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Experiência estética: Autonomia e submissão tramada de medo e ousadia na tecedura da “Colcha de Retalhos”
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2918-2936, out./dez. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
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EXPERIÊNCIA ESTÉTICA: AUTONOMIA E SUBMISSÃO TRAMADA DE MEDO E
OUSADIA NA TECEDURA DA “COLCHA DE RETALHOS”
EXPERIENCIA ESTÉTICA: AUTONOMÍA Y SUMISIÓN TRAMADAS DE MIEDO Y
AUDACIA EN EL TEJIDO DE LA "COLCHA DE RETAZOS"
AESTHETIC EXPERIENCE: AUTONOMY AND SUBMISSION WOVEN OF FEAR
AND DARING IN THE WEAVING OF THE "PATCHWORK QUILT"
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO
1
Kiara Maia de OLIVEIRA
2
RESUMO
: Busca-se compreender o lugar da experiência estética no contexto do trabalho
docente e na formação inicial de pedagogos/as, por meio do sentido da autonomia e submissão,
nas narrativas (Auto) Biográficas de 45 alunas, produzidas no Curso de Pedagogia por meio do
dispositivo investigativo e formativo Colcha de Retalhos, em 2018. O referencial teórico
adotado assenta-se no conceito de Experiência Estética, em Adorno (2008), da estética, em
Schiller (2017), e a estética como pilar da autonomia, em Freire (1996). As narrativas mostram
que a autonomia aparece limitada em seu silêncio, e se revela submissa, podendo atuar dentro
de um limite imposto pela hierarquização da razão sobre a sensibilidade, por meio do medo.
Considerando toda a violência e medo, a experiência estética denuncia a feiura do sistema e
revela maneiras para que, com ousadia, encontremos caminhos de desenvolvimento da
autonomia como processo de humanização dos sujeitos.
PALAVRAS-CHAVE
: Experiência estética. Autonomia e submissão. Colcha de retalhos.
RESUMEN:
El objetivo es comprender el lugar de la experiencia estética en el contexto del
trabajo docente y en la formación inicial de pedagogos, a través del significado de autonomía
y sumisión, en las narrativas biográficas (Auto) de 45 estudiantes, producidas en el Curso de
Pedagogía a través del dispositivo investigativo y formativo Colcha de Retazos, en 2018. El
marco teórico adoptado se basa en el concepto de Experiencia Estética, en Adorno (2008), de
estética, en Schiller (2017), y la estética como pilar de autonomía, en Freire (1996). Las
narraciones muestran que la autonomía aparece limitada en su silencio, y es sumisa, y puede
actuar dentro de un límite impuesto por la jerarquización de la razón sobre la sensibilidad, a
través del miedo. Considerando toda violencia y miedo, la experiencia estética denuncia la
fealdad del sistema y revela formas para que encontremos audazmente maneras de desarrollar
la autonomía como un proceso de humanización de los sujetos.
PALABRAS CLAVE
:
Experiencia estética. Autonomía y sumisión. Colcha de retazos.
1
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo – SP – Brasil. Docente no programa de pós-graduação
em Educação. Doutorado em Educação (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9010-1101. E- mail:
margaretemay@uol.com.br
2
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo – SP – Brasil. Mestrado em Educação. ORCID:
https://orcid.org/0000-0003-3540-3881. E-mail:kiaramaiahh@gmail.com
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2918-2936, out./dez. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
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ABSTRACT
: We seek to understand the place of the aesthetic experience in the context of
teaching work and in the initial training of educators, through the sense of autonomy and
submission, in the (Auto) Biographical narratives of 45 students, produced in the Pedagogy
Course through the investigative and formative device Patchwork Quilt, in 2018. The
theoretical framework adopted is based on the concept of Aesthetic Experience, in Adorno
(2008), of aesthetics, in Schiller (2017), and aesthetics as a pillar of autonomy, in Freire (1996).
The narratives show that autonomy appears limited in its silence, and reveals itself submissive,
being able to act within a limit imposed by the hierarchization of reason over sensibility,
through fear. Considering all the violence and fear, the aesthetic experience denounces the
ugliness of the system and reveals ways for us to boldly find ways to develop autonomy as a
process of humanization of the subjects.
KEYWORDS
: Aesthetic experience. Autonomy and submission. Patchwork quilt.
Introdução
Este estudo parte de uma pesquisa longitudinal, intitulada: “Experiência estética e
narrativas (auto) biográficas: uma urdidura da autonomia e submissão tramada de medo e
ousadia na tecedura da “colcha de retalhos”. Insere-se no Programa de Mestrado em Educação
da Universidade Cidade de São Paulo - UNICID, e na Linha de Pesquisa “Subjetividades,
Formações e Aprendizagens”, a qual vincula-se a uma pesquisa maior, cadastrada no Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), intitulada “Narrativa
(auto)biográfica Pictográfica: representações sociais da experiência estética nos processos
formativos”.
O objeto deste estudo são 45 narrativas (Auto) Biográficas, de licenciandas do Curso de
Pedagogia, sobre cenas marcantes que ocorreram durante sua trajetória como estudantes no
Ensino Médio, que foram produzidas como uma das etapas do dispositivo formativo e
investigativo Colcha de Retalhos, o qual visa a produção de narrativas (Auto) Biográficas em
três dimensões: escrita, oral e pictórica, e as etapas de cada dimensão.
No contexto deste estudo, os documentos (Auto) Biográficos são extraídos de um banco
de dados próprio do grupo de pesquisa, e dizem respeito à dimensão da Narrativa Escrita, da
turma do 2º semestre do curso de Pedagogia, que, em 2018, realizou a “Colcha de Retalhos”,
na Universidade Cidade de São Paulo - UNICID, uma instituição particular localizada na Zona
Leste da cidade de São Paulo.
O objetivo a que nos propomos é de compreender o sentido do lugar da experiência
estética no contexto do trabalho docente e na formação inicial de pedagogos/as, que diz respeito
à experiência estética da autonomia e à submissão das licenciandas, compreendendo as
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Experiência estética: Autonomia e submissão tramada de medo e ousadia na tecedura da “Colcha de Retalhos”
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emoções, vivências, sensações e percepções como
lócus
da experiência estética na formação
inicial de professores, que acabam por construir percepções e valores a respeito do fazer
pedagógico.
Nesta perspectiva, o trabalho pretende contribuir para o entendimento da necessidade
de se desenvolver experiências estéticas, que levem os futuros professores/as a criar práticas
pedagógicas que abram espaço para superar práticas burocratizadas, neoliberais, que funcionam
na lógica de uma racionalidade instrumental/técnica, na direção de assegurar uma racionalidade
mais ética e estética.
As narrativas (Auto) Biográficas apresentadas e analisadas neste trabalho são
lembranças carregadas de experiências estéticas de alunas/os da Pedagogia, a partir de suas
histórias de vida, de sofrimento, de traumas, de tristeza ou de alegrias, de expectativas durante
o percurso formativo no Ensino Médio.
Estabelecemos como perguntas norteadoras: Qual é o lugar da experiência estética no
contexto do trabalho docente? E, neste caso, na formação inicial de pedagogos/as? Se a
finalidade da Educação é o desenvolvimento da autonomia para exercer o seu papel de
cidadania com consciência crítica, qual a concepção de autonomia e submissão que as alunas/os
trazem do Ensino Médio para a Educação Superior?
Nessa ótica, apresentamos a matriz conceitual de experiência estética, entendendo,
sobretudo, a emoção como questão epistemológica e a sensibilidade estética como uma
possibilidade de um saber epistêmico. Para isso, assumimos o conceito de estética, em Schiller
(2017), que reside na articulação entre o sensível e a razão. Temos a contribuição de Adorno
(2008), com relação à estética da massificação cultural, e de Freire (1996), sobre a estética como
desenvolvimento da autonomia dos sujeitos. Buscaremos aprofundar os conceitos acerca das
experiências estéticas de estudantes sobre suas práticas escolares, presentes nas narrativas
(Auto) Biográficas elaboradas na “Colcha de Retalhos”.
Este artigo está organizado em quatro partes: na primeira, discutimos a importância da
experiência estética como um movimento contra a cultura hegemônica, considerando as
sensibilidades e as emoções como
lócus
da experiência estética nas narrativas em enfoque. Em
seguida, apresenta-se os métodos, e os procedimentos exibem a coleta dos dados, a feitura da
“Colcha de Retalhos”, que possui três dimensões: escrita, oral e pictórica, e as etapas de cada
dimensão; também esclarecem sua organização e categorias resultantes: medo e ousadia, para
discussão nos eixos de autonomia e submissão. Por fim, apresentamos os resultados
encontrados. As narrativas (Auto) Biográficas produzidas são uma possibilidade ao sujeito de
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
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vislumbrar a própria realidade e refletir que as memórias orientam suas práticas docentes e são
parte de sua identidade decorrentes do lócus das Experiências estéticas que se mostram
carregadas de uma força humanizadora e de sensibilidade, de construção de tempos e espaços
solidários, afetivos e, sobretudo, de ampliação de conhecimento e de aprendizagem.
Tecedura: A experiência estética das narrativas (Auto) Biográficas na Colcha de Retalhos
Duas expressões podem traduzir a palavra tecedura neste trabalho, como um conjunto
de fios que se cruzam com este tema: trama e urdume. Trata-se da experiência estética e das
narrativas que ofereceram o que está também denominando como urdidura da autonomia e
submissão tramada de medo e ousadia. Ou seja, na trama, tece os fios entrelaçados: de um lado,
a desejada autonomia, que se depara, também, com atos de submissão e obediência; e de outro
lado, o medo e sofrimento e a ousadia em superá-los.
Uma experiência estética indica um conjunto de fios, que, unidos, mostram o todo – esta
tecedura que nos conduz a observar, de perto, os fios, mas que nos remete, também, a ver as
franjas, de um lado; e, de outro, o esgarçamento de alguns fios.
Para Adorno (1982), a experiência estética é aquela em que o sujeito, no caso,
professores e alunos, não estão submetidos a uma lógica neoliberal e de racionalidade técnica
instrumental. Ou seja, mesmo que estejam nos sistemas reguladores e controladores, preservam
sua autonomia e não se curvam perante os desafios da vida, não se submetem, mas ousam
mudar. Com isso, como afirma Adorno (1982, p. 364), “a genuína estética supõe emoção, razão
e reflexão muito além da obra de arte”. De acordo com Yaegash, Oliveira e Oliveira Júnior
(2019, p. 1926), existe “relevância de se compreender a formação crítica de professores e
alunos, bem como as reflexões sobre a semiformação presentes nesses processos educativos
atuais”.
É preciso lembrar que o termo estética tem sua origem em
aesthesia
/estesia, que quer
dizer sensibilidade. Seu oposto é anestesia, que está carregada de alienação. A experiência
estética funda, então, segundo Adorno (1982, p. 364), a possibilidade de
[...] percepção e compreensão de que, na estrutura humana, pode haver uma
integração entre o pensar e o sentir, ou dito com outras palavras, a razão e a
sensibilidade não se excluem e, menos ainda, não se diferem em absoluto e
mesmo na oposição, permanecem interdependentes.
Isso significa que a experiência estética, conforme adotamos nesta investigação, é
aquela que alimenta a imaginação, a criatividade, a criticidade, possibilitando que sujeitos
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Experiência estética: Autonomia e submissão tramada de medo e ousadia na tecedura da “Colcha de Retalhos”
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possam experimentar o sentimento da emoção, da alegria, do sofrimento, do encantamento, da
resiliência, da ousadia, de modo a ser capaz de que se construa, em cada um, a humanidade que
foi sucateada pelo capital e pelo fetiche da mercadoria, como aponta Adorno (1982).
Ainda, para Adorno (1982), só é possível pensar em uma experiência estética no
entrecruzamento entre arte, cultura e conhecimento. Além disso, Adorno (1982) toma a obra de
arte em uma dupla dimensão: por um lado, a obra reflete o caráter do ato, que é imanente das
obras mesmas e de suas disposições, por vezes, repentinas e surpreendentes; e, por outro, é
composta de seus materiais, que marcam sua existência duradoura.
Se traduzirmos este pensamento para o sentido de uma experiência estética, poderíamos
dizer que a experiência estética também reflete o “caráter do ato” e demanda disposições dos
sujeitos. Ainda, a experiência estética iria se compor de experiências que, de fato, durassem ou
fixassem em nossas memórias.
A experiência estética, para o filósofo e dramaturgo Friedrich Von Schiller, está
articulada com o problema político, com o problema da liberdade e com o problema da própria
democracia. Nesse sentido, o caminho passa pela estética, pois tal experiência, que que se
encontra na origem da arte, mantém uma relação fundamental com o mundo, como uma
modalidade primária de estar no mundo. A experiência estética é uma questão democrática
verdadeira.
Schiller (2017, p. 22) reflete sobre o significado e a urgência das experiências estéticas:
[...] para resolver na experiência o problema político do qual falei, o caminho
é considerar primeiro o problema estético, pois é pela beleza que nos dirigimos
à liberdade. Essa é uma demonstração que não pode ser feita sem que eu traga
à vossa memória os princípios que, de maneira geral, a Razão toma por guia
em uma legislação política.
Nesse sentido, ressalta-se a importância de se investir na compreensão do trabalho
docente por meio da criação de espaços de experiência estética como possibilidade de
autonomia frente à razão técnica que se instalou em nossa cultura. Podemos assumir ainda as
narrativas como desenvolvimento da sensibilidade e dos sentidos; e a “Colcha de retalhos”
como um dispositivo contra a alienação, promovida pela indústria cultural, que acaba por
promover uma hegemonia, de modo a alcançar uma tomada de consciência.
Paulo Freire (2003) propõe pressupostos que remetem à importância das palavras e
coisas e, em especial, da estética da leitura do mundo e de nosso campo da Educação. Para
Paulo Freire (2003, p. 10), compreender esta “palavramundo”, para além de ser um ato político,
porque de participação no mundo é, também, uma experiência ética e estética. Para este autor,
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2918-2936, out./dez. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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a educação é um “[...] processo de conhecimento, formação política, manifestação ética, procura
da boniteza, capacitação científica e técnica, [...] é prática indispensável aos seres humanos e
deles específica na História como movimento, como luta.” (FREIRE, 2003, p. 10). Nesta
passagem, Freire (2003) apresenta, mais uma vez, a educação como processo de conhecimento.
Ele também destaca o caráter político que vê na educação, chamando-a de formação política.
O domínio moral da educação freireana é relembrado com a expressão “manifestação ética”
(FREIRE, 2003, p. 11), e o âmbito estético é evocado com a frase “procura da boniteza”,
“belezura” (FREIRE, 2003, p. 12).
Em Freire (1996), se estabelece, como desenvolvimento da autonomia, as condições
criadas pelo docente para que o discente possa fazer escolhas e tomar decisões e por elas se
responsabilizar. Essa perspectiva educacional está fundamentada nos seguintes pilares ou linhas
invisíveis no desenvolvimento da autonomia: política, ideologia, poder, moral, ética e estética.
Eles sustentam a visão dos sujeitos e atuam conjuntamente na tomada de decisões e escolhas
que fazemos.
