Uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.SARTORI, T. L. Educação, direitos humanos e violência homofóbica no ambiente escolar: A concepção dos gestores. 2020. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Municipal de São Caetano do Sul, São Caetano do Sul, São Paulo, 2020.
image/svg+xmlCurricular public policies in teacher formation: Diversity issues in humanities undergraduate programsRIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732755Available at: https://webmail.uscs.edu.br/pos-stricto-sensu/arquivo/672. Access on: 27 Mar. 2021.SARTORI, T. L. Análise da educação brasileira em face ao estudo da sexualidade: marginalização da educação sexual na BNCC. Rev. Bras. Psico. e Educ., Araraquara, v. 23, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. Available at: https://periodicos.fclar.unesp.br/doxa/article/view/15558. Access on: 11 Mar. 2022.SILVA, T. T. O Currículo como Fetiche: A poética e a política do texto curricular. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.TARDIF, M. Saberes profissionais dos professores e conhecimentos universitários. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 13, p. 05-24, jan./abr. 2000. Available at: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?pid=s1413-24782000000100002&script=sci_abstract. Access on: 15 Apr. 2021.TEZZA, C. A Construção de vozes no romance. In.: BRAIT, B. Bakhtin: Dialogismo e construção do Sentido. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2005.TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: A pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.UFABC. Universidade Federal do ABC. Proposta Política Curricular do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas. São Bernardo do Campo, SP: UFABC, 2019.ZEICHNER, K. M. Uma análise crítica sobre a reflexão como conceito estruturante na formação docente. Revista Educação e Sociologia, Campinas, v. 29, n. 103, p. 535-554, ago. 2008. Available at: https://www.scielo.br/j/es/a/bdDGnvvgjCzj336WkgYgSzq/abstract/?lang=pt. Access on: 18 Feb. 2021.
image/svg+xmlThiago Luiz SARTORI andBruno Gomes PEREIRARIAEERevista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022.e-ISSN: 1982-5587DOI:https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.171732756How to reference this artcileSARTORI. T. L.; PEREIRA, G. G. Curricular public policies in teacher formation: Diversity issues in humanities undergraduate programs. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2741-2756, Oct./Dec. 2022. e-ISSN: 1982-5587.DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.17173Submitted: 27/12/2021Revisions required: 19/03/2022Approved: 14/09/2022Published: 30/12/2022Processing and publication by the Editora Ibero-Americanade Educação.Correction, formatting, standardization and translation.