EDUCAÇÃO POLÍTICA SÁBIA: CARACTERÍSTICAS, PRINCÍPIOS E EFICIÊNCIA


LA EDUCACIÓN POLÍTICA SABIA: CARACTERÍSTICAS, PRINCIPIOS Y EFICACIA


WISE POLITICAL EDUCATION: CHARACTERISTICS, PRINCIPLES AND EFFICIENCY


Mahdi NADERİ1

Shohreh PİRANİ2


RESUMO: A educação política significa preparar os cidadãos para aceitar papéis sociais e desempenhar deveres políticos na sociedade. A educação política sábia é um dos modelos educacionais que está enraizado na tradição filosófica da Grécia antiga e tem sido considerada por pensadores em diferentes períodos históricos. Neste modelo educacional, a institucionalização de valores e normas políticas e sociais é seguida em três áreas: individual, familiar e social da educação. Neste processo, a educação física e mental dos indivíduos começa desde a infância e eles são ensinados habilidades políticas e sociais e consciência sobre o caminho para o desenvolvimento. Ensinar virtudes morais e evitar vícios morais é a base de uma educação política sábia. A instituição da família tem a tarefa de institucionalizar valores e normas tais como amor, afeto, coragem, amizade, cooperação e Estado de Direito nas crianças. E no processo, os indivíduos estão preparados para aceitar e desempenhar papéis políticos e sociais.


PALAVRAS-CHAVE: Educação política. Sabedoria. Normas políticas. Papéis políticos. Ética.


RESUMEN: La educación política significa preparar a los ciudadanos para que acepten los roles sociales y desempeñen los deberes políticos en la sociedad. La educación política sabia es uno de los modelos educativos que hunde sus raíces en la tradición filosófica de la antigua Grecia y ha sido considerada por pensadores de diferentes periodos históricos. En este modelo educativo se sigue la institucionalización de los valores y normas políticas y sociales en tres ámbitos de la educación: individual, familiar y social. En este proceso, la educación física y mental de los individuos comienza desde la infancia y se les enseña las habilidades y la conciencia política y social en el camino del desarrollo. Enseñar las virtudes morales y evitar los vicios morales es la base de una sabia educación política. La institución de la familia tiene la tarea de institucionalizar en los niños valores y normas como el amor, el afecto, el valor, la amistad, la cooperación y el imperio de la ley. Y en el proceso, los individuos están preparados para aceptar y desempeñar papeles políticos y sociales.


PALABRAS CLAVE: Educación política. Sabiduría. Normas políticas. Roles políticos. Ética.


1 Universidade Shahed, Tehran – Irã. Professor Assistente de Ciência Política, Faculdade de Ciências Humanas. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8336-0110. E-mail: m.naderi@shahed.ac.ir

2 Universidade Shahed, Tehran – Irã. Professor Assistente de Ciência Política, Faculdade de Ciências Humanas. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8287-2600. E-mail: sh.pirani@shahed.ac.ir




ABSTRACT: Political education means preparing citizens to accept social roles and perform political duties in society. Wise political education is one of the educational models that is rooted in the philosophical tradition of ancient Greece and has been considered by thinkers in different historical periods. In this educational model, the institutionalization of political and social values and norms is followed in three individual, family and social areas of education. In this process, the physical and mental education of individuals begins from childhood and they are taught political and social skills and awareness on the path to development. Teaching moral virtues and avoiding moral vices is the basis of wise political education. The institution of the family has the task of institutionalizing values and norms such as love, affection, courage, friendship, cooperation and rule of law in children. And in the process, individuals are prepared to accept and play political and social roles.


KEYWORDS: Political education. Wisdom. Political norms. Political roles. Ethics.


Introdução


A socialização política é o processo pelo qual os cidadãos se familiarizam com seus papéis, direitos e deveres políticos, ao mesmo tempo em que se familiarizam com os valores e normas que governam o sistema político. Ter um plano e um modelo de educação política é necessário para o sucesso das políticas e programas dos governos no processo de socialização política. Por um lado, a educação política é a base da socialização política e, por outro, nesse processo, devem ser estabelecidas conexões interdisciplinares entre diferentes campos da ciência, a saber, filosofia, ciências políticas, ciências da educação, sociologia e direito. Cabe destacar que a questão de que a educação política sempre foi foco de grandes pensadores e estudiosos das antigas civilizações da Grécia, Roma e Irã (Platão, Aristóteles, Cícero e Zoroastro). Na nova era, grandes pensadores prestaram atenção direta ou indiretamente à importância, necessidade, ferramentas e recursos da educação política. Pensadores como Santo Agostinho em Cidade de Deus (2012), Hobbes em Leviatã (1985), John Locke em Dois tratados de governo civil (1997) e Fārābī em The Votes of the People of Utopianism (1991), Ibn Sina in Politics (1985) e Khawaja Nasir al-Din Tusi na ética Naseri (1373) estão entre esses pensadores. Um ponto digno de nota ao examinar as obras desses pensadores é a tradição intelectual a que pertencem e na qual basearam seus fundamentos e visões educacionais. A tradição intelectual influenciada pelas visões de filósofos como Platão e Aristóteles, que mais tarde foi seguida pelas visões do neoplatônico, Fārābī, Ibn Rushd e Tomás de Aquino, foi concebida sobre a questão da educação política com base na "sabedoria". Pode-se argumentar que, atualmente, todas as visões de educação política estão de alguma forma alinhadas ou críticas a essa visão. Dado o profundo impacto dessa tradição intelectual, este artigo busca explicar a educação




política sábia e seu impacto na vida política e social dos muçulmanos em um momento da história. Nesse sentido, as seguintes perguntas precisam ser respondidas:

O que é uma educação política sábia?

Quais são os princípios da educação política sábia?

A educação política sábia foi eficaz nas sociedades islâmicas?


O percurso histórico da educação política sábia


As raízes intelectuais e práticas da sábia educação política podem ser encontradas nas escolas de pensamento da Grécia antiga. Na Grécia antiga, o principal problema era o pensamento da educação. Atenas e Esparta, duas representantes das cidades-estados da Grécia antiga, baseavam-se em grande parte na educação política. Observando que Atenas tem uma posição especial e privilegiada na história da filosofia, arte e Esparta na história da educação. Na visão de Platão, Esparta superava a democracia de Atenas, que havia criado problemas na educação do povo porque se baseava em um sistema educacional sábio; e foi considerada uma espécie de modelo intelectual e educacional de Platão no livro República (2012). A vida comunal dos espartanos, as organizações militares, a superioridade da vida social sobre a privada, a educação dos filhos pelo governo, ter um sistema educacional para elites políticas estão entre as características da vida espartana que foram consideradas por Platão (MAYER, 1374, p. 142).

