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O efeito da educação nas características de socialização pessoal em uma sociedade em transição
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Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara,
v.
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-
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-
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DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.7.16183
4264
O EFEITO DA EDUCAÇÃO NAS CARACTERÍSTICAS DE SOCIALIZAÇÃO
PESSOAL EM UMA SOCIEDADE EM TRANSIÇÃO
EL EFECTO DE LA EDUCACIÓN SOBRE LAS CARACTERÍSTICAS DE LA
SOCIALIZACIÓN PERSONAL EN UNA SOCIEDAD EN TRANSICIÓN
THE EFFECT OF
EDUCATION ON THE CHARACTERISTICS OF PERSONAL
SOCIALIZATION IN A TRANSITIONAL SOCIETY
Karina S. CHIKAEVA
1
Artur R. ABUTALIPOV
2
Galina I. DAVYDOVA
3
Ivan M. VAKULA
4
Olga I. SHKUROPY
5
Margarita V. KUDINOVA
6
RESUMO
:
Na ciência sociológica moderna, o tema da transição social ao nível da sociedade
e do indivíduo é de grande interesse no contexto da influência deste processo na socialização
individual
. Nesse sentido, os pesquisadores estão realizando inúmeros estudos so
bre a definição
da estrutura de socialização do indivíduo e as etapas desse processo. Os pesquisadores também
estão interessados
no processo de ressocialização da personalidade, dependendo dos vários
estágios de mobilidade social da sociedade e do impact
o de um fator como a adaptação à vida
em diferentes estágios de socialização (especialmente na idade da educação) e durante a
ressocialização. Conclui
-
se que o sucesso do processo de ressocialização de um indivíduo não
depende apenas de seu desejo de se ad
aptar o mais plenamente possível às mudanças sociais ou
outras circunstâncias.
PALAVRAS
-
CHAVE
:
Socialização. Educação. Ressocialização. Riscos sociais. Sociedade
transitiva.
1
Universidade Agrária do Estado de Kuban em homenagem a I.T. Trubilin
, Krasnodar
–
Russi
a
.
Doutora em
História, Professora do Departamento de Sociologia e Cultura da Universidade Agrária do Estado de Kuban
FSBEE HPE
. ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0003
-
4396
-
104X.
E
-
mail:
chikaevaka
rina@mail.ru
2
Universidade Nacional de Pesquisa Tecnológica de Kazan
, Kazan
–
Russi
a
.
Candidato a Ciências Pedagógicas,
Professor Associado de Jurisprudência
. ORCID: https://orcid.org/0000
-
0002
-
3665
-
5741.
E
-
mail:
a.abutaalipov@List.ru
3
Universidade Federal da Crimeia V.I. Vernadsky
,
(CUH)
República da
Criméia
–
Rússi
a
.
Doutora em Pedagogia,
Professora do Departamento de Pedagogia
Social e Tecnologias do Comportamento Desviante
. ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0003
-
4215
-
7084
.
E
-
mail:
galynadavydova@yand
ex.ru
4
Instituição Educacional de Ensino Superior do Tesouro do Estado Federativo «Instituto de Direito de Rostov do
Ministério de Assuntos Internos da Federação Russa»
, Rostov
-
on
-
Don
–
Rússia
.
Doutor em
Filosofia, Professor
do Departamento de Disciplinas Humanitárias e Socioeconômicas.
ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0002
-
5292
-
6978.
E
-
mail:
imvakula@mail.ru
5
Universidade Tecnológica d
o Estado de Kuban AIMT (filial) de KubSTU
–
Rússia
.
Docente sênior do
Departamento de disciplinas humanitárias, Instituto de Mecânica e Tecnologia Armavir (filial).
ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0001
-
6376
-
1286.
E
-
mail:
olgaskr17@yandex.ru
6
Universidade da Cidade de Moscou
,
Mosco
u
–
Rússia
.
