RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 1
ENUNCIAÇÃO E SUBJETIVIDADE: ELEMENTOS PARA A ANÁLISE DO
GÊNERO CARTA
ENUNCIACIÓN Y SUBJETIVIDAD: ELEMENTOS PARA EL ANÁLISIS DEL
GÉNERO CARTA
ENUNCIATION AND SUBJECTIVITY: ELEMENTS FOR ANALYSIS OF THE
LETTER GENRE
James Washington Alves dos SANTOS1
e-mail: james.washington@ifal.edu.br
Como referenciar este artigo:
SANTOS, J. W. A. dos. Enunciação e subjetividade: Elementos
para a análise do gênero carta. Revista Ibero-Americana de
Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-
ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615
| Submetido em: 14/01/2023
| Revisões requeridas em: 27/02/2023
| Aprovado em: 10/04/2023
| Publicado em: 19/09/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Instituto Federal de Alagoas (IFAL), Palmeira dos Índios AL Brasil. Professor de Sociologia, Departamento
de Formação Geral. Doutorado em Ciências Sociais (UNESP).
Enunciação e subjetividade: Elementos para a análise do gênero carta
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 2
RESUMO: Neste artigo, vamos trabalhar as noções de enunciação e subjetividade, a partir do
gênero carta, produzida como complemento ao conto de Dalton Trevisan intitulado: “Apelo”.
Para este intuito, usamos as respostas ao texto feitas pelos alunos do período do curso de
Letras Inglês/Português da UNEAL (3 respostas), que se caracterizam como exercício da
disciplina de Leitura e Produção de Texto. Metodologicamente, esta análise se coloca como um
caminho a ser trabalhado qualitativamente em sala de aula, a saber: pelo uso de exercícios de
complemento textual para leitura de gêneros literários (epopeias, narrativas e poesias ricas),
tanto quanto para gêneros discursivos (carta, conto, cordel etc.). Assim, este artigo busca definir
teoricamente, dentro do gênero discursivo carta, o que seria a interação na linguagem,
produzindo sentido de enunciação, bem como a importância da consciência do eu para a
produção e a leitura do texto, constituindo a realidade fundamental da linguagem.
PALAVRAS-CHAVE: Produção textual. Leitura. Enunciação. Subjetividade.
RESUMEN: En este artículo trabajaremos las nociones de enunciación y subjetividad, desde
el género Carta, producidas como complemento al cuento de Dalton Trevisan titulado: "Apelo"
(Súplica). Para ello, se utilizaron las respuestas al texto realizadas por los alumnos del 1er
período del curso de Letras Inglés/Portugués de UNEAL (3 respuestas), que se caracterizan
como un ejercicio de la disciplina de Lectura y Producción de Textos. Metodológicamente, este
análisis se erige como una forma de ser trabajada cualitativamente en el aula, a saber:
mediante el uso de ejercicios de complemento textual para la lectura de géneros literarios
(epopeyas, narrativas y poesía lírica), así como para géneros discursivos (carta, cuento,
cuerda, etc.). Así, este artículo busca definir teóricamente, dentro del género discursivo letra,
cuál sería la interacción en el lenguaje, produciendo un sentido de enunciación, así como la
importancia de la conciencia del "yo" para la producción y lectura del texto, constituyendo la
realidad fundamental del lenguaje.
PALABRAS CLAVE: Producción textual. Lectura. Enunciación. Subjetividad.
ABSTRACT: In this article, we will work on the notions of enunciation and subjectivity, from
the letter genre, produced as a complement to Dalton Trevisan's short story, entitled: "Apelo".
For this purpose, we used the responses to the text made by students of the 1st period of the
Languages English/Portuguese course at UNEAL (3 responses), which are characterized as an
exercise in the discipline of Reading and Text Production. Methodologically, this analysis
stands as a way to be worked qualitatively in the classroom, namely: through the use of textual
complement exercises for reading literary genres (epics, narratives and lyrical poetry), as well
as for discursive genres (letter, short story, string etc.). Thus, this article seeks to theoretically
define, within the discursive genre letter, what would be the interaction in language, producing
a sense of enunciation. As well as the importance of awareness of the 'I' for the production and
reading of the text, constituting the fundamental reality of language.
KEYWORDS: Text production. Reading. Enunciation. Subjectivity.
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 3
Introdução
Neste artigo, vamos trabalhar as noções de anunciação e subjetividade, a partir do
gênero carta, produzida como complemento ao texto base de Dalton Trevisan intitulado:
“Apelo”. Este texto faz parte de um livro de contos escrito pelo referido autor, publicado em
1968. Estes contos retratam personagens cotidianos inseridos em pequenos dramas, tendo como
localização a cidade de Curitiba e como linha temática a questão do amor.
Foi usando, então, o conto “Apelo”, adaptado na condição de gênero textual carta, como
proposto pelo exercício da disciplina de Leitura e Produção de Texto para os alunos do
período do curso de Letras Inglês/Português, da Universidade Estadual de Alagoas – UNEAL,
no ano de 2021. O resultado deste exercício é o que será exposto neste artigo, inserindo na
análise das respostas dois elementos conceituais importantes para a Linguística: a enunciação,
conceito disposto por Mikhail Bakhtin e Valentin Volóchinov (2010), e a subjetividade,
trabalhada por Émile Benveniste (2005). O primeiro conceito trata da relação eu/outro e
tanto no discurso escrito como no falado aspectos de enunciação ideológica, enquanto o
segundo conceito trata da expressão do eu, que admite ter voz discursiva. Estes elementos são
evidenciados na produção de contos, que podem ser analisados contextualmente como cartas
em situações interpretativas específicas.
Ainda em termos teóricos, temos a questão da análise do texto enquanto gênero. Neste
debate, trazemos os argumentos de Elias e Koch (2006), principalmente no referente ao gênero
discursivo. Como em um recorte revisionista, os autores nos ajudam a entender as
possibilidades de junção entre os aspectos dialógico e ideológico e dos aspectos dialógico e
subjetivo, sem fazer confusão entre a objetividade e a subjetividade.
Em termos metodológicos e de técnica, usaremos três respostas ao conto adaptado como
carta por Dalton Trevisan, que foram escritas pelos alunos que fizeram o exercício descrito
acima. Assim, é possível definir a construção de gênero discursivo que não deixa de ter
contornos de gênero literário (principalmente como narrativa), tendo ao mesmo tempo a
possibilidade, por meio das respostas feitas, de analisar a condição dialógica e subjetiva da
produção textual neste caso específico.
Para além desta introdução e da conclusão, teremos, neste artigo, uma primeira seção
que abordará de maneira descritiva o texto usado no exercício: Apelo”, de Dalton Trevisan,
identificando seus aspectos literários e discursivos, além de mostrar as respostas que foram
produzidas pelos alunos enquanto complemento ao referido texto. Na segunda seção, faremos
a análise das respostas, agora em relação aos conceitos de enunciação e subjetividade, isolando
Enunciação e subjetividade: Elementos para a análise do gênero carta
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 4
aspectos da escrita e identificando as condições dialógicas dos textos, ao mesmo tempo em que
revelamos aspectos de subjetividade deles, através de características morfológicas e semânticas.
O gênero carta a partir do conto “Apelo”, de Dalton Trevisan
Usar o conceito de gênero textual dentro das possibilidades de comunicação escrita e
leitura é dizer que esta é uma das dimensões da produção de sentido comunicativo. Segundo
Van Dijk (2010), isso diz respeito à atividade verbal (que mostra situações, visões de mundo e
resultados de agência), como numa espécie de “demonstração discursiva de ações”.
para Marcuschi (2002), o gênero textual é expresso por narrações de ações e
operações (psicofisiológicas) que demonstram: necessidades, finalidades, planejamento e
dependência da situação. Por isso que a atividade textual dentro do processo de comunicação
escrita é vista como dotada de triplo sentido: filosófico, social e comunicativo.
Assim é o conto intitulado “Apelo”, de Dalton Trevisan. Um texto que, pelo próprio
título, insinua a demonstração discursiva de uma ação (apelar), dentro de um monólogo
masculinizado que impõe, pela narração, aspectos de necessidades e dependência situacional.
Para um melhor entendimento destas questões, segue o texto:
Apelo
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para
dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de
esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato
na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda
veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo
da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo.
Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora
da noite e eles se iam e eu ficava só, sem o perdão de sua presença a todas as
aflições do dia, como a última luz na varanda.
E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada
− o meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na
janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa,
calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de nós sabe, sem
a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para
casa, Senhora, por favor (TREVISAN, 1996, p. 94).
O conto em questão apresenta, como de costume, uma narrativa curta, tendo como
elemento chave a questão do conflito. Contudo, este imbróglio tem dois espaços em termos de
narrativa literária e construção textual: o dimensional – verticalizado e localizado no ambiente
da casa – e o não dimensional – subjetivo, localizado na consciência do narrador (CANDIDO,
1980). É possível constatar estas duas dimensões em partes da narrativa: “Toda a casa era um
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 5
corredor deserto e até o canário ficou mudo” e “Não foi ausência por uma semana: o batom
ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho”.
Aqui, os signos linguísticos que, pela tradição objetivista (SAUSSURE, 2002), eram
“nuances mentais sonoras”, agora se colocam como elementos ideológicos da enunciação
(BAKHTIN; VOLÓCHINOV, 2010), carregando a relação dialógica: 'eu'/'outro'. Nesta relação,
este 'outro' é ser expresso pelo substantivo 'Senhora', enquanto o 'eu' é identificado como a
pessoa dentro de uma casa narrando sua situação de abandono
2
. Este 'eu' não é identificado em
relação ao seu gênero (poderia ser outra mulher ou mesmo um homem). O que é identificado
relacionalmente é o 'outro', uma 'Senhora', que a entender-se no sentido de companheira,
esposa, cuidadora
3
. Apesar do texto se apresentar como um monólogo, a disposição
textual/discursiva permite que o 'eu' narrador desloque o 'outro' do texto e me ponha na
disposição de assumir seu lugar, imprimindo ao próprio texto um toque subjetivo.
Foi justamente isso que foi proposto ao exercício. Que os alunos lessem o texto de
Dalton Trevisan, “Apelo”, e fizessem a resposta ao conto, assumido aqui como uma carta,
desenvolvendo uma resposta de autoria de cada aluno como produção textual individual. Com
isso, o caráter objetivo do 'outro' assume, segundo as colocações de Benveniste (2005), a
posição de um 'tu', ou, de um 'outro eu' dentro do processo dialógico. O interessante é que as
respostas assumem, neste sentido, o caráter de exercício discursivo.
