O ESTUDO DA FUNDAMENTAÇÃO E DO DESENVOLVIMENTO DE UMA TIPOLOGIA DE FAMÍLIAS ADOTIVAS QUE CRIAM DIFERENTES CATEGORIAS DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS


EL ESTUDIO DE LOS FUNDAMENTOS Y EL DESARROLLO DE UNA TIPOLOGÍA DE FAMILIAS DE ACOGIDA QUE CRÍAN DIFERENTES CATEGORÍAS DE NIÑOS CON NECESIDADES ESPECIALES


THE STUDY OF THE GROUNDS AND DEVELOPMENT OF A TYPOLOGY OF FOSTER FAMILIES RAISING DIFFERENT CATEGORIES OF CHILDREN WITH SPECIAL NEEDS


Angelica N. PRONINA1


RESUMO: O artigo apresenta uma análise teórica da literatura científica sobre os problemas de famílias adotivas que criam filhos com deficiência, identifica as dificuldades dos pais em resolver eficazmente os problemas de saúde de uma criança com deficiência causados por falta de motivação, estresse e falta de experiência, competências e conhecimento relevante. Este trabalho investigou e identificou as bases para o desenvolvimento de uma tipologia de famílias adotivas que criam filhos com deficiência e propôs uma tipologia de acordo com elas. Para atingir o objetivo da pesquisa, foram utilizados os métodos de entrevistas, avaliação de especialistas e classificação. A conclusão é que a tipologia desenvolvida pode servir como base para os representantes das autoridades de tutela ao selecionar uma família adotiva apropriada para uma criança, e os pais adotivos serão capazes de fornecer um treinamento adequado e modelo de educação para a eficaz reabilitação, correção e recuperação da saúde dessa categoria de crianças.


PALAVRAS-CHAVE: Família adotiva. Crianças com deficiência. Tipologia de famílias adotivas para crianças com deficiência.


RESUMEN: El artículo presenta un análisis teórico de la literatura científica sobre los problemas de las familias de acogida que crían niños con discapacidades, identifica las dificultades de los padres para resolver eficazmente los problemas de salud de un niño con discapacidades causados por una motivación débil, estrés y falta de experiencia, competencias, y conocimiento relevante. Este trabajo investigó e identificó las bases para desarrollar una tipología de familias de acogida que crían niños con discapacidad y propuso una tipología acorde a ellas. Para lograr el objetivo de la investigación, se utilizaron los métodos de entrevistas, evaluaciones de expertos y clasificación. La conclusión es que la tipología desarrollada puede servir como base para los representantes de las autoridades de tutela y tutela al seleccionar una familia de crianza adecuada para un niño, y los padres de crianza podrán proporcionar un modelo apropiado de capacitación y educación para una rehabilitación, corrección, y recuperación de la salud de esta categoría de niños.


1 Universidade Estatal Bunin Yelets (BYSU), Yelets – Rússia. Professora do Departamento de Psicologia e Psicofisiologia. Doutora em Ciências Pedagógicas. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5454-9830. E-mail: angelicapronina@yandex.ru


PALABRAS CLAVE: Familia adoptiva. Niños con discapacidad. Tipología de familias de acogida para niños con discapacidad.


ABSTRACT: The article presents a theoretical analysis of scientific literature on the problems of foster families raising children with disabilities, identifies the difficulties of parents in effectively solving the health problems of a child with disabilities caused by weak motivation, stress, and lack of experience, competencies, and relevant knowledge. This work investigated and identified the grounds for developing a typology of foster families raising children with disabilities and proposed a typology according to them. To achieve the research objective, the methods of interviews, expert assessments, and classification were used. The conclusion is that the developed typology can serve as the basis for representatives of the guardianship and wardship authorities when selecting an appropriate foster family for a child, and foster parents will be able to provide an appropriate training and education model for effective rehabilitation, correction, and health recovery of this category of children.


KEYWORDS: Foster family. Children with disabilities. Typology of foster families for children with disabilities.


