A construção da identidade do autor em J. M. Coetzee e Enrique Vila-Matas

Autores

  • Pauliane Amaral UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Programa de Pós-Graduação em Letras. Três Lagoas – MS – Brasil.

Palavras-chave:

Depoimento, Ensaio, Ficção autobiográfica,

Resumo

Esse trabalho expõe as estratégias da construção da identidade autoral a partir da análise das narrativas de dois romances contemporâneos que brincam com os limites da ficção autobiográfica: Verão (2009), de J. M. Coetzee e Doutor Pasavento (2005), de Enrique Vila-Matas. Enquanto a narrativa do primeiro romance se volta para a construção póstuma da identidade do autor através da coleta de depoimentos e consulta a cadernos de anotações deixados pelo fictício escritor, a narrativa de Vila-Matas agrega uma estrutura ensaística a elementos temáticos recorrentes na obra do escritor espanhol (como a autorreferência, a citação de outros textos literários, o tema do desaparecimento do escritor e a cessação da escrita – apelidada de Síndrome de Bartleby). Nossa leitura indica que esses dois romances ilustram a impossibilidade de encerrar uma identidade única de autor e que uma saída encontrada pela literatura contemporânea é incorporar em sua estrutura narrativa elementos que compõem essa aporia.

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Publicado

13/04/2017

Edição

Seção

Identidades: o eu e o outro na literatura