É importante, aqui, destacar que, em Paulo Freire (2010), a consciência estética e
consciência epistemológica são construídas num processo, que culmina em um estado de
conscientização, pois não nos é possível estar completamente conscientizados. Se assim fosse,
implicaria em darmos como sujeitos prontos e, ao contrário, para Freire (2010), tanto mundo
como homem estão sempre se modificando e, portanto, a conscientização é um processo
constante. Isto ocorre no campo das relações humanas, além de envolver uma análise crítica
acerca da realidade das relações entre o indivíduo e o mundo.
Segundo Freire (1996), as relações estabelecidas no processo formativo, conosco, com
os objetos e com o próprio conhecimento, se configuram como uma arte e o professor como um
artista. Afinal, a natureza estética do ato de conhecimento e as relações dependem de domínios
estéticos, exigindo criatividade e emoção.
Narrar é ir ao encontro de si. A arte de narrar a si na feitura da “Colcha de Retalhos”
insere-se como proposta de um
lócus
da Experiência Estética, fundamenta-se na concepção de
que o desenvolvimento da autonomia e emancipação dos sujeitos ocorre também nas narrativas
(Auto) Biográficas como possibilidade de tomada de decisão sobre o que e não narrar, o que
implica numa reflexão na formação deste/a professor/a.
Caminha-se, agora, para a explicitação da feitura da “Colcha de Retalhos”.
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Experiência estética: Autonomia e submissão tramada de medo e ousadia na tecedura da “Colcha de Retalhos”
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Métodos
Este é um estudo qualitativo, na área da educação e de análise documental, conforme
Gatti (2007). A coleta de dados foi realizada em 2018, na disciplina de Organização do Trabalho
Docente, durante a participação no dispositivo de formação “Colcha de Retalhos”, concebido
como proposta advinda dos alunos e alunas do curso de Pedagogia, em 2001, a qual vem sendo
construída por Berkenbrock-Rosito.
A proposta formativa e investigativa da “Colcha de Retalhos”, como produção das
narrativas (Auto) Biográficas, ocorre nos moldes do paradigma singular plural de Marie-
Christine Josso (2007), no âmbito da pesquisa-formação,
que nos configuram como seres
originais, portanto, singulares, todavia, constituídos na pluralidade.
A Colcha de Retalhos
é realizada por estratégias e etapas, em três dimensões: narrativa
escrita, pictórica e oral.
Quadro 1 –
As dimensões e etapas da colcha de retalhos
Fonte: Elaborado pelas autoras
Neste estudo, extraímos deste quadro I, como foco de análise, a primeira etapa da
dimensão da Narrativa Escrita. Refere-se à Narrativa Escrita a partir de três cenas marcantes do
Ensino Médio, em que se estabelecem os três eixos temáticos de análise: a relação com o
conhecimento, com o professor e a relação consigo como aluno; se de autonomia ou submissão.
Os dados extraídos de um banco de dados próprio do grupo de pesquisa são tratados como
Documentos (Auto) Biográficos (BERKENBROCK-ROSITO; SOUZA, 2020).
A “Colcha de Retalhos”, como dispositivo de formação, apresenta, pelo menos, três
“pontas de fios” para a compreensão das narrativas (Auto) Biográficas como
lócus
da
1º Etapa
2º etapa
3º etapa
Narrativa
escrita
Descrever três cenas
marcantes de sua experiência
no Ensino Médio
Elaboração do quadro “Linha
da vida”. Realização de um
mapeamento de momentos
charneiras
Narrativa Fílmica. Assistir ao
filme
Colcha de Retalhos
,
buscar metáforas significativas
da sua história de vida,
compondo assim a etapa da
narrativa fílmica
Narrativa
pictográfica
Buscar imagens e metáforas
nos relatos escritos para a
confecção do retalho
M
ontar imageticamente sua
narrativa em forma de retalho
Registros fotográficos
realizados após a exposição da
colcha pronta
Narrativa
oral
Contar a sua
história e ouvir
a história do outro
Costura coletiva dos retalhos
Apreciação estética da obra
Colcha de Retalhos,
impressões e discussões acerca
da construção coletiva
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
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Experiência Estética por onde ocorre o desenvolvimento da autonomia. O primeiro aponta para
uma direção temática, porque indica a estratégia a ser vivenciada/experienciada. O segundo
motiva/influencia uma experiência estética, para que se promova uma interação e seja gerada
uma operação/um movimento de “significado” e “força”, como diria Gadamer (2011, p. 77),
no que ele denomina como “nexos operativos”. O terceiro permite compreender a experiência
e interpretá-la com a nossa leitura de mundo, gerando, de certo modo, o tal círculo
hermenêutico, que liga as partes com o todo e vice-versa.
E a circularidade aqui consiste no retorno reflexivo e contínuo ao projeto
prévio de compreensão, a partir da relação que se estabelece com a coisa
projetada, que deve ser compreendida. Aqui se entende por que o olhar sobre
a coisa mesma é a tarefa primeira, constante e última da hermenêutica, pois a
caminhada fenomenológica inicia na coisa projetada (antecipada no projeto de
compreensão), continua se processando a partir das mediações entre o projeto
e a coisa, e termina quando se encontra a verdadeira possibilidade ou as
verdadeiras possibilidades de interpretação a partir da convalidação do projeto
na coisa. Houve um diálogo em que o intérprete põe em discussão seus pré-
juízos - os juízos prévios que ele tinha sobre a coisa antes de conhecê-la -,
tendo, desse modo, ampliado seu horizonte de compreensão através da
abertura efetivada. Não apenas o intérprete saiu diferente desse processo, mas
também a coisa mesma que, por ter suportado um olhar diferente, ganhou
outra possibilidade (verdadeira) de ser compreendida e se tornou uma nova e
diferente unidade de sentido, em um horizonte mais amplo (GADAMER,
2000, p. 63).
O Círculo de Compreensão, em Gadamer (2011, p. 78), em uma hermenêutica, tem
“significação e força”. Ou seja, há um entretecer de fios que ligam as partes ao todo e vice-
versa, pois, “É tarefa da hermenêutica esclarecer o milagre da compreensão, que não é uma
comunicação misteriosa entre as almas, mas participação num sentido comum” (GADAMER,
2011, p. 78).
Isso indica que nossas expectativas de sentido de entender o que pensamos e fazemos
frente a este mundo se coincidem. Por isso, a interpretação das narrativas tem significado,
porque apresenta uma unidade de sentido, que nos leva a um entendimento do que é o círculo
hermenêutico entre o todo e as partes. Gadamer (2011, p. 79) diz que a relação parte/todo indica:
“o sentido da pertença”, pois, como afirma o autor: “Compreender significa primeiramente
entender-se na coisa e, só em segundo lugar, apartar e compreender a opinião do outro como
tal” (GADAMER, 2011, p. 78).
De acordo com Gadamer (2011, p. 25), dando uma “identidade de sentido”, que se
traduz, também, como uma “experiência estética”, porque coloca em pauta nossa experiência
no mundo com o jogo de linguagem e de arte desenvolvido nesta trama especial.
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Os dados foram organizados conforme a análise temática, em Jovchelovitch e Bauer
(2002), em que o texto é disposto em três colunas: “a primeira contém a transcrição, a segunda
contém a primeira redução e a terceira contém apenas palavras-chave” (JOVCHELOVITCH;
BAUER, 2002, p. 107).
Este processo de redução adota o enfoque da hermenêutica, em Gadamer (2000), haja
vista que se fundamenta na subjetividade que é característica da abordagem, visando uma maior
compreensão sobre a essência do fenômeno, ao compreender, nas recorrências, novas
reformulações, e legitimando as interpretações. Assim, buscamos, por constantes dobras de
sentido, voltando-se sobre o contexto destes sujeitos, situados social e historicamente, a partir
dos fios que tecem sua história, sua vida, suas subjetividades constitutivas enquanto alunos/as
e futuros profissionais da área da Educação, licenciados em Pedagogia, observar as emoções e
sentimentos nas experiências de vida narradas das alunas, que contém uma experiência estética
a ser desvelada.
Deste processo emergem duas categorias aglutinadas, para fins de pesquisa, em Medo e
Ousadia, em conformidade a Shor e Freire (1986). Essas categorias são discutidas em três eixos
temáticos, propostos na primeira etapa da “Colcha de Retalhos”, que trata da relação com o
conhecimento, com o professor e que tipo de aluno foi.
Eixos de Análise:
Quadro 2 -
Eixos e Categorias Temáticas
Eixo I Urdume
Qual a relação com o professor:
Categoria a- Medo
Categoria b- Ousadia
Eixo II
Trama
Qual a relação com o conhecimento:
Categoria a- Medo
Categoria b- Ousadia
Eixo III
Tapeçaria
Que tipo de aluno foi:
Categoria a- Medo
Categoria b- Ousadia
Fonte: Elaborado pelas autoras
A análise do trabalho, como um todo, passa por três dimensões de análise, denominadas:
1ª Dimensão diagnóstica: em que a análise dos dados, relatados a seguir, foram traçados,
também, sob um olhar dialético, porque a pesquisadora está imersa no olhar, em um encontro
do compreender e interpretar o que as alunas narraram. Neste sentido, era importante ver quais
os “fios” que estavam sendo “costurados” e “articulados” para que houvesse, de fato, um círculo
hermenêutico (GADAMER, 2000).
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2ª Dimensão cognitiva: que se sustenta na matriz conceitual revelada pela experiência
estética, no encontro de significados da autonomia-ousadia-submissão-medo-ousadia.
3ª Dimensão formativa: entendida, aqui, como espaço da intersubjetividade, na relação
professor/alunos, em uma aprendizagem e desenvolvimento profissional de imersão na cultura,
nas práticas sociais historicamente constituídas, de modo a (re)constituir a identidade social e
profissional.
Tais dimensões possibilitam os resultados, apresentados a seguir.
Arrematando o trabalho: Os resultados encontrados
Urdume: O professor entre o medo e a ousadia
O urdume são os fios, dispostos longitudinalmente, o que dá forma ao tecido, em um
tear, na tecelagem, é o sentido. Nesse estudo, o urdume refere-se ao sentido da relação que
tiveram com seus professores, se de autonomia ou submissão. As memórias são
majoritariamente de submissão, somando 59% das participantes, enquanto 32% revelam ter tido
uma relação de autoria e 9% não responderam. As narrativas revelam o medo e a ousadia na
violência simbólica, física etc. que sustenta a submissão; em relação à ousadia do diálogo, da
alegria, dignidade.
Essa violência opera para a submissão e um de seus caminhos se dá pelo medo. Fica
claro que esta também é uma via em que se sustenta a alienação. Percebemos uma cultura do
medo que permeia as relações da escola e sustenta a submissão. A submissão, para os autores,
é a violência “simbólica das autoridades, no dia-a-dia e na escola” (SHOR; FREIRE, 1986, p.
78). A escola obedece a lógica da razão instrumental, ao buscar igualar a todos ao “ensinar as
pessoas a desistir de seus direitos à autonomia e ao pensamento crítico” (SHOR; FREIRE, 1986,
p. 78). Sobre isto, enunciam Cetim e Cacau
3
:
Uma vez que ele passou uma prova quando fui entregar para ele, ele rasgou
minha prova, me chamou de loira burra, depois daquele dia comecei a
inventar desculpas para não ir para escola, não queria passar por tudo que
estava passando. Isso fez que eu me tornasse uma menina insegura, meu medo
de me expor, me exclui do mundo e não conseguia fazer amizades
(CETIM,
2018).
Foi uma relação de admiração e respeito, acredito que foi submissão, pois no
final eu sempre obedecia ao professor
(CACAU, 2018).
3
Nomes fictícios dos sujeitos participantes deste estudo.
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Experiência estética: Autonomia e submissão tramada de medo e ousadia na tecedura da “Colcha de Retalhos”
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2918-2936, out./dez. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
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De outro modo, a autonomia como domínio da liberdade nas relações com professores
aparece com grande afetividade e revela prazer e conquista, alegria e, em consonância a Schiller
(2017), percebemos que o caminho para o intelecto perpassa o coração (SCHILLER, 2017).
Consoantes, Freire (1996) e Galeffi (2007) defendem que o amor é o sentimento de legitimação
do outro e pertença de si, o amor é um sentimento estético por excelência.
O aprendizado estético se coloca como o aprendizado da amorosidade, da afetividade
como espaço de perpetuação e luta. Temos, assim, o gosto na relação com o professor, em que
se percebe a atenção e o estímulo também às potencialidades e à crença na autonomia do aluno.
Para Schiller (2017, p. 12), a autonomia é liberdade, ocorre no domínio do “juízo estético” e
pode ser percebida somente no jogo de razão e sensibilidade, em que a razão confere a sua
“autonomia ao mundo sensível e é por isso que se pode afirmar que o belo é liberdade no
fenómeno”. Percebemos isso nos dizeres de Azul Bic, Rum e Camafeu:
Através dessa matéria de Filosofia e sua metodologia tive uma expansão a
respeito do conhecimento. A definição de Filosofia dada por ele no primeiro
dia de aula foi a “a arte de pensar/questionar” e foi exatamente o que ocorreu
através de sua metodologia
(AZUL BIC, 2018).
Uma estagiária chamada Vera que tinha muito amor a profissão e em um
exercício que eu tive muita dificuldade, ela me ajudou muito
(RUM,2018).
Minha relação com meus professores foi ótima pois, sempre respeitei eles.
Foi uma relação de autoria porque meus professores sempre davam liberdade
para os alunos se expressarem, tirar dúvidas e participar
(CAMAFEU,
2018).
Neste eixo, vislumbra-se das narrativas (Auto) Biográficas a coexistência da estética do
medo, por meio de diferentes formas de violência simbólica, ou não, e a estética da ousadia,
que busca sentido nas relações por meio da afetividade e da crítica.
Trama: O conhecimento entre o medo e a ousadia
Para tecer, além dos fios de urdume, é necessário o entrelaçamento da trama, o fio que
dá ao tecido sua densidade e peso e aqui expressa o papel do conhecimento para as alunas.
Nesta etapa, para 53,5% das participantes, a relação com o conhecimento foi de submissão,
outras 37,5% relataram que a relação foi de autoria e 9% não responderam. As narrativas
revelam questões sobre o currículo oficial em relação a uma pedagogia libertadora, bem como
potencializa uma tomada da consciência estética no gosto e desgosto das alunas.
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2918-2936, out./dez. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
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Percebemos a submissão enraizada na cultura escolar, escondida nas formas de
aprender, na qual o conhecimento disponível replica a ideologia dominante, espaço em que o
desgosto resulta do medo de não ser capaz de compreender e de um medo de perguntar, por
medo das respostas que virão, conforme sinaliza Dark.
Minha relação com o conhecimento na escola [...] foi de medo, foi uma
relação de submissão, pois o único certo em sala de aula era o professor,
onde não podíamos realizar nenhum questionamento, era copiar e colar da
lousa para as apostilas que o governo dava para os estudantes
(DARK,
2018).