Não custa lembrar que tratamos de uma tarefa de período de graduação em Letras
Inglês/Português na matéria de Leitura e Produção de Texto, mostrando como funciona
operacionalmente a produção textual dialogada e contextualizada.
O uso dos chamados signos linguísticos, relidos como elementos ideológicos e como
expressão de subjetividade, se configura como um estímulo à ação e à interação pelo uso da
linguagem escrita. Conforme Austin (1990) expressa: seleção de palavras, projeto gramatical,
além de fixação e reprodução. Porque é, acima de tudo, uma atividade humana que impõe:
a) Realização verbal e intenção verbal;
b) Enunciação e subjetividade;
c) Domínio da língua;
d) Fatores funcionais e estilísticos;
e) Fatores afetivo-expressivos;
f) Diferenças de contexto e experiências verbais;
2
Aqui caracteriza-se a posição de leitor do texto.
3
Aqui caracteriza-se a posição de subjetividade em relação às 'fissuras' do texto.
Enunciação e subjetividade: Elementos para a análise do gênero carta
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 6
g) Situação comunicativa.
Por este motivo (ELIAS; KOCH, 2006), falam em 'modelo textual', que se configura
como um gênero textual (pode ser em forma de carta, conto, cordel etc.), evidenciando uma
ação comunicativa que dispõe de legitimidade, funcionalidade, semanticidade, referência,
intencionalidade, composição e gramaticalidade.
Estes elementos ajudam a entender como os gêneros textuais são formados e atuam.
Poderíamos, ainda, somar a estes elementos os parâmetros de coesão e coerência textuais
trabalhados por Antunes (2009), mas estes seriam os passos para outro artigo. Ficaremos, então,
com as nuances da enunciação e da subjetividade, deixando claro que se trata de uma discussão
inicial, fruto do que já foi abordado, lançando novas luzes sobre os temas e o texto em questão.
Foram feitas, então, intervenções ao texto de Dalton Trevisan (1996), através das
respostas ao seu conto, na forma de cartas. A carta é um gênero textual que visa ser uma
comunicação direta, em sentido denotativo, intrínseca à mensagem enviada na condição de
interlocução, ou seja, a condição de 'outro' ou de 'tu' no processo dialógico.
Pode ser feita de maneira pessoal ou formal, e perante o contexto de resposta ao conto
de Dalton Trevisan, podemos constatar, em primeiro ponto, o grau de informalidade das
respostas dadas e, em segundo, o nível de subjetividade e gênero. Como forma de ilustrar nossas
argumentações, seguem os 3 textos-resposta dentro do gênero textual carta:
Primeira resposta:
Ó preguiçoso! Quantas noites tive que te esperar preocupada com tuas saídas.
Sem dizer que horas voltava, onde ou com quem estavas, chegando nas
madrugadas irresponsável e embriagado, falando alto e querendo comida,
depois de ter bebido as suas doses. Não me sinto tocada pelas palavras torpes
de quem no fundo não tem consideração nenhuma por quem o ama,
desdenhando da preocupação e do carinho ofertado.
Quanto aos jornais, a notícia velha que deves estar cansado de saber todos os
dias é do meu descontentamento com esta relação de subserviência amorosa
que vivo. Tudo esta fora do lugar. Primeiro o teu coração insensato, depois as
meias, depois os sapatos, depois os jornais, depois tudo nesta casa, incluindo
o deslocamento que é pensar que faço tudo e tu não fazes nada.
Por fim, posso sim voltar, mas não renovo mais uma palha para te ajeitar nos
teus comportamentos, viverei na mesma casa, mas não a tua vida de
comodiçes, viverei na mesma casa, mas não sujeita e viver a tua vida, na face
do que ela é menos cômoda.
Assinado,
Mãe.
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 7
(Resposta – Aluno A).
Segunda resposta:
Filhinho,
Estes primeiros dias foram apenas como se fosse um dia silencioso dentro de
casa e você estava sem acreditar que isto um dia iria acontecer. Mas você
cresceu, e cresceu, e vai crescer ainda mais, a vida não deixa nenhum detalhe
passar, o tempo passa, não esqueça, cuide de tudo, o novo tempo chegou.
E o que é saudade? É a ausência das experiências poderosas que tivemos
juntos, inundando as nossas vidas de acasos tão simples, com uma tempestade
de amor. Experiências estas que exerciam seu poder de me conquistar a cada
detalhe.
Sinto dizer que isto é o início do que vochama de saudade, e vovai
querer reviver estas mesmas experiências, mas agora é a sua vez de criar
momentos e situações, é sua vez de viver.
Saudades.
Da sua Senhora.
(Resposta – Aluna B).
Terceira resposta:
Meu querido, não se preocupe. Que depois de um mês ausente estou chegando,
na bagagem estou trazendo novas esperanças, amor e muita compreensão.
Com as coisas bagunçadas, não precisa se preocupar, estou voltando para
colocar tudo no devido lugar, inclusive, nossas vidas. Pois a saudade de você
é muito grande, nossas noites na varanda, com a luz da lua, faz nossos
momentos serem inesquecíveis. Volto porque te amo!
Também sinto falta do seu cheiro, do seu sorriso marrento, dos seus lábios
grossos e até das nossas pequenas brigas. Apesar de seu sofrimento ser grande,
eu também sofro muito. Você, com esse seu jeito desorganizado, eu não ligo,
quero mesmo é estar ao seu lado. Estou voltando, meu amor, minha vida,
meu eterno amado!
Atenciosamente, sua amada.
Maria Heloísa
(Resposta – Aluna C).
Os 3 textos mencionados acima, além de expressarem condições dialógicas de
enunciação, mostram que esta não é deslocada da situação objetiva/subjetiva de gênero. Temos
aqui a resposta a um monólogo por meio do discurso de uma mãe (primeira resposta), de uma
Senhora (segunda resposta) e da mulher amada (terceira resposta). Todas as respostas foram
Enunciação e subjetividade: Elementos para a análise do gênero carta
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 8
feminilizadas, o que indica, dentro das proposições objetivas do diálogo, a criação textual de
respostas via personagens mulheres, independente da locação de gênero dos escritores das
respostas. Esta questão levanta alguns pontos interessantes: porque a construção de respostas
indica aqui uma posição de gênero definida? Como isso é fruto da subjetividade do escritor,
para além da objetividade do gênero discursivo em questão (carta)? E como isso reverbera em
uma resposta textual e social, concomitantemente. Estas serão questões a serem debatidas na
seção seguinte.
A enunciação e a subjetividade na produção textual: respostas a um exercício
O início do texto de Dalton Trevisan é curto e direto na enunciação do caso: “Amanhã
faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti
falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina.” E na enunciação do dilema: “A
notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo
da escada. Toda a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte
de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos” (TREVISAN, 1996).
Assim, é construído o contexto e, apesar da 'certeza' da referência a um discurso
masculino, o autor deixa uma 'fissura' no texto para pensarmos, quem sabe, um discurso
feminino. Logo, de antemão, seguem alguns enunciados interessantes: o homem é quem
bagunça, a mulher é quem arruma; O homem é quem sai com os amigos, a mulher é quem o
esperar após a “noitada” no bar. Dessa forma, os signos parecem estabelecer um sentido pela
objetividade, mas podem muito bem dar novas possibilidades de interpretação. E esta não seria
uma questão de gênero, mas de enunciação e ideologia, sobre a forma como recebemos o
discurso de outrem:
Mas esses esquemas e suas variantes só podem ter surgido e tomado forma de
acordo com as tendências dominantes da apreensão do discurso de outrem;
além disso, na medida em que esses esquemas assumiram uma forma e uma
função na língua, eles exercem uma influência reguladora, estimulante ou
inibidora, sobre o desenvolvimento das tendências da apreensão apreciativa,
cujo campo de ação é justamente definido por essas formas.
[...] isso testemunha então a favor do fato de que as tendências dominantes da
compreensão e da apreciação da enunciação de outrem têm dificuldade em
manifestar-se sob essas formas, pois estas últimas as freiam, não lhes deixando
campo suficiente (BAKHTIN; VOLÓCHINOV, 2010, p. 150).
O campo de ação interpretativo é um campo de tensão dentro da produção textual, onde
ocorrem uma série de 'freios sociais' que inibem as interpretações alternativas ou subjetivas fora
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 9
do padrão. O interessante é que, no próprio exercício proposto, por questões de construção
morfológica, não é possível alterar a composição de gênero do 'outro' Senhora, o que não
pode ser dito da figura do 'eu'. Contudo, nenhuma das pessoas que fizeram o exercício alteraram
a composição do 'eu', de masculino para feminino, dispondo apenas da opção masculino como
forma padrão na relação proposta. Assim, o 'outro' que responde pela mão dos alunos que
emitiram a resposta é sempre um outro feminino que responde a um masculino, subjetivamente
ao exercício:
Ó preguiçoso! Quantas noites tive que te esperar preocupada com tuas saídas.
Sem dizer que horas voltava, onde ou com quem estavas, chegando nas
madrugadas irresponsável e embriagado, falando alto e querendo comida,
depois de ter bebido as suas doses. Não me sinto tocada, pelas palavras torpes
de quem no fundo não tem consideração nenhuma por quem o ama,
desenhando da preocupação e do carinho ofertado.
[...] Assinado,
Mãe.
(Resposta – Aluno A).
Filhinho,
Estes primeiros dias foram apenas como se fosse um dia silencioso dentro de
casa e você estava sem acreditar que isto um dia iria acontecer. Mas você
cresceu, e cresceu, e vai crescer ainda mais, a vida não deixa nenhum detalhe
passar, o tempo passa, não esqueça, cuide de tudo, o novo tempo chegou.
E o que é saudade? É a ausência das experiências poderosas que tivemos
juntos, inundando as nossas vidas de acasos tão simples, com uma tempestade
de amor. Experiências estas que exerciam seu poder em me conquistar em
cada detalhe.
[...] Da sua Senhora.
(Resposta – Aluna B).
Meu querido, não se preocupe. Que depois de um mês ausente estou chegando,
na bagagem estou trazendo novas esperanças, amor e muita compreensão.
