image/svg+xmlGestão do Ensino Superior: As características de um líder RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154841 GESTÃO DO ENSINO SUPERIOR: AS CARACTERÍSTICAS DE UM LÍDER GESTIÓN DE LA EDUCACIÓN SUPERIOR: LAS CARACTERÍSTICAS DE UM LÍDER HIGHER EDUCATION MANAGEMENT: THE CHARACTERISTICS OF A LEADER Ricardo Cavalcante Oliveira SANTOS1RESUMO: A gestão é o ato de gerir ou administrar e está diretamente relacionada com a capacidade de liderança do gestor. Muitos entendem que basta conhecimento específico em sua área para gerir um curso, mas este processo passa por uma necessidade de gerir pessoas o que pode ser facilitado se o gestor buscar informações na literatura para poder atuar nesta função. O objetivo do estudo é avaliar a importância das características de um líder na gestão de curso de Ensino Superior. Gestores de curso de Ensino Superior indicam que sentem falta de um comprometimento dos professores para que as decisões não recaiam apenas sobre eles, enquanto os professores universitários não enxergam essa necessidade, sentem um distanciamento do gestor para com os professores e entendem que cabe ao coordenador do curso tomar as decisões, pois esta é sua função, e ele precisa ter características de liderança para poder lidar com a função. PALAVRAS-CHAVE: Gestão. Liderança. Ensino Superior. RESUMEN:La gestión es el acto de gestionar o administrar y está directamente relacionada con la capacidad de liderazgo del gerente. Muchos entienden que el conocimiento específico en su área es suficiente para gestionar un curso, pero este proceso implica una necesidad de gestión de personas, lo que se puede facilitar si el directivo busca información en la literatura para poder actuar en este rol. El objetivo del estudio es evaluar la importancia de las características de un líder en la gestión de un curso de Educación Superior. Los gestores de cursos de educación superior señalan que sienten una falta de compromiso por parte de los profesores para que las decisiones no recaigan únicamente en ellos, mientras que los profesores universitarios no ven esta necesidad, sienten un distanciamiento entre el gestor y los profesores y entienden que depende de ellos. el coordinador del curso toma las decisiones, ya que este es su rol, y necesita tener características de liderazgo para poder manejar el rol. PALABRAS CLAVE:Gestión. Liderazgo. Enseñanza Superior. 1Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), Engenheiro Coelho SP Brasil. Mestre em Fisioterapia, Programa de Pós-Graduação MBA em Gestão EAD e Tutoria Online. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6642-3557. E-mail: ricardocos.fisio@gmail.com
image/svg+xmlRicardo Cavalcante Oliveira SANTOS RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154842 ABSTRACT:Management is the act of managing or administering and is directly related to the manager's leadership capacity. Many understand that specific knowledge in their area is enough to manage a course, but this process involves a need to manage people, which can be facilitated if the manager seeks information in the literature to be able to act in this role. The objective of the study is to evaluate the importance of the characteristics of a leader in the management of a Higher Education course. Higher education course managers indicate that they feel a lack of commitment from the professors so that decisions do not fall only on them, while university professors do not see this need, feel a distance between the manager and the professors and understand that it is up to the coordinator the course makes the decisions, as this is his role, and he needs to have leadership characteristics to be able to handle the role. KEYWORDS: Management. Leadership. Higher Education. IntroduçãoA gestão, por definição, é o ato de gerir ou administrar e está diretamente relacionada com a capacidade de liderança do gestor. Para se alcançar os objetivos traçados em uma instituição é necessário ter conhecimento dos processos que envolvem a rotina da instituição, identificando todos os dados e informações que possam ser relevantes para se explorar todo potencial dos funcionários. Essa é a chamada gestão de conhecimento. Este tipo de gestão é fundamental para o fracasso ou sucesso de um gestor, pois ele pode ser o melhor líder e administrador do ramo, mas sem conhecimento da instituição e do público alvo tornará a empreitada mais complexa e demorada (ARGENTA, 2011). Liderança é definida de muitas formas por muitos autores, como sendo, por exemplo, o mais importante fato singular para atingir soluções ou então o processo de dar propósito ao esforço coletivo provocando o desejo de todos em se esforçar para atingir um objetivo. É vista ainda como um fenômeno de construção social no qual o líder interage com seus liderados. Por isso que é tão importante que o líder tenha influência sobre seus liderados, descrito como a habilidade de induzir o outro a seguir a sua orientação (BENEVIDES, 2010). O Ensino Superior tem sofrido alterações na sua estrutura ao longo dos últimos anos, deixando de lado a aparência de Universidades como formadoras de profissionais para um mercado carente e se tornando um negócio financeiro. Uma sociedade repleta de informações e de conhecimento diversificado e heterogêneo começa a ceder alunos dos mais variados modelos educacionais para as universidades graças aos programas governamentais de incentivo a educação superior (COLOMBO; RODRIGUES, 2011). As Universidades têm hoje uma massificação do ensino e uma mercadorização da instituição, pautada em um ensino que busca a economia, eficiência e eficácia, respostas à curto
image/svg+xmlGestão do Ensino Superior: As características de um líder RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154843 prazo e mais publicações, tornando assim a instituição em um formato empreendedor e empresarialista. Com isso, o trabalho do gestor sofre influência, tendo este uma preocupação em equilibrar o acesso alargado ao nível superior com um ensino de qualidade, sabendo lidar com as pressões sofridas pela reitoria da universidade em render resultados sem deixar que essa agilidade interfira na qualidade de ensino oferecida aos alunos, através dos materiais necessários nas aulas ou da formação dos professores (SANTOS; PEREIRA; LOPES, 2018). Não há um modelo único de coordenação, pois as atitudes e posturas de um coordenador serão diferentes de acordo com a necessidade que o momento lhe apresenta, mas algumas características são fundamentais em qualquer momento da gestão: responsabilidade, ética, comprometimento, pontualidade, profissionalismo, assiduidade, bom relacionamento, estas são algumas das competências pessoais, que por definição é a capacidade de compreender uma determinada situação e reagir adequadamente frente a ela, de um coordenador de curso (ARGENTA, 2011). Como lidar com os aspectos acima citados? Justamente neste contexto que é importante o gestor ter características de um líder, pois para alguns ser líder é uma arte (BENEVIDES, 2010). Todo ser humano é um administrador, alguns administram empresas, outros Universidades, outros a casa ou sua própria vida. Mas ao gestor de um curso de Ensino Superior não cabe ser um administrador, mas possuir características de liderança que lhe proporcionam uma capacitação maior na tomada de decisões e uma segurança em suas ações que são capazes de fazer com que os professores do curso ou até mesmo os alunos o enxerguem com admiração por realizar o seu trabalho com maestria. Essas características podem ser aprendidas com a prática gestora, podem ser da própria pessoa que nasce com determinadas facilidades, mas é fundamental que um gestor que se encontre neste patamar esteja sempre buscando conhecimento na literatura especializada para cada vez se aperfeiçoar mais na função. O objetivo geral do estudo é avaliar a importância das características de um líder na gestão de curso de Ensino Superior. De forma específica, se busca contextualizar as características necessárias para um cargo de liderança ou gestão de curso do Ensino Superior, averiguar o conhecimento prévio do gestor de um curso de Ensino Superior sobre as características de liderança e, verificar a atualização do gestor em seus conhecimentos após nomeação para este cargo. É importante realizar esta pesquisa, pois muitos gestores entendem que basta conhecimento específico em sua área para gerir um curso. Mas este processo vai além de planejar uma matriz curricular, e passa por uma necessidade de gerir pessoas. Este trabalho