Introdução


O problema de uma família adotiva é urgente tanto para a Rússia quanto para o exterior. As estatísticas demonstram que em 2020, 33.000 órfãos foram colocados em famílias adotivas na Rússia (FEDERAL STATISTICAL OBSERVATION, 2020), quase 70.000 crianças vivem em famílias adotivas na Alemanha (GABLER et al., 2018), noventa e dois por cento das crianças sob a tutela do estado são colocados em famílias adotivas na Irlanda (esta é uma das taxas mais altas de colocação familiar em sistemas de cuidados em todo o mundo) (GILLIGAN, 2019), 67.000 crianças estão sob a tutela do estado na Inglaterra,

    1. das quais vivem em famílias adotivas (CAMERON et al., 2020). Todos os anos, o número de crianças com problemas de saúde que ficam sem cuidados parentais, com inúmeros problemas e distúrbios de natureza fisiológica, mental, emocional e física (crianças com síndrome do X frágil, crianças com paralisia cerebral, crianças com atrofia muscular espinhal etc.) está aumentando, portanto, questões importantes e em aberto são a incapacidade dos pais adotivos de resolver esses problemas e o procedimento ineficaz de seleção e treinamento de famílias adotivas para acompanhar várias categorias de crianças com deficiência.

      Os resultados de estudos recentes mostraram que existem os seguintes problemas que precisam ser resolvidos na prática da criação de filhos adotivos e no trabalho das autoridades de tutela:


      • Muitas famílias adotivas xercem principalmente o direito de escolher crianças com uma norma de desenvolvimento, sem anomalias e problemas, principalmente em idades mais jovens;

      • Muitos pais se recusam a aceitar uma criança com deficiência na família por motivos externos e internos (BAER; DIEHL, 2019; DANIEL, 2011), incluindo a falta de formação para o acolhimento como motivo interno, devido à imaturidade pessoal dos pais adotivos (MARKOVA; EMELYANOVA, 2016), o estresse dos pais adotivos (MILLER; GREEN; LAMBROS, 2019), peculiaridades do comportamento de um filho adotivo (MORGAN; FARINEAUB; MULLIS, 2015), e falta de experiência na criação de filhos com deficiência (LEATHERS et al., 2019);

      • Não foi desenvolvida uma tipologia de famílias adotivas, e a seleção de pais adotivos é realizada de acordo com requisitos formais (disponibilidade de atestado médico, condições de vida, material de apoio aos pais etc.) (COMBS-ORME; ORME, 2014; VANSCHOONLANDT et al. 2013).


        O problema científico fundamental é a necessidade de estudar os fundamentos segundo os quais uma tipologia de pais adotivos profissionais que criam filhos com várias deficiências será desenvolvida. Isso melhorará a precisão do procedimento de seleção e preparação do tipo apropriado de família para crianças com problemas e características específicas.

        O objetivo da pesquisa é desenvolver uma tipologia de famílias adotivas para crianças com deficiência. As tarefas do estudo são: 1) identificar os parâmetros das famílias adotivas (pais) que são mais importantes para a educação e o apoio às crianças com deficiência; 2) desenvolver as bases de uma tipologia de família substituta criando filhos com diferentes deficiências; 3) análise dos fundamentos de uma tipologia de famílias de acolhimento para crianças com deficiência e o desenvolvimento de uma tipologia com vários fundamentos.


        Revisão de literatura


        Os problemas de estudar famílias adotivas com várias categorias de crianças se espalharam na Rússia e no exterior. Na ciência doméstica, várias características sociopsicológicas e características dos pais adotivos foram estudadas:




      • Fatores sociais, características psicológicas e orientações de valores de pais adotivos, contribuindo para a criação de uma criança problemática (YAPAROVA, 2009; SHCHERBINA, 2016);

      • A maturidade sociopsicológica da "imagem ideal" do pai adotivo (ALDASHEVA; ZELENOVA, 2017);

      • Relações pais-filhos em famílias adotivas que criam filhos com deficiência (ASLAMAZOVA, 2012).

        Foi revelado que poucos pais adotivos no exterior realmente preferem criar muitos filhos com necessidades especiais (ORME; CHERRY, 2015).

        Um estudo de periódicos e livros científicos nacionais mostrou que o desenvolvimento de orientações científicas no estudo dos fundamentos para a tipologização de pais adotivos profissionais (famílias) que acompanham crianças com várias categorias de distúrbios de saúde é insuficiente. Assim, a realização de pesquisas sobre o tópico mencionado dará um ímpeto para o desenvolvimento posterior dessa direção científica.

        A análise de trabalhos científicos estrangeiros permitiu identificar os seguintes tipos de famílias adotivas que acompanham várias categorias de crianças com deficiência:


      • Famílias que fornecem suporte para crianças com deficiências de complexidade variada (um ou mais distúrbios emocionais e comportamentais) (CHEATHAM; RANDOLPH; BOLTZ, 2020);

      • Famílias criando filhos com comportamento impróprio (WHITE et al., 2019);

      • Famílias criando filhos com transtornos mentais, comorbidades e fatores de risco (HASELGRUBER; SÖLVA; LUEGER-SCHUSTER, 2020);

      • Famílias adotivas terapêuticas que fornecem tratamento e serviços terapêuticos para crianças com problemas de saúde (ORME; CHERRY, 2015; TULLBERG et al., 2019).