Assistente do Departamento de Atividades Socioculturais
e Artes Cênicas, Instituto de Cultura e Artes.
ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0002
-
9638
-
4007
.
E
-
mail:
rita191093@yandex.ru
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Karina S. CHIKAEVA;
Artur R. ABUTALIPOV;
Galina I. DAVYDOVA; Ivan M. VAKULA; Olga I. SHKUROPY
e
Margarita V. KUDINOVA
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Revista
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RESUMEN
:
En la ciencia sociológica moderna, el tema de la transición
social a nivel de la
sociedad y del individuo es de gran interés en el contexto de la influencia de este proceso en la
socialización del individuo. En este sentido, los investigadores están realizando numerosos
estudios sobre la definición de la estructur
a de socialización del individuo y las etapas de este
proceso. Los investigadores también están interesados
en el proceso de resocialización de la
personalidad, dependiendo de los distintos estados de movilidad social de la sociedad y el
impacto de un fa
ctor como la adaptación a la vida en las diferentes etapas de socialización
(especialmente en la edad de la educatio) y durante la resocialización. Se concluye que el éxito
del proceso de resocialización de un individuo depende no solo de su deseo de adapt
arse lo
más plenamente posible al cambio social o de otras circunstancias.
PALABRAS
CLAVE
:
Socialización. Educación. Resocialización.
Riesgos sociales. Sociedad
transitiva.
ABSTRACT
:
In modern sociological science, the topic of social
transition at the level of society
and the individual is of great interest in the context of the influence of this process on the
socialization of the individual. In this regard, researchers are conducting numerous studies on
the definition of the structur
e of socialization of the individual and the stages of this process.
Researchers are also interested in the process of personality resocialization, depending on the
various states of social mobility of society and the impact of such a factor as the adaptat
ion to
life at different stages of socialization (especially in the age of education) and during
resocialization. It is concluded that the success of the process of resocialization of an individual
depends not only on his desire to adapt as fully as possib
le to change in social or other
circumstances.
KEYWORDS
:
Socialization. Education. Resocialization. Social risks.
Transitive society.
Introdução
A ressocialização é um processo complexo, porém objetivo, que faz parte integrante do
processo de
socialização do indivíduo. Sua importância na vida humana é extremamente
elevada em virtude do fato de que, desde a primeira infância, ele se encontra sob a influência
do microambiente social, limitado no estágio de socialização primária pelo ambiente domé
stico,
familiar e afins. No entanto, à medida que ela cresce, os limites do meio social da criança vão
se expandindo constantemente, o que torna necessário ensiná
-
la as regras de comunicação e
normas de comportamento na sociedade (VAKULA; ZAGUTIN, 2018).
O processo de socialização de um indivíduo se estende por um período de tempo
bastante longo e, segundo a definição de representantes da comunidade sociológica, inclui duas
etapas: a socialização primária e a secundária, que ocupa, aproximadamente, um terç
o de sua
vida biológica. Vários pesquisadores acreditam que uma pessoa que atingiu a velhice está
entrando em um período de declínio no nível de atividade social, em particular, em conexão
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com a entrada na idade de aposentadoria causada, entre outras coisa
s, pelo estado de seu físico
e social saúde
(CHIKAEVA
et al.
, 2018; VASKOV
et al.
, 2018; ROZHKOVSKY
et al.
, 2017).
A maior parte da vida humana, a nosso ver, é um processo de várias etapas de adaptação
do indivíduo a novos papéis sociais e à mudança da re
alidade social. Os períodos da vida
humana em que uma pessoa, devido a certas circunstâncias, muda seu estilo de vida são
geralmente chamados de ressocialização. Seu significado como processo é extremamente
importante para representantes de várias faixas e
tárias na sociedade em condições de mudanças
globais, que, antes de tudo, se referem a sociedades que passaram por sérias provações sob a
influência da Primeira e Segunda Guerras Mundiais, uma das cujas consequências foram:
-
O colapso dos impérios austro
-
húngaro e russo no início do século XX, a emergência
de um novo modelo capitalista alternativo de desenvolvimento social baseado na ideia da
ditadura do proletariado;
-
A formação do sistema socialista mundial e o colapso do sistema colonial, como
resultad
o do surgimento do chamado mundo bipolar em nosso planeta.
