image/svg+xml
Currículo referência da rede estadual da educação de Goiás e políticas curriculares nacionais: Contexto histórico, desdobramentos e
implicações
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
1
CURRÍCULO REFERÊNCIA DA REDE ESTADUAL DA EDUCAÇÃO DE GOIÁS E
POLÍTICAS CURRICULARES NACIONAIS: CONTEXTO HISTÓRICO,
DESDOBRAMENTOS E IMPLICAÇÕES
CURRÍCULO DE REFERENCIA DE LA RED ESTATAL DE EDUCACIÓN DE GOIÁS
Y POLÍTICAS CURRICULARES NACIONALES: CONTEXTO HISTÓRICO,
RESULTADOS E IMPLICACIONES
REFERENCE CURRICULUM OF THE STATE EDUCATION NETWORK OF GOIÁS
AND NATIONAL CURRICULAR POLICIES: HISTORICAL CONTEXT,
DEVELOPMENTS AND IMPLICATIONS
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES
1
Michele Silva SACARDO
2
RESUMO
: A partir de um estudo bibliográfico e documental, o intuito do artigo é
compreender as implicações das Políticas Curriculares Nacionais da década de 1990 para a
organização das Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e Médio no Estado de Goiás,
bem como os desdobramentos destas políticas até a implementação da Base Nacional Comum
Curricular. Os resultados evidenciaram que, mesmo antes e após a implementação das
Diretrizes Curriculares para os Ensinos Fundamental e Médio em Goiás, a classe hegemônica,
detentora dos meios de produção, controla os caminhos da educação nacional, regida sob o
ritmo do capital. Desse modo, contrapor-se às políticas hegemônicas, é continuar na luta
política, social e educacional que vislumbre teorias pedagógicas e curriculares que garantam o
acesso dos indivíduos aos conhecimentos historicamente desenvolvidos pela humanidade,
superando a visão imediata e limitada da realidade.
PALAVRAS-CHAVE
: Políticas educacionais. Diretrizes curriculares. Educação.
RESUMEN
:
Con base en un estudio bibliográfico y documental, el objetivo del artículo es
comprender las implicaciones de las Políticas Curriculares Nacionales de la década de 1990
para la organización de las Directrices Curriculares para la Enseñanza Básica y Media en el
Estado de Goiás, así como las consecuencias de estas políticas hasta la implementación de la
Base Común Curricular Nacional. Los resultados mostraron que, incluso antes y después de
la implementación de las Directrices Curriculares para la Enseñanza Básica y Media en
Goiás, la clase hegemónica, poseedora de los medios de producción, controla los caminos de
la educación nacional, regida por el ritmo del capital. De esta forma, oponerse a las políticas
hegemónicas es continuar en la lucha política, social y educativa que vislumbra teorías
pedagógicas y curriculares que garanticen el acceso de los individuos a los conocimientos
1
Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia
–
GO
–
Brasil. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em
Educação. Docente da Secretaria do Estado de Educação de Goiás (SEDUC). ORCID: https://orcid.org/0000-
0003-3420-5429. E-mail: gisellefag05@gmail.com
2
Universidade Federal de Jataí (UFJ), Jataí
–
GO
–
Brasil. Docente do Programa de Pós-Graduação em
Educação. Doutorado em Educação (UFSCAR). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4193-3766. E-mail:
smichele@ufj.edu.br
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES e Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
2
desarrollados históricamente por la humanidad, superando la visión inmediata y limitada de
la realidad.
PALABRAS CLAVE
:
Políticas educativas. Directrices curriculares. Educación.
ABSTRACT
:
Based on a bibliographic and documentary study, the aim of this article is to
understand the implications of the National Curriculum Policies of the 1990s for the
organization of the Curriculum Guidelines for Elementary and High School in the State of
Goiás, as well as the consequences of these policies until the implementation of the National
Common Curricular Base (BNCC). The results showed that, even before and after the
implementation of the Curricular Guidelines for Elementary and High Schools in Goiás, the
hegemonic class, holder of the means of production, controls the paths of national education,
governed by the rhythm of capital. In this way, opposing hegemonic policies is to continue in
the political, social and educational struggle that envisages pedagogical and curricular
theories that guarantee individuals' access to knowledge historically developed by humanity,
overcoming the immediate and limited vision of reality.
KEYWORDS
: Educational policies. Curricular guidelines. Education.
Introdução
Neste artigo, buscamos compreender, a partir dos condicionantes históricos, as
implicações das Políticas Curriculares Nacionais da década de 1990 para a organização das
Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e Médio no Estado de Goiás, bem como os
desdobramentos destas políticas e a implementação da Base Nacional Comum Curricular.
Para tanto, discutiremos, as reformas curriculares nacionais na década de 1990 e seus
reflexos nas políticas curriculares do Estado de Goiás. Partimos do Plano Diretor da Reforma
do Aparelho do Estado e seus desdobramentos perante as políticas curriculares nacionais, na
tentativa de compreender a política curricular implementada no Estado de Goiás, no início do
século XXI. Propusemo-nos, ainda, a destacar, a Base Nacional Comum Curricular,
homologada seis anos após a publicação da versão final do Currículo Referência da Rede
Estadual da Educação de Goiás, haja vista ser esse um documento que endossa e reforça o
direcionamento das políticas curriculares nacionais.
Por fim, abordaremos os possíveis alinhamentos entre as Políticas Curriculares
Nacionais e as Diretrizes Curriculares do Estado de Goiás, como também as determinações
históricas e as implicações delas para a organização da política de currículo no referido
Estado, atentando-nos às contradições que se apresentam entre o proclamado e o real, entre a
exposição dos motivos e o texto do documento.
image/svg+xml
Currículo referência da rede estadual da educação de Goiás e políticas curriculares nacionais: Contexto histórico, desdobramentos e
implicações
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
3
Das Reformas Curriculares Nacionais na década de 1990 e Diretrizes Curriculares do
Estado de Goiás à implementação da Base Nacional Comum Curricular: apontamentos
iniciais
Neste tópico, propomo-nos a discutir as políticas educacionais brasileiras a partir do
Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, publicado em novembro de 1995, da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação aprovada em 1996, dos Parâmetros Curriculares Nacionais
homologados em 1997 e da Base Nacional Comum Curricular (2018).
Aprovado pelo Governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), em novembro de 1995, o
Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado define objetivos e estabelece diretrizes para
a reforma da administração pública brasileira. “Entende
-se por aparelho do Estado a
administração pública em sentido amplo, ou seja, a estrutura organizacional do Estado, em
seus três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e três níveis (União, Estados-membros
e Municípios)” (BRASIL, 1995, p. 12). Tais medidas foram justifi
cadas, conforme consta do
referido documento, pela deterioração dos serviços públicos e o agravamento da crise fiscal,
na última década
3
; sendo essas, consequências do modelo de desenvolvimento adotado por
Governos anteriores que instauraram uma crise do Estado.
A Reforma passa a ser instrumento de consolidação, estabilização e segurança para o
crescimento sustentado da economia, pautada de acordo com o texto do referido documento,
na administração pública gerencial e em conceitos atuais de administração e eficiência
voltados ao controle dos resultados e da descentralização, corroborando para que o poder
chegue ao cidadão, cliente privilegiado do Estado. Nessa perspectiva, o Estado redefine o seu
papel:
[...] que deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e
social para fortalecer-se na função de promotor e regulador desse
desenvolvimento. [...] reformar o Estado significa transferir para o setor
privado as atividades que podem ser controladas pelo mercado. Daí a
generalização dos processos de privatização das empresas estatais e a
publicização, descentralização para o setor público não estatal da execução
de serviços que não envolvem o exercício do poder de Estado, mas devem
ser subsidiados pelo Estado, como é o caso dos serviços públicos de
Educação, saúde, cultura e pesquisa científica (BRASIL, 1995, p. 12).
Esse plano diretor tem o objetivo de criar condições para a reconstrução da
administração pública, em bases modernas e racionais, no sentido de uma administração
gerencial “basea
da em conceitos atuais de administração e eficiência, voltada para o controle
3
A década anterior à elaboração do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, compreende o período
entre os anos de 1985 e 1995. Nesse intervalo de tempo, o Brasil foi governado por José Sarney (1985-1990),
Fernando Collor de Melo (1990-1992) e Itamar Franco (1992-1995).
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES e Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
4
dos resultados e descentralizada para poder chegar ao cidadão, que, numa sociedade
democrática é quem dá legitimidade às instituições e que, portanto, se torna, “cliente
privileg
iado””
(BRASIL, 1995, p. 7). A ênfase da reforma é voltada, segundo o documento,
para a qualidade e para a produtividade do serviço público. Apresenta propostas que visam
garantir conquistas constitucionais e implementar uma administração pública de caráter
gerencial. Nesse modelo, os servidores públicos passam a ter uma nova visão de suas funções
e, segundo o texto, é aí que se daria a mais profunda e verdadeira reforma. Aos “bons
funcionários” seria garantida a valorização do trabalho, proporcionando
-lhes motivação
profissional e razoável segurança no emprego
–
condições consideradas necessárias para a
restauração da criatividade, responsabilidade e dignidade do servidor público.
O texto do Plano Diretor considera o debate mundial ocorrido no final dos anos de
1980 e início de 1990, sobre o papel que o Estado deve ter na economia e destaca que: “Sem
dúvida, num sistema capitalista, Estado e mercado, direta ou indiretamente, são as duas
instituições centrais que operam na coordenação dos sistemas econômicos”
(BRASIL, 1995,
p. 9). Para realizar os objetivos do Plano, o Estado entende que deve transferir para o setor
privado as atividades que podem ser controladas pelo mercado, descentralizar o setor público
não estatal da execução de serviços, que não envolvam o exercício do poder de Estado, mas
devem ser subsidiados pelo Estado, como é o caso dos serviços da Educação, Saúde, Cultura e
Pesquisa Científica.
A permeabilidade de agentes privados e/ou organizações da sociedade civil na
administração pública, baseada no controle à
posteriori
dos resultados e na competição
administrada, são bases do Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado. Essa orientação
acompanha as reformas curriculares que emergem a partir desse período.
Sobre os períodos da propriedade privada e seus avanços para além do capital natural,
Marx e Engels (2007) observaram que, a partir da evolução da propriedade privada, a grande
indústria submeteu a si o comércio, subsidiada pela criação dos meios de comunicação e pelo
moderno
mercado mundial. “
Destruiu, em geral, a naturalidade, na medida em que é possível
no interior do trabalho, e dissolveu todas as relações naturais em relações monetárias”
(MARX; ENGELS, p. 60). O autor prossegue afirmando que:
[...] a propriedade privada moderna corresponde ao Estado moderno, que,
comprado progressivamente pelos proprietários privados por meio dos
impostos, cai plenamente sob o domínio destes pelo sistema de dívida
pública, e cuja existência, tal como se manifesta na alta e na baixa dos papéis
estatais na bolsa, tornou-se inteiramente dependente do crédito comercial
que lhe é concedido pelos proprietários privados, os burgueses. [...] Por meio
image/svg+xml
Currículo referência da rede estadual da educação de Goiás e políticas curriculares nacionais: Contexto histórico, desdobramentos e
implicações
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
5
da emancipação da propriedade privada em relação à comunidade, o Estado
se tornou uma existência particular, ao lado e fora da sociedade civil; mas
esse Estado não é nada mais do que a forma de organização que os
burgueses se dão necessariamente, [...] para a garantia recíproca de sua
propriedade e de seus interesses (MARX; ENGELS, p. 75).
A forma de organização burguesa, ancorada na propriedade privada e em meios para a
garantia de sua hegemonia, também é evidenciada nas políticas curriculares para a Educação
Básica. Sacardo (2013), ao abordar a educação, afirma que “à medi
da em que essa se constitui
historicamente, sofreu e sofre a influência das concepções hegemônicas, fundamentadas “[...]
predominantemente na visão idealista da realidade” (Ibid., p. 30). Cabe destacar que, para
Marx e Engels (2007, p. 196), “[...] a expressão idealista dos interesses reais da burguesia[...]”
expressam-se no discurso liberal. Dessa forma, entende-se que as políticas curriculares no
Brasil podem ser subsidiadas pelos interesses da burguesia, diante do Estado Moderno,
equivalente à propriedade privada.