image/svg+xmlRicardo Cavalcante Oliveira SANTOS RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154844 pode ser facilitado se o gestor buscar informações na literatura para poder atuar nesta função da melhor forma. Materiais e Métodos Optou-se por seguir a metodologia de uma pesquisa exploratória, qualitativa, do tipo bibliográfica, que permite obter conhecimento geral e aproximado de fatos ou situações e a essência e significados trazidos nos artigos científicos capazes de responder ao objeto de pesquisa. A pesquisa foi realizada durante os meses de agosto de 2018 a setembro de 2021, nas bases de dados Scielo e no Google Acadêmico, em busca de trabalhos acadêmicos publicados após apresentação de tese de mestrado ou doutorado, além de trabalhos de conclusão de curso na área estudada. Como critérios de inclusão foram estabelecidos: artigos com resumos disponíveis on-line; artigos que abordam sobre gestão no ensino superior; publicação nos últimos dez anos, disponíveis nos idiomas inglês, espanhol ou português. Os critérios de exclusão foram: artigos disponíveis nas bases de dados sem resumos; artigos cujos resumos não abordam o tema em questão. A busca e seleção dos artigos foram realizadas utilizando os descritores: liderança, gestão, Ensino Superior, educação. Após a busca dos artigos foram utilizados no trabalho apenas os dez artigos que tiveram maior identificação com o tema do trabalho de acordo com as normas publicativas. Também foram selecionados os principais livros de liderança e gestão publicados por autores reconhecidos na área, que estiveram entre os mais lidos e vendidos neste período. Resultados Relatos de professores que tem essa experiência de gerir um curso de Ensino Superior indicam que eles sentem falta de um comprometimento dos demais professores para que as decisões não recaiam apenas sobre eles, mas que um colegiado seria mais eficaz, afinal as ideias e perspectivas dos demais professores enriqueceriam o processo gestor. Por outro lado, os professores universitários não enxergam essa necessidade, sentem um distanciamento da coordenação do curso de Ensino Superior para com os professores e entendem que cabe ao gestor do curso tomar as decisões, pois esta é sua função. Claro que a grande maioria destes professores universitários se formam com o objetivo de lecionar, muitos não tem o objetivo de se tornarem gestores, isso acaba acontecendo mediante a necessidade da universidade que
image/svg+xmlGestão do Ensino Superior: As características de um líder RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154845 enxerga neste professor um perfil de gestor. Mas nem sempre essa visão está correta, não é incomum ver gestores de curso superior que não estão preparados para a função ou a realizam com desgosto pelo excesso de trabalho, reuniões exaustivas e constantes, além da ausência de sala de aula, que é onde ele realmente gostaria de estar (SANTOS; PEREIRA; LOPES, 2018). Uma explicação para essa falta de interação entre professores e gestores é a falta de capacidade motivacional que o gestor do curso possui para assim poder alcançar os resultados em equipe solicitados pela instituição. O coordenador de um curso superior se envolve muito mais em uma gama de atividades administrativas como participação de reuniões com os demais coordenadores de curso da Universidade, elaboração de propostas para o curso que gerencia, solicitações referentes a componentes curriculares, cumprimento do calendário acadêmico, coordenar o processo de matrícula, verificar requerimentos de mudança de curso, firmar termos de compromissos de estágio, coordenar o projeto pedagógico do curso. Assim, ele tem a necessidade de ter um elevado conhecimento de leis relacionadas à educação e regulamentos internos da Universidade, de forma que muitas vezes esse excesso de atividades gerenciais não lhe permite ter tempo para acompanhar os professores e suas tarefas, seu crescimento, sua didática, seu cumprimento do projeto pedagógico, ou simplesmente para conversar e ouvir o que estes profissionais tem a dizer e contribuir para o crescimento do curso (BENEVIDES, 2010). Vale ressaltar que essa falta de desejo de um professor em almejar a coordenação de um curso de Ensino Superior pode estar relacionada à pressão da função, que causa por diversas vezes desgastes entre instituição e gestor e acaba recaindo entre gestor e professores, se este não souber cobrar seus profissionais pode acabar descontando neles a sua insatisfação ou raiva pela cobrança que foi ocasionada pela universidade. Visto que esse gestor comprovadamente tem muita influência sobre os professores, se ele souber lidar com as cobranças e pressões que recebe sem que isso respingue no colegiado, poderá usar essa influência para alcançar resultados benéficos, utilizando uma cobrança superior para motivar os professores a atingirem metas estabelecidas ou a colaborarem para o crescimento de um projeto. Isso estará diretamente relacionado ao crescimento do curso, pois se há uma grande quantidade de bons professores com aulas que motivem os alunos, isso será um marketing positivo para a Universidade e novos alunos surgirão justamente porque ouviram boas referências da universidade e da qualidade de aulas dos professores (BENEVIDES, 2010). Essa falta de vontade em gerir um curso de Ensino Superior não é generalizada pelo motivo administrativo, pois muitos dos professores relatam que gostam de participar da coordenação de projetos pedagógicos, como cursos de extensão, workshops e congressos. Na
image/svg+xmlRicardo Cavalcante Oliveira SANTOS RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154846 verdade é nesses momentos que eles se sentem parte integrante do planejamento acadêmico e se sentem valorizados pelo investimento que a instituição está tendo em sua capacitação, além de serem momentos de confraternização com os demais profissionais que se tornam raros devido à correria de suas atribuições diárias. Relatam, ainda, que preferem gerir tarefas de curto prazo por se tratarem de projetos mais rápidos e de menor pressão e responsabilidade (SANTOS; PEREIRA; LOPES, 2018). Discussão A educação é entendida como o processo de criação, inovação e apropriação da cultura, sendo assim, as instituições educacionais se tornam o espaço privilegiado de produção e transformação do saber, tendo elas a responsabilidade de formar profissionais participativos, criativos e críticos (DOURADO, 2012). Talvez você já tenha escutado o termo “gestão da educação” que é definido por como uma contextualização do processo político-administrativo por meio do qual a prática da educação é organizada, orientada e viabilizada. Ao longo de muitos anos acreditou-se que