Werner Jaeger, o estudioso germano-grego, em seu famoso e clássico livro Paideia (1939), considera o espírito da cultura e da civilização gregas como a educação. Paideia em grego significa criar um filho ou educação. Na Grécia antiga, a paideia era um sistema educacional em que as crianças eram supervisionadas e educadas desde cedo pelo sistema educacional estatal e aprendiam matérias como retórica, matemática, música, filosofia, geografia, história natural e ginástica para serem preparadas para a vida social e política e caminhando para a perfeição e a felicidade. De acordo com Werner Jaeger, na Grécia antiga, por um lado, os sofistas afirmavam ter paideia e, ensinando matemática, gramática, música e esportes, tentavam preparar os jovens para cargos no governo, preparando suas almas e ensinando-lhes eloquência. Por outro lado, Sócrates e seus discípulos tentaram com seu método filosófico revelar a ignorância de todos os pretendentes da paideia. Neste livro, o autor da paideia mostra que a filosofia de Sócrates e Platão são basicamente a filosofia da educação, e eles sempre tentaram introduzir o conhecimento para que as pessoas na sociedade possam conhecer a verdade e alcançar a felicidade da sociedade por meio da realização de virtudes




morais. Sócrates tem um papel insubstituível no sistema educacional sábio da Grécia antiga. Em sua crítica aos sofistas, Sócrates colocou os princípios racionais do comportamento e da vida social na vanguarda dos programas educacionais. Na visão de Sócrates, a gestão do governo deveria ser responsabilidade daqueles que possuem a mais profunda sabedoria e as mais altas virtudes. Considerava o homem um animal político e devia seu crescimento e desenvolvimento ao Estado. Sócrates considerava seu dever ensinar sabedoria ao povo e acreditava que em todo lugar é campo da educação e todos igualmente precisam de educação real (HOSSEINI; QAEMI, 2013, p. 20). Tal compreensão da educação e da sabedoria foi seguida pelo eminente discípulo de Sócrates, Platão. Na visão de Platão, apenas o rei filósofo merece governar. Realmente, quem é o rei filósofo? Uma pessoa que, por um lado, alcançou o conhecimento da verdade e das virtudes morais com base na sabedoria e, por outro, aprendeu a arte de governar pelo treinamento mental e físico e pode levar a sociedade à felicidade fazendo e impondo leis. Segundo Platão, homens e mulheres devem crescer desde a infância sob a supervisão do sistema educacional. Platão acreditava que o cultivo de bons hábitos deveria começar na infância e continuar até os trinta e cinco anos. Nesse processo educacional, as pessoas até os 20 anos aprendem moral, relações sexuais, educação física e treinamento militar, e apenas pessoas talentosas continuam o programa de treinamento. Essas pessoas aprendem a sabedoria aos trinta anos e são qualificadas para governar a partir dos trinta e cinco anos (PLATO, 1390, p. 437-446).

Aristóteles, aluno de Platão, também tem um lugar especial no pensamento da educação

política. Ele tentou ter uma visão mais realista da educação política, citando seus votos educacionais em dois livros de Nicômaco, a saber, política e ética. Na visão de Aristóteles, o elemento mais importante da educação é o tempo de lazer e só se pode pensar no tempo de lazer e tomar consciência de seus poderes superiores e, como resultado, o trabalho é uma atividade secundária. Na visão de Aristóteles, o bom governo é responsável por educar o povo. O sistema de educação deve ser para todos os cidadãos e apoiado por todos. Nessa visão, todo mundo que não aprende a obedecer não pode ser um bom governante. Um sistema educacional eficiente deve formar pessoas boas e preparar pessoas com valores e virtudes morais para uma vida feliz (ALAM, 1385, p. 144). Na ética a Nicômaco, Aristóteles descreve o sistema de educação sábia propondo uma teoria da moderação enquanto explica a natureza da virtude. Segundo Aristóteles, a alma humana consiste em três componentes: poder racional, poder da luxúria e poder da raiva, e as virtudes morais devem ser baseadas nesses três poderes. Aristóteles enumera quatro virtudes principais para a alma humana: sabedoria, coragem, castidade e justiça. Essas virtudes são, de fato, o meio-termo entre os dois extremos das três forças. Em outras



palavras, o excesso de qualquer uma das três forças é um vício. A sabedoria é a virtude do poder racional, a coragem é a virtude do poder da ira, a castidade é a virtude do poder lascivo e a justiça regula as virtudes mencionadas. Assim, a exigência de qualquer educação política são os esforços do governo para institucionalizar essas quatro virtudes principais no sistema educacional que governa aquela sociedade. Esta visão de Aristóteles foi mais tarde considerada por pensadores muçulmanos como Fārābī (1371), Ameri (1408), Ibn Sina (1318), Khajeh Nasir al-Din Tusi e Mulla Sadra (1981) e tornou-se a educação política dominante no período médio da civilização islâmica.


O que é uma educação política sábia?


O percurso histórico da educação política sábia indica que a base epistemológica desse tipo de educação está alicerçada em um saber especial denominado "sabedoria". Existem diferentes definições de sabedoria em diferentes culturas. Em uma definição geral, sabedoria significa um conhecimento com o qual o homem pode entender a verdade e tentar fazer o certo e evitar o errado. No sistema de classificação das ciências, a sabedoria ocupa um lugar especial na visão dos pensadores muçulmanos. Ao contrário de hoje, no passado as fronteiras da ciência não eram separadas. Em outras palavras, as ciências se apoiavam e os benefícios das diferentes ciências serviam diretamente umas às outras. A maioria dos sábios muçulmanos dividiu a sabedoria em dois tipos: 1. Sabedoria teórica 2. Sabedoria prática. Com base nessa divisão, a sabedoria teórica consistia em filosofia, matemática e ciências naturais, e a sabedoria prática consistia em ética, planejamento familiar e política civil. Da gama de questões que foram consideradas pela sabedoria, pode-se concluir que o objeto e as consequências do conhecimento da sabedoria é a educação física e espiritual do ser humano nas dimensões individual e social da vida. A sabedoria teórica é, de fato, a provedora da base racional da ação. A sabedoria teórica é a ciência de perceber a verdade e a sabedoria prática, a ciência do que o comportamento humano deve ser.

Nessa abordagem, a sabedoria tem uma estreita relação com a educação política. Por

um lado, o assunto da sabedoria está, em última análise, preparando os indivíduos para a vida individual e social e, por outro lado, a sabedoria ensina o método e o processo de socialização de valores e normas individuais e sociais genuínos. Ela prepara os indivíduos para aceitar papéis familiares, sociais e políticos. É por isso que a sabedoria foi duplamente importante para os pensadores muçulmanos e forneceu uma base para que os pensadores muçulmanos escrevessem um livro sobre o tema da ética e, em diferentes momentos, se submetessem aos governantes




muçulmanos para se familiarizarem com os princípios de governar a sociedade. Embora o título desses livros seja ética, deve-se notar que o conceito de moralidade tem um significado mais amplo do que tem hoje. De fato, os pensadores islâmicos viam a sabedoria prática com uma abordagem moral. Pode-se dizer que o espírito que rege os ensinamentos da sabedoria prática é a moral. Nesses livros, a questão da educação é uma questão central e fundamental e abrange todas as questões, inclusive a política (DINANI, 1386, p. 503). O livro de ética Naseri é um dos livros mais importantes que foram escritos sobre sabedoria prática e tem sido um modelo para escrever livros sobre sabedoria prática, como ética gloriosa em tempos posteriores. Este livro também foi traduzido para o inglês devido à sua importância e impacto. Considerando a importância e a posição de Khajeh Nasir al-Din, a explicação da sábia educação política com ênfase em seus pontos de vista é o foco deste artigo. No livro de ética Naseri, os três capítulos a seguir foram considerados pelos autores sobre o tema da ética, organização e política civil:

Capítulo da Ética: Esta parte da sabedoria prática presta atenção à educação individual dos seres humanos e tenta familiarizar os seres humanos com os fatores de felicidade e alegria através da ciência da ética, e através dela, o fundamento para ajustar os poderes carnais e alcançar o quatro virtudes principais (sabedoria, coragem, castidade e justiça). De fato, essa parte da sabedoria prática é responsável por preparar o ser humano para os papéis familiares, sociais e políticos. Em outras palavras, uma pessoa não pode ser um bom pai para a família ou um bom cidadão para a sociedade e o governo a menos que tenha uma educação física e mental. Na educação individual, respeita-se a diferença entre os seres humanos em talento, consciência, temperamento, esforço e grau de resistência às dificuldades e aceita-se o pluralismo na felicidade e perfeição humana (NASIR, 1373, p. 90).

