RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023097, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17799 1
TECNOLOGIAS DIGITAIS NA FORMAÇÃO EM ODONTOLOGIA: ENSINO
REMOTO EMERGENCIAL COMO REVELADOR DE SABERES E PRÁTICAS
DOCENTES
TECNOLOGÍAS DIGITALES EN LA FORMACIÓN EN ODONTOLOGÍA: LA
ENSEÑANZA REMOTA DE EMERGENCIA COMO REVELADORA DE
CONOCIMIENTOS Y PRÁCTICAS DOCENTES
DIGITAL TECHNOLOGIES IN DENTISTRY TRAINING: EMERGENCY REMOTE
EDUCATION AS A REVEALER OF TEACHERS KNOWLEDGE AND PRACTICES
Telma de Almeida SOUZA 1
e-mail: telmadealmeida@gmail.com
Taís Rabetti GIANNELLA 2
e-mail: taisrg@yahoo.com.br
Como referenciar este artigo:
SOUZA, T. A.; GIANNELLA, T. R. Tecnologias digitais na
formação em Odontologia: Ensino remoto emergencial como
revelador de saberes e práticas docentes. Revista Ibero-Americana
de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023097, 2023.
e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17799
| Submetido em: 01/03/2023
| Revisões requeridas em: 24/03/2023
| Aprovado em: 22/05/2023
| Publicado em: 20/10/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), RJ Brasil. Doutoranda em Educação em Ciências e Saúde.
Instituto Nutes de Educação em Ciências e Saúde (NUTES/UFRJ).
2
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), RJ Brasil. Professora Associada. Instituto Nutes de Educação
em Ciências e Saúde (NUTES/UFRJ).
Tecnologias digitais na formação em Odontologia: Ensino remoto emergencial como revelador de saberes e práticas docentes
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023097, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17799 2
RESUMO: O estudo objetivou analisar os saberes docentes mobilizados no ensino de Odontologia
para implementação do ensino remoto emergencial. Trata-se de estudo de caso exploratório, com
abordagem qualitativa, realizado por meio de entrevistas, observação de campo e análise de
documentos. A análise se baseou na análise de conteúdo de Bardin, a partir das contribuições
teóricas, principalmente de Tardif, sobre os saberes docentes e de referenciais que abordam a
incorporação das tecnologias no ensino da saúde. Os resultados evidenciam a influência da trajetória
de vida, da formação profissional e da atuação na constituição dos saberes docentes. Destaca-se a
importância da formação docente e dos saberes experienciais para ampliar as visões no sentido da
construção de práticas mais dialógicas, participativas e contextualizadas à realidade social,
direcionando a formação para uma perspectiva mais generalista, ética, humanística e de
transformação social, como demandam as diretrizes curriculares nacionais.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Odontologia. Ensino remoto emergencial. Pandemia. Saberes
docentes. Tecnologia digital.
RESUMEN: El análisis tuvo como objetivo examinar los saberes docentes movilizados en la
enseñanza de Odontología para la implementación de la enseñanza remota de emergencia. Se trata
de un estudio de caso exploratorio cualitativo, realizado a través de entrevistas, observación de
campo y análisis documental. La investigación se basó en el análisis de contenido de Bardin, a
partir de aportes teóricos de Tardif sobre enseñanza del conocimiento y referencias de la
incorporación de tecnologías en la educación en salud. Los resultados muestran la influencia de
la trayectoria de vida, la formación profesional y el desempeño en la formación del saber docente.
Se repercute la importancia de la formación docente y el conocimiento experiencial para ampliar
las visiones hacia la construcción de prácticas más dialógicas, participativas y contextualizadas a
la realidad social, orientando la formación hacia una perspectiva más generalista, ética, humanista
y de transformación social, tal como lo exigen los lineamientos curriculares nacionales.
PALABRAS CLAVE: Enseñanza de la Odontología. Enseñanza remota de emergencia. Pandemia.
Enseñanza del conocimiento. Tecnología digital.
ABSTRACT: The study aimed to analyze the teacher's knowledge and practices mobilized in
Dentistry teaching to implement emergency remote teaching. This is an exploratory case study with
a qualitative approach, carried out through interviews with professors and, in addition, field
observation and document analysis. Based on Bardin's content analysis, according to the
theoretical framework, mainly by Tardif, about teacher knowledge and authors who address
incorporating technologies in health education. The results show the influence of life trajectory,
professional training, and performance in forming teacher knowledge. Highlights the importance
of exercise to broaden the visions towards constructing practices that are more dialogical,
participatory, and contextualized to social reality, directing training towards a more generalist,
ethical, humanistic, and social transformation perspective, as demand national curriculum
guidelines.
KEYWORDS: Dental education. Emergency remote teaching. Pandemic. Teacher knowledge.
Digital technology.
Telma de Almeida SOUZA e Taís Rabetti GIANNELLA
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023097, 2023. e-ISSN: 1982-5587
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Introdução
A pandemia da Covid-19 trouxe um cenário de profundos desafios para a humanidade,
e na educação não foi diferente. A suspensão das aulas presenciais exigiu dos docentes a
mobilização de conhecimentos para uma resposta rápida e criativa a fim de possibilitar a
continuidade do ensino. Os professores se viram pressionados a se apropriarem, em um curto
espaço de tempo, de outros métodos, meios e ferramentas para ensinar. Esse cenário apresentou
o potencial de provocar e fazer emergir aprendizados que vão sendo incorporados à identidade
docente, produzindo novos saberes e práticas.
Os desafios pandêmicos, somados às dificuldades educacionais outrora existentes, se
mostraram bastante impactantes para o ensino superior em saúde, campo com marcada
centralidade no desenvolvimento de competências ligadas à prática clínica. Nesse contexto, a
formação em Odontologia foi especialmente afetada, entre outras razões, por se basear em
currículos com mais de 50% de atividades práticas, com alto risco de contaminação
(BENNARDO et al., 2020). A esse risco pode-se acrescentar a resistência e a pouca experiência
para o uso de tecnologias digitais no ensino e a complexidade de se ensinar habilidades clínicas
por meio de modelos remotos (KLAASSEN et al., 2021).
A formação docente nesta área tem sido insuficiente no que se refere à dimensão
didático-pedagógica e ao domínio das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação
(TDIC) (DURÃES et al., 2018), o que contribui para um cenário de desconhecimento sobre as
metodologias de ensino-aprendizagem. Além disso, o ensino da Odontologia, tradicionalmente
centrado no ensino da prática clínica, ainda é muito caracterizado pelo tecnicismo, distância
entre teoria e prática, baixa autonomia do aluno e falta de problematização da realidade social
(CARNEIRO et al., 2017), o que dificulta ainda mais a superação das dificuldades em tempos
de crise.
As práticas docentes contribuem para a perpetuação destes paradigmas, especialmente
no que se refere à ênfase na formação técnico-científica em detrimento dos aspectos
humanísticos e sociais, o que distância o egresso do perfil necessário para atender às demandas
da população (REIS; CICILLINI, 2011). Diante disso, demanda-se uma transformação de
currículos e práticas pedagógicas para um perfil de egresso e de docência, vinculado não apenas
aos saberes específicos das disciplinas, mas ao desenvolvimento de uma rede plural de saberes,
pedagógicos, filosóficos, políticos, humanísticos, que direcione para uma formação mais
participativa, dialógica e contextualizada às demandas sociais e ciberculturais (FERREIRA;
FERREIRA; FREIRE, 2013; DURÃES et al., 2018; SILVA; FREITAS, 2022).
Tecnologias digitais na formação em Odontologia: Ensino remoto emergencial como revelador de saberes e práticas docentes
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Segundo Tardif (2014), os saberes vão sendo adaptados ao longo da prática profissional,
frente às demandas sociais, ganhando novos contornos. Parte-se do princípio de que a pandemia
impôs novas necessidades, provocando, possivelmente, algumas mudanças nos saberes e nas
práticas dos professores. Sinaliza-se, neste contexto, um diálogo dos saberes docentes com a
cultura digital, pois, ao se apropriar e integrar as tecnologias e dias digitais, o docente articula
seus conhecimentos e elabora, dentre outros, um saber tecnológico que implica não somente
em conhecer os recursos para integrá-los ao cotidiano da sala de aula, mas em dominar a
linguagem digital (MARQUETI; SÁ, 2017).
Diante da necessidade de mudanças na formação e de um cenário pandêmico que
demandou a produção de conhecimentos, processo que carece de investigação, este estudo teve
como objetivo analisar os saberes e práticas docentes mobilizados no contexto da incorporação
de tecnologias digitais para implementação do ensino remoto emergencial (ERE) em um curso
de graduação em Odontologia, de uma universidade pública federal.
Metodologia
O presente artigo apresenta resultados parciais da pesquisa de doutorado intitulada
Tecnologias digitais na formação em Odontologia: ensino remoto emergencial como revelador
de saberes e práticas docentes”, sendo do tipo estudo de caso exploratório, com abordagem
qualitativa. O estudo de caso auxilia na produção de conhecimento sobre características
significativas de eventos vivenciados, tais como intervenções e processos de mudança
(MINAYO, 2014), como é o caso da incorporação de TDIC na formação em Odontologia.
Optou-se pela abordagem qualitativa por contribuir para a exploração de um corpo organizado
de conhecimentos sobre o tema, para a tomada de decisões e para a transformação de práticas
e cenários socioeducativos (ESTEBAN, 2017).
O estudo contemplou a realização de entrevistas individuais, realizadas no ano de 2022,
com seis professores do curso de graduação em Odontologia, de uma universidade pública
federal, utilizando-se roteiro semiestruturado, que foi validado por meio de uma entrevista
piloto. Buscou-se observar as percepções sobre o processo do Ensino Remoto Emergencial
(ERE) e sobre as possibilidades futuras. De maneira complementar, observação de campo e
análise documental auxiliaram a compreender o contexto de planejamento e desenvolvimento
do ensino nesse período.
Telma de Almeida SOUZA e Taís Rabetti GIANNELLA
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023097, 2023. e-ISSN: 1982-5587
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Para maior abrangência na produção dos dados, buscou-se contemplar participantes de
todos os departamentos da faculdade (Patologia e Diagnóstico Oral; Odontologia Social e
Preventiva; Odontopediatria e Ortodontia; Clínica Odontológica; e Prótese e Materiais
Dentários) e que atuaram em disciplinas totalmente remotas e/ou híbridas, durante a pandemia.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da universidade, sob o protocolo n.º
52307721.30000.5286, parecer n.º 5.077.503, sendo respeitados os aspectos éticos das
pesquisas com seres humanos.
Foram entrevistados seis docentes deste curso, sendo quatro mulheres e dois homens,
na faixa etária entre 37 e 56 anos, tempo de formado variando de 14 a 35 anos e tempo no cargo
variando de 7 a 17 anos, demonstrando um perfil de profissionais com tempo considerável de
experiência no ensino da Odontologia. Este perfil abrangeu profissionais de todos os cinco
departamentos do curso, possibilitando um olhar mais amplo sobre as variadas demandas da
formação e sobre as homogeneidades e diferenciações internas deste grupo, obtendo-se volume
e riqueza de dados para compreender em profundidade as questões investigadas.
As entrevistas foram realizadas individualmente, de forma online ou presencial, de
acordo com a preferência do entrevistado. Foram gravadas e transcritas integralmente, com
autorização dos participantes. A análise dos dados foi realizada por meio da técnica de análise
de conteúdo de Bardin (2016), seguindo as etapas de pré-análise, exploração do material,
tratamento dos resultados e interpretação. Utilizou-se o software QDA Miner
3
, projetado para
auxiliar na gestão e codificação de dados qualitativos. A análise baseou-se no aporte teórico de
Tardif sobre os saberes docentes em diálogo com estudos que abordam a incorporação das
tecnologias na educação e no ensino da saúde. Os nomes dos participantes foram codificados,
a fim de preservar sua identidade, sendo apresentados neste artigo como Docente 1, 2, 3, 4, 5 e
6.
Resultados e Discussão
A análise de conteúdo resultou em três grandes categorias: Atuação docente como
experiência formadora de saberes; Percepções docentes sobre educação e tecnologia; e
Perspectivas de transformação das práticas docentes.
3
Software QDA Miner - https://provalisresearch.com/products/qualitative-data-analysis-software/freeware/
Tecnologias digitais na formação em Odontologia: Ensino remoto emergencial como revelador de saberes e práticas docentes
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Atuação docente como experiência formadora de saberes
Segundo Tardif (2014), ensinar é mobilizar uma ampla variedade de saberes (da
Formação Profissional, Disciplinares, Curriculares e Experienciais), que são adaptados e
transformados pelo e para o trabalho, sendo, então, a atuação docente um espaço de reprodução,
reflexividade e reiteração daquilo que se sabe, naquilo que se sabe fazer. Para o autor, os saberes
dos professores estão vinculados a um processo histórico-cultural, sendo provenientes de várias
fontes e momentos de vida, entre elas a família, a formação escolar e universitária, as
instituições, os seus pares, demonstrando clara origem social.
Por meio da análise das falas dos professores sobre o processo de implementação do
ERE foi possível identificar que diversos tipos de saberes foram mobilizados, a partir das
concepções e crenças prévias dos professores, que influenciam suas escolhas, decisões, atitudes
e abordagens pedagógicas, inclusive condicionando suas formas de pensar sobre as tecnologias
e de se apropriar delas. Da mesma forma, conhecimentos foram desenvolvidos, tendo essa
prática um papel importante como experiência formadora de saberes.
Observou-se um grande esforço dos professores para conseguir planejar e colocar em
prática o ensino mediado por tecnologias na graduação em Odontologia, repensando as formas
de ensinar e de organizar o currículo, em meio à pandemia. Para isso, foi estabelecido um grupo
de trabalho, composto por docentes de todos os departamentos da faculdade. Nas falas a seguir,
pode-se perceber que houve uma grande mobilização de saberes curriculares e disciplinares
para que os professores conseguissem lidar com a emergência do tempo e com a dificuldade de
organizar remotamente um currículo essencialmente prático, tudo isso em meio ao medo, diante
de uma doença pouco conhecida, e da insegurança sobre quais seriam os resultados deste tipo
de ensino para a formação dos alunos.
Fiquei com medo e muito preocupada no sentido do ensino mesmo, e
trabalhamos no grupo exatamente para a gente não perder o foco da natureza
do curso [...] com mais de 50% da sua carga horária total de atividades
práticas. O aluno precisa realmente de treinamento prático muito rigoroso nas
diferentes especialidades, para se tornar um bom cirurgião-dentista. Aquilo
não pode ser substituído por vídeos ou só por aulas teóricas online. [...] Então
o grupo trabalhou direto nisso, em estudar quais eram as disciplinas que
podiam ir direto online sem problema nenhum e as outras não poderiam,
porque a gente não poderia estar presencialmente (DOCENTE 5).
[...] as aulas teóricas online foram outro desafio porque esse ambiente virtual
era algo que nós não estávamos acostumados. Nossa disciplina fez tudo via
Telma de Almeida SOUZA e Taís Rabetti GIANNELLA
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plataforma AVA [Ambiente Virtual de Aprendizagem - Moodle
4
], que nós
preferimos por ser institucional, da nossa universidade. Foi um desafio muito
grande, para nós, para os alunos, mas foi muito produtivo (DOCENTE 6).
A centralidade da prática clínica e a falta de conhecimento sobre o uso das tecnologias
foram dois grandes desafios identificados. De fato, uma das dificuldades da incorporação de
TDIC no ensino de Odontologia, que ficou ainda mais evidente na pandemia, é a dificuldade
de se ensinar habilidades da prática clínica, diante da histórica centralidade neste aspecto da
formação (KLAASSEN et al., 2021).