os problemas da gestão educacional eram meramente administrativos de forma que se usava a concepção da administração empresarial como parâmetro para gerir uma instituição educacional, mas é necessário levar em consideração que a gestão da educação pondera os valores, as especificidades e singularidades de um ambiente educacional, possuindo assim diferenças com relação à administração capitalista, portanto seus interesses não são apenas diferentes como antagônicos (DOURADO, 2012). Por esse motivo que um gestor educacional não deve apenas possuir características de um administrador de empresas, mas ter conhecimento do ambiente educacional, considerando aqui a já citada gestão do conhecimento. O gestor de um curso superior não deve ser apenas uma pessoa experiente na profissão e que tenha grande capacidade teórica, mas deve ter atitudes que gerem uma integração em teoria e prática, mas alguém que seja capaz de realizar interações entre educador e educando, de forma que isso possa gerar um benefício na formação de ambos (ARGENTA, 2011). Algumas outras características são necessárias, a competência é uma delas, pois ela está diretamente relacionada à capacidade de resolver problemas com eficácia, eficiência e efetividade. Mas além da competência é necessário comprometimento, pois o verdadeiro compromisso inspira e atrai pessoas, elas sentem que o gestor tem convicção do que está fazendo. É comum vermos pessoas que trabalham bem, porém não são comprometidas com seu
image/svg+xmlGestão do Ensino Superior: As características de um líder RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154847 trabalho, e é justamente esse compromisso diferencia um profissional bom e um espetacular, entre uma empresa que sobrevive de uma empresa que lucra, entre uma Universidade que se sustenta e uma que cresce (MAXWELL, 2000). Saber se comunicar também é uma característica importante, pois as pessoas não lhe seguirão, não lhe obedecerão se não entenderem o que está querendo passar a elas, se não compreenderem claramente suas ordens. No mundo digital em que as redes sociais têm alcançado cada vez mais adeptos, os chamados influencerstêm obtido sucesso em suas plataformas digitais pela capacidade de comunicação que possuem, pelas informações que passam, e isso lhes dá mais seguidores. Portanto, líderes precisam saber se comunicar, pois, é dessa forma que terão a condição de captar mais pessoas para seguirem suas ideias e crenças. Considerando o mundo universitário, onde as universidades precisam captar estudantes, o líder comunicador pode ser de grande valia (MAXWELL, 2000). Ter coragem é uma qualidade para poucos líderes. Não nos referimos à coragem relacionada à bravura ou a ser forte em frente ao perigo e buscar aventuras, mas a outra definição desta palavra, que afirma que ser corajoso, é ter um espírito forte para enfrentar situações emocionais difíceis. O cargo de liderança sempre apresenta situações complexas, momentos delicados e que exigirá decisões corajosas. Alguns têm receio de arriscar e podem inibir um crescimento, pois uma função de liderança não lhe dá coragem, mas ter coragem pode lhe dar esta função. Discernimento é a capacidade de encontrar a origem do problema, o que pode depender tanto de raciocínio lógico quanto de intuição, essa característica imprescindível pode facilitar a resolução de problemas (MAXWELL, 2000). O gestor também deve ter iniciativa, pois esta qualidade é esperada pelos seus superiores que não esperam que um líder fique esperando ordens, mas que veja uma necessidade e tome uma atitude para solucionar a questão. É comum que maus líderes não ouçam as pessoas ao seu redor, e um gestor precisa saber ouvir e filtrar as críticas, sugestões, a fim de buscar a melhor solução para o crescimento do curso (MAXWELL, 2000). Um líder eficiente precisa ter atitude positiva, não deve ser uma pessoa pessimista, sempre reclamando dos fatos, dos professores, dos superiores, da universidade, mas pensar sempre de forma positiva em cada situação, por pior que ela seja algo de bom pode ser tirado como lição. Visualizar um problema e pensar essa situação desafiadora pode tornar seu esforço uma vitória para a instituição (NOGUEIRA; CUNHA, 2018). Nem é preciso salientar a importância de um gestor ser responsável, não deixar que fatores externos comprometam sua eficiência, saber separa as questões pessoais das profissionais ainda mais quando trabalha com familiares ou amigos, assumir suas funções, suas
image/svg+xmlRicardo Cavalcante Oliveira SANTOS RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154848 atitudes, suas decisões e ter humildade para assumir erros quando acontecerem. Mas liderar também é ser responsável pelas atitudes dos outros, das pessoas que estão sob seu comando, por isso que é importante uma supervisão desses profissionais, pois qualquer erro que eles cometerem recai sobre a responsabilidade do gestor que os lidera. Um líder ou gestor precisa ter visão, saber que os fatos fazem parte de um plano global, não pode pensar no dia de hoje sem refletir sobre o amanhã, sobre os planos futuros para o curso, sem se preocupar com as finanças futuras do curso, planejar é fundamental para todo gestor, um planejamento de curto, médio e longo prazo, de forma que ele poderá estipular metas a serem alcançadas em cada momento e ir assim evidenciando o progresso de seu trabalho e da equipe que coordena (MAXWELL, 2000). Muitos autores relacionam a liderança como uma influência, e esta é realmente uma característica central de um líder, pois se um gestor de curso possui influência suficiente sobre os educadores a ponto de eles acreditarem que precisam seguir uma linha educacional que possa vir em desencontro ao que o gestor vinha realizando por anos. Ou, ainda, que o educando possa compreender que as técnicas de ensino de sua instituição possam não ser tão avançadas quanto da outra universidade que possui mais recursos financeiros, porém esse déficit tecnológico pode ser compensado com estudos direcionados para a realidade daquele aluno em questão, são métodos que necessitam de uma influência do gestor (BENEVIDES, 2010). Líderes são agentes de mudança, e essa frase por si só já demonstra como um gestor deve agir para que ele possa ser a mudança necessária que a universidade carece. Claro que a liderança é intrínseca e para muitos não se faz um líder, ele nasce líder. Mas para Costa e Castanheira (2015, p. 17-20), a liderança pode ocorrer de três formas: - Líder nato: é aquele que já nasce com perfil de liderança. A criança que já comanda as brincadeiras, que organiza os amiguinhos nos jogos, baseada na teoria dos traços que pressupõe que há características que indicam um líder e cabe aos investigadores encontraram essas pessoas para as colocarem na função certa para liderar uma instituição; - Líder treinado: este tipo de liderança é conquistado pelo esforço, pelo aprendizado, ele é formado e preparado para uma função. Um superior enxerga em seu funcionário um potencial de liderança e a treina para assumir seu lugar ou a função de outra pessoa que se desligou ou se desligará da empresa. Assim, não nasce com a liderança imputada em suas ações, mas desenvolve para que dê o seu melhor em prol da instituição. - Líder ajustável: independente de a liderança ser nata ou aprendida, o líder precisa se ajustar as situações que lhe são impostas. Em sua rotina, uma série de questões surgem e precisam ser superadas, ser flexível para se ajustar a essas modificações é necessário, pois o líder muito rígido e inflexível não dura muito tempo na função em um mundo globalizado de constantes modificações.
