image/svg+xml
A percepção dos docentes do PARFOR sobre a aprendizagem no ensino remoto: Avaliação do uso das tecnologias
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 1
A PERCEPÇÃO DOS DOCENTES DO PARFOR SOBRE A APRENDIZAGEM NO
ENSINO REMOTO: AVALIAÇÃO DO USO DAS TECNOLOGIAS
LA PERCEPCIÓN DE LOS PROFESORES DE PARFOR SOBRE EL APRENDIZAJE
EN EDUCACIÓN REMOTA: EVALUACIÓN DEL USO DE TECNOLOGÍAS
THE PERCEPTION OF PARFOR TEACHERS ABOUT LEARNING IN REMOTE
TEACHING: EVALUATION OF THE USE OF TECHNOLOGIES
Marcos Antonio Martins LIMA
1
Ilana Maria de Oliveira MACIEL
2
Sandro Olímpio Silva VASCONCELOS
3
Nirleide Saraiva COELHO
4
Ana Bruna de Queiroz PEREIRA
5
RESUMO
: Este constructo aborda a origem das tecnologias educacionais, como emergiram no
decurso histórico-filosófico da concepção de novas metodologias de ensino, com vistas a
atingirem resultados que influenciem de maneira positiva a sociedade buscando conhecimento
científico transposto à empiria. Assim, a pesquisa tem como objetivo identificar a percepção
dos docentes do PARFOR sobre o ensino remoto, com base no emprego das tecnologias. No
experimento, foram adotadas as competências digitais para o professor no ensino remoto, por
intermédio do modelo de Garcia
et al.
(2020), por ser gerado para os professores atendidos no
PARFOR e por basear-se no aspecto relacional entre o docente e o aluno. Nesta demanda, nota-
se que a emergência do ensino remoto fez aflorar fragilidades formativas nos professores,
surgindo, então, o grande desafio, configurado em passar do sistema presencial para o
modus
operandi
virtual.
PALAVRAS-CHAVE
:
Ensino remoto. Avaliação. Educação. Tecnologias. Virtual.
1 Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza – CE – Brasil. Professor Associado do Departamento de
Fundamentos da Educação. Pós-doutorado em gestão (UFRN) e Doutorado em Educação/Avaliação pela UFC.
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5541-6220. E-mail: marcoslimaiag@gmail.com
2 Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza – CE – Brasil. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em
Educação Brasileira (PPGE). Bolsista da CAPES. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7246-0995. E-mail:
ilanam2015@gmail.com
3 Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Mossoró – RN – Brasil. Mestrado no Programa de
Pós-graduação em Educação (POSEDUC). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8067-722X. E-mail:
sandroosvasconcelos@gmail.com
4 Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza – CE – Brasil. Departamento de contabilidade. Mestrado
Profissional em Economia (UFC). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8527-0031. E-mail:
nirleide.saraiva@ufc.br
5 Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Salvador – BA – Brasil. Discente no Pós-graduação Lato Sensu em
Educação Digital. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1041-4835. E-mail: anabruna3@gmail.com
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
2
RESUMEN
:
Este constructo aborda el origen de las tecnologías educativas, tal como
surgieron en el curso histórico-filosófico de la concepción de las nuevas metodologías de
enseñanza, con miras a lograr resultados que influyan positivamente en la sociedad que busca
el conocimiento científico transpuesto al empírea. Así, la investigación tiene como objetivo
identificar la percepción de los docentes de PARFOR sobre la educación a distancia, a partir
del uso de las tecnologías. En el experimento se adoptaron las competencias digitales para el
docente en la docencia a distancia, a través del modelo de García et al. (2020), porque se
generó para los docentes atendidos en PARFOR y porque se basó en el aspecto relacional entre
el docente y el alumno. En esta demanda, se observa que la aparición de la enseñanza a
distancia provocó debilidades formativas en los docentes, surgiendo así el gran reto,
configurado en pasar del sistema presencial al modus operandi virtual.
PALABRAS CLAVE
: Enseñanza a distancia. Evaluación. Educación. Tecnologías. Virtual.
ABSTRACT
:
This construct addresses the origin of educational technologies, how they
emerged in the historical-philosophical course of the conception of new teaching
methodologies, with a view to achieving results that positively influence society by seeking
scientific knowledge transposed to empirics. Thus, the research aims to identify the perception
of PARFOR teachers about remote teaching, based on the use of technologies. In the
experiment, the digital competencies for the teacher in remote teaching were adopted, by means
of the model of Garcia et al. (2020), for being generated for the teachers attended in PARFOR
and for being based on the relational aspect between the teacher and the student. In this
demand, it is noted that the emergence of remote teaching has brought out formative
weaknesses in teachers, thus emerging the great challenge, configured in moving from the face-
to-face system to the virtual modus operandi.
KEYWORDS
: Remote teaching. Evaluation. Education. Technologies. Virtual.
Introdução
A demanda acadêmica manifesta a necessidade de se conhecer a origem das tecnologias
educacionais, o modo como emergiram no tempo histórico-filosófico da ideia de novas
metodologias de ensino, para atingirem resultados que, realmente, transportem influxos
positivos à sociedade para a procura do conhecimento científico, em ultrapasse à empiria.
Será uma busca da compreensão dos fenômenos que subsidiam as práticas de formações
docentes na profissão de pedagogos na última década, pois não há fenômenos simples, uma vez
que o fenômeno é um tecido de relações.
Não há natureza simples, tampouco simples substância. Esta conforma uma
contextura de atributos [...] as ideias simples são hipóteses de trabalho,
conceitos laborais, que deverão ser revisados para receber seu justo papel
epistemológico (BACHELARD, 1968, p. 130).
image/svg+xml
A percepção dos docentes do PARFOR sobre a aprendizagem no ensino remoto: Avaliação do uso das tecnologias
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 3
Neste ensaio, optou-se por uma metodologia utilizada nas Ciências Sociais, constituída
pelo diálogo de quatro polos, que conversam entre si, em tempo que permite se cuidar da
investigação sob a égide das abordagens: epistemológica ou a origem do sujeito da pesquisa; a
teórica ou o que fundamenta o Programa em estudo; a morfológica ou modelos que embasaram
a investigação e produção do conhecimento e técnicas que retratam a busca de campo e os dados
coletados mediante uma estratégica de levantamento destas (DE BRUYNE; HERMAN;
SCHOUTHEETE, 1977), o que será possível perceber no polo morfológico mais adiante.
A
compreensão acerca do nível epistemológico define o arcabouço científico. O polo exerce
função de vigilância crítica. À extensão de toda a pesquisa, ele foi a garantia da objetivação –
isto é, da produção – do objeto científico, da explicitação das conjunções de problemas da
pesquisa (DE BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEETE, 1977).
Nesta perspectiva, é relevante proceder-se a um estudo investigativo para conhecer as
dificuldades inerentes a todo o processo, principalmente no ensino remoto vivido pelos
professores. Então, salienta-se o quão importante foi investigar para responder às indagações:
quais as percepções que os docentes do PARFOR tiveram sobre a emergência da adaptação ao
ensino remoto? Que aspectos de sua prática, na relação professor aluno e do ponto de vista dos
sentidos dados aos seus saberes prévios em relação às tecnologias, foram evidenciados?
Este escrito exprime três pressupostos que nortearam o trabalho, relatados na sequência.
1. O ensino remoto é uma modalidade aberta e em formulação, que provoca a reflexão
sobre os desenhos instrucionais embasados nos modelos industriais, em que
o foco é o
desenvolvimento de aptidões (memorização, aplicação do conhecimento).
2. Os saberes docentes foram desafiados, sob o prisma do letramento digital, ante o
isolamento social.
3. O ensino remoto exigiu um incremento no letramento digital dos professores,
repercutindo nos modos pelos quais buscaram formação para compensar essas carências.
Esta demanda (de caráter universitário) tem por escopo identificar a percepção dos
docentes do PARFOR sobre o ensino remoto, com suporte na aplicação das tecnologias,
estudando as bases epistemológicas dos modelos e concepções da avaliação no emprego das
Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) na educação; contextualizar as
características do uso de tecnologias digitais educacionais e saberes docentes; e discutir avanços
e dificuldades dos professores quanto à aprendizagem e à avaliação no ensino remoto.
Este experimento intenta contribuir durante extenso transcurso que se vive, sob a
pandemia do Covid-19, um cenário impossível de ser previsto, porém os espaços de pesquisa
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
4
estão buscando compreender aspectos de enfrentamento destas circunstâncias no âmbito
educacional, o que possibilitou estudar o Plano Nacional de Formação dos Professores da
Educação Básica - Curso de Licenciatura em Pedagogia (PARFOR). Segundo a Proposta
Pedagógica, o PARFOR é um dos programas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES), que objetiva induzir e fomentar a oferta de educação superior,
gratuita e de qualidade, para professores em exercício na rede pública de educação básica, para
que estes profissionais obtenham a formação exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – LDB e contribuam para a melhoria da qualidade da educação básica no País.
Polo epistemológico
Inicia-se da indagação norteadora da pesquisa, que busca avaliar as ferramentas
tecnológicas e o ensino remoto para os professores do PARFOR, usando a compreensão do
racionalismo aplicado, defendido por Gaston Bachelard (1884-1962), filósofo, ensaísta e poeta
francês.
[...] a ciência postula comumente uma realidade. De nosso ponto de vista, esta
realidade apresenta no seu aspecto desconhecido, inesgotável, um caráter
eminentemente próprio que suscita uma busca sem fim. Todo seu ser reside
numa resistência ao conhecimento. Nós tomamos, portanto, como postulado
da nossa epistemologia, o inacabamento fundamental do conhecimento
(BACHELARD, 2004, p. 13).
O polo epistemológico tem relevância como provedor de informações que embasam
toda a pesquisa e os seus achados, ou melhor, atuam de maneira vigilante e crítica além do
positivismo comteano que durante muitos anos defendeu que o resultado de uma busca pelo
conhecimento se finda nela própria, o que para Bachelard (1968), o conhecimento deve se
pautar na evolução e nas possibilidades de construção ou repensar para um novo conhecimento,
uma nova forma de olhar e compreender o objeto que se investiga, a ação científica. Verifica-
se que o realismo e o racionalismo trocam sem fim seus conselhos. Nem um nem o outro,
isoladamente, bastam para constituir a prova científica. No reino das Ciências Físicas, não há
lugar para uma intuição do fenômeno que designaria de uma só vez os fundamentos do real;
tampouco para uma convicção racional – absoluta e definitiva – que imporia categorias
fundamentais a nossos métodos de pesquisas experimentais.
Neste artigo, foi estabelecida uma ponte com a epistemologia bachelardiana, pois o
próprio conceito revela o quão necessário é a reflexão inerente à origem e à evolução dos fatos.
A função da epistemologia sustenta-se nas condições de objetivação dos conhecimentos
image/svg+xml
A percepção dos docentes do PARFOR sobre a aprendizagem no ensino remoto: Avaliação do uso das tecnologias
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 5
científicos. Além disso, compreende os modos de observação e de experimentação,
examinando, igualmente, as relações que as ciências estabelecem entre as teorias e os fatos (DE
BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEETE, 1977).
Neste polo ficou estabelecido o diálogo de Gaston Bachelard, nascido em 27 de junho
de 1884, na França campesina, e falecido em 16 de outubro de 1962, em Paris, cosmopolita e
industrializada. Filósofo e ensaísta, nasceu em Bar-sur-Aube no seio de uma modesta família.
Doutor em Filosofia em 1927, com a tese intitulada “Ensaio sobre o conhecimento aproximado
e estudo sobre a evolução de um problema da física”, tornou-se reconhecido pelo meio
acadêmico e, posteriormente, foi premiado como o marco do novo espírito científico.
Portanto, neste estudo, o novo espírito científico emerge na condição de que a avaliação
é uma possibilidade de constituir novas perspectivas, e isso foi possível ao se investigar uma
situação ocorrida em meio a uma realidade pandêmica, diferentemente da experiência comum,
em um Programa de Formação de Professores (PARFOR), reverberando a importância da
evolução do saber científico, como se reinventar, o que se perceberá nas análises do polo
técnico.
As concepções continuístas da história das ciências são criticadas por Bachelard,
introduzindo a categoria de “ruptura” para assinalar a dupla descontinuidade – histórica e
epistemológica – que nela se verifica. A contínua retificação dos conhecimentos anteriores é a
chave de todo o progresso científico. A ciência não é um conhecimento absoluto, nem rigoroso,
mas apenas cada vez mais aproximado do sentido profundo da natureza. O progresso científico
é ocorrente de maneiras sucessivas de rupturas, como as observadas durante este estudo do
Programa no Ceará.
Conforme leciona Lima (2005, p. 37)
[...] a epistemologia de Bachelard é um racionalismo dialético que se serve da
razão e da técnica, denominado de ‘racionalismo aplicado’ e que não deve ser
utilizado em generalidades, mas sim em partes limitadas de experiência
(nacionalismo regional), para daí extrair suas aplicações.
Por fim, a epistemologia tenta estabelecer o diálogo entre prática e prática, prática e
teoria, teoria e teoria, como forma de confrontar ou associar o conhecimento formulado no
trabalho aqui expresso. Consta a conotação reflexiva de sempre questionar o que está posto e
de tentar explicações ou não do que se observou quanto aos modelos de educação tecnológica
no âmbito da avaliação educacional, descritos mais adiante nos demais polos, na qual foram
observados alguns obstáculos epistemológicos ao enfrentar o sujeito desta pesquisa que fora
concebido para sua execução de forma presencial, pois esta, abruptamente, foi necessária ser
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
6
substituída pelo ensino remoto, este denominado de PARFOR, cuja pesquisa foi arrimada no
desafio de coleta
online,
sendo passível de empecilhos e adversidades ou
[...] causas da inércia, as quais são também denominadas de “obstáculos
epistemológicos [...] o ato de conhecer, dá-se contra um conhecimento
anterior, destruindo conhecimentos mal estabelecidos, superando o que, no
próprio espírito, é obstáculo à espiritualização (BACHELARD, 1996, p. 17).
Tais considerações reforçam a necessidade do pesquisador de refletir continuamente
sobre sua prática no decorrer da investigação científica, ressalvando que, para o “[...] espírito
científico, todo o conhecimento é resposta a uma pergunta. Se não há perguntas, não pode haver
conhecimento científico. Nada é evidente. Nada é gratuito. Tudo é construído” (BACHELARD,
1996, p. 18).