Com as coisas bagunçadas, não precisa se preocupar, estou voltando para
colocar tudo no devido lugar, inclusive, nossas vidas. Pois a saudade de você
é muito grande, nossas noites na varanda, com a luz da lua, faz nossos
momentos serem inesquecíveis. Volto porque te amo!
[...] Maria Heloísa
(Resposta – Aluna C).
Repete-se por suas duas vezes a condição de mãe (na primeira resposta como mãe e na
segunda como Senhora e mãe). na terceira, aparece como mulher (companheira em sentido
amoroso). O curioso é que estas situações discursivas não evidenciam apenas o uso dos
substantivos: mãe; senhora e mãe e mulher, mas papéis condicionados à figura feminina, sempre
disposta a um masculino (GIDDENS, 1993; FOUCAULT, 2012). É necessário frisar também
Enunciação e subjetividade: Elementos para a análise do gênero carta
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 10
que, segundo Benveniste (2005, p. 286), os pontos de subjetividade que orientam estas
construções textuais estão ancorados na própria linguagem que faz o sujeito:
Na linguagem e pela linguagem é que o homem se constitui como sujeito;
porque a linguagem fundamenta a realidade, na sua realidade que é a do
ser, o conceito de “ego” [...].
A "subjetividade" de que tratamos aqui é a capacidade do locutor para se
propor como “sujeito" [...].
[...] Eu não emprego eu a não ser dirigindo-me a alguém, que será na minha
alocução um tu. Essa condição de diálogo é que é constitutiva da pessoa, pois
implica em reciprocidade que eu me torne tu na alocução daquele que por sua
vez se designa por eu. Vemos um princípio cujas consequências é preciso
desenvolver em todas as direções.
Mesmo perfazendo o caminho tradicional da relação: homem (eu), mulheres
(outrem/tu), Benveniste coloca o fato de que a linguagem é elemento construtor do sujeito. Não
interessa se neste fato as relações objetivas de subserviência são escancaradas pelos enunciados,
como é possível constatar na construção do texto e de suas respostas, mas o importante é a
evidência de que a construção textual é construção de subjetividade.
Se o aluno A se coloca na situação de uma mãe que responde ao seu filho de forma
contundente, reclamando de desleixo comportamental, isso se pelo uso de caraterísticas
morfológicas (de classes gramaticais) e semânticas (de expressão de sentido), de uma realidade
objetiva e subjetiva que se constrói a partir das impressões deixadas por Dalton Trevisan em
seu conto, manifestadas em relação ao interlocutor que o responde.
Da mesma forma a aluna B, que usa a expressão 'filhinho', para categorizar já no início
de sua resposta a figura de uma mãe que agora deixa o seu filho 'se virar por si mesmo', uma
vez que terá de aprender pelos próprios atos como gerir sua vida, ao invés de contar com os
cuidados de sua mãe.
Não é diferente com a aluna C. Todavia, uma ressalva deve ser feita. Subjetivamente,
esta usa expressões como: amor, saudade, sofrimento, minha vida e eterno, para dar um ar
conciliatório, sendo a única a dar como resposta ao 'eu' de Dalton Trevisan um final
subjetivamente feliz.
Estas evidências (mostradas por meio das respostas aqui elencadas) são expressões de
uso da enunciação e da subjetividade como elementos de construção de um 'outro' e de um 'tu',
por meio do gênero textual conhecido como carta. Esta construção é fruto não apenas de
correspondências estruturais entre a realidade histórica e o texto, mas também envolve a leitura
subjetiva que é feita pelos interlocutores que, num primeiro momento, são leitores, mas quando
passam a responder como alunos a um texto, apresentando suas impressões, se colocam na
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 11
condição de autores com leituras subjetivas de mundo, que expressam as características
estruturais de forma diferente, se utilizando de recursos discursivos, estilísticos, morfológicos
e semânticos como ferramentas de expressão.
Considerações finais
O artigo em questão analisou a produção de três cartas a partir de um exercício feito
academicamente, tendo por base o conto de Dalton Trevisan intitulado: “Apelo”. Este último
foi colocado na condição de carta e o docente solicitou aos alunos da disciplina de Leitura e
Produção de Texto que elaborassem 'respostas' à narrativa em questão.
Destas respostas, separamos três e as colocamos como objeto de análise, descrevendo
não apenas o conto “Apelo”, integralmente, como também as respostas dadas pelos 3 alunos ao
conto. Esta escolha se pela possibilidade comparativa, que se muito extensa, demandaria um
volume maior de dados e análises, algo inviável para um artigo mais analítico-conceitual e
curto.
Como base teórica e metodológica para a análise destas respostas, elencamos duas
teorias: a da enunciação, de Bakhtin e Volóchinov (2010), e a da subjetividade perante os
gêneros textuais, de Émile Benveniste (2005).
As respostas analisadas dispõem em termos metodológicos e conceituais tanto de
características enunciativas (que evocam dialogismo e elementos ideológicos em seu contexto
produtivo), como características subjetivas (na medida em que o desenrolar da história como
complemento passa pelo crivo do final que cada autor deseja, dentro da interlocução). Neste
sentido, não se trata de um exercício, apenas, mas do manejo e da efetivação da produção
textual, além do domínio de uma série de características subjetivas, sociais e gramaticais.
Destarte, cabe salientar a experiência como válida e produtiva, podendo considerá-la,
ainda, como um método qualitativo e uma técnica de produção textual a ser usada de maneira
dialógica e lúdica não apenas no contexto do ensino superior, mas também em outros níveis e
modalidades de ensino, como exercício prático em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura.
Enunciação e subjetividade: Elementos para a análise do gênero carta
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 12
REFERÊNCIAS
ANTUNES, I. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola Editorial,
2009.
AUSTIN, J. L. Quando Dizer é Fazer. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
BAKHTIN, M.; VOLOCHÍNOV, V. O discurso de outrem. In: Marxismo e Filosofia da
linguagem. São Paulo: Hucitec, 2010. p. 139-149.
BENVENISTE, É. Da subjetividade da linguagem. In: Problemas de Linguística Geral. São
Paulo: Edusp, 2005. p. 284-315.
CANDIDO, A. Literatura e sociedade. São Paulo: Editora Nacional, 1980.
ELIAS, V. M.; KOCH, I. V. Texto e intertextualidade. In: Ler e compreender: os sentidos do
texto. São Paulo: Contexto, 2006. p. 108-124.
FOUCAULT, M. História da Sexualidade I: A vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições
Graal, 2012.
GIDDENS, A. Transformações da Intimidade: Sexualidade, Amor e Erotismo nas Sociedades
Modernas; São Paulo: UNESP, 1993.
MARCUSCHI, L. A. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.
SAUSSURE, F. de. Curso de lingüística geral. São Paulo: Cultrix, 2002.
TREVISAN, D. A. “Mistérios de Curitiba”. 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996.
VAN DIJK, T. A. Discurso e contexto: uma abordagem sociocognitiva. Tradução: Rodolfo
Ilari. São Paulo: Contexto, 2010.
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 13
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Não aplicável.
Financiamento: Agradeço o apoio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
de Alagoas - IFAL.
Conflitos de interesse: Não aplicável.
Aprovação ética: Não aplicável.
Disponibilidade de dados e material: Não aplicável.
Contribuições dos autores: James Washington Alves dos SANTOS é responsável pela
pesquisa, análise e redação do artigo.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 1
ENUNCIACIÓN Y SUBJETIVIDAD: ELEMENTOS PARA EL ANÁLISIS DEL
GÉNERO CARTA
ENUNCIAÇÃO E SUBJETIVIDADE: ELEMENTOS PARA A ANÁLISE DO GÊNERO
CARTA
ENUNCIATION AND SUBJECTIVITY: ELEMENTS FOR ANALYSIS OF THE
LETTER GENRE
James Washington Alves dos SANTOS1
e-mail: james.washington@ifal.edu.br
Cómo hacer referencia a este artículo:
SANTOS, J. W. A. dos. Enunciación y subjetividad: Elementos para
el análisis del género carta. Revista Ibero-Americana de Estudos
em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN:
1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615
| Presentado el: 14/01/2023
| Revisiones requeridas en: 27/02/2023
| Aprobado el: 10/04/2023
| Publicado el: 19/09/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Ejecutivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Instituto Federal de Alagoas (IFAL), Palmeira dos Índios AL Brasil. Profesor de Sociología, Departamento
de Formación General. Doctorado en Ciencias Sociales (UNESP).
Enunciación y subjetividad: Elementos para el análisis del género carta
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 2
RESUMEN: En este artículo trabajaremos las nociones de enunciación y subjetividad, desde
el género Carta, producidas como complemento al cuento de Dalton Trevisan titulado: "Apelo"
(Súplica). Para ello, se utilizaron las respuestas al texto realizadas por los alumnos del 1er
período del curso de Letras Inglés/Portugués de UNEAL (3 respuestas), que se caracterizan
como un ejercicio de la disciplina de Lectura y Producción de Textos. Metodológicamente, este
análisis se erige como una forma de ser trabajada cualitativamente en el aula, a saber: mediante
el uso de ejercicios de complemento textual para la lectura de géneros literarios (epopeyas,
narrativas y poesía lírica), así como para géneros discursivos (carta, cuento, cuerda, etc.). Así,
este artículo busca definir teóricamente, dentro del género discursivo letra, cuál sería la
interacción en el lenguaje, produciendo un sentido de enunciación, así como la importancia de
la conciencia del "yo" para la producción y lectura del texto, constituyendo la realidad
fundamental del lenguaje.
PALABRAS CLAVE: Producción textual. Lectura. Enunciación. Subjetividad.
RESUMO: Neste artigo vamos trabalhar as noções de enunciação e subjetividade, a partir do
gênero carta, produzida como complemento ao conto de Dalton Trevisan intitulado: “Apelo”.
Para este intuito, usamos as respostas ao texto feitas pelos alunos do período do curso de
Letras Inglês/Português da UNEAL (3 respostas), que se caracterizam como exercício da
disciplina de Leitura e Produção de Texto. Metodologicamente, esta análise se coloca como
um caminho a ser trabalhado qualitativamente em sala de aula, a saber: pelo uso de exercícios
de complemento textual para leitura de gêneros literários (epopeias, narrativas e poesias
líricas), tanto quanto para gêneros discursivos (carta, conto, cordel etc.). Assim, este artigo
busca definir teoricamente, dentro do gênero discursivo carta, o que seria a interação na
linguagem, produzindo sentido de enunciação, bem como a importância da consciência do
eu para a produção e a leitura do texto, constituindo a realidade fundamental da linguagem.