image/svg+xmlGestão do Ensino Superior: As características de um líder RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154849 Benevides (2010) também comenta que existem dois tipos de líderes: o democrático e o autocrático ou centralizador, e as suas ações dizem muito sobre o sucesso ou fracasso da liderança, pois o líder que apenas delega e direciona às ações tende a ter um fracasso maior do que o líder que participa e persuade os seus liderados. Segundo o autor, o líder democrático divide a tarefa da liderança, não fica sobrecarregado, mas incentiva a participação de sua equipe em todos os projetos, instiga-os a participarem com suas opiniões, não se sente ameaçado por seus liderados. Existem líderes que não capacitam ou delegam com receio de que haja um destaque de um professor e este possa a vir conquistar o seu lugar na coordenação do curso ou na direção de uma empresa, mas o bom líder democrático sabe de seu potencial e acredita em sua competência, portanto, não precisa temer, mas sim, desenvolver seus liderados, pois isso tende a fazer com que uma equipe tenha melhores rendimentos maior produtividade. Por sua vez o líder autocrático tende a controlar todas as decisões, a centralizar as ordens, o que pode ocorrer por uma insegurança do líder em confiar que determinada tarefa não saia do seu agrado e por isso prefere fazer por si só, ou por insegurança e temor de destacar um funcionário que possa substituí-lo. Assim, acaba tendo uma postura menos inclusiva e mais autoritária, controle absoluto que prejudica o rendimento de uma equipe, que não desenvolve seus liderados, que impede o crescimento da instituição que trabalha. A compreensão dessas características e atitudes pode ser crucial para o bom desenvolvimento gestor de um curso superior (BENEVIDES, 2010). O relacionamento do gestor com os alunos, professores, funcionários, reitores é de grande importância não somente para que o próprio gestor tenha sucesso profissional, mas para que o curso caminhe de forma tranquila. A educabilidade entra nesse processo de duas formas, primeiro com a educação do gestor em saber tratar todas as pessoas da mesma forma e com respeito, e em um segundo momento, a postura do gestor em estar disposto a se educar, a crescer com o contato com outras pessoas, sejam elas alunos ou professores, sempre terá uma oportunidade de aprender e crescer como pessoa e gestor. Ainda dentro do conceito de relacionar-se, o gestor deve ser prestativo, estar sempre disposto a auxiliar fazendo o que for necessário ao momento e a situação e não se esquivar de determinado trabalho porque aquilo não é de sua função, entra aqui um pouco de autodisciplina para saber que a primeira pessoa que você lidera é você mesmo, e muitas vezes, palavras podem ser evitadas de serem ditas para o bem do grupo. É neste momento que cabe outra característica fundamental para um gestor, o foco. Estar focado em alcançar seu objetivo, em conquistar seu resultado, todos tem pontos fortes e fracos, o segredo é concentrar a maioria dos esforços em seus pontos fortes, pois foram
image/svg+xmlRicardo Cavalcante Oliveira SANTOS RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1548410 eles que levaram o gestor até esta posição, e é isso que a reitoria espera dele, e deixar um pouco de tempo para lidar com seus pontos fracos e novidades (MAXWELL, 2000). Liderar um curso não é apenas conhecer e extrair de seu grupo de professores o melhor deles, mas ser capaz de conhecer as suas forças e fraquezas, maximizando as forças e minimizando as fraquezas, saber o que quer e como quer, saber se comunicar e agregar forças para atingir seus objetivos. Mas acima de tudo ter paixão pelo que faz, essa é a essência em trabalhar com educação (ARGENTA, 2011). Considerações finais Muitas pessoas chegam a um cargo de gestão por indicações, por méritos dentro de uma linha de trabalho, por tempo de trabalho em determinada empresa, mas nem sempre possuem qualificações para exercer essa função que não é apenas um cargo dentro de um ramo de atividade, mas é uma função que pode causar um crescimento da instituição ou pode causar na falência da mesma. Neste estudo ficou claro que o gestor de um curso de Ensino Superior precisa ter características de liderança para poder lidar com a função, que exige uma qualificação profissional, experiência na área do curso, mas também algumas qualidades que irão fazer com que o gestor possa lidar com mais tranquilidade e facilidade com a pressão exercida pelos seus superiores em prol de resultados. Dentre as características que proporcionam a condição de se adequar às modificações que surgem no decorrer do tempo e lidar com os alunos e suas expectativas, também influencia ter um bom relacionamento com todos, ter uma postura de gestor que não apenas colaborar para o crescimento da universidade, mas também que seus alunos o olhem como um espelho e vejam nele um exemplo de profissional a ser seguido. Para futuros estudos seria importante que mais pesquisas se debruçassem nessas características de um gestor, pois esse assunto é mais abordado em livros escritos por autores independentes, o que para muitos são qualidades citadas baseadas em opiniões de pessoas pela sua experiência no ramo. Dessa forma, em artigos científicos não encontramos muitas citações, e dentro da pesquisa científica é necessário que se tenha um aprofundamento bibliográfico para que a pesquisa tenha mais credibilidade.