Consoante alcança Maciel (2009), em sua dissertação de mestrado, ao investigar os
modelos de avaliações de organizações de aprendizagem do Sistema “S”, um dos grandes
desafios lançados ao pensamento e à educação nestes últimos séculos é a contradição entre os
dois pensamentos. De um lado, pensamentos cada vez mais globais, interdependentes e
planetários e, de outra parte, a persistência de um modo de conhecimento que ainda privilegia
os saberes fragmentados, parcelados e compartimentados, proporcionando o surgimento da
necessidade e da urgência de promoção do desenvolvimento, no ensino e na pesquisa, de um
espírito propriamente transdisciplinar ou, pelo menos, de valorização dos conhecimentos
interdisciplinares para uma reforma do pensamento e da educação, neste caso para uma drástica
mudança quanto aos aspectos metodológicos de viabilização do ensino na modalidade
presencial para o ensino 100% remoto. De tal sorte, o que antes parecia bem distante de
acontecer na educação, tornou-se realidade e uma opção importante, e, em muitos casos, a única
possibilidade de a educação chegar aos alunos.
Atualmente, há um interesse crescente pelo ensino remoto, dentro dos vieses da
educação tecnológica, e com ela o grande desafio de avaliar seus resultados e influxos,
motivado por diversas razões, entre as quais as que se vinculam a uma análise pedagógica e à
redefinição de uma estratégia educacional, pois o fato de a formação de pedagogos no PARFOR
ser no modelo remoto remete a que se examine mais amiúde sobre os choques desse formato,
buscando conhecer sobre isto com os conhecimentos publicados por diversos autores
comentados no polo teórico.
image/svg+xml
A percepção dos docentes do PARFOR sobre a aprendizagem no ensino remoto: Avaliação do uso das tecnologias
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 7
Polo Teórico
Dados os termos que compõem o polo epistemológico, cuida-se agora do polo teórico,
correspondente à instância metodológica em que as hipóteses se organizam e em que os
conceitos se definem. Para Lessard-Hébert
et al.
(2005), é a esfera da formulação sistemática
dos objetos científicos. Este polo propõe regras de interpretação dos fatos, de especificação e
de definição das soluções provisoriamente dadas às problemáticas.
Desse modo, faz-se relevante discorrer-se acerca das abordagens pedagógicas da
educação com tecnologias. Conforme Aranha (2006), ainda na Idade Média, o movimento da
educação se constituiu em duas abordagens, sendo uma como educação patrística, cuja filosofia
estava contida nos trabalhos dos Padres da Igreja, de onde se originou o nome, iniciando-se no
período decadente do Império Romano, no séc. III, e a retomada da Filosofia platônica,
fundamentada na necessidade da criação de uma rigorosa ética moral, do controle racional das
paixões e a predileção pelo suprassensível.
Como na Idade Média, a “[...] meta da educação continuava a mesma da estabelecida
na Antiguidade, ou seja, a formação humana e a preparação de funcionários capacitados para a
administração do Estado” (ARANHA, 2006, p. 104), mas desenvolvia-se o incentivo para o
incremento de práticas por artes e ofícios, surgindo, assim, as profissões. Já o significado de
profissão vai mais além, “[...]
profitere
indica o compromisso (professar) do indivíduo com
relação ao pacto social, isto é, com relação a sua atividade específica, na vida comunitária ou
papel do indivíduo no grupo”
(LIMA, 1983, p. 9).
O conceito de tecnologia é bem mais amplo do que se imagina, percebido na obra de
Pinto (2005, p. 137-138), que define a técnica como
techne
oriunda do latim (
sic
) pelo termo
ars
, é o conceito do trabalho sem a matéria; ou seja, na perspectiva desta pesquisa, será
embasada como, ainda, “[...] a técnica é o movimento dos instrumentos empregados, e este
movimento contém o princípio da arte (técnica). A técnica é, pois, o ponto de partida (ou o
princípio,
arquê)
e a forma do produto”.
Vale o destaque de que a óptica da avaliação da aprendizagem com o uso de tecnologias,
em suas diversas definições, contempla, de acordo com Panerai e Mohr (1989), as repercussões
das tecnologias nos seus distintos níveis e o grau de planejamento dessas repercussões, com
destaque para a natureza benéfica ou adversa das suas consequências. Ammenwerth
et al.
(2003) destacam a noção de que, no terreno das TDIC, ademais do seu caráter político, a
avaliação não deve ser restrita somente à tecnologia, mas há de abranger a interação entre estas
e os usuários no processamento da informação dentro de um dado contexto socioambiental,
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
8
pois essa interação determina como ocorre a incorporação das tecnologias aos processos de
avaliação.
No que diz respeito às tecnologias educacionais, Almenara (1998) salienta que a sua
avaliação, assim como as TDIC, denota um caráter processual que envolve a tomada de decisões
progressivas acerca da determinação do objeto a ser avaliado, a temporalização, a especificação
dos motivos e das necessidades e a determinação das técnicas e estratégias a serem empregadas,
bem como a sua execução e concretização em um produto.
Na aplicação das tecnologias educacionais, é importante discorrer sobre os saberes
docentes. Na compreensão de Bombassaro (1992), a ideia de saber indica: ser capaz de
compreender, dominar uma técnica, poder manusear, poder compreender, remetendo-o ao
mundo prático que, além de ser condição de possibilidade de qualquer noção, é também o lugar
efetivo em que a noção é ser produzida. O docente é um profissional que detém saberes de
variadas matrizes sobre a educação e sua principal função é educar crianças, jovens e adultos.
O saber profissional dos docentes orienta sua atividade em uma multiplicidade de funções que
atuam em diversificadas circunstâncias, portanto, precisando agir de maneira diferenciada,
mobilizando distintas teorias, metodologias e habilidades.
Em relação aos docentes, segundo Tardif, Lessard e Lahaye (1991, p. 218) nos mostram,
“[...] com os saberes não se reduz a uma função de transmissão dos conhecimentos já
constituídos, (pois) sua prática integra diferentes saberes, com os quais o corpo docente mantém
diferentes relações”. Para dar conta dos objetivos traçados, os professores comumente utilizam:
os saberes das disciplinas, os saberes curriculares, os saberes da formação profissional e os
saberes da experiência. Desse modo, essa mescla de saberes constitui, possivelmente, o que é
necessário saber para ensinar, segundo os autores.
Outro ponto a destacar refere-se às competências tecnológicas, pois a atividade docente,
com o advento e incremento das novas tecnologias digitais na educação, em especial as TIC, é
desafiada a superar a presencialidade como território de atuação e assumir posições mais
propositivas e mediadoras. Tecnologias complexas e simples são parte desse novo parâmetro
de atuação que precisam ser apropriadas (RABARDEL, 1995) e compreendidas na percepção
da ação do sujeito sobre elas, a fim de desenvolver novas perspectivas, outros esquemas de
atuação e de interação com outros meios (BITTAR, 2011).
Já sob a recente situação de isolamento social em consequência da pandemia de Covid-
19, que impôs mudanças nos formatos de realização de várias atividades humanas, dentre elas
a educação - tendo sido adotado no país o ensino remoto (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO,
image/svg+xml
A percepção dos docentes do PARFOR sobre a aprendizagem no ensino remoto: Avaliação do uso das tecnologias
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 9
2020), estudos orientam a criação de desenhos instrucionais que levem em conta, não apenas,
o modo de realização das atividades, como também as características formativas do professor.
Assim, apontam Garcia
et al.
(2020) critérios para a autoavaliação do professor acerca de suas
competências digitais, compreendendo a organização didática - com a apresentação de
conteúdo, a definição dos objetivos de aprendizagem e a proposta de atividades de avaliação –
e as competências digitais, entendidas pelos autores como habilidades e atitudes, a saber:
comunicação síncrona, ou assíncrona, com o aluno, uso mais acentuado dos recursos
tecnológicos e o planejamento e a gestão do tempo.
Em sequência à pesquisa das competências pedagógicas, muito se produziu sobre as
competências de aprendizagem dos discentes, porém, pouca coisa encontra-se sobre as
competências do docente universitário, especificamente a respeito das competências
pedagógicas. Assim,
Há a necessidade de forjarmos uma acepção especializada de competência em
educação e em formação de professores, em torno da qual os investigadores
possam convergir para intervenções mais consistentes dos profissionais
(ESTEVES, 2009, p. 37).
Goergen (1998) destaca quatro competências fundamentais do educador para o
complexo cenário da educação na atualidade: i) competência para lidar com o provisório, o
erro, a ilusão, pois a educação do futuro deve reconhecer o princípio da incerteza, da
historicidade e, portanto, manter aberta a perspectiva crítica e autocrítica; ii) competência
rejuntiva, que promove a inteligência geral e complexa, capaz de perceber o todo dimensional
para nele compreender o sentido e qualidade do parcial; iii) competência comunicativa, pois
constituir-se como indivíduo requer um processo de hominização, de inserção na cultura, no
espaço da
pólis
,
locus
comum, público; iv) competência sensitiva e ecológica, para se
reencontrar as faces perdidas do humano, do sensível, do lúdico, do imaginário, do poético.
In hoc sensu,
“[...] a profissão docente pode ser entendida como uma profissão
complexa, que é aquela em que os profissionais devem enfrentar o desconhecido e a mudança
permanente” (LE BOTERF, 2003, p. 58). Assim, a competência profissional utiliza, integra,
mobiliza conhecimento para enfrentar um conjunto de situações complexas.
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
10
Polo Morfológico
A pandemia de Covid-19 transportou, como um dos muitos desafios à educação no
mundo inteiro dada a condição de isolamento social, a adequação da relação de ensino e
aprendizagem da estrutura de ensino presencial para o modo virtual, com todas as suas
peculiaridades. No Brasil, a Lei 14.040, de 18 de agosto de 2020, estabeleceu normas
educacionais a serem adotadas pelas instituições e, no que tange ao Ensino Superior, o
desenvolvimento de “[...] atividades pedagógicas não presenciais vinculadas aos conteúdos
curriculares de cada curso, por meio do uso de tecnologias da informação e comunicação, para
fins de integralização da respectiva carga horária exigida” (BRASIL, 2020).
Compreende-se que o ensino remoto é uma adequação temporária para dar continuidade
às atividades educacionais, que usa os recursos disponíveis, inclusive os virtuais, para essa
manutenção. Garcia
et al.
(2020) apontam como característica dessa adequação a adaptação de
recursos digitais para a comunicação de aulas e atividades, bem como de inserção de práticas
inovadoras, às quais as autoras atrelam as competências do professor. Conforma um saber-
fazer, que, para Tardif (2014), se relaciona às constituições de sua prática profissional e que,
em termos de desenvolvimento de uma cultura digital, constitui-se como uma apropriação dos
saberes sobre os artefatos para seu emprego pedagógico (RABARDEL, 1995), já que “A
variabilidade dos recursos e das estratégias bem como das práticas é definida a partir da
familiaridade e da habilidade do professor em adotar tais recursos” (GARCIA
et al.
, 2020, p.
5).
Moran (2012) aponta como características formativas do professor a capacidade de
adequar as habilidades necessárias à aprendizagem com a mediação das tecnologias. São
inventariadas duas competências - pedagógica e técnica - a serem desenvolvidas pelo professor.
Exprime-se que a dimensão técnica está na apropriação das tecnologias digitais, a fim de
desenvolver sua atividade pedagógica com a necessária competência, superando o
conhecimento instrumental. Garcia
et al.
(2020) ressaltam que os desafios do ensino remoto são
os mesmos do ensino presencial do ponto de vista didático. Assim, oferecem uma organização
didática cuja disposição é descrita no Quadro 1.
image/svg+xml
A percepção dos docentes do PARFOR sobre a aprendizagem no ensino remoto: Avaliação do uso das tecnologias
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 11
Quadro 1 –
Organização didática para o professor no ensino remoto
Apresentar o
conteúdo:
Indicação e disponibilização do assunto a ser abordado na aula, de forma
clara e objetiva,
podendo ser a adotada a metodologia de tópicos seguidos de orações curtas descrevendo
o assunto.
Definir objetivos
da
aprendizagem:
Indicação, seguida de descrição de quais os conhecimentos, habilidades e atitudes o
aluno deverá desenvolver como resultado da aprendizagem.
Propor
atividades de
avaliação:
Definição, informação e esclarecimentos aos alunos quanto às formas e métodos de
acompanhamento da aprendizagem.
Avaliação em
processo:
Envolve o acompanhamento do
progresso do aluno durante a etapa de apresentação do
tema e seus conteúdos. Essa etapa corresponde às fases de aquisição e retenção da
aprendizagem. A análise do desempenho da aprendizagem em processo busca identificar
os saberes construídos, considerando aqueles de domínio cognitivo [conhecimento,
compreensão, avaliação e análise] e procedimental [aplicação e síntese], portanto,
referente aos objetivos específicos.
Avaliação de
resultado:
Consiste na verificação da aprendizagem ao final da apresentação d
o tema ou da unidade
de estudo, cujo prazo é definido pelo professor ou segundo o regulamento da UFRN.
Essa avaliação é aplicada atendendo os objetivos propostos para domínio a partir do tema
ou da unidade de estudos com forte apelo aos objetivos gerais [macrocompetências].
Fonte: Dados da pesquisa. Elaborado pelos autores, com suporte em Garcia
et al
. (2020)
Percebe-se que, para adequar a didática aos recursos digitais, são necessários
conhecimentos sobre os dispositivos disponíveis para mediar a relação com os alunos -
competência técnica - bem como sua adequação às finalidades didáticas - competência
pedagógica - passando pelo conhecimento desses recursos pelo professor, bem como de uma
vivência para a qual, em sua maioria, não faz parte de sua cultura educacional, segundo o
(COMITÊ GESTOR DE INTERNET NO BRASIL, 2018). A cultura docente é resultado da
convivência, das repetições e consolidações advindas das experiências da prática (TARDIF,
2014), que requer convivência, exploração, superação dos distanciamentos (MORAN, 2012),
sendo este um dos aspectos da apropriação tecnológica, onde a reciprocidade nas
transformações que decorrem dos intercâmbios de sujeito com artefato, no campo da educação
com tecnologias (RABARDEL, 1995). Nesses
locis,
Garcia
et al.
(2020) reúnem habilidades
para o professor atuar no ensino remoto: comunicação com o aluno, uso mais acentuado dos
recursos e gestão do tempo. Para situar o professor no âmbito da sua cultura digital, foram
criadas questões autoavaliativas para cada habilidade, como divisado no Quadro 2.