[...] as ideias da classe dominante são, em cada época, as ideias dominantes,
isto é, a classe que é a força material dominante da sociedade é, ao mesmo
tempo, sua força espiritual dominante. A classe que tem à sua disposição os
meios da produção material dispõe também dos meios da produção
espiritual, de modo que a ela estão submetidos aproximadamente ao mesmo
tempo os pensamentos daqueles aos quais faltam os meios da produção
espiritual. As ideias dominantes não são nada mais do que a expressão ideal
das relações materiais dominantes, são as relações materiais dominantes
apreendidas como ideias; portanto são a expressão das relações que fazem de
uma classe a classe dominante, são as ideias de sua dominação. Os
indivíduos que compõem a classe dominante possuem, entre outras coisas,
também consciência, e, por isso, pensam; na medida em que dominam como
classe e determinam todo o âmbito de uma época histórica, é evidente que
eles o fazem em toda a sua extensão, portanto, entre outras coisas, que eles
dominam também como pensadores, como produtores de ideias, que regulam
a produção e a distribuição das ideias de seu tempo; e, por conseguinte, que
suas ideias são as ideias dominantes da época (MARX; ENGELS, 2007, p.
47).
De acordo com a análise de Petras e Veltmeyer (2001), o Governo de FHC envidou
esforços sistemáticos para desmontar o setor estatal e vender empresas lucrativas a
investidores privados estrangeiros e brasileiros, viabilizados pela desregulamentação
financeira e pela privatização das empresas públicas. Foi nesse período do governo de FHC,
inclusive, que a interlocução com os Organismos Multilaterais (OMs), principalmente com o
Banco Mundial, ganhou força e teve o seu ápice; interlocução, a qual foi continuada/mantida,
aprofundada e aprimorada pelos dois governos subsequentes (SANTOS; SACARDO, 2018).
De fato, foram dadas naquele momento, as condições para a reforma na educação, sob
orientação neoliberal, sustentada pela lógica de expansão econômica e tecnológica, a qual
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES e Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
6
propunha superar os problemas da escola, desqualificando-a, via discurso da eficácia e
competência, às custas da culpabilização do professor e principalmente tecendo duras críticas
à sua formação (EVANGELISTA, 2013 apud
SANTOS; SACARDO, 2018).
Contexto, portanto, que Lima e Santiago (2011, p. 39) re
afirmam ter sido “regado pelas ondas
privatizantes, oriundas de um novo projeto econômico e de sociedade: o neoliberalismo
4
”
(LIMA; SANTIAGO, p. 39). Sendo este um modelo que exige um novo perfil de cidadão, um
cidadão cliente,
em um “[...] Estado que passa a se organizar com o prestador de serviços,
pondo à disposição mercadorias, resultado da sua eficiência ou de suas Organizações Sociais
(OS)” (
LIMA; SANTIAGO, p. 42). Nessa perspectiva,
O Estado transfere para um novo setor aquilo que não interessa diretamente
ao mercado, porém com financiamento dele. [...] Desse modo, o Estado
passa a ter o controle, financia parte e desconcentra outra do financiamento
para que o cidadão, que é cliente, dependendo do serviço prestado, pague
parte ou todo ele. [...] Ora, para que a população aceite que serviços antes
oriundos do Estado agora sejam ofertados por OS é preciso descaracterizar o
serviço público, diminuir o Estado, afastá-lo da população e instituir
Organizações Não Governamentais (ONGs) em seu lugar (LIMA;
SANTIAGO, 2011, p. 43-44).
Nesse contexto, as políticas liberais, oriundas do capitalismo, não concebem uma
educação inútil a esse modelo social e à sua necessidade de reinvenção. Os currículos são
pensados e construídos para desenvolver, na classe trabalhadora, habilidades e competências
que servem aos interesses hegemônicos, ao mesmo tempo em que incute a consciência e a
aceitação do seu lugar nesta sociedade. Melnik e Tamm (2014) consideram que quase todos
os pensadores liberais veem a educação como essencial para alcançar os objetivos liberais,
defendem um papel limitado do Estado em relação à educação e compreendem a relevância
dela no fato de o indivíduo enfrentar e se adequar às realidades que se apresentam no mundo
contemporâneo.
No que se refere à reinvenção do capital, Marx e Engels (2007, p. 497) já enfatizavam
que: “[...] diferentes estágios da produção trazem consigo, também, diferentes relações de
produção para o consumo, diferentes contradições entre ambos [...
]”. Nessa linha de
pensamento, Orso (2012, p. 3845), ao se referir à relação entre a escola pública e a hegemonia
capitalista,
assevera que “O sucateamento da escola pública e a expansão da escola privada
4
Saviani (2016), destaca o significado correntemente atribuído ao conceito neoliberal: “[...] valorização dos
mecanismos de mercado, apelo à iniciativa privada e às organizações não governamentais em detrimento do
lugar e do papel do Estado e das iniciativas do setor público, com a consequente redução das ações e dos
investimentos públicos [...]” (p. 221). Orso (2007), acrescenta que o que existe “[...] é o liberalismo
como
ideologia do capitalismo[...]”, portanto, continua o autor: “[...] não faz muito sentido falar em neoliberalismo ou
em ‘ser contra o neoliberalismo’. A posição que de fato se deve adotar é contra o liberalismo, em todas as suas
formas e contra o capi
talismo, que é a base material que o sustenta” (p. 176
-177). Desse modo, entendemos que
não há um consenso em torno da compreensão da terminologia neoliberalismo.
image/svg+xml
Currículo referência da rede estadual da educação de Goiás e políticas curriculares nacionais: Contexto histórico, desdobramentos e
implicações
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
7
inserem-se dentro das necessidades do capital [...
]”. Para o autor, a educação transforma
-se e é
transformada, conforme o movimento da sociedade e, em se tratando da sociedade de classes,
significa dizer que a educação “[...] está voltada à conservação do
status quo
e à legitimação
das estruturas sociais
vigentes” (ORSO, 2012, p. 3875). Portanto, segundo Petras e Veltmeyer
(2001, p. 31):
A transição ao neoliberalismo significou a exclusão do estado brasileiro e a
indiscutível primazia do capital estrangeiro. As profundas crises do
neoliberalismo levaram Cardoso a medidas liberais ainda mais radicais: mais
privatização, maiores cortes no orçamento social e maior dependência das
finanças estrangeiras.
No campo educacional, afirma-se a primazia da lógica do mercado no que se refere ao
aspecto organizacional e ao pensamento pedagógico, tendo como justificativa a adequação da
educação escolar às demandas do mercado internacional de trabalho e sua constante
reestruturação produtiva, organizacional e técnico-científica. Para Marx e Engels (2007, p.
62), essa lógi
ca “isola os indivíduos uns dos outros, não apenas os burgueses, mas ainda mais
os proletários, apesar de agregá-
los”. Frigotto e Ciavatta (2003, p. 107) ainda destacam:
E quais as demandas e que grupos foram beneficiados no campo educativo?
Sem dúvida aqueles grupos que estão articulados historicamente com o
metabolismo do capital dos centros hegemônicos neste novo contexto de sua
mundialização. É o Governo Cardoso que, pela primeira vez, em nossa
história republicana, transforma o ideário empresarial e mercantil de
educação escolar em política unidimensional do Estado.
Esse ideário empresarial e mercantil instalou-se como política de Estado a partir do
momento em que, para permanência do capitalismo, era necessário o envolvimento do
processo escolar, de forma a garantir mão de obra especializada, conforme as necessidades do
mercado. Medidas foram tomadas na educação nesse sentido, entre elas: precarização dos
serviços públicos-educacionais, incentivo às privatizações, garantia de acesso e permanência
dos alunos na escola e política de resultados por meio de avaliações coordenadas por órgãos
internacionais.
Para Marx e Engels (2007), a lógica mercadológica
–
condições de existência, de
condicionamentos e limitações
–
é fundida à propriedade privada e ao trabalho. O autor
exemplifica: “A riqueza de um banqueiro, que consiste em papéis, não pode de modo algum
ser tomada sem que aquele que venha a tomá-la se submeta às condições de produção e de
comércio do país que foi tomado” (
MARX; ENGELS, p. 71). Essa visão ilustra a política
educacional descrita acima, por Frigotto e Ciavatta (2003), cuja efetivação possibilita
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES e Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
8
limitações significantes quanto à apropriação pela classe trabalhadora, do conhecimento
acumulado ao longo da história da humanidade e, por conseguinte, dos meios de produção.
Esse cenário contribui para a manutenção das políticas hegemônicas pautadas pelas aspirações
da burguesia.
Em 20 de dezembro de 1996, foi sancionada a Lei 9.394, que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional. Saviani (2016) afirma que a LDB se trata de um documento
compatível com o Estado mínimo, alinhado à política hegemônica, adotada pelo governo
FHC. A orientação política neoliberal preza, segundo o autor, pela “valorização dos
mecanismos de mercado, apelo à iniciativa privada e às organizações não governamentais em
detrimento ao lugar e ao papel do Estado e das iniciativas do setor público, com a consequente
redução das ações e dos investimentos públicos” (SAVIANI, 2016, p. 221). Com efeito, no
que tange às políticas educacionais, a administração pública gerencial, citada no Plano Diretor
da Reforma do Aparelho de Estado, viabilizada e implementada a partir de Emendas
Constitucionais, pode ser analisada, segundo Mancebo (1999), sob cinco grandes princípios:
racionalização de recursos, gestão direcionada a resultados, flexibilidade da gestão, qualidade
do serviço educacional e descentralização. Esses princípios vão ao encontro dos pontos
comuns descritos por Saviani (2016), que destacamos abaixo e sobre os quais trataremos, ao
relacioná-los às Diretrizes Curriculares do Estado de Goiás, para os Ensinos Fundamental e
Médio, com as Políticas Educacionais Nacionais.
Com efeito, em todas as iniciativas de política educacional, apesar de seu
caráter localizado e da aparência de autonomia e desarticulação entre elas,
encontramos um ponto comum que atravessa todas elas: o empenho em
reduzir custos, encargos e investimentos públicos buscando senão transferi-
los, ao menos dividi-los (parceria é a palavra da moda) com a iniciativa
privada e as organizações não governamentais (SAVIANI, 2016, p. 221).
No que tange ao Currículo, o artigo 26 da LDB prevê uma base nacional comum a ser
complementada por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da
sociedade, da cultura, da economia e dos educandos (BRASIL, 1996). A flexibilização
emerge como marca desse artigo constitucional que regulamenta a Educação Básica no Brasil.
Uma função que, para Apple (2006, p. 105), é tácita da escolarização.
[...] uma função tácita e importante da escolarização parece ser o ensino de
propensões e valores diferentes para diferentes populações escolares. Se se
considera que um grupo de alunos possui futuros membros de uma classe
profissional e administrativa, as escolas e o currículo parecem se organizar
em torno de conceitos como flexibilidade, escolha, pesquisa, etc. Se por
outro lado, a destinação provável dos alunos for a de trabalhadores sem
image/svg+xml
Currículo referência da rede estadual da educação de Goiás e políticas curriculares nacionais: Contexto histórico, desdobramentos e
implicações
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
9
habilitação ou semi-habilitados, a experiência escolar tende a enfatizar a
pontualidade, a organização, a formação de hábitos, etc. [...] Essas práticas
cotidianas da escola estão ligadas a estruturas econômicas, sociais e
ideológicas que se encontram fora dos prédios escolares.
Por trás da flexibilização curricular, para atender a demandas regionais, vislumbramos
o que Libâneo (2012) chama de dualismo perverso da escola pública brasileira, presente nas
políticas e nas diretrizes para a educação nacional. A LDB, ainda no artigo 26, traz que os
currículos devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática,
o conhecimento do mundo físico e natural, bem como da realidade social e política,
especialmente do Brasil; o ensino da Arte em suas expressões regionais e a Educação Física,
enquanto componente curricular obrigatório, sendo facultativa ao aluno. A Lei de Diretrizes e
Bases da Educação não indica,
a priori
, a instância competente para estabelecer a base
comum nacional para o currículo.
Provavelmente, [...] tem a ver com o encaminhamento que o MEC vinha
dando à questão dos “Parâmetros Curriculares” onde parecia haver uma
oscilação entre a sua adoção obrigatória por todas as escolas dos diferentes
Estados e Municípios e sua consideração apenas como referência a partir da
qual os Estados, os Municípios e as próprias escolas formulariam as
respectivas propostas curriculares (SAVIANI, 2016, p. 234).