PALAVRAS-CHAVE: Produção textual. Leitura. Enunciação. Subjetividade.
ABSTRACT: In this article we will work on the notions of enunciation and subjectivity, from
the letter genre, produced as a complement to Dalton Trevisan's short story, entitled: "Apelo".
For this purpose, we used the responses to the text made by students of the 1st period of the
Languages English/Portuguese course at UNEAL (3 responses), which are characterized as an
exercise in the discipline of Reading and Text Production. Methodologically, this analysis
stands as a way to be worked qualitatively in the classroom, namely: through the use of textual
complement exercises for reading literary genres (epics, narratives and lyrical poetry), as well
as for discursive genres (letter, short story, string etc.). Thus, this article seeks to theoretically
define, within the discursive genre letter, what would be the interaction in language, producing
a sense of enunciation. As well as the importance of awareness of the 'I' for the production and
reading of the text, constituting the fundamental reality of language.
KEYWORDS: Text production. Reading. Enunciation. Subjectivity.
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 3
Introducción
En este artículo trabajaremos las nociones de anunciación y subjetividad, desde el
género Carta, producidas como complemento al texto base de Dalton Trevisan titulado: "Apelo"
(Súplica). Este texto forma parte de un libro de cuentos escrito por el autor que fue publicado
en 1968. Estos cuentos retratan personajes cotidianos, insertos en pequeños dramas, teniendo
como ubicación la ciudad de Curitiba y como línea temática la cuestión del amor.
Fue entonces usando el cuento “Apelo", adaptado en la condición de género textual
Carta, que se propuso el ejercicio de la disciplina de Lectura y Producción de Textos para los
estudiantes del 1er período del curso de Letras Inglés / Portugués, de la Universidad Estatal de
Alagoas – UNEAL, en el año 2021. El resultado de este ejercicio es el que se expondrá en este
artículo, insertando en el análisis de las respuestas dos elementos conceptuales importantes para
la lingüística: la enunciación, un concepto establecido por Mikhail Bakhtin y Valentin
Volochinov (2010), que trabaja la relación yo/otro y ve tanto en el discurso escrito como en el
hablado aspecto de la enunciación ideológica. Y la subjetividad, trabajada por Émile Benveniste
(2005), como expresión del yo que admite tener una voz discursiva. Estos elementos se
evidencian en la producción de cuentos, que pueden ser analizados contextualmente como
cartas en situaciones interpretativas específicas.
Todavía en términos teóricos, tenemos la cuestión del análisis del texto como género.
En este debate traemos los argumentos de Elias y Koch (2006), especialmente respecto al
género discursivo. Como en un enfoque revisionista, los autores nos ayudan a comprender las
posibilidades de unir los aspectos dialógicos e ideológicos y los aspectos dialógicos y
subjetivos, sin confundir entre objetividad y subjetividad.
En términos metodológicos y técnicos, utilizaremos 3 respuestas al cuento adaptado
como una carta de Dalton Trevisan, que fueron escritas por los estudiantes que hicieron el
ejercicio descrito anteriormente. Así, es posible definir la construcción de un género discursivo
que no deje de tener contornos de género literario (principalmente como narrativa), teniendo al
mismo tiempo la posibilidad, a través de las respuestas realizadas, de analizar la condición
dialógica y subjetiva de la producción textual en este caso específico.
Además de esta introducción y la conclusión tendremos en este artículo un primer
apartado que abordará descriptivamente el texto utilizado en el ejercicio: “Apelo”, de Dalton
Trevisan, identificando sus aspectos literarios y discursivos, además de mostrar las respuestas
que fueron producidas por los estudiantes como complemento al texto referido. En la segunda
sección, analizaremos las respuestas, ahora en relación con los conceptos de enunciación y
Enunciación y subjetividad: Elementos para el análisis del género carta
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 4
subjetividad, aislando aspectos de la escritura e identificando las condiciones dialógicas de los
textos al tiempo que revelan aspectos de su subjetividad, a través de características morfológicas
y semánticas.
El género Carta, del cuento "Apelo" de Dalton Trevisan
Utilizar el concepto de género textual dentro de las posibilidades de la comunicación
escrita y la lectura es decir que esta es una de las dimensiones de la producción de significado
comunicativo. Según Van Dijk (2010), esto se refiere a la actividad verbal (que muestra
situaciones, cosmovisiones y resultados de agencia), como una especie de "demostración
discursiva de acciones".
Para Marcuschi (2002), el género textual se expresa mediante narraciones de acciones
y operaciones (psicofisiológicas) que demuestran: necesidades, propósitos, planificación y
dependencia de la situación. Es por eso por lo que la actividad textual dentro del proceso de
comunicación escrita es vista como una actividad de triple significado: filosófico, social y
comunicativo.
Así es el cuento titulado “Apelo”, por Dalton Trevisan. Un texto que por su propio título
ya insinúa la demostración discursiva de una acción (apelación), dentro de un monólogo
masculinizado que impone mediante la narración aspectos de necesidades y dependencia
situacional. Para una mejor comprensión de estas cuestiones, el siguiente texto:
Apelo
Mañana ha pasado un mes desde que estuviste fuera de casa. Los primeros
días, a decir verdad, no me perdí, bueno llegar tarde, olvidado en la
conversación de la esquina. No estuvo ausente durante una semana: el lápiz
labial todavía en el pañuelo, el plato en la mesa por error, la imagen a simple
vista en el espejo.
Con los días, Señora, la leche cuajó por primera vez. La noticia de su pérdida
llegó lentamente: la pila de periódicos allí en el suelo, nadie los guardaba
debajo de las escaleras. Toda la casa era un pasillo desierto, e incluso el canario
estaba mudo. Para no dar parte de débil, ah, señora, fui a beber con amigos. A
la una de la tarde y se habían ido, y yo estaba solo, sin el perdón de su presencia
a todas las aflicciones del día, como la última luz en el porche.
Y comencé a extrañar las pequeñas peleas sobre el condimento en la ensalada,
mi forma de querer bien. ¿Es anhelo, señora? A sus violetas, en la ventana, no
les ahorré agua y se marchitaron. No tengo un botón en mi camisa, uso mis
calcetines. ¿Cuál era el final del sacacorchos? Ninguno de nosotros sabe, sin
la Señora, hablar con los demás: bocas enojadas masticando. Venga a casa,
Señora, por favor (TREVISAN, 1996, p. 94, nuestra traducción).
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 5
El cuento en cuestión presenta como de costumbre una narración corta, teniendo como
elemento clave el tema del conflicto. Sin embargo, este conflicto tiene dos espacios en términos
de narrativa literaria y construcción textual: el dimensional verticalizado y ubicado en el
entorno de la casa y el no dimensional subjetivo, ubicado en la conciencia del narrador
(CANDIDO, 1980). Es posible ver estas dos dimensiones en partes de la narración: "Toda la
casa era un pasillo desierto e incluso el canario estaba mudo" y "No estuvo ausente durante una
semana: el lápiz labial todavía en el pañuelo, el plato sobre la mesa por error, la imagen a simple
vista en el espejo".
Aquí los signos lingüísticos que por la tradición objetivista (SAUSSURE, 2002) eran
"sólidos matices mentales", ahora se erigen como elementos ideológicos de enunciación
(BAKHTIN; VOLÓCHINOV, 2010), llevando la relación dialógica: 'yo'/'otro'. En esta relación,
este "otro" debe ser expresado por el sustantivo "Señora", mientras que el "yo" se identifica
como la persona dentro de una casa que narra su situación de abandono
2
. Este "yo" no se
identifica en relación con su género (podría ser otra mujer o incluso un hombre). Lo que se
identifica relacionalmente es el "otro", una "Señora", que se implica en el sentido de compañera,
esposa, cuidadora
3
. Aunque el texto se presenta como un monólogo, la disposición
textual/discursiva permite que el "yo" narrador desplace al "otro" del texto y me ponga en
disposición para ocupar su lugar, dando al texto mismo un toque subjetivo.
Eso es exactamente lo que se propuso al ejercicio. Deje que los estudiantes lean el texto
de Dalton Trevisan, “Apelo”, y hacer la respuesta al cuento, asumida aquí como una carta,
desarrollando una respuesta escrita por cada estudiante como una producción textual individual.
Con esto el carácter objetivo del "otro" supone, según las posiciones de Benveniste (2005), la
posición de un "tú", o, de un "otro yo" dentro del proceso dialógico. Lo interesante es que las
respuestas asumen en este sentido el carácter de ejercicio discursivo.
Vale la pena recordar que estamos en un 1er período de graduación en Letras
Inglés/Portugués en la asignatura de Lectura y Producción de Textos, mostrando cómo funciona
operativamente la producción textual dialogada y contextualizada.
El uso de los llamados signos lingüísticos releídos como elementos ideológicos y como
expresión de subjetividad se configura como un estímulo a la acción y la interacción a través
del uso del lenguaje escrito. Como Austin (1990) expresa: selección de palabras, proyecto
2
Aquí se caracteriza la posición de lector del texto.
3
Aquí se caracteriza la posición de la subjetividad en relación con las "fisuras" del texto.
Enunciación y subjetividad: Elementos para el análisis del género carta
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 6
gramatical, así como fijación y reproducción. Porque es sobre todo una actividad humana que
impone:
a) Realización verbal e intención verbal;
b) Enunciación y subjetividad;
c) Dominio del idioma;
d) Factores funcionales y estilísticos;
e) Factores afectivo-expresivos;
f) Diferencias en el contexto y las experiencias verbales;
g) Situación comunicativa.
Por esta razón (ELIAS; KOCH, 2006), hablan de 'modelo textual', que se configura
como un género textual (puede ser en forma de letra, cuento, cadena, etc.), evidenciando una
acción comunicativa que tiene legitimidad, funcionalidad, semanticidad, referencia,
intencionalidad, composición y gramaticalidad.
Estos elementos ayudan a comprender cómo se forman y actúan los géneros textuales.
También podríamos añadir a estos elementos los parámetros de cohesión textual y coherencia
elaborados por Antunes (2009), pero estos serían los pasos para otro artículo. Nos quedaremos
entonces con los matices de enunciación y subjetividad, dejando claro que se trata de una
discusión inicial, fruto de lo que ya se ha abordado, arrojando nueva luz sobre los temas y el
texto en cuestión.
