RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 1
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NO ENSINO
DE MATEMÁTICA
PRÁCTICAS PEDAGÓGICAS PARA LA CREATIVIDAD Y LA INNOVACIÓN EN LA
ENSEÑANZA DE LAS MATEMÁTICAS
PEDAGOGICAL PRACTICES FOR CREATIVITY AND INNOVATION IN
MATHEMATICS TEACHING
Patricia Teixeira TAVANO1
e-mail: patricia.tavano@ufms.br
Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI2
e-mail: marcia.sambugari@ufms.br
Como referenciar este artigo:
TAVANO, P. T.; SAMBUGARI, M. R. do N. Práticas pedagógicas
para a criatividade e inovação no ensino de matemática. Revista
Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n.
esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572
| Submetido em: 09/10/2023
| Revisões requeridas em: 16/02/2024
| Aprovado em: 20/03/2024
| Publicado em: 20/07/2024
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus Pantanal, Corumbá MS Brasil. Professora do
curso de Pedagogia. Doutorado em Educação (USP).
2
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus Pantanal, Corumbá MS Brasil. Professora do
curso de Pedagogia. Doutorado em Educação: História, Política, Sociedade (PUC/SP).
Práticas pedagógicas para a criatividade e inovação no ensino de matemática
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 2
RESUMO: O artigo apresenta o estudo, de cunho bibliográfico, sobre a docência em
Matemática em perspectiva criativa e inovadora. Por meio do levantamento de artigos sobre o
ensino de Matemática publicados na Revista Ibero-Americana de Estudos sobre Educação,
buscou-se identificar a função das práticas pedagógicas na ruptura de aversões ao componente
curricular matemática. Das análises empreendidas, constatou-se como práticas de caráter
criativo e inovador: (i) participação dos alunos na proposição de material didático; (ii) uso de
jogos matemáticos, lousa digital interativa, materiais manipulativos e livros de literatura que
permitam a problematização com situações reais do cotidiano dos alunos; (iii) uso de
tecnologias assistivas de forma coletiva e colaborativa, favorecendo uma educação inclusiva.
Constatou-se também que todos os artigos tratam de práticas no contexto do ensino de
Matemática na Educação Básica, deixando a indagação de como as práticas ocorrem no Ensino
Superior, no âmbito dos cursos de formação de professores.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Matemática. Prática Pedagógica. Criatividade. Inovação.
RESUMEN: El artículo presenta el estudio bibliográfico sobre la enseñanza de las
Matemáticas en una perspectiva creativa e innovadora. A través de la revisión de artículos
sobre la enseñanza de la Matemática publicados en la Revista Iberoamericana de Estudios
sobre Educación, se buscó identificar el papel de las prácticas pedagógicas en la ruptura de
las aversiones al componente curricular de las matemáticas. A partir de los análisis realizados,
se encontró que se encontraron las siguientes prácticas creativas e innovadoras: (i)
participación de los estudiantes en la propuesta de material didáctico; (ii) uso de juegos
matemáticos, pizarra digital interactiva, materiales manipulativos y libros de literatura que
permitan la problematización de situaciones reales en la vida cotidiana de los estudiantes; (iii)
uso de tecnologías de apoyo de manera colectiva y colaborativa, favoreciendo la educación
inclusiva. También se encontró que todos los artículos tratan sobre prácticas en el contexto de
la enseñanza de la Matemática en la Educación Básica, dejando la cuestión de cómo ocurren
las prácticas en la Educación Superior, dentro del ámbito de los cursos de formación docente.
PALABRAS CLAVE: Enseñanza de Matemáticas. Práctica Pedagógica. Creatividad.
Innovación.
ABSTRACT: The article presents the study, of a bibliographic nature, on teaching
Mathematics from a creative and innovative perspective. By surveying articles on Mathematics
teaching published in the Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, we sought to
identify the role of pedagogical practices in breaking aversions to the mathematics curricular
component. From the analyzes undertaken, it was possible to identify the following as practices
of a creative and innovative nature: (i) student participation in proposing teaching material;
(ii) use of mathematical games, interactive digital whiteboards, manipulative materials and
literature books that allow students to discuss real situations in their daily lives; (iii) use of
assistive technologies in a collective and collaborative way, favoring inclusive education. It
was also found that all articles deal with practices in the context of teaching Mathematics in
Basic Education, leaving the question of how practices occur in Higher Education, within the
scope of teacher training courses.
KEYWORDS: Teaching Mathematics. Pedagogical Practice. Creativity. Innovation.
Patricia Teixeira TAVANO e Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 3
Introdução
Diariamente lidamos com situações que envolvem a problematização, sistematização e
proposição de resoluções, integrando a Matemática em nosso cotidiano. Ações corriqueiras
como a produção de um bolo a partir de sua receita, fazer compras em supermercados, ou nos
grupos de convivência quando são organizados momentos de confraternização, nos levam a
resgatar os conhecimentos matemáticos e inseri-los em nosso fazer diário. Entretanto, enquanto
um componente curricular, a Matemática pode se tornar distante e desvinculada da vida diária.
Na perspectiva de Nunes (2011), a Matemática é atividade humana, mas também
Ciência, pois o processo de aprendizagem na escola “[...] é um momento de interação entre a
matemática organizada pela comunidade científica, ou seja, a matemática formal, e a
matemática como atividade humana (Nunes, 2011, p. 28). Contudo, a autora nos alerta que
essa articulação entre a ciência e atividade humana não tem ocorrido, uma vez que “[...] o ensino
de matemática se faz, tradicionalmente, sem referência ao que os alunos sabem”, e também
nos provocando para o desafio em “[...] buscar maneiras de usar em sala de aula o conhecimento
matemático cotidiano de seus alunos” (Nunes, 2011, p. 38).
No presente artigo, buscamos refletir acerca das práticas voltadas para a criatividade e
inovação quanto à sua contribuição para um ensino de Matemática menos excludente,
compreendendo a criatividade na relação com o ensino como um duplo movimento interligado:
como processo de ensinar com criatividade e como ensino criativo. Desse modo, não basta o
professor ter práticas criativas, se estas não permitem aos alunos possibilidades para que eles
possam “[...] nutrir e expressar sua própria criatividade” (Neves-Pereira; Alencar, 2018, p. 7).
Para Braun, Fialho e Gomez (2017), essa dimensão criativa precisa perpassar as salas
de aula de modo a provocar mudanças na forma de ensinar, pois, “[...] como organização de
ensino, a escola deve trabalhar esse conceito de educação e criatividade, permitindo ao
educando ser criativo e para isso, promovendo práticas de criatividade” (Braun; Fialho; Gomez,
2017, p. 583).
A nossa premissa de que a Matemática na escola pautada no ensino criativo propiciará
práticas inovadoras nos levou a realizar este estudo de cunho bibliográfico, por meio do
levantamento de artigos sobre o ensino de Matemática publicados na Revista Ibero-Americana
de Estudos sobre Educação. O objetivo consistiu em identificar, nas publicações da referida
Revista, a função das práticas pedagógicas propostas e investigadas em seu potencial criativo e
inovador, pois acreditamos que esse potencial pode auxiliar na ruptura de aversões ao
componente curricular matemática e à construção da afetividade, uma vez que é habitualmente
Práticas pedagógicas para a criatividade e inovação no ensino de matemática
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 4
entendido como aversivo e, ao mesmo tempo, considerado como elemento definidor de
inteligência (Lima, 2018).
O texto está organizado em quatro partes, sendo a primeira a introdução e a segunda
apresenta o caminho metodológico utilizado para o levantamento, a organização e a análise dos
artigos. Em seguida são apresentados e discutidos os dados e, por fim, constam nossas
considerações finais.
Escolhas metodológicas para a seleção e análise dos artigos
Para a realização do levantamento e seleção dos artigos realizamos as seguintes
escolhas, partindo das orientações de Morosini, Kohls-Santos e Bittencourt (2021): (a)
repositório de publicações científicas; (b) recorte temporal; (c) definição de termos de busca;
(d) critérios para sistematização, organização e análise.
Com relação a primeira orientação, escolhemos a Revista Ibero-Americana de Estudos
sobre Educação que teve seu primeiro número publicado no ano de 2006, e disponibiliza em
seu Portal um mecanismo de busca que foi utilizado para a seleção dos artigos para esta
discussão. Dessa maneira, não fizemos recorte temporal, pois a busca foi realizada desde o
primeiro número publicado. Quanto ao termo de busca utilizamos Ensino de Matemática”.
Após a seleção dos artigos, passamos para a escolha quanto aos critérios para
sistematização, organização e análise dos dados que consistiu em agrupar os artigos seguindo
as etapas propostas por Morosini, Kohls-Santos e Bittencourt (2021) sob forma de quadros em:
(i) bibliografia anotada; (ii) bibliografia sistematizada; (iii) bibliografia categorizada; e (iv)
bibliografia propositiva. Destacamos que essa forma de sistematização se ancora em alguns dos
elementos da análise de conteúdo da vertente francesa de Bardin (2016).
Conforme mencionado, sem a restrição de período, o levantamento nos trouxe 26 artigos
entre os anos de 2007 e 2022 que foram sistematizados no quadro de bibliografia anotada,
apresentando o nome dos autores, título, resumos e palavras-chave. Em seguida, passamos para
a segunda etapa que é a bibliografia sistematizada que se refere a uma leitura flutuante do
material para fins de se fazer uma segunda seleção, deixando apenas as publicações que
discutissem de fato a componente curricular Matemática, ao que resultou em 10 artigos. A partir
da leitura na íntegra desses artigos, partimos para a terceira etapa (bibliografia categorizada)
que, de acordo com Morosini, Kohls-Santos e Bittencourt (2021), consiste na análise mais
aprofundada do conteúdo dos textos com a finalidade em agrupar a produção em blocos
Patricia Teixeira TAVANO e Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 5
temáticos. Considerando o objetivo deste estudo, que consistiu em analisar a função das práticas
pedagógicas no ensino de Matemáticas para a criatividade e inovação, agrupamos os artigos na
temática “prática pedagógica”. Desse exercício excluímos três artigos por não estarem
relacionados diretamente à prática, permanecendo, portanto, sete artigos, conforme indicamos
no Quadro 1.