Em 1997, foi publicado o documento “Parâmetros Curriculares Nacionais” para as
quatro primeiras séries do Ensino Fundamenta (BRASIL, 1997). Consecutivamente, em 1998
e 2000, o documento foi publicado para as séries finais do Ensino Fundamental e para o
Ensino Médio. Um ponto comum nos respectivos textos é a imposição da revisão dos
currículos, diante da necessidade de construir uma escola voltada à formação de cidadãos que
vivem em uma era marcada pela competição e pela excelência.
Com o objetivo exposto de nortear uma proposta de reorientação curricular, o MEC
apresenta às Secretarias de Educação Estaduais os PCNs. Segundo consta nesse documento,
as linhas norteadoras para o Ensino Fundamental e Médio no Brasil, caracterizam-se por: a)
apontar a necessidade de unir esforços entre governos e sociedade, para apoiar a escola na
complexa tarefa educativa; b) interdependência entre escola-sociedade, tendo como objetivo
situar as pessoas como participantes dessa sociedade
–
cidadãos; c) aprendizagem
significativa; d) desenvolvimento de diferentes capacidades pelos jovens, proporcionando-
lhes o desenvolvimento de suas inteligências, com suas múltiplas competências; e) autonomia
da escola e comprometimento dessa e dos alunos em atingir as metas a que se propuseram; f)
inserção de procedimentos, atitudes e valores como conhecimentos tão relevantes quanto os
conceitos tradicionalmente abordados; g) evidenciar a necessidade de tratar de temas
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES e Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
10
urgentes; h) apropriação das tecnologias; i) valorização do trabalho dos docentes enquanto
produtores, articuladores, planejadores de práticas educativas e como mediadores do
conhecimento, atuando com a diversidade existente entre os alunos como fonte e meio para a
aprendizagem. Nesse sentido, de acordo com os PCNs e por meio deles, é traçado um perfil
para o currículo, baseando-se em competências básicas e na formação de cidadãos críticos e
reflexivos, com vistas ao surgimento de uma nova consciência individual e coletiva, apoiada
nos pilares da cooperação, da solidariedade, da tolerância e da igualdade.
A escola passa a ser compreendida como um espaço de criação de condições para o
acesso dos jovens aos conhecimentos necessários, para o exercício da cidadania.
Parafraseando Marx (2005), é possível aplicarmos questionamentos à utilização do termo
cidadania nas políticas curriculares: a quem se deve formar como cidadão? Que espécie de
cidadania está em questão? Que condições se tornam fundamentais na essência da cidadania
que se procura? Marx (2005) acrescenta que a busca idealista pela cidadania por meio da
eliminação política da propriedade privada não a extingue, mas, ao contrário, presume a sua
existência.
O estado elimina, a sua maneira, as distinções estabelecidas por nascimento,
posição social, educação e profissão, ao decretar que o nascimento, a posição
social, a educação e a profissão são distinções não políticas; ao proclamar,
sem olhar a tais distinções, que todo o membro do povo é igual parceiro na
soberania popular, e ao tratar do ponto de vista do Estado todos os elementos
que compõem a vida real. [...] O triunfo do idealismo do Estado era, ao
mesmo tempo, a realização do materialismo da sociedade civil. Os laços que
uniam o espírito egoísta da sociedade civil foram removidos juntamente com
o jugo político. A emancipação política foi ao mesmo tempo uma
emancipação da sociedade civil a respeito da política, e até da aparência de
um conteúdo geral. Dissolveu-se a sociedade feudal no seu elemento
essencial, o homem; mas no homem que constituía o seu real fundamento,
no homem individualista. Membro da sociedade civil, este homem é neste
momento a base e o pressuposto do Estado político. Desta forma é
reconhecido nos próprios direitos do homem (MARX, p. 21-36).
Para Brito (2018, p. 133), “[...] a emancipação política equivale à conquista do poder
político pela burguesia”. Nessa direção, a escola pode ser compreendida enquanto um espaço
de criação de condições para a permanência do
status quo
, necessária à manutenção e à
reinvenção do capital.
O homem egoísta torna-se cidadão através das Declarações formais
influenciadas pela Revolução Francesa e, por conseguinte, tem sua
propriedade privada e segurança individual universalizada como garantias
jurídicas. Dessa forma, a legitimidade racional-legal foi um importante
instrumento de acesso da burguesia à política. Os homens foram
image/svg+xml
Currículo referência da rede estadual da educação de Goiás e políticas curriculares nacionais: Contexto histórico, desdobramentos e
implicações
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
11
reconhecidos juridicamente como cidadãos, livres e iguais. Isso, porém,
significava na prática que o servo, agora cidadão, seria “livre” para vender
sua força de trabalho a uma minoria detentora dos meios de produção (a
burguesia) em troca de um aviltante preço (o salário) (BRITO, 2018, p. 133).
Marx e Engels (2007, p. 201) afirmam que o “estado moderno, sob o domínio da
classe hegemônica, repousa sobre a liberdade do trabalho e este consiste na livre concorrência
dos trabalhadores entre si”. Vemos que a proposta neoliberal mostra sua face também nas
políticas curriculares, ao ponto que essas se deitam sobre práticas que favorecem a
propriedade privada e a manutenção da sociedade de classes.
A intencionalidade do MEC de nortear uma proposta de reorientação curricular, junto
às Secretarias de Educação Estaduais por meio dos PCNs, efetiva-se no Estado de Goiás a
partir de 2004, quando se iniciam os estudos e as discussões sobre o processo de Reorientação
Curricular.
Assim, entre os anos de 2009 e 2012, foram publicados sete cadernos de reorientação
curricular para o Ensino Fundamental e Médio, denominados Reorientação Curricular
–
Currículo em Debate, que antecederam a publicação das Diretrizes Curriculares para os
supracitados níveis de ensino no Estado, o Currículo Referência da Rede Estadual de Goiás.
Segundo consta no documento, Currículo em Debate 1
–
Reorientação Curricular de 6º ao 9º
ano, os cadernos são resultados de um processo de reorientação curricular, desenvolvido na
rede estadual de Goiás, durante os anos de 2004 a 2006, e servem ao propósito de garantir o
direito à educação de qualidade (GOIÁS, 2009a; 2012)
A partir daí, oficialmente, as Diretrizes Curriculares que norteiam e regulamentam a
educação e, consequentemente, o currículo no Estado de Goiás, foram alinhadas aos
princípios neoliberais que arraigam ondas de precarização do serviço público, apelo à
iniciativa privada e à administração pública gerencial, destacando-se a gestão de resultados, a
flexibilização e a competição para atender a uma lógica mercadológica.
A proposta de Reorientação Curricular do Estado de Goiás tem como objetivo
explícito “garantir o direito à educação de qualidade”. Ao longo do docum
ento, justificativas
são descritas e metas traçadas para esse fim.
Em “
A lei da Educação
-
LDB: trajetória, limites e perspectivas”, Dermeval Saviani,
implicitamente, chama a atenção dos leitores para a análise de documentos, ao escrever sobre
a LDB aprov
ada em 1996. Para ele “É de pasmar que não apenas no espírito, mas até mesmo
na letra se expresse a contradição entre a “exposição de motivos” e o texto do projeto”
(SAVIANI, 2016, p. 217). Entendemos que a análise entre os motivos expostos para a
elaboração de um documento e o seu texto em si, pode evidenciar o real e as contradições
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES e Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
12
inerentes às múltiplas determinações que se apresentam na busca pela essência das coisas,
uma vez que “a natureza do objeto consiste precisamente, na soma ou totalidade de sua
s
relações e propriedades [...]” (MÁRKUS, 1974, p. 63). Ou seja, conforme Marx (2008
, p.
259) esclarece sobre o Método da Economia Política:
[...] as determinações abstratas conduzem à reprodução do concreto por meio
do pensamento. [...] o método que consiste em elevar-se do abstrato ao
concreto não é senão a maneira de proceder do pensamento para se apropriar
do concreto, para reproduzi-lo mentalmente como coisa concreta.
A garantia do direito à educação de qualidade é apresentada enquanto finalidade da
Proposta de Reorientação Curricular do Estado de Goiás (GOIÁS, 2009a; 2012). Nesse
documento, estão expostos os motivos/justificativas para o desenvolvimento do projeto:
transformar a escola num espaço de aprendizagens significativas, implementar políticas
públicas eficientes de atendimento a jovens e crianças, assegurar a permanência do aluno na
escola por meio do trabalho pedagógico com habilidades e com conteúdos significativos,
apropriação de novos valores e competências e de uma proposta pedagógica que considere
que todos têm o direito de aprender e a consciência de que são capazes.
No texto, as parcerias
5
com a sociedade civil, que acontecem entre iniciativa privada e
organizações não governamentais, foram consideradas meios para agilizar e vigorar as ações
pedagógicas, favorecendo o desempenho dos alunos e dos professores, considerando que, a
partir delas, professores e alunos desenvolveriam qualitativamente suas competências. Por
meio dessas parcerias e da apropriação de uma proposta pedagógica que considera o direito de
todos a aprender e à consciência de que são capazes, é que a rede pública de educação do
Estado de Goiás apresenta sua proposta de reorientação curricular.
Segundo Marx e Engels (2007, p. 76), na sociedade capitalista
“o direito privado se
desenvolve, simultaneamente com a propriedade privada a partir da dissolução da
comunidade natural”. Logo, entendemos que a questão do direito de todos a aprender na
sociedade do capital, corresponde ao direito privado, que é acompanhado por princípios
idealistas em uma sociedade neoliberal:
[...] onde o privilégio e a prerrogativa são concebidos como correspondentes
à propriedade privada vinculada ao estamento, e o direito é concebido como
correspondente à situação da concorrência, da propriedade privada livre; da
mesma forma, o próprio Direito do Homem é visto como privilégio e a
propriedade privada como monopólio (MARX; ENGELS, p. 205).
5
Na maioria das vezes, o texto do documento não explicita quais parcerias seriam feitas. Mais adiante, falaremos
com mais detalhes sobre o assunto.
image/svg+xml
Currículo referência da rede estadual da educação de Goiás e políticas curriculares nacionais: Contexto histórico, desdobramentos e
implicações
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
13
Nesse sentido, Orso (2012, p. 3842) afirma que: “a educação tende a refletir a
sociedade que a produz, pois expressa o nível de compreensão dos que a fazem, permitida
pela sociedade de cada época, de acordo com a etapa de desenvolvimento e das relações
sociais”. Dentre as necessidades do capital, inserem
-se, segundo o autor, o sucateamento da
escola pública e a expansão da escola privada, uma vez que os processos educacionais fazem
parte de uma totalidade social.
No ano de 2018, foi homologada a Base Nacional Comum Curricular no Brasil. A
estrutura geral do documento compreende textos introdutórios, competências gerais e
específicas, direitos de aprendizagem e habilidades, que definem os currículos, escolas,
professores e alunos:
[...] o conjunto orgânico e progressivo de
aprendizagens essenciais [...]
de
modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e
desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional
de Educação (PNE). [...] orientado pelos princípios éticos, políticos e
estéticos [...] (BRASIL, 2018, p. 7, grifo no documento).
A Base Nacional Comum Curricular está organizada em dez competências:
conhecimento; pensamento científico, crítico e criativo; repertório cultural; comunicação;
cultura digital; trabalho e projeto de vida: (por exemplo: escola da escolha); argumentação;
autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; responsabilidade e cidadania. Nesse
documento, o trabalho em equipe é considerado essencial para que o quadro de desigualdades
presente na Educação Básica, altere-se em Goiás. Nesse ínterim, no ano de 2019, o Governo
estabeleceu parcerias com as Fundações Lemann e Natura para a formação de professores,
destacando-se dentre os principais incentivadores dessas fundações, as instituições Google,
Instituto Unibanco, Undime, Consed, Itaú e Omidyar Network
6
.
O documento, alinhado à Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU),
influencia os currículos, a formação inicial e continuada dos professores, bem como contribui
para o alinhamento das políticas educacionais em âmbito federal, estadual e municipal, de
forma a garantir um patamar comum de aprendizagens.
[...] as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem concorrer para
assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais [...]
competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e
procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais),
atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do
pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho (BRASIL, 2018, p. 8).
