Um indecidível discurso do eu, entre ficção e testemunho: a propósito de Derrida leitor de Blanchot

Autores

  • Osvaldo Fontes Filho UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo. Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – Departamento de História da Arte. Guarulhos – SP – Brasil. 07112-000

Palavras-chave:

Jacques Derrida, Maurice Blanchot, Testemunho, Ficção, Discurso do eu,

Resumo

Nas leituras literárias de Derrida o pensamento “padece” das alteridades e desvios do gesto estilístico. Razão porque o filósofo se detém com particular interesse em L’instant de ma mort, elíptica narrativa blanchotiana que confia à voz literária a expressão do intraduzível sentimento da própria morte. O testemunho veraz, obsedado pelos jogos de enunciação do ficcional – no que Derrida chama “o lugar passional da escrita literária” –, recorta diversamente a questão da atestação autobiográfica. A exigência de veracidade, sinceridade e objetividade da instância autoral vê-se ali submetida a uma “cumplicidade perturbadora entre a ficção e o testemunho”. Este artigo percorre em Demeure (1998) alguns lugares da hermenêutica derridiana, em sua frequentação do que permanece inconfessável na narrativa suspensiva do Eu blanchotiano, modo de surpreender a voz autobiográfica em suas afasias de fundo.

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Publicado

21/10/2015

Edição

Seção

Escritas do eu