“Chão da sala de aula” no ensino superior: metodologia dos professores

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v15iesp2.13801

Palavras-chave:

Diferenças, Metodologia de ensino, Professores.

Resumo

As propostas de formação de professores na atualidade não estão atingindo os objetivos educacionais e seus resultados são questionados ao se avaliarem as práxis empreendidas pelos professores no cotidiano do ensino superior. Essas questões têm provocado inquietações nos docentes. Nesse sentido, surgiu a construção desse projeto de pesquisa-ação crítico-colaborativa denominado Metodologia de Ensino do Professor no Contexto do Ensino Superior, no qual se investiga solução para a melhoria da docência. A pesquisa é desenvolvida a partir do “chão da sala de aula” em processo de autoinvestigação, em que o professor estuda seu próprio trabalho com a mediação do professor pesquisador. Ambos trabalham em ações crítico-colaborativas. O delineamento metodológico dessa pesquisa é de natureza qualitativa e estudou o chão da sala de aula no âmbito do ensino superior, envolvendo a metodologia de ensino do professor. Exemplificaremos neste artigo uma parte da pesquisa realizada com uma das professoras pesquisadoras da área, nesse caso, área de exatas, com disciplina de Cálculo e Álgebra, envolvendo duas turmas com elevados índices de reprovação. Ao final do estudo, chegou-se às seguintes análises: que os professores do ensino superior, em sua maioria, foca seu trabalho no domínio de conteúdo pelo conteúdo sem contexto com a área de formação do acadêmico; que as formas que colocam esse conteúdo na ambiência da sala de aula e a escolha da metodologia de ensino não coadunam com resultados positivos na aprendizagem do acadêmico; que os professores esquecem as diferenças e os potenciais individuais dos acadêmicos e trabalham de forma homogênea, desprezando o cenário heterogêneo dessa ambiência; que, quando orientados a trabalhar de forma diferenciada, aplicando as metodologias ativas, criando possibilidades de respeitar as diferenças existentes na classe, os resultados aparecem. Assim, os resultados e as discussões neste artigo nos levaram à reflexão de que a metodologia de ensino do professor em uma perspectiva inclusiva e com metodologias ativas de ensino faz a diferença. Portanto, urge provocar mudanças no contexto do chão da sala de aula no ensino superior, de um modelo excludente para inclusivo. Esse caminho metodológico inclusivo requer “jeitos diferentes” de executar o processo pedagógico, envolvendo os prismas éticos, estéticos e didáticos de fazer aula. Construir novas possibilidades para o chão da sala de aula no ensino superior requer mudança de paradigma pedagógico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Mirlene Ferreira Macedo Damázio, Universidade Federal Grande Dourados (UFGD), Dourados – MS

Professora Adjunta. Faculdade de Educação.

Sandra Regina de Oliveira de Souza, Universidade Federal Grande Dourados (UFGD), Dourados – MS

Professora Adjunta. Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologias.

Referências

BOGDAN, Roberto Carlos; BIKLEN, Sari Knopp. Investigação qualitativa em educação. Tradução Maria João Alvarez, Sara Bahia dos Santos e Telmo Mourinho Baptista. Porto: Porto Editora, 1994.

COPI, Irving Marmer. Introdução à lógica. 2. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1978.

FONSECA, Vítor da. Psicomotricidade: filogênese, ontogênese e retrogênese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 4. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

LOPES, Artur. Algumas reflexões sobre a questão do alto índice de reprovação nos cursos de Cálculo da UFRGS. Sociedade Brasileira de Matemática, Rio de Janeiro, n. 26/27, p. 123-146, jun./dez. 1999. (Matemática Universitária.)

MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. Verbete Conferência de Jomtien. Dicionário Interativo da Educação Brasileira – Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em: https://www.educabrasil.com.br/conferencia-de-jomtien/.

MENEZES, Luís. Matemática, linguagem e comunicação. Millenium, 2000. Disponível em: http://www.ipv.pt/millenium/20_ect3.htm. Acesso em: 20 fev. 2020.

SCHMITT, Camila da Silva; DOMINGUES, Maria José Carvalho de Souza. Estilos de aprendizagem: um estudo comparativo. Avaliação [online], Campinas, v. 21, n .2, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1414-40772016000200004. Acesso em: 20 fev. 2020.

SILVA, Tomaz Tadeu (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000.

STAINBACK, William; STAINBACK, Susan. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

WEIL, Pierre. A arte de viver em paz: por uma nova consciência, por uma nova educação. São Paulo: Gente, 2000.

Publicado

26/06/2020

Como Citar

DAMÁZIO, M. F. M.; SOUZA, S. R. de O. de. “Chão da sala de aula” no ensino superior: metodologia dos professores. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. esp2, p. 1482–1500, 2020. DOI: 10.21723/riaee.v15iesp2.13801. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/13801. Acesso em: 28 mar. 2024.