Outro movimento de submissão na educação, percebido por Shor e Freire (1986), está
nos programas padronizados, que não possibilitam a autonomia para que tanto o professor
quanto os alunos “reinventem o conhecimento existente” (SHOR; FREIRE, 1986, p. 51). Nessa
ótica, “o obscurecimento da realidade no currículo oficial não só esconde a dominação, como
também bloqueia a imaginação divergente” (SHOR; FREIRE, 1986, p. 111), e promove o
sentimento de solidão e sofrimento.
No entanto, para alguns, mesmo que mediada pelo professor, essa relação desperta a
curiosidade, o prazer. Para Freire (1996, p. 24),
[...] nenhuma formação docente verdadeira pode fazer-se alheada, de um
lado, do exercício da criticidade que implica a promoção da curiosidade
ingênua à curiosidade epistemológica, e do outro, sem o reconhecimento do
valor das emoções, da sensibilidade, da afetividade, da intuição ou
adivinhação
Assim, há quem ouse contra a própria condição, assumindo a responsabilidade pelos
conhecimentos que adquire, revelando o prazer como elemento fundante do cruzamento de
diferentes dimensões e potencializando a disposição autônoma para o conhecimento, conforme
sinaliza Organza:
Minha relação com o conhecimento não partiu de mim, eu tive muitos
professores que me mostraram a importância de sempre aprender e que nunca
sabemos de tudo. Sempre tive professores que de alguma forma mostraram a
importância do conhecimento e me estimularam para que eu tomasse a
iniciativa para conhecer e descobrir coisas novas. Até que eu percebi o
quanto é importante buscar o conhecimento, e essa busca é constante
(ORGANZA, 2018).
Neste sentido, Freire (1996) destaca que a relação com o conhecimento, como uma
competência técnico-científica, exige uma rigorosidade metódica e é importante para o trabalho
do professor, mas a rigorosidade não é incompatível “com a amorosidade necessária às relações
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Experiência estética: Autonomia e submissão tramada de medo e ousadia na tecedura da “Colcha de Retalhos”
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educativas” (FREIRE, 1996, p. 7). Deste modo, compreendemos que nas narrativas o
relacionamento harmonioso com o professor cria e possibilita “o ambiente favorável à produção
do conhecimento, onde o medo do professor e o mito que se cria em torno da sua pessoa vão
sendo desvalados” (FREIRE, 1996, p. 24).
É possível depreender das narrativas a relação com o conhecimento, com os professores,
que é mediado pelos valores da família, da sociedade, que reverberam no espaço escolar e
caracterizam-se como aspectos constituintes da percepção de si.
Tapeçaria: O aluno entre o medo e a ousadia
A tapeçaria, então, se forma no encontro de urdume e trama, e do encontro do
relacionamento com o conhecimento e com seus professores é formada a imagem que as alunas
fazem de si mesmas. Na figura 1, os adjetivos que acompanham o descritivo de boa aluna são:
dedicada, esforçada e submissa.
Figura 1
–
Eixo III – A imagem que as alunas fazem de si
Fonte: Dados da Pesquisa
Isso revela um modelo de beleza sobre o bom aluno, enraizado pela submissão, e indica
uma realidade em que as dúvidas, as reflexões críticas e a criatividade são silenciadas pelo medo
diante da hierarquia, em que a escola funciona como reprodutora do sistema e como instrumento
de massificação e manipulação, quando poderia atuar como desenvolvedora da livre
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2918-2936, out./dez. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
2931
consciência, conforme enunciam os sujeitos: “
Fui uma aluna que buscou ter notas o suficiente
para não ser reprovada. Sai do ensino médio cheia de dúvidas
” (NÁUTICO, 2018). Nas
palavras de Solar: “
Um bom aluno, sempre respeitando, sempre entregando os trabalhos, nunca
chegava atrasada, era uma excelente aluna
” (SOLAR, 2018). Conforme Macadâmia:
“Fui
uma aluna esforçada, sempre procurando aprender. Sempre dedicada com trabalhos e
atividades
” (MACADÂMIA, 2018). Acrescentando:
Sempre fui uma aluna determinada e dedicada, porém com algumas
dificuldades na aprendizagem, mas como alguns professores eram muito
enérgicos eu sempre guardava minhas dúvidas e não tinha muita
oportunidade de expor minhas dúvidas
(RUM, 2018).
Na ótica dos dados, notamos a predominância de um modelo de beleza que, em
conformidade a Schiller (2017), demonstraria um ideal como humanidade, refletindo a tríade
grega do bom, do belo e do justo, o que possibilita a passagem de um estado puramente
selvagem para um estado estético e que, ideologicamente, atingiria o estado moral. Mas o que
é percebido, na ótica de Adorno (2008), é que esse modelo de beleza estaria corrompido e
levaria à alienação dos sujeitos, por meio da semiformação e da massificação do gosto. A
semiformação é resultado de um tipo de formalização da educação e leva os alunos a
enxergarem e perpetuarem o que a escola julga verdadeiro, impedindo, assim, que a capacidade
imaginativa venha a aparecer.
As “narrativas” dos sujeitos de pesquisa apontam que são as experiências, sonhos,
utopias dos professores em formação que estão, de alguma maneira, sendo ofuscadas por metas
neoliberais, que se preocupam mais com a intensificação do trabalho docente, com problemas
burocráticos, que se traduzem na quantificação, padronização, rigor técnico, repetição, punição
e controle de qualidade por meio de resultados quantitativos, preocupados com os
ranqueamentos, por um lado, e a premiação (“bônus”), por outro. E, nesta direção, observamos,
também, que a luta pela sobrevivência, nestes tempos tão difíceis, está sendo muito dura, pois
o indivíduo se vê cada vez mais só, ele não se envolve mais com o outro, com o coletivo,
enfraquecendo os movimentos sociais, as instâncias coletivas de luta. Torna-se um indivíduo
assujeitado: individualista, competitivo, marcado pelo isolamento no trabalho. Isso implica,
também, em deixar de lado experiências mais formativas, éticas e estéticas, e a vivência de
experiências sociais, que permitam a inclusão, a justiça social, igualdade de oportunidades,
trabalho coletivo e solidário, que possibilitem uma escola e/ou universidade mais democrática
e justa.
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Experiência estética: Autonomia e submissão tramada de medo e ousadia na tecedura da “Colcha de Retalhos”
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2918-2936, out./dez. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Considerações finais
Visando contribuir sobre o lugar da Experiência Estética na formação inicial de
professores em contraposição à semiformação, os dados possibilitaram a reflexão dos
elementos a seguir.
Compreender o sentido da autonomia e submissão, na perspectiva das licenciadas,
reveladas na fruição da experiência estética, os sentidos e significados de autonomia e
submissão por meio da análise das cenas marcantes do percurso formativo no espaço escolar
do Ensino Médio, no que tange à formação de professores e suas relações de autonomia ou
submissão com o conhecimento e com os professores.
A apreensão dos fenômenos de autonomia e submissão, que foram aglutinadas em duas
categorias: medo e ousadia. Em conformidade a Shor e Freire (1986), foram discutidas em três
eixos temáticos propostos na primeira etapa da “Colcha de Retalhos”, que tratam da relação
com o conhecimento, com o professor e consigo mesmas.
Desta forma, a relevância da narrativa para a formação inicial do(a) professor(a) está na
autonomia de um estado de conscientização em que as experiências narrativas configuram
possibilidades para que a pessoa se coloque como autor/a de sua história, reinventando e
transformando a compreensão do que a oprime, possibilitando o desvelo da realidade;
A estética, nessa experiência de narrar a si, aparece nas relações que construímos
durante o texto e fora dele, pois exigem criatividade, imaginação e boniteza, como Freire (1996)
nos lembra. E como experiência estética, ao tornar-se autor, ator e agente social de sua história,
com um ser inacabado, por meio da reflexão sobre si mesmo em relação ao mundo.
Com base nas obras de Adorno (1982, 2003), Schiller (2017) e Freire (1989, 1996,
2003), pudemos admitir que o homem foi conduzido a imprimir uma forma mecânica no
mundo, mas a Educação Estética visa transformar a concepção moderna de estética e humanizar
a sociedade; por meio da beleza, possibilita resgatar o caráter epistemológico e de educação
social, pela arte e na arte.
O estudo do Eixo I, que tratava das relações com os professores, são majoritariamente
de submissão, somando 59% das participantes, enquanto 32% revelaram ter tido uma relação
de autoria. A estética da boniteza, do amor, da coragem, uma estética de ousadia que faz revelar
ou que busca revelar; e a estética da feiura, do medo, do silêncio, faz calar justamente por medo
e pelo medo.
No Eixo II, para 53,5% das participantes a relação com o conhecimento foi de submissão
e as demais 37,5% relataram que a relação foi de autoria. Por meio da análise, percebemos que
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2918-2936, out./dez. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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o conhecimento ocorre na mediação das licenciandas com o mundo, com os amigos e com a
família, mas, principalmente, com seus professores. Nesse sentido, essas relações podem
transformar ou deformar. O horizonte histórico de compreensão aponta à submissão como
enraizada na cultura escolar, na qual o conhecimento disponível replica a ideologia dominante,
espaço em que o desgosto resulta do medo de não ser capaz de compreender e de um medo de
perguntar, por medo das respostas que virão. De outro lado, há quem ouse contra a própria
condição e assuma a responsabilidade por seus conhecimentos, por meio de professores
corajosos, de projetos sociais e culturais ou por meio de seus colegas de turma.
O Eixo III trouxe a imagem que o aluno faz de si como do encontro do relacionamento
com seus os professores e com o conhecimento, como na figura 1, onde percebemos a
predominância do descritivo de boa aluna acompanhado das palavras: dedicada, esforçada e
submissa. Isso revela um modelo de beleza sobre o bom aluno enraizado pela submissão e
indica uma realidade em que as dúvidas, as reflexões críticas e a criatividade são silenciadas e
viram medo diante da hierarquia, em que a escola funciona como reprodutora do sistema e como
instrumento de massificação e manipulação, quando deveria atuar como desenvolvedora da
livre consciência.
A autonomia, em uma lógica do capital, é silenciada e presa para servir ao seu algoz, a
autonomia nas narrativas aparece limitada em seu silêncio, e se revela submissa, podendo atuar
dentro de um limite imposto pela hierarquização da razão sobre a sensibilidade.
Apesar de toda a lógica alienante, de toda a violência e medo, a experiência estética
continua denunciando a feiura do sistema e revelando maneiras para que encontremos a
autonomia. Compreendemos que embora a autonomia possa ser vivenciada pelos sujeitos, não
há emancipação sem humanização. Esperamos que as participantes de pesquisa tomem um
rumo diferente e alterem esse trágico fim, o que só será possível de modo estético, no
alinhamento harmônico de amorosidade e racionalidade.
Assim, ao se constituírem, as narrativas (Auto) Biográficas na “Colcha de Retalhos”
proporcionam um movimento de razão e sensibilidade, assumindo-se como arte autêntica, na
arte de narrar e na arte de reconhecer e compreender a si e ao mundo e transformar-se em
literatura.
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Experiência estética: Autonomia e submissão tramada de medo e ousadia na tecedura da “Colcha de Retalhos”
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2918-2936, out./dez. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
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AGRADECIMENTOS
: pela concessão da bolsa durante o período de Mestrado, Programa de
Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares, associada à Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (PROSUP – CAPES), e à Universidade Cidade
de São Paulo - UNICID, por promover uma educação humana e de qualidade.
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2918-2936, out./dez. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
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2021.
Como referenciar este artigo
BERKENBROCK-ROSITO, M. M.; OLIVEIRA, K. M. Experiência estética: Autonomia e
submissão tramada de medo e ousadia na tecedura da “Colcha de Retalhos”.
Revista Ibero-
Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2918-2936, out./dez. 2022.
e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
Submetido em
: 26/01/2022
Revisões requeridas em
: 13/07/2022
Aprovado em
: 03/10/2022
Publicado em
: 30/12/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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Experiencia estética: Autonomía y sumisión tramadas de miedo y audacia en el tejido de la "Colcha de Retazos"
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2919-2937, oct./dic. 2022 e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
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EXPERIENCIA ESTÉTICA: AUTONOMÍA Y SUMISIÓN TRAMADAS DE MIEDO
Y AUDACIA EN EL TEJIDO DE LA "COLCHA DE RETAZOS"
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA: AUTONOMIA E SUBMISSÃO TRAMADA DE MEDO E
OUSADIA NA TECEDURA DA “COLCHA DE RETALHOS”
AESTHETIC EXPERIENCE: AUTONOMY AND SUBMISSION WOVEN OF FEAR
AND DARING IN THE WEAVING OF THE "PATCHWORK QUILT"
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO
1
Kiara Maia de OLIVEIRA
2
RESUMEN
:
El objetivo es comprender el lugar de la experiencia estética en el contexto del
trabajo docente y en la formación inicial de pedagogos, a través del significado de autonomía y
sumisión, en las narrativas biográficas (Auto) de 45 estudiantes, producidas en el Curso de
Pedagogía a través del dispositivo investigativo y formativo Colcha de Retazos, en 2018. El
marco teórico adoptado se basa en el concepto de Experiencia Estética, en Adorno (2008), de
estética, en Schiller (2017), y la estética como pilar de autonomía, en Freire (1996). Las
narraciones muestran que la autonomía aparece limitada en su silencio, y es sumisa, y puede
actuar dentro de un límite impuesto por la jerarquización de la razón sobre la sensibilidad, a
través del miedo. Considerando toda violencia y miedo, la experiencia estética denuncia la
fealdad del sistema y revela formas para que encontremos audazmente maneras de desarrollar
la autonomía como un proceso de humanización de los sujetos.
PALABRAS CLAVE
:
Experiencia estética. Autonomía y sumisión. Colcha de retazos.
RESUMO
: Busca-se compreender o lugar da experiência estética no contexto do trabalho
docente e na formação inicial de pedagogos/as, por meio do sentido da autonomia e submissão,
nas narrativas (Auto) Biográficas de 45 alunas, produzidas no Curso de Pedagogia por meio
do dispositivo investigativo e formativo Colcha de Retalhos, em 2018. O referencial teórico
adotado assenta-se no conceito de Experiência Estética, em Adorno (2008), da estética, em
Schiller (2017), e a estética como pilar da autonomia, em Freire (1996). As narrativas mostram
que a autonomia aparece limitada em seu silêncio, e se revela submissa, podendo atuar dentro
de um limite imposto pela hierarquização da razão sobre a sensibilidade, por meio do medo.
Considerando toda a violência e medo, a experiência estética denuncia a feiura do sistema e
revela maneiras para que, com ousadia, encontremos caminhos de desenvolvimento da
autonomia como processo de humanização dos sujeitos.
PALAVRAS-CHAVE
: Experiência estética. Autonomia e submissão. Colcha de retalhos.
1
Universidad Ciudad de São Paulo (UNICID), São Paulo – SP – Brasil. Profesora en el programa de posgrado en
Educación. Doctorado en Educación (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9010-1101. E-mail:
margaretemay@uol.com.br
2
Universidad Ciudad de São Paulo (UNICID), São Paulo – SP – Brasil. Maestría en Educación. ORCID:
https://orcid.org/0000-0003-3540-3881. E-mail: kiaramaiahh@gmail.com
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2919-2937, oct./dic. 2022 e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
2920
ABSTRACT
: We seek to understand the place of the aesthetic experience in the context of
teaching work and in the initial training of educators, through the sense of autonomy and
submission, in the (Auto) Biographical narratives of 45 students, produced in the Pedagogy
Course through the investigative and formative device Patchwork Quilt, in 2018. The
theoretical framework adopted is based on the concept of Aesthetic Experience, in Adorno
(2008), of aesthetics, in Schiller (2017), and aesthetics as a pillar of autonomy, in Freire (1996).
