RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023099, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17902 1
EDUCAÇÃO BILÍNGUE E OS DESAFIOS DA INTERNACIONALIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA: UM OLHAR PARA AS DIRETRIZES PEDAGÓGICAS
LA EDUCACIÓN BILINGÜE Y LOS RETOS DE LA INTERNACIONALIZACIÓN DE
LA EDUCACIÓN BÁSICA: UNA MIRADA A LAS DIRECTRICES PEDAGÓGICAS
BILINGUAL EDUCATION AND THE CHALLENGES OF THE
INTERNATIONALIZATION OF BASIC EDUCATION: A LOOK AT THE
PEDAGOGICAL GUIDELINES
Caique Fernando da Silva FISTAROL1
e-mail: cfsfistarol@gmail.com
Isabela Vieira BARBOSA2
e-mail: miss.vieira@gmail.com
Márcia Regina Selpa HEINZLE3
e-mail: selpamarcia@gmail.com
Como referenciar este artigo:
FISTAROL, C. F. da S.; BARBOSA, I. V.; HEINZLE, M. R. S.
Educação bilíngue e os desafios da internacionalização da educação
básica: Um olhar para as diretrizes pedagógicas. Revista Ibero-
Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00,
e023099, 2023. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17902
| Submetido em: 24/03/2023
| Revisões requeridas em: 30/03/2023
| Aprovado em: 16/07/2023
| Publicado em: 26/10/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Regional de Blumenau (FURB), Blumenau SC Brasil. Doutorando em Educação do Programa
de Pós-Graduação em Educação e Professor de Inglês na Rede Pública Municipal de Ensino de Blumenau/SC.
2
Universidade Regional de Blumenau (FURB), Blumenau SC Brasil. Doutoranda em Educação do Programa
de Pós-Graduação em Educação.
3
Universidade Regional de Blumenau (FURB), Blumenau SC Brasil. Professora do Programa de Pós-
Graduação em Educação. Doutorado em Educação (UNICAMP).
Educação bilíngue e os desafios da internacionalização da educação básica: Um olhar para as diretrizes pedagógicas
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RESUMO: Ao abordarmos o ensino de uma segunda língua, poucos estudos se voltam para a
formação inicial de professores que atuam em contextos sociolinguisticamente complexos.
Assim, o presente artigo tem como objetivo analisar as diretrizes pedagógicas que regem o
currículo nacional brasileiro para formação de professores de Pedagogia e do curso de Letras -
Inglês. Partimos do pressuposto de que o pedagogo e o professor de língua adicional são os
profissionais adequados para lecionar nos anos iniciais em escolas bilíngues. Os procedimentos
metodológicos se baseiam na análise documental e têm como dados as Resoluções que regem
o currículo nacional brasileiro e que repercutem na formação de professores de Pedagogia e do
curso de Letras - Inglês. Conclui-se que superficialidade dos cursos em relação a aspectos
multiculturais, que permitam pensar os sujeitos docentes e de aprendizagem como sujeitos
sociais e historicamente situados.
PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores. Currículo. Língua adicional. Escolas
Bilíngues. Internacionalização da educação básica.
RESUMEN: Cuando abordamos la enseñanza de una segunda lengua, pocos estudios se
centran en la formación inicial de profesores que trabajan en contextos sociolingüísticamente
complejos. Este artículo tiene como objetivo analizar las directrices pedagógicas que rigen el
currículo nacional brasileño para la formación de profesores en Pedagogía y en el curso de
Letras - Inglés. Partimos de la base de que el pedagogo y el profesor de idioma adicional son
los profesionales adecuados para enseñar en los primeros años en escuelas bilingües. Los
procedimientos metodológicos se basan en el análisis documental y tienen como datos las
Resoluciones que rigen el currículo nacional brasileño y que repercuten en la formación de
estes profesores. Se concluye que hay superficialidad de los cursos con relación a los aspectos
multiculturales, que permiten pensar las asignaturas de enseñanza y aprendizaje como sujetos
sociales e históricamente situados.
PALABRAS CLAVE: Formación de profesores. Currículo. Idioma adicional. Escuelas
bilingües. Internacionalización de la educación básica.
ABSTRACT: When approaching the teaching of a second language, few studies focus on the
initial training of teachers who work in sociolinguistically complex contexts. Thus, the present
article aims to analyze the pedagogical guidelines that govern the Brazilian national
curriculum for the education of Pedagogy and English Language Arts teachers. We assume
that the pedagogue and the additional language teacher are the appropriate professionals to
teach in the early years in bilingual schools. The methodological procedures are based on
document analysis and have as data the Resolutions that govern the Brazilian national
curriculum and that have repercussions in the formation of Pedagogy and English Language
Arts teachers. It is concluded that there is a superficiality of the courses in relation to
multicultural aspects, which allow thinking the teaching and learning subjects as social and
historically situated subjects.
KEYWORDS: Teacher education. Curriculum. Additional language. Bilingual schools.
Internationalization of basic education.
Caique Fernando da Silva FISTAROL; Isabela Vieira BARBOSA e Márcia Regina Selpa HEINZLE
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Introdução
Observa-se nos últimos anos um crescimento de escolas bilíngues no Brasil, com vistas
à inserção de outras línguas na educação básica, entre elas o inglês (MATEUS, 2021). Esse fato
pode ser explicado à luz da perspectiva política e econômica internacional, a qual favorece a
posição de países dominantes no cenário mundial. De fato, em todo o mundo “as pessoas
acreditam que, para serem bem-sucedidas econômica e socialmente, precisam falar inglês, e
isso, de certa forma, coloca as pessoas que dominam essa língua em uma posição [...] de
destaque” (PASCHOAL; TAKAMURA; KRUBINIKI, 2017, p. 2). No que diz respeito ao
contexto brasileiro, sobre a Educação Bilíngue, podem ser trazidas as palavras de Costa (2018),
que destaca o crescimento das escolas bilingues no País:
No site da escola Maple Bear, visitado em abril de 2018, encontramos o
número de 111 escolas em funcionamento no Brasil, no site da Systemic
Bilingual, constatamos a presença desse sistema de educação que desenvolve
material para o ensino do inglês por meio de matérias em escolares em 52
escolas brasileiras, texto esse segundo o site da empresa, também visitado em
abril de 2018. Estes dados evidenciam o crescimento acelerado desse modelo
de ensino. Encontramos ainda dados que nos surpreendem como a escola
Learning Fun, presente em nove estados brasileiros, que oferece vagas para
crianças a partir de 8 meses de idade, [...] Diante dos dados expostos faz-se
importante entender e discutir sobre o bilinguismo (COSTA, 2018, p. 81).
Pensando na amplitude do debate, a internacionalização da educação se apresenta como
um tema que precisa ser pensado mais detalhadamente. Nesse sentido, o próprio conceito de
Educação Bilíngue não é um consenso e precisa ser pensado, pois sem uma perspectiva crítica,
o ensino intercultural de línguas apenas dará prosseguimento aos interesses
modernos/coloniais” (RODRIGUES; SILVESTRE, 2020, p. 408).
Desse modo, falar em internacionalização em espaços de ensino e de aprendizagem é
um tema cada vez mais urgente e necessário. Nesse sentido, a internacionalização do currículo
“surge nos últimos anos não apenas como um processo administrativo de reestruturação e
reformulação das universidades, mas como um caminho de possibilidades para os estudantes
de licenciatura” (BARBOSA; HEINZLE, 2020, p. 6).
Tratar desse tema no âmbito da formação de professores se torna cada vez mais
emergente, pois, no que diz respeito à globalização enquanto processo de estilhaçamento de
fronteiras, por exemplo, “se por um lado, a presença do inglês como ngua mundial está
acelerando o processo de globalização, por outro, a globalização está acelerando o uso do
inglês” (GRADDOL, 2006, p. 22). Falar, então, em internacionalização, requer que haja uma
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atenção voltada para situações linguisticamente complexas, de uso de mais de uma língua.
é que podemos situar a educação bilíngue. Então, “[...] a internacionalização do currículo pode
oferecer um currículo de conhecimentos e habilidades internacionais que possa preparar os
docentes para a performance docente, desenvolvendo outros aspectos dos campos sociais e
emocionais em contextos internacional e multicultural” (BARBOSA; HEINZLE, 2020, p. 7).
No que concerne à formação continuada, partimos do pressuposto de que não se trata de
um prolongamento da formação inicial, tampouco uma compensação de estudos, pois, da
perspectiva adotada neste artigo, se trata de “um conjunto de observações, análises e práticas
que devem ser trabalhadas, pensadas e refletidas com as ações no dia a dia” (WINKLER;
BAILER; FISTAROL, 2022, p. 7). Ao nos referirmos a contextos sociolinguisticamente
complexos (CAVALCANTI, 2011), estamos nos reportando a modos de pensar a convivência
e os impasses da sala de aula (e contextos fora dela) em relação aos usos de mais de uma língua.
Assim, nos voltamos para questões como “a distância entre formação inicial e realidade, as
necessidades que são levantadas ao longo da docência diante das mudanças cotidianas”
(WINKLER; BAILER; FISTAROL, 2022, p. 7). Portanto, neste texto, damos enfoque no
contexto das escolas bilíngues nacionais.
Metodologia
A presente pesquisa, de cunho qualitativo, tem como objetivo analisar as diretrizes
pedagógicas que regem o currículo nacional brasileiro para formação de professores de
Pedagogia e do curso de Letras - Inglês que atuam em escolas bilíngues e/ou internacionais.
Para isso, propomos nos voltar para iniciativas locais e palpáveis da realidade cotidiana
imediata. Outrossim, como nos países desenvolvidos economicamente uma ampla
divulgação das políticas públicas, esta pesquisa urge no sentido de trazer para o protagonismo
as lentes de experiências nacionais.
A pesquisa bibliográfica e documental, a partir de uma análise qualitativa, pode ser de
grande contribuição nesse sentido, já que se concentra na análise de ações efetivas tomadas no
âmbito nacional. Busca-se, então, investigar as propostas de documentos governamentais
nacionais que direcionem seu olhar para o currículo e para a formação de professores.
Neste sentido, os dados que fazem parte do corpus desta pesquisa são dois pareceres do
Conselho Nacional de Educação que estabelecem as diretrizes para cursos de Licenciatura no
Caique Fernando da Silva FISTAROL; Isabela Vieira BARBOSA e Márcia Regina Selpa HEINZLE
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Brasil. Mais especificamente, trata-se das diretrizes que regulamentam os cursos de Pedagogia
e Letras - Inglês.
A escolha por estas duas graduações se justificam por dois motivos: primeiramente,
devido ao fato de que esta pesquisa está inserida em um projeto maior, que busca analisar ações
de internacionalização na educação básica e currículos internacionais. Por este motivo, optou-
se por analisar apenas a atuação de docentes que trabalham no Ensino Fundamental/Anos
Iniciais, neste caso, os pedagogos. No entanto, entende-se que, em virtude dos desafios
linguísticos de atuar e ensinar uma ngua adicional, em diversas escolas, este componente
curricular é lecionado, muitas vezes, por um profissional de Letras, e não apenas pelo pedagogo.
Assim, em segundo lugar, optou-se por analisar o currículo de Letras-Inglês. Entretanto, como
iremos explorar ao longo deste texto, ambas as formações deixam brechas, também, para a
devida atuação do profissional no Ensino Fundamental/Anos Iniciais. A seguir, então,
apresentamos as análises dos documentos supracitados.
As diretrizes pedagógicas do currículo nacional brasileiro
As diretrizes pedagógicas são responsáveis pela orientação e pelo planejamento
curricular das escolas e de instituições de nível superior. Nesta seção, não iremos nos
aprofundar nas diretrizes dos cursos de Letras e Pedagogia, mas as utilizaremos para apresentar
um panorama dos objetivos de cada curso e suas respectivas recomendações.
No que diz respeito a temas como comunidade escolar, processos de instauração e
implementação de leis (no âmbito da internacionalização da educação), estamos, também, nos
referindo a tipos de escolas e modos de existência de sujeitos que transitam e ocupam tais
espaços, constituindo a escola a partir de ações e diálogos lá promovidos.
Nessse sentido, Megale (2019, p. 9) nos alerta para “[a] demanda por parâmetros legais
que norteiem e regulem essas instituições torna-se cada vez mais premente em face do aumento
do número delas e da necessidade de formação de professores que atuem nesse campo”. Assim,
é preciso pensar, então, que concepções teórico-metodológicas, articuladas a modos de fazer
e a processos de escolha na materialização dos currículos nos espaços escolares. Se a educação
é implicada, interessada e não neutra (FREIRE, 1996, p.13), então se tem, aí, a necessidade de
problematização frequente. Como tais currículos ultrapassam a dimensão da sala de aula e o
trabalho docente, tal abordagem ultrapassa, também, concepções homogêneas de escola e de
educação, porque ali também estão sujeitos heterogêneos atuando. Desse modo, a importância
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de observarmos tais documentos ancora-se na compreensão de que os docentes, além de suas
experiências pessoais, se formam e se constituem como professores a partir das vivências do
seu processo de formação.
O curso de Letras
O Parecer . 492, emitido pelo Conselho Nacional de Educação no dia 3 de abril de
2001, estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Filosofia, História,
Geografia, Serviço Social, Comunicação Social, Ciências Sociais, Letras, Biblioteconomia,
Arquivologia e Museologia. Ao longo de 38 páginas, o parecer discorre sobre alguns aspectos
essenciais dos cursos de formação. Sobre a formação do profissional de Letras, é tratada no
parecer ao longo das páginas 29 a 34.
No Parecer CNE/CES nº. 492 (BRASIL, 2001, p. 30), o objetivo da formação dos
profissionais de Letras “é formar profissionais interculturalmente competentes, capazes de
lidar, de forma crítica, com as linguagens, especialmente a verbal, nos contextos oral e escrito,
e conscientes de sua inserção na sociedade e das relações com o outro”. Assim, observamos
que as orientações do CNE se dirigem para a formação de um docente cujo objeto de estudo
são as múltiplas linguagens e as relações dos sujeitos com e através dessas linguagens.
O documento complementa, explicitando que “independentemente da modalidade
escolhida, o profissional em Letras deve ter domínio do uso da língua ou das línguas que sejam
objeto de seus estudos, em termos de sua estrutura, funcionamento e manifestações culturais”
(BRASIL, 2001, p. 30). Como podemos observar, a formação do profissional de Letras requer
que este possua domínio linguístico e cultural sobre o idioma, e sobre as diferentes
manifestações artístico-culturais relacionadas à língua estudada.