6
Cf.: https://fundacaolemann.org.br/co-realizadores. Acesso em: 17 jan. 2019.
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES e Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
14
Constituem a fundamentação pedagógica da BNCC: foco no desenvolvimento de
competências
7
, compromisso com a educação integral, pacto interfederativo e a
implementação dessa Base Nacional Comum. Quanto ao foco no desenvolvimento de
competências, esse se justifica, segundo o texto do documento, pelo fato de ele ser o enfoque
adotado nas avaliações internacionais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), que coordena o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA,
na sigla em inglês) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO, na sigla em inglês), que instituiu o Laboratório Latino-americano de
Avaliação da Qualidade da Educação para a América Latina (LLECE, na sigla em espanhol)
8
.
[...] a BNCC indica que as decisões pedagógicas devem estar orientadas para
o desenvolvimento de competências. Por meio da indicação clara do que os
alun
os devem “saber” (considerando a constituição de conhecimentos,
habilidades, atitudes e valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer”
(considerando a mobilização desses conhecimentos, habilidades, atitudes e
valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno
exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação das
competências oferece referências para o fortalecimento de ações que
assegurem as aprendizagens essenciais definidas na BNCC (BRASIL, 2018,
p. 13, grifos no documento).
O compromisso com a educação integral destaca-se diante das necessidades do mundo
contemporâneo que, conforme consta no documento, impõe um olhar inovador e inclusivo ao
processo educativo. Questões como o que é aprender, para que aprender, como ensinar, como
promover redes de aprendizagem colaborativas e como avaliar o aprendizado são destaques
diante do cenário mundial que requer:
o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar
com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e
responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos
para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo
para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e
aprender com as diferenças e as diversidades (BRASIL, 2018, p. 14).
Educação integral, segundo a BNCC, refere-
se à: “[...] construção intencional de
processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as
possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade
contemporânea” (BRASIL, 2018, p. 14). Busca
-se, por meio do referido pacto interfederativo
7
Conceito de competência adotado pela BNCC: “Mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores
para resolv
er demandas complexas da vida cotidiana no exercício pleno da cidadania e o mundo do trabalho”,
baseado no conceito de competência de Philippe Perrenoud;
8
Cf. BNCC, 2018, p. 13.
image/svg+xml
Currículo referência da rede estadual da educação de Goiás e políticas curriculares nacionais: Contexto histórico, desdobramentos e
implicações
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
15
e da implementação da BNCC, construir currículos e elaborar propostas pedagógicas “[...] que
considerem as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes, assim como suas
identidades linguísticas, étnicas e culturais” (
BRASIL, 2018, p. 15).
A BNCC identifica-se com as políticas curriculares nacionais, mencionadas
anteriormente: ambas asseguram aprendizagens essenciais, comungam princípios e valores, e,
ainda, delegam aos sistemas, redes de ensino e escolas a função de incorporar aos currículos e
às propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos, ancorados nas esferas da
autonomia e da competência. O documento está estruturado de forma a explicitar as
competências que devem ser desenvolvidas ao longo de toda a Educação Básica e em cada
etapa da escolaridade, como expressão dos direitos de aprendizagem e de desenvolvimento de
todos os estudantes.
Considerações finais
Em síntese, tendo em vista o alinhamento às Políticas Curriculares Nacionais
destacadas anteriormente, notadamente, a depreciação, bem como a precarização do trabalho
educativo em detrimento de uma proposta de Estado mínimo, emergiu expressivamente diante
das análises iniciais realizadas neste estudo.
Oriundos do neoliberalismo, a precarização do trabalho público e a valorização do
setor privado são características do que Lima e Santiago (2011) consideram como um projeto
econômico e social, cuja implementação necessita de novas mentalidades e de uma nova
cultura organizacional. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado é o meio para
instaurar essa nova cultura, subsidiada pelo modelo de administração gerencial.
O postulado do Estado diminuto
–
característica da concepção filosófico-
econômica neoliberal, do Estado quase-mercado
–
está prescrito, no Brasil
no texto do Plano Diretor do Ministério da Administração Federal e da
Reforma do Estado
–
Mare (Brasil, 1995). Nele encontramos toda a
fundamentação legal para instituir um modelo de Estado reestruturado: seja
em suas bases culturais e econômicas seja em suas bases sociais (LIMA;
SANTIAGO, 2011, p. 41-42).
Do ponto de vista da Educação, a partir do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do
Estado, várias deliberações ocorreram no Brasil, no sentido de alinhar as políticas
educacionais aos fins desse Plano de Estado. Essa perspectiva estendeu-se às Secretarias
Estaduais de Educação, que reestruturaram seus currículos, de modo a alinhá-los à nova
proposta federal para a Educação, que foi considerada por Gandin e Lima (2016) como
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES e Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
16
mercadológica, diante da importância representada pela economia e pelas classes sociais
atualmente.
Ao longo dessa análise, determinações vieram à tona e junto delas algumas
indagações. O Estado de Goiás sugere, na Proposta de Reorientação Curricular, que as escolas
estabeleçam parcerias com diferentes instituições e paute a proposta curricular na
aprendizagem significativa e nos princípios do Estado Gerencial, logo, qual seria a
contrapartida dessas parcerias e quem seriam os parceiros do Governo do Estado de Goiás?
Quem são os cidadãos a que esse documento se refere, quais são seus direitos e o que o
Governo de Goiás entende por educação de qualidade? Lima e Santiago (2011, p. 49, grifo
dos autores) afirmam que:
A Contratualização de Resultados, segundo os documentos oficiais, é um
“conceito e premissa fundamental sobre os contratos de gestão”. Estes, por
sua vez, “são um instrumento de pactuação de resultados que relacionam
secretarias responsáveis pela formulação de políticas públicas e entidades a
elas vinculadas”. Os documentos divulgam, ainda, que “para atingir esses
objetivos, é concedida autonomia de gestão em troca de compromisso com
resultados”.
Nesse contexto, para Frigotto e Ciavatta (2003), a Educação Básica no Brasil, nos anos
de 1990, foi diretamente influenciada por um movimento internacional com o apoio de
assessorias, documentos formadores de opinião e de recursos que, com a participação ativa,
anuência e colaboração das autoridades locais, foram impondo as propostas liberais de
Educação, implementadas no Brasil a partir do Governo Fernando Henrique Cardoso.
Compreende-se, então, porque a escola primária pública, universal, gratuita
obrigatória e leiga, idealizada e realizada pela burguesia para converter os
súditos em cidadãos, não tenha passado de um instrumento a serviço da
emancipação política entendida como “a redução
do homem, de um lado a
membro da sociedade burguesa, a indivíduo egoísta independente e, de
outro, a cidadão do Estado, a pessoa moral [...]” (SAVIANI, 2016, p. 211,
grifos do autor).
Segundo Saviani (2016), do confronto entre o que é proclamado e o que se realiza por
meio das bases em que se assenta o sistema educacional, emergirá o conteúdo em detrimento
à forma, pois “o objeto concreto permanece em pé antes e depois, em sua independência e
fora do cérebro ao mesmo tempo, isto é, o cérebro não se comporta senão especulativamente,
teoricamente” (MARX, 2008, p. 260).
As Reformas Curriculares Nacionais ocorridas nos anos 90 determinaram e
direcionaram junto ao Estado de Goiás, por meio da Secretaria Estadual de Educação, a
image/svg+xml
Currículo referência da rede estadual da educação de Goiás e políticas curriculares nacionais: Contexto histórico, desdobramentos e
implicações
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
17
Reorientação Curricular para o Ensino Fundamental e Médio. A análise do contexto histórico,
os desdobramentos e as relações entre as Políticas Curriculares Nacionais e as Diretrizes
Curriculares do Estado de Goiás permitiram-nos evidenciar conceitos e contradições.
A proposta neoliberal, por exemplo, apresentada nesses documentos, atende às
necessidades da sociedade capitalista e, paralelamente, assume as contradições, característica
desse modelo de sociedade. A constatação dos objetivos reais nos documentos analisados
revela o papel da educação, enquanto mediadora das práticas sociais. A compreensão da
escola como um espaço de aprisionamento ou emancipação, que possibilita formação uni ou
omnilateral aos filhos dos trabalhadores, pode ser instrumento de luta para essa classe, a fim
de construir uma sociedade em que todos tenham os mesmos direitos sociais.
As políticas curriculares nacionais mencionadas vão ao encontro da Base Nacional
Comum Curricular, e vice-versa; de modo que, alguns dos pontos comuns dessas políticas
são: assegurar a professores e a alunos o que consideram aprendizagens essenciais; valorizar
princípios e valores como ética, respeito e tolerância e delegar aos sistemas, redes de ensino e
escolas a função de incorporar aos currículos e às propostas pedagógicas a abordagem de
temas contemporâneos, ancorados nas esferas da autonomia e da competência.
O que ficou evidente, portanto, é que no contexto educacional e, para além dele,
historicamente, os beneficiados são os grupos hegemônicos, cujos interesses não se articulam
aos da classe trabalhadora. Ou seja, mesmo que, anteriormente e após a implementação das
Diretrizes Curriculares para os Ensinos Fundamental e Médio em Goiás, a classe hegemônica,
detentora dos meios de produção, controla os caminhos da educação nacional, regida sob o
ritmo do capital.
Nessa conjuntura, contrapor-se às políticas hegemônicas, é continuar na luta política,
social e educacional por condições de vida, que vise o comprometimento com a
transformação social, mas que, também, vislumbre teorias pedagógicas e curriculares que
garantam o acesso dos indivíduos aos conhecimentos culturais e científicos, historicamente
desenvolvidos pela humanidade, superando a visão imediata e limitada da realidade
(SAVIANI; DUARTE, 2010).
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES e Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
18
REFERÊNCIAS
APPLE, M. W.
Ideologia e Currículo
. Tradução Vinícius Figueira. 3. ed. Porto Alegre: Artmed,
2006.
BRASIL. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado.
Plano Diretor da
Reforma do Aparelho do Estado
. Brasília: Presidente da República. 1995. Disponível em:
http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/publicacoes-oficiais/catalogo/fhc/plano-diretor-da-
reforma-do-aparelho-do-estado-1995.pdf. Acesso em: 2 mar. 2018.
BRASIL.
Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996
. Estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Brasília, 23 dez. 1996.
BRASIL.
Parâmetros Curriculares Nacionais
: introdução aos parâmetros curriculares
nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL.
Parâmetros Curriculares Nacionais
: terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação
Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL.
Parâmetros Curriculares Nacionais
: Ensino Médio. Brasília: MEC, 2000.
BRASIL.
Base
Nacional Comum Curricular
: Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2018. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base. Acesso em: 12 fev. 2019.
BRITO, R. D. S. A crítica de Marx ao conceito de cidadania.
Revista da Faculdade de
Direito da UFRGS
, Porto Alegre, v. 39, v. esp., p. 129-140, dez. 2018. Disponível em:
https://seer.ufrgs.br/revfacdir/article/view/84654/51647. Acesso em: 12 abr. 2019.
FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M. Educação básica no Brasil na década de 1990:
subordinação ativa e consentida à lógica do mercado.
Educação e sociedade
, v. 24, n. 82, p.
93-130, 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/es/v24n82/a05v24n82.pdf.
Acesso em: 14 abr. 2019.
GANDIN, L. A.; LIMA, I. G. A perspectiva de Michael Apple para os estudos das políticas
educacionais.
Educação e Pesquisa
, v. 42, n. 3, p. 651-664, 2016. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/298/29847323005.pdf. Acesso em: 12 abr. 2018.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 1,
2009a.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 2,
2009b.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 3,
2009c.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 4,
2009d.
image/svg+xml
Currículo referência da rede estadual da educação de Goiás e políticas curriculares nacionais: Contexto histórico, desdobramentos e
implicações
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
19
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 5,
2009e.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 6,
2009f.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 7,
2009g
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Diretrizes Operacionais da Rede Pública Estadual de Ensino de
Goiás 2009/2010
, 2009h.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Currículo Referência da Rede Estadual de Educação de Goiás
,
2012.
LIBANEO, J. C. O dualismo perverso da escola pública brasileira: escola do conhecimento
para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres.
Educação e Pesquisa
, São
Paulo, v. 38, n. 1, p. 13-28, mar. 2012. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/ep/v38n1/aop323. Acesso em: 12 abr. 2018.