Desta forma, uma grande preocupação por parte de cirurgiões-dentistas e entidades
profissionais em tentar garantir que os processos mediados por tecnologias não assumam um
caráter substitutivo às práticas-clínicas (CALDARELLI; HADDAD, 2016). Após a autorização
do Ministério da Educação, em 2020, para a substituição das aulas presenciais por aulas em
meios digitais durante a pandemia, a Associação Brasileira de Ensino Odontológico (ABENO)
divulgou posicionamento afirmando que ensinar a distância apenas seria possível para os
componentes curriculares optativos e atividades complementares (monitoria, iniciação
científica, extensão e estudos supervisionados).
É interessante observar que as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para o curso de
Odontologia preconizam uma formação que prepare o egresso para conhecer e aplicar
tecnologias de informação e comunicação”, com um perfil “consciente e participativo frente às
inovações tecnológicas” (BRASIL, 2021, p. 2). Na prática, ainda prevalece o discurso de
limitação do uso das tecnologias, mesmo em um momento de crise, em que urge a necessidade
de implementar novas formas de ensinar.
Apesar dessa inquietação, justificável diante da necessidade da proximidade física para
realização de algumas atividades odontológicas, a literatura tem ressaltado as possibilidades de
incorporação das TDIC para a formação em Odontologia. Destacam-se como contribuições o
apoio à consolidação das DCN; a flexibilização de métodos de ensino; a promoção de
interatividade e autonomia do aluno; a superação de barreiras geográficas; e a possibilidade de
ampliar parcerias entre instituições e entre universidade e serviços de saúde, colaborando para
a articulação ensino, pesquisa e extensão (CALDARELLI; HADDAD, 2016). Também tem
sido mencionada a incorporação das TDIC para o desenvolvimento, junto aos alunos, de
aplicativos como recursos educativos, bem como para a realização de treinamento prático por
4
Moodle (https://moodle.org/) é o acrônimo de Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment
(ambiente de aprendizado modular orientado ao objeto), um software livre, de apoio à aprendizagem, executado
num ambiente virtual.
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meio de simuladores, manequins portáteis e dispositivos de realidade virtual e háptica
(interação 3D através do tato) (BRAZ et al., 2018).
Mesmo reconhecendo as contribuições das TDIC, muitas vezes os docentes da
Odontologia têm dificuldades para aplicar novos métodos e tecnologias em sua prática
profissional (BRAZ et al., 2018). Segundo Gontijo et al. (2020), para avançar neste quesito, é
necessário superar a resistência do docente às mudanças no seu processo de trabalho e investir
em formação docente. É importante ter em mente que integrar novas abordagens exige maior
esforço e dedicação do professor e demanda repensar o currículo (GONTIJO et al., 2020).
Realmente, mobilizar saberes para implementar o ERE colocou os docentes em contato
com desafios curriculares existentes, sendo uma oportunidade de se (re)pensar formas de
superação para esses problemas.
Olha, pensamos agora em problemas gerais que vêm de antes da pandemia.
Você tem que seguir um cronograma, a primeira parte da disciplina a gente
faz uma prática laboratorial, na semana seguinte o aluno está atendendo
paciente, sendo que a teórica é só lá na frente. O remoto, nesse sentido, foi um
facilitador, porque a gente pôde disponibilizar as aulas gravadas, para que o
aluno pudesse assistir e se inteirar do conteúdo teórico antes da clínica. Mas
numa rotina normal, antes da pandemia, isso não acontecia (DOCENTE 3).
As diretrizes curriculares vão mudando, a gente tinha uma de 2002 e em 2021
saiu uma nova. [...] Durante a pandemia tivemos problemas em relação a isso,
mas tivemos que realmente mudar o foco para lidar com a pandemia, agora a
gente vai voltar para tentar finalizar a aprovação desse projeto para ir em
frente. [...] Essa parte é muito chata, demora para aprovar e quando aprova já
está obsoleto. E o currículo atual tem muito pouco sobre tecnologias, com
certeza, agora, depois dessas experiências da pandemia, a gente vai ter que
ampliar isso (DOCENTE 5).
Outra coisa que mudou, que sempre foi uma questão, é ter uma produção
mínima para o aluno desenvolver. Foi uma coisa que a gente modificou com
a pandemia e que foi muito bom. Então modificamos permanentemente. No
sétimo período, ele tem a produção mínima, mas no oitavo ele não tem mais,
ele vai atender o paciente integralmente, vai começar das necessidades do
paciente do zero, até a alta do paciente. O remoto trouxe coisas boas
(DOCENTE 2).
A experiência com o ensino remoto fez com que os professores pudessem ampliar o
olhar para as possibilidades do uso das tecnologias para melhorar o processo de ensino,
estimulando, inclusive, o desejo por incluir conteúdo sobre TDIC no currículo, para que a
prática docente esteja mais contextualizada com a cultura contemporânea. Além disso,
possibilitou refletir sobre a própria prática e criar soluções, direcionando a aprendizagem sob
uma perspectiva mais integral do paciente e do processo saúde-doença.
Telma de Almeida SOUZA e Taís Rabetti GIANNELLA
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Ao investigar o uso de TDIC no ensino superior, Silva e Freitas (2022) identificaram
que as tecnologias podem impulsionar ações e provocar mudanças, no contexto da
aprendizagem e do desenvolvimento humano, contribuindo para o desenvolvimento de saberes
que provocam o pensar analítico e que podem contribuir para romper com o paradigma
tradicional transmissivo.
Para isso é necessário criar espaços de debate acerca do ensino de Odontologia e
aprimorar a formação dos docentes, para que desenvolvam, além do embasamento teórico-
prático, os fundamentos didático-pedagógicos e possam dialogar com as tecnologias da
atualidade. Esta reformulação é essencial para promover o letramento digital docente, para que
se apropriem de técnicas e métodos de ensino que favoreçam processos de criação, participação
e problematização da realidade, visto a importância do desenvolvimento de competências
digitais para a transformação das práticas pedagógicas no ensino superior (VIEIRA; PEDRO,
2021).
Foi possível observar que os docentes não consideram os saberes da formação (inicial e
continuada) suficientes para exercer a docência, principalmente os relacionados aos
conhecimentos didático-pedagógicos e tecnológicos. Essa carência epistemológica faz com que
este docente acabe reproduzindo as práticas apreendidas no cotidiano da atuação (DURÃES et
al., 2018). Isso dificulta que promovam as modificações necessárias para formação de
profissionais que compreendam os aspectos culturais, sociais, econômicos e políticos que
interferem nas condições de vida das pessoas, prejudicando o atendimento integral às demandas
da população.
Ao contextualizar a formação pedagógica dos professores de Odontologia no Brasil,
Porto, Villas Boas e Silva (2021) discutem que a docência não é e não pode ser interpretada
como uma atividade simples, que possa ser exercida por qualquer profissional com diploma de
bacharelado, com formação unicamente centrada na técnica e no domínio de saberes específicos
da profissão. Segundo as autoras, para exercer a docência com qualidade é necessária uma
ampla rede de saberes, que contemple o domínio dos saberes disciplinares, curriculares,
pedagógicos, tecnológicos, vivenciais e reflexivos. É na apropriação destes conhecimentos que
se produz a professoralidade, ou seja, o processo de construção da identidade docente, que
influencia diretamente as visões e práticas do professor e da profissão, e se desenvolve como
reflexo do contexto social em que está inserido, em suas dimensões afetivas, culturais, político-
sociais e acadêmicas (PORTO; VILLAS BOAS; SILVA, 2021).
Tecnologias digitais na formação em Odontologia: Ensino remoto emergencial como revelador de saberes e práticas docentes
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Assim, o contexto cibercultural e as mudanças necessárias na formação implicam na
modificação do papel docente, de transmissor do conhecimento para articulador, mediador da
aprendizagem e promotor de interações sociais, valorizando as experiências híbridas e as
práticas pedagógicas dialógicas e contextualizadas, para uma aprendizagem mais ativa e
participativa (PORTO; VILLAS BOAS; SILVA, 2021; SILVA; FREITAS, 2022).
Os resultados deste estudo corroboram o que afirmam Durães et al. (2018) e Porto,
Villas Boas e Silva (2021), sobre a formação do docente da Odontologia valorizar os saberes
específicos de cada disciplina, em detrimento dos aspectos didático-metodológicos e aqueles
relacionados às tecnologias de ensino. Dessa forma, a formação docente precisa ser aprimorada,
vinculando-se não apenas ao desenvolvimento de saberes técnicos e especializados, mas,
também, pedagógicos, filosóficos, políticos e humanísticos, para transformação das práticas
tradicionalmente pautadas por modelos de ensino fragmentados, tecnicistas e acríticos
(FERREIRA; FERREIRA; FREIRE, 2013).
Como afirmou Pimenta (2012), a formação precisa mobilizar diversos tipos de saberes,
os da prática reflexiva, os de uma teoria especializada, entre outros que produzem a profissão
docente, atribuindo a ela esses múltiplos saberes dinâmicos, que comportam situações que
requerem decisões num campo complexo, singular e permeado de conflitos.
É importante ressaltar que, além da formação, as experiências atuam como lócus
importante para o desenvolvimento destes conhecimentos. Observou-se que, antes do período
híbrido, as aulas remotas ocorreram, em sua maioria, de forma síncrona, organizadas como uma
réplica da aula presencial, e ficavam gravadas para que os alunos pudessem assistir depois.
Dessa forma, pode-se dizer que os professores acessaram um repertório conhecido de saberes,
ou seja, que era acessado para elaboração das aulas presenciais, porém, acrescido dos saberes
tecnológicos necessários para lidar com os meios digitais.
Dessa forma, para os professores, a experiência do ERE contribuiu para ampliar seus
saberes sobre diversas questões.
Foi totalmente formadora de saberes. A gente teve que lidar com essas
questões emocionais, [...] a questão da tecnologia, pois tivemos que colocar
isso como rotina. Então a gente teve que se virar, teve que aprender
(DOCENTE 4)
Essa compreensão nos leva ao conceito de saberes experienciais, que são aqueles que
os professores produzem no seu cotidiano docente, num processo permanente de reflexão sobre
Telma de Almeida SOUZA e Taís Rabetti GIANNELLA
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a prática, sendo considerados alicerces da prática e da competência profissional (PIMENTA,
2012; TARDIF, 2014).
Percebe-se que o contato dos professores com as TDIC trouxe algumas mudanças nas
relações do docente com alunos e colegas, com a tecnologia e com o conhecimento, gerando-
se aprendizados com os saberes experienciais. O que poderia ser apenas o uso de artefatos
tecnológicos criou formas diferentes de se relacionar, de se manifestar e se comunicar, de
acessar e produzir conhecimentos, de pensar, dialogar, registrar e socializar informações,
tratando-se, portanto, de cultura digital, e não somente de tecnologia digital (BRUNO, 2021).
Reforça-se, assim, a prática docente como experiência formadora de saberes e propulsora de
mudanças.
Percepções docentes sobre educação e tecnologia
Ao relatarem a experiência do ERE e da incorporação de tecnologias digitais, os
docentes revelaram algumas visões sobre educação e sobre o uso de tecnologia para ensinar.
As falas dos professores descrevem algumas características do ensino de Odontologia, na
percepção docente.
Esse curso tem mais de 50% da sua carga horária total de atividades práticas.
A característica da Odontologia é a necessidade de o aluno desenvolver as
habilidades e competências, principalmente na área prática. Porque ali tem
que ter a boca, a saliva, a língua, ele tem que aprender a lidar com aquela
situação [...]. Além disso, o ensino na Odontologia envolve uma terceira
pessoa que é o paciente, e o aluno da graduação tem uma inexperiência, então
não tem como a gente não ficar preocupada (DOCENTE 5).
O bom profissional da Odontologia de forma geral é a pessoa detalhista. A
Odontologia é uma junção fiel da ciência e do conhecimento científico com a
habilidade, você precisa ter habilidade, dar importância ao detalhe, ser uma
pessoa minuciosa (DOCENTE 6).
Como você vai ensinar, [...] se não for na boca do paciente? Remoto só teoria,
o resto não tem a menor chance (DOCENTE 3).
Percebe-se uma visão da boca e da prática clínica como elementos centrais, uma
característica do modelo predominante no ensino da Odontologia, que valoriza o aspecto mais
tecnicista da profissão. Este modelo de ensino se baseia e reforça o modelo biomédico de
atenção à saúde, que supervaloriza o aspecto individual sobre o coletivo, a especialização sobre
a abordagem generalista, a concepção estática do processo saúde-doença, a assistência curativa
sobre a prevenção e promoção de saúde, e a mercantilização do ato odontológico (FERREIRA,
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FERREIRA, FREIRE, 2013). Assim, uma contradição entre o perfil de profissional a ser
formado neste modelo e o atendimento às demandas sociais por uma formação que contemple
os variados aspectos que influenciam no processo saúde-doença.
Quanto às abordagens pedagógicas utilizadas no ensino de Odontologia, antes da
pandemia, identificou-se, principalmente, o uso da aula expositiva com computador e a
discussão de casos clínicos. A análise revela uma aproximação com a tendência pedagógica
mais tradicional e liberal tecnicista, baseada na transmissão de conteúdo, com aprendizagem
baseada no desempenho técnico, mas também, em algumas disciplinas, no desenvolvimento de
competências e na problematização.
Segundo Carneiro et al. (2017), o docente da Odontologia traz esta visão tradicional
devido ao seu modelo de formação, sendo necessário refletir sobre a própria prática a fim de se
libertar de visões e práticas transmissivas, para estimular a capacidade crítica do aluno, sua
curiosidade e sua autonomia sobre o próprio aprendizado (CARNEIRO et al., 2017).
Apesar do predomínio de práticas tradicionais, também foi possível perceber reflexões
no sentido de promover um desenvolvimento mais participativo do aluno.
O professor tem o papel de ensinar o aluno a estudar, ensinar a procurar, não
o de entregar o material pronto. E é muito bom porque a gente de fato
consegue fazer esquemas de problematização, sala de aula invertida, consegue
motivar o aluno. Eu tenho alunos de graduação que já têm artigos publicados
durante a graduação. Isso por quê? Porque a gente consegue ensiná-los a
estudar, a aprender, e não apenas entrega apostilinha, aulinha, powerpoint
(DOCENTE 4).
Percebe-se o deslocamento do papel do professor, de transmissor do conhecimento para
mediador da aprendizagem, como discutido anteriormente. O uso das metodologias, citadas
pela professora, como a problematização e a sala de aula invertida, pode colocar o aluno de
Odontologia num papel mais ativo no processo de ensino-aprendizagem, despertando o
pensamento crítico-reflexivo e estimulando práticas colaborativas e trabalho em equipe
(GONTIJO et al., 2020). Contudo, é importante considerar que a implementação de novas
práticas representa um desafio para docentes, discentes e instituições.
De toda forma, práticas que valorizem o enfoque problematizador e a produção
contextualizada dos saberes podem colaborar para melhorias no ensino da Odontologia, pois
tendem a ampliar o conhecimento da realidade social e promover uma melhor articulação entre
teoria e prática, aproximando diferentes áreas de conhecimento, projetos, atores e segmentos
sociais, colaborando, assim, para a superação de modelos tradicionais de ensino, mais
transmissivos e pouco contextualizados (GONTIJO et al., 2020).
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É importante ressaltar que há uma carência de estudos que relatam o uso de abordagens
problematizadoras e métodos ativos de ensino para os cursos de Odontologia (MACIEL et al.,
2019), demonstrando a necessidade de maior produção e divulgação de conhecimento nesta
área.
