Por um modelo pedagógico para uma educação agroecológica em perspectiva camponesa e indígena: avanços, tensões e desafios no Brasil e no México

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v16iesp2.15122

Palavras-chave:

Agroecologia, Educação, Modelos pedagógicos, Camponeses, Indígenas

Resumo

O presente artigo apresenta a concepção, avanços, desafios e tensões que emergem da proposição de um modelo educativo-pedagógico para a agroecologia. Para tanto, apresentamos duas experiências educativas de microcontextos do México e do Brasil, articuladas por movimentos indígenas e camponeses: a Escola de Agricultura Ecológica U YITS KA´AN, em Maní, Yucatán, México, e a Escola de Ensino Médio do Campo João dos Santos de Oliveira, uma escola do campo situada no Assentamento 25 de Maio, em Madalena, Ceará, Brasil. Apontamos a diversidade, complexidade e combinações que perpassam as estratégias dos sujeitos na reivindicação da agroecologia no processo educativo e formativo de ambas as escolas, e suas interfaces na disputa de um modelo educativo atrelado ao contexto sócio-histórico da luta indígena e camponesa dos dois países.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rosa López Valentín, El Colegio de la Frontera Sur (ECOSUR), San Cristóbal de Las Casas – Chiapas

Departamento de Agricultura, Sociedade e Meio Ambiente, membro do Grupo Acadêmico de Agroecologia, e do Grupo de Pesquisa sobre a Massificação da Agroecologia.

Peter Michael Rosset, El Colegio de la Frontera Sur (ECOSUR), San Cristóbal de Las Casas – Chiapas

Professor Pesquisador Titular C no Departamento de Agricultura, Sociedade e Meio Ambiente, membro do Grupo Acadêmico de Agroecologia, e do Grupo de Pesquisa sobre a Massificação da Agroecologia. Pesquisador Visitante no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Doutorado em Filosofia (UMICH) – Estados Unidos. Bolsista BPV-FUNCAP.

Lia Pinheiro Barbosa, Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza – CE

Docente no Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) e no Mestrado Acadêmico Intercampi em Educação e Ensino (MAIE). Pesquisadora do CLACSO. Doutorado em Estudos Latino-Americanos (UNAM) – México.

Carla Andreia Lobo Castro, Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza – CE

Mestranda no Mestrado Acadêmico Intercampi em Educação e Ensino (MAIE).

Referências

BARBOSA, L. P. As dimensões epistêmico-políticas da Educação do Campo em perspectiva latino-americana. Dossiê Educação do Campo: histórias, práticas e desafios. Revista Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, n. 22, p. 143-169, jul./dez. 2014.

BARBOSA, L. P. Educação do Campo [Education for and by the countryside] as a political project in the context of the struggle for land in Brazil. The Journal of Peasant Studies, v. 44, n. 1, p. 118-143, 2017, DOI: http://doi.org/10.1080/03066150.2015.1119120

BARBOSA, L. P. Educação do Campo, movimentos sociais e a luta pela democratização da Educação Superior: os desafios da universidade pública no Brasil. In: SILVA, A. A et al. Los desafíos de la universidad pública en América Latina y el Caribe. Buenos Aires: CLACSO, 2015b. p. 147-212.

BARBOSA, L. P. Educación, resistencia y movimientos sociales: la praxis educativo-política de los Sin Tierra y de los Zapatistas. México: LIBRUNAM, 2015a.

BARBOSA, L. P. Paradigma epistémico do campo e a construção do conhecimento na perspectiva dos movimentos indígenas e camponeses na América Latina. In: RAMOS, A. R. (Org.). Educação e movimentos sociais: análises e desafios. Jundiaí: Paco Editorial: 2019. p. 279-299.

BARBOSA, L. P.; ROSSET, P. M. Movimentos sociais e Educação do Campo na América Latina: aprendizagens de um percurso histórico. Revista Práxis Educacional, Vitória da Conquista, v. 13, n. 26, p. 22-48, 2017. DOI: https://doi.org/10.22481/praxis.v13i26.2819

CALDART, R. S. Pedagogia do Movimento Sem Terra. São Paulo: Expressão Popular, 2004.

CALDART, R. S.; STEDILE, M. E.; DAROS, D. Caminhos para a transformação da escola 2. Agricultura camponesa, educação politécnica e escolas do campo. São Paulo: Expressão Popular, 2015.

CEBALLOS, L. A. Experiencias y avances actuales: Escuela de agricultura ecológica U Yits Ka´an. In: MATA, G. B (Coord.). Escuelas campesinas en México. Diagnósticos y aportes a la educación rural alternativa. Estado de México: Universidad Autónoma Chapingo, 2014. p. 49-54.