Ainda a respeito da formação docente, o Parecer reforça que o profissional de Letras:
[d]eve ser capaz de refletir teoricamente sobre a linguagem, de fazer uso de
novas tecnologias e de compreender sua formação profissional como processo
contínuo, autônomo e permanente. A pesquisa e a extensão, além do ensino,
devem articular-se neste processo. O profissional deve, ainda, ter capacidade
de reflexão crítica sobre temas e questões relativas aos conhecimentos
lingüísticos e literários (BRASIL, 2001, p. 30, grifo nosso).
Novamente, podemos observar que o foco da formação se ancora em aspectos
linguísticos e culturais. Para isso, o parecer elenca, entre as competências e habilidades
necessárias para este profissional, a fluência e proficiência na(s) língua(s) de formação;
consciência e análise crítica sobre a linguagem e seus respectivos fenômenos (psicológicos,
Caique Fernando da Silva FISTAROL; Isabela Vieira BARBOSA e Márcia Regina Selpa HEINZLE
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sociais, educacionais, históricos, culturais, políticos e ideológicos); conhecimento e análise
crítica dos conteúdos e teorias dos campos linguístico e literário; formação continuada; domínio
das tecnologias digitais; “domínio dos conteúdos básicos que são objeto dos processos de
ensino e aprendizagem no ensino fundamental e médio(BRASIL, 2001, p. 30, grifo nosso);
e conhecimento de metodologias pedagógicas que permitam a transferência dos conhecimentos
para diferentes etapas de ensino.
O parecer do CNE não especifica quais etapas do ensino fundamental, mas menciona
que a formação do docente de Letras terá como foco o ensino fundamental de 9 anos e o ensino
médio, apesar de, em alguns cursos, esta formação ter ênfase apenas nos Anos Finais do ensino
fundamental. Ainda, a respeito dos conteúdos curriculares a serem trabalhados ao longo da
formação docente, o CNE especifica que: “[c]onsiderando os diversos profissionais que o curso
de Letras pode formar, os conteúdos caracterizadores básicos devem estar ligados à área dos
Estudos Linguísticos e Literários, contemplando o desenvolvimento de competências e
habilidades específicas” (BRASIL, 2001, p. 31, grifo nosso).
A necessidade de haver habilidades específicas para a formação de profissionais
docentes se volta para uma perspectiva que precisa estar pautada em urgências locais. Isso
porque pensar a partir dos aspectos culturais e na complexidade dos contextos bilíngues, por
exemplo, requer que se volte para sujeitos situados em instâncias particulares, que não podem
ser padronizadas ou homogeneizadas.
O curso de Pedagogia
Diferentemente do Parecer que estabelece as Diretrizes para o curso de Letras, o Parecer
CNE/CP nº. 05/2005, emitido pelo Conselho Nacional de Educação no dia 13 de dezembro de
2005 (BRASIL, 2005), institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia.
Este parecer apresenta-se em arquivo único, se dedicando apenas ao curso de Pedagogia
(BRASIL, 2005).
Neste sentido, o documento afirma que
As Diretrizes Curriculares para o Curso de Pedagogia aplicam-se à formação
inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais
do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio de modalidade Normal
e em cursos de Educação Profissional, na área de serviços e apoio escolar,
bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos
pedagógicos. A formação oferecida abrangerá, integradamente à docência, a
participação da gestão e avaliação de sistemas e instituições de ensino em
geral, a elaboração, a execução, o acompanhamento de programas e as
atividades educativas (BRASIL, 2005, p. 6).
Educação bilíngue e os desafios da internacionalização da educação básica: Um olhar para as diretrizes pedagógicas
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Podemos observar, na descrição do objetivo da licenciatura no curso de Pedagogia, a
primeira distinção entre os cursos: as etapas de ensino. O curso de Letras prevê a formação do
docente para atuar no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, a licenciatura pedagógica
permite ao docente atuar na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, e
coloca restrições também para sua atuação no Ensino Médio.
Apesar do Parecer explicitar que o graduado em Letras possa atuar em outras áreas, o
documento não especifica quais campos de atuação são estes. No Parecer CNE/CP nº. 05/2005,
entretanto, especificam-se os diferentes campos de atuação do pedagogo, dentro e fora do
ambiente escolar e, ainda, dentro do ambiente escolar em outras funções além da de docente.
Quanto ao perfil do pedagogo, o parecer aprofunda-se de forma mais explícita ao elencar
habilidades às quais o egresso precisa estar apto, tais como: “atuar com ética e compromisso
com vistas à construção de uma sociedade justa, equânime, igualitária(BRASIL, 2005, p. 8-
9), demonstrando que, na perspectiva do CNE, a função pedagógica vai além dos conteúdos
pedagógicos e metodológicos, como enfoca a formação do docente de Letras.
O documento explora a necessidade de o pedagogo atuar de forma a compreender,
cuidar, educar crianças, jovens e adultos; promover o desenvolvimento físico, psicológico,
intelectual, social, cultural, entre outros, dos estudantes; promover avaliação, planejamento,
execução e diferentes oportunidades de escolarização de acordo com as necessidades e
condições de aprendizagem dos estudantes. Assim, o documento ressalta o papel do docente de
“aplicar modos de ensinar diferentes linguagens, Língua Portuguesa, Matemática, Ciências,
História, Geografia, Artes, Educação Física, de forma interdisciplinar e adequada às diferentes
fases do desenvolvimento humano, particularmente de crianças” (BRASIL, 2005, p. 8-9), além
de utilizar-se de diferentes linguagens, metodologias e teorias didático-pedagógicas; promover
a parceria entre escola, famílias e comunidades, atuando como agentes interculturais, entre
tantos outros elementos não menos importantes para esta discussão.
Novamente, o parecer de Pedagogia distingue-se do de Letras, conforme as orientações
do CNE. Isso porque, enquanto no curso de Letras há uma clara introdução do objeto central de
estudo, os campos da linguística e da literatura, no curso de Pedagogia são elencados conteúdos
específicos a serem trabalhados ao longo do curso.
Nesse sentido, o CNE (BRASIL, 2005) elenca 12 tópicos essenciais para a composição
do curso de Pedagogia: 1) Princípios e concepções que contribuam para o desenvolvimento das
pessoas; 2) Gestão democrática; 3) Observação, análise, planejamento, implementação e
Caique Fernando da Silva FISTAROL; Isabela Vieira BARBOSA e Márcia Regina Selpa HEINZLE
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avaliação de processos educativos; 4) Conhecimentos sobre aprendizagem e o ser humano; 5)
Processos de desenvolvimento; 6) Diagnóstico e planejamento de atividades pedagógicas; 7)
Planejamento, execução e avaliação; 8) Didática e teorias pedagógicas; 9) Linguagens e
conteúdos do Ensino Fundamental I: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História e
Geografia, Artes, Educação Física; 10) Estudo das relações entre educação e trabalho,
diversidade cultural, cidadania, sustentabilidade, entre outras problemáticas centrais da
sociedade contemporânea; 11) Ética, estética e ludicidade; 12) Orientações legais.
A partir das diretrizes, observamos que o curso de formação de professores demonstra
brechas para a atuação dentro de um currículo bilíngue e/ou internacional. Vale destacar, então,
que o curso de Pedagogia não tem exigência linguística nem disciplinas que buscam o
desenvolvimento de proficiência em um idioma adicional. Por outro lado, observamos também
que os cursos de Letras possuem exigências que reforçam os estudos literários e linguísticos
em detrimento de outras áreas do saber, essenciais para a função do professor em Anos Iniciais.
A Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica
A partir das diferentes demandas originadas a respeito da formação inicial docente, no
ano de 2019 foram publicadas duas novas resoluções: a Resolução CNE/CP . 2, de 20 de
dezembro de 2019, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de
Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial
de Professores da Educação Básica (BNC-Formação), e o Parecer CNE/CP nº. 22/2019,
aprovado em 7 de novembro de 2019, que tem como objetivo a revisão e atualização de
resoluções e pareceres anteriores.
A relevância da formação inicial repercute nos objetivos do Plano Nacional da Educação
2014-2024. O que a Resolução CNE/CP nº. 2, de 20 de dezembro de 2019 faz é definir
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores na Educação Básica,
instituindo a BNCC em relação a esse tipo de formação (BNCC Formação). Segundo a
resolução, a atuação do professor passou a exigir uma formação profissional específica. Isso
repercute diretamente na formação complementar após a formação pedagógica inicial.
A referida resolução se volta, também, às necessidades de formação permanente, e de
atualização do profissional docente, não se encerrando na graduação. Tem-se, também, o
reconhecimento da prática como parte da formação da docência. É importante mencionar,
também, a relação entre as resoluções. Isso porque o Parecer CNE/CP nº. 22/2019 fundamenta
a Resolução CNE/CP . 2/2019. Não é à toa que o primeiro se atém, considerando o âmbito da
Educação bilíngue e os desafios da internacionalização da educação básica: Um olhar para as diretrizes pedagógicas
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valorização docente, por exemplo, para a observância e o cumprimento das metas 17 e 18 do
PNE:
O atingimento das metas 17 e 18 do PNE que tratam, respectivamente, da
equivalência salarial entre profissionais do magistério e outros profissionais
com a mesma titulação, e do plano de carreira do magistério, é absolutamente
necessário para que os docentes das escolas de Educação Básica sejam
devidamente valorizados. Atrasos nestas metas se refletem de forma direta na
demora tanto em se melhorar o aprendizado dos estudantes como na
diminuição das desigualdades educacionais (BRASIL, 2019a, p. 8).
É importante mencionar, em relação à Resolução CNE/CP . 2/2019, que um dos
pontos fortes do documento é a relação entre ensino superior e educação básica, como um pilar
de aprimoramento da formação docente. A BNCC é tomada como referência:
Art. Com base nos mesmos princípios das competências gerais
estabelecidas pela BNCC, é requerido do licenciando o desenvolvimento das
correspondentes competências gerais docentes.
A organização curricular dos cursos destinados à Formação Inicial de
Professores para a Educação Básica, em consonância com as aprendizagens
prescritas na BNCC da Educação Básica, tem com os princípios norteadores:
I - compromisso com a igualdade e a equidade educacional, com os princípios
fundantes da BNCC (BRASIL, 2019b, p. 2-4).
Trazemos tais ponderações porque é preciso conhecer tais documentos, pois se trata de
regulações normativas associadas à educação básica. Entretanto, se por um lado os professores
devem conhecer as normativas oficiais, eles também devem desconfiar de um ensino baseado
somente em competências, por exemplo. Isso porque estamos nos terrenos dos conhecimentos
científicos e não se trata de termos sem axiologia ou destituídos de implicações metodológico-
práticas. A Coordenadoria das Licenciaturas da UFRGS, por exemplo, sinalizou para o risco de
negligenciar o fato de que a BNCC-Educação Básica não compreenda, de fato, possibilidades
e alcances da educação básica a partir de fundamentos necessários para se pensar a formação
docente. Pode-se ler, então, o seguinte:
A centralidade da BNCC-Educação Básica para a organização dos currículos
de cursos de formação inicial de professores pode representar um risco de
redução do papel da Universidade, reduzindo os tópicos de estudo e as
exigências de formação. A implementação dessas diretrizes pode estabelecer
um patamar inferior àquele compreendido como formação de nível superior
(COORLICEN, 2020, p. 25).
Além disso, pode ser mencionado que a Resolução 2/2019, mais especificamente no
Art. 29, chega a sugerir que as competências gerais docentes devem mudar cada vez que
Caique Fernando da Silva FISTAROL; Isabela Vieira BARBOSA e Márcia Regina Selpa HEINZLE
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mudarem as diretrizes de regulamentação da educação básica. Mais especificamente, acerca
disso, são estas as palavras do referido documento:
As competências gerais docentes, as competências específicas e as respectivas
habilidades da Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores
da Educação Básica, previstas nesta Resolução, deverão ser revisadas pelo
CNE, sempre que houver revisão da Base Nacional Comum Curricular
(BRASIL, 2019b, p. 12).
Segundo a referida resolução, a cada mudança nas diretrizes da educação básica,
portanto, devem mudar (sic) as competências gerais docentes. Cabe assinalar que o
desenvolvimento por competências não é uma proposta nova. Isso porque a Resolução CNE/CP
nº. 1/2002, fundamentada no Parecer CNE/CP nº. 9/2001, havia abordado a formação sob
este prisma, já que o último documento havia mencionado o seguinte:
[a]s competências tratam sempre de alguma forma de atuação, só existem “em
situação” e, portanto, não podem ser aprendidas apenas no plano teórico nem
no estritamente prático. A aprendizagem por competências permite a
articulação entre teoria e prática e supera a tradicional dicotomia entre essas
duas dimensões, definindo-se pela capacidade de mobilizar múltiplos recursos
numa mesma situação, entre os quais os conhecimentos adquiridos na reflexão
sobre as questões pedagógicas e aqueles construídos na vida profissional e
pessoal, para responder às diferentes demandas das situações de trabalho
(BRASIL, 2001, p. 30).
Entretanto, embora pareça às vezes o contrário, a palavra competências não é um termo
unilateral e “óbvio”, como um conjunto de saberes a ser apreendidos para determinado fim, por
exemplo. Isso porque o termo é ambíguo e, por vezes, polissêmico. Diaz-Barriga (2011) é
taxativo nesse sentido, ao afirmar que:
No pouco tempo que este enfoque tem no campo da educação destacam-se
dois temas que convêm examinar: por uma parte a questão das competências
reivindica uma luta centenária na arena educativa: eliminar o enciclopedismo
da prática escolar, evitar que o sentido do que se ensina na escola seja a escola
mesma, e por isso reconhece a necessidade de que o trabalho escolar se oriente
a resolver problemas do entorno de cada sujeito, quer dizer, a desenvolver
competências. Por outro lado, é importante reconhecer as diferentes escolas
de pensamento que subjazem na construção da proposta de competências, pois
umas reivindicam produtos, com o enfoque trabalhista ou o modelo condutual,
enquanto outras visam reconhecer que uma competência é um
desenvolvimento, um processo, uma qualidade, com desenvolvimentos
efetuados do socioconstrutivismo e o pensamento pedagógico-didático. Este
reconhecimento tem implicações em quem formula as propostas curriculares,
mas também tem ampla significação na forma em que os docentes possam
interpretar o que realizam na sala de aula (DIAZ-BARRIGA, 2011, p. 1).
Educação bilíngue e os desafios da internacionalização da educação básica: Um olhar para as diretrizes pedagógicas
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Aplicar recursos e métodos para o desenvolvimento dos pressupostos da BNCC em sala
de aula é uma tarefa possível. Entretanto, tal normativa não se volta para a questão de que, ainda
que a aula seja inovadora, isso não é garantia de que o ensino e a aprendizagem ocorram de
fato. Há um efeito de culpabilização do professor no que diz respeito à formação contínua.
