image/svg+xml
Educação e confiança social estudo de caso: Práticas antivacinação na Rússia
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524,
dez
. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3516
EDUCAÇÃO E CONFIANÇA SOCIAL
ESTUDO DE CASO: PRÁTICAS
ANTIVACINAÇÃO NA RÚSSIA
EDUCACIÓN Y CONFIANZA SOCIAL
ESTUDIO DE CASO: PRÁCTICAS
ANTIVACUNAS EN RUSIA
EDUCATION AND SOCIAL TRUST CASE STUDY: ANTI
-
VACCINATION PRACTICES
IN RUSSIA
Aida Nailevna NURUTDINOVA
1
Alina Aleksandrovna LUSHAVINA
2
Vera Nikolaevna ARGUNOVA
3
RESUMO:
Os estudos modernos sobre confiança começaram a acreditar que a educação tem
um impacto universalmente positivo sobre a confiança. A educação costuma ser um
dos
indicadores mais potentes de confiança, mais influente do que a idade, renda, riqueza, saúde ou
qualquer outra característica individual. Portanto, há causas específicas para considerar que a
educação às vezes aumenta a propensão para a confiança. O ar
tigo trata da questão atual da
desconfiança na vacinação como prática institucional de prevenção e proteção contra doenças.
Os resultados de um estudo sociológico realizado em 2016 e 2020 revelaram que a recusa em
vacinar crianças é baseada na educação e n
a experiência de vida dos próprios pais ou de outras
pessoas que enfrentaram complicações pós
-
vacinais. Os participantes do estudo falaram sobre
a natureza voluntária da vacinação, inclusive contra o coronavírus. Os resultados indicaram que
existe uma corr
elação positiva entre educação e confiança na sociedade.
PALAVRAS
-
CHAVE:
Sociedade. Práticas antivacinação. Educação. Confiança social.
RESUMEN:
Los estudios modernos sobre la confianza han comenzado a creer que la
educación tiene un impacto universalmente positivo en la confianza. La educación es a menudo
uno de los predictores más potentes de la confianza, más influyente que la edad, los ingresos
,
la riqueza, la salud o cualquier otra característica individual. Por tanto, existen causas
concretas para considerar que la educación en ocasiones potencia la propensión a la
confianza. El artículo aborda el tema actual de la desconfianza hacia la vacuna
ción como
práctica institucional de prevención y protección de enfermedades. Los resultados de un
estudio sociológico realizado en 2016 y 2020 revelaron que la negativa a vacunar a los niños
se basa en la educación y la experiencia de vida de los propios p
adres u otras personas que se
han enfrentado a complicaciones posvacunales. Los participantes del estudio hablaron sobre
1
Universidade Federal de
Kazan, Kazan
–
Rússia
.
Candidata a Ciências Sociológicas, Professora Associada do
Departamento de Sociologia Geral e Etnica, Instituto de Ciências Sociais e
Filosóficas e Comunicação de Massa
.
ORCID: https://orcid.org/0000
-
0001
-
7453
-
3502. E
-
mail:
aida.nurutdinova@kpfu.ru
2
Centro de Pesquisa Independente
, Samara
–
Rússia
.
Médic
a
-
neurologista, sociólog
a
. ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0003
-
3547
-
8592.
E
-
mail: ali
na_chemodanov@mail.ru
3
Universidade Estadual de Vyatka
, Kirov
–
Rússia
.
Doutora em Ciências Sociais, Professora, Faculdade de
História, Ciência Política e Estudos Culturais, Instituto de Humanidades e Ciências Sociais
.
ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0003
-
0
643
-
8065.
E
-
mail: v_argunova@mail.ru
image/svg+xml
Aida Nailevna NURUTDINOVA; Alina Aleksandrovna LUSHAVINA
e
Vera Nikolaevna ARGUNOVA
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524,
dez
. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3517
la naturaleza voluntaria de la vacunación, incluso contra el coronavirus. Los resultados
indicaron que existe una correlación positiva
entre educación y confianza en la sociedad.
PALABRAS CLAVE:
Sociedad. Prácticas antivacunas.
Educación. Confianza social.
ABSTRACT:
Modern trust studies have begun to believe that education has a universally
positive impact on trust. Education is often
one of the most potent predictors of trust, more
influential than age, income, wealth, health, or any other individual characteristic. Therefore,
there are specific causes to consider that education sometimes enhances the propensity to trust.
The article d
eals with the current issue of distrust of vaccination as an institutional practice of
prevention and protection from diseases. The results of a sociological study conducted in 2016
and 2020 revealed that the refusal to vaccinate children is based on the e
ducation and life
experience of parents themselves or other people who have faced post
-
vaccination
complications. Participants in the study spoke about the voluntary nature of vaccination,
including against coronavirus. The results indicated that that ther
e is a positive correlation
between education and trust in the society.
KEYWORDS:
Society. Anti
-
vaccination practices.
Education. Social trust.
Introdução
Vários aspectos da vacinação tornaram
-
se agora mais relevantes em relação à pandemia
de
coronavírus e à promoção da ideia de vacinação como medida preventiva. Há um movimento
crescente de antivacinadores em todo o mundo, cujos participantes se opõem ao uso de vacinas
como meio de prevenção de doenças epidêmicas. Nesse sentido, é importante co
nsiderar as
práticas e os motivos de recusa da vacinação em termos de confiança nos médicos e na
instituição de saúde. A vacinação é uma intervenção médica realizada por médicos que não são
apenas legalmente, mas também moralmente responsáveis pela saúde e
vida dos pacientes. Não
há consenso entre médicos, epidemiologistas e biólogos sobre o impacto das vacinas na saúde
humana. Além disso, foram médicos e cientistas que iniciaram o movimento antivacinação no
mundo. Na Grã
-
Bretanha, a "Primeira Liga Nacional
AntiVacinação" foi estabelecida em 1866.
