Polifonia e dialogismo em Caderno de um ausente: as fronteiras do eu e do outro

Autores

  • Milena Karine de Souza Wanderley UFMS – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Programa de Pós-Graduação em Letras. Três Lagoas – MS – Brasil.
  • Kelcilene Grácia-Rodrigues UFMS – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Programa de Pós-graduação em Letras. Três Lagoas – MS – Brasil.

Palavras-chave:

Silêncio, Narrador autobiográfico, Polifonia, Memória,

Resumo

De acordo com os estudos da enunciação, do discurso e da polifonia presentes na ação dialógica, o indivíduo nunca é movido linguisticamente de forma monológica. Ao contrário disso, seu discurso é construído por forças coercivas que atuam no processo de forma dialógica e são identificáveis como pontos axiológicos na constituição dos textos, sejam eles orais ou escritos. Nesse sentido, a produção literária contemporânea nos tem sido generosa no que tange à possibilidade de exploração analítica da polifonia presente na caracterização das vozes que constituem arquitetonicamente as características volitivo-emocionais de narradores e personagens. O romance Caderno de um ausente (2014), de João Anzanello Carrascoza, é um exemplo da exploração do dialogismo, da polifonia e do silêncio como procedimento arquitetônico da constituição de seu narrador, bem como de suas personagens. Nesse sentido, sob a égide dos questionamentos bakhtinianos, propomos aqui uma análise procurando investigar como a natureza da fronteira entre o eu e o outro é esteticamente arquitetada e diluída nesse romance.

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Publicado

13/04/2017

Edição

Seção

Identidades: o eu e o outro na literatura