LIMA, A. B.; SANTIAGO, S. H. M. Reforma do Estado e controle avaliativo.
In
: LIMA, A. B.
(Org.)
Estado e o controle social no Brasil
. Uberlândia: EDUFU, 2011. p. 37-60.
MANCEBO, D. Políticas para a educação superior e cultura universitária: o exercício da solidão
no ideário neoliberal.
Revista Internacional de Estudos Políticos
, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p.
463-480, 1999. Disponível em: http://www.anped11.uerj.br/21/MANCEBO.htm. Acesso em:
15 jan. 2019.
MÁRKUS, G.
A teoria do conhecimento no jovem Marx
. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.
MARX, K. 1818-1883.
A questão judaica
. Karl Marx. Tradutor: Silvio Donizete Chagas. 5.
ed. São Paulo: Centauro, 2005.
MARX, K.
Contribuição à crítica da economia política
. Tradução e introdução: Florestan
Fernandes. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2008
MARX, K.; ENGELS, F.
A ideologia alemã:
crítica da mais recente filosofia alemã e seus
representantes Feuerbach, B. Bauer e Stiner, e do socialismo alemão em seus diferentes
profetas (1845-1846). São Paulo: Boitempo, 2007.
MELNIK, S.; TAMM, S.
Leituras Liberais sobre Educação
. Brussels, Belgium: FNFF,
2014.
ORSO, P. J. Neoliberalismo: equívocos e consequências.
In
: LOMBARDI, J. C.;
SANFELICE, J. L. (org.).
Liberalismo e educação em debate
. Campinas, SP: Autores
Associados, Histedbr, 2007
–
(Coleção Educação contemporânea).
ORSO, P. J. As possibilidades e limites da educação na sociedade de classes.
In
:
SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRIA, SOCIEDADE E
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES e Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
20
EDUCAÇÃO NO BRASIL,9., 2012. João pessoa.
Anais
[...]. João pessoa: Universidade
Federal da Paraíba, 2012. p. 3840-3854. Disponível em:
https://histedbrnovo.fe.unicamp.br/pf-histedbr/seminario/seminario9/PDFs/6.10.pdf. Acesso
em: 23 maio 2018.
PETRAS, J.; VELTMEYER, H.
Brasil de Cardoso
: a desapropriação do país. Tradução: Jaime
A. Clasen. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
SACARDO, M. S.
Estudo bibliométrico e epistemológico da produção científica em
Educação Física na Região Centro-Oeste do Brasil
. 2013. 255f. Tese (Doutorado em
Educação)
–
Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de São Carlos,
São Carlos, 2012. Disponível em:
https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/2288/4778.pdf?sequence=1&isAllowed=
y. Acesso em: 12 abr. 2018.
SANTOS, H. K. R.; SACARDO M. S. A política de formação de professores: o estado da arte
sobre o Pibid na Pós-Graduação em Educação.
Revista on line de Política e Gestão
Educacional
, Araraquara, v. 22, n. 3, p. 1168-1181, set./dez., 2018. E-ISSN:1519-9029.
DOI:10.22633/rpge.v22i3.11404
SAVIANI, D.
A lei da educação:
LDB: trajetória, limites e perspectivas. 13. ed. rev. atual. e
ampl. Campinas, SP: Autores Associados, 2016.
SAVIANI, D.; DUARTE, N. A formação humana na perspectiva histórico-
ontológica.
Revista Brasileira de Educação
, v. 15, n. 45, p. 422-433, 2010. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v15n45/02. Acesso em: 13 jul. 2018.
Como referenciar este artigo
GUIMARÃES, G. F. A.; SACARDO, M. S. Currículo referência da rede estadual da
educação de Goiás e políticas curriculares nacionais: Contexto histórico, desdobramentos e
implicações.
Revista on line de Política e Gestão Educacional
, Araraquara, v. 26, n. 00,
e022008, jan./dez. 2022. e-ISSN:1519-9029. DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
Submetido em
:
03/11/2021
Revisões requeridas em
: 27/12/2021
Aprovado em
: 17/02/2022
Publicado em
: 31/03/2022
image/svg+xml
Reference curriculum of the state education network of Goiás and national curricular policies: Historical context, developments and
implications
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
1
REFERENCE CURRICULUM OF THE STATE EDUCATION NETWORK OF
GOIÁS AND NATIONAL CURRICULAR POLICIES: HISTORICAL CONTEXT,
DEVELOPMENTS AND IMPLICATIONS
CURRÍCULO REFERÊNCIA DA REDE ESTADUAL DA EDUCAÇÃO DE GOIÁS E
POLÍTICAS CURRICULARES NACIONAIS: CONTEXTO HISTÓRICO,
DESDOBRAMENTOS E IMPLICAÇÕES
CURRÍCULO DE REFERENCIA DE LA RED ESTATAL DE EDUCACIÓN DE GOIÁS
Y POLÍTICAS CURRICULARES NACIONALES: CONTEXTO HISTÓRICO,
RESULTADOS E IMPLICACIONES
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES
1
Michele Silva SACARDO
2
ABSTRACT
: Based on a bibliographic and documentary study, the aim of this article is to
understand the implications of the National Curriculum Policies of the 1990s for the
organization of the Curriculum Guidelines for Elementary and High School in the State of
Goiás, as well as the consequences of these policies until the implementation of the National
Common Curricular Base (BNCC). The results showed that, even before and after the
implementation of the Curricular Guidelines for Elementary and High Schools in Goiás, the
hegemonic class, holder of the means of production, controls the paths of national education,
governed by the rhythm of capital. In this way, opposing hegemonic policies is to continue in
the political, social and educational struggle that envisages pedagogical and curricular theories
that guarantee individuals' access to knowledge historically developed by humanity,
overcoming the immediate and limited vision of reality.
KEYWORDS
: Educational policies. Curricular guidelines. Education.
RESUMO
: A partir de um estudo bibliográfico e documental, o intuito do artigo é compreender
as implicações das Políticas Curriculares Nacionais da década de 1990 para a organização
das Diretrizes Curriculares do Ensino Fundamental e Médio no Estado de Goiás, bem como
os desdobramentos destas políticas até a implementação da Base Nacional Comum Curricular.
Os resultados evidenciaram que, mesmo antes e após a implementação das Diretrizes
Curriculares para os Ensinos Fundamental e Médio em Goiás, a classe hegemônica, detentora
dos meios de produção, controla os caminhos da educação nacional, regida sob o ritmo do
capital. Desse modo, contrapor-se às políticas hegemônicas, é continuar na luta política, social
e educacional que vislumbre teorias pedagógicas e curriculares que garantam o acesso dos
indivíduos aos conhecimentos historicamente desenvolvidos pela humanidade, superando a
visão imediata e limitada da realidade.
PALAVRAS-CHAVE
: Políticas educacionais. Diretrizes curriculares. Educação.
1
Federal University of Goiás (UFG), Goiânia
–
GO
–
Brazil. Master's student in the Graduate Program in
Education. Professor at the Goiás State Department of Education (SEDUC). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-
3420-5429. E-mail: gisellefag05@gmail.com
2
Federal University of Jataí (UFJ), Jataí
–
GO
–
Brazil. Professor of the Graduate Program in Education. Doctorate
in Education (UFSCAR). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4193-3766. E-mail: smichele@ufj.edu.br
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES and Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
2
RESUMEN
:
Con base en un estudio bibliográfico y documental, el objetivo del artículo es
comprender las implicaciones de las Políticas Curriculares Nacionales de la década de 1990
para la organización de las Directrices Curriculares para la Enseñanza Básica y Media en el
Estado de Goiás, así como las consecuencias de estas políticas hasta la implementación de la
Base Común Curricular Nacional. Los resultados mostraron que, incluso antes y después de la
implementación de las Directrices Curriculares para la Enseñanza Básica y Media en Goiás,
la clase hegemónica, poseedora de los medios de producción, controla los caminos de la
educación nacional, regida por el ritmo del capital. De esta forma, oponerse a las políticas
hegemónicas es continuar en la lucha política, social y educativa que vislumbra teorías
pedagógicas y curriculares que garanticen el acceso de los individuos a los conocimientos
desarrollados históricamente por la humanidad, superando la visión inmediata y limitada de
la realidad.
PALABRAS CLAVE
:
Políticas educativas. Directrices curriculares. Educación.
Introduction
In this article, we seek to understand, from the historical constraints, the implications of
the National Curriculum Policies of the 1990s for the organization of the Curriculum Guidelines
for Elementary and High School in the State of Goiás, as well as the unfolding of these policies
and the implementation of the National Base Common Curriculum.
Therefore, we will discuss the national curriculum reforms in the 1990s and their effects
on the curriculum policies of the State of Goiás. We start from the Master Plan for the Reform
of the State Apparatus and its consequences in relation to national curricular policies, in an
attempt to understand the curricular policy implemented in the State of Goiás, at the beginning
of the 21st century. We also proposed to highlight the National Common Curricular Base,
approved six years after the publication of the final version of the Reference Curriculum of the
State Education Network of Goiás, given that this is a document that endorses and reinforces
the direction of curricular policies. national.
Finally, we will address the possible alignments between the National Curriculum
Policies and the Curriculum Guidelines of the State of Goiás, as well as the historical
determinations and their implications for the organization of curriculum policy in that State,
paying attention to the contradictions that arise between the proclaimed and the real, between
the exposition of the reasons and the text of the document.
image/svg+xml
Reference curriculum of the state education network of Goiás and national curricular policies: Historical context, developments and
implications
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
3
From the National Curriculum Reforms in the 1990s and Curriculum Guidelines of the
State of Goiás to the implementation of the National Curricular Common Base: initial
notes
In this topic, we propose to discuss Brazilian educational policies from the Master Plan
for the Reform of the State Apparatus, published in November 1995, the Law of Directives and
Bases of Education approved in 1996, the National Curricular Parameters homologated in 1997,
and the Common National Curricular Base (2018).
Approved by the Fernando Henrique Cardoso (FHC) government in November 1995,
the Master Plan for the Reform of the State Apparatus defines objectives and establishes
guidelines for the reform of the Brazilian public administration. The term "state apparatus" is
understood to mean public administration in the broadest sense, that is, the organizational
structure of the state in its three powers (Executive, Legislative, and Judiciary) and three levels
(Union, Member States, and Municipalities)" (BRAZIL, 1995, p. 12). These measures were
justified, as stated in the document, by the deterioration of public services and the worsening
of the fiscal crisis in the last decade.
The Reform becomes an instrument of consolidation, stabilization and security for the
sustained growth of the economy, based, according to the text of the aforementioned document,
on managerial public administration and on current concepts of administration and efficiency
aimed at controlling results and decentralization, corroborating so that power may reach the
citizen, the privileged client of the State. From this perspective, the State redefines its role:
[...] that it ceases to be directly responsible for economic and social
development and strengthens its role as promoter and regulator of this
development. [Reforming the State means transferring to the private sector
those activities that can be controlled by the market. Hence, the generalization
of privatization processes of state companies and the publicization,
decentralization to the non-state public sector of the execution of services that
do not involve the exercise of state power, but should be subsidized by the
state, as is the case of public services of education, health, culture and
scientific research (BRAZIL, 1995, p. 12).
The objective of this master plan is to create the conditions for rebuilding public
administration on modern, rational bases, in the sense of managerial administration "based on
current concepts of administration and efficiency, focused on control of results, and
decentralized in order to reach the citizenry, who, in a democratic society, are the ones who
give legitimacy to institutions and who, therefore, become 'privileged clients'" (BRAZIL, 1995,
p. 7). The emphasis of the reform is, according to the document, on quality and productivity in
public service. It presents proposals aimed at guaranteeing constitutional achievements and
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES and Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
4
implementing managerial public administration. In this model, public servants will have a new
vision of their functions and, according to the text, this is where the most profound and true
reform will take place. The "good employees" would be guaranteed the value of their work,
providing them with professional motivation and reasonable job security - conditions
considered necessary for the restoration of the creativity, responsibility and dignity of public
servants.
The text of the Master Plan considers the worldwide debate that took place in the late
1980s and early 1990s, about the role that the State should have in the economy and highlights
that: "Without a doubt, in a capitalist system, State and market, directly or indirectly, are the
two central institutions that operate in the coordination of economic systems" (BRAZIL, 1995,
p. 9). To accomplish the objectives of the Plan, the State understands that it must transfer to the
private sector the activities that can be controlled by the market, decentralize the non-state
public sector from the execution of services, which do not involve the exercise of State power,
but should be subsidized by the State, as is the case of Education, Health, Culture and Scientific
Research services.