The narratives show that autonomy appears limited in its silence, and reveals itself submissive,
being able to act within a limit imposed by the hierarchization of reason over sensibility,
through fear. Considering all the violence and fear, the aesthetic experience denounces the
ugliness of the system and reveals ways for us to boldly find ways to develop autonomy as a
process of humanization of the subjects.
KEYWORDS
: Aesthetic experience. Autonomy and submission. Patchwork quilt.
Introducción
Este estudio es parte de una investigación longitudinal titulada: "Experiencia estética y
narrativas (auto)biográficas: una urdimbre de autonomía y sumisión tramada con miedo y
audacia en el tejido de “colcha de retazos". Forma parte del Programa de Maestría en Educación
de la Universidad Ciudad de São Paulo - UNICID, y en la Línea de Investigación
"Subjetividades, Formaciones y Aprendizaje", que está vinculada a una investigación más
amplia, registrada en el Consejo Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico (CNPq),
titulado "Narrativa pictográfica (auto)biográfica: representaciones sociales de la experiencia
estética en procesos formativos".
El objeto de este estudio son 45 narrativas (auto) biográficas, de graduados del curso de
pedagogía, sobre escenas impactantes que ocurrieron durante su carrera como estudiantes en la
escuela secundaria, que fueron producidas como una de las etapas del dispositivo formativo e
investigativo Colcha de Retazos, que tiene como objetivo la producción de narrativas (auto)
biográficas en tres dimensiones: escrita, oral y pictórica, y las etapas de cada dimensión.
En el contexto de este estudio, los documentos (Auto) Las biografías se extraen de una
base de datos del grupo de investigación, y se relacionan con la dimensión de narrativa escrita,
la clase delsegundo semestre del curso de Pedagogía, que, en 2018, celebró el "Colcha de
Retazos”, en la Universidad Ciudad de São Paulo - UNICID, una institución privada ubicada
en la Zona Este de la ciudad de São Paulo.
El objetivo que proponemos es comprender el significado del lugar de la experiencia
estética en el contexto del trabajo docente y en la formación inicial de pedagogos, que se refiere
a la experiencia estética de la autonomía y la sumisión de los graduados, entendiendo las
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Experiencia estética: Autonomía y sumisión tramadas de miedo y audacia en el tejido de la "Colcha de Retazos"
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2919-2937, oct./dic. 2022 e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
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emociones, experiencias, sensaciones y percepciones como
locus
de
la experiencia estética en
la formación inicial de los profesores, que terminan construyendo percepciones y valores sobre
la práctica pedagógica.
En esta perspectiva, el trabajo pretende contribuir a la comprensión de la necesidad de
desarrollar experiencias estéticas, que lleven a los futuros maestros a crear prácticas
pedagógicas que den cabida para superar las prácticas burocráticas, neoliberales, que trabajan
en la lógica de una racionalidad instrumental/técnica, en la dirección de garantizar una
racionalidad más ética y estética.
Las narrativas (Auto) Las imágenes biográficas presentadas y analizadas en este trabajo
son recuerdos cargados de experiencias estéticas de estudiantes de Pedagogía, a partir de sus
historias de vida, sufrimiento, trauma, tristeza o alegrías, expectativas durante el curso
formativo en la Escuela Secundaria.
Establecemos como guía las preguntas: ¿Cuál es el lugar de la experiencia estética en el
contexto del trabajo docente? ¿Y en este caso, en la formación inicial de pedagogos? Si el
propósito de la Educación es el desarrollo de la autonomía para ejercer su papel de ciudadanía
con conciencia crítica, ¿cuál es la concepción de autonomía y sumisión que los estudiantes les
llevan de la Escuela Secundaria a la Educación Superior?
Desde esta perspectiva, presentamos la matriz conceptual de la experiencia estética,
entendiendo, sobre todo, la emoción como cuestión epistemológica y la sensibilidad estética
como posibilidad de conocimiento epistémico. Para ello, asumimos el concepto de estética, en
Schiller (2017), que radica en la articulación entre lo sensible y lo razonable. Tenemos la
contribución de Adorno (2008), con respecto a la estética de la masificación cultural, y Freire
(1996), sobre la estética como el desarrollo de la autonomía de los sujetos. Buscaremos
profundizar los conceptos sobre las experiencias estéticas de los estudiantes sobre sus prácticas
escolares, presentes en las narrativas (Auto) Biográfico elaborado en el "Colcha de Retazos”.
Este artículo está organizado en cuatro partes: en la primera, discutimos la importancia
de la experiencia estética como un movimiento contra la cultura hegemónica, considerando las
sensibilidades y las emociones como
locus
de la experiencia estética en las narrativas en foco.
A continuación, se presentan los métodos, y los procedimientos muestran la recopilación de
datos, la “Colcha de Retazos”, que tiene tres dimensiones: escrita, oral y pictórica, y las etapas
de cada dimensión; También aclaran su organización y las categorías resultantes: miedo y
audacia, para la discusión sobre los ejes de autonomía y sumisión. Finalmente, presentamos los
resultados encontrados. Las Narrativas (Auto) Biográficas producidos son una posibilidad para
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
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que el sujeto vislumbre su propia realidad y refleje que los recuerdos guían sus prácticas
docentes y forman parte de su identidad resultante del locus de experiencias estéticas cargadas
de fuerza y sensibilidad humanizadoras, construcción de tiempos y espacios solidarios,
afectivos y, sobre todo, de expansión del conocimiento y el aprendizaje.
Teje: La experiencia estética de las narrativas (Auto) biográficas en Colcha de Retazos
Dos expresiones pueden traducir la palabra tejido en esta obra, como un conjunto de
hilos que se cruzan con este tema: trama y urdimbre. Es la experiencia estética y las narrativas
que ofrecieron lo que también se denomina como urdimbre de autonomía y sumisión tramada
por el miedo y la audacia. Es decir, en la trama, teje los hilos entrelazados: por un lado, la
autonomía deseada, que también se encuentra con actos de sumisión y obediencia; y por otro
lado, el miedo y el sufrimiento y la osadía a superarlos.
Una experiencia estética indica un conjunto de hilos, que, juntos, muestran el todo, este
tejido que nos lleva a observar los hilos de cerca, pero que también nos recuerda los flecos de
un lado; y, por otro lado, el chirrido de algunos hilos.
Para Adorno (1982), la experiencia estética es aquella en la que el sujeto, en este caso,
profesores y estudiantes, no están sometidos a una lógica neoliberal y a una racionalidad técnica
instrumental. Es decir, incluso si están en los sistemas regulatorios y de control, preservan su
autonomía y no se inclinan ante los desafíos de la vida, no se someten, sino que se atreven a
cambiar. Con esto, como afirma Adorno (1982, p. 364), "la estética genuina supone emoción,
razón y reflexión mucho más allá de la obra de arte". Según Yaegash, Oliveira y Oliveira Júnior
(2019, p. 1926), existe "relevancia para comprender la formación crítica de profesores y
estudiantes, así como las reflexiones sobre la semiformación presentes en estos procesos
educativos actuales".
Hay que recordar que el término estética tiene su origen en
aesthesia
/estesia, lo que
significa sensibilidad. Su opuesto es la anestesia, que está cargada de alienación. La experiencia
estética funda entonces, según Adorno (1982, p. 364,
nuestra traducción), la posibilidad de
[...] La percepción y la comprensión de que, en la estructura humana, puede
haber una integración entre el pensamiento y el sentimiento, o dicho en otras
palabras, la razón y la sensibilidad no están excluidas y, menos aún, no
difieren en absoluto e incluso en oposición, siguen siendo interdependientes.
Esto significa que la experiencia estética, tal como la adoptamos en esta investigación,
es la que alimenta la imaginación, la creatividad, la criticidad, permitiendo a los sujetos
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Experiencia estética: Autonomía y sumisión tramadas de miedo y audacia en el tejido de la "Colcha de Retazos"
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experimentar el sentimiento de emoción, alegría, sufrimiento, encantamiento, resiliencia,
audacia, para poder construir, en cada uno, la humanidad que ha sido desechada por el capital
y el fetiche de la mercancía, como señala Adorno (1982).
Además, para Adorno (1982), solo es posible pensar en una experiencia estética en la
intersección entre arte, cultura y conocimiento. Además, Adorno (1982) toma la obra de arte en
una doble dimensión: por un lado, la obra refleja el carácter del acto, que es inmanente de las
mismas obras y sus disposiciones a veces repentinas y sorprendentes; y, por otro lado, está
compuesto por sus materiales, que marcan su existencia duradera.
Si traducimos este pensamiento al sentido de una experiencia estética, podríamos decir
que la experiencia estética también refleja el "carácter del acto" y exige disposiciones de los
sujetos. Además, la experiencia estética estaría compuesta por experiencias que, de hecho,
duraron o se fijaron en nuestros recuerdos.
La experiencia estética, para el filósofo y dramaturgo Friedrich Von Schiller, se articula
con el problema político, con el problema de la libertad y con el problema de la democracia
misma. En este sentido, el camino pasa por la estética, porque tal experiencia, que está en el
origen del arte, mantiene una relación fundamental con el mundo, como modalidad primaria de
estar en el mundo. La experiencia estética es una verdadera cuestión democrática.
Schiller (2017, p. 22,
nuestra traducción) reflexiona sobre el significado y la urgencia
de las experiencias estéticas:
[...] para resolver en la experiencia el problema político del que hablé, el
camino es considerar primero el problema estético, porque es por belleza que
abordamos la libertad. Esta es una demostración que no se puede hacer sin que
yo traiga a su memoria los principios que, en general, la Razón toma como
guía en la legislación política.
En este sentido, enfatizamos la importancia de invertir en la comprensión del trabajo
docente a través de la creación de espacios de experiencia estética como una posibilidad de
autonomía frente a la razón técnica que se ha instalado en nuestra cultura. También podemos
asumir las narrativas como un desarrollo de la sensibilidad y los sentidos; y la “Colcha de
Retazos” como un dispositivo contra la alienación, promovido por la industria cultural, que
termina promoviendo la hegemonía, con el fin de lograr una conciencia.
Paulo Freire (2003) propone supuestos que se refieren a la importancia de las palabras
y las cosas y, en particular, a la estética de la lectura del mundo y nuestro campo de educación.
Para Paulo Freire (2003, p. 10,
nuestra traducción), entender este "mundo de palabras", además
de ser un acto político, porque la participación en el mundo es también una experiencia ética y
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
RIAEE
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estética. Para este autor, la educación es un "[...] El proceso de conocimiento, la formación
política, la manifestación ética, la búsqueda de boniteza, la formación científica y técnica, [...]
es una práctica indispensable para los seres humanos y específica de ellos en la historia como
movimiento, como lucha". (FREIRE, 2003, p. 10,
nuestra traducción). En este pasaje, Freire
(2003) presenta, una vez más, la educación como un proceso de conocimiento. También destaca
el carácter político que ve en la educación, llamándola formación política. El dominio moral de
la educación freireana se recuerda con la expresión "manifestación ética" (FREIRE, 2003, p.
11,
nuestra traducción), y el alcance estético se evoca con la frase "procura da boniteza",
"belezura" (FREIRE, 2003, p. 12,
nuestra traducción).
En Freire (1996), las condiciones creadas por el profesor se establecen como el
desarrollo de la autonomía para que el estudiante pueda tomar decisiones y tomar decisiones y
para que él asuma responsabilidades. Esta perspectiva educativa se basa en los siguientes pilares
o líneas invisibles en el desarrollo de la autonomía: política, ideología, poder, moral, ética y
estética. Apoyan la visión de los sujetos y actúan juntos en la toma de decisiones y elecciones
que hacemos.
Es importante, aquí, resaltar que, en Paulo Freire (2010), la conciencia estética y la
conciencia epistemológica se construyen en un proceso, que culmina en un estado de
conciencia, porque no es posible que seamos plenamente conscientes. Si es así, implicaría dar
como sujetos listos y, por el contrario, para Freire (2010), tanto el mundo como el hombre
siempre están cambiando y, por lo tanto, la conciencia es un proceso constante. Esto ocurre en
el campo de las relaciones humanas, además de implicar un análisis crítico sobre la realidad de
las relaciones entre el individuo y el mundo.
Según Freire (1996), las relaciones establecidas en el proceso formativo, con nosotros,
con los objetos y con el conocimiento mismo, se configuran como un arte y el maestro como
un artista. Después de todo, la naturaleza estética del acto de conocimiento y las relaciones
dependen de dominios estéticos, que requieren creatividad y emoción.
Narrar te va a conocer. El arte de narrarse a sí mismo en ciernes de“Colcha de Retazoss”
es parte de una propuesta de un
locus de
experiencia estética, se basa en la concepción de que
el desarrollo de la autonomía y la emancipación de los sujetos también ocurre en las narrativas
(Auto) Biográfica como posibilidad de toma de decisiones sobre qué y no narrar, lo que implica
una reflexión en la formación de este maestro.
Ahora estamos avanzando hacia la explicación de la “Colcha de Retazos”.
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Experiencia estética: Autonomía y sumisión tramadas de miedo y audacia en el tejido de la "Colcha de Retazos"
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Métodos
Este es un estudio cualitativo en el área de educación y análisis documental, según Gatti
(2007). La recolección de datos se realizó en 2018, en la disciplina de Organización del Trabajo
Docente, durante la participación en el dispositivo de capacitación “Colcha de Retazos”,
concebido como una propuesta de los alumnos y alumnas del curso de Pedagogía en 2001, que
ha sido construido por Berkenbrock-Rosito.
La propuesta formativa e investigativa de la “Colcha de Retazos”, como producción de
narrativas (Auto)gráficas, ocurre en la línea del paradigma plural singular de Marie-Christine
Josso (2007), en el ámbito de la investigación-formación,
que nos configuran como seres
originales, por tanto, singulares, sin embargo, constituidos en pluralidad.
La Colcha de Retazos se
realiza por estrategias y etapas, en tres dimensiones: narrativa
escrita, pictórica y oral.
Tabla 1 -
Las dimensiones y pasos de la colcha de Retazos
Fuente: Elaboración de las autoras
En este estudio, extrajimos de esta tabla I, como foco de análisis, la primera etapa de la
dimensión de la Narrativa Escrita. Se refiere a la Narrativa Escrita a partir de tres escenas
llamativas de la escuela secundaria, en las que se establecen los tres ejes temáticos de análisis:
la relación con el conocimiento, con el profesor y la relación con él como estudiante; Autonomía
o sumisión. Los datos extraídos de una base de datos de grupo de búsqueda se tratan como
documentos (Auto) Biográficos (BERKENBROCK-ROSITO; SOUZA, 2020).
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Narrativa
escrita
Describe tres escenas
sorprendentes de tu
experiencia en la Escuela
Secundaria
Redacción del cuadro
“
Línea
de la vida”. Mapeo de
momentos cruciales
Narrativa cinematográfica.