O sucesso dos processos de ensino-aprendizagem não depende somente do professor,
mas a estrutura da instituição de ensino, por exemplo, também pode ser decisiva na tomada de
decisões quanto às transformações das atividades pedagógicas a serem executadas, além do
contexto dos estudantes, que não pode ser negligenciado.
O que observamos é que, mesmo que mais atualizados, estes documentos ainda apontam
de forma irregular e discreta a formação de professores para atuar em contextos bilíngues. Na
Resolução CNE/CP nº. 2, por exemplo, o texto traz a “adoção de uma perspectiva intercultural
de valorização da história, da cultura e das artes nacionais, bem como das contribuições das
etnias que constituem a nacionalidade brasileira” (BRASIL, 2019b, p. 5, grifo nosso). Porém,
como observamos no excerto do texto, o documento restringe-se à compreensão da cultura
nacional, não deixando claras as orientações, para contextos bilíngues que se utilizam de línguas
de imigração ou franca, de que forma essa interculturalidade deve ser explorada. Some-se a isso
o fato de que o Parecer CNE/CP nº. 22/2019 começa sua primeira seção discutindo as políticas
da formação e valorização do professor. Nesse sentido, o documento faz um resgate histórico
mostrando a importância e os principais desafios da docência. Em seguida, explora diversos
aspectos desafiadores da educação no Brasil. Para isso, ele aponta aspectos a serem melhorados
e uma pesquisa na qual reforça o olhar científico para compreender as principais carências da
educação no País.
Assim, o documento destaca que “[a] formação inicial de professores é, sem dúvida,
ainda um grande desafio a ser vencido. Nesse contexto, é importante conhecer mais de perto o
que outros países, situados no topo da educação mundial, estão fazendo para melhorar a
formação inicial de seus professores” (BRASIL, 2019a, p. 9). Entretanto, o próprio documento
ressalta a importância de que “os referenciais apontem diferentes caminhos para um mesmo
objetivo e considerem as diversas necessidades dos estudantes e os contextos educacionais e
socioculturais, admitindo, para tanto, a diversidade de pedagogias” (BRASIL, 2019a, p. 9).
Em seguida, o documento se debruça sobre a BNCC. É importante assinalar que talvez
o parecer tenha sido refeito com o intuito de se adequar a novas demandas da BNCC. Diante
disso, resulta o fato de que aspectos como a Educação Bilíngue não tenham sido tão explorados,
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por exemplo. Nesse sentido, a nova organização curricular dos cursos de formação inicial no
país fica dividida em três dimensões principais:
- Grupo I: 800 (oitocentas) horas para a base comum que compreende os
conhecimentos científicos, educacionais e pedagógicos e fundamentam a
educação e suas articulações com os sistemas, escolas e práticas educacionais.
- Grupo II: 1.600 (mil e seiscentas) horas para a aprendizagem dos conteúdos
específicos das áreas, componentes, unidades temáticas e objetos de
conhecimento da BNCC e para o domínio pedagógico desses conteúdos.
- Grupo III: 800 (oitocentas) horas para a prática pedagógica com a seguinte
distribuição: 400 (quatrocentas) horas de estágio e 400 (quatrocentas) horas
para os componentes curriculares dos Grupos I e II, das quais: - 400
(quatrocentas) horas de estágio supervisionado, em situação real de trabalho
em escola, segundo o Projeto Pedagógico do Curso (PPC) da instituição
formadora; - 400 (quatrocentas) horas de práticas nos componentes
curriculares dos Grupos I e II, distribuídas ao longo do curso, desde o seu
início, segundo o PPC da instituição formadora (BRASIL, 2019b, p. 23).
Como podemos observar, a Resolução CNE/CP . 2/2019 e o Parecer CNE/CP nº.
22/2019 trazem novos entendimentos a respeito da formação de professores no Brasil. Neste
sentido, os dois documentos se debruçam sobre as competências e habilidades a serem
desenvolvidas durante a formação inicial para aqueles que irão atuar na educação básica
brasileira.
No entanto, notamos um olhar para os conteúdos a serem explorados ao longo da
licenciatura, com foco em conhecimentos teóricos e práticos, e com competências e habilidades
específicas e relacionais. Alguns aspectos, como cultura, identidade e linguagens, são
pontuados de forma genérica e sem especificar os diferentes contextos linguísticos brasileiros.
Observamos, então, que, enquanto ocorre um avanço na compreensão da valorização
docente e uma adequação para a Base Nacional Comum Curricular, outros aspectos como o
multilinguismo e a interculturalidade ainda se apresentam de forma insípida, assim como nos
documentos anteriores. Neste sentido, na próxima seção iremos nos empenhar em compreender
um pouco mais sobre as orientações específicas para a educação bilíngue.
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Orientações para a Educação Bilíngue
A origem das escolas bilíngues e internacionais, no Brasil, como apresentamos
anteriormente, possui uma longa história na prática, mas, em termos de orientações legais, ainda
inicia os primeiros passos. As regulamentações, todavia, se encontram escassas, além de
diversas orientações, pareceres e leis encontrarem-se apenas em contextos estaduais ou
municipais.
Considerando o objetivo de compreender em um sentido mais amplo as orientações para
o ensino em uma perspectiva multilíngue, apontamos, de forma breve nesta seção, apenas as
orientações de nível federal. Entre elas destacamos o Parecer CNE/CEB nº. 1/2020, que
regulamenta a inclusão e a matrícula de crianças e adolescentes migrantes, refugiados, apátridas
e solicitantes de refúgio no sistema público de ensino brasileiro, e o Parecer CNE/CEB .
2/2020, que aponta as Diretrizes Curriculares Nacionais para a oferta de educação plurilíngue.
Os pareceres respectivamente destacam como seus objetivos principais:
Garantir o direito de matrícula de crianças e adolescentes migrantes,
refugiados, apátridas e solicitantes de refúgio nas redes públicas de ensino.
Sem o requisito de documentação e discriminação pela nacionalidade
migratória (BRASIL, 2020a, grifo do original).
Assegurar a criação da comissão para análise de normas para a oferta da
Educação Plurilíngue e Internacional no Brasil (BRASIL, 2020b, grifo do
original).
Quanto à formação docente, as diretrizes para educação bilíngue no Brasil trazem como:
Art. 10 Nos cursos de formação de professores que irão atuar em Escolas
Bilíngues serão exigidos os seguintes requisitos para os professores formados
ou em formação iniciada até o ano de 2021:
I - para atuar como professor em língua adicional na Educação Infantil e
Ensino Fundamental - Anos iniciais:
a) ter graduação em Pedagogia ou em Letras;
b) ter comprovação de proficiência de nível mínimo B2 no Common European
Framework for Languages (CEFR); e
c) ter formação complementar em Educação Bilíngue (curso de extensão com
no mínimo 120 (cento e vinte) horas; pós-graduação lato sensu; mestrado ou
doutorado reconhecidos pelo MEC) (BRASIL, 2020b, p. 25-26).
Observamos que, até o ano de 2021, os docentes que atuam nos anos iniciais do Ensino
Fundamental brasileiro deveriam ter formação em Pedagogia ou Letras. No entanto, mostram-
se visíveis os desafios para o docente de Letras, com a atual configuração curricular, adequar-
se às exigências dos Anos Iniciais. Nesse mesmo sentido, observa-se que o currículo nacional
brasileiro para formação de pedagogos pouco ou nada contempla a competência linguística
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em língua adicional, para que o pedagogo possa comprovar a proficiência mínima neste idioma
para adequar-se à educação bilíngue.
As orientações para atuação na educação bilíngue, a partir de 2022, vão na mesma
direção:
Art. 11 Nos cursos de formação de professores que irão atuar em Escolas
Bilíngues serão exigidos os seguintes requisitos para os professores com
formação iniciada a partir de 2022:
I - para atuar como professor em língua adicional na Educação Infantil e
Ensino Fundamental - Anos Iniciais:
a) ter formação em Pedagogia para Educação Bilíngue e/ou Letras para
Educação Bilíngue; e
b) ter comprovação de proficiência de nível mínimo B2 no Common European
Framework for Languages (CEFR) (BRASIL, 2020b, p. 25-26).
Nesta nova versão do parecer do CNE, observamos a inserção da Pedagogia para
Educação Bilíngue ou do curso de Letras como a formação inicial adequada. Contudo, em uma
pesquisa nas principais universidades brasileiras, não é fácil encontrar a oferta destes cursos.
Mesmo em nível de especialização, a Educação Bilíngue ainda é um campo com poucas ofertas
para qualificação profissional.
Percebemos, então, novamente, um descompasso entre o crescimento das escolas
bilíngues e internacionais no Brasil, e a oferta de cursos a nível de graduação ou especialização
para docentes que atuam ou buscam atuar nesta área.
Considerações finais
Ao refletir sobre a educação bilíngue a partir dos documentos curriculares oficiais para
os cursos de Letras e Pedagogia, observamos a superficialidade dos cursos em relação a
aspectos multiculturais, que pensem os sujeitos docentes e de aprendizagem como sujeitos
sociais e historicamente situados. Fala-se, ainda, de especificidades, mas ainda uma
homogeneização de práticas, o que requer que cada profissional se volte para a particularidade
dos contextos linguística e socialmente complexos nos quais estão envolvidos no cotidiano.
Há uma necessidade de desenvolvimento de aspectos cognitivos e de aprendizagem da
criança no curso de Pedagogia, por exemplo, no que concerne ao ensino da língua adicional,
pois geralmente tal abordagem se volta somente para o ensino da língua portuguesa. Diante
disso, não é difícil notar que o desenvolvimento de aprendizado da linguagem deve considerar
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as especificidades do idioma estrangeiro também, sobretudo no que diz respeito à formação de
professores do curso de Pedagogia.
Não é difícil notar um apego a questões estruturais da língua inglesa e de literatura no
currículo, o que leva a uma carência de aspectos pedagógicos quanto ao desenvolvimento
infantil, das etapas de desenvolvimento, metodologias e apropriação de conhecimentos que
levem à efetivação da educação bilíngue. Vale destacar a necessidade de oferta de cursos de
Pedagogia Bilíngue ou de Letras Bilíngue que satisfaçam a demanda de especificidades do
referido campo, a fim de possibilitar uma formação sólida e favorável a um atendimento
multicultural dos discentes. Enquanto profissionais de ensino de línguas, pensamos, também a
necessidade de haver comprovação de competência linguística do professor de educação
bilíngue, como, por exemplo, se pensarmos na dificuldade de aquisição do nível mínimo B2 no
Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (Common European Framework of
Reference for Languages CEFR)
4
.
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ery=LICENCIATURA. Acesso em: 10 ago. 2023.
BRASIL. Resolução CNE/CP n. 2, de 20 de dezembro de 2019. Define as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica [...].
4
Trata-se de um marco internacional de descrição de competências linguísticas.
Caique Fernando da Silva FISTAROL; Isabela Vieira BARBOSA e Márcia Regina Selpa HEINZLE
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Brasília, DF: MEC, 2019b. Disponível em:
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Blumenau. Revista EntreLínguas, Araraquara, v. 8, n. 00, e022048, 2022.
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Capes e Fapesc.
Financiamento: Trata-se de um artigo parte do Projeto Observatório com fomento da
Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina
(FAPESC).
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: Considerando a perspectiva documental da pesquisa, esta não passou
pelo comitê de ética, mas teve, ao longo de toda sua coleta, análise e produção textual,
grande preocupação com a ética na pesquisa.
Disponibilidade de dados e material: Os dados utilizados são de origem documental e
encontram-se disponíveis na internet para acesso.
Contribuições dos autores: Caique Fernando da Silva Fistarol contribuiu através da coleta
de dados, análise e interpretação dos dados. Isabela Vieira Barbosa contribuiu na análise e
interpretação dos dados, além da escrita do texto. Marcia Regina Selpa Heinzle contribuiu
na escrita do texto e revisão final.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023099, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17902 1
LA EDUCACIÓN BILINGÜE Y LOS RETOS DE LA INTERNACIONALIZACIÓN
DE LA EDUCACIÓN BÁSICA: UNA MIRADA A LAS DIRECTRICES
PEDAGÓGICAS
EDUCAÇÃO BILÍNGUE E OS DESAFIOS DA INTERNACIONALIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA: UM OLHAR PARA AS DIRETRIZES PEDAGÓGICAS
BILINGUAL EDUCATION AND THE CHALLENGES OF THE
INTERNATIONALIZATION OF BASIC EDUCATION: A LOOK AT THE
PEDAGOGICAL GUIDELINES
Caique Fernando da Silva FISTAROL1
e-mail: cfsfistarol@gmail.com
Isabela Vieira BARBOSA2
e-mail: miss.vieira@gmail.com
Márcia Regina Selpa HEINZLE3
e-mail: selpamarcia@gmail.com
Cómo hacer referencia a este artículo:
FISTAROL, C. F. da S.; BARBOSA, I. V.; HEINZLE, M. R. S. La
educación bilingüe y los retos de la internacionalización de la
educación básica: Una mirada a las directrices pedagógicas. Revista
Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n.
00, e023099, 2023. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17902
| Presentado el: 24/03/2023
| Revisiones requeridas en: 30/03/2023
| Aprobado el: 16/07/2023
| Publicado el: 26/10/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Ejecutivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidad Regional de Blumenau (FURB), Blumenau SC Brasil. Estudiante de Doctorado en Educación
del Programa de Posgrado en Educación y Profesora de Inglés en el Sistema Municipal de Escuelas Públicas de
Blumenau/SC.
2
Universidad Regional de Blumenau (FURB), Blumenau SC Brasil. Estudiante de Doctorado en Educación
del Programa de Posgrado en Educación.
3
Universidad Regional de Blumenau (FURB), Blumenau SC Brasil. Profesora del Programa de Posgrado en
Educación. Doctorado en Educación (UNICAMP).
La educación bilingüe y los retos de la internacionalización de la educación básica: Una mirada a las directrices pedagógicas
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RESUMEN: Cuando abordamos la enseñanza de una segunda lengua, pocos estudios se
centran en la formación inicial de profesores que trabajan en contextos sociolingüísticamente
complejos. Este artículo tiene como objetivo analizar las directrices pedagógicas que rigen el
currículo nacional brasileño para la formación de profesores en Pedagogía y en el curso de
Letras - Inglés. Partimos de la base de que el pedagogo y el profesor de idioma adicional son
los profesionales adecuados para enseñar en los primeros años en escuelas bilingües. Los
procedimientos metodológicos se basan en el análisis documental y tienen como datos las
Resoluciones que rigen el currículo nacional brasileño y que repercuten en la formación de estes
profesores. Se concluye que hay superficialidad de los cursos con relación a los aspectos
multiculturales, que permiten pensar las asignaturas de enseñanza y aprendizaje como sujetos
sociales e históricamente situados.