A divisão histórica entre o final do século XX e o início do século XXI foi marcada por
um novo período de transições sociopolíticas globais que afetaram quase toda a comunidade
mundial, o colapso
da URSS e do bloco de estados do Leste Europeu, que levou ao fim da era
do mundo bipolar e sua transição para um estado unipolar, quando os Estados Unidos por trinta
anos assumiram a posição de líder mundial indiscutível. No entanto, no início da terceira
década
do século XXI, também começaram a sofrer revisões, graças ao progresso no desenvolvimento
social e econômico da República Popular da China e ao renascimento da Rússia como sujeitos
ativos da política mundial.
No contexto do exposto, notamos que por
mais de cem anos, representantes de muitas
gerações de povos que habitam nosso país foram forçados a se adaptar a, muitas vezes,
mudanças radicais ocorridas no estado e na vida privada de cada pessoa. Problemas semelhantes
foram enfrentados pelos cidadãos
da URSS e da Europa Oriental no final do século XX. Ao
contrário das gerações mais novas, cuja adaptação às mudanças ocorreu no período de sua
socialização primária ou secundária, para as gerações mais velhas, essas mudanças causaram
profundo estresse, do
qual nem todos conseguiram sair com sucesso. No entanto, a maioria das
gerações mais velhas se adaptou às mudanças ocorridas no estado e na sociedade russa, ou seja,
para ser ressocializada. Além disso, este problema de adaptação, como evidenciado pela
exp
eriência histórica, permanecerá sempre relevante nas sociedades transitivas, às quais nosso
país pertence. É por isso que consideramos o tema de nossa publicação relevante e carente de
uma pesquisa profunda e sistemática.
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Karina S. CHIKAEVA;
Artur R. ABUTALIPOV;
Galina I. DAVYDOVA; Ivan M. VAKULA; Olga I. SHKUROPY
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Margarita V. KUDINOVA
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Materiais e métodos
A base teór
ica e metodológica de nossa pesquisa são os princípios sociológicos
fundamentais das teorias da sociedade de transição, modernização social, estratificação e
mobilidade social, os critérios de "humanização", "dominação da ordem normativa" etc. Este
estudo
usa as teorias básicas de uma sociedade transitiva e o conceito de ressocialização
presentes na obra de sociólogos estrangeiros e nacionais. Em particular, ideias sobre uma
sociedade transitiva formadas sob a influência de teóricos sociológicos, como:
-
S.
Huntington sobre uma sociedade de desenvolvimento pós
-
autoritário, a terceira
onda de democratização (HUNTINGTON, 2003);
-
D. Bell, que defendia que deveria tratar
-
se da transição para uma sociedade pós
-
industrial (BELL, 1973);
-
J. Galbraith e E. Masuda,
que acreditavam que esse conceito deveria estar associado à
transição para uma nova estrutura de Estado baseada no poder da tecnoestrutura, democracia
participativa (MASUDA, 1981);
-
I. Wallerstein, que acreditava que as ideias sobre esse tipo de sociedad
e deveriam estar
associadas à transição para uma nova economia e um novo alinhamento de forças na estrutura
do microssistema (WALLERSTEIN, 2003).
Sobre o processo de ressocialização do indivíduo para o conhecimento sociológico, a
base metodológica é formad
a pelas visões de:
-
P. Shtompka, que interpretou a socialização como uma rejeição de padrões culturais
profundamente assimilados antes e um apelo a outros padrões de caráter oposto aos anteriores
(SHTOMPKA, 2005).