Capítulo de planejamento doméstico (família): Esta parte da sabedoria prática enfatiza a educação familiar dos seres humanos. De fato, os seres humanos devem estar familiarizados com seus deveres, direitos familiares e planos. As relações conjugais, a relação dos filhos com os pais, o amor, o sacrifício, a cooperação, o afeto, o sustento e a divisão de tarefas estão entre os temas considerados por esta parte da sabedoria prática. Nessa visão, o chefe de família, por um lado, é o membro mais honroso de uma família como médico, devendo estar atento às habilidades e características de cada membro da família para trazer os membros ao perfeição que merecem, guiando-os com base na justiça e impedindo qualquer desvio e destruição. O propósito do casamento é a paz, a preservação da riqueza e os desejos geracionais. A disciplina e a educação dos filhos devem começar desde a infância (NASIR, 1373, p. 212). Nenhuma virtude na família é superior à observância dos direitos dos pais e seu consentimento, e a relação entre pais e filhos deve ser baseada no amor (NASIR, 1373, p. 238). Segundo Nasir, embora a



educação familiar esteja relacionada à menor instituição social, o público em geral, ou seja, o governante e os cidadãos precisam aprendê-la. Isso ocorre porque as pessoas na sociedade são responsáveis umas pelas outras, e a vida familiar é uma experiência e uma preparação para assumir responsabilidades políticas e sociais na sociedade.

Capítulo da Política Civil: As duas partes da moralidade e do planejamento familiar na sabedoria prática são a base da política civil. Na visão educacional de estudiosos como Khajeh Nasir al-Din, a sabedoria prática também é responsável pela educação política do povo. As questões e temas levantados no tema da política civil, além da relação em cadeia com a ética e o planejamento familiar, são essencialmente questões que enfatizam a educação política e o processo de socialização de valores e normas coletivas. A política civil é uma ciência que lida com a gestão da vida social e, explicando a causa e como disseminar virtudes e vícios na sociedade, introduz o melhor tipo de sistema político que pode fornecer a base para a felicidade e perfeição humana (NASIR, 1373, p. 111).

Nessa visão, o escopo da política não se limita à esfera pública e à sociedade. Com base no princípio da educação orientada para a sabedoria prática, o âmbito da política ultrapassou a esfera pública e o poder político e estendeu-se à esfera privada (educação individual e familiar). No entanto, o foco principal da política no pensamento de Khajeh Nasir é a sociedade. Nessa visão, o cidadão político na posição de pessoa educável deve se distanciar dos vícios morais e, aprendendo as virtudes morais, trilhar o caminho da utopia; uma cidade na qual, se possível, a prosperidade da comunidade política será realizada.


Princípios da Educação Política Sábia


No processo de educação política sábia, a natureza e o tipo de sistema político responsável pela educação dos cidadãos são importantes. Em uma divisão geral, os filósofos dividem o sistema político em dois tipos, o utilitário e o não utilitário. E eles acreditam que os indivíduos podem aprender os princípios e regras que governam a educação sábia apenas no contexto do sistema político utópico. Nessa visão, a política tem um papel educativo e é um guia para os cidadãos alcançarem a felicidade. De acordo com essa visão, "a autoridade da sociedade depende do Estado e a permanência e sobrevivência do Estado depende das políticas e a força da política depende da sabedoria" (NASIR, 1373, p. 309). Se a sabedoria for institucionalizada na sociedade por meio de políticas governamentais, o sistema social estará no caminho da perfeição e da prosperidade. Nesse processo, os princípios mais importantes da educação política são:




Participação e Cooperação Social


Na sábia educação política, o homem é um ser civil por natureza e precisa cooperar com os outros para sobreviver e completar as virtudes. Essa característica humana faz com que os seres humanos se unam e, ao assumirem responsabilidades sociais, lancem as bases para a formação da civilização humana. Uma civilização em que os seres humanos servem uns aos outros e atendam às necessidades uns dos outros (NASIR, 1373, p. 251-252).

Nessa visão, o Estado permanece como o corpo humano, que tem sido composto por diferentes membros, e cada um desses membros tem uma função específica, de modo que os deveres de cada membro em conjunto levam à formação do corpo humano. Khajeh Nasir usa essa alegoria para explicar os fundamentos da formação do estado e acredita que na sociedade humana, existem pessoas com talentos diferentes e essa diferença de talentos fez com que cada um deles, enquanto superior aos outros em um talento particular, criasse o campo de necessidade, cooperação e interação entre si (NASIR, 1373, p. 303). A educação política sábia pode institucionalizar a cultura da cooperação social e da participação dos seres humanos e impedir o surgimento de seres humanos egoístas e totalitários que violam os direitos de outros cidadãos.


Afeição


A necessidade de amor nas sociedades humanas na educação política sábia está enraizada na filosofia socialista. De fato, o amor é a base da amizade entre pessoas que, por natureza, precisam umas das outras para atender às suas necessidades, para que todas as pessoas sirvam e ajudem umas às outras como uma só. Segundo Khajeh Nasir, a virtude do amor e da afeição tem precedência sobre a justiça (NASIR, 1373, p. 259-260).

Esta visão reconhece a necessidade de justiça na sociedade humana devido à falta de amor. Ao passo que se o amor prevalece entre os seres humanos, não há necessidade de justiça e equidade, e a justiça se submete ao amor com esse temor (NASIR, 1373, p. 259). Khajeh Nasir divide os tipos de amor em natural e voluntário. O amor natural é como o amor de uma mãe por seu filho. O amor voluntário é como o amor humano um pelo outro, que tem várias causas, como prazer, benefício e bondade. Segundo ele, entre as várias causas do amor, a única causa da "bondade" leva ao amor e ao afeto. Porque, em primeiro lugar, não falta nisso e, em segundo lugar, a "maldade" e o mau humor dos indivíduos não podem afetá-lo. Esse tipo de afeto é direcionado a pessoas benevolentes e pode levar à civilização e à conexão dos corações. Khajeh Nasir, baseado no amor cuja causa é "bem" e não "benefício e prazer", no campo da



política oferece soluções para a manutenção do sistema social. Segundo ele, deve haver amor entre os governantes e o povo, assim como o povo com o povo. Assim, a afeição dos governantes pelo povo deve ser o amor paterno e o amor do povo pelos governantes deve ser o amor de menino e o amor do povo um pelo outro deve ser o amor fraterno. De fato, o amor paterno dos governantes pelo povo é porque eles devem tratar o povo como pais compassivos em bondade, compaixão, cuidado, conveniência e "absorvendo o bem e repelindo o mal". Ao contrário, o amor pueril do povo pelos governantes se deve ao fato de tratarem, como filhos sábios, a seus pais em obediência, crítica e conselho, honrando e se curvando a valores e normas (NASIR, 1373, p. 269).