Ver
la
película Colcha de
Retazos
,
buscar metáforas
significativas de su historia de
vida, componiendo así el
escenario de la narrativa
cinematográfica
Narrativa
pictográfica
Buscar imágenes y metáforas
en los reportajes escritos para
la realización del
reta
zo
Monta tu narrativa en forma
de
retazos
Registros
fotográficos
realizados después de la
visualización de la colcha lista
Narrativa
oral
Cuente su historia y escuche
la historia de los demás
Costura colectiva de los
retazos
Apreciación estética de la obra
Colcha de Retazos,
Impresiones y discusiones
sobre la construcción colectiva
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
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La “Colcha de Retazos” como dispositivo de formación, presenta al menos, tres
"consejos de hilo" para entender las narrativas (Auto) Biográficas como
lócus
de la Experiencia
estética donde tiene lugar el desarrollo de la autonomía. El primero apunta a una dirección
temática, porque indica la estrategia a experimentar/experimentar. El segundo motiva/influye
en una experiencia estética, de modo que se promueve una interacción y se genera una
operación/movimiento de "significado" y "fuerza", como diría Gadamer (2011, p. 77, nuestra
traducción), en lo que él llama "preocupaciones operativas". El tercero nos permite comprender
la experiencia e interpretarla con nuestra lectura del mundo, generando, en cierto modo, el
círculo hermenéutico, que conecta las partes con el todo y viceversa.
Y la circularidad aquí consiste en el retorno reflexivo y continuo al proyecto
anterior de comprensión, de la relación que se establece con lo proyectado,
que debe ser comprendido. Aquí se entiende que la mirada a lo mismo es la
primera, constante y última tarea de la hermenéutica, porque el paseo
fenomenológico comienza en la cosa proyectada (anticipada en el proyecto de
comprensión), continúa teniendo lugar a partir de las mediaciones entre el
proyecto y la cosa, y termina cuando se encuentra la verdadera posibilidad o
las verdaderas posibilidades de interpretación a partir de la convalidación del
proyecto en la cosa. Hubo un diálogo en el que el intérprete discute sus
prejuicios previos -los juicios previos que tuvo sobre la cosa antes de
conocerla- y así amplió su horizonte de comprensión a través de la apertura
efectiva. No sólo el intérprete salió diferente de este proceso, sino también de
aquello que, habiendo soportado una mirada diferente, ganó otra (verdadera)
posibilidad de ser comprendido y se convirtió en una nueva y diferente unidad
de significado, en un horizonte más amplio (GADAMER, 2000, p. 63, nuestra
traducción).
El Círculo de Entendimiento, en Gadamer (2011, p. 78, nuestra traducción), en una
hermenéutica, tiene "significado y fuerza". Es decir, hay un tejido de hilos que conectan las
partes con el todo y viceversa, porque, "Es tarea de la hermenéutica aclarar el milagro de la
comprensión, que no es una comunicación misteriosa entre las almas, sino la participación en
un sentido común" (GADAMER, 2011, p. 78, nuestra traducción).
Esto indica que nuestras expectativas de sentido para entender lo que pensamos y
afrontamos este mundo coinciden. Por lo tanto, la interpretación de las narrativas tiene sentido,
porque presenta una unidad de significado, que nos lleva a una comprensión de lo que es el
círculo hermenéutico entre el todo y las partes. Gadamer (2011, p. 79, nuestra traducción) dice
que la relación parte/todo indica: "el significado de pertenencia", porque, como afirma el autor:
"Comprender significa primero comprender la cosa y, en segundo lugar, separar y comprender
la opinión del otro como tal" (GADAMER, 2011, p. 78, nuestra traducción).
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Experiencia estética: Autonomía y sumisión tramadas de miedo y audacia en el tejido de la "Colcha de Retazos"
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Según Gadamer (2011, p. 25, nuestra traducción), dar una "identidad de significado",
que también se traduce como una "experiencia estética", porque establece en la agenda nuestra
experiencia en el mundo con el juego del lenguaje y el arte desarrollado en esta trama especial.
Los datos fueron organizados de acuerdo con el análisis temático, en Jovchelovitch y
Bauer (2002), en el que el texto está organizado en tres columnas: "la primera contiene la
transcripción, la segunda contiene la primera reducción y la tercera contiene sólo palabras
clave" (JOVCHELOVITCH; BAUER, 2002, p. 107, nuestra traducción).
Este proceso de reducción adopta el enfoque de la hermenéutica, en Gadamer (2000),
ya que se basa en la subjetividad que es característica del enfoque, apuntando a una mayor
comprensión de la esencia del fenómeno, mediante la comprensión, en recurrencias, de nuevas
reformulaciones e interpretaciones legitimadoras. Así, buscamos, por pliegues constantes de
significado, girar sobre el contexto de estos sujetos, situados social e históricamente, a partir de
los hilos que tejen su historia, su vida, sus subjetividades constitutivas como estudiantes y
futuros profesionales en el área de Educación, graduados en Pedagogía, para observar las
emociones y sentimientos en las experiencias de vida narradas de los estudiantes, que contiene
una experiencia estética a ser desvelada.
De este proceso emergen dos categorías aglutinadas, con fines de investigación, en
Miedo y Atrevimiento, de acuerdo con Shor y Freire (1986). Estas categorías se discuten en
tres ejes temáticos, propuestos en la primera etapa de la “Colcha de Retazos", que trata de la
relación con el conocimiento, con el profesor y qué tipo de estudiante era.
Ejes de análisis:
Tabla 2 -
Ejes temáticos y categorías
Eje I Urdimbre
Cuál es la relación con el profesor:
Categoría a- Miedo
Categoría b- Atrevido
Eje II
Trama
Cuál es la relación con el conocimiento:
Categoría a- Miedo
Categoría b- Atrevido
Eje III
Tapiz
Qué tipo de estudiante era:
Categoría a- Miedo
Categoría b- Atrevido
Fonte: Elaborado por las autoras
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
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El análisis de la obra, en su conjunto, pasa por tres dimensiones de análisis,
denominadas:
1ª Dimensión diagnóstica: en la que también se trazó el análisis de los datos, relatados
a continuación, bajo una visión dialéctica, porque el investigador está inmerso en la mirada, en
un encuentro de comprensión e interpretación de lo que los estudiantes narraron. En este
sentido, era importante ver qué "hilos" estaban siendo "cosidos" y "articulados" para que
hubiera, de hecho, un círculo hermenéutico (GADAMER, 2000).
2ª Dimensión Cognitiva: que se basa en la matriz conceptual revelada por la experiencia
estética, en el encuentro de significados de autonomía-atrevimiento-sumisión-miedo-
atrevimiento.
3ª Dimensión Formativa: entendida aquí como un espacio de intersubjetividad, en la
relación profesor/alumno, en un aprendizaje y desarrollo profesional de inmersión en la cultura,
en las prácticas sociales históricamente constituidas, con el fin de (re)constituir la identidad
social y profesional.
Estas dimensiones permiten los resultados, que se presentan a continuación.
Redondeando el trabajo: Los resultados encontrados
Urdimbre: El maestro entre el miedo y la audacia
La urdimbre son los hilos, dispuestos a lo largo, lo que forma la tela, en un telar, en el
tejido, es la dirección. En este estudio, la urdimbre se refiere al significado de la relación que
tenían con sus maestros, ya sea de autonomía o de sumisión. Las memorias son en su mayoría
de sumisión, totalizando el 59% de los participantes, mientras que el 32% revela haber tenido
una relación de autoría y el 9% no respondió. Las narraciones revelan miedo y audacia en la
violencia simbólica, física, etc. que sostiene la sumisión; en relación con la audacia del diálogo,
la alegría, la dignidad.
Esta violencia opera para la sumisión y uno de sus caminos es causada por el miedo.
Está claro que esta es también una forma en que se sostiene la alienación. Percibimos una
cultura del miedo que impregna las relaciones de la escuela y sostiene la sumisión. La sumisión,
para los autores, es la violencia "simbólica de las autoridades, en la vida cotidiana y en la
escuela" (SHOR; FREIRE, 1986, p. 78, nuestra traducción). La escuela obedece a la lógica de
la razón instrumental, buscando equiparar a todos "enseñando a las personas a renunciar a sus
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Experiencia estética: Autonomía y sumisión tramadas de miedo y audacia en el tejido de la "Colcha de Retazos"
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derechos a la autonomía y al pensamiento crítico" (SHOR; FREIRE, 1986, p. 78, nuestra
traducción). En esto, el satén y el cacao son:
3
Una vez que pasó una prueba cuando fui a dársela, rompió mi evidencia, me
llamó rubia tonta, después de ese día comencé a poner excusas para no ir a
la escuela, no quería pasar por todo lo que estaba pasando. Esto me hizo
convertirme en una chica insegura, mi miedo a exponerme, me excluye del
mundo y no podía hacer amigos
(CETIM, 2018).
Fue una relación de admiración y respeto, creo que fue sumisión, porque al
final siempre obedecí al maestro
(CACAU, 2018).
De lo contrario, la autonomía como dominio de libertad en las relaciones con los
maestros aparece con gran afecto y revela placer y conquista, alegría y, en línea con Schiller
(2017), nos damos cuenta de que el camino hacia el intelecto impregna el corazón (SCHILLER,
2017). Consonantes, Freire (1996) y Galeffi (2007) sostienen que el amor es el sentimiento de
legitimación del otro y de pertenencia a uno mismo, el amor es un sentimiento estético por
excelencia.
El aprendizaje estético se coloca como el aprendizaje del amor, del afecto como espacio
de perpetuación y lucha. Así, tenemos un gusto en la relación con el profesor, en el que también
se percibe atención y estímulo a las potencialidades y creencia en la autonomía del alumno.
Para Schiller (2017, p. 12), la autonomía es libertad, ocurre en el dominio del "juicio estético"
y solo puede percibirse en el juego de la razón y la sensibilidad, en el que la razón confiere su
"autonomía al mundo sensible y es por eso que se puede afirmar que la belleza es libertad en el
fenómeno". Nos damos cuenta de que en los dichos de Azul Bic, Rum y Camafeu:
A través de esta materia de Filosofía y su metodología tuve una expansión
sobre el conocimiento. La definición de filosofía dada por él el primer día de
clases fue el "arte de pensar/cuestionar" y fue exactamente lo que ocurrió a
través de su metodología
(AZUL BIC, 2018).
Una pasante llamada Vera que tenía mucho amor por la profesión y en un
ejercicio que tuve mucha dificultad, me ayudó mucho
(RUM,2018).
Mi relación con mis profesores fue estupenda porque siempre los respeté. Fue
una relación de autoría porque mis profesores siempre dieron la libertad para
que los estudiantes se expresaran, hicieran preguntas y participaran
(CAMAFEU, 2018).
3
Nombres ficticios de los sujetos participantes en este estudio.
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En este eje, vislumbramos desde las narrativas (Auto) biográficas la convivencia de la
estética del miedo, a través de diferentes formas de violencia simbólica, o no, y la estética de la
audacia, que busca sentido en las relaciones a través de la afectividad y la crítica.
Trama: Conocimiento entre el miedo y la audacia
Para tejer, además de los hilos de urdimbre, es necesario entrelazar la trama, el hilo que
le da a la tela su densidad y peso y aquí expresa el papel del conocimiento para los estudiantes.
En esta etapa, para 53,5% de los participantes, la relación con el conocimiento fue sumisión,
otro 37,5% refirió que la relación fue autoría y 9% no respondió. Las narraciones revelan
preguntas sobre el currículo oficial en relación con una pedagogía liberadora, así como potencia
una conciencia de conciencia estética en el gusto y disgusto de los estudiantes.
Percibimos la sumisión arraigada en la cultura escolar, oculta en las formas de aprender,
en la que el conocimiento disponible replica la ideología dominante, un espacio en el que el
asco resulta del miedo a no poder entender y el miedo a preguntar, por miedo a las respuestas
que vendrán, como señala Dark.
Mi relación con el conocimiento en la escuela [...] era de miedo, era una
relación de sumisión, porque el único derecho en el aula era el maestro,
donde no podíamos realizar ningún cuestionamiento, era copiar y pegar la
pizarra a los folletos que el gobierno daba a los estudiantes
(DARK, 2018).
Otro movimiento de sumisión en la educación, percibido por Shor y Freire (1986), es
en los programas estandarizados, que no permiten autonomía tanto para el profesor como para
los estudiantes para "reinventar el conocimiento existente" (SHOR; FREIRE, 1986, pág. 51).
Desde esta perspectiva, "el oscurecimiento de la realidad en el currículo oficial no sólo oculta
la dominación, sino que también bloquea la imaginación divergente" (SHOR; FREIRE, 1986,
p. 111), y promueve el sentimiento de soledad y sufrimiento.
Sin embargo, para algunos, incluso si está mediada por el maestro, esta relación
despierta curiosidad, placer. Para Freire (1996, p. 24, nuestra traducción),
[...] Ninguna verdadera formación docente puede quedar ajena, por un lado,
al ejercicio de la criticidad que implica la promoción de la curiosidad
ingenua a la curiosidad epistemológica, y por otro, sin reconocer el valor de
las emociones, la sensibilidad, la afectividad, la intuición o la adivinación.
Así, hay quienes se preocupan contra su propia condición, asumiendo la responsabilidad
del conocimiento que adquieren, revelando el placer como elemento fundador del cruce de
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Experiencia estética: Autonomía y sumisión tramadas de miedo y audacia en el tejido de la "Colcha de Retazos"
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2919-2937, oct./dic. 2022 e-ISSN: 1982-5587
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diferentes dimensiones y potenciando la disposición autónoma para el conocimiento, como
señala la organza:
Mi relación con el conocimiento no vino de mí, tuve muchos maestros que me
mostraron la importancia de aprender siempre y que nunca lo saben todo.
Siempre he tenido maestros que de alguna manera han demostrado la
importancia del conocimiento y me han animado a tomar la iniciativa de
conocer y descubrir cosas nuevas. Hasta que me di cuenta de lo importante
que es buscar el conocimiento, y esta búsqueda es constante
(ORGANZA,
2018).
En este sentido, Freire (1996) señala que la relación con el conocimiento, como
competencia técnico-científica, requiere un rigor metódico y es importante para el trabajo del
profesor, pero el rigorismo no es incompatible "con la amorosidad necesaria para las relaciones
educativas" (FREIRE, 1996, p. 7,
nuestra traducción). Así, entendemos que en las narraciones
la relación armónica con el maestro crea y posibilita "el ambiente favorable para la producción
de conocimiento, donde se está ideando el miedo al maestro y el mito que se crea alrededor de
su persona" (FREIRE, 1996, p. 24,
nuestra traducción).
Es posible inculcar de las narrativas la relación con el conocimiento, con los maestros,
que está mediada por los valores de la familia, de la sociedad, que reverberan en el espacio
escolar y se caracterizan como aspectos constitutivos de la autopercepción.