image/svg+xmlGestão do Ensino Superior: As características de um líder RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1548411 REFERÊNCIAS ARGENTA, C. A. L. Gestão de Instituições de Ensino superior privadas e a competência necessária aos coordenadores de curso: Desafios e sugestões. 2011. Tese (Doutorado em Educação) Pontifíca Universidade Católica de São Pauol, 2011. Disponível em: https://repositorio.pucsp.br/bitstream/handle/9612/1/Christiane%20Amaral%20Lunkes%20Argenta.pdf. Acesso em: 10 jan. 2022. BENEVIDES, V. L. A. Os estilos de liderança e as principais táticas de influência utilizadas pelos líderes brasileiros. 2010. Tese (Mestrado Executivo em Gestão Empresarial) Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/8000. Acesso em: 15 fev. 2021. COLOMBO, S. S.; RODRIGUES, G. M. Desafios da Gestão Universitária Contemporânea. Porto Alegre: Artmed Editora, 2011. COSTA, J. A.; CASTANHEIRA, P. A liderança na gestão das escolas: Contributos de análise organizacional. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v. 31, n. 1, p. 13-44, 2015. Disponível em: https://www.seer.ufrgs.br/rbpae/article/view/58912. Acesso em: 21 abr. 2021. DOURADO, L. F. Gestão em educação escolar. Cuiabá, MT: UFMT; Rede e-Tec Brasil, 2012. MAXWELL, J. C. As 21 irrefutáveis qualidades de um líder. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2000. NOGUEIRA, V. O.; CUNHA, I. C. K. O. Validação de conteúdo do perfil de competências de enfermeiros gestores de ensino superior. Revista Cuidarte, v. 9, n. 1, p. 1998-2006, 2018. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S2216-09732018000101998&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 19 abr. 2021. SANTOS, C. C.; PEREIRA, F.; LOPES, A. Experiências da Gestão Acadêmica da Docência Universitária. Revista Educação e Realidade, v. 43, n. 3, p. 989-1008, jul./set. 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edreal/a/cQ3ZyFSk84Yph4XnDw66Y6h/?lang=pt&format=html. Acesso em: 11 mar. 2021.
image/svg+xmlRicardo Cavalcante Oliveira SANTOS RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1548412 Como referenciar este artigo SANTOS, R. C. O. Gestão do Ensino Superior: As características de um líder. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15484 Submetido em: 10/12/2021Revisões requeridas em: 16/01/2022 Aprovado em: 23/02/2022 Publicado em: 30/09/2022 Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.Revisão, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xmlHigher Education management: The characteristics of a leaderRPGERevista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154841 HIGHER EDUCATION MANAGEMENT: THE CHARACTERISTICS OF A LEADER GESTÃO DO ENSINO SUPERIOR: AS CARACTERÍSTICAS DE UM LÍDER GESTIÓN DE LA EDUCACIÓN SUPERIOR: LAS CARACTERÍSTICAS DE UM LÍDER Ricardo Cavalcante Oliveira SANTOS1ABSTRACT:Management is the act of managing or administering and is directly related to the manager's leadership capacity. Many understand that specific knowledge in their area is enough to manage a course, but this process involves a need to manage people, which can be facilitated if the manager seeks information in the literature to be able to act in this role. The objective of the study is to evaluate the importance of the characteristics of a leader in the management of a Higher Education course. Higher education course managers indicate that they feel a lack of commitment from the professors so that decisions do not fall only on them, while university professors do not see this need, feel a distance between the manager and the professors and understand that it is up to the coordinator the course makes the decisions, as this is his role, and he needs to have leadership characteristics to be able to handle the role. KEYWORDS: Management. Leadership. Higher Education. RESUMO: A gestão é o ato de gerir ou administrar e está diretamente relacionada com a capacidade de liderança do gestor. Muitos entendem que basta conhecimento específico em sua área para gerir um curso, mas este processo passa por uma necessidade de gerir pessoas o que pode ser facilitado se o gestor buscar informações na literatura para poder atuar nesta função. O objetivo do estudo é avaliar a importância das características de um líder na gestão de curso de Ensino Superior. Gestores de curso de Ensino Superior indicam que sentem falta de um comprometimento dos professores para que as decisões não recaiam apenas sobre eles, enquanto os professores universitários não enxergam essa necessidade, sentem um distanciamento do gestor para com os professores e entendem que cabe ao coordenador do curso tomar as decisões, pois esta é sua função, e ele precisa ter características de liderança para poder lidar com a função. PALAVRAS-CHAVE: Gestão. Liderança. Ensino Superior. 1Adventist University Center of São Paulo (UNASP), Engenheiro Coelho SP Brazil. Master in Physiotherapy, MBA Postgraduate Program in Distance Learning Management and Online Tutoring. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6642-3557. E-mail: ricardocos.fisio@gmail.com
image/svg+xmlRicardo Cavalcante Oliveira SANTOS RPGERevista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154842 RESUMEN: La gestión es el acto de gestionar o administrar y está directamente relacionada con la capacidad de liderazgo del gerente. Muchos entienden que el conocimiento específico en su área es suficiente para gestionar un curso, pero este proceso implica una necesidad de gestión de personas, lo que se puede facilitar si el directivo busca información en la literatura para poder actuar en este rol. El objetivo del estudio es evaluar la importancia de las características de un líder en la gestión de un curso de Educación Superior. Los gestores de cursos de educación superior señalan que sienten una falta de compromiso por parte de los profesores para que las decisiones no recaigan únicamente en ellos, mientras que los profesores universitarios no ven esta necesidad, sienten un distanciamiento entre el gestor y los profesores y entienden que depende de ellos. el coordinador del curso toma las decisiones, ya que este es su rol, y necesita tener características de liderazgo para poder manejar el rol. PALABRASCLAVE:Gestión. Liderazgo. Enseñanza Superior. IntroductionManagement, by definition, is the act of managing or administering and is directly related to the manager's leadership ability. To achieve the goals set out in an institution it is necessary to have knowledge of the processes that involve the routine of the institution, identifying all data and information that may be relevant to exploit the full potential of employees.This is the so-called knowledge management. This type of management is critical to the failure or success of a manager, because he can be the best leader and administrator in the industry, but without knowledge of the institution and the target audience will make the undertaking more complex and time consuming (ARGENTA, 2011). Leadership is defined in many ways by many authors, as being, for example, the most important single fact to achieve solutions or else the process of giving purpose to the collective effort causing the desire of all to strive to achieve a goal. It is also seen as a phenomenon of social construction in which the leader interacts with his followers. That is why it is so important that the leader has influence over his followers, described as the ability to induce others to follow his guidance (BENEVIDES, 2010). Higher Education has undergone changes in its structure over the past few years, leaving aside the appearance of universities as trainers of professionals for a needy market and becoming a financial business. A society full of information and diverse and heterogeneous knowledge begins to yield students from the most varied educational models to universities thanks to governmental programs of incentive to higher education (COLOMBO; RODRIGUES, 2011).