Com relação às questões sobre o uso das tecnologias, os relatos demonstram que talvez
haja um atraso da universidade nas discussões e práticas sobre o uso de TDIC, que ficou
evidente neste cenário de urgência.
Na pandemia teve uma formação, que dois professores daqui organizaram,
basicamente para aprender a usar o Google Meet, como criar um Google Sala
de Aula e aprender a usar o AVA da universidade [Moodle]. que esse AVA
foi uma bagunça, tão difícil que preferi os outros, esse nunca usei (DOCENTE
1).
A gente enfrentou muita dificuldade. Nossa universidade, muitas vezes, é
muito burocrática. Precisaria melhorar infraestrutura. Precisa melhorar de
todas as formas, aqui a tecnologia passa longe (DOCENTE 4).
Percebe-se que desenvolver este processo de formação de saberes tecnológicos e
pedagógicos, diante de um contexto de crise, foi bastante complicado e envolveu uma
perspectiva mais técnica, que reforça a visão instrumental, ainda predominante, que coloca as
tecnologias como algo à parte, e não como integrante do processo educativo. Segundo
Bielschowsky (2020), o contexto de precarização do ensino superior, com a diminuição do
financiamento público e a lógica de mercado imposta à educação, gera carência de recursos
para infraestrutura e formação docente e contribui para a falta de uma cultura de incorporação
das TDIC pelas universidades, fato que colaborou para a dificuldade inicial em desenvolverem
estratégias alternativas nesse momento de crise pandêmica.
Apesar da visão mais instrumental, é preciso reconhecer que foi feito o possível dentro
da realidade existente, tendo gerado alguns movimentos importantes no cenário do ensino da
Odontologia.
Teve muito aplicativo, de marcação de pacientes, de triagem de Covid, tudo
foi criado na Faculdade. Tem um app que o paciente vai respondendo às
perguntas e no final você sabe se ele está apto a ir à consulta ou não;
mecanismo de triagem pelo celular, sem precisar ligar para a pessoa; e o
sistema de notificação, criado a partir da pandemia, que gerou uma dinâmica
muito interessante, muito positiva. Ajudou no aprendizado do aluno, em tudo
(DOCENTE 5).
A gente criou durante a pandemia um grupo de estudos de artigos em inglês,
o GDAI, porque percebemos que a carência de falar, ler e discutir em inglês
prejudicava a aprendizagem. Duas alunas que são fluentes em inglês são as
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gestoras do grupo e escolhem o artigo, entregam para o grupo e depois esse
artigo é discutido em inglês com o grupo, falando só em inglês. Eu estava sem
prática e agora eu estou falando, aprendo todos os dias. Usamos o Zoom para
as discussões e os materiaiso postados no Classroom (DOCENTE 4).
Segundo os relatos dos professores, o processo de incorporação das tecnologias digitais
desencadeou reflexões individuais e coletivas sobre tecnologias, experimentação de estratégias
e desenvolvimento de saberes tecnológicos. Diante disso, coloca-se como importante investigar
o que a universidade aprendeu no sentido de avançar nessas discussões e práticas.
Perspectivas de transformação das práticas docentes
O uso das tecnologias digitais na pandemia demandou a mobilização de diversos saberes
docentes e permitiu que os professores pudessem dar continuidade às aulas. As estratégias
mediadas por TDIC possibilitaram a diminuição do gasto de tempo para deslocamento e de
gastos com diárias e passagens, permitindo a realização de aulas, reuniões, defesas e eventos
técnico-científicos nacionais e internacionais.
A pesquisa e criação de materiais educativos online também foram vistas pelos
professores como contribuições das TDIC para o ensino de Odontologia, pois, além de
possibilitarem participação ativa e maior autoria do aluno, permitiram que os pacientes tivessem
acesso às ações de educação em saúde por dispositivos móveis, de forma a conseguirem
visualizar e rever as informações a qualquer momento, com divulgação facilitada por meio da
internet e das mídias digitais e redes sociais. Além disso, as aulas gravadas e disponibilizadas
em ambientes virtuais também possibilitaram que o aluno pudesse acessá-las no momento mais
conveniente e que pudesse revisar os conteúdos, auxiliando a aprendizagem neste período.
Os docentes puderam, então, vivenciar possibilidades e contribuições das TDIC que
eram relatadas na literatura para o ensino de Odontologia, mesmo antes da pandemia, como a
abordagem de aspectos interativos; a demonstração de conceitos e fenômenos fisiológicos e
patológicos difíceis de serem visualizados; o desenvolvimento de atividades de educação em
saúde e de teleconsultoria odontológica; a integração de grupos de Instituições de Ensino
Superior (IES) e instituições de saúde; o compartilhamento de dados para planejamento clínico;
bem como a aplicação de metodologias e inovação das práticas pedagógicas (CALDARELLI;
HADDAD, 2016).
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Ao refletirem sobre o que veio para ficar, ou seja, sobre quais as transformações
possíveis para o ensino de Odontologia, a partir das experiências vivenciadas na pandemia, os
professores trazem reflexões e apontamentos importantes para a formação.
A gente aprendeu muito agora na pandemia, o que foi um salto até no nosso
pensamento, que era muito engessado, isso abriu vários caminhos, várias
possibilidades. Quando voltar será presencial, mas eu vou dar aula online
também. Essa parte de aulas com professor convidado, bancas, isso tudo veio
para ficar, não vai mudar, influenciou bastante as práticas, abriu a cabeça.
Aqui dentro ainda não temos muito acesso tecnologia], mas acredito que
com toda essa evolução vai ter uma melhora. A gente já está tentando, por
exemplo, informatizar toda a parte de ficha de paciente, coisas que eram
necessárias, mas só saíram agora (DOCENTE 2).
Eu acho que precisa dar continuidade nessa parte do aprendizado de novas
tecnologias, dominar isso melhor. Alguns professores ainda não estão
dominando. Isso tem que acontecer, porque traz melhoras. Por exemplo, a
parte de gerenciamento de pacientes melhorou com a pandemia, pois criamos
um sistema. Isso não existia na Faculdade de Odontologia e deveria ter,
porque isso é básico. Não tinha, agora tem. Essa coisa da priorização dos
pacientes com comorbidade veio para ficar. Antes a gente não tinha isso, tinha
um número de vagas que preenchia por demanda espontânea. Agora a gente
vai pensar nessas pessoas, vão receber mais atenção (DOCENTE 5).
Percebe-se que alguns projetos foram impulsionados pelos aprendizados do ERE, como
a criação do prontuário eletrônico, que era uma demanda antiga, mas que eles ainda não tinham
conseguido colocar em prática, bem como a intenção de melhorar o acesso às tecnologias e o
desenvolvimento de saberes tecnológicos. Alguns docentes destacam o modelo híbrido, de
aulas teóricas online e aulas práticas presenciais, como uma possibilidade futura para o ensino
da Odontologia, por permitir superar dificuldades geográficas, temporais e financeiras, e, ao
mesmo tempo, manter o contato com o aluno.
Mattos et al. (2020) relatam resultados positivos na aplicação da metodologia híbrida
no ensino de Odontologia. Contudo, os autores indicam a importância de se aprimorar a
qualidade da educação, direcionando o processo de ensino para um modelo mais bidirecional e
dialógico, evitando utilizar um novo modelo para reproduzir práticas transmissivas.
Segundo Goldstein et al. (2021), foram observadas soluções criativas das escolas de
Odontologia e resultados positivos com a implementação do ERE, dando destaque para as
atividades de simulação em clínicas e laboratórios, que foram importantes para que alunos
cursando os períodos finais pudessem praticar e manter as habilidades clínicas, a fim de
conseguirem se graduar. Além disso, essas atividades possibilitaram que os professores, em
contato com a tecnologia, testassem novos protocolos e dispositivos a serem aplicados após a
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reabertura das escolas, produzindo conhecimento e contribuições para a comunidade acadêmica
(GOLDSTEIN et al., 2021).
Assim, o cenário de pandemia gerou instabilidade, mas também oportunidades para
aprendizado e domínio de tecnologias digitais, inclusive para se pensar formas de adaptação
para fornecer remotamente o ensino de habilidades clínicas.
Para Goldstein et al. (2021), as faculdades de Odontologia precisam se preparar para
uma futura necessidade de distanciamento social e devem aproveitar o potencial de inclusão
educacional proporcionado pela integração das tecnologias. Os autores destacam a viabilidade
de um aluno concluir parte ou todo o primeiro ano do currículo odontológico virtualmente,
podendo reduzir gastos associados a deslocamento e moradia, bem como custos de estrutura
institucional, o que tornaria o curso mais acessível a camadas da população menos favorecidas.
Isso dependeria, é claro, de mudanças na legislação, nas regras e na cultura das universidades
(GOLDSTEIN et al., 2021).
Além disso, é importante considerar os achados sobre a potencialidade das tecnologias
digitais do ponto de vista pedagógico para a construção de estratégias de ensino-aprendizagem
mais autorais, problematizadoras e dialógicas, promovendo o desenvolvimento de
competências comunicacionais, digitais e relacionais.
Cabe às faculdades de Odontologia investir na aquisição e produção de dispositivos
tecnológicos, em políticas de apoio ao discente e na formação docente, a fim de que tenham
condições de oferecer experiências educacionais robustas e abrangentes para os alunos
(MOORE et al., 2021). Para tanto, as instituições precisam de apoio político, governamental e
financeiro.
Embora se reconheça a importância dos alunos como foco da formação, esse estudo se
concentrou na análise da percepção do professor, como agente fundamental de mudanças nas
práticas educativas, sendo recomendado que outras pesquisas sejam desenvolvidas sobre o
tema, ampliando a compreensão sobre este aspecto.
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Considerações finais
Este estudo teve como foco as tecnologias digitais na formação em Odontologia,
assumindo-se a implementação do ensino remoto, no período pandêmico, como cenário para
discutir os saberes e práticas docentes. Em geral, a pesquisa evidenciou que a incorporação de
TDIC para implementação do ERE mobilizou diversos saberes docentes, obtidos ao longo da
história pessoal e profissional dos professores, principalmente curriculares e disciplinares,
como também estimulou o desenvolvimento de conhecimentos pedagógicos e tecnológicos,
tendo essa prática um papel importante como experiência formadora de saberes.
Foram identificadas visões mais tradicionais e instrumentais sobre educação e
tecnologia, historicamente hegemônicas no ensino de Odontologia. Destaca-se a importância
da formação docente e dos saberes experienciais para ampliar as visões no sentido da construção
de práticas mais dialógicas, participativas e contextualizadas à realidade social, direcionando a
formação para uma perspectiva mais generalista, ética, humanística e de transformação social,
como demandam as diretrizes curriculares nacionais.
Quanto às perspectivas de transformação das práticas, a pesquisa mostrou que os
professores, que antes usavam algumas tecnologias apenas como forma de divulgação de
informações e eventos da faculdade, ampliaram o foco para ações mais sistematizadas de
educação em saúde em diversas mídias, com o desenvolvimento de competências de
comunicação em rede, pedagógicas e de autoria, junto aos seus alunos e colegas. Essas
evidências, ao mesmo tempo, sinalizam as lacunas e os desafios enfrentados pelas instituições,
como a necessidade de investimento em educação e desenvolvimento de políticas que garantam
à universidade pública o exercício pleno de seu papel social.
Dessa forma, entende-se que a incorporação de tecnologias digitais para continuidade
da formação demandou adaptações no ensino da Odontologia que provocaram mudanças nas
ações e nos agentes, e geraram conhecimento, não apenas sobre as ferramentas e métodos de
ensino, mas produziram reflexões sobre o processo de ensino-aprendizagem como um todo.
Reforça-se, assim, que os saberes são produzidos no cotidiano docente, num processo
permanente de reflexão sobre a prática, influenciando o desenvolvimento de novas formas de
ensinar e sofrendo modificações, num processo dinâmico de mobilização e construção de
saberes (PIMENTA, 2012; TARDIF, 2014).
Por fim, cabe ressaltar que o conhecimento profissional docente, que é o conhecimento
que vem da ação, que existe em coletividade, no interior da cultura profissional, é um
conhecimento que tem que ser público, que precisa ser publicado, não pode ficar fechado apenas
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dentro das escolas, pois não existe se não exposto publicamente (NÓVOA, 2022). Dessa forma,
espera-se que os resultados deste estudo, e de outros mais, tragam contribuições relevantes para
a compreensão sobre as concepções, práticas e aprendizados docentes e para a valorização do
conhecimento docente e da formação.
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Telma de Almeida SOUZA e Taís Rabetti GIANNELLA
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CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Agradecemos aos professores e professoras da Faculdade de
Odontologia por participarem da pesquisa.
Financiamento: Não se aplica.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da universidade,
sob o protocolo n.º 52307721.30000.5286, parecer n.º 5.077.503, sendo respeitados os
aspectos éticos das pesquisas com seres humanos.
Disponibilidade de dados e materiais: Não aplicável.
Contribuições dos autores: Telma de Almeida Souza contribuiu no delineamento do
estudo, realização da pesquisa de campo, produção e análise dos dados, e redação do texto.
Taís Rabetti Giannella contribuiu no delineamento e orientação da pesquisa, na
interpretação dos dados e na revisão do texto.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023097, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17799 1
TECNOLOGÍAS DIGITALES EN LA FORMACIÓN EN ODONTOLOGÍA: LA
ENSEÑANZA REMOTA DE EMERGENCIA COMO REVELADORA DE
CONOCIMIENTOS Y PRÁCTICAS DOCENTES
TECNOLOGIAS DIGITAIS NA FORMAÇÃO EM ODONTOLOGIA: ENSINO REMOTO
EMERGENCIAL COMO REVELADOR DE SABERES E PRÁTICAS DOCENTES
DIGITAL TECHNOLOGIES IN DENTISTRY TRAINING: EMERGENCY REMOTE
EDUCATION AS A REVEALER OF TEACHERS KNOWLEDGE AND PRACTICES
Telma de Almeida SOUZA 1
e-mail: telmadealmeida@gmail.com
Taís Rabetti GIANNELLA 2
e-mail: taisrg@yahoo.com.br
Cómo hacer referencia a este artículo:
SOUZA, T. A.; GIANNELLA, T. R. Tecnologías digitales en la
formación en Odontología: La enseñanza remota de emergencia
como reveladora de conocimientos y prácticas docentes. Revista
Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n.
00, e023097, 2023. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17799
| Presentado el: 01/03/2023
| Revisiones requeridas en: 24/03/2023
| Aprobado el: 22/05/2023
| Publicado en: 20/10/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Ejecutivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidad Federal de Rio de Janeiro (UFRJ), RJ Brasil. Estudiante de doctorado en Ciencias y Educación
para la Salud. Instituto Nutes de Ciencias y Educación para la Salud (NUTES/UFRJ).
2
Universidad Federal de Rio de Janeiro (UFRJ), RJ Brasil. Profesora Asociada. Instituto Nutes de Ciencias y
Educación para la Salud (NUTES/UFRJ).
Tecnologías digitales en la formación en Odontología: La enseñanza remota de emergencia como reveladora de conocimientos y prácticas
docentes
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023097, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17799 2
RESUMEN: El análisis tuvo como objetivo examinar los saberes docentes movilizados en la
enseñanza de Odontología para la implementación de la enseñanza remota de emergencia. Se trata
de un estudio de caso exploratorio cualitativo, realizado a través de entrevistas, observación de
campo y análisis documental. La investigación se basó en el análisis de contenido de Bardin, a partir
de aportes teóricos de Tardif sobre enseñanza del conocimiento y referencias de la incorporación
de tecnologías en la educación en salud. Los resultados muestran la influencia de la trayectoria de
vida, la formación profesional y el desempeño en la formación del saber docente. Se repercute la
importancia de la formación docente y el conocimiento experiencial para ampliar las visiones hacia
la construcción de prácticas más dialógicas, participativas y contextualizadas a la realidad social,
orientando la formación hacia una perspectiva más generalista, ética, humanista y de transformación
social, tal como lo exigen los lineamientos curriculares nacionales.