Luego se hicieron intervenciones al texto de Dalton Trevisan (1996), a través de las
respuestas a su cuento, en forma de cartas. La carta es una forma de género textual que pretende
ser una comunicación directa, en un sentido denotativo, intrínseca al mensaje enviado en
condición de interlocución, es decir, la condición de "otro" o "tú" en el proceso dialógico.
Se puede hacer de manera personal o formal, y dado el contexto de respuesta al cuento
de Dalton Trevisan, podemos ver en primer lugar el grado de informalidad de las respuestas
dadas y en segundo lugar el nivel de subjetividad y género. Como una forma de ilustrar nuestros
argumentos, aquí están los 3 textos de respuesta dentro del género de letras textuales:
Primera respuesta:
¡Oh perezoso! Cuántas noches he tenido que esperarte preocupada por tus
salidas. Por no hablar de a qué hora regresó, dónde o con quién estaba,
llegando a altas horas de la madrugada irresponsable y borracho, hablando en
voz alta y queriendo comida, después de haber bebido sus dosis. No me
conmueven las palabras torpes de aquellos que en el fondo no tienen
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 7
consideración por quienes los aman, desdeñando la preocupación y el afecto
ofrecidos.
En cuanto a los periódicos, la vieja noticia que debes estar cansado de conocer
todos los días es de mi descontento con esta relación de amorosa sumisión que
vivo. Todo está fuera de lugar. Primero tu corazón tonto, luego los calcetines,
luego los zapatos, luego los periódicos, luego todo en esta casa, incluido el
desplazamiento que es pensar que yo hago todo y tú no haces nada.
Finalmente, puedo volver atrás, pero no renuevo otra pajita para ajustarte en
tus comportamientos, viviré en la misma casa, pero no en tu vida de
comodidad, viviré en la misma casa, pero no te someteré y viviré tu vida,
frente a lo que es menos cómodo.
Fichado
Madre.
(Respuesta – Estudiante A).
Segunda respuesta:
Niño
Estos primeros días fueron como un día tranquilo dentro de la casa y no podías
creer que alguna vez sucediera. Pero has crecido, y has crecido, y crecerás aún
más, la vida no deja pasar ningún detalle, el tiempo pasa, no olvides, cuida
todo, ha llegado el nuevo tiempo.
¿Y qué es la nostalgia? Es la ausencia de las experiencias poderosas que hemos
tenido juntos, inundando nuestras vidas con oportunidades tan simples, con
una tormenta de amor. Estas experiencias ejercieron su poder para
conquistarme en cada detalle.
Lamento decir que esto es solo el comienzo de lo que llamas anhelo, y querrás
revivir esas mismas experiencias, pero ahora es tu turno de crear momentos y
situaciones, es tu turno de vivir.
Te extraño.
De su Señora.
(Respuesta – Estudiante B).
Tercera respuesta:
Querida, no te preocupes. Que después de un mes de ausencia estoy llegando,
en el equipaje estoy trayendo nuevas esperanzas, amor y mucha comprensión.
Con las cosas desordenadas, no hay necesidad de preocuparse, vuelvo para
poner todo en su lugar, incluidas nuestras vidas. Porque el anhelo por ti es muy
grande, nuestras noches en el balcón, con la luz de la luna, hacen que nuestros
momentos sean inolvidables. ¡Vuelvo porque te amo!
También extraño su olor, su sonrisa traviesa, sus labios gruesos e incluso
nuestras pequeñas peleas. Aunque tu sufrimiento es grande, yo también sufro
Enunciación y subjetividad: Elementos para el análisis del género carta
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 8
mucho. Tú, con esta forma desorganizada tuya, no me importa, solo quiero
estar a tu lado. ¡Vuelvo, mi amor, mi vida, mi amado eterno!
Atentamente, tu amado.
María Heloisa
(Respuesta – Estudiante C).
Los 3 textos mencionados anteriormente, además de expresar condiciones dialógicas de
enunciación, muestran que esta no se desplaza de la situación objetiva/subjetiva de género. Aquí
tenemos la respuesta a un monólogo a través del discurso de una madre (primera respuesta),
una Señora (segunda respuesta) y la mujer amada (tercera respuesta). Todas las respuestas
fueron feminizadas, lo que indica dentro de las proposiciones objetivas del diálogo que la
creación textual de respuestas a través de personajes femeninos, independientemente de la
ubicación de género de los escritores de las respuestas. Esta pregunta plantea algunos puntos
interesantes: ¿por qué la construcción de respuestas indica aquí una posición de género
definida? ¿Cómo es esto el resultado de la subjetividad del escritor, más allá de la objetividad
del género discursivo en cuestión (carta)? Y cómo reverbera en una respuesta textual y social,
concomitantemente. Estas serán cuestiones que se debatirán en la siguiente sección.
Enunciación y subjetividad en la producción textual: respuestas a un ejercicio
El comienzo del texto de Dalton Trevisan es breve y directo en la enunciación del caso:
"Mañana es un mes desde que estás fuera de casa. Los primeros días, a decir verdad, no me
perdí, agradable llegar tarde, olvidado en la conversación de la esquina". Y en la enunciación
del dilema: "La noticia de su pérdida llegó lentamente: la pila de periódicos allí en el suelo,
nadie los guardaba debajo de las escaleras. Toda la casa era un pasillo desierto, e incluso el
canario estaba mudo. Para no dar parte de los débiles, ah, señora, fui a beber con mis amigos"
(TREVISAN, 1996, nuestra traducción).
Así se construye el contexto y a pesar de la "certeza" de la referencia a un discurso
masculino, el autor deja una "fisura" en el texto para pensar, quizás, un discurso femenino.
Aquí, de antemano, ya hay algunas afirmaciones interesantes: el hombre es el que se mete, la
mujer es la que arregla; El hombre es el que sale con sus amigos, la mujer es la que lo espera
después de la "noche de fiesta" en el bar. Así, los signos parecen establecer por objetividad un
significado, pero bien pueden dar nuevas posibilidades de interpretación. Y esto no sería una
cuestión de género, sino de enunciación e ideología, sobre cómo recibimos el discurso de los
demás:
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 9
Pero estos esquemas y sus variantes sólo pueden haber surgido y tomado
forma de acuerdo con las tendencias dominantes de la aprehensión del
discurso de otro; Además, en la medida en que estos esquemas han asumido
una forma y una función en el lenguaje, ejercen una influencia reguladora,
estimulante o inhibidora en el desarrollo de las tendencias de aprehensión
apreciativa, cuyo campo de acción está justamente definido por estas formas.
[...] Esto atestigua entonces a favor del hecho de que las tendencias
dominantes de comprensión y apreciación de la enunciación de los demás
tienen dificultades para manifestarse bajo estas formas, porque estas últimas
las restringen, no dejándoles suficiente campo (BAKHTIN; VOLÓCHINOV,
2010, p. 150, nuestra traducción).
El campo de la acción interpretativa es un campo de tensión dentro de la producción
textual, donde se producen una serie de "frenos sociales" que inhiben interpretaciones
alternativas o subjetivas fuera del estándar. Lo interesante es que, en el propio ejercicio
propuesto, por razones de construcción morfológica, no es posible cambiar la composición de
género del "otro" – Señora, lo que no se puede decir de la figura del "yo". Sin embargo, ninguna
de las personas que hicieron el ejercicio cambió la composición del 'yo', de hombre a mujer,
teniendo solo la opción masculina como la forma estándar en la relación propuesta. Así, el 'otro'
que responde de la mano de los alumnos que emitieron la respuesta es siempre otra mujer que
responde a un varón, subjetivamente al ejercicio:
¡Oh perezoso! Cuántas noches he tenido que esperarte preocupada por tus
salidas. Por no hablar de a qué hora regresó, dónde o con quién estaba,
llegando a altas horas de la madrugada irresponsable y borracho, hablando en
voz alta y queriendo comida, después de haber bebido sus dosis. No me
conmueven las palabras torpes de aquellos que en el fondo no tienen
consideración por quienes los aman, basándose en la preocupación y el afecto
ofrecidos.
[...] Fichado
Madre.
(Respuesta – Estudiante A).
Niño
Estos primeros días fueron como un día tranquilo dentro de la casa y no podías
creer que alguna vez sucediera. Pero has crecido, y has crecido, y crecerás aún
más, la vida no deja pasar ningún detalle, el tiempo pasa, no olvides, cuida
todo, ha llegado el nuevo tiempo.
¿Y qué es la nostalgia? Es la ausencia de las experiencias poderosas que hemos
tenido juntos, inundando nuestras vidas con oportunidades tan simples, con
una tormenta de amor. Estas experiencias ejercieron su poder para
conquistarme en cada detalle.
[...] De su Señora.
(Respuesta – Estudiante B).
Enunciación y subjetividad: Elementos para el análisis del género carta
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 10
Querida, no te preocupes. Que después de un mes de ausencia estoy llegando,
en el equipaje estoy trayendo nuevas esperanzas, amor y mucha comprensión.
Con las cosas desordenadas, no hay necesidad de preocuparse, vuelvo para
poner todo en su lugar, incluidas nuestras vidas. Porque el anhelo por ti es muy
grande, nuestras noches en el balcón, con la luz de la luna, hacen que nuestros
momentos sean inolvidables. ¡Vuelvo porque te amo!
[...] María Heloisa
(Respuesta – Estudiante C).
La condición de madre se repite ambas veces (en la primera respuesta como madre y en
la segunda como Señora y madre). En el tercero, aparece como una mujer (compañera en un
sentido amoroso). Lo curioso es que estas situaciones discursivas no solo evidencian el uso de
sustantivos: madre; Dama, madre y mujer, pero roles condicionados a la figura femenina,
siempre dispuestos a un masculino (GIDDENS, 1993; FOUCAULT, 2012). También es
necesario destacar que, según Benveniste (2005, p. 286, nuestra traducción), los puntos de
subjetividad que guían estas construcciones textuales están anclados en el mismo lenguaje que
hace que el sujeto:
Es en el lenguaje y a través del lenguaje que el hombre se constituye como
sujeto; Porque sólo el lenguaje fundamenta la realidad, en su realidad que es
la del ser, el concepto de "ego" [...].