image/svg+xmlHigher Education management: The characteristics of a leaderRPGERevista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154843 Universities today have a massification of education and a commodification of the institution, based on an education that seeks economy, efficiency and effectiveness, short-term answers and more publications, thus turning the institution into an entrepreneurial and business-like format. With this, the manager's work suffers influence, having this a concern to balance the widened access to the higher level with a quality education, knowing how to deal with the pressures suffered by the rectory of the university to yield results without letting this agility interfere with the quality of education offered to students, through the materials needed in classes or the training of teachers (SANTOS; PEREIRA; LOPES, 2018). There is no single coordination model given that a coordinator's attitudes and attitudes will differ according to the needs that the moment presents, however, some characteristics are fundamental at any management moment: responsibility, ethics, commitment, punctuality, professionalism, assiduity, good relationships - these are some of the personal competences that, by definition, are the ability to understand a given situation and react appropriately when faced with it, of a course coordinator (ARGENTA, 2011). How to deal with the aspects mentioned above? It is precisely in this context that it is important that the manager has characteristics of a leader, because for some being a leader is an art (BENEVIDES, 2010). Every human being is an administrator, some manage companies, others Universities, others the house or their own life. But the manager of a Higher Education course does not have to be an administrator, but to possess leadership characteristics that provide him with a greater qualification in decision making and a security in his actions that are able to make the teachers of the course or even the students look at him with admiration for doing his work with mastery. These characteristics can be learned from the managerial practice, or they can come from the person who is born with certain abilities, but it is essential that a manager who is at this level is always searching for knowledge in specialized literature to improve his or her function more and more. The general objective of this study is to evaluate the importance of the characteristics of a leader in the management of a Higher Education course. Specifically, it seeks to contextualize the characteristics necessary for a leadership position or for the management of a Higher Education course, to investigate the previous knowledge of the manager of a Higher Education course about the characteristics of leadership, and to verify the manager's updating of his or her knowledge after being appointed to this position. It is important to conduct this research, because many managers understand that specific knowledge in their area is enough to manage a course. But this process goes beyond planning a curricular matrix, and goes through a need to manage people. This work can be
image/svg+xmlRicardo Cavalcante Oliveira SANTOS RPGERevista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154844 facilitated if the manager seeks information in the literature to be able to act in this function in the best way Material and method We chose to follow the methodology of an exploratory, qualitative, bibliographical type research, which allows to obtain general and approximate knowledge of facts or situations and the essence and meanings brought in scientific articles capable of answering the research object. The research was conducted during the months of August 2018 to September 2021, in the Scielo and Google Scholar databases, in search of academic papers published after the presentation of a master's or doctoral thesis, as well as course completion papers in the area studied. Inclusion criteria were: articles with abstracts available online; articles dealing with management in higher education; publication in the last ten years, available in English, Spanish or Portuguese. The exclusion criteria were: articles available in the databases without abstracts; articles whose abstracts did not address the theme in question. The search and selection of articles was carried out using the descriptors: leadership, management, higher education, education. After the search for the articles, only the ten articles that had the greatest identification with the theme of the work were used in the work, according to the publishing norms. We also selected the main leadership and management books published by recognized authors in the area, which were among the most read and sold books in this period. Results Reports from professors who have this experience of managing a Higher Education course indicate that they miss the commitment of the other professors so that decisions do not fall solely on them, but that a collegiate would be more effective, after all, the ideas and perspectives of the other professors would enrich the management process. On the other hand, the university professors don't see this need, they feel a distancing of the course coordination from the professors and understand that it is up to the course manager to make the decisions, because this is his or her function. Of course, the vast majority of these university professors graduate with the goal of teaching, many do not aim to become managers, this ends up happening through the needs of the university that sees in this teacher a manager profile. But
image/svg+xmlHigher Education management: The characteristics of a leaderRPGERevista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154845 this view is not always correct, it is not uncommon to see higher education course managers who are not prepared for the function or perform it with disgust by overwork, exhausting and constant meetings, in addition to the absence of the classroom, which is where he would really like to be (SANTOS; PEREIRA; LOPES, 2018). One explanation for this lack of interaction between professors and managers is the lack of motivational capacity that the course manager has in order to achieve the team results requested by the institution.The coordinator of a higher education course is much more involved in a range of administrative activities such as attending meetings with the other course coordinators of the University, elaborating proposals for the course he/she manages, requests regarding curricular components, compliance with the academic calendar, coordinating the enrollment process, verifying course change requests, signing internship commitment terms, coordinating the pedagogical project of the course. Thus, he has the need to have a high knowledge of laws related to education and internal regulations of the University, so that often this excess of managerial activities does not allow him to have time to monitor the teachers and their tasks, their growth, their didactics, their compliance with the pedagogical project, or simply to talk and listen to what these professionals have to say and contribute to the growth of the course (BENEVIDES, 2010). It is noteworthy that this lack of desire of a teacher to aim for the coordination of a Higher Education course may be related to the pressure of the function, which causes several times wear and tear between institution and manager and ends up falling between manager and teachers, if he does not know how to charge his professionals he may end up discounting in them his dissatisfaction or anger for the charge that was caused by the university. Since this manager has proven to have a lot of influence over the teachers, if he knows how to deal with the demands and pressures he receives without this spilling over to the collegiate, he can use this influence to achieve beneficial results, using a higher level of demand to motivate teachers to achieve established goals or to collaborate in the growth of a project. This will be directly related to the growth of the course, because if there are a lot of good professors with classes that motivate the students, this will be a positive marketing for the University, and new students will come precisely because they have heard good references about the university and the quality of the professors' classes (BENEVIDES, 2010). This unwillingness to manage a Higher Education course is not generalized for administrative reasons, as many of the professors report that they enjoy participating in the coordination of pedagogical projects, such as extension courses, workshops and congresses. In fact, it is at these moments that they feel an integral part of the academic planning and feel
