RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17824 1
ESTADO, TRABALHADORES E POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS: A
EDUCAÇÃO BÁSICA NO ESTADO DO PARÁ E AS CONTRADIÇÕES DA
QUALIDADE
1
ESTADO, TRABAJADORES Y POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONALES: LA
EDUCACIÓN BÁSICA EN EL ESTADO DE PARÁ Y LAS CONTRADICCIONES DE LA
CALIDAD
STATE, WORKERS, AND EDUCATIONAL PUBLIC POLICIES: BASIC EDUCATION
IN THE STATE OF PARÁ AND THE CONTRADICTIONS OF QUALITY
Maria Isabel Batista RODRIGUES2
e-mail: r.mariaisabelbatistarodrigues@yahoo.com.br
Gilmar Pereira da SILVA3
e-mail: gpsilva@ufpa.br
Como referenciar este artigo:
RODRIGUES, M. I. B.; SILVA, G. P. Estado, trabalhadores e
políticas públicas educacionais: A educação básica no estado do
Pará e as contradições da qualidade. Revista Ibero-Americana de
Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023016, 2023. e-
ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17824
| Submetido em: 20/08/2022
| Revisões requeridas em: 15/10/2022
| Aprovado em: 22/11/2022
| Publicado em: 01/01/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
O presente trabalho consubstancia pesquisa bibliográfica, em prol de investigação de doutoramento sobre
formação do ser social infantil na contradição capital e trabalho, com foco na experiência de um território
quilombola no Estado do Pará, para o que a discussão do Estado na garantia de direitos e a formação de
trabalhadores são condições importantes para o desenvolvimento da investigação.
2
Universidade Federal do Pará (UFPA), Cametá PA Brasil. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em
Educação na Amazônia (PGEDA/UFPA). Membra do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho e Educação
(GEPTE/UFPA). Bolsista FAPESPA/UFPA.
3
Universidade Federal do Pará (UFPA), Cametá PA Brasil. Coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas
sobre Trabalho e Educação (GEPTE/UFPA). Docente no Programa de Pós-Graduação em Educação na Amazônia
(PGEDA/UFPA) e no Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura (PPGEDUC/UFPA).
Estado, trabalhadores e políticas públicas educacionais: A educação básica no estado do Pará e as contradições da qualidade
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RESUMO: Problematizamos o papel do Estado como provedor de ações públicas para a
garantia da permanência de estudantes nas redes públicas de ensino do Pará, considerando a
qualidade social em oposição à qualidade de avaliações fomentadas pelo Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Trata-se de pesquisa qualitativa, dada a
interlocução da realidade vivida por trabalhadores e o contexto educacional, consistindo em
estudo bibliográfico, a partir de Brito, Oliveira e Silva (2021), versando sobre a formação de
trabalhadores e suas interfaces com o Estado; Araújo (2020), Rodrigues (2007) e Dourado
(2020), tratando de políticas públicas, normatização e gestão da educação. Os resultados
apontam que os condicionantes avaliativos, decorrentes do IDEB, para mensurar a qualidade
da educação básica, não dão conta de entender a dinâmica dos processos formativos de
trabalhadores na Amazônia paraense, tampouco se configuram em indicadores para políticas
públicas em prol da efetiva qualidade da formação desses sujeitos.
PALAVRAS-CHAVE: Políticas Públicas. Educação Básica. Ideb. Sistema Público de Ensino.
Qualidade Educacional. Trabalhadores. Amazônia.
RESUMEN: Problematizamos el papel del Estado como proveedor de acciones públicas para
asegurar la permanencia de los estudiantes en las escuelas públicas de Pará, considerando la
calidad social frente a la calidad de las evaluaciones promovidas por el Índice de Desarrollo
de la Educación Básica (IDEB). Se trata de una investigación cualitativa, dada la interlocución
de la realidad experimentada por los trabajadores y el contexto educativo, que consiste en un
estudio bibliográfico, de Brito, Oliveira e Silva (2021), que trata sobre la formación de los
trabajadores y sus interfaces con el Estado; Araújo (2020), Rodrigues (2007) y Dourado
(2020), que tratan sobre políticas públicas, normalización y gestión de la educación. Los
resultados implican que las condiciones evaluativas resultantes del IDEB, para medir la
calidad de la educación básica, no comprenden la dinámica de los procesos formativos de los
trabajadores en la Amazonía de Pará, ni se configuran como indicadores para políticas
públicas a favor de la calidad efectiva de la formación de estos sujetos.
PALABRAS CLAVE: Políticas Públicas. Educación básica. Ideb. Sistema Público de Enseño.
Calidad Educacional. Trabajadores. Amazonía.
ABSTRACT: We problematize the role of the State as a provider of public actions to ensure
the permanence of students in public school systems in Pará, considering the social quality as
opposed to the quality of assessments promoted by the Basic Education Development Index
(IDEB). This is qualitative research, given the interlocution of the reality experienced by
workers and the educational context, consisting of a bibliographical study based on Brito,
Oliveira, and Silva (2021), dealing with the training of workers and their interfaces with the
State; Araújo (2020), Rodrigues (2007) and Dourado (2020) dealing with public policies,
regulation and management of education. The results point out that the evaluative constraints
arising from the IDEB to measure the quality of basic education are not able to understand the
dynamics of the workers' training processes in the Paraense Amazon, nor are they configured
as indicators of for public policies in favor of the adequate quality of the training of these
subjects.
KEYWORDS: Public Policies. Basic Education. Ideb. Public Education System. Quality
Education. Workers. Amazon.
Maria Isabel Batista RODRIGUES e Gilmar Pereira da SILVA
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 1982-5587
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Introdução
Neste trabalho, problematizamos como as políticas públicas, como ações
governamentais e políticas, integram a comunicação entre Estado e sociedade, fomentando
intervenções necessárias e qualificadas para a oferta da Educação Básica dos jovens
trabalhadores no Estado do Pará, em oposição aos critérios de qualidade oriundos do IDEB,
partindo-se do pressuposto de que não basta garantir somente a vaga de acesso nos processos
de escolarização, sendo necessário promover espaços físicos adequados à formação,
profissionais em números suficiente, meios de acesso à escola, como transporte escolar, por
exemplo, e programa de alimentação escolar, conforme salientam Queiróz, Vale e Santos
(2018).
Trata-se, assim, de uma perspectiva analítica que considera que as políticas públicas
enquanto ações governamentais e políticas perpassam pela reafirmação e compromisso com
uma educação pautada na garantia da igualdade e de oportunidade para todos, o que requer do
Estado efetivar seu papel de provedor de condições necessárias para a concretização da
educação básica enquanto bem cultural e social, conforme destaca Araújo (2020).
Do ponto de vista teórico-metodológico, este trabalho consubstancia-se em uma
pesquisa bibliográfica, com base em Brito, Oliveira e Silva (2021), propiciando discussões
sobre a formação de trabalhadores e suas interfaces com o Estado, Políticas Públicas, Educação
Básica, dando-nos condições para discutir a importância de políticas púbicas para a manutenção
e organização das instituições públicas de ensino no Estado do Pará, considerando a condição
socioeconômica dos sujeitos trabalhadores que necessitam do espaço público como garantia da
educação básica como direito, devendo obrigatoriamente ser ofertado pelo Estado.
Teoricamente, dentre outras referências presentes neste trabalho, destacamos Araújo
(2020), contribuindo com as discussões sobre o Estado como provedor legítimo de condições
para a garantia de direitos sociais, como por exemplo a educação, enquanto que Rodrigues
(2007) trouxe-nos considerações sobre o perfil socioeconômico da demanda dos jovens
trabalhadores que buscam as instituições públicas de ensino como espaço de formação. Por
outro lado, Queiróz, Vale e Santos (2018) contribuíram com as discussões sobre as condições
dos espaços públicos de ensino no Estado do Pará, enfatizando as condições precárias em que
os mesmos se encontram para a oferta da educação básica paraense.
Com igual importância, consultamos também documentos, como a lei estadual
8.846/05/2019 (PARÁ, 2019), que versa sobre a instituição do programa estadual do transporte
escolar no estado do Pará; a resolução 001/2010 (PARÁ, 2010a), que dispõe sobre a
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regulamentação e a consolidação das normas estaduais e nacionais aplicáveis à Educação
Básica no Sistema Estadual de Ensino do Pará e, por fim, o Relatório Estadual da pesquisa
trabalho docente na educação básica no Brasil: [Pará], apontando as necessidades de reformas
e reparos urgentes nas instituições escolares públicas paraenses.
Metodologicamente, enfatizamos que “[...] a importância da pesquisa bibliográfica está
relacionada ao fato de se buscar novas descobertas a partir de conhecimentos elaborados e
produzidos” (BRITO; OLIVEIRA; SILVA, 2021, p. 08), o que possibilitou nossas discussões
em torno do problema de pesquisa proposto neste trabalho, bem como na definição de
categorias como educação escolar pública, educação como direito, políticas públicas e jovens
trabalhadores, de maneira que pudéssemos analisar o caráter da educação pública como um
direito que deve ser garantido com plena condições de funcionamento para a população
brasileira, em especial aos cidadãos que só têm as instituições públicas como meio de acesso a
este direito social.
Considerando a compreensão de um fenômeno social que se apresenta diante de uma
realidade constituída a partir de relações pautadas em experiências e seus contextos, no caso
deste estudo, sobre as políticas públicas, como ações governamentais e políticas no fomento de
intervenções necessárias e qualificadas para a oferta da Educação Básica do jovens
trabalhadores do Estado o Pará, nossas reflexões partem de uma abordagem qualitativa por
permitir que o pesquisador, por meio de suas ações e observações, tenha “[...] uma postura
indagadora em relação aos sujeitos da pesquisa, a fim de compreender a forma como esses
vivenciam e compreendem os seus contextos e experiência (THESING; COSTAS, 2017 p.
1845), que são determinadas pela materialidade diante da vida.
É pesquisa de abordagem qualitativa, também, por assumir uma investigação que se
aproxima do seu objeto de estudo promovendo conhecimento e informação a partir da realidade
vivida por pessoas. De acordo com Chizzotti (2010, p. 26), “[...] as pesquisas qualitativas [...]
não tem um padrão único porque admitem que a realidade é fluente e contraditória e os
processos de investigação dependem do pesquisador sua concepção, seus valores, seus
objetivos”. Portanto, procedimentos prontos não caracterizam a pesquisa qualitativa.
Em termos estruturais, este artigo apresenta, além desta introdução, considerações sobre
a juventude paraense e a situação de desigualdades sociais. Em seguida, promove discussão
sobre o papel do Estado no que tange à garantia de políticas públicas destinadas a promover a
oferta da educação sica com qualidade, considerando os espaços formativos. Prossegue
discutindo a condição da educação básica como direito para os jovens trabalhadores que
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frequentam as instituições públicas de ensino, tendo as mesmas como único espaço de acesso a
esse bem, questionando ações de gestão a partir do IDEB, discutindo critérios avaliativos
padronizados que se configuram em resultados sobre o desempenho dos estudantes da educação
básica, sem considerar suas dinâmicas de vida e as condições para a permanência nos processos
formativos. Por fim, tecemos nossas considerações finais.
A juventude paraense, as desigualdades sociais, o trabalho precoce e a formação
interditada
4
A juventude brasileira, oriunda da classe economicamente desfavorável, tem a sua
trajetória de vida, desde muito cedo, atrelada ao mercado do trabalho, seja ele formal ou
informal. Devido à fragilidade social e à pobreza que lhes circundam a vida, não é muito difícil
optar entre trabalhar e estudar, de maneira que, ao realizar alguma função que lhes tragam a
subsistência, os jovens, embora garantam o próprio sustento ou de sua família, acabam também
tendo que deixar os estudos, como atestam Vendramini et al. (2017, p. 2155): “[...] o trabalho
é um dos elementos relevantes que afetam e concorrem com os estudos e levam ao abandono
escolar”, resultando na o conclusão de seu ciclo de formação e com isso sua qualificação para
além do mercado, restando-lhes o campo da informalidade, do subemprego.
Diante disso, entendemos que a realidade por trás da condição de informalidade torna-
se um impedimento para o usufruto de direitos historicamente conquistados pela classe
trabalhadora, deixando os que vivem nesta dinâmica numa situação de constante instabilidade
como também desproteção, decorrente desta “qualidade de emprego”, caso em que se
enquadram muitos de nossos jovens paraenses. Nessa perspectiva, Loureiro et al. (2017),
considerando o ano de 2014, destacam que 48% do jovens paraenses estão à mercê da
informalidade. A esse respeito, Pereira e Cabral (2019, p. 95) salientam que:
O aumento do número de pessoas empregadas sem carteira assinada se
transveste de solução para o desemprego, escondendo a realidade do
contingente de trabalhadores impedidos de receber quaisquer auxílios
previstos no âmbito da seguridade social, direitos como férias
remuneradas, licença maternidade e décimo terceiro deixam de ser
realidade para muitos dos trabalhadores informais.
De acordo com Loureiro et al. (2017), a informalidade no emprego da força juvenil
paraense, empregada sem carteira assinada, é superior à formalidade; somente 45% dos jovens
4
A tese de uma juventude interditada em suas condições de viver a formação de forma plena, tendo o estudo como
uma forma por si só de trabalho, abstraímos de Frigotto (2004).
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paraenses têm registro em suas carteiras de trabalho, enquanto um percentual maior encontra-
se fora da esfera da seguridade e possivelmente de melhores rendimentos, 48%, fato
consideravelmente negativo para a busca de equidade social no Estado do Pará. E ainda, a média
paraense de jovens na informalidade é superior que a média nacional, que corresponde a um
percentual de 30%, o que pode denotar “[...] uma situação de adversidade e de crescente
necessidade de maior atenção por parte das políticas públicas para esses indivíduos
(LOUREIRO et al., 2017, p. 20).
O setor que mais concentra a informalidade do jovem paraense é a construção civil, por
se entender que a exigência de escolaridade não é um requisito básico, o que não impacta
profundamente da seletividade da força de trabalho. E, assim, os que não possuem formação
escolar completa ou formação para certa atividade têm de alguma maneira maiores
oportunidades de trabalho, mesmo com um salário pouco atrativo, de maneira que, de acordo
com Trindade e Barisão (2019, p. 317), “A aprendizagem no próprio serviço é a tônica da
construção civil no Brasil [...]”, o que significa a negação em processo da formação escolar para
a juventude trabalhadora.
Quanto aos jovens que vivem de salários registrados em carteiras ou contratos, de
acordo com Loureiro et al. (2017), encontram-se na Indústria Extrativista Mineral, com grande
significância de empregabilidade “[...] devido à vocação do Estado para tal atividade”
(LOUREIRO et al., 2017, p. 18), assim como na Indústria de Transformação, no setor do
Comércio e na Administração Pública.
Por conseguinte, a realidade dos responsáveis, os familiares destes jovens que vivem a
relação com o trabalho como possibilidade de sustento, é também marcada pela baixa
escolaridade, decorrente do abandono escolar precoce ocasionado pela necessidade de trabalhar
para manter a existência, fato que também faz com que a informalidade se constitua um
condicionante na vida destas pessoas, conforme Trindade e Fiel (2019, p. 346), para os quais:
[...] um dos motivos para que os trabalhadores do setor informal terem
baixa instrução está ligada à necessidade de inserção precoce no
mercado de trabalho, o que lhes reduzia o tempo de estudos,
culminando em abandono escolar ou descontinuidade.
Assim, esses familiares, por meio de suas atividades laborais, garantem poucos recursos
financeiros para prover o pouco do necessário para sobreviver, por exemplo alimentação,
moradia, o pagamento de luz e água, o que impossibilita assistir seus jovens diante de suas
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necessidades e aspirações, implicando também no imprescindível trabalho dos sujeitos jovens,
conforme Frigotto (2004).
Isto posto, considerando esse quadro da situação da juventude paraense,
problematizamos que a qualidade da formação humana preceituada pelo IDEB, focada numa
minimização curricular, dada a associação do desempenho escolar ao aproveitamento cognitivo
dos estudantes em Língua Portuguesa e Matemática (ALMEIDA; DALBEN; DE FREITAS,
2013), e, por conseguinte, negadora de outras dimensões formativas, como as identidades, as
relações com os territórios
5
e os saberes decorrentes da imersão dos sujeitos nos mundos do
trabalho, para além do mercado, não contempla as experiências formativas vividas na
Amazônia, desconsiderando ainda as desigualdades sociais, tratando de forma igual o que não
o pode ser, principalmente quando entendemos os sujeitos dos processos de escolarização,
como a juventude, no plural juventudes e não no singular “juventude” , no interior de
relações de classe, como disposto por Frigotto (2004, p. 181), para o qual essa categoria
compreende a “[...] unidade do diverso econômico, cultural, étnico, de gênero, de religião etc.”.
Nessa perspectiva, os(as) jovens também das amazônias, dentre as quais aqueles(as)
presentes no estado do Pará, devem ser entendidos como uma unidade do diverso, dadas as
inúmeras peculiaridades de seus territórios, permeados tanto por mediações de primeira como
pelas mediações de segunda ordem do capital (MÉSZÁROS, 2006), sofrendo, pois, impactos
das sociabilidades desse modo de produzir a existência, na particularidade de se constituírem
jovens de origem trabalhadora, posto que, concordando com Frigotto (2004, p. 181):
A juventude deve ser compreendida como uma fração da classe
trabalhadora que vem sendo impedida de vivenciar sua fase de
formação com qualidade, em decorrência de desde cedo estar
submetida, por razões estruturais, ao (des)emprego ou subemprego, a
fim de contribuir com a renda familiar.
Assumimos, assim, as juventudes da Amazônia paraense como uma fração da classe
trabalhadora, sendo definida por sua condição de classe, para a qual a negação dos direitos aos
resultados do trabalho humano, como a educação, o desporto, a cultura, intensifica-se
sobremaneira por ter que vivenciar o trabalho precoce, submetendo-se “[...] ao (des)emprego
5
Compreendemos neste estudo que o território é constituído pelas experiências de vida baseadas nas relações
estabelecidas por diferentes atores sociais e também a natureza dando ênfase a sentimentos e constituição de
identidades representativas de uma cultura peculiar. Neste sentido, concordamos com Boligian; Almeida (2003, p.
241), destacando que o “Território é o espaço das experiências vividas, onde as relações entre os atores, e destes
com a natureza, são relações permeadas pelos sentimentos e pelos simbolismos atribuídos aos lugares. São espaços
apropriados por meio de práticas que lhes garantem uma certa identidade social/cultural”.
Estado, trabalhadores e políticas públicas educacionais: A educação básica no estado do Pará e as contradições da qualidade
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ou subemprego, a fim de contribuir com a renda familiar”, como destaca Frigotto (2004, p.
181), além de receber um tipo de escola sem garantia de funcionamento, pautada por uma
pedagogia de mercado, com base numa pedagogia das competências e da empregabilidade, do
que resulta a esses sujeitos uma culpabilização pelas desigualdades sociais, embora as razões
sejam de ordem estrutural, dada a crise de desemprego decorrente dos interesses do modo de
produção capitalista (FRIGOTTO, 2004).
Isto posto, entendemos que, no contexto paraense, as juventudes, no plural, devem ser
compreendidas, conforme Alves e Araujo (2017), nas diversidades de diferentes territórios,
como os dos rios, bem como os territórios das pequenas, médias e grandes cidades, com suas
periferias, dos mundos campesinos, das comunidades ribeirinhas, extrativistas, quilombolas,
indígenas, pescadores, agricultores rurais, do que resultam diferentes juventudes rurais e
também urbanas, assim como a partir de critérios étnico-raciais e de nero, dentre outros
fatores no interior de relações de classe, depreendendo-se, a partir desses elementos, que essas
juventudes no Pará, quando se consideram, por exemplo, categorias como mercado de trabalho,
educação e relações étnico-raciais, tendem a terem suas vidas mutiladas em direitos
(FRIGOTTO (2004), como apontam Alves e Araujo (2017, p. 162-163):
Considerando a ideia de inserção da juventude paraense no mercado de
trabalho de maneira qualificada, dados do IBGE revelam que ela se de
forma precária, precoce e desqualificada. Observa-se que 43% dos jovens
estão fora da escola assumem, como única perspectiva, a inserção no mercado
de trabalho, como estratégia necessária para sua sobrevivência.
Revela ainda que somente 18% dos jovens entre 18 a 24 anos apenas estudam
e 56% desenvolvem alguma atividade remunerada. A situação tende piorar
quando considera-se a juventude paraense sob um recorte étnico-racial: de
uma forma geral os dados informam que as condições de qualificação e
escolaridade dos jovens negros aprofundam essa condição precarizada.
Diante de um quadro como o salientado por Alves e Araujo (2017), por exemplo, é que
problematizamos a incapacidade de somente a perspectiva avaliativa propugnada por
indicadores do IDEB darem conta de definirem a qualidade da formação da classe trabalhadora,
provocando mais processos de ranqueamentos e desqualificação da escola pública, posto que
centrada numa uniformização de práticas avaliativas que desconsideram a diversidade dos
sujeitos, suas condições sociais, as desigualdades sociais, focando em questões
pretensiosamente educacionais, mas que mantêm as relações de exclusão das juventudes, não
atacando as estruturas de opressão, como salientam Alves e Soares (2013, p. 190, grifo nosso),
para os quais “[...] as escolas devem ser vistas pelo aprendizado de seus alunos - a expressão da
efetivação de sua função social -, mas também pelas condições contextuais para obtenção
Maria Isabel Batista RODRIGUES e Gilmar Pereira da SILVA
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desses resultados”, posto que, destacam ainda os pesquisadores, “Um sistema educacional
pode ser dito de qualidade se suas desigualdades são também consideradas na análise de seu
desempenho”, de maneira que “[...] a qualidade da escola em um único número não contempla
as condições desiguais entre os estabelecimentos de ensino”.
É preciso, pois, combater as desigualdades sociais a que estão submetidas as juventudes
da Amazônia, considerando o Pará, o que implica, de acordo com Frigotto (2004), se opor ao
modo de produção capitalista que se constitui dependente no contexto brasileiro, dissimulando
essas desigualdades, ao defender para as juventudes a tese da empregabilidade e da inserção
precoce no mercado de trabalho, como condição para a melhoria da qualidade de vida, sem se
contrapor às questões estruturantes da opressão da sociedade brasileira.
Do direito à educação básica no Estado do Pará para quem carece da escola pública: a
condição do espaço físico
O sistema público de educação é condição primordial para a formação dos filhos e filhas
de trabalhadores e trabalhadoras que têm as instituições públicas de ensino como o único espaço
para a garantia de acesso a esse “bem público subjetivo”, conforme preconiza a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação (LDB) nº 9394∕ 96 (BRASIL, 1996) quanto à oferta da educação pública
para todos. E diante dessa condição, consideramos que o Estado é o maior responsável pela
oferta da educação com garantia de qualidade social e segurança para todos que dela
necessitam, conforme destaca Araújo (2020, p. 317):
Ao Estado [...] compete assegurar a cada cidadão e a cada cidadã,
independentemente do lugar de nascimento ou moradia, o direito de exigir
educação de qualidade social e, para isso, o Estado deve estar organizado para
cumprir sua responsabilidade.
Compreendemos, porém, que é responsabilidade do Estado, considerando a parcela da
população que carece das instituições públicas como promotoras de uma formação básica, como
condição de direito, estar em permanente diálogo com a sociedade civil, a fim de fomentar
ações sociais que busquem atender aos interesses dos diversos sujeitos sociais que compõem o
cenário do processo de escolarização na educação escolar pública brasileira, dentre os quais
estão os trabalhadores integrando também esta demanda.
Trata-se de posição de gestão importante, principalmente quando compreendemos que
“A demanda por educação escolar pública cresceu significativamente e mudou qualitativamente
com a presença das classes trabalhadoras” (RODRIGUES, 2007, p.150), requerendo do Estado
ações inclusivas quanto ao atendimento de homens e mulheres que dividem seu tempo com o
Estado, trabalhadores e políticas públicas educacionais: A educação básica no estado do Pará e as contradições da qualidade
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fazer do sustento familiar e a busca por uma formação que também poderá estar relacionada ao
enfrentamento da redução das desigualdades sociais que são tão presentes em nosso país, como
destaca relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância UNICEF (2023, p. 25),
Mas de 60% da população de 17 anos vivem na pobreza no Brasil. A pobreza
a que esse dado se refere é mais do que privação de renda. Tem também a ver
com acesso a direitos básicos, como educação, saneamento, água,
alimentação, proteção contra o trabalho infantil, moradia e informação.
Ou seja, a pobreza, decorrente das desigualdades sociais produzidas pelo modo de
produção capitalista, atinge considerável percentual de brasileiros em múltiplas dimensões,
como sociais, educacionais, culturais, econômicas, alimentares, privando crianças e
adolescentes de usufruírem os resultados do trabalho humano, como destaca a UNICEF (2023,
p. 01), considerando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad
Contínua) de 2019:
Em números absolutos, eram cerca de 32 milhões de crianças e adolescentes
em situação de privação no País. Para se ter uma ideia da grandiosidade desse
número, ele corresponde a pouco mais que a soma do total de habitantes das
sete cidades mais populosas do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Essa desigualdade social e econômica, por conseguinte, não é nada favorável para o
usufruto de direitos, como saúde, educação, alimentação e moradia, para milhões de brasileiros
que vivem economicamente em condições desfavoráveis, principalmente quando entendemos
que uma minoria usufrui de um padrão econômico que lhes permite garantir todos os
condicionantes para uma vida extremamente confortável, enquanto uma grande parcela de
crianças e também jovens brasileiros, com faixa etária aproximadamente de 20 anos -
supostamente em idade escolar -, sequer podem vislumbrar o acesso à educação básica, como
um dos direitos garantidos constitucionalmente para todos os cidadãos brasileiros, posto que a
situação de extrema pobreza em que se encontram por si só já denuncia que muitos dos direitos
que o Estado deve garantir são negados a essa parcela significativa de jovens trabalhadores.
Quanto à condição, no processo de escolarização, dos indivíduos que são oriundos do
meio social desfavorável economicamente, a presença do Estado enquanto provedor de ações
sociais efetivas se faz mais urgente, pois é bastante significativa a demanda de sujeitos jovens
que vivem a relação trabalho e formação de forma precária, não raro favorecendo com que,
em muitos casos, optem pela busca da renda familiar, ocasionando, dessa forma, o abandono
escolar que poderá futuramente representar maiores distanciamentos sociais. A esse respeito,
Maria Isabel Batista RODRIGUES e Gilmar Pereira da SILVA
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Guzzo e Filho (2005), no contexto do início da primeira década do século XXI, são bastante
enfáticos ao fazer referência à situação do sujeito trabalhador em face ao cenário educacional
brasileiro.
A evasão escolar e a defasagem idade/série parecem estar diretamente
relacionadas à necessidade de complementação da renda familiar. De acordo
com o IBGE (2000), dos jovens de 15 anos de idade, apenas 16,53% estão na
escola, enquanto 22% trabalham e estudam, 8% estudam, 7% estudam e
estão à procura de emprego e 10% não estudam (GUZZO; FILHO, 2005, p.
03).
Tal constatação foi também observada por Araujo, Rodrigues e Alves (2015), em seus
estudos sobre “[...] indicadores educacionais do ensino médio em municípios da Amazônia
brasileira, observando as variáveis reprovação, aprovação, abandono e distorção idade-série”
(ARAUJO; RODRIGUES; ALVES, 2015, p. 231), considerando dados do INEP referentes aos
anos de 2002, 2007 e 2012, com destaque aos espaços rurais e urbanos, concluindo que, em
virtude da realidade de desigualdades sociais em que “[...] a juventude amazônica se insere
[...]”, a evasão ou a reprovação várias vezes na escola é “[...] reflexo da necessidade imperiosa
de subsistência a partir do trabalho precoce” (ARAUJO; RODRIGUES; ALVES, 2015, p. 257).
Araujo, Rodrigues e Alves (2015, p. 257) também atestaram o disposto por Guzzo e
Filho (2005), mas em pesquisa na Amazônia, sobre a questão de estados como Amazonas e
Pará, região norte, concentrarem, em termos de distorção idade-série, “[...] as maiores
distorções, sendo relevante, neste último estado, a participação dos municípios da região do
Marajó (microrregião paraense que apresenta os piores índices de desenvolvimento humano de
todo o Estado)”. Para Guzzo e Filho (2005, p. 03):
A desigualdade de renda também se configura como parte dos índices de
defasagem idade/série. Regiões como o Norte e o Nordeste (duas regiões que
concentram o maior mero de pobres e miseráveis no país) são as que
apresentam um número maior de pessoas de quatorze anos na situação de
defasagem escolar (89,4% e 89,9 % respectivamente). Mesmo no caso
daquelas regiões consideradas mais ricas, como é o caso do Sul e Sudeste, os
índices de defasagem são altos. Estas duas regiões apresentam, por exemplo,
66,1 e 68,0% respectivamente de alunos na idade de quatorze anos em situação
de defasagem escolar.
Assim, considerando esse contexto de profundas desigualdades socias com reflexos
diretos ao processo educacional, no sentido formal, o presente artigo problematiza que o
movimento das políticas públicas educacionais, que visam ao atendimento do direito à educação
dos jovens trabalhadores no estado brasileiro, deve garantir não somente o acesso, mas a
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permanência e o sucesso dos sujeitos que apresentam uma dinâmica de vida voltada para o
trabalho concomitante à busca de formação, opondo-se à perspectiva de avaliação da qualidade
da educação destinada aos trabalhadores pautada no Indice de Desenvolvimento da Educação
Básica (IDEB), por não considerar a realidade das condições de vida dos estudantes, no
contexto Amazônico, por exemplo.
Entendemos que garantir a permanência dos estudantes implica criar condições para que
eles possam concluir seus estudos, ano a ano, sem que estes tenham que abandoná-lo por conta
de recurso financeiros para o transporte, alimentação ou pela conservação do ambiente
escolar, em termos de estrutura física, não sendo convidativo à presença dos sujeitos em suas
dependências, impossibilitando condições adequadas para aprendizagens, conforme
Vasconcelos et al. (2021).
Trata-se de assegurar um tempo-espaço de estudo nas salas de aula, com condições que
possibilitem aos sujeitos tanto o sentar como o sentirem-se protegidos, dando-lhes maiores
possibilidades para que as aprendizagens relacionadas aos conteúdos científicos aconteçam
mediante a proposição para cada etapa ou série, materializando, desta forma, sua promoção para
séries subsequentes que também pode ser entendida como uma condição de sucesso desses
estudantes em suas vivências escolares.
Em termos legais, entendemos que o direito à educação para os cidadãos brasileiros
crianças, jovens e adultos vem sendo proclamado pela Declaração Universal dos Direitos
Humanos de 10 de dezembro de 1948 (ONU, 1948), passando pela Constituição Federal de
1988 (BRASIL, 1988) até chegar à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96
(BRASIL, 1996), a qual regimenta e normatiza atualmente a educação no território nacional
(SILVA; NUNES, 2019).
Nesses marcos legais, tem-se o entendimento de que a educação é um direito subjetivo,
sendo dever da família e do estado, ora do estado e da família, a oferta deste bem público à
população, independente de cor, credo, raça e posicionamento político.
Fica subtendido também que sua oferta ocorrerá em espaços públicos e privados de
modo a garantir a segurança e a promoção do ensino e aprendizagem para todos que dela
participam e necessitam, conforme a LDB 9394/96 (BRASIL, 1996). Assim, entra no cenário
o sistema público de educação como provedor deste bem público como um direito social em
um ambiente seguro e organizado, que possa promover a aprendizagem de forma satisfatória,
ou seja, com garantia de padrão de qualidade (BRASIL, 1996), considerando que este padrão
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“[...] muda no tempo e no espaço, pois está relacionado aos projetos de sociedade de cada época,
e adotado pela educação brasileira (FRANÇA; ALVES; DUARTE, 2022, p. 2708).
Assim, diante do conhecimento de que a educação básica é legislada como um direito
público subjetivo e sua oferta necessariamente deve ocorrer gratuitamente nas instituições
públicas de ensino, a mesma passa a configurar-se como um interesse coletivo, considerando
sua representatividade como patrimônio cultural que tende a se fazer presente diante da
formação das gerações que se sucedem na sociedade brasileira, sendo imprescindível, portanto,
a atuação do poder público para a sua realização. De acordo com Duarte (2004, p. 115):
O importante é perceber que a implantação de um sistema público adequado
de educação interessa não apenas aos beneficiários diretos do serviço (alunos),
mas à coletividade, já que a educação escolar constitui um meio de inserir as
novas gerações no patrimônio cultural acumulado pela humanidade, dando-
lhe continuidade.
No Estado do Pará, o sistema público educacional não se faz diferente, em termos de
interesses, visto que a demanda que busca os espaços públicos para vislumbrar a formação no
contexto da educação básica é bem significativa. Segundo dados obtidos no Resumo Técnico
do Estado do Pará (BRASIL, 2019), são aproximadamente 2,3 milhões de estudantes ocupando
as instituições de ensino, que, não rara vezes, apresentam condições desfavoráveis para acolher
parte de uma coletividade que prima pela continuidade de seu patrimônio cultural, como
apontam dados do Censo Escolar 2017 (BRASIL, 2018). Com base nesta questão, Queiróz,
Vale e Santos (2018, p. 566) salientam que:
De acordo com as informações socioeconômicas contidas no SISPAE-2014,
as condições objetivas das unidades de ensino visando à promoção da
escolarização pública no Estado do Pará são insatisfatórias para assegurar a
qualidade na aprendizagem dos alunos, considerando que as condições
ambientais das escolas refletem fragilidade relativa à higiene, segurança,
conforto, acessibilidade etc.
Na mesma linha de observação, a partir do Relatório Estadual da pesquisa trabalho
docente na educação básica no Brasil: [Pará], na primeira dezena do século XXI nota-se que
“[...] grande parte das escolas necessitam de reformas e reparos nas instalações e muitas não
possuem bibliotecas e laboratórios” (PARÁ, 2010b, p. 27). O relatório ainda é mais enfático ao
apontar que:
Exatas 816 escolas, ou 67,11% do total dos estabelecimentos estaduais,
esperam por reformas. Os prédios estão com telhados e paredes
comprometidos, banheiros interditados por falta de manutenção na rede
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hidráulica, ventiladores não funcionam e o número de carteiras nem sempre é
suficiente (PARÁ, 2010b, p. 30).
Isso demonstra que a condição que se encontra, em termos de estrutura física, a oferta
da educação básica pública no Estado do Pará não possibilita aos seus interessados usufruir da
educação com princípios pautados na qualidade social
6
que tanto se almeja para uma formação
comprometida com a integridade de filhas e filhos da classe trabalhadora que se fazem presentes
nesses espaços e que têm os mesmos como única condição de ampliação de seu patrimônio
cultural.
E ainda tal condição vai ao encontro com o preconizado na Resolução Nº 001/2010
(PARÁ, 2010a, p. 5), que regulamenta e consolida as normas aplicáveis à Educação Básica no
Estado do Pará, no Art. 8º, alíneas II, dispondo da condição da sala de aula, considerando o
seguinte registro: “oferta de salas de aula que atendam a padrões de qualidade de iluminação e
ventilação estabelecidos pelos órgãos nacionais de controle e vigilância sanitária”.
Diante desse quadro, entendemos que o Estado, por meio de ações públicas, deve buscar
se fazer mais atuante no sentido de garantir condições apropriadas nos estabelecimentos oficiais
de ensino para que o direito à educação básica venha a ser vivenciado por todos seus usuários,
em especial, os estudantes. É dever do Estado garantir “insumos indispensáveis ao
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem” (EYNG; PACIEVITCH, 2015, p. 134),
sendo que dar dignidade aos espaços físicos institucionais de ensino aprendizagem, ao nosso
entender, efetiva-se em condições de aprendizagens significativas e ao mesmo tempo
proporciona vivências respeitosas e democráticas.
Nessa perspectiva, entendemos que estudar em um ambiente pensado e organizado para
fins de ações educativas é respeitar os sujeitos na sua integridade, pois o sentimento de
segurança, proteção e conforto serão vivenciados no cotidiano escolar e esta passa a transforma-
se num espaço convidativo e acolhedor para diferentes formas de pensar, de acordo com
Vasconcelos et al. (2021).
Condições estas que podem materializar-se em meios para promover a permanência dos
sujeitos trabalhadores em seus processos formativos diante de uma educação de qualidade e
com condições de oportunidade para todos, partindo-se do pressuposto, conforme Gusmão
6
A educação pautada nos princípios da qualidade social “[...] é aquela que atenta para um conjunto de elementos
e dimensões socioeconômicas e culturais que circundam o modo de viver e as expectativas das famílias e de
estudantes em relação à educação; que buscam compreender as políticas governamentais, os projetos sociais e
ambientais em seu sentido político, voltados para o bem comum; que luta por financiamento adequado, pelo
reconhecimento social e valorização dos trabalhadores em educação; que transforma todos os espaços físicos em
lugar de aprendizagens significativas e de vivências efetivamente democráticas” (SILVA, 2009, p. 223).
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(2013, p. 304), de que “[...] a democratização da educação, assim como a melhoria da qualidade
da educação, são primordialmente processos políticos, amplos, na medida em que são
realizáveis por meio de políticas públicas”.
Neste sentido, a ampliação das políticas públicas remete-nos a uma importância ímpar
quanto ao fortalecimento dos espaços da escola pública para que mais e mais sujeitos possam
consolidar uma formação que assegure seus direitos no que concerne ao processo de ensino e
aprendizagem, assim como quanto ao bem-estar da classe trabalhadora do Estado do Pará,
opondo-se às perspectivas de gestão focadas em metas quantitativas definidas pelos organismos
internacionais, que buscam olhar para o sujeito como matéria para o desenvolvimento
econômico e social, o que significa, em nosso entender, no mínimo negligenciar um conjunto
de condições necessárias para assegurar o bem-estar de todos como um direito a ser garantido
pelo Estado, partindo-se do pressuposto, de acordo com Silva (2019, p.258), de que a “luta
pelos direitos humanos significa buscar melhor qualidade de vida para os brasileiros”.
Os caminhos percorridos pelos estudantes paraenses até a rede pública de ensino: o que o
IDEB não informa
A natureza do IDEB
7
(Indice de Desenvolvimento da Educação Básica), histórica e
ideologicamente construída, consiste em ser mais uma ação propositiva de regulação da
educação básica pública no Brasil. Sendo um indicador de qualidade da educação voltado para
resultados, fica pouco compreensível, dessa forma, que o mesmo se configure como um
parâmetro de informação referente à qualidade da educação brasileira, uma vez que não busca
fomentar meios para que se possam conhecer as condições objetivas de existência dos
estudantes que estão nas instituições públicas brasileiras. Pois, o IBED pauta-se em estabelecer
um ranking padronizado sobre o desempenho escolar do aluno, sem levar em consideração o
nível socioeconômico e cultural destes sujeitos.
Entendemos, pois, que uma educação de qualidade não está atrelada a quantitativos de
notas, mas compreende também “condições de vida da população, capital econômico, cultural
e social das famílias dos alunos, entorno social da escola, distribuição de renda, violência, entre
outros” (MACHADO; ALAVARSE; OLIVEIRA, 2015, p. 339). Ou seja, os sujeitos que estão
nas instituições de ensino são resultados de fatores extraescolares também, o que deveria ser
7
O IDEB é parte integrante do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e do Plano de Metas Compromisso
Todos pela Educação (Decreto n.º 6.094/07), sendo um dispositivo legal que coloca em ação as 28 propostas
contidas no PDE, cujo eixo principal é a qualidade educacional, bem como a mobilização social para atingir as
metas estabelecidas pelo plano. (CHIRINÉA; BRANDÃO, 2015, p. 462).
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um aspecto relevante na constituição de padrões de avaliação de larga escala, de maneira a
contribuir com a melhoria das condições de formação da classe trabalhadora.
Considerando que o entendimento de qualidade enfatizado pelo IDEB é mensurado por
um “[...] estabelecimento de rankings com os melhores e piores resultados, tanto de sistemas de
ensino como de escolas públicas e particulares” (CHIRINÉA; BRANDÃO, 2015, p. 462), e não
nas condições objetivas de vida dos sujeitos que estão no espaço escolar, fica em evidência que
a qualidade pensada para a educação passa a ser substanciada de uma visão economicista que
busca atender aquilo que o mercado necessita e também de forma pretenciosa visa tirar a
responsabilidade do Estado como provedor de meios para garantir a qualidade de ensino. Para
Dourado (2020, p. 11-12),
[...] é fundamental não perder de vista que as políticas educacionais, como
expressão da materialização da ação do Estado/Governo, são mediadas pelo
contexto sociocultural mais amplo, bem como pelas regulamentações,
regulações e dinâmicas de financiamento, de avaliação e de gestão, nem
sempre circunscritas à dimensão educacional, mas, certamente, resultantes de
macro processos que impactam as políticas públicas, sobretudo a partir de
políticas de ajustes fiscal, que objetivam reduzir o papel do Estado no tocante
a essas políticas e seus desdobramentos.
Conhecer, pois, em que condições os estudantes da rede pública de ensino chegam à
escola, com suas condições socioeconômicas diversas, seus saberes também diversos e
importantes, necessariamente poderia contribuir para a constituição de políticas públicas para a
melhoria da qualidade de vida dos estudantes e consequentemente seu desempenho escolar, não
minimizando o papel do Estado diante de suas responsabilidades sociais, principalmente
quando consideramos, no contexto paraense, que a realidade que permeia a vida dos estudantes
em seus percursos até a escola é das mais diversas e exaustivas, como os barcos lotados de
estudantes em direção às escolas ribeirinhas e as grandes distâncias realizadas a pé nas escolas
do campo, assim como nas cidades, sendo fatores marcantes na trajetória desses sujeitos que na
maioria das vezes já chegam à sala de aula cansados, exaustos, o que pode implicar momentos
de desproveitos para aprendizagem. A esse respeito, Pantoja (2019, p. 26) discorre que:
Além do deslocamento fluvial, os alunos percorrem distâncias relevantes para
chegarem às escolas, o que lhes causa, geralmente, exaustão devido ao fato de
o fazerem, via de regra, a pé. Chegam ao destino, muitas vezes, suados e
cansados, o que desfavorece, inclusive, os momentos iniciais das
aprendizagens.
Portanto, um padrão único de avaliação, nas características do IDEB, pouco tem sentido
diante dos condicionantes de vida dos estudantes da educação básica, que por conta da sua
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materialidade de vida são submetidos às intempéries diárias para se fazerem presentes nas
unidades públicas de ensino. Os estudantes ribeirinhos, por exemplo, necessitam diariamente
de embarcações para poderem ter acesso à escola, “[...] atravessam o rio, de segunda a sexta-
feira, para realizarem uma das atividades mais importantes que existe: estudar” (PANTOJA,
2019, p. 25), e nem sempre esses meios de transportes estão disponíveis diariamente para a
condução dos mesmos, ocasionando, dessa forma, faltas frequentes desses estudantes às
escolas, o que consequentemente compromete suas aprendizagens.
Situações como falta de pagamento dos transportes que são contratados pelo poder
público são ainda um dos condicionantes que fazem com que os alunos fiquem sem condições
de chegarem às escolas e consequentemente deixem de ter acesso aos conteúdos científico-
escolares trabalhados nas mais diversas disciplinas escolares. Pantoja (2019, p. 20) comenta
que:
[...] quando o governo estadual não efetua o pagamento correto dos
barqueiros, estes fazem greves, o que inviabiliza o processo de aprendizagem
dos alunos, uma vez que eles ficam impossibilitados de chegarem até Belém
e voltarem às suas localidades.
Diante dessa situação, destacamos que a garantia do transporte para alunos da rede
pública de ensino no estado do Pará é instituída na Lei n. 8.846, de 9 de maio de 2019, pelo
Programa Estadual do Transporte Escolar no Estado do Pará - PETE/PA (PARÁ, 2019, p. 01),
quando em seu artigo primeiro em consonância com seu parágrafo primeiro registra que:
Art. Fica instituído o Programa Estadual do Transporte Escolar no Estado
do Pará - PETE/PA, no âmbito da Secretaria de Estado de Educação - SEDUC,
com o objetivo de garantir transporte escolar de alunos de ensino fundamental,
ensino médio, e educação de jovens e adultos da rede pública estadual, por
meio de assistência financeira aos municípios, observadas as disposições desta
Lei. § Poderão, também, ser transferidos recursos do PETE/PA aos
municípios que comprovarem a realização de transporte escolar de alunos
matriculados no ensino fundamental, ensino médio, educação de jovens e
adultos, residentes em área rural de seu território para escola da rede pública
estadual localizada em outro município, mediante a avaliação de real
necessidade pela SEDUC.
Mesmo sendo garantido por lei, entretanto, muitos estudantes acabam sendo
desassistidos por este serviço primordial que acesso às instituições públicas de ensino,
entendendo que a falta de transporte escolar significa ausência em sala de aula, fato que não
contribui para a “preparação” desses sujeitos para a realização de um simples ao mais complexo
momento de avaliação.
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Contudo, a condição socioeconômica desses estudantes não é mensurada como
elemento constitutivo para avaliar o “bom” desempenho ou o “mau” desempenho dos mesmos
na rede pública de ensino no Estado do Pará e consequentemente a qualidade da educação,
como apontado por Alves e Soares (2013). Não se busca saber quem são, de onde vêm e como
vêm, bem como em que condições vivem. Ou seja, estes e outros condicionantes de vida
poderiam ser elementos de grande relevância para se considerar o avaliar a qualidade em
educação destinada à classe trabalhadora na Amazônia paraense, de modo a se construírem
políticas públicas que garantam a permanência de jovens e adultos em seus processos
formativos, com qualidade social.
No Pará, contudo, os investimentos na educação básica, em termos de ensino médio,
por exemplo, têm diminuído, provocando a diminuição do trabalho docente real, a construção
de novas escolas, com alimentação e transporte escolar para as juventudes, em prol de formação
por meio de um sistema educacional interativo, precarizando a formação dos jovens, conforme
aponta Ladislau (2022) em seu estudo, a partir do Marajó, sobre o ensino médio interativo por
meio do Sistema Educacional Interativo do Governo do Estado, eliminando-se, assim,
condições para a interação professor-aluno, os espaços de vivência escolar, posto que a
formação passa a ser generalizada, a partir de um mal uso das novas tecnologias educacionais.
Considerações finais
São diversas e adversas as realidades vividas pelos jovens brasileiros trabalhadores,
sendo que, para muitos destes, as instituições públicas de ensino são muito representativas em
sua formação escolar, configurando-se como o único espaço do qual podem lançar mão de
forma gratuita para garantir no mínimo a educação básica que é prescrita nas leis como um bem
a ser usufruído no território nacional por todos. O direito a uma educação de qualidade é
também uma dimensão da cidadania diante de realidades tão díspares.
Todavia, pensar na qualidade da educação é levar em consideração não somente os
meios que possam desenvolver o aspecto cognitivo presente na condição humana dos sujeitos,
como pretensamente vem sendo proposto a partir de avaliações do IDEB, mas considerar as
diversidades de contextos nos quais as instituições escolares estão inseridas, como também
considerar a realidade da comunidade escolar que as constitui, de maneira que o direito à
educação assista a todos, sem distinção do lugar de onde vêm ou estão.
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Uma educação de qualidade deve estar pautada também na orientação de que para os
sujeitos se desenvolverem plenamente é necessária uma série de condições que os perpassam
por considerar as dimensões socioeconômicas e culturais dos jovens que precisam da escola
pública até mesmo como uma oportunidade de redução das desigualdades sociais. Assim, cabe
ao Estado prover ações públicas que precisam se materializar em garantia de espaço físico
estruturado até os mais salutares meios para o acesso dos jovens em condições desfavoráveis
economicamente, que representam 40% da população brasileira.
Ofertar escolas públicas com números de carteiras suficientes, garantir salas de aulas
ventiladas e iluminadas, disponibilizar bibliotecas com um acervo amplo, equipar laboratórios,
são meios de fortalecer as instituições públicas e de certa forma promover um ensino público
mais democrático, de modo que um número maior de jovens trabalhadores possam sentir o
prazer em estar nelas, com o intuito de concluir o seu percurso na educação básica,
considerando que isso possa vir a amenizar os condicionantes das disparidades sociais que
neste segmento da população brasileira. É preciso que o Estado enquanto provedor e
mantenedor da educação como bem público e subjetivo se sinta mais responsável pelo acesso,
permanência e sucesso dos sujeitos que estão sob sua jurisdição, no caso aqui de nossas análises,
no estado do Pará, jovens e adultos trabalhadores.
Diante dos condicionantes geográficos dos jovens estudantes paraenses, o transporte
escolar também é um meio imprescindível para que eles tenham acesso frequente às instituições
de ensino. Portanto, é um condicionante que carece de grande atenção, o que não vem
acontecendo, por parte das políticas públicas pensadas para a qualidade da educação no Estado
do Pará, como destacado ao longo deste trabalho (CARMO; CUNHA; PRAZERES, 2020).
Diante desse cenário, entendemos que dados quantitativos, por meio do IDEB, não são
representativos para avaliar a educação que é ofertada nas instituições públicas de ensino do
Pará, posto que se faz numa condição de extrema carência favorecida por ações públicas
insuficientes para garantir dignidade aos estudantes trabalhadores, nem mesmo nos seus
espaços físicos.
O dia a dia dos estudantes que buscam as instituições públicas de ensino é marcado por
uma série de violações de seus direitos, de espaços físicos precários à falta de transporte, sendo
uma realidade vivida que precisa ser considerada quando se fala em padrões avaliativos para a
educação dos jovens que vivem em condições econômicas não favoráveis e que faz com que
estes não desfrutem de uma formação plena.
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O engajamento do Estado por meios de políticas públicas precisa acontecer em simetria
com a ampliação de investimentos financeiros, uma vez que o quantitativo de recursos
destinados para tais fins parecem não ser suficientes, conforme Monteiro (2021), considerando
a realidade de um Estado com uma população estimada de 8.777.124 (oito milhões, setecentos
e setenta e sete mil, cento e vinte e quatro) habitantes (IBGE, 2021), distribuídos nos seu 143
municípios, com a diversidade em seus territórios que se entrelaçam em meios as florestas
densas, rios(ilhas) e estradas.
Não menos importante está o fato de que a precarização da formação dos jovens na
Amazônia decorre da forma como as escolas são concebidas no modo de produção capitalista,
contribuindo para a sua reprodução, de maneira que a “[...] dualidade educacional e os
obstáculos de acesso e permanência produzidos por essa escola repercutem intensamente sobre
a população mais pobre” (ARAUJO; RODRIGUES; ALVES, 2015, p. 256).
Consideramos de primordial importância que os investimentos em políticas
socioeducacionais estejam na pauta de prioridade das políticas sociais e que estas possam
considerar a amplitude desse espaço e suas diversas necessidades, como apontado por Monteiro
(2021). Mas também entendemos que a formação aos trabalhadores no Pará, para além do
previsto pelo IDEB, com as avaliações determinando metodologias, procedimentos de ensino,
práticas pedagógicas e de gestão, deve considerar a realidade de trabalho por eles experienciada,
seus tempos-espaços de formação, seus cotidianos de saberes, sob pena de lhes fragmentarem
e minimizarem os processos formativos, desconsiderando seus territórios, modos de vida, como
elementos determinantes de classe, como o que estamos a analisar, em pesquisa de doutorado,
não objeto do presente trabalho, sobre o processo de formação de crianças, em comunidade
quilombola, para as quais o Estado tem papel importante na configuração de políticas
educacionais amplas e integradoras entre escola e vida, com a garantia de que possam viver a
infância, os estudos, a comunidade, em oposição ao trabalho precoce, infantil, sendo
compreendidas em seus processos formativos, muito para além das avaliações em larga escala,
que parametrizam a formação, sob lógica de mercado.
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REFERÊNCIAS
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política educacional. Revista Educ. Soc., Campinas, v. 34, n. 125, p. 1153-1174, out./dez.
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DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17824 26
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Agradecimentos à Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e
Pesquisas FAPESPA , Estado do Pará, a partir das mediações da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-
Graduação PROPESP da Universidade Federal do Pará UFPA pela concessão de bolsa que
permite o desenvolvimento da pesquisa, com o título Formação do ser social infantil na
contradição capital e trabalho: experiência no território quilombola Mupi-Torrão, por meio do
doutorado realizado no Programa de Pós-Graduação em Educação na Amazônia PGEDA/UFPA,
Associação Plena em Rede, polo Belém. Agradecimentos também ao prof. Dr. Gilmar Pereira da
Silva pelo processo de orientação no doutorado em desenvolvimento.
Financiamento: Sim. Bolsa de pesquisa concedida pela Fundação Amazônia de Amparo a
Estudos e Pesquisas FAPESPA do Estado do Pará, a partir de interlocução com a Pró-
Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação PROPESP da Universidade Federal do Pará
UFPA.
Conflitos de interesse: Não há.
Aprovação ética: Tratando-se de pesquisa bibliográfica, seguiram-se os procedimentos de
referenciação dos materiais consultados.
Disponibilidade de dados e material: Não há.
Contribuições dos autores: Maria Isabel Batista Rodrigues, discutindo questões de
Estados, políticas públicas e suas relações com a realidade vivida pelos sujeitos estudantes
no Estado Pará, bem como a condição juventude trabalhadora no Pará; Gilmar pereira da
Silva, refletindo sobre trabalho e educação na Amazônia paraense e seus desdobramentos
diante de políticas públicas destinadas para a região, com foco para a formação de
trabalhadores.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17824 1
ESTADO, TRABAJADORES Y POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONALES: LA
EDUCACIÓN BÁSICA EN EL ESTADO DE PARÁ Y LAS CONTRADICCIONES DE
LA CALIDAD
1
ESTADO, TRABALHADORES E POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS: A
EDUCAÇÃO BÁSICA NO ESTADO DO PARÁ E AS CONTRADIÇÕES DA
QUALIDADE
STATE, WORKERS, AND EDUCATIONAL PUBLIC POLICIES: BASIC EDUCATION
IN THE STATE OF PARÁ AND THE CONTRADICTIONS OF QUALITY
Maria Isabel Batista RODRIGUES2
e-mail: r.mariaisabelbatistarodrigues@yahoo.com.br
Gilmar Pereira da SILVA3
e-mail: gpsilva@ufpa.br
Cómo hacer referencia a este artículo:
RODRIGUES, M. I. B.; SILVA, G. P. Estado, trabajadores y
políticas públicas educacionales: La educación básica en el estado
de Pará y las contradicciones de la calidad. Revista Ibero-
Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00,
e023016, 2023. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17824
| Presentado en: 20/08/2022
| Revisiones requeridas en: 15/10/2022
| Aprobado en: 22/11/2022
| Publicado en: 01/01/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Ejecutivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
El presente trabajo encarna la investigación bibliográfica, a favor de la investigación doctoral sobre la formación
del ser social infantil en la contradicción del capital y el trabajo, centrándose en la experiencia de un territorio
quilombola en el Estado de Pará, para lo cual la discusión del Estado en la garantía de los derechos y la formación
de los trabajadores son condiciones importantes para el desarrollo de la investigación.
2
Universidad Federal de Pará (UFPA), Cametá PA Brasil. Estudiante de doctorado en el Programa de Posgrado
en Educación en la Amazonia (PGEDA/UFPA). Miembro del Grupo de Estudios e Investigación sobre Trabajo y
Educación (GEPTE/UFPA). Becario FAPESPA/UFPA.
3
Universidade Federal do Pará (UFPA), Cametá PA Brasil. Coordinador del Grupo de Estudios e Investigación
sobre Trabajo y Educación (GEPTE/UFPA). Profesor en el Programa de Posgrado en Educación en la Amazonía
(PGEDA/UFPA) y el Programa de Posgrado en Educación y Cultura (PPGEDUC/UFPA).
Estado, trabajadores y políticas públicas educacionales: La educación básica en el estado de Pará y las contradicciones de la calidad
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17824 2
RESUMEN: Problematizamos el papel del Estado como proveedor de acciones públicas para
asegurar la permanencia de los estudiantes en las escuelas públicas de Pará, considerando la
calidad social frente a la calidad de las evaluaciones promovidas por el Índice de Desarrollo de
la Educación Básica (IDEB). Se trata de una investigación cualitativa, dada la interlocución de
la realidad experimentada por los trabajadores y el contexto educativo, que consiste en un
estudio bibliográfico, de Brito, Oliveira e Silva (2021), que trata sobre la formación de los
trabajadores y sus interfaces con el Estado; Araújo (2020), Rodrigues (2007) y Dourado (2020),
que tratan sobre políticas públicas, normalización y gestión de la educación. Los resultados
implican que las condiciones evaluativas resultantes del IDEB, para medir la calidad de la
educación básica, no comprenden la dinámica de los procesos formativos de los trabajadores
en la Amazonía de Pará, ni se configuran como indicadores para políticas públicas a favor de
la calidad efectiva de la formación de estos sujetos.
PALABRAS CLAVE: Políticas Públicas. Educación Básica. Ideb. Sistema Público de Enseño.
Calidad Educacional. Trabajadores. Amazonía.
RESUMO: Problematizamos o papel do Estado como provedor de ações públicas para a
garantia da permanência de estudantes nas redes públicas de ensino do Pará, considerando a
qualidade social em oposição à qualidade de avaliações fomentadas pelo Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Trata-se de pesquisa qualitativa, dada a
interlocução da realidade vivida por trabalhadores e o contexto educacional, consistindo em
estudo bibliográfico, a partir de Brito, Oliveira e Silva (2021), versando sobre a formação de
trabalhadores e suas interfaces com o Estado; Araújo (2020), Rodrigues (2007) e Dourado
(2020), tratando de políticas públicas, normatização e gestão da educação. Os resultados
apontam que os condicionantes avaliativos, decorrentes do IDEB, para mensurar a qualidade
da educação básica, não dão conta de entender a dinâmica dos processos formativos de
trabalhadores na Amazônia paraense, tampouco se configuram em indicadores para políticas
públicas em prol da efetiva qualidade da formação desses sujeitos.
PALAVRAS-CHAVE: Políticas Públicas. Educação Básica. Ideb. Sistema Público de Ensino.
Qualidade Educacional. Trabalhadores. Amazônia.
ABSTRACT: We problematize the role of the State as a provider of public actions to ensure
the permanence of students in public school systems in Pará, considering the social quality as
opposed to the quality of assessments promoted by the Basic Education Development Index
(IDEB). This is qualitative research, given the interlocution of the reality experienced by
workers and the educational context, consisting of a bibliographical study based on Brito,
Oliveira, and Silva (2021), dealing with the training of workers and their interfaces with the
State; Araújo (2020), Rodrigues (2007) and Dourado (2020) dealing with public policies,
regulation and management of education. The results point out that the evaluative constraints
arising from the IDEB to measure the quality of basic education are not able to understand the
dynamics of the workers' training processes in the Paraense Amazon, nor are they configured
as indicators of for public policies in favor of the adequate quality of the training of these
subjects.
KEYWORDS: Public Policies. Basic Education. Ideb. Public Education System. Quality
Education. Workers. Amazon.
Maria Isabel Batista RODRIGUES y Gilmar Pereira da SILVA
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023016, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17824 3
Introducción
En este trabajo, problematizamos cómo las políticas públicas, como las acciones
gubernamentales y políticas, integran la comunicación entre el Estado y la sociedad,
fomentando intervenciones necesarias y calificadas para la provisión de Educación Básica de
jóvenes trabajadores en el Estado de Pará, en oposición a los criterios de calidad derivados
del IDEB, partiendo del supuesto de que no basta con garantizar sólo la vacante de acceso en
los procesos escolares, es necesario promover espacios físicos aptos para la formación,
profesionales en número suficiente, medios de acceso a la escuela, como el transporte escolar,
por ejemplo, y el programa de alimentación escolar, como lo enfatizan Queiróz, Vale y Santos
(2018).
Es, por lo tanto, una perspectiva analítica que considera que las políticas públicas como
acciones gubernamentales y políticas impregnan la reafirmación y el compromiso con una
educación basada en la garantía de igualdad y oportunidad para todos, lo que requiere que el
Estado implemente su papel como proveedor de las condiciones necesarias para la realización
de la educación básica como un bien cultural y social, como señala Araújo (2020).
Desde el punto de vista teórico-metodológico, este trabajo se basa en una investigación
bibliográfica, basada en Brito, Oliveira e Silva (2021), proporcionando discusiones sobre la
formación de los trabajadores y sus interfaces con el Estado, Políticas Públicas, Educación
Básica, dándonos condiciones para discutir la importancia de las políticas públicas para el
mantenimiento y organización de las instituciones educativas públicas en el Estado de Pará,
considerando el nivel socioeconómico de los trabajadores que necesitan el espacio público
como garantía de la educación básica como un derecho, y debe ser ofrecido por el Estado.
Teóricamente, entre otras referencias presentes en este trabajo, destacamos Araújo
(2020), contribuyendo a las discusiones sobre el Estado como proveedor legítimo de
condiciones para la garantía de los derechos sociales, como la educación, mientras que
Rodrigues (2007) nos trajo consideraciones sobre el perfil socioeconómico de la demanda de
los trabajadores jóvenes que buscan instituciones educativas públicas como espacio de
formación. Por otro lado, Queiróz, Vale y Santos (2018) contribuyeron a las discusiones sobre
las condiciones de los espacios de educación blica en el Estado de Pará, enfatizando las
condiciones precarias en las que se encuentran para la provisión de educación básica en Pará.
Con igual importancia, también consultamos documentos, como la ley estatal
8.846/05/2019 (PARÁ, 2019), que trata sobre el establecimiento del programa estatal de
transporte escolar en el estado de Pará; resolución 001/2010 (PARÁ, 2010a), que prevé la
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regulación y consolidación de las normas estatales y nacionales aplicables a la Educación
Básica en el Sistema Educativo Estatal de Pará y, finalmente, el Informe Estatal de la
investigación del trabajo docente en educación básica en Brasil: [Pará], señalando la necesidad
de reformas y reparaciones urgentes en las instituciones de las escuelas públicas de Pará.
Metodológicamente, destacamos que "[...] la importancia de la investigación
bibliográfica está relacionada con el hecho de buscar nuevos descubrimientos basados en
conocimientos ya elaborados y producidos" (BRITO; OLIVO; SILVA, 2021, p. 08, nuestra
traducción), que permitió nuestras discusiones sobre el problema de investigación propuesto en
este estudio, así como en la definición de categorías como educación en escuelas públicas,
educación como derecho, políticas públicas y trabajadores jóvenes, para que pudiéramos
analizar el carácter de la educación pública como un derecho que debe garantizarse con
condiciones de trabajo plenas para la población brasileña, ciudadanos que sólo tienen
instituciones públicas como medio de acceso a este derecho social.
Considerando la comprensión de un fenómeno social que se presenta frente a una
realidad constituida a partir de relaciones basadas en experiencias y sus contextos, en el caso
de este estudio, en políticas públicas, como acciones gubernamentales y políticas en la
promoción de intervenciones necesarias y calificadas para la provisión de Educación Básica de
jóvenes trabajadores del Estado de Pará, Nuestras reflexiones parten de un enfoque cualitativo
porque permite al investigador, a través de sus acciones y observaciones, tener "[...] una postura
inquisitiva en relación con los sujetos de investigación, con el fin de comprender cómo
experimentan y comprenden sus contextos y experiencias (TESIS; COSTAS, 2017 p. 1845,
nuestra traducción), que están determinados por la materialidad antes de la vida.
Es una investigación cualitativa, también, porque asume una investigación que se acerca
a su objeto de estudio promoviendo el conocimiento y la información desde la realidad vivida
por las personas. Según Chizzotti (2010, p. 26, nuestra traducción), "[...] La investigación
cualitativa [...] no tiene un estándar único porque admiten que la realidad es fluida y
contradictoria y los procesos de investigación dependen del investigador: su concepción, sus
valores, sus objetivos". Por lo tanto, los procedimientos listos para usar no caracterizan la
investigación cualitativa.
En términos estructurales, este artículo presenta, además de esta introducción,
consideraciones sobre los jóvenes de Pará y la situación de las desigualdades sociales. Luego
promueve la discusión sobre el papel del Estado en la garantía de políticas públicas orientadas
a promover la provisión de educación básica con calidad, considerando los espacios de
Maria Isabel Batista RODRIGUES y Gilmar Pereira da SILVA
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formación. Se continúa discutiendo la condición de la educación básica como un derecho para
los jóvenes trabajadores que asisten a instituciones educativas públicas, teniéndolas como único
espacio para acceder a este bien, cuestionando las acciones de gestión desde el IDEB,
discutiendo criterios de evaluación estandarizados que se configuran en resultados sobre el
desempeño de los estudiantes de educación básica, sin considerar sus dinámicas de vida y las
condiciones de permanencia en los procesos formativos. Finalmente, hacemos nuestras
consideraciones finales.
Juventud Paraense, Desigualdades Sociales, Trabajo Precoz y Educación Impedida
4
La juventud brasileña, proveniente de la clase económicamente desfavorable, tiene su
trayectoria de vida, desde temprana edad, ligada al mercado laboral, ya sea formal o informal.
Debido a la fragilidad social y la pobreza que rodean sus vidas, no es muy difícil elegir entre
trabajar y estudiar, por lo que, al desempeñar alguna función que les traiga subsistencia, los
jóvenes, aunque garantizan su propio sustento o su familia, también terminan teniendo que
abandonar sus estudios, como atestiguan Vendramini et al. (2017, p. 2155, nuestra traducción):
"[...] El trabajo es uno de los elementos relevantes que afectan y compiten con los estudios y
conducen a la deserción escolar", lo que resulta en la no finalización de su ciclo formativo y,
por lo tanto, su calificación más allá del mercado, dejándolos en el campo de la informalidad,
el subempleo..
Por lo tanto, entendemos que la realidad detrás de la condición de informalidad se
convierte en un impedimento para el disfrute de los derechos conquistados históricamente por
la clase trabajadora, dejando a quienes viven en esta dinámica en una situación de constante
inestabilidad y desprotección, producto de esta "calidad del empleo", en cuyo caso muchos de
nuestros jóvenes de Pará caen. En esta perspectiva, Loureiro et al. (2017), considerando el año
2014, destacan que el 48% de los jóvenes de Pará están a merced de la informalidad. Al
respecto, Pereira y Cabral (2019, p. 95, nuestra traducción) señalan que:
El aumento del número de personas empleadas sin licencia firmada es una
solución al desempleo, ocultando la realidad del mero de trabajadores
impedidos de recibir cualquier ayuda prevista en el contexto de la seguridad
social, derechos como la licencia pagada, la licencia de maternidad y la
decimotercera ya no son una realidad para muchos de los trabajadores
formales.
4
A tese de uma juventude interditada em suas condições de viver a formação de forma plena, tendo o estudo como
uma forma por si só de trabalho, abstraímos de Frigotto (2004).
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Según Loureiro et al. (2017), la informalidad en el empleo de la fuerza juvenil de Pará,
empregada sem carteira assinada, é superior à formalidade; somente 45% dos jovens paraenses
se han registrado en sus carteras de trabajo, mientras que un mayor porcentaje está fuera del
ámbito de la seguridad y posiblemente de mejores ingresos, 48%, un hecho considerablemente
negativo para la búsqueda de equidad social en el Estado de Pará. Además, el promedio de
jóvenes en informalidad es superior al promedio nacional, que corresponde a un porcentaje del
30%, lo que puede denotar "[...] una situación de adversidad y una creciente necesidad de mayor
atención por parte de las políticas públicas para estos individuos (LOUREIRO et al., 2017, p.
20, nuestra traducción).
El sector que más concentra la informalidad de los jóvenes de Pará es la construcción
civil, porque se entiende que el requisito de escolaridad no es un requisito básico, lo que no
impacta profundamente en la selectividad de la fuerza laboral. Por lo tanto, aquellos que no
tienen educación o capacitación escolar completa para una determinada actividad tienen de
alguna manera mayores oportunidades de trabajo, incluso con un salario poco atractivo, de
modo que, según Trindade y Barisão (2019, p. 317, nuestra traducción), "Aprender en el
servicio mismo es la nota clave de la construcción civil en Brasil [...]", lo que significa negación
en el proceso de educación escolar para jóvenes trabajadores.
En cuanto a los jóvenes que viven de salarios registrados en carteras o contratos, según
Loureiro et al. (2017), se encuentran en la Industria Extractiva de Minerales, con gran
trascendencia de empleabilidad "[...] debido a la vocación del Estado para tal actividad"
(LOUREIRO et al. , 2017, p. 18, nuestra traducción), así como en la industria manufacturera,
el sector comercial y la administración pública.
Por lo tanto, la realidad de los responsables, los familiares de estos jóvenes que viven la
relación con el trabajo como una posibilidad de sustento, también está marcada por la baja
escolaridad, producto del abandono escolar temprano causado por la necesidad de trabajar para
mantener la existencia, un hecho que también hace de la informalidad una condición en la vida
de estas personas, según Trindade y Fiel (2019, p. 346, nuestra traducción), para los cuales:
[...] Una de las razones para que los trabajadores del sector informal tengan
baja educación está vinculada a la necesidad de inserción temprana en el
mercado laboral, lo que redujo su tiempo de estudio, culminando en deserción
escolar o discontinuidad.
Así, estos miembros de la familia, a través de sus actividades laborales, garantizan pocos
recursos financieros para proporcionar poco de lo necesario para sobrevivir, por ejemplo,
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alimentos, vivienda, el pago de luz y agua, lo que hace imposible ayudar a sus jóvenes frente a
sus necesidades y aspiraciones, implicando también el trabajo indispensable de los jóvenes
sujetos, según Frigotto (2004).
Dicho esto, considerando este cuadro de la situación de la juventud de Pará,
problematizamos que la calidad de la educación humana preceptuada por el IDEB, enfocada en
una minimización curricular, dada la asociación del rendimiento escolar con el uso cognitivo
de los estudiantes en lengua portuguesa y matemáticas (ALMEIDA; DALBEN; DE FREITAS,
2013), y, por lo tanto, negador de otras dimensiones formativas, como las identidades, las
relaciones con los territorios y el conocimiento que surge de la inmersión de los sujetos en los
mundos del trabajo, más allá del mercado, no contempla las experiencias formativas vividas en
la Amazonía, aun ignorando las desigualdades sociales, tratando igualmente lo que no puede
ser, especialmente cuando entendemos los sujetos de los procesos escolares
5
, como la juventud,
en plural jóvenes y no en singular "juventud" dentro de las relaciones de clase, como lo
proporciona Frigotto (2004, p. 181, nuestra traducción), para el cual esta categoría comprende
el "[...] unidad de los diversos aspectos económicos, culturales, étnicos, de género, religiosos,
etc.".
En esta perspectiva, los jóvenes también de la Amazonía, entre ellos los presentes en el
estado de Pará, deben ser entendidos como una unidad de lo diverso, dadas las numerosas
peculiaridades de sus territorios, permeados tanto por mediaciones de primer nivel como por
mediaciones de segundo orden del capital (MÉSZÁROS, 2006), sufriendo así impactos de las
sociabilidades de esta forma de producir existencia, en particular, constituyen jóvenes de origen
laboral, ya que, de acuerdo con Frigotto (2004, p. 181, nuestra traducción):
La juventud debe entenderse como una fracción de la clase trabajadora a la
que se le ha impedido vivir su fase de formación con calidad, debido a que ha
sido sometida, por edades tempranas, al (des)empleo o subempleo, con el fin
de contribuir a los ingresos familiares.
Así, asumimos a los jóvenes de la Amazonía de Pará como una fracción de la clase
trabajadora, siendo definidos por su estatus de clase, a la que la negación de derechos a los
resultados del trabajo humano, como la educación, el deporte, la cultura, se intensifica
5
Entendemos en este estudio que el territorio consiste en experiencias de vida basadas en las relaciones
establecidas por diferentes actores sociales y también la naturaleza enfatizando sentimientos y constitución de
identidades representativas de una cultura peculiar. En este sentido, estamos de acuerdo con Boligian; Almeida
(2003, p. 241), enfatizando que "El territorio es el espacio de experiencias vividas, donde las relaciones entre
actores, y de estos con la naturaleza, son relaciones impregnadas de sentimientos y simbolismos atribuidos a los
lugares. Son espacios apropiados a través de prácticas que les garantizan una cierta identidad social / cultural".
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fuertemente al tener que experimentar el trabajo temprano, experimentando "[...] (des)empleo
o subempleo, con el fin de contribuir a los ingresos familiares", como señala Frigotto (2004, p.
181, nuestra traducción), además de recibir un tipo de escuela sin garantía de funcionamiento,
guiada por una pedagogía de mercado, basada en una pedagogía de habilidades y empleabilidad,
lo que resulta en que estos sujetos culpen a las desigualdades sociales, aunque las razones sean
estructurales, dada la crisis de desempleo derivada de los intereses del modo de producción
capitalista (FRIGOTTO, 2004).
Dicho esto, entendemos que, en el contexto de Pará, los jóvenes, en plural, deben ser
entendidos, según Alves y Araujo (2017), en la diversidad de diferentes territorios, como los de
los ríos, así como los territorios de ciudades pequeñas, medianas y grandes, con sus periferias,
de los mundos campesinos, de comunidades ribereñas, extractivistas, quilombolas, indígenas,
pescadores, agricultores rurales, lo que resulta en diferentes jóvenes rurales y también urbanos,
así como de criterios étnico-raciales y de género, entre otros factores dentro de las relaciones
de clase, se desprecia de estos elementos que estos jóvenes en Pará, al considerar, por ejemplo,
categorías como el mercado laboral, la educación y las relaciones étnico-raciales, tienden a
tener sus vidas mutiladas en derechos (FRIGOTTO (2004), como lo indican Alves y Araujo
(2017, p. 162-163, nuestra traducción):
Considerando la idea de la inserción de jóvenes de Pará en el mercado laboral
de manera calificada, los datos del IBGE revelan que se realiza de manera
precaria, temprana y descalificada. Se observa que el 43% de los jóvenes fuera
de la escuela asumen, como única perspectiva, la inserción en el mercado
laboral como una estrategia necesaria para su supervivencia.
También revela que solo el 18% de los jóvenes entre 18 y 24 años solo
estudian y el 56% desarrolla alguna actividad remunerada. La situación tiende
a empeorar cuando se considera a los jóvenes de Pará bajo un trasfondo étnico-
racial: en general, los datos informan que las condiciones de calificación y
escolaridad de los jóvenes negros profundizan esta condición precaria.
En vista de un marco como el destacado por Alves y Araujo (2017), por ejemplo,
problematizamos la incapacidad de solo la perspectiva evaluativa defendida por los indicadores
del IDEB para definir la calidad de la formación de la clase trabajadora, provocando más
procesos de clasificación y descalificación de la escuela pública, ya que se centró en una
uniformización de las prácticas de evaluación que desconocen la diversidad de asignaturas, sus
condiciones sociales, desigualdades sociales, centrándose en cuestiones pretenciosamente
educativas, pero que mantienen las relaciones de exclusión de la juventud, no atacando las
estructuras de opresión, como señalan Alves y Soares (2013, p. 190, énfasis añadido), para lo
cual "[...] las escuelas deben ser vistas por el aprendizaje de sus estudiantes -la expresión de la
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efectividad de su función social- pero también por las condiciones contextuales para obtener
estos resultados", ya que, señalan también los investigadores, "un sistema educativo solo puede
decirse de calidad si sus desigualdades también se consideran en el análisis de su desempeño",
de modo que "[...] la calidad de la escuela en un solo número no contempla las condiciones
desiguales entre los establecimientos educativos".
Es necesario, por lo tanto, combatir las desigualdades sociales a las que están sometidos
los jóvenes de la Amazonía, considerando Pará, lo que implica, según Frigotto (2004), objetar
el modo de producción capitalista que depende del contexto brasileño, ocultando estas
desigualdades, defendiendo para los jóvenes la tesis de empleabilidad e inserción temprana en
el mercado laboral, como condición para mejorar la calidad de vida, sin contradecir las
cuestiones estructurantes de la opresión de la sociedad brasileña.
El derecho a la educación básica en el Estado de Pará para quienes carecen de escuela
pública: la condición del espacio físico
El sistema de educación pública es una condición primaria para la formación de los hijos
e hijas de los trabajadores que tienen las instituciones educativas públicas como el único espacio
para garantizar el acceso a este "bien público subjetivo", como lo defiende la Ley de Directrices
y Bases de la Educación (LDB) no. 9394-96 (BRASIL, 1996) sobre la provisión de educación
pública para todos. Y dada esta condición, consideramos que el Estado es el máximo
responsable de la provisión de educación con garantía de calidad social y seguridad para todos
los que la necesitan, como señala Araújo (2020, p. 317, nuestra traducción):
El Estado [...] es responsable de garantizar que todo ciudadano y todo
ciudadano, independientemente de su lugar de nacimiento o residencia, tenga
derecho a exigir una educación de calidad social y, para ello, el Estado debe
organizarse para cumplir con su responsabilidad.
Entendemos, sin embargo, que es responsabilidad del Estado, considerando la porción
de la población que carece de instituciones públicas como promotores de la educación básica,
como condición de ley, estar en diálogo permanente con la sociedad civil, para promover
acciones sociales que busquen satisfacer los intereses de los diversos sujetos sociales que
componen el escenario del proceso de escolarización en la educación pública brasileña, entre
los cuales se encuentran los trabajadores que integran esta demanda también.
Esta es una posición de gestión importante, especialmente cuando entendemos que "La
demanda de educación escolar pública ha crecido significativamente y ha cambiado
cualitativamente con la presencia de las clases trabajadoras" (RODRIGUES, 2007, p. 150,
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nuestra traducción), lo que requiere que el Estado comparta acciones inclusivas con respecto al
cuidado de hombres y mujeres que comparten su tiempo con la realización de apoyo familiar y
la búsqueda de capacitación que también pueda estar relacionada con el enfrentamiento de la
reducción de las desigualdades sociales que están tan presentes en nuestro país, como lo destaca
un informe del Fondo de las Naciones Unidas para la Infancia UNICEF (2023, p. 25, nuestra
traducción),
Pero el 60% de la población de 17 años vive en la pobreza en Brasil. La
pobreza a la que se refieren estos datos es más que la privación de ingresos.
También tiene que ver con el acceso a derechos básicos como educación,
saneamiento, agua, alimentación, protección contra el trabajo infantil,
vivienda e información.
En otras palabras, la pobreza, resultante de las desigualdades sociales producidas por el
modo de producción capitalista, alcanza a un porcentaje considerable de brasileños en ltiples
dimensiones, como social, educativa, cultural, económica, alimentaria, privando a los niños y
adolescentes de disfrutar de los resultados del trabajo humano, como lo destaca UNICEF (2023,
p. 01, nuestra traducción), considerando datos de la Encuesta Nacional por Muestreo de
Hogares 2019 (Pnad Continuo):
En cifras absolutas, hay alrededor de 32 millones de niños y adolescentes en
situación de privación en el país. Para tener una idea de la grandeza de este
número, corresponde a poco más que la suma del número total de habitantes
de las siete ciudades más pobladas de Brasil, según el Instituto Brasileño de
Geografía y Estadística (IBGE).
Esta desigualdad social y económica, por lo tanto, no es en absoluto favorable para el
disfrute de derechos, como la salud, la educación, la alimentación y la vivienda, para millones
de brasileños que viven económicamente en condiciones desfavorables, especialmente cuando
entendemos que una minoría disfruta de un estándar económico que les permite garantizar todas
las condiciones para una vida extremadamente cómoda, mientras que una gran parte de los
niños y también jóvenes brasileños, con un grupo de edad de aproximadamente 20 años -
supuestamente en edad escolar - ni siquiera pueden imaginar el acceso a la educación básica,
como uno de los derechos constitucionalmente garantizados para todos los ciudadanos
brasileños, ya que la situación de extrema pobreza en la que se encuentran ya denuncia que
muchos de los derechos que el Estado debe garantizar son negados a esta porción significativa
de trabajadores jóvenes.
Maria Isabel Batista RODRIGUES y Gilmar Pereira da SILVA
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En cuanto a la condición, en el proceso de escolarización, de individuos que provienen
del entorno social económicamente desfavorable, la presencia del Estado como proveedor de
acciones sociales efectivas es más urgente, porque la demanda de sujetos jóvenes que viven
la relación con el trabajo y la formación de manera precaria es bastante significativa,
favoreciendo a menudo el hecho de que, en muchos casos, Optar por la búsqueda de ingresos
familiares, provocando así el abandono escolar, que en el futuro puede representar un mayor
distanciamiento social. En este sentido, Guzzo y Filho (2005), en el contexto del comienzo de
la primera década del siglo 21, son bastante enfáticos al referirse a la situación del trabajador
en vista del escenario educativo brasileño..
La deserción escolar y el retraso por edad y grado parecen estar directamente
relacionados con la necesidad de complementar los ingresos familiares. Según
el IBGE (2000), de los jóvenes de 15 años, sólo el 16,53% asiste a la escuela,
mientras que el 22% trabaja y estudia, el 8% sólo estudia, el 7% estudia y
busca trabajo y el 10% no estudia (GUZZO; FILHO, 2005, p. 03, nuestra
traducción).
Este hallazgo también fue observado por Araujo, Rodrigues y Alves (2015), en sus
estudios sobre "[...] indicadores educativos de la escuela secundaria en municipios de la
Amazonía brasileña, observando las variables desaprobación, aprobación, abandono y
distorsión edad-grado" (ARAUJO; RODRIGUES; ALVES, 2015, p. 231, nuestra traducción),
considerando datos del INEP para los años 2002, 2007 y 2012, con énfasis en espacios rurales
y urbanos, concluyendo que, debido a la realidad de las desigualdades sociales en las que "[...]
la juventud amazónica es parte de ella [...]", la evasión o el fracaso varias veces en la escuela
es "[...] reflejando la necesidad imperiosa de subsistencia desde el trabajo temprano"
(ARAUJO; RODRIGUES; ALVES, 2015, p. 257, nuestra traducción).
Araujo, Rodrigues y Alves (2015, p. 257, nuestra traducción) también atestiguaron las
disposiciones de Guzzo y Filho (2005), pero en investigaciones en la Amazonía, sobre el tema
de estados como Amazonas y Pará, región norte, se concentran, en términos de distorsión de
series de edad, "[...] las mayores distorsiones, siendo relevante, en este último estado, la
participación de los municipios de la región de Marajó (microrregión de Pará que tiene las
peores tasas de desarrollo humano en todo el Estado)". Para Guzzo y Filho (2005, p. 03, nuestra
traducción):
La desigualdad de ingresos también se configura como parte de las tasas de
retraso por edad / grado. Regiones como el Norte y Nordeste (dos regiones
que concentran el mayor número de pobres y miserables del país) son las que
tienen mayor número de personas de catorce años en situación de rezago
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escolar (89,4% y 89,9% respectivamente). Incluso en el caso de aquellas
regiones consideradas más ricas, como el sur y el sudeste, las tasas de retraso
son altas. Estas dos regiones presentan, por ejemplo, el 66,1% y el 68,0%
respectivamente de estudiantes a la edad de catorce os en situación de
retraso escolar.
Así, considerando este contexto de profundas desigualdades sociales con repercusiones
directas en el proceso educativo, en el sentido formal, este artículo problematiza que el
movimiento de políticas educativas públicas, que tienen como objetivo satisfacer el derecho a
la educación de los jóvenes trabajadores en el estado brasileño, debe garantizar no sólo el
acceso, sino la permanencia y el éxito de los sujetos que presentan una dinámica de vida dirigida
al trabajo concomitantemente con la búsqueda de formación, oponiéndose a la perspectiva de
evaluar la calidad de la educación dirigida a los trabajadores a partir del Índice de Desarrollo
de la Educación Básica (IDEB), por no considerar la realidad de las condiciones de vida de los
estudiantes, en el contexto amazónico, por ejemplo.
Entendemos que asegurar la permanencia de los estudiantes implica crear condiciones
para que completen sus estudios, año tras año, sin que tengan que abandonarlo por recursos
económicos para transporte, alimentación o mala conservación del entorno escolar, en cuanto a
estructura física, no invitando a la presencia de sujetos en sus locales, haciendo imposible
aprender, según Vasconcelos et al. (2021).
Se trata de asegurar un espacio-tiempo de estudio en las aulas, con condiciones que
permitan a las asignaturas sentarse y sentirse protegidas, dándoles mayores posibilidades de
aprendizaje relacionado con contenidos científicos a realizarse a través de la propuesta para
cada etapa o grado, materializando así su promoción a grados posteriores que también pueden
entenderse como una condición de éxito de estos estudiantes en sus experiencias escolares.
En términos jurídicos, entendemos que el derecho a la educación de los ciudadanos
brasileños niños, jóvenes y adultos ha sido proclamado por la Declaración Universal de los
Derechos Humanos del 10 de diciembre de 1948 (ONU, 1948), pasando por la Constitución
Federal de 1988 (BRASIL, 1988) hasta llegar a la Ley de Directrices y Bases de la Educación
Nacional 9394/96 (BRASIL, 1996), que actualmente regula y regula la educación en el
territorio nacional (SILVA; NUNES, 2019).
En estos marcos legales, se entiende que la educación es un derecho subjetivo, siendo
el deber de la familia y del estado, ahora del estado y de la familia, la oferta de este bien público
a la población, independientemente de su color, credo, raza y posición política.
Maria Isabel Batista RODRIGUES y Gilmar Pereira da SILVA
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También se entiende que su oferta se llevará a cabo en espacios públicos y privados con
el fin de garantizar la seguridad y la promoción de la enseñanza y el aprendizaje para todos los
que participan en ella y lo necesitan, según el LDB 9394/96 (BRASIL, 1996). Así, el sistema
de educación pública como proveedor de este bien público como derecho social en un ambiente
seguro y organizado, que puede promover el aprendizaje satisfactoriamente, es decir, con
garantía de calidad estándar (BRASIL, 1996), considerando que este estándar "[...] cambios en
el tiempo y el espacio, ya que se relaciona con los proyectos de sociedad de cada época, y
adoptado por la educación brasileña (FRANÇA; ALVES; DUARTE, 2022, p. 2708, nuestra
traducción).
Así, dado el conocimiento de que la educación sica está legislada como un derecho
público subjetivo y su oferta necesariamente debe ocurrir gratuitamente en las instituciones
educativas públicas, comienza a configurarse como un interés colectivo, considerando su
representatividad como patrimonio cultural que tiende a estar presente frente a la formación de
generaciones que triunfan en la sociedad brasileña, Es esencial, por lo tanto, el desempeño del
poder público para su realización. Según Duarte (2004, p. 115, nuestra traducción):
Lo importante es darse cuenta de que la implementación de un sistema
educativo público adecuado interesa no solo a los beneficiarios directos del
servicio (estudiantes), sino a la colectividad, ya que la educación escolar es un
medio para insertar a las nuevas generaciones en el patrimonio cultural
acumulado por la humanidad, dándole continuidad.
En el Estado de Pará, el sistema educativo público no es diferente en términos de
intereses, ya que la demanda que buscan espacios públicos para vislumbrar la formación en el
contexto de la educación básica es muy significativa. Según datos obtenidos en el Resumen
Técnico del Estado de Pará (BRASIL, 2019), hay aproximadamente 2,3 millones de estudiantes
ocupando instituciones educativas, quienes, no en raras ocasiones, tienen condiciones
desfavorables para acoger parte de un colectivo que sobresale en la continuidad de su
patrimonio cultural, como lo indican los datos del Censo Escolar 2017 (BRASIL, 2018). A
partir de este tema, Queiróz, Vale y Santos (2018, p. 566, nuestra traducción) señalan que:
De acuerdo con la información socioeconómica contenida en SISPAE-2014,
las condiciones objetivas de las unidades docentes destinadas a promover la
educación pública en el Estado de Pará son insatisfactorias para garantizar la
calidad del aprendizaje de los estudiantes, considerando que las condiciones
ambientales de las escuelas reflejan fragilidad relacionada con la higiene,
seguridad, comodidad, accesibilidad, etc.
Estado, trabalhadores e políticas públicas educacionais: A educação básica no estado do Pará e as contradições da qualidade
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En la misma línea de observación, a partir del Informe Estatal del trabajo de
investigación docente en educación básica en Brasil: [Pará], en la primera docena del siglo 21
se observa que "[...] la mayoría de las escuelas necesitan renovaciones y reparaciones en las
instalaciones y muchas no tienen bibliotecas y laboratorios" (PARÁ, 2010b, p. 27, nuestra
traducción). El informe es aún más enfático al señalar que:
Exatas 816 escolas, ou 67,11% do total dos estabelecimentos estaduais,
esperam por reformas. Os prédios estão com telhados e paredes
comprometidos, banheiros interditados por falta de manutenção na rede
hidráulica, ventiladores não funcionam e o número de carteiras nem sempre é
suficiente (PARÁ, 2010b, p. 30).
Esto solo demuestra que la condición que es, en términos de estructura física, la oferta
de educación básica pública en el Estado de Pará no permite a sus interesados disfrutar de una
educación con principios basados en la calidad social que
6
tanto se desea para una formación
comprometida con la integridad de las hijas e hijos de la clase trabajadora que están presentes
en estos espacios y que los tienen como única condición para expandir su patrimonio. cultural.
Y, sin embargo, esta condición cumple con las recomendaciones de la Resolución
001/2010 (PARÁ, 2010 a, p. 5), que regula y consolida las normas aplicables a la Educación
Básica en el Estado de Pará, en el Art. 8, puntos II, teniendo la condición de aula, considerando
el siguiente registro: "oferta de aulas que cumplan con los estándares de calidad de iluminación
y ventilación establecidos por los organismos nacionales de control y vigilancia sanitaria".
En vista de esta situación, entendemos que el Estado, a través de acciones públicas, debe
buscar hacer más activo para garantizar condiciones adecuadas en los establecimientos
educativos oficiales para que el derecho a la educación básica pueda ser experimentado por
todos sus usuarios, especialmente los estudiantes. Es deber del Estado garantizar "la admisión
indispensable para el desarrollo del proceso de enseñanza-aprendizaje" (EYNG;
PACIEVITCH, 2015, p. 134), y para dar dignidad a los espacios físicos institucionales de
enseñanza aprendizaje, en nuestra opinión, es eficaz en condiciones de aprendizaje
significativas y al mismo tiempo proporciona experiencias respetuosas y democráticas.
6
Educación basada en los principios de calidad social "[...] es que esté atento a un conjunto de elementos
socioeconómicos y culturales y dimensiones que rodean la forma de vivir y las expectativas de las familias y los
estudiantes en relación con la educación; que buscan entender las políticas gubernamentales, los proyectos sociales
y ambientales en su sentido político, centrados en el bien común; que lucha por una financiación adecuada, el
reconocimiento social y la valorización de los trabajadores en la educación; que transforma todos los espacios
físicos en lugares de aprendizaje significativo y experiencias efectivamente democráticas" (SILVA, 2009, p. 223,
nuestra traducción).
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Desde esta perspectiva, entendemos que estudiar en un ambiente pensado y organizado
para acciones educativas es respetar a los sujetos en su integridad, porque la sensación de
seguridad, protección y comodidad se experimentará en la rutina escolar y esto se convierte en
un espacio acogedor y acogedor para diferentes formas de pensar, según Vasconcelos et al.
(2021).
Estas condiciones pueden materializarse en medios para promover la permanencia de
los sujetos que trabajan en sus procesos formativos ante una educación de calidad y con
condiciones de oportunidad para todos, a partir del supuesto, según Gusmão (2013, p. 304,
nuestra traducción), de que "[...] La democratización de la educación, así como la mejora de la
calidad de la educación, son principalmente procesos políticos amplios, ya que sólo se pueden
lograr a través de políticas públicas".
En este sentido, la expansión de las políticas públicas nos lleva a una importancia única
en cuanto al fortalecimiento de los espacios de las escuelas públicas para que cada vez más
sujetos puedan consolidar una formación que garantice sus derechos con respecto al proceso de
enseñanza y aprendizaje, así como el bienestar de la clase trabajadora del Estado de Pará,
oponiéndose a las perspectivas de gestión centradas en objetivos cuantitativos definidos por
organizaciones internacionales, que buscan mirar el tema como un asunto de desarrollo
económico y social, lo que significa, en nuestra opinión, al menos descuidar un conjunto de
condiciones necesarias para garantizar el bienestar de todos como un derecho a ser garantizado
por el Estado, basado en el supuesto, según Silva (2019, p. 258, nuestra traducción), de que la
"lucha por los derechos humanos significa buscar una mejor calidad de vida para los
brasileños".
Los caminos tomados por los estudiantes paraenses hacia el sistema escolar público: lo
que el IDEB no informa
La naturaleza del IDEB
7
(Índice de Desarrollo de la Educación Básica), construido
histórica e ideológicamente, consiste en ser otra proposición, una acción de regulación de la
educación básica pública en Brasil. Al ser un indicador de la calidad de la educación centrada
en resultados, no es muy comprensible, por lo tanto, que se configure como un parámetro de
información relacionado con la calidad de la educación brasileña, ya que no busca promover
7
El IDEB es parte integral del Plan de Desarrollo de la Educación (PDE) y del Plan de Metas Compromiso Todos
por la Educación (Decreto 6.094/07), siendo un dispositivo legal que pone en acción las 28 propuestas
contenidas en el PDE, cuyo eje principal es la calidad educativa, así como la movilización social para alcanzar las
metas establecidas por el plan (CHIRINÉA; BRANDÃO, 2015, p. 462, nuestra traducción).
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medios para conocer las condiciones objetivas de existencia de los estudiantes que están en
instituciones públicas brasileñas. Por lo tanto, el IBED se basa en establecer una clasificación
estandarizada sobre el rendimiento escolar del estudiante, sin tener en cuenta el nivel
socioeconómico y cultural de estas asignaturas.
Entendemos, por lo tanto, que una educación de calidad no está ligada a calificaciones
cuantitativas, sino que también incluye "condiciones de vida de la población, capital
económico, cultural y social de las familias de los estudiantes, entorno social de la escuela,
distribución del ingreso, violencia, entre otros" (MACHADO; ALAVARSE; OLIVEIRA,
2015, p. 339, nuestra traducción). Es decir, las asignaturas que están en las instituciones
educativas también son el resultado de factores extraescolares, lo que debería ser un aspecto
relevante en la constitución de estándares de evaluación a gran escala, con el fin de contribuir
a la mejora de las condiciones de formación de la clase trabajadora.
Considerando que la comprensión de la calidad enfatizada por el IDEB se mide por un
"[...] establecimiento de rankings con mejores y peores resultados, tanto de los sistemas
educativos como de las escuelas públicas y privadas" (CHIRINÉA; BRANDÃO, 2015, p. 462,
nuestra traducción), y no en las condiciones objetivas de vida de los sujetos que están en el
espacio escolar, está claro que el pensamiento de calidad para la educación ahora está
respaldado por una visión económica que busca satisfacer lo que el mercado necesita y también
de manera pretenciosa tiene como objetivo eliminar la responsabilidad del Estado como
proveedor de medios para garantizar la calidad de la educación. Para Dourado (2020, p. 11-12,
nuestra traducción),
[...] Es esencial no perder de vista la visión de que las políticas educativas,
como expresión de la materialización de la acción estatal/gubernamental,
están mediadas por el contexto sociocultural más amplio, así como por las
regulaciones, regulaciones y dinámicas de financiamiento, evaluación y
gestión, no siempre limitadas a la dimensión educativa, pero ciertamente
resultantes de macro procesos que impactan las políticas públicas,
especialmente de las políticas de ajustes fiscales, que tienen como objetivo
reducir el papel del Estado con respecto a estas políticas y sus consecuencias.
Saber, por lo tanto, en qcondiciones llegan a la escuela los estudiantes de escuelas
públicas, con sus diversas condiciones socioeconómicas, sus conocimientos también diversos
e importantes, podría contribuir necesariamente a la constitución de políticas públicas para la
mejora de la calidad de vida de los estudiantes y, en consecuencia, su rendimiento escolar, sin
minimizar el papel del Estado frente a sus responsabilidades sociales, especialmente cuando
consideramos, en el contexto de Pará, que la realidad que impregna la vida de los estudiantes
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en sus viajes a la escuela es una de las más diversas y exhaustivas, como los barcos llenos de
estudiantes hacia las escuelas ribereñas y las grandes distancias realizadas a pie en las escuelas
del campo, así como en las ciudades, siendo factores marcados en la trayectoria de estos sujetos
que la mayoría de las veces ya llegan al aula cansados, agotado, lo que puede implicar
momentos de desventaja para el aprendizaje. Al respecto, Pantoja (2019, p. 26, nuestra
traducción) dice que:
Además del desplazamiento fluvial, los estudiantes recorren distancias
relevantes para llegar a las escuelas, lo que generalmente les causa
agotamiento debido al hecho de que lo hacen, por regla general, a pie. Llegan
a su destino, a menudo sudorosos y cansados, lo que también desfavorece los
momentos iniciales de aprendizaje.
Por lo tanto, un patrón único de evaluación, en las características del IDEB, tiene poco
significado en vista de las limitaciones de vida de los estudiantes de educación básica, quienes,
debido a su materialidad de vida, están sujetos al clima cotidiano para estar presentes en las
unidades docentes públicas. Los estudiantes de Riverside, por ejemplo, necesitan barcos
diariamente para poder acceder a la escuela, "[...] cruzan el río, de lunes a viernes, para realizar
una de las actividades más importantes que existen: estudiar" (PANTOJA, 2019, p. 25, nuestra
traducción), y estos medios de transporte no siempre están disponibles diariamente para su
conducción, provocando así frecuentes ausencias de estos alumnos a las escuelas, lo que en
consecuencia compromete su aprendizaje.
Situaciones como la falta de pago del transporte que son contratadas por el gobierno
siguen siendo una de las condiciones que hacen que los estudiantes no puedan llegar a las
escuelas y, en consecuencia, ya no tengan acceso a los contenidos científico-escolares
trabajados en las más diversas disciplinas escolares. Pantoja (2019, p. 20, nuestra traducción)
comenta que:
[...] cuando el gobierno estatal no hace el pago correcto de los barqueros,
hacen huelgas, lo que hace imposible el proceso de aprendizaje para los
estudiantes, ya que no pueden llegar a Belém y regresar a sus localidades.
En vista de esta situación, destacamos que la garantía de transporte para los estudiantes
del sistema escolar público en el estado de Pará está instituida en la Ley 8.846 del 9 de mayo
de 2019, por el Programa Estatal de Transporte Escolar en el Estado de Pará - PETE/PA (PARÁ,
2019, p. 01, nuestra traducción), cuando en su primer artículo en línea con su primer párrafo
registra que:
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Se establece el Programa Estatal de Transporte Escolar en el Estado de Pará
- PETE/PA, en el ámbito de la Secretaría de Estado de Educación - SEDUC,
con el objetivo de garantizar el transporte escolar de los estudiantes de
primaria, secundaria y educación de jóvenes y adultos de la red pública estatal,
a través de asistencia financiera a los municipios, las disposiciones de esta
Ley. § 1 - Los recursos de Pete/PA también pueden ser transferidos a los
municipios que comprueben el desempeño del transporte escolar de los
estudiantes matriculados en la escuela primaria, secundaria, educación de
jóvenes y adultos, que viven en áreas rurales de su territorio a una escuela
pública estatal ubicada en otro municipio, a través de la evaluación de la
necesidad real por SEDUC.
Sin embargo, aun estando garantizados por la ley, muchos estudiantes terminan siendo
desatendidos por este servicio primordial que da acceso a las instituciones educativas públicas,
entendiendo que la falta de transporte escolar significa ausencia en el aula, hecho que no
contribuye a la "preparación" de estas asignaturas para realizar un momento sencillo al más
complejo de evaluación.
Sin embargo, el nivel socioeconómico de estos estudiantes no se mide como un
elemento constitutivo para evaluar su "buen" desempeño o "pobre" desempeño en el sistema de
escuelas públicas en el Estado de Pará y, en consecuencia, la calidad de la educación, como lo
señalan Alves y Soares (2013). No se busca saber quiénes son, de dónde vienen y de dónde
vienen, así como en qué condiciones viven. En otras palabras, estas y otras limitaciones de vida
podrían ser elementos de gran relevancia para considerar la evaluación de la calidad de la
educación dirigida a la clase trabajadora en la Amazonía de Pará, con el fin de construir políticas
públicas que garanticen la permanencia de jóvenes y adultos en sus procesos formativos, con
calidad social.
En Pará, sin embargo, las inversiones en educación básica, en términos de escuela
secundaria, por ejemplo, han disminuido, causando la disminución del trabajo docente real, la
construcción de nuevas escuelas, con alimentación escolar y transporte para los jóvenes, a favor
de la capacitación a través de un sistema educativo interactivo, precarioutilizando la educación
de los jóvenes, como señala Ladislau (2022) en su estudio, desde Marajó, sobre la escuela
secundaria interactiva a través del Sistema Educativo Interactivo del Gobierno del Estado,
eliminando, así, condiciones para la interacción profesor-alumno, los espacios de experiencia
escolar, ya que la formación se generaliza, a partir de un mal uso de las nuevas tecnologías
educativas.
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Consideraciones finales
Son varias y adversas las realidades vividas por los jóvenes trabajadores brasileños, y
para muchos de ellos, las instituciones educativas públicas son muy representativas en su
educación escolar, configurándose como el único espacio desde el cual pueden utilizar
gratuitamente para garantizar al menos la educación básica que está prescrita en las leyes como
un bien para ser disfrutado en el territorio nacional por todos. El derecho a una educación de
calidad es también una dimensión de la ciudadanía frente a realidades tan dispares.
Sin embargo, pensar en la calidad de la educación es tener en cuenta no solo los medios
que pueden desarrollar el aspecto cognitivo presente en la condición humana de los sujetos,
como supuestamente se ha propuesto a partir de las evaluaciones IDEB, sino considerar la
diversidad de contextos en los que se insertan las instituciones escolares, sino también
considerar la realidad de la comunidad escolar que las constituye, para que el derecho a la
educación ayude a todos, independientemente de su procedencia o procedencia.
Una educación de calidad también debe basarse en la orientación de que para que los
sujetos se desarrollen plenamente es necesaria una serie de condiciones que los impregnen para
considerar las dimensiones socioeconómicas y culturales de los jóvenes que necesitan la escuela
pública incluso como una oportunidad para reducir las desigualdades sociales. Por lo tanto,
corresponde al Estado proporcionar acciones públicas que deben materializarse en garantía de
espacio físico estructurado a los medios más saludables para el acceso de los jóvenes en
condiciones económicamente desfavorables, que representan el 40% de la población brasileña.
Ofrecer a las escuelas públicas un número suficiente de carteras, garantizar aulas
ventiladas e iluminadas, dotar a las bibliotecas de una gran colección, equipar laboratorios,
fortalecer las instituciones públicas y, en cierta medida, promover una educación pública más
democrática, para que un mayor número de jóvenes trabajadores puedan sentir el placer de estar
en ellas, para completar su curso de educación básica, considerando que esto puede aliviar las
limitaciones de las disparidades sociales que existen en este segmento de la población brasileña.
Es necesario que el Estado como proveedor y sustentador de la educación como bien público y
subjetivo se sienta más responsable del acceso, permanencia y éxito de los sujetos que están
bajo su jurisdicción, en el caso aquí de nuestros análisis, en el estado de Pará, jóvenes y adultos
trabajadores.
Dadas las limitaciones geográficas de los jóvenes estudiantes de Pará, el transporte
escolar es también un medio indispensable para que tengan acceso frecuente a las instituciones
educativas. Por lo tanto, es una condición que carece de gran atención, lo que no ha estado
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sucediendo, por parte de las políticas públicas diseñadas para la calidad de la educación en el
Estado de Pará, como se destaca a lo largo de este trabajo (CARMO; CUÑA; PRAZERES,
2020).
En vista de este escenario, entendemos que los datos cuantitativos, a través del IDEB,
no son representativos para evaluar la educación que se ofrece en las instituciones educativas
públicas de Pará, ya que se encuentra en una condición de extrema necesidad favorecida por
acciones públicas insuficientes para garantizar la dignidad de los estudiantes trabajadores, ni
siquiera en sus espacios físicos.
El día a día de los estudiantes que buscan instituciones educativas públicas está marcado
por una serie de violaciones a sus derechos, desde espacios físicos precarios hasta falta de
transporte, siendo una realidad vivida que necesita ser considerada cuando se habla de
estándares evaluativos para la educación de jóvenes que viven en condiciones económicas
desfavorables y que hace que no disfruten de una formación completa.
El compromiso del Estado por medio de políticas públicas debe ocurrir en simetría con
la expansión de las inversiones financieras, ya que la cantidad de recursos asignados para estos
fines no parece ser suficiente, según Monteiro (2021), considerando la realidad de un Estado
con una población estimada de 8,777,124 (ocho millones, setecientos setenta y siete mil, ciento
veinticuatro) habitantes (IBGE, 2021), distribuidos en sus 143 municipios, con diversidad en
sus territorios que entrelazan en los medios los densos bosques, ríos (islas) y carreteras.
No menos importante es el hecho de que la formación precaria de los jóvenes en la
Amazonía se deriva de la forma en que se conciben las escuelas en el modo de producción
capitalista, contribuyendo a su reproducción, de modo que el "[...] la dualidad educativa y los
obstáculos de acceso y permanencia producidos por esta escuela tienen un intenso impacto en
la población más pobre" (ARAUJO; RODRIGUES; ALVES, 2015, p. 256, nuestra traducción).
Consideramos de suma importancia que las inversiones en políticas socioeducativas
estén en la agenda prioritaria de las políticas sociales y que puedan considerar la amplitud de
este espacio y sus diversas necesidades, como señala Monteiro (2021). Pero también
entendemos que la formación de los trabajadores en Pará, además de lo previsto por el IDEB,
con las evaluaciones determinando metodologías, procedimientos de enseñanza, prácticas
pedagógicas y de gestión, debe considerar la realidad del trabajo experimentado por ellos, sus
tiempos-espacios de formación, sus conocimientos cotidianos, so pena de fragmentarlos y
minimizar los procesos formativos, despreciando sus territorios, modos de vida, como
elementos determinantes de clase, como lo que estamos analizando, en la investigación
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doctoral, no objeto del presente trabajo, sobre el proceso de formación de los niños, en la
comunidad quilombola, para la cual el Estado juega un papel importante en la configuración de
políticas educativas amplias e integradoras entre la escuela y la vida, Con la garantía de que
puedan vivir la infancia, los estudios, la comunidad, frente al trabajo temprano, los niños, siendo
comprendidos en sus procesos formativos, mucho más allá de las evaluaciones a gran escala,
que parametrizan la formación, bajo la lógica del mercado.
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CRediT Author Statement
Reconocimientos: Gracias a la Fundación Amazonía para el Apoyo a la Investigación y
el Estudio - FAPESPA , Estado de Pará, a partir de las mediaciones de la Prorrectoría de
Investigación y Estudios de Posgrado - PROPESP - de la Universidad Federal de Pará -
UFPA - para el otorgamiento de becas que permitan el desarrollo de la investigación, con
el tulo "Formación del ser social infantil en la contradicción del capital y el trabajo:
experiencia en el territorio quilombola Mupi-Torrão, a través del doctorado realizado en el
Programa de Posgrado en Educación en la Amazonía PGEDA/UFPA, Asociación Plena
En Red, Polo Belém. Gracias también al Prof. Dr. Gilmar Pereira da Silva por el proceso
de orientación en el doctorado en desarrollo.
Financiación: Sí. Beca otorgada por la Fundación Amazonía para el Apoyo de Estudios e
Investigación - FAPESPA - del Estado de Pará, a partir de una interlocución con la
Prorrectoría de Investigación y Estudios de Posgrado - PROPESP - de la Universidad
Federal de Pará UFPA.
Conflictos de intereses: No hay.
Aprobación ética: En el caso de la investigación bibliográfica, se siguieron los
procedimientos de referencia de los materiales consultados.
Disponibilidad de datos y material: No hay.
Contribuciones de los autores: Maria Isabel Batista Rodrigues, discutiendo temas de
Estados, políticas públicas y sus relaciones con la realidad vivida por los estudiantes en el
Estado de Pará, así como la condición de los jóvenes trabajadores en Pará; Gilmar Pereira
da Silva, reflexionando sobre el trabajo y la educación en la Amazonía de Pará y sus
desarrollos frente a las políticas públicas dirigidas a la región, centrándose en la formación
de los trabajadores.
Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación - EIAE.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
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STATE, WORKERS, AND EDUCATIONAL PUBLIC POLICIES: BASIC
EDUCATION IN THE STATE OF PARÁ AND THE CONTRADICTIONS OF
QUALITY
1
ESTADO, TRABAJADORES Y POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONALES: LA
EDUCACIÓN BÁSICA EN EL ESTADO DE PARÁ Y LAS CONTRADICCIONES DE LA
CALIDAD
ESTADO, TRABALHADORES E POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS: A
EDUCAÇÃO BÁSICA NO ESTADO DO PARÁ E AS CONTRADIÇÕES DA
QUALIDADE
Maria Isabel Batista RODRIGUES2
e-mail: r.mariaisabelbatistarodrigues@yahoo.com.br
Gilmar Pereira da SILVA3
e-mail: gpsilva@ufpa.br
How to reference this paper:
RODRIGUES, M. I. B.; SILVA, G. P. State, workers, and
educational public policies: Basic education in the state of Pará and
the contradictions of quality. Revista Ibero-Americana de
Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023016, 2023. e-
ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17824
| Submitted: 20/08/2022
| Revision required: 15/10/2022
| Approved: 22/11/2022
| Published: 01/01/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Executive Deputy Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
The present work consubstantiates bibliographical research in favor of doctoral research on the formation of the
child social being in the contradiction between capital and labor, focusing on the experience of a quilombola
territory in the State of Pará, for which the discussion of the State in the guarantee of rights and the formation of
workers are important conditions for the development of the investigation.
2
Federal University of Pará (UFPA), Cametá PA Brasil. Doctoral degree in the Graduate Program in Education
in the Amazon (PGEDA/UFPA). Member of the Group of Studies and Research on Work and Education
(GEPTE/UFPA). Fellow FAPESPA/UFPA.
3
Federal University of Pará (UFPA), Cametá PA Brasil. Coordinator of the Group of Studies and Research on
Work and Education (GEPTE/UFPA). Professor in the Graduate Program in Education in Amazonia
(PGEDA/UFPA) and in the Graduate Program in Education and Culture (PPGEDUC/UFPA).
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ABSTRACT: We problematize the role of the State as a provider of public actions to ensure
the permanence of students in public school systems in Pará, considering the social quality as
opposed to the quality of assessments promoted by the Basic Education Development Index
(IDEB). This is qualitative research, given the interlocution of the reality experienced by
workers and the educational context, consisting of a bibliographical study based on Brito,
Oliveira, and Silva (2021), dealing with the training of workers and their interfaces with the
State; Araújo (2020), Rodrigues (2007) and Dourado (2020) dealing with public policies,
regulation and management of education. The results point out that the evaluative constraints
arising from the IDEB to measure the quality of basic education are not able to understand the
dynamics of the workers' training processes in the Paraense Amazon, nor are they configured
as indicators of for public policies in favor of the adequate quality of the training of these
subjects.
KEYWORDS: Public Policies. Basic Education. Ideb. Public Education System. Quality
Education. Workers. Amazon.
RESUMO: Problematizamos o papel do Estado como provedor de ações públicas para a
garantia da permanência de estudantes nas redes públicas de ensino do Pará, considerando a
qualidade social em oposição à qualidade de avaliações fomentadas pelo Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Trata-se de pesquisa qualitativa, dada a
interlocução da realidade vivida por trabalhadores e o contexto educacional, consistindo em
estudo bibliográfico, a partir de Brito, Oliveira e Silva (2021), versando sobre a formação de
trabalhadores e suas interfaces com o Estado; Araújo (2020), Rodrigues (2007) e Dourado
(2020), tratando de políticas públicas, normatização e gestão da educação. Os resultados
apontam que os condicionantes avaliativos, decorrentes do IDEB, para mensurar a qualidade
da educação básica, não dão conta de entender a dinâmica dos processos formativos de
trabalhadores na Amazônia paraense, tampouco se configuram em indicadores para políticas
públicas em prol da efetiva qualidade da formação desses sujeitos.
PALAVRAS-CHAVE: Políticas Públicas. Educação Básica. Ideb. Sistema Público de Ensino.
Qualidade Educacional. Trabalhadores. Amazônia.
RESUMEN: Problematizamos el papel del Estado como proveedor de acciones públicas para
asegurar la permanencia de los estudiantes en las escuelas públicas de Pará, considerando la
calidad social frente a la calidad de las evaluaciones promovidas por el Índice de Desarrollo
de la Educación Básica (IDEB). Se trata de una investigación cualitativa, dada la interlocución
de la realidad experimentada por los trabajadores y el contexto educativo, que consiste en un
estudio bibliográfico, de Brito, Oliveira e Silva (2021), que trata sobre la formación de los
trabajadores y sus interfaces con el Estado; Araújo (2020), Rodrigues (2007) y Dourado
(2020), que tratan sobre políticas públicas, normalización y gestión de la educación. Los
resultados implican que las condiciones evaluativas resultantes del IDEB, para medir la
calidad de la educación básica, no comprenden la dinámica de los procesos formativos de los
trabajadores en la Amazonía de Pará, ni se configuran como indicadores para políticas
públicas a favor de la calidad efectiva de la formación de estos sujetos.
PALABRAS CLAVE: Políticas Públicas. Educación básica. Ideb. Sistema Público de Enseño.
Calidad Educacional. Trabajadores. Amazonía.
Maria Isabel Batista RODRIGUES and Gilmar Pereira da SILVA
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Introduction
In this work, we problematize how public policies, as governmental and political
actions, integrate the communication between the State and society, fomenting necessary and
qualified interventions for the offer of Basic Education for young workers in the State of Pará,
in opposition to the quality criteria derived from the IDEB, starting from the assumption that it
is not enough to ensure only the access to schooling processes, being necessary to promote
physical spaces suitable for training, professionals in sufficient numbers, means of access to
school, such as school transportation, for example, and school feeding program, as pointed out
by Queiróz, Vale, and Santos (2018).
This is, therefore, an analytical perspective that considers that public policies as
governmental and political actions go through the reaffirmation of and commitment to an
education based on the guarantee of equality and opportunity for all, which requires the State
to fulfill its role as a provider of the necessary conditions for the realization of basic education
as a cultural and social good, as highlighted by Araújo (2020).
From the theoretical-methodological point of view, this work is consubstantiated in
bibliographical research based on Brito, Oliveira, and Silva (2021), providing discussions about
the training of workers and their interfaces with the State, Public Policies, and Basic Education,
giving us conditions to discuss the importance of public policies for the maintenance and
organization of public educational institutions in the State of Pará, considering the
socioeconomic condition of workers who need the public space as a guarantee of primary
education as a right, which the State must compulsorily offer.
Theoretically, among other references present in this work, we highlight Araújo (2020),
contributing with discussions about the State as a legitimate provider of conditions for the
guarantee of social rights, such as education, while Rodrigues (2007) brought us considerations
about the socioeconomic profile of the demand of young workers who seek public educational
institutions as a space for training. On the other hand, Queiróz, Vale, and Santos (2018)
contributed to the discussions about the conditions of public teaching spaces in the State of
Pará, emphasizing the precarious conditions in which they find themselves for the provision of
basic education in Pará.
With equal importance, we also consulted documents, such as the state law No.
8.846/05/2019 (PARÁ, 2019), which deals with the institution of the state program of school
transportation in the state of Pará; the resolution No. 001/2010 (PARÁ, 2010a), which provides
for the regulation and consolidation of state and national standards applicable to Basic
State, workers, and educational public policies: Basic education in the state of Pará and the contradictions of quality
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Education in the State Teaching System of Pará and, finally, the State Report of the survey
teaching work in basic education in Brazil: [Pará], pointing out the needs for urgent reforms
and repairs in public school institutions in Pará.
Methodologically, we emphasize that "[...] the importance of bibliographic research is
related to the fact of seeking discoveries from knowledge already elaborated and produced"
(BRITO; OLIVEIRA; SILVA, 2021, p. 08, our translation), which enabled our discussions
around the research problem proposed in this work, as well as in the definition of categories
such as public school education, education as a right, public policies and young workers, so that
we could analyze the character of public education as a right that should be guaranteed with
full working conditions for the Brazilian population, especially for citizens who only have
public institutions as a means of access to this social right.
Considering the comprehension of a social phenomenon that presents itself before a
reality constituted from relations based on experiences and its contexts, in the case of this study,
on public policies, as governmental and political actions in the fomentation of necessary and
qualified interventions for the offer of Basic Education for young workers in the State of Pará,
our reflections start from a qualitative approach for allowing the researcher, through his actions
and observations, to have "[...] an inquiring posture about the research subjects to understand
how they experience and understand their contexts and experience (THESING; COSTAS, 2017
p. 1845, our translation), which are determined by the materiality in front of life.
It is the research of qualitative approach, also, for assuming an investigation that
approaches its object of study promoting knowledge and information from the reality
experienced by people. According to Chizzotti (2010, p. 26, our translation), "[...] qualitative
research [...] does not have a single standard because they admit that reality is fluent and
contradictory and the processes of investigation depend on the researcher - his conception, his
values, his goals". Therefore, ready-made procedures do not characterize qualitative research.
In structural terms, this article presents, besides this introduction, considerations about
the youth of Pará and the situation of social inequalities. Next, it discusses the role of the State
in terms of guaranteeing public policies destined to promote the offer of basic education with
quality, considering the formative spaces. Finally, it goes on to discuss the condition of primary
education as a right for young workers who attend public educational institutions, having them
as the only space of access to this sound, questioning management actions based on the IDEB,
discussing standardized evaluation criteria that are configured in results about the performance
Maria Isabel Batista RODRIGUES and Gilmar Pereira da SILVA
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of students in basic education, without considering their life dynamics and the conditions for
permanence in the formative processes. Finally, we make our final considerations.
The youth of Pará, social inequalities, early work, and forbidden education
4
Brazilian youth coming from an economically disadvantaged class have their life
trajectory, from a very early age, tied to the labor market, whether formal or informal. Due to
the social fragility and poverty that surround their lives, it is not very difficult to choose between
working and studying, so when performing some function that brings them subsistence, young
people, although they guarantee their livelihood or that of their families, end up also having to
leave their studies, as Vendramini et al. (2017, p. 2155, our translation) attest: "[...] work is one
of the relevant elements that affect and compete with studies and lead to school dropout,"
resulting in the non-completion of their training cycle and with that their qualification beyond
the market, leaving them in the field of informality, of underemployment.
In view of this, we understand that the reality behind the condition of informality
becomes an impediment to the enjoyment of rights historically won by the working class,
leaving those who live in this dynamic in a situation of constant instability as well as
unprotection, resulting from this "quality of employment," a case in which many of our young
people from Pará fit. In this perspective, Loureiro et al. (2017), considering the year 2014,
highlight that 48% of young people from Pará are at the mercy of informality; Pereira and
Cabral (2019, p. 95, our translation) point out that:
The increase in the number of people employed without a signed labor card
masquerades as a solution to unemployment, hiding the reality of the
contingent of workers prevented from receiving any aid provided in the scope
of social security, rights such as paid vacations, maternity leave and thirteenth
are no longer a reality for many of the informal workers.
According to Loureiro et al. (2017), the informality in the employment of the Pará youth
force employed without a signed work card is higher than formality; only 45% of young people
from Pará have registration in their work cards, while a higher percentage is outside the sphere
of security and possibly better income, 48%, a considerably negative fact for the search of social
equity in the State of Pará. And yet, the average of young people in informality in Pará is higher
than the national average, which corresponds to a percentage of 30%, which can denote "[...] a
4
The thesis of an interdicted youth in its conditions to live the training wholly, having the study as a form of work
by itself, we abstract from Frigotto (2004).
State, workers, and educational public policies: Basic education in the state of Pará and the contradictions of quality
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situation of adversity and a growing need for greater attention from public policies for these
individuals" (LOUREIRO et al., 2017, p. 20, our translation).
The sector that most concentrates the informality of young people from Pará is civil
construction because it is understood that the requirement of schooling is not a basic
requirement, which does not profoundly impact the selectivity of the workforce. And thus, those
who do not have complete education or training for a particular activity somehow have greater
job opportunities, even with an unattractive salary, so, according to Trindade and Barisão (2019,
p. 317, our translation), "On-the-job learning is the keynote of civil construction in Brazil [...]",
which means the denial in the process of schooling for young workers.
As for the young people who live off salaries registered in portfolios or contracts,
according to Loureiro et al. (2017), they are found in the Mineral Extraction Industry, with the
great significance of employability "[...] due to the State's vocation for such activity"
(LOUREIRO et al., 2017, p. 18, our translation), as well as in the Manufacturing Industry, in
the Trade sector, and Public Administration.
Therefore, the reality of those responsible, the family members of these young people
who live the relationship with work as a possibility of sustenance, is also marked by low
education, resulting from early school leaving caused by the need to work to maintain existence,
a fact that also makes informality a conditioning factor in the lives of these people, according
to Trindade and Fiel (2019, p. 346, our translation), for whom:
[...] one of the reasons for workers in the informal sector to have low education
is linked to the need for early insertion in the labor market, which reduces their
study time, culminating in school dropout or discontinuity.
Thus, these family members, through their work activities, guarantee few financial
resources to provide the little that is necessary to survive, for example, food, housing, and the
payment of electricity and water, which makes it impossible to assist their young people with
their needs and aspirations, also implying in the indispensable work of young people, according
to Frigotto (2004).
That said, considering this picture of the situation of the youth of Pará, we problematize
that the quality of human education precepted by IDEB, focused on a curricular minimization,
given the association of school performance to the cognitive achievement of students in
Portuguese and Mathematics (ALMEIDA; DALBEN; DE FREITAS, 2013), and, therefore,
Maria Isabel Batista RODRIGUES and Gilmar Pereira da SILVA
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denying other formative dimensions, such as identities, relationships with territories
5
and
knowledge arising from the immersion of subjects in the worlds of work, beyond the market,
does not contemplate the formative experiences lived in the Amazon, It also disregards social
inequalities, treating equally what cannot be equal, especially when we understand the subjects
of the schooling processes as a youth, in the plural - youth - and not in the singular - "youth" -,
within class relations, as stated by Frigotto (2004, p. 181, our translation), for which this
category comprises the "[...] unity of the diverse economic, cultural, ethnic, gender, religion,
etc.".
In this perspective, young people also from the Amazon regions, among which those
present in the state of Pará, should be understood as a unit of the diverse, given the innumerous
peculiarities of their territories, permeated as much by first order mediations as by the second
order mediations of capital (MÉSZÁROS, 2006), suffering, therefore, impacts of the
sociabilities of this way of producing existence, in the particularity of being young people of
working origin, since, in agreement with Frigotto (2004, p. 181, our translation):
Youth should be understood as a fraction of the working class that has been
prevented from experiencing its formative phase with quality due to being
subjected from an early age, for structural reasons, to (un)employment or
underemployment to contribute to the family income.
We thus assume the youth of the Amazon region of Pará as a fraction of the working
class, defined by its class condition, for which the denial of the rights to the results of human
work, such as education, sports, and culture, is intensified by having to experience early work,
submitting themselves "[... ] to the (un)employment or underemployment, to contribute with
the family income", as Frigotto (2004, p. 181) highlights, besides receiving a kind of school
with no guarantee of functioning, guided by a market pedagogy, based on a pedagogy of skills
and employability, which results in these subjects being blamed for social inequalities, although
the reasons are structural, given the unemployment crisis resulting from the interests of the
capitalist production mode (FRIGOTTO, 2004).
That said, we understand that, in the context of Pará, the youth, in the plural, should be
understood, according to Alves and Araujo (2017), in the diversities of different territories, such
5
We understand in this study that Territory is constituted by life experiences based on the relationships established
by different social actors and nature emphasizing feelings and constitution of identities representative of a peculiar
culture. In this sense, we agree with Boligian; Almeida (2003, p. 241, our translation), pointing out that "Territory
is the space of lived experiences, where the relationships between actors, and of these with nature, are relationships
permeated by feelings and by the symbolism attributed to places. They are spaces appropriated through practices
that guarantee them a certain social/cultural identity".
State, workers, and educational public policies: Basic education in the state of Pará and the contradictions of quality
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as those of rivers, as well as the territories of small, medium and large cities, with their
peripheries, of peasant worlds, of riverside communities, extractivist, quilombolas, indigenous,
fishermen, rural farmers, which result in different rural and urban youth, as well as from ethnic-
racial and gender criteria, among other factors within class relations, inferring, from these
elements, that these youths in Pará, when considering, for example, categories such as labor
market, education, and ethnic-racial relations, tend to have their lives mutilated in rights
(FRIGOTTO (2004), as pointed out by Alves and Araujo (2017, p. 162-163, our translation):
Considering the idea of the insertion of the youth of Pará into the job market
in a qualified way, data from the IBGE reveals that it happens in a precarious,
precocious, and unqualified way. It is observed that 43% of the young people
who are out of school assume, as their only perspective, that insertion in the
job market is necessary for survival.
It also reveals that only 18% of young people between 18 and 24 study, and
56% develop some paid activity. The situation tends to get worse when we
consider the youth from Pará under an ethnic-racial clipping: generally, the
data informs that the qualification and schooling conditions of young blacks
deepen this precarious condition.
Faced with a picture like the one highlighted by Alves and Araujo (2017), for example,
we problematize the inability of only the evaluative perspective propounded by IDEB indicators
to be able to define the quality of working class education, provoking more processes of ranking
and disqualification of public schools, since it is centered on a standardization of evaluation
practices that disregard the diversity of subjects, their social conditions, social inequalities,
focusing on pretentiously educational issues, but that maintain the relations of exclusion of
young people, not attacking the structures of oppression, as Alves and Soares (2013, p. 190, our
emphasis, our translation), for which "[...] schools must be seen by the learning of their students
- the expression of the effectiveness of their social function -, but also by the contextual
conditions for obtaining these results", since, the researchers also highlight, "An educational
system can only be said to have quality if its inequalities are also considered in the analysis of
its performance", so that "[...] the quality of the school in a single number does not contemplate
the unequal conditions among educational establishments".
It is necessary, therefore, to combat the social inequalities to which the youth of the
Amazon are subjected, considering Pará, which implies, according to Frigotto (2004), opposing
the capitalist mode of production that is dependent on the Brazilian context, disguising these
inequalities, when defending for the youth the thesis of employability and early insertion in the
labor market, as a condition for improving the quality of life, without opposing the structuring
issues of the oppression of Brazilian society.
Maria Isabel Batista RODRIGUES and Gilmar Pereira da SILVA
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The right to basic education in the State of Pará for those who lack public schools: the
condition of physical space
The public system of education is a primordial condition for the education of the sons
and daughters of working men and women who have public educational institutions as the only
space to guarantee access to this "subjective public good", as advocated by the Law of
Directives and Bases of Education (LDB) 9394∕ 96 (BRASIL, 1996) regarding the offer of
public education for all. And given this condition, we consider that the State is the most
responsible for the provision of education with guaranteed social quality and security for all
who need it, as highlighted by Araújo (2020, p. 317, our translation):
The State [...] is responsible for ensuring every citizen, regardless of their
place of birth or residence, the right to demand social quality education, and,
for this, the State must be organized to fulfill its responsibility.
We understand, however, that it is the State's responsibility, considering the portion of
the population that lacks public institutions as promoters of basic education, as a condition of
right, to be in constant dialogue with civil society to foster social actions that seek to meet the
interests of the various social subjects that make up the scenario of the schooling process in
Brazilian public-school education, among which are the workers also integrating this demand.
This is an important management position, especially when we understand that "The
demand for public school education has grown significantly and changed qualitatively with the
presence of the working classes" (RODRIGUES, 2007, p. 150, our translation), requiring the
State inclusive actions regarding attendance of men and women who divide their time with the
making of family support and the search for an education that may also be related to the
confrontation of the reduction of social inequalities that are so present in our country, as
highlights the report of the United Nations Children's Fund - UNICEF (2023, p. 25, our
translation),
More than 60% of the 17-year-old population lives in poverty in Brazil. The
poverty to which this data refers is more than income deprivation. It is also
about access to basic rights such as education, sanitation, water, food,
protection against child labor, housing, and information.
That is, poverty, arising from social inequalities produced by the capitalist mode of
production, affects a considerable percentage of Brazilians in multiple dimensions, such as
social, educational, cultural, economic, and food, depriving children and adolescents of
enjoying the results of human work, as highlighted by UNICEF (2023, p. 01, our translation),
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considering data from the Continuous National Household Sample Survey (Pnad Contínua) of
2019:
In absolute numbers, there were about 32 million children and adolescents in
deprivation in the country. To get an idea of the magnitude of this number, it
corresponds to a little more than the sum of the total inhabitants of the seven
most populous cities in Brazil, according to the Brazilian Institute of
Geography and Statistics (IBGE).
This social and economic inequality, therefore, is not at all favorable for the enjoyment
of rights, such as health, education, food, and housing, for millions of Brazilians who live
economically in unfavorable conditions, especially when we understand that a minority enjoy
an economic standard that allows them to guarantee all the conditions for a highly comfortable
life, while a large portion of children and also young Brazilians, with an age range of
approximately 20 years - supposedly of school age -, can't even glimpse the access to basic
education, as one of the rights constitutionally guaranteed to all Brazilian citizens, since the
situation of extreme poverty in which they find themselves already denounces that many of the
rights that the State should guarantee are denied to this significant portion of young workers.
As for the condition, in the schooling process, of individuals who come from an
economically unfavorable social environment, the presence of the State as a provider of
practical social actions becomes more urgent because the demand for subjects - young people -
who live the relationship between work and education precariously is quite significant. In this
regard, Guzzo and Filho (2005), in the context of the beginning of the first decade of the 21st
century, are quite emphatic when referring to the situation of the working subject in the face of
the Brazilian educational scenario.
The school dropout and the age/grade mismatch are directly related to the need
to supplement the family income. According to the IBGE (2000), of the 15-
year-olds, only 16.53% are in school, while 22% work and study, 8% only
study, 7% study and are looking for a job, and 10% do not study (GUZZO;
FILHO, 2005, p. 03, our translation).
This finding was also observed by Araujo, Rodrigues, and Alves (2015) in their studies
on "[...] high school educational indicators in municipalities of the Brazilian Amazon, observing
the variables failure, approval, dropout, and age/grade distortion" (ARAUJO; RODRIGUES;
ALVES, 2015, p. 231, our translation), considering data from INEP for the years 2002, 2007,
and 2012, with emphasis on rural and urban spaces, concluding that, due to the reality of social
inequalities in which "[...] the Amazonian youth is inserted [...]", the evasion or failure several
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times in school is "[...] a reflection of the imperative need for subsistence from early work"
(ARAUJO; RODRIGUES; ALVES, 2015, p. 257, our translation).
Araujo, Rodrigues, and Alves (2015, p. 257, our translation) also attested to the
provisions of Guzzo and Filho (2005), but in research in the Amazon, on the issue of states such
as Amazonas and Pará, the northern region concentrate, on terms of age/series distortion, "[...]
the largest distortions, being relevant, in the latter state, the participation of the municipalities
of the Marajó region (micro-region of Pará that presents the worst human development indices
of the entire state)". For Guzzo and Filho (2005, p. 03, our translation):
Income inequality is also part of the age/grade gap indices. Regions like the
North and Northeast (two regions that concentrate the highest number of poor
and miserable people in the country) present the highest number of fourteen-
year-olds in the school gap situation (89.4% and 89.9%, respectively). Even
in the case of those regions considered richer, as is the case of the South and
Southeast, the school discrepancy rates are high. These two regions have, for
example, 66.1% and 68.0%, respectively, of students at the age of fourteen in
a situation of school discrepancy.