La "subjetividad" que estamos tratando aquí es la capacidad del hablante para
proponerse a sí mismo como "sujeto" [...].
[...] No me empleo a mí mismo excepto dirigiéndome a alguien, que estará en
mi dirección como usted. Esta condición de diálogo es la que es constitutiva
de la persona, porque implica en reciprocidad que yo me convierto en ti en el
discurso de quien a su vez se llama yo. Vemos aquí un principio cuyas
consecuencias deben desarrollarse en todas las direcciones.
A pesar de que sigue el camino tradicional de la relación: hombre (yo), mujeres (alguien
más / tú), Benveniste plantea el hecho de que el lenguaje es un elemento de construcción del
sujeto. No importa si en este hecho las relaciones objetivas de sumisión son expuestas por las
declaraciones, como se puede ver en la construcción del texto y sus respuestas, pero lo
importante es la evidencia de que la construcción textual es la construcción de la subjetividad.
Si el estudiante A se pone en la situación de una madre que responde a su hijo de manera
contundente, quejándose de descuido conductual, esto se debe al uso de características
morfológicas (clases gramaticales) y semánticas (expresión de significado), de una realidad
objetiva y subjetiva que se construye a partir de las impresiones dejadas por Dalton Trevisan en
su cuento, expresado en relación con el interlocutor que responde a ella.
Del mismo modo, la estudiante B, que utiliza la expresión "niño o niñito", categoriza ya
al principio de su respuesta la figura de una madre que ahora deja que su hijo "se vuelva por sí
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 11
mismo", ya que tendrá que aprender por sus propios actos cómo manejar su vida, en lugar de
confiar en el cuidado de su madre.
No es diferente con el estudiante C. Sin embargo, se debe hacer una advertencia.
Subjetivamente, utiliza expresiones como: amor, anhelo, sufrimiento, mi vida y eterno, para dar
un aire conciliador, siendo el único en dar como respuesta al 'yo' de Dalton Trevisan un final
subjetivamente feliz.
Estas evidencias (mostradas a través de las respuestas enumeradas aquí) son expresiones
del uso de la enunciación y la subjetividad como elementos de construcción de un "otro" y un
"tú", a través del género textual conocido como letra. Esta construcción es el resultado no sólo
de las correspondencias estructurales entre la realidad histórica y el texto, sino que también
implica la lectura subjetiva que hacen los interlocutores, que al principio son lectores, pero
cuando comienzan a responder como estudiantes a un texto, poniendo sus impresiones, se ponen
en la condición de autores con lecturas subjetivas del mundo, que expresan las condiciones
estructurales de manera diferente, utilizando recursos discursivos, estilísticos, morfológicos y
semánticos como herramientas de expresión.
Consideraciones finales
El artículo en cuestión analizó la producción de 3 cartas a partir de un ejercicio realizado
académicamente, basado en el cuento de Dalton Trevisan titulado: "Apelo" (Súplica). Este
último se colocó en la condición de una carta y se pidió a los estudiantes de la disciplina de
Lectura y Producción de Textos que elaboraran "respuestas" a la narrativa en cuestión.
De estas respuestas separamos tres y las colocamos como objeto de análisis,
describiendo no sólo el relato “Apelo”, integralmente, así como las respuestas dadas por los 3
estudiantes al cuento. Esta elección viene dada por la posibilidad comparativa, que, de ser muy
extensa, requeriría un mayor volumen de datos y análisis, algo inviable para un artículo más
analítico-conceptual y corto.
Como base teórica y metodológica para el análisis de estas respuestas enumeramos dos
teorías: la de enunciación, de Bajtín y Volochinov (2010), y la de subjetividad ante géneros
textuales, de Émile Benveniste (2005).
Las respuestas analizadas tienen en términos metodológicos y conceptuales tanto
características enunciativas (que evocan dialogismo y elementos ideológicos en su contexto
productivo) como características subjetivas (en la medida en que el despliegue del relato como
Enunciación y subjetividad: Elementos para el análisis del género carta
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 12
complemento pasa por el tamiz del fin que cada autor desea, dentro de la interlocución). En este
sentido, no se trata sólo de un ejercicio, sino de la gestión y eficacia de la producción textual,
además del dominio de una serie de características subjetivas, sociales y gramaticales.
Por lo tanto, podemos mencionar como válida y productiva la experiencia, y también
podemos considerarla como un método cualitativo y una técnica de producción textual para ser
utilizada de manera dialógica y lúdica no solo en el contexto de la educación superior, sino
también en otros niveles y modalidades de enseñanza, como un ejercicio práctico en Lengua,
Lingüística y Literatura Portuguesas.
REFERENCIAS
ANTUNES, I. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola Editorial,
2009.
AUSTIN, J. L. Quando Dizer é Fazer. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
BAKHTIN, M.; VOLOCHÍNOV, V. O discurso de outrem. In: Marxismo e Filosofia da
linguagem. São Paulo: Hucitec, 2010. p. 139-149.
BENVENISTE, É. Da subjetividade da linguagem. In: Problemas de Linguística Geral. São
Paulo: Edusp, 2005. p. 284-315.
CANDIDO, A. Literatura e sociedade. São Paulo: Editora Nacional, 1980.
ELIAS, V. M.; KOCH, I. V. Texto e intertextualidade. In: Ler e compreender: os sentidos do
texto. São Paulo: Contexto, 2006. p. 108-124.
FOUCAULT, M. História da Sexualidade I: A vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições
Graal, 2012.
GIDDENS, A. Transformações da Intimidade: Sexualidade, Amor e Erotismo nas Sociedades
Modernas; São Paulo: UNESP, 1993.
MARCUSCHI, L. A. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.
SAUSSURE, F. de. Curso de lingüística geral. São Paulo: Cultrix, 2002.
TREVISAN, D. A. “Mistérios de Curitiba”. 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996.
VAN DIJK, T. A. Discurso e contexto: uma abordagem sociocognitiva. Tradução: Rodolfo
Ilari. São Paulo: Contexto, 2010.
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 13
CRediT Author Statement
Reconocimientos: No aplicable.
Financiación: Agradezco el apoyo del Instituto Federal de Educación, Ciencia y
Tecnología de Alagoas - IFAL.
Conflictos de intereses: No aplicable.
Aprobación ética: No aplicable.
Disponibilidad de datos y material: No aplicable.
Contribuciones de los autores: James Washington Alves dos SANTOS es responsable de
la investigación, análisis y redacción del artículo.
Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación - EIAE.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 1
ENUNCIATION AND SUBJECTIVITY: ELEMENTS FOR ANALYSIS OF THE
LETTER GENRE
ENUNCIAÇÃO E SUBJETIVIDADE: ELEMENTOS PARA A ANÁLISE DO GÊNERO
CARTA
ENUNCIACIÓN Y SUBJETIVIDAD: ELEMENTOS PARA EL ANÁLISIS DEL
GÉNERO CARTA
James Washington Alves dos SANTOS1
e-mail: james.washington@ifal.edu.br
How to reference this article:
SANTOS, J. W. A. dos. Enunciation and subjectivity: Elements for
analysis of the letter genre. Revista Ibero-Americana de Estudos
em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN:
1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615
| Submitted: 14/01/2023
| Revisions required: 27/02/2023
| Approved: 10/04/2023
| Published: 19/09/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Executive Deputy Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Federal Institute of Alagoas (IFAL), Palmeira dos Índios AL Brazil. Professor of Sociology, Department of
General Training. PhD in Social Sciences (UNESP).
Enunciation and subjectivity: Elements for analysis of the letter genre
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 2
ABSTRACT: In this article, we will work on the notions of enunciation and subjectivity, from
the letter genre, produced as a complement to Dalton Trevisan's short story, entitled: "Apelo".
For this purpose, we used the responses to the text made by students of the 1st period of the
Languages English/Portuguese course at UNEAL (3 responses), which are characterized as an
exercise in the discipline of Reading and Text Production. Methodologically, this analysis
stands as a way to be worked qualitatively in the classroom, namely: through the use of textual
complement exercises for reading literary genres (epics, narratives and lyrical poetry), as well
as for discursive genres (letter, short story, string etc.). Thus, this article seeks to theoretically
define, within the discursive genre letter, what would be the interaction in language, producing
a sense of enunciation. As well as the importance of awareness of the 'I' for the production and
reading of the text, constituting the fundamental reality of language.
KEYWORDS: Text production. Reading. Enunciation. Subjectivity.
RESUMO: Neste artigo, vamos trabalhar as noções de enunciação e subjetividade, a partir do
gênero carta, produzida como complemento ao conto de Dalton Trevisan intitulado: “Apelo”.
Para este intuito, usamos as respostas ao texto feitas pelos alunos do período do curso de
Letras Inglês/Português da UNEAL (3 respostas), que se caracterizam como exercício da
disciplina de Leitura e Produção de Texto. Metodologicamente, esta análise se coloca como
um caminho a ser trabalhado qualitativamente em sala de aula, a saber: pelo uso de exercícios
de complemento textual para leitura de gêneros literários (epopeias, narrativas e poesias
líricas), tanto quanto para gêneros discursivos (carta, conto, cordel etc.). Assim, este artigo
busca definir teoricamente, dentro do gênero discursivo carta, o que seria a interação na
linguagem, produzindo sentido de enunciação, bem como a importância da consciência do
eu para a produção e a leitura do texto, constituindo a realidade fundamental da linguagem.
PALAVRAS-CHAVE: Produção textual. Leitura. Enunciação. Subjetividade.
RESUMEN: En este artículo trabajaremos las nociones de enunciación y subjetividad, desde
el género Carta, producidas como complemento al cuento de Dalton Trevisan titulado: "Apelo"
(Súplica). Para ello, se utilizaron las respuestas al texto realizadas por los alumnos del 1er
período del curso de Letras Inglés/Portugués de UNEAL (3 respuestas), que se caracterizan
como un ejercicio de la disciplina de Lectura y Producción de Textos. Metodológicamente, este
análisis se erige como una forma de ser trabajada cualitativamente en el aula, a saber:
mediante el uso de ejercicios de complemento textual para la lectura de géneros literarios
(epopeyas, narrativas y poesía lírica), así como para géneros discursivos (carta, cuento,
cuerda, etc.). Así, este artículo busca definir teóricamente, dentro del género discursivo letra,
cuál sería la interacción en el lenguaje, produciendo un sentido de enunciación, así como la
importancia de la conciencia del "yo" para la producción y lectura del texto, constituyendo la
realidad fundamental del lenguaje.