Amizade


Na opinião de Muhaqiq Tūsī, amizade e fazer amigos têm um status elevado, pois ele tratou desta questão separadamente em um discurso independente do livro de ética Naseri na seção de política civil. De fato, o homem civil, para alcançar a felicidade completa, precisa de amigos verdadeiros para completar suas virtudes associando-se a eles. No entanto, os verdadeiros amigos são muito poucos (NASIR, 1373, p. 321). E isso levou à atenção aos detalhes na qualidade do convívio com os amigos e na continuidade da amizade.

De acordo com Khajeh Nasir, amigos de confiança são sempre ajudantes humanos em situações delicadas. Khajeh Nasir também considerou a dimensão social da amizade e do fazer amigos e acredita que os governantes devem encontrar amigos entre as pessoas por meio de seus comportamentos e ações para estar com elas nas alegrias e tristezas dos tempos. Na verdade, é o apoio dos amantes do governo que pode compensar os defeitos e deficiências e pode melhorar a eficiência do governo através da cooperação com eles (NASIR, 1373, p. 322 - 323).


Competência


No processo de educação política sábia, o planejamento deve ser feito para treinar futuros estadistas e administradores. Na verdade, os funcionários do governo devem ter as características e traços para poder governar bem. Nesta visão, a teoria do elitismo em diferentes grupos é considerada. A diferença entre os seres humanos em talentos e capacidades é respeitada e enfatiza-se que os seres humanos têm a capacidade de expressar e desenvolver seus talentos em determinados campos. Assim, na governança, apenas um punhado de indivíduos




está qualificado para governar e pode assumir a responsabilidade de administrar o governo. Na visão de Khajeh Nasir, as pessoas que desejam alcançar cargos no governo devem ter sete qualidades: abade (paternidade), grande esforço, determinação, força de vontade, paciência, riqueza, bons companheiros (NASIR, 1373, p. 301-302). Nesta visão, a pessoa governante ou o chefe de governo, além dos sete atributos acima, deve ter os atributos de reconhecer a dor e a cura. A razão para isso é que alguns funcionários do governo são corruptos e algumas pessoas más estão procurando o caos na sociedade. O governante pode fornecer prescrições adequadas e atender aos interesses dos cidadãos reconhecendo as dores políticas e sociais em tempo hábil.


Cumpridor da lei


A promulgação e implementação da lei com base na sabedoria é a base da educação política e causa a estabilidade do sistema político efluente e a atenção das pessoas à felicidade e à perfeição. Essas leis devem ter quatro características: 1. atender os interesses dos indivíduos da comunidade. 2. Os benefícios das leis devem ser para o público em geral e não devem entrar em conflito com os interesses da comunidade. 3. A lei deve basear-se na cooperação dos indivíduos na sociedade. 4. O objetivo de tais leis é alcançar a felicidade (RAD, 1380, p. 140).

A lei deve reger o processo de educação individual e política do povo, e todas as pessoas são iguais perante a lei. O direito baseado na sabedoria tem o papel de institucionalizar os valores e as normas do sistema político da utopia. O cumprimento da lei prepara as pessoas para aceitar papéis e responsabilidades sociais. Nessa visão, há uma diferença entre uma boa pessoa e um bom cidadão. Uma boa pessoa não é necessariamente um bom cidadão. Um bom cidadão é aquele que desempenha bem os deveres de cidadão e traz o bem ao povo. O objetivo da educação política é fornecer um bom cidadão para a sociedade.


A eficácia da educação política sábia


O tempo de Khajeh Nasir al-Din coincide com a brutal invasão dos mongóis às terras islâmicas, bem como ao Irã. A invasão mongol ao mundo islâmico, além de mudar o equilíbrio da política mundial em favor do Ocidente, levou à queda do califado abássida de 500 anos (656 AH). Durante este período, Khajeh Nasir al-Din usou seus esforços para treinar o povo selvagem e sanguinário, como os mongóis, para cuidar dos assuntos da sociedade e da cultura, em vez de sabotagem e destruição. Aqueles que se esforçaram na destruição das manifestações da civilização não tardaram a se integrar de tal forma à cultura iraniana-islâmica que se tornaram




os pioneiros do avanço da ciência e do conhecimento (AKBARIAN, 1386). A revolução intelectual e cultural de Khajeh Nasir al-Din não apenas conseguiu mudar a mente de muitas pessoas, mas depois que o governante mongol se tornou muçulmano após Hulagu Khan, todos os mongóis se converteram ao islamismo. Desta forma, os iranianos, que haviam sido derrotados militarmente por um povo rebelde e saqueador, conseguiram superá-los intelectual e culturalmente e mostrar-lhes o caminho certo e o caminho da salvação. Hakim Tus sabia muito bem que com a conquista dos corações, que se consegue através da educação e da sabedoria, muitos problemas podem ser superados (HALABĪ, 1373). Khajeh Nasir desempenhou dois papéis principais na educação dos mongóis: 1. Quando Khajeh Nasir foi forçado a servir como consultor dos governantes mongóis, conseguiu impedir a destruição de muitas bibliotecas influenciando-os e salvou muitos cientistas e elites 2. Os muçulmanos não foram capazes de enfrentar os mongóis militarmente e defensivamente, e apenas um rico conhecimento e cultura poderiam transformar os mongóis. Khajeh Nasir, baseado na sabedoria prática e com sábia educação política, foi capaz de mudar o espírito de destruição e derramamento de sangue dos mongóis em um poder construtivo para reviver e avançar a civilização islâmica, e treinou aqueles selvagens que se tornaram os pioneiros da cultura islâmica e civilização.