FERNANDES, I. F.; BARBOSA, L. P. A construção da agroecologia no semiárido. A Metodologia de Camponês a Camponês no Assentamento Santana, Ceará, Brasil. In: SALINAS, R. T. et al. Senti-pensarnos tierra. Experiencias de transición y r-existencias en tiempos de crisis civilizatoria: voces desde los pueblos del Abya Yala. Buenos Aires: CLACSO, 2020. p. 72-80.

GALEANO, E. Memoria del fuego I. Los nacimientos. México: Siglo XXI Editores, 1991.

GÓMEZ-SOLLANO, M. Políticas y reformas educativas en México: tensiones y articulaciones. Revista O Público e O Privado, v. 15, n. 30, 2017, p. 17-35.

HERNÁNDEZ, G. F. Sistematización de la experiencia de la Escuela de Agricultura Ecológica U Yits Ka´an y su efecto sobre los medios de vida de las familias participantes en el municipio de Maní, Yucatán, México. 2015. Tesis (Maestría) – Centro Agronómico Tropical de Investigación y Enseñanza, Turrialba, Costa Rica, 2015. Disponível em: http://repositorio.bibliotecaorton.catie.ac.cr/handle/11554/8214. Acesso em: 10 jul. 2020.

HOLT-JIMÉNEZ, E. Campesino a campesino. Voces de Latinoamérica. Movimiento campesino a campesino para la agricultura sustentable. Managua, Nicaragua: SIMAS, 2008.

MACHÍN-SOSA, B. et al. Revolução Agroecológica. O Movimento de Camponês a Camponês da ANAP em Cuba. São Paulo: Expressão Popular, 2013.

MACOSSAY, V. M. et al. La Escuela de Agricultura Ecológica U Yits Ka´an de Maní, Yucatán. Diez años de trabajo. Revista de Geografía Agrícola, n. 35, p. 91-104, 2005. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/757/75703505.pdf. Acesso em: 10 jul. 2020.

MATA, G. B. Nuestro caminar con las escuelas campesinas. In: MATA, G. B. (Coord.). Escuelas campesinas: 10 años en movimiento. Estado de México: Universidad Autónoma Chapingo, 2013. p. 23-44.

MST-CE. Caderno de Trabalho de Base do Setor de Educação do MST – CE, n. 04. Organizando o setor de Educação do MST Ceará. Julho de 2012.

MUÑOZ, S. P. Educación, desarrollo y saberes campesinos en Atenco, México. In: MATA, G. B. (Coord.). Escuelas campesinas: 10 años en movimiento. Estado de México: Universidad Autónoma Chapingo, 2013. p. 213-224.

PPP. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO. Escola de Ensino Médio do Campo João dos Santos. Assentamento 25 de Maio, Madalena. Ceará: Setor de Educação do MST-Ceará, 2010.

RIBEIRO, D. S. et al. Agroecologia na Educação Básica. Questões propositivas de conteúdo e metodologia. São Paulo: Expressão Popular, 2017.

ROSSET, P. A territorialização da Agroecologia na disputa de projetos e os desafios para as escolas do campo. In: RIBEIRO, D. S.; TIEPOLO, E. V.; VARGAS, M. C.; SILVA, N. R. Agroecologia na Educação Básica. Questões propositivas de conteúdo e metodologia. São Paulo: Expressão Popular, 2017. p. 117-126.

SAPELLI, M. L. S.; FREITAS, L. C.; CALDART, R. S. Caminhos para a construção da escola 3. Organização do trabalho pedagógico nas escolas do campo: ensaios sobre os complexos de estudo. São Paulo: Expressão Popular, 2015.

SUÁREZ, C. M. G. El convento de Maní, Yucatán, en 1588. Boletín de Monumentos Históricos, Tercera época, n. 31, p. 78-92, 2014. Disponível em: http://boletin-cnmh.inah.gob.mx/boletin/boletines/bmh%2031-5.pdf. Acesso em: 10 jul. 2020.

Publicado

21/05/2021

Como Citar

LÓPEZ VALENTÍN, R.; ROSSET, P. M.; PINHEIRO BARBOSA, L.; LOBO CASTRO, C. A. Por um modelo pedagógico para uma educação agroecológica em perspectiva camponesa e indígena: avanços, tensões e desafios no Brasil e no México. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 16, n. esp2, p. 1215–1230, 2021. DOI: 10.21723/riaee.v16iesp2.15122. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/15122. Acesso em: 28 mar. 2024.