PALABRAS CLAVE: Enseñanza de la Odontología. Enseñanza remota de emergencia. Pandemia.
Enseñanza del conocimiento. Tecnología digital.
RESUMO: O estudo objetivou analisar os saberes docentes mobilizados no ensino de Odontologia
para implementação do ensino remoto emergencial. Trata-se de estudo de caso exploratório, com
abordagem qualitativa, realizado por meio de entrevistas, observação de campo e análise de
documentos. A análise se baseou na análise de conteúdo de Bardin, a partir das contribuições
teóricas, principalmente de Tardif, sobre os saberes docentes e de referenciais que abordam a
incorporação das tecnologias no ensino da saúde. Os resultados evidenciam a influência da
trajetória de vida, da formação profissional e da atuação na constituição dos saberes docentes.
Destaca-se a importância da formação docente e dos saberes experienciais para ampliar as visões
no sentido da construção de práticas mais dialógicas, participativas e contextualizadas à realidade
social, direcionando a formação para uma perspectiva mais generalista, ética, humanística e de
transformação social, como demandam as diretrizes curriculares nacionais.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Odontologia. Ensino remoto emergencial. Pandemia. Saberes
docentes. Tecnologia digital.
ABSTRACT: The study aimed to analyze the teacher's knowledge and practices mobilized in
Dentistry teaching to implement emergency remote teaching. This is an exploratory case study with
a qualitative approach, carried out through interviews with professors and, in addition, field
observation and document analysis. Based on Bardin's content analysis, according to the
theoretical framework, mainly by Tardif, about teacher knowledge and authors who address
incorporating technologies in health education. The results show the influence of life trajectory,
professional training, and performance in forming teacher knowledge. Highlights the importance
of exercise to broaden the visions towards constructing practices that are more dialogical,
participatory, and contextualized to social reality, directing training towards a more generalist,
ethical, humanistic, and social transformation perspective, as demand national curriculum
guidelines.
KEYWORDS: Dental education. Emergency remote teaching. Pandemic. Teacher knowledge.
Digital technology.
Telma de Almeida SOUZA y Taís Rabetti GIANNELLA
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Introducción
La pandemia de Covid-19 trajo un escenario de profundos desafíos para la humanidad,
y la educación no fue diferente. La suspensión de las clases presenciales obligó a los docentes
a movilizar conocimientos para una respuesta rápida y creativa que permitiera la continuidad
de la enseñanza. Se presionó a los docentes para que se apropiaran, en un corto período de
tiempo, de otros métodos, medios y herramientas para enseñar. Este escenario presentó el
potencial de provocar y hacer surgir aprendizajes que se están incorporando a la identidad del
docente, produciendo nuevos conocimientos y prácticas.
Los desafíos de la pandemia, sumados a las dificultades educativas que alguna vez
existieron, demostraron ser de gran impacto para la educación superior en salud, un campo con
una marcada centralidad en el desarrollo de competencias vinculadas a la práctica clínica. En
este contexto, la formación en Odontología se vio especialmente afectada, entre otras razones
porque se basa en planes de estudio con más del 50% de actividades prácticas, con un alto riesgo
de contaminación (BENNARDO et al., 2020). A este riesgo se suma la resistencia y falta de
experiencia por el uso de las tecnologías digitales en la docencia y la complejidad de enseñar
habilidades clínicas a través de modelos remotos (KLAASSEN et al., 2021).
La formación docente en esta área ha sido insuficiente en lo que se refiere a la dimensión
didáctico-pedagógica y al dominio de las Tecnologías Digitales de la Información y la
Comunicación (TDIC) (DURÃES et al., 2018), lo que contribuye a un escenario de
desconocimiento sobre las metodologías de enseñanza-aprendizaje. Además, la enseñanza de
la Odontología, tradicionalmente centrada en la enseñanza de la práctica clínica, sigue estando
muy caracterizada por el tecnicismo, la distancia entre la teoría y la práctica, la baja autonomía
de los estudiantes y la falta de problematización de la realidad social (CARNEIRO et al., 2017),
lo que hace aún más difícil superar las dificultades en tiempos de crisis.
Las prácticas docentes contribuyen a la perpetuación de estos paradigmas,
especialmente en lo que se refiere al énfasis en la formación técnico-científica en detrimento de
los aspectos humanísticos y sociales, lo que aleja al egresado del perfil necesario para satisfacer
las demandas de la población (REIS; CICILLINI, 2011). Frente a ello, se demanda una
transformación de los currículos y de las prácticas pedagógicas hacia un perfil de egreso y
docentes, vinculado no solo al conocimiento específico de las disciplinas, sino también al
desarrollo de una red plural de saberes pedagógicos, filosóficos, políticos y humanísticos, que
dirija a una educación más participativa, dialógica y contextualizada a las demandas sociales y
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docentes
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ciberculturales (FERREIRA; FERREIRA; FREIRE, 2013; DURÃES et al., 2018; SILVA;
FREITAS, 2022).
De acuerdo con Tardif (2014), el conocimiento se está adaptando a lo largo de la práctica
profesional, frente a las demandas sociales, adquiriendo nuevos contornos. Se supone que la
pandemia ha impuesto nuevas necesidades, posiblemente provocando algunos cambios en los
conocimientos y prácticas de los docentes. En este contexto, se indica un diálogo entre el
conocimiento de los docentes y la cultura digital, ya que, al apropiarse e integrar las tecnologías
y los medios digitales, los docentes articulan sus conocimientos y elaboran, entre otros,
conocimientos tecnológicos que implican no solo conocer los recursos para integrarlos en la
vida cotidiana del aula, sino también dominar el lenguaje digital (MARQUETI; SÁ, 2017).
Frente a la necesidad de mudanzas en la educación y un escenario pandémico que
demandaba la producción de conocimiento, proceso que carece de investigación, este estudio
tuvo como objetivo analizar los saberes y las prácticas docentes movilizadas en el contexto de
la incorporación de tecnologías digitales para la implementación de la enseñanza remota de
emergencia (ERE) en un curso de pregrado en Odontología, de una universidad pública federal.
Metodología
Este artículo presenta resultados parciales de la investigación doctoral titulada
"Tecnologías digitales en la formación en Odontología: la enseñanza remota de emergencia
como reveladora de conocimientos y prácticas docentes", siendo un estudio de caso
exploratorio, con un enfoque cualitativo. El estudio de caso ayuda en la producción de
conocimiento sobre características significativas de eventos vividos, como intervenciones y
procesos de cambio (MINAYO, 2014), como es el caso de la incorporación del TDIC en la
formación de Odontólogos. Se optó por el abordaje cualitativo porque contribuye a la
exploración de un cuerpo organizado de conocimientos sobre el tema, a la toma de decisiones
y a la transformación de prácticas y escenarios socioeducativos (ESTEBAN, 2017).
El estudio incluyó entrevistas individuales, realizadas en 2022, con seis profesores del
curso de graduación en Odontología, de una universidad pública federal, utilizando un guión
semiestructurado, que fue validado a través de una entrevista piloto. Se buscó observar las
percepciones sobre el proceso de Enseñanza Remota de Emergencia (ERE) y sobre las
posibilidades futuras. De manera complementaria, la observación de campo y el análisis
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documental ayudaron a comprender el contexto de planificación y desarrollo de la enseñanza
en este período.
Con el fin de proporcionar un mayor alcance en la producción de datos, se buscó incluir
participantes de todos los departamentos de la facultad (Patología y Diagnóstico Oral;
Odontología Social y Preventiva; Odontopediatría y Ortodoncia; Clínica Dental; y Prótesis y
Materiales Odontológicos) y que trabajaron en disciplinas totalmente remotas y/o híbridas
durante la pandemia. El estudio fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación de la
universidad, bajo el protocolo nro. 52307721.30000.5286, Dictamen No. 5.077.503, respetando
los aspectos éticos de la investigación con seres humanos.
Se entrevistó a seis profesores de este curso, cuatro mujeres y dos hombres, con edades
comprendidas entre los 37 y los 56 años, con un tiempo desde la graduación que osciló entre
los 14 y los 35 años y un tiempo en el cargo que osciló entre los 7 y los 17 años, lo que demuestra
un perfil de profesionales con considerable experiencia en la enseñanza de la Odontología. Este
perfil abarcó a profesionales de los cinco departamentos del curso, lo que permitió una mirada
más amplia sobre las variadas demandas de formación y las homogeneidades y diferenciaciones
internas de este grupo, obteniendo volumen y riqueza de datos para comprender en profundidad
los temas investigados.
Las entrevistas se realizaron individualmente online o en persona, de acuerdo con la
preferencia del entrevistado. Fueron grabados y transcritos íntegramente, con el permiso de los
participantes. El análisis de los datos se realizó mediante la técnica de análisis de contenido de
Bardin (2016), siguiendo las etapas de preanálisis, exploración de materiales, tratamiento de
resultados e interpretación. Se utiliel software QDA Miner
3
, diseñado para ayudar en la
gestión y codificación de datos cualitativos. El análisis se basó en el aporte teórico de Tardif
sobre la enseñanza del conocimiento en diálogo con estudios que abordan la incorporación de
tecnologías en la enseñanza de la educación y la salud. Los nombres de los participantes se han
codificado para preservar su identidad, y se presentan en este artículo como Docentes 1, 2, 3,
4, 5 y 6.
3
Software QDA Miner - https://provalisresearch.com/products/qualitative-data-analysis-software/freeware/
Tecnologías digitales en la formación en Odontología: La enseñanza remota de emergencia como reveladora de conocimientos y prácticas
docentes
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Resultados y Discusión
El análisis de contenido dio como resultado tres grandes categorías: Desempeño docente
como experiencia formadora de conocimiento; Percepciones de los docentes sobre la educación
y la tecnología; y Perspectivas para la transformación de las prácticas docentes.
Desempeño Docente como experiencia formadora de conocimiento
De acuerdo con Tardif (2014), enseñar es movilizar una amplia variedad de saberes
(desde la Formación Profesional, Disciplinaria, Curricular y Vivencial), que son adaptados y
transformados por y para el trabajo, y entonces la docencia es un espacio de reproducción,
reflexividad y reiteración de lo que se sabe, en lo que se sabe hacer. Para el autor, el
conocimiento de los docentes está ligado a un proceso histórico-cultural, proveniente de
diversas fuentes y momentos de la vida, entre ellos la familia, la educación escolar y
universitaria, las instituciones y sus pares, demostrando un claro origen social.
A través del análisis de las declaraciones de los docentes sobre el proceso de
implementación de la ERE, fue posible identificar que se movilizaron varios tipos de
conocimientos, basados en las concepciones y creencias previas de los docentes, que influyen
en sus elecciones, decisiones, actitudes y enfoques pedagógicos, incluso condicionando sus
formas de pensar las tecnologías y apropiarse de ellas. De la misma manera, se desarrolló el
conocimiento, y esta práctica jugó un papel importante como experiencia formadora de
conocimiento.
Hubo un gran esfuerzo por parte de los docentes para poder planificar y poner en
práctica la enseñanza mediada por la tecnología en la carrera de pregrado en odontología,
repensando las formas de enseñar y organizar el currículo en medio de la pandemia. Con este
fin, se estableció un grupo de trabajo, compuesto por profesores de todos los departamentos de
la facultad. En las siguientes declaraciones, se puede observar que hubo una gran movilización
de saberes curriculares y disciplinares para que los docentes pudieran lidiar con el surgimiento
del tiempo y la dificultad de organizar un currículo esencialmente práctico a distancia, todo esto
en medio del miedo, ante una enfermedad poco conocida, y la inseguridad sobre cuáles serían
los resultados de este tipo de enseñanza para la formación de los estudiantes.
Estaba asustada y muy preocupada en el sentido de la enseñanza, y trabajamos
en grupo exactamente para no perder el foco en la naturaleza del curso [...]
con más del 50% de su carga total de trabajo de actividades prácticas. El
alumno realmente necesita una formación práctica muy rigurosa en las
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diferentes especialidades, para convertirse en un buen cirujano dentista. Eso
no puede ser reemplazado por videos o simplemente conferencias en línea.
[...] Entonces el grupo trabajó directamente en eso, para estudiar cuáles eran
las asignaturas que podían ir directamente en línea sin ningún problema y las
otras no, porque no podíamos estar en persona (DOCENTE 5, nuestra
traducción).
[...] las clases teóricas online fueron otro reto porque este entorno virtual era
algo a lo que no estábamos acostumbrados. Nuestra disciplina hizo todo a
través de la plataforma VLE [Virtual Learning Environment - Moodle
4
], que
preferimos porque es institucional, de nuestra universidad. Fue un reto muy
grande, para nosotros, para los estudiantes, pero fue muy productivo
(DOCENTE 6, nuestra traducción).
La centralidad de la práctica clínica y la falta de conocimiento sobre el uso de las
tecnologías fueron dos grandes desafíos identificados. De hecho, una de las dificultades para
incorporar la TDIC en la enseñanza de la Odontología, que se hizo aún más evidente durante la
pandemia, es la dificultad de enseñar habilidades de práctica clínica, dada la centralidad
histórica de este aspecto de la educación (KLAASSEN et al., 2021).
Así, existe una gran preocupación por parte de los odontólogos y de las entidades
profesionales para tratar de que los procesos mediados por las tecnologías no asuman un
carácter sustitutivo de las prácticas clínicas (CALDARELLI; HADDAD, 2016). Después de la
autorización del Ministerio de Educación, en 2020, para la sustitución de las clases presenciales
por clases en medios digitales durante la pandemia, la Asociación Brasileña de Educación
Odontológica (ABENO) emitió una posición en la que afirmaba que la enseñanza a distancia
solo sería posible para componentes curriculares optativos y actividades complementarias
(monitoria, Iniciación Científica, extensión y Estudios supervisados).
Es interesante notar que las Directrices Curriculares Nacionales (DCN) para el curso de
Odontología recomiendan una formación que prepare al graduado para: "Conocer y aplicar las
tecnologías de la información y la comunicación", con un perfil "consciente y participativo ante
las innovaciones tecnológicas" (BRASIL, 2021, p. 2, nuestra traducción). En la práctica, el
discurso de limitar el uso de las tecnologías sigue prevaleciendo, incluso en tiempos de crisis,
cuando existe una necesidad urgente de implementar nuevas formas de enseñanza.
A pesar de esta preocupación, que se justifica ante la necesidad de proximidad física
para realizar algunas actividades odontológicas, la literatura ha destacado las posibilidades de
incorporar el TDIC para la formación en Odontología. Las contribuciones incluyen el apoyo a
4
Moodle (https://moodle.org/) es el acrónimo de Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment, un
software abierto de apoyo al aprendizaje que se ejecuta en un entorno virtual.
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docentes
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la consolidación de las DCN; la flexibilidad de los métodos de enseñanza; la promoción de la
interactividad y la autonomía de los estudiantes; la superación de las barreras geográficas; y la
posibilidad de ampliar las alianzas entre instituciones y entre universidades y servicios de salud,
colaborando en la articulación de la docencia, la investigación y la extensión (CALDARELLI;
HADDAD, 2016). También se ha mencionado la incorporación de TDIC para el desarrollo,
junto con el alumnado, de aplicaciones como recursos educativos, así como para la realización
de formación práctica a través de simuladores, maniquíes portátiles, y dispositivos de realidad
virtual y háptica (interacción 3D a través del tacto) (BRAZ et al., 2018).