A invasão mongol ao Irã liderada por Genghis Khan começou no ano 616 AH e após quarenta anos de guerra, matança, derramamento de sangue e destruição, eles finalmente formaram o governo Ilkhanate. O estabelecimento do estado Ilkhanate proporcionou uma oportunidade para a elite islâmica reviver sua nacionalidade e cultura. Duas personalidades iranianas educadas, a saber, Shams al-Din Juwaynī e Khajeh Nasir al-Din Tūsī, que governaram "um governando o corpo" e "o outro governando a alma" do governo Ilkhanate, respectivamente, desempenharam um papel significativo neste desenvolvimento (BAYĀNĪ, 1370, p. 349). No processo de sábia educação política exercida por Khajeh Nasir al-Din e seus discípulos, os mongóis gradualmente abandonaram o espírito de violência e ganância e começaram a conversar e se associar com estudiosos. Eles escolheram Khajeh Shams al-Din Juwaynī e seu irmão Ata Mulk Juwaynī e Rashid al-Din Faḍlullāh como seu conselheiro e ministro (REZAYEE, 1378, p. 770). O reinado do Ilkhanate é considerado o início de uma dramática mudança social na história do Irã. Durante as duas gerações de governo, o Ilkhanate mongol se converteu ao Islã, e mais uma vez a "experiência da dissolução do povo conquistador na cultura do povo derrotado" ocorreu na história da vida sociopolítica iraniana e, sem dúvida, o motivo era a educação política. Os mongóis invadiram inicialmente as terras islâmicas com um "plano de união com os cruzados contra os muçulmanos", mas acabaram defendendo o



território muçulmano contra ataques inimigos na segunda ou terceira geração, e a estratégia de derrubar e superar os muçulmanos por meio do comércio entre o Oriente e o Ocidente mudou de natureza. A educação política dos mongóis levou ao crescimento de várias ciências como a medicina, astronomia, matemática, historiografia e o surgimento de um estilo arquitetônico diferenciado que era de fato uma compensação por danos, derramamento de sangue e destruições causadas pela invasão mongol à civilização islâmica (JUWAYNĪ, 1378, p. 535 - 536).


Conclusão


Platão no livro “A República” distingue entre “Bom Homem” e “Bom Cidadão” e acredita que nem toda pessoa boa é necessariamente um bom cidadão. Um bom cidadão é aquele que é leal aos valores e normas políticas e sociais, que respeita e obedece à lei. De fato, o principal objetivo da educação política é cultivar um bom cidadão para a sociedade. Um cidadão familiarizado com seus papéis políticos e sociais e conhecendo seus direitos políticos e civis, desempenha bem seus deveres políticos e sociais. Educar um bom cidadão requer um modelo e um programa de treinamento que deve ser considerado cuidadosa e logicamente no processo de crescimento. Nesse sentido, o modelo de educação política sábia tem três características únicas: primeiro, foi estabelecido e complementado por elites filosóficas ao longo da história com base no raciocínio racional. Como os filósofos sempre buscaram a verdade, eles tentaram introduzir o que é bom para o ser humano. Se a bondade humana for institucionalizada no processo de educação, com valores e normas, a felicidade da vida individual e social estará assegurada. Em segundo lugar, virtudes sociais como amizade, cooperação, moralidade, coragem, sacrifício, obediência à lei e amor pelos outros estão no centro deste programa educacional. Terceiro, a experiência histórica também confirma a eficácia do modelo de educação política sábia. As cidades-estados da Grécia antiga e as comunidades muçulmanas, após a invasão mongol, conseguiram restabelecer a ordem social e a autoridade política por meio do uso desse modelo educacional. Nas sociedades de hoje, a desobediência civil e a violência política estão enraizadas no desrespeito pela educação política ou por padrões disfuncionais de educação política. Parece que, dados os desenvolvimentos globais, os governos só podem educar bons cidadãos leais aos valores e normas sociais e garantir a coesão política e a ordem social por meio de um modelo de educação política eficiente.




REFERÊNCIAS


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Como referenciar este artigo


NADERİ, M.; PİRANİ, S. Educação política sábia: características, princípios e eficiência. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2644-2657, set./dez. 2021. e-ISSN:1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v25i2.15471


Submetido em: 07/09/2021 Revisões requeridas em: 11/10/2021 Aprovado em: 09/11/2021 Publicado em: 08/12/2021




WISE POLITICAL EDUCATION: CHARACTERISTICS, PRINCIPLES AND EFFICIENCY


EDUCAÇÃO POLÍTICA SÁBIA: CARACTERÍSTICAS, PRINCÍPIOS E EFICIÊNCIA LA EDUCACIÓN POLÍTICA SABIA: CARACTERÍSTICAS, PRINCIPIOS Y EFICACIA


Mahdi NADERİ1

Shohreh PİRANİ2


ABSTRACT: Political education means preparing citizens to accept social roles and perform political duties in society. Wise political education is one of the educational models that is rooted in the philosophical tradition of ancient Greece and has been considered by thinkers in different historical periods. In this educational model, the institutionalization of political and social values and norms is followed in three individual, family and social areas of education. In this process, the physical and mental education of individuals begins from childhood and they are taught political and social skills and awareness on the path to development. Teaching moral virtues and avoiding moral vices is the basis of wise political education. The institution of the family has the task of institutionalizing values and norms such as love, affection, courage, friendship, cooperation and rule of law in children. And in the process, individuals are prepared to accept and play political and social roles.


KEYWORDS: Political education. Wisdom. Political norms. Political roles. Ethics.


RESUMO: A educação política significa preparar os cidadãos para aceitar papéis sociais e desempenhar deveres políticos na sociedade. A educação política sábia é um dos modelos educacionais que está enraizado na tradição filosófica da Grécia antiga e tem sido considerada por pensadores em diferentes períodos históricos. Neste modelo educacional, a institucionalização de valores e normas políticas e sociais é seguida em três áreas: individual, familiar e social da educação. Neste processo, a educação física e mental dos indivíduos começa desde a infância e eles são ensinados habilidades políticas e sociais e consciência sobre o caminho para o desenvolvimento. Ensinar virtudes morais e evitar vícios morais é a base de uma educação política sábia. A instituição da família tem a tarefa de institucionalizar valores e normas tais como amor, afeto, coragem, amizade, cooperação e Estado de Direito nas crianças. E no processo, os indivíduos estão preparados para aceitar e desempenhar papéis políticos e sociais.


PALAVRAS-CHAVE: Educação política. Sabedoria. Normas políticas. Papéis políticos. Ética.



1 Shahed University, Tehran – Iran. Assistant Professor of Political Science, Faculty of Humanities. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8336-0110. E-mail: m.naderi@shahed.ac.ir

2 Shahed University, Tehran – Iran. Assistant Professor of Political Science, Faculty of Humanities. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8287-2600. E-mail: sh.pirani@shahed.ac.ir




RESUMEN: La educación política significa preparar a los ciudadanos para que acepten los roles sociales y desempeñen los deberes políticos en la sociedad. La educación política sabia es uno de los modelos educativos que hunde sus raíces en la tradición filosófica de la antigua Grecia y ha sido considerada por pensadores de diferentes periodos históricos. En este modelo educativo se sigue la institucionalización de los valores y normas políticas y sociales en tres ámbitos de la educación: individual, familiar y social. En este proceso, la educación física y mental de los individuos comienza desde la infancia y se les enseña las habilidades y la conciencia política y social en el camino del desarrollo. Enseñar las virtudes morales y evitar los vicios morales es la base de una sabia educación política. La institución de la familia tiene la tarea de institucionalizar en los niños valores y normas como el amor, el afecto, el valor, la amistad, la cooperación y el imperio de la ley. Y en el proceso, los individuos están preparados para aceptar y desempeñar papeles políticos y sociales.


PALABRAS CLAVE: Educación política. Sabiduría. Normas políticas. Roles políticos. Ética.