PALABRAS CLAVE: Formación de profesores. Currículo. Idioma adicional. Escuelas
bilingües. Internacionalización de la educación básica.
RESUMO: Ao abordarmos o ensino de uma segunda língua, poucos estudos se voltam para a
formação inicial de professores que atuam em contextos sociolinguisticamente complexos.
Assim, o presente artigo tem como objetivo analisar as diretrizes pedagógicas que regem o
currículo nacional brasileiro para formação de professores de Pedagogia e do curso de Letras
- Inglês. Partimos do pressuposto de que o pedagogo e o professor de língua adicional são os
profissionais adequados para lecionar nos anos iniciais em escolas bilíngues. Os
procedimentos metodológicos se baseiam na análise documental e têm como dados as
Resoluções que regem o currículo nacional brasileiro e que repercutem na formação de
professores de Pedagogia e do curso de Letras - Inglês. Conclui-se que há superficialidade dos
cursos em relação a aspectos multiculturais, que permitam pensar os sujeitos docentes e de
aprendizagem como sujeitos sociais e historicamente situados.
PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores. Currículo. Língua adicional. Escolas
Bilíngues. Internacionalização da educação básica.
ABSTRACT: When approaching the teaching of a second language, few studies focus on the
initial training of teachers who work in sociolinguistically complex contexts. Thus, the present
article aims to analyze the pedagogical guidelines that govern the Brazilian national
curriculum for the education of Pedagogy and English Language Arts teachers. We assume
that the pedagogue and the additional language teacher are the appropriate professionals to
teach in the early years in bilingual schools. The methodological procedures are based on
document analysis and have as data the Resolutions that govern the Brazilian national
curriculum and that have repercussions in the formation of Pedagogy and English Language
Arts teachers. It is concluded that there is a superficiality of the courses in relation to
multicultural aspects, which allow thinking the teaching and learning subjects as social and
historically situated subjects.
KEYWORDS: Teacher education. Curriculum. Additional language. Bilingual schools.
Internationalization of basic education.
Caique Fernando da Silva FISTAROL; Isabela Vieira BARBOSA y Márcia Regina Selpa HEINZLE
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Introducción
En los últimos años, se ha producido un crecimiento de las escuelas bilingües en Brasil,
con miras a la inserción de otras lenguas en la educación básica, incluido el inglés (MATEUS,
2021). Este hecho puede explicarse a la luz de la perspectiva política y económica internacional,
que favorece la posición de los países dominantes en el escenario mundial. De hecho, en todo
el mundo "la gente cree que, para tener éxito económico y social, necesita hablar inglés, y eso,
en cierto modo, pone a las personas que dominan ese idioma en una posición [...] de
prominencia" (PASCHOAL; TAKAMURA; KRUBINIKI, 2017, p. 2, nuestra traducción). Con
respecto al contexto brasileño, en lo que respecta a la Educación Bilingüe, se pueden traer a
colación las palabras de Costa (2018), quien destaca el crecimiento de las escuelas bilingües en
el país:
En el sitio web de la escuela Maple Bear, visitada en abril de 2018,
encontramos el número de 111 escuelas en funcionamiento en Brasil, mientras
que en el sitio web de Sistémico Bilingüe, encontramos la presencia de este
sistema educativo que desarrolla material para la enseñanza del inglés a través
de asignaturas en escuelas de 52 escuelas brasileñas, según el sitio web de la
empresa, También visitó abril de 2018. Estos datos muestran el crecimiento
acelerado de este modelo de enseñanza. También encontramos datos que nos
sorprenden, como la escuela Learning Fun, presente en nueve estados
brasileños, que ofrece vacantes para niños a partir de los 8 meses de edad, [...]
A la vista de los datos expuestos, es importante comprender y discutir el
bilingüismo (COSTA, 2018, p. 81, nuestra traducción).
Teniendo en cuenta la amplitud del debate, la internacionalización de la educación se
presenta como un tema que necesita ser pensado con más detalle. En este sentido, el concepto
mismo de Educación Bilingüe no es un consenso y necesita ser considerado, porque "sin una
perspectiva crítica, la enseñanza intercultural de lenguas solo continuará con los intereses
modernos/coloniales" (RODRIGUES; SILVESTRE, 2020, p. 408, nuestra traducción).
Así, hablar de internacionalización en los espacios de enseñanza y aprendizaje es un
tema cada vez más urgente y necesario. En este sentido, la internacionalización del currículo
"ha surgido en los últimos años no solo como un proceso administrativo de reestructuración y
reformulación de las universidades, sino como un camino de posibilidades para los estudiantes
de pregrado" (BARBOSA; HEINZLE, 2020, p. 6, nuestra traducción).
El tratamiento de esta cuestión en el contexto de la formación del profesorado es cada
vez más incipiente, ya que en lo que respecta a la globalización como un proceso de
fragmentación de fronteras, por ejemplo, "si, por un lado, la presencia del inglés como lengua
mundial está acelerando el proceso de globalización, por otro lado, la globalización está
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acelerando el uso del inglés" (GRADDOL, 2006, p. 22, nuestra traducción). Hablar, entonces,
de internacionalización requiere que se preste atención a situaciones lingüísticamente
complejas, en las que se utiliza más de una lengua. é que podemos situar a educação bilíngue.
Por lo tanto, "[...] La internacionalización del currículo puede ofrecer un currículo de
conocimientos y habilidades internacionales que pueda preparar a los docentes para el
desempeño docente, desarrollando otros aspectos de los campos sociales y emocionales en
contextos internacionales y multiculturales" (BARBOSA; HEINZLE, 2020, p. 7, nuestra
traducción).
Con respecto a la educación continua, asumimos que no se trata de una extensión de la
formación inicial, ni de una compensación por los estudios, ya que, desde la perspectiva
adoptada en este artículo, se trata de "un conjunto de observaciones, análisis y prácticas que
deben ser trabajadas, pensadas y reflexionadas con acciones cotidianas" (WINKLER; BAILER;
FISTAROL, 2022, p. 7, nuestra traducción). Cuando se hace referencia a contextos
sociolingüísticamente complejos (CAVALCANTI, 2011), nos referimos a formas de pensar la
convivencia y los impasses del aula (y de los contextos fuera de ella) en relación con los usos
de más de una lengua. Así, nos dirigimos a cuestiones como "la distancia entre la formación
inicial y la realidad, las necesidades que se plantean a lo largo de la docencia ante los cambios
cotidianos" (WINKLER; BAILER; FISTAROL, 2022, p. 7, nuestra traducción). Por lo tanto,
en este texto, nos referimos al contexto de las escuelas bilingües nacionales.
Metodología
La presente investigación, de carácter cualitativo, tiene como objetivo analizar las
directrices pedagógicas que rigen el currículo nacional brasileño para la formación de
profesores de Pedagogía y del curso de Lengua - Inglés que actúan en escuelas bilingües y/o
internacionales.
Para eso, nos proponemos recurrir a iniciativas locales y tangibles de la realidad
cotidiana inmediata. Por otro lado, dado que en los países económicamente desarrollados existe
una amplia difusión de las políticas públicas, esta investigación es urgente para poner en primer
plano la lente de las experiencias nacionales.
La investigación bibliográfica y documental, basada en un análisis cualitativo, puede
ser de gran aporte en este sentido, ya que se centra en el análisis de acciones efectivas tomadas
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a nivel nacional. A continuación, se busca indagar en las propuestas de documentos del
gobierno nacional que se centran en el currículo y la formación docente.
En este sentido, los datos que forman parte del corpus de esta investigación son dos
dictámenes del Consejo Nacional de Educación que establecen las directrices para los cursos
de Licenciatura en Enseñanza en Brasil. Más concretamente, se trata de los lineamientos que
regulan los cursos de Pedagogía y Letras - Inglés.
La elección de estas dos titulaciones se justifica por dos razones: en primer lugar, por el
hecho de que esta investigación forma parte de un proyecto más amplio, que busca analizar las
acciones de internacionalización en la educación básica y los currículos internacionales. Por
esta razón, se decidió analizar solo el desempeño de los docentes que se desempeñan en el
Enseño Infantil / Primaria, en este caso, pedagogos. Sin embargo, se entiende que, debido a los
desafíos lingüísticos de actuar y enseñar un idioma adicional, en varias escuelas, este
componente curricular a menudo es impartido por un profesional de la lengua, y no solo por el
pedagogo. Así, en segundo lugar, se decidió analizar el currículo de Letras-Inglés. Sin embargo,
como exploraremos a lo largo de este texto, ambas formaciones también dejan vacíos para el
adecuado desempeño del profesional en el Enseño Infantil / Primaria. A continuación,
presentamos los análisis de los documentos mencionados.
Las directrices pedagógicas del currículo nacional brasileño
Las directrices pedagógicas se encargan de la orientación y planificación curricular de
las escuelas e instituciones de educación superior. En este apartado, no profundizaremos en las
directrices de los cursos de Lenguas y Pedagogía, sino que las utilizaremos para presentar una
visión general de los objetivos de cada curso y sus respectivas recomendaciones.
Con respecto a temas como la comunidad escolar, los procesos de establecimiento e
implementación de leyes (en el contexto de la internacionalización de la educación), también
nos estamos refiriendo a tipos de escuelas y modos de existencia de sujetos que transitan y
ocupan dichos espacios, constituyendo la escuela a partir de diálogos y acciones que allí se
promueven.
En este sentido, Megale (2019, p. 9, nuestra traducción) nos advierte de "[l]a demanda
de parámetros legales que orienten y regulen estas instituciones se torna cada vez más
apremiante ante el aumento de su número y la necesidad de formar docentes que laboren en
este campo". Así, es necesario pensar, entonces, que existen concepciones teórico-
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metodológicas, articuladas a modos de hacer y a procesos de elección en la materialización de
los currículos en los espacios escolares. Si la educación está implicada, interesada y no neutral
(FREIRE, 1996, p. 13), entonces hay una necesidad de problematización frecuente. Como estos
currículos van más allá de la dimensión del aula y del trabajo docente, este enfoque también va
más allá de las concepciones homogéneas de la escuela y la educación, porque también hay
asignaturas heterogéneas en juego. Así, la importancia de la observación de dichos documentos
está anclada en el entendimiento de que los docentes, además de sus experiencias personales,
se forman y constituyen como docentes a partir de las experiencias de su proceso formativo.
El curso de Letras
El Dictamen No. 492, emitida por el Consejo Nacional de Educación el 3 de abril de
2001, establece los Lineamientos Curriculares Nacionales para los cursos de Filosofía, Historia,
Geografía, Trabajo Social, Comunicación Social, Ciencias Sociales, Letras, Bibliotecología,
Archivística y Museología. A lo largo de 38 páginas, el dictamen analiza algunos aspectos
esenciales de los cursos de formación. Sobre la formación del profesional de las Letras, se trata
en el dictamen a lo largo de las páginas 29 a 34.
En el dictamen del CNE/CES No. 492 (BRASIL, 2001, p. 30), el objetivo de la
formación de profesionales de la Literatura "es formar profesionales interculturalmente
competentes, capaces de tratar críticamente las lenguas, especialmente el lenguaje verbal, en
contextos orales y escritos, y conscientes de su inserción en la sociedad y de sus relaciones con
los demás". Así, observamos que los lineamientos del CNE están dirigidos hacia la formación
de un docente cuyo objeto de estudio sean las lenguas múltiples y las relaciones de los sujetos
con y a través de estas lenguas.
Agrega el documento, explicando que "independientemente de la modalidad elegida, el
profesional en Letras debe tener dominio del uso de la lengua o lenguas objeto de sus estudios,
en cuanto a su estructura, funcionamiento y manifestaciones culturales" (BRASIL, 2001, p. 30).
Como vemos, la formación del profesional de las Letras requiere que tenga dominio lingüístico
y cultural sobre la lengua, y sobre las diferentes manifestaciones artístico-culturales
relacionadas con la lengua estudiada.
También en lo que respecta a la formación del profesorado, el Dictamen refuerza que el
profesional de las Letras:
Ser capaz de reflexionar teóricamente sobre el lenguaje, hacer uso de las
nuevas tecnologías y entender su formación profesional como un proceso
Caique Fernando da Silva FISTAROL; Isabela Vieira BARBOSA y Márcia Regina Selpa HEINZLE
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continuo, autónomo y permanente. La investigación y la extensión, además de
la docencia, deben articularse en este proceso. El profesional también debe
tener capacidad de reflexión crítica sobre temas y cuestiones relacionadas
con el conocimiento lingüístico y literario (BRASIL, 2001, p. 30, énfasis
añadido, nuestra traducción).
Una vez más, podemos observar que el enfoque de la formación está anclado en aspectos
lingüísticos y culturales. A tal efecto, el informe enumera, entre las competencias y habilidades
necesarias para este profesional, la fluidez y el dominio de la(s) lengua(s) de formación; la
conciencia y el análisis crítico del lenguaje y sus respectivos fenómenos (psicológicos, sociales,
educativos, históricos, culturales, políticos e ideológicos); conocimiento y análisis crítico de los
contenidos y teorías de los campos lingüístico y literario; educación permanente; dominio de
las tecnologías digitales; "dominio de los contenidos básicos que son objeto de los procesos de
enseñanza y aprendizaje en la enseñanza básica y media" (BRASIL, 2001, p. 30, énfasis
añadido, nuestra traducción); y el conocimiento de metodologías pedagógicas que permitan la
transferencia de conocimientos a las diferentes etapas de la enseñanza.
El dictamen del CNE no especifica en qué etapas se encuentra la escuela primaria, pero
menciona que la formación del maestro de Letras se enfocará en la escuela primaria y
secundaria de 9 años, aunque, en algunos cursos, esta formación tiene énfasis solo en los últimos
años de la escuela primaria. Aun así, en cuanto a los contenidos curriculares a trabajar a lo largo
de la formación docente, el CNE precisa que: "[c]uando los diversos profesionales que el curso
de Idiomas puede formar, los contenidos básicos característicos deben estar vinculados al área
de Estudios Lingüísticos y Literarios, contemplando el desarrollo de competencias y
habilidades específicas" (BRASIL, 2001, p. 31, grifo nuestro, nuestra traducción).