The permeability of private agents and/or civil society organizations in public
administration, based on
a posteriori
control of results and managed competition, are the bases
of the Master Plan for Reform of the State Apparatus. This orientation accompanies the
curriculum reforms that emerge from this period.
On the periods of private property and its advances beyond natural capital, Marx and
Engels (2007) noted that from the evolution of private property, big industry subjected
commerce to itself, subsidized by the creation of the means of communication and the modern
world market. "It has, in general, destroyed naturalness, insofar as it is possible within labor,
and has dissolved all natural relations into monetary relations" (MARX; ENGELS, p. 60). The
author goes on to state that:
[...] modern private property corresponds to the modern State, which, bought
progressively by private owners through taxation, falls fully under their
domination by the system of public debt, and whose existence, as manifested
in the rise and fall of state papers on the stock exchange, has become entirely
dependent on the commercial credit granted to it by the private owners, the
bourgeois. [...] Through the emancipation of private property from the
community, the state has become a particular existence, beside and outside
civil society; but this state is nothing else than the form of organization which
the bourgeois necessarily give themselves, [...] for the reciprocal guarantee of
their property and their interests (MARX; ENGELS, p. 75).
image/svg+xml
Reference curriculum of the state education network of Goiás and national curricular policies: Historical context, developments and
implications
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
5
The form of bourgeois organization, anchored in private property and in means to ensure
its hegemony, is also evidenced in curriculum policies for Basic Education. Sacardo (2013),
when addressing education, states that "as it is historically constituted, it has suffered and
suffers the influence of hegemonic conceptions, based "[...] predominantly on the idealistic
view of reality" (Ibid., p. 30). It is worth noting that, for Marx and Engels (2007, p. 196), "[...]
the idealistic expression of the real interests of the bourgeoisie[...]" is expressed in the liberal
discourse. Thus, it is understood that curriculum policies in Brazil can be subsidized by the
interests of the bourgeoisie, facing the Modern State, equivalent to private property.
[...] the ideas of the dominant class are in every epoch the dominant ideas, that
is, the class which is the dominant material force of society is at the same time
its dominant spiritual force. The class which has at its disposal the means of
material production also has at its disposal the means of spiritual production,
so that to it are subjected at about the same time the thoughts of those who
lack the means of spiritual production. The dominant ideas are nothing but the
ideal expression of the dominant material relations, they are the dominant
material relations apprehended as ideas; therefore they are the expression of
the relations that make a class the dominant class, they are the ideas of its
domination. The individuals who make up the dominant class possess, among
other things, also consciousness, and therefore think; insofar as they dominate
as a class and determine the entire scope of an historical epoch, it is evident
that they do so to the fullest extent, therefore, among other things, that they
dominate also as thinkers, as producers of ideas, who regulate the production
and distribution of the ideas of their time; and, consequently, that their ideas
are the dominant ideas of the epoch (MARX; ENGELS, 2007, p. 47).
According to the analysis of Petras and Veltmeyer (2001), the Cardoso government
made systematic efforts to dismantle the state sector and sell profitable companies to foreign
and Brazilian private investors, made possible by financial deregulation and the privatization
of public companies. It was in this period of the FHC government, inclusive, that the
interlocution with Multilateral Organizations (OMs), mainly with the World Bank, gained
strength and had its apex; interlocution, which was continued/maintained, deepened and
enhanced by the two subsequent governments (SANTOS; SACARDO, 2018). In fact,
conditions for the reform in education were given at that moment, under neoliberal guidance,
supported by the logic of economic and technological expansion, which proposed to overcome
the problems of the school, disqualifying it, via the discourse of efficiency and competence, at
the expense of blaming the teacher and especially weaving harsh criticism to their training
(EVANGELISTA, 2013 apud SANTOS; SACARDO, 2018).
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES and Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
6
Therefore, Lima and Santiago (2011, p. 39) reaffirm that the context has been "watered
by waves of privatization, arising from a new economic and social project: neoliberalism
3
”
(LIMA; SANTIAGO, p. 39). This is a model that demands a new profile of citizen, a client
citizen, in a "[...] State that starts to organize itself as a service provider, making available goods,
the result of its efficiency or its Social Organizations (OS)" (LIMA; SANTIAGO, p. 42). In this
perspective,
The State transfers to a new sector that which is not of direct interest to the
market, but with financing from the market. [...] In this way, the state takes
control, finances part of it and deconcentrates another part of the financing so
that the citizen, who is the client, depending on the service provided, pays part
or all of it. [...] Now, for the population to accept that services that used to
come from the state are now offered by OS, it is necessary to decharacterize
public service, diminish the state, remove it from the population and institute
Non-Governmental Organizations (NGOs) in its place (LIMA; SANTIAGO,
2011, p. 43-44).
In this context, liberal policies, stemming from capitalism, do not conceive of an
education that is useless to this social model and its need for reinvention. Curricula are designed
and constructed to develop, in the working class, skills and competencies that serve hegemonic
interests, while instilling awareness and acceptance of their place in this society. Melnik and
Tamm (2014) consider that almost all liberal thinkers see education as essential to achieve
liberal goals, advocate a limited role for the state in relation to education, and understand the
relevance of it in the fact that the individual faces and adapts to the realities that present
themselves in the contemporary world.
Regarding the reinvention of capital, Marx and Engels (2007, p. 497) already
emphasized that: "[...] different stages of production also bring with them different relations of
production to consumption, different contradictions between the two [...]". In this line of
thought, Orso (2012, p. 3845), when referring to the relationship between public school and
capitalist hegemony, asserts that "The scrapping of public school and the expansion of private
school are inserted within the needs of the capital [...]". For the author, education transforms
and is transformed according to the movement of society and, when it comes to class society,
it means that education "[...] is aimed at the conservation of the status quo and the legitimization
3
Saviani (2016), highlights the meaning currently attributed to the neoliberal concept: "[...] valorization of market
mechanisms, appeal to private initiative and non-governmental organizations to the detriment of the place and role
of the State and public sector initiatives, with the consequent reduction of public actions and investments [...]" (p.
221). Orso (2007), adds that what exists "[...] is liberalism as an ideology of capitalism[...]", therefore, continues
the author: "[...] it does not make much sense to talk about neoliberalism or 'being against neoliberalism'. The
position one should in fact take is against liberalism in all its forms and against capitalism, which is the material
basis that sustains it" (p. 176-177). Thus, we understand that there is no consensus on the understanding of the
terminology neoliberalism.
image/svg+xml
Reference curriculum of the state education network of Goiás and national curricular policies: Historical context, developments and
implications
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
7
of the prevailing social structures" (ORSO, 2012, p. 3875). Therefore, according to Petras and
Veltmeyer (2001, p. 31):
The transition to neoliberalism meant the exclusion of the Brazilian state and
the undisputed primacy of foreign capital. The deep crises of neo-liberalism
led Cardoso to even more radical liberal measures: more privatization, more
cuts in the social budget, and more dependence on foreign finance.
In the educational field, the primacy of market logic is affirmed in what concerns
organizational aspects and pedagogical thinking, justified by the adequacy of school education
to the demands of the international labor market and its constant productive, organizational,
and technical-scientific restructuring. For Marx and Engels (2007, p. 62), this logic "isolates
individuals from each other, not only the bourgeois, but even more the proletarians, although it
aggregates them". Frigotto and Ciavatta (2003, p. 107) further point out:
And what are the demands and which groups have benefited in the educational
field? Without a doubt those groups that are historically articulated to the
capital metabolism of the hegemonic centers in this new context of its
globalization. It is the Cardoso Government that, for the first time in our
republican history, transforms the business and mercantile ideology of school
education into a one-dimensional State policy.
This entrepreneurial and mercantile ideology was installed as State policy from the
moment that, in order to maintain capitalism, it was necessary to involve the school process in
order to guarantee specialized labor, according to the needs of the market. Measures were taken
in education in this sense, among them: precariousness of public-educational services, incentive
to privatization, guarantee of access and permanence of students in school, and policy of results
through evaluations coordinated by international agencies.
For Marx and Engels (2007), the market logic - conditions of existence, conditioning
and limitations - is fused with private property and labor. The author exemplifies: "The wealth
of a banker, which consists of papers, can in no way be taken without the person who takes it
submitting himself to the conditions of production and trade of the country which has taken it"
(MARX; ENGELS, p. 71). This vision illustrates the educational policy described above by
Frigotto and Ciavatta (2003), whose implementation enables significant limitations to the
appropriation by the working class of the knowledge accumulated throughout human history
and, consequently, of the means of production. This scenario contributes to the maintenance of
hegemonic policies guided by the aspirations of the bourgeoisie.
On December 20, 1996, Law 9.394 was sanctioned, establishing the guidelines and
bases of national education. Saviani (2016) states that the LDB is a document compatible with
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES and Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
8
the minimal State, aligned with the hegemonic policy adopted by the FHC government. The
neoliberal political orientation values, according to the author, the "valorization of market
mechanisms, appeal to private initiative and non-governmental organizations in detriment to
the place and role of the State and public sector initiatives, with the consequent reduction of
public actions and investments" (SAVIANI, 2016, p. 221). In fact, as far as educational policies
are concerned, managerial public administration, as mentioned in the Master Plan for the
Reform of the State Apparatus, made feasible and implemented through Constitutional
Amendments, can be analyzed, according to Mancebo (1999), under five major principles:
rationalization of resources, results-oriented management, management flexibility, quality of
educational service, and decentralization. These principles meet the common points described
by Saviani (2016), which we highlight below and about which we will address, when relating
them to the Curricular Guidelines of the State of Goiás, for Primary and Secondary Education,
with the National Educational Policies.
Indeed, in all educational policy initiatives, despite their localized character
and the appearance of autonomy and disarticulation between them, we find a
common point that runs through them all: the effort to reduce costs, burdens
and public investments seeking if not to transfer them, at least to share them
(partnership is the fashionable word) with private enterprise and non-
governmental organizations (SAVIANI, 2016, p. 221).
Regarding the curriculum, article 26 of the LDB provides for a common national base
to be complemented by a diversified part, required by regional and local characteristics of
society, culture, economy and students (BRAZIL, 1996). Flexibility emerges as a hallmark of
this constitutional article that regulates Basic Education in Brazil. A function that, for Apple
(2006, p. 105), is tacit of schooling.
[...] a tacit and important function of schooling seems to be the teaching of
different propensities and values to different school populations. If one group
of students is considered to be future members of a professional and
administrative class, schools and the curriculum seem to be organized around
concepts such as flexibility, choice, research, etc. If, on the other hand, the
students are likely to be unskilled or semi-skilled workers, the school
experience tends to emphasize punctuality, organization, habit formation, etc.
[These everyday school practices are linked to economic, social, and
ideological structures outside the school buildings.
Behind the curricular flexibility to meet regional demands, we glimpse what Libâneo
(2012) calls the perverse dualism of the Brazilian public school, present in policies and
guidelines for national education. The LDB, still in article 26, states that the curricula must
image/svg+xml
Reference curriculum of the state education network of Goiás and national curricular policies: Historical context, developments and
implications
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
9
cover the study of Portuguese and mathematics, the knowledge of the physical and natural
world, as well as the social and political reality, especially of Brazil; the teaching of Art in its
regional expressions and Physical Education, as a mandatory curricular component, being
optional for the student. The Law of Directives and Bases for Education (LDB) does not
indicate,
a priori
, the competent body to establish the common national base for the curriculum.
Probably, [...] has to do with the direction that the MEC was giving to the issue
of "Curricular Parameters" where there seemed to be an oscillation between
its mandatory adoption by all schools in different states and municipalities and
its consideration only as a reference from which the states, municipalities and
the schools themselves would formulate their respective curriculum proposals
(SAVIANI, 2016, p. 234).
In 1997, the document "National Curriculum Parameters" was published for the first
four grades of elementary school (BRAZIL, 1997). Consecutively, in 1998 and 2000, the
document was published for the final grades of elementary school and for high school. A
common point in the respective texts is the imposition of a review of the curricula, in view of
the need to build a school focused on the formation of citizens who live in an era marked by
competition and excellence.