Quadro 1 - Relação dos artigos selecionados
Título do artigo
Autores(as)
A questão da qualidade do material didático de matemática na
educação de pessoas jovens e adultas no Brasil
Menezes e Logarezzi (2007)
Contribuições para compreender o que é desenvolver o raciocínio
lógico dos alunos: estudo do livro Alice no país das maravilhas
Vilela e Dorta (2010)
Objetos de aprendizagem e lousas digitais interativas: uma proposta
de avaliação de objetos de aprendizagem para ensino de matemática
Fiscarelli, Morgado e Félix (2016)
Jogos na alfabetização matemática para estudantes com deficiência
visual numa perspectiva inclusiva
Mamcasz-Viginheski, Silva,
Shimazaki e Pinheiro (2019)
Tecnologias assistivas no ensino e aprendizagem de matemática para
estudante cego: investigando a presença do desenho universal e do
desenho universal para aprendizagem
Jeremias, Góes e Haracemiv (2021)
O Soroban Dourado como instrumento mediador para a apropriação
conceitual na deficiência intelectual
Mamcasz-Viginheski, Shimazaki e
Silva (2021)
Contribuições do pensamento vygotskiano para a modelagem
matemática
Silva, Braga e Giordano (2021)
Após a categorização, chegamos à última etapa (bibliografia propositiva), que consistiu
em analisar, nos artigos selecionados, as práticas pedagógicas em função da criatividade e
inovação, cuja discussão é apresentada a seguir.
As práticas pedagógicas para a criatividade e inovação no ensino de Matemática
Para Souza e Pinho (2016, p. 1910), a criatividade implica em [...] uma originalidade
para a superação de expectativas”, o que no espaço-tempo educacional, é habitualmente
associado à superação de dificuldades. Contudo, a criatividade não é necessariamente
inovadora, pois inovar implica em [...] uma ruptura paradigmática e o a inclusão de
novidades” (Cunha, 2006, p. 40). Tendo essa base, ao olharmos para os artigos selecionados
para análise, vamos acompanhar uma diversidade de ações ora criativas, ora inovadoras, ora
ambas.
Dos sete artigos analisados, um trata de ensaio teórico sobre a prática de ensino em
Matemática, os demais abordam as práticas no âmbito da Educação Básica, sendo dois no
Práticas pedagógicas para a criatividade e inovação no ensino de matemática
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 6
contexto da Educação de Jovens e Adultos (EJA), dois nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental (1º ao 5 ano) e dois nos Anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9 ano),
conforme observado no Quadro 2.
Quadro 2 - Organização dos artigos de acordo com o lócus da Pesquisa
Lócus da Pesquisa
Autores(as)
Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano)
Menezes e Logarezzi (2007)
Vilela e Dorta (2010)
Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano)
Fiscarelli; Morgado; Félix (2016)
Jeremias; Góes; Haracemiv (2021)
Educação de Jovens e Adultos (EJA)
Menezes e Logarezzi (2007)
Mamcasz-Viginheski, Silva, Shimazaki e Pinheiro (2019)
Sem especificação por se tratar de ensaio
teórico
Silva, Braga e Giordano (2021)
Fonte: Elaboração das autoras
Menezes e Logarezzi (2007) discutem a adaptação e tradução de um livro de Matemática
em espanhol para a EJA. Trazem como aspecto característico e facilitador da aproximação dos
conteúdos ao seu público alvo, o fato de o livro original ter sido produzido em parceria dos
autores com os educandos dessa modalidade de ensino, o que aproxima as discussões propostas
à realidade encontrada, valorizando, a todo o instante, os conhecimentos adquiridos e que
esses estudantes trazem para o percurso de aprendizagem escolar. Por tratar-se de um livro
escrito para a realidade espanhola, os estudantes da EJA indicaram como dificuldade e
necessidade de adaptação de alguns exemplos e propostas da publicação, aproximando o texto
da realidade brasileira por eles conhecida e vivida. Da mesma forma, os pesquisadores alertam
que os conteúdos abordados não correspondiam à totalidade de conteúdos que a legislação
brasileira propõe ao ciclo do EJA, assim, foram necessários ajustes ao longo do uso do livro
como material didático.
Os autores sinalizam que, apesar destas dissonâncias culturais, o livro trouxe resultados
importantes ao ser utilizado, exatamente pelo fato de ser construído com a ajuda de estudantes
da EJA. Isso aproximou a realidade formativa da realidade cotidiana desses estudantes,
facilitando os processos de aprendizagem e tornando-os mais atrativos, em especial por tratar-
se da componente curricular matemática.
Este artigo nos apresenta uma iniciativa criativa de proposição de material didático que
é diferenciado em sua própria criação, pois conta com a participação de estudantes da
modalidade do EJA, o que aproxima linguagens e expectativas. Ao mesmo tempo, também
podemos identificar um grau de inovação, ao romper com a amarra de se produzir livros
Patricia Teixeira TAVANO e Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 7
didáticos exclusivamente por autores conceituados, que têm conhecimentos que poderiam ser
considerados superiores aos dos usuários desses livros.
O artigo de Vilela e Dorta (2010) aborda o desenvolvimento do raciocínio lógico nos
estudantes como um dos focos da Matemática escolar, problematizando o que seria essa ação
além do próprio processo de raciocínio. As autoras utilizam como ponto de partida o livro
“Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll, que, segundo elas, discute:
[...] características da lógica e uma reflexão sobre ela através de contradições
lógicas, argumentos circulares, dificuldades do conceito de identidade,
desenvolvimento de silogismos e falácias, e até mesmo do seu gosto pelos
paradoxos e pelo consenso, esbarrando nos limites da linguagem (Vilela;
Dorta, 2010, p. 2).
O artigo apresenta uma forma de uso pedagógico da literatura mundial de maneira
distinta, pois relaciona elementos da lógica clássica, que é parte dos conteúdos do ensino
fundamental, com os acontecimentos narrados na obra clássica, estimulando a criatividade e
imaginação nas crianças, marcando posição no quesito criatividade no uso de um material.
Fiscarelli, Morgado e Félix (2016) partem da proposição do uso de tecnologias,
especificamente a lousa digital interativa, como forma de inovação metodológica com potencial
de melhoria da aprendizagem dos estudantes. Tendo por base que a aprendizagem matemática
é complexa, não apenas pela própria característica dos conteúdos, mas por todos os aspectos
cognitivos, culturais e sociais dos estudantes que estão envolvidos, os autores avaliam objetos
de aprendizagem que podem ser utilizados em lousa digital, concluindo pelo potencial de
facilitadores de aprendizagem desses objetos como “experiências educacionais inovadoras e
enriquecedoras” (Fiscarelli; Morgado; Félix, 2016, p. 359). Esta experiência se alinharia mais
à inovação tal qual Cunha (2006) propõe, pela própria característica do uso de uma tecnologia
interativa que se baseia em um paradigma educacional de participação e construção de
conhecimentos por parte dos estudantes.
Mamcasz-Viginheski et al. (2019) trabalham com a concepção de alfabetização
matemática para discutir o uso de jogos como parte da metodologia de inclusão de estudantes
com deficiência visual na educação básica. Pontuando que o tradicional uso do soroban e do
código Braille proporcionam uma aprendizagem mecânica, as autoras consideram que esse uso:
[...] se apresenta produtivo tanto ao professor, quanto ao aluno. Com relação
ao professor, por utilizar o jogo como um instrumento facilitador da
aprendizagem do aluno e, ao aluno, por permiti-lo desenvolver sua capacidade
para pensar, refletir, analisar, levantar hipóteses, testando-as e avaliando-as,
Práticas pedagógicas para a criatividade e inovação no ensino de matemática
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 8
construindo seus conhecimentos com autonomia e cooperação com seus
colegas (Mamcasz-Viginheski et al., 2019, p. 411).
Através da exemplificação do uso de alguns jogos matemáticos de fácil implementação
na sala de aula - como quebra-cabeça e blocos lógicos - as autoras concluem pelos benefícios
que os estudantes com cegueira obtêm em sua aprendizagem, pois se configuram como [...]
instrumento mediador que proporciona condições para o aluno pensar, questionar, decidir,
valorizar e, dessa forma, ajuda na elaboração do conhecimento e, consequentemente, à
formação da cidadania” (Mamcasz-Viginheski et al., 2019, p. 417). Contudo, reforçam,
necessidade de que o professor tenha a sensibilidade de perceber as necessidades específicas de
cada estudante, e proporcione estratégias de aprendizagem que efetivem a inclusão do estudante
com cegueira.
As autoras operam com o binômio criatividade e inovação, ao proporem um novo
emprego a materiais reconhecidos e utilizados pelos professores para o ensino de matemática,
propondo que se rompa com a compreensão de que jogos que servem e jogos que não servem
para o uso com estudantes com deficiência visual.
Jeremias, Góes e Haracemiv (2021) também abordarão o estudante com cegueira em
seu potencial de aprendizagem da matemática, trazendo as tecnologias assistivas e seu processo
de produção tendo como base a abordagem do Desenho Universal para Aprendizagem. Através
da análise de dois recursos didáticos manipuláveis, os autores indicam que o uso de tecnologias
assistivas [...] permite o acesso de estudantes aos conteúdos curriculares, ao contrário de
materiais para uso exclusivo de um indivíduo, o que o exclui da socialização e da aprendizagem
coletiva no ambiente comum de sala de aula” (Jeremias; Góes; Haracemiv, 2021, p. 3018).
Defendem a necessidade de ampliar a divulgação e o contato dos professores com esse tipo de
material e com a concepção do Desenho Universal, de modo a permitir que o professor entenda
a inclusão a partir da participação efetiva de todos os estudantes.
Da mesma forma que o artigo anterior, de Mamcasz-Viginheski et al. (2019), este
também opera no binômio criatividade/inovação, ao abordar a aprendizagem matemática por
estudantes com cegueira a partir da inserção de uma nova concepção de produção de materiais,
o Desenho Universal, e à utilização de tecnologias assistivas.
Mamcasz-Viginheski, Shimazaki e Silva (2021) vão discutir o uso do Soroban Dourado
como material didático para a aprendizagem matemática empregado junto a estudantes com
deficiência intelectual. As autoras partem da observação prévia de crianças com deficiência
intelectual que habitualmente [...] expressavam dificuldade na compreensão do conceito de
Patricia Teixeira TAVANO e Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 9
número e dos princípios do sistema de numeração decimal” (Mamcasz-Viginheski; Shimazaki;
Silva, 2021, p. 3164) para desenvolver um material didático por elas chamado Soroban
Dourado, baseado no conceito de tecnologias assistivas para a aprendizagem de crianças com
deficiências.
Propondo o uso desse material como ferramenta de cálculo para crianças com
deficiência intelectual, além do consagrado uso com crianças com deficiência visual, as
autoras indicam que não consideram a deficiência intelectual um impeditivo para a
aprendizagem matemática, contudo, é necessário que o professor faça uso de “signos e
instrumentos mediadores adequados” (Mamcasz-Viginheski; Shimazaki; Silva, 2021, p. 3173),
comprovando que a utilização do Soroban Dourado conseguiu promover a aprendizagem junto
a esse público que possui especificidades próprias.
As autoras expandem bastante o uso do binômio criatividade/inovação ao criarem um
novo material de ensino de matemática, baseado em uma concepção de ensino consagrada,
mas que não é habitualmente aplicada ao público alvo que elas propõem.