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
12
Quadro 2 –
Questões autoavaliativas em função das competências digitais dos professores
para o ensino remoto
Competências
Questões para autoavaliação
Comunicação
com os alunos
Quais são os meios que você poderia
utilizar para se comunicar com seus alunos:
Redes sociais?
WhatsApp
,
Telegram
?
E
-
maiil
? Outros:
Uso mais
acentuado de
recursos e
ferramentas
digitais
Em relação às habilidades identifique aquelas que são do seu campo de domínio:
a. Você já utiliza estratégias, recursos ou ferramentas digitais?
b. Você já domina com facilidade recursos digitais, tecnológicos e plataformas de ensino
e avaliação?
c. O que você precisa aprender para utilizá-los no ensino remoto?
Planejamento da
gestão do tempo
Para fazer a gestão do tempo a partir do ensino remoto, em que nível de competência
você se encontra?
●
Aprendizagem: precisa de auxílio para dominar a tecnologia
●
Familiarização: conhece, mas não tem prática
●
Adaptação: domina a tecnologia e as ferramentas usando periodicamente, mas precisa
identificar quais as que melhor se adaptarão à realidade atual da sua prática pedagógica
●
Inovação: tem competência adequada para aplicar, na situação atual, práticas eficazes
e eficientes de modo a atender os alunos remotamente.
Fonte: Dados da pesquisa. Garcia
et al
. (2020)
Infere-se que há uma lacuna formativa em relação aos saberes docentes referentes à
apropriação tecnológica, que, em se tratando de professores formadores, a repercussão na
formação inicial destes replica nas modelagens tradicionais do ensino. O ensino remoto
demanda habilidades a serem desenvolvidas pelos professores em função de suas atividades e
das realidades da relação professor-aluno no meio virtual. Comunicação com o aluno, uso mais
acentuado dos recursos e planejamento, no que se refere ao tempo são as competências
constituintes da proposta de
design
de Garcia
et al.
(2020). Este modelo de análise das
competências do professor diante do ensino remoto foi utilizado neste trabalho com a finalidade
de instruir a pesquisa feita com os professores do PARFOR. Justifica-se esse emprego tanto
pela abrangência e pertinência do modelo quanto por sua finalidade original: orientar a
elaboração dos planos de curso e atividades remotas da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, já no contexto da pandemia e em consequência das experiências avaliadas em 2020.
A passagem, aligeirada, do modo presencial ao remoto desvelou as carências formativas
dos professores, mas não posicionou suas percepções acerca das mudanças impostas, das
viabilidades estruturais e pedagógicas nem das bases epistemológicas para a continuidade das
atividades educativas. Na reflexão de Tardif (2014), a profissão docente é inserta nos saberes
constituídos por meio da aprendizagem formal, da convivência com os pares e na validação das
estratégias pedagógicas mediante a prática educativa. O professor assume uma pedagogia - uma
teoria de ensino-aprendizagem – no âmbito de uma atividade relacional. Ensinar compreende
image/svg+xml
A percepção dos docentes do PARFOR sobre a aprendizagem no ensino remoto: Avaliação do uso das tecnologias
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 13
“[...] desencadear um conjunto de interações com um grupo de alunos a fim de atingir
determinados objetivos educativos, relativos à aprendizagem de conhecimentos e à
socialização” (TARDIF, 2014, p. 118). A pertinência ou não de uma estratégia, prática
inovadora ou de tecnologia digitais baseia-se nessa experiência relacional. Portanto, depende
do tempo. Aqui vale questionar o quanto a emergência do ensino remoto desequilibrou essa
relação e como suas implicações foram percebidas pelos docentes.
Considerando as peculiaridades do modelo de avaliação de competências digitais do
professor, nota-se que não devem ser tratadas como exigências para o exercício da atividade
docente, mas proficiências desejáveis e, agora, desde a experiência/urgência do ensino remoto,
necessárias numa perspectiva do estabelecimento de uma fluência digital (TAROUCO, 2019).
Nesse sentido, propôs-se um questionário com vistas a captar percepções dos professores acerca
de sua experiência com o ensino remoto, no ano letivo de 2020, período de grandes mudanças
e adaptações, mais especificamente sob os aspectos da comunicação - síncrona ou assíncrona -
com o aluno, uso mais acentuado dos recursos tecnológicos e o planejamento e gestão do tempo
(GARCIA
et al.,
2020). O instrumento de busca dos dados foi seccionado para melhor orientar
os respondentes acerca do que requisitava saber. O Quadro 3 ilustra essa distribuição.
Quadro 3 –
Distribuição dos contextos do instrumento de busca de dados de acordo com os
parâmetros do modelo de Garcia
et al.
(2020).
Grupo temático
Objetivos das questões
Relação de adaptação e gestão do
tempo dedicado ao trabalho
Conhecer as percepções dos professores sobre as adaptações
realizadas para o ensino remoto e sua relação com a comunicação
na relação professor-aluno, sobre as adequações para a preparação
de aulas, atividades e conteúdos e o esforço dispendido diante de
seu nível de letramento digital, adaptações pessoais e repercussões
da experiência do uso de tecnologias no ensi
no remoto.
Relação entre os conhecimentos
prévios e os recursos digitais na
comunicação com os alunos
Conhecer as percepções dos professores sobre seu nível de
letramento digital e o acompanhamento dos alunos em suas
atividades e na elaboração de atividades avaliativas.
Relação com os recursos disponíveis
para o ensino remoto
Conhecer as percepções dos professores sobre os recursos
disponíveis (físicos e virtuais), os modos de acesso, o
acompanhamento dos alunos e a comunicação com os alunos.
Relação entre sua experiência no
ensino remoto e a formação de
professores.
Conhecer as percepções dos professores sobre aspectos de sua
experiência nas adaptações às atividades remotas na perspectiva da
composição de seus saberes docentes.
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
14
Relação com as perspectivas acerca
da inserção das tecnologias como
meio de interação a partir da
experiência com o ensino remoto.
Conhecer as percepções dos professores sobre implicações das
tecnologias usadas no ensino remoto na relação professor-aluno.
Fonte: Dados da pesquisa (2021)
O questionário foi composto com itens de múltipla escolha, escala linear de 5 pontos e
listas suspensas. Esse instrumento busca - além de informações - ideias, sentimentos planos e
crenças, entre outros conhecimentos, embora também aporte até estes por via de observações,
experimentos, documentos e outras interações. Sendo o questionário um conjunto de perguntas
que busca dados para uma análise posterior, os modos de expressá-las devem primar pela
viabilidade de obter as respostas (GÜNTER, 2003). Ainda sobre a viabilidade de obter as
respostas, é importante que o instrumento, sem a participação do entrevistador/aplicador,
estabeleça confiança, minimize os custos para o respondente e ofereça recompensas.
Essa busca pela “simpatia” no instrumento fez-se mais do que necessária nesse período,
quando o virtual se tornou ambiente constante de interação. Obedeceu-se, por conseguinte, a
elaboração, buscando aumentar as recompensas, “[...] fazendo o próprio questionário
interessante de preencher, adicionando perguntas que despertam interesse e aumentando a
confiança” (DILLMAN, 1991, p. 223). Nesse sentido, as questões foram tecidas buscando
atender às recomendações propostas por Dillman (1991) acerca da empatia: demonstrando
consideração, apoiando seus valores, oferecendo um sinal de apreciação e na demanda de
reduzir o esforço físico e mental do respondente.
Adequando-se aos objetivos da pesquisa, de conhecer as percepções dos professores
acerca de sua experiência na adequação de suas atividades do modo presencial para o remoto,
em decorrência do isolamento social imposto pela Covid-19, buscou-se tratar os dados com
amparo na modelagem ARCS (KELLER, 1987). É um modelo de avaliação de motivação
baseado na percepção do usuário sobre a capacidade de mantença da atenção, da relevância dos
conteúdos oferecidos, da confiança no sucesso como resultado das atividades de aprendizagem
e da satisfação sobre a aprendizagem. Essas categorias servem de parâmetro para o desenho
instrucional de um curso ou planejamento de atividades escolares pelos professores.
O Quadro
4 demonstra suas categorias e procede a breve descrição dos critérios de motivação.
image/svg+xml
A percepção dos docentes do PARFOR sobre a aprendizagem no ensino remoto: Avaliação do uso das tecnologias
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 15
Quadro 4 -
Categorias do modelo ARCS, Keller (1987)
Atenção
Promoção da participação ativa;
variabilidade; estímulos específicos
Relevância
Experiência; vantagem; utilidade futura; resposta a necessidades específicas
Confiança
Conhecimento dos objetivos de aprendizagem e expectativas de sucesso; pequenos níveis de
conhecimento, controle dos aprendentes sobre o conhecimento; pequenos níveis de
conhecimento feedback
Satisfação
Recompensas simples
-
verificar os benefícios da aprendizagem;
Fonte: Dados da pesquisa. Adaptado em Keller (1987)
Buscou-se,
ex expositis
, tratar os dados com base nas categorias de Keller (1987), tendo
como modelo as competências digitais dos professores para o ensino remoto de Garcia
et al.
(2020).
Polo Técnico
No polo técnico, do qual é segmento o processo metodológico, está o momento da
pesquisa em que se expõe o caminho traçado e percorrido na busca do saber científico, meio de
identificar como está configurada a pesquisa acadêmica que aborda as pesquisas sociais. A
metodologia utilizada foi de natureza qualitativa, pois se caracteriza pela abordagem
exploratória, seguida da análise dos conteúdos encontrados e analisados nos documentos do
Programa PARFOR.
A metodologia utilizada para a interpretação dos documentos foi a desenvolvida por
Bardin (2016), estruturada em três fases: pré-análise, exploração do material e tratamento dos
resultados. Estes também fizeram parte da inferência e da interpretação. Neste artigo, à medida
que a análise é expressa, nos polos constitutivos da metodologia quadripolar, estes polos
compõem o espaço metodológico quadripolar proposto por Bruyne, Herman e Schoutheete
(1977).
É preciso lembrar que, para aceder ao status de “fato”, os dados coletados devem ser
pertinentes a hipóteses teóricas precisas, ou seja, devem constituir a confirmação ou a
contraposição dessas hipóteses e, afinal, verificar ou falsificar os sistemas teóricos nos quais
essas hipóteses particulares se inserem. Assim,
[...] os fatos científicos são conquistados, construídos, constatados e sua
própria natureza é instrumentada pelas técnicas que os coletaram, tornada
significativa pelo sistema teórico que os produziu ou acolheu (BRUYNE;
HERMAN; SCHOUTHEETE
, 1977, p. 203).
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
16
Sob a realidade pandêmica, procedeu-se à coleta de informações considerada como
pesquisa de campo, por meio do formato
online
utilizando a Plataforma
Google
Education
em
seu
App
Google Form
s, possibilitando de uma maneira rápida abordar os 33 professores da
Licenciatura em Pedagogia do PARFOR, por meio dos
e-mails
e
WhatsApp,
por onde
receberam os
links
do questionário, haja vista a impossibilidade de contágio pela Covid-19.
Essa população retrata o recorte do PARFOR no Estado do Ceará. Nesta seção, exprimem-se
as respostas ao questionário aplicado aos professores sobre sua percepção acerca de sua
experiência com o ensino remoto.
Quanto ao primeiro grupo de questões que tratou a relação de adaptação e gestão do
tempo dedicado ao trabalho, questões 1, 2, 3 e 4, os respondentes apontam para considerável
demanda por atendimento aos alunos, com grande investimento de seu tempo pessoal. Embora
haja concordância nesse ponto, percentualmente, o grupo se divide quanto a perceber essa
mudança na dedicação do tempo como positiva. 54,5% entenderam que a comunicação com os
alunos foi incrementada, que foi possível interagir até melhor do que no modo presencial, porém
45,6%, apesar de terem essa rotina transformada, não viram como positiva essa situação.
No que concerne à gestão do tempo, o planejamento e preparação de aulas e atividades
foi considerado do ponto de vista das exigências sobre os conhecimentos prévios dos
professores e seu letramento digital. Para 24,2%, preparar atividades com os recursos digitais
foi desafiador. Já 27,3% recorreram a modalidades mais tradicionais de atividades e avaliação,
por considerarem insuficientes seus conhecimentos acerca das TIC para realizá-las de maneira
mais inovadora. Do mesmo modo, 30,3% tiveram dificuldade, quando só havia essa
possibilidade de interação com os alunos. Considerando ainda o acesso de professores e alunos,
18,2% sentiram-se frustrados em relação a essa preparação dos materiais. Daí se dessume a
noção de que o desafio posto para os professores requereu mais do que adaptação às exigências
das atividades com TIC no ensino remoto.
A terceira questão aponta para um redimensionamento do espaço domiciliar e a
percepção da necessidade de qualidade na interação com os alunos. 24, 2% indicam transtornos
e dificuldades em tratar o espaço doméstico como ambiente de trabalho. 12,1 % demonstram
preocupação com a qualidade das aulas em consequência do eventual barulho. A reorganização
da casa foi citada por 45,5%. Merecem destaque situações em que foi possível a conciliação,
no índice de 36,4% dos respondentes.
Por último, nesse grupo, a percepção da experiência do ensino remoto como
contribuição para sua formação trouxe alguns elementos que merecem destaque. Novos
image/svg+xml
A percepção dos docentes do PARFOR sobre a aprendizagem no ensino remoto: Avaliação do uso das tecnologias
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 17
horizontes profissionais com esteio nas competências desenvolvidas, 21,2%; percepção da
permanência das TDIC na atividade docente, implicando novas metodologias e atitudes, 24,2%;
a compreensão das contribuições das TDIC e de suas exigências para a melhor formação do
professor, 39,4%; e a preocupação com essa interferência na atividade docente, 24,2%.
O segundo grupo de questões tratou da relação entre os conhecimentos prévios e os
recursos digitais na comunicação com os alunos. Para 60,6 % dos respondentes, as habilidades
decorrentes de sua experiência no uso de aplicativos de comunicação facilitaram a interação
com os alunos na transição da modalidade de ensino. 15% dos respondentes acreditam que seus
conhecimentos prévios e os dispositivos digitais disponíveis contribuíram para um incremento
em suas atividades, integrando saberes e potencializando a comunicação com os alunos,
inclusive satisfatoriamente para 12,1% dos respondentes. Apesar disso, houve também
experiências que não surtiram bons efeitos. Para 18,2%, suas habilidades não foram suficientes
para manter a comunicação com os alunos em função de suas dúvidas e dificuldades.
No que é pertinente à avaliação, a interação com as ferramentas disponíveis foi
questionada e os resultados apontam para uma experiência exitosa para a maioria dos
respondentes. 51,5% confirmaram que as ferramentas disponíveis os ajudaram a avaliar o
desenvolvimento dos alunos; e a tirar dúvidas quanto aos conteúdos e procedimentos de
avaliação, 9,1%. Entre as dificuldades encontradas pelos demais respondentes, a falta de
familiaridade com as ferramentas foi empecilho para a realização das avaliações, 36,4%; e
consideraram a dificuldade de acesso aos conteúdos pelos alunos: 18,2%.
O terceiro grupo de questões buscou saber as aproximações e distanciamentos das
experiências dos professores quanto aos acessos e emprego dos recursos digitais para a
interação com os alunos, acompanhamento de suas atividades e avaliação. Acerca disso, os
respondentes apontam para uma grande contribuição dos recursos disponíveis para o acesso aos
recursos, embora concordem, em sua maioria, sobre a importância dos recursos disponíveis -
85,8% dos respondentes apontam sua precariedade e que pequena parte teve acesso aos
conteúdos disponibilizados. Por tal pretexto, se questionou sobre o acompanhamento dos alunos
e suas atividades. 69,7% dos respondentes discordam de que esse acompanhamento foi
comprometido no que tange à relação professor aluno. Ficaram 15,2% neutros e 15,1%
concordaram com essa afirmação. Isso se confirma no próximo item, onde 97% concordam
com a ideia de que a comunicação com os alunos foi essencial para o transcorrer da disciplina
que lecionam e continuidade dos estudos. Esse acompanhamento mostrou algumas limitações.
O acompanhamento dos alunos pelo retorno de suas atividades, com atrasos nas devolutivas,
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
18
por exemplo, 27,3%; dificuldades em avaliar pelo distanciamento dos alunos, 6,1%; e
dificuldades em dar
feedbacks
aos alunos acerca de suas aprendizagens, 12,1%. Apesar disso,
63,6% dos professores ainda conseguiram utilizar as ferramentas disponíveis para acompanhar
e avaliar os alunos.
O quarto grupo de questões procurou informações sobre formação do professor para
trabalhar com tecnologias digitais - formação inicial e/ou continuada - e a situação emergencial
do ensino remoto. Sobre os conhecimentos prévios 55,5% dos respondentes afirmaram que seus
conhecimentos prévios de informática os ajudaram a fazer a transição para o modo remoto,
enquanto 30,35% consideraram insuficientes para dar conta da nova situação. A isto se aditam
a formação inicial e a preparação para o trabalho, às quais os respondentes atribuem algumas
de suas dificuldades em pensar com as tecnologias para a elaboração e acompanhamento das
atividades dos alunos, inclusive em relação à adaptação à situação: 24,2%.
O último grupo de questões visou
saber quais
horizontes os professores percebiam ante
as experiências, exitosas ou não, com o ensino remoto. As mudanças decorrentes da pandemia
fizeram emergir elementos muito significativos acerca das maneiras pelas quais o sujeito
aprende. Isso foi percebido pelos professores, ao ponto de terem mudado bastante a sua
percepção sobre esse aspecto da aprendizagem dos alunos com as tecnologias: 65,6%. Parcerias
foram firmadas e houve mudanças nos relacionamentos com os alunos, inclusive na
aprendizagem em grupo, para 25%. Para 21,9%, as impressões permaneceram inalteradas.
Concernente à percepção que os professores tiveram de si mesmos em consequência das
mudanças em suas atividades provocadas pela pandemia, considerando que a composição dos
saberes docentes se dá na relação professor-aluno, embora a práxis não esteja desacompanhada
de um fundamento teórico – inclusive na perspectiva da atribuição de sentidos aos aspectos
apreendidos no contexto em que sua profissão se dá – a experiência de atuar no ensino remoto
foi, excepcionalmente, também formativa no sentido de aquisição de saberes. Nessa
perspectiva, para 30,3%, a transição para o ensino remoto veio acompanhada por grande esforço
de adaptação, mesmo que os respondentes tivessem algum contato com as TDIC. 21,2% já
usavam dispositivos digitais para as aulas. Para estes, a transição foi mais suave. Para quem
usava
kits
multimídia, houve também certa facilidade na adaptação, não sem esforço: 24,2%.
Finalmente, 24,2% vislumbram contribuições positivas para a educação.
Keller (1987) oferece em seu modelo instrucional elementos para considerar o quanto
uma atividade educativa mantém de motivação para o desenvolvimento da aprendizagem.
Nesse sentido, quanto mais a atividade conseguir manter a atenção, for relevante e vislumbrar
image/svg+xml
A percepção dos docentes do PARFOR sobre a aprendizagem no ensino remoto: Avaliação do uso das tecnologias
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 19
utilidade futura, gerar confiança sobre o que se sabe e em relação ao que se aprende e, por fim,
trouxer satisfação, como, por exemplo o prazer em aprender algo. Ao observar os resultados à
luz das categorias de Keller (1987), infere-se que as experiências impactaram e deslocaram os
professores do PARFOR de sua “zona de conforto”, implicando novas e necessárias atitudes
para recompor sua base formativa, a fim de cumprir com as atividades inerentes à profissão
docente.
In alia manu
, a adaptação à nova realidade transportou outro entendimento da relação
professor-aluno, revelando novas potencialidades da mediação tecnológica na aprendizagem e
no acompanhamento dos alunos. As limitações acerca das habilidades no uso de TDIC também
apontam para uma percepção dos limites formativos nos quais estes mesmos professores
formadores estão imersos. Merece destaque essa percepção por parte dos professores, já que
percebem no horizonte transformações práticas e didáticas com a inserção cada vez maior das
TDIC na atividade docente.
Nessa perspectiva, são expressas as categorias do modelo de Garcia
et al.
(2020) sobre
as competências docentes para o ensino remoto - a relação com os alunos, a gestão do tempo e
o uso mais acentuado dos recursos digitais. Percebe-se que, na situação de ação-reação à qual
os professores foram submetidos compulsoriamente, essas categorias emergem como um
problema formativo, de adaptação e de composição dos saberes da experiência.
Considerações complementares
A pesquisa propôs a análise das percepções dos docentes do PARFOR em relação à
experiência com o ensino remoto, demonstrando as dificuldades e avanços que os professores
do PARFOR encontraram no ensino remoto quanto ao uso de dispositivos digitais para o
ensino-aprendizagem.
No polo epistemológico, as impressões são relevantes e deu sentido aos dados da
pesquisa, a modalidade de concepção e aplicação para a coleta de dados e formulação das
informações à luz da história e evolução acerca da avaliação e da educação na métrica de
programas como PARFOR em “
pos-facto
”, pois o grande objetivo foi compreender o que
aconteceu neste momento pandêmico na execução do PARFOR no Ceará, porém a
compreensão do que houve até este momento de investigação concorreu para a plena concepção
do que a educação conta para não parar ante o inesperado.
No polo teórico, percebeu-se que a constituição dos saberes docentes se dá no campo
do trabalho onde os acontecimentos repercutem na formação do professor, como também na
formação bancária, sendo possível confrontar e redimensionar esses conhecimentos com as
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
20
realidades vivenciadas. Assim, a relação professor-aluno, as relações tecidas nos contextos da
cultura docente e os conhecimentos de sua formação específica são ordenados e reordenados,
dadas as circunstâncias e contextos de sua atuação.
A mediação das relações de aprendizagem com a inserção das TDIC provoca a mudança
atitudinal do professor, em razão das possibilidades de novas modalidades de atuação e de
metodologias para sua atividade. Passa-se a requerer, nesse contexto, proficiência no uso das
TDIC de modo a superar seu uso instrumental, em busca da formulação coletiva do
conhecimento, numa atuação mais propositiva e mediadora e, sob esse aspecto, proficiência
está mais conectada às competências para o tratamento dos recursos digitais nem um sentido de
transição do artefato – objeto com função predefinida – para instrumento – objeto com função
predefinida, cujas finalidades atendem às intenções e necessidades do sujeito – em
um processo
de apropriação. Para isso, é necessário o desenvolvimento de competências técnicas:
conhecimento dos dispositivos digitais, experiência de uso, capacidade de avaliar sua
usabilidade
e competências pedagógicas:
percepção e entendimento dos artefatos em função da
atuação docente para fins de aprendizagem, em
uma perspectiva de pensar-com, mais do que
pensar-sobre essas tecnologias,
o que, na análise procedida neste experimento acontece nas
vivências do professor.
No polo morfológico, observou-se que há grande esforço em traçar quais saberes e
conhecimentos qualificam o indivíduo acerca de seu nível de apropriação das tecnologias
digitais, em especial, para a finalidade educacional. Baseados em pesquisas bastante
abrangentes sobre a presença, a qualidade e o uso das tecnologias digitais, em geral, esses
modelos visam a superar o aspecto instrumental, mais ligado aos aspectos tecnicistas de uma
proposta pedagógica positivista, em busca de uma percepção que integre os conhecimentos
instrumentais, pedagógicos, sociais e éticos, mais ligados às experiências dos contextos
educativos. Esses modelos, além de traçar esses saberes, visam, também, a parametrizar
avaliações de nível de proficiência digital de professores, trabalhadores da educação e alunos,
a fim de gerar dados para instituições traçarem projetos formativos. Por outro lado, na natureza
desses modelos, é privilegiada a autoavaliação da pessoa acerca de seu nível de proficiência
segundo os padrões desses modelos, apontando também para a autoformação como uma
maneira de se aproximar – e, por que não, apropriar – das tecnologias digitais, de acordo com
sua curiosidade e percepção das necessidades.
Entre os modelos de medição dos níveis de proficiência digital, se destacam as
competências digitais para o professor no ensino remoto (GARCIA
et al
., 2020) e o modelo
image/svg+xml
A percepção dos docentes do PARFOR sobre a aprendizagem no ensino remoto: Avaliação do uso das tecnologias
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 21
(CIEB, 2019) para balizar o instrumento de pesquisa deste trabalho. Optou-se por trabalhar com
o modelo de Garcia
et al
. (2020), por ser gerado para os professores do ensino superior,
no
caso desta investigação, o PARFOR
e por basear-se no aspecto relacional entre professor e
aluno e na gestão o tempo de trabalho, pilares da formulação dos saberes docentes, assim como
no desenvolvimento das habilidades em usar os recursos digitais acentuadamente, o que
aproxima do conceito de apropriação em Rabardel (1995).
No polo técnico, a análise dos dados apontou para experiências diversificadas com as
convergências nas necessidades e dificuldades de adequação do espaço domiciliar para a
atividade remota, implicando mudanças radicais na gestão do tempo do professor; na percepção
de que maior interação com os alunos qualificou a atuação docente; na percepção das limitações
formativas e que implicaram dificultar a transição para o ensino remoto emergencial, trazendo
desgaste físico e emocional; na compreensão de que, após essa experiência de inserção massiva
das TDIC na educação, a atuação docente não mais vai se furtar à mediação das tecnologias
digitais.
Do ponto de vista das motivações para a aprendizagem de Keller (1978), percebeu-se
nas respostas ao questionário que, à medida que as relações entre alunos e professores foram
fortalecidas e apontaram para parcerias na aprendizagem, houve maior satisfação e mais
percepção de melhora na atuação docente. O entendimento da utilidade dos saberes da cultura
digital dos professores também foi outro elemento que influiu positivamente na satisfação com
as atividades e na motivação para a continuidade dos trabalhos, inclusive em acompanhamento
das ações. De outra parte, percebeu-se o maior cansaço e notou-se o desgaste na realização das
atividades, gestão do tempo e atendimento aos alunos quando a proximidade com o uso das
tecnologias foi menor. Principalmente ao se considerar, ainda, as dificuldades mais acentuadas
quanto aos recursos disponíveis para alunos e professores.
Com a pesquisa, observou-se que a emergência do ensino remoto fez aflorar fragilidades
formativas dos professores e o grande desafio que foi passar do modo presencial para o virtual
abruptamente. Cuidou-se, neste ensaio, da relação professor-aluno, do uso dos recursos digitais
e da gestão do tempo, porém as respostas ao questionário deixam transparecer o cansaço e a
dificuldade em se adaptar, por parte dos professores, independentemente do nível de
proficiência em uso das TDIC. A preocupação com o acompanhamento dos alunos também
evidenciou a necessidade que essa relação, muitas vezes difícil, precisa ser parceira,
principalmente na formulação dos saberes quanto ao melhor uso das TDIC e quanto aos modos
pelos quais os alunos aprendem. Nesse sentido, vislumbrou-se uma repercussão nas maneiras
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
22
de tratar o trabalho docente por parte dos alunos, que também são professores atuantes em suas
escolas.
Percebeu-se a necessidade de continuidade desta pesquisa em pontos importantes acerca
da docência mediada por tecnologias em relação ao apoio institucional, ao tratamento dos
conteúdos e possível redimensionamento curricular, estágio, bem assim a respeito da percepção
de si mesmos nas condições de alunos e professores, que nesse contexto correm em paralelo.
Enfim, aberta para a formulação do conhecimento, esta pesquisa aponta, haja vista os
resultados, para encaminhamentos futuros sobre a situação formativa dos docentes do
PARFOR, a saúde mental e a atividade docente com as tecnologias na situação de trabalho
remoto emergencial e sobre possíveis redimensionamentos dos tempos pedagógicos, com a
inserção mais intensificada das tecnologias.
REFERÊNCIAS
ALMENARA, J. C. Avaliar para melhorar: Meios e materiais de ensino.
In
: SANCHO, J. M.
(org.).
Para uma tecnologia educacional
. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
AMMENWERTH, E.
et al
. Evaluation of health information systems – problems and
challenges.
International Journal of Medical Informatics,
v. 71, n. 2-3, p. 125-135, 2003.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/14519405/. Acesso em: 15 jan. 2021.
ARANHA, M. L. A.
História da Educação e da Pedagogia:
Geral e Brasil. 3. ed. São Paulo:
Moderna, 2006.
BACHELARD, G.
O novo espírito científico.
Tradução: Juvenal Hahne Júnior. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 1968.
BACHELARD, G.
A formação do espírito científico
: Contribuição para uma psicanálise do
conhecimento.
Tradução: Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
BACHELARD, G.
Ensaio sobre o conhecimento aproximado
. Rio de Janeiro: Contraponto,
2004.
BARDIN, L.
Análise do conteúdo
. Tradução: Luís Antero Reto. São Paulo: Edições 70,
2016.
BITTAR, M. A abordagem instrumental para o estudo da integração da tecnologia na prática
pedagógica do professor de Matemática.