image/svg+xmlRicardo Cavalcante Oliveira SANTOS RPGERevista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154846 valued for the investment that the institution is having in their training, besides being moments of fraternization with the other professionals that become rare due to the rush of their daily attributions. They also report that they prefer to manage short-term tasks because they are faster projects with less pressure and responsibility (SANTOS; PEREIRA; LOPES, 2018). Discussion Education is understood as the process of creation, innovation and appropriation of culture, thus, educational institutions become the privileged space of production and transformation of knowledge, having them the responsibility to form participatory, creative and critical professionals (DOURADO, 2012). You may have heard the term "educational management," which is defined as a contextualization of the political-administrative process by which the practice of education is organized, guided, and made possible. For many years, it was believed that the problems of educational management were merely administrative, so that the concept of business administration was used as a parameter to manage an educational institution, but it is necessary to take into account that educational management considers the values, specificities, and singularities of an educational environment, thus having differences with respect to capitalist administration, so its interests are not only different but also antagonistic (DOURADO, 2012). For this reason that an educational manager should not only possess characteristics of a business administrator, but also have knowledge of the educational environment, considering here the aforementioned knowledge management. The manager of a higher education course should not only be a person experienced in the profession and that has great theoretical capacity, but must have attitudes that generate an integration in theory and practice, but someone who is able to perform interactions between educator and student, so that this can generate a benefit in the formation of both (ARGENTA, 2011). Some other characteristics are necessary, competence is one of them, because it is directly related to the ability to solve problems effectively, efficiently and effectively. But in addition to competence, commitment is necessary, because true commitment inspires and attracts people, they feel that the manager has conviction in what he or she is doing. It is common to see people who work well, but are not committed to their work, and it is precisely this commitment that differentiates a good professional and a spectacular one, between a
image/svg+xmlHigher Education management: The characteristics of a leaderRPGERevista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154847 company that survives and a company that profits, between a University that sustains itself and one that grows (MAXWELL, 2000). Knowing how to communicate is also an important characteristic, because people will not follow you, will not obey you if they do not understand what you want to pass on to them, if they do not clearly understand your orders. In the digital world, in which social networks have reached more and more followers, the so-called influencers have been successful in their digital platforms due to their communication skills and the information they pass on, and this gives them more followers. Considering the university world, where universities need to capture students, the communicator leader can be of great value (MAXWELL, 2000). Having courage is a quality for few leaders. We are not referring to courage related to bravery or being strong in front of danger and seeking adventures, but the other definition of this word, which states that to be courageous, is to have a strong spirit to face difficult emotional situations. The leadership position always presents complex situations, delicate moments that will require courageous decisions. Some people are afraid to take risks and may inhibit growth, because a leadership position does not give you courage, but having courage can give you this position. Discernment is the ability to find the source of the problem, which can depend on both logical reasoning and intuition, this indispensable characteristic can facilitate problem solving (MAXWELL, 2000). The manager must also have initiative, because this quality is expected by his superiors who do not expect a leader to wait for orders, but to see a need and take action to solve the issue. It is common that bad leaders do not listen to the people around them, and a manager needs to know how to listen and filter criticism, suggestions, in order to seek the best solution for the growth of the course (MAXWELL, 2000). An efficient leader needs to have a positive attitude, should not be a pessimistic person, always complaining about the facts, the teachers, the superiors, the university, but always think positively in each situation, no matter how bad it is something good can be taken as a lesson. Visualizing a problem and thinking this challenging situation can make your effort a victory for the institution (NOGUEIRA; CUNHA, 2018). There is no need to stress the importance of a manager being responsible, not letting external factors compromise his efficiency, knowing how to separate personal issues from professional ones even more when working with family or friends, assuming his duties, his attitudes, his decisions, and having the humility to assume mistakes when they happen. But to lead is also to be responsible for the attitudes of others, of the people who are under your command, that's why a supervision of these professionals is important, because any mistake
image/svg+xmlRicardo Cavalcante Oliveira SANTOS RPGERevista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154848 they make falls under the responsibility of the manager who leads them. A leader or manager needs to have vision, to know that the facts are part of a global plan, he can't think about today without thinking about tomorrow, about the future plans for the course, without worrying about the course's future finances, planning is fundamental for every manager, a short, medium and long term plan, so that he can set goals to be achieved at each moment and thus show the progress of his work and that of the team he coordinates (MAXWELL, 2000). Many authors relate leadership as influence, and this is indeed a central characteristic of a leader, because if a course manager has enough influence over educators to the point that they believe they need to follow an educational line that may come at odds with what the manager has been doing for years. Or, even, that the student may understand that the teaching techniques of his institution may not be as advanced as those of another university that has more financial resources, but this technological deficit can be compensated with studies directed to the reality of that student in question, are methods that require the influence of the manager (BENEVIDES, 2010). Leaders are agents of change, and this sentence by itself already demonstrates how a manager should act so that he/she can be the necessary change that the university needs. Of course, leadership is intrinsic and for many a leader is not made, he is born a leader. But for Costa and Castanheira (2015, p. 17-20, our translation), leadership can occur in three ways: - Born leader: is the one who is born with a leadership profile, the child who already commands the games, who organizes the little friends in the games, based on the theory of traits that presupposes that there are characteristics that indicate a leader and it is up to the researchers to find these people to put them in the right position to lead an institution; - Trained leader: this type of leadership is conquered through effort, through learning, he is trained and prepared for a function. A superior sees in his employee a leadership potential and trains him to take his place or the function of another person who has left or will leave the company. Thus, he is not born with leadership imputed in his actions, but is developed to give his best for the institution. - Adjustable leader: regardless of whether leadership is born or learned, the leader needs to adjust to the situations that are imposed on him/her. In his/her routine, a series of issues arise and need to be overcome, being flexible to adjust to these changes is necessary, because the very rigid and inflexible leader does not last long in the function in a globalized world of constant changes. Benevides (2010) also comments that there are two types of leaders: the democratic and the autocratic or centralizing, and their actions say a lot about the success or failure of leadership, because the leader who only delegates and directs actions tends to have a greater failure than the leader who participates and persuades his followers.