        Metodologia e métodos de pesquisa


        O estudo envolveu 236 pais adotivos que criam crianças com deficiência (120 famílias adotivas) e especialistas, sendo 60 pais adotivos com experiência em criar crianças com deficiência e 50 funcionários das autoridades de tutela na região de Lipetsk.

        Os seguintes métodos de pesquisa foram usados no trabalho:


        1. Métodos teóricos de pesquisa: análise teórica da literatura científica nacional e estrangeira sobre os problemas mais significativos das famílias adotivas que criam filhos com


          deficiência, as peculiaridades e características dos pais adotivos que acompanham os filhos com deficiência e a classificação das famílias adotivas para crianças com deficiência.

        2. Métodos de diagnóstico pedagógico:

      • Entrevista com representantes das autoridades tutelares, com pais adotivos para identificar os parâmetros mais significativos, proporcionando efeitos positivos de reabilitação e superação de problemas de saúde em crianças com deficiência. Durante a entrevista, foram feitas as seguintes perguntas: 1. Quais características dos pais adotivos influenciam na superação de deficiências em crianças com deficiência? Que dificuldades enfrentam os pais adotivos que criam filhos com deficiência? Que fatores determinam a superação dessas dificuldades em pais adotivos? O número de crianças com deficiência, o tipo de deficiência nas crianças, a experiência dos pais adotivos em criar os filhos com deficiência são importantes para os pais adotivos?

      • Método de avaliação de especialistas. Em nosso estudo, esse método foi uma avaliação individual feita por especialistas selecionados dos parâmetros mais significativos de famílias adotivas (pais) para crianças com deficiência. Os especialistas eram representantes das autoridades de tutela e pais com muitos anos de experiência positiva na reabilitação de crianças adotivas com vários distúrbios de saúde. A forma de mensurar os parâmetros dos pais adotivos no método de avaliação por especialistas foi a ordenação de todas as características e parâmetros propostos pelos especialistas em ordem de importância (do mais significativo ao menos significativo).

  1. O método tipológico foi usado para agrupar pais adotivos nos fundamentos mais essenciais necessários para o desempenho de funções profissionais em relação a crianças com diferentes tipos de deficiência.


A pesquisa foi realizada em três etapas: na primeira etapa, foi realizada entrevista com representantes das autoridades tutelares, pais adotivos de crianças com deficiência e, estudada a documentação; na segunda etapa, foi aplicado o método de avaliação por especialistas, por meio de classificação, para estudar as características significativas dos pais adotivos que acompanham os filhos com distúrbios de saúde; na terceira etapa, foi realizada uma descrição e proposta uma tipologia de famílias adotivas para a criação de filhos com deficiência.





Resultados de pesquisa


No primeiro estágio, estudamos os parâmetros de pais adotivos que criam filhos com deficiência. Os peritos foram 60 pais substitutos selecionados de acordo com os requisitos da sua competência (ensino superior, 5-8 anos de experiência na criação de filhos substitutos com deficiência), 50 representantes (funcionários) da tutela de acordo com as demandas (ensino superior; 5 anos de experiência no trabalho com pais adotivos criando crianças com deficiência, conhecimento profissional e treinamento avançado na escolha e apoio para famílias adotivas com crianças com deficiência).

O principal método de pesquisa foi uma entrevista com representantes das autoridades de tutela e pais adotivos, que foram selecionados como especialistas. Durante a entrevista, foram identificados vários parâmetros dos pais, necessários para criar os filhos com deficiência em uma família adotiva.

Depois de coletar e processar os resultados da entrevista, os seguintes parâmetros dos pais adotivos foram identificados como necessários para a educação de crianças com problemas de saúde:


1) o nível de educação; 2) a idade dos pais; 3) qualidades pessoais; 4) experiência de pais adotivos na criação de filhos com deficiência; 5) o número de crianças com deficiência na família adotiva; 6) conhecimento e habilidades no desempenho de funções médicas; 7) conhecimentos e habilidades para realizar a reabilitação de agravos à saúde; 8) conhecimento e habilidades na criação de filhos com deficiência; 9) a idade das crianças com deficiência;

10) a especificidade dos distúrbios de saúde infantil.


Na etapa seguinte, usando o método de avaliação por especialistas, estes foram solicitados a avaliar e classificar os parâmetros relacionados à família adotiva (pais) que cria filhos com deficiência de acordo com o grau de sua significância. Os seguintes resultados foram obtidos pelo método de avaliação de especialistas e técnica de classificação.



specificity of health disorders

the age of children with disabilities

knowledge and skills in educating… knowledge and skills in performing the… knowledge and skills in performing…

the number of children

foster parenting experience

personal qualities

parents’ age foster parents’ educational attainment

0

especificidade dos distúrbios de saúde

12

a idade das crianças com deficiência

11

conhecimentos e habilidades na educação de crianças...


conhecimentos e habilidades na execução do ...

13

conhecimento e habilidades na prática médica ...


o número de filhos

16

experiência de pais adotivos

10

qualidades pessoais

8

idade dos pais

10

o nível de escolaridade dos pais adotivos 2 4 6 8 10 12 14 16 18


10

4

6

Figura 1 – Classificação de acordo com o grau de significância dos principais parâmetros da família adotiva (pais) para criar filhos com deficiência deixados sem cuidados parentais (%)




Fonte: Elaborado pelos autores


De acordo com os resultados do ranking, o número um é a experiência dos pais adotivos em relação à educação de crianças com deficiência (16%), o número dois é o conhecimento e habilidades para desempenhar as funções de reabilitação de distúrbios de saúde (13%), o número três é a especificidade de distúrbios de saúde das crianças (12%), o número quatro é a idade das crianças (11%), o número cinco é a educação (10%), o número de filhos (10%) e as qualidades pessoais (10%) em proporções iguais. Menos significativos, de acordo com os especialistas, são a idade dos pais adotivos (8%), o conhecimento e as habilidades na criação de filhos com deficiência (6%) e o conhecimento e as habilidades no desempenho de funções médicas (4%).

Para uma análise mais completa e descrição das características dos parâmetros identificados, foram estudadas 120 famílias adotivas que criam filhos com deficiência (N = 120).

De acordo com o parâmetro "experiência dos pais adotivos na criação de filhos com deficiência", os seguintes tipos de famílias foram identificados entre as 120 famílias adotivas com experiências mais positivas na criação desta categoria de filhos: 1) ter experiência de 5 a 8 anos (38 %), 2) ter experiência de 3-5 anos (46%). De acordo com especialistas, em famílias adotivas com a experiência especificada e o tempo de residência de crianças com deficiência, resultados são alcançados tais como a restauração de algumas funções que faltam às crianças

RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 2, p. 1218-1234, maio/ago. 2021. e-ISSN: 1519-9029



com deficiência (fala, habilidades motoras, habilidades de autosserviço, avanço no desenvolvimento, superar distúrbios emocionais etc.). Os 16% restantes das famílias adotivas têm de 1 a 3 anos de experiência no acompanhamento de crianças com deficiência e estão no processo de adaptação dos filhos à família e dos pais às peculiaridades de saúde dos filhos (Diagrama 1).

De acordo com o parâmetro “conhecimentos e aptidões para o desempenho de funções de reabilitação de distúrbios de saúde infantil”, 68% dos pais em 120 famílias adotivas possuem os conhecimentos e habilidades obtidos em cursos especiais de formação e reciclagem, possuem longa experiência e resultados positivos na reabilitação de crianças com deficiência acolhidas. Trinta e dois por cento dos pais adotivos têm conhecimento de questões de reabilitação, mas não desenvolveram habilidades suficientes para seu uso no processo de criação de filhos com deficiência (Diagrama 2).


5-8-year

experience

3-5-year

experience

50

45

40

35

30

25

20

15

10

5

0

46

38

5 a 8 anos de experiência

16

3 a 5 anos de experiência

1 a 3 anos de experiência

Experiência com adoção

Diagrama 1 – Porcentagem de famílias adotivas da população em geral (N = 120) de acordo com o parâmetro "experiência de pais adotivos" (%)




1-3-

yearexperien ce

Foster parenting

experience

Fonte: Elaborado pelos autores



Diagrama 2 – Porcentagem de famílias adotivas da população em geral (N = 120) de acordo com o parâmetro "conhecimentos e habilidades no desempenho das funções de reabilitação de distúrbios de saúde infantil" (%)


Conhecimentos e habilidades em funções de reabilitação

Possui conhecimentos, mas não

desenvolveu habilidades suficientes

Possui conhecimentos e habilidades

Fonte: Elaborado pelos autores


Seguindo o parâmetro “especificidade dos distúrbios de saúde infantil”, as famílias adotivas podem ser categorizadas nestes tipos: 1) aquelas que criam filhos com um tipo de distúrbio de saúde e deficiência (paralisia cerebral, síndrome do X frágil, distúrbios da fala, deficiência intelectual, autismo etc.) - 34%; 2) as que criam filhos com vários (múltiplos) tipos de distúrbios (paralisia cerebral e deficiência intelectual, incapacidade intelectual e distúrbios emocionais) - 20%; 3) aquelas que criam filhos com deficiências complexas - 10%; e 4) aquelas que criam filhos com deficiências secundárias não complicadas (comprometimentos leves da fala, paralisia cerebral leve, síndrome do X frágil) - 26%. A especificidade das funções da família adotiva (pais) na superação de distúrbios de saúde depende do número e da complexidade das deficiências (Diagrama 3).

De acordo com o parâmetro “idade das crianças”, identificamos os seguintes tipos de famílias em 120 famílias adotivas com experiência na criação de crianças com deficiência: 1) aquelas que cuidam apenas da primeira infância (25%), 2) aquelas que criam apenas pré- escolares com deficiência (46%), 3) aquelas que criam apenas adolescentes com deficiência (15%), 4) aquelas que criam filhos com deficiência de diferentes idades (14%) (Diagrama 4). Da amostra de famílias adotivas que correspondem a este parâmetro, a maior complexidade na formação e reabilitação é representada pelas famílias que criam adolescentes e crianças com deficiência de diferentes idades, pois, por um lado, a adolescência é um período complicado de desenvolvimento pessoal e é acompanhados de problemas de saúde, por outro lado, com as diferentes idades das crianças existe a presença de distúrbios do

desenvolvimento, exigindo dos pais adotivos um conhecimento integrativo das características

RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 2, p. 1218-1234, maio/ago. 2021. e-ISSN: 1519-9029



da idade, as especificidades da criação dos filhos de uma determinada idade e o conhecimento simultâneo de métodos e técnicas para superar deficiências.


With one

type of impairments

With some

types of impairments

Diagrama 3 – Porcentagem de famílias adotivas da população em geral (N = 120) de acordo com o parâmetro "especificidade dos distúrbios de saúde das crianças" (%)



Severely

impaired

With

complicated types of impairments

Specificity of children’s

health disorders

50

45

44

40

Com um tipo de impedimento

35

30

26

Com alguns tipos de impedimento

25

20

20

15

Com impedimentos graves

10

10

5

0

Especificidades das desordens de saúde das crianças

Com tipos complicados de impedimento

Fonte: Elaborado pelos autores


Preschool

Early age (1-

3)

Diagrama 4 – Porcentagem de famílias adotivas da população em geral (N = 120) de acordo com o parâmetro "idade dos filhos adotivos" (%)



Adolescents

Of different

ages

Foster children’s age

50

46

45


40

35

Idade inicial (1-3)

30

25

25

Idade pré- escolar

20

Adolescentes

15

15

14

10

De diferentes idades

5

0

Idade das crianças adotadas

Fonte: Elaborado pelos autores



A análise de 120 famílias adotivas pelo parâmetro “nível de escolaridade dos pais adotivos” revelou famílias adotivas em que ambos os pais possuem ensino superior (35%), ambos os pais possuem ensino médio (24%), um dos pais possui ensino superior, o outro possui ensino médio (41%). De acordo com os resultados do inquérito a representantes das autoridades tutelares, o nível de escolaridade dos pais adotivos não está associado a uma solução eficaz para os problemas de educação e reabilitação de crianças com deficiência. O conhecimento e as habilidades adicionais necessários para resolver os problemas das crianças com problemas de saúde podem ser obtidos por meio do treinamento de pais adotivos na escola e de cursos especiais de atualização.

De acordo com o parâmetro “número de filhos adotivos”, definimos famílias adotivas que criem um filho (28%), dois filhos (32%), três filhos (22%) e quatro ou cinco filhos (18%) com distúrbios de saúde.


Diagrama 5 – Porcentagem de famílias adotivas da população em geral (N = 120) de acordo com o parâmetro "nível de escolaridade dos pais adotivos" (%)


Apenas um dos pais possui ensino superior

Nível de educação dos pais

Ambos os pais possuem ensino médio

Ambos os pais possuem ensino superior

Fonte: Elaborado pelos autores




Diagrama 6 – Porcentagem de famílias adotivas da população em geral (N = 120) de acordo com o parâmetro “o número de filhos adotivos” (%)


Número de filhos adotivos

Quatro ou cinco filhos

Três filhos

Dois filhos

Um filho

Fonte: Elaborado pelos autores


A base para a tipologia das famílias adotivas é a característica mais significativa, um parâmetro segundo o qual as famílias adotivas podem ser divididas em diferentes tipos. A tipologia de famílias adotivas que criam filhos com deficiência é a divisão das famílias adotivas de acordo com os fundamentos que permitirão fazer uma escolha qualificada (seleção) de uma família para uma criança com deficiência, prevendo a eficácia de funções para superar os distúrbios de saúde da criança no contexto de pais adotivos.

Propusemos uma tipologia de famílias adotivas de acordo com certos fundamentos:



Discussion


This study systematizes, expands, and specifies domestic and foreign works, in which certain types and kinds, and their combinations, of foster families raising children with disabilities have been identified. The advantages and positive results of our experiment, and aspects requiring discussion have been revealed. The research novelty is the developed typology of foster families, which in domestic and foreign scientific works is presented by the study of only some grounds related to our typology. For instance, as for the ground “the foster parenting experience in raising children with disabilities,” our work is consistent with the study, where it is proved that many foster parents, due to lack of experience, are poorly




prepared to meet the needs of children with disabilities (KAZDIN et al. 2018). At the same time, our study, based on this ground, identifies specific types of these families – adaptive and professional, which expands the previous scientific and practical data.

As for the ground “specificity of children’s health disorders”, we confirmed the classification of types of foster families according to seven studied types of foster children’s special needs – criteria for one or more DSM-IV disorders, with emotional disorders (24.0%), ADHD (19.0%), and behavioral disorders (21.5%). The article presents examples of the classification of foster families, identifies data, confirming the other scientific works, that only some foster parents raise children with different and complex disorders (VURAL et al., 2104); and a higher percentage of foster parents raise children with one out of seven types of special needs (ORME; CHERRY, 2015).

According to the parameter “children’s age”, we have specified the types of foster parents by age criteria. We share foreign researchers’ opinion that there are certain barriers keeping people from raising adolescents (lack of experience, fear, and stereotypes) (BAER; DIEHL, 2019).

We agree with the studies stating that foster parents’ insufficient education is an unfavorable factor associated with children’s psychological characteristics and the success of their professional activities in raising orphans (USHAKOVA, 2003; YAKOH; CHONGRUKASA; PRINYAPOL, 2015). However, in the works presented, the object of study was foster parents raising children with a developmental norm.

According to the parameter “the number of children”, we have identified foster families with one-two children with disabilities, foster families with many children, raising three-five children with disabilities. The previous studies revealed that the upbringing of 2 children with disabilities is optimal for effective rehabilitation and care, as well as solving the problems of such categories of children (TULLBERG et al., 2019).

The disadvantage of our work is the use of marginally formalized diagnostic techniques, which should be supplemented with formalized ones, allowing the acquisition of more accurate results.

So, we have studied only some of the external grounds of the typology of foster families raising children with disabilities. There is a need to identify the internal socio- psychological characteristics of foster parents raising children with health disorders, such as personal maturity, frustration, responsibility, and motivation, and to study the relationship of these characteristics with the effectiveness of solving health problems of foster children with





disabilities. Carrying out such research would allow applying formalized research methods and supplement our typology with new grounds and types.


Conclusions


The developed typology of foster parents with children of various categories of disabilities will improve the accuracy of the selection procedure, apply a specific model for choosing the appropriate type of families for children with specific health problems, and ensure the effectiveness of solving various problems of children through high-quality professional training of the foster family to perform various functions (educational, correctional, medical, and related to rehabilitation). The development of a typology of foster families raising children with disabilities will provide a high standard solution to the physiological, rehabilitation, psychological, social, and pedagogical problems of children of various categories of disabilities, and in some cases even replace specialists of various profiles necessary for children and increase the efficiency of the guardianship and wardship authorities in these directions.

The developed typology of professional foster families will be the basis for the enlargement of a database of professional foster families for various categories of children with disabilities and will allow the guardianship and wardship authorities and social employment centers to properly train professional foster parents to perform complex or specific professional functions in accompanying children with various categories of health disorders.


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How to reference this article


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Submitted: 16/05/2021 Approved: 11/06/2021 Published: 01/08/2021