O QUE DIZEM OS ESTUDANTES SOBRE GÊNERO NÃO-BINÁRIO: UM ESTUDO COMPARATIVO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE E NA UNIVERSIADE DA MADEIRA


LO QUE DICEN LOS ESTUDIANTES SOBRE EL GÉNERO NO-BINARIO: UN ESTUDIO COMPARATIVO EN LA UNIVERSIDAD FEDERAL DE SERGIPE Y LA UNIVERSIDAD DE MADEIRA


WHAT STUDENTS SAY ABOUT NON-BINARY GENDER: A COMPARATIVE STUDY AT THE FEDERAL UNIVERSITY OF SERGIPE AND THE UNIVERSITY OF MADEIRA


José Paulo Gomes BRAZÃO1 Alfrancio Ferreira DIAS2


RESUMO: Este artigo apresenta uma análise da subcategoria de gênero não-binário, no decurso de um estudo comparativo na Universidade da Madeira, UMa (Portugal) e na Universidade Federal de Sergipe, UFS (Brasil) sobre “Vozes dos estudantes universitários sobre a diversidade sexual e de gênero, sua relação com a coeducação e com a inovação pedagógica.” Em termos metodológicos foi adotada uma abordagem qualitativa, com aplicação de um questionário com questões abertas e fechadas e o visionamento de um vídeo curto de enquadramento do tema. Foi feita a análise de conteúdo aos dados obtidos. Os resultados comparados mostram que ambos os ex-estudantes das duas universidades dizem ter conhecimento do conceito de gênero não-binário, embora os participantes na UMa apresentem resultados superiores. Tanto os ex-estudantes da UMa como os da UFS valorizam o conceito de gênero não-binário e reconhecem a necessidade de discuti-lo. Utilizam expressões idênticas quando fazem considerações valorativas sobre este conceito. No entanto verifica-se maior envolvimento dos ex-estudantes da Universidade Federal de Sergipe na discussão deste tema. Os participantes da UMa a afirmam que raramente participam em ações sobre o tema. Também se observa que a maioria dos ex-estudantes da UFS têm uma forte consciência dos constrangimentos que a vivência do conceito de gênero não-binário apresenta.


PALAVRAS-CHAVE: Educação. Diversidade. Gênero não-binário. Academia.


RESUMEN: Este artículo presenta un análisis de la subcategoría de género no binaria de un estudio comparativo en la Universidad de Madeira, UMa (Portugal) y la Universidad Federal de Sergipe, UFS (Brasil) sobre “Voces de estudiantes universitarios sobre la diversidad sexual y de género, su relación con la coeducación y la innovación pedagógica ”.



1 Universidade da Madeira (UMA), Funchal – Portugal. Professor e Investigador sénior na área científica de Inovação Pedagógica. Membro Associado do Centro de Investigação em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3575-4366. E-mail: jbrazao@staff.uma.pt

2 Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE – Brasil. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGED), Departamento de Educação. Doutorado em Sociologia (UFS). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5562-0085. E-mail: diasalfrancio@academico.ufs.br



La metodología de esta investigación fue cualitativa. Se aplicó un cuestionario con preguntas abiertas y cerradas y el visionado de un video sobre el tema. Realizamos análisis de contenido sobre los datos obtenidos. Los resultados comparados muestran que ambos exalumnos de las dos universidades afirman conocer el concepto de género no binario, los participantes de la UMa presentan resultados superiores. Antiguos alumnos de la UMa y la UFS valoran el concepto de género no-binario y reconocen la necesidad de discutirlo. Usan expresiones idénticas al hacer consideraciones evaluativas sobre este concepto. Sin embargo, existe una mayor participación de los exalumnos de la Universidad Federal de Sergipe en la discusión de este tema. Los participantes de la UMa dicen que rara vez participan en acciones sobre el tema. También se observa que la mayoría de los exalumnos de la UFS son muy conscientes de las dificultades que presenta la vivencia del concepto de género no- binario.


PALABRAS CLAVE: Educación. Diversidad. Género no-binario. Academia.


ABSTRACT: This article presents an analysis of the non-binary gender subcategory of a comparative study at the University of Madeira, UMa (Portugal) and the Federal University of Sergipe, UFS (Brazil) on “Voices of university students on sexual and gender diversity, its relationship with co-education and pedagogical innovation.” The methodology of this research was qualitative. We applied a questionnaire with open and closed questions and the viewing of a video on the subject. We performed content analysis on the data obtained. The compared results show that both former students from the two universities claim to know the concept of non-binary gender, UMa participants present superior results. Former UMa and UFS students value the concept of non-binary gender and recognize the need to discuss it. They use identical expressions when making evaluative considerations about this concept. However, there is greater involvement of former students from the Federal University of Sergipe in the discussion of this topic. UMa participants say they rarely participate in actions on the topic. It is also observed that most former UFS students are strongly aware of the difficulties that the experience of the non-binary gender concept presents.


KEYWORDS: Education. Diversity. Non-binary gender. Academy.


Introdução


Os indivíduos procuram incluir-se socialmente construindo o gênero a partir do que consideram os gêneros inteligíveis, que são os que apresentam coerência com a sua matriz cultural, na lógica da continuidade entre sexo, género e desejo, e prática reguladora, relações binárias e heterossexualidade compulsória (LOURO, 2003). Assim tornam-se pessoas com gêneros de valor e inserem-se nos grupos de identidades dominantes.

Mas a matriz cultural que desencadeia a eleição os gêneros inteligíveis faz com que alguns tipos de “identidades” não possam ter o direito de “existir”, quando a construção do gênero não decorre do sexo ou as práticas do desejo não “decorrem” nem do “sexo” nem do “gênero” (LEMOS; ANDRADE; CARDOSO, 2020).



O gênero não-binário apresenta-se como uma identificação à margem do sistema em vigor porque é compreendido fora do modelo binário, num discurso de descontinuidade face ao modelo padrão, considerado o determinante e único para a identificação dos indivíduos. Para Lemos, Andrade e Cardoso (2020), num estudo sobre subversão do gênero a partir de uma análise discursiva de publicações em weblogs, a não-binariedade de gênero apresenta-se como uma possibilidade no processo de identificação dos sujeitos como sendo nem masculina nem feminina, uma fusão de ambos os gêneros, ou ainda, a negação ou a não identificação com qualquer um dos gêneros. Pode então ser definida como algo fluído ou múltiplo, face aos discursos dos sujeitos, dos seus posicionamentos e das suas vivências. Nesse sentido, a não-binariedade é já uma construção de identidade de gênero porque congrega a expressão de gênero e a negação da dualidade do sistema binário.

A não-binariedade é uma forma de subversão do conceito de gênero. A diversidade de experiências não binárias são expressões de gênero que possibilitam a análise e a discussão sobre a desconstrução social do masculino ou feminino, que dá lugar a novas construções críticas da identidade.

O termo subversão de gênero surge então como processo contínuo de resistência dos sujeitos considerados identidades minoritárias na reinvenção da realidade que os oprime. A subversão representa ainda a desconstrução dos padrões de exclusão, impostos com base na dualidade masculino/feminino, homem/mulher e na heteronormatividade (CARDOSO; SOARES; LIMA, 2017).

Subverter essa lógica significa ir contra os diferentes discursos de poder. É ainda deparar-se com a possibilidade de ausência de identificação, ou de representatividade normativa, sobre as conceções e práticas da vivência do gênero. O corpo “performance” (BUTLER, 2013) é o ponto de interceção entre a subjetividade e as significações históricas e culturais apropriadas pelos sujeitos. Assim, a subversão do gênero é um mecanismo fundamental para produzir corpos performativamente inteligíveis e uma forma de resistência às diversas formas de violência e exclusão social a que os indivíduos que não expressam o seu gênero pelo padrão são regularmente sujeitos. Nesse sentido, é necessário colocar uma lente dissidente, não normativa, enquanto ato político sobre das questões de gênero, em conformidade com as influências dos estudos pós-identitários (DIAS; BRAZÃO, 2021).

As políticas sociais que tratam a inclusão social de gênero em Portugal e no Brasil têm produzido de forma diferenciada diretrizes para as organizações e instituições. No Brasil, apesar do direcionamento das políticas públicas recentes, a inclusão da perspectiva da diversidade sexual e de gênero na educação e na formação docente ainda não foi generalizada

RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2886-2909, set./dez. 2021. e-ISSN: 1519-9029



no pensamento educacional, nem se transversalizou na educação superior, nem na formação docente inicial (CARVALHO et al., 2017). Em Portugal, a Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação 2018-2030 “Portugal + Igual”, do XXI Governo Constitucional, apresentou em 2018 um “Plano de Ação de combate à discriminação em razão da Orientação sexual, Identidade e Expressão de género e Características sexuais”. Algumas instituições do ensino superior em Portugal bem como no ensino não superior têm vindo a desenvolver trabalhos nesta área.

Urge olhar para as instituições educativas, tentando perceber como este tema é conhecido, discutido e se há iniciativas de inclusão da diversidade sexual e de gênero no meio acadêmico.

A discussão sobre o conceito de gênero não-binário insere-se no estudo comparativo na Universidade da Madeira, UMa (Portugal) e na Universidade Federal de Sergipe, UFS (Brasil) sobre “Vozes dos estudantes universitários sobre a diversidade sexual e de gênero, sua relação com a coeducação e com a inovação pedagógica” (BRAZÃO; OLIVEIRA; DIAS, 2021). O projeto de pós-doutoramento foi apresentado por Brazão (2021)3 e encontra-se publicado na plataforma TheBrain.com, sob orientação de Alfrancio Ferreira Dias, investigador e docente do Programa de Pós-doutoramento em Educação e Diversidade da Universidade Federal de Sergipe4.

Para este artigo consideramos a discussão do conceito de gênero não-binário a partir de três aspetos básicos: a) O conceito de gênero não-binário caracterizado como a variação dos modos de vivenciar o gênero, para além da polarização homem/mulher; b) A expressão de gênero como o termo a utilizar para identificar as múltiplas formas visíveis do gênero não- binário; c) Adequação da linguagem no tratamento social das pessoas não-binárias como fundamental para a inclusão de pessoas não-binárias. Isso implica o questionamento individual sobre a forma como se dirigir socialmente às pessoas, como a aplicação do artigo [o/a] ou a aplicação de um pronome neutro.


3 BRAZÃO, P. Apresentação do projeto vozes dos estudantes universitários sobre a diversidade sexual e de género, sua relação com a coeducação e com a inovação pedagógica: um estudo comparativo na Universidade da Madeira e na Universidade Federal de Sergipe. The Brain, 2021. Disponível em: https://bra.in/7vA6Q3. Acesso em: 10 jul. 2021.

4 Espera-se com a pesquisa possa contribuir para a renovação conceitual e dos contextos organizacionais da prática da pedagogia (BRAZÃO; OLIVEIRA; DIAS, 2021; CARDOSO; DIAS, 2021; PALMEIRA; DIAS, 2021; CARDOSO et al., 2021; SANTOS; LAGE, 2017; SANTOS; RIOS, 2021; RIOS; VIEIRA, 2020; VIVAS, BASTIDAS 2020; SILVA; DIAS; RIOS, 2020; CARDOSO; DIAS, 2020; MENEZES; DIAS, 2020; CROCIARI; PEREZ, 2019; LUCIFORA et. al., 2019; CARDOSO; MELO, 2021; ALMEIDA; JAEHN; VASCONCELLOS, 2018; VILAÇA, 2019).


RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2886-2909, set./dez. 2021. e-ISSN: 1519-9029


Metodologia da investigação


A pesquisa apresenta uma abordagem metodológica qualitativa de natureza exploratória (NASCIMENTO; CAVALCANTE, 2018; NUNES, 2020; ALVES; FIALHO; LIMA, 2018; VILAÇA, 2019; ALMEIDA; JAEHN; VASCONCELLOS, 2018; FELICETTI,

2019; MEDEIROS; AGUIAR, 2018; ROCHA; MALHEIRO, 2019; SEVERINO, 2019;

MAFRA; SÁ, 2020). Neste artigo iremos apenas apresentar o estudo comparativo das enunciações dos ex-estudantes acerca de gênero não-binário, nos dois contextos universitários: Universidade Federal de Sergipe (UFS) e Universidade da Madeira (UMa).

Os questionários que serviram ao levantamento dos dados desta categoria mantiveram o mesmo número de questões, tendo o texto sido adaptados com expressões linguísticas aos dois contextos estudados. Em primeiro, foi solicitado aos ex-estudantes que assistissem ao vídeo Canal das Bee. #GuiaBasicoLGBT. – Gênero não-binário.


Quadro 1 – Transcrição do conteúdo verbal do vídeo Gênero não-binário


… Hoje a gente vai falar sobre o que é ser não-binário ou não-binária … sempre importa a gente lembrar que há [inúmeras] possibilidades [de] ser um homem … [ou de] ser mulher … você pode ser os dois ou até mesmo nenhum dos dois ou seja existe muito mais coisas para além de [saber se deve ser] homem [ou se] deve ser mulher …[as] pessoas que vão além do gênero que lhe foi designado … as pessoas não-binárias precisaram de se colocar de forma a se sentirem mais apresentadas … por isso surgiu o termo binário e não-binário … [isto] é uma coisa muito importante …as coisas mudam com o tempo … quer dizer os hábitos e … então vamos combinar e deixar a cabeça aberta … e não começar a julgar um amiguinho que não se encaixa em alguma [categoria] … senão a gente vai estar fazendo o mesmo [como o que aconteceu no passado] … Queer é um termo usado [para] as pessoas não-binárias. Quem são essas pessoas que não se identificam necessariamente como homem ou como mulher? … [Queer é] como se fosse um termo guarda-chuva … Quando a gente está falando de gêneros não-binários a gente tem que pensar noutra coisa: separação entre gênero e expressão de gênero … como a gente já falou aqui em um dos vídeos do canal … [expressão de gênero] é como você se expressa … existem pessoas não-binárias [que estão] exercendo uma separação do gênero ou mais masculina ou mais feminina … algumas dessas pessoas sentem a necessidade de fazer intervenções cirúrgicas ou de fazer tratamentos hormonais … mas não é só isso que caracteriza uma pessoa não-binária … o importante é que a gente estar falando de uma pessoa … [da complexidade] humana e não de uma lei … uma coisa com a qual se pode legislar sobre … e nem um juiz advogado médico ou qualquer outro profissional pode ter o direito de julgar o que você é e como você se identifica. Perguntaram-me se a pessoa não-binária não se sente confortável com o gênero … como é que eu vou saber? como que eu vou tratar? … já sabe a resposta … tem de perguntar … a forma mais fácil de acertar é perguntando para a pessoa como ela quer ser tratada … e [depois] a gente deve tratar desse modo essa pessoa … mais importante é que vocês prezam … suponha que a pessoa quer ser chamada [de um modo] ou [de outro] essas coisas podem acabar machucando as pessoas … por isso sempre pergunto … por exemplo: como você deseja que eu trate você? … qual pronome [que] eu posso usar com você? … como é que você se chama? … isso é uma base segura pois há situações em que as pessoas ficam com um pronome … outras preferem o pronome neutro, como hoje é identificado quando a gente troca o / a … sabe o que que é isso?

… é porque a língua portuguesa é muito complexa … mas isso tem em todas as línguas? … as pessoas vêm se adaptando é muito importante lembrar que a linguagem é mutável … gente! a nossa língua portuguesa … hoje a gente usa palavras e se comunica de uma maneira que não se comunicava há 15 anos atrás … há 20 anos atrás e muito menos há 100 anos atrás … porque é tudo uma questão de costume … então como é que está começando a usar esse para homens e é saber se as regras é importante você saiba aqui tudo bem a sim contanto que seja sequer tempo para amanhã intenção tem que tentar fazer pá para não ofender as pessoas estão a sua bom isso está menos … para fechar esse vídeo vou falar mais uma frase maravilhosa sobre ser não-binário tem verdades e autonomia de trazer a nossa existência para as nossas mãos …

Fonte: Canal das Bee (2018)


RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2886-2909, set./dez. 2021. e-ISSN: 1519-9029


Em segundo, foram apresentadas duas questões de resposta fechada, uma de resposta boleana (sim/não) sobre o conhecimento do conceito de género não-binário e uma outra de resposta em escala Likert, de 5 níveis, indagando a frequência com que em contexto acadêmico participaram em conversas, debates sobre este conceito. Finalmente uma questão de resposta aberta, tentando obter a opinião sobre este tema. Os questionários encontram-se acessíveis nos links abaixo especificados5.

Para recolha de informação foi utilizado o Google Forms, da Google Drive resources. Definimos dois grupos de amostra de conveniência: a) os ex-estudantes do curso de mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico, da UMa, entre 2015 e 2020;

b) os ex-estudantes do curso de graduação em Pedagogia, da UFS, entre 2015 e 2020.

Os dados qualitativos foram analisados com o auxílio de um programa informático que elaborado para executar a análise de conteúdo (BARDIN, 1997) e que inclui a transcrição das justificações dos egressos, a construção das categorias de análise, em tabelas, ilustradas pelas unidades de significação semântica (BOGDAN; BLIKEN, 2017). Os recortes textuais foram codificados com a seguinte lógica: [País (PT ou Br) (-); campus universitário Itabaiana (ITA) ou São Cristóvão (SC); número de anos em que encontram após conclusão do curso (1…); número de ordem de resposta (1…)].

Foi utilizada a ferramenta FileMaker Pro v18, elaboradora de bases de dados relacionais, da Claris International Inc, desenvolvido para o Windows. Para além de organizar os recortes categorizados e subcategorizados dos textos, o programa contém conexões com um módulo de interpretação dos dados, uma vez que estabelece uma relação direta entre a análise dos recortes obtidos e os referenciais teóricos, selecionados para fundamentar a interpretação dos fenómenos, conforme Figura 1.



5 Para os ex-estudantes da Universidade da Madeira. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/1okl- 9ue088QFOy2dBtuyvQ9xXSTLmvKi/view?usp=sharing. Acesso em: 10 out. 2021.

Para os ex-estudantes da Universidade Federal de Sergipe. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/14M7EWnjiB3-yQWtFUD-0JbJKmX1YU-0Y/view?usp=sharing. Acesso em: 10 out. 2021.


RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2886-2909, set./dez. 2021. e-ISSN: 1519-9029


Figura 1 – Base de dados para análise de conteúdo dos dados qualitativos


Fonte: Os autores (2021)


Os textos com as afirmações dos ex-estudantes foram arrumados por unidades de significação semântica, conforme sugerem Bardin (1997) e Bogdan e Bliken (2017). A categoria de gênero, analisada neste artigo deu origem a subcategorias e cada uma delas foi justificada com diferentes fenômenos, conforme apresentamos no quadro 1 sobre a categorização dos resultados.


Quadro 2 – Categorização dos discursos dos ex-estudantes


Categoria: GÊNERO

Subcategoria

Fenômenos


GÊNERO NÃO-BINÁRIO (+)

Valorização do conceito de gênero não-binário.

Valorização da não binariedade, centrada na construção/reconstrução subjetiva da identidade.


GÊNERO NÃO-BINÁRIO (-)

Constrangimentos na vivência da não binariedade motivada pela influência de padrões sociais estereotipados.

Não valorização do conceito de gênero não-binário.

GÊNERO NÃO-BINÁRIO (N)

Desconhecimento do conceito de gênero não-binário.

Fonte: Os autores (2021)


Considerou-se que “Gênero” seria a categoria principal que inclui o gênero não- binário. Analisando as respostas dos participantes obteve-se três subcategorias: a primeira

subcategoria “Gênero não-binário (+)” aglomerou os fenêmenos: valorização do conceito de

RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2886-2909, set./dez. 2021. e-ISSN: 1519-9029



gênero não-binário; valorização da não binariedade, centrada na construção/reconstrução subjetiva da identidade. A segunda subcategoria, designada de “Gênero não-binário (-)” reuniu os fenêmenos considerados não positivos tais como: constrangimentos na vivência da não binariedade motivada pela influência de padrões sociais estereotipados; não valorização do conceito de gênero não-binário. A terceira subcategoria “Gênero não-binário (N)” refere-se ao desconhecimento do conceito de gênero não-binário.


Caracterização dos sujeitos


Foi solicitado o preenchimento do questionário a 160 ex-estudantes da Universidade da Madeira. Destes apenas obtivemos 22 respostas (13,7%). De igual modo enviámos a 183 ex-estudantes da Universidade Federal de Sergipe e obtivemos 26 respostas (14,21%).

Quanto ao gênero, no grupo dos ex-estudantes da Universidade da Madeira (UMa), 95,5% identifica-se como mulher e 4,5% como homem. No grupo dos ex-estudantes da Universidade Federal de Sergipe (UFS), 76,9% identifica-se como mulher e 23,1% como homem.

Relativamente ao tempo decorrido após a conclusão do curso de formação na Universidade da Madeira (UMa) e na Universidade Federal de Sergipe (UFS), verificamos ainda o seguinte: a) Na Universidade da Madeira (UMa), a maior percentagem de participantes (33%) diz respeito a ex-estudantes que concluíram o curso há um ano ou menos, 29% de ex-estudantes concluiu o curso há três anos e 24% concluiu o curso há cinco anos; b) Na Universidade Federal de Sergipe (UFS), a maior percentagem (46%) é composta por ex- estudantes que concluíram o curso há cinco ou mais anos, 23% de ex-estudantes concluíram concluiu o curso há três anos e 19% concluiu o curso há quatro anos, conforme a Figura 2.



Figura 2 – Tempo decorrido após a conclusão do curso de formação na Universidade da Madeira (UMa) e na Universidade Federal de Sergipe (UFS)


Fonte: Os autores (2021)


Comparando os grupos de ex-estudantes, relativamente ao tempo decorrido após a conclusão dos cursos de formação inicial de professores, vemos que o grupo de ex-estudantes da UMa concluiu a sua formação mais recentemente que os seus pares no curso de Pedagogia, na UFS.


Análise do discurso verbal do vídeo


Procedemos a uma análise do discurso do vídeo utilizado para o enquadramento da subcategoria de gênero não-binário, conforme Quadro 3.


Quadro 3 – Análise do discurso verbal do vídeo “Género não binário”


Subcategoria: GÊNERO NÃO-BINÁRIO

Conteúdo semântico

Considerações

… Hoje a gente vai falar sobre o que é ser não-binário ou não-binária

Identificação do tema de gênero não-binário.

… sempre importa a gente lembrar que há [inúmeras] possibilidades [de] ser um homem … [ou de] ser mulher … você pode ser os dois ou até mesmo nenhum dos dois ou seja, existe muito mais coisas para além de [saber se deve ser] homem [ou se] deve ser mulher …[as] pessoas que vão além do género que lhe foi designado … as pessoas não-binárias precisaram de se colocar de forma a se sentirem mais apresentadas … por isso surgiu o termo binário e não-binário

… [isto] é uma coisa muito importante…as coisas mudam com o tempo … quer dizer os hábitos e … então vamos combinar e deixar a cabeça aberta … e não começar a julgar um amiguinho que não se encaixa em alguma [categoria] …

senão a gente vai estar fazendo o mesmo [como o que aconteceu no passado]

Apresentação do conceito de gênero não-binário como a variação dos modos de vivenciar o gênero, para além da polarização homem/mulher.


Queer é um termo usado [para] as pessoas não-binárias. Quem são essas pessoas que não se identificam necessariamente como homem ou como mulher? … [Queer é] como se fosse um termo guarda-chuva

Apresentação do termo Queer como adequado à identificação do conceito de gênero não binário.

… Quando a gente está falando de gêneros não-binários a gente tem que pensar noutra coisa: separação entre género e expressão de gênero … como a gente já falou aqui em um dos vídeos do canal … [expressão de gênero] é como você se expressa … existem pessoas não binárias [que estão] exercendo uma separação do gênero ou mais masculina ou mais feminina … algumas essas pessoas sentem a necessidade de fazer intervenções cirúrgicas ou de fazer tratamentos hormonais … mas não é só isso que caracteriza uma pessoa não-binária … o importante é que a gente estar falando de uma pessoa … [da complexidade] humana e não de uma lei … uma coisa com a qual se pode legislar sobre … e nem um juiz advogado médico ou qualquer outro profissional pode ter o direito de julgar o que você é e como você se identifica.

Apresentação do termo expressão de gênero para identificar as múltiplas formas visíveis do gênero não-binário.

Perguntaram-me se a pessoa não binária não se sente confortável com o gênero … como é que eu vou saber? como que eu vou tratar? … já sabe a resposta … tem de perguntar

… a forma mais fácil de acertar é perguntando para a pessoa como ela quer ser tratada … e [depois] a gente deve tratar desse modo essa pessoa … mais importante é que vocês prezam … suponha que a pessoa quer ser chamada [de um modo] ou [de outro] essas coisas podem acabar machucando as pessoas … por isso sempre pergunto … por exemplo: como você deseja que eu trate você? … qual pronome [que] eu posso usar com você? … como é que você se chama? … isso é uma base segura pois há situações em que as pessoas ficam com um pronome … outras preferem o pronome neutro, como hoje é identificado quando a gente troca [o/a]

… sabe o que que é isso? … é porque a língua portuguesa é muito complexa … mas isso tem em todas as línguas? … as pessoas vêm se adaptando é muito importante lembrar que a linguagem é mutável … gente! a nossa língua portuguesa … hoje a gente usa palavras e se comunica de uma maneira que não se comunicava há 15 anos atrás … há 20 anos atrás e muito menos há 100 anos atrás … porque é tudo uma questão de costume … então como é que está começando a usar esse para homens e é saber se as regras é importante você saiba aqui tudo bem a sim contanto que seja sequer tempo para amanhã intenção tem que tentar fazer pá para não ofender as pessoas estão a sua bom isso está menos … para fechar esse vídeo vou falar mais uma frase maravilhosa sobre ser não- binário tem verdades e autonomia de trazer a nossa existência para as nossas mãos …

Apelo ao tratamento social das pessoas não- binárias, que implica necessariamente o questionamento individual sobre a linguagem a adequar quando se dirigir socialmente à pessoa, como por exemplo:

  • a aplicação do artigo [o/a]

  • a aplicação de um pronome neutro

Fonte: Os autores (2021)


Embora a transcrição do texto apresente muitas marcas de oralidade, foi possível sistematizar o seguinte: a) O conceito de gênero não-binário é descrito como a variação dos modos de vivenciar o gênero, para além da polarização homem/mulher; b) O termo Queer é apresentado como o adequado à identificação do conceito de gênero não-binário; c) O termo expressão de gênero é apresentado para identificar as múltiplas formas visíveis do gênero não-



binário; d) É necessário cuidar da adequação da linguagem no tratamento social das pessoas não-binárias. Isso implica o questionamento individual sobre a forma como se dirigir à pessoa, a saber: a aplicação do artigo [o/a] ou a aplicação de um pronome neutro. Estas informações breves situaram os participantes sobre o conhecimento ou reconhecimento do conceito de gênero não-binário, no momento em que foram solicitados a preencher o questionário.


Discussão dos resultados


Relativamente ao conhecimento do conceito de gênero não-binário, as respostas dos ex-estudantes de ambas as universidades estão globalmente muito próximas, embora com um resultado superior nos participantes na UMa. 86,4% de ex-estudantes diz que conhece o conceito de gênero não-binário e na UFS, 73,1% também afirma o mesmo. Correspondentemente, 13,6% dos ex-estudantes da UMa, e 26,9% dos ex-estudantes da UFS respondem não ter conhecimento deste, conforme se verifica na Figura 3.


Figura 3 – Conhecimento dos ex-estudantes sobre o conceito de gênero não-binário


Fonte: Os autores (2021)


As respostas dos ex-estudantes na Universidade da Madeira confirmam pouca participação. A grande percentagem (90,9%) de ex-estudantes na Universidade da Madeira nunca participou em conversas e debates sobre gênero não-binário. Existe uma pequena percentagem (9,1%) de ex-estudantes da UMa a afirmar que raramente participou em ações sobre este tema, conforme se verifica na Figura 4.

As respostas dos ex-estudantes na Universidade Federal de Sergipe confirmam igualmente pouca participação embora com menor percentagem (65,4%) de ex-estudantes nunca participou em conversas e debates sobre gênero não-binário. Existem 19% de respostas



dos ex-estudantes afirmando sempre participaram, (7,7%) de participantes afirmam que raramente participam em ações sobre este tema e 3,8% responde que participa às vezes.


Figura 4 – Participação dos ex-estudantes da UMa e da UFS em conversas e debates sobre gênero não-binário


Fonte: Os autores (2021)


Comparando os resultados dos dois grupos, verifica-se que ambos confirmam pouco envolvimento em conversas e debates sobre gênero não-binário, sendo o grupo dos ex- estudantes da Universidade da Madeira o que diz participar menos. No grupo de ex-estudantes da Universidade Federal de Sergipe 19,2% que disse sempre participou em conversas e debates sobre gênero não-binário.

Na análise de conteúdo às afirmações dos ex-estudantes, sobre a valorização do conceito de gênero não-binário, considerou-se as seguintes respostas dos participantes da UMa: “Muito interessante” (PT-1-02); “Devemos questionar como as pessoas devem ser tratadas.” (PT-1-05); “Muito pertinente” (PT-5-21);

Na UFS, os ex-estudantes disseram: “É um tema importante (BR-ITA-3-02); “Não basta somente dizer que aceita algo, mas é preciso também se informar.” (BR-ITA-3-03); “Bem esclarecido, complementando alguns conteúdos já vistos, (mararavilhose).” (BR-ITA-3- 05); “É de grande relevância para entendemos como as pessoas querem ser tratadas, por isso é fundamental perguntar.” (BR-ITA-4-08); “Interessante a forma da linguagem, para a conversa com o não-binário.” (BR-ITA-4-09); “É importante respeitar o próximo como ele é, e como ele gostaria de ser chamado, pois o sexo não define a sua real identidade, muito menos o seu conhecimento.” (BR-ITA-5-13); “É importante respeitar o próximo como ele é, e como ele gostaria de ser chamado, pois o sexo não define a sua real identidade, muito menos o seu



conhecimento.” (BR-ITA-5-13); “Tema importante para compreender e respeitar a escolha do outro.” (BR-ITA-5-14); “Muito bom (BR-ITA-5-15); “Importante e precisa ser debatido.” (BR-SC-1-01); “Interessante” (BR-SC-5-04); “relevante” (BR-SC-5-05); “Muito importante” (BR-SC-5-07); “Relevante” (BR-SC-5-08); “O gênero não-binário é aquele que não se identifica com nenhum dos gêneros (masculino ou feminino), e que independente do sexo, classe social devemos respeitar e tratar da maneira como ele se vê e gostaria.” (BR-ITA-5- 12).

As expressões utilizadas pelos participantes confirmam o cuidado destes na adequação e no tratamento social para com as pessoas não-binárias. A palavra comum mais utilizada é respeito. Os ex-estudantes das duas universidades utilizam expressões semelhantes, embora os participantes da UFS sejam mais efusivos, conforme se observa no Quadro 4.


Quadro 4 – Análise comparativa dos discursos dos ex-estudantes sobre a subcategoria de gênero não-binário (+)


Categoria: GêNERO Subcategoria:

GêNERO NÃO-BINÁRIO (+)


Fenômeno(s):


Ex-estudantes da UMa


Ex-estudantes da UFS

Valorização do

Muito interessante (PT-1-02) Devemos questionar como as pessoas devem ser tratadas. (PT-1- 05)

Muito pertinente (PT-5-21) Respeito (PT-5-17)

Relevante na atualidade (PT-5-18)

É um tema importante (BR-ITA-3-02)

conceito de gênero não-

Não basta somente dizer que aceita algo, mas é

binário.

preciso também se informar (BR-ITA-3-03)


Bem esclarecido, complementando alguns


conteúdos já vistos, (mararavilhose) (BR-ITA-3-


05)


É de grande relevância para entendemos como as


pessoas querem ser tratadas, por isso é


fundamental perguntar. (BR-ITA-4-08)


Interessante a forma da linguagem, para a


conversa com o não binário. (BR-ITA-4-09)


O gênero não-binário é aquele que não si


identifica com nenhum dos gêneros (masculino


ou feminino), e que independente do sexo, classe


social devemos respeitar e tratar da maneira


como ele si vê e gostaria. (BR-ITA-5-12)


É importante respeitar o próximo como ele é, e


como ele gostaria de ser chamado, pois o sexo


não define a sua real identidade, muito menos o


seu conhecimento. (BR-ITA-5-13)


Tema importante para compreender e respeitar a


escolha do outro. (BR-ITA-5-14)


Muito bom (BR-ITA-5-15)


Importante e precisa ser debatido (BR-SC-1-01)


Interessante (BR-SC-5-04)


relevante (BR-SC-5-05)


Muito importante (BR-SC-5-07)


Relevante (BR-SC-5-08)


as pessoas precisam de estar atualizadas sobre.


(BR-ITA-3-02)

Valorização da não

O mais importante é que cada um se

sempre lembrar como as pessoas querem ser

binariedade, centrada

sinta bem. (PT-1-04)

tratadas. (BR-ITA-3-05)

na construção/

As pessoas devem ser tratadas como

Que devemos respeitar o próximo e perguntar

reconstrução subjetiva

se sentem melhor (PT-1-07)

como que ser tratado (BR-ITA-3-06).

da identidade.

As pessoas não devem ser julgadas,

E também para saber como tratar e se referir uma


mas sim respeitadas e integradas.

pessoa de gênero não-binário perguntando qual a


(PT-2-08)

melhor forma de tratá-la em relação ao gênero


Estas pessoas não são compreendidas porque não existe

que se identifica. (BR-ITA-5-14)


muita informação sobre este tema.



(PT-3-12)



As pessoas devem ser respeitadas



(PT-5-20)


Fonte: Os autores (2021)




Sobre a valorização da não binariedade, centrada na construção/reconstrução subjetiva da identidade, encontram-se as afirmações dos ex-estudantes da UMa: “As pessoas deveriam ser respeitadas pelos outros (PT-1-03); “O mais importante é que cada um se sinta bem.” (PT- 1-04); “As pessoas devem ser tratadas como se sentem melhor.” (PT-1-07). Os ex-estudantes da UFS disseram: “sempre lembrar como as pessoas querem ser tratadas.” (BR-ITA-3-05); “Que devemos respeitar o próximo e perguntar como que ser tratado.” (BR-ITA-3-06); “…e também para saber como tratar e se referir uma pessoa de gênero não-binário perguntando qual a melhor forma de tratá-la em relação ao gênero que se identifica.” (BR-ITA-5-14).

Sobre os constrangimentos relativos à vivência do gênero não-binário, são os ex- estudantes da UFS que manifestam estranhamento perante a complexidade do tema e mencionam o seguinte: “Por que quando se fala em ser aceito parece que são pessoas de outro mundo e não são, somos todos/as pessoas e como tudo com gostos, vivencias, vidas e amores diferentes. Vemos que ninguém quer ser igual ao outro mas grande parte quer exigir que sejam cisgeneros e héteros.” (BR-ITA-4-11); “É um questionamento pouco divulgado, muitos não tem o conhecimento de causa, com isso fica mais complicado entender.” (BR-SC-5-03); “estar por dentro das coisas pra não acabar "sem querer" julgando ou cometendo um ato de preconceito com alguém.” (BR-ITA-3-03); “Entendo que as pessoas podem ser uma coisa ou outra coisa, ou as duas coisas, mas pessoas que é uma coisa, nem outra, ainda é uma incógnita. Pra mim tenho pouca informação sobre o assunto.” (BR-ITA-3-04); “Porém respeito, lutem e mudem pelo que acreditam e acham que tem importância. O português já é complexo e ainda mudar vogais porque a pessoa não se identifica, respeito as pessoas, seu gênero e a sexualidade de cada um mas isso não acho necessário, os/as LGBTQI+ tem muita luta para as pessoas os/as respeitarem. Por que quando se fala em ser aceito parece que são pessoas de outro mundo e não são, somos todos/as pessoas e como tudo com gostos, vivencias, vidas e amores diferentes. Vemos que ninguém quer ser igual ao outro mas grande parte quer exigir que sejam cisgeneros e héteros” (BR-ITA-4-11); “É um questionamento pouco divulgado, muitos não tem o conhecimento de causa, com isso fica mais complicado entender” (BR-SC-5-03).

Verifica-se uma forte consciência da maioria dos ex-estudantes da UFS para os

constrangimentos na vivência da não binariedade, motivada pela influência de padrões sociais estereotipados. Isso é justificado na referência de contextos sociais com tabus sobre esta temática e que dificultam a livre vivência do gênero.

Na análise comparativa dos discursos observa-se que tanto os ex-estudantes da UMa como os da UFS valorizam o conceito de gênero não-binário e reconhecem a necessidade de

RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2886-2909, set./dez. 2021. e-ISSN: 1519-9029



discuti-lo. Utilizam também expressões idênticas quando fazem considerações valorativas sobre este conceito. No entanto verifica-se uma forte consciência da maioria dos ex- estudantes da UFS relativamente aos constrangimentos na vivência do gênero não-binário. São os ex-estudantes da UFS que mais referem que os constrangimentos são causados pela influência de padrões sociais estereotipados.


Quadro 5 – Análise comparativa dos discursos dos ex-estudantes sobre a subcategoria de gênero não-binário (-)


Categoria: GÊNERO Subcategoria: GÊNERO NÃO-BINÁRIO (-)


Fenômeno(s):


Ex-estudantes da UMa


Ex-estudantes da UFS

Constrangimentos na

As pessoas deveriam ser respeitadas

Estar por dentro das coisas pra não acabar

vivência da não

pelos outros (PT-1-03)

"sem querer" julgando ou cometendo um ato

binariedade motivada


de preconceito com alguém. (BR-ITA-3-03)

pela influência de


Entendo que as pessoas podem ser uma coisa

padrões sociais


ou outra coisa, ou as duas coisas, mas pessoas

estereotipados.


que é uma coisa, nem outra, ainda é uma



incógnita. Pra mim tenho pouca informação



sobre o assunto. (BR-ITA-3-04)



Porém respeito, lutem e mudem pelo que



acreditam e acham que tem importância. O



português já é complexo e ainda mudar vogais



porque a pessoa não se identifica, respeito as



pessoas, seu gênero e a sexualidade de cada



um mas isso não acho necessário, os/as



LGBTQI+ tem muita luta para as pessoas os/as



respeitarem. Por que quando se fala em ser



aceito parece que são pessoas de outro mundo



e não são, somos todos/as pessoas e como tudo



com gostos, vivencias, vidas e amores



diferentes. Vemos que ninguém quer ser igual



ao outro mas grande parte quer exigir que



sejam cisgeneros e héteros. (BR-ITA-4-11)



É um questionamento pouco divulgado, muitos



não tem o conhecimento de causa, com isso



fica mais complicado entender. (BR-SC-5-03)

Não valorização do

confuso (PT-3-15)

Acredito que Deus criou homem e mulher.

conceito de gênero não-

Acho que quanto mais conceitos

(BR-SC-5-06)

binário.

criam, mais confuso se torna de

Um pouco desconexo. (BR-ITA-3-04)


compreender. Porque simplesmente

É um tema um pouco complexo. (BR-ITA-2-


cada um não pode ser como é, sem

01)


ter que se encaixar num determinado

Eu não acho isso muito relevante não, não sei


conceito? (PT-2-09)

se porque não é comigo não tenho essa



necessidade. (BR-ITA-4-11)



Confuso (BR-SC-5-09)

Fonte: Os autores (2021)


A não valorização deste conceito, embora com menos ênfase, está expressa em afirmações dos ex-estudantes das duas universidades. As justificações são muito semelhantes:



“confuso” (PT-3-15); “Um pouco desconexo.” (BR-ITA-3-04); “É um tema um pouco complexo.” (BR-ITA-2-01); Eu não acho isso muito relevante não, não sei se porque não é comigo não tenho essa necessidade.” (BR-ITA-4-11); “Confuso” (BR-SC-5-09. “Acho que quanto mais conceitos criam, mais confuso se torna de compreender. Porque simplesmente cada um não pode ser como é, sem ter que se encaixar num determinado conceito?” (PT-2- 09). É possível que o questionamento continuado tenha originado alguma fadiga entre os participantes. No entanto estão presentes a expressões de estranhamento face ao conceito de gênero não-binário. O estranhamento assume uma posição radical na voz desta participante: ”Acredito que Deus criou homem e mulher.” (BR-SC-5-06). A participante muda o tema para mostrar total indisponibilidade para continuar a discutir este conceito.


Quadro 6 – Análise comparativa dos discursos dos ex-estudantes sobre a subcategoria de gênero não-binário (N)


Categoria: GÊNERO Subcategoria: GÊNERO NÃO-BINÁRIO (N)

Fenômeno(s):

Ex-estudantes da UMa

Ex-estudantes da UFS

Desconhecimento do

Este tema está a se revelar mais

Não tenho opinião ainda formada, mas saiba

conceito de gênero não-

profundo do que eu conhecia.

que têm o meu respeito (BR-ITA-3-07)

binário.

Desconhecia por completo o termo

Precisamos ter mais conhecimento sobre ele,


utilizado. (PT-3-11) Desconhecia

pois é algo que não ouvimos com frequência


este termo. (PT-3-13)

sobre o mesmo, e assim não chegar ao ponto


Não sabia. São muitos conceitos e

de ofender por falta entendimento. (BR-ITA-


dificulta a compreensão. (PT-3-14)

4-10)


Parece estranho (PT-5-19)

Não conhecia muito sobre esse gênero. (BR-


Não conhecia este tema (PT-5-22)

ITA-5-16)


Este conceito não é muito conhecido.

Nenhum [conhecimento] (BR-ITA-5-17) É


(PT-3-10)

um questionamento pouco divulgado, muitos


O Conceito de género não-binário

não tem o conhecimento de causa, com isso


não é muito conhecido. (PT-3-12)

fica mais complicado entender. (BR-SC-5-


Termo desconhecido, porém de fácil

03)


compreensão, aquando do



esclarecimento. (PT-1-01)



Um tema que não me faz quaisquer



confusão. (PT-1-04)


Fonte: Os autores (2021)


Sobre o desconhecimento do conceito de pessoa não-binária, são os participantes da UMa os que mais afirmam: “Desconhecia este termo.” (PT-3-13); “Não sabia. São muitos conceitos e dificulta a compreensão.” (PT-3-14); “Parece estranho” (PT-5-19); “Não conhecia este tema” (PT-5-22); “Este conceito não é muito conhecido.” (PT-3-10); “O Conceito de género não-binário não é muito conhecido.” (PT-3-12); “Termo desconhecido, porém de fácil compreensão, aquando do esclarecimento.” (PT-1-01).

Os participantes da UFS, em menor número, também dizem desconhecer o conceito:

“Não tenho opinião ainda formada, mas saiba que têm o meu respeito.” (BR-ITA-3-07);



“Precisamos ter mais conhecimento sobre ele, pois é algo que não ouvimos com frequência sobre o mesmo, e assim não chegar ao ponto de ofender por falta entendimento.” (BR-ITA-4- 10); “Não conhecia muito sobre esse gênero.” (BR-ITA-5-16); “É um questionamento pouco divulgado, muitos não tem o conhecimento de causa, com isso fica mais complicado entender” (BR-SC-5-03).

Estes dados dão conta da necessidade de ações informativas no campo da educação e no meio acadêmico para que o conceito de gênero, nas suas mais variadas expressões ganhe outra familiaridade.


Considerações finais


Os ex-estudantes de ambas as universidades revelam conhecer o conceito de gênero não-binário. As respostas estão globalmente muito próximas, embora com um resultado superior nos participantes na UMa.

As respostas dos ex-estudantes na Universidade da Madeira confirmam pouca participação em conversas e debates sobre este tema. A grande maioria nunca participou em conversas e debates sobre gênero não-binário. Existe uma pequena percentagem de ex- estudantes da UMa a afirmar que raramente participou em ações sobre este tema.

As respostas dos ex-estudantes na Universidade Federal de Sergipe confirmam igualmente pouca participação embora com menor percentagem de respostas. Destacamos ainda um pequeno grupo de ex-estudantes que afirmou que sempre participou.

Comparando os resultados dos dois grupos, verifica-se que ambos confirmam pouco envolvimento em conversas e debates sobre gênero não-binário, sendo o grupo dos ex- estudantes da Universidade da Madeira o que diz participar menos. Existe um grupo de ex- estudantes da Universidade Federal de Sergipe que afirmou que sempre participou em conversas e debates sobre gênero não-binário.

As respostas são semelhantes nos ex-estudantes das duas universidades, embora mais efusivas nos participantes da UFS. Sobre os constrangimentos relativos à vivência do gênero não-binário, são os ex-estudantes da UFS que referem que aqueles são causados pelos padrões sociais estereotipados.

Verifica-se uma forte consciência da maioria dos ex-estudantes da UFS para os constrangimentos na vivência da não binariedade, motivada pela influência de padrões sociais estereotipados.



Na análise comparativa dos discursos observa-se que tanto os ex-estudantes da UMa como os da UFS valorizam o conceito de gênero não-binário e reconhecem a necessidade de discuti-lo. Utilizam também expressões idênticas quando fazem considerações valorativas sobre este conceito. No entanto verifica-se uma forte consciência da maioria dos ex- estudantes da UFS relativamente aos constrangimentos na vivência do gênero não-binário. São os ex-estudantes da UFS que mais referem que os constrangimentos são causados pela influência de padrões sociais estereotipados.

São os participantes da UMa os que mais afirmam desconhecer o conceito de gênero não-binário. Alguns participantes da UFS, em menor número, também dizem desconhecer o conceito.

Verifica-se também com menos ênfase, fenómenos de não valorização do conceito de gênero não-binário. Uma participante mostrou total indisponibilidade para continuar a discutir este conceito.

Uma vez que os participantes das duas universidades valorizam o conceito de gênero não-binário deduz-se que são favoráveis à subversão do gênero, como aspeto considerado legítimo e importante para a afirmação dos sujeitos na produção de corpos performativamente inteligíveis e críticos. No entanto, os participantes não se manifestaram sobre o tratamento social das pessoas não-binárias como fundamental para a inclusão destas. Este cuidado operativo da inclusão da diversidade sexual e de gênero implica a adequação da linguagem e o questionamento individual sobre a forma como se dirigir socialmente às pessoas não-binárias. Conclui-se que há necessidade de ações informativas no campo da educação e no meio acadêmico para que o conceito de gênero não-binário ganhe plena familiaridade e

conhecimento.


AGRADECIMENTOS: Ao CNPq pelo financiamento da pesquisa na modalidade de bolsa.


REFERÊNCIAS


ALMEIDA, S. M.; JAEHN, L.; VASCONCELLOS, M. Precisamos falar de gênero: por uma educação democrática. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 13, n. esp. 2, p. 1503–1517, 2018. DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v13.nesp2.set2018.11657


ALMEIDA, W. R. A. Uniforme escolar e uniformização dos corpos. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 10, n. 22, p. 9-22, 2017. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v10i22.6134



ALVES, F. C.; FIALHO, L. M. F.; LIMA, M. S. L. Formação em pesquisa para professores da educação básica. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 11, n. 27, p. 285-300, 2018. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v11i27.8582


BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1997.


BOGDAN, R.; BLIKEN S. Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora, 2017.


BRAZÃO, J. P. G.; OLIVEIRA, A. L.; DIAS, A. F. University students' voices on sexual and gender diversity, their relationship with coeducation and pedagogical innovation: a comparative study at the University of Madeira (Portugal) and the Federal University of Sergipe (Brazil). Journal of Research and Knowledge Spreading, v. 2, n. 1, e12445, 2021. DOI: https://doi.org/10.20952/jrks2112445


BRAZÃO, P. Apresentação do projeto vozes dos estudantes universitários sobre a diversidade sexual e de género, sua relação com a coeducação e com a inovação pedagógica: um estudo comparativo na Universidade da Madeira e na Universidade Federal de Sergipe. The Brain, 2021. Disponível em: https://bra.in/7vA6Q3. Acesso em: 10 out. 2021.


BRAZÃO, P.; DIAS, A. Relações de género e do corpo na Escola: Diretivas promotoras de culturas inclusivas para as práticas pedagógicas. Revista Cocar, v. 14, n. 29, 2020.


BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão de identidade. 6. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.


CANAL das Bee. #GuiaBasicoLGBT. Género não binário. 2018. 1 vídeo (6 min). Disponível em: https://youtu.be/HwmWqtAyj2E. Acesso em: 10 out. 2021.


CARDOSO, H. de M.; DIAS, A. F. Saberes trans* em universidades nordestinas. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 24, n. Esp. 3, p. 1689–1712, 2020.

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v24i3.14208


CARDOSO, H. M.; DIAS, A. F. Representações sobre corpo, gênero e sexualidades de estudantes das licenciaturas do Instituto Federal de Sergipe, campus Aracaju. Práxis Educacional, v. 13, n. 24, p. 76-94, 2017. DOI: https://doi.org/10.22481/praxis.v13i24.930


CARDOSO, H. M.; DIAS, A. F. Trans* subjectivities in the higher education curriculum. Journal of Research and Knowledge Spreading, v. 2, n. 1, e12305, 2021. https://doi.org/10.20952/jrks2112305


CARDOSO, L. R.; MELO, R. V. O. S. Construção do critério gênero no Programa Nacional do Livro Didático (2006-2020). Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 16, n. 1, p. 63–83, 2021. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.13752


CARDOSO, L. R.; BERTOLDO, T. A. T.; SANTOS, L. B. A. Gênero e sexualidade na formação docente: um mapeamento das pesquisas entre Norte e Nordeste. Revista on line de Política e Gestão Educacional, v. 24, n. esp. 3, p. 1743-1764, 2020. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v24iesp3.14092




CARVALHO, M. E. P. et al. Origins and challenges of gender studies centers in higher education in NorthERN and Northeastern Brazil. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 10, n. 21, p. 163-176, 2017. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v10i21.6340


COUTO, A. S.; CRUZ, M. H. S. Inserção de gênero no currículo de História e a formação para o trabalho docente. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 10, n. 23, p. 249-262, 2017. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v10i23.6764


CROCIARI, A.; PEREZ, M. C. A. O que estamos estudando sobre gênero na educação infantil: as lacunas na formação docente. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp. 2, p. 1556–1568, 2019. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.2.12615


DIAS, A. F. et al. Schooling and subversions of gender. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 10, n. 22, p. 83-92, 2017. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v10i22.6433


DIAS, A. F.; BRAZÃO, J. P. G. Iniciativas de promoção das discussões de gênero e diversidade sexual no contexto acadêmico: um estudo comparativo. Práxis Educacional, v. 17, n. 48, p. 1-18, 2021. Disponível em:

https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/9502. Acesso em: 17 set. 2021.


DIAS, A. F.; MENEZES, C. A. A. Que inovação pedagógica a pedagogia queer propõe ao currículo escolar?. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 10, n. 23, p. 37-48, 2017. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v10i23.7443


DIAS, A. F.; SILVA, I. P. ; RIOS, P. P. S. Os estudos de gênero em revistas científicas do FEPAE-NN: uma revisão sistematizada. Revista Exitus, v. 10, n. 1, p. e020039, 2020. DOI: https://doi.org/10.24065/2237-9460.2020v10n0ID128


DONATO, A.; TONELLI, L. A resistência do corpo. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 12, n. 28, p. 49-62, 2019. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v12i28.10164


FELICETTI, V. L. et al. Perspectivas emergentes en investigación educativa. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 12, n. 30, p. 155-170, 2019. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v12i30.10681


FRANÇA, F. G. R.; FERRARI, A. Mais do que professores/as, professores/as homossexuais na escola. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 9, n. 20, p. 41-52, 2016. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v9i20.5894


LEMOS, P.; ANDRADE, A.; CARDOSO, B. Subvertendo gênero: o lugar da não-binaridade numa análise discursiva de “blogs”. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde, v. 9, n. 3, p. 314-326. 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v9i3.3132


LUCIFORA, C. A. et al. Marcas sociais de nossos tempos: gênero, sexualidade e educação em âmbito escolar. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp. 2, p. 1395–1409, 2019. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.2.12607



MAFRA, J. R. S.; SÁ, P. F. Abordagens na pesquisa em educação Matemática: algumas reflexões e perspectivas epistemológicas. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 13, n. 32, p. 1-21, 2020. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v13i32.13465


MEDEIROS, E. A.; AGUIAR, A. L. O. O método (auto) biográfico e de histórias de vida: reflexões teórico-metodológicas a partir da pesquisa em educação. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 11, n. 27, p. 149-166, 2018. DOI:

https://doi.org/10.20952/revtee.v11i27.7884


MENEZES, C. A. A.; DIAS, A. F.; SANTOS, M. S. What pedagogical innovation does queer pedagogy propose to the school curriculum?. Práxis Educacional, v. 16, n. 37, p. 241-258, 2020. DOI: DOI: https://doi.org/10.22481/praxisedu.v16i37.6168


MORAIS, J. F. S.; BAIÃO, J. C.; DE FREITAS, C. J. Questões de gênero e sexualidade na escola: narrativas docentes. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 13, n. 32, p. 1-15, 2020. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v13i32.11565


NASCIMENTO, L. F.; CAVALCANTE, M. M. D. Abordagem quantitativa na pesquisa em educação: investigações no cotidiano escolar. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 11, n. 25, p. 249-260, 2018. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v11i25.7075


NUNES, C. P. Conversas interativo-provocativas como opção teórico-metodológica nas Ciências Humanas e na educação. Práxis Educacional, v. 16, n. 37, p. 408-439, 2020. DOI: https://doi.org/10.22481/praxisedu.v16i37.6207


OLIVEIRA, A. L.; BRAZÃO, J. P. G.; DIAS, A. F. Dialogue about gender, sexuality and bodies in academic context: a possibility of pedagogical innovation? Journal of Research and Knowledge Spreading, v. 2, n. 1, e12484, 2021. DOI: https://doi.org/10.20952/jrks2112484


PALMEIRA, L. L. L.; DIAS, A. F. The importance of Teacher education in the face of the perspectives of diversity: in search of an egalitarian society. Journal of Research and Knowledge Spreading, v. 2, n. 1, e12260, 2021. DOI: https://doi.org/10.20952/jrks2112260


PIRES, M. A. Gênero e sexualidade nos currículos de formação em Pedagogia na Universidade Federal de Sergipe. 2021. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2021.


PORTUGAL. D.R. 1.ª série N.º 97. Resolução do Conselho de Ministros n.º 61/2018, de 21 de maio. Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação 2018-2030 “Portugal + Igual”, XXI Governo Constitucional. 8 mar. 2018. Disponível em: https://dre.pt/application/file/a/115360102. Acesso em: 10 jul. 2021.


RIOS, P. P. S.; CARDOSO, H. M.; DIAS, A. F. Concepções de gênero e sexualidade d@s docentes do curso de licenciatura em pedagogia: por um currículo Queer. Educação & Formação, v. 3, n. 2, p. 98–117, 2018. DOI: https://doi.org/10.25053/redufor.v3i8.272


RIOS, P. P. S.; DIAS, A. F. “Nossa história de vida é construída a partir do nosso corpo”: a produção do corpo viado na docência. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. 3, p. 1265–1283, 2020. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15i3



RIOS, P. P. S.; VIEIRA, A. R. L. The emerging of a gender discourse in education: the differences in the school space. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 13, n. 32, p. 1- 18, 2020. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v13i32.13061


ROCHA, C. J. T.; MALHEIRO, J. M. S. Narrativas identitárias em experiência de transformação e desenvolvimento profissional docente. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 14, n. 3, p. 986–1000, 2019. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14i3.11836


SANTOS, A. C.; FELDENS, D. G. Vozes do triunfo: narrativas de si de professoras da educação básica. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 11, n. 1, p. 379-392, 2019. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v11i01.9666


SANTOS, É. S.; LAGE, A. C. Gênero e diversidade sexual na educação básica: um olhar sobre o componente curricular Direitos Humanos e Cidadania da rede de ensino de Pernambuco. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 10, n. 22, p. 69-82, 2017. DOI: DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v10i22.6042


SANTOS, M. H. S. R.; RIOS, J. A. V. P. Education and cultural differences: boundary educational practices in basic education. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 14, n. 33, p. e13670, 27 fev. 2021. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v14i33.13670


SCOTT, J. O enigma da igualdade. Estudos Feministas, Florianopolis, v. 13, n. 1, p. 216, jan./abr. 2005.


SILVA, I. P.; DIAS, A. F.; RIOS, P. P. S. Os estudos de Gênero na Revista Tempos e Espaços em Educação: uma Revisão Sistematizada. Educação & Formação, v. 5, n. 14, p. 150–175, 2020. DOI: https://doi.org/10.25053/redufor.v5i14mai/ago.2495


VILAÇA, T. Metodologias de ensino na educação em sexualidade: desafios para a formação contínua. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp.2, p. 1500–1537, 2019. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.2.12614


VIVAS, A.; BASTIDAS, C.; FARIAS, A. Desempenho acadêmico de uma perspectiva geográfica e de gênero em programas de distância. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 24, n. 3, p. 1200–1215, 2020. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v24i3.14357



Como referenciar este artigo


BRAZÃO, J. P. G.; DIAS, A. F. O que dizem os estudantes sobre gênero não-binário: um estudo comparativo na Universidade Federal de Sergipe e na Universiade da Madeira. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2886-2909, set./dez. 2021. e-ISSN:1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v25i3.15680


Submetido em: 15/08/2021 Revisões requeridas em: 19/09/2021 Aprovado em: 17/10/2021 Publicado em: 08/12/2021




WHAT STUDENTS SAY ABOUT NON-BINARY GENDER: A COMPARATIVE STUDY AT THE FEDERAL UNIVERSITY OF SERGIPE AND THE UNIVERSITY OF MADEIRA


O QUE DIZEM OS ESTUDANTES SOBRE GÊNERO NÃO-BINÁRIO: UM ESTUDO COMPARATIVO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE E NA UNIVERSIADE DA MADEIRA


LO QUE DICEN LOS ESTUDIANTES SOBRE EL GÉNERO NO-BINARIO: UN ESTUDIO COMPARATIVO EN LA UNIVERSIDAD FEDERAL DE SERGIPE Y LA UNIVERSIDAD DE MADEIRA


José Paulo Gomes BRAZÃO1

Alfrancio Ferreira DIAS2


ABSTRACT: This article presents an analysis of the non-binary gender subcategory of a comparative study at the University of Madeira, UMa (Portugal) and the Federal University of Sergipe, UFS (Brazil) on “Voices of university students on sexual and gender diversity, its relationship with co-education and pedagogical innovation.” The methodology of this research was qualitative. We applied a questionnaire with open and closed questions and the viewing of a video on the subject. We performed content analysis on the data obtained. The compared results show that both former students from the two universities claim to know the concept of non-binary gender, UMa participants present superior results. Former UMa and UFS students value the concept of non-binary gender and recognize the need to discuss it. They use identical expressions when making evaluative considerations about this concept. However, there is greater involvement of former students from the Federal University of Sergipe in the discussion of this topic. UMa participants say they rarely participate in actions on the topic. It is also observed that most former UFS students are strongly aware of the difficulties that the experience of the non-binary gender concept presents.


KEYWORDS: Education. Diversity. Non-binary gender. Academy.


RESUMO: Este artigo apresenta uma análise da subcategoria de gênero não-binário, no decurso de um estudo comparativo na Universidade da Madeira, UMa (Portugal) e na Universidade Federal de Sergipe, UFS (Brasil) sobre “Vozes dos estudantes universitários sobre a diversidade sexual e de gênero, sua relação com a coeducação e com a inovação pedagógica.” Em termos metodológicos foi adotada uma abordagem qualitativa, com aplicação de um questionário com questões abertas e fechadas e o visionamento de um vídeo curto de enquadramento do tema. Foi feita a análise de conteúdo aos dados obtidos. Os



1 University of Madeira (UMA), Funchal – Portugal. Senior Professor and Researcher in the scientific area of Pedagogical Innovation. Associate Member of the Center for Research in Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3575-4366. E-mail: jbrazao@staff.uma.pt

2 Federal University of Sergipe (UFS), São Cristóvão – SE – Brazil. Permanent Professor of the Postgraduate Program in Education (PPGED), Department of Education. PhD in Sociology (UFS). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5562-0085. E-mail: diasalfrancio@academico.ufs.br

RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2888-2910, Sep./Dec. 2021. e-ISSN: 1519-9029



resultados comparados mostram que ambos os ex-estudantes das duas universidades dizem ter conhecimento do conceito de gênero não-binário, embora os participantes na UMa apresentem resultados superiores. Tanto os ex-estudantes da UMa como os da UFS valorizam o conceito de gênero não-binário e reconhecem a necessidade de discuti-lo. Utilizam expressões idênticas quando fazem considerações valorativas sobre este conceito. No entanto verifica-se maior envolvimento dos ex-estudantes da Universidade Federal de Sergipe na discussão deste tema. Os participantes da UMa a afirmam que raramente participam em ações sobre o tema. Também se observa que a maioria dos ex-estudantes da UFS têm uma forte consciência dos constrangimentos que a vivência do conceito de gênero não-binário apresenta.


PALAVRAS-CHAVE: Educação. Diversidade. Gênero não-binário. Academia.


RESUMEN: Este artículo presenta un análisis de la subcategoría de género no binaria de un estudio comparativo en la Universidad de Madeira, UMa (Portugal) y la Universidad Federal de Sergipe, UFS (Brasil) sobre “Voces de estudiantes universitarios sobre la diversidad sexual y de género, su relación con la coeducación y la innovación pedagógica ”. La metodología de esta investigación fue cualitativa. Se aplicó un cuestionario con preguntas abiertas y cerradas y el visionado de un video sobre el tema. Realizamos análisis de contenido sobre los datos obtenidos. Los resultados comparados muestran que ambos exalumnos de las dos universidades afirman conocer el concepto de género no binario, los participantes de la UMa presentan resultados superiores. Antiguos alumnos de la UMa y la UFS valoran el concepto de género no-binario y reconocen la necesidad de discutirlo. Usan expresiones idénticas al hacer consideraciones evaluativas sobre este concepto. Sin embargo, existe una mayor participación de los exalumnos de la Universidad Federal de Sergipe en la discusión de este tema. Los participantes de la UMa dicen que rara vez participan en acciones sobre el tema. También se observa que la mayoría de los exalumnos de la UFS son muy conscientes de las dificultades que presenta la vivencia del concepto de género no- binario.


PALABRAS CLAVE: Educación. Diversidad. Género no-binario. Academia.


Introduction


Individuals seek to include themselves socially by constructing gender based on what they consider intelligible genres, which are those that present coherence with their cultural matrix, in the logic of continuity between sex, gender and desire, and regulatory practice, binary relations and compulsory heterosexuality (LOURO, 2003). In this way, they become people with valuable genders and insert themselves into dominant identity groups.

But the cultural matrix that triggers the choice of intelligible genres means that some types of “identities” cannot have the right to “exist”, when the construction of gender does not derive from sex or the practices of desire do not “originate” from “sex” or “gender” (LEMOS; ANDRADE; CARDOSO, 2020).


RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2888-2910, Sep./Dec. 2021. e-ISSN: 1519-9029



The non-binary gender presents itself as an identification outside the current system because it is understood outside the binary model, in a discourse of discontinuity in relation to the standard model, considered the determinant and only one for the identification of individuals. For Lemos, Andrade and Cardoso (2020), in a study on gender subversion based on a discursive analysis of publications in weblogs, the non-binary of gender presents itself as a possibility in the process of identifying subjects as being neither masculine nor feminine, a fusion of both genders, or even the denial or non-identification with either gender. It can then be defined as something fluid or multiple, in view of the subjects' discourses, their positions and their experiences. In this sense, non-binary is already a construction of gender identity because it brings together the expression of gender and the denial of the duality of the binary system.

Non-binary is a form of subversion of the concept of gender. The diversity of non- binary experiences are expressions of gender that enable the analysis and discussion of the social deconstruction of masculine or feminine, which gives rise to new critical constructions of identity.

The term gender subversion thus emerges as a continuous process of resistance of subjects considered minority identities in the reinvention of the reality that oppresses them. Subversion also represents the deconstruction of patterns of exclusion, imposed on the basis of masculine/feminine, man/woman duality and heteronormativity (CARDOSO; SOARES; LIMA, 2017).

Subverting this logic means going against the different discourses of power. It is also faced with the possibility of lack of identification, or normative representation, on the conceptions and practices of gender experience. The “performance” body (BUTLER, 2013) is the point of intersection between subjectivity and the historical and cultural meanings appropriated by the subjects. Thus, gender subversion is a fundamental mechanism for producing performatively intelligible bodies and a form of resistance to the various forms of violence and social exclusion to which individuals who do not express their gender by default are regularly subjected. In this sense, it is necessary to place a dissident, non-normative lens, as a political act on gender issues, in accordance with the influences of post-identity studies (DIAS; BRAZÃO, 2021).

Social policies that address gender social inclusion in Portugal and Brazil have produced guidelines for organizations and institutions in different ways. In Brazil, despite the direction of recent public policies, the inclusion of the perspective of sexual and gender diversity in education and teacher formation has not yet been generalized in educational

RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2888-2910, Sep./Dec. 2021. e-ISSN: 1519-9029



thinking, nor has it become transversal in higher education, nor in initial teacher formation (CARVALHO et al. al., 2017). In Portugal, the National Strategy for Equality and Non- Discrimination 2018-2030 “Portugal + Equal”, of the XXI Constitutional Government, presented in 2018 an “Action Plan to combat discrimination on grounds of sexual orientation, identity and gender expression and sexual characteristics”. Some higher education institutions in Portugal as well as in non-higher education have been developing work in this area.

It is urgent to look at educational institutions, trying to understand how this topic is known, discussed and if there are initiatives to include sexual and gender diversity in the academic environment.

The discussion on the concept of non-binary gender is part of the comparative study at the University of Madeira, UMa (Portugal) and at the Federal University of Sergipe, UFS (Brazil) on “Voices of university students on sexual and gender diversity, its relationship with co-education and pedagogical innovation” (BRAZÃO; OLIVEIRA; DIAS, 2021). The postdoctoral project was presented by Brazão (2021)3 and is published on TheBrain.com platform, under the guidance of Alfrancio Ferreira Dias, researcher and professor of the Postdoctoral Program in Education and Diversity at the Federal University of Sergipe4.

For this article, we consider the discussion of the concept of non-binary gender from three basic aspects: a) The concept of non-binary gender characterized as the variation of ways of experiencing gender, beyond the man/woman polarization; b) Gender expression as the term to be used to identify the multiple visible forms of non-binary gender; c) Adequacy of language in the social treatment of non-binary people as fundamental for the inclusion of non-binary people. This implies individual questioning about the way to address people socially, such as the application of the article [o/a] or the application of a neutral pronoun.


Research Methodology


The research presents a qualitative methodological approach of an exploratory nature (NASCIMENTO; CAVALCANTE, 2018; NUNES, 2020; ALVES; FIALHO; LIMA, 2018;


3 BRAZÃO, P. Apresentação do projeto vozes dos estudantes universitários sobre a diversidade sexual e de género, sua relação com a coeducação e com a inovação pedagógica: um estudo comparativo na Universidade da Madeira e na Universidade Federal de Sergipe. The Brain, 2021. Available: https://bra.in/7vA6Q3. Access: 10 jul. 2021.

4 Espera-se com a pesquisa possa contribuir para a renovação conceitual e dos contextos organizacionais da prática da pedagogia (BRAZÃO; OLIVEIRA; DIAS, 2021; CARDOSO; DIAS, 2021; PALMEIRA; DIAS, 2021; CARDOSO et al., 2021; SANTOS; LAGE, 2017; SANTOS; RIOS, 2021; RIOS; VIEIRA, 2020; VIVAS, BASTIDAS 2020; SILVA; DIAS; RIOS, 2020; CARDOSO; DIAS, 2020; MENEZES; DIAS, 2020; CROCIARI; PEREZ, 2019; LUCIFORA et. al., 2019; CARDOSO; MELO, 2021; ALMEIDA; JAEHN; VASCONCELLOS, 2018; VILAÇA, 2019).


RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2888-2910, Sep./Dec. 2021. e-ISSN: 1519-9029



VILAÇA, 2019; ALMEIDA; JAEHN; VASCONCELLOS, 2018; FELICETTI, 2019; MEDEIROS; AGUIAR, 2018 ; ROCHA; MALHEIRO, 2019; SEVERINO, 2019; MAFRA;

SÁ, 2020). In this article, we will only present a comparative study of former students' statements about non-binary gender, in the two university contexts: Federal University of Sergipe (UFS) and University of Madeira (UMa).

The questionnaires used to collect data from this category kept the same number of questions, and the text was adapted with linguistic expressions to the two contexts studied. First, former students were asked to watch the video Canal das Bee. #LGBT BasicGuide. – Non-binary gender.


Frame 1 – Transcription of the verbal content of the video Non-binary gender


… Today we're going to talk about what it's like to be non-binary … it is always important for us to remember that there are [numerous] possibilities [of] being a man … [or of] being a woman … you can be both or even neither, that is, there is much more than [knowing if you should be] a man [or if] you should be a woman …[the] people who go beyond their assigned gender … non-binary people needed to position themselves in order to feel more presented … hence the term binary and non-binary … [this] is a very important thing … things change over time … I mean the habits and … so let's combine and keep an open mind … and not start judging a little friend who doesn't fit into any [category] … otherwise we will be doing the same [as what happened in the past]

… Queer is a term used [for] non-binary people. Who are these people who don't necessarily identify as man or woman? … [Queer is] like an umbrella term … When we are talking about non-binary genders, we have to think about something else: separation between gender and gender expression … as we already said here in one of the videos on the channel … [gender expression] is how you express yourself … there are non-binary people [who are] exercising a gender separation or more masculine or more feminine … some of these people feel the need to have surgery or hormone treatments … but that's not all that characterizes a non-binary person … the important thing is that we are talking about a person … [of] human complexity and not of a law … one thing with which one can legislate on … and no judge, lawyer, doctor or any other professional can have the right to judge what you are and how you identify. I was asked if the non-binary person is not comfortable with their gender … how will I know? how am I going to treat them? … you already know the answer … you have to ask … the easiest way to get it right is to ask the person how they want to be treated … and [then] we should treat that person that way … the most important thing is that you appreciate … suppose the person wants to be called [one way] or [the other] these things can end up hurting people … that's why I always ask … for example: how do you want me to treat you? … what pronoun [that] can I use with you? … what's your name? … this is a safe base because there are situations where people get a pronoun … others prefer the neutral pronoun, as it is identified today … do you know what this is? … it is because the Portuguese language is very complex … but is it available in all languages? … people have been adapting it is very important to remember that language is changeable … people! our Portuguese language … today we use words and communicate in a way we didn't communicate 15 years ago … 20 years ago let alone 100 years ago … because it's all a matter of habit … so how are you starting to use this one for men and is it knowing if the rules are important that you know here it's ok as long as there is time for tomorrow intention have to try to shovel so as not to offend people are your good this is any less … to close this video I'm going to say one more wonderful sentence about being non-binary has truths and autonomy to bring our existence into our hands …

Source: Canal das Bee (2018)


Second, two closed-response questions were presented, one with a Boolean answer (yes/no) on knowledge of the concept of non-binary gender and another with a 5-level Likert scale answer, asking how often academic participated in conversations, debates on this



concept. Finally, an open answer question, trying to get the opinion on this topic. The questionnaires are accessible through the links specified below5.

To collect information, Google Forms, from Google Drive resources was used. We defined two groups of convenience samples: a) former students of the Master's course in Pre- School Education and Teaching of the 1st Cycle of Basic Education, at UMa, between 2015 and 2020; b) former students of the undergraduate course in Pedagogy, at UFS, between 2015 and 2020.

Qualitative data were analyzed with the aid of a computer program that was designed to perform content analysis (BARDIN, 1997) and which includes the transcription of the graduates' justifications, the construction of the analysis categories, in tables, illustrated by the meaning units semantics (BOGDAN; BLIKEN, 2017). The textual clippings were coded with the following logic: [Country (PT or Br) (-); university campus Itabaiana (ITA) or São Cristóvão (SC); number of years in which they are after completion of the course (1…); response order number (1…)].

We used the FileMaker Pro v18 tool, a relational database builder, from Claris International Inc, developed for Windows. In addition to organizing the categorized and subcategorized clippings of the texts, the program contains connections with a data interpretation module, since it establishes a direct relationship between the analysis of the clippings obtained and the theoretical references, selected to support the interpretation of the phenomena, according to Figure 1.


5 For former students of the University of Madeira. Available at: https://drive.google.com/file/d/1okl- 9ue088QFOy2dBtuyvQ9xXSTLmvKi/view?usp=sharing. Access on: 10 Oct. 2021.

For former students of the Federal University of Sergipe. Available at: https://drive.google.com/file/d/14M7EWnjiB3-yQWtFUD-0JbJKmX1YU-0Y/view?usp=sharing. Access on: 10 Oct. 2021.


RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2888-2910, Sep./Dec. 2021. e-ISSN: 1519-9029


Figure 1 – Database for content analysis of qualitative data


Source: The authors (2021)


The texts with the statements of former students were arranged by units of semantic meaning, as suggested by Bardin (1997) and Bogdan and Bliken (2017). The gender category analyzed in this article gave rise to subcategories and each of them was justified with different phenomena, as shown in Frame 1 on the categorization of results.


Frame 2 – Categorization of the speeches of former students


Category: GENDER

Subcategory

Phenomena


NON-BINARY GENDER (+)

Appreciate the concept of non-binary gender.

Appreciate non-binary, centered on the subjective construction/reconstruction of identity.


NON-BINARY GENDER (-)

Constraints in the experience of non-binary motivated by the influence of stereotyped social patterns.

Constraints in the experience of non-binary motivated by the influence of stereotyped social patterns.

NON-BINARY GENDER (N)

Ignorance of the concept of non-binary gender.

Source: The authors (2021)


“Gender” was considered to be the main category that includes non-binary gender. Analyzing the responses of the participants, three subcategories were obtained: the first subcategory “Non-binary gender (+)” clustered the phenomena: appreciation of the concept of non-binary gender; appreciation of non-binary, centered on the subjective



construction/reconstruction of identity. The second subcategory, called “Non-binary gender (-

)” brought together the phenomena considered non-positive, such as: constraints in the experience of non-binary motivated by the influence of stereotyped social patterns; non- valuation of the concept of non-binary gender. The third subcategory “Non-binary gender (N)” refers to the lack of knowledge of the concept of non-binary gender.


Characterization of subjects


160 former students of the University of Madeira were asked to fill out the questionnaire. Of these, we only obtained 22 responses (13.7%). Likewise, we sent it to 183 former students of the Federal University of Sergipe and obtained 26 responses (14.21%).

As for gender, in the group of former students from the University of Madeira (UMa), 95.5% identify as female and 4.5% as male. In the group of former students from the Federal University of Sergipe (UFS), 76.9% identify themselves as female and 23.1% as male.

Regarding the time elapsed after completion of the formation course at the University of Madeira (UMa) and at the Federal University of Sergipe (UFS), we also verified the following: a) At the University of Madeira (UMa), the highest percentage of participants (33

%) refers to former students who completed the course one year ago or less, 29% of former students completed the course three years ago and 24% completed the course five years ago;

b) At the Federal University of Sergipe (UFS), the highest percentage (46%) is composed of former students who completed the course five or more years ago, 23% of former students concluded the course three years ago and 19% completed the course four years ago, as shown in Figure 2.




Figure 2 – Time elapsed after completion of the formation course at the University of Madeira (UMa) and at the Federal University of Sergipe (UFS)


Source: The authors (2021)


Comparing the groups of ex-students, in relation to the time elapsed after completing the initial teacher formation courses, we see that the group of ex-UMa students completed their formation more recently than their peers in the Pedagogy course at UFS.


Verbal speech analysis of the video


We proceeded to an analysis of the discourse of the video used to frame the subcategory of non-binary gender, as shown in Frame 3.


Frame 3 – Verbal discourse analysis of the video “Non-binary gender”


Subcategory: NON-BINARY GENDER

Semantic content

Considerations

… Today we are going to talk about what it means to be non- binary or non-binary

Identification of the non-binary gender theme.

… it is always important for us to remember that there are [numerous] possibilities [of] being a man … [or] being a woman … you can be both or even neither, that is, there is much more besides [knowing if must be] man [or if] should be woman … [the] people who go beyond their assigned gender … non-binary people needed to put themselves in a way to feel more presented … that's why the term binary came up and non-binary … [this] is a very important thing … things change over time … I mean habits and … so let's combine and keep an open mind … and not start judging a little friend who doesn't fit into any [category]… otherwise

we will be doing the same [as what happened in the past]

Presentation of the concept of non-binary gender as a variation of ways of experiencing gender, beyond the male/female polarization.


… Queer is a term used [for] non-binary people. Who are these people who don't necessarily identify as male or female? … [Queer is] like an umbrella term

Presentation of the term Queer as adequate to identify the concept of non-binary gender.

… When we're talking about non-binary genders, we have to think about something else: separation between gender and gender expression … as we said here in one of the channel's videos … [gender expression] is how you express yourself … there are non-binary people [who are] exercising a gender separation or more masculine or more feminine … some of these people feel the need to have surgery or hormone treatments … but that’s not all that characterizes a non-binary person … the important thing is that we are talking about a human person … of human [complexity] and not a law … something with which to legislate … and neither a judge, a medical, a lawyer or any other professional can have the right to judge the who you are and how you identify yourself.

Presentation of the term gender expression to identify the multiple visible forms of non-binary gender.

I was asked if the non-binary person is not comfortable with their gender … how will I know? how am I going to treat them? … you already know the answer … have to ask … the easiest way to get it right is to ask the person how they want to be treated … and [then] we should treat that person that way … the most important thing is that you appreciate … suppose the person wants to be called [one way] or [the other] these things can end hurting people … that's why I always ask … for example: how do you want me to treat you?… which pronoun [that] can I use with you? … what's your name? … this is a safe base because there are situations where people get a pronoun … others prefer the neutral pronoun, as it is identified today when we change [o/a] … do you know what is this? … it is because the Portuguese language is very complex … but is it available in all languages? … people have been adapting it is very important to remember that language is changeable … people! our portuguese language … today we use words and communicate in a way we didn't communicate 15 years ago

… 20 years ago let alone 100 years ago … because it's all a matter of habit … so how are you starting to use this one for men and is it knowing if the rules are important you know here it's ok as long as it's even time for tomorrow intention have to try to shovel so as not to offend people are your good this is any less … to close this video I'm going to say one more wonderful sentence about being non-binary has truths and autonomy to bring our existence into our hands …

I call for the social treatment of non-binary people, which necessarily implies individual questioning about the language to be adapted when addressing the person socially, such as:

  • the application of article [o/a]

  • the application of a neutral pronoun

Source: The authors (2021)


Although the transcription of the text presents many marks of orality, it was possible to systematize the following: a) The concept of non-binary gender is described as the variation of the ways of experiencing gender, beyond the male/female polarization; b) The term Queer is presented as the appropriate one to identify the concept of non-binary gender; c) The term gender expression is introduced to identify the multiple visible forms of non-binary gender; d) It is necessary to take care of the adequacy of language in the social treatment of non-binary people. This implies individual questioning about how to address the person,




namely: the application of the article [o/a] or the application of a neutral pronoun. This brief information placed the participants on the knowledge or recognition of the concept of non- binary gender, at the time they were asked to complete the questionnaire.


Discussion of results


Regarding knowledge of the concept of non-binary gender, the responses of former students from both universities are globally very close, although with a superior result in UMa participants. 86.4% of former students say they know the concept of non-binary gender and at UFS, 73.1% also say the same. Correspondingly, 13.6% of former UMa students and 26.9% of former UFS students responded that they were not aware of this, as can be seen in Figure 3.


Figure 3 – Knowledge of former students about the concept of non-binary gender


Source: The authors (2021)


The responses of former students at the University of Madeira confirm little participation. The large percentage (90.9%) of former students at the University of Madeira never participated in conversations and debates about non-binary gender. There is a small percentage (9.1%) of former UMa students stating that they rarely participated in actions on this topic, as can be seen in Figure 4.

The responses of former students at the Federal University of Sergipe also confirm little participation, although a smaller percentage (65.4%) of former students never participated in conversations and debates about non-binary gender. There are 19% of responses from former students stating they have always participated, (7.7%) of participants claiming that they rarely participate in actions on this topic and 3.8% respond that they sometimes participate.



Figure 4 – Participation of UMa and UFS former students in conversations and debates on non-binary gender



Source: The authors (2021)


Comparing the results of the two groups, it appears that both confirm little involvement in conversations and debates about non-binary gender, with the group of former students from the University of Madeira being the one that says they participate less. In the group of former students at the Federal University of Sergipe, 19.2% who said they always participated in conversations and debates about non-binary gender.

In the content analysis of the ex-students' statements about the appreciation of the concept of non-binary gender, the following responses from UMa participants were considered: “Very interesting” (PT-1-02); “We must question how people should be treated.” (PT-1-05); “Very pertinent” (PT-5-21);

At UFS, former students said: “It is an important topic (BR-ITA-3-02); “It is not enough just to say that you accept something, but it is also necessary to inform yourself.” (BR-ITA-3-03); “Well clarified, complementing some content already seen.” (BR-ITA-3-05); “It’s of great relevance to understanding how people want to be treated, so it’s critical to ask.” (BR-ITA-4-08); “Interesting form of language, for conversation with the non-binary.” (BR- ITA-4-09); “It is important to respect others as they are, and as they would like to be called, because sex does not define their real identity, much less their knowledge.” (BR-ITA-5-13); “It is important to respect your neighbor as he is, and as he would like to be called, because sex does not define his real identity, much less his knowledge.” (BR-ITA-5-13); “Important topic to understand and respect the choice of the other.” (BR-ITA-5-14); "Very good" (BR- ITA-5-15); “Important and needs to be debated.” (BR-SC-1-01); “Interesting” (BR-SC-5-04); “relevant” (BR-SC-5-05); “Very important” (BR-SC-5-07); “Relevant” (BR-SC-5-08); "The




non-binary gender is one that does not identify with any of the genders (male or female), and that regardless of sex, social class we must respect and treat the way he sees himself and would like." (BR-ITA-5-12).

The expressions used by the participants confirm their care in the adequacy and social treatment towards non-binary people. The most common word used is respect. Former students from both universities use similar expressions, although UFS participants are more effusive, as can be seen in Table 4.


Frame 4 – Comparative analysis of former students' discourses on the non-binary gender subcategory (+)


Category: GENDER Subcategory: NON-BINARY GENDER (+)


Phenomenon:


Former UMa students


Former UFS Students

Valuing the concept of

Very interesting (PT-1-02)

We must question how people should be treated. (PT-1-05)

Very pertinent (PT-5-21) Respect (PT-5-17) Relevant today (PT-5-18)

It's an important topic (BR-ITA-3-02)

non-binary gender.

It is not enough just to say that you accept


something, but it is also necessary to inform


yourself (BR-ITA-3-03)


Well clarified, complementing some content


already seen (BR-ITA-3-05)


It is of great importance to understand how


people want to be treated, so it is essential to


ask. (BR-ITA-4-08)


Interesting the form of the language, for the


conversation with the non-binary. (BR-ITA-4-


09)


The non-binary gender is one that does not


identify with any of the genders (male or


female), and that regardless of sex, social class


we must respect and treat the way he sees


himself and would like. (BR-ITA-5-12)


It is important to respect others as they are, and


as they would like to be called, because sex


does not define their real identity, much less


their knowledge.. (BR-ITA-5-13)


Important topic to understand and respect the


choice of the other. (BR-ITA-5-14)


Very good (BR-ITA-5-15)


Important and needs to be discussed (BR-SC-1-


01)


Interesting (BR-SC-5-04)


relevant (BR-SC-5-05)


Very important (BR-SC-5-07)


Relevant (BR-SC-5-08)


people need to be up to date on this. (BR-ITA-


3-02)


Valuing non-binary, centered on the subjective construction/reconstruction of identity.

The most important thing is that everyone feels good. (PT-1-04) People should be treated as they feel best. (PT-1-07)

People should not be judged, but respected and integrated. (PT-2-08) These people are not understood because there is not much information on this topic.. (PT-3- 12)

People must be respected (PT-5- 20)

always remember how people want to be treated. (BR-ITA-3-05)

That we should respect others and ask how to be treated (BR-ITA-3-06).

And also to know how to treat and refer a non- binary gender person asking how best to treat them in relation to the gender they identify. (BR-ITA-5-14)

Source: The authors (2021)


Regarding the appreciation of non-binary, centered on the subjective construction/reconstruction of identity, there are the statements of former UMa students: "People should be respected by others" (PT-1-03); “The most important thing is that everyone feels good.” (PT-1-04); “People should be treated as they feel best.” (PT-1-07). Former UFS students said: “always remember how people want to be treated.” (BR-ITA-3-05); “That we should respect others and ask how to be treated.” (BR-ITA-3-06); “…and also to know how to treat and refer a non-binary gender person asking how best to treat them in relation to the gender they identify.” (BR-ITA-5-14).

Regarding the constraints related to the experience of the non-binary gender, former UFS students express estrangement in the face of the complexity of the topic and mention the following: “Because when you talk about being accepted, it seems that they are people from another world and the are not, we are all people and like everything with different tastes, experiences, lives and loves. We see that no one wants to be like the other, but most want to demand that they be cisgender and straight.” (BR-ITA-4-11); “It is a question that is not widely publicized, many are not aware of the cause, which makes it more difficult to understand.” (BR-SC-5-03); "be on top of things so you don't end up "accidentally" judging or committing an act of prejudice with someone." (BR-ITA-3-03); “I understand that people can be one thing or another, or both, but people who are one thing or the other are still unknown. For me, I have little information on the subject.” (BR-ITA-3-04); “But respect, fight and change for what you believe and think matters. Portuguese is already complex and it still changes vowels because the person doesn't identify, I respect people, their gender and each one's sexuality but I don't think this is necessary, LGBTQI+ people have a lot of struggle for people to respect them. Because when it comes to being accepted it seems that they are people from another world and they are not, we are all people and like everything with




different tastes, experiences, lives and loves. We see that no one wants to be like the other, but most want to demand that they be cisgender and straight” (BR-ITA-4-11); “It is a question that is not widely publicized, many are not aware of the cause, which makes it more difficult to understand” (BR-SC-5-03).

There is a strong awareness of most ex-students of UFS for the constraints in the experience of non-binary, motivated by the influence of stereotyped social standards. This is justified in the reference to social contexts with taboos on this subject and that make it difficult to experience the genre freely.

In the comparative analysis of the discourses, it is observed that both former UMa and UFS students value the concept of non-binary gender and recognize the need to discuss it. They also use identical expressions when making evaluative considerations about this concept. However, there is a strong awareness of most ex-students of UFS regarding the constraints in living the non-binary gender. It is the former UFS students who most mention that the constraints are caused by the influence of stereotyped social patterns.


Frame 5 – Comparative analysis of former students' discourses on the non-binary gender subcategory (-)


Category: GENDER Subcategory: NON-BINARY GENDER (-)


Phenomena:


Former UMa students


Former UFS Students

Constraints in the

People should be respected by others (PT-1-03)

Being on top of things so you don't end up

experience of non-binary

"accidentally" judging or committing an act of

motivated by the

prejudice with someone. (BR-ITA-3-03)

influence of stereotyped

I understand that people can be one thing or

social patterns.

the other, or both, but people who are one


thing or another is still an unknown. I don't


have much information on the subject.. (BR-


ITA-3-04)


But respect, fight and change for what you


believe and think matters. Portuguese is


already complex and it still changes vowels


because the person doesn't identify, I respect


people, their gender and each one's sexuality


but I don't think this is necessary, LGBTQI+


people have a lot of struggle for people to


respect them. Because when it comes to being


accepted it seems that they are people from


another world and they are not, we are all


people and like everything with different


tastes, experiences, lives and loves. We see


that no one wants to be like the other, but most


want to demand that they be cisgender and


straight. (BR-ITA-4-11)


It is a question that is little publicized, many




are not aware of the cause, which makes it more difficult to understand. (BR-SC-5-03)

No appreciation of the

confuse (PT-3-15)

I believe that God created male and female.

concept of non-binary

I think the more concepts you create,

(BR-SC-5-06)

gender.

the more confusing it becomes to

A little disjointed. (BR-ITA-3-04)


understand. Why simply can't each

It is a somewhat complex topic. (BR-ITA-2-


one be as he is, without having to fit

01)


into a certain concept? (PT-2-09)

I don't think it's very relevant, no, I don't know



if because it's not me, I don't have that need.



(BR-ITA-4-11)



Confuse (BR-SC-5-09)

Source: The authors (2021)


The lack of appreciation of this concept, although with less emphasis, is expressed in statements by former students from both universities. The justifications are very similar: “confused” (PT-3-15); “A little disjointed.” (BR-ITA-3-04); “It is a somewhat complex topic.” (BR-ITA-2-01); I don't think it's very relevant, I don't know if because it's not me I don't have that need.” (BR-ITA-4-11); “Confused” (BR-SC-5-09). “I think the more concepts you create, the more confusing it becomes to understand. Why simply can't each one be as he is, without having to fit into a certain concept?” (PT- 2-09). It is possible that the continued questioning caused some fatigue among the participants. However, expressions of estrangement regarding the concept of non-binary gender are present. Estrangement takes a radical position in this participant's voice: “I believe that God created male and female.” (BR- SC-5-06) The participant changes the topic to show total unwillingness to continue discussing this concept.


Frame 6 – Comparative analysis of former students' discourses on the non-binary gender subcategory (N)


Category: GENDER Subcategory: NON-BINARY GENDER (N)

Phenomena:

Former UMa students

Former UFS Students

Ignorance of the concept of

This theme is turning out to be

I don't have an opinion yet, but know that

non-binary gender.

deeper than I knew. Completely

you have my respect (BR-ITA-3-07)


unaware of the term used. (PT-3-11)

We need to have more knowledge about it, as


I didn't know this term. (PT-3-13)

it is something we don't hear often about it,


Did not know. There are many

so we don't get to the point of offending due


concepts and difficult to understand.

to lack of understanding. (BR-ITA-4-10)


(PT-3-14)

I didn't know much about this genre. (BR-


Seems strange (PT-5-19)

ITA-5-16)


I didn't know this topic (PT-5-22)

No [knowledge] (BR-ITA-5-17)


This concept is not very well

It is a question that is little publicized, many


known.. (PT-3-10)

are not aware of the cause, which makes it


The concept of non-binary gender is

more difficult to understand. (BR-SC-5-03)


not well known. (PT-3-12)



Unknown term, but easy to



understand, upon clarification. (PT-



1-01)





A topic that doesn't make me any confusion. (PT-1-04)


Source: The authors (2021)


Regarding the lack of knowledge of the concept of non-binary person, UMa participants are the ones who most say: “I was unaware of this term.” (PT-3-13); "Did not know. There are many concepts and is difficult to understand.” (PT-3-14); “It looks strange” (PT-5-19); “I didn't know this topic” (PT-5-22); “This concept is not very well known.” (PT- 3-10); “The concept of non-binary gender is not well known.” (PT-3-12); “Unknown term, but easy to understand, upon clarification.” (PT-1-01).

The UFS participants, in smaller numbers, also say they are not familiar with the concept: “I don't have an opinion yet, but know that they have my respect.” (BR-ITA-3-07); “We need to have more knowledge about it, as it is something we don't hear often about it, and so not get to the point of offending for lack of understanding.” (BR-ITA-4-10); “I didn’t know much about this genre.” (BR-ITA-5-16); “It is a question that is not widely publicized, many are not aware of the cause, which makes it more difficult to understand” (BR-SC-5-03).

These data show the need for informative actions in the field of education and in the academic environment so that the concept of gender, in its most varied expressions, gains another familiarity.


Final considerations


Former students from both universities reveal that they know the concept of non- binary gender. The answers are globally very close, although with a superior result in the UMa participants.

The responses of former students at the University of Madeira confirm little participation in conversations and debates on this topic. The vast majority have never participated in conversations and debates about non-binary gender. There is a small percentage of former UMa students stating that they rarely participated in actions on this topic.

The responses of former students at the Federal University of Sergipe also confirm little participation, although with a lower percentage of responses. We also highlight a small group of former students who stated that they always participated.

Comparing the results of the two groups, it appears that both confirm little involvement in conversations and debates about non-binary gender, with the group of former



students from the University of Madeira being the one that says they participate less. There is a group of former students from the Federal University of Sergipe who stated that they have always participated in conversations and debates about non-binary gender.

The responses are similar in the former students of the two universities, although more effusive in the UFS participants. Regarding the constraints related to the experience of non- binary gender, former UFS students refer that those are caused by stereotyped social patterns.

There is a strong awareness of most ex-students of UFS for the constraints in the experience of non-binary, motivated by the influence of stereotyped social standards.

In the comparative analysis of the discourses, it is observed that both former UMa and UFS students value the concept of non-binary gender and recognize the need to discuss it. They also use identical expressions when making evaluative considerations about this concept. However, there is a strong awareness of most ex-students of UFS regarding the constraints in living the non-binary gender. It is the former UFS students who most mention that the constraints are caused by the influence of stereotyped social patterns.

UMa participants are the ones who most claim to be unaware of the concept of non- binary gender. Some UFS participants, in smaller numbers, also say they are unaware of the concept.

There is also less emphasis on phenomena of non-valuation of the concept of non- binary gender. One participant showed complete unwillingness to continue discussing this concept.

Since the participants of the two universities value the concept of non-binary gender, it is deduced that they are in favor of gender subversion, as an aspect considered legitimate and important for the affirmation of subjects in the production of performatively intelligible and critical bodies. However, the participants did not express themselves about the social treatment of non-binary people as fundamental for their inclusion. This operative care for the inclusion of sexual and gender diversity implies the adequacy of language and individual questioning about the way to socially address non-binary people.

It is concluded that there is a need for informative actions in the field of education and in the academic environment so that the concept of non-binary gender gains full familiarity and knowledge.


ACKNOWLEDGEMENTS: To CNPq for funding the research in the form of a scholarship.




REFERENCES


ALMEIDA, S. M.; JAEHN, L.; VASCONCELLOS, M. Precisamos falar de gênero: por uma educação democrática. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 13, n. esp. 2, p. 1503–1517, 2018. DOI:

https://doi.org/10.21723/riaee.v13.nesp2.set2018.11657


ALMEIDA, W. R. A. Uniforme escolar e uniformização dos corpos. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 10, n. 22, p. 9-22, 2017. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v10i22.6134


ALVES, F. C.; FIALHO, L. M. F.; LIMA, M. S. L. Formação em pesquisa para professores da educação básica. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 11, n. 27, p. 285-300, 2018. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v11i27.8582


BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1997.


BOGDAN, R.; BLIKEN S. Investigação qualitativa em educação. Porto: Porto Editora, 2017.


BRAZÃO, J. P. G.; OLIVEIRA, A. L.; DIAS, A. F. University students' voices on sexual and gender diversity, their relationship with coeducation and pedagogical innovation: a comparative study at the University of Madeira (Portugal) and the Federal University of Sergipe (Brazil). Journal of Research and Knowledge Spreading, v. 2, n. 1, e12445, 2021. DOI: https://doi.org/10.20952/jrks2112445


BRAZÃO, P. Apresentação do projeto vozes dos estudantes universitários sobre a diversidade sexual e de género, sua relação com a coeducação e com a inovação pedagógica: um estudo comparativo na Universidade da Madeira e na Universidade Federal de Sergipe. The Brain, 2021. Available: https://bra.in/7vA6Q3. Access: 10 Oct. 2021.


BRAZÃO, P.; DIAS, A. Relações de género e do corpo na Escola: Diretivas promotoras de culturas inclusivas para as práticas pedagógicas. Revista Cocar, v. 14, n. 29, 2020.


BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão de identidade. 6. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.


CANAL das Bee. #GuiaBasicoLGBT. Género não binário. 2018. 1 vídeo (6 min). Available: https://youtu.be/HwmWqtAyj2E. Access: 10 Oct. 2021.


CARDOSO, H. de M.; DIAS, A. F. Saberes trans* em universidades nordestinas. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 24, n. Esp. 3, p. 1689–1712, 2020.

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v24i3.14208


CARDOSO, H. M.; DIAS, A. F. Representações sobre corpo, gênero e sexualidades de estudantes das licenciaturas do Instituto Federal de Sergipe, campus Aracaju. Práxis Educacional, v. 13, n. 24, p. 76-94, 2017. DOI: https://doi.org/10.22481/praxis.v13i24.930



CARDOSO, H. M.; DIAS, A. F. Trans* subjectivities in the higher education curriculum. Journal of Research and Knowledge Spreading, v. 2, n. 1, e12305, 2021. https://doi.org/10.20952/jrks2112305


CARDOSO, L. R.; MELO, R. V. O. S. Construção do critério gênero no Programa Nacional do Livro Didático (2006-2020). Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 16, n. 1, p. 63–83, 2021. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v16i1.13752


CARDOSO, L. R.; BERTOLDO, T. A. T.; SANTOS, L. B. A. Gênero e sexualidade na formação docente: um mapeamento das pesquisas entre Norte e Nordeste. Revista on line de Política e Gestão Educacional, v. 24, n. esp. 3, p. 1743-1764, 2020. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v24iesp3.14092


CARVALHO, M. E. P. et al. Origins and challenges of gender studies centers in higher education in NorthERN and Northeastern Brazil. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 10, n. 21, p. 163-176, 2017. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v10i21.6340


COUTO, A. S.; CRUZ, M. H. S. Inserção de gênero no currículo de História e a formação para o trabalho docente. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 10, n. 23, p. 249-262, 2017. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v10i23.6764


CROCIARI, A.; PEREZ, M. C. A. O que estamos estudando sobre gênero na educação infantil: as lacunas na formação docente. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp. 2, p. 1556–1568, 2019. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.2.12615


DIAS, A. F. et al. Schooling and subversions of gender. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 10, n. 22, p. 83-92, 2017. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v10i22.6433


DIAS, A. F.; BRAZÃO, J. P. G. Iniciativas de promoção das discussões de gênero e diversidade sexual no contexto acadêmico: um estudo comparativo. Práxis Educacional, v. 17, n. 48, p. 1-18, 2021. Available:

https://periodicos2.uesb.br/index.php/praxis/article/view/9502. Access: 17 Sep. 2021.


DIAS, A. F.; MENEZES, C. A. A. Que inovação pedagógica a pedagogia queer propõe ao currículo escolar?. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 10, n. 23, p. 37-48, 2017. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v10i23.7443


DIAS, A. F.; SILVA, I. P. ; RIOS, P. P. S. Os estudos de gênero em revistas científicas do FEPAE-NN: uma revisão sistematizada. Revista Exitus, v. 10, n. 1, p. e020039, 2020. DOI: https://doi.org/10.24065/2237-9460.2020v10n0ID128


DONATO, A.; TONELLI, L. A resistência do corpo. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 12, n. 28, p. 49-62, 2019. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v12i28.10164


FELICETTI, V. L. et al. Perspectivas emergentes en investigación educativa. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 12, n. 30, p. 155-170, 2019. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v12i30.10681





FRANÇA, F. G. R.; FERRARI, A. Mais do que professores/as, professores/as homossexuais na escola. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 9, n. 20, p. 41-52, 2016. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v9i20.5894


LEMOS, P.; ANDRADE, A.; CARDOSO, B. Subvertendo gênero: o lugar da não-binaridade numa análise discursiva de “blogs”. Revista Psicologia, Diversidade e Saúde, v. 9, n. 3, p. 314-326. 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.17267/2317-3394rpds.v9i3.3132


LUCIFORA, C. A. et al. Marcas sociais de nossos tempos: gênero, sexualidade e educação em âmbito escolar. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp. 2, p. 1395–1409, 2019. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.2.12607


MAFRA, J. R. S.; SÁ, P. F. Abordagens na pesquisa em educação Matemática: algumas reflexões e perspectivas epistemológicas. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 13, n. 32, p. 1-21, 2020. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v13i32.13465


MEDEIROS, E. A.; AGUIAR, A. L. O. O método (auto) biográfico e de histórias de vida: reflexões teórico-metodológicas a partir da pesquisa em educação. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 11, n. 27, p. 149-166, 2018. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v11i27.7884


MENEZES, C. A. A.; DIAS, A. F.; SANTOS, M. S. What pedagogical innovation does queer pedagogy propose to the school curriculum?. Práxis Educacional, v. 16, n. 37, p. 241-258, 2020. DOI: DOI: https://doi.org/10.22481/praxisedu.v16i37.6168


MORAIS, J. F. S.; BAIÃO, J. C.; DE FREITAS, C. J. Questões de gênero e sexualidade na escola: narrativas docentes. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 13, n. 32, p. 1-15, 2020. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v13i32.11565


NASCIMENTO, L. F.; CAVALCANTE, M. M. D. Abordagem quantitativa na pesquisa em educação: investigações no cotidiano escolar. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 11, n. 25, p. 249-260, 2018. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v11i25.7075


NUNES, C. P. Conversas interativo-provocativas como opção teórico-metodológica nas Ciências Humanas e na educação. Práxis Educacional, v. 16, n. 37, p. 408-439, 2020. DOI: https://doi.org/10.22481/praxisedu.v16i37.6207


OLIVEIRA, A. L.; BRAZÃO, J. P. G.; DIAS, A. F. Dialogue about gender, sexuality and bodies in academic context: a possibility of pedagogical innovation? Journal of Research and Knowledge Spreading, v. 2, n. 1, e12484, 2021. DOI: https://doi.org/10.20952/jrks2112484


PALMEIRA, L. L. L.; DIAS, A. F. The importance of Teacher education in the face of the perspectives of diversity: in search of an egalitarian society. Journal of Research and Knowledge Spreading, v. 2, n. 1, e12260, 2021. DOI: https://doi.org/10.20952/jrks2112260


PIRES, M. A. Gênero e sexualidade nos currículos de formação em Pedagogia na Universidade Federal de Sergipe. 2021. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2021.



PORTUGAL. D.R. 1.ª série N.º 97. Resolução do Conselho de Ministros n.º 61/2018, de 21 de maio. Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação 2018-2030 “Portugal + Igual”, XXI Governo Constitucional. 8 mar. 2018. Available: https://dre.pt/application/file/a/115360102. Access: 10 July 2021.


RIOS, P. P. S.; CARDOSO, H. M.; DIAS, A. F. Concepções de gênero e sexualidade d@s docentes do curso de licenciatura em pedagogia: por um currículo Queer. Educação & Formação, v. 3, n. 2, p. 98–117, 2018. DOI: https://doi.org/10.25053/redufor.v3i8.272


RIOS, P. P. S.; DIAS, A. F. “Nossa história de vida é construída a partir do nosso corpo”: a produção do corpo viado na docência. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 15, n. 3, p. 1265–1283, 2020. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v15i3


RIOS, P. P. S.; VIEIRA, A. R. L. The emerging of a gender discourse in education: the differences in the school space. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 13, n. 32, p. 1- 18, 2020. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v13i32.13061


ROCHA, C. J. T.; MALHEIRO, J. M. S. Narrativas identitárias em experiência de transformação e desenvolvimento profissional docente. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 14, n. 3, p. 986–1000, 2019. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14i3.11836


SANTOS, A. C.; FELDENS, D. G. Vozes do triunfo: narrativas de si de professoras da educação básica. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 11, n. 1, p. 379-392, 2019. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v11i01.9666


SANTOS, É. S.; LAGE, A. C. Gênero e diversidade sexual na educação básica: um olhar sobre o componente curricular Direitos Humanos e Cidadania da rede de ensino de Pernambuco. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 10, n. 22, p. 69-82, 2017. DOI: DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v10i22.6042


SANTOS, M. H. S. R.; RIOS, J. A. V. P. Education and cultural differences: boundary educational practices in basic education. Revista Tempos e Espaços em Educação, v. 14, n. 33, p. e13670, 27 fev. 2021. DOI: https://doi.org/10.20952/revtee.v14i33.13670


SCOTT, J. O enigma da igualdade. Estudos Feministas, Florianopolis, v. 13, n. 1, p. 216, jan./abr. 2005.


SILVA, I. P.; DIAS, A. F.; RIOS, P. P. S. Os estudos de Gênero na Revista Tempos e Espaços em Educação: uma Revisão Sistematizada. Educação & Formação, v. 5, n. 14, p. 150–175, 2020. DOI: https://doi.org/10.25053/redufor.v5i14mai/ago.2495


VILAÇA, T. Metodologias de ensino na educação em sexualidade: desafios para a formação contínua. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v. 14, n. esp.2, p. 1500–1537, 2019. DOI: https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.2.12614


VIVAS, A.; BASTIDAS, C.; FARIAS, A. Desempenho acadêmico de uma perspectiva geográfica e de gênero em programas de distância. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 24, n. 3, p. 1200–1215, 2020. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v24i3.14357




How to reference this article


BRAZÃO, J. P. G.; DIAS, A. F. What students say about non-binary gender: a comparative study at the Federal University of Sergipe and the University of Madeira. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 25, n. 3, p. 2888-2910, Sep./Dec. 2021. e- ISSN:1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v25i3.15680


Submitted: 15/08/2021 Required revisions: 19/09/2021 Approved: 17/10/2021 Published: 08/12/2021