A potência e a complexidade de um fazer dialógico: desafios da formação e da atuação de educadoras(es) sociais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp3.14449

Palavras-chave:

Educação Social, Educadoras(es) sociais, Subjetividade, Aprender, Ensinar

Resumo

Este artigo originou-se de uma pesquisa e trata da constituição subjetiva de educadoras(es) sociais que se posicionam dialogicamente diante de suas(seus) educandas(os), tendo em vista a necessidade de um espaço que pensa e discute os processos de ensino e aprendizagem na Educação Social. A discussão, feita a partir das construções interpretativas da pesquisa, de cunho qualitativo, permite compreender que as posturas dialógicas dos participantes estão relacionadas a configurações e sentidos subjetivos que se expressam pelo reconhecimento da humanidade do outro. Para tanto, foi necessário que os participantes superassem as produções da subjetividade social dominante no Brasil a respeito de suas(seus) educandas(os), que, muitas vezes, as(os) coloca em um lugar de “não saber”, de incapacidade. Uma construção que direciona a reflexão à necessidade de uma formação que precisa ser pensada e estruturada em uma perspectiva mais humana e menos tecnicista, de modo a promover posicionamentos mais críticos e conhecimentos históricos e conceituais articulados com a prática.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Juliana dos Santos Rocha, Fundação Projeto Pescar (FPP), Porto Alegre – RS

Pedagoga, Qualificação e Aprimoramento. Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), com bolsa CAPES/PROEX (número do processo 88887.169308/2018-00).

Marlene Rozek, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Porto Alegre – RS

Professora da Escola de Humanidades; Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Referências

ADORNO, T. W. Educação e emancipação. São Paulo: Paz e Terra, 1995.

ALMEIDA, P.; MITJÁNS MARTÍNEZ, A. A configuração subjetiva da ação do aprender: um estudo de caso sobre o aluno em seu momento de ingresso no ensino superior. Revista Obutchénie, Brasília, v. 3, n. 1, p. 88-113, set. 2019. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/Obutchenie/article/view/50592. Acesso em: 10 set. 2020.

ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014.

DEL POZO SERRANO, F. J. Pedagogía social en Colombia: entre la experiencia de la educación popular y el reto de la investigación-acción en la profesionalización socioeducativa de un país en posconflicto. Ensino & Pesquisa, União da Vitória, v. 15, n. 2, p. 97-116, jul. 2017.

FERNÁNDEZ, A. Os idiomas do aprendente: análise de modalidades ensinantes em famílias, escolas e meios de comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2001.

GONZÁLEZ REY, F. Sujeto y subjetividad: una aproximación histórico cultural. México: Thomson Eds., 2002.

GONZÁLEZ REY, F. Subjetividade, complexidade e pesquisa em psicologia. São Paulo: Thompson Learning, 2005.

GONZÁLEZ REY, F. A configuração subjetiva dos processos psíquicos: avançando na compreensão da aprendizagem como produção subjetiva. In: MITJÁNS MARTÍNEZ, A.; SCOZ, B. J. L.; CASTANHO, M. I. S. (Orgs.). Ensino e aprendizagem: a subjetividade em foco. Brasília: Liber Livro, p. 21-42, 2012a.

GONZÁLEZ REY, F. O social na psicologia e a psicologia no social: a emergência do sujeito. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2012b.

GONZÁLEZ REY, F. Relación entre lo teórico y lo empírico. In: GONZÁLEZ REY, F.; QUEVEDO, J. E. M. Subjetividad, cultura e investigación cualitativa: los antecedentes desde la personalidad y el método clínico. Bogotá: Editorial Aula de Humanidades, p. 251-266, 2017.

GONZÁLEZ REY, F. The Rescue of Subjectivity from a Cultural Historical Standpoint. In: BESHARA, R. K. (Ed.). A Critical Introduction to Psychology. Hauppauge: Nova Science Publishers, p. 8-26, 2020.

GONZÁLEZ REY, F.; MITJÁNS MARTÍNEZ, A. Subjetividade: teoria, epistemologia e método. Campinas: Alínea, 2017.