Introduction


Political socialization is the process by which citizens become acquainted with their political roles, rights, and duties while becoming familiar with the values and norms that govern the political system. Having a plan and model of political education is necessary for the success of governments' policies and programs in the process of political socialization. On the one hand, political education is the basis of political socialization, and on the other hand, in this process, interdisciplinary connections must be established between different fields of science, namely philosophy, political sciences, educational sciences, sociology, and law. It should be noted that the issue of political education has always been the focus of great thinkers and scholars from the ancient civilizations of Greece, Rome and Iran (Plato, Aristotle, Cicero and Zoroaster). In the new era, great thinkers have directly or indirectly paid attention to the importance, necessity, tools and resources of political education. Thinkers such as Saint Augustine in City of God (2012), Hobbes in Leviathan (1985), John Locke in Two government treatises (1997) and Fārābī in The Votes of the People of Utopianism (1991), Ibn Sina in Politics (1985) and Khawaja Nasir al-Din Tusi in Naseri ethics (1373) are among these thinkers. A noteworthy point in examining the works of these thinkers is the intellectual tradition to which they belong and on which they have based their educational foundations and views. The intellectual tradition influenced by the views of philosophers such as Plato and Aristotle, which was later followed by the views of the Neoplatonist, Fārābī, Ibn Rushd, and Thomas Aquinas, has been designed on the issue of political education on the basis of "wisdom." It can be argued that, at present, all views of political education are somehow in line with or critique of that view. Given the profound impact of this intellectual tradition, this article seeks to explain the wise political




education and its impact on the political and social life of Muslims at a time in history. In this regard, the following questions need to be answered:

What is wise political education?

What are the principles of wise political education?

Has wise political education been effective in Islamic societies?


The historical course of wise political education


The intellectual and practical roots of wise political education are to be found in the schools of thought of ancient Greece. In ancient Greece, the main problem was the thought of education. Athens and Sparta, two representatives of the city-states of ancient Greece, were largely based on political education. Noting that Athens has a special and privileged position in the history of philosophy, art and Sparta in the history of education. In Plato's view, Sparta excelled the democracy of Athens, which had created problems in educating the people because it was based on a wise educational system; and it has been considered a kind of intellectual and educational model of Plato in the book Republic (2012). The communal life of the Spartans, military organizations, the superiority of social life over the private one, the upbringing of children by the government, having an educational system for political elites are among the characteristics of Spartan life that has been considered by Plato (MAYER, 1374, p. 142).

Werner Jaeger, the German-Greek scholar, in his famous and classic book, Paideia

(1939), considers the spirit of Greek culture and civilization as the education. Paideia in Greek means raising a child or upbringing. In ancient Greece, paideia was an educational system in which children were supervised and educated from an early age by the state education system and were taught subjects including rhetoric, mathematics, music, philosophy, geography, natural history, and gymnastics to be prepared for social and political life and moving towards perfection and happiness. According to Werner Jaeger, in ancient Greece, on the one hand, the Sophists claimed to have paideia, and by teaching mathematics, grammar, music, and sports, they tried to prepare young people for government jobs by preparing their souls and teaching them eloquence. On the other hand, Socrates and his disciples tried with their philosophical method to reveal the ignorance of all the claimants of paideia. In this book, the author of paideia shows that the philosophy of Socrates and Plato is basically the philosophy of education, and they always tried to introduce knowledge so that people in society can know the truth and achieve the happiness of society by performing moral virtues. Socrates has an irreplaceable role in the wise educational system of ancient Greece. In his critique of the Sophists, Socrates put




the rational principles of behavior and social life at the forefront of educational programs. In Socrates' view, the management of government should be the responsibility of those who have the deepest wisdom and the highest virtues. He considered man a political animal and owed his growth and development to the state. Socrates considered it his duty to teach wisdom to the people and believed that everywhere is the field of education and everyone equally needs real education (HOSSEINI; QAEMI, 2013, p. 20). Such an understanding of education and wisdom was followed by the eminent disciple of Socrates, Plato. In Plato's view, only the king philosopher deserves to rule. Really, who is the king philosopher? A person who, on the one hand, has achieved the knowledge of truth and moral virtues based on wisdom, and on the other hand, has learned the art of governing by mental and physical training and can lead the society to happiness by making and enforcing laws. According to Plato, men and women should grow up from childhood under the supervision of the educational system. Plato believed that the cultivation of good habits should begin in childhood and continue until the age of thirty -five. In this educational process, people up to the age of 20 learn morality, sexual intercourse, physical education and military training, and only talented people continue the training program. These people learn wisdom at the age of thirty and are qualified to run the government from the age of thirty-five (PLATO, 1390, p. 437-446).

Aristotle, a student of Plato, also has a special place in the thought of political education. He tried to take a more realistic view to political education, citing his educational votes in two books of Nicomachus namely politics and ethics. In Aristotle's view, the most important element of education is leisure time and one can think only in leisure time and become aware of one's higher powers, and as a result, work is a secondary activity. In Aristotle's view, good government is responsible for educating the people. The education system must be for all citizens and supported by all. In this view, everyone who doesn’t learn to obey cannot be a good ruler. An efficient education system must train good people and prepare people with moral values and virtues for a happy life (ALAM, 1385, p. 144). In Nicomachean ethics, Aristotle describes the system of wise education by proposing a theory of moderation while explaining the nature of virtue. According to Aristotle, the human soul consists of three components: rational power, lust power, and anger power, and moral virtues must be based on these three powers. Aristotle enumerates four main virtues for the human soul: wisdom, courage, chastity and justice. These virtues are in fact the middle ground between the two extremes of the three forces. In other words, the excess of any of the three forces is a vice. Wisdom is the virtue of the rational power, courage is the virtue of the power of anger, chastity is the virtue of the lustful power and justice regulates the mentioned virtues. Accordingly, the requirement of any political



education is the government's efforts to institutionalize these four main virtues in the educational system governing that society. This view of Aristotle was later considered by Muslim thinkers such as Fārābī (1371), Ameri (1408), Ibn Sina (1318), Khajeh Nasir al-Din Tusi and Mulla Sadra (1981) and became the mainstream, political education in the middle period of Islamic civilization.


What is wise political education?


The historical course of wise political education indicates that the epistemological basis of this type of education is based on a special knowledge called "wisdom". There are different definitions of wisdom in different cultures. In a general definition, wisdom means a knowledge with which man can understand the truth and try to do right and avoid wrong. In the system of classification of sciences, wisdom has a special place in the view of Muslim thinkers. Unlike today, in the past the frontiers of science were not separated. In other words, the sciences supported each other and the benefits of the different sciences directly served each other. Most Muslim sages divided wisdom into two types: 1. Theoretical wisdom 2. Practical wisdom. Based on this division, theoretical wisdom consisted of philosophy, mathematics, and natural sciences, and practical wisdom consisted of ethics, family planning, and civil politics. From the range of issues that have been considered by wisdom, it can be concluded that the subject and consequences of the knowledge of wisdom is the physical and spiritual education of human beings in the individual and social dimensions of life. Theoretical wisdom is in fact the provider of the rational basis of action. Theoretical wisdom is the science of perceiving truth and practical wisdom, the science of what human behavior should be.