Tapiz: El estudiante entre el miedo y la audacia
El tapiz, entonces, se forma en el encuentro de urdimbre y trama, y el encuentro de la
relación con el conocimiento y con sus maestros se forma la imagen que los estudiantes hacen
de sí mismos. En la Figura 1, los adjetivos que acompañan la descripción de buenos estudiantes
son: dedicado, trabajador y sumiso.
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
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Figura 1 -
Eje III - La imagen que los estudiantes hacen de sí mismos
4
Fuente: Datos de búsqueda
Esto revela un modelo de belleza sobre el buen estudiante, arraigado por la sumisión, e
indica una realidad en la que las dudas, las reflexiones críticas y la creatividad son silenciadas
por el miedo ante la jerarquía, en la que la escuela funciona como un sistema reproductivo y
como un instrumento de masificación y manipulación, cuando podría actuar como un
desarrollador de conciencia libre, como dicen los sujetos: "
Yo era una estudiante que buscaba
obtener calificaciones suficiente para no ser refutado. Salgo de la Escuela Secundaria llena de
dudas
" (NÁUTICO, 2018). En palabras de Solar:
"Un buen estudiante, siempre
respetando,
siempre entregando el trabajo, nunca llegaba tarde, era un excelente estudiante
"(SOLAR,
2018). Según Macadâmia:
"Fue una estudiante trabajadora, siempre buscando aprender.
Siempre dedicados con trabajos y actividades
"(MACADÂMIA, 2018). Agregar:
Siempre fui un estudiante decidido y dedicado, pero con algunas dificultades
de aprendizaje, pero como algunos profesores eran muy enérgicos, siempre
mantuve mis dudas y no tuve muchas oportunidades de exponer mis dudas
(RUM, 2018).
Desde la perspectiva de los datos, observamos el predominio de un modelo de belleza
que, según Schiller (2017), demostraría un ideal como humanidad, reflejando la tríada griega
de bien, bello y justo, que permite el paso de un estado puramente salvaje a un estado estético
4
Nube de palabras: buena estudiante, dedicada, trabajadora, sumisa, dificultades siempre, dudas, aprendizaje,
tranquilidad, atención, entre otros;
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Experiencia estética: Autonomía y sumisión tramadas de miedo y audacia en el tejido de la "Colcha de Retazos"
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y que, ideológicamente, alcanzaría el estado moral. Pero lo que se percibe, desde la perspectiva
de adorno (2008), es que este modelo de belleza se corrompería y conduciría a la alienación de
los sujetos, a través de la semiformación y masificación del gusto. La semiformación es el
resultado de un tipo de formalización de la educación y lleva a los estudiantes a ver y perpetuar
lo que la escuela considera verdadero, evitando así que aparezca la capacidad imaginativa.
Las "narrativas" de los sujetos de investigación señalan que son las experiencias, sueños,
utopías de los profesores en formación las que de alguna manera son eclipsadas por los
objetivos neoliberales, que están más preocupados por la intensificación del trabajo docente,
por los problemas burocráticos, que se traducen en cuantificación, estandarización, rigor
técnico, repetición, castigo y control de calidad a través de resultados cuantitativos, preocupado
por las clasificaciones, por un lado, y el premio acumulado ("bonus"), por el otro. Y en esta
dirección, también observamos que la lucha por la supervivencia, en estos tiempos difíciles,
está siendo muy dura, porque el individuo se encuentra cada vez más solo, ya no se compromete
con el otro, con el colectivo, debilitando los movimientos sociales, las instancias colectivas de
lucha. Se convierte en un individuo sujeto: individualista, competitivo, marcado por el
aislamiento en el trabajo. Esto también implica dejar de lado las experiencias más formativas,
éticas y estéticas, y la experiencia de experiencias sociales, que permitan la inclusión, la justicia
social, la igualdad de oportunidades, el trabajo colectivo y solidario, que posibiliten una escuela
y/o universidad más democrática y justa.
Consideraciones finales
Con el fin de contribuir al lugar de la experiencia estética en la formación inicial de los
profesores en oposición a la semiformación, los datos permitieron la reflexión de los siguientes
elementos.
Comprender el significado de autonomía y sumisión, desde la perspectiva de los
licenciatarios, revelado en el disfrute de la experiencia estética, los significados y significados
de autonomía y sumisión a través del análisis de las escenas llamativas del camino formativo
en el espacio escolar de la Escuela Secundaria, con respecto a la formación docente y sus
relaciones de autonomía o sumisión con el conocimiento y con los maestros.
La aprehensión de los fenómenos de autonomía y sumisión, que se aglutinaban en dos
categorías: miedo y audacia. Según Shor y Freire (1986), fueron discutidos en tres ejes
temáticos propuestos en la primera etapa de “Colcha de Retazos”, que tratan de la relación con
el conocimiento, con el maestro y consigo mismos.
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
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Así, la relevancia de la narrativa para la formación inicial del professor(a) está en la
autonomía de un estado. de conscientização em que as experiências narrativas configuram
possibilidades para que a pessoa se coloque como autor/a de sua história, reinventando e
transformando a compreensão do que a oprime, possibilitando o desvelo da realidade;
La estética, en esta experiencia de narrar, aparece en las relaciones que construimos
durante el texto y fuera de él, porque requieren creatividad, imaginación y boniteza, como nos
recuerda Freire (1996). Y como experiencia estética, al convertirse en el autor, actor y agente
social de su historia, con un ser inacabado, a través de la reflexión sobre sí mismo en relación
con el mundo.
A partir de las obras de Adorno (1982, 2003), Schiller (2017) y Freire (1989, 1996,
2003), podríamos admitir que el hombre fue llevado a imprimir una forma mecánica en el
mundo, pero la Educación Estética pretende transformar la concepción moderna de la estética
y humanizar la sociedad; A través de la belleza, permite rescatar el carácter epistemológico y
la educación social, a través del arte y el arte.
El estudio del Eje I, que se ocupó de las relaciones con los profesores, es en su mayoría
de sumisión, totalizando el 59% de los participantes, mientras que el 32% reveló haber tenido
una relación de autoría. La estética de la boniteza, del amor, del coraje, una estética de la audacia
que revela o busca revelar; Y la estética de la fealdad, el miedo, el silencio, los hace callarse
precisamente por miedo y miedo.
En el Eje II, para 53,5% de los participantes la relación con el conocimiento fue
sumisión y el otro 37,5% refirió que la relación fue autoría. A través del análisis, notamos que
el conocimiento ocurre en la mediación de los graduados con el mundo, con amigos y con la
familia, pero principalmente con sus maestros. En este sentido, estas relaciones pueden
transformarse o deformarse. El horizonte histórico de la comprensión apunta a la sumisión
como arraigada en la cultura escolar, en la que el conocimiento disponible replica la ideología
dominante, un espacio en el que el asco resulta del miedo a no poder entender y el miedo a
preguntar, por miedo a las respuestas que vendrán. Por otro lado, hay quienes se preocupan por
su propia condición y se responsabilizan de sus conocimientos, a través de maestros valientes,
proyectos sociales y culturales o a través de sus compañeros de clase.
El Eje III trajo la imagen que el estudiante hace de sí mismo como el encuentro de la
relación con sus maestros y con el conocimiento, como en la Figura 1, donde percibimos el
predominio del buen estudiante descriptivo acompañado de las palabras: dedicado, trabajador
y sumiso. Esto revela un modelo de belleza sobre el buen estudiante arraigado por la sumisión
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Experiencia estética: Autonomía y sumisión tramadas de miedo y audacia en el tejido de la "Colcha de Retazos"
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e indica una realidad en la que las dudas, las reflexiones críticas y la creatividad se silencian y
se han convertido en miedo ante la jerarquía, en la que la escuela funciona como un sistema
reproductivo y como un instrumento de masificación y manipulación, cuando debería actuar
como un desarrollador de conciencia libre.
La autonomía, en una lógica del capital, es silenciada y encarcelada para servir a su
refresco, la autonomía en las narrativas parece limitada en su silencio, y resulta sumisa,
pudiendo actuar dentro de un límite impuesto por la jerarquización de la razón sobre la
sensibilidad.
A pesar de toda la lógica alienante, toda violencia y miedo, la experiencia estética
continúa denunciando la fealdad del sistema y revelando formas para que encontremos
autonomía. Entendemos que, aunque la autonomía puede ser experimentada por los sujetos, no
hay emancipación sin humanización. Esperamos que los participantes de la investigación tomen
un rumbo diferente y cambien este trágico final, que solo será posible estéticamente, en la
alineación armónica del amor y la racionalidad.
Así, cuando se constituyen, las narrativas biográficas (Auto) en la "Colcha de Retazos"
proporcionan un movimiento de razón y sensibilidad, asumiéndose como arte auténtico, en el
arte de narrar y en el arte de reconocerse y comprenderse a sí mismo y al mundo y transformarse
en literatura.
GRACIAS:
por la concesión de la
beca durante el período de maestría, el Programa de Apoyo
a Graduados de Instituciones de Educación Privada, asociado a la Coordinación para el
Perfeccionamiento del Personal de Educación Superior (PROSUP - CAPES), y la Universidad
Ciudad de São Paulo - UNICID, por promover una educación humana y de calidad.
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Kiara Maia de OLIVEIRA
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Experiencia estética: Autonomía y sumisión tramadas de miedo y audacia en el tejido de la "Colcha de Retazos"
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
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Cómo hacer referencia a este artículo
BERKENBROCK-ROSITO, M. M.; OLIVEIRA, K. M. Experiencia estética: Autonomía y
sumisión tramadas de miedo y audacia en el tejido de la "Colcha de Retazos".
Revista Ibero-
Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2919-2937, oct./dic. 2022. e-
ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
Presentado en
: 26/01/2022
Revisiones requeridas en
: 13/07/2022
Aprobado en
: 03/10/2022
Publicado en
: 30/12/2022
Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación - EIAE.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
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Aesthetic experience: Autonomy and submission woven of fear and daring in the weaving of the "patchwork quilt"
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2913-2930, Oct./Dec. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
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AESTHETIC EXPERIENCE: AUTONOMY AND SUBMISSION WOVEN OF FEAR
AND DARING IN THE WEAVING OF THE "PATCHWORK QUILT"
EXPERIÊNCIA ESTÉTICA: AUTONOMIA E SUBMISSÃO TRAMADA DE MEDO E
OUSADIA NA TECEDURA DA “COLCHA DE RETALHOS”
EXPERIENCIA ESTÉTICA: AUTONOMÍA Y SUMISIÓN TRAMADAS DE MIEDO Y
AUDACIA EN EL TEJIDO DE LA "COLCHA DE RETAZOS"
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO
1
Kiara Maia de OLIVEIRA
2
ABSTRACT
: We seek to understand the place of the aesthetic experience in the context of
teaching work and in the initial training of educators, through the sense of autonomy and
submission, in the (Auto) Biographical narratives of 45 students, produced in the Pedagogy
Course through the investigative and formative device Patchwork Quilt, in 2018. The
theoretical framework adopted is based on the concept of Aesthetic Experience, in Adorno
(2008), of aesthetics, in Schiller (2017), and aesthetics as a pillar of autonomy, in Freire (1996).
The narratives show that autonomy appears limited in its silence, and reveals itself submissive,
being able to act within a limit imposed by the hierarchization of reason over sensibility,
through fear. Considering all the violence and fear, the aesthetic experience denounces the
ugliness of the system and reveals ways for us to boldly find ways to develop autonomy as a
process of humanization of the subjects.
KEYWORDS
: Aesthetic experience. Autonomy and submission. Patchwork quilt.
RESUMO
: Busca-se compreender o lugar da experiência estética no contexto do trabalho
docente e na formação inicial de pedagogos/as, por meio do sentido da autonomia e submissão,
nas narrativas (Auto) Biográficas de 45 alunas, produzidas no Curso de Pedagogia por meio
do dispositivo investigativo e formativo Colcha de Retalhos, em 2018. O referencial teórico
adotado assenta-se no conceito de Experiência Estética, em Adorno (2008), da estética, em
Schiller (2017), e a estética como pilar da autonomia, em Freire (1996). As narrativas mostram
que a autonomia aparece limitada em seu silêncio, e se revela submissa, podendo atuar dentro
de um limite imposto pela hierarquização da razão sobre a sensibilidade, por meio do medo.
Considerando toda a violência e medo, a experiência estética denuncia a feiura do sistema e
revela maneiras para que, com ousadia, encontremos caminhos de desenvolvimento da
autonomia como processo de humanização dos sujeitos.
PALAVRAS-CHAVE
: Experiência estética. Autonomia e submissão. Colcha de retalhos.
1
City of São Paulo University (UNICID), São Paulo – SP – Brazil. Professor in the graduate program in Education.
PhD in Educationo (UNICAMP). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9010-1101. E-mail:
margaretemay@uol.com.br
2
City of São Paulo University
(UNICID), São Paulo – SP – Brazil. Master in Education. ORCID:
https://orcid.org/0000-0003-3540-3881. E-mail:kiaramaiahh@gmail.com
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Kiara Maia de OLIVEIRA
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RESUMEN
:
El objetivo es comprender el lugar de la experiencia estética en el contexto del
trabajo docente y en la formación inicial de pedagogos, a través del significado de autonomía
y sumisión, en las narrativas biográficas (Auto) de 45 estudiantes, producidas en el Curso de
Pedagogía a través del dispositivo investigativo y formativo Colcha de Retazos, en 2018. El
marco teórico adoptado se basa en el concepto de Experiencia Estética, en Adorno (2008), de
estética, en Schiller (2017), y la estética como pilar de autonomía, en Freire (1996). Las
narraciones muestran que la autonomía aparece limitada en su silencio, y es sumisa, y puede
actuar dentro de un límite impuesto por la jerarquización de la razón sobre la sensibilidad, a
través del miedo. Considerando toda violencia y miedo, la experiencia estética denuncia la
fealdad del sistema y revela formas para que encontremos audazmente maneras de desarrollar
la autonomía como un proceso de humanización de los sujetos.
PALABRAS CLAVE
:
Experiencia estética. Autonomía y sumisión. Colcha de retazos.
Introduction
This paper is part of a longitudinal research, entitled: "Aesthetic experience and (auto)
biographical narratives: a warp of autonomy and submission plotted with fear and daring in the
weaving of the "patchwork quilt". It is inserted in the Master's Program in Education of the
Cidade de São Paulo University - UNICID, and in the research line "Subjectivities, Formations
and Learning", which is linked to larger research, registered in the National Council for
Scientific and Technological Development (CNPq), entitled "Pictographic (auto)biographical
narrative: social representations of the aesthetic experience in formative processes".
The object of this study are 45 (Auto) Biographical narratives, of undergraduate students
of the Pedagogy Course, about remarkable scenes that occurred during their trajectory as
students in High School, which were produced as one of the stages of the formative and
investigative device Patchwork, which aims the production of (Auto) Biographical narratives
in three dimensions: written, oral and pictorial, and the stages of each dimension.
In the context of this study, the (Auto) Biographical documents are extracted from a
research group's own database, and concern the dimension of Written Narrative, of the 2nd
semester class of the Pedagogy course, which, in 2018, carried out the "Patchwork Quilt", at
the Universidade Cidade de São Paulo - UNICID, a private institution located in the East Zone
of the city of São Paulo.