PALABRAS CLAVE: Producción textual. Lectura. Enunciación. Subjetividad.
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 3
Introduction
In this article, we will work on the notions of annunciation and subjectivity, based on
the letter genre, produced as a complement to the base text by Dalton Trevisan entitled: “Apelo”
(Appeal). This text is part of a book of short stories written by the aforementioned author,
published in 1968. These short stories portray everyday characters inserted in small dramas,
taking place in the city of Curitiba and the theme of love.
It was then used the short story “Apelo”, adapted in the letter textual genre condition,
as proposed by the exercise of the Reading and Text Production discipline for students in the
1st period of the English/Portuguese Literature course, at the State University of Alagoas
UNEAL, in 2021. The result of this exercise is what will be exposed in this article, inserting
two important conceptual elements for Linguistics into the analysis of the answers: enunciation,
a concept proposed by Mikhail Bakhtin and Valentin Volóchinov (2010), and subjectivity,
worked on by Émile Benveniste (2005). The first concept deals with the self/other relationship
and sees aspects of ideological enunciation in both written and spoken discourse, while the
second concept deals with the expression of the self, which admits having a discursive voice.
These elements are highlighted in the production of stories, which can be analyzed contextually
as letters in specific interpretative situations.
Still in theoretical terms, we have the issue of analyzing the text as a genre. In this
debate, we bring the arguments of Elias and Koch (2006), mainly regarding discursive genre.
As in a revisionist perspective, the authors help us to understand the possibilities of joining the
dialogical and ideological aspects and the dialogical and subjective aspects, without confusing
objectivity and subjectivity.
In methodological and technical terms, we will use three responses to the short story
adapted as a letter by Dalton Trevisan, which were written by the students who did the exercise
described above. Thus, it is possible to define the construction of a discursive genre that still
has contours of a literary genre (mainly as a narrative), having at the same time the possibility,
through the responses made, of analyzing the dialogical and subjective condition of textual
production in this specific case.
In addition to this introduction and conclusion, in this article we will have a first section
that will descriptively address the text used in the exercise: “Apelo”, by Dalton Trevisan,
identifying its literary and discursive aspects, in addition to showing the responses that were
produced by students as a complement to the aforementioned text. In the second section, we
will analyze the responses, in relation to the concepts of enunciation and subjectivity, isolating
Enunciation and subjectivity: Elements for analysis of the letter genre
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 4
aspects of writing and identifying the dialogical conditions of the texts, at the same time as we
reveal aspects of their subjectivity, through morphological and semantic characteristics.
The letter genre from the short story “Apelo”, by Dalton Trevisan
Using the concept of textual genre within the possibilities of written communication and
reading is to say that this is one of the dimensions of the production of communicative meaning.
According to Van Dijk (2010), this concerns verbal activity (which shows situations, world
views and results of agency), as a kind of “discursive demonstration of actions”.
For Marcuschi (2002), the textual genre is expressed by narrations of actions and
operations (psychophysiological) that demonstrate: needs, purposes, planning and dependence
on the situation. That is why textual activity within the process of written communication is
seen as having a triple meaning: philosophical, social and communicative.
This is the short story entitled “Apelo”, by Dalton Trevisan. A text that, by the title itself,
already insinuates the discursive demonstration of an action (appeal), within a masculinized
monologue that imposes, through the narration, aspects of needs and situational dependence.
For a better understanding of these issues, follow the text:
Appeal
Tomorrow marks a month since the Lady has been away from home. The first
few days, to tell the truth, I didn't miss it, it's good to be late, forgotten in the
corner conversation. It wasn't an absence for a week: the lipstick still on the
handkerchief, the plate on the table by mistake, the image glimpsed in the
mirror.
As the days went by, Madam, the milk curdled for the first time. The news of
his loss came little by little: the pile of newspapers there on the floor, no one
kept them under the stairs. The whole house was a deserted corridor, and even
the canary was silent. To avoid appearing weak, oh, Madam, I went drinking
with friends. One o'clock at night and they were gone and I was left alone,
without the forgiveness of their presence for all the afflictions of the day, like
the last light on the porch.
And I started to miss the little fights over the seasoning in the salad − my way
of wanting good. Is it longing, Madam? I spared no water for your violets, in
the window, and they wither. I don't have a button on my shirt, I'm wearing
socks with holes in them. What happened to the corkscrew? None of us knows,
without the Lady, how to talk to others: angry mouths chewing. Come home,
Madam, please (TREVISAN, 1996, p. 94, our translation).
The story in question presents, as usual, a short narrative, with the issue of conflict as
its key element. However, this imbroglio has two spaces in terms of literary narrative and textual
construction: the dimensional verticalized and located in the house environment and the
non-dimensional – subjective, located in the narrator's consciousness (CANDIDO, 1980). It is
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 5
possible to see these two dimensions in parts of the narrative: “The whole house was a deserted
corridor, and even the canary was silent” and “It wasn't an absence for a week: the lipstick still
on the handkerchief, the plate on the table by mistake, the image glimpsed in the mirror.”.
Here, the linguistic signs that, according to the objectivist tradition (SAUSSURE, 2002),
were “sound mental nuances”, are now positioned as ideological elements of enunciation
(BAKHTIN; VOLÓCHINOV, 2010), carrying the dialogical relationship: 'I'/'other'. In this
relationship, this 'other' is to be expressed by the noun 'Lady', while the 'I' is identified as the
person inside a house narrating her situation of abandonment
2
. This 'self' is not identified in
relation to its gender (it could be another woman or even a man). What is identified relationally
is the 'other', a 'Lady', who suggests herself in the sense of companion, wife, caregiver
3
.
Although the text presents itself as a monologue, the textual/discursive arrangement allows the
'I' narrator to displace the 'other' of the text and put me in the mood to take his place, giving the
text itself a subjective touch.
That was precisely what was proposed for the exercise. Students should read Dalton
Trevisan's text, “Apelo”, and respond to the story, assumed here as a letter, developing a
response authored by each student as an individual textual production. With this, the objective
character of the 'other' assumes, according to Benveniste (2005), the position of a ' you', or, of
an 'other self' within the dialogical process. The interesting thing is that the answers assume, in
this sense, the character of a discursive exercise.
It is worth remembering that we are dealing with a 1st period undergraduate task in
English/Portuguese Literature in the subject of Reading and Text Production, showing how
dialogued and contextualized textual production works operationally.
The use of so-called linguistic signs, reread as ideological elements and as an expression
of subjectivity, is configured as a stimulus to action and interaction through the use of written
language. As Austin (1990) expresses: word selection, grammatical design, as well as fixation
and reproduction. Because it is, above all, a human activity that requires:
a) Verbal realization and verbal intention;
b) Enunciation and subjectivity;
c) Mastery of the language;
d) Functional and stylistic factors;
e) Affective-expressive factors;
2
Here the position of reader of the text is characterized.
3
Here the position of subjectivity in relation to the 'fissures' of the text is characterized.
Enunciation and subjectivity: Elements for analysis of the letter genre
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 6
f) Differences in context and verbal experiences;
g) Communicative situation.
For this reason (ELIAS; KOCH, 2006), they speak of a 'textual model', which is
configured as a textual genre (it can be in the form of a letter, short story, cordel, etc.),
highlighting a communicative action that has legitimacy, functionality, semanticity, reference,
intentionality, composition and grammaticality.
These elements help to understand how textual genres are formed and act. We could also
add to these elements the parameters of textual cohesion and coherence worked by Antunes
(2009), but these would be the steps for another article. We will then focus on the nuances of
enunciation and subjectivity, making it clear that this is an initial discussion, the result of what
has already been covered, shedding new light on the themes and text in question.
Interventions were then made to the text by Dalton Trevisan (1996), through responses
to his story, in the form of letters. The letter is a textual genre that aims to be a direct
communication, in a denotative sense, intrinsic to the message sent in the condition of
interlocution, that is, the condition of ' other' or 'you' in the dialogical process.
It can be done personally or formally, and given the context of the response to Dalton
Trevisan's story, we can see, firstly, the degree of informality of the answers given and,
secondly, the level of subjectivity and gender. As a way of illustrating our arguments, below are
the 3 response texts within the letter textual genre:
First answer:
O lazy one! How many nights did I have to wait for you worried about your
departures. Without saying what time, he would return, where or who you
were with, arriving in the early hours of the morning irresponsible and drunk,
talking loudly and wanting food, after having drunk his doses. I don't feel
touched by the vile words of those who, deep down, have no consideration for
those who love them, disdaining the concern and affection offered.
As for the newspapers, the old news that you must be tired of hearing every
day is my dissatisfaction with this relationship of loving subservience that I
live in. Everything is out of place. First your foolish heart, then the socks, then
the shoes, then the newspapers, then everything in this house, including the
displacement that is thinking that I do everything and you do nothing.
Finally, I can come back, but I won't renew another straw to adjust your
behavior, I will live in the same house, but not your life of comfort, I will live
in the same house, but not subject and live your life, in the face of the that it
is less comfortable.
Signed,
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 7
Mother.
(Answer – Student A).
Second answer:
Little son,
These first few days were just like it was a silent day inside the house and you
couldn't believe that this would ever happen. But you grew, and grew, and will
grow even more, life doesn't let any detail pass, time passes, don't forget, take
care of everything, the new time has arrived.
And what is longing? It is the absence of the powerful experiences we had
together, flooding our lives with such simple coincidences, with a storm of
love. These experiences had their power to conquer me in every detail.
I'm sorry to say that this is just the beginning of what you call nostalgia, and
you will want to relive these same experiences, but now it's your turn to create
moments and situations, it's your turn to live.
Longing.
From your Lady.
(Answer – Student B).
Third answer:
My dear, don't worry. That after a month away I'm arriving, in my luggage I'm
bringing new hopes, love and a lot of understanding.
With things messed up, there's no need to worry, I'm coming back to put
everything in its right place, including our lives. Because I miss you so much,
our nights on the balcony, with the moonlight, make our moments
unforgettable. I come back because I love you!
I also miss your smell, your wicked smile, your thick lips and even our little
fights. Although your suffering is great, I also suffer a lot. You, with your
disorganized way, I don't care, I just want to be by your side. I'm coming back,
my love, my life, my eternal beloved!
Sincerely, your beloved.
Maria Heloisa
(Answer – Student C).