image/svg+xmlHigher Education management: The characteristics of a leaderRPGERevista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.154849 According to the author, the democratic leader divides the task of leadership, doesn't get overloaded, but encourages the participation of his team in all projects, urges them to participate with their opinions, doesn't feel threatened by his followers. There are leaders who don't empower or delegate for fear that a teacher may stand out and conquer his place in the course coordination or in the direction of a company, but the good democratic leader knows his potential and believes in his competence, therefore, he doesn't need to fear, but rather develop his followers, because this tends to make the team have better yields and higher productivity. In turn, the autocratic leader tends to control all decisions, to centralize orders, which may occur due to the leader's insecurity in trusting that a certain task may not be to his liking and therefore he prefers to do it by himself, or due to insecurity and fear of highlighting an employee who can replace him. The understanding of these characteristics and attitudes can be crucial to the good managerial development of a higher education course (BENEVIDES, 2010). The relationship of the manager with students, teachers, employees, deans is of great importance not only for the manager himself to have professional success, but for the course to walk smoothly. The educability enters this process in two ways, first with the manager's education in knowing how to treat all people in the same way and with respect, and in a second moment, the manager's attitude in being willing to educate himself, to grow with the contact with other people, whether they are students or teachers, he will always have an opportunity to learn and grow as a person and as a manager. Still within the concept of relating, the manager must be helpful, always willing to help by doing whatever is necessary for the moment and the situation, and not shy away from a particular job because it is not his or her job; here, a little self-discipline comes in, to know that the first person you lead is yourself, and many times words can be avoided for the good of the group. The secret is to concentrate most of the efforts on your strengths, because they are what brought you to this position, and that is what the rectory expects from you, and to leave a little time to deal with your weaknesses and new things (MAXWELL, 2000). Leading a course is not only knowing and extracting the best from your group of teachers, but being able to know their strengths and weaknesses, maximizing the strengths and minimizing the weaknesses, knowing what you want and how you want it, knowing how to communicate and join forces to achieve your goals. But above all to have passion for what you do, this is the essence of working in education (ARGENTA, 2011).
image/svg+xmlRicardo Cavalcante Oliveira SANTOS RPGERevista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1548410 Final remarks Many people reach a management position by indications, by merits within a line of work, by time of work in a particular company, but not always have the qualifications to exercise this function that is not only a position within a branch of activity, but it is a function that can cause the growth of the institution or can cause its bankruptcy. In this study it became clear that the manager of a Higher Education course needs to have leadership characteristics to be able to deal with the function, which requires professional qualification, experience in the course area, but also some qualities that will make it easier for the manager to deal with the pressure exerted by his superiors in favor of results. Among the characteristics that provide the condition to adapt to the changes that arise over time and deal with students and their expectations, also influences having a good relationship with everyone, have a manager posture that not only collaborate for the growth of the university, but also that their students look at him as a mirror and see in him an example of professional to be followed. For future studies it would be important that more research would focus on these characteristics of a manager, because this subject is more addressed in books written by independent authors, which for many are qualities cited based on opinions of people for their experience in the field.Thus, in scientific articles we do not find many citations, and within the scientific research is necessary to have a deepening bibliography so that research has more credibility. REFERENCES ARGENTA, C. A. L. Gestão de Instituições de Ensino superior privadas e a competência necessária aos coordenadores de curso: Desafios e sugestões. 2011. Tese (Doutorado em Educação) Pontifíca Universidade Católica de São Pauol, 2011. Available at: https://repositorio.pucsp.br/bitstream/handle/9612/1/Christiane%20Amaral%20Lunkes%20Argenta.pdf. Access on: 10 Jan. 2022. BENEVIDES, V. L. A. Os estilos de liderança e as principais táticas de influência utilizadas pelos líderes brasileiros. 2010. Tese (Mestrado Executivo em Gestão Empresarial) Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2010. Available at: https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/8000. Access on: 15 Feb. 2021. COLOMBO, S. S.; RODRIGUES, G. M. Desafios da Gestão Universitária Contemporânea. Porto Alegre: Artmed Editora, 2011. COSTA, J. A.; CASTANHEIRA, P. A liderança na gestão das escolas: Contributos de análise organizacional. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v. 31, n. 1, p.
image/svg+xmlHigher Education management: The characteristics of a leaderRPGERevista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.1548411 13-44, 2015. Available at: https://www.seer.ufrgs.br/rbpae/article/view/58912. Access on: 21 Apr. 2021. DOURADO, L. F. Gestão em educação escolar. Cuiabá, MT: UFMT; Rede e-Tec Brasil, 2012. MAXWELL, J. C. As 21 irrefutáveis qualidades de um líder. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2000. NOGUEIRA, V. O.; CUNHA, I. C. K. O. Validação de conteúdo do perfil de competências de enfermeiros gestores de ensino superior.Revista Cuidarte, v. 9, n. 1, p. 1998-2006, 2018. Available at: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S2216-09732018000101998&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Access on: 19 Apr. 2021. SANTOS, C. C.; PEREIRA, F.; LOPES, A. Experiências da Gestão Acadêmica da Docência Universitária. Revista Educação e Realidade, v. 43, n. 3, p. 989-1008, jul./set. 2018. Available at: https://www.scielo.br/j/edreal/a/cQ3ZyFSk84Yph4XnDw66Y6h/?lang=pt&format=html. Access on: 11 Mar. 2021. How to reference this article SANTOS, R. C. O.Higher Education management: The characteristics of a leader.Revista online de Política e Gestão Educacional,Araraquara, v. 26, n. 00, e022121, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15484Submitted: 10/12/2021Revisions required: 16/01/2022 Approved: 23/02/2022 Published: 30/09/2022 Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação. Correction, formatting, standardization and translation.