In this approach, wisdom has a close relationship with political education. On the one

hand, the subject of wisdom is ultimately preparing individuals for individual and social life, and on the other hand, wisdom teaches the method and process of socialization of genuine individual and social values and norms. It prepares individuals to accept family, social, and political roles. That is why wisdom was doubly important to Muslim thinkers and provided a basis for Muslim thinkers to write a book on the subject of ethics and at different times, to submit to Muslim rulers to get acquainted with the principles of ruling and governing the society. Although the title of these books is ethics, it should be noted that the concept of morality has a broader meaning than it does today. In fact, Islamic thinkers viewed practical wisdom with a moral approach. It can be said that the spirit that governs the teachings of practical wisdom is morality. In these books, the issue of education is a central and fundamental issue




and covers all issues, including politics (DINANI, 1386, p. 503). The book of Naseri ethics is one of the most important books that has been written about practical wisdom and has been a model for writing books on practical wisdom such as glorious ethics in later times. This book has also been translated into English due to its importance and impact. Considering the importance and position of Khajeh Nasir al-Din, the explanation of the wise political education with emphasis on his views is the focus of this article. In the book of Naseri ethics, the following three chapters have been considered by the authors on the subject of ethics, housekeeping and civil policy:

Chapter of Ethics: This part of practical wisdom pays attention to the individual education of human beings and tries to acquaint human beings with the factors of happiness and cheerfulness through the science of ethics, and through this, the ground for adjusting carnal powers and achieves the four main virtues (wisdom, courage, chastity and justice). In fact, this part of practical wisdom is responsible for preparing human beings for family, social and political roles. In other words, a person cannot be a good parent for the family or a good citizen for the society and the government unless he has a mental and physical education. In individual education, the difference between human beings in talent, awareness, temperament, effort and the degree of endurance of hardships is respected and pluralism is accepted in human happiness and perfection (NASIR, 1373, p. 90).

Chapter of Home planning (family): This part of practical wisdom emphasizes the family upbringing of human beings. In fact, human beings should be familiar with their duties, family rights, and plans. Marital relations, children's relationship with parents, love, sacrifice, cooperation, affection, livelihood and division of duties are among the topics that are considered by this part of practical wisdom. In this view, the head of the family, on the one hand, is the most honorable member of a family as a physician, and should be aware of the abilities and characteristics of each member of the family in order to bring the members to the perfection they deserve by guiding them on the basis of justice and to prevent any deviation and destruction. The purpose of marriage is peace, preservation of wealth and generational desires. Discipline and upbringing of children should begin from infancy (NASIR, 1373, p. 212). No virtue in the family is superior to the observance of parents' rights and their consent, and the relationship between parents and children must be based on love (NASIR, 1373, p. 238). According to Nasir, although family education is related to the smallest social institution, but the general public, i.e., the ruler and citizens need to learn it. This is because people in society are responsible for each other, and family life is an experience and a preparation to take on political and social responsibilities in society.



Chapter of Civil Policy: The two parts of morality and family planning in practical wisdom are the basis of civil policy. In the educational view of scholars such as Khajeh Nasir al-Din, practical wisdom is also responsible for the political education of the people. The issues and topics raised in the subject of civil policy, in addition to the chain-linked relationship with family ethics and planning, are essentially issues that emphasize political education and the process of socialization of values and collective norms. Civil politics is a science that deals with the management of social life and by explaining the cause and how to spread virtues and vices in society, introduces the best type of political system that can provide the basis for human happiness and perfection (NASIR, 1373, p. 111).

In this view, the scope of politics is not limited to the public sphere and society. Based on the principle of education-oriented in practical wisdom, the scope of politics has gone beyond the public sphere and political power and has been extended to the private sphere (individual and family education). However, the main focus of politics in Khajeh Nasir's thought is society. In this view, the political citizen in the position of an educable person should distance himself from moral vices and, by learning moral virtues, step on the path of the utopia; a city in which, if realized, the prosperity of the political community will be realized.


Principles of Wise Political Education


In the process of wise political education, the nature and type of political system that is responsible for educating citizens is important. In a general division, philosophers divide the political system into two types, the utilitarian and the non-utilitarian political system. And they believe that individuals can learn the principles and rules governing wise education only in the context of the utopian political system. In this view, politics has an educational role and is a guide for citizens to achieve happiness. According to this view, "the authority of society depends on the state and the permanence and survival of the state depends on policies and the strength of politics depends on wisdom" (NASIR, 1373, p. 309). If wisdom is institutionalized in society through government policies, the social system will be on the path to perfection and prosperity. In this process, the most important principles of political education are:


Social Participation and Cooperation


In wise political education, man is a civil being by nature and needs to cooperate with others in order to survive and complete virtues. This human characteristic causes human beings




to stand together and, by taking on social responsibilities, lay the groundwork for the formation of human civilization. A civilization in which human beings serve each other and meet each other's needs (NASIR, 1373, p. 251-252).

In this view, the state remains as the human body, which has been composed of different members, and each of these members has a specific function, so that the duties of each member together lead to the formation of the human body. Khajeh Nasir uses this allegory to explain the foundations of the formation of the state and believes that in human society, there are people with different talents and this difference in talents has caused each of them while superior to others in a particular talent, create the field of need, cooperation and interaction among themselves (NASIR, 1373, p. 303). Wise political education can institutionalize the culture of social cooperation and participation in human beings and prevent the emergence of selfish and totalitarian human beings who violate the rights of other citizens.


Affection


The need for love in human societies in wise political education is rooted in socialist philosophy. In fact, love is the foundation of friendship between people who are inherently in need of each other to meet their requirements, so that all people serve and help each other as one. According to Khajeh Nasir, the virtue of love and affection takes precedence over justice (NASIR, 1373, p. 259-260).

This view recognizes the need for justice in human society due to the lack of love. Whereas if love prevails among human beings, there is no need for justice and fairness, and justice submits to love with that awe (NASIR, 1373, p. 259). Khajeh Nasir divides the types of love into natural and voluntary. Natural love is like a mother's love for her child. Voluntary love is like human love for each other, which has various causes such as pleasure, benefit and goodness. According to him, among the various causes of love, the only cause of "goodness" leads to love and affection. Because, firstly, there is no shortage in that, and secondly, the "evilness" and ill-temperedness of individuals can not affect it. This kind of affection is directed to benevolent people and can lead to civilization and the connection of hearts. Khajeh Nasir, based on love whose cause is "goodness" and not "benefit and pleasure", in the field of politics offers solutions to maintain the social system. According to him, there should be love between the rulers and the people, as well as the people with the people. Accordingly, the affection among the rulers for the people should be paternal love and the love of the people for the rulers should be boyish love and the love of the people for each other should be brotherly love. In




fact, the paternal love of the rulers for the people is because they should treat the people like compassionate fathers in kindness, compassion, care, expediency, and "absorbing good and repelling evil." On the contrary, the boyish love of the people for the rulers is due to the fact that they treat as wise children to their fathers in obedience, criticism and advice, honoring and bowing down to values and norms (NASIR, 1373, p. 269).


Friendship


In the opinion of Muhaqiq Tūsī, friendship and making friends have a high status, as he has dealt with this issue separately in a speech independent of the book of Naseri ethics in the section of civil policy. In fact, civil man, in order to achieve complete happiness, needs true friends to complete his virtues by associating with them. However, true friends are very few (NASIR, 1373, p. 321). And this has led to the attention to details in the quality of socializing with friends and the continuity of friendship.