Nos Estados Unidos, em 1879, surgiu a "Sociedade Americana Contra a Vacinação".
Atualmente, existe um "Fórum Europeu de Vigilância de Vacinas" (EFVV). Na Rússia, o
movimento antivacinação no final do século XX come
çou o virologista G. P. Chervonskaya, o
homeopata A. Kotok, o cirurgião F. G. Uglov (UGLOV
,
[n.d.]
).
O principal proponente da vacinação é a Organização Mundial da Saúde. Seus
especialistas dizem que os únicos fatores que afetam a saúde pública são a vacin
ação e a água
potável, e a porcentagem de vacinação entre a população é um fator de crescimento econômico.
image/svg+xml
Educação e confiança social estudo de caso: Práticas antivacinação na Rússia
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524,
dez
. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3518
Para eles, a vacinação é um investimento estratégico na área da saúde. Esta posição é
compartilhada por representantes oficiais dos sistemas de saúde
em todos os países do mundo.
O aumento maciço da prática de recusa de vacinas é um sintoma da desconfiança dos
pacientes em relação a esse tipo de intervenção médica. Isso coloca um impacto negativo na
relação entre o médico e o paciente, enfraquece a aut
oridade da medicina. As especificidades
da comunicação entre o médico e o paciente pressupõem a confiança mútua, que é a condição
mais importante para o sucesso do tratamento. A sociologia considera a confiança como um
tipo de conexão social, o oposto das
relações formais reguladas por normas legais. Shtompka
acredita que tal conexão social é uma conexão moral (VASIL'EVA, 1999). N. Luman
caracteriza a confiança como uma conexão emocional entre as pessoas, uma atitude moral e
psicológica, uma expectativa gen
eralizada de justiça nas ações do participante da interação e o
cumprimento de suas obrigações (POROHOVSKAJA, 2018). Adam B. Seligman observa que
a confiança é a base das relações públicas.
A confiança como um vínculo social implica que as pessoas têm obri
gações vinculantes
para com os outros. Os principais componentes dessa relação são: a expectativa de uma atitude
digna para conosco; cumprimento de obrigações; preocupação com os interesses dos outros, a
vontade de agir em seu favor, mesmo quando nossos in
teresses sofrem. Esses três vetores criam
um espaço moral de confiança no qual ocorre a interação social, inclusive entre o médico e o
paciente.
Este artigo analisa as práticas e os motivos de recusa de vacinação de pais de crianças
pequenas, as opiniões d
e profissionais e outros especialistas que se manifestam contra a
vacinação. O objetivo é descobrir como a recusa da vacinação afeta a credibilidade das
atividades médicas.
Métodos
Para estudar o problema, foi realizado um estudo sociológico. Na primeir
a etapa, em
2016, foram realizadas 23 entrevistas livres com pais de 20 a 49 anos de diferentes cidades da
Rússia e monitoramento das ações dos participantes do Pravda sobre o grupo de vacinação na
rede social Vkontakte por meio da netnografia. De acordo c
om a tipologia de Gould, optamos
pela posição "observador como participante" (POLUHINA, 2014).
A comunidade “Verdade sobre vacinas” (classificada por Garcia, Standlee, Bechkoff,
Cui) refere
-
se a uma comunidade de contatos online (POLUHINA, 2014).
image/svg+xml
Aida Nailevna NURUTDINOVA; Alina Aleksandrovna LUSHAVINA
e
Vera Nikolaevna ARGUNOVA
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524,
dez
. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3519
Na
segunda etapa do estudo, em 2020, foi utilizado o método de estudo de caso. O objeto
do estudo foi a mesa redonda internacional “Pare a vacinação obrigatória! Complicações pós
-
vacinação", que ocorreu em 26 de julho de 2020 ao vivo no canal do Youtube da ag
ência de
notícias "a to be honest"
Também foi realizada uma análise secundária dos resultados da pesquisa sociológica da
Internet em toda a Rússia sobre a vacinação contra o coronavírus (Centro de pesquisa
independente, setembro de 2020, n = 3700).
Resultados e discussão
De acordo com os resultados da primeira etapa do estudo, foram identificadas duas
formas de recusa da vacinação: total e parcial. No primeiro caso (havia a maioria desses
informantes), os pais recusaram todas as vacinas de seus filh
os. No segundo caso, os pais dão
aos filhos algumas vacinas contra doenças que podem causar consequências negativas.
Os informantes que optaram pela forma total de recusa podem ser divididos em vários
grupos. (1) Pais que recusaram vacinas desde certo perí
odo. Esse grupo incluiu aqueles que
começaram a recusar após complicações e reações adversas por causa da vacinação, e aqueles
que foram orientados por informações da internet e literatura antivacinação (MAWSON
et al.
,
2017). (2) Pais que se recusam a vaci
nar as crianças imediatamente após o nascimento. Nesse
grupo, vale destacar os pais que vivenciam as consequências negativas da vacinação dos filhos
maiores, o que os levou a não vacinar os menores.
Uma convicção antivacinação estável é formada nos pais so
b a influência de vários
fatores. O principal fator é uma experiência de vida pessoal negativa ou conhecidos próximos.
Em alguns casos, as recusas de vacinas estão ligadas às conexões sociais dos informantes. Se
houver recusas de vacinação no círculo próxi
mo de pais em quem seus pais confiam, sua
opinião se torna autoritária. Os informantes também assumem uma atitude negativa em relação
à vacinação por parte dos pais, que também não vacinaram seus filhos (informantes). Na Rússia
de hoje, existem famílias qu
e têm duas ou até três gerações de crianças não vacinadas.
Os resultados da entrevista e análise do recurso online revelaram os seguintes
argumentos contra as vacinas. (1) As vacinas são perigosas e prejudiciais ao organismo,
destroem o sistema imunológico
da criança, causam reações adversas e consequências a longo
prazo que afetam a saúde (PETROVSKY, 2015). Portanto, não há apenas uma rejeição da
necessidade de vacinação, mas também uma perda de confiança nos métodos oficiais da
medicina e dos médicos (HOW
SON
et al.
, 1991).
image/svg+xml
Educação e confiança social estudo de caso: Práticas antivacinação na Rússia
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524,
dez
. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3520
O segundo argumento (2) contra as vacinas é a crença de que as vacinas são "armas
biológicas". Essa visão está intimamente ligada à desconfiança do sistema de saúde como um
todo. Alguns pais entrevistaram médicos suspeitos de conluio com
empresas farmacêuticas que
promovem vacinas que os informantes acreditam serem "armas biológicas". Escândalos no
México, Filipinas e África foram um fator importante que convenceu os pais de que as vacinas
eram "armas biológicas". Então um hormônio que ca
usa infertilidade em mulheres foi
encontrado na vacina contra a poliomielite (TALWAR
et al.
, 1994). O terceiro argumento (3)
baseia
-
se na crença de que as vacinas são um negócio lucrativo para as empresas farmacêuticas,
por isso estão fazendo lobby pela va
cinação obrigatória. O quarto argumento (4). As vacinas
não impediram epidemias de doenças perigosas, e a presença de vacinação não oferece garantias
contra a doença. O quinto argumento (5). As crianças vacinadas adoecem com mais frequência
e mais do que a
s crianças não vacinadas. Essa opinião geralmente é formada na experiência
pessoal dos pais quando monitoram a saúde de seus filhos mais velhos (vacinados) e mais novos
(não vacinados). Sexto argumento (6). O próprio Corpo deve combater vírus e doenças. Vi
a de
regra, essa posição é ocupada por pais que praticam formas não medicamentosas de melhoria
da saúde.
O desejo de proteger uma criança da vacinação é muitas vezes considerado pelos pais
como uma "guerra" com todo o sistema social, bem como com parentes
e conhecidos. Muitas
vezes tornam
-
se “inimigos” de outros pais, são criticados e condenados. Ao mesmo tempo, os
pais entendem que a sociedade e o Estado impõem certas regras, inclusive em relação à
vacinação. Os pais se preparam cuidadosamente para a recus
a de vacinas, estudam as leis, os
requisitos prescritos, compartilham suas experiências com outras pessoas e constroem
claramente seus argumentos ao se comunicar com os profissionais médicos. Os resultados de
nossa pesquisa mostraram que os pais conhecem s
eus direitos e obrigações e se orientam pelas
leis. Os pais tentam estabelecer um diálogo com o governo e as autoridades de saúde. Uma das
opções para os pais é criar e distribuir petições contra vacinações obrigatórias e certos tipos de
vacinação.
A desco
nfiança na vacinação gera desconfiança no sistema de saúde, nos métodos de
tratamento e em alguns médicos. Os pais que se recusam a vacinar seus filhos geralmente se
recusam a tomar medicamentos, antibióticos e recorrem mais às formas tradicionais de
trata
mento, homeopatia e naturopatia. Os pais prestam muita atenção a um estilo de vida
saudável, prevenção de doenças e evitam produtos que contenham alimentos geneticamente
modificados. Alguns dos membros da comunidade são adeptos das antigas práticas russas,
engajados na melhoria da saúde e no endurecimento do corpo.
image/svg+xml
Aida Nailevna NURUTDINOVA; Alina Aleksandrovna LUSHAVINA
e
Vera Nikolaevna ARGUNOVA
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524,
dez
. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3521
A segunda etapa do estudo (julho de 2020) incluiu a identificação das opiniões dos
participantes da mesa redonda internacional "Pare a vacinação obrigatória! Complicações pós
-
vacinação". A anális
e das falas dos pais confirmou os resultados obtidos na primeira etapa
quanto aos motivos da recusa da vacinação. Médicos russos falaram sobre casos em que a
direção de uma instituição médica os proibiu de registrar as consequências pós
-
vacinais no
cartão
pessoal do paciente. Os especialistas também observaram separadamente a futilidade da
vacinação obrigatória contra o COVID
-
19, já que o vírus está em constante mutação e a vacina
não acompanha a nova mutação. Também foi sugerido que é impossível fazer uma
vacina de
alta qualidade em poucos meses, realizar os testes necessários e identificar todas as possíveis
consequências negativas. Defensores de direitos humanos que falaram na mesa redonda
levantaram a questão da proteção legal contra a vacinação obrigató
ria.
Uma questão importante foi levantada sobre as complicações pós
-
vacinais. Em primeiro
lugar, é muito difícil provar tais consequências, pois o sistema de saúde em todos os níveis se
protege recusando
-
se a reconhecer a ligação entre as consequências e a
vacinação. Em segundo
lugar, o montante dos pagamentos devido às consequências negativas da vacinação é
extremamente reduzido. Eles não são proporcionais aos recursos gastos em tratamento, danos
físicos e morais. Terceiro, as empresas farmacêuticas se ben
eficiam das complicações pós
-
vacinais: o número de usuários de insulina e outros medicamentos está crescendo (ANGELL,
2009).
Os resultados da pesquisa em toda a Rússia sobre a vacinação contra o coronavírus
mostraram que a maioria dos entrevistados (92,1%)
não confia em informações sobre a extensão
da disseminação do coronavírus, seus perigos, métodos de prevenção e tratamento provenientes
de fontes oficiais em graus variados. A grande maioria dos inquiridos não quer ser vacinada (a
soma das respostas é sup
erior a 100%). Metade dos entrevistados (50,4%) não está pronta para
ser vacinada, pois não confia em todas as vacinas nas quais a Organização Mundial da Saúde
está envolvida há muito tempo, acusada de sabotagem de vacinas; 43,2% não estão prontos para
ser
em vacinados, porque a vacina não pode ser criada antes de cinco anos de acordo com todos
os padrões científicos; 32,7% não estão prontos para serem vacinados, porque não pode haver
vacina confiável contra o coronavírus. Apenas 3,6% dos entrevistados estão
prontos para serem
vacinados, dos quais: 2% o farão voluntariamente, 0,9%
-
se houver ordem em todo o país,
0,7%
-
se forem obrigados a trabalhar (Independent research Center, s./d.).
image/svg+xml
Educação e confiança social estudo de caso: Práticas antivacinação na Rússia
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524,
dez
. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3522
Síntese
A prática da não vacinação pode ser combinada em
vários grupos dependendo da
experiência familiar em relação à vacinação. Um grupo é composto por famílias que têm uma
experiência negativa de vacinar crianças mais velhas. Eles se recusam categoricamente a
vacinar crianças mais novas. Nessas famílias, a de
sconfiança em relação aos médicos e ao
sistema de saúde é mais pronunciada. O outro grupo é formado por famílias em que há tradição
de recusa da vacinação. Os próprios pais cresceram sem vacinas e têm uma experiência positiva
de vida sem vacinas. Essas fam
ílias espalham ativamente seu exemplo positivo entre outros
pais. O terceiro grupo inclui famílias que têm fortes crenças contra as vacinas com base na
análise das experiências de vida de outras pessoas e na literatura. Eles não vacinam seus filhos,
mas po
dem concordar com algumas vacinas sob pressão do sistema educacional. Esses pais são
críticos da medicina.
Entre os motivos de recusa da vacinação, prevalecem a preocupação com o
fortalecimento da imunidade da criança e o medo de complicações pós
-
vacinais
(DÓREA,
2011). Ressalta
-
se que a prática de recusa da vacinação é acompanhada de práticas alternativas:
estilo de vida saudável, incluindo endurecimento e alimentação saudável; o uso da medicina
tradicional; recusa de antibióticos etc.
Os resultados da pes
quisa na Internet em toda a Rússia mostraram que a grande maioria
dos russos não confia nas informações oficiais sobre a propagação do vírus, não a considera
uma doença grave e não quer ser vacinada contra a covid
-
19.
Conclusões
A prática
generalizada de recusar vacinas entre os pais, como nossa pesquisa mostrou,
é baseada na experiência de vida. Consequências negativas para a saúde, imunidade
enfraquecida, incapacidade e às vezes a morte de crianças, tudo isso indica o impacto ambíguo
das
vacinas no corpo humano. Ao mesmo tempo, os esforços da medicina oficial e da
Organização Mundial da Saúde criaram estereótipos do impacto positivo das vacinas na
sociedade. Para manter a confiança na relação entre o médico e o paciente, é necessário, em
n
ossa opinião, ter uma linha de comunicação flexível com os pais que se recusam a vacinar seus
filhos. Além disso, precisamos de um controle público rigoroso sobre a produção de vacinas e
sua qualidade.
image/svg+xml
Aida Nailevna NURUTDINOVA; Alina Aleksandrovna LUSHAVINA
e
Vera Nikolaevna ARGUNOVA
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524,
dez
. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3523
AGRADECIMENTOS
:
O trabalho é realizado de acordo com
o Programa do Governo Russo
de Crescimento Competitivo da Universidade Federal de Kazan
.
REFERÊNCIAS
ANGELL, M. Drug companies & doctors: a story of corruption.
The New York Review
, 15
Jan.
2009. Available:
https://www.nybooks.com/articles/2009/01/15/drug
-
companies
-
doctorsa
-
story
-
of
-
corruption/
. Access: 10 Jan. 2021.
DÓREA, J. G. Integrating experimental (in vitro and in vivo) neurotoxicity studies of low
-
dose thimerosal relevant to vaccines.
Neurochem Res.
,
v.
36
, n.
6, p. 927
-
938, 2011.
Available: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21350943/
. Access: 10 Jan. 2021.
HOWSON, C. P.; HOWE, C. J.; FINEBERG, H. V.
Adverse Effects of Pertussis and
Rubella Vaccines:
A Report of the Committee to Review the Adverse Cons
equences of
Pertussis and Rubella Vaccines”. Washington
,
DC: National Academies Press (US). 1991.
pt.
5.
Available: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK234368/
. Access: 10 Jan. 2021.
INDEPENDENT RESEARCH CENTER.
Results of an Internet survey on
coronavirus
vaccination
.
[
n.d.
].
Available: http://xn
----
7sbfhedbrfkjgf7af6bcairj9fsg.xn
--
p1ai/rezultaty
-
internet
-
oprosa
-
po
-
teme
-
vaktsinatsii
-
ot
-
koronavirusa/
. Access: 10 Jan. 2021.
MAWSON1, A. R.
et al.
Preterm birth, vaccination and neurodevelopmental disorders: a
cross
-
sectional study of 6
-
to 12
-
year
-
old vaccinated and unvaccinated children.
Journal of
Translational Science
,
v
. 3
, n.
3
,
p. 1
-
8, 2017. Available: https://www.oatext.com/pdf/JTS
-
3
-
187.pdf
. Access: 10 Jan. 2021.
PETROVSKY, N. Comparative safety of vaccine adjuvants: a summary of current evidence
and future needs”.
Drug Saf.
, v.
38
, n.
11, p. 1059
–
1074, 2015. Available:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4615573/
. Access: 10 Jan.
2021.
POLUHINA, E. Online surveillance as a method of data collection.
Theoretical discourses
and discussions. Inter
,
n.
7, p. 95
-
106, 2014.
POROHOVSKAJA, T.
I. Trust as a moral phenomenon.
Scientific notes of the V. I.
Vernadsky Crimean Federal
University. Philosophy. Political science. Culturology
,
v
. 4
,
n.
70, p. 56
-
64, 2018.
TALWAR, G. P.
et al
. A vaccine that prevents pregnancy in women.
Proc. Natl. Acad. Sci.
USA
, v. 91
,
p.
8532
-
8536, 1994. Available:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articl
es/PMC44640/
. Access: 10 Jan. 2021.
UGLOV, F. G.
Review of V. A. Kopylov's article "About vaccinations”
.
[n.d.].
Available:
http://www.kopylov.ru/index.php/ct
-
menu
-
item
-
223/ct
-
menu
-
item
-
225/ct
-
menu
-
item
-
239/o
-
privivkakh
. Access: 10 Jan. 2021.
image/svg+xml
Educação e confiança social estudo de caso: Práticas antivacinação na Rússia
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524,
dez
. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3524
VASIL'EVA,
E. P. P. Sztompka.
Hard
-
to
-
understand cultural factors in rapid social change.
Trust, loyalty, solidarity.
Social and human Sciences. Russian and foreign literature.
Series 11. Sociology: an abstract journal
,
n.
2, p. 78
-
85, 1999.
Como
referenciar este artigo
NURUTDINOVA
, A. N.
; LUSHAVINA
, A. A.;
ARGUNOVA
, V. N
.
Educação e confiança
social estudo de caso:
Práticas
antivacinação na Rússia
.
Revista on line de Política e Gestão
Educacional
, Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p.
3516
-
3524
, dez. 2021. e
-
ISSN:1519
-
9029. DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
Submetido em
:
07
/0
4
/2021
Revisões requeridas em
:
11
/0
8
/2021
Aprovado em
:
19
/11/2021
Publicado em
: 30/12/2021
Processamento e
editoração: Editora Ibero
-
Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
image/svg+xml
Education and social trust case study: Anti
-
vaccination practices in Russia
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524, Dec. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3516
EDUCATION AND SOCIAL TRUST CASE STUDY: ANTI
-
VACCINATION
PRACTICES IN RUSSIA
EDUCAÇÃO E CONFIANÇA SOCIAL
ESTUDO DE CASO: PRÁTICAS
ANTIVACINAÇÃO NA RÚSSIA
EDUCACIÓN Y CONFIANZA SOCIAL
ESTUDIO DE CASO: PRÁCTICAS
ANTIVACUNAS EN RUSIA
Aida Nailevna NURUTDINOVA
1
Alina Aleksandrovna LUSHAVINA
2
Vera Nikolaevna ARGUNOVA
3
ABSTRACT:
Modern trust studies have begun to believe that education has a universally
positive impact on trust. Education is often one of the most potent predictors of trust, more
influential than age, income, wealth, health, or any other individual characteristic.
Therefore,
there are specific causes to consider that education sometimes enhances the propensity to trust.
The article deals with the current issue of distrust of vaccination as an institutional practice of
prevention and protection from diseases. The re
sults of a sociological study conducted in 2016
and 2020 revealed that the refusal to vaccinate children is based on the education and life
experience of parents themselves or other people who have faced post
-
vaccination
complications. Participants in the
study spoke about the voluntary nature of vaccination,
including against coronavirus. The results indicated that that there is a positive correlation
between education and trust in the society.
KEYWORDS:
Society. Anti
-
vaccination practices. Education. So
cial trust.
RESUMO:
Os estudos modernos sobre confiança começaram a acreditar que a educação tem
um impacto universalmente positivo sobre a confiança. A educação costuma ser um dos
indicadores mais potentes de confiança, mais influente do que a idade, renda, riqueza, saúde
ou
qualquer outra característica individual. Portanto, há causas específicas para considerar
que a educação às vezes aumenta a propensão para a confiança. O artigo trata da questão
atual da desconfiança na vacinação como prática institucional de prevenção e
proteção contra
doenças. Os resultados de um estudo sociológico realizado em 2016 e 2020 revelaram que a
recusa em vacinar crianças é baseada na educação e na experiência de vida dos próprios pais
ou de outras pessoas que enfrentaram complicações pós
-
vacin
ais. Os participantes do estudo
falaram sobre a natureza voluntária da vacinação, inclusive contra o coronavírus. Os
1
Kazan Federal University, Kazan
–
Russia.
C
andidate of sociological Sciences, associate Professor of the
Department of General and ethnic sociology, Institute of social and philosophical Sciences
and mass
communications
.
ORCID: https://orcid.org/0000
-
0001
-
7453
-
3502
. E
-
mail:
aida.nurutdinova@kpfu.ru
2
Independent research Center, Samara
–
Russia.
Doctor
-
neurologist, sociologist
.
ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0003
-
3547
-
8592
.
E
-
mail: alina_chemodanov@mail.ru
3
Vyatka state University, Kirov
–
Russia.
Doctor of social Sciences, Professor, faculty of history, political science
and cultural studies, Institute of Humanities and social Sciences
.
ORCID: https://orcid.org/0000
-
0003
-
0643
-
8065
.
E
-
mail: v_argunova@mail.ru
image/svg+xml
Aida
Nailevna NURUTDINOVA; Alina Aleksandrovna LUSHAVINA and Vera Nikolaevna ARGUNOVA
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524, Dec. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3517
resultados indicaram que existe uma correlação positiva entre educação e confiança na
sociedade.
PALAVRAS
-
CHAVE:
Sociedade. Práticas antiv
acinação. Educação. Confiança social.
RESUMEN:
Los estudios modernos sobre la confianza han comenzado a creer que la
educación tiene un impacto universalmente positivo en la confianza. La educación es a menudo
uno de los predictores más potentes de la co
nfianza, más influyente que la edad, los ingresos,
la riqueza, la salud o cualquier otra característica individual. Por tanto, existen causas
concretas para considerar que la educación en ocasiones potencia la propensión a la
confianza. El artículo aborda
el tema actual de la desconfianza hacia la vacunación como
práctica institucional de prevención y protección de enfermedades. Los resultados de un
estudio sociológico realizado en 2016 y 2020 revelaron que la negativa a vacunar a los niños
se basa en la ed
ucación y la experiencia de vida de los propios padres u otras personas que se
han enfrentado a complicaciones posvacunales. Los participantes del estudio hablaron sobre
la naturaleza voluntaria de la vacunación, incluso contra el coronavirus. Los resultad
os
indicaron que existe una correlación positiva entre educación y confianza en la sociedad.
PALABRAS CLAVE:
Sociedad. Prácticas antivacunas.
Educación. Confianza social.
Introduction
Various aspects of vaccination have now become more relevant in connection with the
coronavirus pandemic and the promotion of the idea of vaccination as a preventive measure.
There is a growing movement of anti
-
vaccinators around the world, whose participa
nts are
opposed to the use of vaccines as a means of preventing epidemic diseases. In this regard, it is
important to consider the practices and reasons for refusing vaccination in terms of trust in
doctors and the health care institution. Vaccination is a
medical intervention performed by
doctors who are not only legally but also morally responsible for the health and life of patients.
There is no consensus among medical practitioners, epidemiologists, and biologists about the
impact of vaccines on human h
ealth. Moreover, it was doctors and scientists who initiated the
anti
-
vaccination movement in the world. In
Great Britain
, the "First national anti
-
Vaccination
League"
was established in 1866. In the United States in 1879, the "American society against
vac
cination" appeared. Currently, there is a "European Forum for Vaccine vigilance" (EFVV).
In Russia, the anti
-
vaccination movement at the end of the XX century began virologist G.
P
.
Chervonskaya, homeopath A. Kotok, surgeon F. G. Uglov (
UGLOV
, [n.d.]
).
The
main proponent of vaccination is the World health organization. Its experts say that
the only factors affecting public health are vaccination and clean drinking water, and the
percentage of vaccination among the population is a factor in economic growth.
In their view,
image/svg+xml
Education and social trust case study: Anti
-
vaccination practices in Russia
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524, Dec. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3518
vaccination is a strategic investment in health care. This position is shared by official
representatives of health systems in all countries of the world.
The massive increase in the practice of refusing vaccinations is a symptom of patients
'
distrust of this type of medical intervention. This puts a negative impact on the relationship
between the doctor and the patient, weakens the authority of medicine.
The specifics of
communication between the doctor and the patient presuppose mutual trus
t, which is the most
important condition for successful treatment. Sociology considers trust as a type of social
connection, the opposite of formal relationships regulated by legal norms. Shtompka believes
that such a social connection is a moral connectio
n (VASIL'EVA, 1999). N. Luman
characterizes trust as an emotional connection between people, a moral and psychological
attitude, a generalized expectation of justice in actions from the interaction participant, and the
fulfillment of their obligations (POR
OHOVSKAJA, 2018). Adam B. Seligman observes that
trust is the Foundation of public relations.
Trust as a social bond implies that people have binding obligations towards others. The
main components of this relationship are: the expectation of a decent atti
tude towards us;
fulfillment of obligations; concern for the interests of others, the willingness to take action in
their favor, even when our interests suffer. These three vectors create a moral space of trust in
which social interaction takes place, incl
uding between the doctor and the patient.
This article analyzes the practices and reasons for refusing vaccinations of parents of
young children, the opinions of practitioners and other specialists who speak out against
vaccination. The goal is to find out
how the refusal of vaccination affects the credibility of
medical activities.
Methods
To study the problem, a sociological study was carried out. At the first stage, in 2016,
23 free interviews were conducted with parents aged 20 to 49 years from different cities of
Russia and monitoring the actions of participants of the Pravda about vacci
nations group in the
Vkontakte social network using netnography. According to Gould's typology, we chose the
"observer as participant" position
(
POLUHINA, 2014
)
.
The "Truth about vaccinations" community (classified by Garcia, Standlee, Bechkoff,
Cui) refe
rs to a community of online contacts
(
POLUHINA, 2014
)
.
At the second stage of the study in 2020, the case study method was used. The object of
the study was the international round table "Stop compulsory vaccination! Post
-
vaccination
image/svg+xml
Aida
Nailevna NURUTDINOVA; Alina Aleksandrovna LUSHAVINA and Vera Nikolaevna ARGUNOVA
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524, Dec. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3519
complications", which
took place on July 26, 2020 live on the Youtube channel of the news
Agency "a to be honest".
A secondary analysis of the results of the all
-
Russian sociological Internet survey on
coronavirus vaccination was also carried out (Independent research Center, S
eptember 2020,
n= 3700).
Results and Discussion
According to the results of the first stage of the study, two forms of refusal of
vaccination were identified: total and partial. In the first case (there was a majority of such
informants), parents refused all vaccinations for their children. In the secon
d case, parents give
their children some vaccinations against diseases that can cause negative consequences.
Informants who chose the total form of refusal can be divided into several groups. (1)
Parents who have refused vaccinations since a certain
period
. This group included those who
began to refuse after complications and adverse reactions
because of
vaccination, and those
who were guided by information from the Internet and anti
-
vaccination literature (MAWSON
et al.
, 2017). (2) Parents who refuse to va
ccinate
children
immediately after the birth. In this
group, it is worth noting parents who have experience of the negative consequences of
vaccination of older children, which prompted them not to vaccinate younger children.
A stable anti
-
vaccination conv
iction is formed in parents under the influence of
several
factors. The main factor is a negative personal life experience or close acquaintances. In some
cases, vaccine refusals are linked to informants' social connections. If there are vaccination
refuseniks in the close circle of parents who are trusted by the
ir parents, then their opinion
becomes authoritative. Informants also take a negative attitude to vaccination from their
parents, who also did not vaccinate their children (informants). In Russia today, there are
families that have two or even three genera
tions of unvaccinated children.
The results of the interview and analysis of the online resource revealed the following
arguments against vaccinations. (1) Vaccinations are dangerous and harmful to the body,
destroy the child's immune system, cause adverse
reactions and long
-
term consequences that
affect health (PETROVSKY, 2015). Therefore, there is not only a rejection of the need for
vaccination, but also a loss of confidence in official methods of medicine and doctors
(HOWSON
et al.
, 1991).
The second a
rgument (2) against vaccines is the belief that vaccinations are "biological
weapons". This view is closely linked to distrust of the health system as a whole. Some parents
image/svg+xml
Education and social trust case study: Anti
-
vaccination practices in Russia
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524, Dec. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3520
interviewed suspected doctors of colluding with pharmaceutical companies that promo
te
vaccines that informants believe are "biological weapons"
.
Scandals in Mexico, the Philippines,
and Africa were an important factor that convinced parents that vaccinations were
"bioweapons"
.
Then a hormone that causes infertility in women was found in
the polio vaccine
(TALWAR
et al.
, 1994). The third argument (3) is based on the belief that vaccines are a
profitable business for pharmaceutical companies, so they are lobbying for mandatory
vaccination. The fourth argument (4). Vaccinations did not stop
epidemics of dangerous
diseases, and the presence of vaccination does not provide guarantees against the disease. The
fifth argument (5). Vaccinated children get sick more often and more than unvaccinated
children. This opinion is usually formed on the per
sonal experience of parents when they
monitor the health of their older (vaccinated) and younger (unvaccinated) children. Sixth
argument (6). The Body itself must fight viruses and diseases. As a rule, this position is held by
parents who practice non
-
drug
forms of health improvement.
The desire to protect a child from vaccination is often regarded by parents as a "war"
with the entire social system, as well as with relatives and acquaintances. They often become
"enemies" for other parents, are criticized a
nd condemned. At the same time, parents understand
that society and the state put forward certain rules, including regarding vaccinations. Parents
carefully prepare for refusal of vaccinations, study the laws, prescribed requirements, share
their experienc
e with others, and clearly build their arguments when communicating with
medical professionals. The results of our research have shown that parents know their rights
and obligations and are guided by the laws. Parents try to establish a dialogue with the
g
overnment and health authorities. One of the options for parents is to create and distribute
petitions against mandatory vaccinations and certain types of vaccination.
Distrust of vaccination breeds distrust of the health system, treatment methods, and
som
e doctors. Parents who refuse to vaccinate their children often refuse to take medications,
antibiotics, and turn more to traditional forms of treatment, homeopathy, and naturopathy.
Parents pay great attention to a healthy lifestyle, disease prevention, a
nd avoiding products
containing genetically modified foods. Some of the community members are supporters of old
Russian practices, engaged in health improvement and hardening of the body.
The second stage of the study (July 2020) included identifying the o
pinions of
participants of the international round table "Stop compulsory vaccination! Post
-
vaccination
complications". The analysis of parents'
speeches confirmed the results obtained at the first
stage concerning the reasons for refusing vaccination. Rus
sian doctors
talked
about cases when
the management of a medical institution forbade them to record post
-
vaccination consequences
image/svg+xml
Aida
Nailevna NURUTDINOVA; Alina Aleksandrovna LUSHAVINA and Vera Nikolaevna ARGUNOVA
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524, Dec. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3521
in the patient's personal card. Experts also separately noted the futility of mandatory vaccination
against COVID
-
19, since th
e virus is constantly
mutating,
and the vaccine does not keep up
with the new mutation. It was also suggested that it is impossible to make a high
-
quality vaccine
in a few months, conduct the necessary tests, and identify all possible negative consequences
.
Human rights defenders who spoke at the round table raised the issue of legal protection against
compulsory vaccination.
An important issue was raised about post
-
vaccination complications. First, it is very
difficult to prove such
consequences since
the
health system at all levels protects itself by
refusing to recognize the link between the consequences and vaccination. Secondly, the amount
of payments due to the negative consequences of vaccination is extremely small. They are not
commensurate with the
funds spent on treatment, physical and moral damage. Third,
pharmaceutical companies benefit from post
-
vaccination complications: the number of users of
insulin and other medications is growing (ANGELL, 2009).
The results of the all
-
Russian survey on coron
avirus vaccination showed that
most
respondents (92.1%) do not trust information about the extent of the spread of coronavirus, its
dangers, methods of prevention and treatment coming from official sources to varying degrees.
The vast majority of responden
ts do not want to be vaccinated (the sum of responses is more
than 100%). Half of the respondents (50.4%) are not ready to be vaccinated, because they do
not trust all the vaccines that the World health organization has long been involved in, accused
of sa
botage of vaccines; 43.2% are not ready to be vaccinated, because the vaccine
cannot
be
created before five years according to all scientific standards; 32.7% are not ready to be
vaccinated, because there can be no reliable vaccine against coronavirus. Onl
y 3.6% of
respondents are ready to be vaccinated, of which: 2% will do it voluntarily, 0.9%
-
if there is
an order about it throughout the country,
0.7%
-
if they are forced to work (
Independent research
Center
, n./d.
).
Summary
The practice of non
-
vacc
ination can be combined into several groups depending on
family experience
regarding
vaccination. One group consists of families that have a negative
experience of vaccinating older children. They categorically refuse to vaccinate younger
children. In these families, distrust of doctors and the health care system is most pronounced.
The o
ther group consists of families in which there is a tradition of refusal of the vaccination.
The parents themselves grew up without vaccinations and have a positive experience of life
image/svg+xml
Education and social trust case study: Anti
-
vaccination practices in Russia
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524, Dec. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3522
without vaccines. These families actively spread their positive example
among
other
parents.