With the stated objective of guiding a proposal for curricular reorientation, the MEC
presents to the State Education Departments the PCNs. According to this document, the
guidelines for Primary and Secondary Education in Brazil are characterized by: a) pointing out
the need to join efforts between governments and society, to support the school in the complex
educational task; b) interdependence between school-society, aiming to situate people as
participants of this society - citizens; c) meaningful learning; d) development of different
capacities by young people, providing them with the development of their intelligences, with
their multiple competencies; e) autonomy of the school and commitment of this and of the
students to achieve the goals they have proposed; f) inclusion of procedures, attitudes, and
values as relevant knowledge as the concepts traditionally approached; g) evidence of the need
to deal with urgent issues; h) appropriation of technologies; i) valuing the work of teachers as
producers, articulators, planners of educational practices and as mediators of knowledge,
working with the existing diversity among students as a source and means for learning. In this
sense, according to the PCNs and through them, a profile is outlined for the curriculum, based
on basic competencies and on the formation of critical and reflective citizens, aiming at the
emergence of a new individual and collective consciousness, supported by the pillars of
cooperation, solidarity, tolerance and equality.
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES and Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
10
School is now understood as a space to create conditions for the access of young people
to the knowledge necessary for the exercise of citizenship. Paraphrasing Marx (2005), it is
possible to apply questions to the use of the term citizenship in curriculum policies: who should
be trained as a citizen? What kind of citizenship is in question? What conditions become
fundamental to the essence of the citizenship being sought? Marx (2005) adds that the idealistic
search for citizenship through the political elimination of private property does not extinguish
it, but, on the contrary, presumes its existence.
The state eliminates, in its own way, the distinctions established by birth,
social position, education, and profession, by decreeing that birth, social
position, education, and profession are non-political distinctions; by
proclaiming, without regard to such distinctions, that every member of the
people is an equal partner in popular sovereignty, and by treating from the
standpoint of the state all the elements that make up real life. [...] The triumph
of State idealism was at the same time the realization of the materialism of
civil society. The ties that bound the egoistic spirit of civil society were
removed along with the political yoke. Political emancipation was at the same
time an emancipation of civil society from politics, and even from the
appearance of a general content. Feudal society was dissolved in its essential
element, man; but in the man who constituted its real foundation, the
individualistic man. A member of civil society, this man is now the basis and
presupposition of the political state. In this way he is recognized in the very
rights of man (MARX, p. 21-36).
For Brito (2018, p. 133), "[...] political emancipation is equivalent to the conquest of
political power by the bourgeoisie." In this direction, the school can be understood as a space
for creating conditions for the permanence of the status quo, necessary for the maintenance and
reinvention of capital.
The selfish man becomes a citizen through the formal Declarations influenced
by the French Revolution and, consequently, has his private property and
individual security universalized as legal guarantees. In this way, rational-
legal legitimacy was an important instrument for the bourgeoisie's access to
politics. Men were legally recognized as citizens, free and equal. This,
however, meant in practice that the serf, now a citizen, would be "free" to sell
his labor power to a minority holding the means of production (the
bourgeoisie) in exchange for a demeaning price (the wage) (BRITO, 2018, p.
133).
Marx and Engels (2007, p. 201) state that the "modern state, under the domination of
the hegemonic class, rests on the freedom of labor and this consists of the free competition of
workers among themselves. We see that the neoliberal proposal also shows its face in the
curricular policies, to the extent that these lie on practices that favor private property and the
maintenance of class society.
image/svg+xml
Reference curriculum of the state education network of Goiás and national curricular policies: Historical context, developments and
implications
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
11
The intentionality of the MEC to guide a proposal for curriculum reorientation, together
with the State Education Departments through the PCNs, is effective in the State of Goiás from
2004, when the studies and discussions about the process of Curriculum Reorientation begin.
Thus, between 2009 and 2012, seven notebooks of curricular reorientation for Primary
and Secondary Education were published, called Reorientação Curricular - Currículo em
Debate, which preceded the publication of the Curricular Guidelines for the aforementioned
levels of education in the State, the Currículo Referência da Rede Estadual de Goiás. According
to the document,
Currículo em Debate 1 - Reorientação Curricular de 6º ao 9º ano
, the
notebooks are the result of a process of curriculum reorientation, developed in the state network
of Goiás, during the years 2004 to 2006, and serve the purpose of ensuring the right to quality
education (GOIÁS, 2009a; 2012).
From then on, officially, the Curricular Guidelines that guide and regulate education
and, consequently, the curriculum in the State of Goiás, were aligned to the neoliberal principles
that entrench waves of precarization of public service, appeal to private enterprise and
managerial public administration, highlighting the management of results, flexibility and
competition to meet a market logic.
The proposal for the Curricular Reorientation of the State of Goiás has as its explicit
objective "to guarantee the right to quality education. Throughout the document, justifications
are described and goals are outlined for this purpose.
In “
A lei da Educação
-
LDB: trajetória, limites e perspectivas”, Dermeval Saviani
implicitly draws readers' attention to the analysis of documents, when writing about the LDB
approved in 1996. For him, “It is surprising that not only in the spirit, b
ut even in the letter, the
contradiction between the “exposition of reasons” and the text of the project” (SAVIANI, 2016,
p. 217). We understand that the analysis between the reasons given for the elaboration of a
document and its text itself, can highlight the real and the contradictions inherent to the multiple
determinations that present themselves in the search for the essence of things, since "the nature
of the object it consists precisely, in the sum or totality of its relations and properties [...]”
(MÁRKUS, 1974, p. 63). That is, as Marx (2008, p. 259) clarifies about the Method of Political
Economy:
[...] abstract determinations lead to the reproduction of the concrete through
thought. [...] the method that consists in rising from the abstract to the concrete
is nothing but the way in which thought proceeds to appropriate the concrete,
to mentally reproduce it as a concrete thing.
The guarantee of the right to quality education is presented as the purpose of the
Proposal for Curriculum Reorientation of the State of Goiás (GOIÁS, 2009a; 2012). In this
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES and Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
12
document, the reasons/justifications for the development of the project are exposed:
transforming the school into a space for significant learning, implementing efficient public
policies to serve young people and children, ensuring the student's permanence in school
through pedagogical work with skills and with significant content, appropriation of new values
and skills and a pedagogical proposal that considers that everyone has the right to learn and the
awareness of what they are capable of.
In the text, partnerships with civil society, which take place between the private sector
and non-governmental organizations, were considered means to speed up and enforce
pedagogical actions, favoring the performance of students and teachers, considering that, from
them, teachers and students would qualitatively develop their skills. Through these partnerships
and the appropriation of a pedagogical proposal that considers everyone's right to learn and the
awareness of what they are capable of, the public education network in the State of Goiás
presents its proposal for curricular reorientation.
According to Marx and Engels (2007, p. 76), in capitalist society “private law
develops, simultaneously with pr
ivate property, from the dissolution of the natural community”.
Therefore, we understand that the question of everyone's right to learn in the capital society
corresponds to private law, which is accompanied by idealistic principles in a neoliberal society:
[...] where privilege and prerogative are conceived as corresponding to private
property linked to the estate, and law is conceived as corresponding to the
situation of competition, of free private property; in the same way, the Right
of Man is seen as a privilege and private property as a monopoly (MARX;
ENGELS, p. 205).
In this regard, Orso (2012, p. 3842) states that: “education tends to reflect the society
that produces it, as it expresses the level of understanding of those who make it, allowed by the
society of each time, according to the stage of development and social relations”. Among the
needs of capital, according to the author, are the scrapping of public schools and the expansion
of private schools, since educational processes are part of a social totality.
In 2018, the National Common Curricular Base in Brazil was approved. The general
structure of the document comprises introductory texts, general and specific competences,
learning rights and skills, which define the curricula, schools, teachers and students:
[...] the organic and progressive set of
essential learning
[...] so that their
learning and development rights are assured, in accordance with the
provisions of the National Education Plan (PNE). [...] guided by ethical,
political and aesthetic principles [...] (BRAZIL, 2018, p. 7, emphasis in the
document).
image/svg+xml
Reference curriculum of the state education network of Goiás and national curricular policies: Historical context, developments and
implications
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
13
The National Curricular Common Base (BNCC) is organized into ten competencies:
knowledge; scientific, critical and creative thinking; cultural repertoire; Communication; digital
culture; work and life project: (eg school of choice); argumentation; self-knowledge and self-
care; empathy and cooperation; responsibility and citizenship. In this document, teamwork is
considered essential for the inequalities present in Basic Education to change in Goiás. In the
meantime, in 2019, the Government established partnerships with the Lemann and Natura
Foundations for the training of teachers, highlighting among the main supporters of these
foundations, the institutions Google, Instituto Unibanco, Undime, Consed, Itaú and Omidyar
Network.
4
.
The document, in line with the United Nations (UN) Agenda 2030, influences the
curricula, the initial and continuing training of teachers, as well as contributes to the alignment
of educational policies at the federal, state and municipal levels, in order to guarantee a common
level of learning.
[...] the essential learning defined in the BNCC must compete to ensure that
students develop ten general competences [...] competence is defined as the
mobilization of knowledge (concepts and procedures), skills (practical,
cognitive and socio-emotional) , attitudes and values to solve complex
demands of everyday life, the full exercise of citizenship and the world of
work (BRAZIL, 2018, p. 8).
They constitute the pedagogical foundation of the BNCC: focus on the development of
competences
5
, commitment to integral education, inter-federative pact and the implementation
of this Common National Base. As for the focus on competence development, this is justified,
according to the text of the document, by the fact that it is the approach adopted in the
international assessments of the Organization for Economic Co-operation and Development
(OECD), which coordinates the International Student Assessment Program. (PISA) and the
United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO), which
established the Latin American Laboratory for the Assessment of the Quality of Education for
Latin America (LLECE, in the Spanish acronym)
6
.
[...] the BNCC indicates that pedagogical decisions must be oriented towards
the development of competences. Through a clear indication of what students
should “know” (considering the constitution of knowledge, skills, attitudes
4
See: https://fundacaolemann.org.br/co-realizadores. Accessed on: 17 Jan. 2019.
5
Concept of competence adopted by the BNCC: “Mobilization of knowledge, skills, attitudes and values to solv
e
complex demands of everyday life in the full exercise of citizenship and the world of work”, based on Philippe
Perrenoud's concept of competence;
6
See:. BNCC, 2018, p. 13.
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES and Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
14
and values) and, above all, what they should “know how to do” (considering
the mobilization of this knowledge, skills, attitudes and values to solve
complex demands of everyday life, full exercise of citizenship and the world
of work), the explanation of competences offers references for strengthening
actions that ensure the essential learning defined in the BNCC (BRAZIL,
2018, p. 13, emphasis in the document ).
The commitment to integral education stands out in the face of the needs of the
contemporary world which, as stated in the document, imposes an innovative and inclusive look
at the educational process. Questions such as what to learn, why to learn, how to teach, how to
promote collaborative learning networks and how to assess learning are highlighted in the
global scenario that requires:
the development of competences to learn to learn, to know how to deal with
the increasingly available information, to act with discernment and
responsibility in the contexts of digital cultures, to apply knowledge to solve
problems, to have autonomy to make decisions, to be proactive to identify the
data of a situation and seek solutions, live and learn from differences and
diversities (BRAZIL, 2018, p. 14).
Integral education, according to the BNCC, refers to: “[...] the intentional construction
of educational processes that promote learning in tune with the needs, possibilities and interests
of students and also with the challenges of contemporary society” ( BRAZIL, 2018, p. 14).
Through the aforementioned interfederative pact and the implementation of the BNCC, it is
sought to build curricula and develop pedagogical proposals "[...] that consider the needs,
possibilities and interests of students, as well as their linguistic, ethnic and cultural identities ”
(BRAZIL, 2018, p. 15).
The BNCC identifies itself with the national curricular policies mentioned above: both
ensure essential learning, share principles and values, and also delegate to systems, education
networks and schools the function of incorporating into curricula and pedagogical proposals
the approach of contemporary themes, anchored in the spheres of autonomy and competence.