According to Khajeh Nasir, trusted friends are always human helpers in sensitive situations. Khajeh Nasir has also considered the social dimension of friendship and making friends and believes that the rulers should find friends among the people through their behavior and actions in order to be with them in the joys and sorrows of the times. In fact, it is the support of the lovers of the government that can compensate for the defects and shortcomings and can improve the efficiency of the government through cooperation with them, (NASIR, 1373, p. 322-323).


Competence


In the process of wise political education, planning must be done to train future statesmen and managers. In fact, government officials must have the characteristics and traits to be able to govern well. In this view, the theory of elitism in different guilds is considered. The difference between human beings in talents and capacities is respected and it is emphasized that human beings have the ability to express and flourish their talents in certain fields. Accordingly, in governance, only a handful of individuals are qualified to rule and can take responsibility for running the government. In Khajeh Nasir's view, people who want to reach government positions must have seven qualities: Abbot (fatherhood), high effort, determination, strong will, patience, wealth, good companions (NASIR, 1373, p. 301-302). In this view, the ruling person or the head of government, in addition to the above seven attributes,




must have the attributes of recognizing pain and healing. The reason for this is that some government officials are corrupt and some evil people are looking for chaos in the society. The ruler can provide appropriate prescriptions and serve the interests of the citizens by recognizing the political and social pains in a timely manner.


Law-Abiding


The enactment and implementation of law based on wisdom is the basis of political education and causes the stability of the effluent political system and people's attention to happiness and perfection. These laws should have four characteristics: 1. providing the interests of individuals in the community. 2. The benefits of the laws should be for the general public and should not conflict with the interests of the community. 3. The law should be based on cooperation of individuals in the society. 4. The purpose of such laws is to achieve happiness (RAD, 1380, p. 140).

The law must govern the process of individual and political education of the people, and all people are equal before the law. The law based on wisdom has the role of institutionalizing the values and norms of the utopia political system. Law-abiding prepares people to accept social roles and responsibilities. In this view, there is a difference between a good person and a good citizen. A good person is not necessarily a good citizen. A good citizen is one who performs the duties of a citizen well and brings goodness to the people. The goal of political education is to provide a good citizen for society.


The effectiveness of wise political education


The time of Khajeh Nasir al-Din coincides with the brutal invasion of the Mongols to Islamic lands as well as Iran. The Mongol invasion to the Islamic world, in addition to shifting the balance of world politics in favor of the West, led to the fall of the five-hundred-year-old Abbasid caliphate (656 AH). During this period, Khajeh Nasir al-Din used his efforts to train the savage and bloodthirsty people such as the Mongols to take care of the affairs of society and culture instead of sabotage and destruction. Those who had put their efforts in the destruction of the manifestations of civilization did not take long to become so integrated into the Iranian-Islamic culture that they became the pioneers of the advancement of science and knowledge (AKBARIAN, 1386). Khajeh Nasir al-Din's intellectual and cultural revolution not only managed to change the minds of many people, but after the Mongol ruler became a Muslim




after Hulagu Khan, all the Mongols converted to Islam. In this way, the Iranians, who had been defeated militarily by a rebellious and looting people, were able to overcome them intellectually and culturally and show them the right way and the way of salvation. Hakim Tus knew very well that with the conquest of hearts, which is achieved through education and wisdom, many problems can be overcome (HALABĪ, 1373). Khajeh Nasir played two major roles in educating the Mongols: 1. When Khajeh Nasir was forced to serve as a consultant to the Mongol rulers, was able to prevent the destruction of many libraries by influencing them and saved many scientists and elites 2. The Muslims were not able to confront the Mongols militarily and defensively, and only rich knowledge and culture could transform the Mongols. Khajeh Nasir, based on practical wisdom and with wise political education, was able to change the spirit of destruction and bloodshed of the Mongols into a constructive power to revive and advance Islamic civilization, and he trained those savage people who became the pioneers of Islamic culture and civilization.

Mongol invasion to Iran led by Genghis Khan had begun in the year 616 AH and after forty years of war, killing, bloodshed and destruction, they finally formed the Ilkhanate government. The establishment of the Ilkhanate state provided an opportunity for the Islamic elite to revive their nationality and culture. Two educated Iranian personalities, namely Shams al-Din Juwaynī and Khajeh Nasir al-Din Tūsī, who ruled "one ruling over the body" and "the other ruling over the soul" of the Ilkhanate government, respectively, played a significant role in this development (BAYĀNĪ, 1370, p. 349). In the process of wise political education exercised by Khajeh Nasir al-Din and his disciples, the Mongols gradually abandoned the spirit of violence and greed and began to talk and associate with scholars. They chose Khajeh Shams al-Din Juwaynī and his brother Ata Mulk Juwaynī and Rashid al-Din Faḍlullāh as their advisor and minister (REZAYEE, 1378, p. 770). The reign of the Ilkhanate is considered the beginning of a dramatic social change in the history of Iran. During the two generations of rule, the Mongol Ilkhanate converted to Islam, and once again the "experience of the dissolution of the conquering people in the culture of the defeated people" took place in the history of Iranian socio-political life, and no doubt the reason was political education. The Mongols initially invaded Islamic lands with a "plan to unite with the Crusaders against the Muslims," but eventually defended Muslim territory against enemy attacks in the second or third generation, and the strategy of overthrowing and overcoming Muslims through trade and commerce between East and West changed nature. The political education of the Mongols led to the growth of various sciences such as medicine, astronomy, mathematics, historiography and the emergence of a distinguished architectural style which was in fact compensation for damage,



bloodshed and destructions caused by the Mongol invasion to Islamic civilization (JUWAYNĪ, 1378, p. 535-536).


Conclusion


Plato in the book “the Republic” distinguishes between "Good Man" and "Good Citizen" and believes that not every good person is necessarily a good citizen. A good citizen is one who is loyal to political and social values and norms, who respects and obeys the law. In fact, the main purpose of political education is to cultivate a good citizen for society. A citizen who is familiar with his political and social roles and while knowing his political and civil rights, performs his political and social duties well. Educating a good citizen requires a model and training program that must be carefully and logically considered in the growth process. In this regard, the model of wise political education has three unique features: First, it has been established and supplemented by philosophical elites throughout history based on rational reasoning. Since philosophers have always sought the truth, they have tried to introduce what is good for human. If human goodness is institutionalized in the process of education, with values and norms, the happiness of individual and social life will be ensured. Second, social virtues such as friendship, cooperation, morality, courage, sacrifice, law-abiding, and love for others are at the heart of this educational program. Third, historical experience also confirms the effectiveness of the model of wise political education. The city-states of ancient Greece and the Muslim communities, after the Mongol invasion, were able to re-establish social order and political authority through the use of this educational model. In today's societies, civil disobedience and political violence are rooted in disregard for political education or dysfunctional patterns of political education. It seems that given the global developments, governments can only educate good citizens loyal to social values and norms and ensure political cohesion and social order through an efficient political education model.


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NADERİ, M.; PİRANİ, S. Wise political education: characteristics, principles and efficiency. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2641-2654, Sep./Dec. 2021. e-ISSN:1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v25i2.15471


Submitted: 07/09/2021 Required revisions: 11/10/2021 Approved: 09/11/2021 Published: 08/12/2021