RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 1
“COLCHA DE RETALHOS”: A ESTÉTICA DE SI NA NARRATIVA
PICTOGRÁFICA NO PARADIGMA SINGULAR PLURAL
“COLCHA DE RETAZOS”: LA ESTÉTICA DEL YO EN LA NARRATIVA
PICTOGRÁFICA EN EL PARADIGMA PLURAL SINGULAR
PATCHWORK QUILT: THE AESTHETICS OF THE SELF IN THE PICTOGRAPHIC
NARRATIVE IN THE SINGULAR PLURAL PARADIGM
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO1
e-mail: margaretemay@uol.com.br
Maria Thais FERNANDES2
e-mail: mariathaisprof@gmail.com
Como referenciar este artigo:
BERKENBROCK-ROSITO, M. M.; FERNANDES, M. T. “Colcha
de Retalhos”: A estética de si na narrativa pictográfica no paradigma
singular plural. Revista Ibero-Americana de Estudos em
Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-
5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836
| Submetido em: 10/07/2023
| Revisões requeridas em: 25/08/2023
| Aprovado em: 16/10/2023
| Publicado em: 26/12/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brasil. Professora do Programa de Pós-
Graduação Doutorado e Mestrado em Educação; Mestrado Profissional Formação de Gestores Educacionais na
Universidade Cidade de São Paulo. É líder do Grupo de Pesquisa Educão Estética, Formação e Narrativas,
cadastrado no CNPq. Pesquisadora Centro Internacional de Estudos em Representações Sociais Educação
(CIERS-ed). Editora da Revista @mbienteeducão, da Universidade Cidade de São Paulo.
2
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brasil. Mestranda do Programa de Pós-
Graduação Mestrado em Educação. Coordenadora Pedagógica na Rede Municipal de Educação de São Paulo.
“Colcha de Retalhos”: A estética de si na narrativa pictográfica no paradigma singular plural
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 2
RESUMO: O trabalho tem como objetivo compreender o sentido da dimensão estética nas
narrativas autobiográficas dos participantes do dispositivo formativo e investigativo Colcha
de Retalhos” e iniciar a construção do conceito de narrativa autobiográfica pictográfica. Adota-
se o conceito de estética de Schiller (2017); de Adorno (2021), o de emancipação; de Josso
(2004), narrativas autobiográficas; de Freire (2023), o de autonomia, e apoiamo-nos em Moro
(2016), ao abordar pictografia. A interpretação das narrativas, sob o enfoque hermenêutico,
ancorada em Gadamer (2000), apresenta uma contribuição para a prática de formação estética
dos professores, pesquisadores e gestores, visando à percepção da constituição de sua
identidade por meio das experiências subjetivas materializadas nas narrativas. Inseridos numa
cultura permeada por imagens, ao materializar sua narrativa no retalho, resgatando os
primórdios da comunicação humana, os participantes podem romper com o paradigma de
reprodução de uma indústria cultural, para assim experimentarem seu poder criador e autoral.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Estética. Formação. Narrativas Autobiográficas
Pictográficas.
RESUMEN: Este trabajo tiene como objetivo comprender el significado de la dimensión
estética en las narrativas autobiográficas de los participantes del dispositivo formativo e
investigativo "Colcha de retazos" e iniciar la construcción del concepto de narrativa
autobiográfica pictográfica. Se adopta el concepto de estética de Schiller (2017); de Adorno
(2021), la de la emancipación; Josso (2004), narraciones autobiográficas; de Freire (2023), el
de la autonomía, y nos apoyamos en Moro (2016), al abordar la pictografía. La interpretación
de las narrativas, bajo el enfoque hermenéutico, anclado en Gadamer (2000), presenta un
aporte a la práctica de la formación estética de docentes, investigadores y gestores, apuntando
a la percepción de la constitución de su identidad a través de las experiencias subjetivas
materializadas en las narrativas. Insertos en una cultura permeada por imágenes, al
materializar su narrativa en el retazo, rescatando los inicios de la comunicación humana, los
participantes pueden romper con el paradigma de reproducción de una industria cultural, para
experimentar su poder creativo y autoral.
PALABRAS CLAVE: Educación Estética. Formación. Narrativas Autobiográficas
Pictográficas.
ABSTRACT: The work aims to understand the meaning of the aesthetic dimension in the
autobiographical narratives of the participants of the formative and investigative device "Quilt
of Patches" and to start the construction of the concept of pictographic autobiographical
narrative. Schiller's (2017) concept of aesthetics is adopted; by Adorno (2021), that of
emancipation; Josso (2004), autobiographical narratives; of Freire (2023), that of autonomy,
and we rely on Moro (2016), when addressing pictography. The interpretation of the narratives,
under the hermeneutic approach, anchored in Gadamer (2000), presents a contribution to the
practice of aesthetic training of teachers, researchers and managers, aiming at the perception
of the constitution of their identity through the subjective experiences materialized in the
narratives. Inserted in a culture permeated by images, by materializing their narrative in retail,
rescuing the beginnings of human communication, participants can break with the paradigm of
reproduction of a cultural industry, in order to experience its creative and authorial power.
KEYWORDS: Aesthetic Education. Training. Pictographic Autobiographical Narratives.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 3
Introdução
Este artigo apresenta como objetivo compreender o sentido da dimensão estética no
dispositivo formativo e investigativo “Colcha de Retalhos”, uma metodologia e epistemologia
desenvolvida por Berkenbrock-Rosito a partir de 2001, como proposta de formação do
professor (inicial e continuada), do pesquisador e do gestor escolar, por meio das narrativas
autobiográficas em suas dimensões escrita, pictográfica e oral, dentro da abordagem do
paradigma singular plural, no âmbito da pesquisa-formação, baseado teoricamente em Josso
(2010). Além disso, o artigo instiga-nos a pensar um conceito em construção, qual seja, a
narrativa autobiográfica pictográfica, vislumbrando seu ineditismo e sua força na representação
da constituição subjetiva das pessoas no ato de narrar a experiência estética como núcleo
formativo dos contextos em que ocorrem o desenvolvimento pessoal e profissional.
Observamos uma lacuna na pesquisa referente à compreensão das imagens trazidas nos
retalhos da colcha no grupo de pesquisa “Educação Estética, Formação e Narrativas”, da
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), cadastrado no CNPq. Poucos trabalhos se
debruçam neste processo de investigação e análise, a fim de apreender os sentidos e significados
ali presentes.
Quando deixamos de lado a riqueza das imagens construídas nos retalhos, que tecem a
história e as experiências dos sujeitos e compõem o dispositivo “Colcha de Retalhos”, perdemos
a possibilidade de estabelecer uma aproximação, um diálogo, de modo a constituir uma
convergência entre polos contrários, tais como conceito e imagem, singular e plural, individual
e coletivo, bem como a sensibilidade e razão, foco principal da Educão Estética. Entendemos
que todas estas representações trazem uma infinidade de meios e possibilidades quando
apresentamos uma diversidade de formas de expressão.
O sentido primordial da palavra imagem, segundo Joly (2012), é tudo aquilo que se
comunica pelo visível, que requer um processo de representação, que passa por certas leis
particulares e convenções sócio-históricas. Assim, a imagem tem como foco primordial a
comunicação, podendo ser semelhante ou se confundir com o que representa. A autora explana
que, por ser imitação, pode educar ou ludibriar. Quando é reflexo, pode conduzir ao
conhecimento, por estabelecer relações e interações que produzem sentido e significado.
Estes processos reflexivos, que ocorrem durante as experiências estéticas promovidas
ao longo da participação na “Colcha de Retalhos”, são extremamente valiosos para o caminho
que leva à conscientização dos participantes, em movimentos que revelam gosto e desgosto
frente às suas experiências de vida, presentes nas narrativas escritas, orais e pictográficas. O
“Colcha de Retalhos”: A estética de si na narrativa pictográfica no paradigma singular plural
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 4
nosso foco, neste estudo, são as narrativas pictográficas, as histórias tecidas em forma de
imagens nos retalhos que formam a “Colcha de Retalhos”, uma vez que precisamos considerar
que estamos imersos em um universo visual, diverso e amplo, cuja linguagem caracteriza-se
por ser uma das mais antigas formas de criação humana de comunicação.
Contudo, percebemos um privilégio da linguagem verbal, principalmente a escrita,
deixando de lado, como Oliveira (2005) destaca, a visualidade, que possui um papel
fundamental na compreensão da humanidade, pois permite um entendimento do mundo, do ser,
das esferas do conhecimento e, também, do desconhecido. Neste sentido, a “Colcha de
Retalhos” apresenta a narrativa pictográfica como possibilidade do desenvolvimento do eu, de
o sujeito compreender a si e o mundo.
O processo de narrar sua história de vida permite que o indivíduo rememore o passado,
identifique o presente e flexibilize o futuro, pois quando conta sua história, ele é capaz de
compreender diferentes aspectos que construíram sua trajetória no decorrer do tempo. Assim, a
imersão nas narrativas é composta de um exercício de ir e vir, selecionando o que deseja narrar,
o que foi marcante em sua história, praticando sua autonomia neste processo, ao tomar
decisões sobre o que narrar e o que não narrar, contar ou não contar ao grupo, escolher as cores,
texturas, imagens que tecem a sua história no retalho.
Nesta perspectiva, Delory-Momberger (2006) defende que por meio da narrativa o
sujeito consegue se perceber como personagem de sua história, porque é a narrativa que dá uma
história para a vida do indivíduo. Assim, não se faz a narrativa de vida por ter uma história, mas
somente se percebe a história quando se constrói a narrativa.
Neste contexto, o narrador pode se conceber como um sujeito histórico, expressão
utilizada por Freire (1987), dentro de uma visão de Educação Libertadora, que pressupõe o
diálogo, a troca com o outro como base para a construção de conhecimento. O autor defende
que a libertação autêntica ocorre como um processo de humanização e nunca poderá ser
depositada pronta nos homens.
O dispositivo Colcha de Retalhos” oportuniza aos indivíduos, via estética, a concepção
de si como um sujeito histórico, e através do pensar e repensar sua história cria-se possibilidade
de a ressignificar e encontrar os processos formativos de sua trajetória. Assim, compreendemos
que o trabalho com narrativas confronta as práticas de Educação Bancária, imobilistas, que
desconfiguram os seres, tratando-os como meros reprodutores ou simples receptores de
conhecimento, como aponta Freire (1987).
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 5
O processo de produção das narrativas autobiográficas, sejam construídas com palavras
(oral ou escrita) e imagens (pictográfica), possibilita que o participante tenha a experiência de
escolher o que deseja revelar ou o, tomando decisões e selecionando situações a serem
expostas, experimentando sensações de gosto e de desgosto. Deste modo, todo texto, seja
constituído de palavras ou imagens, o considerados aqui como narrativas autobiográficas
oriundas do dispositivo “Colcha de Retalhos”, que podem ser objeto de estudo para pesquisa
ou contribuir no processo formativo (inicial ou continuado) de docentes, gestores e
pesquisadores.
Este processo de reflexão e de tomada de consciência é permeado pela experiência
estética, que mobiliza o sujeito a ampliar seus horizontes, oportunizando sua libertação de
pensamentos pré-determinados, que almejam delinear a sociedade, conforme Schiller (2017).
O autor apresenta o potencial da Educação Estética, afinal, por meio dela, os indivíduos podem
alcaar a sensibilidade, encontrando um equilíbrio entre que é considerado racional e o que é
considerado sensível. Para Schiller (2017), essa relação encontra-se numa espécie de jogo
lúdico, capaz de libertar o homem.
Esta libertação também precisa considerar o sujeito frente a uma sociedade envolvida
pela indústria cultural, conceito desenvolvido por Adorno (2020), destacando o quanto os
indivíduos o influenciados pelas mídias e tornam-se seres alienados da situação em que se
encontram, principalmente por não se verem neste processo de alienação e massificação.
Adorno (2020) aponta que, nesse processo de massificação, os indivíduos não o
capazes de enxergar-se enquanto sujeitos que poderiam pensar de forma autônoma. O autor
ainda elucida que esse nível de submissão torna os indivíduos imobilizados e estáticos frente à
indústria cultural, pensando de modo condicionado, ou seja, a indústria cultural direciona seus
olhares e desejos na direção desejada por ela.
Neste contexto, Schiller (2017) assevera que o homem se encontra fragmentado, sem
harmonia, sem humanidade em sua natureza, constituindo-se como mera reprodução. Assim, é
necessário que se pense uma educação que abarque o ser humano em toda sua completude.
Santos (1995) destaca que Schiller demonstra uma urgência da educão da faculdade do sentir,
ou seja, da Educação Estética, dimensão esquecida que impede a formação plena e integral do
ser humano.
A representação imagética é um caminho possível, do qual emergem os sentidos e
significados que o sujeito atribui ao mundo e a si mesmo. A apropriação e interpretação
humanas dos fenômenos vivenciados são sempre reflexos das imagens que os sujeitos
“Colcha de Retalhos”: A estética de si na narrativa pictográfica no paradigma singular plural
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 6
constroem, pautadas por seus sentidos e formas de conhecer. A experiência pautada na
aprendizagem possibilita perceber que a subjetividade vai se constituindo de pequenos
encontros que o professor, gestor e pesquisador tem durante sua jornada formativa via
experiência estética.
Documento autobiogfico: como vai se constituindo a subjetividade
Nunca é demais repetir que a “Colcha de Retalhos” foi uma proposta de alunos e alunas
do Curso de Pedagogia, durante o ano de 2001, realizada após assistirem ao filme Colcha de
Retalhos (How to make an American quilt, dirigido por Mocelin Moorhouse, EUA, 1995) e,
depois, levada para o Programa de Pós-Graduão em nível de Mestrado e Doutorado em
Educação. O dispositivo foi utilizado como encerramento de algumas disciplinas ministradas
por Berkenbrock-Rosito no curso de Pedagogia, com determinadas etapas realizadas
coletivamente na sala de aula e outras individualmente.
A elaboração da “Colcha de Retalhos” ocorre pela trama composta pela história de cada
participante tecida nos retalhos. A trama desta colcha envolve todas as etapas e estratégias de
cada dimensão proposta (escrita, pictográfica e oral). Cada etapa, cada estratégia da colcha,
cada dimensão de narrativa que hoje está constituída e sistematizada deste modo, desde 2001,
por Berkenbrock-Rosito, foi e está sendo está elaborada a partir da crítica e das contribuições
que os participantes e que o grupo de pesquisa “Educação Estética, Formação e Narrativas”, da
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), cadastrado no CNPq, fizeram e fazem. Temos a
seguir os registros da exposição do dispositivo “Colcha de Retalhos” no VIII Congresso
Internacional sobre Pesquisa (Auto)biográfica (CIPA), de 2018, realizado em São Paulo.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 7
Figura 1 – Colcha de Retalhos exposta – CIPA 2018
Fonte: Acervo Berkenbrock-Rosito
Figura 2 – Colchas de Retalhos expostas – CIPA 2018
Fonte: Acervo Berkenbrock-Rosito
“Colcha de Retalhos”: A estética de si na narrativa pictográfica no paradigma singular plural
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 8
A Colcha de Retalhos” proporciona diferentes processos narrativos: narrativas
biográficas, autobiográficas escrita, fílmica, oral e pictográfica como um fenômeno
antropológico educacional, método de pesquisa e como dispositivo pedagógico de formação.
Além disso, estes elementos sistematizados possibilitam transpor a racionalidade
presente na produção das narrativas, como aponta Josso (2004, p. 264):
As narrativas de histórias de vida usam uma linguagem racional e, na maior
parte das vezes, convencional, mas a interpretação narrativa e espontânea do
itinerário de vida comporta uma dimensão imaginária, porque se trata de uma
releitura do passado na ótica do questionamento, dos projetos, dos desejos e
das perspectivas de vida inscritas no presente, passado e nas projeções, mais
ou menos conscientes de um futuro próximo ou longínquo.
Esse exercício possibilita que o sujeito reflita sobre os acontecimentos passados e
entenda o que foi formativo ou não em sua trajetória. Josso (2010, p. 189) compreende esse
processo reflexivo como:
[...] atividades reflexivas ora individuais, ora coletivas que, no jogo de
alternâncias, alimenta a tomada de consciência, não somente daquilo que foi
formador e em que nível foi, mas igualmente das dinâmicas às quais o sujeito
se entregou ou se deixou levar. Esse conjunto de atividades reflexivas consiste
também num processo de conhecimento cujo intento é a compreensão da
formação do sujeito e do lugar do sujeito nesse processo.
Podemos compreender esta como uma lacuna na formação docente (inicial e
continuada), bem como na formação do pesquisador ou gestor educacional, muitas vezes
pautadas por um viés tecnicista, focado apenas nos conteúdos a serem transmitidos,
desconsiderando toda a constituição do sujeito professor/pesquisador/gestor.
Os modelos educativos são um testemunho desta dominância do pensar
racional em detrimento das outras vias de conhecimento [...] este
“esquecimentodas dimensões da nossa humanidade nos ajuda a compreender
o “mal-estar psicossomático que manifestamos cada vez com mais
frequência (JOSSO, 2004, p. 266).
Nesta perspectiva, o dispositivo formativo e investigativo Colcha de Retalhos”
consegue ir além, pois em seu cerne há a Educação Estética. Para Schiller (2017), o homem
está partido, em desacordo, pois acaba por estar em permanente luta entre o racional e o
sensível, contudo, ele acredita que “o caminho para o intelecto precisa ser aberto pelo coração
(SCHILLER, 2017, p. 46), ou seja, somente uma educão para a sensibilidade pode construir
um conhecimento para a vida.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 9
Schiller (2017) defende que o homem é composto de dois impulsos: o formal, que se
alia à natureza racional, e o sensível, ligado às sensações através das quais compreende e
percebe o mundo. Para ele, estabelecer o equilíbrio entre os dois impulsos é tarefa da cultura,
resguardando a sensibilidade das intervenções da liberdade e defendendo a personalidade contra
o poder da sensibilidade, preservando o racional. Quando o homem consegue o equilíbrio,
alcaa a existência plena, independente e livre, tendo o mundo em si eo apenas submetido
aos múltiplos fenômenos.
Deste modo, o autor destaca que o homem deve sentir por ser consciente e ser consciente
por sentir. Quando consegue simultaneamente ser consciente de sua liberdade e sentir a
experiência, tem intuição da humanidade. Assim, o impulso em que o formal e o sensível atuam
juntos é o lúdico, de modo a harmonizar as ideias da razão e compatibilizar o interesse oriundo
dos sentidos.
Consoante, Josso (2004) demonstra como as narrativas de histórias de vida conseguem
ser este momento do impulso lúdico, em que razão e sensibilidade podem caminhar juntas e
contribuir para a formação docente, ou seja, as experiências estéticas promovidas no desenrolar
do dispositivo “Colcha de Retalhos” se enquadram aí.
As narrativas de histórias de vida que ouvimos, lemos, trabalhamos com seus
autores dão-nos acesso a essas dimensões de sensível, da afetividade e do
imaginário, como tantas outras cores e notas musicais que ganham forma na
trama racional das narrativas. As ciências humanas, ao imitarem servilmente
o paradigma positivista das ciências da natureza, por toda espécie de razões
política e historicamente explicáveis e compreensíveis, foram-nos habituando
a abordar as realidades da vida dos seres humanos em categorias
estandardizadas, construídas numa concepção cartesiana de recorte do objeto.
Fazendo isto, muitos de nós perdem a capacidade de expressão das outras
dimensões não-racionais do estar-no-mundo e, o que é anda mais grave, às
vezes, afastamo-nos dessas dimensões não-valorizadas nos lugares sociais que
são os nossos, por termos tamm, de vez em quando, a convicção que essas
dimensões são lamentáveis reduos de épocas históricas anteriores (JOSSO,
2004, p. 265-266).
Desta forma, as narrativas autobiográficas permitem que o sujeito religue a razão
(sujeito epistêmico) e a emoção (sujeito empírico), separados pelas tradicionais dicotomias:
sujeito/objeto, razão/emoção, teoria/prática” (PASSEGGI, 2016, p. 310).
A Colcha de Retalhosé capaz de romper com a fragmentação do sujeito, constituindo
o sujeito autobiográfico, porque reflete sobre si e sobre a produção de sua narrativa.
[...] o sujeito, em todas as fases da vida, apropria-se de instrumentos
semióticos (a linguagem, o grafismo, o desenho, os gestos, as imagens etc.)
para contar suas experiências sob a forma de uma narrativa autobiográfica que
“Colcha de Retalhos”: A estética de si na narrativa pictográfica no paradigma singular plural
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 10
até então não existia. E nesse processo de biografização, a pessoa que narra,
embora não possa mudar os acontecimentos, pode reinterpre-los dentro de
um novo enredo, reinventando-se com ele (PASSEGGI; SOUZA, 2016, p. 8).
O dispositivo consegue contemplar inúmeras linguagens e possibilidades para que o
sujeito se expresse e construa sua narrativa autobiográfica, como podemos observar no quadro
síntese a seguir.
Quadro 1 - As dimensões da “Colcha de Retalhos”
Fonte: Adaptado de Oliveira (2022, p. 105)
É importante esclarecer que nem todas as etapas e estratégias o realizadas linearmente
ou em sua completude, sempre dependerá das condições e dos objetivos do uso do dispositivo.
O processo de construção das narrativas pode se dar num ambiente físico, como uma sala de
aula, por exemplo, ou mesmo num ambiente virtual, como realizado no Grupo de Pesquisa
durante o período da pandemia de Covid-19 (2020 e 2021), o que demonstra a versatilidade do
dispositivo Colcha de Retalhose sua ampla possibilidade de adequação a diferentes contextos
e cenários. Determinadas etapas são efetivadas individualmente, como a construção do Quadro
“Linha de vida” e a narrativa fílmica, contudo, algumas são obrigatoriamente realizadas no
coletivo, como a narrativa oral e a costura dos retalhos, seja presencial ou virtualmente.
Vale frisar que estas narrativas autobiográficas escritas, orais e pictográficas,
compreendidas aqui como produtos finais da “Colcha de Retalhos”, podem ter diferentes
finalidades. Uma delas é o objetivo formativo que o processo reflexivo proporciona, tanto na
formação inicial de professores, quanto continuada, bem como na formação de gestores
Narrativa escrita
Narrativa pictográfica
Narrativa Oral
1º etapa
Descrever três cenas
marcantes de sua experiência
no Ensino Médio/Superior.
Buscar imagens e metáforas
nos relatos escritos para a
confecção do retalho e montar
imageticamente sua narrativa
Contar a sua história e ouvir a
história do outro
2º etapa
Elaboração do quadro “Linha
da vida”. Realização de um
mapeamento de momentos
charneiras
Registros fotográficos
realizados após a exposição da
colcha pronta
Costura coletiva dos retalhos
3º etapa
Assistir ao filme Colcha de
Retalhos, buscar metáforas
significativas da sua história
de vida, compondo assim a
etapa da narrativa fílmica
Apreciação estética da obra
“Colcha de Retalhos”,
impressões e discussões
acerca da construção coletiva
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 11
educacionais e pesquisadores, de modo que todos possam reconhecer como sua trajetória
influencia e até mesmo determina seu fazer cotidiano e suas decisões futuras. Ao considerarmos
o dispositivo como meio de investigação de determinada temática pesquisada, ele produz os
objetos de estudo a serem analisados.
Compreendemos que algumas etapas e estratégias constituintes do dispositivo formativo
e investigativo “Colcha de Retalhos” conseguem ampliar as possibilidades na elaboração de
narrativas autobiográficas. Josso (2004) aponta um limite no processo de construção das
narrativas de vida, quando os sujeitos encontram dificuldade para enxergar os momentos de
suas trajetórias que fizeram com que suas vidas fossem transformadas, sendo necessário para
este processo de conscientização algumas indagações sistemáticas com o objetivo de promover
reflexões.
Neste sentido, a proposta do dispositivo Colcha de Retalhoscom as questões sobre as
cenas marcantes na trajetória escolar/acadêmica dos participantes e como eram as relações com
o conhecimento e com os professores, se de autoria ou submissão, cumpre este papel,
direcionando o foco de cada sujeito para repensar como estas experiências têm ainda hoje poder
em suas escolhas como docente.
Este processo de reflexão é marcado por momentos de escolha do que revelar ou não na
produção da narrativa autobiográfica, o que promove um movimento de autonomia do sujeito,
em que ele decide, pois como aponta Freire (2023, p. 105):
Ninguém é autônomo primeiro para depois decidir. A autonomia vai se
constituindo na experiência de várias, inúmeras decisões, que vão sendo
tomadas. [...] A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é
processo, é vir a ser. Não ocorre em data marcada. É neste sentido que uma
pedagogia da autonomia tem de estar centrada em experiências estimuladoras
da decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da
liberdade.
Desta maneira, conseguimos perceber como o dispositivo cria condições para promão
de experiências estéticas que dão a oportunidade de os sujeitos se perceberem como autores e
protagonistas de suas histórias de vida.
Além disso, o participante torna-se capaz de compreender que seu processo de formação
é contínuo e não tem fim, por ser composto de tudo que vivenciou, estudou e de tudo que ainda
viverá. Apenas deste modo o sujeito consegue alimentar a esperança e fazer dela sua
sustentação.
“Colcha de Retalhos”: A estética de si na narrativa pictográfica no paradigma singular plural
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 12
A conscncia do mundo e a consciência de si como ser inacabado
necessariamente inscrevem o ser consciente de sua inconclusão num
permanente movimento de busca. [...] É também na inconcluo de que nos
tornamos conscientes e que nos inserta no movimento permanente de procura
que se alicerça a esperança (FREIRE, 2023, p. 57).
Outra estratégia presente no dispositivo Colcha de Retalhos” é a construção do Quadro
“Linha de vida”, composto por momentos charneira, concebidos por Josso (2004) como aqueles
que promovem grandes transformações no modo de ser e pensar do sujeito. Charneira é uma
dobradiça, que, no contexto das narrativas de vida, pode ser entendido como o momento que
divide e articula diferentes fases da vida.
Uma estratégia bastante envolvente do dispositivo é a narrativa fílmica, quando os
participantes assistem ao filme Colcha de Retalhos (How to make an American quilt, dirigido
por Mocelin Moorhouse, EUA, 1995), cuja narrativa traz lembranças com metáforas
significativas para cada ocasião vivada, como por exemplo: “morangos significam sedão, o
vento parece apontar tempos de transformação, o mergulho, movimentos e fontes formativas; a
colcha, a harmonia e riqueza dos diferentes retalhos e singularidade dos processos criativos”.
(BERKENBROCK-ROSITO, 2009, p. 495-496).
Compreendemos que esta estratégia seja um diferencial no dispositivo “Colcha de
Retalhos” por trazer um disparador para a reflexão, uma obra de arte, podendo ser adaptada a
cada contexto, seja com uma música, a observação de uma imagem ou a leitura de um poema.
É importante destacar este como um dos ricos e diferenciados momentos da interação se o
compararmos aos outros processos de construção de narrativas autobiográficas, pois conduzem
o sujeito a uma experiência estética, equilibrando razão e sensibilidade na interpretação do que
, ouve ou lê.
É essencial considerarmos a potência que o dispositivo possui para ser utilizado como
instrumento de pesquisa, por seu poder investigativo, que promove maior abertura dos
participantes e fornece inúmeros dados para serem interpretados, para além de uma entrevista
ou um questionário. Quando objeto de estudo do grupo de pesquisa de Berkenbrock-Rosito, as
narrativas autobiográficas são analisadas pelo enfoque hermenêutico.
A ação de narrar implica, ao mesmo tempo, um processo (a narração) e um
produto dele resultante (a narrativa). Na narração, a pessoa que conta se
apropria da linguagem no ato de enunciação. Assim fazendo, ela
simultaneamente desenvolve um trabalho hermenêutico, interpretativo para
dar sentido às experiências narradas, e um trabalho de textualizão, pelo qual
produz uma narrativa, organizando os acontecimentos sob a forma de um
enredo, de uma história com começo, meio e fim (PASSEGGI, 2016, p. 306).
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 13
Deste modo, aquele que pretende compreender esta exposto à uma confusão
promovida por suas opiniões prévias acerca daquilo que busca apreender, aponta Gadamer
(2000). Assim, o saber da experiência constitui-se do lugar do outro, no jogo destas experiências
vivenciadas: “o saber gerado pela experiência hermenêutica abraça as próprias pessoas, a sua
história, o seu saber prévio, seus preconceitos e suas expectativas” (GADAMER, 2000, p. 42).
Este processo de análise e compreensão no viés da Hermenêutica Filosófica de Gadamer
(2000) possibilita uma interpretação contextualizada, por reconhecer e privilegiar o discurso
dos sujeitos, que cria um sentido à palavra dita, esse entendimento do pensamento do outro e
do mundo, e consequentemente a compreensão de si. Sendo assim, “compreender significa que
eu posso pensar e ponderar o que o outro pensa. [...] Compreender o é, portanto, uma
dominação do que nos está à frente, do outro e, em geral, do mundo objetivo(GADAMER,
2000, p. 23).
Esta compreensão pressupõe o despir-se de suas histórias e conceitos estabelecidos
para enxergar e perceber a situação de outro lugar. O trajeto para compreensão das histórias
narradas é da palavra ao conceito, pois como esclarece o autor:
O caminho vai “da palavra ao conceito– mas precisamos chegar do conceito
à palavra, se quisermos alcançar o outro. Só assim ganhamos uma
compreensão racional, de uns para com os outros. assim temos a
possibilidade de recolher-nos, para deixa valer o outro. Eu acredito em um
deixar-se absorver em algo, de tal modo que, nisso, se esqueça a si mesmo
(GADAMER, 2000, p. 25).
Na perspectiva de Gadamer (2000), tudo o que pode ser conhecido é linguagem. O
mundo, sem a linguagem, seria sem sentido das coisas vistas e percebidas de maneira empírica.
Este processo de compreensão é composto de movimento que vão da parte ao todo e à parte e
ao todo, de maneiras sucessivas, até se alcançar a totalidade do objeto que se aprecia.
Narrativa autobiográfica pictográfica: uma estética do pensamento em movimento
O aspecto que torna a “Colcha de Retalhostão peculiar e especial é a elaboração do
retalho, a construção material da colcha, unindo as partes no todo. Este processo lúdico de
confecção do retalho possibilita que o participante retome até mesmo sua infância, do brincar
com objetos e constituir imagens.
Neste contexto formativo, é essencial valorizarmos as imagens, principalmente se
considerarmos a cultura em que estamos inseridos, que usa as imagens, mas que realmente,
como aponta Hillman (1997, p. 119): “ainda não pensa em imagens. Nós as vemos vamos aos
“Colcha de Retalhos”: A estética de si na narrativa pictográfica no paradigma singular plural
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 14
filmes e assistimos imagens e lemos poesia, mas nosso pensamento ainda é científico,
explicativo e plano”.
As imagens são interposições entre o ser humano e seu meio. Essa afinidade
na mediação trata dos mais variados tipos de figuras: logotipias, iconografias,
marcas de produtos, entre outros, e estão presentes no cotidiano e
fundamentam as diversas relações técnicas e tecnológicas e os fatores culturais
e geográficos contribuem para a assimilação e absorção da percepção humana
com as imagens (MORO, 2016, p. 167).
Este modo de conceber a comunicação e a importância das imagens precisa ser
considerado quando trabalhamos com as histórias de vida de docentes, estudantes, gestores e
pesquisadores, pois tratamos as narrativas como documentos históricos que permitem investigar
aspectos significativos, de maneira a ampliar a compreensão sobre a formação de professores e
profissionais de outras áreas.
Quando analisados pelas culturas da contemporaneidade, os conjuntos
gráficos podem ter força de ressignificação onde a tetica da pictografia
entra em questões socioculturais do espectador, e sua identificação cria outra
significação. As mudanças podem ser caracterizadas e apreciadas de maneiras
diferentes por diversas culturas, identificando nos elementos representados
significados totalmente novos. Um exemplo contemporâneo acontece com o
emoticon (junção das palavras em inglês emotion e icon). O emoticon, muito
utilizado para a comunicação de textos em meio eletrônico, é usado para
expressar a intenção em um formato gráfico inserido muitas vezes dentro do
contexto de um texto escrito (MORO, 2016, p. 47).
As primeiras escritas de que se tem conhecimento eram pictográficas, o que comprova
o valor primordial da imagem na percepção e comunicação humana. Este modo de escrita não
representava a linguagem verbal, mas trazia objetos, figuras e ideias, independentemente da
lógica temporal do discurso. Os pictogramas não estabeleciam relação com a linguagem
fonética, eram esboços da realidade, permitindo reconhecer o que era representado (MORO,
2016).
A pictografia é um elemento de comunicação que se diferencia das formas
textuais, pois ela é capaz de conferir múltiplas interpretações dependentes da
forma como a pessoa o lê. O leitor também está dentro de uma cultura e é
influenciado por ela atingindo o campo interpretativo (MORO, 2016, p. 166).
Neste contexto, a narrativa autobiográfica pictográfica consegue resgatar o meio mais
primitivo de comunicação e trazer para um processo formativo/investigativo uma forma de
expressão muito utilizada também no cotidiano digital dos sujeitos, como no caso hoje dos
emoticons e emojis tão usados nas redes sociais.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 15
A imagem, quando representada, por mais concreta que possa parecer, ainda
não é o objeto real em si. É comum identificarmos uma imagem como um
elemento que está representado mas, a partir do momento em que são
concebidas, o apenas idealizações de algo que se pretende criar na mente de
quem as observa. Elas possuem a força de informar e modificar ambientes,
complementar histórias, lugares e cunhar pensamentos (MORO, 2016, p. 50).
Assim, na etapa da elaboração da narrativa pictográfica, os participantes procuram
encontrar imagens e metáforas na narrativa escrita para compor com todos os participantes um
produto final único. Esta transposição requer criatividade e abertura do participante para que
seja capaz de representar sua narrativa por imagens, formas, cores e outros elementos,
elaborando o retalho a partir da escrita.
Perissé (2004) revela que a escrita é um esforço de criação, uma aventura, um processo
de elaboração do caos, uma evolução do rascunho à formulação mais perfeita possível”
(PERISSÉ, 2004, p. 80). A escrita do discurso narrativo pelos discentes é um processo de
criação; o escrever remete a uma busca profunda a respeito de suas experiências de vida e
produz reflexão sobre elas. Esse movimento revela também um lugar de apropriação para estes
sujeitos, que narram sobre suas vivências e descobertas e, na medida em que mergulham nesse
discurso teórico, podem ver o desencadear de uma nova consciência de si.
Se o momento da escrita é tão complexo, engendrar a narrativa pictográfica a partir
dela também é um convite ao adulto participante se envolver com diversos materiais (tecidos,
miçangas, tintas, linha, agulha, cola, lantejoulas, para construir imageticamente sua narrativa
de vida. Neste processo, as escolhas e decisões são ainda mais importantes pela delimitação do
espaço, o tamanho de uma folha de sulfite A4 e pelo desafio de traduzir sua trajetória em alguns
elementos (imagens, cores, linhas, formas, texturas).
“Colcha de Retalhos”: A estética de si na narrativa pictográfica no paradigma singular plural
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 16
Figura 3 Colcha de retalhos pronta para apreciação
Fonte: Acervo de Berkenbrock-Rosito
Normalmente, este é um momento realizado individualmente, até pela reflexão que o
sujeito necessita ter com ele mesmo, nos momentos de decisão do que expor, de quais materiais
utilizar e de como transpor sua metáfora para uma imagem, por ser um momento de criação.
Este é um momento singular que se constituirá no coletivo na narrativa oral.
Nestes momentos, percebemos que as lembranças não são nossas, mas compostas por
questões universais da humanidade num determinado contexto, isto é, os participantes do
dispositivo percebem que eso inseridos em muitas situações semelhantes que seus colegas.
Durante a costura dos retalhos prontos ocorre a narrativa oral, quando os participantes,
em roda, contam aos colegas suas histórias de vida, com momentos de escuta e acolhida do
outro, estabelecendo novas relações do paradigma singular/plural ou individual/coletivo, pois
o sujeito passa a se enxergar tamm na história narrada pelo outro. Afinal, escutar [...]
significa a disponibilidade permanente por parte do sujeito que escuta para a abertura à fala do
outro, ao gesto do outro, às difereas do outro” (FREIRE, 2023, p. 117).
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 17
Figura 4 Momento da narrativa oral
Fonte: Acervo de Berkenbrock-Rosito
Neste contexto, a narrativa oral atua como mediadora entre as narrativas pictográficas e
escritas, costurando as histórias reveladas por cada participante. É interessante destacar que as
narrativas trazidas acabam por ter origem dentro da turma se apoiando uma na outra, ou seja,
caso haja mais relatos de lembranças tristes e de sofrimento, normalmente o grupo seguirá esta
mesma linha temática.
O retalho-história diz da experiência de cada participante como produtor de um saber
nos processos formativos, que tem sido ignorada em nome de uma educação pronta para o
consumo. Ao refletir sobre sua experiência, o docente/pesquisador/gestor tem a possibilidade
de deixar de ser um mero receptor neutro para ser o atuante da própria história: a experiência
proporciona a consciência do sujeito de que não é apenas determinado historicamente, mas
também faz história.
Este é o momento em que singular e plural se encontram e formam uma nova
possibilidade de compreensão: a colcha sendo costurada com as produções de cada participante,
oriundas de valiosas experiências estéticas que promoveram um amplo processo reflexivo. A
“Colcha de Retalhospode ser concebida aqui como o fruto das reflexões materializadas nas
narrativas autobiográficas escrita, oral e pictográfica.
“Colcha de Retalhos”: A estética de si na narrativa pictográfica no paradigma singular plural
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 18
Figura 5 Costura da colcha
Fonte: Acervo de Berkenbrock-Rosito.
Neste cenário, temos Estética e Hermenêutica unidas, pois vemos as partes, ou seja, os
retalhos, constituídos das narrativas pictográficas de cada participante, construindo uma nova
imagem: o todo. Esta relação do todo com as partes é conceito bastante aprofundado por
Gadamer (2000), do mesmo modo que Schiller (2017) observa o homem fragmentado, mas
unindo suas partes (racional e sensível) no impulso lúdico.
Assim, conseguimos compreender o processo formativo dos participantes
individualmente, marcado por experiências singulares, além de apreender sentidos do contexto
geral que formou estes profissionais, com questões que transpassaram as experiências de todos,
o que gera a identificação e amplia ainda mais o conhecimento de si e do mundo.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 19
Figura 6 – Disposição da “Colcha de Retalhos”
Fonte: Acervo de Berkenbrock-Rosito
Figura 7 Elaboração coletiva da “Colcha de Retalhos”
Fonte: Acervo de Berkenbrock-Rosito
A arte, em momentos formativos, neste trabalho representada pela arte da escrita, do
cinema, da oralidade, da costura dos retalhos (que, na medida em que age sobre os sentidos
humanos, provoca sentimentos), equivale a um elemento educador. Possibilita aos sujeitos a
apreensão do mundo, o conhecimento das nuances do cotidiano, das experiências, incorporando
sentidos que fazem parte da própria vida.
A Educação Estética, nos processos narrativos, apresenta como valor estético o
desenvolvimento da autoria, autonomia e emancipação do professor, pesquisador e gestor
“Colcha de Retalhos”: A estética de si na narrativa pictográfica no paradigma singular plural
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 20
educacional. O entendimento a respeito do lugar da Educação Estética considera as emoções, o
sensível como uma questão epistemológica nos processos narrativos dos sujeitos.
A experiência formativa, de que tratam Adorno (2020) e Freire (2023), aponta para a
possibilidade da autonomia do sujeito, dando suporte para a formação (Building), momento em
que o sujeito deixa de ser apenas consumidor de teorias para tornar-se construtor de novos
saberes. Adorno (2020) considera, contudo, que, no âmbito da massificação, a arte encontra-se
em estado de paralisia. A própria autonomia da arte volta-se contra ela, pois passa ao âmbito
das mercadorias e serve de veículo ideológico ao poder social. Ainda assim, a arte pode ser um
elemento que, indiscutivelmente, conduz à emancipação. Ela, por isso, deve estar interligada
com a educação, já que conduz à consciência crítica (ADORNO, 2021).
Costuras Estéticas: que elementos aproximam a razão e a emoção
A costura à mão é uma técnica profícua e esquecida nos espaços formativos. A
elaboração da colcha faz uso da técnica da costura para tramar as narrativas poéticas em tecidos
variados. Em cada retalho vestígios - marcas de vivências que entrelaçam o tecido de ser
professor e pesquisador.
Na costura coletiva dos retalhos, na qual cada retalho é costurado formando a Colcha
de Retalhos”, as os costuram e/ou aprendem a arte do diálogo, sobretudo, as narrativas
propiciam um modo de educar para o sentir, com o não entender no primeiro momento, o
arrebatamento e a possibilidade desse entendimento em outro momento, ou pelo menos parte
dele. Aprender a ler esse arrebatamento, mesmo que dele não se goste, desenvolve a
imaginação, a inteligência, a criatividade, a consciência crítica e, sobretudo, a sensação
epifânica, que nos acontece no cotidiano, indicando traços de nossa subjetividade e identidade.
No processo do dispositivo formativo, a partir da proposição da materialização das
narrativas escritas em retalhos, depois da escrita, os participantes montam a imagem
representativa de sua história nos retalhos, em pleno processo de criação: rompem o espaço do
papel criando as mais diversas composões, com costura, alinhavo, bordado, ampliando o
sentido das linhas e das cores, indo além da palavra escrita e oral.
Rompem tamm com o paradigma de reprodução de uma instria cultural que engessa
os sujeitos como meros consumidores, extinguindo seu poder criador e autoral. Isso ocorre
quando o participante narra sobre os diferentes espaços e tempos de trajetórias singulares
tecidas no coletivo, levando em consideração a criatividade, as sensibilidades e sensações.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 21
Modos expressivos diversos intensificam a abertura dos sentidos e articulam o que não pode
estar separado o sensível e o inteligível –, ativando cognição e afeto, mobilizando razão e
sensibilidade.
Vale também destacar que a “Colcha de Retalhos” combina numa mesma imagem várias
maneiras de perceber a trajetória formativa constituída no tempo e espaço. Na verdade, não se
pode perceber, ao mesmo tempo, todas as possíveis visões de um acontecimento, lembrança,
recordação; é preciso, como um artista, fazer um esforço para imaginar outras perspectivas, ou
as perspectivas dos outros.
Os modos de narrar (escrita, oral e pictográfico) são também modos de ser. Quando o
trabalho autobiográfico se abre para exercícios narrativos que recorrem à arte e à criação
literária, a escrita de si transcende a emoção de sentir-se inteligente, mas conduz o narrador ao
prazer estético. Os participantes são orientados a olhar os detalhes, contrastes, movimentos,
cores, cheiros, sabores, sons, assim como a recolher retalhos, a tirar fotografias, pensando
em como apresentar o resultado de suas narrativas.
Esses modos de narrar abrem as portas para estudos interpretativos, de percepção e
compreensão da aprendizagem da estética. Propõe-se, enfim, que as narrativas tecidas nas
escritas e nas histórias por meio de materialidades expressivas desencadeiem processos de
construção de conhecimentos outros, dando visibilidade à trama que entrelaça história pessoal,
escolar e profissional.
REFERÊNCIAS
ADORNO, T. W. Indústria Cultural. São Paulo: Editora Unesp, 2020.
ADORNO, T. W. Educação e Emancipação. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2021.
BERKENBROCK-ROSITO, M. M. Colcha de Retalhos: história de vida e imaginário na
formação. Revista do Centro de Educação, Santa Maria, v. 34, n. 3, p. 487-500, 2009. DOI:
10.5902/19846444. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/1610.
Acesso em:08 out. 2023.
DELORY-MOMBERGER, C. Formação e socialização: os ateliês biográficos de projetos.
Educação e Pesquisa, v. 32, n. 2, p. 359-371, maio/ago. 2006. DOI: 10.1590/S1517-
97022006000200011. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ep/a/GxgXTXCCBkYzdHzbMrbbkpM/?lang=pt. Acesso em: 08 out.
2023.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
“Colcha de Retalhos”: A estética de si na narrativa pictográfica no paradigma singular plural
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 22
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo,
Paz e Terra, 2023.
GADAMER, H. G. Verdade e método. Tradução: Flávio Paulo Meurer. Petrópolis: Vozes,
2000.
HILLMAN, J. An inquiry of image. Connecticut: Spring, 1997.
JOLY, M. Introdução à análise da imagem. 14. ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.
JOSSO, M. C. Experiência de vida e formação. São Paulo: Cortez, 2004.
JOSSO, M. C. Caminhar para si. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.
MORO, G. H. M. Pictograma e pictografia: objeto, representação e conceito. Orientadora:
Luciana Martha Silveira. 2016. 177 f. Tese (Doutorado em Tecnologia) – Programa de Pós-
Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, PR, 2016.
OLIVEIRA, A. C. M. A. Visualidade, entre significação sensível e inteligível. Educação e
Realidade, v. 30, n. 2. p. 107-122, jul./dez. 2005. ISSN 0100-3143. Disponível em:
https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/12418. Acesso em: 08 out.
2023.
OLIVEIRA, K. M. Experncia estética e narrativas (auto) biográficas: uma urdidura da
autonomia e submissão tramada de medo e ousadia na tecedura da “Colcha de Retalhos”.
Orientadora: Margaréte May Berkenbrock-Rosito. 2022. 283 f. Dissertação (Mestrado
Acadêmico em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Cidade
de São Paulo, São Paulo, SP, 2022.
PASSEGGI, M. C. A pesquisa (auto)biográfica: por uma hermenêutica descolonizadora.
Coisas do Gênero, São Leopoldo. v. 2, n. 2, p. 302-314, ago./dez. 2016. ISSN 2447-2654.
Disponível em: http://revistas.est.edu.br/index.php/genero/article/view/457. Acesso em: 08
out. 2023.
PASSEGGI, M. C.; SOUZA, E. C. Movimento (Auto)Biográfico no Brasil: Esboço de suas
Configurações no Campo Educacional. Investigacion Cualitativa, Urbana, Illinois, v. 2, n. 1,
p. 6-26, 2016. DOI: 10.23935/2016/01032. Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/317673701. Acesso em: 08 out. 2023.
PERISSÉ, G. Ler, Pensar e Escrever. 4. ed. São Paulo: Arte e Ciência, 2004.
SANTOS, L. R. Educação Estética, a dimensão esquecida. In: SANTOS, L. R. dos. Educação
Estética e utopia política. Lisboa: Edições Colibri, 1995.
SCHILLER, F. A educação estética do homem numa série de cartas. São Paulo:
Iluminuras, 2017.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO e Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 23
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Não aplicável.
Financiamento: Não aplicável.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovão ética: Não houve necessidade de Comitê de Ética.
Disponibilidade de dados e material: o há dados e materiais, pois se trata de um artigo
conceitual.
Contribuições dos autores: Margaréte May Berkenbrock-Rosito contribuiu com os
conceitos de Educação Estética, bem como com os passos da construção do dispositivo
formativo e investigativo “Colcha de Retalhos”. Maria Thais Fernandes trouxe
contribuições com a definição de narrativa autobiográfica pictográfica.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 1
“COLCHA DE RETAZOS”: LA ESTÉTICA DEL YO EN LA NARRATIVA
PICTOGRÁFICA EN EL PARADIGMA PLURAL SINGULAR
“COLCHA DE RETALHOS”: A ESTÉTICA DE SI NA NARRATIVA PICTOGRÁFICA
NO PARADIGMA SINGULAR PLURAL
“PATCHWORK QUILT”: THE AESTHETICS OF THE SELF IN THE PICTOGRAPHIC
NARRATIVE IN THE SINGULAR PLURAL PARADIGM
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO1
e-mail: margaretemay@uol.com.br
Maria Thais FERNANDES2
e-mail: mariathaisprof@gmail.com
Cómo hacer referencia a este artículo:
BERKENBROCK-ROSITO, M. M.; FERNANDES, M. T. “Colcha
de Retazos”: La estética del yo en la narrativa pictográfica en el
paradigma plural singular. Revista Ibero-Americana de Estudos
em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN:
1982-5587. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836
| Enviado en: 10/07/2023
| Revisiones requeridas el: 25/08/2023
| Aprobado el: 16/10/2023
| Publicado el: 26/12/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Editor Adjunto Ejecutivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidad de la Ciudad de São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brasil. Profesora del Programa de Posgrado,
Doctorado y Maestría en Educación; Maestría Profesional en Formación de Gestores Educativos por la
Universidad de la Ciudad de São Paulo. Es líder del Grupo de Investigación en Educación, Formación y Narrativas
Estéticas, registrado en el CNPq. Investigadora del Centro Internacional de Estudios en Representaciones Sociales
Educación (CIERS-ed). Editor de la Revista @mbienteeducão, Universidade Cidade de São Paulo.
2
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brasil. Estudiante de maestría en el Programa
de Maestría en Educación. Coordinadora Pedagógica de la Red Municipal de Educación de São Paulo.
“Colcha de Retazos”: La estética del yo en la narrativa pictográfica en el paradigma plural singular
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 2
RESUMEN: Este trabajo tiene como objetivo comprender el significado de la dimensión
estética en las narrativas autobiográficas de los participantes del dispositivo formativo e
investigativo "Colcha de retazos" e iniciar la construcción del concepto de narrativa
autobiográfica pictográfica. Se adopta el concepto de estética de Schiller (2017); de Adorno
(2021), la de la emancipacn; Josso (2004), narraciones autobiográficas; de Freire (2023), el
de la autonomía, y nos apoyamos en Moro (2016), al abordar la pictografía. La interpretación
de las narrativas, bajo el enfoque hermenéutico, anclado en Gadamer (2000), presenta un aporte
a la práctica de la formacn estética de docentes, investigadores y gestores, apuntando a la
percepción de la constitución de su identidad a través de las experiencias subjetivas
materializadas en las narrativas. Insertos en una cultura permeada por imágenes, al materializar
su narrativa en el retazo, rescatando los inicios de la comunicación humana, los participantes
pueden romper con el paradigma de reproducción de una industria cultural, para experimentar
su poder creativo y autoral.
PALABRAS CLAVE: Educación Estética. Formación. Narrativas autobiográficas
pictográficas.
RESUMO: O trabalho tem como objetivo compreender o sentido da dimensão estética nas
narrativas autobiográficas dos participantes do dispositivo formativo e investigativo “Colcha
de Retalhose iniciar a construção do conceito de narrativa autobiográfica pictográfica.
Adota-se o conceito de estética de Schiller (2017); de Adorno (2021), o de emancipão; de
Josso (2004), narrativas autobiográficas; de Freire (2023), o de autonomia, e apoiamo-nos em
Moro (2016), ao abordar pictografia. A interpretação das narrativas, sob o enfoque
hermenêutico, ancorada em Gadamer (2000), apresenta uma contribuição para a prática de
formação estética dos professores, pesquisadores e gestores, visando à percepção da
constituição de sua identidade por meio das experiências subjetivas materializadas nas
narrativas. Inseridos numa cultura permeada por imagens, ao materializar sua narrativa no
retalho, resgatando os primórdios da comunicação humana, os participantes podem romper
com o paradigma de reprodução de uma indústria cultural, para assim experimentarem seu
poder criador e autoral.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Estética. Formação. Narrativas Autobiográficas
Pictográficas.
ABSTRACT: The work aims to understand the meaning of the aesthetic dimension in the
autobiographical narratives of the participants of the formative and investigative device "Quilt
of Patches" and to start the construction of the concept of pictographic autobiographical
narrative. Schiller's (2017) concept of aesthetics is adopted; by Adorno (2021), that of
emancipation; Josso (2004), autobiographical narratives; of Freire (2023), that of autonomy,
and we rely on Moro (2016), when addressing pictography. The interpretation of the narratives,
under the hermeneutic approach, anchored in Gadamer (2000), presents a contribution to the
practice of aesthetic training of teachers, researchers and managers, aiming at the perception
of the constitution of their identity through the subjective experiences materialized in the
narratives. Inserted in a culture permeated by images, by materializing their narrative in retail,
rescuing the beginnings of human communication, participants can break with the paradigm of
reproduction of a cultural industry, in order to experience its creative and authorial power.
KEYWORDS: Aesthetic Education. Training. Pictographic Autobiographical Narratives.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO y Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 3
Introducción
Este artículo tiene como objetivo comprender el significado de la dimensión estética en
el dispositivo formativo e investigativo "Colcha de Retazos", metodología y epistemología
desarrollada por Berkenbrock-Rosito a partir del o 2001, como propuesta para la formación
del docente (inicial y continuo), del investigador y del gestor escolar, a tras de narrativas
autobiográficas en sus dimensiones escrita, pictográfica y oral. dentro del enfoque del
paradigma plural singular, en el ámbito de la investigación-formación, teóricamente basado en
Josso (2010). Además, el artículo nos incita a pensar un concepto en construcción, es decir, la
narrativa autobiográfica pictográfica, vislumbrando su originalidad y su fuerza en la
representacn de la constitución subjetiva de las personas en el acto de narrar la experiencia
estética como núcleo formativo de los contextos en los que se produce el desarrollo personal y
profesional.
Observamos un vacío en la investigación en cuanto a la comprensión de las imágenes
traídas en las solapas de la colcha en el grupo de investigación "Educación, Formación y
Narrativas Estéticas", de la Universidad de la Ciudad de São Paulo (UNICID), registrado en el
CNPq. Pocos estudios se enfocan en este proceso de investigación y análisis, con el fin de
aprehender los sentidos y significados presentes en ella.
Cuando dejamos de lado la riqueza de las imágenes construidas en el retazo, que tejen
la historia y las vivencias de los sujetos y conforman el dispositivo " Colcha de Retazos",
perdemos la posibilidad de establecer una aproximación, un diálogo, para constituir una
convergencia entre polos opuestos, como concepto e imagen, singular y plural, individual y
colectivo, así como la sensibilidad y la razón, eje principal de la Educación Estética.
Entendemos que todas estas representaciones aportan una infinidad de medios y posibilidades
cuando presentamos una diversidad de formas de expresión.
El significado primario de la palabra imagen, según Joly (2012), es todo aquello que se
comunica a través de lo visible, lo que requiere de un proceso de representación, que pasa por
ciertas leyes particulares y convenciones sociohistóricas. Así, la imagen tiene como foco
principal la comunicación, y puede ser similar o confundida con lo que representa. El autor
explica que, por ser una imitación, puede educar o engañar. Cuando es un reflejo, puede
conducir al conocimiento, al establecer relaciones e interacciones que producen significado y
significación.
Estos procesos reflexivos ocurren durante las experiencias estéticas promovidas durante
la participación en la " Colcha de Retazos" y son sumamente valiosos para el camino que
“Colcha de Retazos”: La estética del yo en la narrativa pictográfica en el paradigma plural singular
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 4
conduce a la toma de conciencia de los participantes, en movimientos que revelan agrado y
disgusto frente a sus experiencias de vida, presentes en las narrativas escritas, orales y
pictográficas. Nuestro foco, en este estudio, son las narrativas pictográficas, las historias tejidas
en forma de imágenes en el retazo que forman la " Colcha de Retazos", ya que debemos
considerar que estamos inmersos en un universo visual, diverso y amplio, cuyo lenguaje se
caracteriza por ser una de las formas más antiguas de creación humana de comunicación.
Sin embargo, percibimos un privilegio del lenguaje verbal, especialmente del lenguaje
escrito, dejando de lado, como señala Oliveira (2005), la visualidad, que juega un papel
fundamental en la comprensión de la humanidad, ya que permite una comprensión del mundo,
del ser, de las esferas del conocimiento y también de lo desconocido. En este sentido, la "Colcha
de retazos" presenta la narrativa pictográfica como una posibilidad para el desarrollo del yo,
para que el sujeto se comprenda a sí mismo y al mundo.
El proceso de narrar su historia de vida permite al individuo recordar el pasado,
identificar el presente y flexibilizar el futuro, pues cuando cuenta su historia, es capaz de
comprender diferentes aspectos que han construido su trayectoria a lo largo del tiempo. Así, la
inmersión en las narrativas se compone de un ejercicio de ir y venir, seleccionando lo que
quieres narrar, lo que fue destacable en tu historia, ya practicando tu autonomía en este proceso,
tomando decisiones sobre qué narrar y q no narrar, contar o no contar al grupo, eligiendo los
colores, texturas, imágenes que tejen tu historia en el retazo.
Desde esta perspectiva, Delory-Momberger (2006) sostiene que a través de la narrativa
el sujeto es capaz de percibirse a mismo como un personaje de su historia, porque es la
narrativa la que le da una historia a la vida del individuo. Por lo tanto, no se hace la narración
de la vida por el hecho de tener una historia, sino que sólo se percibe la historia cuando se
construye la narración.
En este contexto, el narrador puede ser concebido como un sujeto histórico, expresión
utilizada por Freire (1987), dentro de una visión de la Educación Liberadora, que presupone el
diálogo, el intercambio con el otro como base para la construcción del conocimiento. El autor
argumenta que la auténtica liberación se produce como un proceso de humanización y nunca
puede ser colocada en el hombre.
El dispositivo "Colcha de Retazos" brinda a los individuos la oportunidad, a través de
la estética, de concebirse a mismos como sujetos históricos, y a través de pensar y repensar
su historia, se crea la posibilidad de resignificarlos y encontrar los procesos formativos de su
trayectoria. Así, entendemos que el trabajo con narrativas confronta las prácticas de Educación
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO y Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 5
Bancaria, inmovilistas, que desconfiguran a los seres, tratándolos como meros reproductores o
simples receptores de conocimiento, como señala Freire (1987).
El proceso de producción de narrativas autobiográficas ya sea construido con palabras
(orales o escritas) e imágenes (pictográficas), permite al participante tener la experiencia de
elegir lo que quiere revelar o no, tomar decisiones y seleccionar situaciones a exponer,
experimentar sensaciones de gusto y disgusto. Así, todos los textos, ya sean formados por
palabras o imágenes, son considerados aquí como narraciones autobiográficas del dispositivo
"Colcha de Retazos", que pueden ser objeto de estudio para la investigación o contribuir al
proceso formativo (inicial o continuo) de docentes, gestores e investigadores.
Este proceso de reflexión y toma de conciencia está permeado por la experiencia
estética, que moviliza al sujeto para ampliar sus horizontes, brindando oportunidades para su
liberación de pensamientos predeterminados, que apuntan a delinear la sociedad, según Schiller
(2017). El autor presenta el potencial de la Educación Estética, al fin y al cabo, a través de ella
los individuos pueden alcanzar la sensibilidad, encontrando un equilibrio entre lo que se
considera racional y lo que se considera sensible. Para Schiller (2017), esta relación se
encuentra en una especie de juego lúdico, capaz de liberar al hombre.
Esta liberación también necesita considerar al sujeto frente a una sociedad involucrada
en la industria cultural, concepto desarrollado por Adorno (2020), destacando hasta qpunto
los individuos son influenciados por los medios de comunicación y se convierten en seres
alienados de la situación en la que se encuentran, principalmente porque no se ven en este
proceso de alienación y masificación.
Adorno (2020) señala que, en este proceso de masificación, los individuos no son
capaces de verse a mismos como sujetos que puedan pensar de manera autónoma. El autor
también aclara que este nivel de sumisión hace que los individuos estén inmovilizados y
estáticos frente a la industria cultural, pensando de manera condicionada, es decir, la industria
cultural dirige su mirada y sus deseos en la dirección deseada por ella.
En este contexto, Schiller (2017) afirma que el hombre esfragmentado, sin armonía,
sin humanidad en su naturaleza, constituyéndose como una mera reproducción. Por lo tanto, es
necesario pensar en una educación que abarque al ser humano en toda su plenitud. Santos (1995)
señala que Schiller demuestra una urgencia de la educación en la facultad del sentimiento, es
decir, en la Educación Estética, una dimensión olvidada que impide la formación plena e
integral del ser humano.
“Colcha de Retazos”: La estética del yo en la narrativa pictográfica en el paradigma plural singular
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 6
La representación de la imagen es un camino posible, del que emergen los sentidos y
significados que el sujeto atribuye al mundo y a mismo. La apropiación e interpretación
humana de los fenómenos vividos son siempre reflejos de las imágenes que los sujetos
construyen, guiados por sus sentidos y formas de conocer. La experiencia basada en el
aprendizaje permite percibir que la subjetividad está constituida por pequeños encuentros que
el docente, el gestor y el investigador tienen durante su recorrido formativo a través de la
experiencia estética.
Documento autobiogfico: como vai se constituindo a subjetividade
Nunca está de más repetir que la "Colcha de Retazos" fue una propuesta de los alumnos
del Curso de Pedagogía, durante el año 2001, realizada después de ver la película Colcha de
Retazos (How to make an American quilt, dirigido por Mocelin Moorhouse, EE. UU., 1995)
y luego llevado al Programa de Posgrado a nivel de Maestría y Doctorado en Educación. El
dispositivo se utilizó como cierre de algunas disciplinas impartidas por Berkenbrock-Rosito en
el curso de Pedagogía, con ciertos pasos realizados colectivamente en el aula y otros
individualmente.
La elaboración de la "Colcha de Retazos" se produce a través de la trama compuesta por
la historia de cada participante entretejida en el retazo. El tejido de esta colcha involucra todas
las etapas y estrategias de cada dimensión propuesta (escrita, pictográfica y oral). Cada etapa,
cada estrategia de la colcha, cada dimensión de la narrativa que hoy está constituida y
sistematizada de esta manera, desde 2001, por Berkenbrock-Rosito, fue y está siendo elaborada
a partir de las críticas y contribuciones que los participantes y el grupo de investigacn
"Educación Estética, Formación y Narrativas", de la Universidad de la Ciudad de São Paulo
(UNICID), registrados en el CNPq, lo hicieron y lo hacen. A continuación, se presentan las
actas de la exposición del dispositivo "Colcha de Retazos" en el VIII Congreso Internacional
de Investigación (Auto)biográfica (CIPA), en 2018, realizado en São Paulo.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO y Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 7
Figura 1 – Colcha de retazos exhibida – CIPA 2018
Fuente: Colección Berkenbrock-Rosito
Figura 2 Colcha de retazos en exhibición – CIPA 2018
Fuente: Colección Berkenbrock-Rosito
“Colcha de Retazos”: La estética del yo en la narrativa pictográfica en el paradigma plural singular
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 8
La "Colcha de retazos" proporciona diferentes procesos narrativos: relatos biográficos,
autobiográficos, escritos, fílmicos, orales y pictográficos como fenómeno antropológico
educativo, método de investigación y como dispositivo de formación pedagógica.
Además, estos elementos sistematizados permiten transponer la racionalidad presente
en la producción de narrativas, como señala Josso (2004, p. 264, nuestra traducción):
Las narrativas de historias de vida utilizan un lenguaje racional y, en la
mayoría de los casos, convencional, pero la interpretación narrativa y
espontánea del itinerario vital tiene una dimensión imaginaria, porque es una
relectura del pasado desde la perspectiva de cuestionamientos, proyectos,
deseos y perspectivas de vida inscritas en el presente, en el pasado y en las
proyecciones. más o menos consciente de un futuro cercano o lejano.
Este ejercicio permite al sujeto reflexionar sobre eventos pasados y comprender q fue
formativo o no en su trayectoria. Josso (2010, p. 189, nuestra traducción) entiende este proceso
reflexivo como:
[...] Actividades reflexivas, a veces individuales, a veces colectivas, que, en el
juego de las alternancias, alimentan la conciencia, no solo de lo que fue
formativo y a qué nivel, sino tambn de las dinámicas a las que el sujeto se
entreo se dejó conducir. Este conjunto de actividades reflexivas consiste
también en un proceso de conocimiento cuya intención es comprender la
formación del sujeto y el lugar del sujeto en este proceso.
Podemos entenderlo como una laguna en la formación del profesorado (inicial y
continua), así como en la formación del investigador o gestor educativo, muchas veces guiada
por un sesgo tecnicista, centrado únicamente en los contenidos a transmitir, sin tener en cuenta
toda la constitución del profesor/investigador/gestor.
Los modelos educativos son un testimonio de este predominio del
pensamiento racional en detrimento de otras formas de conocimiento [...] este
"olvido" de las dimensiones de nuestra humanidad nos ayuda a comprender el
"malestar" psicosotico que manifestamos cada vez con s frecuencia
(JOSSO, 2004, p. 266, nuestra traducción).
Desde esta perspectiva, el dispositivo formativo e investigativo " Colcha de Retazos"
logra ir más allá, porque en su cleo está la Educación Estética. Para Schiller (2017), el hombre
está roto, en desacuerdo, porque termina estando en una lucha permanente entre lo racional y
lo sensible, sin embargo, cree que "el camino hacia el intelecto necesita ser abierto por el
corazón" (SCHILLER, 2017, p. 46, nuestra traducción), es decir, solo una educación para la
sensibilidad puede construir conocimiento para la vida.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO y Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 9
Schiller (2017) sostiene que el hombre está compuesto por dos impulsos: el formal, que
se alía con la naturaleza racional, y el sensible, vinculado a las sensaciones a tras de las cuales
entiende y percibe el mundo. Para él, establecer el equilibrio entre los dos impulsos es tarea de
la cultura, salvaguardando la sensibilidad de las intervenciones de la libertad y defendiendo la
personalidad frente al poder de la sensibilidad, preservando lo racional. Cuando el hombre
alcanza el equilibrio, logra una existencia plena, independiente y libre, teniendo el mundo en
mismo y no solo sometido a múltiples fenómenos.
De esta manera, el autor señala que el hombre debe sentir por ser consciente y ser
consciente por sentir. Cuando puedes simultáneamente ser consciente de tu libertad y sentir la
experiencia, tienes una intuición de humanidad. Así, el impulso en el que lo formal y lo sensible
actúan juntos es el lúdico, para armonizar las ideas de la razón y conciliar el interés que surge
de los sentidos.
En consonancia, Josso (2004) demuestra cómo las narrativas de las historias de vida
pueden ser este momento de impulso lúdico, en el que la razón y la sensibilidad pueden ir de la
mano y contribuir a la formación docente, es decir, las experiencias estéticas promovidas en el
despliegue del dispositivo "Colcha de Retazos" encajan en esto.
Las narraciones de historias de vida que escuchamos, leemos y trabajamos con
sus autores nos dan acceso a estas dimensiones de sensibilidad, afectividad e
imaginario, como tantos otros colores y notas musicales que toman forma en
el tejido racional de las narrativas. Las ciencias humanas, imitando
servilmente el paradigma positivista de las ciencias naturales, por todo tipo de
razones política e históricamente explicables y comprensibles, nos han
acostumbrado a abordar las realidades de la vida de los seres humanos en
categorías estandarizadas, construidas en una concepción cartesiana del
objeto. Al hacer esto, muchos de nosotros perdemos la capacidad de expresar
las otras dimensiones no racionales del ser-en-el-mundo y, lo que es más
grave, a veces nos distanciamos de estas dimensiones que no son valoradas en
los lugares sociales que son nuestros, porque también tenemos, de vez en
cuando, la convicción de que estas dimensiones son residuos lamentables de
épocas históricas anteriores (JOSSO, 2004, p. 265-266, nuestra traducción).
De esta manera, las narrativas autobiográficas permiten al sujeto reconectar "la razón
(sujeto epistémico) y la emoción (sujeto empírico), separadas por las dicotomías tradicionales:
sujeto/objeto, razón/emoción, teoría/práctica" (PASSEGGI, 2016, p. 310, nuestra traducción).
La "colcha de retazos" es capaz de romper con la fragmentación del sujeto,
constituyendo el sujeto autobiográfico, porque reflexiona sobre mismo y sobre la producción
de su narrativa.
“Colcha de Retazos”: La estética del yo en la narrativa pictográfica en el paradigma plural singular
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 10
[...] El sujeto, en todas las fases de la vida, se apropia de instrumentos
semióticos (lenguaje, gráfica, dibujo, gestos, imágenes, etc.) para contar sus
experiencias en forma de narración autobiográfica que hasta entonces no
existía. Y en este proceso de biografía, la persona que narra, aunque no puede
cambiar los acontecimientos, puede reinterpretarlos dentro de una nueva
trama, reinventándose con él (PASSEGGI; SOUZA, 2016, p. 8, nuestra
traducción).
El dispositivo es capaz de contemplar numerosos lenguajes y posibilidades para que el
sujeto se exprese y construya su narrativa autobiográfica, como podemos ver en la siguiente
tabla resumen.
Tabla 1 Las dimensiones de la "Colcha de "
Fuente: Adaptado de Oliveira (2022, p. 105)
Es importante aclarar que no todos los pasos y estrategias se realizan de manera lineal
o en su totalidad, siempre dependerá de las condiciones y objetivos del uso del dispositivo. El
proceso de construcción de narrativas puede tener lugar en un entorno sico, como un aula, por
ejemplo, o incluso en un entorno virtual, como se llevó a cabo en el Grupo de Investigación
durante el periodo de la pandemia de Covid-19 (2020 y 2021), lo que demuestra la versatilidad
del dispositivo "Colcha de Retazos" y su amplia posibilidad de adaptarse a diferentes contextos
y escenarios. Ciertas etapas se realizan de manera individual, como la construcción del Marco
"Línea de la vida" y la narrativa fílmica, sin embargo, algunas se realizan obligatoriamente en
lo colectivo, como la narración oral y la costura de los parches, ya sea de manera presencial o
virtual.
Narrativa escrita
Narrativa pictográfica
Narración oral
1º etapa
Describa tres escenas notables
de su experiencia en la
enseñanza media/educación
superior.
Buscar imágenes y metáforas
en los relatos escritos para la
confección de la solapa y
ensamblar su narrativa
imaginariamente
Cuente su historia y escuche
la historia del otro
2º etapa
Elaboración de la mesa "Línea
de la vida”. Mapeo de
momentos cruciales
Registros fotográficos
realizados después de la
exposición de la colcha
terminada
Costura colectiva de los
retazos
3º etapa
Mira la película Colcha de
Retazos, busca metáforas
significativas de la historia de
su vida, componiendo así el
escenario de la narrativa
fílmica
Apreciación estética de la
obra " Colcha de Retazos",
impresiones y discusiones
sobre la construcción
colectiva
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO y Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 11
Vale la pena señalar que estas narraciones autobiográficas escritas, orales y
pictográficas, entendidas aquí como productos finales de la "Colcha de retazos", pueden tener
diferentes propósitos. Uno de ellos es el objetivo formativo que proporciona el proceso
reflexivo, tanto en la formación inicial y continua de los docentes, como en la formación de
gestores e investigadores educativos, para que todos puedan reconocer mo su trayectoria
influye e incluso determina su trabajo diario y sus decisiones futuras. Cuando consideramos el
dispositivo como un medio de investigación de un determinado tema investigado, produce los
objetos de estudio a analizar.
Entendemos que algunas etapas y estrategias que constituyen el dispositivo formativo e
investigativo " Colcha de Retazos" logran ampliar las posibilidades en la elaboración de
narrativas autobiográficas. Josso (2004) señala un límite en el proceso de construcción de
narrativas de vida, cuando a los sujetos les cuesta ver los momentos de sus trayectorias que
provocaron la transformación de sus vidas, y para este proceso de toma de conciencia es
necesario tener algunas indagaciones sistemáticas con el fin de promover reflexiones.
En este sentido, la propuesta del dispositivo " Colcha de Retazos" con las preguntas
sobre las escenas destacables en la trayectoria escolar/académica de los participantes y cómo
fueron las relaciones con el conocimiento y con los docentes, ya sean autoría o sumisión,
cumple este rol, dirigiendo el enfoque de cada sujeto a repensar mo estas experiencias aún
tienen poder en sus elecciones como docente.
Este proceso de reflexión está marcado por momentos de elección de q revelar o no
en la producción de la narrativa autobiográfica, lo que promueve un movimiento de autonomía
del sujeto, en el que éste decide, porque como señala Freire (2023, p. 105, nuestra traducción):
Nadie es autónomo primero y luego decide. La autonomía se constituye en la
experiencia de varias, innumerables decisiones que se toman. [...] La
autonomía, como maduración del ser para uno mismo, es un proceso, es un
devenir. No se lleva a cabo en una fecha programada. Es en este sentido que
una pedagogía de la autonomía debe estar centrada en experiencias que
estimulen la decisión y la responsabilidad, es decir, en experiencias que
respeten la libertad.
De esta manera, podemos percibir mo el dispositivo crea condiciones para la
promoción de experiencias estéticas que dan la oportunidad a los sujetos de percibirse a
mismos como autores y protagonistas de sus historias de vida.
Además, el participante se vuelve capaz de comprender que su proceso de formación es
continuo y no tiene fin, porque está compuesto por todo lo que ha vivido, estudiado y todo lo
que aún vivirá. Sólo así el sujeto puede alimentar la esperanza y convertirla en su apoyo.
“Colcha de Retazos”: La estética del yo en la narrativa pictográfica en el paradigma plural singular
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 12
La conciencia del mundo y la conciencia de mismo como ser inacabado
inscriben necesariamente al ser consciente de su incompletitud en un
movimiento permanente de búsqueda. [...] Es también en la inconclusividad
de la que tomamos conciencia y que nos inserta en el movimiento permanente
de búsqueda que se funda la esperanza (FREIRE, 2023, p. 57, nuestra
traducción).
Otra estrategia presente en el dispositivo " Colcha de Retazos" es la construcción del
Marco "Línea de la vida", compuesto por momentos cruciales, concebidos por Josso (2004)
como aquellos que promueven grandes transformaciones en la forma de ser y pensar del sujeto.
La bisagra es una bisagra que, en el contexto de las narrativas de vida, puede entenderse como
el momento que divide y articula las diferentes fases de la vida.
Una estrategia muy atractiva del dispositivo es la narrativa fílmica, cuando los
participantes ven la película Colcha de Retazos (How to make an American quilt, dirigida por
Mocelin Moorhouse, EE.UU., 1995), cuya narrativa trae recuerdos con metáforas significativas
para cada ocasión vivida, tales como: "las fresas significan seducción, el viento parece señalar
tiempos de transformación, buceo, movimientos y fuentes formativas; la colcha, la armonía y
riqueza de los diferentes retazos y la singularidad de los procesos creativos"
(BERKENBROCK-ROSITO, 2009, p. 495-496, nuestra traducción).
Entendemos que esta estrategia es un diferencial en el dispositivo " Colcha de Retazos"
porque trae un disparador para la reflexión, una obra de arte, que se puede adaptar a cada
contexto, ya sea con música, la observación de una imagen o la lectura de un poema. Es
importante destacar este como uno de los momentos ricos y diferenciados de interacción si lo
comparamos con otros procesos de construccn de narrativas autobiográficas, ya que conducen
al sujeto a una experiencia estética, equilibrando la razón y la sensibilidad en la interpretación
de lo que ve, oye o lee.
Es fundamental considerar el poder que tiene el dispositivo para ser utilizado como
instrumento de investigación, debido a su poder investigativo, que promueve una mayor
apertura de los participantes y proporciona numerosos datos para ser interpretados, más allá de
una entrevista o un cuestionario. Cuando el grupo de investigación Berkenbrock-Rosito es
objeto de estudio, las narrativas autobiográficas son analizadas desde una perspectiva
hermenéutica.
La acción de narrar implica, al mismo tiempo, un proceso (la narración) y un
producto resultante de ella (la narración). En la narración, el narrador se
apropia del lenguaje en el acto de enunciación. Al hacerlo, desarrolla
simultáneamente un trabajo hermenéutico, interpretativo para dar sentido a las
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO y Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 13
experiencias narradas, y un trabajo de textualización, a través del cual produce
una narración, organizando los acontecimientos en forma de trama, una
historia con un principio, un nudo y un final (PASSEGGI, 2016, p. 306,
nuestra traducción).
De esta manera, quienes pretendan comprender estarán expuestos a una confusión
promovida por sus opiniones previas sobre lo que buscan aprehender, señala Gadamer (2000).
Así, el conocimiento de la experiencia se constituye desde el lugar del otro, en el juego de estas
experiencias vividas: "el conocimiento generado por la experiencia hermenéutica abarca a las
personas mismas, su historia, sus saberes previos, sus prejuicios y sus expectativas"
(GADAMER, 2000, p. 42, nuestra traducción).
Este proceso de análisis y comprensión desde la perspectiva de la Hermenéutica
Filosófica de Gadamer (2000) posibilita una interpretación contextualizada, al reconocer y
privilegiar el discurso de los sujetos, lo que crea un sentido a la palabra hablada, esta
comprensión del pensamiento del otro y del mundo, y en consecuencia la comprensión de
mismo. Por lo tanto, "comprender significa que puedo pensar y ponderar lo que piensa el otro.
[...] La comprensión no es, por tanto, una dominación de lo que tenemos delante, del otro y, en
general, del mundo objetivo" (GADAMER, 2000, p. 23, nuestra traducción).
Esta comprensión presupone despojarse de las historias y conceptos ya establecidos para
ver y percibir la situación desde otro lugar. El camino para entender las historias narradas es
desde la palabra hasta el concepto, pues como aclara el autor:
El camino va "de la palabra al concepto", pero necesitamos ir del concepto a
la palabra si queremos llegar al otro. Sólo de esta manera obtenemos una
comprensión racional de los demás. Sólo así tenemos la posibilidad de
retirarnos de nosotros mismos, para permitir que el otro sea válido. Creo en
dejarse absorber por algo, para que en ello uno se olvide de sí mismo
(GADAMER, 2000, p. 25, nuestra traducción).
Desde la perspectiva de Gadamer (2000), todo lo que se puede conocer es el lenguaje.
El mundo, sin lenguaje, carecería de sentido a las cosas vistas y percibidas empíricamente. Este
proceso de comprensión se compone de movimientos que van de la parte al todo y a la parte y
al todo, de formas sucesivas, hasta llegar a la totalidad del objeto que se aprecia.
“Colcha de Retazos”: La estética del yo en la narrativa pictográfica en el paradigma plural singular
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 14
Narrativa autobiográfica pictográfica: una estética del pensamiento en movimiento
El aspecto que hace que el " Colcha de Retazos" sea tan peculiar y especial es la
elaboración de los retazos, la construcción material del edredón, uniendo las partes en el todo.
Este proceso lúdico de realización de la solapa permite al participante volver a su infancia,
jugando con objetos y constituyendo imágenes.
En este contexto formativo, es fundamental valorar las imágenes, sobre todo si
consideramos la cultura en la que estamos insertos, que utiliza imágenes, pero que realmente,
como señala Hillman (1997, p. 119, nuestra traducción): "sigue sin pensar en las imágenes. Los
vemos, vamos al cine, vemos imágenes y leemos poesía, pero nuestro pensamiento sigue siendo
científico, explicativo y plano".
Las imágenes son interposiciones entre el ser humano y su entorno. Esta
afinidad en la mediación se ocupa de los más variados tipos de figuras:
logotipos, iconografías, marcas de productos, entre otros, y están presentes en
la vida cotidiana y subyacen a las diversas relaciones técnicas y tecnológicas,
y los factores culturales y geográficos contribuyen a la asimilación y absorción
de la percepción humana con imágenes (MORO, 2016, p. 167, nuestra
traducción).
Esta forma de concebir la comunicación y la importancia de las imágenes debe ser
considerada a la hora de trabajar con las historias de vida de docentes, estudiantes, gestores e
investigadores, ya que tratamos las narrativas como documentos históricos que nos permiten
indagar en aspectos significativos, con el fin de ampliar la comprensión de la formación de
docentes y profesionales de otras áreas.
Cuando son analizados por las culturas contemporáneas, los decorados
gráficos pueden tener el poder de la resignificación donde el tema de la
pictografía entra en cuestiones socioculturales del espectador, y su
identificación crea otro significado. Los cambios pueden ser caracterizados y
apreciados de diferentes maneras por diferentes culturas, identificando en los
elementos representados significados completamente nuevos. Un ejemplo
contemporáneo es el emoticono (un acrónimo de las palabras inglesas emotion
e icon). El emoticono, muy utilizado para la comunicación de textos en medios
electrónicos, se utiliza para expresar la intención en un formato gráfico
insertado muchas veces en el contexto de un texto escrito (MORO, 2016, p.
47, nuestra traducción).
Los primeros escritos conocidos fueron pictográficos, lo que demuestra el valor
primordial de la imagen en la percepción y comunicación humana. Este modo de escritura no
representaba el lenguaje verbal, sino que traía objetos, figuras e ideas, independientemente de
la lógica temporal del discurso. Los pictogramas no establecían una relación con el lenguaje
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO y Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 15
fonético, eran bocetos de la realidad, que nos permitían reconocer lo que se representaba
(MORO, 2016).
La pictografía es un elemento de comunicación que se diferencia de las formas
textuales, ya que es capaz de conferir múltiples interpretaciones dependiendo
de la forma en que la persona lo lea. El lector también está dentro de una
cultura y es influenciado por ella llegando al campo interpretativo (MORO,
2016, p. 166, nuestra traducción).
En este contexto, la narrativa autobiográfica pictográfica logra rescatar los medios de
comunicación más primitivos y llevar a un proceso formativo/investigativo una forma de
expresión ampliamente utilizada también en la vida cotidiana digital de los sujetos, como es el
caso hoy de los emoticonos y emojis tan utilizados en las redes sociales.
La imagen, cuando se representa, por muy concreta que parezca, no es todavía
el objeto real en mismo. Es común identificar una imagen como un elemento
que se representa, pero, desde el momento en que se conciben, son solo
idealizaciones de algo que se pretende crear en la mente de quien las observa.
Tienen el poder de informar y modificar entornos, complementar historias,
lugares y crear pensamientos (MORO, 2016, p. 50, nuestra traducción).
Así, en la etapa de elaboración de la narrativa pictográfica, los participantes buscan
encontrar imágenes y metáforas en la narrativa escrita para componer con todos los
participantes un producto final único. Esta transposicn requiere creatividad y apertura por
parte del participante para que sea capaz de representar su narrativa a través de imágenes,
formas, colores y otros elementos, elaborando la solapa a partir de la escritura.
Perissé (2004) revela que la escritura es "un esfuerzo de creación, una aventura, un
proceso de elaboración del caos, una evolución desde el borrador hasta la formulación más
perfecta posible" (PERISSÉ, 2004, p. 80, nuestra traducción). La escritura del discurso
narrativo por parte de los estudiantes es un proceso de creación; La escritura conduce a una
squeda profunda de sus experiencias vitales y produce una reflexión sobre ellas. Este
movimiento también revela un lugar de apropiacn para estos sujetos, que narran sus
experiencias y descubrimientos y, en la medida en que se sumergen en este discurso teórico,
pueden ver el desencadenamiento de una nueva autoconciencia.
Si el momento de la escritura ya es tan complejo, engendrar la narrativa pictográfica a
partir de él es también una invitación al participante adulto a involucrarse con diversos
materiales (telas, cuentas, pinturas, hilo, aguja, pegamento, lentejuelas) para construir
imaginariamente su narrativa de vida. En este proceso, las elecciones y decisiones son aún más
“Colcha de Retazos”: La estética del yo en la narrativa pictográfica en el paradigma plural singular
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 16
importantes debido a la delimitación del espacio, el tamaño de una hoja de papel A4 y el desafío
de traducir su trayectoria en algunos elementos (imágenes, colores, líneas, formas, texturas).
Figura 3 – Colcha de retazos lista para la tasación
Fuente: Colección Berkenbrock-Rosito
Normalmente, este es un momento llevado a cabo individualmente, incluso por la
reflexión que el sujeto necesita tener consigo mismo, en los momentos de decisión de qué
exhibir, qué materiales utilizar y cómo transponer su metáfora a una imagen, ya que es un
momento de creación. Se trata de un momento singular que constituirá lo colectivo en la
narración oral.
En estos momentos, nos damos cuenta de que los recuerdos no son solo nuestros, sino
que están compuestos por cuestiones universales de la humanidad en un contexto determinado,
es decir, los participantes del dispositivo se dan cuenta de que están insertos en muchas
situaciones similares a las de sus colegas.
Durante la costura de los parches confeccionados, se produce la narración oral, cuando
los participantes en círculo cuentan a sus colegas sus historias de vida, con momentos de
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO y Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 17
escucha y acogida del otro, estableciendo nuevas relaciones del paradigma singular/plural o
individual/colectivo, ya que el sujeto también comienza a verse a mismo en la historia narrada
por el otro. Al fin y al cabo, "escuchar [...] significa la disponibilidad permanente por parte del
sujeto que escucha para estar abierto al discurso del otro, al gesto del otro, a las diferencias del
otro" (FREIRE, 2023, p. 117, nuestra traducción).
Figura 4 – Momento de la narración oral
Fuente: Colección Berkenbrock-Rosito
En este contexto, la narración oral actúa como mediadora entre la narrativa pictográfica
y la escrita, hilvanando las historias reveladas por cada participante. Es interesante notar que
las narrativas traídas terminan originándose dentro de la clase apoyándose mutuamente, es
decir, si hay más relatos de recuerdos tristes y sufrimientos, el grupo generalmente seguirá esta
misma línea temática.
La historia del comercio habla de la experiencia de cada participante como productor de
conocimiento en los procesos formativos, que ha sido ignorado en nombre de una educación
lista para el consumo. Al reflexionar sobre su experiencia, el profesor/investigador/gestor tiene
la posibilidad de dejar de ser un mero receptor neutral para convertirse en actor de su propia
historia: la experiencia proporciona al sujeto la conciencia de que no lo está históricamente
determinado, sino que también hace historia.
Es el momento en que lo singular y lo plural se encuentran y conforman una nueva
posibilidad de comprensión: la colcha cosida con las producciones de cada participante,
“Colcha de Retazos”: La estética del yo en la narrativa pictográfica en el paradigma plural singular
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 18
derivadas de valiosas experiencias estéticas que promovieron un amplio proceso reflexivo. La
"colcha de retazos" puede concebirse aquí como el fruto de reflexiones materializadas en
narraciones autobiográficas escritas, orales y pictográficas.
Figura 5 – Costura de la colcha
Fuente: Colección Berkenbrock-Rosito
En este escenario, tenemos a la Estética y a la Hermenéutica unidas, ya que vemos las
partes, es decir, los parches, constituidos por las narrativas pictográficas de cada participante,
construyendo una nueva imagen: el todo. Esta relación entre el todo y las partes es un concepto
que Gadamer (2000) profundiza, de la misma manera que Schiller (2017) observa al hombre
como fragmentado, pero uniendo sus partes (racional y sensible) en el impulso lúdico.
Así, pudimos comprender el proceso formativo de los participantes de manera
individual, marcado por experiencias singulares, además de aprehender significados del
contexto general que formó a estos profesionales, con preguntas que iban s allá de las
experiencias de todos, lo que genera identificación y amplía aún más el conocimiento de
mismo y del mundo.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO y Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 19
Figura 6 – Disposición de la "colcha de retazos"
Fuente: Colección Berkenbrock-Rosito
Figura 7 – Elaboración colectiva de la "Colcha de Retazos"
Fuente: Colección Berkenbrock-Rosito
El arte, en los momentos formativos, en esta obra representada por el arte de la escritura,
el cine, la oralidad, la costura del retazo (que, en la medida en que actúa sobre los sentidos
humanos, provoca sentimientos), equivale a un elemento educador. Permite a los sujetos
aprehender el mundo, conocer los matices de la vida cotidiana, las experiencias, incorporando
significados que forman parte de la vida misma.
La Educación Estética, en los procesos narrativos, presenta como valor estético el
desarrollo de la autoría, autonomía y emancipación del docente, investigador y gestor
“Colcha de Retazos”: La estética del yo en la narrativa pictográfica en el paradigma plural singular
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 20
educativo. La comprensión del lugar de la Educación Estética considera las emociones, lo
sensible como cuestión epistemológica en los procesos narrativos de los sujetos.
La experiencia formativa, de la que se ocupan Adorno (2020) y Freire (2023), apunta a
la posibilidad de la autonomía del sujeto, dando soporte a la formacn (Construcción),
momento en el que el sujeto deja de ser solo un consumidor de teorías para convertirse en un
constructor de nuevos conocimientos. Adorno (2020) considera, sin embargo, que, en el
contexto de la masificación, el arte se encuentra en un estado de parálisis. La propia autonomía
del arte se vuelve en su contra, ya que pasa al reino de las mercancías y sirve como vehículo
ideológico para el poder social. Aun así, el arte puede ser un elemento que conduzca
indiscutiblemente a la emancipación. Por lo tanto, debe estar interconectada con la educación,
ya que conduce a la conciencia crítica (ADORNO, 2021).
Costuras estéticas: qué elementos acercan la razón y la emoción
La costura a mano es una técnica útil y olvidada en los espacios de formación. La
elaboración de la colcha hace uso de lacnica de costura para tejer las narrativas poéticas en
diversos tejidos. En cada solapa hay huellas, marcas de experiencias que entrelazan el tejido de
ser docente e investigador.
En la costura colectiva de los remiendos, en la que cada solapa se cose formando la
"Colcha de retazos", las manos cosen y/o aprenden el arte del diálogo, sobre todo, las
narraciones proporcionan una forma de sentir y sentir, sin comprender en un primer momento,
el arrebato y la posibilidad de este entendimiento en otro momento, o al menos parte de él.
Aprender a leer este arrebato, aunque a uno no le guste, desarrolla la imaginación, la
inteligencia, la creatividad, la conciencia crítica y, sobre todo, la sensación epifánica que nos
sucede en nuestra vida cotidiana, indicando huellas de nuestra subjetividad e identidad.
En el proceso del dispositivo formativo, a partir de la propuesta de la materialización de
las narraciones escritas en retazos, desps de escribir, los participantes ensamblan la imagen
representativa de su historia en el retazo, en medio del proceso de creación: rompen el espacio
del papel creando las más diversas composiciones, con costuras, hilvanados, bordados,
ampliando el sentido de líneas y colores, yendo más allá de la palabra escrita y oral.
También rompen con el paradigma de reproducción de una industria cultural que
aprisiona a los sujetos como meros consumidores, extinguiendo su poder creativo y autoral.
Esto ocurre cuando el participante narra sobre los diferentes espacios y tiempos de trayectorias
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO y Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 21
singulares tejidas en el colectivo, teniendo en cuenta la creatividad, las sensibilidades y las
sensaciones. Los diversos modos expresivos intensifican la apertura de los sentidos y articulan
lo que no se puede separar, lo sensible y lo inteligible, activando la cognición y el afecto,
movilizando la razón y la sensibilidad.
Cabe destacar también que la "Colcha de Retazos" combina en una misma imagen varias
formas de percibir la trayectoria formativa constituida en el tiempo y el espacio. De hecho, no
se pueden percibir, al mismo tiempo, todas las visiones posibles de un acontecimiento, de un
recuerdo, de un recuerdo; Uno debe, como artista, hacer un esfuerzo por imaginar otras
perspectivas, o las perspectivas de los demás.
Los modos de narración (escrito, oral y pictográfico) son también modos de ser. Cuando
la obra autobiográfica se abre a ejercicios narrativos que recurren al arte y a la creación literaria,
la escritura del yo trasciende la emoción de sentirse inteligente, pero conduce al narrador al
placer estético. Se instruye a los participantes para que observen detalles, contrastes,
movimientos, colores, olores, sabores, sonidos, así como para que recojan retazos, tomen
fotografías, pensando ya en cómo presentar el resultado de sus narrativas.
Estos modos de narración abren la puerta a los estudios interpretativos, a la percepción
y a la comprensión del aprendizaje de la estética. Finalmente, se propone que las narrativas que
se tejen en los escritos y relatos a través de materialidades expresivas desencadenan procesos
de construcción de otros saberes, dando visibilidad a la trama que entrelaza la historia personal,
escolar y profesional.
REFERENCIAS
ADORNO, T. W. Indústria Cultural. São Paulo: Editora Unesp, 2020.
ADORNO, T. W. Educação e Emancipação. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2021.
BERKENBROCK-ROSITO, M. M. Colcha de Retalhos: história de vida e imaginário na
formação. Revista do Centro de Educação, Santa Maria, v. 34, n. 3, p. 487-500, 2009. DOI:
10.5902/19846444. Disponible en: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/1610.
Acceso en: 08 oct. 2023.
DELORY-MOMBERGER, C. Formação e socialização: os ateliês biográficos de projetos.
Educação e Pesquisa, v. 32, n. 2, p. 359-371, maio/ago. 2006. DOI: 10.1590/S1517-
97022006000200011. Disponible en:
https://www.scielo.br/j/ep/a/GxgXTXCCBkYzdHzbMrbbkpM/?lang=pt. Acceso en: 08 oct.
2023.
“Colcha de Retazos”: La estética del yo en la narrativa pictográfica en el paradigma plural singular
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 22
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo,
Paz e Terra, 2023.
GADAMER, H. G. Verdade e método. Tradução: Flávio Paulo Meurer. Petrópolis: Vozes,
2000.
HILLMAN, J. An inquiry of image. Connecticut: Spring, 1997.
JOLY, M. Introdução à análise da imagem. 14. ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.
JOSSO, M. C. Experiência de vida e formação. São Paulo: Cortez, 2004.
JOSSO, M. C. Caminhar para si. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.
MORO, G. H. M. Pictograma e pictografia: objeto, representação e conceito. Orientadora:
Luciana Martha Silveira. 2016. 177 f. Tese (Doutorado em Tecnologia) – Programa de Pós-
Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, PR, 2016.
OLIVEIRA, A. C. M. A. Visualidade, entre significação sensível e inteligível. Educação e
Realidade, v. 30, n. 2. p. 107-122, jul./dez. 2005. ISSN 0100-3143. Disponible en:
https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/12418. Acceso en: 08 oct.
2023.
OLIVEIRA, K. M. Experncia estética e narrativas (auto) biográficas: uma urdidura da
autonomia e submissão tramada de medo e ousadia na tecedura da “Colcha de Retalhos”.
Orientadora: Margaréte May Berkenbrock-Rosito. 2022. 283 f. Dissertação (Mestrado
Acadêmico em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Cidade
de São Paulo, São Paulo, SP, 2022.
PASSEGGI, M. C. A pesquisa (auto)biográfica: por uma hermenêutica descolonizadora.
Coisas do Gênero, São Leopoldo. v. 2, n. 2, p. 302-314, ago./dez. 2016. ISSN 2447-2654.
Disponible en: http://revistas.est.edu.br/index.php/genero/article/view/457. Acceso en: 08 oct.
2023.
PASSEGGI, M. C.; SOUZA, E. C. Movimento (Auto)Biográfico no Brasil: Esboço de suas
Configurações no Campo Educacional. Investigacion Cualitativa, Urbana, Illinois, v. 2, n. 1,
p. 6-26, 2016. DOI: 10.23935/2016/01032. Disponible en:
https://www.researchgate.net/publication/317673701. Acceso en: 08 oct. 2023.
PERISSÉ, G. Ler, Pensar e Escrever. 4. ed. São Paulo: Arte e Ciência, 2004.
SANTOS, L. R. Educação Estética, a dimensão esquecida. In: SANTOS, L. R. dos. Educação
Estética e utopia política. Lisboa: Edições Colibri, 1995.
SCHILLER, F. A educação estética do homem numa série de cartas. São Paulo:
Iluminuras, 2017.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO y Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 23
CRediT Author Statement
Reconocimientos: No aplicable.
Financiación: No aplicable.
Conflictos de intereses: No hay conflictos de intereses.
Aprobación ética: No hubo necesidad de un Comité de Ética.
Disponibilidad de datos y materiales: No hay datos ni materiales, ya que se trata de un
artículo conceptual.
Contribuciones de los autores: Margaréte May Berkenbrock-Rosito contribuyó con los
conceptos de Educación Estética, así como con los pasos involucrados en la construcción
del dispositivo formativo e investigativo "Colcha de Retalhos". Maria Thais Fernandes
contribuiu com a definição de narrativa autobiográfica pictográfica.
Procesamiento y edicn: Editora Iberoamericana de Educación - EIAE.
Corrección, formateo, normalización y traducción.
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 1
PATCHWORK QUILT: THE AESTHETICS OF THE SELF IN THE
PICTOGRAPHIC NARRATIVE IN THE SINGULAR PLURAL PARADIGM
“COLCHA DE RETALHOS”: A ESTÉTICA DE SI NA NARRATIVA PICTOGRÁFICA
NO PARADIGMA SINGULAR PLURAL
COLCHA DE RETAZOS: LA ESTÉTICA DEL YO EN LA NARRATIVA
PICTOGRÁFICA EN EL PARADIGMA PLURAL SINGULAR
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO1
e-mail: margaretemay@uol.com.br
Maria Thais FERNANDES2
e-mail: mariathaisprof@gmail.com
How to reference this article:
BERKENBROCK-ROSITO, M. M.; FERNANDES, M. T.
Patchwork Quilt: The aesthetics of the self in the pictographic
narrative in the singular plural paradigm. Revista Ibero-
Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00,
e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587. DOI:
https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836
| Submitted: 10/07/2023
| Revisions required: 25/08/2023
| Approved: 16/10/2023
| Published: 26/12/2023
Editor:
Prof. Dr. José Luís Bizelli
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
University of the City of São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brazil. Professor of the Postgraduate Doctorate
and Master's Program in Education; Professional Master's Degree Educational Manager Training at the City
University of São Paulo. He is leader of the Aesthetic Education, Training and Narratives Research Group,
registered with CNPq. Researcher International Center for Studies in Social Representations Education (CIERS-
ed ). Editor of @mbienteeducão Journal, from the City University of São Paulo.
2
University of the City of São Paulo (UNICID), São Paulo SP Brazil. Master's student of the Postgraduate
Master's Program in Education. Pedagogical Coordinator at the São Paulo Municipal Education Network.
Patchwork Quilt: The aesthetics of the self in the pictographic narrative in the singular plural paradigm
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 2
ABSTRACT: The work aims to understand the meaning of the aesthetic dimension in the
autobiographical narratives of the participants of the formative and investigative device "Quilt
of Patches" and to start the construction of the concept of pictographic autobiographical
narrative. Schiller's (2017) concept of aesthetics is adopted; by Adorno (2021), that of
emancipation; Josso (2004), autobiographical narratives; of Freire (2023), that of autonomy,
and we rely on Moro (2016), when addressing pictography. The interpretation of the narratives,
under the hermeneutic approach, anchored in Gadamer (2000), presents a contribution to the
practice of aesthetic training of teachers, researchers and managers, aiming at the perception of
the constitution of their identity through the subjective experiences materialized in the
narratives. Inserted in a culture permeated by images, by materializing their narrative in retail,
rescuing the beginnings of human communication, participants can break with the paradigm of
reproduction of a cultural industry, in order to experience its creative and authorial power.
KEYWORDS: Aesthetic Education. Training. Pictographic Autobiographical Narratives.
RESUMO: O trabalho tem como objetivo compreender o sentido da dimensão estética nas
narrativas autobiográficas dos participantes do dispositivo formativo e investigativo “Colcha
de Retalhose iniciar a construção do conceito de narrativa autobiográfica pictográfica.
Adota-se o conceito de estética de Schiller (2017); de Adorno (2021), o de emancipão; de
Josso (2004), narrativas autobiogficas; de Freire (2023), o de autonomia, e apoiamo-nos em
Moro (2016), ao abordar pictografia. A interpretação das narrativas, sob o enfoque
hermenêutico, ancorada em Gadamer (2000), apresenta uma contribuição para a prática de
formação estética dos professores, pesquisadores e gestores, visando à percepção da
constituição de sua identidade por meio das experiências subjetivas materializadas nas
narrativas. Inseridos numa cultura permeada por imagens, ao materializar sua narrativa no
retalho, resgatando os primórdios da comunicação humana, os participantes podem romper
com o paradigma de reprodução de uma indústria cultural, para assim experimentarem seu
poder criador e autoral.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Estética. Formação. Narrativas Autobiográficas
Pictográficas.
RESUMEN: Este trabajo tiene como objetivo comprender el significado de la dimensión
estética en las narrativas autobiográficas de los participantes del dispositivo formativo e
investigativo "Colcha de retazos" e iniciar la construcción del concepto de narrativa
autobiográfica pictográfica. Se adopta el concepto de estética de Schiller (2017); de Adorno
(2021), la de la emancipación; Josso (2004), narraciones autobiográficas; de Freire (2023), el
de la autonomía, y nos apoyamos en Moro (2016), al abordar la pictografía. La interpretación
de las narrativas, bajo el enfoque hermenéutico, anclado en Gadamer (2000), presenta un
aporte a la práctica de la formación estética de docentes, investigadores y gestores, apuntando
a la percepción de la constitución de su identidad a través de las experiencias subjetivas
materializadas en las narrativas. Insertos en una cultura permeada por imágenes, al
materializar su narrativa en el retazo, rescatando los inicios de la comunicación humana, los
participantes pueden romper con el paradigma de reproducción de una industria cultural, para
experimentar su poder creativo y autoral.
PALABRAS CLAVE: Educación Estética. Formación. Narrativas Autobiográficas
Pictográficas.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 3
Introduction
This article aims to understand the meaning of the aesthetic dimension in the training
and investigative device “Patchwork Quilt”, a methodology and epistemology developed by
Berkenbrock-Rosito from 2001, as a proposal for teacher training (initial and continued),
researcher and the school manager, through autobiographical narratives in their written,
pictographic and oral dimensions, within the singular plural paradigm approach, within the
scope of research-training, theoretically based on Josso (2010). Furthermore, the article
encourages us to think about a concept under construction, namely, the pictographic
autobiographical narrative, glimpsing its originality and its strength in representing the
subjective constitution of people in the act of narrating the aesthetic experience as a formative
nucleus of the contexts in which personal and professional development occurs.
We observed a gap in research regarding the understanding of the images brought in the
quilt scraps in the research group “Aesthetic Education, Training and Narratives”, at the
University of the City of São Paulo (UNICID), registered with CNPq. Few works focus on this
process of investigation and analysis, in order to grasp the senses and meanings present there.
When we leave aside the richness of images constructed in the patchwork, which weave
the history and experiences of the subjects and make up the “Patchwork Quilt” device, we lose
the possibility of establishing an approximation, a dialogue, in order to constitute a convergence
between poles contraries, such as concept and image, singular and plural, individual and
collective, as well as sensitivity and reason, the main focus of Aesthetic Education. We
understand that all these representations bring an infinite number of means and possibilities
when we present a diversity of forms of expression.
The primordial meaning of the word image, according to Joly (2012), is everything that
is communicated through the visible, which requires a process of representation, which passes
through certain particular laws and socio-historical conventions. Thus, the image's primary
focus is communication, and may be similar to or confused with what it represents. The author
explains that, because it is imitation, it can educate or deceive. When it is a reflex, it can lead
to knowledge, by establishing relationships and interactions that produce meaning and meaning.
These reflective processes, which occur during the aesthetic experiences promoted
throughout participation in the “Quilt of Patches”, are extremely valuable for the path that leads
to the awareness of participants, in movements that reveal like and dislike regarding their life
experiences, present in written, oral and pictographic narratives. Our focus, in this study, is the
pictographic narratives, the stories woven in the form of images in the patches that form the
Patchwork Quilt: The aesthetics of the self in the pictographic narrative in the singular plural paradigm
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 4
“Patchwork Quilt”, since we need to consider that we are immersed in a diverse and broad
visual universe, whose language characterizes It is one of the oldest forms of human
communication.
However, we perceive a privilege of verbal language, especially writing, leaving aside,
as Oliveira (2005) highlights, visuality, which plays a fundamental role in understanding
humanity, as it allows an understanding of the world, of being, of the spheres of knowledge and
also of the unknown. In this sense, the “Patchwork Quilt” presents the pictographic narrative as
a possibility for the development of the self, for the subject to understand themselves and the
world.
The process of telling your life story allows the individual to remember the past, identify
the present and make the future more flexible, because when they tell their story, they are able
to understand different aspects that built their trajectory over time. Thus, immersion in
narratives is made up of an exercise of coming and going, selecting what you want to narrate,
what was notable in your story, already practicing your autonomy in this process, when making
decisions about what to narrate and what not to narrate, tell or not tell the group, choose the
colors, textures, images that weave your retail story.
From this perspective, Delory-Momberger (2006) argues that through narrative the
subject is able to perceive themselves as a character in their story, because it is the narrative
that gives a story to the individual's life. Thus, one does not create a life narrative by having a
story, but one only perceives the story when one constructs the narrative.
In this context, the narrator can conceive of himself as a historical subject, an expression
used by Freire (1987), within a vision of Liberating Education, which presupposes dialogue,
exchange with others as the basis for the construction of knowledge. The author argues that
authentic liberation occurs as a process of humanization and can never be deposited ready-made
in men.
The “Patchwork Quilt” device provides individuals, via aesthetics, with the opportunity
to conceive of themselves as a historical subject, and through thinking and rethinking their
history, the possibility of giving new meaning to it and finding the formative processes of their
trajectory is created. Thus, we understand that working with narratives confronts the immobilist
practices of Banking Education, which disfigure beings, treating them as mere reproducers or
simple receivers of knowledge, as Freire (1987) points out.
The process of producing autobiographical narratives, whether constructed with words
(oral or written) and images (pictographic), allows the participant to have the experience of
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 5
choosing what they want to reveal or not, making decisions and selecting situations to be
exposed, experiencing sensations of like and dislike. In this way, all text, whether made up of
words or images, are considered here as autobiographical narratives originating from the
“Patchwork Quilt” device, which can be the object of study for research or contribute to the
training process (initial or continued) of teachers, managers and researchers.
This process of reflection and awareness is permeated by aesthetic experience, which
mobilizes the subject to broaden their horizons, providing opportunities for their liberation from
pre-determined thoughts, which aim to outline society, according to Schiller (2017). The author
presents the potential of Aesthetic Education, after all, through it, individuals can achieve
sensitivity, finding a balance between what is considered rational and what is considered
sensitive. For Schiller (2017), this relationship is a kind of playful game, capable of freeing
man.
This liberation also needs to consider the subject in the face of a society involved by the
cultural industry, a concept developed by Adorno (2020), highlighting how much individuals
are influenced by the media and become beings alienated from the situation in which they find
themselves, mainly because they do not see in this process of alienation and massification.
Adorno (2020) points out that, in this process of massification, individuals are not able
to see themselves as subjects who could think autonomously. The author further explains that
this level of submission makes individuals immobilized and static in the face of the cultural
industry, thinking in a conditioned way, that is, the cultural industry directs their views and
desires in the direction desired by it.
In this context, Schiller (2017) asserts that man is fragmented, without harmony, without
humanity in his nature, constituting himself as mere reproduction. Therefore, it is necessary to
think about an education that encompasses the human being in all its completeness. Santos
(1995) highlights that Schiller demonstrates the urgency of educating the faculty of feeling, that
is, Aesthetic Education, a forgotten dimension that prevents the full and integral formation of
the human being.
Imagery representation is a possible path, from which the senses and meanings that the
subject attributes to the world and to themselves emerge. The human appropriation and
interpretation of experienced phenomena are always reflections of the images that subjects
construct, guided by their senses and ways of knowing. The experience based on learning makes
it possible to perceive that subjectivity is constituted by small encounters that the teacher,
manager and researcher have during their formative journey via aesthetic experience.
Patchwork Quilt: The aesthetics of the self in the pictographic narrative in the singular plural paradigm
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 6
Autobiographical document: how subjectivity is constituted
It is never too much to repeat that “Patchwork Quilt” was a proposal from students of
the Pedagogy Course, during 2001, carried out after watching the film Patchwork Quilt (How
to make an American quilt, directed by Mocelin Moorhouse, USA, 1995) and then taken to the
Postgraduate Program at the Master's and Doctorate level in Education. The device was used to
conclude some subjects taught by Berkenbrock-Rosito in the Pedagogy course, with certain
steps carried out collectively in the classroom and others individually.
The creation of the Patchwork Quilt” occurs through the plot composed of the story of
each participant woven into the patchwork. The plot of this quilt involves all the steps and
strategies of each proposed dimension (written, pictographic and oral). Each stage, each
strategy of the quilt, each narrative dimension that today is constituted and systematized in this
way, since 2001, by Berkenbrock-Rosito, was and is being elaborated based on the criticism
and contributions that the participants and the group of research “Aesthetic Education, Training
and Narratives”, from the University of the City of São Paulo (UNICID), registered with CNPq,
they did and still do. Below we have the records of the exhibition of the “Patchwork Quilt”
device at the VIII International Congress on (Auto)biographical Research (CIPA), 2018, held
in São Paulo.
Figure 1 Patchwork quilt exposed – CIPA 2018
Berkenbrock Collection-Rosito
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 7
Figure 2 Patchwork quilts on display CIPA 2018
Berkenbrock Collection-Rosito
The “Patchwork Quilt” provides different narrative processes: biographical,
autobiographical written, filmic, oral and pictographic narratives as an educational
anthropological phenomenon, research method and as a pedagogical training device.
Furthermore, these systematized elements make it possible to transpose the rationality
present in the production of narratives, as Josso (2004, p. 264, our translation) points out:
Life story narratives use rational and, in most cases, conventional language,
but the narrative and spontaneous interpretation of the life itinerary has an
imaginary dimension, because it is a re-reading of the past from the
perspective of questioning, of projects, of desires and life perspectives
inscribed in the present, past and in projections, more or less conscious of a
near or distant future.
This exercise allows the subject to reflect on past events and understand what was
formative or not in their trajectory. Josso (2010, p. 189, our translation) understands this
reflective process as:
[...] reflective activities, sometimes individual, sometimes collective, which,
in the game of alternations, feed the awareness, not only of what was
formative and at what level it was, but also of the dynamics to which the
subject surrendered or left himself to take. This set of reflective activities also
consists of a knowledge process whose intent is to understand the formation
of the subject and the subject's place in this process.
Patchwork Quilt: The aesthetics of the self in the pictographic narrative in the singular plural paradigm
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 8
We can understand this as a gap in teacher training (initial and continuing), as well as in
the training of researchers or educational managers, often guided by a technical bias, focused
only on the content to be transmitted, disregarding the entire constitution of the
teacher/researcher subject. /manager.
Educational models are a testimony to this dominance of rational thinking to
the detriment of other ways of knowledge [...] this “forgetfulness” of the
dimensions of our humanity helps us to understand the psychosomatic
“discomfortthat we manifest more and more frequently (JOSSO, 2004, p.
266, our translation).
From this perspective, the training and investigative device “Patchwork Quilt manages
to go further, as at its core there is Aesthetic Education. For Schiller (2017), man is broken, at
odds, as he ends up being in a permanent struggle between the rational and the sensitive,
however, he believes that “the path to the intellect needs to be opened by the heart”
(SCHILLER, 2017, p. 46, our translation), in other words, only an education for sensitivity can
build knowledge for life.
Schiller (2017) argues that man is composed of two impulses: the formal, which is allied
to rational nature, and the sensitive, linked to the sensations through which he understands and
perceives the world. For him, establishing the balance between the two impulses is the task of
culture, protecting sensitivity from the interventions of freedom and defending the personality
against the power of sensitivity, preserving the rational. When man achieves balance, he
achieves a full, independent and free existence, having the world within himself and not just
being subjected to multiple phenomena.
In this way, the author highlights that man must feel to be conscious and be conscious
to feel. When you can simultaneously be aware of your freedom and feel the experience, you
have an intuition of humanity. Thus, the impulse in which the formal and the sensitive act
together is playful, in order to harmonize the ideas of reason and make the interest arising from
the senses compatible.
Accordingly, Josso (2004) demonstrates how life story narratives can be this moment of
playful impulse, in which reason and sensitivity can walk together and contribute to teacher
training, that is, the aesthetic experiences promoted in the development of the device
“Patchwork Quilt” fall under this category.
The narratives of life stories that we hear, read and work with their authors
give us access to these dimensions of the sensitive, affective and imaginary,
like so many other colors and musical notes that take shape in the rational plot
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 9
of the narratives. The human sciences, by slavishly imitating the positivist
paradigm of the natural sciences, for all kinds of politically and historically
explainable and understandable reasons, have accustomed us to approaching
the realities of the lives of human beings in standardized categories,
constructed in a Cartesian conception of the cut of the object. By doing this,
many of us lose the ability to express the other non-rational dimensions of
being-in-the-world and, what is even more serious, we sometimes move away
from these non-valued dimensions in the social places that are ours, because
we also have, from time to time, the conviction that these dimensions are
regrettable residues of previous historical eras (JOSSO, 2004, p. 265-266, our
translation).
In this way, autobiographical narratives allow the subject to reconnect reason
(epistemic subject) and emotion (empirical subject), separated by traditional dichotomies:
subject/object, reason/emotion, theory/practice” (PASSEGGI, 2016, p. 310).
The “Patchwork Quilt” is capable of breaking with the fragmentation of the subject,
constituting the autobiographical subject, because it reflects on itself and on the production of
its narrative.
[...] the subject, at all stages of life, appropriates semiotic instruments
(language, graphics, drawing, gestures, images, etc.) to tell his experiences in
the form of an autobiographical narrative which until then did not exist. And
in this process of biographization, the person who narrates, although he cannot
change the events, can reinterpret them within a new plot, reinventing himself
with it (PASSEGGI; SOUZA, 2016, p. 8, our translation).
The device can contemplate countless languages and possibilities for the subject to
express themselves and construct their autobiographical narrative, as we can see in the summary
table below.
Table 1 - The dimensions of the “Patchwork Quilt”
Written narrative
Pictographic narrative
Oral Narrative
1st stage
Describe three memorable
scenes from your experience
in high school/higher
education.
Search for images and
metaphors in written reports
to create the patchwork and
visually assemble your
narrative
Tell your story and listen to
someone else’s story
2nd stage
Preparation of the “Line of
life” chart. Carrying out a
mapping of hinge moments
Photographic records taken
after display of the finished
quilt
Collective sewing of patches
Patchwork Quilt: The aesthetics of the self in the pictographic narrative in the singular plural paradigm
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 10
Source: Adapted from Oliveira (2022, p. 105)
It is important to clarify that not all steps and strategies are carried out linearly or in
their completeness, it will always depend on the conditions and objectives of using the device.
The narrative construction process can take place in a physical environment, such as a
classroom, for example, or even in a virtual environment, as carried out in the Research Group
during the period of the Covid-19 pandemic (2020 and 2021), which which demonstrates the
versatility of the “Patchwork Quilt” device and its wide possibility of adaptation to different
contexts and scenarios. Certain stages are carried out individually, such as the construction of
the Line of Life” painting and the film narrative, however, some are necessarily carried out
collectively, such as the oral narrative and the sewing of patches, whether in person or virtually.
It is worth noting that these written, oral and pictographic autobiographical narratives,
understood here as final products of the Patchwork Quilt”, can have different purposes. One
of them is the formative objective that the reflective process provides, both in the initial and
continued training of teachers, as well as in the training of educational managers and
researchers, so that everyone can recognize how their trajectory influences and even determines
their daily and your future decisions. When we consider the device as a means of investigating
a certain researched topic, it produces the objects of study to be analyzed.
We understand that some steps and strategies that make up the training and investigative
device “Quilt of Patches” can expand the possibilities in the elaboration of autobiographical
narratives. Josso (2004) points out a limit in the process of constructing life narratives, when
subjects find it difficult to see the moments in their trajectories that caused their lives to be
transformed, making it necessary for this awareness process to carry out some systematic
inquiries with the objective to promote reflections.
In this sense, the proposal of the “Patchwork Quilt” device with questions about the
remarkable scenes in the participants' school/academic trajectory and what the relationships
with knowledge and teachers were like, whether authorship or submission, fulfills this role,
directing the focus of each subject to rethink how these experiences still have power in their
choices as a teacher.
3rd stage
Watch the film Quilt, look for
meaningful metaphors from
your life story, thus
composing the stage of the
film narrative
Aesthetic appreciation of the
work “Colcha de Retalhos”,
impressions and discussions
about collective construction
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 11
This process of reflection is marked by moments of choosing what to reveal or not in
the production of the autobiographical narrative, which promotes a movement of autonomy for
the subject, in which he decides, as Freire (2023, p. 105, our translation) points out:
No one is autonomous first and then decides. Autonomy is constituted through
the experience of several, countless decisions that are made. [...] Autonomy,
as the maturation of being for oneself, is a process, it is becoming. It does not
occur on a scheduled date. It is in this sense that a pedagogy of autonomy must
be centered on experiences that stimulate decision-making and responsibility,
that is, on experiences that respect freedom.
In this way, we can see how the device creates conditions for promoting aesthetic
experiences that give subjects the opportunity to see themselves as authors and protagonists of
their life stories.
Furthermore, the participant becomes able to understand that their training process is
continuous and has no end, as it is made up of everything they have experienced, studied and
everything they will experience. Only in this way can the subject feed hope and make it his
support.
The awareness of the world and the awareness of oneself as an unfinished
being necessarily enroll the being aware of its incompleteness in a permanent
movement of search. [...] It is also in the inconclusion that we become aware
and that inserts us into the permanent movement of search that hope is founded
(FREIRE, 2023, p. 57, our translation).
Another strategy present in the Patchwork Quilt” device is the construction of the
“Lifeline Table, composed of pivotal moments, conceived by Josso (2004) as those that
promote major transformations in the subject's way of being and thinking. Hinge is a hinge,
which, in the context of life narratives, can be understood as the moment that divides and
articulates different phases of life.
A very engaging strategy of the device is the filmic narrative, when participants watch
the film Colcha de Retalhos (How to make an American quilt, directed by Mocelin Moorhouse,
USA, 1995), whose narrative brings back memories with meaningful metaphors for each
occasion experienced, such as: “strawberries mean seduction, the wind seems to point to times
of transformation, diving, movements and formative sources; the quilt, the harmony and
richness of the different patches and the singularity of the creative processes
(BERKENBROCK-ROSITO, 2009, p. 495-496, our translation).
We understand that this strategy is a differentiator in the “Patchwork Quilt” device as it
provides a trigger for reflection, a work of art, which can be adapted to each context, whether
Patchwork Quilt: The aesthetics of the self in the pictographic narrative in the singular plural paradigm
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 12
with music, observing an image or reading a poem. It is important to highlight this as one of
the rich and differentiated moments of interaction if we compare it to other processes of
constructing autobiographical narratives, as they lead the subject to an aesthetic experience,
balancing reason and sensitivity in the interpretation of what they see, hear or read.