Aun reconociendo las contribuciones de TDIC, los profesores de odontología a menudo
tienen dificultades para aplicar nuevos métodos y tecnologías en su práctica profesional (BRAZ
et al., 2018). De acuerdo con Gontijo et al. (2020), para avanzar en este sentido, es necesario
vencer la resistencia de los docentes a los cambios en su proceso de trabajo e invertir en la
formación docente. Es importante tener en cuenta que la integración de nuevos enfoques
requiere un mayor esfuerzo y dedicación por parte del docente y requiere un replanteamiento
del currículo (GONTIJO et al., 2020).
De hecho, movilizar el conocimiento para implementar el ERE puso a los docentes en
contacto con los desafíos curriculares existentes, siendo una oportunidad para (re)pensar formas
de superar estos problemas.
Mire, ahora estamos pensando en problemas generales que vienen de antes de
la pandemia. Hay que seguir un horario, la primera parte del curso hacemos
una práctica de laboratorio, a la semana siguiente el alumno ya está viendo
pacientes, y la teórica es solo al frente. El curso a distancia, en este sentido,
fue un facilitador, porque pudimos poner a disposición las clases grabadas,
para que el alumno pudiera ver y conocer los contenidos teóricos antes de la
clínica. Pero en una rutina normal, antes de la pandemia, esto no sucedía
(DOCENTE 3, nuestra traducción).
Las Directrices Curriculares siguen cambiando, tuvimos uno de 2002 y en
2021 salió uno nuevo. [...] Durante la pandemia tuvimos problemas con
relación a esto, pero realmente tuvimos que cambiar el enfoque para hacer
frente a la pandemia, ahora estamos volviendo atrás para tratar de concretar la
aprobación de este proyecto para seguir adelante. [...] Esta parte es muy
molesta, tarda en aprobarse y cuando se aprueba ya está obsoleta. Y el
currículo actual tiene muy poco sobre tecnologías, seguro, ahora, después de
estas experiencias de la pandemia, tendremos que ampliar esto (DOCENTE 5,
nuestra traducción).
Otra cosa que ha cambiado, que siempre ha sido un problema, es tener una
producción mínima para que el alumno se desarrolle. Fue algo que cambiamos
con la pandemia y eso fue muy bueno. Así que lo modificamos
permanentemente. En el séptimo período, tiene la producción nima, pero
en la octava ya no la tiene, atenderá al paciente de manera integral, partirá de
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las necesidades del paciente desde cero, hasta el alta del paciente. El control
remoto trajo cosas buenas, ¿verdad? (DOCENTE 2, nuestra traducción)
La experiencia con la enseñanza a distancia permitió a los docentes ampliar su visión
sobre las posibilidades del uso de las tecnologías para mejorar el proceso de enseñanza, incluso
estimulando el deseo de incluir contenidos sobre TDIC en el currículo, de modo que la práctica
docente esté más contextualizada con la cultura contemporánea. Además, permitió reflexionar
sobre la propia práctica y crear soluciones, dirigiendo el aprendizaje desde una perspectiva más
integral del paciente y del proceso salud-enfermedad.
Al investigar el uso del TDIC en la educación superior, Silva y Freitas (2022)
identificaron que las tecnologías pueden impulsar acciones y provocar cambios en el contexto
del aprendizaje y el desarrollo humano, contribuyendo al desarrollo de conocimientos que
provoquen pensamiento analítico y que puedan contribuir a romper con el paradigma
transmisivo tradicional.
Para ello, es necesario crear espacios de debate sobre la enseñanza de la Odontología y
mejorar la formación de los docentes, para que desarrollen, además de la base teórico-práctica,
los fundamentos didáctico-pedagógicos y puedan dialogar con las tecnologías actuales. Esta
reformulación es fundamental para promover la alfabetización digital docente, de manera que
se apropien de técnicas y métodos de enseñanza que favorezcan procesos de creación,
participación y problematización de la realidad, dada la importancia del desarrollo de
competencias digitales para la transformación de las prácticas pedagógicas en la educación
superior (VIEIRA; PEDRO, 2021).
Se pudo observar que los docentes no consideran suficientes los conocimientos de la
formación (inicial y continua) para ejercer la docencia, especialmente los relacionados con los
conocimientos didáctico-pedagógicos y tecnológicos. Esta deficiencia epistemológica hace que
estos docentes terminen reproduciendo las prácticas aprendidas en el trabajo cotidiano
(DURÃES et al., 2018). Esto les dificulta promover los cambios necesarios para formar
profesionales que comprendan los aspectos culturales, sociales, económicos y políticos que
interfieren en las condiciones de vida de las personas, poniendo en riesgo el cumplimiento
integral de las demandas de la población.
Al contextualizar la formación pedagógica de los profesores de odontología en Brasil,
Porto, Villas Boas y Silva (2021) argumentan que la enseñanza no es ni puede ser interpretada
como una actividad simple, que puede ser ejercida por cualquier profesional con tulo de
licenciado, con una formación centrada únicamente en la técnica y el dominio de conocimientos
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específicos de la profesión. Según los autores, para enseñar con calidad es necesario contar con
una amplia red de conocimientos, que incluye el dominio de conocimientos disciplinares,
curriculares, pedagógicos, tecnológicos, vivenciales y reflexivos. Es en la apropiación de este
conocimiento que se produce la "profesoralidad", es decir, el proceso de construcción de la
identidad del docente, que influye directamente en las visiones y prácticas del docente y de la
profesión, y se desarrolla como reflejo del contexto social en el que se inserta, en sus
dimensiones afectivas, culturales, político-sociales y académicas (PORTO; VILLAS BOAS;
SILVA, 2021).
Así, el contexto cibercultural y los cambios necesarios en la educación implican la
modificación del rol docente, de transmisor de conocimientos a articulador, mediador del
aprendizaje y promotor de las interacciones sociales, valorando las experiencias híbridas y las
prácticas pedagógicas dialógicas y contextualizadas, para un aprendizaje más activo y
participativo (PORTO; VILLAS BOAS; SILVA, 2021; SILVA; FREITAS, 2022).
Los resultados de este estudio corroboran lo planteado por Durães et al (2018) y Porto,
Villas Boas y Silva (2021), sobre la formación de los profesores de Odontología valorando los
conocimientos específicos de cada disciplina, en detrimento de los aspectos didáctico-
metodológicos y los relacionados con las tecnologías de enseñanza. Por lo tanto, es necesario
mejorar la formación docente, vinculándola no solo al desarrollo de conocimientos técnicos y
especializados, sino también pedagógicos, filosóficos, políticos y humanísticos, con el fin de
transformar prácticas tradicionalmente guiadas por modelos de enseñanza fragmentados,
técnicos y acríticos (FERREIRA; FERREIRA; FREIRE, 2013).
Como lo plantea Pimenta (2012), la educación necesita movilizar diversos tipos de
conocimientos, los de la práctica reflexiva, los de una teoría especializada, entre otros que
producen la profesión docente, atribuyéndole estos múltiples saberes dinámicos, que incluyen
situaciones que requieren decisiones en un campo complejo, singular y permeado por
conflictos.
Es importante destacar que, además de la formación, las experiencias actúan como un
locus importante para el desarrollo de estos conocimientos. Se observó que, antes del periodo
híbrido, las clases a distancia se realizaban, en su mayoría, de manera sincrónica, organizadas
como una réplica de la clase presencial, y eran grabadas para que los estudiantes pudieran verlas
más tarde. De esta manera, se puede decir que los docentes accedieron a un repertorio de
conocimientos ya conocido, es decir, al que se accea para la preparación de las clases
Telma de Almeida SOUZA y Taís Rabetti GIANNELLA
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presenciales, sin embargo, sumado a los conocimientos tecnológicos necesarios para lidiar con
los medios digitales.
Así, para los docentes, la experiencia del ERE contribuyó a ampliar sus conocimientos
sobre diversos temas.
Era totalmente formadora de conocimientos. Tuvimos que lidiar con estos
problemas emocionales, [...] el tema de la tecnología, porque teníamos que
convertirlo en una rutina. Así que tuvimos que arreglárnoslas, tuvimos que
aprender (DOCENTE 4, nuestra traducción).
Esta comprensión nos lleva al concepto de conocimiento experiencial, que es aquel que
los docentes producen en su enseñanza diaria, en un proceso permanente de reflexión sobre la
práctica, siendo considerados como fundamentos de la práctica y de la competencia profesional
(PIMENTA, 2012; TARDIF, 2014).
Se puede observar que el contacto de los docentes con el TDIC trajo algunos cambios
en las relaciones del docente con los estudiantes y colegas, con la tecnología y el conocimiento,
generando aprendizajes con conocimiento vivencial. Lo que podría ser solo el uso de artefactos
tecnológicos ha creado diferentes formas de relacionarse, de manifestar y comunicarse, de
acceder y producir conocimiento, de pensar, dialogar, registrar y socializar la información,
lidiando así con la cultura digital, y no solo con la tecnología digital (BRUNO, 2021). Así, la
práctica docente se refuerza como una experiencia que forma el conocimiento e impulsa los
cambios.
Percepciones de los docentes sobre la educación y la tecnología
Al relatar la experiencia de ERE y la incorporación de tecnologías digitales, los docentes
revelaron algunas visiones sobre la educación y el uso de la tecnología para enseñar. Las
declaraciones de los profesores describen algunas características de la enseñanza de la
Odontología, en la percepción del profesor.
Este curso tiene más del 50% de su carga horaria total de actividades prácticas.
La característica de la Odontología es la necesidad de que el estudiante
desarrolle habilidades y competencias, especialmente en el área práctica.
Porque ahí debe tener la boca, la saliva, la lengua, tiene que aprender a lidiar
con esa situación [...]. Además, la docencia en Odontología involucra a una
tercera persona que es el paciente, y el estudiante de pregrado tiene una
inexperiencia, por lo que no hay forma de que no podamos estar preocupados
(DOCENTE 5, nuestra traducción).
Tecnologías digitales en la formación en Odontología: La enseñanza remota de emergencia como reveladora de conocimientos y prácticas
docentes
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El buen profesional de la odontología, en general, es la persona orientada a los
detalles. La odontología es una combinación fiel de ciencia y conocimiento
científico con habilidad, hay que tener habilidad, dar importancia a los
detalles, ser una persona minuciosa (DOCENTE 6, nuestra traducción).
¿Cómo vas a enseñar, [...] si no está en la boca del paciente? Solo teoría
remota, el resto no tiene ninguna posibilidad (DOCENTE 3, nuestra
traducción).
La visión de la boca y de la práctica clínica se percibe como elementos centrales,
característica del modelo predominante en la enseñanza de la Odontología, que valora el aspecto
más técnico de la profesión. Este modelo pedagógico se basa y refuerza en el modelo biomédico
de la atención a la salud, que sobrevalora el aspecto individual sobre el colectivo, la
especialización sobre el enfoque generalista, la concepción estática del proceso salud-
enfermedad, el cuidado curativo sobre la prevención y promoción de la salud, y la
mercantilización del acto odontológico (FERREIRA; FERREIRA; FREIRE, 2013). Así, existe
una contradicción entre el perfil del profesional a formar en este modelo y el cumplimiento de
las demandas sociales por parte de una educación que contemple los diversos aspectos que
influyen en el proceso salud-enfermedad.
En cuanto a los enfoques pedagógicos utilizados en la enseñanza de la Odontología,
antes de la pandemia, se identificó el uso de la clase magistral con computadora y la discusión
de casos clínicos. El análisis revela una aproximación con la tendencia pedagógica tecnicista
más tradicional y liberal, basada en la transmisión de contenidos, con aprendizajes basados en
el desempeño técnico, pero también, en algunas disciplinas, en el desarrollo de habilidades y la
problematización.
De acuerdo con Carneiro et al. (2017), el profesor de Odontología aporta esta visión
tradicional debido a su modelo de formación, y es necesario reflexionar sobre su propia práctica
para liberarse de visiones y prácticas transmisivas, para estimular la capacidad crítica, la
curiosidad y la autonomía del estudiante sobre su propio aprendizaje (CARNEIRO et al., 2017).
A pesar del predominio de las prácticas tradicionales, también fue posible percibir
reflexiones en el sentido de promover un desarrollo más participativo del estudiante.
El papel del profesor es enseñar al alumno a estudiar, enseñar a buscar, no
entregar el material terminado. Y es muy bueno porque podemos hacer
esquemas de problematización, aulas invertidas, podemos motivar al alumno.
Tengo estudiantes de pregrado que ya tienen artículos publicados durante sus
estudios de pregrado. ¿Por qué? Porque podemos enseñarles a estudiar, a
aprender, y no solo a repartir folletos, lecciones, power points (DOCENTE 4,
nuestra traducción).
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Se percibe el desplazamiento del rol del docente de transmisor de conocimiento a
mediador de aprendizaje, como se discutió anteriormente. El uso de metodologías mencionadas
por el profesor, como la problematización y el aula invertida, puede colocar al estudiante de
Odontología en un papel más activo en el proceso de enseñanza-aprendizaje, despertando el
pensamiento crítico-reflexivo y estimulando las prácticas colaborativas y el trabajo en equipo
(GONTIJO et al., 2020). Sin embargo, es importante considerar que la implementación de
nuevas prácticas representa un reto para docentes, estudiantes e instituciones.
En todo caso, las prácticas que valoran el enfoque de resolución de problemas y la
producción contextualizada de conocimiento pueden contribuir a mejoras en la enseñanza de la
Odontología, ya que tienden a ampliar el conocimiento de la realidad social y promueven una
mejor articulación entre teoría y práctica, reuniendo diferentes áreas de conocimiento,
proyectos, actores y segmentos sociales, colaborando así para superar los modelos tradicionales
de enseñanza. más transmisivo y poco contextualizado (GONTIJO et al., 2020).
Es importante destacar que faltan estudios que reporten el uso de enfoques de resolución
de problemas y métodos de enseñanza activa para los cursos de Odontología (MACIEL et al.,
2019), demostrando la necesidad de una mayor producción y difusión del conocimiento en esta
área.
En cuanto a las preguntas sobre el uso de las tecnologías, los relatos muestran que puede
haber un retraso por parte de la universidad en las discusiones y prácticas sobre el uso del TDIC,
lo que se evidenció en este escenario de urgencia.
Durante la pandemia, hubo una capacitación, que organizaron dos profesores
de aquí, básicamente para aprender a usar Google Meet, cómo crear un Google
Classroom y aprender a usar el AVA [Moodle] de la universidad. Pero este
AVA era un desastre, tan difícil que prefería los demás, este nunca lo usé
(DOCENTE 1, nuestra traducción).
Nos enfrentamos a muchas dificultades. Nuestra universidad suele ser muy
burocrática. Tendría que mejorar la infraestructura. Necesita mejorar en todos
los sentidos, aquí la tecnología llega lejos (DOCENTE 4, nuestra traducción).
Se puede observar que el desarrollo de este proceso de formación de conocimientos
tecnológicos y pedagógicos, frente a un contexto de crisis, fue bastante complicado e involucró
una perspectiva más técnica, que refuerza la visión instrumental, aún predominante, que ubica
a las tecnologías como algo aparte, y no como parte integral del proceso educativo. De acuerdo
con Bielschowsky (2020), el contexto de precariedad de la educación superior, con la
disminución del financiamiento público y la lógica de mercado impuesta a la educación, genera
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una falta de recursos para infraestructura y formación docente y contribuye a la falta de una
cultura de incorporación de TDIC por parte de las universidades, hecho que contribuyó a la
dificultad inicial para desarrollar estrategias alternativas en este momento de crisis pandémica.
A pesar de la visión más instrumental, es necesario reconocer que todo lo posible se
hizo dentro de la realidad existente, habiendo generado algunos movimientos importantes en el
escenario de la educación en Odontología.
Hubo mucha aplicación, programación de pacientes, pruebas de detección de
Covid, todo se creó en la Facultad. Hay una app donde el paciente responde a
las preguntas y al final sabes si es capaz de ir a la cita o no; mecanismo de
detección por teléfono celular, sin tener que llamar a la persona; y el sistema
de notificación, creado después de la pandemia, que generó una dinámica muy
interesante, muy positiva. Ayudaba con el aprendizaje del alumno, en todo
(DOCENTE 5, nuestra traducción).
Durante la pandemia, creamos un grupo de estudio de artículos en inglés,
GDAI, porque nos dimos cuenta de que la falta de hablar, leer y discutir en
inglés dificultaba el aprendizaje. Dos estudiantes que dominan el inglés son
los administradores del grupo y eligen el artículo, se lo dan al grupo y luego
este artículo se discute en inglés con el grupo, hablando solo en inglés. Estaba
fuera de práctica y ahora estoy hablando, aprendo todos los días. Usamos
Zoom para las discusiones y los materiales se publican en Classroom
(DOCENTE 4, nuestra traducción).
De acuerdo con los relatos de los docentes, el proceso de incorporación de las
tecnologías digitales desencadenó reflexiones individuales y colectivas sobre las tecnologías,
la experimentación con estrategias y el desarrollo de conocimientos tecnológicos. Ante esto, es
importante indagar en lo que la universidad ha aprendido para avanzar en estas discusiones y
prácticas.
Perspectivas para la transformación de las prácticas docentes
El uso de las tecnologías digitales en la pandemia exigió la movilización de diversos
conocimientos docentes y permitió a los docentes continuar con las clases. Las estrategias
mediadas por TDIC permitieron reducir el costo de tiempo y gastos de viaje con viáticos y
pasajes, permitiendo la realización de clases, reuniones, defensas y eventos técnico-científicos
nacionales e internacionales.
La investigación y la creación de materiales educativos en línea también fueron vistas
por los profesores como contribuciones de TDIC a la enseñanza de la Odontología, ya que,
además de posibilitar la participación activa y una mayor autoría de los estudiantes, permitieron
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que los pacientes tuvieran acceso a acciones de educación para la salud a través de dispositivos
móviles, con el fin de poder visualizar y revisar la información en cualquier momento. con
difusión facilitada a través de internet y medios digitales y redes sociales. Además, las clases
grabadas y puestas a disposición en entornos virtuales también hicieron posible que el alumno
pudiera acceder a ellas en el momento más conveniente y revisar los contenidos, ayudando al
aprendizaje durante este periodo.
Luego, los profesores pudieron experimentar las posibilidades y aportes de TDIC que
fueron reportados en la literatura para la enseñanza de la Odontología, incluso antes de la
pandemia, como el abordaje de aspectos interactivos; la demostración de conceptos y
fenómenos fisiológicos y patológicos difíciles de visualizar; el desarrollo de actividades de
educación para la salud y teleconsulta odontológica; la integración de grupos de Instituciones
de Educación Superior (IES) e instituciones de salud; el intercambio de datos para la
planificación clínica; así como la aplicación de metodologías e innovación de prácticas
pedagógicas (CALDARELLI; HADDAD, 2016).
Al reflexionar sobre lo que llegó para quedarse, es decir, sobre cuáles son las posibles
transformaciones para la enseñanza de la Odontología, a partir de las experiencias vividas en la
pandemia, los docentes traen reflexiones y apuntes importantes para la formación.
Hemos aprendido mucho ahora en la pandemia, que fue un salto incluso en
nuestro pensamiento, que estaba muy enyesado, esto abrió varios caminos,
varias posibilidades. Cuando regrese, será en persona, pero también enseñaré
en línea. Esta parte de las clases con un profesor invitado, las tablas, todo esto
llegó para quedarse, no cambiará, influyó mucho en las prácticas, me abrió la
mente. Aquí todavía no tenemos mucho acceso [a la tecnología], pero creo
que con toda esta evolución va a haber una mejora. Ya estamos intentando,
por ejemplo, informatizar toda la parte de la historia clínica del paciente, cosas
que eran necesarias, pero que recién han salido ahora (DOCENTE 2, nuestra
traducción).
Creo que hay que continuar con esta parte de aprender nuevas tecnologías,
dominarlas mejor. Algunos profesores todavía no lo dominan. Esto tiene que
suceder, porque trae mejoras. Por ejemplo, la parte de manejo de pacientes ha
mejorado con la pandemia ya que hemos creado un sistema. Esto no existía en
la Facultad de Odontología y ya debería existir, porque esto es básico. No lo
hacía, ahora sí. Esto de priorizar a los pacientes con comorbilidades llegó para
quedarse. Antes no teníamos eso, teníamos una serie de vacantes que
cubríamos por demanda espontánea. Ahora vamos a pensar en estas personas,
van a recibir más atención (DOCENTE 5, nuestra traducción).
Se puede observar que algunos proyectos fueron impulsados por las lecciones
aprendidas de la ERE, como la creación de la historia clínica electrónica, que era una demanda
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antigua, pero que aún no habían podido poner en práctica, así como la intención de mejorar el
acceso a las tecnologías y el desarrollo del conocimiento tecnológico. Algunos profesores
destacan el modelo híbrido, de clases teóricas online y clases prácticas presenciales, como una
posibilidad futura para la enseñanza de la Odontología, ya que permite superar dificultades
geográficas, temporales y financieras, y, al mismo tiempo, mantener el contacto con el
estudiante.
Mattos y cols. (2020) reportan resultados positivos en la aplicación de la metodología
híbrida en la enseñanza de la Odontología. Sin embargo, los autores señalan la importancia de
mejorar la calidad de la educación, orientando el proceso de enseñanza hacia un modelo s
bidireccional y dialógico, evitando el uso de un nuevo modelo para reproducir prácticas
transmisivas.
De acuerdo con Goldstein et al. (2021), se observaron soluciones creativas de las
escuelas de Odontología y resultados positivos con la implementación de la ERE, destacando
las actividades de simulación en cnicas y laboratorios, las cuales fueron importantes para que
los estudiantes que asistían a los períodos finales practicaran y mantuvieran las habilidades
clínicas, con el fin de poder graduarse. Además, estas actividades permitieron a los docentes,
en contacto con la tecnología, probar nuevos protocolos y dispositivos para ser aplicados
después de la reapertura de las escuelas, produciendo conocimiento y aportes a la comunidad
académica (GOLDSTEIN et al., 2021).
Así, el escenario pandémico generó inestabilidad, pero también oportunidades de
aprendizaje y dominio de las tecnologías digitales, incluso para pensar en formas de adaptación
para brindar la enseñanza de habilidades clínicas a distancia.
Para Goldstein et al. (2021), las facultades de odontología deben prepararse para una
futura necesidad de distanciamiento social y deben aprovechar el potencial de inclusión
educativa que brinda la integración de tecnologías. Los autores destacan la factibilidad de que
un estudiante complete parte o la totalidad del primer año del plan de estudios de odontología
de manera virtual, pudiendo reducir los gastos asociados con el viaje y el alojamiento, así como
los costos de estructura institucional, lo que haría que el curso fuera más accesible a los sectores
menos favorecidos de la población. Esto dependería, por supuesto, de los cambios en la
legislación, las normas y la cultura de las universidades (GOLDSTEIN et al., 2021).
Además, es importante considerar los hallazgos sobre el potencial de las tecnologías
digitales desde el punto de vista pedagógico para la construcción de estrategias de enseñanza-
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aprendizaje más autorales, resolutivas y dialógicas, promoviendo el desarrollo de habilidades
comunicacionales, digitales y relacionales.
Corresponde a las facultades de odontología invertir en la adquisición y producción de
dispositivos tecnológicos, en políticas de apoyo a los estudiantes y en la formación de docentes,
para que puedan ofrecer experiencias educativas sólidas e integrales a los estudiantes (MOORE
et al., 2021). Para ello, las instituciones necesitan apoyo político, gubernamental y financiero.
A pesar de que se reconoce la importancia de los estudiantes como foco de la educación,
este estudio se enfocó en el análisis de la percepción del docente como agente fundamental de
cambios en las prácticas educativas, y se recomienda que se desarrollen otros estudios sobre el
tema, ampliando la comprensión de este aspecto.
Consideraciones finales
Este estudio se centró en las tecnologías digitales en la formación de Odontólogos,
asumiendo la implementación de la enseñanza a distancia, en el período de pandemia, como
escenario para discutir conocimientos y prácticas docentes. En general, la investigación mostró
que la incorporación de la TDIC para la implementación del ERE movilizó diversos saberes
docentes, obtenidos a lo largo de la historia personal y profesional de los docentes,
principalmente curriculares y disciplinares, así como estimuló el desarrollo de conocimientos
pedagógicos y tecnológicos, teniendo esta práctica un papel importante como experiencia
formadora de conocimientos.
Se identificaron visiones más tradicionales e instrumentales sobre la educación y la
tecnología, históricamente hegemónicas en la enseñanza de la Odontología. Se resalta la
importancia de la formación docente y el conocimiento experiencial para ampliar las visiones
hacia la construcción de prácticas más dialógicas, participativas y contextualizadas a la realidad
social, orientando la formación hacia una perspectiva más generalista, ética, humanista y de
transformación social, tal como lo exigen los lineamientos curriculares nacionales.
En cuanto a las perspectivas de transformación de las prácticas, la investigación mostró
que los docentes, que antes utilizaban algunas tecnologías solo como una forma de diseminar
información y eventos universitarios, ampliaron su enfoque a acciones más sistematizadas de
educación en salud en diversos medios, con el desarrollo de habilidades de comunicación en
red, pedagógicas y de autoría. con sus alumnos y colegas. Esta evidencia, a su vez, señala las
brechas y desafíos que enfrentan las instituciones, como la necesidad de inversión en educación
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y el desarrollo de políticas que garanticen el ejercicio pleno de su rol social para la universidad
pública.
Así, se entiende que la incorporación de tecnologías digitales para la continuidad de la
educación demandó adaptaciones en la enseñanza de la Odontología que provocaron cambios
en las acciones y agentes, y generaron conocimiento, no solo sobre las herramientas y métodos
de enseñanza, sino que también produjeron reflexiones sobre el proceso de enseñanza-
aprendizaje en su conjunto. Así, se refuerza que el conocimiento se produce en el cotidiano de
los docentes, en un proceso permanente de reflexión sobre la práctica, influyendo en el
desarrollo de nuevas formas de enseñar y sufriendo modificaciones, en un proceso dinámico de
movilización y construcción de conocimiento (PIMENTA, 2012; TARDIF, 2014).
Por último, cabe destacar que el conocimiento profesional docente, que es el
conocimiento que viene de la acción, que existe en la colectividad, dentro de la cultura
profesional, es un conocimiento que tiene que ser público, que necesita ser publicado, no se
puede cerrar solo dentro de las escuelas, porque no existe si no se expone públicamente
(NÓVOA, 2022). Por lo tanto, se espera que los resultados de este estudio, y otros, aporten
contribuciones relevantes a la comprensión de las concepciones, prácticas y aprendizajes
docentes, y a la valorización del conocimiento y la formación docente.
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Telma de Almeida SOUZA y Taís Rabetti GIANNELLA
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CRediT Author Statement
Reconocimientos: Agradecemos a los profesores de la Facultad de Odontología por
participar en la investigación.
Financiación: No aplicable.
Conflictos de intereses: No hay conflictos de intereses.
Aprobación ética: El estudio fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación de la
universidad, bajo protocolo 52307721.30000.5286, dictamen 5.077.503, respetando
los aspectos éticos de la investigación con seres humanos.
Disponibilidad de datos y materiales: No aplicable.
Contribuciones de los autores: Telma de Almeida Souza contribuyó en el diseño del
estudio, en la realización de la investigación de campo, en la producción y análisis de datos
y en la redacción del texto. Taís Rabetti Giannella contribuyó al diseño y orientación de la
investigación, a la interpretación de los datos y a la revisión del texto.
Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación - EIAE.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023097, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17799 1
DIGITAL TECHNOLOGIES IN DENTISTRY TRAINING: EMERGENCY REMOTE
EDUCATION AS A REVEALER OF TEACHERS KNOWLEDGE AND PRACTICES
TECNOLOGIAS DIGITAIS NA FORMAÇÃO EM ODONTOLOGIA: ENSINO REMOTO
EMERGENCIAL COMO REVELADOR DE SABERES E PRÁTICAS DOCENTES
TECNOLOGÍAS DIGITALES EN LA FORMACIÓN EN ODONTOLOGÍA: LA
ENSEÑANZA REMOTA DE EMERGENCIA COMO REVELADORA DE
CONOCIMIENTOS Y PRÁCTICAS DOCENTES
Telma de Almeida SOUZA 1
e-mail: telmadealmeida@gmail.com
Taís Rabetti GIANNELLA 2
e-mail: taisrg@yahoo.com.br
How to reference this paper:
SOUZA, T. A.; GIANNELLA, T. R. Digital technologies in
Dentistry training: Emergency remote education as a revealer of
teachers knowledge and practices. Revista Ibero-Americana de
Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023097, 2023. e-
ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17799
| Submitted: 01/03/2023
| Revisions required: 24/03/2023
| Approved: 22/05/2023
| Published: 20/10/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ), RJ Brazil. Doctoral student in Education in Sciences and Health.
Institute Nutes for Education in Sciences and Health (NUTES/UFRJ).
2
Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ), RJ Brazil. Associate Professor. Institute Nutes for Education in
Sciences and Health (NUTES/UFRJ).
Digital technologies in Dentistry training: Emergency remote education as a revealer of teachers knowledge and practices
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023097, 2023. e-ISSN: 1982-5587
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ABSTRACT: The study aimed to analyze the teacher's knowledge and practices mobilized in
Dentistry teaching to implement emergency remote teaching. This is an exploratory case study with
a qualitative approach, carried out through interviews with professors and, in addition, field
observation and document analysis. Based on Bardin's content analysis, according to the theoretical
framework, mainly by Tardif, about teacher knowledge and authors who address incorporating
technologies in health education. The results show the influence of life trajectory, professional
training, and performance in forming teacher knowledge. Highlights the importance of exercise to
broaden the visions towards constructing practices that are more dialogical, participatory, and
contextualized to social reality, directing training towards a more generalist, ethical, humanistic,
and social transformation perspective, as demand national curriculum guidelines.
KEYWORDS: Dental education. Emergency remote teaching. Pandemic. Teacher knowledge.
Digital technology.
RESUMO: O estudo objetivou analisar os saberes docentes mobilizados no ensino de Odontologia
para implementação do ensino remoto emergencial. Trata-se de estudo de caso exploratório, com
abordagem qualitativa, realizado por meio de entrevistas, observação de campo e análise de
documentos. A análise se baseou na análise de conteúdo de Bardin, a partir das contribuições
teóricas, principalmente de Tardif, sobre os saberes docentes e de referenciais que abordam a
incorporação das tecnologias no ensino da saúde. Os resultados evidenciam a influência da
trajetória de vida, da formação profissional e da atuação na constituição dos saberes docentes.
Destaca-se a importância da formação docente e dos saberes experienciais para ampliar as visões
no sentido da construção de práticas mais dialógicas, participativas e contextualizadas à realidade
social, direcionando a formação para uma perspectiva mais generalista, ética, humanística e de
transformação social, como demandam as diretrizes curriculares nacionais.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Odontologia. Ensino remoto emergencial. Pandemia. Saberes
docentes. Tecnologia digital.
RESUMEN: El análisis tuvo como objetivo examinar los saberes docentes movilizados en la
enseñanza de Odontología para la implementación de la enseñanza remota de emergencia. Se trata
de un estudio de caso exploratorio cualitativo, realizado a través de entrevistas, observación de
campo y análisis documental. La investigación se basó en el análisis de contenido de Bardin, a
partir de aportes teóricos de Tardif sobre enseñanza del conocimiento y referencias de la
incorporación de tecnologías en la educación en salud. Los resultados muestran la influencia de
la trayectoria de vida, la formación profesional y el desempeño en la formación del saber docente.
Se repercute la importancia de la formación docente y el conocimiento experiencial para ampliar
las visiones hacia la construcción de prácticas más dialógicas, participativas y contextualizadas a
la realidad social, orientando la formación hacia una perspectiva más generalista, ética, humanista
y de transformación social, tal como lo exigen los lineamientos curriculares nacionales.
PALABRAS CLAVE: Enseñanza de la Odontología. Enseñanza remota de emergencia. Pandemia.
Enseñanza del conocimiento. Tecnología digital.
Telma de Almeida SOUZA and Taís Rabetti GIANNELLA
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Introduction
The COVID-19 pandemic has presented a scenario of profound challenges for
humanity, and education has not been an exception. The suspension of in-person classes
demanded that educators mobilize their knowledge for a rapid and creative response to enable
the continuity of teaching. Teachers found themselves pressured to quickly adopt alternative
methods, means, and tools for instruction. This situation can potentially provoke and foster the
emergence of new insights and practices that become integrated into the teaching identity,
thereby generating fresh knowledge.
The pandemic challenges, coupled with pre-existing educational difficulties, have
proven to be significantly impactful for higher education in the health field, which is centrally
focused on developing clinical practice competencies. Within this context, dental education,
among other reasons, has been particularly affected, given its reliance on curricula with over
50% practical activities and a high risk of contamination (BENNARDO et al., 2020). To this
risk, one can add resistance, limited experience in using digital technologies for teaching, and
the complexity of instructing clinical skills through remote models (KLAASSEN et al., 2021).
Teacher training in this area has been insufficient concerning the didactic-pedagogical
dimension and the mastery of Digital Information and Communication Technologies (DICT)
(DURÃES et al., 2018), contributing to a lack of familiarity with teaching and learning
methodologies. Furthermore, dental education, traditionally centered on clinical practice, is still
characterized by technicism, a gap between theory and practice, low student autonomy, and a
lack of critical engagement with social reality (CARNEIRO et al., 2017), making it even more
challenging to overcome difficulties during times of crisis.
Teaching practices perpetuate these paradigms, particularly emphasizing technical-
scientific training at the expense of humanistic and social aspects. This divergence is from the
necessary profile for meeting the population's demands (REIS; CICILLINI, 2011).
Consequently, a transformation of curricula and pedagogical practices is called for, leading to
a graduate and faculty profile that is not only rooted in subject-specific knowledge but also the
development of a diverse network of pedagogical, philosophical, political, and humanistic
knowledge. This approach should guide toward a more participative, dialogic, and contextually
relevant education aligned with social and cybercultural demands (FERREIRA; FERREIRA;
FREIRE, 2013; DURÃES et al., 2018; SILVA; FREITAS, 2022).
According to Tardif (2014), knowledge evolves and adapts throughout professional
practice in response to social demands, taking on new dimensions. It is assumed that the
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pandemic has introduced new requirements, potentially resulting in teacher knowledge and
practice changes. In this context, there is a dialogue between educators' knowledge and digital
culture as teachers, by appropriating and integrating digital technologies and media, articulate
their knowledge and develop, among other things, technological expertise. This expertise
involves understanding the resources for incorporating them into the classroom and mastering
the digital language (MARQUETI; SÁ, 2017).
In light of the need for changes in education and the pandemic scenario that required the
generation of knowledge, a process in need of investigation, this study aimed to analyze the
knowledge and teaching practices mobilized in the context of the incorporation of digital
technologies for the implementation of Emergency Remote Teaching (ERT) in a dentistry
undergraduate program at a public federal university.
Methodology
This article presents partial results of a doctoral research project titled "Tecnologias
digitais na formação em Odontologia: ensino remoto emergencial como revelador de saberes
e práticas docentes (Digital Technologies in Dentistry Education: Emergency Remote
Teaching as a Revealer of Knowledge and Teaching Practices)." It is an exploratory case study
with a qualitative approach. The case study method assists in generating knowledge about
significant aspects of experienced events, such as interventions and processes of change
(MINAYO, 2014), as is the case with the integration of Digital Information and Communication
Technologies (DICT) in dentistry education. The qualitative approach was chosen to explore a
structured body of knowledge on the subject, facilitate decision-making, and transform
educational practices and scenarios (ESTEBAN, 2017).
The study encompassed individual interviews, carried out in the year 2022, with six
professors from the undergraduate Dentistry program of a public federal university. A semi-
structured script was used for these interviews, which had been validated through a pilot
interview. The aim was to ascertain their perceptions of the Emergency Remote Teaching
(ERT) process and the future possibilities. In addition, field observations and document analysis
assisted in understanding the context of planning and educational development during this
period.
Participants from all faculty departments (Oral Pathology and Diagnosis, Social and
Preventive Dentistry, Pediatric Dentistry and Orthodontics, Dental Clinic, and Prosthodontics
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and Dental Materials) were included to ensure a broader range of data production. They had
taught in fully remote and hybrid courses during the pandemic. The university's Research Ethics
Committee approved the study under protocol number 52307721.30000.5286, with approval
number 5.077.503, and ethical aspects of research involving human subjects were strictly
adhered to.
Six instructors from this program were interviewed, including four women and two men,
ranging in age from 37 to 56 years, with teaching experience ranging from 14 to 35 years and
tenure in their positions ranging from 7 to 17 years. This profile represented professionals with
substantial experience in dental education. It included individuals from all five program
departments, providing a comprehensive perspective on the various demands of teaching and
internal homogeneities and differentiations within this group. This diversity yielded a wealth
of data to comprehend the questions under investigation deeply.
The interviews were conducted individually, either online or in person, according to the
interviewee's preference. They were recorded and transcribed in their entirety with participants'
consent. Data analysis was carried out using Bardin's (2016) content analysis technique,
following the stages of pre-analysis, material exploration, results treatment, and interpretation.
The QDA Miner software
3
, was employed to facilitate the management and coding of
qualitative data. The analysis was grounded in Tardif's theoretical framework on pedagogical
knowledge in dialogue with studies addressing technology integration in education and health
education. Participants' names were encoded to protect their identities and are presented in this
article as Teachers 1, 2, 3, 4, 5, and 6.
Results and Discussion
The content analysis yielded three significant categories: Teaching as a Knowledge-
Forming Experience; Teacher Perceptions of Education and Technology; and Prospects for
Transforming Teaching Practices.
3
Software QDA Miner - https://provalisresearch.com/products/qualitative-data-analysis-software/freeware/
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Teaching as a Knowledge-Forming Experience
For Tardif (2014), teaching involves mobilizing a wide range of knowledge
(Professional, Disciplinary, Curricular, and Experiential), adapted and transformed through and
for the job. Therefore, teaching is a space for the reproduction, reflection, and reiteration of
what is known in terms of what is known to be done. According to the author, teachers'
knowledge is linked to a historical-cultural process and stems from various sources and life
experiences, including family, school and university education, institutions, and peers,
indicating a clear social origin.
Through the analysis of the teachers' statements regarding the ERE implementation
process, it was possible to identify various types of knowledge mobilized based on the teachers'
prior conceptions and beliefs, which influence their choices, decisions, attitudes, and
pedagogical approaches, even conditioning their thinking about technologies and their
appropriation. Similarly, knowledge was developed, with this practice playing a significant role
as a formative experience.
A considerable effort was observed among the teachers in planning and implementing
technology-mediated teaching in the Dentistry undergraduate program, requiring them to
rethink teaching methods and curriculum organization in the midst of the pandemic. To address
this, a working group was established, consisting of faculty members from all university
departments. In the following statements, it is evident that there was a significant mobilization
of curricular and disciplinary knowledge to enable teachers to deal with the urgency of time
and the challenge of remotely organizing a predominantly practical curriculum, all while coping
with fear due to a relatively unknown disease and uncertainty about the outcomes of this type
of teaching on student development.
I was afraid and very concerned about the teaching aspect, and we worked in
the group precisely to ensure we wouldn't lose focus on the nature of the
course [...] with more than 50% of its total workload dedicated to practical
activities. The students need rigorous practical training in various specialties
to become competent dentists. Videos or solely online theoretical classes
cannot replace that... So the group focused on studying which courses could
go online without any issues and which couldn't because we couldn't be in
person (TEACHER 5, our translation).
[...] Online theoretical classes posed another challenge because this virtual
environment was something we were not accustomed to. Our discipline
conducted everything through the AVA platform [Virtual Learning
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Environment - Moodle
4
], which we preferred because it was institutional,
from our university. It was a significant challenge for us and the students but
it was very productive (TEACHER 6, our translation).
The centrality of clinical practice and the lack of knowledge about the use of technology
were two significant challenges identified. In fact, one of the difficulties in integrating ICT into
dental education, which became even more evident during the pandemic, is the challenge of
teaching clinical practice skills, given the historical emphasis on this aspect of training
(KLAASSEN et al., 2021).
As a result, there is great concern among dentists and professional organizations to
ensure that technology-mediated processes do not become a substitute for clinical practices
(CALDARELLI; HADDAD, 2016). After the Ministry of Education authorized the substitution
of in-person classes with online classes during the pandemic in 2020, the Brazilian Association
of Dental Education (ABENO) released a statement asserting that distance education was only
feasible for elective components and complementary activities (monitoring, scientific initiation,
extension, and supervised studies).
It is interesting to note that the National Curriculum Guidelines (DCN) for Dentistry
courses advocate for education that prepares graduates to "know and apply information and
communication technologies" with a profile that is "aware and participative in the face of
technological innovations" (BRASIL, 2021, p. 2, our translation). In practice, there still prevails
a discourse limiting the use of technologies, even in a crisis moment when the need to
implement new teaching methods is urgent.
Despite this concern, which is justifiable given the physical proximity required for some
dental activities, the literature has emphasized the possibilities of incorporating ICT into dental
education. Contributions include supporting the consolidation of DCN, the flexibility of
teaching methods, promoting student interactivity and autonomy, overcoming geographical
barriers, and the potential to enhance collaborations between institutions and between
universities and health services, thus contributing to the integration of teaching, research, and
extension (CALDARELLI; HADDAD, 2016). The incorporation of ICT for the development
of educational apps and practical training through simulators, portable manikins, and virtual
reality and haptic devices (3D touch interaction) among students has also been mentioned
(BRAZ et al., 2018).
4
Moodle (https://moodle.org/) is the acronym for Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment, an
open-source learning support software operating in a virtual environment.
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While recognizing the contributions of ICT, dental educators often encounter difficulties
implementing new methods and technologies into their professional practice (BRAZ et al.,
2018). According to Gontijo et al. (2020), t is necessary to overcome teachers' resistance to
changes in their work processes and invest in teacher training to make progress in this regard.
It is essential to remember that integrating new approaches requires more effort and dedication
from the teacher and demands a reevaluation of the curriculum (GONTIJO et al., 2020).
Indeed, mobilizing knowledge to implement Emergency Remote Teaching (ERT) has
placed dental educators in contact with existing curriculum challenges, offering an opportunity
to (re)think of ways to overcome these issues.
We are now thinking about general issues that existed even before the
pandemic. You have to follow a schedule; in the first part of the course, we
conduct a lab practice, and the following week, students are already attending
to patients, while the theoretical part comes later. Remote teaching has
facilitated because we could provide recorded classes so students could watch
and become acquainted with the academic content before the clinical part. But
in a routine before the pandemic, this didn't happen (TEACHER 3, our
translation).
The curriculum guidelines are constantly changing. We had one from 2002,
and in 2021, a new one was issued [...] During the pandemic, we had issues
regarding this, but we had to shift our focus to deal with the pandemic. Now,
we are going to finalize the approval of this project to move forward [...] This
part is quite tedious; it takes time to get support, and when it's finally
approved, it's already obsolete. The current curriculum has very little about
technology, but indeed, after these pandemic experiences, we will have to
expand that (TEACHER 5, our translation).
Another change that has always been an issue is the minimum production
required for students to develop. We modified it during the pandemic, and it
worked out well. So, we made permanent changes. They have a minimum
production in the seventh semester, but in the eighth, they don't. They will
fully attend to the patient, starting from the patient's needs from scratch until
the patient's discharge. Remote teaching brought about some good things,
right? (TEACHER 2, our translation).
The experience with remote teaching has enabled the teachers to broaden their
perspective on the possibilities of using technology to enhance the teaching process, even
stimulating the desire to include content on Information and Communication Technologies
(ICT) in the curriculum. This shift aims to make teaching more aligned with contemporary
culture. Furthermore, it has allowed for reflection on their practice and the creation of solutions,
directing learning from a more comprehensive perspective of the patient and the health-disease
process.
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When investigating the use of ICT in higher education, Silva and Freitas (2022)
identified that technology can drive actions and provoke changes in the context of learning and
human development, contributing to the development of knowledge that fosters analytical
thinking and has the potential to break away from the traditional transmissive paradigm.
To achieve this, it is necessary to create spaces for debate regarding dental education
and enhance the training of teachers. They should develop the theoretical-practical foundation
and the didactic-pedagogical principles to engage with modern technologies. This restructuring
is crucial to promote digital literacy among educators, enabling them to embrace teaching
techniques and methods that support the creation, participation, and problematization of reality.
This is particularly important given the significance of developing digital competencies for
transforming pedagogical practices in higher education (VIEIRA; PEDRO, 2021).
It was evident that the teachers do not consider their knowledge from their initial and
continued education sufficient for effective teaching, especially in terms of didactic
pedagogical and technological expertise. This epistemological gap leads educators to reproduce
practices learned from their everyday experience (DURÃES et al., 2018). This difficulty
hampers their ability to make the necessary changes to train professionals who understand the
cultural, social, economic, and political aspects that impact people's living conditions, hindering
the provision of comprehensive care to meet the population's needs.
In the context of pedagogical training for Dentistry professors in Brazil, Porto, Villas
Boas and Silva (2021) discuss that teaching is not and cannot be seen as a simple activity that
any professional with a bachelor's degree focused solely on technical skills and specific
professional knowledge, can engage in. According to the authors, a broad spectrum of expertise
is required to excel in teaching, encompassing mastery of disciplinary, curricular, pedagogical,
technological, experiential, and reflective knowledge. It is through the assimilation of these
types of knowledge that "professorship" is established. This term refers to the process of
building a teaching identity that directly influences a teacher's perspectives and practices and
the profession itself. It evolves in response to the social context in which it operates, involving
emotional, cultural, political, social, and academic dimensions (PORTO; VILLAS BOAS;
SILVA, 2021).
Consequently, the cyber-cultural context and the necessary educational changes imply
a transformation of the teacher's role. This shift goes from being a mere transmitter of
knowledge to becoming an orchestrator, a mediator of learning, and a promoter of social
interactions. It places value on hybrid experiences and dialogical, contextualized pedagogical
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practices to foster more active and participatory learning (PORTO; VILLAS BOAS; SILVA,
2021; SILVA; FREITAS, 2022).