The 3 texts mentioned above, in addition to expressing dialogical conditions of
enunciation, show that this is not displaced from the objective/subjective gender situation. Here
we have the response to a monologue through the speech of a mother (first response), a Lady
(second response) and the beloved woman (third response). All responses were feminized,
which indicates, within the objective propositions of the dialogue, the textual creation of
Enunciation and subjectivity: Elements for analysis of the letter genre
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 8
responses via female characters, regardless of the gender location of the writers of the
responses. This question raises some interesting points: why does the construction of responses
indicate a defined gender position here? How is this the result of the writer's subjectivity, in
addition to the objectivity of the discursive genre in question (letter)? And how this reverberates
in a textual and social response, simultaneously. These will be questions to be debated in the
following section.
Enunciation and subjectivity in textual production: responses to an exercise
The beginning of Dalton Trevisan's text is short and direct in stating the case:
“Tomorrow it will be a month since you have been away from home. The first few days, to tell
the truth, I didn’t miss it, its good to be late, forgotten in the corner conversation.” And in the
statement of the dilemma: “The news of his loss came little by little: the pile of newspapers
there on the floor, no one kept them under the stairs. The whole house was a deserted corridor,
and even the canary was silent. To avoid appearing weak, oh, Madam, I went drinking with
friends” (TREVISAN, 1996, our translation).
Thus, the context is constructed and, despite the 'certainty' of the reference to a
masculine discourse, the author leaves a 'fissure' in the text for us to think, perhaps, of a
feminine discourse. So, beforehand, some interesting statements follow: the man is the one who
makes the mess, the woman is the one who cleans up; The man is the one who goes out with
his friends, the woman is the one who waits for him after the “night out” at the bar. In this way,
signs seem to establish meaning through objectivity, but they may well provide new possibilities
for interpretation. And this would not be a question of gender, but of enunciation and ideology,
about the way we receive the speech of others:
But these schemes and their variants can only have emerged and taken shape
in accordance with the dominant tendencies of the apprehension of other
people's speech; Furthermore, to the extent that these schemes have assumed
a form and a function in the language, they exert a regulating, stimulating or
inhibiting influence on the development of the tendencies of appreciative
apprehension, the field of action of which is precisely defined by these forms.
[...] this then testifies in favor of the fact that the dominant tendencies of
understanding and appreciating the enunciation of others have difficulty in
manifesting themselves in these forms, as the latter hold them back, not
leaving them sufficient scope (BAKHTIN; VOLÓCHINOV, 2010, p. 150, our
translation).
The interpretative field of action is a field of tension within textual production, where a
series of 'social brakes' occur that inhibit alternative or subjective interpretations outside the
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 9
standard. The interesting thing is that, in the proposed exercise itself, for reasons of
morphological construction, it is not possible to change the gender composition of the 'other' -
Lady, which cannot be said of the figure of the 'self'. However, none of the people who did the
exercise changed the composition of the 'I', from male to female, with only the male option as
the default form in the proposed relationship. Thus, the 'other' who responds by the hand of the
students who issued the response is always a female other who responds to a male, subjectively
to the exercise:
O lazy one! How many nights did I have to wait for you worried about your
departures. Without saying what time, he would return, where or who you
were with, arriving in the early hours of the morning irresponsible and drunk,
talking loudly and wanting food, after having drunk his doses. I don't feel
touched by the vile words of someone who, deep down, has no consideration
whatsoever for those who love them, drawing on the concern and affection
offered.
[...] Signed,
Mother.
(Answer – Student A).
Little son,
These first few days were just like it was a silent day inside the house and you
couldn't believe that this would ever happen. But you grew, and grew, and will
grow even more, life doesn't let any detail pass, time passes, don't forget, take
care of everything, the new time has arrived.
And what is longing? It is the absence of the powerful experiences we had
together, flooding our lives with such simple coincidences, with a storm of
love. These experiences exercised their power to conquer me in every detail.
[...] From your Lady.
(Answer – Student B).
My dear, don't worry. That after a month away I'm arriving, in my luggage I'm
bringing new hopes, love and a lot of understanding.
With things messed up, there's no need to worry, I'm coming back to put
everything in its right place, including our lives. Because I miss you so much,
our nights on the balcony, with the moonlight, make our moments
unforgettable. I come back because I love you!
[...] Maria Heloísa
(Answer – Student C).
The condition of mother is repeated twice (in the first response as mother and in the
second as Madam and mother). In the third, she appears as a woman (companion in a loving
sense). The curious thing is that these discursive situations do not only highlight the use of
nouns: mother; lady and mother and woman, but roles conditioned to the female figure, always
disposed to a male (GIDDENS, 1993; FOUCAULT, 2012). It is also necessary to emphasize
Enunciation and subjectivity: Elements for analysis of the letter genre
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 10
that, according to Benveniste (2005, p. 286, our translation), the points of subjectivity that guide
these textual constructions are anchored in the very language that makes the subject:
In language and through language, man constitutes himself as a subject;
because only language grounds reality, in its reality which is that of being, the
concept of “ego” [...].
The "subjectivity" we are dealing with here is the speaker's ability to propose
himself as a “subject” [...].
[...] I do not use I unless addressing someone, who in my address will be a
you. This condition of dialogue is what is constitutive of the person, as it
reciprocally implies that I become you in the speech of the one who in turn is
called me. We see here a principle whose consequences must be developed in
all directions.
Even following the traditional path of the relationship: man (me), women (other/you),
Benveniste emphasizes the fact that language is a constructive element of the subject. It does
not matter whether in this fact the objective relations of subservience are exposed by the
statements, as can be seen in the construction of the text and its responses, but what is important
is the evidence that the textual construction is a construction of subjectivity.
If student A puts himself in the situation of a mother who responds to her child in a
forceful way, complaining about behavioral neglect, this is due to the use of morphological (of
grammatical classes) and semantic (of expression of meaning) characteristics, of a reality
objective and subjective that is constructed from the impressions left by Dalton Trevisan in his
story, expressed in relation to the interlocutor who responds to him.
In the same way, student B, who uses the expression 'little son', to categorize at the
beginning of her answer the figure of a mother who now leaves her son 'to fend for himself',
since he will have to learn on his own acts such as managing your life, instead of relying on
your mother's care.
It is no different with student C. However, a caveat must be made. Subjectively, it uses
expressions such as: love, longing, suffering, my life and eternal, to give a conciliatory air,
being the only one to respond to Dalton Trevisan's 'I' with a subjectively happy ending.
This evidence (shown through the answers listed here) are expressions of the use of
enunciation and subjectivity as elements of construction of an 'other' and a 'you', through the
textual genre known as letter. This construction is the result not only of structural
correspondences between historical reality and the text, but also involves the subjective reading
that is done by the interlocutors who, at first, are readers, but when they start to respond as
students to a text, presenting their impressions, place themselves in the condition of authors
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 11
with subjective readings of the world, who express structural characteristics differently, using
discursive, stylistic, morphological and semantic resources as tools of expression.
Final remarks
The article in question analyzed the production of three letters based on an academic
exercise, based on the short story by Dalton Trevisan entitled: “Apelo” or “Appeal”, in English.
The latter was placed in the form of a letter and the teacher asked the students in the Reading
and Text Production discipline to prepare 'responses' to the narrative in question.
Of these answers, we separated three and placed them as an object of analysis,
describing not only the short story “Apelo”, in full, but also the answers given by the 3 students
to the short story. This choice is made due to the comparative possibility, which, if very
extensive, would require a greater volume of data and analysis, something unfeasible for a more
analytical-conceptual and short article.
As a theoretical and methodological basis for analyzing these responses, we list two
theories: that of enunciation, by Bakhtin and Volóshinov (2010), and that of subjectivity before
textual genres, by Émile Benveniste (2005).
The responses analyzed have, in methodological and conceptual terms, both enunciative
characteristics (which evoke dialogism and ideological elements in their productive context)
and subjective characteristics (to the extent that the unfolding of the story as a complement pass
through the sieve of the ending that each author desires, within the dialogue). In this sense, it is
not just an exercise, but the management and implementation of textual production, in addition
to mastering a series of subjective, social and grammatical characteristics.
Therefore, it is worth highlighting the experience as valid and productive, and can also
be considered as a qualitative method and a textual production technique to be used in a
dialogical and playful way not only in the context of higher education, but also at other levels
and teaching modalities, such as practical exercise in Portuguese Language, Linguistics and
Literature.
Enunciation and subjectivity: Elements for analysis of the letter genre
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 12
REFERENCES
ANTUNES, I. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola Editorial,
2009.
AUSTIN, J. L. Quando Dizer é Fazer. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.
BAKHTIN, M.; VOLOCHÍNOV, V. O discurso de outrem. In: Marxismo e Filosofia da
linguagem. São Paulo: Hucitec, 2010. p. 139-149.
BENVENISTE, É. Da subjetividade da linguagem. In: Problemas de Linguística Geral. São
Paulo: Edusp, 2005. p. 284-315.
CANDIDO, A. Literatura e sociedade. São Paulo: Editora Nacional, 1980.
ELIAS, V. M.; KOCH, I. V. Texto e intertextualidade. In: Ler e compreender: os sentidos do
texto. São Paulo: Contexto, 2006. p. 108-124.
FOUCAULT, M. História da Sexualidade I: A vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições
Graal, 2012.
GIDDENS, A. Transformações da Intimidade: Sexualidade, Amor e Erotismo nas Sociedades
Modernas; São Paulo: UNESP, 1993.
MARCUSCHI, L. A. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.
SAUSSURE, F. de. Curso de lingüística geral. São Paulo: Cultrix, 2002.
TREVISAN, D. A. “Mistérios de Curitiba”. 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996.
VAN DIJK, T. A. Discurso e contexto: uma abordagem sociocognitiva. Tradução: Rodolfo
Ilari. São Paulo: Contexto, 2010.
James Washington Alves dos SANTOS
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023064, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17615 13
CRediT Author Statement
Acknowledgments: Not applicable.
Funding: I am grateful for the support from the Federal Institute of Education, Science and
Technology of Alagoas - IFAL.
Conflicts of interest: Not applicable.
Ethical approval: Not applicable.
Availability of data and material: Not applicable.
Author contributions: James Washington Alves dos SANTOS is responsible for the
research, analysis and writing of the article.
Processing and publishing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Review, formatting, standardization and translation.