Resultados e discussão
No decorrer de nossa pesquisa, nossa atenção foi atraída pelo fato de que por mais de
cento e setenta anos, a partir de meados do século XIX, o estado russo esteve em um estado de
transição permanente, o que não era característico de qualquer outro estado
do nosso planeta.
Como resultado, muitas gerações de nossos compatriotas experimentaram os problemas de
adaptação às mudanças nas condições econômicas e sociopolíticas. Nossos contemporâneos,
que testemunharam não apenas a desintegração da URSS, mas também
a aliança político
-
militar
(Pacto de Varsóvia) e econômica (Conselho de Assistência Econômica Mútua) dos países da
Europa Oriental, estão no mesmo estado. O mesmo período histórico foi marcado pela transição
do nosso país para um novo patamar de desenvolv
imento formativo, acompanhada pela rejeição
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do modelo socialista de sociedade e revisão de quase todos os seus valores ideológicos,
espirituais e morais, seguida de adaptação ao novo modelo liberal de desenvolvimento social,
acompanhado da chamada "terapia
de choque", que se tornou um sério teste para representantes
de todas as faixas etárias da sociedade russa. Nesse período, da segunda metade da década de
1980 ao início dos anos 2000, formou
-
se em nosso país um novo sistema político, jurídico e
econômico
do Estado, diferente do anterior, que teve um impacto revolucionário na consciência
de massa, visão de mundo, sistema de valores e moralidade de toda a sociedade russa. Se as
gerações mais novas que nele ingressaram durante os períodos de sua socialização
primária e
secundária, principalmente sob a influência da propaganda do modelo liberal ocidental de
sociedade democrática, então as gerações mais velhas foram forçadas a abandonar seu modo de
vida habitual e, para sobreviver nas novas condições, teve que r
eduzir a um período mínimo de
tempo em estado de marginalidade. Esse período de suas vidas é caracterizado pelos cientistas
como ressocialização, que, como revelamos acima, é interpretado de diferentes maneiras. Isso
se explica pelo fato de que a ressocial
ização diz respeito não apenas aos representantes da
geração mais velha, mas também àqueles indivíduos que são forçados a mudar ou ajustar seu
estilo de vida sob a influência de várias circunstâncias, por exemplo, em conexão com a idade
de aposentadoria, m
udança para um novo local de residência, mudança de status social, chegada
a locais de privação de liberdade ou libertação da prisão, bem como, em conexão com uma
doença prolongada, etc.
A ressocialização é, de certa forma, outra socialização na vida de um
a pessoa, em
especial, a assimilação de normas, valores, regras de comportamento que diferem daquelas
aprendidas anteriormente. Eles também o interpretam como uma espécie de processo de
reabilitação, com a ajuda do qual uma personalidade madura restaura co
nexões anteriormente
interrompidas ou fortalece as antigas (GAFIATULINA
et al.,
2019; KARAPETYAN
et al.,
2020). A. I. Kovaleva e N. A. Perinskaya interpretam a ressocialização como um processo de
assimilação individual de normas sociais e valores culturais
que não foram dominados ou
dominados insuficientemente anteriormente ou atualizados em um novo estágio de
desenvolvimento social. Eles observam que, nas condições de mudanças sociais fundamentais
na Rússia no final do século XX, a ressocialização tornou
-
s
e relevante para a geração mais
velha de russos, quando uma pessoa foi forçada a dominar normas, valores e modelos de
comportamento que eram radicalmente diferentes dos anteriores (KOVALEVA;
PERINSKAYA, 2016).
