A medicalização e sua história: normalização e disciplinamento da infância por meio da escola

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.4.12929

Palavras-chave:

Medicalização, Escola, Disciplina, Normalização.

Resumo

O artigo objetiva desenvolver um ensaio acerca da medicalização escolar e sua história, com seu surgimento, e também da instituição escolar. Ainda, refletir sobre o desejo burguês da moral e da ordem com a influência médica na família e escola por meio de práticas medicalizantes e biologizantes do processo de aprendizagem. A partir de uma revisão bibliográfica, apresentamos e discutimos o problema da medicalização como uma prática que transforma dificuldades escolares em questões médicas, tratando o corpo biológico como um instrumento de análise e de investidas políticas com o propósito de extinguir todo e qualquer comportamento indesejável na sala de aula. Por fim, associamos a construção argumentativa aqui realizada às ideias de Adorno (1995), Adorno e Horkheimer (1986), Foucault (1979, 2008 a/b), Marques (1994), entre outros.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fabiola Colombani, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Marilia – SP

Doutora em Educação. Coordenadora e docente do curso de Psicologia da Faculdade Católica Paulista (FACAP). Membro do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação, Ética e Sociedade (GEPEES).

Flávia Cristina Castilho Carácio, Universidade de São Paulo (USP), Cerqueira César – SP

Doutora em Ciências. Escola de Enfermagem. Docente do curso de Psicologia da Faculdade Católica Paulista (FACAP).

Daniela Maria Maia Veríssimo, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Assis – SP

Doutora em Psicologia. Docente do curso de Psicologia da Faculdade Católica Paulista (FACAP).

Referências

ADORNO, T. W. Educação e Emancipação. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1995.

ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Trad. de Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.

ALMEIDA JR., A. O saneamento pela educação. São Paulo, Tese de doutoramento. Faculdade de Medicina de São Paulo, 1922.

ARIÉS, P. História Social da Criança e da Família e da Família. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 1978.

BOARINI, M. L. (org.) Higiene e Raça como projetos: higienismo e eugenismo no Brasil. Maringá PR: Eduem,2003.

COLOMBANI, F.; ARAGÃO, R. M.; SHIMIZU, A. M. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: a medicalização e a coação no desenvolvimento moral. Nuances: estudos sobre educação, Presidente Prudente, v. 25, n. 1, p. 193-210, jan./abr. 2014.

CONSTANTINO, E. P.; CARUSO, I. A. (orgs.) Educação e Saúde: realidade e utopias. São Paulo: Arte & Ciência, 2003.

COSTA, J. F. Ordem Médica e Norma Familiar, 3. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1989.

FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

FOUCAULT, M. Segurança, Território, População. Curso no Collège de France (1977-1978). São Paulo: Martins Fontes, 2008a.

FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 2008b.

MARQUES, V. R. B. A medicalização da raça: médicos, educadores e discurso eugênico. Campinas: Editora da UNICAMP, 1994.

PATTO, M. H. S. A produção do fracasso escolar. São Paulo: T. A. Queiroz, 1991.

SARUP, M. Marxismo e Educação. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1980.

Publicado

01/09/2019

Como Citar

COLOMBANI, F.; CARÁCIO, F. C. C.; VERÍSSIMO, D. M. M. A medicalização e sua história: normalização e disciplinamento da infância por meio da escola. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp.4, p. 2057–2070, 2019. DOI: 10.21723/riaee.v14iesp.4.12929. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/12929. Acesso em: 24 abr. 2024.