Silva, Braga e Giordano (2021) partem da teoria histórico-cultural de Vigotski e da
Modelagem Matemática para propor uma ão epistemologicamente diferenciada na prática
docente no ensino de matemática. Propõem que tanto o professor quanto o grupo de estudantes
de forma parceira atuem como mediadores de aprendizagem, lançando mão do uso de [...]
problemas matemáticos realistas, contextualizados no universo de interesses dos educandos,
alinhados às necessidades da comunidade local” (p. 1690). Proporcionando a todos a
experiência de uma [...] Matemática viva, dinâmica, centrada em sua realidade, de forma
significativa para eles, ou seja, que na e pela relação com ela e com o outro possam produzir
sentidos na escola e em outros espaços sociais.” (p. 1691).
Ao proporem uma ruptura para a prática docente baseada em uma concepção teórico-
conceitual reconhecida, Silva, Braga e Giordano (2021) inovam ao desvelarem uma
dissonância entre o discurso e a prática. Um discurso que tende a colocar o estudante como
centro da aprendizagem, como participativo e ativo, mas que implica em uma prática
transmissora e reprodutivista por parte de alguns professores.
Práticas pedagógicas para a criatividade e inovação no ensino de matemática
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 10
Considerações finais
Da análise empreendida dos artigos selecionados neste estudo foi possível percebermos
possibilidades de uma docência em Matemática voltada para a criatividade e inovação,
indicando a necessidade de romper com um ensino fragmentado e desvinculado da realidade
dos alunos. As pesquisas apresentadas apontam várias práticas que têm caráter criativo, bem
como inovador, quando se considera a realidade e a participação dos alunos na proposição de
material didático.
Um aspecto constante nos textos analisados é a necessidade de considerar o estudante
como centro do processo de ensino e de aprendizagem, compreendendo-o como mediador,
rompendo com a ideia de um ensino de Matemática desvinculado da realidade da escola e dos
educandos. Ainda que essa proposta pedagógica não seja, em si mesma inovadora, visto estar
sendo aventada desde o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (Azevedo, 1932), ainda
não a encontramos como prática geral.
Essa ação mediadora e includente pode ter importante impacto na ruptura do processo
aversivo que a componente curricular matemática por vezes apresenta junto aos estudantes dos
diversos níveis e modalidades educacionais, que, ao se sentirem pouco capazes de acompanhar
os conteúdos, não distinguem entre uma dificuldade própria ou uma dificuldade causada pela
ausência de práticas voltadas às variações de características de aprendizagem. Isso leva os
estudantes a se afastarem da Matemática e considerá-la chata, difícil, e completamente
desconectada da realidade.
Nesse sentido de reconexão dos conteúdos matemáticos ao cotidiano e superação das
aversões, ficou evidente a importância do trabalho pedagógico por meio do uso de tecnologias
como a lousa digital interativa, bem como de jogos matemáticos, de livros de literatura, de
modo que os alunos questionem, problematizem a partir de situações reais de seu cotidiano.
Destacam-se, também, as tecnologias assistivas de forma coletiva e colaborativa como práticas
voltadas para a inclusão de pessoas com deficiência nas aulas de Matemática.
Vale notar que, ainda que os artigos analisados tragam o uso de tecnologias como formas
de inovar, eles não lidam com as tecnologias como uma inovação por si só, problematizando-a
e inserindo-a nos contextos de análise.
Da apreciação geral, constatamos que todos os artigos tratam de práticas no contexto do
ensino de Matemática na Educação Básica, o que nos provocou a pensar como a criatividade e
a inovação ocorrem no âmbito do Ensino Superior, nos cursos de formação de professores.
Patricia Teixeira TAVANO e Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 11
REFERÊNCIAS
AZEVEDO, F. A reconstrução educacional no Brasil ao povo e ao governo: Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1932.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.
BRAUN, J. R. R.; FIALHO, F. A. P.; GOMEZ, L. S. R. Aplicações da criatividade na
educação brasileira. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 17, n. 52, p. 575-593,
abr./jun. 2017. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/pdf/de/v17n52/1981-416X-rde-17-52-
575.pdf. Acesso em: 01 out. 2023.
CUNHA, M. I. O professor universitário na transição de paradigmas. 2. ed. Araraquara,
SP: Junqueira & Marin, 2005.
FISCARELLI, S. H.; MORGADO, C. L.; FÉLIX, M. A. Objetos de aprendizagem e lousas
digitais interativas: uma proposta de avaliação de objetos de aprendizagem para ensino de
matemática. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 11, n. esp.
1, p. 350–362, 2016. Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/8558. Acesso em: 1 out. 2023.
JEREMIAS, S. M. F.; GÓES, A. R. T.; HARACEMIV, S. M. C. Tecnologias assistivas no
ensino e aprendizagem de matemática para estudante cego: investigando a presença do
desenho universal e do desenho universal para aprendizagem. Revista Ibero-Americana de
Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. esp. 4, p. 3005–3019, 2021. Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/16064. Acesso em: 1 out. 2023.
LIMA, V. A. Matemática e afetividade: uma equação possível? In: LEITE, S. A. S. (org.).
Afetividade: as marcas do professor inesquecível. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2018.
MAMCASZ-VIGINHESKI, L. V.; RUTZ DA SILVA, S. de C.; SHIMAZAKI, E. M.;
MACIEL PINHEIRO, N. A. Jogos na alfabetização matemática para estudantes com
deficiência visual numa perspectiva inclusiva. Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação, Araraquara, v. 14, n. 2, p. 404–419, 2019. Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/8893. Acesso em: 1 out. 2023.
MAMCASZ-VIGINHESKI, L. V.; SHIMAZAKI, E. M.; SILVA, S. de C. R. da. O Soroban
Dourado como instrumento mediador para a apropriação conceitual na deficiência intelectual.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. esp. 4, p. 3161–
3176, 2021. Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/16073. Acesso em: 1 out. 2023.
MENEZES, L.; LOGAREZZI, A. J. M. A questão da qualidade do material didático de
matemática na educação de pessoas jovens e adultas no Brasil. Revista Ibero-Americana de
Estudos em Educação, Araraquara, v. 2, n. 2, p. 162171, 2007. Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/469. Acesso em: 1 out. 2023.
MOROSINI, M. C.; KOHLS-SANTOS, P.; BITTENCOURT, Z. Estado do conhecimento:
teoria e prática. Curitiba, PR: CRV, 2021.
Práticas pedagógicas para a criatividade e inovação no ensino de matemática
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 12
NEVES-PEREIRA, M. S.; ALENCAR, E. M. L. S. A Educação no século XXI e o seu papel
na promoção da criatividade. Revista Psicologia e Educação On-Line, v. 1, n. 1, p. 1-10,
2018. Disponível em:
https://psicologiaeeducacao.ubi.pt/Ficheiros/ArtigosOnLine/2018N1/V1N1online/1.%20V1N
1online2018.pdf. Acesso em: 01 out. 2023.
NUNES, T. A matemática na vida cotidiana: psicologia, matemática e educação. In:
NUNES, T.; CARRAHER, D.; SCHLIEMANN, A. (org.). Na vida dez, na escola zero. São
Paulo: Cortez editora, 2011.
SILVA, A. W. J.; BRAGA, R. M.; GIORDANO, C. C. Contribuições do pensamento
vygotskiano para a modelagem matemática. Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação, Araraquara, v. 16, n. esp. 3, p. 1681–1693, 2021. Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/15305. Acesso em: 1 out. 2023.
SOUZA, K. P. Q.; PINHO, M. J. Criatividade e inovação na escola do século XXI: uma
mudança de paradigmas. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 11, n. 4,
p. 1906-1923, 2016. Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/6636/6013. Acesso em: 03 out.
2023.
VILELA, D.; DORTA, D. Contribuições para compreender o que é desenvolver o raciocínio
lógico dos alunos: estudo do livro Alice no país das maravilhas. Revista Ibero-Americana
de Estudos em Educação, Araraquara, v. 4, n. 2, p. 174–184, 2010. Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/2771. Acesso em: 1 out. 2023.
Patricia Teixeira TAVANO e Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 13
Reconhecimentos: Não aplicável.
Financiamento: Não aplicável.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: Não se aplica, pois trata-se de pesquisa bibliográfica em arquivo público.
Disponibilidade de dados e material: Todos os artigos utilizados como fonte de dados
podem ser acessados através da Plataforma da RIAEE.
Contribuições dos autores: Todos os autores participaram de todas as etapas de produção
da obra.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 1
PRÁCTICAS PEDAGÓGICAS PARA LA CREATIVIDAD Y LA INNOVACIÓN EN
LA ENSEÑANZA DE LAS MATEMÁTICAS
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NO ENSINO DE
MATEMÁTICA
PEDAGOGICAL PRACTICES FOR CREATIVITY AND INNOVATION IN
MATHEMATICS TEACHING
Patricia Teixeira TAVANO1
e-mail: patricia.tavano@ufms.br
Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI2
e-mail: marcia.sambugari@ufms.br
Como referenciar este artigo:
TAVANO, P. T.; SAMBUGARI, M. R. do N. Prácticas
pedagógicas para la creatividad y la innovación en la enseñanza de
las matemáticas. Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN:
1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572
| Enviado en: 09/10/2023
| Revisiones requeridas en: 16/02/2024
| Aprobado el: 20/03/2024
| Publicado el: 20/07/2024
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Ejecutivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidad Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus Pantanal, Corumbá MS Brasil. Profesora de
la asignatura de Pedagogía. Doctorado en Educación (USP).
2
Universidad Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus Pantanal, Corumbá MS Brasil. Profesora de
la asignatura de Pedagogía. Doctorado en Educación: Historia, Política, Sociedad (PUC/SP).
Prácticas pedagógicas para la creatividad y la innovación en la enseñanza de las matemáticas
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 2
RESUMEN: El artículo presenta el estudio bibliográfico sobre la enseñanza de las Matemáticas
en una perspectiva creativa e innovadora. A través de la revisión de artículos sobre la enseñanza
de la Matemática publicados en la Revista Iberoamericana de Estudios sobre Educación, se
buscó identificar el papel de las prácticas pedagógicas en la ruptura de las aversiones al
componente curricular de las matemáticas. A partir de los análisis realizados, se encontró que
se encontraron las siguientes prácticas creativas e innovadoras: (i) participación de los
estudiantes en la propuesta de material didáctico; (ii) uso de juegos matemáticos, pizarra digital
interactiva, materiales manipulativos y libros de literatura que permitan la problematización de
situaciones reales en la vida cotidiana de los estudiantes; (iii) uso de tecnologías de apoyo de
manera colectiva y colaborativa, favoreciendo la educación inclusiva. También se encontró que
todos los artículos tratan sobre prácticas en el contexto de la enseñanza de la Matemática en la
Educación Básica, dejando la cuestión de cómo ocurren las prácticas en la Educación Superior,
dentro del ámbito de los cursos de formación docente.
PALABRAS CLAVE: Enseñanza de Matemáticas. Práctica Pedagógica. Creatividad.
Innovación.
RESUMO: O artigo apresenta o estudo, de cunho bibliográfico, sobre a docência em
Matemática em perspectiva criativa e inovadora. Por meio do levantamento de artigos sobre o
ensino de Matemática publicados na Revista Ibero-Americana de Estudos sobre Educação,
buscou-se identificar a função das práticas pedagógicas na ruptura de aversões ao componente
curricular matemática. Das análises empreendidas, constatou-se como práticas de caráter
criativo e inovador: (i) participação dos alunos na proposição de material didático; (ii) uso de
jogos matemáticos, lousa digital interativa, materiais manipulativos e livros de literatura que
permitam a problematização com situações reais do cotidiano dos alunos; (iii) uso de
tecnologias assistivas de forma coletiva e colaborativa, favorecendo uma educação inclusiva.
Constatou-se também que todos os artigos tratam de práticas no contexto do ensino de
Matemática na Educação Básica, deixando a indagação de como as práticas ocorrem no
Ensino Superior, no âmbito dos cursos de formação de professores.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Matemática. Prática Pedagógica. Criatividade. Inovação.
ABSTRACT: The article presents the study, of a bibliographic nature, on teaching
Mathematics from a creative and innovative perspective. By surveying articles on Mathematics
teaching published in the Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, we sought to
identify the role of pedagogical practices in breaking aversions to the mathematics curricular
component. From the analyzes undertaken, it was possible to identify the following as practices
of a creative and innovative nature: (i) student participation in proposing teaching material;
(ii) use of mathematical games, interactive digital whiteboards, manipulative materials and
literature books that allow students to discuss real situations in their daily lives; (iii) use of
assistive technologies in a collective and collaborative way, favoring inclusive education. It
was also found that all articles deal with practices in the context of teaching Mathematics in
Basic Education, leaving the question of how practices occur in Higher Education, within the
scope of teacher training courses.
KEYWORDS: Teaching Mathematics. Pedagogical Practice. Creativity. Innovation.
Patricia Teixeira TAVANO y Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 3
Introducción
A diario, nos enfrentamos a situaciones que implican problematización, sistematización
y proposición de resoluciones, integrando las Matemáticas en nuestra vida cotidiana. Acciones
cotidianas como la elaboración de una torta a partir de su receta, la compra en supermercados,
o en grupos sociales cuando se organizan momentos de confraternización, nos llevan a rescatar
el conocimiento matemático e insertarlo en nuestro quehacer cotidiano. Sin embargo, como
componente curricular, las matemáticas pueden llegar a ser distantes y desligadas de la vida
cotidiana.
Desde la perspectiva de Nunes (2011), la Matemática es una actividad humana, pero
también una Ciencia, porque el proceso de aprendizaje en la escuela "[...] es un momento de
interacción entre las matemáticas organizadas por la comunidad científica, es decir, la
matemática formal, y la matemática como actividad humana" (Nunes, 2011, p. 28, nuestra
traducción). Sin embargo, el autor nos advierte que esta articulación entre ciencia y actividad
humana no se ha producido, ya que "[...] La enseñanza de las matemáticas se hace
tradicionalmente sin referencia a lo que los estudiantes ya saben", y también nos provoca el
desafío en "[...] buscar formas de utilizar el conocimiento matemático cotidiano de sus
estudiantes en el aula" (Nunes, 2011, p. 38, nuestra traducción).
En este artículo se busca reflexionar sobre las prácticas centradas en la creatividad y la
innovación en cuanto a su contribución a una enseñanza menos excluyente de la Matemática,
entendiendo la creatividad en relación con la enseñanza como un doble movimiento
interconectado: como proceso de enseñar con creatividad y como enseñanza creativa. Así, no
basta con que el docente tenga prácticas creativas si no permite a los alumnos posibilidades
para que puedan "[...] alimentan y expresan su propia creatividad" (Neves-Pereira; Alencar,
2018, p. 7, nuestra traducción).
Para Braun, Fialho y Gómez (2017), esta dimensión creativa necesita permear las aulas
para provocar cambios en la forma de enseñar, porque, "[...] como organización docente, la
escuela debe trabajar en este concepto de educación y creatividad, permitiendo que el estudiante
sea creativo y para ello, promoviendo prácticas creativas" (Braun; Fialho; Gómez, 2017, p. 583,
nuestra traducción).
Nuestra premisa de que la Matemática en las escuelas basada en la enseñanza creativa
aportará prácticas innovadoras nos llevó a realizar este estudio bibliográfico, a través del
relevamiento de artículos sobre la enseñanza de la Matemática publicados en la Revista
Iberoamericana de Estudios sobre Educación. El objetivo fue identificar en las publicaciones
Prácticas pedagógicas para la creatividad y la innovación en la enseñanza de las matemáticas
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 4
de la citada Revista, la función de las prácticas pedagógicas propuestas e investigadas en su
potencial creativo e innovador, ya que creemos que este potencial puede ayudar en la ruptura
de aversiones al componente curricular matemático y a la construcción de la afectividad, ya que
suele entenderse como aversiva y, al mismo tiempo, considerado como un elemento definitorio
de la inteligencia (Lima, 2018).
El texto está organizado en cuatro partes, la primera es la introducción, la segunda
presenta el camino metodológico utilizado para la encuesta, organización y análisis de los
artículos. A continuación, se presentan y discuten los datos, y finalmente se presentan nuestras
consideraciones finales.
Opciones metodológicas para la selección y análisis de los artículos
Para llevar a cabo el relevamiento y selección de artículos, se realizaron las siguientes
elecciones, con base en los lineamientos de Morosini, Kohls-Santos y Bittencourt (2021): (a)
repositorio de publicaciones científicas; b) plazo; c) definición de los términos de búsqueda; d)
Criterios de sistematización, organización y análisis.
En cuanto a la primera orientación, se optó por la Revista Iberoamericana de Estudios
sobre Educación, cuyo primer número se publicó en 2006, y pone a disposición en su Portal un
buscador que se utilipara seleccionar los artículos para esta discusión. Por lo tanto, no
hicimos un marco temporal, ya que la búsqueda se realizó desde el primer número publicado.
En cuanto al término de búsqueda, se utilizó "Enseñanza de las Matemáticas".
Después de seleccionar los artículos, se pasó a la elección de los criterios de
sistematización, organización y análisis de los datos, que consistió en agrupar los artículos
siguiendo los pasos propuestos por Morosini, Kohls-Santos y Bittencourt (2021) en forma de
tablas en: (i) bibliografía anotada; (ii) bibliografía sistematizada; (iii) bibliografía categorizada;
y (iv) bibliografía proposicional. Destacamos que esta forma de sistematización está anclada en
algunos de los elementos del análisis de contenido desde el enfoque francés de Bardin (2016).
Como se mencionó, sin la restricción de período, la encuesta nos trajo 26 artículos entre
los años 2007 y 2022 que fueron sistematizados en la tabla de bibliografía anotada, presentando
los nombres de los autores, tulos, resúmenes y palabras clave. Luego se pasa a la segunda
etapa, que es la bibliografía sistematizada, que se refiere a una lectura flotante del material con
el propósito de hacer una segunda selección, dejando solo las publicaciones que realmente
discutieron el componente curricular de Matemáticas, lo que resultó en 10 artículos. A partir de
Patricia Teixeira TAVANO y Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 5
la lectura completa de estos artículos, pasamos a la tercera etapa (bibliografía categorizada)
que, según Morosini, Kohls-Santos y Bittencourt (2021), consiste en un análisis más profundo
del contenido de los textos con el fin de agrupar la producción en bloques temáticos. Teniendo
en cuenta el objetivo de este estudio, que fue analizar la función de las prácticas pedagógicas
en la enseñanza de la Matemática para la creatividad y la innovación, agrupamos los artículos
bajo el tema "práctica pedagógica". De este ejercicio, se excluyeron tres artículos por no estar
directamente relacionados con la práctica, quedando así siete artículos, tal como se indica en el
Cuadro 1.
Cuadro 1 - Lista de artículos seleccionados
Título del artículo
Autores
La cuestión de la calidad del material didáctico de matemáticas en la
educación de jóvenes y adultos en Brasil
Menezes y Logarezzi (2007)
Contribuciones para entender qué es desarrollar el razonamiento
lógico de los estudiantes: estudio del libro Alicia en el País de las
Maravillas
Vilela y Dorta (2010)
Objetos de aprendizaje y pizarras interactivas: una propuesta para la
evaluación de objetos de aprendizaje para la enseñanza de las
matemáticas
Fiscarelli, Morgado y Félix (2016)
Juegos en alfabetización matemática para estudiantes con
discapacidad visual desde una perspectiva inclusiva
Mamcasz-Viginheski, Silva,
Shimazaki y Pinheiro (2019)
Tecnologías de apoyo en la enseñanza y el aprendizaje de las
matemáticas para estudiantes ciegos: investigando la presencia del
diseño universal y el diseño universal para el aprendizaje
Jeremías, Góes y Haracemiv (2021)
El Soroban de Oro como instrumento mediador de apropiación
conceptual en discapacidad intelectual
Mamcasz-Viginheski, Shimazaki y
Silva (2021)
Contribuciones del pensamiento vygotskiano a la modelización
matemática
Silva, Braga y Giordano (2021)
Luego de la categorización, se llegó a la última etapa (bibliografía propositiva) que
consistió en analizar, en los artículos seleccionados, las prácticas pedagógicas en función de la
creatividad y la innovación, cuya discusión se presenta a continuación.
Prácticas pedagógicas para la creatividad y la innovación en la enseñanza de las
Matemáticas
Para Souza y Pinho (2016, p. 1910, nuestra traducción), la creatividad implica "[...] una
originalidad para la superación de expectativas", que en el espacio-tiempo educativo suele
asociarse a la superación de dificultades. Sin embargo, la creatividad no es necesariamente
innovadora, ya que innovar implica "[...] una ruptura paradigmática y no la inclusión de
Prácticas pedagógicas para la creatividad y la innovación en la enseñanza de las matemáticas
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 6
novedades" (Cunha, 2006, p. 40, nuestra traducción). A partir de esto, cuando miremos los
artículos seleccionados para el análisis, seguiremos una diversidad de acciones que a veces son
creativas, a veces innovadoras, a veces ambas.
De los siete artículos analizados, uno trata sobre un ensayo teórico sobre la práctica
docente en Matemáticas, los otros abordan las prácticas en el ámbito de la Educación Básica,
dos en el contexto de la Educación de Jóvenes y Adultos (EJA), dos en los Años Iniciales de la
Enseñanza Fundamental (1º a 5 año) y dos en los Años Finales de la Enseñanza Fundamental
(6º a 9 ano), como se señala en el Cuadro 2.
Cuadro 2 - Organización de los artículos según el locus de la investigación
Lócus de investigación
Autores(as)
Enseñanza Fundamental I (deal 5º año)
Menezes e Logarezzi (2007)
Vilela y Dorta (2010)
Enseñanza Fundamental II (de 6º al 9º año)
Fiscarelli; Morgado; Félix (2016)
Jeremias; Góes; Haracemiv (2021)
Educación de Jóvenes y Adultos (EJA)
Menezes y Logarezzi (2007)
Mamcasz-Viginheski, Silva, Shimazaki y Pinheiro (2019)
No hay especificación porque es una prueba
teórica
Silva, Braga y Giordano (2021)
Fonte: Elaboração das autoras
Menezes y Logarezzi (2007) discuten la adaptación y traducción de un libro de texto de
Matemáticas en español para EJA. Traen como aspecto característico y facilitador de la
aproximación de los contenidos a su público objetivo, el hecho de que el libro original fue
producido en colaboración entre los autores y los estudiantes de esta modalidad de enseñanza,
lo que acerca las discusiones propuestas a la realidad encontrada, valorando, en todo momento,
los conocimientos ya adquiridos y que estos estudiantes aportan al camino de aprendizaje
escolar. Al tratarse de un libro escrito para la realidad española, los alumnos de EJA indicaron
la dificultad y necesidad de adaptar algunos ejemplos y propuestas de la publicación, acercando
el texto a la realidad brasileña conocida y vivida por ellos. Asimismo, los investigadores
advierten que los contenidos tratados no correspondían a la totalidad de contenidos que la
legislación brasileña propone al ciclo de la EJA, por lo que fueron necesarios ajustes a lo largo
del uso del libro como material didáctico.
Los autores señalan que, a pesar de estas disonancias culturales, el libro trajo resultados
importantes precisamente porque fue construido con la ayuda de estudiantes de EJA. Esto
acercó la realidad formativa a la realidad cotidiana de estos estudiantes, facilitando los procesos
de aprendizaje y haciéndolos más atractivos, sobre todo porque es el componente curricular
matemático.
Patricia Teixeira TAVANO y Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 7
Este artículo nos presenta una iniciativa creativa para proponer material didáctico que
se diferencie en su propia creación, ya que cuenta con la participación de estudiantes de la
modalidad EJA, lo que acerca lenguajes y expectativas. Al mismo tiempo, también podemos
identificar un grado de innovación, al romper el vínculo de producir libros de texto
exclusivamente de autores de renombre, que tienen conocimientos que podrían considerarse
superiores a los de los usuarios de estos libros.
El artículo de Vilela y Dorta (2010) aborda el desarrollo del razonamiento lógico en los
estudiantes como uno de los focos de la matemática escolar, problematizando cuál sería esta
acción más allá del propio proceso de razonamiento. Los autores utilizan como punto de partida
el libro "Alicia en el País de las Maravillas", de Lewis Carroll, que, según ellos, trata:
[...] características de la lógica y una reflexión sobre ella a través de
contradicciones lógicas, argumentos circulares, dificultades del concepto de
identidad, desarrollo de silogismos y falacias, e incluso su gusto por las
paradojas y el consenso, chocando con los límites del lenguaje (Vilela; Dorta,
2010, p. 2, nuestra traducción).
El artículo presenta una forma de uso pedagógico de la literatura universal de una
manera diferente, ya que relaciona elementos de la lógica clásica, que forma parte de los
contenidos de la escuela primaria, con los acontecimientos narrados en la obra clásica,
estimulando la creatividad y la imaginación en los niños, marcando posición en la cuestión de
la creatividad en el uso de un material.
Fiscarelli, Morgado y Félix (2016) parten de la propuesta del uso de las tecnologías,
específicamente de la pizarra digital interactiva, como una forma de innovación metodológica
con potencial para mejorar el aprendizaje de los estudiantes. Partiendo del hecho de que el
aprendizaje matemático es complejo, no solo por las características de los contenidos, sino
también por todos los aspectos cognitivos, culturales y sociales de los estudiantes involucrados,
los autores evalúan los objetos de aprendizaje que pueden ser utilizados en una pizarra digital,
concluyendo que estos objetos tienen el potencial de facilitar el aprendizaje de estos objetos
como "experiencias educativas innovadoras y enriquecedoras" (Fiscarelli; Morgado; Félix,
2016, p. 359, nuestra traducción). Esta experiencia estaría más en línea con la innovación, como
propone Cunha (2006), debido a la propia característica del uso de una tecnología interactiva
que se basa en un paradigma educativo de participación y construcción de conocimiento por
parte de los estudiantes.
Mamcasz-Viginheski et al. (2019) trabajan con la concepción de alfabetización
matemática para discutir el uso del juego como parte de la metodología para la inclusión de
Prácticas pedagógicas para la creatividad y la innovación en la enseñanza de las matemáticas
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 8
estudiantes con discapacidad visual en la educación básica. Señalando que el uso tradicional
del Soroban y el código Braille proporcionan un aprendizaje memorístico, los autores
consideran que este uso:
[...] es productivo tanto para el profesor como para el alumno. En relación con
el profesor, por utilizar el juego como instrumento para facilitar el aprendizaje
del alumno y, para el alumno, por permitirle desarrollar su capacidad de
pensar, reflexionar, analizar, plantear hipótesis, ponerlas a prueba y
evaluarlas, construyendo su conocimiento con autonomía y cooperación con
sus compañeros (Mamcasz-Viginheski et al., 2019, p. 411, nuestra
traducción).
A través de la ejemplificación del uso de algunos juegos matemáticos que son fáciles de
implementar en el aula -como rompecabezas y bloques lógicos- los autores concluyen que los
estudiantes con ceguera obtienen beneficios en su aprendizaje, ya que se configuran como "[...]
instrumento mediador que proporciona condiciones para que el estudiante piense, cuestione,
decida, valore y, de esta manera, ayude en la elaboración del conocimiento y, en consecuencia,
en la formación de ciudadanía" (Mamcasz-Viginheski et al., 2019, p. 417, nuestra traducción).
Sin embargo, subrayan, es necesario que el docente tenga la sensibilidad para percibir las
necesidades específicas de cada estudiante, y que brinde estrategias de aprendizaje que incidan
en la inclusión de los estudiantes con ceguera.
Los autores operan con el binomio creatividad e innovación, al proponer un nuevo uso
a materiales ya reconocidos y utilizados por los docentes para la enseñanza de las matemáticas,
proponiendo romper con el entendimiento de que hay juegos que son útiles y juegos que no son
para uso con estudiantes con discapacidad visual.
Jeremias, Góes y Haracemiv (2021) también abordarán a estudiantes con ceguera en su
potencial para aprender matemáticas, aportando tecnologías de asistencia y su proceso de
producción basado en el enfoque del Diseño Universal para el Aprendizaje. A través del análisis
de dos recursos didácticos manipulables, los autores indican que el uso de tecnologías de apoyo
"[...] permite a los estudiantes acceder a contenidos curriculares, en contraposición a materiales
de uso exclusivo de un individuo, lo que los excluye de la socialización y el aprendizaje
colectivo en el entorno común del aula" (Jeremías; Góes; Haracemiv, 2021, p. 3018, nuestra
traducción). Defienden la necesidad de ampliar la difusión y el contacto de los docentes con
este tipo de materiales y con la concepción del Diseño Universal, con el fin de permitir que los
docentes entiendan la inclusión desde la participación efectiva de todo el alumnado.
Al igual que en el artículo anterior, de Mamcasz-Viginheski et al. (2019), también opera
en el binomio creatividad/innovación, al abordar el aprendizaje matemático por parte de
Patricia Teixeira TAVANO y Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 9
estudiantes con ceguera a partir de la inserción de una nueva concepción de la producción
material, el Diseño Universal, y el uso de tecnologías de apoyo.
Mamcasz-Viginheski, Shimazaki y Silva (2021) discutirán el uso del Soroban de Oro
como material didáctico para el aprendizaje matemático empleado con estudiantes con
discapacidad intelectual. Los autores parten de la observación previa de niños con discapacidad
intelectual que suelen "[...] dificultad para comprender el concepto de número y los principios
del sistema de numeración decimal" (Mamcasz-Viginheski; Shimazaki; Silva, 2021, p. 3164,
nuestra traducción) para desarrollar un material didáctico denominado Soroban Dourado,
basado en el concepto de tecnologías de asistencia para el aprendizaje de niños con
discapacidad.
Al proponer el uso de este material como herramienta de cálculo para niños con
discapacidad intelectual, además del uso ya establecido con niños con discapacidad visual, los
autores indican que no consideran que la discapacidad intelectual sea un impedimento para el
aprendizaje matemático, sin embargo, es necesario que el docente haga uso de "signos e
instrumentos mediadores apropiados" (Mamcasz-Viginheski; Shimazaki; Silva, 2021, p. 3173,
nuestra traducción), demostrando que el uso del Soroban de Oro fue capaz de promover el
aprendizaje entre este público, que tiene sus propias especificidades.
Los autores amplían enormemente el uso del binomio creatividad/innovación al crear
un nuevo material didáctico de matemáticas, basado en un concepto didáctico ya establecido
pero que no suele aplicarse al público objetivo que proponen.
Silva, Braga y Giordano (2021) parten de la teoría histórico-cultural y de la Modelación
Matemática de Vygotsky para proponer una acción epistemológicamente diferenciada en la
práctica docente en la enseñanza de las matemáticas. Proponen que tanto el profesor como el
grupo de alumnos en asociación actúen como mediadores del aprendizaje, haciendo uso de "[...]
problemas matemáticos realistas, contextualizados en el universo de intereses de los educandos,
alineados con las necesidades de la comunidad local" (p. 1690, nuestra traducción).
Proporcionar a todos la experiencia de un "[...] Matemáticas vivas, dinámicas, centradas en su
realidad, de manera que sean significativas para ellos, es decir, que en y a través de la relación
con ellas y con el otro puedan producir significados en la escuela y en otros espacios sociales".
(p. 1691, nuestra traducción).
Al proponer una ruptura para la práctica docente a partir de una concepción teórico-
conceptual bien reconocida, Silva, Braga y Giordano (2021) innovan al develar una disonancia
entre discurso y práctica. Un discurso que tiende a situar al alumno como centro del aprendizaje,
Prácticas pedagógicas para la creatividad y la innovación en la enseñanza de las matemáticas
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 10
como participativo y activo, pero que implica una práctica transmisora y reproducivista por
parte de algunos docentes.
Reflexiones finales
A partir del análisis de los artículos seleccionados en este estudio, fue posible percibir
posibilidades de una enseñanza en Matemática centrada en la creatividad y la innovación,
indicando la necesidad de romper con una enseñanza fragmentada y desconectada de la realidad
de los estudiantes. Las investigaciones presentadas señalan varias prácticas que tienen un
carácter creativo, además de innovador, al considerar la realidad y la participación de los
estudiantes en la propuesta de material didáctico.
Un aspecto constante en los textos analizados es la necesidad de considerar al alumno
como centro del proceso de enseñanza y aprendizaje, entendiéndolo como mediador, rompiendo
con la idea de una enseñanza de la Matemática desligada de la realidad de la escuela y de los
alumnos. Aunque esta propuesta pedagógica no es, en misma, innovadora, pues ya ha sido
sugerida desde el Manifiesto de los Pioneros de la Nueva Educación (Azevedo, 1932), aún no
la encontramos como práctica general.
Esta acción mediadora e inclusiva puede incidir de manera importante en la ruptura del
proceso aversivo que el componente curricular de las matemáticas presenta en ocasiones a
estudiantes de diferentes niveles y modalidades educativas, quienes, cuando se sienten
incapaces de seguir los contenidos, no distinguen entre una dificultad propia o una dificultad
provocada por la ausencia de prácticas dirigidas a las variaciones de las características de
aprendizaje. Esto lleva a los estudiantes a alejarse de las matemáticas y considerarlas aburridas,
difíciles y completamente desconectadas de la realidad.
En este sentido de reconectar los contenidos matemáticos con la vida cotidiana y superar
las aversiones, se evidenció la importancia del trabajo pedagógico a través del uso de
tecnologías como la pizarra digital interactiva, así como juegos matemáticos, libros de
literatura, para que los estudiantes cuestionen, problematizan a partir de situaciones reales de
su vida cotidiana. Las tecnologías de apoyo también se destacan de manera colectiva y
colaborativa como prácticas destinadas a la inclusión de personas con discapacidad en las clases
de Matemáticas.
Patricia Teixeira TAVANO y Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 11
Cabe destacar que, si bien los artículos analizados traen el uso de las tecnologías como
formas de innovar, no abordan las tecnologías como una innovación en mismas,
problematizándolas e insertándolas en los contextos de análisis.
A partir de la apreciación general, encontramos que todos los artículos tratan sobre
prácticas en el contexto de la enseñanza de la Matemática en la Educación Básica, lo que nos
llevó a pensar en cómo la creatividad y la innovación ocurren en el ámbito de la Educación
Superior, en los cursos de formación docente.
REFERENCIAS
AZEVEDO, F. A reconstrução educacional no Brasil ao povo e ao governo: Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1932.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.
BRAUN, J. R. R.; FIALHO, F. A. P.; GOMEZ, L. S. R. Aplicações da criatividade na
educação brasileira. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 17, n. 52, p. 575-593,
abr./jun. 2017. Disponible en: http://educa.fcc.org.br/pdf/de/v17n52/1981-416X-rde-17-52-
575.pdf. Acceso en: 01 oct. 2023.
CUNHA, M. I. O professor universitário na transição de paradigmas. 2. ed. Araraquara,
SP: Junqueira & Marin, 2005.
FISCARELLI, S. H.; MORGADO, C. L.; FÉLIX, M. A. Objetos de aprendizagem e lousas
digitais interativas: uma proposta de avaliação de objetos de aprendizagem para ensino de
matemática. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 11, n. esp.
1, p. 350–362, 2016. Disponible en:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/8558. Acceso en: 1 oct. 2023.
JEREMIAS, S. M. F.; GÓES, A. R. T.; HARACEMIV, S. M. C. Tecnologias assistivas no
ensino e aprendizagem de matemática para estudante cego: investigando a presença do
desenho universal e do desenho universal para aprendizagem. Revista Ibero-Americana de
Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. esp. 4, p. 3005–3019, 2021. Disponible en:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/16064. Acceso en: 1 oct. 2023.
LIMA, V. A. Matemática e afetividade: uma equação possível? In: LEITE, S. A. S. (org.).
Afetividade: as marcas do professor inesquecível. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2018.
MAMCASZ-VIGINHESKI, L. V.; RUTZ DA SILVA, S. de C.; SHIMAZAKI, E. M.;
MACIEL PINHEIRO, N. A. Jogos na alfabetização matemática para estudantes com
deficiência visual numa perspectiva inclusiva. Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação, Araraquara, v. 14, n. 2, p. 404–419, 2019. Disponible en:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/8893. Acceso en: 1 oct. 2023.
Prácticas pedagógicas para la creatividad y la innovación en la enseñanza de las matemáticas
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 12
MAMCASZ-VIGINHESKI, L. V.; SHIMAZAKI, E. M.; SILVA, S. de C. R. da. O Soroban
Dourado como instrumento mediador para a apropriação conceitual na deficiência intelectual.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. esp. 4, p. 3161–
3176, 2021. Disponible en:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/16073. Acceso en: 1 oct. 2023.
MENEZES, L.; LOGAREZZI, A. J. M. A questão da qualidade do material didático de
matemática na educação de pessoas jovens e adultas no Brasil. Revista Ibero-Americana de
Estudos em Educação, Araraquara, v. 2, n. 2, p. 162171, 2007. Disponible en:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/469. Acceso en: 1 oct. 2023.
MOROSINI, M. C.; KOHLS-SANTOS, P.; BITTENCOURT, Z. Estado do conhecimento:
teoria e prática. Curitiba, PR: CRV, 2021.
NEVES-PEREIRA, M. S.; ALENCAR, E. M. L. S. A Educação no século XXI e o seu papel
na promoção da criatividade. Revista Psicologia e Educação On-Line, v. 1, n. 1, p. 1-10,
2018. Disponible en:
https://psicologiaeeducacao.ubi.pt/Ficheiros/ArtigosOnLine/2018N1/V1N1online/1.%20V1N
1online2018.pdf. Acceso en: 01 oct. 2023.
NUNES, T. A matemática na vida cotidiana: psicologia, matemática e educação. In:
NUNES, T.; CARRAHER, D.; SCHLIEMANN, A. (org.). Na vida dez, na escola zero. São
Paulo: Cortez editora, 2011.
SILVA, A. W. J.; BRAGA, R. M.; GIORDANO, C. C. Contribuições do pensamento
vygotskiano para a modelagem matemática. Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação, Araraquara, v. 16, n. esp. 3, p. 1681–1693, 2021. Disponible en:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/15305. Acceso en: 1 oct. 2023.
SOUZA, K. P. Q.; PINHO, M. J. Criatividade e inovação na escola do século XXI: uma
mudança de paradigmas. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 11, n. 4,
p. 1906-1923, 2016. Disponible en:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/6636/6013. Acceso en: 03 oct.
2023.
VILELA, D.; DORTA, D. Contribuições para compreender o que é desenvolver o raciocínio
lógico dos alunos: estudo do livro Alice no país das maravilhas. Revista Ibero-Americana
de Estudos em Educação, Araraquara, v. 4, n. 2, p. 174–184, 2010. Disponible en:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/2771. Acceso en: 1 oct. 2023.
Patricia Teixeira TAVANO y Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 13
Reconocimientos: No aplicable.
Financiación: No aplicable.
Conflictos de intereses: No hay conflictos de intereses.
Aprobación ética: No aplica, ya que se trata de una investigación bibliográfica en un
archivo público.
Disponibilidad de datos y material: Se puede acceder a todos los artículos utilizados como
fuente de datos a través de la Plataforma RIAEE.
Contribuciones de los autores: Todos los autores participaron en todas las etapas de la
producción de la obra.
Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación - EIAE.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 1
PEDAGOGICAL PRACTICES FOR CREATIVITY AND INNOVATION IN
MATHEMATICS TEACHING
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS PARA A CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO NO ENSINO DE
MATEMÁTICA
PRÁCTICAS PEDAGÓGICAS PARA LA CREATIVIDAD Y LA INNOVACIÓN EN LA
ENSEÑANZA DE LAS MATEMÁTICAS
Patricia Teixeira TAVANO1
e-mail: patricia.tavano@ufms.br
Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI2
e-mail: marcia.sambugari@ufms.br
How to reference this article:
TAVANO, P. T.; SAMBUGARI, M. R. do N. Pedagogical practices
for creativity and innovation in mathematics teaching. Revista
Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n.
esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572
| Submitted: 09/10/2023
| Revisions required: 16/02/2024
| Approved: 20/03/2024
| Published: 20/07/2024
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Federal University of Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus Pantanal, Corumbá MS Brazil. Professor of the
Pedagogy course. PhD in Education (USP).
2
Federal University of Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus Pantanal, Corumbá MS Brazil. Professor of the
Pedagogy course. PhD in Education: History, Politics, Society (PUC/SP).
Pedagogical practices for creativity and innovation in mathematics teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 2
ABSTRACT: The article presents the study, of a bibliographic nature, on teaching
Mathematics from a creative and innovative perspective. By surveying articles on Mathematics
teaching published in the Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, we sought to
identify the role of pedagogical practices in breaking aversions to the mathematics curricular
component. From the analyzes undertaken, it was possible to identify the following as practices
of a creative and innovative nature: (i) student participation in proposing teaching material; (ii)
use of mathematical games, interactive digital whiteboards, manipulative materials and
literature books that allow students to discuss real situations in their daily lives; (iii) use of
assistive technologies in a collective and collaborative way, favoring inclusive education. It was
also found that all articles deal with practices in the context of teaching Mathematics in Basic
Education, leaving the question of how practices occur in Higher Education, within the scope
of teacher training courses.
KEYWORDS: Teaching Mathematics. Pedagogical Practice. Creativity. Innovation.
RESUMO: O artigo apresenta o estudo, de cunho bibliográfico, sobre a docência em
Matemática em perspectiva criativa e inovadora. Por meio do levantamento de artigos sobre o
ensino de Matemática publicados na Revista Ibero-Americana de Estudos sobre Educação,
buscou-se identificar a função das práticas pedagógicas na ruptura de aversões ao componente
curricular matemática. Das análises empreendidas, constatou-se como práticas de caráter
criativo e inovador: (i) participação dos alunos na proposição de material didático; (ii) uso de
jogos matemáticos, lousa digital interativa, materiais manipulativos e livros de literatura que
permitam a problematização com situações reais do cotidiano dos alunos; (iii) uso de
tecnologias assistivas de forma coletiva e colaborativa, favorecendo uma educação inclusiva.
Constatou-se também que todos os artigos tratam de práticas no contexto do ensino de
Matemática na Educação Básica, deixando a indagação de como as práticas ocorrem no
Ensino Superior, no âmbito dos cursos de formação de professores.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Matemática. Prática Pedagógica. Criatividade. Inovação.
RESUMEN: El artículo presenta el estudio bibliográfico sobre la enseñanza de las
Matemáticas en una perspectiva creativa e innovadora. A través de la revisión de artículos
sobre la enseñanza de la Matemática publicados en la Revista Iberoamericana de Estudios
sobre Educación, se buscó identificar el papel de las prácticas pedagógicas en la ruptura de
las aversiones al componente curricular de las matemáticas. A partir de los análisis realizados,
se encontró que se encontraron las siguientes prácticas creativas e innovadoras: (i)
participación de los estudiantes en la propuesta de material didáctico; (ii) uso de juegos
matemáticos, pizarra digital interactiva, materiales manipulativos y libros de literatura que
permitan la problematización de situaciones reales en la vida cotidiana de los estudiantes; (iii)
uso de tecnologías de apoyo de manera colectiva y colaborativa, favoreciendo la educación
inclusiva. También se encontró que todos los artículos tratan sobre prácticas en el contexto de
la enseñanza de la Matemática en la Educación Básica, dejando la cuestión de cómo ocurren
las prácticas en la Educación Superior, dentro del ámbito de los cursos de formación docente.
PALABRAS CLAVE: Enseñanza de Matemáticas. Práctica Pedagógica. Creatividad.
Innovación.
Patricia Teixeira TAVANO and Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 3
Introduction
Every day we deal with situations that involve problematizing, systematizing and
proposing resolutions, integrating Mathematics into our daily lives. Everyday actions such as
producing a cake based on your recipe, shopping in supermarkets, or in social groups when
social gatherings are organized, lead us to recover mathematical knowledge and insert it into
our daily activities. However, as a curricular component, Mathematics can become distant and
disconnected from daily life.
From the perspective of Nunes (2011), Mathematics is a human activity, but also
Science, as the learning process at school “[...] is a moment of interaction between mathematics
organized by the scientific community, that is, formal mathematics, and mathematics as a
human activity” (Nunes, 2011, p. 28, our translation). However, the author warns us that this
articulation between science and human activity has not occurred, since “[...] mathematics
teaching is traditionally done without reference to what students already know”, and also in
provoking the challenge of “[...] looking for ways to use the daily mathematical knowledge of
students in the classroom” (Nunes, 2011, p. 38, our translation).
In this article, we seek to reflect on practices aimed at creativity and innovation in terms
of their contribution to less exclusive Mathematics teaching, understanding creativity in relation
to teaching as a double interconnected movement: as a process of teaching with creativity and
as teaching creative. Therefore, it is not enough for the teacher to have creative practices, if
they do not allow students possibilities so that they can “[...] nurture and express their own
creativity” (Neves-Pereira; Alencar, 2018, p. 7, our translation).
For Braun, Fialho and Gomez (2017), this creative dimension needs to permeate the
classrooms in order to bring about changes in the way of teaching, because, “[...] as a teaching
organization, the school must work on this concept of education and creativity, allowing the
student to be creative and for this, promoting creativity practices” (Braun; Fialho; Gomez, 2017,
p. 583, our translation).
Our premise that Mathematics in schools based on creative teaching will provide
innovative practices led us to carry out this bibliographic study, through a survey of articles on
the teaching of Mathematics published in the Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação. The objective was to identify, in the publications of the aforementioned Journal, the
function of the pedagogical practices proposed and investigated in their creative and innovative
potential, as we believe that this potential can help in breaking aversions to the mathematical
Pedagogical practices for creativity and innovation in mathematics teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 4
curricular component and the construction of affectivity, since which is usually understood as
aversive and, at the same time, considered as a defining element of intelligence (Lima, 2018).
The text is organized into four parts, the first being the introduction and the second
presenting the methodological path used to survey, organize and analyze the articles. The data
are then presented and discussed and, finally, our final considerations are included.
Methodological choices for the selection and analysis of articles
To carry out the survey and selection of articles, we made the following choices, based
on the guidelines of Morosini, Kohls-Santos and Bittencourt (2021): (a) repository of scientific
publications; (b) time frame; (c) definition of search terms; (d) criteria for systematization,
organization and analysis.
Regarding the first orientation, we chose the Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação, which had its first issue published in 2006, and provides a search engine on its Portal
that was used to select articles for this discussion. Therefore, we did not make a time frame, as
the search was carried out since the first published issue. As for the search term, we used
“Mathematics Teaching”.
After selecting the articles, we moved on to choosing the criteria for systematization,
organization and analysis of the data, which consisted of grouping the articles following the
steps proposed by Morosini, Kohls-Santos and Bittencourt (2021) in the form of tables in: (i)
annotated bibliography; (ii) systematized bibliography; (iii) categorized bibliography; and (iv)
propositional bibliography. We highlight that this form of systematization is anchored in some
of the elements of Bardin's (2016) French content analysis.
As mentioned, without the period restriction, the survey brought us 26 articles between
2007 and 2022 that were systematized in the annotated bibliography table, presenting the name
of the authors, title, abstracts and keywords. We then moved on to the second stage, which is
the systematized bibliography, which refers to a floating reading of the material for the purpose
of making a second selection, leaving only publications that actually discussed the Mathematics
curricular component, which resulted in 10 articles. After reading these articles in full, we move
on to the third stage (categorized bibliography) which, according to Morosini, Kohls-Santos
and Bittencourt (2021), consists of a more in-depth analysis of the content of the texts with the
purpose of grouping the production in themed blocks. Considering the objective of this study,
which consisted of analyzing the role of pedagogical practices in teaching Mathematics for
Patricia Teixeira TAVANO and Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 5
creativity and innovation, we grouped the articles under the theme “pedagogical practice”. From
this exercise, we excluded three articles because they were not directly related to the practice,
therefore remaining seven articles, as indicated in Table 1.
Table 1 - List of selected articles
Article title
Authors
The issue of the quality of mathematics teaching material in the
education of young people and adults in Brazil
Menezes and Logarezzi (2007)
Contributions to understanding what it means to develop students'
logical reasoning: study of the book Alice in Wonderland
Vilela and Dorta (2010)
Learning objects and interactive whiteboards: a proposal for
evaluating learning objects for teaching mathematics
Fiscarelli, Morgado and Félix (2016)
Mathematical literacy games for students with visual impairments
from an inclusive perspective
Mamcasz-Viginheski, Silva,
Shimazaki and Pinheiro (2019)
Assistive technologies in mathematics teaching and learning for
blind students: investigating the presence of universal design and
universal design for learning
Jeremias, Góes and Haracemiv (2021)
Soroban as a mediating instrument for conceptual appropriation in
intellectual disability
Mamcasz-Viginheski, Shimazaki and
Silva (2021)
Contributions of Vygotskian thought to mathematical modeling
Silva, Braga and Giordano (2021)
After categorization, we reached the last stage (propositional bibliography), which
consisted of analyzing, in the selected articles, pedagogical practices in terms of creativity and
innovation, the discussion of which is presented below.
Pedagogical practices for creativity and innovation in Mathematics teaching
For Souza and Pinho (2016, p. 1910, our translation), creativity implies “[...] an
originality to overcome expectations”, which in educational space-time is usually associated
with overcoming difficulties. However, creativity is not necessarily innovative, as innovation
implies “[...] a paradigmatic rupture and not the inclusion of new things” (Cunha, 2006, p. 40,
our translation). Having this basis, when we look at the articles selected for analysis, we will
follow a diversity of actions that are sometimes creative, sometimes innovative, sometimes
both.
Of the seven articles analyzed, one is a theoretical essay on teaching practice in
Mathematics, the others address practices within the scope of Basic Education, two in the
context of Youth and Adult Education (EJA), two in the Initial Years of Elementary School (1st
to 5th year) and two in the Final Years of Elementary School (6th to 9th year), as seen in Table
2.
Pedagogical practices for creativity and innovation in mathematics teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 6
Table 2 - Organization of articles according to the research locus
Research Locus
Authors
Elementary School I (1st to 5th year)
Menezes and Logarezzi (2007)
Vilela and Dorta (2010)
Elementary School II (6th to 9th year)
Fiscarelli; Morgado; Felix (2016)
Jeremiah; Goes; Haracemiv (2021)
Youth and Adult Education (EJA)
Menezes and Logarezzi (2007)
Mamcasz-Viginheski, Silva, Shimazaki and Pinheiro (2019)
No specification as it is a theoretical test
Silva, Braga and Giordano (2021)
Source: Prepared by the authors
Menezes and Logarezzi (2007) discuss the adaptation and translation of a Mathematics
book in Spanish for EJA. As a characteristic and facilitating aspect of bringing the content
closer to its target audience, the fact that the original book was produced in partnership between
the authors and the students of this teaching modality, which brings the proposed discussions
closer to the reality found, valuing the entire moment, the knowledge already acquired and
which these students bring to the school learning journey. As it is a book written for the Spanish
reality, EJA students indicated the difficulty and need to adapt some examples and proposals
from the publication, bringing the text closer to the Brazilian reality they know and experience.
Likewise, the researchers warn that the contents covered did not correspond to the totality of
contents that Brazilian legislation proposes for the EJA cycle, thus, adjustments were necessary
throughout the use of the book as teaching material.
The authors point out that, despite these cultural dissonances, the book brought
important results when used, precisely because it was created with the help of EJA students.
This brought the training reality closer to the daily reality of these students, facilitating the
learning processes and making them more attractive, especially as it concerns the mathematics
curricular component.
This article presents us with a creative initiative to propose teaching material that is
unique in its own creation, as it involves the participation of EJA students, which brings
languages and expectations closer together. At the same time, we can also identify a degree of
innovation, by breaking the constraint of producing textbooks exclusively by renowned authors,
who have knowledge that could be considered superior to that of the users of these books.
The article by Vilela and Dorta (2010) addresses the development of logical reasoning
in students as one of the focuses of school Mathematics, problematizing what this action would
be beyond the reasoning process itself. The authors use as a starting point the book “Alice in
Wonderland”, by Lewis Carroll, which, according to them, discusses:
Patricia Teixeira TAVANO and Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 7
[...] characteristics of logic and a reflection on it through logical
contradictions, circular arguments, difficulties in the concept of identity,
development of syllogisms and fallacies, and even its taste for paradoxes and
consensus, running up against the limits of language (Vilela; Dorta, 2010, p.
2, our translation).
The article presents a form of pedagogical use of world literature in a different way, as
it relates elements of classical logic, which is part of the content of elementary school, with the
events narrated in the classic work, stimulating creativity and imagination in children, marking
a position in the creativity in the use of a material.
Fiscarelli, Morgado and Félix (2016) start from the proposition of using technologies,
specifically the interactive digital whiteboard, as a form of methodological innovation with the
potential to improve student learning. Based on the fact that mathematical learning is complex,
not only due to the characteristics of the content itself, but due to all the cognitive, cultural and
social aspects of the students who are involved, the authors evaluate learning objects that can
be used on a digital whiteboard, concluding that potential of learning facilitators of these objects
as “innovative and enriching educational experiences” (Fiscarelli; Morgado; Félix, 2016, p.
359, our translation). This experience would be more in line with the innovation as Cunha
(2006) proposes, due to the very characteristic of using an interactive technology that is based
on an educational paradigm of participation and construction of knowledge by students.
Mamcasz-Viginheski et al. (2019) work with the concept of mathematical literacy to
discuss the use of games as part of the methodology for including students with visual
impairments in basic education. Pointing out that the traditional use of soroban and the Braille
code provide mechanical learning, the authors consider that this use:
[...] appears productive for both the teacher and the student. In relation to the
teacher, for using the game as an instrument to facilitate student learning and,
to the student, for allowing them to develop their ability to think, reflect,
analyze, raise hypotheses, testing and evaluating them, building their
knowledge with autonomy and cooperation with their colleagues (Mamcasz-
Viginheski et al., 2019, p. 411, our translation).
By exemplifying the use of some mathematical games that are easy to implement in the
classroom - such as puzzles and logic blocks - the authors conclude by the benefits that students
with blindness obtain in their learning, as they are configured as “[...] mediating instrument that
provides conditions for the student to think, question, decide, value and, in this way, helps in
the elaboration of knowledge and, consequently, the formation of citizenship” (Mamcasz-
Viginheski et al., 2019, p. 417, our translation). However, they reinforce, there is a need for the
Pedagogical practices for creativity and innovation in mathematics teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 8
teacher to have the sensitivity to understand the specific needs of each student, and provide
learning strategies that effect the inclusion of students with blindness.
The authors operate with the binomial creativity and innovation, by proposing a new
use for materials already recognized and used by teachers for teaching mathematics, proposing
to break with the understanding that there are games that are useful and games that are not
useful for students with visual impairments.
Jeremias, Góes and Haracemiv (2021) will also address students with blindness in their
potential for learning mathematics, bringing assistive technologies and their production process
based on the Universal Design for Learning approach. Through the analysis of two manipulable
teaching resources, the authors indicate that the use of assistive technologies “[...] allows
students access to curricular content, as opposed to materials for the exclusive use of an
individual, which excludes them from socialization and collective learning in the common
classroom environment” (Jeremias; Góes; Haracemiv, 2021, p. 3018, our translation). They
defend the need to expand the dissemination and contact of teachers with this type of material
and with the conception of Universal Design, in order to allow teachers to understand inclusion
based on the effective participation of all students.
In the same way as the previous article, by Mamcasz-Viginheski et al. (2019), this also
operates in the creativity/innovation binomial, when approaching mathematical learning by
blind students through the insertion of a new conception of material production, Universal
Design, and the use of assistive technologies.
Mamcasz-Viginheski, Shimazaki and Silva (2021) will discuss the use of Soroban as
teaching material for mathematical learning used with students with intellectual disabilities.
The authors start from previous observation of children with intellectual disabilities who
usually “[...] expressed difficulty in understanding the concept of number and the principles of
the decimal number system” (Mamcasz-Viginheski; Shimazaki; Silva, 2021, p. 3164, our
translation) to develop a teaching material called Golden Soroban, based on the concept of
assistive technologies for learning for children with disabilities.
Proposing the use of this material as a calculation tool for children with intellectual
disabilities, in addition to the already established use with children with visual impairments, the
authors indicate that they do not consider intellectual disability an impediment to mathematical
learning, however, it is necessary for the teacher to do use of “appropriate signs and mediating
instruments” (Mamcasz-Viginheski; Shimazaki; Silva, 2021, p. 3173, our translation), proving
Patricia Teixeira TAVANO and Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 9
that the use of Golden Soroban managed to promote learning among this audience that has its
own specificities.
The authors greatly expand the use of the creativity/innovation binomial by creating
new mathematics teaching material, based on an already established teaching concept, but
which is not usually applied to the target audience they propose.
Silva, Braga and Giordano (2021) start from Vygotski's historical-cultural theory and
Mathematical Modeling to propose an epistemologically differentiated action in teaching
practice in mathematics teaching. They propose that both the teacher and the group of students
act as learning mediators, using “[...] realistic mathematical problems, contextualized in the
universe of students’ interests, aligned with the needs of the local community” (p. 1690, our
translation). Providing everyone with the experience of [...] living, dynamic Mathematics,
centered on their reality, in a meaningful way for them, that is, that in and through the
relationship with it and with others they can produce meaning at school and in other social
spaces.” (p. 1691, our translation).
By proposing a rupture in teaching practice based on an already recognized theoretical-
conceptual conception, Silva, Braga and Giordano (2021) innovate by revealing a dissonance
between discourse and practice. A discourse that tends to place the student at the center of
learning, as participatory and active, but which implies a transmitting and reproductive practice
on the part of some teachers.
Final remarks
From the analysis undertaken of the articles selected in this study, it was possible to see
possibilities for teaching Mathematics focused on creativity and innovation, indicating the need
to break with a fragmented teaching that is disconnected from the students' reality. The research
presented points to several practices that have a creative, as well as innovative, character when
considering the reality and the participation of students in proposing teaching material.
A constant aspect in the texts analyzed is the need to consider the student as the center
of the teaching and learning process, understanding him as a mediator, breaking with the idea
of Mathematics teaching disconnected from the reality of the school and the students. Even
though this pedagogical proposal is not in itself innovative, as it has already been suggested
since the Manifesto of the Pioneers of New Education (Azevedo, 1932), we have not yet found
it as a general practice.
Pedagogical practices for creativity and innovation in mathematics teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 10
This mediating and inclusive action can have an important impact on breaking the
aversive process that the mathematics curricular component sometimes presents to students at
different levels and educational modalities, who, when feeling unable to follow the content, do
not distinguish between their own difficulty or a difficulty caused by the lack of practices aimed
at variations in learning characteristics. This leads students to move away from Mathematics
and consider it boring, difficult, and completely disconnected from reality.
In this sense of reconnecting mathematical content to everyday life and overcoming
aversions, the importance of pedagogical work became evident through the use of technologies
such as interactive digital whiteboards, as well as mathematical games and literature books, so
that students question, problematize based on real situations in their daily lives. Assistive
technologies are also highlighted in a collective and collaborative way as practices aimed at the
inclusion of people with disabilities in Mathematics classes.
It is worth noting that, although the articles analyzed bring up the use of technologies as
ways of innovating, they do not deal with technologies as an innovation in themselves,
problematizing it and inserting it into the contexts of analysis.
From the general assessment, we found that all articles deal with practices in the context
of teaching Mathematics in Basic Education, which provoked us to think about how creativity
and innovation occur in the context of Higher Education, in teacher training courses.
REFERENCES
AZEVEDO, F. A reconstrução educacional no Brasil ao povo e ao governo: Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1932.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.
BRAUN, J. R. R.; FIALHO, F. A. P.; GOMEZ, L. S. R. Aplicações da criatividade na
educação brasileira. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 17, n. 52, p. 575-593,
abr./jun. 2017. Available at: http://educa.fcc.org.br/pdf/de/v17n52/1981-416X-rde-17-52-
575.pdf. Access: 01 Oct. 2023.
CUNHA, M. I. O professor universitário na transição de paradigmas. 2. ed. Araraquara,
SP: Junqueira & Marin, 2005.
FISCARELLI, S. H.; MORGADO, C. L.; FÉLIX, M. A. Objetos de aprendizagem e lousas
digitais interativas: uma proposta de avaliação de objetos de aprendizagem para ensino de
matemática. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 11, n. esp.
1, p. 350–362, 2016. Available at:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/8558. Access: 1 Oct. 2023.
Patricia Teixeira TAVANO and Márcia Regina do Nascimento SAMBUGARI
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 11
JEREMIAS, S. M. F.; GÓES, A. R. T.; HARACEMIV, S. M. C. Tecnologias assistivas no
ensino e aprendizagem de matemática para estudante cego: investigando a presença do
desenho universal e do desenho universal para aprendizagem. Revista Ibero-Americana de
Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. esp. 4, p. 3005–3019, 2021. Available at:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/16064. Access: 1 Oct. 2023.
LIMA, V. A. Matemática e afetividade: uma equação possível? In: LEITE, S. A. S. (org.).
Afetividade: as marcas do professor inesquecível. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2018.
MAMCASZ-VIGINHESKI, L. V.; RUTZ DA SILVA, S. de C.; SHIMAZAKI, E. M.;
MACIEL PINHEIRO, N. A. Jogos na alfabetização matemática para estudantes com
deficiência visual numa perspectiva inclusiva. Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação, Araraquara, v. 14, n. 2, p. 404–419, 2019. Available at:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/8893. Access: 1 Oct. 2023.
MAMCASZ-VIGINHESKI, L. V.; SHIMAZAKI, E. M.; SILVA, S. de C. R. da. O Soroban
Dourado como instrumento mediador para a apropriação conceitual na deficiência intelectual.
Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. esp. 4, p. 3161–
3176, 2021. Available at: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/16073.
Access: 1 Oct. 2023.
MENEZES, L.; LOGAREZZI, A. J. M. A questão da qualidade do material didático de
matemática na educação de pessoas jovens e adultas no Brasil. Revista Ibero-Americana de
Estudos em Educação, Araraquara, v. 2, n. 2, p. 162171, 2007. Available at:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/469. Access: 1 Oct. 2023.
MOROSINI, M. C.; KOHLS-SANTOS, P.; BITTENCOURT, Z. Estado do conhecimento:
teoria e prática. Curitiba, PR: CRV, 2021.
NEVES-PEREIRA, M. S.; ALENCAR, E. M. L. S. A Educação no século XXI e o seu papel
na promoção da criatividade. Revista Psicologia e Educação On-Line, v. 1, n. 1, p. 1-10,
2018. Available at:
https://psicologiaeeducacao.ubi.pt/Ficheiros/ArtigosOnLine/2018N1/V1N1online/1.%20V1N
1online2018.pdf. Access: 01 Oct. 2023.
NUNES, T. A matemática na vida cotidiana: psicologia, matemática e educação. In:
NUNES, T.; CARRAHER, D.; SCHLIEMANN, A. (org.). Na vida dez, na escola zero. São
Paulo: Cortez editora, 2011.
SILVA, A. W. J.; BRAGA, R. M.; GIORDANO, C. C. Contribuições do pensamento
vygotskiano para a modelagem matemática. Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação, Araraquara, v. 16, n. esp. 3, p. 1681–1693, 2021. Available at:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/15305. Access: 1 Oct. 2023.
SOUZA, K. P. Q.; PINHO, M. J. Criatividade e inovação na escola do século XXI: uma
mudança de paradigmas. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 11, n. 4,
p. 1906-1923, 2016. Available at:
Pedagogical practices for creativity and innovation in mathematics teaching
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 19, n. esp. 2, e024077, 2024. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v19iesp.2.18572 12
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/6636/6013. Access: 03 Oct.
2023.
VILELA, D.; DORTA, D. Contribuições para compreender o que é desenvolver o raciocínio
lógico dos alunos: estudo do livro Alice no país das maravilhas. Revista Ibero-Americana
de Estudos em Educação, Araraquara, v. 4, n. 2, p. 174–184, 2010. Available at:
https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/2771. Access: 1 Oct. 2023.
Acknowledgments: Not applicable.
Financing: Not applicable.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: Not applicable, as this is bibliographic research in a public archive.
Availability of data and material: All articles used as data sources can be accessed through
the RIAEE Platform.
Author contributions: All authors participated in all stages of production of the work.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Review, formatting, standardization, and translation.