The goal we propose is to understand the meaning of the place of the aesthetic
experience in the context of the teaching work and in the initial training of pedagogues, which
concerns the aesthetic experience of autonomy and submission of the undergraduate students,
understanding the emotions, experiences, sensations and perceptions as locus of the aesthetic
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Aesthetic experience: Autonomy and submission woven of fear and daring in the weaving of the "patchwork quilt"
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experience in the initial training of teachers, which end up building perceptions and values
about the pedagogical work.
In this perspective, the work intends to contribute to the understanding of the need to
develop aesthetic experiences that lead future teachers to create pedagogical practices that make
room to overcome bureaucratic, neoliberal practices, which work in the logic of an
instrumental/technical rationality, in the direction of ensuring a more ethical and aesthetic
rationality.
The (Auto) Biographical narratives presented and analyzed in this work are memories
loaded with aesthetic experiences of Pedagogy students, from their life stories, of suffering, of
traumas, of sadness or joys, of expectations during their formative journey in High School.
We established as guiding questions: What is the place of the aesthetic experience in the
context of the teaching work? And, in this case, in the initial formation of educators? If the
purpose of Education is the development of autonomy to exercise their role as citizens with
critical consciousness, what is the conception of autonomy and submission that the students
bring from High School to Higher Education?
In this perspective, we present the conceptual matrix of aesthetic experience,
understanding, above all, emotion as an epistemological issue and aesthetic sensibility as a
possibility of an epistemic knowledge. For this, we assume the concept of aesthetics, in Schiller
(2017), which resides in the articulation between the sensitive and the reason. We have the
contribution of Adorno (2008), in relation to the aesthetics of cultural massification, and of
Freire (1996), on the aesthetics as a development of the autonomy of subjects. We will seek to
deepen the concepts about the aesthetic experiences of students about their school practices,
present in the (Auto) Biographical narratives elaborated in the "Patchwork Quilt".
This article is organized in four parts: in the first, we discuss the importance of the
aesthetic experience as a movement against the hegemonic culture, considering sensibilities and
emotions as locus of the aesthetic experience in the narratives in focus. Next, the methods are
presented, and the procedures show the data collection, the making of the "Quilt", which has
three dimensions: written, oral, and pictorial, and the steps of each dimension; they also clarify
its organization and resulting categories: fear and daring, for discussion in the axes of autonomy
and submission. Finally, we present the results found. The (Auto) Biographical narratives
produced are a possibility to the subject to glimpse his own reality and reflect that the memories
guide his teaching practices and are part of his identity arising from the locus of the aesthetic
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Kiara Maia de OLIVEIRA
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experiences that are loaded with a humanizing force and sensitivity, of building solidary and
affective times and spaces and, above all, of expansion of knowledge and learning.
Weaving: The Aesthetic Experience of (Auto) Biographical Narratives in the Patchwork
Quilt
Two expressions can translate the word weaving in this work, as a set of threads that
intersect with this theme: weft and warp. It is about the aesthetic experience and the narratives
that offered what is also called the warp of autonomy and submission woven of fear and daring.
That is, in the weft, we weave the intertwined threads: on one side, the desired autonomy, which
is also faced with acts of submission and obedience; and on the other side, fear and suffering
and the daring to overcome them.
An aesthetic experience indicates a set of threads that, when united, show the whole -
this weaving that leads us to observe, closely, the threads, but that also leads us to see the bangs,
on one side, and, on the other, the frayed threads.
For Adorno (1982), the aesthetic experience is the one in which the subject, in this case,
teachers and students, are not submitted to a neoliberal logic of instrumental technical
rationality. That is, even if they are in regulatory and controlling systems, they preserve their
autonomy and do not bow down to the challenges of life, they do not submit, but dare to change.
With this, as Adorno (1982, p. 364, our translation) states, "genuine aesthetics presupposes
emotion, reason, and reflection far beyond the work of art". According to Yaegash, Oliveira,
and Oliveira Junior (2019, p. 1926, our translation), there is "relevance to understanding the
critical formation of teachers and students, as well as the reflections on semiformation present
in these current educational processes."
One must remember that the term esthetics has its origin in
aesthesia
, which means
sensibility. Its opposite is anesthesia, which is loaded with alienation. The aesthetic experience
is, then, according to Adorno (1982, p. 364, our translation), the possibility of
[...] perception and understanding that in the human structure there can be an
integration between thinking and feeling, or put in other words, reason and
sensibility do not exclude each other, and even less, they do not differ at all
and even in opposition, they remain interdependent.
This means that the aesthetic experience, as adopted in this research, is the one that feeds
the imagination, creativity, and criticality, enabling subjects to experience the feeling of
emotion, joy, suffering, enchantment, resilience, and daring, so as to be able to build, in each
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Aesthetic experience: Autonomy and submission woven of fear and daring in the weaving of the "patchwork quilt"
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2913-2930, Oct./Dec. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
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one, the humanity that has been scrapped by capital and the commodity fetish, as pointed out
by Adorno (1982).
Still, for Adorno (1982), it is only possible to think of an aesthetic experience at the
intersection between art, culture, and knowledge. Moreover, Adorno (1982) takes the work of
art in a double dimension: on one hand, the work reflects the character of the act, which is
immanent from the works themselves and from their sometimes sudden and surprising
dispositions; and, on the other hand, it is composed of its materials, which mark its lasting
existence.
If we translate this thought into the meaning of an aesthetic experience, we could say
that the aesthetic experience also reflects the "character of the act" and demands dispositions
from the subjects. Furthermore, the aesthetic experience would be composed of experiences
that, in fact, last or are fixed in our memories.
The aesthetic experience, for the philosopher and playwright Friedrich von Schiller, is
articulated with the political problem, with the problem of freedom and with the problem of
democracy itself. In this sense, the path goes through aesthetics, because this experience, which
is at the origin of art, maintains a fundamental relationship with the world, as a primary way of
being in the world. The aesthetic experience is a true democratic issue.
Schiller (2017, p. 22, our translation) reflects on the significance and urgency of
aesthetic experiences:
[...] to solve in experience the political problem of which I have spoken, the
way is to consider first the aesthetic problem, for it is through beauty that we
address freedom. This is a demonstration that cannot be made without my
bringing to your memory the principles that, in general, Reason takes as a
guide in political legislation.
In this sense, we emphasize the importance of investing in the understanding of the
teaching work through the creation of spaces of aesthetic experience as a possibility of
autonomy from the technical reasoning that has been installed in our culture. We can also
assume narratives as a development of sensibility and senses; and the "patchwork quilt" as a
device against alienation, promoted by the cultural industry, which ends up promoting
hegemony, in order to achieve awareness.
Paulo Freire (2003) proposes assumptions that refer to the importance of words and
things and, in particular, the aesthetics of reading the world and our field of Education. For
Paulo Freire (2003, p. 10, our translation), understanding this "word-world", besides being a
political act, because of participation in the world, is also an ethical and aesthetic experience.
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Kiara Maia de OLIVEIRA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2913-2930, Oct./Dec. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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For this author, education is a "[...] process of knowledge, political formation, ethical
manifestation, search for beauty, scientific and technical training, [...] it is an indispensable
practice for human beings and specific to them in History as movement, as struggle." (FREIRE,
2003, p. 10, our translation). In this passage, Freire (2003) once again presents education as a
process of knowledge. He also highlights the political character he sees in education, calling it
political formation. The moral realm of Freirean education is recalled with the expression
"ethical manifestation" (FREIRE, 2003, p. 11), and the aesthetic realm is evoked with the phrase
"search for the beautiful", "beaut” (FREIRE, 2003, p. 12, our translation).
Freire (1996) establishes, as development of autonomy, the conditions created by the
teacher so that the student can make choices and decisions and take responsibility for them.
This educational perspective is based on the following pillars or invisible lines in the
development of autonomy: politics, ideology, power, morals, ethics, and aesthetics. These
underpin the vision of the subjects and act together in the decisions and choices we make.
It is important, here, to emphasize that, in Paulo Freire (2010), aesthetic consciousness
and epistemological consciousness are constructed in a process, which culminates in a state of
conscientization, because it is not possible for us to be completely conscientized. If this were
the case, it would imply that we would give ourselves as ready subjects and, on the contrary,
for Freire (2010), both world and man are always changing and, therefore, conscientization is
a constant process. This occurs in the field of human relations, besides involving a critical
analysis about the reality of the relations between the individual and the world.
According to Freire (1996), the relationships established in the formative process, with
ourselves, with objects, and with knowledge itself, are configured as an art, and the teacher as
an artist. After all, the aesthetic nature of the act of knowledge and relationships depend on
aesthetic domains, requiring creativity and emotion.
To narrate is to go to the encounter of the self. The art of narrating oneself in the making
of the "Patchwork Quilt" is inserted as a proposal of a locus of Aesthetic Experience, based on
the conception that the development of autonomy and emancipation of the subjects also occurs
in (Auto) Biographical narratives as a possibility of taking decisions about what to narrate and
what not, which implies in a reflection on the formation of this teacher.
We are now on our way to explaining the making of the "patchwork quilt".
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Aesthetic experience: Autonomy and submission woven of fear and daring in the weaving of the "patchwork quilt"
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2913-2930, Oct./Dec. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Method
This is a qualitative study, in the area of education and document analysis, according to
Gatti (2007). Data collection was carried out in 2018, in the discipline of Organization of
Teaching Work, during participation in the training device "Patchwork", conceived as a
proposal arising from the students of the Pedagogy course, in 2001, which has been built by
Berkenbrock-Rosito.
The formative and investigative proposal of the "Patchwork Quilt", as a production of
(Auto) Biographical narratives, occurs in the molds of the singular plural paradigm of Marie-
Christine Josso (2007), in the scope of research-training, that configures us as original beings,
therefore, singular, but constituted in plurality.
The patchwork quilt is carried out by strategies and stages, in three dimensions: written
narrative, pictorial and oral.
Chart 1 –
The dimensions and steps of the quilt
Source: Prepared by the authors
In this study, we extracted from this chart I, as a focus of analysis, the first stage of the
Written Narrative dimension. It refers to the Written Narrative from three remarkable scenes of
High School, in which the three thematic axes of analysis are established: the relationship with
knowledge, with the teacher, and the relationship with oneself as a student; whether of
autonomy or submission. The data extracted from the research group's own database are treated
as (Auto) Biographical Documents (BERKENBROCK-ROSITO; SOUZA, 2020).
1st Stage
2
nd Stage
3rd Stage
Written
narrative
Describe three remarkable
scenes from your high school
experience
Elaboration of the "Lifeline"
chart. Carrying out a mapping
of pivotal moments
Filmic Narrative. Watch the
movie
How to Make an
American Quilt
, look for
significant metaphors of your
life story, thus composing the
stage of filmic narrative
Pictographic
narrative
Search for images and
metaphors in the written
accounts to make the patch.
Imagistically assemble your
narrative in patchwork form
Photographic records taken
after exposure of the finished
quilt
Oral
Narrative
Telling your story and
listening to the other's story
Collective Sewing of the
Patchwork
Aesthetic appreciation of the
work "Colcha de Retalhos",
impressions and discussions
about the collective
construction
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Kiara Maia de OLIVEIRA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2913-2930, Oct./Dec. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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The "Patchwork Quilt", as a training device, presents, at least, three "thread ends" for
the understanding of (Auto) Biographical narratives as locus of Aesthetic Experience through
which the development of autonomy occurs. The first one points to a thematic direction,
because it indicates the strategy to be experienced/experienced. The second
motivates/influences an aesthetic experience, so that an interaction is promoted and an
operation/move of "meaning" and "force" is generated, as Gadamer (2011, p. 77) would say, in
what he calls "operative nexuses". The third allows us to understand the experience and interpret
it with our reading of the world, generating, in a way, the hermeneutic circle that connects the
parts with the whole and vice-versa.
And the circularity here consists of the reflective and continuous return to the
previous project of understanding, from the relation that is established with
the thing projected, which must be understood. Here we understand why the
look at the thing itself is the first, constant and last task of hermeneutics, since
the phenomenological path begins in the projected thing (anticipated in the
project of understanding), continues processing itself from the mediations
between the project and the thing, and ends when the true possibility or true
possibilities of interpretation are found from the convalidation of the project
in the thing. There has been a dialogue in which the interpreter discusses his
pre-judgments - the previous judgments he had about the thing before
knowing it - having, in this way, broadened his horizon of understanding
through the opening effected. Not only did the interpreter come out of this
process different, but also the thing itself, which, by bearing a different gaze,
gained another (true) possibility to be understood and became a new and
different unity of meaning, in a broader horizon (GADAMER, 2000, p. 63,
our translation).
The Circle of Understanding, in Gadamer (2011, p. 78, our translation), in a
hermeneutics, has "significance and strength". That is, there is an interweaving of threads that
connect the parts to the whole and vice versa, for, "It is the task of hermeneutics to clarify the
miracle of understanding, which is not a mysterious communication between souls, but
participation in a common meaning" (GADAMER, 2011, p. 78, our translation).
This indicates that our expectations of meaning to understand what we think and do in
the face of this world coincide. Therefore, the interpretation of narratives is meaningful because
it presents a unity of meaning, which leads us to an understanding of what the hermeneutic
circle between the whole and the parts is. Gadamer (2011, p. 79, our translation) says that the
part/whole relationship indicates: "the sense of belonging," because, as the author states, "To
understand means first of all to understand oneself in the thing, and only secondly to set apart
and understand the other's opinion as such" (GADAMER, 2011, p. 78, our translation).
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Aesthetic experience: Autonomy and submission woven of fear and daring in the weaving of the "patchwork quilt"
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According to Gadamer (2011, p. 25, our translation), giving an "identity of meaning",
which translates, also, as an "aesthetic experience", because it puts our experience in the world
at stake with the play of language and art developed in this special plot.
The data were organized according to the thematic analysis in Jovchelovitch and Bauer
(2002), in which the text is arranged in three columns: "the first contains the transcript, the
second contains the first reduction, and the third contains only keywords"
(JOVCHELOVITCH; BAUER, 2002, p. 107, our translation).
This reduction process adopts the hermeneutic approach, in Gadamer (2000), given that
it is based on the subjectivity that is characteristic of the approach, aiming at a greater
understanding of the essence of the phenomenon, by understanding, in the recurrences, new
reformulations, and legitimating the interpretations. Thus, we seek, through constant folding of
meaning, turning to the context of these subjects, socially and historically situated, from the
threads that weave their history, their life, their subjectivities as students and future
professionals in Education, graduates in Pedagogy, to observe the emotions and feelings in the
life experiences narrated by the students, which contain an aesthetic experience to be unveiled.
From this process emerge two categories agglutinated, for research purposes, in Fear
and Daring, in accordance with Shor and Freire (1986). These categories are discussed in three
thematic axes, proposed in the first stage of the "Patchwork Quilt", which deals with the
relationship with knowledge, with the teacher, and what kind of student he was.