The document is structured in order to explain the skills that must be developed throughout
Basic Education and at each stage of schooling, as an expression of the learning and
development rights of all students.
image/svg+xml
Reference curriculum of the state education network of Goiás and national curricular policies: Historical context, developments and
implications
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
15
Final remarks
In summary, in view of the alignment with the National Curriculum Policies highlighted
above, notably, the depreciation, as well as the precariousness of educational work to the
detriment of a minimal State proposal, emerged significantly in the face of the initial analyzes
carried out in this study.
Coming from neoliberalism, the precariousness of public work and the valorization of
the private sector are characteristics of what Lima and Santiago (2011) consider as an economic
and social project, whose implementation requires new mentalities and a new organizational
culture. The Master Plan for the Reform of the State Apparatus is the means to establish this
new culture, supported by the managerial administration model.
The postulate of the diminutive State
–
characteristic of the neoliberal
philosophical-economic conception, of the quasi-market State
–
is prescribed
in Brazil in the text of the Master Plan of the Ministry of Federal
Administration and State Reform
–
Mare (Brasil, 1995). In it we find all the
legal foundations to institute a restructured State model: either in its cultural
and economic bases or in its social bases (LIMA; SANTIAGO, 2011, p. 41-
42).
From the point of view of Education, from the Master Plan for the Reform of the State
Apparatus, several deliberations took place in Brazil, in the sense of aligning educational
policies with the purposes of this State Plan. This perspective was extended to the State
Departments of Education, which restructured their curricula, in order to align them with the
new federal proposal for Education, which was considered by Gandin and Lima (2016) as
marketing, given the importance represented by the economy and by social classes today.
Throughout this analysis, determinations came to light and along with them some
questions. The State of Goiás suggests, in the Curricular Reorientation Proposal, that schools
establish partnerships with different institutions and base the curricular proposal on meaningful
learning and on the principles of the Management State, so what would be the counterpart of
these partnerships and who would be the partners of the Government from the State of Goiás?
Who are the citizens to which this document refers, what are their rights and what does the
Government of Goiás understand by quality education? Lima and Santiago (2011, p. 49,
emphasis added) state that:
The Contractualization of Results, according to official documents, is a
“fundamental concept and premise on management contracts”. These, in turn,
“are an instrument for agreeing on results that link departments responsible
for formulating public policies and entities linked to them”. The documents
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES and Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
16
also disclose that “in order to ach
ieve these objectives, management autonomy
is granted in exchange for a commitment to results”.
In this context, for Frigotto and Ciavatta (2003), Basic Education in Brazil, in the 1990s,
was directly influenced by an international movement with the support of advisors, opinion-
forming documents and resources that, with active participation, and collaboration of local
authorities, were imposing the liberal proposals of Education, implemented in Brazil from the
Fernando Henrique Cardoso government.
It is understandable, then, why the public, universal, compulsory and lay
public primary school, idealized and carried out by the bourgeoisie to convert
subjects into citizens, was nothing more than an instrument at the service of
political emancipation understood as “the reduction of man, on the one hand,
the member of bourgeois society, the independent selfish individual and, on
th
e other, the citizen of the State, the moral person [...]” (SAVIANI, 2016, p.
211, author's emphasis).
According to Saviani (2016), from the confrontation between what is proclaimed and
what is carried out through the bases on which the educational system is based, content will
emerge to the detriment of form, because “the concrete object remains standing before and after,
in its independence and outside the brain at the same time, that is, the brain only behaves
speculatively, theoretically” (MARX, 2008,
p. 260).
The National Curriculum Reforms that took place in the 1990s determined and directed,
together with the State of Goiás, through the State Department of Education, the Curricular
Reorientation for Elementary and High School. The analysis of the historical context, the
developments and the relationships between the National Curriculum Policies and the
Curriculum Guidelines of the State of Goiás allowed us to highlight concepts and
contradictions.
The neoliberal proposal, for example, presented in these documents, meets the needs of
capitalist society and, at the same time, assumes the contradictions that are characteristic of this
model of society. The verification of the real objectives in the analyzed documents reveals the
role of education, as a mediator of social practices. Understanding the school as a space of
imprisonment or emancipation, which enables uni or omnilateral training for the children of
workers, can be an instrument of struggle for this class, in order to build a society in which
everyone has the same social rights.
The national curriculum policies mentioned are in line with the National Curricular
Common Base, and vice versa; so that some of the common points of these policies are: assuring
teachers and students what they consider essential learning; to value principles and values such
image/svg+xml
Reference curriculum of the state education network of Goiás and national curricular policies: Historical context, developments and
implications
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
17
as ethics, respect and tolerance and to delegate to systems, education networks and schools the
function of incorporating into curricula and pedagogical proposals the approach of
contemporary themes, anchored in the spheres of autonomy and competence.
What became evident, therefore, is that in the educational context and, beyond it, historically,
the beneficiaries are the hegemonic groups, whose interests are not articulated with those of the
working class. That is, even if, before and after the implementation of the Curriculum
Guidelines for Elementary and High Schools in Goiás, the hegemonic class, holder of the means
of production, controls the paths of national education, governed by the rhythm of capital.
At this juncture, opposing hegemonic policies is to continue in the political, social and
educational struggle for living conditions, which aims to commit to social transformation, but
which also envisions pedagogical and curricular theories that guarantee individuals' access to
cultural and scientific knowledge, historically developed by humanity, surpassing the
immediate and limited vision of reality (SAVIANI; DUARTE, 2010).
REFERENCES
APPLE, M. W.
Ideologia e Currículo
. Tradução Vinícius Figueira. 3. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2006.
BRAZIL. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado.
Plano Diretor da
Reforma do Aparelho do Estado
. Brasília: Presidente da República. 1995. Available at:
http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/publicacoes-oficiais/catalogo/fhc/plano-diretor-da-
reforma-do-aparelho-do-estado-1995.pdf. Accessed on: 2 Mar. 2018.
BRAZIL.
Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996
. Estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Brasília, 23 dez. 1996.
BRAZIL.
Parâmetros Curriculares Nacionais
: introdução aos parâmetros curriculares
nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRAZIL.
Parâmetros Curriculares Nacionais
: terceiro e quarto ciclos do ensino
fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação
Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRAZIL.
Parâmetros Curriculares Nacionais
: Ensino Médio. Brasília: MEC, 2000.
BRAZIL.
Base
Nacional Comum Curricular
: Educação Infantil, Ensino Fundamental e
Ensino Médio. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2018. Available at:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base. Accessed on: 12 Feb. 2019.
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES and Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
18
BRITO, R. D. S. A crítica de Marx ao conceito de cidadania.
Revista da Faculdade de
Direito da UFRGS
, Porto Alegre, v. 39, v. esp., p. 129-140, dez. 2018. Available at:
https://seer.ufrgs.br/revfacdir/article/view/84654/51647. Accessed on: 12 Apr. 2019.
FRIGOTTO, G.; CIAVATTA, M. Educação básica no Brasil na década de 1990:
subordinação ativa e consentida à lógica do mercado.
Educação e sociedade
, v. 24, n. 82, p.
93-130, 2003. Available at: http://www.scielo.br/pdf/%0D/es/v24n82/a05v24n82.pdf.
Accessed on: 14 Apr. 2019.
GANDIN, L. A.; LIMA, I. G. A perspectiva de Michael Apple para os estudos das políticas
educacionais.
Educação e Pesquisa
, v. 42, n. 3, p. 651-664, 2016. Available at:
https://www.redalyc.org/pdf/298/29847323005.pdf. Accessed on: 12 Apr. 2018.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 1,
2009a.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 2,
2009b.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 3,
2009c.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 4,
2009d.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 5,
2009e.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 6,
2009f.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Reorientação Curricular do 1º ao 9º ano
. Currículo em Debate 7,
2009g
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Diretrizes Operacionais da Rede Pública Estadual de Ensino de
Goiás 2009/2010
, 2009h.
GOIÁS, SEDUC/SEM.
Currículo Referência da Rede Estadual de Educação de Goiás
,
2012.
LIBANEO, J. C. O dualismo perverso da escola pública brasileira: escola do conhecimento
para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres.
Educação e Pesquisa
, São
Paulo,v. 38,n. 1,p. 13-28,mar. 2012. Available at: http://www.scielo.br/pdf/ep/v38n1/aop323.
Accessed on: 12 Apr. 2018.
LIMA, A. B.; SANTIAGO, S. H. M. Reforma do Estado e controle avaliativo.
In
: LIMA, A.
B. (Org.)
Estado e o controle social no Brasil
. Uberlândia: EDUFU, 2011. p. 37-60.
MANCEBO, D. Políticas para a educação superior e cultura universitária: o exercício da
solidão no ideário neoliberal.
Revista Internacional de Estudos Políticos
, Rio de Janeiro, v.
image/svg+xml
Reference curriculum of the state education network of Goiás and national curricular policies: Historical context, developments and
implications
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
19
1, n. 2, p. 463-480, 1999. Available at: http://www.anped11.uerj.br/21/MANCEBO.htm.
Accessed on: 15 Jan. 2019.
MÁRKUS, G.
A teoria do conhecimento no jovem Marx
. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1974.
MARX, K. 1818-1883.
A questão judaica
. Karl Marx. Tradutor: Silvio Donizete Chagas. 5.
ed. São Paulo: Centauro, 2005.
MARX, K.
Contribuição à crítica da economia política
. Tradução e introdução: Florestan
Fernandes. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2008
MARX, K.; ENGELS, F.
A ideologia alemã:
crítica da mais recente filosofia alemã e seus
representantes Feuerbach, B. Bauer e Stiner, e do socialismo alemão em seus diferentes
profetas (1845-1846). São Paulo: Boitempo, 2007.
MELNIK, S.; TAMM, S.
Leituras Liberais sobre Educação
. Brussels, Belgium: FNFF,
2014.
ORSO, P. J. Neoliberalismo: equívocos e consequências.
In
: LOMBARDI, J. C.;
SANFELICE, J. L. (org.).
Liberalismo e educação em debate
. Campinas, SP: Autores
Associados, Histedbr, 2007
–
(Coleção Educação contemporânea).
ORSO, P. J. As possibilidades e limites da educação na sociedade de classes.
In
:
SEMINÁRIO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRIA, SOCIEDADE E
EDUCAÇÃO NO BRASIL,9., 2012. João pessoa.
Anais
[...]. João pessoa: Universidade deral
da Paraíba, 2012. p. 3840-3854. Available at: https://histedbrnovo.fe.unicamp.br/pf-
histedbr/seminario/seminario9/PDFs/6.10.pdf. Accessed on: 23 May 2018.
PETRAS, J.; VELTMEYER, H.
Brasil de Cardoso
: a desapropriação do país. Tradução:
Jaime A. Clasen. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
SACARDO, M. S.
Estudo bibliométrico e epistemológico da produção científica em
Educação Física na Região Centro-Oeste do Brasil
. 2013. 255f. Tese (Doutorado em
Educação)
–
Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de São Carlos,
São Carlos, 2012. Available at:
https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/2288/4778.pdf?sequence=1&isAllowed=
y. Accessed on: 12 Apr. 2018.
SANTOS, H. K. R.; SACARDO M. S. A política de formação de professores: o estado da arte
sobre o Pibid na Pós-Graduação em Educação.
Revista on line de Política e Gestão
Educacional
, Araraquara, v. 22, n. 3, p. 1168-1181, set./dez., 2018. E-ISSN:1519-9029.
DOI:10.22633/rpge.v22i3.11404
SAVIANI, D.
A lei da educação:
LDB: trajetória, limites e perspectivas. 13. ed. rev. atual. e
ampl. Campinas, SP: Autores Associados, 2016.
SAVIANI, D.; DUARTE, N. A formação humana na perspectiva histórico-ontológica.
Revista
Brasileira de Educação
, v. 15, n. 45, p. 422-433, 2010. Available at:
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v15n45/02. Accessed on: 13 July. 2018.
image/svg+xml
Giselle Ferreira Alves GUIMARÃES and Michele Silva SACARDO
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
20
How to reference this article
GUIMARÃES, G. F. A.; SACARDO, M. S. Reference curriculum of the state education
network of Goiás and national curricular policies: Historical context, developments and
implications.
Revista on line de Política e Gestão Educacional
, Araraquara, v. 26, n. 00,
e022008, Jan./Dec. 2022. e-ISSN:1519-9029. DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16460
Submitted
:
03/11/2021
Revisions required
: 27/12/2021
Approved
: 17/02/2022
Published
: 31/03/2022
Management of translations and versions: Editora Ibero-Americana de Educação