Assim, a partir das definições do termo "ressocialização" dadas neste artigo, podem
-
se
distinguir duas abordagens segundo as quais este processo pode ser apresentado. Por um lado,
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Karina S. CHIKAEVA;
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Galina I. DAVYDOVA; Ivan M. VAKULA; Olga I. SHKUROPY
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é parte integrante do processo de socialização do indivíduo, durante o qual
ele, sob a influência
de várias circunstâncias, domina novos papéis e modelos de comportamento. Acreditamos que
a primeira variante da ressocialização segue um caminho evolutivo, quando a pessoa não é
obrigada a reestruturar todo o seu estilo de vida, ao c
ontrário do segundo modelo de
ressocialização, obrigando
-
a, sob a influência de circunstâncias de vida difíceis ou por outros
motivos, para dominar normas e regras de comportamento anteriormente desconhecidas. Ou
seja, em relação ao primeiro caso, pode
-
se
supor que uma pessoa está em condições sociais,
morais e psicológicas bastante favoráveis, quando a influência sobre ela, em conexão com as
mudanças que ocorrem na sociedade, alguns fatores que traumatizam a psique, é mínimo. Se
essas mudanças levam a um a
umento de seu status social, a uma melhoria de sua situação
material e de suas condições de vida, então, nesse caso, a ressocialização do indivíduo ocorre
em um nível emocional positivo elevado, o que estimula suas habilidades criativas, intelectuais
e emp
resariais. Ou seja, neste caso, o processo de ressocialização do indivíduo acarreta
consequências positivas tanto para ele quanto para seu meio social imediato.
Por outro lado, como resultado, em particular, das mudanças revolucionárias que
ocorrem na soci
edade, ou sob a influência de condições de vida desfavoráveis, uma pessoa é
forçada a rejeitar radicalmente o modo de vida anterior e todo o seu sistema de valores, que
para ele eram fundamentais, e dominar novos papéis sociais, normas de comportamento que
correspondem às novas condições. Nesse caso, as mudanças que ocorrem na sociedade russa
em transformação ou em sua vida pessoal têm um efeito traumático em sua psique, visão de
mundo e atitude, o que pode resultar na ameaça de sua transição para estratos
marginais da
sociedade, ambiente criminoso ou em comportamento demonstrativo condenado em seu meio
social. Uma situação de vida semelhante também pode ser característica de pessoas que foram
libertadas de locais de prisão, que participaram de hostilidades,
que estão há muito tempo em
instituições médicas fechadas, bem como migrantes trabalhistas. Todas essas categorias de
indivíduos, em nossa profunda convicção, necessitam de apoio social, moral e psicológico por
parte das instituições do Estado e da socied
ade civil, sem as quais o processo de sua
ressocialização não pode conduzir a resultados positivos, o que contém alto potencial gerador
de riscos para toda a sociedade. Quando essas pessoas, sem receber apoio das estruturas acima,
se encontram sob a influê
ncia de ideologias políticas e religiosas radicais, comunidades
criminosas organizadas, elas começam a representar uma ameaça real à ordem social, jurídica
e depois política da sociedade.
Assim, o processo de ressocialização de uma pessoa em uma sociedade
em
transformação pode trazer consequências tanto positivas quanto desfavoráveis para a pessoa e
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para a sociedade. Acreditamos que seus resultados dependem de quão bem uma pessoa será
capaz de se adaptar às realidades da vida em um mundo social mudado, ou s
eja, como no curso
da socialização primária e secundária, passar pelo “procedimento” de adaptação social, que é
interpretado na literatura científica como o processo e resultado da inclusão de um indivíduo e
de um grupo no meio social por meio da resolução
de problemas de interação com outras
pessoas, grupos e sociedade, levando tanto ao desenvolvimento do indivíduo e do grupo quanto
a mudanças no próprio ambiente (LUNEVA, 2018). Destina
-
se a manter a homeostase, um
equilíbrio móvel estabelecido entre o suj
eito e o ambiente em cada momento dado de sua
interação, e também caracteriza a capacidade do sujeito de distribuir racionalmente os recursos
sociais e culturais (propriedade, renda, influência, prestígio, educação, informação etc.),
garantindo sua interaç
ão mais efetiva com o ambiente (ARTEMIEV, 2001; NIKITIN;
LUGININA, 2019).