Axes of Analysis:
Chart 2 -
Axes and Thematic Categories
Axis I Warp
What is the relationship with the teacher:
Category a
-
Fear
Category b
-
Boldness
Axis II
Weft
What is the relationship with knowledge:
Category a
-
Fear
Category b
-
Boldness
Axle III
Tapestry
What kind of student he/she was:
Category a
-
Fear
Category b
-
Boldness
Source: Prepared by the authors
The analysis of the work, as a whole, goes through three dimensions of analysis, called:
1st Diagnostic Dimension: in which the analysis of the data, reported below, were
traced, also, under a dialectical look, because the researcher is immersed in the look, in a
meeting of the understanding and interpreting what the students narrated. In this sense, it was
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Kiara Maia de OLIVEIRA
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important to see which "threads" were being "sewn" and "articulated" so that there was, in fact,
a hermeneutic circle (GADAMER, 2000).
2nd cognitive dimension: which is sustained by the conceptual matrix revealed by the
aesthetic experience, in the meeting of meanings of autonomy-boldness-submission-medium-
boldness.
3rd formative dimension: understood here as a space of intersubjectivity, in the
teacher/students’ relationship, in a learning and professional development of immersion in
culture, in historically constituted social practices, in order to (re)constitute the social and
professional identity.
These dimensions make possible the results presented below.
Wrapping up the work: The results found
Warp: The Teacher between Fear and Boldness
The warp is the threads, arranged lengthwise, what gives shape to the fabric, on a loom,
in weaving, is the meaning. In this study, the warp refers to the meaning of the relationship they
had with their teachers, whether autonomy or submission. The memories are mostly of
submission, adding up to 59% of the participants, while 32% reveal to have had a relationship
of authorship and 9% did not answer. The narratives reveal fear and daring in the symbolic,
physical violence etc. that sustains submission; in relation to the daring of dialogue, of joy, of
dignity.
This violence operates for submission and one of its ways is through fear. It is clear that
this is also a way in which alienation is sustained. We can see a culture of fear that permeates
school relationships and sustains submission. For the authors, submission is the "symbolic
violence of the authorities, in everyday life and at school" (SHOR; FREIRE, 1986, p. 78, our
translation). The school obeys the logic of instrumental reason, seeking to equalize everyone
by "teaching people to give up their rights to autonomy and critical thinking" (SHOR; FREIRE,
1986, p. 78, our translation). About this, Cetim and Cacau state
3
:
Once he handed in a test when I went to give it to him, he tore up my test,
called me a dumb blonde, after that day I started to make up excuses not to go
to school, I didn't want to go through everything I was going through. This
made me become an insecure girl, my fear of exposing myself excluded me
from the world and I couldn't make friends.
(CETIM, 2018).
3
Fictitious names of the subjects participating in this study.
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Aesthetic experience: Autonomy and submission woven of fear and daring in the weaving of the "patchwork quilt"
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It was a relationship of admiration and respect, I believe it was submission,
because in the end I always obeyed the teacher
(CACAU, 2018).
On the other hand, autonomy as a domain of freedom in relationships with teachers
appears with great affectivity and reveals pleasure and achievement, joy and, in line with
Schiller (2017), we realize that the path to the intellect goes through the heart (SCHILLER,
2017). Consonantly, Freire (1996) and Galeffi (2007) argue that love is the feeling of
legitimizing the other and belonging to oneself, love is an aesthetic feeling par excellence.
The aesthetic learning is placed as the learning of loving, of affection as a space for
perpetuation and struggle. Thus, we have the love in the relationship with the teacher, in which
we can see the attention and encouragement to the potentialities and the belief in the student's
autonomy. For Schiller (2017, p. 12), autonomy is freedom, occurs in the realm of "aesthetic
judgment" and can only be perceived in the play of reason and sensibility, in which reason
confers its "autonomy on the sensitive world and that is why it can be said that beauty is freedom
in the phenomenon." We perceive this in the words of Azul Bic, Rum, and Camafeu:
Through this Philosophy subject and its methodology, I had an expansion of
knowledge. The definition of Philosophy given by him on the first day of class
was "the art of thinking/questioning" and this is exactly what happened
through his methodology
(AZUL BIC, 2018).
An intern named Vera who had a lot of love for her profession and in an
exercise that I had a lot of difficulty, she helped me a lot
(RUM,2018).
My relationship with my teachers was great because I always respected them.
It was an authorial relationship because my teachers always gave the students
freedom to express themselves, ask questions and participate.
(CAMAFEU,
2018).
In this axis, we glimpse in the (Auto) Biographical narratives the coexistence of the
aesthetics of fear, through different forms of symbolic violence, or not, and the aesthetics of
daring, which seeks meaning in relationships through affectivity and criticism.
Weft: Knowledge between fear and boldness
To weave, in addition to the warp threads, it is necessary to interweave the weft, the
thread that gives the fabric its density and weight and here expresses the role of knowledge for
the students. At this stage, for 53.5% of the participants, the relationship with knowledge was
one of submission, other 37.5% reported that the relationship was one of authorship, and 9%
did not answer. The narratives reveal questions about the official curriculum in relation to a
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RIAEE
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liberating pedagogy, as well as potentializing an aesthetic awareness in the students' likes and
dislikes.
We perceive the submission rooted in the school culture, hidden in the ways of learning,
in which the available knowledge replicates the dominant ideology, a space in which disgust
results from the fear of not being able to understand and a fear of asking, for fear of the answers
that will come, as Dark points out
.
My relationship with knowledge in school [...] was one of fear, it was a
relationship of submission, because the only right person in the classroom was
the teacher, where we could not ask any questions, it was copy and paste from
the blackboard to the textbooks that the government gave to the students
(DARK, 2018).
Another movement of submission in education, perceived by Shor and Freire (1986), is
in the standardized programs, which do not allow the autonomy for both the teacher and the
students to "reinvent the existing knowledge" (SHOR; FREIRE, 1986, p. 51, our translation).
In this view, "the obscuring of reality in the official curriculum not only conceals domination
but also blocks divergent imagination" (SHOR; FREIRE, 1986, p. 111, our translation), and
promotes a sense of loneliness and suffering.
However, for some, even if mediated by the teacher, this relationship awakens curiosity,
pleasure. For Freire
(1996, p. 24, our translation),
[...] no true teacher training can be done without, on the one hand, the
exercise of criticality that implies the promotion of naive curiosity to
epistemological curiosity, and on the other hand, without the recognition of
the value of emotions, sensitivity, affectivity, intuition or divination.
Thus, there are those who dare against their own condition, taking responsibility for the
knowledge they acquire, revealing pleasure as a founding element of the crossing of different
dimensions and enhancing the autonomous disposition for knowledge, as Organza points out:
My relationship with knowledge didn't come from me, I had many teachers
who showed me the importance of always learning and that we never know
everything. I always had teachers that somehow showed me the importance of
knowledge and stimulated me to take the initiative to know and discover new
things. Until I realized how important it is to seek knowledge, and this quest
is constant.
(ORGANZA, 2018).
In this sense, Freire (1996) highlights that the relationship with knowledge, as a
technical-scientific competence, requires a methodical rigorousness and is important for the
teacher's work, but rigorousness is not incompatible "with the lovingness necessary for
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– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2913-2930, Oct./Dec. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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educational relationships" (FREIRE, 1996, p. 7, our translation). In this way, we understand
that in the narratives the harmonious relationship with the teacher creates and enables "the
favorable environment for the production of knowledge, where the fear of the teacher and the
myth that is created around his or her person is being devalued" (FREIRE, 1996, p. 24, our
translation).
It is possible to infer from the narratives the relationship with knowledge, with teachers,
which is mediated by family values, society, which reverberate in the school space and are
characterized as constituent aspects of the perception of self.
Tapestry: The student between fear and boldness
The tapestry, then, is formed in the meeting of warp and weft, and from the meeting of
the relationship with knowledge and with their teachers is formed the image that the students
make of themselves. In Figure 1, the adjectives that accompany the description of a good
student are: dedicated, hardworking, and submissive.
Figure 1 –
Axis III - The image the students make of themselves
Source: Research data
This reveals a model of beauty about the good student, rooted in submission, and
indicates a reality in which doubts, critical reflections, and creativity are silenced by fear of
hierarchy, in which the school functions as a reproducer of the system and as an instrument of
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massification and manipulation, when it could act as a developer of free consciousness, as the
subjects state: "
I was a student who tried to get enough grades not to fail. I left high school full
of doubts
” (NÁUTICO, 2018). In Solar's words: "
A good student, always respectful, always
delivering the assignments, never late, an excellent student
” (SOLAR, 2018). According to
Macadamia: "
I was a hard-working student, always trying to learn. I was always dedicated to
my work and activities
” (MACADAMIA, 2018). Adding:
I have always been a determined and dedicated student, but with some
difficulties in learning, but as some teachers were very energetic, I always
kept my doubts and did not have much opportunity to express my queries
(RUM, 2018).
From the perspective of the data, we note the predominance of a model of beauty that,
according to Schiller (2017), would demonstrate an ideal as humanity, reflecting the Greek triad
of good, beautiful and fair, which enables the passage from a purely wild state to an aesthetic
state and that, ideologically, would reach the moral state. But what is perceived, in the view of
Adorno (2008), is that this model of beauty would be corrupted and would lead to the alienation
of subjects, through semi-formation and the massification of taste. Semi-formulation is the
result of a type of formalization of education and leads students to see and perpetuate what the
school deems true, thus preventing the imaginative capacity to emerge.
The "narratives" of the research subjects point out that it is the experiences, dreams,
utopias of teachers in training that are somehow being overshadowed by neoliberal goals, which
are more concerned with the intensification of the teaching work, with bureaucratic problems
that translate into quantification, standardization, technical rigor, repetition, punishment, and
quality control through quantitative results, concerned with ranking on the one hand, and
rewarding ("bonuses") on the other. And, in this direction, we also observe that the fight for
survival, in these very difficult times, is being very hard, because the individual finds himself
more and more alone, he is no longer involved with the other, with the collective, weakening
the social movements, the collective instances of struggle. He becomes a subjected individual:
individualistic, competitive, marked by isolation at work. This also implies leaving aside more
formative, ethical, and aesthetic experiences, and the living of social experiences, which allow
inclusion, social justice, equal opportunities, collective and solidary work, which make possible
a more democratic and fair school and/or university.
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Aesthetic experience: Autonomy and submission woven of fear and daring in the weaving of the "patchwork quilt"
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2913-2930, Oct./Dec. 2022. e-ISSN: 1982-5587
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Final remarks
Aiming to contribute on the place of the Aesthetic Experience in initial teacher
education as opposed to semiformalization, the data enabled the reflection of the following
elements.
To understand the meaning of autonomy and submission, from the perspective of the
undergraduates, revealed in the fruition of the aesthetic experience, the senses and meanings of
autonomy and submission through the analysis of the remarkable scenes of the formative
journey in the high school space, regarding the formation of teachers and their relations of
autonomy or submission with knowledge and teachers.
The apprehension of the phenomena of autonomy and submission, which were
agglutinated in two categories: fear and daring. In accordance with Shor and Freire (1986), they
were discussed in three thematic axes proposed in the first stage of the "Patchwork Quilt",
which deal with the relationship with knowledge, with the teacher, and with themselves.
In this way, the relevance of narrative for the initial formation of the teacher is in the
autonomy of a state of awareness in which narrative experiences configure possibilities for the
person to place him/herself as the author of his/her history, reinventing and transforming the
understanding of what oppresses him/her, making possible the unveiling of reality;
The aesthetic, in this experience of narrating the self, appears in the relations that we
build during the text and outside it, since they demand creativity, imagination, and beauty, as
Freire (1996) reminds us. And as an aesthetic experience, by becoming author, actor, and social
agent of his history, with an unfinished being, through reflection about himself in relation to
the world.
Based on the works of Adorno (1982, 2003), Schiller (2017) and Freire (1989, 1996,
2003), we could admit that man has been led to imprint a mechanical form on the world, but
Aesthetic Education aims to transform the modern conception of aesthetics and humanize
society; through beauty, it makes it possible to rescue the epistemological character and social
education, by art and in art.
The study of Axis I, which dealt with the relationships with teachers, are mostly of
submission, adding up to 59% of the participants, while 32% revealed having had a relationship
of authorship. The aesthetics of beauty, of love, of courage, an aesthetics of daring that makes
us reveal or that seeks to reveal; and the aesthetics of ugliness, of fear, of silence, that makes us
keep silent precisely because of fear and fear of the teacher.
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Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Kiara Maia de OLIVEIRA
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2913-2930, Oct./Dec. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
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In Axis II, for 53.5% of the participants, the relationship with knowledge was of
submission and the other 37.5% reported that the relationship was of authorship. Through the
analysis, we realize that knowledge occurs in the mediation of the undergraduate students with
the world, with friends and family, but mainly with their teachers. In this sense, these relations
can transform or deform. The historical horizon of understanding points to submission as rooted
in the school culture, in which the available knowledge replicates the dominant ideology, a
space in which disgust results from the fear of not being able to understand and a fear of asking,
for fear of the answers that will come. On the other hand, there are those who dare against their
own condition and take responsibility for their knowledge, through courageous teachers, social
and cultural projects, or through their classmates.
Axis III brought the image that the student makes of himself as of the encounter of the
relationship with his teachers and with knowledge, as in figure 1, where we notice the
predominance of the descriptive of good student accompanied by the words: dedicated,
hardworking and submissive. This reveals a model of beauty about the good student rooted in
submission and indicates a reality in which doubts, critical reflections, and creativity are
silenced and become fear in the face of hierarchy, in which the school functions as a reproducer
of the system and as an instrument of massification and manipulation, when it should act as a
developer of free consciousness.
Autonomy, in a logic of capital, is silenced and imprisoned to serve its tormentor,
autonomy in the narratives appears limited in its silence, and reveals itself submissive, being
able to act within a limit imposed by the hierarchization of reason over sensibility.
Despite all the alienating logic, all the violence and fear, the aesthetic experience
continues to denounce the ugliness of the system and reveal ways for us to find autonomy. We
understand that while autonomy can be experienced by subjects, there is no emancipation
without humanization. We hope that the research participants will take a different course and
change this tragic end, which will only be possible in an aesthetic way, in the harmonic
alignment of lovingness and rationality.
Thus, when constituting themselves, the (Auto) Biographical narratives in the "Quilt"
provide a movement of reason and sensibility, assuming themselves as authentic art, in the art
of narrating and in the art of recognizing and understanding themselves and the world and
transforming themselves into literature.
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Aesthetic experience: Autonomy and submission woven of fear and daring in the weaving of the "patchwork quilt"
RIAEE
– Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2913-2930, Oct./Dec. 2022. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.1745
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ACKNOWLEDGMENTS
:
For granting the scholarship during the Master's period,
Postgraduate Support Program for Private Education Institutions, associated with the
Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (PROSUP – CAPES), and
the City of São Paulo University - UNICID, for promoting a humane and quality education.
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How to reference this article
BERKENBROCK-ROSITO, M. M.; OLIVEIRA, K. M. Aesthetic experience: Autonomy and
submission woven of fear and daring in the weaving of the "patchwork quilt
".
Revista Ibero-
Americana de Estudos em Educação
, Araraquara, v. 17, n. 4, p. 2913-2930, Oct./Dec. 2022.
e-ISSN: 1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v17i4.17455
Submitted
26/01/2022
Revisions required
: 13/07/2022
Approved
: 03/10/2022
Published
30/12/2022
Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.