Thus, considering this context of profound social inequalities with direct consequences
on the educational process, in the formal sense, the present article discusses the movement of
public educational policies, which aim to fulfill the right to education of young workers in the
Brazilian state, must guarantee not only access opposing the perspective of evaluation of the
quality of education for workers based on the Basic Education Development Index (IDEB), for
not considering the reality of the living conditions of students in the Amazon context, for
example.
We understand that ensuring the permanence of students implies creating conditions for
them to complete their studies, year after year, without them having to abandon it because of
financial resources for transportation, food, or the poor conservation of the school environment,
in terms of physical structure, not being inviting to the presence of the subjects in its premises,
making it impossible to have adequate conditions for learning, according to Vasconcelos et al.
(2021).
It is about ensuring a study time-space in classrooms, with conditions that allow the
subjects both to sit and to feel protected, giving them greater possibilities for learning related
to scientific content to happen through the proposition for each stage or grade, thus
materializing their promotion to subsequent grades that can also be understood as a condition
for the success of these students in their school experiences.
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In legal terms, we understand that the right to education for Brazilian citizens - children,
youth, and adults - has been proclaimed by the Universal Declaration of Human Rights of
December 10, 1948 (UN, 1948), passing through the Federal Constitution of 1988 (BRASIL,
1988) until reaching the Law of Directives and Bases of National Education 9394/96
(BRASIL, 1996), which currently governs and regulates education in the national territory
(SILVA; NUNES, 2019).
In these legal frameworks, there is the understanding that education is a subjective right,
being the duty of the family and the state, now of the state and the family, to offer this public
good to the population, regardless of color, creed, race, and political positioning.
It is also understood that its offer will occur in public and private spaces to guarantee
the safety and the promotion of teaching and learning for all who participate and need it,
according to LDB 9394/96 (BRASIL, 1996). Thus, the public education system enters the
scene as a provider of this public good as a social right in a safe and organized environment,
which can promote learning satisfactorily, i.e., with guaranteed quality standards (BRASIL,
1996), considering that this standard "[...] changes in time and space, as it is related to the social
projects of each time, and adopted by the Brazilian education" (FRANÇA; ALVES; DUARTE,
2022, p. 2708, our translation).
Thus, before the knowledge that basic education is legislated as a subjective public right
and its offer must necessarily occur free of charge in public educational institutions, it starts to
be configured as a collective interest, considering its representativeness as a cultural heritage
that tends to be present before the formation of generations that succeed each other in Brazilian
society, being essential, therefore, the performance of the public power for its realization.
According to Duarte (2004, p. 115, our translation)
The important thing is to realize that the implementation of an adequate public
education system is of interest not only to the direct beneficiaries of the service
(students) but to the collectivity since school education constitutes a means of
inserting new generations into the cultural heritage accumulated by humanity,
giving it continuity.
In the State of Pará, the public education system is no different in terms of interests since
the demand seeking public spaces to get a glimpse of training in basic education is quite
significant. According to data obtained in the Technical Summary of the State of Pará
(BRASIL, 2019), approximately 2.3 million students are occupying educational institutions,
which, not infrequently, present unfavorable conditions to welcome part of a collectivity that
excels in the continuity of its cultural heritage, as pointed out by data from the 2017 School
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Census (BRASIL, 2018). Based on this issue, Queiróz, Vale, and Santos (2018, p. 566, our
translation) point out that:
According to the socioeconomic information in SISPAE-2014, the objective
conditions of the teaching units aimed at promoting public schooling in the
State of Pará are unsatisfactory in ensuring quality in student learning,
considering that the environmental conditions of schools reflect fragility
concerning hygiene, safety, comfort, accessibility, etc.
In the same line of observation, from the State Report of the research work of teachers
in basic education in Brazil: [Pará], in the first decade of the 21st century, it is noted that "[...]
a large part of the schools need reforms and repairs in their facilities and many do not have
libraries and laboratories" (PARÁ, 2010b, p. 27, our translation). The report is even more
emphatic when it points out that
Exactly 816 schools, or 67.11% of the total state establishments, await
renovations. The buildings have damaged roofs and walls, bathrooms are
closed due to lack of maintenance in the hydraulic system, fans do not work,
and the number of desks is not always sufficient (PARÁ, 2010b, p. 30, our
translation).
This shows that the condition that is, in terms of physical structure, the provision of
essential public education in the state of Pará does not allow those interested in enjoying
education with principles based on social quality
6
that is so desired for training committed to
the integrity of daughters and sons of the working class that are present in these spaces and that
have them as the only condition for the expansion of their cultural heritage.
And yet such a condition is in line with Resolution Nº 001/2010 (PARÁ, 2010a, p. 5),
which regulates and consolidates the standards applicable to Basic Education in the State of
Pará, in Article 8, paragraphs II, stating the condition of the classroom, considering the
following record: "offer of classrooms that meet the quality standards of lighting and ventilation
established by national agencies for control and sanitary surveillance.
Given this picture, the State, through public actions, should seek to be more active in
ensuring appropriate conditions in official educational institutions so that the right to basic
education will be experienced by all its users, especially students. Therefore, it is the State's
6
Education based on the principles of social quality "[...] is the one that pays attention to a set of elements and
socioeconomic and cultural dimensions that surround the way of life and the expectations of families and students
about education; that seeks to understand government policies, social and environmental projects in their political
sense, aimed at the common good; that strives for adequate funding, for social recognition and appreciation of
workers in education; that transforms all physical spaces into a place of meaningful learning and effective
democratic experiences" (SILVA, 2009, p. 223, our translation).
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duty to ensure "essential inputs for the development of the teaching-learning process" (EYNG;
PACIEVITCH, 2015, p. 134, our translation), and to give dignity to the institutional, physical
spaces of teaching-learning, in our view, is effective in conditions of meaningful learning and
at the same time provides respectful and democratic experiences.
From this perspective, we understand that studying in an environment designed and
organized for educational actions is respecting the subjects in their integrity because the feeling
of safety, protection, and comfort will be experienced in daily school life, and it becomes an
inviting and welcoming space for different ways of thinking, according to Vasconcelos et al.
(2021).
These conditions can materialize in means to promote the permanence of the workers in
their formative processes before the education of quality and with opportunity conditions for
all, based on the assumption, according to Gusmão (2013, p. 304, our translation), that "[...] the
democratization of education, as well as the improvement of the quality of education, are
primarily political processes, broad, in that they are only achievable through public policies".
In this sense, the expansion of public policies reminds us of the unparalleled importance
of strengthening public school spaces so that more and more people can consolidate an
education that ensures their rights about the teaching and learning process, as well as the well-
being of the working class of the State of Pará, opposing the management perspectives focused
on quantitative goals defined by international organizations, which seek to look at the subject
as a matter for economic and social development, which means, in our view, at least neglecting
a set of conditions necessary to ensure the welfare of all as a right to be guaranteed by the State,
starting from the assumption, according to Silva (2019, p. 258, our translation), that the
"struggle for human rights means seeking a better quality of life for Brazilians."
The paths are taken by students from Pará to the public-school system: what the IDEB
does not report
The historically and ideologically constructed nature of the IDEB
7
(Basic Education
Development Index) consists of one more propositional action to regulate basic public
education in Brazil. As a results-oriented indicator of the quality of education, it is difficult to
understand why it should be used as a parameter of information on the quality of Brazilian
7
The IDEB is an integral part of the Education Development Plan (PDE) and the All for Education Commitment
Goals Plan (Decree No. 6.094/07), being a legal device that puts into action the 28 proposals contained in the PDE,
whose main axis is educational quality, as well as social mobilization to achieve the goals set by the plan.
(CHIRINÉA; BRANDÃO, 2015, p. 462).
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education since it does not seek to promote means of knowing the objective conditions of the
existence of students in Brazilian public institutions. Instead, the IBED is based on establishing
a standardized ranking of the student's school performance without considering these subjects'
socioeconomic and cultural levels.
We understand, therefore, that quality education is not linked to quantitative grades but
also includes "living conditions of the population, economic, cultural and social capital of the
student's families, the social environment of the school, income distribution, violence, among
others" (MACHADO; ALAVARSE; OLIVEIRA, 2015, p. 339, our translation). That is, the
subjects in educational institutions are results of extra-school factors as well, which should be
a relevant aspect in the constitution of large-scale assessment standards to contribute to
improving the working-class training conditions.
Considering that the understanding of quality emphasized by IDEB is measured by a
"[...] establishment of rankings with the best and worst results, both of education systems and
public and private schools" (CHIRINÉA; BRANDÃO, 2015, p. 462, our translation), and not
in the objective life conditions of the subjects that are in the school space, it is evident that the
quality thought for education becomes substantiated of an economic vision that seeks to meet
what the market needs and also pretentiously aim to remove the responsibility of the State as a
provider of means to ensure the quality of education. For Dourado (2020, p. 11-12, our
translation),
[...] it is essential not to lose sight of the fact that educational policies, as an
expression of the materialization of the action of the State/Government, are
mediated by the broader sociocultural context, as well as by regulations,
regulations, and dynamics of funding, evaluation, and management, not
always limited to the educational dimension, but certainly resulting from
macro processes that impact public policies, especially from fiscal adjustment
policies, which aim to reduce the role of the State about these policies and
their developments.
Knowing, therefore, under what conditions students from the public school system
arrive at school, with their diverse socioeconomic conditions and their diverse and important
knowledge, could necessarily contribute to the constitution of public policies for the
improvement of the quality of life of students and, consequently, their school performance, not
minimizing the role of the State in the face of its social responsibilities, especially when we
consider, in the context of Pará, that the reality that permeates the life of students in their
journeys to school is the most diverse and exhausting, such as the boats full of students heading
to the riverside schools and the great distances accomplished on foot in the rural schools, as
State, workers, and educational public policies: Basic education in the state of Pará and the contradictions of quality
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well as in the cities, being remarkable factors in the trajectory of these subjects that most of the
time arrives to the classroom tired, which can imply moments of wasted learning. In this regard,
Pantoja (2019, p. 26, our translation) discerns that:
In addition to the river commute, students travel relevant distances to reach
the schools, which usually causes them exhaustion because they do so, as a
rule, on foot. As a result, they often arrive at their destination sweaty and tired,
a disadvantage even in the initial learning moments.
Therefore, a single standard of evaluation, in the characteristics of the IDEB, makes
little sense given the living conditions of basic education students, who, due to the materiality
of their lives, are subjected to the daily hardships of being present in public schools. Riverside
students, for example, need boats every day to have access to school, "[...] they cross the river,
from Monday to Friday, to perform one of the most important activities that exist: studying"
(PANTOJA, 2019, p. 25, our translation), and these means of transportation are not always
available daily for their transportation, thus causing frequent absences of these students from
school, which consequently compromises their learning.
Situations such as lack of payment for transportation hired by the government are also
conditions that make it impossible for students to get to school and, consequently, no longer
have access to the scientific-school contents worked in the various school subjects. Pantoja
(2019, p. 20, our translation) comments that:
[...] when the state government does not pay the boatmen correctly, they go
on strikes, which makes the student's learning process unviable since they
cannot get to Belém and return to their locations.
Given this situation, we highlight that the guarantee of transportation for students of the
public-school network in the state of Pará is instituted in Law n. 8,846, of May 9, 2019, by the
State Program of School Transportation in the State of Pará - PETE/PA (PARÁ, 2019, p. 01),
when in its first article in line with its first paragraph records that:
Art. 1 It is at this moment instituted the State Program of School
Transportation in the State of Pará - PETE/PA, within the scope of the State
Department of Education - SEDUC, to guarantee school transportation for
students of elementary school, high school, and youth and adult education of
the state public network, through financial assistance to municipalities,
observing the provisions of this Law. § Paragraph 1 PETE/PA funds may also
be transferred to municipalities that can prove they provide school
transportation for students enrolled in elementary school, high school, youth,
and adult education, living in rural areas of their territory to a state public
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school located in another municipality, upon assessment of actual need by
SEDUC.
Even though it is guaranteed by law, however, many students end up being unassisted
by this primordial service that gives access to public educational institutions, understanding that
the lack of school transportation means absence in the classroom, a fact that does not contribute
to the "preparation" of these subjects to perform simple to the most complex moment of
evaluation.
However, the socioeconomic status of these students is not measured as a constitutive
element to evaluate their "good" or "bad" performance in the public-school system in the State
of Pará and, consequently, the quality of education, as pointed out by Alves and Soares (2013).
No attempt is made to know who they are, where they come from, how they come from, and
under what conditions they live. These and other conditions of life could be very relevant
elements to consider and evaluate the quality of education for the working class in the Pará
Amazon to build public policies that ensure the permanence of young people and adults in their
educational processes, with social quality.
In Pará, however, investments in basic education, in terms of high school, for example,
have decreased, causing the reduction of real teaching work, the construction of new schools,
with food and school transportation for youth, in favor of training through an interactive
educational system, making the formation of youth precarious. As Ladislau (2022) points out
in his study, from Marajó, about interactive high school education through the Interactive
Educational System of the State Government, thus aligning conditions for teacher-student
interaction, the spaces for school experience, since the training becomes generalized, from
misuse of new educational technologies.
Final remarks
The realities experienced by young Brazilian workers are diverse and adverse, and for
many of them, public educational institutions are very representative of their schooling, being
configured as the only space that they can use free of charge to guarantee at least the basic
education that is prescribed by law as a good to be enjoyed in the national territory by everyone.
The right to quality education is also a dimension of citizenship in the face of disparate realities.
However, thinking about the quality of education is to take into consideration not only
the means that can develop the cognitive aspect present in the human condition of the subjects,
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as it has been pretentiously proposed from IDEB evaluations, but to consider the diversity of
contexts in which the school institutions are inserted, as well as to consider the reality of the
school community that constitutes them, so that the right to education assists everyone, without
distinction of the place they come from or are.
Quality education must also be based on the orientation that for the subjects to develop
fully, a series of conditions are required beyond considering the socioeconomic and cultural
dimensions of the young people who need public school, even as an opportunity to reduce social
inequalities. Thus, it is up to the State to provide public actions that need to materialize in the
guarantee of physical space structured to the most salutary means for the access of young people
in economically unfavorable conditions, representing 40% of the Brazilian population.
Offering public schools with a sufficient number of desks, guaranteeing ventilated and
illuminated classrooms, making libraries with an extensive collection available, and equipping
laboratories, are ways to strengthen public institutions and in some way promote a more
democratic public education so that a greater number of young workers can feel the pleasure of
being in them, to complete their course in basic education, considering that this can come to
mitigate the conditioning factors of the social disparities that exist in this segment of the
Brazilian population. Therefore, it is necessary that the State, as the provider and maintainer of
education as a public and subjective good, feels more responsible for the access, permanence,
and success of the subjects that are under its jurisdiction, in the case of our analysis, in the State
of Pará, young people, and working adults.
Given the geographical conditions of the young students from Pará, school
transportation is also indispensable for them to have frequent access to educational institutions.
Therefore, it is a condition that needs great attention, which has not been happening on the part
of public policies designed for the quality of education in the State of Pará, as highlighted
throughout this work (CARMO; CUNHA; PRAZERES, 2020).
Given this scenario, we understand that quantitative data, through the IDEB, are not
representative of assessing the education that is offered in public educational institutions in Pará
since it is done in a condition of extreme need favored by insufficient public actions to ensure
dignity to student workers, not even in their physical spaces.
The daily lives of students who seek out public educational institutions are marked by a
series of violations of their rights, from precarious physical spaces to lack transportation, which
is a lived reality that needs to be considered when talking about evaluative standards for the
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education of young people who live in unfavorable economic conditions and that makes them
not enjoy a full education.
The engagement of the State using public policies needs to happen in symmetry with
the expansion of financial investments since the number of resources allocated for such
purposes does not seem to be sufficient, according to Monteiro (2021), considering the reality
of a State with an estimated population of 8,777,124 (eight million, seven hundred and seventy-
seven thousand, one hundred and twenty-four) inhabitants (IBGE, 2021), distributed in its 143
municipalities, with diversity in its territories that are intertwined amid dense forests, rivers
(islands), and roads.
No less important is the fact that the precarious formation of young people in the
Amazon stems from the way schools are conceived in the capitalist production mode,
contributing to its reproduction so that the "[...] educational duality and the obstacles of access
and permanence produced by this school have intense repercussions on the poorest population"
(ARAUJO; RODRIGUES; ALVES, 2015, p. 256, our translation).
We consider it of primary importance that investments in socio-educational policies are
on the priority agenda of social policies and that these can consider the breadth of this space
and its diverse needs, as Monteiro (2021) pointed out. But we also understand that the formation
of workers in Pará should consider the reality of work experienced by them, their times-spaces
of formation, and their daily knowledge, under penalty of fragmenting and minimizing the
formative processes beyond what is foreseen by the IDEB, with evaluations determining
methodologies, teaching procedures, pedagogical and management practices disregarding their
territories, ways of life, as determining elements of class, as the one we are analyzing, The State
has an important role in the configuration of broad and integrating educational policies between
school and life, with the guarantee that they can live their childhood, their studies, their
community, in opposition to the early work as children, being understood in their formative
processes, far beyond the large scale evaluations that parameterize education, under market
logic.
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CRediT Author Statement
Acknowledgments: Thanks to the Amazon Foundation of Support for Studies and
Research - FAPESPA -, the State of Pará, from the mediations of the Prorectorate Research
and Graduate Studies - PROPESP - of the Federal University of Pará - UFPA - for granting
a scholarship that allows the development of the research, with the title "Formation of the
child social being in the contradiction between capital and labor: experience in the
quilombola territory Mupi-Torrão, through the doctorate conducted in the Postgraduate
Program in Education in the Amazon - PGEDA/UFPA, Full Network Association, Belem
pole. Thanks also to Prof. Dr. Gilmar Pereira da Silva for his guidance during the doctoral
process in development.
Financing: Yes, research scholarship granted by the Amazônia Foundation for the Support
of Studies and Research - FAPESPA - of the State of Pará, from interlocution with the
Prorectorate Research and Graduate Studies - PROPESP - of the Federal University of Pará
- UFPA.
Conflicts of interest: None.
Ethical approval: Since this was bibliographical research, followed the referencing
procedures of the materials consulted.
Availability of data and material: None.
Authors' contributions: Maria Isabel Batista Rodrigues discusses issues of states, public
policies, and their relations with the reality experienced by students in the state of Pará, as
well as the condition of young workers in Pará; Gilmar Pereira da Silva, reflecting on work
and education in the Pará Amazon and its developments in the face of public policies aimed
at the region, focusing on the training of workers.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.