Como resultado da sistematização de ideias sobre a essência do processo de adaptação
social formado na comunidade científica, nota
-
se que ele inclui dois processos inter
-
relacionados
:
-
Atividade adaptativa (mudança no comportamento do sujeito sob a influência de um
novo ambiente social);
-
A
daptação da atividade (alteração das condições ambientais de acordo com as
necessidades e interesses do sujeito).
Ao nível do indivíduo, a adapta
ção social contribui para a coordenação das suas
necessidades e reivindicações com oportunidades reais, as expectativas dos outros participantes
na interação.
Existem dois tipos opostos de adaptação social de uma pessoa: conformidade ou
conformismo, e tamb
ém
-
ativismo ou inconformismo. Além disso, o fenômeno da adaptação
social contém características como:
-
complexo de adaptação (um sistema de capacidades adaptativas reais e potenciais dos
sujeitos em um ambiente em constante mudança);
-
Potencial de adap
tação (conjunto de habilidades e capacidades adaptativas não
divulgadas e não suficientemente manifestadas do sujeito);
-
Crise de adaptação (contradições que impedem ou dificultam a implementação bem
-
sucedida da adaptação dos sujeitos no processo de insti
tucionalização da sociedade civil);
-
"síndrome de adaptação" (situação de forte limitação ou esgotamento das capacidades
adaptativas dos sujeitos devido à sua adesão persistente a padrões ultrapassados de
comportamento, estereótipos e falta de recursos pa
ra se adaptar a novas condições de vida);
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-
“barreira de adaptação” (o nível máximo de atividade adaptativa de uma pessoa,
determinado por razões de natureza objetiva e subjetiva) etc. (POPOV, 2006).
As manifestações específicas das características de adap
tação social na sociedade
moderna são analisadas considerando os parâmetros espaciais e temporais (situações "aqui e
agora"), sua possível variabilidade dentro de um determinado espaço sociocultural (educação
grupal ou institucional) e as características n
acionais e culturais de um determinado país
(GOLENKOVA et al., 2005).
Não é por acaso que demos tanta atenção à adaptação, em nossa opinião, o sucesso do
processo de ressocialização de uma pessoa depende, antes de tudo, de sua capacidade de aceitar
essas r
egras e normas de comportamento em uma sociedade em transformação que o ajudará a
se tornar um membro de pleno direito de uma sociedade em mudança, participando ativamente
de sua transformação e desenvolvimento progressivo (LUGININA, 2020).
Resumindo os re
sultados de nosso estudo sobre as características da ressocialização de
uma pessoa em uma sociedade transitiva, surge a pergunta: Se a relevância do estudo desse
processo está fora de dúvida, quanta atenção deve ser dada ao estudo da ressocialização de um
pessoa numa sociedade em estado de equilíbrio, estabilidade e desenvolvimento evolutivo,
tendo em conta que nas humanidades modernas são muitos os adeptos da ideia de um processo
faseado de socialização do indivíduo, em que a socialização são apenas parte
desse processo,
seguido de etapas subsequentes? G. Selivan identifica seis fases de socialização da
personalidade: primeira infância, infância, pré
-
adolescência, adolescência, juventude,
maturidade (SULIVAN, 1953).
Sociólogos domésticos também fizeram uma
contribuição significativa para a teoria da
socialização. G. E. Zborovsky identifica os seguintes estágios de socialização da personalidade:
primeira infância (do nascimento aos sete anos); infância (dos 3 aos 6
-
7 anos); de 6
-
7 a 13
-
14;
de 13
-
14 a 20
-
25; d
e 20
-
25 a 35
-
40; de 35
-
40 a 55
-
65 anos; idade de aposentadoria. Sua
classificação se baseia em três critérios: o tempo de maturação física e social, a natureza dos
tipos de atividade dominantes e as principais instituições sociais
-
agentes de socialização
(ZBOROVSKY, 2004).