The findings of this study align with the statements of Durães et al. (2018) and Porto,
Villas Boas and Silva (2021), regarding the education of Dentistry educators. The focus often
centers on specific subject knowledge at the expense of didactic-methodological aspects and
those related to teaching technologies. Therefore, teacher education needs to be enhanced,
encompassing the development of technical and specialized knowledge and pedagogical,
philosophical, political, and humanistic insights. This transformation is essential for shifting
from traditionally fragmented, technocratic, and uncritical teaching models (FERREIRA;
FERREIRA; FREIRE, 2013).
As stated by Pimenta (2012), education requires the mobilization of various types of
knowledge, including those from reflective practice, specialized theory, and others that shape
the teaching profession. It is attributed to teaching these dynamic forms of knowledge that
encompass situations requiring decisions in a complex, unique field fraught with conflicts.
It is important to note that, besides formal education, experiences are a significant locus
for developing these knowledge domains. Before the hybrid period, it was observed that remote
classes, for the most part, occurred synchronously, organized as a replica of in-person courses,
and were recorded for students to watch later. In this sense, teachers drew from a familiar
repertoire of knowledge, one they used to create in-person lessons, now augmented with the
technological knowledge needed to engage with digital platforms.
Thus, the Emergency Remote Teaching (ERT) experience contributed to expanding
teachers' knowledge on various issues.
It was entirely knowledge-formative. We had to deal with emotional issues,
[...] the technology aspect, as we had to make it routine. So we had to adapt,
had to learn (TEACHER 4, our translation).
This understanding leads us to the concept of experiential knowledge, which educators
develop in their daily teaching routine through a continuous process of reflection on practice.
These are the foundations of professional practice and competence (PIMENTA, 2012;
TARDIF, 2014).
Evidently, the teachers' engagement with ICTs brought about changes in their
relationships with students and colleagues, with technology, and with knowledge. These
changes resulted in learning through experiential knowledge. What could have been merely the
use of technological artifacts created different ways of relating, expressing, communicating,
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accessing, and producing knowledge, thinking, dialoguing, recording, and sharing information.
This is considered digital culture, not just technology (BRUNO, 2021). This underscores the
role of teaching as a knowledge-forming experience and an impetus for change.
Faculty Perceptions on Education and Technology
When describing their experience with ERT and integrating digital technologies, the
faculty members revealed various perspectives on education and using technology for teaching.
Their statements describe certain aspects of dental education as perceived by the faculty.
This course has over 50% of its total workload dedicated to practical activities.
Dentistry's defining characteristic is the need for students to develop skills and
competencies, primarily in practical areas. It's because you need to have the
mouth, the saliva, the tongue; you need to learn how to deal with that situation
[...]. Furthermore, dental education involves a third party, the patient, and
undergraduate students lack experience, so we can't help but be concerned
(TEACHER 5).
A good dental professional, in general, is someone who pays attention to
details. Dentistry is a faithful blend of science and scientific knowledge with
skill; you need to have skill and emphasize detail and be meticulous
(TEACHER 6, our translation).
How can you teach, [...] if it's not in the patient's mouth? Remote can only
handle theory; nothing else stands a chance (TEACHER 3, our translation).
There is a perception of the mouth and clinical practice as central elements, a
characteristic of the predominant dental education model that values the profession's more
technical aspect. This teaching model is based on and reinforces the biomedical model of
healthcare, which overemphasizes individual aspects over the collective, specialization over a
generalist approach, a static concept of the health-disease process, curative care over health
prevention and promotion, and the commercialization of dental services (FERREIRA,
FERREIRA, FREIRE, 2013). Thus, there is a contradiction between the professional profile to
be formed within this model and the need to meet societal demands for an education that
encompasses the various aspects influencing the health-disease process.
Regarding the pedagogical approaches used in dental education before the pandemic,
primarily, the analysis identified the use of computer-assisted lectures and discussions of
clinical cases. The study reveals an alignment with the more traditional and technicist
pedagogical trend, which is rooted in content transmission, focusing on technical performance-
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based learning. However, in some courses, there was an emphasis on competency development
and problem-solving.
As per Carneiro et al. (2017), dental faculty members tend to adopt this traditional
approach due to their educational background. It is imperative to reflect on their teaching
practices to move away from transmission-based perspectives and practices to foster the
students' critical thinking, curiosity, and autonomy in their learning (CARNEIRO et al., 2017).
Despite the prevalence of traditional practices, there were also indications of efforts to
promote a more participatory approach for the students.
The teacher's role is to teach the student how to study and seek, not to deliver
ready-made material. It's great because we can develop problem-solving
frameworks in flipped classrooms and motivate the students. I have
undergraduate students who have already published articles during their
studies. Why? Because we can teach them how to study and learn, rather than
just providing handouts, lectures, or PowerPoint slides (TEACHER 4, our
translation).
A shift in the role of the teacher is evident, from being a knowledge transmitter to
becoming a learning facilitator, as discussed earlier. The use of methodologies, such as
problem-based learning and flipped classrooms, mentioned by the teacher, can place dental
students in a more active role in the teaching-learning process, stimulating critical-reflexive
thinking and encouraging collaborative practices and teamwork (GONTIJO et al., 2020).
However, it is crucial to consider that implementing new procedures presents challenges for
educators, students, and institutions.
In any case, practices that emphasize a problem-based approach and the contextual
production of knowledge can contribute to improvements in dental education. They expand
understanding of the social reality and promote a better connection between theory and practice,
bridging different areas of knowledge, projects, stakeholders, and social segments. This
collaboration can aid in overcoming traditional teaching models that are more transmission-
oriented and less contextualized (GONTIJO et al., 2020).
It is important to note that there is a lack of studies reporting problem-based approaches
and active teaching methods for Odontology courses (MACIEL et al., 2019), underscoring the
need for increased knowledge production and dissemination in this area.
Regarding questions about the use of technology, the accounts suggest that there may
be a lag in university discussions and practices concerning the use of ICTs, which became
apparent in this urgent scenario.
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During the pandemic, there was a training session organized by two teachers
here, basically to learn how to use Google Meet, create a Google Classroom,
and use the university's LMS [Moodle]. However, this LMS was so
complicated that I preferred others; I never used this one (TEACHER 1, our
translation).
We faced many difficulties. Our university is often very bureaucratic.
Infrastructure needs improvement. It needs improvement; technology is far
from ideal (TEACHER 4, our translation).
Evidently, developing this process of acquiring technological and pedagogical
knowledge during a crisis was quite challenging and involved a more technical perspective.
This perspective reinforces the instrumental view that is still prevalent, treating technologies as
something separate from the educational process. According to Bielschowsky (2020), the
context of precariousness in higher education, with reduced public funding and the market-
driven logic imposed on education, leads to a lack of resources for infrastructure and teacher
training. This contributes to the absence of a culture of technology integration within
universities, which initially posed challenges in developing alternative strategies during the
pandemic crisis.
Despite the more instrumental view, it is essential to acknowledge that educators did
their best within the existing reality, leading to some significant developments in the field of
Odontology education.
There were many applications for scheduling patient appointments for
COVID screening; everything was developed at the College. There's an app
where the patient answers questions, and at the end, you know whether they're
fit for their appointment or not; a mobile-based screening mechanism without
having to call the person; and the notification system, created during the
pandemic, which generated a fascinating and positive dynamic. It helped the
students' learning in everything (DOCENTE 5, our translation).
During the pandemic, we created an English article study group, the GDAI,
because we noticed that the lack of speaking, reading, and discussing in
English hindered learning. Two students who are fluent in English manage the
group, select the article, deliver it to the group, and then discuss the article in
English with the group, speaking only in English. I was out of practice, and
now I'm talking; I learn daily. We use Zoom for discussions, and materials are
posted on Classroom (DOCENTE 4, our translation).
According to the teachers' accounts, the process of integrating digital technologies
triggered individual and collective reflections on technology, experimentation with strategies,
and the development of technological knowledge. Therefore, it is crucial to investigate what
the university has learned to advance these discussions and practices.
Digital technologies in Dentistry training: Emergency remote education as a revealer of teachers knowledge and practices
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Perspectives on the Transformation of Teaching Practices
Digital technologies during the pandemic required the mobilization of various teaching
skills, allowing teachers to continue their classes. Strategies mediated by TDIC (Information
and Communication Technologies) reduced travel time and expenses for daily allowances and
tickets, facilitating classes, meetings, defenses, and national and international technical-
scientific events.
The teachers also saw research and the creation of online educational materials as
contributions of TDIC to the field of dental education. In addition to enabling active student
participation and more excellent authorship, these technologies allowed patients to access
health education actions through mobile devices. This allowed them to view and review
information at any time, with easy dissemination through the internet, digital media, and social
networks. Furthermore, recorded lessons available in virtual environments allowed students to
access them at their convenience and review the content, enhancing learning during this period.
The teachers could experience the possibilities and contributions of TDIC that were
already reported in the literature for Odontology education, even before the pandemic. These
included interactive approaches, the demonstration of concepts and physiological and
pathological phenomena that are difficult to visualize, the development of health education
activities, tele-dental consulting, collaboration between Higher Education Institutions (HEIs)
and healthcare institutions, data sharing for clinical planning, as well as the application of
innovative pedagogical practices (CALDARELLI; HADDAD, 2016).
When reflecting on what is here to stay, in other words, the possible transformations in
dental education based on the experiences during the pandemic, teachers provide essential
insights and considerations for future development.
We learned much during the pandemic, representing a significant shift in our
previously rigid mindset and opening up numerous pathways and possibilities.
It will primarily be in-person when we return, but I will continue to teach
online. The aspect of lessons with guest lecturers and thesis defenses, all of
that is here to stay, it won't change; it has significantly influenced our practices
and expanded our horizons. Internally, we still lack access to technology, but
there will be an improvement with all this progress. We're already trying, for
example, to digitize the necessary patient records, but only come to fruition
now (TEACHER 2, our translation).
We need to continue focusing on learning new technologies and mastering
them better. Some teachers are still not proficient in this area. This must
happen because it brings improvements. For instance, patient management
improved during the pandemic because we developed a system. This system
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didn't exist at the Dental School and should have existed long before because
it's fundamental. It didn't exist, but it does now. Prioritizing patients with
comorbidities is here to stay. Previously, we didn't have this; a certain number
of slots were filled on a first-come, first-serve basis. Now, we will consider
these people and give them more attention (TEACHER 5, our translation).
Some projects were propelled by the lessons learned from the Emergency Remote
Education (ERE), such as creating electronic patient records, a long-standing requirement they
had struggled to implement. Additionally, there's an intent to enhance access to technology and
develop technological expertise. Some educators highlight the hybrid model, consisting of
online theoretical classes and in-person practical sessions, as a potential future for dental
education. This approach could overcome geographical, temporal, and financial challenges
while maintaining student engagement.
Mattos et al. (2020) reported positive outcomes in applying a hybrid methodology in
dental education. However, the authors emphasize the need to enhance the quality of education
by shifting the teaching process towards a more bidirectional and dialogic model, avoiding
using a new model to replicate transmissive practices.
According to Goldstein et al. (2021), creative solutions in dental schools and positive
results were observed in implementing Emergency Remote Education (ERE). They mainly
highlight simulation activities in clinics and laboratories, which were crucial for final-year
students to practice and maintain clinical skills to graduate. Furthermore, these activities
allowed teachers to test new protocols and devices with technology, which could be applied
after schools reopened, generating knowledge and contributions to the academic community
(GOLDSTEIN et al., 2021).
Thus, the pandemic scenario generated instability and opportunities for learning and
mastery of digital technologies, including ways to adapt the remote delivery of clinical skills
education.
According to Goldstein et al. (2021), dental schools should prepare for a potential future
need for social distancing and harness the educational inclusion potential of technology
integration. The authors emphasize the feasibility of a student completing part or all of the first
year of the dental curriculum virtually, potentially reducing travel and housing expenses as well
as institutional structural costs, making the program more accessible to disadvantaged
populations. This would depend on changes in legislation, rules, and university culture
(GOLDSTEIN et al., 2021).
Digital technologies in Dentistry training: Emergency remote education as a revealer of teachers knowledge and practices
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Furthermore, it is essential to consider the findings regarding the pedagogical potential
of digital technologies for the development of more autonomous, problem-based, and dialogic
teaching and learning strategies, promoting the development of communication, digital, and
relational competencies.
Dental schools are responsible for investing in the acquisition and production of
technological devices, student support policies, and teacher training to provide robust and
comprehensive educational experiences for students (MOORE et al., 2021). To do so,
institutions require political, governmental, and financial support.
While recognizing the importance of students as the focus of education, this study
focused on analyzing the teacher's perception as a fundamental agent of change in educational
practices. It is recommended that further research be conducted on this topic to expand
understanding in this area.
Final considerations
This study focused on digital technologies in dental education, assuming the
implementation of remote education during the pandemic as a scenario to discuss teachers'
knowledge and practices. The research showed that the integration of TDIC for implementing
Emergency Remote Education (ERE) mobilized various teacher knowledge obtained
throughout the teachers' personal and professional history, particularly curriculum and subject-
specific knowledge. It also stimulated the development of pedagogical and technological
expertise, with this practice playing a crucial role as an experience that shapes knowledge.
Historically prevalent in Odontology education, traditional and instrumental views of
education and technology were identified. Teacher training and experiential knowledge are
essential to broaden perspectives toward constructing more dialogic, participatory, and
contextually relevant practices aligned with social reality. This orientation directs education
toward a more comprehensive, ethical, humanistic, and socially transformative perspective in
line with national curriculum guidelines.
Regarding the prospects for transforming practices, the research revealed that teachers
who previously used some technologies merely for disseminating information and events at the
institution expanded their focus to more systematic health education activities across various
media. This included the development of networked communication, pedagogical, and
authorship competencies with their students and colleagues. These findings also underscore the
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gaps and challenges institutions face, such as the need for investment in education and the
development of policies that ensure the public university's whole exercise of its social role.
In this way, it is understood that incorporating digital technologies for the continuity of
education demanded adaptations in dental education, which led to changes in actions and agents
and generated knowledge not only about the tools and teaching methods but also produced
reflections on the teaching-learning process as a whole. It reinforces that knowledge is produced
in the daily teaching routine, in a permanent process of reflecting on practice, influencing the
development of new ways of teaching, and undergoing modifications in a dynamic process of
mobilization and knowledge construction (PIMENTA, 2012; TARDIF, 2014).
Finally, it is worth noting that professional teacher knowledge, which arises from action,
exists within a collective framework within the professional culture, is a form of knowledge
that must be public, needs to be published, and cannot remain confined only within educational
institutions, as it does not exist if not publicly exposed (NÓVOA, 2022). In this way, it is hoped
that the results of this study and others will bring valuable contributions to the understanding
of teacher conceptions, practices, and learning and the appreciation of teacher knowledge and
education.
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CRediT Author Statement
Acknowledgements: We express our gratitude to the professor at the School of Dentistry
for their participation in this research.
Funding: Not applicable.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: The study was approved by the Research Ethics Committee of the
university under protocol number 52307721.30000.5286, opinion number 5.077.503, with
due respect to ethical aspects of research involving human subjects.
Data and material availability: Not applicable.
Authors' contributions: Telma de Almeida Souza contributed to the study design, field
research, data production and analysis, and manuscript writing. Taís Rabetti Giannella
contributed to the study design and guidance, data interpretation, and manuscript review.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.