Educar em Revista
, n. 1, p. 157-171, 2011.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/er/a/XtVYn634Y95PPjHRBLQG4kp/abstract/?lang=pt. Acesso em:
10 mar. 2021.
BRASIL.
Lei n. 14.040, de 18 de agosto de 2020
. Estabelece normas educacionais
excepcionais a serem adotadas durante o estado de calamidade pública reconhecido pelo
image/svg+xml
A percepção dos docentes do PARFOR sobre a aprendizagem no ensino remoto: Avaliação do uso das tecnologias
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 23
Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020; e altera a Lei nº 11.947, de 16 de junho de
2009. Brasília, DF: Presidência da República, 2020. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14040.htm. Acesso em: 19
fev. 2021.
CIEB.
Competências para educadores e multiplicadores para uso de TIDCs
. Nota técnica
n. 8. São Paulo: Centro de Inovação para a Educação Brasileira, 2019.
COMITÊ GESTOR DE INTERNET NO BRASIL.
Pesquisa sobre o uso das tecnologias de
informação e comunicação nas escolas brasileiras
: TIC educação 2017. São Paulo: Núcleo
de Informação e Coordenação do Ponto Br, 2018. Disponível em:
https://www.cgi.br/media/docs/publicacoes/2/tic_edu_2017_livro_eletronico.pdf. Acesso em:
01 mar. 2019.
BOMBASSARO, L. C.
As fronteiras da epistemologia
: Como se produz o conhecimento. 2.
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1992.
DE BRUYNE, P.; HERMAN, J.; SCHOUTHEETE, M.
Dinâmica da pesquisa em ciências
sociais
: Os polos da prática metodológica. Tradução: Ruth Jojjily. Rio de Janeiro: F. Alves,
1977.
DILLMAN, D. A. The design and administration of surveys mail.
Annual Review of
Sociology
, v. 17, n. 1, p. 225-249, ago. 1991. Disponível em:
https://www.annualreviews.org/doi/abs/10.1146/annurev.so.17.080191.001301. Acesso em:
18 mar. 2021.
ESTEVES, M. Construção e desenvolvimento das competências profissionais dos
professores.
Sísifo:
Revista de Ciências da Educação
, v. 8, p. 33-44, jan./abr. 2009.
Disponível em: http://sisifo.ie.ulisboa.pt/index.php/sisifo/article/view/132/222. Acesso em: 20
mar. 2021.
GARCIA, T. C. M.
et al
.
Ensino Remoto Emergencial
: Proposta de
design
para organização
de aulas. Natal: SEDIS/UFRN, 2020. Disponível em:
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/29767. Acesso em: 18 mar. 2021.
GOERGEN, P. Ciência, sociedade e universidade.
Educação & Sociedade,
v. 19, n. 63, p. 1-
13, 1998. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/es/a/mnKFZpVw6hrfb3Jpd3kvR3H/?format=html. Acesso em: 10
ago. 2021.
GÜNTER, H.
Como elaborar um questionário
. Brasília, DF: UnB, Laboratório de
Psicologia Ambiental, 2003.
KELLER, J. M. Development and Use of the ARCS Model of Instructional Design.
Journal
of instructional development
, v. 10, n. 3, p. 1-10, 1987. Disponível em:
https://ocw.tudelft.nl/wp-content/uploads/Development-and-Use-of-the-ARCS-Model-of-
Instructional-Design.pdf. Acesso em: 18 mar. 2021.
LE BOTERF, G.
Desenvolvendo A Competência dos Profissionais
. 3. ed. Porto Alegre:
Penso, 2003.
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
24
LESSARD-HERBET, M.
et al
.
Investigação Qualitativa
. Fundamentos e Práticas. 5. ed.
Lisboa: Instituto Piaget, 2005.
LIMA, L. O.
Profissão e Educação
. São Paulo. Editora SENAC, 1983.
LIMA, M. A. M.
Autoavaliação e desenvolvimento institucional da Educação Superior
:
Projeto aplicado em cursos de Administração. Fortaleza: Edições UFC, 2005.
MACIEL, I. M. O.
Avaliação de programas de educação profissional
: Estudo em
organizações do sistema “S”. 2009. Dissertação (Mestre em Administração) – Universidade
Federal do Ceará, Fortaleza, 2009.
MORAN, J. M.
A educação que desejamos
: Novos desafios e como chegar lá. 5. ed.
Campinas: Papirus, 2012.
PANERAI, R. B.; MOHR, J. P.
Evaluación de Tecnologías en Salud
: Metodologías para
países en desarrollo. Washington: Organización Panamericana de la Salud, 1990.
PINTO, A. V.
O conceito de tecnologia
. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.
RABARDEL, P.
Les hommes et les technologies:
Approche cognitive des instruments
contemporains. Paris: Armand Colin, 1995. Disponível em: https://hal.archives-
ouvertes.fr/hal-01017462/document. Acesso em: 10 mar. 2021.
TARDIF, M.
Saberes docentes e formação profissional.
17. ed. Petropolis, RJ: Vozes,
2014.
TAROUCO, L. M. R. Competências Digitais dos Professores.
In
:
TIC EDUCAÇÃO 2018
:
Pesquisa Sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Escolas Brasileiras.
São Paulo: Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, 2019.
image/svg+xml
A percepção dos docentes do PARFOR sobre a aprendizagem no ensino remoto: Avaliação do uso das tecnologias
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 25
Como referenciar este artigo
LIMA, M. A. M.; MACIEL, I. M. O.; VASCONCELOS, S. O. S.; COELHO, N. S.; PEREIRA,
A. B. Q. A percepção dos docentes do parfor sobre a aprendizagem no Ensino Remoto:
Avaliação do uso das tecnologias.
Revista on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, 2022. e-ISSN:1519-9029. DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
Submetido em
: 17/02/2022
Revisões requeridas em
: 06/04/2022
Aprovado em
: 20/06/2022
Publicado em
: 31/03/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xml
The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching: Evaluation of the use of technologies
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 1
THE PERCEPTION OF PARFOR TEACHERS ABOUT LEARNING IN REMOTE
TEACHING: EVALUATION OF THE USE OF TECHNOLOGIES
A PERCEPÇÃO DOS DOCENTES DO PARFOR SOBRE A APRENDIZAGEM NO
ENSINO REMOTO: AVALIAÇÃO DO USO DAS TECNOLOGIAS
LA PERCEPCIÓN DE LOS PROFESORES DE PARFOR SOBRE EL APRENDIZAJE
EN EDUCACIÓN REMOTA: EVALUACIÓN DEL USO DE TECNOLOGÍAS
Marcos Antonio Martins LIMA
1
Ilana Maria de Oliveira MACIEL
2
Sandro Olímpio Silva VASCONCELOS
3
Nirleide Saraiva COELHO
4
Ana Bruna de Queiroz PEREIRA
5
ABSTRACT
:
This construct addresses the origin of educational technologies, how they
emerged in the historical-philosophical course of the conception of new teaching
methodologies, with a view to achieving results that positively influence society by seeking
scientific knowledge transposed to empirics. Thus, the research aims to identify the
perception of PARFOR teachers about remote teaching, based on the use of technologies. In
the experiment, the digital competencies for the teacher in remote teaching were adopted, by
means of the model of Garcia
et al
. (2020), for being generated for the teachers attended in
PARFOR and for being based on the relational aspect between the teacher and the student. In
this demand, it is noted that the emergence of remote teaching has brought out formative
weaknesses in teachers, thus emerging the great challenge, configured in moving from the
face-to-face system to the virtual modus operandi
KEYWORDS
: Remote teaching. Evaluation. Education. Technologies. Virtual.
1 Federal University of Ceará (UFC), Fortaleza – CE – Brazil. Associate Professor at the Department of
Fundamentals of Education. Post-Doctorate in Management (UFRN) and Doctorate in Education/Evaluation by
UFC. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5541-6220. E-mail: marcoslimaiag@gmail.com
2 Federal University of Ceará (UFC), Fortaleza – CE – Brazil. Doctoral student at the Graduate Program in
Brazilian Education (PPGE). CAPES Scholarship. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7246-0995. E-mail:
ilanam2015@gmail.com
3 Rio Grande do Norte State University (UERN), Mossoró – RN – Brazil. Master's in the Graduate Program in
Education (POSEDUC). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8067-722X. E-mail:
sandroosvasconcelos@gmail.com
4Federal University of Ceará
(UFC), Fortaleza – CE – Brazil. Accounting department. Professional Master's in
Economics (UFC). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8527-0031. E-mail: nirleide.saraiva@ufc.br
5Bahia State University (UNEB), Salvador – BA – Brazil. Lato Sensu Postgraduate Student in Digital
Education.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1041-4835. E-ma
il: anabruna3@gmail.com
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
2
RESUMO
: Este constructo aborda a origem das tecnologias educacionais, como emergiram
no decurso histórico-filosófico da concepção de novas metodologias de ensino, com vistas a
atingirem resultados que influenciem de maneira positiva a sociedade buscando
conhecimento científico transposto à empiria. Assim, a pesquisa tem como objetivo identificar
a percepção dos docentes do PARFOR sobre o ensino remoto, com base no emprego das
tecnologias. No experimento, foram adotadas as competências digitais para o professor no
ensino remoto, por intermédio do modelo de Garcia et al. (2020), por ser gerado para os
professores atendidos no PARFOR e por basear-se no aspecto relacional entre o docente e o
aluno. Nesta demanda, nota-se que a emergência do ensino remoto fez aflorar fragilidades
formativas nos professores, surgindo, então, o grande desafio, configurado em passar do
sistema presencial para o modus operandi virtual.
PALAVRAS-CHAVE:
Ensino remoto. Avaliação. Educação. Tecnologias. Virtual.
RESUMEN
: Este constructo aborda el origen de las tecnologías educativas, tal como
surgieron en el curso histórico-filosófico de la concepción de las nuevas metodologías de
enseñanza, con miras a lograr resultados que influyan positivamente en la sociedad que
busca el conocimiento científico transpuesto al empírea. Así, la investigación tiene como
objetivo identificar la percepción de los docentes de PARFOR sobre la educación a distancia,
a partir del uso de las tecnologías. En el experimento se adoptaron las competencias digitales
para el docente en la docencia a distancia, a través del modelo de García et al. (2020),
porque se generó para los docentes atendidos en PARFOR y porque se basó en el aspecto
relacional entre el docente y el alumno. En esta demanda, se observa que la aparición de la
enseñanza a distancia provocó debilidades formativas en los docentes, surgiendo así el gran
reto, configurado en pasar del sistema presencial al modus operandi virtual.
PALABRAS CLAVE
: Enseñanza a distancia. Evaluación. Educación. Tecnologías. Virtual.
Introduction
The academic demand manifests the need to know the origin of educational
technologies, the way they emerged in the historical-philosophical time of the idea of new
teaching methodologies, in order to achieve results that really transport positive influxes to
society for the search of scientific knowledge, in surpassing empirical knowledge.
It will be a search for the understanding of the phenomena that subsidize the practices
of teacher training in the profession of pedagogues in the last decade, because there are no
simple phenomena, since the phenomenon is a fabric of relationships.
There is no simple nature, nor simple substance. ...] simple ideas are working
hypotheses, labor concepts, which will have to be revised to receive their
just epistemological role (BACHELARD, 1968, p. 130, our translation).
image/svg+xml
The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching: Evaluation of the use of technologies
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 3
In this essay, we opted for a methodology used in the Social Sciences, constituted by
the dialogue of four poles, which talk to each other, in time that allows us to take care of the
investigation under the aegis of the approaches: epistemological or the origin of the research
subject; the theoretical or what grounds the Program under study; the morphological or
models that grounded the investigation and production of knowledge and techniques that
portray the field search and the data collected through a survey strategy of these (DE
BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEETE, 1977), which will be possible to realize in the
morphological pole later on. The understanding of the epistemological level defines the
scientific framework. The pole performs a function of critical surveillance. To the extent of all
research, it was the guarantee of the objectification - that is, of the production - of the
scientific object, of the explicitness of the problem conjunctions of the research (DE
BRUYNE; HERMAN; SCHOUTHEETE, 1977).
In this perspective, it is relevant to proceed to an investigative study to know the
difficulties inherent to the whole process, mainly in the remote teaching experienced by
teachers. Therefore, it was important to investigate to answer the following questions: What
are the perceptions of PARFOR teachers about the emergence of adaptation to remote
teaching? What aspects of their practice, in the teacher-student relationship and from the point
of view of the meanings given to their previous knowledge about technologies, were
evidenced?
This writing expresses three assumptions that guided the work, reported in the
following.
1. Remote learning is an open and formulating modality, which provokes reflection on
the instructional designs based on industrial models, in which the focus is on the development
of skills (memorization, application of knowledge).
2. Teachers' knowledge has been challenged, under the prism of digital literacy, in the
face of social isolation.
3. Remote teaching has demanded an increase in teachers' digital literacy, which has
had an impact on the ways in which they have sought training to compensate for these
shortcomings.
The purpose of this quest (of university character) is to identify the perception of
P
ARFOR teachers about remote teaching, supported by the application of technologies,
studying the epistemological bases of the models and conceptions of evaluation in the use of
Digital Information and Communication Technologies (ICTs) in education; to contextualize
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
4
the characteristics of the use of educational digital technologies and teachers' knowledge; and
to discuss teachers' advances and difficulties regarding learning and evaluation in remote
teaching.
This experiment aims to contribute during the long course of the Covid-19 pandemic,
a scenario that is impossible to predict, but research spaces are seeking to understand aspects
of coping with these circumstances in the educational field, which made it possible to study
the National Plan for Training of Basic Education Teachers - Degree in Pedagogy (PARFOR).
According to the Pedagogical Proposal, PARFOR is one of the programs of the Coordination
for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES), which aims to induce and
foster the offer of free, quality higher education for teachers working in the public basic
education network, so that these professionals obtain the training required by the Law of
Directives and Bases of National Education (LDB) and contribute to improving the quality of
basic education in the country..
Epistemological pole
It starts from the research's guiding question, which seeks to evaluate the technological
tools and remote teaching for PARFOR teachers, using the understanding of applied
rationalism, advocated by Gaston Bachelard (1884-1962), French philosopher, essayist and
poet.
[...]science commonly postulates a reality. From our point of view, this
reality presents, in its unknown, inexhaustible aspect, an eminently proper
character that calls for an endless search. Its whole being resides in a
resistance to knowledge. We take, therefore, as a postulate of our
epistemology, the fundamental unfinishedness of knowledge
(BACHELARD, 2004, p. 13, our translation).
The epistemological pole is relevant as a provider of information that supports the
entire research and its findings, or rather, it acts in a vigilant and critical manner beyond the
positivism of Comte, who for many years defended that the result of a search for knowledge
ends in itself, which for Bachelard (1968), knowledge must be based on evolution and the
possibilities of construction or rethinking for a new knowledge, a new way of looking at and
understanding the object that is being investigated, the scientific action. It is verified that
realism and rationalism endlessly exchange their advice. Neither one nor the other, in
isolation, is enough to constitute scientific proof. In the realm of Physical Sciences, there is no
place for an intuition of the phenomenon that would designate at once the foundations of the
image/svg+xml
The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching: Evaluation of the use of technologies
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 5
real; nor is there room for a rational conviction - absolute and definitive - that would impose
fundamental categories to our experimental research methods.
In this article, a bridge was established with Bachelardian epistemology, because the
concept itself reveals how necessary is the reflection inherent to the origin and evolution of
facts. The function of epistemology is based on the conditions of objectification of scientific
knowledge. Moreover, it comprises the modes of observation and experimentation, also
examining the relationships that sciences establish between theories and facts (DE BRUYNE;
HERMAN; SCHOUTHEETE, 1977).
At this pole was established the dialogue of Gaston Bachelard, born on June 27, 1884,
in rural France, and died on October 16, 1962, in cosmopolitan and industrialized Paris.
Philosopher and essayist, he was born in Bar-sur-Aube into a modest family. Doctor of
Philosophy in 1927, with a thesis entitled "Essay on approximate knowledge and study on the
evolution of a problem of physics", he became recognized by academia and was later awarded
the prize as the landmark of the new scientific spirit.
Therefore, in this study, the new scientific spirit emerges in the condition that the
evaluation is a possibility to constitute new perspectives, and this was possible when
investigating a situation that occurred in the midst of a pandemic reality, unlike the common
experience, in a Teacher Training Program (PARFOR), reverberating the importance of the
evolution of scientific knowledge, as reinventing itself, which will be seen in the analysis of
the technical pole.
The continuist conceptions of the history of science are criticized by Bachelard,
introducing the category of "rupture" to point out the double discontinuity - historical and
epistemological - that occurs in it. The continuous rectification of previous knowledge is the
key to all scientific progress. Science is not absolute knowledge, nor is it rigorous, but only
ever closer to the deepest meaning of nature. Scientific progress occurs in successive ways of
ruptures, such as those observed during this study of the Program in Ceará.
As Lima states (2005, p. 37, our translation)
[...]Bachelard's epistemology is a dialectical rationalism that makes use of
reason and technique, called 'applied rationalism', which should not be used
in generalities, but rather in limited parts of experience (regional
nationalism), to draw its applications from there.
Finally, the epistemology tries to establish a dialogue between practice and practice,
practice and theory, theory and theory, as a way to confront or associate the knowledge
formulated in the work expressed here. The reflective connotation of always questioning what
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
6
is in place and trying to explain or not what was observed about the models of technological
education in the field of educational assessment, described later in the other poles, in which
some epistemological obstacles were observed when facing the subject of this research that
was conceived for its execution in a face-to-face way, because this, abruptly, had to be
replaced by remote education, this one called PARFOR, whose research was based on the
challenge of online collection, being subject to obstacles and adversities or
[...]causes of inertia, which are also called "epistemological obstacles [...] the
act of knowing takes place against a previous knowledge, destroying badly
established knowledge, overcoming what, in the spirit itself, is an obstacle to
spiritualization (BACHELARD, 1996, p. 17, our translation).
Such considerations reinforce the need for the researcher to continuously reflect on
his/her practice during the course of the scientific investigation, noting that, for the "[...]
scientific spirit, all knowledge is an answer to a question. If there are no questions, there can
be no scientific knowledge. Nothing is self-evident. Nothing is free. Everything is
constructed" (BACHELARD, 1996, p. 18, our translation).
According to Maciel (2009), in his master's thesis, when investigating the evaluation
models of learning organizations of the "S" System, one of the great challenges to thought and
education in these last centuries is the contradiction between the two thoughts. On the one
hand, increasingly global, interdependent and planetary thoughts and, on the other hand, the
persistence of a mode of knowledge that still favors fragmented, fragmented and
compartmentalized knowledge, providing the emergence of the need and urgency to promote
the development, in teaching and research, of a properly transdisciplinary spirit or, at least,
the valorization of interdisciplinary knowledge for a reform of thought and education, in this
case for a drastic change regarding the methodological aspects of the feasibility of face-to-
face teaching for 100% remote teaching. In such a way, what once seemed very distant from
happening in education has become reality and an important option, and, in many cases, the
only possibility for education to reach students.
Currently, there is a growing interest in remote teaching, within the vies of
t
echnological education, and with it the great challenge of evaluating its results and influxes,
motivated by several reasons, among which those linked to a pedagogical analysis and the
redefinition of an educational strategy, since the fact that the training of pedagogues in
PARFOR is in the remote model leads to a more in-depth examination of the shocks of this
format, seeking to know about it with the knowledge published by several authors commented
in the theoretical pole.
image/svg+xml
The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching: Evaluation of the use of technologies
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 7
Theoretical Pole
Given the terms that make up the epistemological pole, we will now deal with the
theoretical pole, corresponding to the methodological instance in which the hypotheses are
organized and in which the concepts are defined. For Lessard-Hébert
et al
. (2005), this is the
sphere of the systematic formulation of scientific objects. This pole proposes rules for the
interpretation of facts, for the specification and definition of solutions provisionally given to
problems.
Thus, it is relevant to discuss the pedagogical approaches of education with
technologies. According to Aranha (2006), still in the Middle Ages, the education movement
was constituted in two approaches, being one as patristic education, whose philosophy was
contained in the works of the Fathers of the Church, from which the name originated, starting
in the decadent period of the Roman Empire, in the third century, and the resumption of
Platonic philosophy, based on the need to create a rigorous moral ethic, rational control of
passions and the predilection for the suprasensible.
As in the Middle Ages, the "[...] goal of education remained the same as the one
established in antiquity, i.e., human training and the preparation of officials trained for the
administration of the State" (ARANHA, 2006, p. 104, our translation), but the incentive for
the increase of practices for arts and crafts was developed, thus, the professions emerged. The
meaning of profession goes further, "[...] profitere indicates the commitment (professing) of
the individual with respect to the social pact, that is, with respect to his specific activity, in
community life or role of the individual in the group"(LIMA, 1983, p. 9, our translation).
The concept of technology is much broader than one might think, perceived in the
work of Pinto (2005, p. 137-138, our translation), who defines technique as techne coming
from the Latin (sic) by the term ars, it is the concept of work without matter; that is, from the
perspective of this research, it will be grounded as, still, "[...] technique is the movement of
the instruments used, and this movement contains the principle of art (technique). Technique
is, therefore, the starting point (or the principle,
archê)
and the form of the product”.
It is worth mentioning that the perspective of learning evaluation with the use of
t
echnologies, in its various definitions, includes, according to Panerai and Mohr (1989), the
repercussions of technologies at different levels and the degree of planning of these
repercussions, with emphasis on the beneficial or adverse nature of its consequences.
Ammenwerth
et al
. (2003) emphasize the notion that, in the field of ICTs, in addition to its
political character, the evaluation should not be restricted only to the technology, but it must
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
8
cover the interaction between them and the users in the processing of information within a
given socio-environmental context, because this interaction determines how the incorporation
of technologies to the evaluation processes occurs.
With respect to educational technologies, Almenara (1998) points out that their
evaluation, as well as the DTICs, denotes a procedural character that involves progressive
decision making about the determination of the object to be evaluated, the timing, the
specification of reasons and needs, and the determination of techniques and strategies to be
employed, as well as their execution and concretization in a product.
In the application of educational technologies, it is important to discuss teaching
knowledge. In Bombassaro's (1992) understanding, the idea of knowing indicates: to be able
to understand, to master a technique, to be able to handle, to be able to understand, referring
to the practical world which, besides being a condition for the possibility of any notion, is also
the effective place in which the notion is to be produced. The teacher is a professional who
holds knowledge from various sources about education, and his main function is to educate
children, young people, and adults. The teachers' professional knowledge guides their activity
in a multiplicity of functions that act in different circumstances, therefore, needing to act in
different ways, mobilizing different theories, methodologies, and skills.
In relation to teachers, according to Tardif, Lessard, and Lahaye (1991, p. 218, our
translation) show us, "[...] with knowledge is not reduced to a function of transmitting
knowledge already constituted, (since) their practice integrates different knowledge, with
which teachers maintain different relationships". To achieve the goals set, teachers usually
use: subject knowledge, curricular knowledge, knowledge from professional training, and
knowledge from experience. Thus, this mix of knowledge possibly constitutes what is
necessary to know in order to teach, according to the authors.
Another point to be highlighted refers to technological competencies, since the
teaching activity, with the advent and increase of new digital technologies in education,
especially ICT, is challenged to overcome the presentiality as a territory of action and assume
more proactive and mediating positions. Complex and simple technologies are part of this
new parameter of action that need to be appropriated (RABARDEL, 1995) and understood in
the perception of the subject's action over them, in order to develop new perspectives, other
schemes of action and interaction with other media (BITTAR, 2011).
Under the recent situation of social isolation as a result of the Covid-
19 pandemic,
which imposed changes in the formats of performance of several human activities, including
image/svg+xml
The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching: Evaluation of the use of technologies
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 9
education - having been adopted in the country the remote teaching (MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO - MINISTRY OF EDUCATION, 2020), studies guide the creation of
instructional designs that take into account not only the way of performing the activities, but
also the formative characteristics of the teacher. Thus, Garcia
et al
. (2020) point out criteria
for the teacher's self-assessment of their digital competencies, comprising the didactic
organization - with the presentation of content, the definition of learning objectives and the
proposal of assessment activities - and the digital competencies, understood by the authors as
skills and attitudes, namely: synchronous or asynchronous communication with the student,
increased use of technological resources and planning and time management.
Following the research on pedagogical competences, much has been produced on the
learning competences of students, but little is found on the competences of university
teachers, specifically with regard to pedagogical competences. Thus,
There is a need to forge a specialized meaning of competence in education
and teacher training, around which researchers can converge for more
consistent interventions by professionals (ESTEVES, 2009, p. 37, our
translation).
Goergen (1998) highlights four fundamental competencies of the educator for the
complex scenario of education today: i) competence to deal with the provisional, the error, the
illusion, because the education of the future must recognize the principle of uncertainty,
historicity and, therefore, keep open the critical and self-critical perspective; ii) rejunctive
competence, which promotes general and complex intelligence, able to perceive the
dimensional whole to understand in it the meaning and quality of the partial; iii)
communicative competence, because to constitute oneself as an individual requires a process
of hominization, of insertion in the culture, in the space of the polis, common, public locus;
iv) sensitive and ecological competence, to find again the lost faces of the human, the
sensitive, the ludic, the imaginary, the poetic.
In hoc sensu, "[...] the teaching profession can be understood as a complex profession,
one in which professionals must face the unknown and permanent change" (LE BOTERF,
2003, p. 58, our translation). Thus, professional competence uses, integrates, mobilizes
knowledge to face a set of complex situations.
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
10
Morphological Pole
The Covid-19 pandemic carried, as one of the many challenges to education
worldwide given the condition of social isolation, the adequacy of the teaching and learning
relationship from the face-to-face teaching structure to the virtual mode, with all its
peculiarities. In Brazil, the Law 14.040, of August 18, 2020, established educational standards
to be adopted by institutions and, as far as Higher Education is concerned, the development of
"[...] non-presence pedagogical activities linked to the curricular contents of each course,
through the use of information and communication technologies, for the purposes of
completing the respective workload required" (BRAZIL, 2020, our translation).
It is understood that remote teaching is a temporary adaptation to give continuity to
educational activities, which uses available resources, including virtual ones, for this
maintenance. Garcia
et al
. (2020) point out as a characteristic of this adaptation the adaptation
of digital resources for the communication of classes and activities, as well as the insertion of
innovative practices, to which the authors link the teacher's competencies. It forms a know-
how, which, for Tardif (2014), is related to the constitutions of their professional practice and
that, in terms of the development of a digital culture, is constituted as an appropriation of
knowledge about the artifacts for their pedagogical use (RABARDEL, 1995), since "The
variability of the resources and strategies as well as the practices is defined from the teacher's
familiarity and ability to adopt such resources" (GARCIA
et al
., 2020, p. 5, our translation).
Moran (2012) points out as formative characteristics of the teacher the ability to adapt
the necessary skills to learning with the mediation of technologies. Two competencies are
inventoried - pedagogical and technical - to be developed by the teacher. It is expressed that
the technical dimension is in the appropriation of digital technologies, in order to develop
their pedagogical activity with the necessary competence, overcoming the instrumental
knowledge. Garcia et al. (2020) point out that the challenges of remote teaching are the same
as those of face-to-face teaching from the didactic point of view. Thus, they offer a didactic
organization whose arrangement is described in Table 1.
image/svg+xml
The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching: Evaluation of the use of technologies
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 11
Table 1 –
Didactic organization for the teacher in remote teaching
Introduce the
content:
Indication and availability of the subject to be discussed in the class, in a clear and
objective way, the methodology of topics followed by short sentences describing the
subject can be adopted.
Define learning
objectives:
Indication, followed by description of what knowledge, skills and attitudes the student
should develop as a result of learning.
Propose
assessment
activities:
Defining, informing and clarifying for students the ways and methods of monitoring
learning.
Assessment in
process:
It involves monitoring the student's progress during the stage of presentation of the subject
and its contents. This stage corresponds to the phases of learning acquisition and retention.
The analysis of learning performance in process seeks to identify the knowledge
constructed, considering those of the cognitive domain [knowledge, understanding,
evaluation and analysis] and procedural [application and synthesis], therefore, referring to
the specific objectives.
Evaluation of
results:
It consists of learning verification at the end of the presentation of the topic or unit of
study, whose deadline is set by the teacher or according to the UFRN regulations. This
evaluation is applied according to the objectives proposed for mastery based on the theme
or unit of study with a strong appeal to the general objectives [macro competencies].
Source: Research data. Prepared by the authors, with support from Garcia
et al
. (2020)
It can be seen that, in order to adapt didactics to digital resources, it is necessary
knowledge about the available devices to mediate the relationship with students - technical
competence - as well as its adequacy to the didactic purposes - pedagogical competence -
going through the knowledge of these resources by the teacher, as well as an experience for
which, in its majority, is not part of their educational culture, according to the (COMITÊ
GESTOR DE INTERNET NO BRASIL, 2018 - INTERNET MANAGING COMMITTEE IN
BRAZIL). The teaching culture is the result of coexistence, repetitions and consolidations
arising from the experiences of practice (TARDIF, 2014), which requires coexistence,
exploration, overcoming distances (MORAN, 2012), this being one of the aspects of
technological appropriation, where reciprocity in the transformations that arise from the
exchanges of subject with artifact, in the field of education with technologies (RABARDEL,
1995). In these loci, Garcia
et al
. (2020) gather skills for the teacher to act in remote teaching:
communication with the student, increased use of resources, and time management. To situate
the teacher within their digital culture, self-assessment questions were created for each skill,
as outlined in Table 2.
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
12
Table 2 –
Self-assessment questions according to teachers' digital competencies for remote
teaching
Competencies
Questions for self
-
evaluation
Communication
with students
What are the means you could use to communicate with your students:
Social networks? WhatsApp, Telegram? E-mail? Others:
Increased use of
digital resources
and tools
Regarding skills identify those that are in your field of mastery:
a. Do you already use digital strategies, resources, or tools?
b. Have you mastered digital resources, technology, and platforms for teaching and
assessment with ease?
c. What do you need to learn to use them in remote teaching?
Time
Management
Planning
To make time management from remote learning, what skill level are you at?
Learning: need help to master the technology
Familiarization: know, but have no practice
Adaptation: has mastered the technology and tools using it periodically, but needs to
identify which ones will best fit the current reality of your teaching practice
Innovation: has adequate competence to apply, in the current situation, effective and
efficient practices in order to serve students remotely.
Source: Research data. Garcia
et al
. (2020)
It is inferred that there is a training gap in relation to teachers' knowledge about
technological appropriation, which, when it comes to teacher educators, has repercussions in
their initial training, replicating traditional teaching models. Remote teaching demands skills
to be developed by teachers according to their activities and the realities of the teacher-student
relationship in the virtual environment. Communication with the student, increased use of
resources, and planning, with respect to time are the constituent competencies of the design
proposal by Garcia
et al
. (2020). This model of analysis of the teacher's competencies in
remote teaching was used in this work with the purpose of instructing the survey conducted
with PARFOR teachers. This use is justified both by the comprehensiveness and pertinence of
the model and by its original purpose: to guide the development of course plans and remote
activities at the Federal University of Rio Grande do Norte, already in the context of the
pandemic and as a consequence of the experiences evaluated in 2020.
The lightened transition from face-
to-face to remote mode revealed the formative
shortcomings of teachers, but did not position their perceptions about the imposed changes,
the structural and pedagogical feasibilities, nor the epistemological bases for the continuity of
educational activities. In Tardif's (2014) reflection, the teaching profession is inserted in the
knowledge constituted through formal learning, coexistence with peers, and in the validation
of pedagogical strategies through educational practice. The teacher assumes a pedagogy - a
image/svg+xml
The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching: Evaluation of the use of technologies
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 13
teaching-learning theory - within a relational activity. Teaching comprises "[...] triggering a
set of interactions with a group of students in order to achieve certain educational goals,
concerning knowledge learning and socialization" (TARDIF, 2014, p. 118, our translation).
The relevance or otherwise of a digital strategy, innovative practice, or technology is based on
this relational experience. Therefore, it is time-dependent. Here it is worth questioning how
much the emergence of remote teaching has unbalanced this relationship and how its
implications have been perceived by teachers.
Considering the peculiarities of the teacher's digital skills assessment model, it is noted
that they should not be treated as requirements for the exercise of the teaching activity, but
desirable proficiencies and, now, since the experience/urgence of remote teaching, necessary
from a perspective of the establishment of a digital fluency (TAROUCO, 2019). In this sense,
a questionnaire was proposed with a view to capturing teachers' perceptions about their
experience with remote teaching in the 2020 school year, a period of major changes and
adaptations, more specifically under the aspects of communication - synchronous or
asynchronous - with the student, more accentuated use of technological resources, and time
planning and management (GARCIA
et al
., 2020). The data search instrument was sectioned
to better guide the respondents about what it required to know. Table 3 illustrates this
distribution.
Table 3 –
Distribution of the contexts of the data search instrument according to Garcia
et
al
’s model parameters
.
(2020).
Thematic Group
Objectives of the questions
Relationship of adaptation and
management of time dedicated to
work
To know the teachers' perceptions about the adaptations made for
remote teaching and their relationship with communication in the
teacher-student relationship, about the adaptations for preparing
classes, activities and content, and the effort spent on their level of
digital literacy, personal adaptations, and repercussions of the
experience of using technologies in remote teaching.
Relationship between previous
knowledge and digital resources in
communicating with students
To know the teachers' perceptions about their level of digital literacy
and the students' monitoring of their activities and the development
of evaluative activities.
Relationship to the resources
available for remote learning
To know teachers' perceptions of available resources (physical and
virtual), access modes, student monitoring, and communication with
students.
Relationship between your experience
in remote teaching and teacher
training.
To know the teachers' perceptions about aspects of their experience
in adapting to remote activities from the perspective of composing
their teaching knowledge.
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
14
Relationship with the perspectives
about the insertion of technologies as
a means of interaction from the
experience with remote teaching.
To know teachers' perceptions about implications of technologies
used in remote teaching on the teacher-student relationship.
Source: Research data (2021)
The questionnaire was composed of multiple choice items, a 5-point linear scale, and
drop-down lists. This instrument seeks - in addition to information - ideas, feelings, plans, and
beliefs, among other knowledge, although it also contributes to this knowledge through
observations, experiments, documents, and other interactions. Since the questionnaire is a set
of questions that seeks data for further analysis, the ways of expressing them should be
prioritized by the feasibility of getting the answers (GÜNTER, 2003). Still on the feasibility
of obtaining the answers, it is important that the instrument, without the participation of the
interviewer/applicator, establishes trust, minimizes costs for the respondent and offers
rewards.
This search for "friendliness" in the instrument has become more than necessary in this
period, when the virtual has become a constant interaction environment. The design was
therefore followed, seeking to increase rewards, "[...] making the questionnaire itself
interesting to fill out, adding questions that arouse interest, and increasing trust" (DILLMAN,
1991, p. 223, our translation). In this sense, the questions were designed trying to meet the
recommendations proposed by Dillman (1991) about empathy: showing consideration,
supporting their values, offering a sign of appreciation, and in the demand of reducing the
respondent's physical and mental effort.
In order to meet the research objectives of knowing the teachers' perceptions about
their experience in the adaptation of their activities from face-to-face to remote mode, as a
result of the social isolation imposed by Covid-19, we tried to treat the data supported by the
ARCS modeling (KELLER, 1987). It is a motivation evaluation model based on the user's
perception of the ability to maintain attention, the relevance of the content offered, the
confidence in success as a result of learning activities, and satisfaction about learning. These
categories serve as a parameter for instructional design of a course or planning of school
activities by teachers. Table 4 demonstrates its categories and proceeds to briefly describe the
motivation criteria.
image/svg+xml
The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching: Evaluation of the use of technologies
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 15
Table 4 -
ARCS model categories, Keller (1987)
Attention
Promoting active participation; variability; specific stimuli
Relevance
Experience; advantage; future utility; response to specific needs
Reliability
Knowledge of learning objectives and expectations for
success; small levels of knowledge,
learner control over knowledge; small levels of knowledge feedback
Satisfaction
Simple rewards
-
checking the benefits of learning;
Source: Research data. Adapted from Keller (1987)
We tried,
ex expositis
, to treat the data based on Keller's (1987) categories, modelled
on Garcia's digital competencies for remote teaching
et al.
(2020).
Technical Pole
In the technical pole, from which the methodological process is segmented, is the
moment of research in which the path traced and traveled in the search for scientific
knowledge is exposed, a means of identifying how academic research that addresses social
research is configured. The methodology used was qualitative in nature, since it is
characterized by an exploratory approach, followed by the analysis of the contents found and
analyzed in the PARFOR Program documents.
The methodology used for the interpretation of the documents was the one developed
by Bardin (2016), structured in three phases: pre-analysis, material exploration and treatment
of the results. These were also part of the inference and interpretation. In this article, as the
analysis is expressed, in the constituent poles of the quadripolar methodology, these poles
make up the quadripolar methodological space proposed by Bruyne, Herman and Schoutheete
(1977).
It must be remembered that in order to access the status of "fact," the data collected
must be pertinent to precise theoretical hypotheses, that is, they must constitute the
confirmation or counterposition of these hypotheses and, ultimately, verify or falsify the
theoretical systems in which these particular hypotheses are embedded. Hence,
[...]scientific facts are conquered, constructed, verified, and their very nature
is instrumented by the techniques that collected them, made meaningful by
the theoretical system that produced or embraced them (BRUYNE;
HERMAN; SCHOUTHEETE
, 1977, p. 203, our translation).
Under the pandemic reality, we proceeded to the collection of information considered
a
s field research, through the online format using the Google Education Platform in its App
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
16
Google Forms, enabling a quick approach to the 33 teachers of the Degree in Pedagogy of
PARFOR, through e-mails and WhatsApp, where they received the links of the questionnaire,
given the impossibility of contagion by Covid-19. This population portrays the PARFOR
cutout in the state of Ceará. In this section, we present the answers to the questionnaire
applied to teachers about their perception of their experience with remote teaching.
Regarding the first group of questions, which dealt with adaptation and management
of time dedicated to work, questions 1, 2, 3 and 4, the respondents pointed to a considerable
demand for student attendance, with great investment of their personal time. Although there is
agreement on this point, the group is divided as to whether it sees this change in the
dedication of time as positive. 54.5% understood that communication with students was
improved, that it was possible to interact even better than in the face-to-face way, but 45.6%,
despite having this routine transformed, did not see this situation as positive.
As far as time management is concerned, the planning and preparation of classes and
activities was considered from the point of view of the demands on teachers' previous
knowledge and their digital literacy. For 24.2%, preparing activities with digital resources was
challenging. In contrast, 27.3% resorted to more traditional modalities of activities and
assessment, as they considered their knowledge of ICTs insufficient to carry them out in a
more innovative way. Likewise, 30.3% had difficulty when there was only this possibility of
interaction with students. Considering also the access of teachers and students, 18.2% felt
frustrated in relation to this preparation of materials. From this we can infer the notion that the
challenge posed to teachers required more than adaptation to the demands of ICT activities in
remote teaching.
The third question points to a re-dimensioning of the home space and the perception of
the need for quality in the interaction with students. 24.2% indicate inconvenience and
difficulties in treating the home space as a work environment. 12.1% show concern with the
quality of classes as a result of possible noise. The reorganization of the house was cited by
45.5%. Noteworthy are the situations in which it was possible to conciliate, in the rate of
36.4% of the respondents.
Finally, in this group, the perception of the experience of remote teaching as a
c
ontribution to their training brought some elements that are worth mentioning. New
professional horizons based on the competencies developed, 21.2%; perception of the
permanence of ICT in the teaching activity, implying new methodologies and attitudes,
image/svg+xml
The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching: Evaluation of the use of technologies
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 17
24.2%; understanding of the contributions of ICT and its requirements for better teacher
training, 39.4%; and the concern with this interference in the teaching activity, 24.2%.
The second group of questions dealt with the relationship between previous
knowledge and digital resources in communication with students. For 60.6% of the
respondents, the skills resulting from their experience in using communication applications
facilitated the interaction with students in the transition of the teaching modality. 15% of the
respondents believe that their previous knowledge and the available digital devices
contributed to an increase in their activities, integrating knowledge and enhancing
communication with students, even satisfactorily for 12.1% of the respondents. Nevertheless,
there were also experiences that did not have good effects. For 18.2%, their skills were not
enough to maintain communication with the students due to their doubts and difficulties.
As far as evaluation is concerned, the interaction with the available tools was
questioned, and the results point to a successful experience for most of the respondents.
51.5% confirmed that the available tools helped them to evaluate the students' development,
and 9.1% helped them to clear doubts about the assessment contents and procedures. Among
the difficulties encountered by the other respondents, the lack of familiarity with the tools was
a hindrance to the performance of the assessments, 36.4%; and they considered the difficulty
of access to the content by the students: 18.2%.
The third group of questions sought to find out the similarities and difference
s in the
experiences of teachers regarding access to and use of digital resources for interaction with
students, monitoring of their activities, and assessment. About this, the respondents point to a
great contribution of the available resources to access the resources, although they mostly
agree about the importance of the available resources - 85.8% of the respondents point to their
precariousness, and that a small part of them had access to the available contents. On this
pretext, the question was asked about the follow-up of students and their activities. 69.7% of
the respondents disagree that this follow-up was compromised in terms of the teacher-student
relationship. There were 15.2% neutral and 15.1% agreed with this statement. This is
confirmed in the next item, where 97% agree with the idea that communication with students
was essential for the course of the subject they teach and the continuity of their studies. This
follow-up showed some limitations. For example, 27.3% had difficulties in monitoring the
students' return on their activities, with delays in giving feedback; 6.1% had difficulties in
evaluating due to the students' distance from them; and 12.1% had difficulties in giving
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
18
feedback to the students about their learning. Despite this, 63.6% of teachers were still able to
use the available tools to monitor and evaluate students.
The fourth group of questions sought information about teacher training to work with
digital technologies - initial and/or continued training - and the emergent situation of remote
teaching. About previous knowledge 55.5% of the respondents said that their previous
computer knowledge helped them to make the transition to the remote mode, while 30.35%
considered it insufficient to deal with the new situation. Added to this are the initial training
and preparation for the job, to which the respondents attribute some of their difficulties in
thinking with technologies to design and monitor student activities, including in relation to
adapting to the situation: 24.2%.
The last group of questions aimed to find out what horizons teachers perceived in the
face of experiences, successful or not, with remote teaching. The changes resulting from the
pandemic have brought out very significant elements about the ways in which the subject
learns. This was perceived by the teachers, to the point that their perception of this aspect of
student learning with technologies has changed a lot: 65.6%. Partnerships were established
and there were changes in relationships with students, including group learning, for 25%. For
21.9%, impressions remained unchanged.
Regarding the perception that teachers had of themselves as a result of changes in their
activities caused by the pandemic, considering that the composition of teaching knowledge
takes place in the teacher-student relationship, although the praxis is not unaccompanied by a
theoretical foundation - including the perspective of assigning meanings to aspects learned in
the context in which their profession takes place - the experience of working in remote
teaching was, exceptionally, also formative in the sense of acquisition of knowledge. In this
perspective, for 30.3%, the transition to remote teaching was accompanied by a great effort of
adaptation, even though the respondents had some contact with ICT. 21.2% already used
digital devices for their classes. For them, the transition was smoother. For those who used
multimedia kits, there was also some ease in adapting, but not without effort: 24.2%. Finally,
24.2% envisioned positive contributions to education.
Keller (1987) offers in his instructional model elements to consider how much
m
otivation an educational activity maintains for the development of learning. In this sense,
the more the activity is able to keep the attention, is relevant and foresees future usefulness,
generates confidence about what is known and in relation to what is learned and, finally,
brings satisfaction, such as pleasure in learning something. Observing the results in the light
image/svg+xml
The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching: Evaluation of the use of technologies
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 19
of Keller's (1987) categories, it is inferred that the experiences impacted and displaced the
PARFOR teachers from their "comfort zone", implying new and necessary attitudes to
recompose their formative base in order to comply with the activities inherent to the teaching
profession.
In alia manu
, the adaptation to the new reality carried another understanding of
the teacher-student relationship, revealing new potentialities of technological mediation in
learning and in the students' follow-up. The limitations about the skills in the use of ICT also
point to a perception of the formative limits in which these same teacher trainers are
immersed. This perception by the teachers deserves to be highlighted, since they perceive on
the horizon practical and didactic transformations with the increasing insertion of ICT in the
teaching activity.
From this perspective, the categories of the Garcia
et al
. (2020) model on teacher
competencies for remote teaching are expressed - the relationship with students, time
management, and increased use of digital resources. It can be seen that, in the action-reaction
situation to which teachers were compulsorily submitted, these categories emerge as a
formative problem, of adaptation and composition of the knowledge of experience.
Complementary remarks
The research proposed the analysis of the perceptions of PARFOR teachers regarding
the experience with remote teaching, demonstrating the difficulties and advances that
PARFOR teachers found in remote teaching regarding the use of digital devices for teaching-
learning.
In the epistemological pole, the impressions are relevant and gave meaning to the
research data, the mode of conception and application for data collection and formulation of
information in the light of the history and evolution about the evaluation and education in the
metric of programs like PARFOR in "post-facto", because the great objective was to
understand what happened in this pandemic moment in the execution of PARFOR in Ceará,
but the understanding of what happened until this moment of investigation concurred to the
full conception of what education counts for not stopping before the unexpected.
In the theoretical pole, it was perceived that the constitution of the knowledge of
t
eachers takes place in the field of work, where the events have repercussions in the formation
of the teacher, as well as in the banking formation, being possible to confront and resize this
knowledge with the realities experienced. Thus, the teacher-student relationship, the
relationships woven in the contexts of teacher culture and the knowledge of their specific
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
20
training are ordered and rearranged, given the circumstances and contexts of their
performance.
The mediation of the learning relationships with the insertion of the DTIC provokes an
attitudinal change in the teacher, due to the possibilities of new ways of acting and
methodologies for his/her activity. It is required, in this context, proficiency in the use of ICT
in order to overcome its instrumental use, in search of the collective formulation of
knowledge, in a more propositional and mediating performance and, under this aspect,
proficiency is more connected to the skills for the treatment of digital resources in a sense of
transition from artifact - object with predefined function - to instrument - object with
predefined function, whose purposes meet the intentions and needs of the subject - in a
process of appropriation. For this, it is necessary the development of technical skills:
knowledge of digital devices, experience of use, ability to evaluate its usability and
pedagogical skills: perception and understanding of the artifacts according to the teaching
performance for learning purposes, in a perspective of thinking-with, rather than thinking-
about these technologies, which, in the analysis carried out in this experiment happens in the
experiences of the teacher.
In the morphological pole, it was observed that there is a great effort in tracing which
knowledge and know-how qualify the individual about his or her level of appropriation of
digital technologies, especially for educational purposes. Based on extensive research about
the presence, quality, and use of digital technologies, in general, these models aim to
overcome the instrumental aspect, more connected to the technicist aspects of a positivist
pedagogical proposal, in search of a perception that integrates instrumental, pedagogical,
social, and ethical knowledge, more connected to the experiences of the educational contexts.
These models, besides tracing this knowledge, also aim to parameterize evaluations of the
level of digital proficiency of teachers, education workers, and students, in order to generate
data for institutions to design training projects. On the other hand, in the nature of these
models, the self-evaluation of the person about his/her proficiency level according to the
standards of these models is privileged, also pointing to self-training as a way to approach -
and, why not, appropriate - digital technologies, according to his/her curiosity and perception
of needs.
Among the models for measuring digital proficiency levels, the digital competencies
f
or the teacher in remote education (GARCIA
et al
., 2020) and the model (CIEB, 2019) stand
out to guide the research instrument of this work. We chose to work with the model of Garcia
image/svg+xml
The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching: Evaluation of the use of technologies
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 21
et al
. (2020), because it is generated for higher education teachers, in the case of this research,
the PARFOR and because it is based on the relational aspect between teacher and student and
the management the working time, pillars of the formulation of teaching knowledge, as well
as the development of skills in using digital resources sharply, which approximates the
concept of appropriation in Rabardel (1995).
In the technical pole, the data analysis pointed to diversified experiences with
convergences in the needs and difficulties of adapting the home space for the remote activity,
implying radical changes in the management of the teacher's time; in the perception that a
greater interaction with the students qualified the teaching performance; in the perception of
the formative limitations that implied making the transition to emergency remote teaching
difficult, bringing physical and emotional wear; in the understanding that, after this
experience of massive insertion of ICTs in education, the teaching performance will no longer
evade the mediation of digital technologies.
From the point of view of Keller's (1978) motivations for learning, it was perceived in
the answers to the questionnaire that, as the relationships between students and teachers were
strengthened and pointed to partnerships in learning, there was greater satisfaction and more
perception of improvement in the teaching performance. The understanding of the usefulness
of the teachers' knowledge of digital culture was also another element that positively
influenced the satisfaction with the activities and the motivation to continue the work,
including the follow-up of the actions. On the other hand, it was noticed a greater tiredness
and weariness in the performance of activities, time management, and student attendance
when the proximity with the use of technologies was lower. Especially when considering the
more pronounced difficulties regarding the resources available to students and teachers.
With the research, it was observed that the emergence of remote teaching brought out
t
he formative weaknesses of teachers and the great challenge that was to abruptly go from the
face-to-face mode to the virtual one. In this essay, we focused on the teacher-student
relationship, the use of digital resources, and time management, but the answers to the
questionnaire reveal the teachers' tiredness and difficulty in adapting, regardless of their level
of proficiency in the use of ICT. The concern with monitoring the students also evidenced the
need that this relationship, often difficult, needs to be a partner, especially in the formulation
of knowledge about the best use of ICT and the ways in which students learn. In this sense,
the students, who are also active teachers in their schools, had an impact on the ways of
dealing with the teaching work.
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
22
It was noticed the need to continue this research on important points about technology
mediated teaching in relation to institutional support, the treatment of content and possible
curricular resizing, internship, as well as the perception of themselves as students and
teachers, which in this context run in parallel. Finally, open to the formulation of knowledge,
this research points, in view of the results, to future directions on the formative situation of
PARFOR teachers, mental health and teaching activity with technologies in the situation of
emergency remote work and on possible resizing of pedagogical times, with the more
intensive insertion of technologies.
REFERENCES
ALMENARA, J. C. Avaliar para melhorar: Meios e materiais de ensino.
In
: SANCHO, J. M.
(org.).
Para uma tecnologia educacional
. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
AMMENWERTH, E.
et al
. Evaluation of health information systems – problems and
challenges.
International Journalof Medical Informatics,
v. 71, n. 2-3, p. 125-135, 2003.
Available at: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/14519405/. Access on: 15 Jan. 2021.
ARANHA, M. L. A.
História da Educação e da Pedagogia:
Geral e Brasil. 3. ed. São Paulo:
Moderna, 2006.
BACHELARD, G.
A formação do espírito científico
: Contribuição para uma psicanálise do
conhecimento. Tradução: Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
BACHELARD, G.
O novo espírito científico.
Tradução: Juvenal Hahne Júnior. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 1968.
BACHELARD, G.
Ensaio sobre o conhecimento aproximado
. Rio de Janeiro: Contraponto,
2004.
BARDIN, L.
Análise do conteúdo
. Tradução: Luís Antero Reto. São Paulo: Edições 70,
2016.
BITTAR, M. A abordagem instrumental para o estudo da integração da tecnologia na prática
pedagógica do professor de Matemática.
Educar em Revista
, n. 1, p. 157-171, 2011.
Available at: https://www.scielo.br/j/er/a/XtVYn634Y95PPjHRBLQG4kp/abstract/?lang=pt.
Access on: 10 Mar. 2021.
BRAZIL.
Lei n. 14.040, de 18 de agosto de 2020
. Estabelece normas educacionais
excepcionais a serem adotadas durante o estado de calamidade pública reconhecido pelo
Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020; e altera a Lei nº 11.947, de 16 de junho de
2009. Brasília, DF: Presidência da República, 2020. Available at:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2020/lei/l14040.htm. Access on: 19
Feb. 2021.
image/svg+xml
The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching: Evaluation of the use of technologies
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 23
CIEB.
Competências para educadores e multiplicadores para uso de TIDCs
. Nota técnica
n. 8. São Paulo: Centro de Inovação para a Educação Brasileira, 2019.
COMITÊ GESTOR DE INTERNET NO BRASIL.
Pesquisa sobre o uso das tecnologias de
informação e comunicação nas escolas brasileiras
: TIC educação 2017. São Paulo: Núcleo
de Informação e Coordenação do Ponto Br, 2018. Available at:
https://www.cgi.br/media/docs/publicacoes/2/tic_edu_2017_livro_eletronico.pdf. Access on:
01 Mar. 2019.
BOMBASSARO, L. C.
As fronteiras da epistemologia
: Como se produz o conhecimento. 2.
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1992.
DE BRUYNE, P.; HERMAN, J.; SCHOUTHEETE, M.
Dinâmica da pesquisa em ciências
sociais
: Os polos da prática metodológica. Tradução: Ruth Jojjily. Rio de Janeiro: F. Alves,
1977.
DILLMAN, D. A. The design and administration of surveys mail.
Annual Review of
Sociology
, v. 17, n. 1, p. 225-249, ago. 1991. Available at:
https://www.annualreviews.org/doi/abs/10.1146/annurev.so.17.080191.001301. Access on: 18
Mar. 2021.
ESTEVES, M. Construção e desenvolvimento das competências profissionais dos
professores.
Sísifo:Revista de Ciências da Educação
, v. 8, p. 33-44, jan./abr. 2009.
Available at: http://sisifo.ie.ulisboa.pt/index.php/sisifo/article/view/132/222. Access on: 20
Mar. 2021.
GARCIA, T. C. M.
et al
.
Ensino Remoto Emergencial
: Proposta de
design
para organização
de aulas. Natal: SEDIS/UFRN, 2020. Available at:
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/29767. Access on: 18 Mar. 2021.
GOERGEN, P. Ciência, sociedade e universidade.
Educação & Sociedade,
v. 19, n. 63, p. 1-
13, 1998. Available at:
https://www.scielo.br/j/es/a/mnKFZpVw6hrfb3Jpd3kvR3H/?format=html. Access on: 10
Aug. 2021.
GÜNTER, H.
Como elaborar um questionário
. Brasília, DF: UnB, Laboratório de
Psicologia Ambiental, 2003.
KELLER, J. M. Development and Use of the ARCS Model of Instructional Design.
Journal
of instructional development
, v. 10, n. 3, p. 1-10, 1987. Available at:
https://ocw.tudelft.nl/wp-content/uploads/Development-and-Use-of-the-ARCS-Model-of-
Instructional-Design.pdf. Access on: 18 Mar. 2021.
LE BOTERF, G.
Desenvolvendo A Competência dos Profissionais
. 3. ed. Porto Alegre:
Penso, 2003.
LESSARD-HERBET, M.
et al
.
Investigação Qualitativa
. Fundamentos e Práticas. 5. ed.
Lisboa: Instituto Piaget, 2005.
LIMA, L. O.
Profissão e Educação
. S
ão Paulo. Editora SENAC, 1983.
image/svg+xml
Marcos Antônio Martins LIMA et al.
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
24
LIMA, M. A. M.
Autoavaliação e desenvolvimento institucional da Educação Superior
:
Projeto aplicado em cursos de Administração. Fortaleza: Edições UFC, 2005.
MACIEL, I. M. O.
Avaliação de programas de educação profissional
: Estudo em
organizações do sistema “S”. 2009. Dissertação (Mestre em Administração) – Universidade
Federal do Ceará, Fortaleza, 2009.
MORAN, J. M.
A educação que desejamos
: Novos desafios e como chegar lá. 5. ed.
Campinas: Papirus, 2012.
PANERAI, R. B.; MOHR, J. P.
Evaluación de Tecnologías en Salud
: Metodologías para
países en desarrollo. Washington: Organización Panamericana de la Salud, 1990.
PINTO, A. V.
O conceito de tecnologia
. Rio de Janeiro: Contraponto, 2005.
RABARDEL, P.
Leshommes et lestechnologies:
Approchecognitivedesinstrumentscontemporains. Paris: Armand Colin, 1995. Available at:
https://hal.archives-ouvertes.fr/hal-01017462/document. Access on: 10 Mar. 2021.
TARDIF, M.
Saberes docentes e formação profissional.
17. ed. Petropolis, RJ: Vozes,
2014.
TAROUCO, L. M. R. Competências Digitais dos Professores.
In
:
TIC EDUCAÇÃO 2018
:
Pesquisa Sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Escolas Brasileiras.
São Paulo: Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, 2019.
image/svg+xml
The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching: Evaluation of the use of technologies
RPGE
– Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766 25
How to reference this article
LIMA, M. A. M.; MACIEL, I. M. O.; VASCONCELOS, S. O. S.; COELHO, N. S.;
PEREIRA, A. B. Q. The perception of PARFOR teachers about learning in remote teaching:
Evaluation of the use of technologies.
Revista online de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 26, n. 00, e022124, 2022. e-ISSN: 1519-9029. DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.15766
Submitted
: 17/02/2022
Revisions required
: 06/04/2022
Approved
: 20/06/2022
Published
: 31/03/2022
Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.