N.V. Andrienkova identifica três fases de socialização: 1) socialização primária ou
socialização da criança; 2) socialização marginal
-
adolescente (intermediário); 3) estável, ou
seja, conceitual 17
-
18
-
23
-
35 anos (DOBRENKOV; KRAVCHENKO
, 2005).
Outro grupo de pesquisadores também distingue três estágios de socialização, que
diferem da interpretação de autores anteriores: 1) pré
-
puberdade (até 12 anos); 2) adolescente
(12
-
16
-
18 anos); 3) adulto
-
após 18 anos (DOBRENKOV; KRAVCHENKO, 2005)
2). G. M.
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e
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ISSN: 1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v25iesp.7.16183
4272
Andreeva também distingue três estágios de socialização, mas toma como base os estágios pré
-
trabalho, trabalho e pós
-
trabalho(DOBRENKOV; KRAVCHENKO, 2005). Z. T. Golenkova,
sendo adepto da divisão da socialização da personalidade em primária e s
ecundária, conecta a
socialização primária (da infância à maturidade) com as relações interpessoais, que são
realizadas pelas instituições de socialização (família e educação) e seus agentes (aqueles que
são diretamente envolvidos na educação e socializaçã
o da criança). Ela apresenta a socialização
secundária como recomendações (socialização de pessoas maduras) e a determina pelas
relações sociais, nas quais Z. T. Golenkova também inclui instituições de socialização, mas
aquelas nas quais uma pessoa está di
retamente incluída (estado, partidos, exército, tribunal,
etc.) Para ela, os agentes de socialização são representantes das administrações de instituições
e organizações nas quais o socializado está inserido (GOLENKOVA, 2005). No entanto, a
pesquisadora ob
serva que a socialização passa por algumas etapas que coincidem com os ciclos
da vida, que ela associa à mudança de papéis sociais do indivíduo, aquisição de um novo status
social, abandono de hábitos anteriores, ambiente e mudança de estilo de vida. Ao me
smo tempo,
Z. T. Golenkova observa que cada estágio do ciclo de vida é acompanhado por dois processos
mutuamente exclusivos: dessocialização
-
o processo de desmame de antigos valores, normas,
papéis e regras de comportamento e ressocialização
-
o processo
de ensino de novos valores,
normas, papéis e regras de comportamento para substituir os antigos (GOLENKOVA et al.,
2005), involuntariamente entrando em discussão com A. I. Kravchenko.
Assim, apesar das posições de muitos estudiosos da teoria da socializaç
ão, que
interpretam suas etapas de diferentes maneiras, é preciso notar que eles atribuem certo lugar à
ressocialização do indivíduo nas condições de uma sociedade em constante desenvolvimento,
ao mesmo tempo, atribuindo particular importância a este proce
sso numa sociedade transitiva
e de risco. Estamos profundamente convencidos de que a relevância desse período específico
na vida de uma pessoa aumenta desproporcionalmente quando ela se encontra na posição de
pária social, por exemplo, devido a uma condena
ção por um crime. Ao chegar aos locais de
prisão, ele não apenas é forçado a mudar seu modo de vida, a se inserir em um ambiente social
desconhecido, mas também a revisar seu sistema de valores, atitudes ideológicas. Ele será capaz
de lidar com esses probl
emas com sucesso apenas com a ajuda ativa dos agentes penitenciários,
que devem:
-
dar
apoio moral e psicológico no processo de adaptação às condições de existência em
isolamento social;
-
proteger da influência de condenados criminalmente infectados entre os reincidentes e
"autoridades" do campo;
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Karina S. CHIKAEVA;
Artur R. ABUTALIPOV;
Galina I. DAVYDOVA; Ivan M. VAKULA; Olga I. SHKUROPY
e
Margarita V. KUDINOVA
RPGE
–
Revista
on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara,