image/svg+xmlA mercoaprendizagem das EdTechs na educação brasileira a partir dos impactos da pandemia da Covid-19RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152301A MERCOAPRENDIZAGEM DAS EDTECHS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA A PARTIR DOS IMPACTOS DA PANDEMIA DA COVID-19 EL MERCO-APRENDIZAJE DE EDTECHS EN LA EDUCACIÓN BRASILEÑA DESDE EL IMPACTO DE LA PANDEMIA DE COVID-19 THE LEARNING-MARKET OF EDTECHS IN BRAZILIAN EDUCATION FROM THE IMPACT OF THE PANDEMIC OF COVID-19 Alisson Slider do Nascimento DE PAULA1Stephanie Barros ARAÚJO2Ciro Mesquita de OLIVEIRA3RESUMO: O texto busca discutir os impactos da pandemia da Covid-19 no setor educacional considerando o aprofundamento da mercoaprendizagem. A educação remota surge como solução dos governos para reduzir as consequências da suspensão das aulas. A utilização desses recursos de modo centralizado expressa os interesses do mercado da aprendizagem, uma vez que a financeirização da educação é aprofundada a partir da compra de pacotes de empresas de EdTechspelo setor público. Constata-se que setores empresariais vinculados a algumas esferas da educação, sobretudo da educação a distância por meio de venda de recursos tecnológicos e com atuação de EdTechsbuscam efetivar a mercoaprendizagem de modo oportunista e sem considerar o futuro da educação pública estatal e dos estudantes das camadas populares. PALAVRAS-CHAVE: Covid-19. Mercoaprendizagem. EdTech.RESUMEN:El texto busca discutir los impactos de la pandemia Covid-19 en el sector educativo considerando la profundización del mercoaprenteamento. La educación a distancia surge como una solución de los gobiernos para reducir las consecuencias de la suspensión de clases. El uso de estos recursos de manera centralizada expresa los intereses del mercado del aprendizaje, ya que se profundiza la financiarización de la educación a través de la compra de paquetes a empresas EdTechs por parte del sector público. Parece que los sectores empresariales vinculados a algunos ámbitos de la educación, en especial la educación a distancia a través de la venta de recursos tecnológicos y con el trabajo de EdTechs buscan realizar merco-aprendizaje de manera oportunista y sin considerar el futuro de la educación pública estatal y los estudiantes de capas populares.PALABRAS CLAVE:Covid-19. Merco-aprendizaje. EdTech.ABSTRACT:The text seeks to discuss the impacts of the Covid-19 pandemic on the educational sector considering the deepening of learning-market. Remote education emerges as a solution by 1Centro Universitário Inta (UNINTA), Sobral – CE – Brasil. Professor do Departamento de Educação. Pós-Doutor em Educação pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Bolsista Produtividade em Pesquisa (FUNCAP). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6356-3773. E-mail: alisson.slider@yahoo.com 2Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza – CE – Brasil. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9134-7557. E-mail: stephaniebarros.araujo@gmail.com 3Universidade Estadual do Ceará (UECE), Fortaleza – CE – Brasil. Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2463-664X. E-mail: ciro.mesquita16@gmail.com
image/svg+xmlAlisson Slider do Nascimento DE PAULA; Stephanie Barros ARAÚJO e Ciro Mesquita de OLIVEIRA RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152302governments to reduce the consequences of the suspension of classes. The use of these resources in a centralized way expresses the interests of the learning market, since the financialization of education is deepened by the purchase of packages from EdTechs companies by the public sector. It appears that business sectors linked to some spheres of education, especially distance education through the sale of technological resources and with the work of EdTechs seek to carry out learning-market in an opportunistic way and without considering the future of state public education and students from popular layers. KEYWORDS: Covid-19. Learning-market. EdTech.IntroduçãoA crise da Covid-19 expressa um cenário de natureza e escala sem precedentes no século XXI, no qual seus impactos são sentidos em todos os campos da vida. Assim, o setor educacional em escala global vem sendo afetado diretamente pela pandemia. Além disso, como a principal forma de obstaculizar a irradiação do vírus foi através do isolamento social, decorrendo no fechamento das instituições, muitas escolas e profissionais tiveram que encontrar estratégias que pudessem atender as demandas exigidas pela sociedade do capital. Se por um lado, a necessidade de garantir o currículo escolar é algo preocupante, o cessar das atividades por meio do lockdownem diversos países, na busca de garantir o bem mais precioso - a vida humana - é algo a se refletir e discutir. Até que ponto o sistema econômico está disposto a ceder? Malgrado esse cenário que implica grandes prejuízos pedagógicos na formação escolarizada dos estudantes, um outro aspecto emergiu diante de tudo isso, foi a ascensão da aprendizagem digital através do ensino remoto e o consequente protagonismo das empresas de tecnologias educacionais (EdTechs). A reconfiguração dos processos de formação por meio dos pacotes tecnológicos durante o período pandêmico viabilizou novas formas de expansão privado-mercantil no interior da educação pública, com efeito, decorrendo no aprofundamento e consolidação de um mercado de aprendizagem que já existia, contudo, agora suplementado pelo panorama planetário da Covid-19 para aprofundar a mercoaprendizagem das EdTechs no sistema escolar público. Com essas considerações em vista, o referido texto busca discutir os impactos da pandemia da Covid-19 no setor educacional considerando a ascensão e aprofundamento do mercado de aprendizagem. Portanto, a seção de abertura aborda o panorama global em que a Covid-19 surgiu e se irradiou, consolidando-se como pandemia e impactando os sistemas educacionais por todo o globo. A segunda seção analisa a lógica da globalização dos Estados nacionais e as relações entre o público e o privado que tornam factível a lógica de
image/svg+xmlA mercoaprendizagem das EdTechs na educação brasileira a partir dos impactos da pandemia da Covid-19RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152303privatizações exógenas ampliando o alcance da mercoaprendizagem. Na terceira seção, por seu turno, analisar-se-á os impactos da pandemia no setor educacional brasileiro dando ênfase na emergência do ensino remoto e consequente atuação de corporações de EdTechs no cenário nacional. Os impactos da pandemia da Covid-19 no território globalO novo coronavírus é denominado de síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2) (VAN DOREMALEN et al., 2020). Surgiu em Whuham, sétima maior cidade da China. A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta global sobre a doença em 31 de dezembro de 2019. A doença foi nomeada oficialmente pela OMS como COVID-19, em 11 de fevereiro. Em março, a organização definiu o surto da doença como pandemia. O coronavírus se trata de um vírus zoonótico, um RNA vírus de classificação Nidovirales, do grupo Coronaviridae. Este grupo gera infecções respiratórias, sendo isolado “pela primeira vez em 1937 e descritos como tal em 1965, em decorrência do seu perfil na microscopia parecendo uma coroa” (LIMA, 2020, p. 5). Em acréscimo, consoante o autor supracitado, os tipos de coronavírus conhecidos são: “alfa coronavírus HCoV-229E e alfa coronavírus HCoV-NL63, beta coronavírus HCoV-OC43 e beta coronavírus HCoV-HKU1”, SARS-CoV (causador da síndrome respiratória aguda grave ou SARS), MERS-CoV (causador da síndrome respiratória do Oriente Médio ou MERS). A contaminação que se alastrou por todos os cantos do globo acarretou implicações em todos os setores econômicos. O alcance do contágio atingiu diretamente o setor econômico, implicando numa crise que expressa um padrão diferenciado quando comparada à crise de subprime em 2008, visto que não se restringe apenas a elementos puramente econômicos e financeiros. Nessas circunstâncias, os sistemas educacionais de diversos países foram impactados duramente. Uma das ações para contenção da pandemia da Covid-19, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (UNESCO), foi o fechamento temporariamente das instituições de ensino por parte da grande maioria dos governos. Essa ação de contenção impactou em mais de 70% da população estudantil global. O fechamento das escolas de educação básica abalou a realidade educacional de, segundo a UNESCO, 1.198.530.172 estudantes, 68,5% do total de estudantes matriculados, uma vez que 153 países aderiram ao fechamento das escolas como ação para combater a propagação da Covid-19. Nesse panorama, os governos em parceria com agências
image/svg+xmlAlisson Slider do Nascimento DE PAULA; Stephanie Barros ARAÚJO e Ciro Mesquita de OLIVEIRA RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152304multilaterais reuniram-se para traçarem estratégias que atuassem diretamente no cenário educacional a fim de evitar tantos prejuízos. A UNESCO (2020) buscando reduzir as consequências da suspensão das aulas propôs que os países mantivessem seus calendários escolares em andamento a partir da educação remota, com especial ênfase para as populações mais vulneráveis e desfavorecidas. Os sistemas de ensino foram se ajustando dentro dos limites das orientações das agências multilaterais e dos governos, no Brasil, em especial, essas orientações foram protagonizadas pelas secretarias estaduais e municipais, visto a conjuntura política que estamos vivenciando e a ausência proativa do Ministério da Educação (MEC), uma vez que a implantação do modelo de ensino remoto, do modo como foi denotado, não foi unanimidade entre os Estados nacionais. Todavia, os que aderiram este formato migraram suas aulas presenciais para a forma On-line, de acordo com a reportagem do jornal The Economist (2020), China e Coreia do Sul estão com as escolas fechadas desde janeiro. Até setembro não há previsão de retorno das aulas presenciais em Portugal e nem no Estado subnacional da Califórnia. Concernente aos exames nacionais, a China adiou o exame Leaving Certificate(gaokao). Grã-Bretanha e França cancelaram seus exames de 2020. O público e o privado e a emergência da mercoaprendizagemO fenômeno da globalização afeta diretamente o modus operandi das instituições republicanas, sobretudo as educacionais. No interior dessa racionalidade destaca-se a economia do conhecimento (AFONSO, 2015; OLSSEN; PETERS, 2015; JARVIS, 2000). Esse conceito torna exequível evocar um tipo de sociedade que respalde e legitime a aprovação de políticas e a “definição de orientações económicas e empresariais ou a indução de práticas sociais e educacionais direcionadas para atender o que se consideram, em termos genéricos, as [...] exigências do capitalismo (AFONSO, 2015, p. 270). Desse modo, o capital se encontra em uma situação penosa, enveredando assim, na busca por outras áreas, para que possa efetuar sua extração de mais-valia e de excedente-valor. Neste cenário, a educação surge como setor estratégico para o capital, pois o financiamento público-estatal configura-se como uma sedutora fonte para ser absorvida. Sob essa perspectiva, entendemos que é inconcebível pensar em uma transformação no quadro social, tendo em vista que as práticas educacionais presentes na sociedade não conseguem ultrapassar as barreiras impostas pelo sistema econômico. A educação é um complexo ideológico que deveria auxiliar na ruptura dos grilhões criados pelo capital, contudo, modo
image/svg+xmlA mercoaprendizagem das EdTechs na educação brasileira a partir dos impactos da pandemia da Covid-19RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152305social vigente ‘é irreformável porque pela sua própria natureza, como totalidade reguladora sistêmica, é totalmente incorrigível’ (MESZÁROS, 2008, p.27). Visto que a educação é um complexo da superestrutura do capitalismo que contribui para a reprodução do seu modus operandi. De acordo com a pesquisa de Verger et al. (2017 apud RIKOWSKI, 2017), o mercado educacional global, em 2015, possuiu o valor de US $4,9 trilhões (USD). Acrescentamos a isso o investimento aproximado de US $2 bilhões em capital de risco em educação, em 2014, o que evidencia um crescimento no investimento da ordem dos 45% no período da Grande Depressão de 2009 a 2014. Esse cenário global da educação, portanto, evidencia a fonte dos interesses dos setores empresariais, estimulando, dessa maneira, a mercadificação da educação. Temos que com a necessidade de instruir minimamente os trabalhadores, os bancos escolares que até a década de 1970 no Brasil eram ocupados em sua maioria pela burguesia, passam a receber o proletariado. O Estado que antes fornecia educação para uma parcela mínima e abastada, precisou suprir as carências educacionais dos filhos da classe trabalhadora, e com isso, o nível de ensino das escolas públicas caíram, isso porque, não era interessante para o capitalismo que a maioria da população se conscientizasse. O Estado, comandado por uma parcela mínima da população, entende que dar conhecimento para o povo, põe em perigo tudo que a burguesia usurpou historicamente. Todavia, é necessário falsificar o que é fornecido diretamente pelo Estado, e no ato de ludibriar os trabalhadores, aqueles que estão no poder pretendem ganhar a gratidão daqueles que exploram, alegando que sem eles (os detentores dos meios de produção), todos sucumbiriam a miséria. Na verdade, o que se esconde em benevolência são os lucros - diretamente por meio do trabalho explorado, ou, indiretamente através de marketing social dos serviços prestados sob forma de caridade aos trabalhadores, que retornam posteriormente ao capitalista sob forma de novo capital. Inevitavelmente, os primeiros passos de uma grande transformação social na nossa época envolvem a necessidade de manter sob controle o estado político hostil que se opõe, e pela sua própria natureza deve se opor, a qualquer ideia de uma reestruturação mais ampla da sociedade. Neste sentido, a negação radical de toda estrutura de comando político do sistema estabelecido deve afirmar-se, na sua inevitável negatividade predominante, na fase inicial da transformação a que se vise. Mas, mesmo nessa fase, e na verdade antes da conquista do poder político, a negação necessária só é adequada para o papel assumido se for orientada efetivamente pelo alvo global da transformação social visada, como a bússola de toda a caminhada. Portanto, desde o início o papel da educação é de importância vital para romper com a internalização predominante nas escolhas políticas circunscritas à "legitimação constitucional democrática" do Estado
image/svg+xmlAlisson Slider do Nascimento DE PAULA; Stephanie Barros ARAÚJO e Ciro Mesquita de OLIVEIRA RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152306capitalista que defende seus próprios interesses. Pois também essa "contrainternalização" (ou contraconsciência") exige a antecipação de uma visão geral, concreta e abrangente, de uma forma radicalmente diferente de gerir as funções globais de decisão da sociedade, que vai muito além da expropriação, há muito estabelecida, do poder de tomar todas as decisões fundamentais, assim como das suas imposições sem cerimónia aos indivíduos, por meio de políticas como uma forma de alienação por excelência na ordem existente (MÉSZÁROS, 2005, p. 61).Diante da necessidade exposta de fortalecer laços promotores da “exclusão includente”, o capitalismo, sob a figura do Estado, busca atribuir a responsabilidade aos indivíduos pela ascensão ou declínio dos mesmos. O empreendedorismo é a palavra e a ação que move a atual sociedade, tendo em vista a busca constante por estratégias que possibilitem a estabilidade ou o progresso dos homens na atual conjuntura. Perante a responsabilidade direcionada a educação e a formação continuada, mesmo que precária e aligeirada, a dinâmica da “empresa escola” traça metas e propostas para resposta aos anseios mercadológicos, barganhando força de trabalho e ao mesmo tempo, que esses profissionais sejam eficientes dentro das limitações que lhes são impostas. O segredo para um salto positivo na pirâmide social ou manutenção no topo desta, está em aprender para ser competitivo, e comparando a competição entre trabalhador e burguês, ganha o burguês, que terá vantagem pela exploração da força de trabalho barata e qualificada Nesta sociedade regida pelo Capital, a lógica da educação é a lógica do mercado. Sob essa lógica, os indivíduos devem ser preparados para a flexibilização das relações de trabalho e para a adaptação a tudo o que é imposto, além de garantirem um emprego para si. Nesse tipo de sociabilidade, a educação – que tem a função de mediar a consciência dos homens visando a sua reprodução – é um mecanismo poderoso no processo de reprodução das relações sociais alienadas. [...] Por isso, a educação é posta hoje como um mecanismo que pretende calar a voz e impedir as ações dos indivíduos em direção a uma mudança radical na sociedade (BRAGA et al.,2010, p. 7).O setor financeiro constituiu uma complexa teia de processos de privatização da educação. No Brasil essa configuração está alinhada às orientações das agências multilaterais, assim como sua particularidade capitalista dependente que reflete na inflexão do Estado nacional aos países centrais. A partir da década de 1980, com a retomada da expansão econômica global, ajustes estruturais foram empreendidos nos Estados nacionais buscando ascender a rentabilidade financeira. Com efeito, essa processualidade estimulou uma atuação atrofiada do Estado atinente à garantia de direitos e, consequentemente, engendrou-se maior vinculação estatal com o mercado. A maior vinculação da esfera pública-estatal com o mercado viabilizou a criação de uma miríade de políticas para diluir os limites entre o público
image/svg+xmlA mercoaprendizagem das EdTechs na educação brasileira a partir dos impactos da pandemia da Covid-19RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152307e o privado, todavia essas políticas não são imparciais, não surgiram do nada, e carregam consigo orientações calcadas na globalização. A lógica da criação de políticas calcadas no fenômeno da globalização é explicitada por Ball (2001, p. 102): A criação das políticas nacionais é, inevitavelmente, um processo de “bricolagem”; um constante processo de empréstimo e cópia de fragmentos e partes de ideias de outros complexos, de uso e melhor das abordagens locais já tentadas e testadas, de teorias canibalizadoras, de investigação, de adoção de tendências e moedas, e por vezes, de investimento em tudo aquilo que possa vir a funcionar. A maior parte das políticas são frágeis, produtos de acordos, algo que pode ou não funcionar; elas são retrabalhadas, aperfeiçoadas, ensaiadas, crivadas de nuances e moduladas através de complexos processos de influências, produção e disseminação de textos e, em última análise, recriadas nos contextos da prática. [...] Estes campos constituem-se de forma diferente em distintas sociedades. Em resumo, as políticas nacionais necessitam ser compreendidas como o produto de um nexo de influências e interdependências que resultam numa “interconexão, multiplexidade, e hibridização” [...], isto é, “a combinação de lógicas globais, distantes e locais”.No cenário global, as políticas educacionais estão sofrendo intervenções, numa escala crescente de novos atores – muitos dos quais vinculados ao setor privado – implicando numa nova morfologia educacional em que a oportunidade do lucro esteja em pauta (BALL, 2018). Nessas circunstâncias, a mercadificação da educação não se trata de uma abstração. Para Peroni, Caetano e Lima (2017, p. 427), os limites entre o público e o privado “têm se modificado neste período de crise do capitalismo, em que as suas estratégias de superação – neoliberalismo, globalização, reestruturação produtiva e Terceira Via – redefinem o papel do Estado, principalmente para com as políticas sociais”. Nessa acepção, Leyshon e Thrift (2007) consideram que nos últimos 30 anos uma das histórias financeiras mais persistentes tem sido a procura por um rendimento confiável que possa ser expandido. Decerto, o setor da educação é estratégico porquanto configura-se como uma tendência emergencial. Ball (2018, p. 2) assevera que a “relação do Estado com provedores privados de serviços educacionais é agora comumente articulada pela lógica de mercado, dentro da qual o Estado se torna um criador de mercados, contratante e monitorador”, ao passo que “o setor privado e outros provedores assumem cada vez mais o trabalho prático do governo, no sentido imediato e mundano”. Não obstante atores privados e corporativos estejam envolvidos na educação básica global desde o século XIX (CARNOY, 1975; MOELLER, 2020), nas últimas décadas obtiveram mais influência e poder – em decorrência da processualidade do capital financeiro – na definição de diretrizes e políticas educacionais em escala mundial. É lícito considerar que
image/svg+xmlAlisson Slider do Nascimento DE PAULA; Stephanie Barros ARAÚJO e Ciro Mesquita de OLIVEIRA RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152308a educação, durante esse período, contribuiu significativamente para a expansão dos lucros corporativos e ampliação do mercado através de processos de privatizações exógenas (BALL; YOUDELL, 2007). “Esse alcance expandido de atores privados ocorreu no contexto e como consequência da reversão do investimento estatal e do aumento de ataques ideológicos à educação pública em diversos contextos globais” (MOELLER, 2020, p. 1). Desta maneira, opera-se, de tal modo, uma verdadeira metamorfose na educação, aprofundando o mercado da aprendizagem, em decorrência da venda de serviços que constituem a formação profissional e a formação em serviço para os professores da educação básica, como a atuação da Fundação Lemman e o Instituto Ayrton Senna. Esta lógica “se amplia num âmbito cada vez mais vasto e transnacional, com a criação de [...] seus sistemas de tutoria apoiados pelas tecnologias da informação e comunicação” (AFONSO, 2015, p. 280). Portanto, aquilo que convencionamos chamar por “mercoaprendizagem”, diz respeito à forma contemporânea e tendencial da manifestação da educação como mercadoria. O investimento feito pela filantropia empresarial no campo da educação está respaldado em um projeto dito humanitário, mas que de fato tem como “último motivo que determina o possuidor de um capital a aplicá-lo, seja na agricultura ou na manufatura ou num ramo particular do comércio em gros ou détail, é o ponto de vista do próprio lucro” (SMITH apudMARX, 2015, p.269) É por meio do trabalho explorado que o homem consegue produzir como resposta o mais-valor. Para Marx (2013, p. 294), esse resultado corresponde à expressão do grau de exploração da força de trabalho pelo capital, ou seja, a exploração do trabalhador pelo capitalista. Assim, é de todo interesse para a burguesia avalizar medidas que protejam a existência do proletariado. No Brasil, a pandemia da Covid-19 engendrou diversas implicações que afetaram e estão afetando diretamente a formação escolar, em especial da educação pública porquanto os aspectos atinentes à infraestrutura e ao corpo estudantil se diferenciam daqueles situados na educação privado-mercantil, mormente no que toca às condições objetivas das famílias atendidas pelo sistema escolar. O ensino remoto como expressão da mercoaprendizagem das EdTechs no Brasil O sistema escolar brasileiro se depara com uma tentativa de disseminar a ideia que as escolas de educação básica e universidades estão funcionando normalmente através do ensino remoto, com o subterfúgio do prosseguimento do calendário escolar e acadêmico no país. No
image/svg+xmlA mercoaprendizagem das EdTechs na educação brasileira a partir dos impactos da pandemia da Covid-19RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152309dia 28 de abril de 2020 o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou diretrizes para escolas da educação básica e instituições de educação superior durante a pandemia do COVID-19. Os apontamentos para educação básica e superior, em síntese, propõem aproximação virtual dos professores com as famílias, atividades não presenciais que utilizem a família como mediadora, supervisão de um adulto familiar no sentido de acompanhamento durante os estudos on-line, além da utilização de vídeos educativos. Concernente ao ensino remoto, a Conselheira do CNE, Maria Helena Guimarães de Castro, entende essa modalidade de ensino como um conjunto de práticas diversificadas de ensino-aprendizagem que contemplam ensino on-line, vídeo-aulas, atividades enviadas aos estudantes e leitura de livros (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2020). Nessa acepção, é lícito considerar que desde a década de 1990 agências multilaterais como o Banco Mundial (BM), Organização Mundial do Comércio (OMC) e a UNESCO propõem a Educação a Distância (EaD) para ampliação da educação nos países periféricos. Com a pandemia do COVID-19, o que antes era ameaça mais explícita nos bancos das instituições de ensino superior, passa a fazer parte da educação básica, que também é afetada e ganha uma nova cara com o ensino emergencial remoto. Em acréscimo, estas agências multilaterais buscam disseminar um modelo de educação e de instituição escolar advogado pelo capital, a rigor, um modelo orientado na agenda empresarial em que a formação seja baseada em competências e tenha como objetivo a formação de capital humano. Uma formação que oferece ao trabalhador uma educação em doses homeopáticas que corresponda aos interesses do capital, mas que mantenha o trabalhador alienado da sua classe e dos mecanismos de opressão a que está submetido nesta lógica. A despeito da retórica da aflição acerca da situação educacional em decorrência do isolamento social, a defesa dos interesses das corporações educacionais e das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) está na ordem do dia. A implementação de ensino híbridos, com aulas síncronas, ensino baseado em competências, tradicionais planos de estudos e exercícios de memorização para atenderem as avaliações de larga escala (GIROUX, 2018), evidenciam a necessidade de dar especial atenção nas avaliações no formato on-line, como a proposta do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) digital. O documento do Colemarx (2020, p. 13) ressalta que há uma coalização global envolvendo setores empresariais e governos, e que esta coalizão é liderada pela UNESCO e envolve outras agências multilaterais, além de grupos empresariais como “Microsoft, Google, Facebook, Zoom, Moodel, Huawei, Tony Blair Institute for Global Change, Fundação
image/svg+xmlAlisson Slider do Nascimento DE PAULA; Stephanie Barros ARAÚJO e Ciro Mesquita de OLIVEIRA RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1523010Telefônica e outros”. Os recursos mais utilizados no panorama educacional durante a pandemias partem dessa coalização: “Google, Google classroom, Google suíte, Google Hangout, Google Meet, Facebook, Microsoft one note, Microsoft, Google Drive/Microsoft Teams, Moodel, Zoom, Youtube”. A utilização desses recursos de modo centralizado expressa os interesses da mercoaprendizagem, visto que a financeirização da educação é aprofundada a partir da compra de pacotes de empresas de tecnologias educacionais (EdTechs) pelo setor público. Consoante Moeller (2020, p. 3), as EdTechs possuem como negócio softwaresvoltados para o desenvolvimento de competências e habilidades em dado conhecimento, até produtos que possibilitem “mudanças significativas na operação e gestão das escolas”, decorrendo, inclusive, na “contratação de serviços específicos ou escolas inteiras”. Este panorama já era operado nos EUA através de Educational Management Organizations(EMOs) – Organizações de Gerenciamento Educacional – com finalidade de lucro que desenvolvem e/ou administram escolas. Exemplos de EMOs que melhor caracterizam este cenário são: Edison Learning Inc., que administra escolas públicas charter, e a Electronic Classroom of Tomorrow, que se configurava como uma escola on-line. Em acréscimo, existem EdTechs, como a Pearson, que comercializam pacotes educacionais como currículos, programas pedagógicos, serviços de avaliações e desenvolvimento profissional, malgrado se tratarem de empresas com fins lucrativos, são financiados pelo setor público a partir de operações financeiras (KOYAMA, 2010). As EdTechs constituem um campo de corporação multibilionária, e atores corporativos como Google, Microsoft e Apple estão no epicentro. Moeller (2020, p. 6) assevera que “Google, Microsoft e Apple estão lutando pelo domínio nas salas de aula. Todos querem que seus dispositivos estejam nas mãos da próxima geração de consumidores”. É um nicho mercadológico valioso para ser dominado. A rigor, como empresa, as EdTechs, em 2019, atingiram um valor de US $ 43 bilhões, sendo que aproximadamente metade deste valor está na educação básica. Com efeito, se olharmos para a movimentação das ações no período de quinze de abril a quatorze de maio na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) verificamos uma queda nas ações das duas maiores holdingsS/A do setor da educação, a Cogna Educacional (COGN3 -24,18) e a YDUQS (YDUQ3 -20,52%), todavia, três das empresas que fornecem os recursos educacionais para operacionalizar o ensino remoto no período pandêmico, obtiveram valorização de suas ações. Consoante o índice NASDAQ, a empresa Zoom Video
image/svg+xmlA mercoaprendizagem das EdTechs na educação brasileira a partir dos impactos da pandemia da Covid-19RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1523011Comunications(ZM 10,79%), Alphabet Inc. (GOOGL 7,92%) e Microsoft (MSFT 5,03%) expressam essa valorização de capital. Nesse sentido, constata-se o cenário de continuidade no aprofundamento da financeirização da educação, contudo, desviando a ênfase das transações, isto é, outrora concentrava-se nas instituições, passando-se a enfatizar nos recursos tecnológicos. Esse fenômeno decorre em severas implicações na formação dos sujeitos, no trabalho pedagógico e no acesso e permanência na educação. O ensino migrou das salas de aula para os aplicativos de videoconferências. Com a migração no formato das aulas, dos processos de formação e das formas de interação, os professores tiveram que reorganizar o trabalho pedagógico atropelando o Projeto Político Pedagógico da escola, com isso, descaracterizando os objetivos de formação. Vale ressaltar que boa parte dos professores não possuem capacitação e domínio das EdTechs que estão sendo utilizadas para mediar o processo de ensino-aprendizagem. No limite, o acesso e a permanência é outro problema gritante no Brasil, considerando que há um poço entre escolas públicas e escolas privadas, constituindo um verdadeiro apartheideducacional., Além disso, em estudo recente do Observatório Social da Covid-19 do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (Fafich-UFMG), expõe que 20% dos domicílios brasileiros não estão conectados à internet, não sendo exequível o acesso, por parte dos alunos aos materiais de ensino a distância disponibilizados nos portais por diversas escolas públicas do ensino fundamental e médio (COLEMARX, 2020). Esse cenário caracteriza-se com o que Leher (2020) denomina por Darwinismo Social, porquanto existe uma hierarquia de raças, culturas e naturezas humanas. A defesa pelo arrefecimento dos direitos sociais, e a compreensão do mercado como lócus da seleção natural implica para os que forem selecionados negativamente, sua sucumbência como efeito colateral da lei dos mais fortes. À guisa de conclusão Considerando as diretrizes do CNE, não há nada que indique como será o futuro do desconfinamento da educação básica. Os setores privados-mercantis apontam para o crescimento das tecnologias educacionais, visto que no Brasil consta um crescimento com mais de 400 EdTechs. Em livedo dia 13 de maio organizada pelo projeto Brazil at Silicon Valley, debateu-se o tema: EdTech & Philanthropy: we will start soon. Participaram da live, Jorge Paulo Lemman da Fundação Lemman e Sal Kahn da Khan Academy. Os apontamentos
image/svg+xmlAlisson Slider do Nascimento DE PAULA; Stephanie Barros ARAÚJO e Ciro Mesquita de OLIVEIRA RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1523012foram que a partir da Covid-19 governos e instituições conscientizem-se que a educação digital deve ser central e que no futuro haverá instituições de ensino em nuvem, e que os professores precisarão dominar muitas soft skillspara atuar nessa nova realidade educacional. Os estudantes das escolas públicas que não possuírem condições para estudar, seja pela falta de estrutura em sua casa ou pela falta de recursos como computadores, notebooks, smartphones e internet serão deixados para trás. Diante disso, é válido refletir sobre os diversos elogios ao modelo educacional norte-americano em que pese o programa No Child Left Behind. Contudo, no cenário em tela de Pandemia da Covid-19, da ascensão do ensino emergencial remoto via EdTechs, pode-se utilizar a expressão de Bastos (2018): No Profit Left Behind– Nenhum Lucro Deixado para Trás –, com efeito, o cenário é propício para fazer o experimento da mercoaprendizagem. O cenário é perverso para a humanidade. A pandemia está afundando o sistema de saúde global e as finanças do sistema de metabolismo de capital. Todavia, setores empresariais vinculados a algumas esferas da educação, sobretudo da atuação de EdTechs buscam efetivar o mercado da aprendizagem de modo oportunista e sem considerar o futuro da educação pública estatal e dos alunos das camadas populares. Em decorrência disso, é necessário questionar essa lógica, buscar implementar o Sistema Nacional de Educação (SNE) apoiado pelas relações cooperativas e colaborativas entre os entes federados, buscando assim uma educação pública, de qualidade, em que os recursos tecnológicos suplementem o currículo, o trabalho pedagógico e a formação, e que os interesses de lucro sejam elididos para que a educação pública estatal (gratuita) possa atender aos anseios da sociedade no cenário pós-pandêmico. AGRADECIMENTOS: agradecemos à Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) pelo apoio financeiro. REFERÊNCIAS AFONSO, A. J. A educação superior na economia do conhecimento, a subalternização das ciências sociais e humanas e a formação de professores. Avaliação, Campinas, v. 20, n. 2, p. 269-291, 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/vrG75gLqkvVcHJvdWsFDmwp/abstract/?lang=pt. Acesso em: 27 mai. 2021.
image/svg+xmlA mercoaprendizagem das EdTechs na educação brasileira a partir dos impactos da pandemia da Covid-19RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1523013BALL, S. J. Política educacional global: reforma e lucro. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos em Política Educativa, v. 3, n. 1, 2018. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/retepe/article/view/12671. Acesso em: 04 jun. 2021. BALL, S. J. Diretrizes políticas globais e relações políticas locais em educação. Currículo sem Fronteiras, v. 1, n. 2, p. 99-116, 2001. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol1iss2articles/ball.pdf. Acesso em: 27 maio 2021. BALL, S. J.; YOUDELL, D. Hidden privatisation in public education. Education International, 2007. BASTOS, R. M. B. No profit left behind:os efeitos da economia política global sobre a educação básica pública. Fortaleza: Nova Civilização, 2018. BRAGA, S.; et al. O caráter ontológico da educação como instrumento de superação da alienação: notas introdutórias. In: ENCONTRO DE PESQUISA DE PÓS-GRADUAÇÃO, 1., 2010, Anais[...]. Fortaleza: Semana de Humanidades, 2010. CARNOY, M. Schooling in a corporate society: The political economy of education in America. McKay, 1975. COLEMARX. Em defesa da educação pública comprometida com a igualdade social: porque os trabalhadores não devem aceitar aulas remotas. 2020. Disponível em: http://www.colemarx.com.br/wp-content/uploads/2020/04/Colemarx-texto-cr%C3%ADtico-EaD-2.pdf. Acesso em: 14 mai. 2021. GIROUX, H. A. La guerra del neoliberalismo contra la educación superior. Barcelona: Herder Editorial, 2018. HALE, W.; PETHERICK, P. COVID-19: Government Response Stringency. Our World in Data, 2020, Disponível em: https://ourworldindata.org/grapher/covid-stringency-index?year=2020-05-08&country=BRA. Acesso em: 10 maio 2021. JARVIS, P. Globalização e mercado da aprendizagem. In: LIMA, L. C. (org.). Educação de adultos. Fórum III. Braga: Universidade do Minho/UEA, 2000. p. 29-41. JOHNS HOPKINS UNIVERSITY. Coronavirus resource center. 2020. Disponível em: https://coronavirus.jhu.edu/. Acesso em: 23 mai. 2020. KOYAMA, J. Making failure pay:for-profit tutoring, high-stakes testing, and public schools. University of Chicago Press, 2010. LEHER, R. Darwinismo social, epidemia e fim da quarentena: notas sobre os dilemas imediatos. Carta Maior, 29 de março, 2020. Disponível em: https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Darwinismo-social-epidemia-e-fim-da-quarentena-notas-sobre-os-dilemas-imediatos/4/46972. Acesso em: 16 maio 2020. LEYSHON, A.; THRIFT, N. The capitalization of almost everything: the future of finance and capitalism. Theory Culture and Society, v. 24, n. 7-8, p. 97-115, 2007.
image/svg+xmlAlisson Slider do Nascimento DE PAULA; Stephanie Barros ARAÚJO e Ciro Mesquita de OLIVEIRA RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1523014LIMA, C. M. A. O. Informações sobre o novo coronavírus (COVID-19). Radiol. Bras., v. 2, n. 6, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rb/a/MsJJz6qXfjjpkXg6qVj4Hfj/?lang=en. Acesso em: 18 maio 2021. MARX, K. O capital: crítica da economia política. Livro I: o processo de produção do capital; tradução: Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2013. MARX, K.Cadernos de Paris & Manuscritos econômico-filosófico de 1844. Tradução [de] José Paulo Netto e Maria Antônio Pacheco. 1. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2015. MÉSZÁROS, I. Educação para além do capital. 3. ed revista. São Paulo: Boitempo, 2015. MOELLER, K. Accounting for the corporate: na analytic framework for understanding corporations in education. Educational Researcher, v. 20, n. 10, p. 1-9, 2020. OLSSEN, M.; PETERS, M. A. Neoliberalism, higher-education and the knowledge economy: fron the free Market to nowledge capitalismo. Journal of Education Policy, Londres, v. 20, n. 3, p. 313-345, 2005. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/02680930500108718. Acesso em: 27 mai. 2021. PERONI, V; CAETANO, M. R.; LIMA, P. Reformas educacionais de hoje: as implicações para a democracia. Revista Retratos da Escola, v. 11, n. 21, 2017. Disponível em: http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/793. Acesso em: 04 jun. 2021. RIKOWSKI, G. Privatização em educação e formas de mercadorias. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 11, n. 21, 2017. Disponível em: http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/810. Acesso em: 25 mai. 2021. THE ECONOMIST. The kids are not all right - When easing lockdowns, governments should open schools first. The Economist Today– publicado: 30/04/2020, 2020. Disponível em: https://www.economist.com/leaders/2020/04/30/when-easing-lockdowns-governments-should-open-schools-first. Acesso em: 25 maio 2021. TODOS PELA EDUCAÇÃO. Educação na Pandemia: Diretrizes para o aproveitamento do horário letivo pós-pandemia está quase pronto, diz CNE. Todos pela Educação, 14 abr. 2020. Disponível em: https://www.todospelaeducacao.org.br/conteudo/Educacao-na-Pandemia-Diretrizes-para-o-aproveitamento-do-horario-letivo-pos-pandemia-esta-quase-pronto_-diz-CNE. Acesso em: 14 maio 2021. UNESCO. Suspensão das aulas e resposta à COVID-19. 2020. Disponível em: https://pt.unesco.org/covid19/educationresponse. Acesso em: 24 mai. 2021. VAN DOREMALEN, N. et al. Aerosol and surface stability of Sars-CoV-2 as compared with sars-cov-1. New Eng J Med., v. 17, p. 1-4, 2020. Disponível em: https://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMc2004973?articleTools=true. Acesso em: 16 mai. 2021.
image/svg+xmlA mercoaprendizagem das EdTechs na educação brasileira a partir dos impactos da pandemia da Covid-19RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1523015Como referenciar este artigo DE PAULA, A. S. N.; OLIVEIRA, C. M.; ARAÚJO, S. B. A Mercoaprendizagem das EdTechs na Educação Brasileira a partir dos Impactos da Pandemia da Covid-19. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, jan./dez. 2022. e-ISSN:1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15230 Submetido em:02/11/2021 Revisões requeridas em: 04/12/2021 Aprovado em: 09/02/2021 Publicado em: 31/03/2022
image/svg+xmlThe learning-market of Edtechs in Brazilian education from the impact of the pandemic of Covid-19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152301THE LEARNING-MARKET OF EDTECHS IN BRAZILIAN EDUCATION FROM THE IMPACT OF THE PANDEMIC OF COVID-19 A MERCOAPRENDIZAGEM DAS EDTECHS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA A PARTIR DOS IMPACTOS DA PANDEMIA DA COVID-19 EL MERCO-APRENDIZAJE DE EDTECHS EN LA EDUCACIÓN BRASILEÑA DESDE EL IMPACTO DE LA PANDEMIA DE COVID-19 Alisson Slider do Nascimento DE PAULA1Stephanie Barros ARAÚJO2Ciro Mesquita de OLIVEIRA3ABSTRACT: The text seeks to discuss the impacts of the Covid-19 pandemic on the educational sector considering the deepening of learning-market. Remote education emerges as a solution by governments to reduce the consequences of the suspension of classes. The use of these resources in a centralized way expresses the interests of the learning market, since the financialization of education is deepened by the purchase of packages from EdTechs companies by the public sector. It appears that business sectors linked to some spheres of education, especially distance education through the sale of technological resources and with the work of EdTechs seek to carry out learning-market in an opportunistic way and without considering the future of state public education and students from popular layers. KEYWORDS: Covid-19. Learning-market. EdTech. RESUMO: O texto busca discutir os impactos da pandemia da Covid-19 no setor educacional considerando o aprofundamento da mercoaprendizagem. A educação remota surge como solução dos governos para reduzir as consequências da suspensão das aulas. A utilização desses recursos de modo centralizado expressa os interesses do mercado da aprendizagem, uma vez que a financeirização da educação é aprofundada a partir da compra de pacotes de empresas de EdTechs pelo setor público. Constata-se que setores empresariais vinculados a algumas esferas da educação, sobretudo da educação a distância por meio de venda de recursos tecnológicos e com atuação de EdTechs buscam efetivar a mercoaprendizagem de modo oportunista e sem considerar o futuro da educação pública estatal e dos estudantes das camadas populares. PALAVRAS-CHAVE: Covid-19. Mercoaprendizagem. EdTech. 1Inta University Center (UNINTA), Sobral CE Brazil. Professor in the Department of Education. Post-Doctorate in Education from the Ceará State Universityt (UECE). Research Productivity Scholarship Holder (FUNCAP). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6356-3773. E-mail: alisson.slider@yahoo.com 2Ceará State University (UECE), Fortaleza CE Brazil. Doctoral student in the Graduate Program in Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9134-7557. E-mail: stephaniebarros.araujo@gmail.com 3Ceará State University (UECE), Fortaleza CE Brazil. Doctoral student in the Graduate Program in Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2463-664X. E-mail: ciro.mesquita16@gmail.com
image/svg+xmlAlisson Slider do Nascimento DE PAULA; Stephanie Barros ARAÚJO and Ciro Mesquita de OLIVEIRA RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152302RESUMEN:El texto busca discutir los impactos de la pandemia Covid-19 en el sector educativo considerando la profundización del mercoaprenteamento. La educación a distancia surge como una solución de los gobiernos para reducir las consecuencias de la suspensión de clases. El uso de estos recursos de manera centralizada expresa los intereses del mercado del aprendizaje, ya que se profundiza la financiarización de la educación a través de la compra de paquetes a empresas EdTechs por parte del sector público. Parece que los sectores empresariales vinculados a algunos ámbitos de la educación, en especial la educación a distancia a través de la venta de recursos tecnológicos y con el trabajo de EdTechs buscan realizar merco-aprendizaje de manera oportunista y sin considerar el futuro de la educación pública estatal y los estudiantes de capas populares.PALABRAS CLAVE: Covid-19. Merco-aprendizaje. EdTech. IntroductionThe Covid-19 crisis expresses a scenario of unprecedented nature and scale in the 21st century, in which its impacts are felt in all fields of life. Thus, the education sector on a global scale is being directly affected by the pandemic. Moreover, as the main way to prevent the irradiation of the virus was through social isolation, resulting in the closing of institutions, many schools and professionals had to find strategies that could meet the demands demanded by the capitalist society. If, on the one hand, the need to guarantee the school curriculum is something worrisome, the cessation of activities through lockdown in several countries, in an attempt to guarantee the most precious asset - human life - is something to reflect upon and discuss. To what extent is the economic system willing to give in? In spite of this scenario that implies great pedagogical losses in the students' schooling, another aspect that has emerged in the face of all this is the rise of digital learning through remote teaching and the consequent protagonism of educational technology companies (EdTechs). The reconfiguration of training processes through technology packages during the pandemic period enabled new forms of private-market expansion within public education, in effect, resulting in the deepening and consolidation of a learning market that already existed, however, now supplemented by the planetary landscape of Covid-19 to deepen the mercolearning of EdTechs in the public school system. With these considerations in mind, this paper seeks to discuss the impacts of the Covid-19 pandemic on the education sector considering the rise and deepening of the learning market. Therefore, the opening section addresses the global landscape in which Covid-19 emerged and radiated, consolidating as a pandemic and impacting educational systems across the globe. The second section analyzes the logic of globalization of nation-states and the relationships between
image/svg+xmlThe learning-market of Edtechs in Brazilian education from the impact of the pandemic of Covid-19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152303public and private that make feasible the logic of exogenous privatization extending the reach of market learning. The third section, in turn, will analyze the impacts of the pandemic on the Brazilian educational sector, emphasizing the emergence of remote education and the consequent performance of EdTech corporations on the national scene. The impacts of the Covid-19 pandemic on the global territoryThe new coronavirus is called severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2) (VAN DOREMALEN et al., 2020). It has emerged in Whuham, the seventh largest city in China. The World Health Organization (WHO) issued a global alert on the disease on December 31, 2019. The disease was officially named by the WHO as COVID-19 on February 11. In March, the organization defined the outbreak of the disease as a pandemic. Coronavirus is a zoonotic virus, an RNA virus of the classification Nidovirales, of the group Coronaviridae. This group generates respiratory infections, being isolated "for the first time in 1937 and described as such in 1965, due to its profile in microscopy resembling a crown" (LIMA, 2020, p. 5). In addition, according to the aforementioned author, the known coronavirus types are: "alpha coronavirus HCoV-229E and alpha coronavirus HCoV-NL63, beta coronavirus HCoV-OC43 and beta coronavirus HCoV-HKU1", SARS-CoV (causing severe acute respiratory syndrome or SARS), MERS-CoV (causing Middle East respiratory syndrome or MERS). The contamination that spread to all corners of the globe carried implications in all economic sectors. The reach of the contagion has directly reached the economic sector, implying a crisis that expresses a different pattern when compared to the subprime crisis in 2008, as it is not restricted to purely economic and financial elements. Under these circumstances, the educational systems of several countries have been severely impacted. One of the actions to contain the Covid-19 pandemic, according to the United Nations Educational, Scientific, and Cultural Organization (UNESCO), was the temporary closure of educational institutions by the vast majority of governments. This containment action has impacted more than 70% of the global student population. The closure of basic education schools has shaken the educational reality of, according to UNESCO, 1,198,530,172 students, 68.5% of the total enrolled students, since 153 countries have adhered to the closing of schools as an action to combat the spread of Covid-19. In this scenario, governments, in partnership with multilateral agencies, met to design strategies that would act directly in the educational scenario in order to avoid so much damage. UNESCO
image/svg+xmlAlisson Slider do Nascimento DE PAULA; Stephanie Barros ARAÚJO and Ciro Mesquita de OLIVEIRA RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152304(2020), seeking to reduce the consequences of the suspension of classes, proposed that countries should keep their school calendars going through remote education, with special emphasis on the most vulnerable and disadvantaged populations. The education systems have been adjusting themselves within the limits of the guidelines of multilateral agencies and governments, in Brazil, in particular, these guidelines were led by state and municipal departments, given the political situation we are experiencing and the proactive absence of the Ministry of Education (MEC), since the implementation of the remote learning model, as it was denoted, was not unanimous among the national states. However, those that adhered to this format migrated their in-person classes to the online form, according to a report in The Economist (2020), China and South Korea have had their schools closed since January. Until September there are no plans to return to face-to-face classes in Portugal or in the subnational state of California. Regarding national exams, China has postponed the Leaving Certificate (gaokao) exam. Great Britain and France have canceled their 2020 exams. Public and private and the emergence of mercolearningThe phenomenon of globalization directly affects the modus operandi of republican institutions, especially the educational ones. Within this rationality, the knowledge economy stands out (AFONSO, 2015; OLSSEN; PETERS, 2015; JARVIS, 2000). This concept makes it feasible to evoke a type of society that supports and legitimizes the approval of policies and the "definition of economic and business orientations or the induction of social and educational practices directed to meet what are considered, in generic terms, the [...] demands of capitalism (AFONSO, 2015, p. 270). Thus, the capital finds itself in a painful situation, thus embarking on the search for other areas, so it can perform its extraction of surplus value and surplus-value. In this scenario, education appears as a strategic sector for the capital, since the public-state financing configures itself as a seductive source to be absorbed. From this perspective, we understand that it is inconceivable to think of a transformation in the social framework, considering that the educational practices present in society cannot overcome the barriers imposed by the economic system. Education is an ideological complex that should help to break the fetters created by the capital; however, the current social mode 'is irreformable because by its own nature, as a systemic regulatory totality, it is totally incorrigible' (MESZÁROS, 2008, p.27). Since
image/svg+xmlThe learning-market of Edtechs in Brazilian education from the impact of the pandemic of Covid-19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152305education is a complex of the superstructure of capitalism that contributes to the reproduction of its modus operandi.According to research by Verger et al. (2017 apudRIKOWSKI, 2017), the global education market in 2015 had a value of US $4.9 trillion (USD). Added to this is the approximate US $2 billion in venture capital investment in education in 2014, which highlights a growth in investment of around 45% over the Great Depression period of 2009 to 2014. This global education scenario, therefore, highlights the source of business sector interests, thus stimulating the commodification of education. With the need to minimally instruct workers, the school benches that until the 1970s in Brazil were mostly occupied by the bourgeoisie, start receiving the proletariat. The State, which before provided education for a minimum and wealthy portion of the population, needed to supply the educational needs of the working class children, and with this, the level of teaching in public schools fell, because it was not interesting for capitalism that the majority of the population became conscious. The State, commanded by a minimum portion of the population, understands that giving knowledge to the people endangers everything that the bourgeoisie has usurped historically. However, it is necessary to falsify what is provided directly by the State, and in the act of deceiving the workers, those in power intend to gain the gratitude of those they exploit, claiming that without them (the holders of the means of production), everyone would succumb to misery. In reality, what is hidden in benevolence are profits - directly through exploited labor, or, indirectly through social marketing of services rendered in the form of charity to workers, which later return to the capitalist in the form of new capital. Inevitably, the first steps of a major social transformation in our epoch involve the need to keep under control the hostile political state that opposes, and by its very nature must oppose, any idea of a broader restructuring of society. In this sense, the radical negation of every political command structure of the established system must assert itself, in its inevitable predominant negativity, in the initial phase of the transformation being aimed at. But even at that stage, and indeed before the conquest of political power, the necessary negation is only adequate to the role assumed if it is effectively oriented by the overall target of the social transformation aimed at, as the compass of the entire journey. Therefore, from the very beginning the role of education is of vital importance to break with the predominant internalization in political choices circumscribed to the "democratic constitutional legitimation" of the capitalist state that defends its own interests. For also this "counterinternalization" (or counterconsciousness") requires the anticipation of a general, concrete, and comprehensive vision of a radically different way of managing society's global decision-making functions, which goes far beyond the long-established expropriation of the power to make all fundamental decisions, as well as its unceremonious impositions on individuals through policies as a form of alienation par excellence in the existing order (MÉSZÁROS, 2005, p. 61).
image/svg+xmlAlisson Slider do Nascimento DE PAULA; Stephanie Barros ARAÚJO and Ciro Mesquita de OLIVEIRA RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152306Faced with the exposed need to strengthen bonds that promote "inclusive exclusion", capitalism, under the figure of the State, seeks to attribute responsibility to individuals for their rise or decline. Entrepreneurship is the word and the action that moves the present society, in view of the constant search for strategies that make possible the stability or the progress of men in the current conjuncture. In view of the responsibility directed towards education and continuing education, even if it is precarious and unreliable, the dynamics of the "school company" outlines goals and proposals to meet the market's expectations, bargaining for labor power and, at the same time, for these professionals to be efficient within the limitations imposed on them. The secret to a positive leap in the social pyramid or to staying on top of it, is in learning to be competitive, and comparing the competition between the worker and the bourgeois, the bourgeois wins, who will have an advantage by exploiting the cheap and qualified labor force. In this society ruled by Capital, the logic of education is the logic of the market. Under this logic, individuals must be prepared for the flexibility of labor relations and for the adaptation to everything that is imposed, besides guaranteeing a job for themselves. In this type of sociability, education - which has the function of mediating men's consciousness in order to reproduce it - is a powerful mechanism in the process of reproduction of alienated social relations. [...] Therefore, education is placed today as a mechanism that intends to silence the voice and prevent the actions of individuals towards a radical change in society (BRAGA et al., 2010, p. 7). The financial sector has constituted a complex web of privatization processes in education. In Brazil, this configuration is aligned with the guidelines of multilateral agencies, as well as its particular dependent capitalist nature that reflects the inflection of the national state to central countries. As of the 1980s, with the resumption of global economic expansion, structural adjustments were undertaken in national states seeking to raise financial profitability. In effect, this process encouraged atrophied State action with regard to guaranteeing rights and, consequently, engendered greater State ties to the market. The greater link between the public-state sphere and the market has made possible the creation of a myriad of policies to blur the boundaries between the public and the private. The logic of the creation of policies based on the globalization phenomenon is explained by Ball (2001, p. 102): National policy making is inevitably a process of "bricolage"; a constant process of borrowing and copying bits and pieces of ideas from other complexes, of using and improving on tried and tested local approaches, of cannibalizing theories, of research, of adopting trends and currencies, and sometimes of investing in whatever might work. Most policies are fragile,
image/svg+xmlThe learning-market of Edtechs in Brazilian education from the impact of the pandemic of Covid-19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152307products of agreements, something that may or may not work; they are reworked, refined, rehearsed, sifted with nuances and modulated through complex processes of influencing, producing and disseminating texts, and ultimately recreated in the contexts of practice. [These fields are constituted differently in different societies. In short, national politics need to be understood as the product of a nexus of influences and interdependencies that result in "interconnectedness, multiplexity, and hybridity" [...], that is, "the combination of global, distant, and local logics. In the global scenario, educational policies are undergoing interventions, on an increasing scale from new actors - many of which are linked to the private sector - implying a new educational morphology in which the opportunity for profit is on the agenda (BALL, 2018). In these circumstances, the commodification of education is not an abstraction. For Peroni, Caetano, and Lima (2017, p. 427), the boundaries between public and private "have been changing in this period of crisis of capitalism, in which its overcoming strategies - neoliberalism, globalization, productive restructuring, and the Third Way - redefine the role of the State, especially towards social policies." In this sense, Leyshon and Thrift (2007) consider that in the last 30 years one of the most persistent financial stories has been the search for a reliable income that can be expanded. Certainly, the education sector is strategic because it is configured as an emergent trend. Ball (2018, p. 2) asserts that "the state's relationship with private providers of education services is now commonly articulated by market logic, within which the state becomes a market maker, contractor, and monitorer," while "the private sector and other providers increasingly take over the practical work of government in the immediate and mundane sense." Although private and corporate actors have been involved in global basic education since the 19th century (CARNOY, 1975; MOELLER, 2020), in recent decades they have gained more influence and power - as a result of the processuality of financial capital - in setting educational guidelines and policies on a global scale. It is legitimate to consider that education, during this period, has contributed significantly to the expansion of corporate profits and market expansion through exogenous privatization processes (BALL; YOUDELL, 2007). "This expanded reach of private actors occurred in the context and as a consequence of the reversal of state investment and increased ideological attacks on public education in diverse global contexts" (MOELLER, 2020, p. 1). In this way, a true metamorphosis in education is operated, deepening the learning market, as a result of the sale of services that constitute professional training and in-service training for basic education teachers, such as the actions of the Lemman Foundation and the Ayrton Senna Institute. This logic "expands in an increasingly wide and transnational scope,
image/svg+xmlAlisson Slider do Nascimento DE PAULA; Stephanie Barros ARAÚJO and Ciro Mesquita de OLIVEIRA RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152308with the creation of [...] its tutoring systems supported by information and communication technologies" (AFONSO, 2015, p. 280). Therefore, what we conventionally call "mercolearning" refers to the contemporary and tendential form of the manifestation of education as merchandise. The investment made by corporate philanthropy in the field of education is backed by a so-called humanitarian project, but in fact has as its "last motive which determines the possessor of a capital to apply it, whether in agriculture or manufacture or in a particular branch of commerce in gros or détail, is the point of view of profit itself" (SMITH apudMARX, 2015, p.269) It is through exploited labor that man is able to produce surplus value as a response. For Marx (2013, p. 294), this result corresponds to the expression of the degree of exploitation of labor power by capital, that is, the exploitation of the worker by the capitalist. Thus, it is in the bourgeoisie's best interest to endorse measures that protect the existence of the proletariat. In Brazil, the Covid-19 pandemic has engendered several implications that have directly affected and are directly affecting school education, especially public education, since the aspects related to infrastructure and the student body are different from those in private-market education, especially in terms of the objective conditions of the families served by the school system. Remote teaching as an expression of the EdTechs' learning mercolearning in Brazil The Brazilian school system is faced with an attempt to spread the idea that basic education schools and universities are functioning normally through remote teaching, with the subterfuge of continuing the school and academic calendar in the country. On April 28, 2020 the National Council of Education (CNE) approved guidelines for basic education schools and higher education institutions during the COVID-19 pandemic. The guidelines for basic and higher education, in summary, propose virtual approximation of teachers and families, non-face-to-face activities that use the family as mediator, supervision by a family adult to accompany during online studies, and the use of educational videos. Regarding remote teaching, Maria Helena Guimarães de Castro, Counselor of CNE, understands this type of teaching as a set of diversified teaching-learning practices that include online teaching, video classes, activities sent to students and reading books (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2020). In this sense, it is fair to consider that since the 1990s multilateral agencies such as the World Bank (WB), World Trade Organization (WTO), and UNESCO have proposed Distance
image/svg+xmlThe learning-market of Edtechs in Brazilian education from the impact of the pandemic of Covid-19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.152309Education (DE) to expand education in peripheral countries. With the pandemic of COVID-19, what used to be a more explicit threat on the benches of higher education institutions now becomes part of basic education, which is also affected and takes on a new face with remote emergency education. In addition, these multilateral agencies seek to disseminate a model of education and school institutions advocated by capital, strictly speaking, a model oriented by the business agenda in which training is based on competencies and has as its objective the formation of human capital. A training that offers the worker an education in homeopathic doses that corresponds to the interests of capital, but that keeps the worker alienated from his class and from the mechanisms of oppression to which he is submitted in this logic. Despite the rhetoric of distress about the educational situation due to social isolation, the defense of the interests of educational corporations and Information and Communication Technologies (ICTs) is the order of the day. The implementation of hybrid teaching, with synchronous classes, competency-based teaching, traditional study plans and memorization exercises to meet large-scale assessments (GIROUX, 2018), highlight the need to pay special attention to assessments in online format, such as the proposed digital National High School Exam (ENEM). The Colemarx (2020, p. 13) document points out that there is a global coalition involving business sectors and governments, and that this coalition is led by UNESCO and involves other multilateral agencies, as well as business groups such as "Microsoft, Google, Facebook, Zoom, Moodel, Huawei, Tony Blair Institute for Global Change, Telefonica Foundation, and others." The most used resources in the educational landscape during pandemics come from this coalition: "Google, Google classroom, Google suite, Google Hangout, Google Meet, Facebook, Microsoft one note, Microsoft, Google Drive/Microsoft Teams, Moodel, Zoom, Youtube". The centralized use of these resources expresses the interests of the learning market, since the financialization of education is deepened through the purchase of packages from educational technology companies (EdTechs) by the public sector. According to Moeller (2020, p. 3), EdTechs are in the business of software aimed at the development of competencies and skills in given knowledge, up to products that enable "significant changes in the operation and management of schools", even resulting in "hiring specific services or entire schools". This panorama was already operating in the US through for-profit Educational Management Organizations (EMOs) that develop and/or manage schools. Examples of EMOs that best characterize this scenario are: Edison Learning Inc. which runs public charter schools, and the
image/svg+xmlAlisson Slider do Nascimento DE PAULA; Stephanie Barros ARAÚJO and Ciro Mesquita de OLIVEIRA RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1523010Electronic Classroom of Tomorrow, which set itself up as an online school. In addition, there are EdTechs, such as Pearson, which market educational packages like curricula, instructional programs, assessment services, and professional development, and although they are for-profit companies, they are funded by the public sector through financial transactions (KOYAMA, 2010). EdTechs constitute a multi-billion dollar corporate field, and corporate players such as Google, Microsoft, and Apple are at the epicenter. Moeller (2020, p. 6) asserts that "Google, Microsoft, and Apple are fighting for dominance in classrooms. They all want their devices to be in the hands of the next generation of consumers." It is a valuable market niche to be dominated. Strictly speaking, as a company, EdTechs, in 2019, have reached a value of $43 billion, with approximately half of that being in basic education. Indeed, if we look at the movement of shares in the period from April fifteenth to May fourteenth on the São Paulo Stock Exchange (BOVESPA) we see a drop in the shares of the two largest S/A holding companies in the education sector, Cogna Educacional (COGN3 -24.18) and YDUQS (YDUQ3 -20.52%), however, three of the companies that provide the educational resources to operationalize remote learning in the pandemic period, have seen their shares appreciate. According to the NASDAQ index, Zoom Video Communications (ZM 10.79%), Alphabet Inc. In this sense, we see a scenario of continuity in the deepening of the financialization of education, however, diverting the emphasis from transactions, i.e., once focused on institutions, to emphasize on technological resources. This phenomenon has had severe implications on the training of subjects, on pedagogical work, and on the access and permanence in education. Teaching has migrated from the classroom to videoconferencing applications. With the migration of class formats, training processes, and forms of interaction, teachers had to reorganize their pedagogical work, running roughshod over the school's Political Pedagogical Project, thus losing the character of the training objectives. It is worth mentioning that a good number of the teachers are not trained and do not master the EdTechs that are being used to mediate the teaching-learning process. At the limit, access and permanence is another glaring problem in Brazil, considering that there is a gap between public and private schools, constituting a true educational apartheid, Moreover, a recent study by the Covid-19 Social Observatory of the Sociology Department of the School of Philosophy and Human Sciences of the Federal University of Minas Gerais (Fafich-UFMG), exposes that 20% of Brazilian households are not connected to the Internet, making it impossible for students to access distance learning materials made available on the portals by several public elementary and high
image/svg+xmlThe learning-market of Edtechs in Brazilian education from the impact of the pandemic of Covid-19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1523011schools (COLEMARX, 2020). This scenario is characterized by what Leher (2020) calls Social Darwinism, since there is a hierarchy of races, cultures and human natures. The defense of the cooling of social rights, and the understanding of the market as a locus of natural selection implies for those who are negatively selected, their succumbency as a side effect of the law of the strongest. By way of conclusion Considering the CNE guidelines, there is nothing to indicate what the future of deconfinition of basic education will look like. The private-market sectors point to the growth of educational technologies, since Brazil is reported to have more than 400 EdTechs. In a live broadcast on May 13, organized by the Brazil at Silicon Valley project, the following topic was debated: EdTech & Philanthropy: we will start soon. Jorge Paulo Lemman from the Lemman Foundation and Sal Kahn from Khan Academy participated in the live. The points were that from Covid-19 onwards governments and institutions should become aware that digital education must be central and that in the future there will be educational institutions in the cloud, and that teachers will need to master many soft skills to act in this new educational reality. Public school students who cannot afford to study, either because of the lack of structure at home or because of the lack of resources such as computers, laptops, smartphones and internet will be left behind. In view of this, it is worth reflecting on the many compliments to the American educational model, despite the No Child Left Behind program. However, in the Covid-19 Pandemic scenario at hand, of the rise of remote emergency education via EdTechs, one can use Bastos' (2018) expression: No Profit Left Behind - No Profit Left Behind - in effect, the scenario is ripe for doing the mercolearning experiment. The scenario is perverse for humanity. The pandemic is sinking the global health system and the finances of the capital metabolism system. However, corporate sectors linked to some spheres of education, especially the performance of EdTechs, seek to effect the learning market in an opportunistic way and without considering the future of public state education and popular students. As a result, it is necessary to question this logic, to seek to implement the National Education System (SNE) supported by cooperative and collaborative relationships among the federated entities, thus seeking a quality public education, in which technological resources supplement the curriculum, the pedagogical work and training, and that profit interests be elided
image/svg+xmlAlisson Slider do Nascimento DE PAULA; Stephanie Barros ARAÚJO and Ciro Mesquita de OLIVEIRA RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022001, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI:https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1523012so that public (free) state education can meet the desires of society in the post-pandemic scenario. ACKNOWLEDGEMENTS: We thank the Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) for the financial support. REFERENCES AFONSO, A. J. A educação superior na economia do conhecimento, a subalternização das ciências sociais e humanas e a formação de professores. Avaliação, Campinas, v. 20, n. 2, p. 269-291, 2015. Available at: https://www.scielo.br/j/aval/a/vrG75gLqkvVcHJvdWsFDmwp/abstract/?lang=pt. Accessed on: 27 May. 2021. BALL, S. J. Política educacional global: reforma e lucro. Revista de Estudios Teóricos y Epistemológicos em Política Educativa, v. 3, n. 1, 2018. Available at: https://revistas.uepg.br/index.php/retepe/article/view/12671. Accessed on: 04 June. 2021. BALL, S. J. Diretrizes políticas globais e relações políticas locais em educação. Currículo sem Fronteiras, v. 1, n. 2, p. 99-116, 2001. Available at http://www.curriculosemfronteiras.org/vol1iss2articles/ball.pdf. Accessed on: 27 May 2021. BALL, S. J.; YOUDELL, D. Hidden privatisation in public education. Education International, 2007. BASTOS, R. M. B. No profit left behind:os efeitos da economia política global sobre a educação básica pública. Fortaleza: Nova Civilização, 2018. BRAGA, S.; et al. O caráter ontológico da educação como instrumento de superação da alienação: notas introdutórias. In: ENCONTRO DE PESQUISA DE PÓS-GRADUAÇÃO, 1., 2010, Anais[...]. Fortaleza: Semana de Humanidades, 2010. CARNOY, M. Schooling in a corporate society: The political economy of education in America. McKay, 1975. COLEMARX. Em defesa da educação pública comprometida com a igualdade social: porque os trabalhadores não devem aceitar aulas remotas. 2020. Available at: http://www.colemarx.com.br/wp-content/uploads/2020/04/Colemarx-texto-cr%C3%ADtico-EaD-2.pdf. Accessed on: 14 May. 2021. GIROUX, H. A. La guerra del neoliberalismo contra la educación superior. Barcelona: Herder Editorial, 2018. HALE, W.; PETHERICK, P. COVID-19: Government Response Stringency. Our World in Data, 2020, Available at: https://ourworldindata.org/grapher/covid-stringency-index?year=2020-05-08&country=BRA. Accessed on: 10 May 2021.
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