It is essential to consider the power that the device has to be used as a research
instrument, due to its investigative power, which promotes greater openness among participants
and provides countless data to be interpreted, beyond an interview or a questionnaire. When the
object of study of the Berkenbrock-Rosito research group, autobiographical narratives are
analyzed using a hermeneutic approach.
The action of narrating implies, at the same time, a process (the narration) and
a product resulting from it (the narrative). In narration, the person who tells
appropriates the language in the act of enunciation. In doing so, she
simultaneously develops a hermeneutic, interpretative work to give meaning
to the narrated experiences, and a textualization work, through which she
produces a narrative, organizing the events in the form of a plot, a story with
a beginning, middle and end (PASSEGGI, 2016, p. 306, our translation).
In this way, those who intend to understand will be exposed to confusion promoted by
their previous opinions about what they seek to understand, points out Gadamer (2000). Thus,
the knowledge of experience is constituted from the place of the other, in the game of these
lived experiences: “the knowledge generated by hermeneutic experience embraces the people
themselves, their history, their prior knowledge, their prejudices and their expectations”
(GADAMER, 2000, p. 42).
This process of analysis and understanding in the perspective of Gadamer's
Philosophical Hermeneutics (2000) enables a contextualized interpretation, by recognizing and
privileging the subjects' speech, which creates a meaning to the spoken word, this understanding
of the other's thoughts and the world, and consequently understanding yourself. Therefore,
“understanding means that I can think and consider what the other person thinks. [...]
Understanding is not, therefore, a domination of what is in front of us, of the other and, in
general, of the objective world” (GADAMER, 2000, p. 23, our translation).
This understanding presupposes stripping away your already established stories and
concepts to see and perceive the situation from another place. The path to understanding the
stories narrated is from word to concept, as the author explains:
The path goes “from word to concept” but we need to get from concept to
word if we want to reach the other. Only in this way do we gain a rational
understanding of each other. Only then do we have the possibility of
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 13
withdrawing ourselves, to let others count. I believe in letting oneself be
absorbed in something, in such a way that, in doing so, one forgets oneself
(GADAMER, 2000, p. 25, our translation).
From Gadamer's (2000) perspective, everything that can be known is language. The
world, without language, would be meaningless of things seen and perceived empirically. This
process of understanding is composed of movement that goes from part to whole and to part
and to the whole, in successive ways, until reaching the totality of the object that is appreciated.
Pictographic autobiographical narrative: an aesthetics of thought in movement
The aspect that makes the “Patchwork Quilt” so peculiar and special is the elaboration
of the patchwork, the material construction of the quilt, uniting the parts into a whole. This
playful process of making the patch allows the participant to even return to their childhood,
playing with objects and creating images.
In this formative context, it is essential that we value images, especially if we consider
the culture in which we are inserted, which uses images, but which really, as Hillman (1997, p.
119, our translation) points out: “still doesn't think about images. We see them we go to
movies and watch pictures and read poetry, but our thinking is still scientific and explanatory
and flat”.
Images are interpositions between human beings and their environment. This
affinity in mediation deals with the most varied types of figures: logos,
iconography, product brands, among others, and are present in everyday life
and underlie the various technical and technological relationships and cultural
and geographic factors contribute to the assimilation and absorption of
perception human relationship with images (MORO, 2016, p. 167, our
translation).
This way of conceiving communication and the importance of images needs to be
considered when we work with the life stories of teachers, students, managers and researchers,
as we treat narratives as historical documents that allow us to investigate significant aspects, in
order to broaden the understanding of the training of teachers and professionals from other
areas.
When analyzed by contemporary cultures, graphic sets can have the power of
resignification where the theme of pictography enters into the viewer's
sociocultural issues, and their identification creates another meaning. Changes
can be characterized and appreciated in different ways by different cultures,
identifying completely new meanings in the represented elements. A
contemporary example occurs with the emoticon (a combination of the
English words emotion and icon). The emoticon, widely used for
Patchwork Quilt: The aesthetics of the self in the pictographic narrative in the singular plural paradigm
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 14
communicating texts in electronic media, is used to express the intention in a
graphic format often inserted within the context of a written text (MORO,
2016, p. 47, our translation).
The first known writings were pictographic, which proves the primordial value of the
image in human perception and communication. This way of writing did not represent verbal
language, but brought objects, figures and ideas, regardless of the temporal logic of the speech.
Pictograms did not establish a relationship with phonetic language, they were sketches of
reality, allowing recognition of what was represented (MORO, 2016).
Pictography is an element of communication that differs from textual forms,
as it is capable of giving multiple interpretations depending on the way the
person reads it. The reader is also within a culture and is influenced by it,
reaching the interpretative field (MORO, 2016, p. 166, our translation).
In this context, the pictographic autobiographical narrative manages to rescue the most
primitive means of communication and bring to a formative/investigative process a form of
expression also widely used in the subjects' digital daily lives, as in the case today of emoticons
and emojis so used on social networks.
The image, when represented, however concrete it may seem, is still not the
real object itself. It is common to identify an image as an element that is
represented but, from the moment they are conceived, they are just
idealizations of something that is intended to be created in the mind of
whoever observes them. They have the power to inform and modify
environments, complement stories, places and coin thoughts (MORO, 2016,
p. 50, our translation).
Thus, in the stage of preparing the pictographic narrative, participants try to find images
and metaphors in the written narrative to compose a unique final product with all participants.
This transposition requires creativity and openness from the participant so that they are able to
represent their narrative through images, shapes, colors and other elements, creating the
patchwork based on writing.
Perissé (2004) reveals that writing is “a creative effort, an adventure, a process of
elaborating chaos, an evolution from the draft to the most perfect formulation possible”
(PERISSÉ, 2004, p. 80, our translation). The writing of narrative speech by students is a
creation process; Writing leads to a deep search about your life experiences and produces
reflection on them. This movement also reveals a place of appropriation for these subjects, who
narrate about their experiences and discoveries and, as they delve into this theoretical discourse,
they can see the triggering of a new self-awareness.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 15
If the moment of writing is already so complex, generating the pictographic narrative
from it is also an invitation for the adult participant to get involved with different materials
(fabrics, beads, paints, thread, needle, glue, sequins, to imagetically construct their narrative of
life. In this process, choices and decisions are even more important due to the delimitation of
the space, the size of an A4 sheet of bond and the challenge of translating your trajectory into
some elements (images, colors, lines, shapes, textures).
Figure 3 – Patchwork quilt ready for consideration
Source: Berkenbrock-Rosito Collection
Normally, this is a moment carried out individually, even due to the reflection that the
subject needs to have with himself, in the moments of deciding what to exhibit, what materials
to use and how to transpose his metaphor into an image, as it is a moment of creation. This is a
singular moment that will constitute the collective in the oral narrative.
In these moments, we realize that the memories are not just ours, but composed of
universal issues of humanity in a certain context, that is, the participants in the device realize
that they are inserted in many similar situations as their colleagues.
Patchwork Quilt: The aesthetics of the self in the pictographic narrative in the singular plural paradigm
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 16
During the sewing of the ready-made scraps, oral narrative takes place, when
participants, in a circle, tell their colleagues their life stories, with moments of listening and
welcoming others, establishing new relationships in the singular/plural or individual/collective
paradigm, as the subject also begins to see himself in the story narrated by the other. After all,
“listening [...] means permanent availability on the part of the listening subject to be open to
the other's speech, to the other's gesture, to the other's differences” (FREIRE, 2023, p. 117, our
translation).
Figure 4 – Moment of oral narrative
Source: Berkenbrock-Rosito Collection
In this context, the oral narrative acts as a mediator between pictographic and written
narratives, stitching together the stories revealed by each participant. It is interesting to
highlight that the narratives brought end up originating within the class, supporting each other,
that is, if there are more reports of sad memories and suffering, the group will normally follow
this same thematic line.
The story-retail tells of each participant's experience as a producer of knowledge in
training processes, which has been ignored in the name of education ready for consumption.
When reflecting on their experience, the teacher/researcher/manager has the possibility of
moving from being a mere neutral receiver to being the actor of history itself: the experience
provides the subject with awareness that they are not only historically determined, but also
make history.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 17
This is the moment when singular and plural meet and form a new possibility of
understanding: the quilt being sewn with the productions of each participant, arising from
valuable aesthetic experiences that promoted a broad reflective process. The Patchwork Quilt”
can be conceived here as the fruit of reflections materialized in written, oral and pictographic
autobiographical narratives.
Figure 5 – Sewing the quilt
Source: Berkenbrock-Rosito Collection
In this scenario, we have Aesthetics and Hermeneutics united, as we see the parts, that
is, the patches, made up of the pictographic narratives of each participant, building a new image:
the whole. This relationship between the whole and the parts is a concept very in-depth by
Gadamer (2000), in the same way that Schiller (2017) observes the fragmented man, but uniting
his parts (rational and sensitive) in the playful impulse.
Thus, we were able to understand the training process of the participants individually,
marked by unique experiences, in addition to grasping meanings of the general context that
formed these professionals, with questions that permeated everyone's experiences, which
generates identification and further expands self-knowledge and the world.
Patchwork Quilt: The aesthetics of the self in the pictographic narrative in the singular plural paradigm
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 18
Figure 6 Arrangement of the “Patchwork Quilt”
Source: Berkenbrock-Rosito Collection
Figure 7– Collective preparation of the “Patchwork Quilt”
Source: Berkenbrock-Rosito Collection
Art, in formative moments, in this work represented by the art of writing, cinema,
orality, sewing patches (which, as it acts on the human senses, provokes feelings), is equivalent
to an educational element. It enables subjects to understand the world, to understand the nuances
of everyday life and experiences, incorporating meanings that are part of life itself.
Education, in narrative processes, presents as aesthetic value the development of
authorship, autonomy and emancipation of the teacher, researcher and educational manager.
The understanding regarding the place of Aesthetic Education considers emotions, the sensitive
as an epistemological issue in the subjects' narrative processes.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 19
The formative experience, discussed by Adorno (2020) and Freire (2023), points to the
possibility of the subject's autonomy, providing support for training (Building), a moment in
which the subject stops being just a consumer of theories to become constructor of new
knowledge. Adorno (2020) considers, however, that, within the scope of massification, art is in
a state of paralysis. The very autonomy of art turns against it, as it passes into the realm of
commodities and serves as an ideological vehicle for social power. Still, art can be an element
that, indisputably, leads to emancipation. It, therefore, must be interconnected with education,
as it leads to critical awareness (ADORNO, 2021).
Aesthetic Seams: what elements bring reason and emotion closer together
Hand sewing is a useful and forgotten technique in training spaces. The creation of the
quilt uses the sewing technique to weave poetic narratives in different fabrics. In each patch
there are traces - marks of experiences that intertwine the fabric of being a teacher and
researcher.
In collective patchwork sewing, in which each patch is sewn together forming the
“Patchwork Quilt”, hands sew and/or they learn the art of dialogue, above all, the narratives
provide a way of understanding something, with not understanding at first, the rapture and the
possibility of this understanding at another moment, or at least part of it. Learning to read this
rapture, even if you don't like it, develops imagination, intelligence, creativity, critical
awareness and, above all, the epiphanic sensation, which happens to us in everyday life,
indicating traces of our subjectivity and identity.
In the process of the formative device, based on the proposition of materializing the
narratives written in scraps, after writing, the participants assemble the representative image of
their story in the scraps, in the middle of the creation process: they break the space of the paper
creating the most diverse compositions, with sewing, basting, embroidery, expanding the
meaning of lines and colors, going beyond the written and oral word.
They also break with the paradigm of reproduction of a cultural industry that frames
subjects as mere consumers, extinguishing their creative and authorial power. This occurs when
the participant narrates about the different spaces and times of singular trajectories woven into
the collective, taking into account creativity, sensibilities and sensations. Different expressive
modes intensify the opening of the senses and articulate what cannot be separated – the sensitive
and the intelligible –, activating cognition and affection, mobilizing reason and sensitivity.
Patchwork Quilt: The aesthetics of the self in the pictographic narrative in the singular plural paradigm
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 20
It is also worth highlighting that the “Patchwork Quilt” combines in the same image
several ways of perceiving the formative trajectory constituted in time and space. In fact, one
cannot perceive, at the same time, all possible visions of an event, memory, memory; one must,
as an artist, make an effort to imagine other perspectives, or the perspectives of others.
The ways of narrating (written, oral and pictographic) are also ways of being. When
autobiographical work opens up to narrative exercises that resort to art and literary creation,
self-writing transcends the emotion of feeling intelligent, but leads the narrator to aesthetic
pleasure. Participants are instructed to look at details, contrasts, movements, colors, smells,
flavors, sounds, as well as to collect scraps, take photographs, thinking about how to present
the results of their narratives.
These ways of narrating open the doors to interpretative studies, of perception and
understanding of learning aesthetics. Finally, it is proposed that the narratives woven in writings
and stories through expressive materialities trigger processes of construction of other
knowledge, giving visibility to the plot that intertwines personal, school and professional
history.
REFERENCES
ADORNO, T. W. Indústria Cultural. São Paulo: Editora Unesp, 2020.
ADORNO, T. W. Educação e Emancipação. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2021.
BERKENBROCK-ROSITO, M. M. Colcha de Retalhos: história de vida e imaginário na
formação. Revista do Centro de Educação, Santa Maria, v. 34, n. 3, p. 487-500, 2009. DOI:
10.5902/19846444. Available at: https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/1610.
Access: 08 Oct. 2023.
DELORY-MOMBERGER, C. Formação e socialização: os ateliês biográficos de projetos.
Educação e Pesquisa, v. 32, n. 2, p. 359-371, maio/ago. 2006. DOI: 10.1590/S1517-
97022006000200011. Available at:
https://www.scielo.br/j/ep/a/GxgXTXCCBkYzdHzbMrbbkpM/?lang=pt. Access: 08 Oct.
2023.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo,
Paz e Terra, 2023.
GADAMER, H. G. Verdade e método. Tradução: Flávio Paulo Meurer. Petrópolis: Vozes,
2000.
Margaréte May BERKENBROCK-ROSITO and Maria Thais FERNANDES
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 21
HILLMAN, J. An inquiry of image. Connecticut: Spring, 1997.
JOLY, M. Introdução à análise da imagem. 14. ed. Campinas, SP: Papirus, 2012.
JOSSO, M. C. Experiência de vida e formação. São Paulo: Cortez, 2004.
JOSSO, M. C. Caminhar para si. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010.
MORO, G. H. M. Pictograma e pictografia: objeto, representação e conceito. Orientadora:
Luciana Martha Silveira. 2016. 177 f. Tese (Doutorado em Tecnologia) – Programa de Pós-
Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, PR, 2016.
OLIVEIRA, A. C. M. A. Visualidade, entre significação sensível e inteligível. Educação e
Realidade, v. 30, n. 2. p. 107-122, jul./dez. 2005. ISSN 0100-3143. Available at:
https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/12418. Access: 08 Oct. 2023.
OLIVEIRA, K. M. Experncia estética e narrativas (auto) biográficas: uma urdidura da
autonomia e submissão tramada de medo e ousadia na tecedura da “Colcha de Retalhos”.
Orientadora: Margaréte May Berkenbrock-Rosito. 2022. 283 f. Dissertação (Mestrado
Acadêmico em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Cidade
de São Paulo, São Paulo, SP, 2022.
PASSEGGI, M. C. A pesquisa (auto)biográfica: por uma hermenêutica descolonizadora.
Coisas do Gênero, São Leopoldo. v. 2, n. 2, p. 302-314, ago./dez. 2016. ISSN 2447-2654.
Available at: http://revistas.est.edu.br/index.php/genero/article/view/457. Access: 08 Oct.
2023.
PASSEGGI, M. C.; SOUZA, E. C. Movimento (Auto)Biográfico no Brasil: Esboço de suas
Configurações no Campo Educacional. Investigacion Cualitativa, Urbana, Illinois, v. 2, n. 1,
p. 6-26, 2016. DOI: 10.23935/2016/01032. Available at:
https://www.researchgate.net/publication/317673701. Access: 08 Oct. 2023.
PERISSÉ, G. Ler, Pensar e Escrever. 4. ed. São Paulo: Arte e Ciência, 2004.
SANTOS, L. R. Educação Estética, a dimensão esquecida. In: SANTOS, L. R. dos. Educação
Estética e utopia política. Lisboa: Edições Colibri, 1995.
SCHILLER, F. A educação estética do homem numa série de cartas. São Paulo:
Iluminuras, 2017.
Patchwork Quilt: The aesthetics of the self in the pictographic narrative in the singular plural paradigm
RIAEE – Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 18, n. 00, e023150, 2023. e-ISSN: 1982-5587
DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v18i00.18836 22
CRediT Author Statement
Acknowledgments: Not applicable.
Financing: Not applicable.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: There was no need for an Ethics Committee.
Availability of data and material: There are no data and materials, as this is a conceptual
article.
Author contributions: Margaréte May Berkenbrock-Rosito contributed the concepts of
Aesthetic Education, as well as the steps in the construction of the formative and
investigative device "Colcha de Retalhos" (Patchwork quilt). Maria Thais Fernandes
contributed with the definition of a pictographic autobiographical narrative.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Review, formatting, standardization, and translation.