La necesidad de competencias específicas para la formación de profesionales de la
enseñanza se convierte en una perspectiva que debe basarse en las emergencias locales. Esto se
debe a que pensar desde los aspectos culturales y la complejidad de los contextos bilingües, por
ejemplo, requiere recurrir a sujetos situados en instancias particulares, que no pueden ser
estandarizados ni homogeneizados.
El curso de Pedagogía
A diferencia del Dictamen que establece los Lineamientos para el curso de Letras, el
Dictamen CNE/CP. 05/2005, emitida por el Consejo Nacional de Educación el 13 de
diciembre de 2005 (BRASIL, 2005), establece las Directrices Curriculares Nacionales para el
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curso de Pedagogía. Este informe se presenta en un solo archivo, dedicado únicamente al curso
de Pedagogía (BRASIL, 2005).
En este sentido, el documento señala que
Las Directrices Curriculares para el Curso de Pedagogía aplican a la
formación inicial para el ejercicio de la docencia en Educación Infantil y en
los primeros años de Educación Primaria, en cursos de Bachillerato de
modalidad Normal y en cursos de Educación Profesional, en el área de
servicios y apoyo escolar, así como en otras áreas en las que se imparten
conocimientos pedagógicos. La formación ofrecida abarcará, además de la
docencia, la participación en la gestión y evaluación de los sistemas e
instituciones educativas en general, la preparación, ejecución, seguimiento de
programas y actividades educativas (BRASIL, 2005, p. 6, nuestra traducción).
Podemos observar, en la descripción del objetivo de la titulación en la asignatura de
Pedagogía, la primera distinción entre las asignaturas: las etapas docentes. El curso de Idiomas
prevé la formación del maestro para trabajar en la Enseñanza Primaria y Enseñanza Secundaria,
mientras que el grado pedagógico permite al maestro trabajar en la Educación Infantil y en los
primeros años de la Escuela Primaria, y también impone restricciones a su desempeño en la
Escuela Secundaria.
Apesar do Parecer explicitar que o graduado em Letras possa atuar em outras áreas, o
documento não especifica quais campos de atuação são estes. No Parecer CNE/CP nº. 05/2005,
entretanto, especificam-se os diferentes campos de atuação do pedagogo, dentro e fora do
ambiente escolar e, ainda, dentro do ambiente escolar em outras funções além da de docente.
En cuanto al perfil del pedagogo, el dictamen profundiza de manera más explícita al
enumerar las competencias que el egresado debe ser capaz, tales como: "actuar con ética y
compromiso con miras a la construcción de una sociedad justa, equitativa e igualitaria"
(BRASIL, 2005, p. 8-9, nuestra traducción), demostrando que, desde la perspectiva del CNE,
la función pedagógica va más allá de los contenidos pedagógicos y metodológicos, cómo se
enfoca en la formación del profesor de Letras.
El documento explora la necesidad de que el pedagogo actúe para comprender, cuidar,
educar a niños, jóvenes y adultos; promover el desarrollo físico, psicológico, intelectual, social,
cultural y de otra índole de los estudiantes; Promover la evaluación, planificación, ejecución y
diferentes oportunidades de escolarización de acuerdo con las necesidades y condiciones de
aprendizaje de los estudiantes. Así, el documento enfatiza el papel del docente para "aplicar
diferentes formas de enseñanza de diferentes lenguas, Lengua Portuguesa, Matemáticas,
Ciencias, Historia, Geografía, Artes, Educación Física, de forma interdisciplinaria y adecuada
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a las diferentes etapas del desarrollo humano, particularmente de los niños" (BRASIL, 2005, p.
8-9, nuestra traducción), además de utilizar diferentes lenguajes, metodologías y teorías
didáctico-pedagógicas; Promover la colaboración entre la escuela, las familias y las
comunidades, actuando como agentes interculturales, entre otros muchos elementos no menos
importantes para esta discusión.
Nuevamente, la opinión de la Pedagogía difiere de la de las Letras, de acuerdo con los
lineamientos del CNE. Esto se debe a que, mientras que en la asignatura de Lenguas hay una
clara introducción al objeto central de estudio, los campos de la lingüística y la literatura, en la
asignatura de Pedagogía se enumeran contenidos específicos para ser trabajados a lo largo de
la asignatura.
En este sentido, el CNE (BRASIL, 2005) enumera 12 temas esenciales para la
composición del curso de Pedagogía: 1) Principios y concepciones que contribuyen al
desarrollo de las personas; 2) Gestión democrática; 3) Observación, análisis, planificación,
ejecución y evaluación de los procesos educativos; 4) Conocimiento sobre el aprendizaje y el
ser humano; 5) Procesos de desarrollo; 6) Diagnóstico y planificación de actividades
pedagógicas; 7) Planificación, ejecución y evaluación; 8) Didáctica y teorías pedagógicas; 9)
Idiomas y contenidos de la Escuela Primaria: Lengua Portuguesa, Matemáticas, Ciencias,
Historia y Geografía, Artes, Educación Física; 10) Estudio de las relaciones entre educación y
trabajo, diversidad cultural, ciudadanía, sustentabilidad, entre otros problemas centrales de la
sociedad contemporánea; 11) Ética, estética y juego; 12) Lineamientos legales.
A partir de las directrices, observamos que el curso de formación docente demuestra
brechas para actuar dentro de un currículo bilingüe y/o internacional. Cabe señalar, entonces,
que el curso de Pedagogía no tiene ningún requisito de idioma ni disciplinas que busquen
desarrollar el dominio de un idioma adicional. Por otro lado, también observamos que los cursos
de Letras tienen requisitos que refuerzan los estudios literarios y lingüísticos en detrimento de
otras áreas del conocimiento, esenciales para el papel del profesor de los Años Iniciales.
La Base Nacional Común para la Formación Inicial de profesores de Educación Básica
A partir de las diferentes demandas derivadas de la formación inicial docente, en 2019
se publicaron dos nuevas resoluciones: la Resolución CNE/CP No. 2, de 20 de diciembre de
2019, por la cual se definen los Lineamientos Curriculares Nacionales para la Formación Inicial
de Docentes de Educación Básica y se establece la Base Común Nacional para la Formación
Inicial de Docentes de Educación Básica (BNC-Formación), y el Dictamen CNE/CP No.
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22/2019, aprobada el 7 de noviembre de 2019, que tiene por objeto la revisión y actualización
de resoluciones y dictámenes anteriores.
La pertinencia de la formación inicial repercute en los objetivos del Plan Nacional de
Educación 2014-2024. Lo que hace la Resolución CNE/CP N° 2, del 20 de diciembre de 2019,
es definir los Lineamientos Curriculares Nacionales para la Formación Inicial de Profesores en
Educación Básica, instituyendo el BNCC en relación a este tipo de formación (BNCC
Formación). De acuerdo con la resolución, el trabajo del docente requiere ahora una formación
profesional específica. Esto tiene un impacto directo en la formación continua después de la
formación pedagógica inicial.
Esta resolución también aborda las necesidades de educación continua y actualización
del profesional docente, y no termina con la graduación. También está el reconocimiento de la
práctica como parte de la formación docente. También es importante mencionar la relación
entre las resoluciones. Esto se debe a que el Dictamen CNE/CP 22/2019 es la base de la
Resolución CNE/CP No. 2/2019. No es casualidad que el primero, considerando el alcance de
la apreciación docente, por ejemplo, se centre en la observancia y cumplimiento de los objetivos
17 y 18 del PNE:
El logro de las metas 17 y 18 del PNE, que tratan, respectivamente, de la
equivalencia salarial entre los profesionales de la enseñanza y otros
profesionales con la misma titulación, y el plan de carrera docente, es
absolutamente necesario para que los docentes de las escuelas de Educación
Básica sean debidamente valorados. Los retrasos en estos objetivos se reflejan
directamente en el retraso en la mejora del aprendizaje de los estudiantes y en
la reducción de las desigualdades educativas (BRASIL, 2019a, p. 8, nuestra
traducción).
Es importante mencionar, con relación a la Resolución CNE/CP No. 2/2019, que una de
las fortalezas del documento es la relación entre la educación superior y la educación básica,
como pilar para mejorar la formación docente. Se toma como referencia el BNCC:
Art. 3 Con base en los mismos principios de las competencias generales
establecidas por el BNCC, se requiere que el licenciado desarrolle las
competencias generales docentes correspondientes.
La organización curricular de los cursos dirigidos a la Formación Inicial de
Profesores de Educación Básica, en consonancia con los aprendizajes
prescritos en el BNCC de Educación Básica, tiene los siguientes principios
rectores: I - compromiso con la igualdad y equidad educativa, con los
principios fundacionales del BNCC (BRASIL, 2019b, p. 2-4, nuestra
traducción).
Caique Fernando da Silva FISTAROL; Isabela Vieira BARBOSA y Márcia Regina Selpa HEINZLE
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Traemos estas consideraciones porque es necesario conocer dichos documentos, ya que
son normas normativas asociadas a la educación básica. Sin embargo, si por un lado los
profesores deben conocer las normas oficiales, también deberían desconfiar de la enseñanza
basada únicamente en competencias, por ejemplo. Esto se debe a que estamos en el ámbito del
conocimiento científico y no se trata de términos sin axiología o desprovistos de implicaciones
metodológico-prácticas. La Coordinación de Enseñanzas de la UFRGS, por ejemplo, señaló el
riesgo de descuidar el hecho de que la BNCC-Educación Básica no comprenda, de hecho, las
posibilidades y alcances de la educación básica a partir de los fundamentos necesarios para
pensar la formación docente. Se puede leer lo siguiente:
La centralidad de la BNCC-Educación Básica para la organización de los
planes de estudio de los cursos de formación inicial del profesorado puede
representar un riesgo de reducción del papel de la Universidad, reduciendo los
temas de estudio y las necesidades de formación. La aplicación de estas
directrices podrá establecer un nivel inferior al entendido como educación
superior (COORLICEN, 2020, p. 25, nuestra traducción).
Además, se puede mencionar que la Resolución 2/2019, más específicamente en su
artículo 29, llega a sugerir que las competencias generales de los docentes deben cambiar cada
vez que cambien los lineamientos para regular la educación básica. Más concretamente, en este
sentido, estas son las palabras de dicho documento:
Las competencias docentes generales, las competencias específicas y las
competencias respectivas de la Base Común Nacional para la Formación
Inicial de Docentes de Educación Básica, previstas en la presente Resolución,
serán revisadas por el CNE, siempre que exista una revisión de la Base
Nacional Común Curricular (BRASIL, 2019b, p. 12, nuestra traducción).
De acuerdo con la citada resolución, con cada cambio en los lineamientos de la
educación básica, por lo tanto, las competencias generales de los docentes deben cambiar (sic).
Cabe señalar que el desarrollo basado en competencias no es una propuesta nueva. Esto se debe
a que la Resolución CNE/CP 1/2002, basada en el Dictamen CNE/CP 9/2001, ya había
abordado la capacitación desde este punto de vista, ya que en el último documento se
mencionaba lo siguiente:
Las competencias siempre tienen que ver con alguna forma de acción, existen
sólo "en situación" y, por lo tanto, no pueden aprenderse sólo en el nivel
teórico o estrictamente práctico. El aprendizaje basado en competencias
permite la articulación entre teoría y práctica y supera la dicotomía tradicional
entre estas dos dimensiones, definiéndose por la capacidad de movilizar
múltiples recursos en una misma situación, incluyendo los conocimientos
adquiridos en la reflexión sobre cuestiones pedagógicas y los construidos en
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la vida profesional y personal, para responder a las diferentes demandas de las
situaciones de trabajo (BRASIL, 2001, p. 30, nuestra traducción).
Sin embargo, aunque a veces parezca lo contrario, la palabra competencia no es un
término unilateral y "obvio", como un conjunto de conocimientos que hay que aprender para
un fin determinado, por ejemplo. Esto se debe a que el término es ambiguo y, a veces,
polisémico. Díaz-Barriga (2011) es enfático en este sentido, afirmando que:
En el poco tiempo que ha tenido este enfoque en el campo de la educación, se
destacan dos temas que deben ser examinados: por un lado, el tema de las
competencias exige una lucha centenaria en el ámbito educativo: eliminar el
enciclopedismo de la práctica escolar, evitar que el sentido de lo que se enseña
en la escuela sea la escuela misma, y por lo tanto reconocer la necesidad de
que el trabajo escolar se oriente hacia la solución de problemas en el entorno
de cada asignatura, es decir, desarrollar habilidades. Por otro lado, es
importante reconocer las diferentes escuelas de pensamiento que subyacen a
la construcción de la propuesta competencial, ya que algunas reclaman
productos, con el enfoque laboral o el modelo conductual, mientras que otras
pretenden reconocer que una competencia es un desarrollo, un proceso, una
cualidad, con desarrollos realizados desde el socioconstructivismo y el
pensamiento pedagógico-didáctico. Este reconocimiento tiene implicaciones
para quienes formulan las propuestas curriculares, pero también tiene una
amplia significación en la forma en que los docentes pueden interpretar lo que
hacen en el aula (DIAZ-BARRIGA, 2011, p. 1, nuestra traducción).
La aplicación de recursos y métodos para el desarrollo de los supuestos de BNCC en el
aula es una tarea posible. Sin embargo, esta regulación no aborda la cuestión de que, incluso si
la clase es innovadora, esto no es una garantía de que la enseñanza y el aprendizaje realmente
ocurrirán. Hay un efecto culpabilizador sobre el maestro con respecto a la educación continua.
El éxito de los procesos de enseñanza-aprendizaje no depende solo del docente, sino que
la estructura de la institución educativa, por ejemplo, también puede ser determinante en la
toma de decisiones respecto a las transformaciones de las actividades pedagógicas a realizar,
además del contexto de los estudiantes, que no pueden ser descuidadas.
Lo que observamos es que, aunque más actualizados, estos documentos siguen
señalando de manera irregular y discreta la formación de docentes para trabajar en contextos
bilingües. En la Resolución CNE/CP No. 2, por ejemplo, el texto trae consigo la "adopción de
una perspectiva intercultural de valoración de la historia, la cultura y las artes nacionales, así
como las contribuciones de los grupos étnicos que constituyen la nacionalidad brasileña"
(BRASIL, 2019b, p. 5, grifo nuestro). Sin embargo, como podemos ver en el fragmento del
texto, el documento se restringe a la comprensión de la cultura nacional, sin dejar claras las
pautas, para contextos bilingües que utilizan inmigrante o lingua franca, cómo debe explorarse
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esta interculturalidad. A esto se suma el hecho de que el Dictamen Nro. 22/2019 inicia su
primera sección discutiendo las políticas de formación y valoración del profesorado. En este
sentido, el informe hace un rescate histórico que muestra la importancia y los principales
desafíos de la docencia. A continuación, se exploran varios aspectos desafiantes de la educación
en Brasil. Para ello, el documento señala aspectos a mejorar y una investigación en la que se
refuerza la perspectiva científica para comprender las principales necesidades de la educación
en el país.
Así, el documento destaca que "[la] formación inicial de los profesores es, sin duda,
todavía un gran reto a superar. En este contexto, es importante conocer más de cerca lo que
otros países, ubicados en la cima de la educación mundial, están haciendo para mejorar la
formación inicial de sus docentes" (BRASIL, 2019a, p. 9, nuestra traducción). Sin embargo, el
propio documento subraya la importancia de "las referencias que señalan diferentes caminos
hacia un mismo objetivo y consideran las diversas necesidades de los estudiantes y los contextos
educativos y socioculturales, admitiendo, para ello, la diversidad de pedagogías" (BRASIL,
2019a, p. 9, nuestra traducción).
A continuación, el documento se centra en el BNCC. Es importante señalar que el
documento puede haber sido rehecho para adaptarse a las nuevas exigencias del BNCC. Ante
esto, resulta que aspectos como la Educación Bilingüe no han sido tan explorados, por ejemplo.
En este sentido, la nueva organización curricular de los cursos de formación inicial en el país
se divide en tres grandes dimensiones:
- Grupo I: 800 (ochocientas) horas para la base común que comprende el
conocimiento científico, educativo y pedagógico y sustenta la educación y sus
articulaciones con los sistemas educativos, las escuelas y las prácticas. - Grupo
II: 1.600 (mil seiscientas) horas para el aprendizaje de los contenidos
específicos de las áreas, componentes, unidades temáticas y objetos de
conocimiento del BNCC y para el dominio pedagógico de estos contenidos.
- Grupo III: 800 (ochocientas) horas para la práctica pedagógica con la
siguiente distribución: 400 (cuatrocientas) horas de pasantía y 400
(cuatrocientas) horas para los componentes curriculares de los Grupos I y II,
de las cuales: - 400 (cuatrocientas) horas de pasantía supervisada, en situación
real de trabajo en la escuela, de acuerdo con el Proyecto Pedagógico del Curso
(PPC) de la institución de formación; - 400 (cuatrocientas) horas de práctica
en los componentes curriculares de los Grupos I y II, distribuidas a lo largo
del curso, desde su inicio, según el PPC de la institución formadora (BRASIL,
2019b, p. 23, nuestra traducción).
Como vemos, la Resolución CNE/CP n.º 2/2019 y la Opinión CNE/CP n.º 22/2019
aportan nuevos entendimientos sobre la formación docente en Brasil. En este sentido, los dos
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documentos se centran en las competencias y habilidades que deben desarrollarse durante la
formación inicial de quienes trabajarán en la educación básica brasileña.
Sin embargo, observamos una mirada a los contenidos a explorar a lo largo de la
titulación, centrándose en los conocimientos teóricos y prácticos, y con competencias y
habilidades específicas y relacionales. Algunos aspectos, como la cultura, la identidad y las
lenguas, se puntúan de forma genérica y sin especificar los diferentes contextos lingüísticos
brasileños.
Observamos, entonces, que, si bien existe un avance en la comprensión de la apreciación
docente y una adaptación a la Base Nacional Común Curricular, otros aspectos como el
plurilingüismo y la interculturalidad se siguen presentando de manera insípida, como en los
documentos anteriores. En este sentido, en el siguiente apartado nos esforzaremos por entender
un poco más sobre los lineamientos específicos para la educación bilingüe.
Directrices para la educación bilingüe
El origen de las escuelas bilingües e internacionales en Brasil, como se presentó
anteriormente, tiene una larga historia en la práctica, pero, en términos de directrices legales,
aún está en pañales. Las regulaciones, sin embargo, son escasas, y varias directrices, opiniones
y leyes solo se encuentran en contextos estatales o municipales.
Teniendo en cuenta el objetivo de comprender en un sentido más amplio las directrices
para la enseñanza desde una perspectiva multilingüe, señalamos brevemente en esta sección
sólo las directrices a nivel federal. Entre ellas, destacamos el Dictamen CNE/CEB. 1/2020,
que regula la inclusión y matriculación de niños, niñas y adolescentes migrantes, refugiados,
apátridas y solicitantes de asilo en el sistema de educación pública brasileño, y el Dictamen del
CNE/CEB No. 2/2020, que señala las Directrices Curriculares Nacionales para la impartición
de educación plurilingüe.
Los dictámenes destacan respectivamente como sus principales objetivos:
Garantizar el derecho de los niños, niñas y adolescentes migrantes a
matricularse en escuelas públicas. Sin el requisito de documentación y
discriminación por nacionalidad migratoria (BRASIL, 2020a, grifo original,
nuestra traducción).
Asegurar la creación de la comisión para el análisis de las normas para la
provisión de Educación Plurilingüe e Internacional en Brasil (BRASIL,
2020b, grifo do original, nuestra traducción).
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En cuanto a la formación docente, las directrices para la educación bilingüe en Brasil
incluyen:
Art. 10 En los cursos de formación del profesorado que vayan a funcionar en
Colegios Bilingües, se exigirán los siguientes requisitos para el profesorado
formado o en formación iniciada hasta el año 2021:
I - Ejercer como profesor de idiomas adicional en Educación Infantil y
Primaria - Infantil:
a) Ser licenciado en Pedagogía o Letras;
b) tener una prueba de competencia de al menos el nivel B2 en el Marco
Común Europeo de Referencia para las Lenguas (MCER); y
c) tener formación complementaria en Educación Bilingüe (curso de extensión
con al menos 120 (ciento veinte) horas; posgrado lato sensu; maestría o
doctorado reconocido por el MEC) (BRASIL, 2020b, p. 25-26, nuestra
traducción).
Observamos que, para el año 2021, los docentes que trabajan en los primeros años de la
Escuela Primaria brasileña deben tener un título en Pedagogía o Letras. Sin embargo, son
visibles los desafíos para el docente de Letras, con la configuración curricular actual, para
adaptarse a las exigencias de los Años Iniciales. En el mismo sentido, se observa que el
currículo nacional brasileño para la formación de pedagogos no contempla la competencia
lingüística en una lengua adicional, de modo que el pedagogo pueda demostrar el dominio
mínimo de esta lengua para adaptarse a la educación bilingüe.
Las pautas para actuar en la educación bilingüe, a partir de 2022, van en la misma
dirección:
Art. 11 En los cursos de formación del profesorado que vayan a funcionar en
Centros Bilingües, se exigirán los siguientes requisitos para el profesorado con
formación iniciada a partir del año 2022:
I - Ejercer como profesor de idiomas adicional en Educación Infantil y
Primaria - Infantil:
a) Ser licenciado en Pedagogía para la Educación Bilingüe y/o Letras para la
Educación Bilingüe; y
b) tener un nivel de competencia mínimo B2 en el Marco Común Europeo de
Referencia para las Lenguas (CEFR) (BRASIL, 2020b, p. 25-26, nuestra
traducción).
En esta nueva versión del dictamen del CNE, observamos la inserción de la Pedagogía
para la Educación Bilingüe o el curso de Idiomas como formación inicial adecuada. Sin
embargo, en una encuesta de las principales universidades brasileñas, no es fácil encontrar la
oferta de estos cursos. Incluso a nivel de especialización, la Educación Bilingüe sigue siendo
un campo con pocas ofertas de cualificación profesional.
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Percibimos, entonces, una vez más, un desajuste entre el crecimiento de las escuelas
bilingües e internacionales en Brasil, y la oferta de cursos a nivel de pregrado o especialización
para profesores que trabajan o buscan trabajar en esta área.
Consideraciones finales
Al reflexionar sobre la educación bilingüe a partir de los documentos curriculares
oficiales de las carreras de Lenguas y Pedagogía, observamos la superficialidad de las
asignaturas en relación con aspectos multiculturales, que piensan a las asignaturas de enseñanza
y aprendizaje como asignaturas social e históricamente situadas. También se habla de
especificidades, pero todavía hay una homogeneización de las prácticas, lo que obliga a cada
profesional a centrarse en la particularidad de los contextos lingüística y socialmente complejos
en los que se desenvuelve en su vida cotidiana.
Existe una necesidad para el desarrollo de los aspectos cognitivos y de aprendizaje del
niño en el curso de Pedagogía, por ejemplo, en lo que respecta a la enseñanza de la lengua
adicional, porque generalmente este enfoque se centra solo en la enseñanza de la lengua
portuguesa. En vista de esto, no es difícil notar que el desarrollo del aprendizaje de idiomas
debe considerar también las especificidades de la lengua extranjera, especialmente en lo que
respecta a la formación de profesores en el curso de Pedagogía.
No es difícil notar un apego a cuestiones estructurales de la lengua y literatura inglesas
en el currículo, lo que conlleva a una falta de aspectos pedagógicos con respecto al desarrollo
infantil, las etapas de desarrollo, las metodologías y la apropiación de conocimientos que
conduzcan a la efectividad de la educación bilingüe. Cabe destacar la necesidad de ofrecer
cursos de Pedagogía Bilingüe o Lenguas Bilingües que satisfagan la demanda de
especificidades en este campo, con el fin de posibilitar una formación sólida y favorable para
un servicio multicultural de los estudiantes. Como profesionales de la enseñanza de idiomas,
también pensamos en la necesidad de contar con una prueba de competencia lingüística del
profesor de educación bilingüe, como, por ejemplo, si pensamos en la dificultad de adquirir el
nivel mínimo B2 en el Marco Común Europeo de Referencia para las Lenguas (Common
European Framework of Reference for Languages CEFR)
4
.
4
Es un marco internacional para la descripción de las habilidades lingüísticas.
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Caique Fernando da Silva FISTAROL; Isabela Vieira BARBOSA y Márcia Regina Selpa HEINZLE
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CRediT Author Statement
Reconocimientos: Capes y Fapesc.
Financiación: Este artículo forma parte del Proyecto Observatorio financiado por la
Fundación de Apoyo a la Investigación Científica y Tecnológica del Estado de Santa
Catarina (FAPESC).
Conflictos de intereses: No hay conflictos de intereses.
Aprobación ética: Considerando la perspectiva documental de la investigación, ésta no
pasó por el comité de ética, pero tuvo, a lo largo de su recolección, análisis y producción
textual, gran preocupación por la ética de la investigación.
Disponibilidad de datos y material: Los datos utilizados son de origen documental y están
disponibles en internet para su acceso.
Contribuciones de los autores: Caique Fernando da Silva Fistarol contribuyó a través de
la recolección de datos, el análisis y la interpretación de los datos. Isabela Vieira Barbosa
contribuyó con el análisis e interpretación de los datos, además de la redacción del texto.
Marcia Regina Selpa Heinzle contribuyó a la redacción del texto y a la revisión final.
Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación - EIAE.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
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BILINGUAL EDUCATION AND THE CHALLENGES OF THE
INTERNATIONALIZATION OF BASIC EDUCATION: A LOOK AT THE
PEDAGOGICAL GUIDELINES
EDUCAÇÃO BILÍNGUE E OS DESAFIOS DA INTERNACIONALIZAÇÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA: UM OLHAR PARA AS DIRETRIZES PEDAGÓGICAS
LA EDUCACIÓN BILINGÜE Y LOS RETOS DE LA INTERNACIONALIZACIÓN DE
LA EDUCACIÓN BÁSICA: UNA MIRADA A LAS DIRECTRICES PEDAGÓGICAS
Caique Fernando da Silva FISTAROL1
e-mail: cfsfistarol@gmail.com
Isabela Vieira BARBOSA2
e-mail: miss.vieira@gmail.com
Márcia Regina Selpa HEINZLE3
e-mail: selpamarcia@gmail.com
How to reference this article:
FISTAROL, C. F. da S.; BARBOSA, I. V.; HEINZLE, M. R. S.
Bilingual education and the challenges of the internationalization of
basic education: A look at the pedagogical guidelines. Revista
Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n.
00, e023099, 2023. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.17902
| Submitted: 24/03/2023
| Revisions required: 30/03/2023
| Approved: 16/07/2023
| Published: 26/10/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Regional University of Blumenau (FURB), Blumenau SC Brazil. PhD student in Education in the
Postgraduate Program in Education and English Teacher at the Municipal Public Education Network of
Blumenau/SC.
2
Regional University of Blumenau (FURB), Blumenau SC Brazil. PhD student in Education of the
Postgraduate Program in Education.
3
Regional University of Blumenau (FURB), Blumenau SC Brazil. Professor of the Postgraduate Program in
Education. PhD in Education (UNICAMP).
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ABSTRACT: When approaching the teaching of a second language, few studies focus on the
initial training of teachers who work in sociolinguistically complex contexts. Thus, the present
article aims to analyze the pedagogical guidelines that govern the Brazilian national curriculum
for the education of Pedagogy and English Language Arts teachers. We assume that the
pedagogue and the additional language teacher are the appropriate professionals to teach in the
early years in bilingual schools. The methodological procedures are based on document analysis
and have as data the Resolutions that govern the Brazilian national curriculum and that have
repercussions in the formation of Pedagogy and English Language Arts teachers. It is concluded
that there is a superficiality of the courses in relation to multicultural aspects, which allow
thinking the teaching and learning subjects as social and historically situated subjects.
KEYWORDS: Teacher education. Curriculum. Additional language. Bilingual schools.
Internationalization of basic education.
RESUMO: Ao abordarmos o ensino de uma segunda língua, poucos estudos se voltam para a
formação inicial de professores que atuam em contextos sociolinguisticamente complexos.
Assim, o presente artigo tem como objetivo analisar as diretrizes pedagógicas que regem o
currículo nacional brasileiro para formação de professores de Pedagogia e do curso de Letras
- Inglês. Partimos do pressuposto de que o pedagogo e o professor de língua adicional são os
profissionais adequados para lecionar nos anos iniciais em escolas bilíngues. Os
procedimentos metodológicos se baseiam na análise documental e têm como dados as
Resoluções que regem o currículo nacional brasileiro e que repercutem na formação de
professores de Pedagogia e do curso de Letras - Inglês. Conclui-se que há superficialidade dos
cursos em relação a aspectos multiculturais, que permitam pensar os sujeitos docentes e de
aprendizagem como sujeitos sociais e historicamente situados.
PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores. Currículo. Língua adicional. Escolas
Bilíngues. Internacionalização da educação básica.
RESUMEN: Cuando abordamos la enseñanza de una segunda lengua, pocos estudios se
centran en la formación inicial de profesores que trabajan en contextos sociolingüísticamente
complejos. Este artículo tiene como objetivo analizar las directrices pedagógicas que rigen el
currículo nacional brasileño para la formación de profesores en Pedagogía y en el curso de
Letras - Inglés. Partimos de la base de que el pedagogo y el profesor de idioma adicional son
los profesionales adecuados para enseñar en los primeros años en escuelas bilingües. Los
procedimientos metodológicos se basan en el análisis documental y tienen como datos las
Resoluciones que rigen el currículo nacional brasileño y que repercuten en la formación de
estes profesores. Se concluye que hay superficialidad de los cursos con relación a los aspectos
multiculturales, que permiten pensar las asignaturas de enseñanza y aprendizaje como sujetos
sociales e históricamente situados.
PALABRAS CLAVE: Formación de profesores. Currículo. Idioma adicional. Escuelas
bilingües. Internacionalización de la educación básica.
Caique Fernando da Silva FISTAROL; Isabela Vieira BARBOSA and Márcia Regina Selpa HEINZLE
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Introduction
In recent years, there has been a growth in bilingual schools in Brazil, with a view to
including other languages in basic education, including English (MATEUS, 2021). This fact
can be explained in light of the international political and economic perspective, which favors
the position of dominant countries on the world stage. In fact, all over the world “people believe
that, to be successful economically and socially, they need to speak English, and this, in a way,
puts people who master this language in a prominent position [...]” (PASCHOAL;
TAKAMURA; KRUBINIKI, 2017, p. 2, our translation). With regard to the Brazilian context,
regarding Bilingual Education, the words of Costa (2018) can be mentioned, which highlights
the growth of bilingual schools in the country:
On Maple Bear school website, visited in April 2018, we found the number of
111 schools operating in Brazil, on the Systemic website Bilingual, we found
the presence of this education system that develops material for teaching
English through subjects for schoolchildren in 52 Brazilian schools, a text
according to the company's website, also visited in April 2018. This data
highlights the accelerated growth of this teaching model. We also found data
that surprised us, such as the Learning Fun school, present in nine Brazilian
states, which offers places for children from 8 months of age, [...] Given the
data exposed, it is important to understand and discuss bilingualism (COSTA,
2018, p. 81, our translation).
Thinking about the breadth of the debate, the internationalization of education presents
itself as a topic that needs to be considered in more detail. In this sense, the concept of Bilingual
Education itself is not a consensus and needs to be thought about, as without a critical
perspective, intercultural language teaching will only continue modern/colonial interests”
(RODRIGUES; SILVESTRE, 2020, p. 408, our translation).
Therefore, talking about internationalization in teaching and learning spaces is an
increasingly urgent and necessary topic. In this sense, the internationalization of the curriculum
“has emerged in recent years not only as an administrative process of restructuring and
reformulating universities, but as a path of possibilities for undergraduate students
(BARBOSA; HEINZLE, 2020, p. 6, our translation).
Addressing this issue in the context of teacher training becomes increasingly emerging,
because, with regard to globalization as a process of shattering borders, for example, “if on the
one hand, the presence of English as a world language is accelerating the process of
globalization, on the other hand, globalization is accelerating the use of English” (GRADDOL,
2006, p. 22, our translation). Talking, then, about internationalization, requires that there be
Bilingual education and the challenges of the internationalization of basic education: A look at the pedagogical guidelines
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attention focused on linguistically complex situations, involving the use of more than one
language. This is where we can place bilingual education. So, [...] the internationalization of
the curriculum can offer a curriculum of international knowledge and skills that can prepare
teachers for teaching performance, developing other aspects of the social and emotional fields
in international and multicultural contexts” (BARBOSA; HEINZLE, 2020, p. 7, our
translation).
With regard to continued training, we assume that it is not an extension of initial
training, nor a compensation for studies, as, from the perspective adopted in this article, it is “a
set of observations, analyzes and practices that must be worked on, thought about and reflected
on in everyday actions” (WINKLER; BAILER; FISTAROL, 2022, p. 7, our translation). When
referring to sociolinguistically complex contexts (CAVALCANTI, 2011), we are referring to
ways of thinking about coexistence and impasses in the classroom (and contexts outside it) in
relation to the uses of more than one language. Thus, we turn to issues such as “the distance
between initial training and reality, the needs that are raised throughout teaching in the face of
everyday changes” (WINKLER; BAILER; FISTAROL, 2022, p. 7). Therefore, in this text, we
focus on the context of national bilingual schools.
Methodology
This research, of a qualitative nature, aims to analyze the pedagogical guidelines that
govern the Brazilian national curriculum for training teachers of Pedagogy and the
Literature - English course who work in bilingual and/or international schools.
To do this, we propose to turn to local and tangible initiatives in the immediate everyday
reality. Furthermore, as in economically developed countries there is a wide dissemination of
public policies, this research is urgent to bring to the fore the lenses of national experiences.
Bibliographic and documentary research, based on a qualitative analysis, can be of great
contribution in this sense, as it focuses on the analysis of effective actions taken at the national
level. The aim is, then, to investigate the proposals for national government documents that
direct their attention to the curriculum and teacher training.
In this sense, the data that is part of the corpus of this research are two opinions from
the National Education Council that establish the guidelines for Bachelor's degree courses in
Brazil. More specifically, these are the guidelines that regulate Pedagogy and Literature -
English courses.
Caique Fernando da Silva FISTAROL; Isabela Vieira BARBOSA and Márcia Regina Selpa HEINZLE
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The choice for these two degrees is justified for two reasons: firstly, due to the fact that
this research is part of a larger project, which seeks to analyze internationalization actions in
basic education and international curricula. For this reason, we chose to analyze only the
performance of teachers who work in Elementary Education/Early Years, in this case,
pedagogues. However, it is understood that, due to the linguistic challenges of working and
teaching an additional language, in several schools, this curricular component is often taught
by a Literature professional, and not just by the pedagogue. Therefore, secondly, we chose to
analyze the English Literature curriculum. However, as we will explore throughout this text,
both training courses also leave gaps for the professional to perform properly in Elementary
Education/Early Years. Next, we present the analyzes of the aforementioned documents.
The pedagogical guidelines of the Brazilian national curriculum
Pedagogical guidelines are responsible for the guidance and curriculum planning of
schools and higher education institutions. In this section, we will not delve into the guidelines
for Literature and Pedagogy courses, but we will use them to present an overview of the
objectives of each course and their respective recommendations.
With regard to themes such as school community, processes of establishment and
implementation of laws (within the scope of the internationalization of education), we are also
referring to types of schools and modes of existence of subjects who transit and occupy such
spaces, constituting the school based on actions and dialogues promoted there.
In this sense, Megale (2019, p. 9, our translation) alerts us to “[t]he demand for legal
parameters that guide and regulate these institutions becomes increasingly pressing given the
increase in their number and the need to train teachers who work in this field”. Thus, it is
necessary to think, then, that there are theoretical-methodological conceptions, linked to ways
of doing things and processes of choice in the materialization of curricula in school spaces. If
education is involved, interested and not neutral (FREIRE, 1996, p. 13), then there is a need for
frequent problematization. As such curricula go beyond the dimension of the classroom and
teaching work, this approach also goes beyond homogeneous conceptions of school and
education, because heterogeneous subjects are also working there. Therefore, the importance
of observing such documents is anchored in the understanding that teachers, in addition to their
personal experiences, form and constitute themselves as teachers based on the experiences of
their training process.
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The Literature course
Opinion no. 492, issued by the National Education Council on April 3, 2001, establishes
the National Curricular Guidelines for courses in Philosophy, History, Geography, Social
Service, Social Communication, Social Sciences, Literature, Librarianship, Archival Science
and Museology. Over 38 pages, the opinion discusses some essential aspects of training courses.
Regarding the training of Literature professionals, it is discussed in the opinion on pages 29 to
34.
In CNE/CES Opinion no. 492 (BRASIL, 2001, p. 30), The objective of training
Literature professionals “is to train interculturally competent professionals, capable of dealing
critically with languages, especially verbal, in oral and written contexts, and aware of their
insertion in society and relationships with others ”. Thus, we observe that the CNE guidelines
are aimed at training teachers whose object of study is multiple languages and the relationships
of subjects with and through these languages.
The document complements, explaining that “regardless of the chosen modality, the
Literature professional must have mastery of the use of the language or languages that are the
object of their studies, in terms of their structure, functioning and cultural manifestations”
(BRASIL, 2001, p 30). As we can see, the training of Literature professionals requires that they
have linguistic and cultural mastery over the language, and over the different artistic-cultural
manifestations related to the language studied.
Still regarding teacher training, the Opinion reinforces that the Literature professional:
[d] must be able to reflect theoretically on language, make use of new
technologies and understand their professional training as a continuous,
autonomous and permanent process. Research and extension, in addition to
teaching, must be combined in this process. The professional must also have
the ability to critically reflect on themes and issues relating to linguistic and
literary knowledge (BRASIL, 2001, p. 30, emphasis added, our translation).
Again, we can observe that the focus of training is anchored in linguistic and cultural
aspects. To this end, the opinion lists, among the skills and abilities necessary for this
professional, fluency and proficiency in the language(s) of training; awareness and critical
analysis of language and its respective phenomena (psychological, social, educational,
historical, cultural, political and ideological); knowledge and critical analysis of the contents
and theories of the linguistic and literary fields; continuing training; mastery of digital
technologies; “mastery of the basic contents that are the object of teaching and learning
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processes in elementary and secondary education(BRASIL, 2001, p. 30, emphasis added,
our translation); and knowledge of pedagogical methodologies that allow the transfer of
knowledge to different stages of teaching.
The CNE opinion does not specify which stages of primary education, but mentions that
the training of Literature teachers will focus on 9-year primary education and secondary
education, although, in some courses, this training will only focus on the Final Years of
elementary education. Furthermore, regarding the curricular contents to be worked on
throughout teacher training, the CNE specifies that: “[c] onsidering the different professionals
that the Literature course can train, the basic characterizing contents must be linked to the area
of Linguistic Studies and Literary, contemplating the development of specific skills and
abilities” (BRASIL, 2001, p. 31, emphasis added, our translation).
The need for specific skills for the training of teaching professionals focuses on a
perspective that needs to be based on local emergencies. This is because thinking from cultural
aspects and the complexity of bilingual contexts, for example, requires turning to subjects
located in particular instances, which cannot be standardized or homogenized.
The Pedagogy course
Unlike the Opinion that establishes the Guidelines for the Literature course, CNE/CP
Opinion nº. 05/2005, issued by the National Education Council on December 13, 2005
(BRASIL, 2005), establishes the National Curricular Guidelines for the Pedagogy course. This
opinion is presented in a single file, dedicated only to the Pedagogy course (BRASIL, 2005).
In this sense, the document states that
The Curricular Guidelines for the Pedagogy Course apply to initial training
for teaching in Early Childhood Education and in the initial years of
Elementary School, in Normal High School courses and in Professional
Education courses, in the area of services and school support, as well as in
other areas in which pedagogical knowledge is provided. The training offered
will cover, integrated with teaching, participation in the management and
evaluation of educational systems and institutions in general, the preparation,
execution, monitoring of programs and educational activities (BRASIL, 2005,
p. 6, our translation).
We can observe, in the description of the objective of the degree in the Pedagogy course,
the first distinction between the courses: the teaching stages. The Literature course provides for
teacher training to work in Elementary and High School, while the pedagogical degree allows
Bilingual education and the challenges of the internationalization of basic education: A look at the pedagogical guidelines
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the teacher to work in Early Childhood Education and in the early years of Elementary School,
and also places restrictions on their work in High School.
Although the Opinion explains that graduates in Literature can work in other areas, the
document does not specify which fields of activity these are. In CNE/CP Opinion nº. 05/2005,
however, the different fields of activity of the pedagogue are specified, inside and outside the
school environment and, also, within the school environment in functions other than teaching.
Regarding the profile of the pedagogue, the opinion goes into more depth in a more
explicit way by listing skills that the graduate needs to be capable of, such as: “acting with
ethics and commitment with a view to building a fair, equitable, egalitarian society” (BRASIL,
2005, p. 8-9, our translation), demonstrating that, from the CNE's perspective, the pedagogical
function goes beyond pedagogical and methodological content, as focused on the training of
Literature teachers.
The document explores the need for the pedagogue to act in a way that understands,
cares for and educates children, young people and adults; promote the physical, psychological,
intellectual, social, cultural development, among others, of students; promote evaluation,
planning, execution and different schooling opportunities according to students’ needs and
learning conditions. Thus, the document highlights the teacher's role of “applying ways of
teaching different languages, Portuguese, Mathematics, Science, History, Geography, Arts,
Physical Education, in an interdisciplinary way and appropriate to the different stages of human
development, particularly children” (BRASIL, 2005, p. 8-9, our translation), in addition to
using different languages, methodologies and didactic-pedagogical theories; promote
partnerships between schools, families and communities, acting as intercultural agents, among
many other elements that are no less important for this discussion.
Again, the Pedagogy opinion differs from the Literature opinion, in accordance with the
CNE guidelines. This is because, while in the Literature course there is a clear introduction of
the central object of study, the fields of linguistics and literature, in the Pedagogy course
specific contents are listed to be worked on throughout the course.
In this sense, the CNE (BRASIL, 2005) lists 12 essential topics for the composition of
the Pedagogy course: 1) Principles and concepts that contribute to people's development; 2)
Democratic management; 3) Observation, analysis, planning, implementation and evaluation
of educational processes; 4) Knowledge about learning and the human being; 5) Development
processes; 6) Diagnosis and planning of pedagogical activities; 7) Planning, execution and
evaluation; 8) Didactics and pedagogical theories; 9) Languages and contents of Elementary
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School I: Portuguese Language, Mathematics, Science, History and Geography, Arts, Physical
Education; 10) Study of the relationships between education and work, cultural diversity,
citizenship, sustainability, among other central issues of contemporary society; 11) Ethics,
aesthetics and playfulness; 12) Legal guidelines.
From the guidelines, we observed that the teacher training course demonstrates gaps for
acting within a bilingual and/or international curriculum. It is worth highlighting, then, that the
Pedagogy course has no linguistic requirements or subjects that seek to develop proficiency in
an additional language. On the other hand, we also observed that Literature courses have
requirements that reinforce literary and linguistic studies to the detriment of other areas of
knowledge, essential for the role of the teacher in Early Years.
The Common National Base for the Initial Training of Basic Education Teachers
Based on the different demands arising regarding initial teacher training, in 2019 two
new resolutions were published: Resolution CNE/CP nº. 2, of December 20, 2019, which
defines the National Curricular Guidelines for the Initial Training of Teachers for Basic
Education and establishes the Common National Base for the Initial Training of Teachers for
Basic Education (BNC-Formação), and the CNE Opinion /CP no. 22/2019, approved on
November 7, 2019, which aims to review and update previous resolutions and opinions.
The relevance of initial training impacts the objectives of the National Education Plan
2014-2024. What does CNE/CP Resolution no. 2, of December 20, 2019, defines National
Curricular Guidelines for the Initial Training of Teachers in Basic Education, establishing the
BNCC in relation to this type of training (BNCC Training). According to the resolution, the
teacher's role now requires specific professional training. This has a direct impact on additional
training after initial pedagogical training.
The aforementioned resolution also addresses the needs for ongoing training and
updating of teaching professionals, not ending at graduation. There is also recognition of
practice as part of teaching training. It is also important to mention the relationship between the
resolutions. This is because CNE/CP Opinion nº. 22/2019 supports Resolution CNE/CP no.
2/2019. It is no surprise that the first one sticks, considering the scope of teacher development,
for example, for the observance and fulfillment of goals 17 and 18 of the PNE:
The achievement of goals 17 and 18 of the PNE, which deal, respectively,
with salary equivalence between teaching professionals and other
professionals with the same title, and the teaching career plan, is absolutely
necessary for teachers in Basic Education schools to be duly valued. Delays
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in these goals are directly reflected in the delay in improving student learning
and in reducing educational inequalities (BRASIL, 2019a, p. 8, our
translation).
It is important to mention, in relation to Resolution CNE/CP no. 2/2019, that one of the
document's strengths is the relationship between higher education and basic education, as a
pillar for improving teacher training. The BNCC is taken as a reference:
Art. 3 Based on the same principles as the general competencies established
by the BNCC, the graduate is required to develop the corresponding general
teaching competencies.
The curricular organization of courses intended for Initial Teacher Training
for Basic Education, in line with the learning prescribed in the BNCC for
Basic Education, has the following guiding principles: I - commitment to
equality and educational equity, with the founding principles of BNCC
(BRASIL, 2019b, p. 2-4, our translation).
We bring these considerations because it is necessary to know these documents, as they
are normative regulations associated with basic education. However, if on the one hand teachers
must know the official regulations, they must also be wary of teaching based solely on skills,
for example. This is because we are in the realm of scientific knowledge and these are not terms
without axiology or devoid of methodological-practical implications. The UFRGS Degree
Coordination, for example, signaled the risk of neglecting the fact that BNCC-Basic Education
does not, in fact, understand the possibilities and scope of basic education based on the
necessary foundations for thinking about teacher training. The following can then be read:
The centrality of BNCC-Educação Básica for the organization of initial
teacher training course curricula may represent a risk of reducing the role of
the University, reducing study topics and training requirements. The
implementation of these guidelines may establish a lower level than that
understood as higher education (COORLICEN, 2020, p. 25, our translation).
Furthermore, it can be mentioned that Resolution 2/2019, more specifically in Art. 29,
suggests that general teaching competencies must change each time the basic education
regulation guidelines change. More specifically, regarding this, these are the words of the
aforementioned document:
The general teaching competencies, specific competencies and respective
skills of the Common National Base for the Initial Training of Basic Education
Teachers, provided for in this Resolution, must be reviewed by the CNE,
whenever there is a review of the National Common Curricular Base
(BRASIL, 2019b, p. 12, our translation).
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According to the aforementioned resolution, with each change in basic education
guidelines, therefore, general teaching skills must change. It should be noted that development
based on skills is not a new proposal. This is because CNE/CP Resolution no. 1/2002, based on
CNE/CP Opinion nº. 9/2001, had already approached training from this perspective, as the last
document had mentioned the following:
[t]he skills always deal with some form of action, they only exist “in situation”
and, therefore, they cannot be learned only on a theoretical or strictly practical
level. Competency-based learning allows the articulation between theory and
practice and overcomes the traditional dichotomy between these two
dimensions, being defined by the ability to mobilize multiple resources in the
same situation, including the knowledge acquired in reflection on pedagogical
issues and those constructed in the professional and personal life, to respond
to the different demands of work situations (BRASIL, 2001, p. 30, our
translation).
However, although it sometimes seems the opposite, the word skills is not a unilateral
and “obvious” term, such as a set of knowledge to be learned for a certain purpose, for example.
This is because the term is ambiguous and, at times, polysemic. Diaz-Barriga (2011) is
definitive in this sense, stating that:
In the short time that this focus has been in the field of education, two themes
stand out that are worth examining: on the one hand, the issue of skills
demands a century-old struggle in the educational arena: eliminating
encyclopedism from school practice, preventing the meaning of what is taught
at school it is the school itself, and therefore recognizes the need for school
work to be oriented towards solving problems surrounding each subject, that
is, developing skills. On the other hand, it is important to recognize the
different schools of thought that underlie the construction of the competency
proposal, as some claim products, with a labor focus or the conduct model,
while others aim to recognize that a competency is a development, a process,
a quality, with developments made in socio-constructivism and pedagogical-
didactic thinking. This recognition has implications for those who formulate
curricular proposals, but it also has broad significance in the way in which
teachers can interpret what they do in the classroom (DIAZ-BARRIGA, 2011,
p. 1, our translation).
Applying resources and methods to develop BNCC assumptions in the classroom is a
possible task. However, such regulations do not address the issue that, even if the class is
innovative, this is not a guarantee that teaching and learning actually occur. There is an effect
of blaming the teacher when it comes to ongoing training.
The success of teaching-learning processes does not depend only on the teacher, but the
structure of the educational institution, for example, can also be decisive in making decisions
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regarding the transformations of the pedagogical activities to be carried out, in addition to the
context of the students, which cannot be neglected.
What we observed is that, even if more updated, these documents still irregularly and
discreetly point to the training of teachers to work in bilingual contexts. In Resolution CNE/CP
no. 2, for example, the text brings the “adoption of an intercultural perspective of valuing
national history, culture and arts, as well as the contributions of the ethnicities that constitute
Brazilian nationality” (BRASIL, 2019b, p. 5, emphasis added). However, as we observed in the
text excerpt, the document is restricted to understanding the national culture, not making clear
the guidelines, for bilingual contexts that use immigration or Frankish languages, how this
interculturality should be explored. Add to this the fact that CNE/CP Opinion no. 22/2019
begins its first section by discussing the policies of teacher training and development. In this
sense, the document provides a historical review showing the importance and main challenges
of teaching. It then explores several challenging aspects of education in Brazil. To this end, he
points out aspects to be improved and research that reinforces the scientific perspective to
understand the main needs of education in the country.
Thus, the document highlights that “[t]he initial teacher training is, without a doubt, still
a major challenge to be overcome. In this context, it is important to know more closely what
other countries, located at the top of global education, are doing to improve the initial training
of their teachers” (BRASIL, 2019a, p. 9, our translation). However, the document itself
highlights the importance that “the references point out different paths towards the same
objective and consider the diverse needs of students and the educational and sociocultural
contexts, allowing, for this purpose, the diversity of pedagogies” (BRASIL, 2019a, p. 9, our
translation).
Next, the document focuses on the BNCC. It is important to note that the opinion may
have been redone with the aim of adapting to new demands from the BNCC. Given this, it
results in the fact that aspects such as Bilingual Education have not been explored as much, for
example. In this sense, the new curricular organization of initial training courses in the country
is divided into three main dimensions:
- Group I: 800 (eight hundred) hours for the common base that comprises
scientific, educational and pedagogical knowledge and underpins education
and its articulations with educational systems, schools and practices. - Group
II: 1,600 (one thousand and six hundred) hours for learning the specific
content of the areas, components, thematic units and objects of knowledge of
the BNCC and for the pedagogical mastery of these contents.
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- Group III: 800 (eight hundred) hours for pedagogical practice with the
following distribution: 400 (four hundred) hours of internship and 400 (four
hundred) hours for the curricular components of Groups I and II, of which: -
400 (four hundred) hours supervised internship, in a real work situation at a
school, according to the Pedagogical Course Project (PPC) of the training
institution; - 400 (four hundred) hours of practice in the curricular components
of Groups I and II, distributed throughout the course, since its beginning,
according to the PPC of the training institution (BRASIL, 2019b, p. 23, our
translation).
As we can see, CNE/CP Resolution no. 2/2019 and CNE/CP Opinion no. 22/2019 bring
new understandings regarding teacher training in Brazil. In this sense, the two documents focus
on the skills and abilities to be developed during initial training for those who will work in
Brazilian basic education.
However, we note a look at the contents to be explored throughout the degree, focusing
on theoretical and practical knowledge, and with specific and relational skills and abilities.
Some aspects, such as culture, identity and languages, are scored in a generic way and without
specifying the different Brazilian linguistic contexts.
We observed, then, that, while there is progress in the understanding of teaching
valorization and an adaptation to the National Common Curricular Base, other aspects such as
multilingualism and interculturality still present themselves in an insipid way, as in previous
documents. In this sense, in the next section we will endeavor to understand a little more about
the specific guidelines for bilingual education.
Guidelines for Bilingual Education
The origin of bilingual and international schools in Brazil, as previously presented, has
a long history in practice, but, in terms of legal guidelines, it is still taking its first steps.
Regulations, however, are scarce, and various guidelines, opinions and laws are only found in
state or municipal contexts.
Considering the objective of understanding in a broader sense the guidelines for
teaching from a multilingual perspective, we briefly point out in this section only the federal
level guidelines. Among them we highlight CNE/CEB Opinion no. 1/2020, which regulates the
inclusion and enrollment of migrant children and adolescents, refugees, stateless people and
asylum seekers in the Brazilian public education system, and CNE/CEB Opinion nº. 2/2020,
which outlines the National Curricular Guidelines for offering plurilingual education.
The opinions respectively highlight the following as their main objectives:
Bilingual education and the challenges of the internationalization of basic education: A look at the pedagogical guidelines
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Guarantee the right to enroll migrant children and adolescents, refugees,
stateless people and asylum seekers in public education networks. Without the
requirement for documentation and discrimination based on migratory
nationality (BRASIL, 2020a, emphasis in the original, our translation).
Ensure the creation of the commission to analyze standards for the provision
of Plurilingual and International Education in Brazil (BRASIL, 2020b,
emphasis in the original, our translation).
Regarding teacher training, the guidelines for bilingual education in Brazil include:
Art. 10 In the training courses for teachers who will work in Bilingual Schools,
the following requirements will be required for teachers trained or in training
starting by the year 2021:
I - to act as an additional language teacher in Early Childhood Education and
Elementary Education - Early years:
a) have a degree in Pedagogy or Literature;
b) have proof of proficiency at minimum level B2 in the Common European
Framework for Languages (CEFR); It is
c) have additional training in Bilingual Education (extension course with at
least 120 (one hundred and twenty) hours; lato sensu postgraduate degree;
master's or doctorate recognized by the MEC) (BRASIL, 2020b, p. 25-26, our
translation).
We note that, by the year 2021, teachers who work in the initial years of Brazilian
Elementary Education should have a degree in Pedagogy or Literature. However, the challenges
for Literature teachers, with the current curricular configuration, to adapt to the requirements
of the Initial Years are visible. In the same sense, it is observed that the Brazilian national
curriculum for training pedagogues does little or nothing contemplate linguistic competence
in an additional language, so that the pedagogue can prove the minimum proficiency in this
language to adapt to bilingual education.
The guidelines for action in bilingual education, from 2022, go in the same direction:
Art. 11 In the training courses for teachers who will work in Bilingual Schools,
the following requirements will be required for teachers with training starting
from 2022:
I - to act as a teacher in additional language in Early Childhood Education and
Elementary Education - Early Years:
a) have training in Pedagogy for Bilingual Education and/or Literature for
Bilingual Education; It is
b) have proof of proficiency at minimum level B2 in the Common European
Framework for Languages (CEFR) (BRASIL, 2020b, p. 25-26, our
translation).
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In this new version of the CNE opinion, we observe the inclusion of Pedagogy for
Bilingual Education or the Literature course as the appropriate initial training. However, in a
search at the main Brazilian universities, it is not easy to find the offer of these courses. Even
at a specialization level, Bilingual Education is still a field with few offers for professional
qualifications.
We then noticed, once again, a gap between the growth of bilingual and international
schools in Brazil, and the offer of courses at undergraduate or specialization level for teachers
who work or seek to work in this area.
Final remarks
When reflecting on bilingual education based on official curricular documents for
Literature and Pedagogy courses, we observe the superficiality of the courses in relation to
multicultural aspects, which consider teaching and learning subjects as socially and historically
situated subjects. There is still talk of specificities, but there is still a homogenization of
practices, which requires each professional to focus on the particularity of the linguistically and
socially complex contexts in which they are involved in their daily lives.
There is a need to develop the child's cognitive and learning aspects in the Pedagogy
course, for example, regarding the teaching of an additional language, as this approach
generally focuses only on teaching the Portuguese language. Given this, it is not difficult to
note that the development of language learning must also consider the specificities of the
foreign language, especially with regard to the training of teachers in the Pedagogy course.
It is not difficult to notice an attachment to structural issues of the English language and
literature in the curriculum, which leads to a lack of pedagogical aspects regarding child
development, development stages, methodologies and knowledge appropriation that lead to the
implementation of bilingual education. It is worth highlighting the need to offer Bilingual
Pedagogy or Bilingual Literature courses that satisfy the demand for specificities of the
aforementioned field, in order to enable solid training and favorable to a multicultural service
for students. As language teaching professionals, we also think about the need for proof of
linguistic competence of the bilingual education teacher, as, for example, if we think about the
difficulty of acquiring the minimum level B2 in the Common European Framework of
Bilingual education and the challenges of the internationalization of basic education: A look at the pedagogical guidelines
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Reference for Languages (Common European Framework of Reference for Languages
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CRediT Author Statement
Recognitions: Capes and Fapesc.
Funding: This article is part of the Observatory Project supported by the Foundation for
Support to Scientific and Technological Research of the State of Santa Catarina (FAPESC).
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: Considering the documentary perspective of the research, it did not go
through the ethics committee, but throughout its collection, analysis and textual production,
there was great concern with research ethics.
Availability of data and material: The data used is of documentary origin and is available
on the internet for access.
Author contributions: Caique Fernando da Silva Fistarol contributed through data
collection, analysis and interpretation of data. Isabela Vieira Barbosa contributed to the
analysis and interpretation of the data, in addition to writing the text. Marcia Regina Selpa
Heinzle contributed to writing the text and final review.
Processing and publishing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, standardization, and translation.