The third group includes families who have strong beliefs against vaccines based on the analysis
of other people's life experiences and literature. They do
n
o
t vaccinate their children, but they
may agree to some vaccinations under pre
ssure from the education system. These parents are
critical of medicine.
Among the reasons for refusing vaccination, concern for strengthening the child's
immunity and fear of post
-
vaccination complications prevail (DÓREA, 2011). It should be
noted that th
e practice of refusing vaccination is accompanied by alternative practices: a healthy
lifestyle, including hardening and healthy nutrition; the use of traditional medicine; refusal of
antibiotics, etc.
The results of the all
-
Russian Internet survey showed
that the vast majority of Russians
do not trust official information about the spread of the virus, do not consider it a serious disease
and do not want to be vaccinated against covid
-
19.
Conclusions
The widespread practice of refusing vaccinations amo
ng parents, as our research has
shown, is based on life experience. Negative health consequences, weakened immunity,
disability, and sometimes the death of children
,
all this indicates the ambiguous impact of
vaccinations on the human body. At the same tim
e, the efforts of official medicine and the
World health organization have created stereotypes of the positive impact of vaccines in society.
In order to maintain trust in the relationship between the doctor and the patient, it is necessary,
in our opinion
, to have a flexible line of communication with parents who refuse to vaccinate
their children. In addition, we need strict public control over the production of vaccines and
their quality.
ACKNOWLEDGEMENTS
:
The work is performed according to the
Russian Government
Program of Competitive Growth of Kazan Federal University.
image/svg+xml
Aida
Nailevna NURUTDINOVA; Alina Aleksandrovna LUSHAVINA and Vera Nikolaevna ARGUNOVA
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524, Dec. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3523
REFERENCES
ANGELL, M. Drug companies & doctors: a story of corruption.
The New York Review
, 15
Jan.
2009. Available:
https://www.nybooks.com/articles/2009/01/15/drug
-
companie
s
-
doctorsa
-
story
-
of
-
corruption/
. Access: 10 Jan. 2021.
DÓREA, J. G. Integrating experimental (in vitro and in vivo) neurotoxicity studies of low
-
dose thimerosal relevant to vaccines.
Neurochem Res.
,
v.
36
, n.
6, p. 927
-
938, 2011.
Available: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21350943/
. Access: 10 Jan. 2021.
HOWS
ON, C. P.; HOWE, C. J.; FINEBERG, H. V.
Adverse Effects of Pertussis and
Rubella Vaccines:
A Report of the Committee to Review the Adverse Consequences of
Pertussis and Rubella Vaccines”. Washington
,
DC: National Academies Press (US). 1991.
pt.
5.
Availabl
e: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK234368/
. Access: 10 Jan. 2021.
INDEPENDENT RESEARCH CENTER.
Results of an Internet survey on coronavirus
vaccination
.
[
n.d.
].
Available: http://xn
----
7sbfhedbrfkjgf7af6bcairj9fsg.xn
--
p1ai/rezultaty
-
internet
-
oprosa
-
po
-
teme
-
vaktsinatsii
-
ot
-
koronavirusa/
. Access: 10 Jan. 2021.
MAWSON1, A. R.
et al
. Preterm birth, vaccination
and neurodevelopmental disorders: a
cross
-
sectional study of 6
-
to 12
-
year
-
old vaccinated and unvaccinated children.
Journal of
Translational Science
,
v
. 3
, n.
3
,
p. 1
-
8, 2017. Available: https://www.oatext.com/pdf/JTS
-
3
-
187.pdf
. Access: 10 Jan. 2021.
PE
TROVSKY, N. Comparative safety of vaccine adjuvants: a summary of current evidence
and future needs”.
Drug Saf.
, v.
38
, n.
11, p. 1059
–
1074, 2015. Available:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4615573/
. Access: 10 Jan. 2021.
POLUHINA, E. Online surveillance as a method of data collection.
Theoretical discourses
and discussions. Inter
,
n.
7, p. 95
-
106, 2014.
POROHOVSKAJA, T.I. Trust as a moral phenomenon.
Scientific notes of the V. I.
Vernadsky Crimean Federal University. Phil
osophy. Political science. Culturology
,
v
. 4
,
n.
70, p. 56
-
64, 2018.
TALWAR, G. P.
et al
. A vaccine that prevents pregnancy in women.
Proc. Natl. Acad. Sci.
USA
, v. 91
,
p.
8532
-
8536, 1994. Available:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC44640/
. Access: 10 Jan. 2021.
UGLOV, F. G.
Review of V. A. Kopylov's article "About vaccinations”
.
[n.d.].
Available:
http://www.kopylov.ru/index.php/ct
-
menu
-
item
-
223/ct
-
menu
-
item
-
225/ct
-
menu
-
item
-
239/o
-
privivk
akh
. Access: 10 Jan. 2021.
VASIL'EVA, E. P. P. Sztompka.
Hard
-
to
-
understand cultural factors in rapid social change.
Trust, loyalty, solidarity.
Social and human Sciences. Russian and foreign literature.
Series 11. Sociology: an abstract journal
,
n.
2, p.
78
-
85, 1999.
image/svg+xml
Education and social trust case study: Anti
-
vaccination practices in Russia
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 3516
-
3524, Dec. 2021.
e
-
ISSN:1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
3524
How to reference this article
NURUTDINOVA, A. N.; LUSHAVINA, A. A.; ARGUNOVA, V. N.
Education and social
trust case study: anti
-
vaccination practices in Russia
.
Revista on line
de Política e Gestão
Educacional
, Araraquara, v. 25, n. esp. 6, p. 351
6
-
352
4
, Dec. 2021. e
-
ISSN:1519
-
9029.
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.6.16113
Submitted
:
07/04
/2021
Required revisions
:
11
/0
8
/2021
Approved
:
19
/11/2021
Published
:
30/12/2021
Processing and publication by the Editora Ibero
-
Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.