JOHANN, J. R. Educação e a utopia da esperança. Canoas: Ed. ULBRA, 2008.

MITJÁNS MARTÍNEZ, A. A teoria da subjetividade de González Rey: uma expressão do paradigma da Complexidade na Psicologia. In: GONZÁLEZ REY, F. (Org). Subjetividade, complexidade e pesquisa em psicologia. São Paulo: Thompson Learning, p. 1-25, 2005.

PEREIRA, A. A profissionalidade do educador social frente a regulamentação profissional da educação social: as disputas em torno do projeto de lei 5346/2009. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 11, n. 3, p. 1294-1317, 2016. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/6041/5910. Acesso em: 8 set. 2020.

ROCHA, J. S. O aprender como produção humana: os sentidos subjetivos produzidos acerca da aprendizagem por adolescentes em situação de vulnerabilidade social. 2016. 217 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016.

ROCHA, J. S. A constituição subjetiva de educadoras(es) sociais: tornar-se educador(a) no processo de vida. 2020. 228 f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2020.

ROCHA, J. S.; DI FRANCO, A. A aprendizagem em contexto de vulnerabilidade social. In: ROZEK, M.; DOMINGUES, C. L. K. (Orgs.). As dificuldades de aprendizagem e o processo de escolarização. Porto Alegre: EDIPUCRS, p. 165-194, 2017.

ROCHA, J. S.; LEMOS, M. S.; ALVES, T. P. Aprendizagem: como educadora e educador social, o que é fundamental saber sobre o tema? In: MONTEIRO, S. A. S. (Org.). Filosofia, política, educação, direito e sociedade. Ponta Grossa: Editora Atena, v. 6. p. 295-306, 2019.

SANTOS, C.; PAZINATO, E.; NASCIMENTO, N.; DONATO, R. S.; ENGELMAN, T. Índice de compliance de atividade policial (ICAP) no contexto do monitoramento do uso da força nos territórios do Programa de Oportunidade e Direitos no Estado do Rio Grande do Sul. In: Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa no Campo de Públicas, 3., 2019, Natal. Anais Eletrônicos [...] Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte: p. 2011-2026, 2019.

Disponível em: https://zone.inatto.com/acp.root/acp_data/anais2020/trabalhos/st13/09_indice_de_compliance_da_atividade_policial_(i.pdf. Acesso em: 8 set. 2020.

SOWA, A.; ROSA, R. Programa Mais Cultura nas Escolas: desafios e possibilidades para a construção de sujeitos inter/transculturais. In: Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul, 15., 2014, Palhoça. Anais eletrônicos [...] São Paulo: Intercom, p. 1-12. 2014.

Disponível em: https://portalintercom.org.br/anais/sul2014/resumos/R40-1103-1.pdf. Acesso em: 8 set. 2020.

ÚCAR, X. Pedagogías de lo social. Barcelona: Editorial UOC, 2016.

ÚCAR, X. Pedagogía social en Europa y América Latina: diálogos e interacciones en el marco de lo común. In: DEL POZO SERRANO, F. J. Pedagogía social en Iberoamérica: fundamentos, ámbitos y retos para la acción socioeducativa. Barranquilla: Editorial Universidad del Norte, p. 3-33, 2018.

VISCA, J. Técnicas Proyetivas Psicopedagógicas. 4. ed. Buenos Aires: Visca & Visca, 2002.

VYGOTSKY, L. Psicologia da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

ZUCCHETTI, D. T.; SEVERO, J. L. R. L. As dimensões tempo e espaço em práticas de educação integral: implicações curriculares a partir do diálogo entre Paulo Freire e Darcy Ribeiro. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. 2, p. 560-577, abr./jun. 2020. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12467. Acesso em: 8 set. 2020.

Publicado

30/10/2020

Como Citar

ROCHA, J. dos S.; ROZEK, M. A potência e a complexidade de um fazer dialógico: desafios da formação e da atuação de educadoras(es) sociais. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp3, p. 2411–2428, 2020. DOI: 10.21723/riaee.v15iesp3.14449. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/14449. Acesso em: 29 mar. 2024.