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Fenômeno da competição no ambiente educacional
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 2, e022065, mar. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.2.16563
1
FENÔMENO DA COMPETIÇÃO NO AMBIENTE EDUCACIONAL
FENÓMENO DE LA COMPETENCIA EN EL ENTORNO EDUCATIVO
PHENOMENON OF COMPETITION IN THE EDUCATIONAL ENVIRONMENT
Elena Anatolyevna IVANCHENKO
1
Tatyana Victorovna VOROTILINA
2
Sofya Sarmanovna TELIGISOVA
3
Irina Sergeevna SHULZHENKO
4
Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
5
RESUMO
:
O artigo apresenta os resultados de um estudo do fenômeno da competição no
trabalho científico e uma consideração conceitual desse fenômeno como uma instituição
distinta, mostrando todos os elementos de tal distinção: a designação de limites e formas de
competição científica. O trabalho fundamenta a necessidade de diferenciar entre a
competitividade da pesquisa científica e a de um pesquisador e, ao mesmo tempo, a necessidade
de examinar essas definições de forma abrangente do ponto de vista de sua unidade dialética.
Os resultados da pesquisa comprovam que a presença da concorrência no meio acadêmico é um
fenômeno positivo, pois exige a garantia de alta competitividade, ou seja, alta qualidade dos
trabalhos científicos de várias disciplinas
–
pesquisadores tanto em uma única área disciplinar
quanto em direções interdisciplinares.
PALAVRAS-CHAVE
:
Competição científica. Interdisciplinaridade da pesquisa. Marketing
científico. Divulgação científica. Atividade de pesquisa.
RESUMEN
:
El artículo presenta los resultados de un estudio del fenómeno de la competencia
en el trabajo científico y una consideración conceptual de este fenómeno como una institución
distinta mostrando todos los elementos de tal distinción: la designación de límites y formas de
competencia científica. El trabajo fundamenta la necesidad de diferenciar entre la
competitividad de la investigación científica y la del investigador y, al mismo tiempo, la
necesidad de examinar de manera integral estas definiciones desde el punto de vista de su
unidad dialéctica. Los resultados de la investigación demuestran que la presencia de la
competencia en el ambiente académico es un fenómeno positivo, ya que requiere garantizar
1
Universidade Federal do Norte do Cáucaso, Stavropol - Rússia. Professora Adjunta. ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-9778-1565. E-mail: kvi-elena@yandex.ru
2
Universidade Russa de Economia Plekhanov, Moscou - Rússia. Professora Adjunta. ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-3269-8576. E-mail: vorotilina@mail.ru
3
Instituto de Direito do Ministério de Assuntos Internos da Federação Russa, Ufa - Rússia. Professora Adjunta.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7549-6202. E-mail: sofya.teligisova@bk.ru
4
Universidade Estadual de Justiça de toda a Rússia (Ministério da Justiça da Rússia), Moscou - Rússia. Professora
Adjunta. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6697-740X. E-mail: irina_shulzhenko@bk.ru
5
Universidade Estadual de Justiça de toda a Rússia (Ministério da Justiça da Rússia), Moscou - Rússia. Professora
Adjunta. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1465-3398. E-mail: selivanova_ksenia86@mail.ru
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Elena Anatolyevna IVANCHENKO; Tatyana Victorovna VOROTILINA; Sofya Sarmanovna TELIGISOVA; Irina Sergeevna SHULZHENKO
e Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
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una alta competitividad, es decir, alta calidad de los trabajos científicos de varias materias,
investigadores tanto en una sola área temática como en direcciones interdisciplinarias.
PALABRAS CLAVE
:
Ompetencia científica. Interdisciplinariedad de la investigación.
Marketing científico. Comunicación científica. Actividad investigadora.
ABSTRACT
: The article presents the results of a study of the phenomenon of competition in
scientific work and a conceptual consideration of this phenomenon as a distinct institution
showing all elements of such a distinction: the designation of boundaries and forms of scientific
competition. The work provides substantiation for the need to differentiate between the
competitiveness of scientific research and that of a researcher and, at the same time, for the
need to examine these definitions comprehensively from the standpoint of their dialectical unity.
The results of the research prove that the presence of competition in the academic environment
is a positive phenomenon as it requires ensuring high competitiveness, i.e., high quality of the
scientific works of various subjects
–
researchers both in a single subject area and in
interdisciplinary directions.
KEYWORDS
: Scientific competition. Interdisciplinarity of research. Science marketing.
Science communication. Research activity.
Introdução
A ideia do marketing científico mantém sua popularidade entre a administração das
universidades modernas. O marketing científico implica que um pesquisador é avaliado de
acordo com critérios como sua capacidade de comercializar suas ideias e resultados de pesquisa
e organizar uma estratégia competente para divulgar suas realizações, inclusive através de
múltiplas publicações em fontes de autoridade em um determinado campo do conhecimento
científico.
Não descartando o impacto positivo geral desses critérios no reconhecimento do
pesquisador pela comunidade científica e na formação de sua alta competitividade no ambiente
acadêmico, deve-se observar que a transformação do título acadêmico, o reconhecimento dos
colegas e a presença de múltiplas referências a publicações em um análogo de lucro, e o
ambiente acadêmico em um análogo do mercado de serviços científicos ainda deve ser
reconhecido como uma tendência estrategicamente questionável.
A competição na pesquisa científica é um fenômeno que pode ter um efeito global
positivo no desenvolvimento do conhecimento científico, desde que não esteja associado
exclusivamente ao conceito de mercado da gestão da comunidade universitária.
A mudança da ética moldada pela necessidade de incorporar organicamente as
atividades universitárias ao sistema de valores do capitalismo, bem como a prática de avaliar o
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conhecimento científico em termos da possibilidade de sua comercialização imediata, é uma
necessidade objetiva, cuja razão de ser é o objetivo do presente estudo.
Material e método
O estudo dos problemas levantados neste artigo envolve o uso de métodos universais
(dialéticos), científicos gerais e de pesquisa particulares.
A consideração da essência das relações competitivas no campo da pesquisa é realizada
principalmente através de abordagens históricas e comparativas.
O estudo investiga os componentes metodológicos e substantivos da pesquisa jurídica
para determinar critérios objetivos de sua eficácia.
O estudo realizado incorpora noções dos seguintes ramos da ciência: filosofia e
sociologia da ciência; filosofia analítica do direito do século XX; sinergia; reflexões da teoria
da sociologia e sociologia da estética na educação; lógica, história e metodologia da ciência,
bem como as idéias de teorias científicas individuais, como o conceito de "faculdade invisível"
proposto por Derek John de Solla Price, a teoria do "consenso cognitivo" de G. Nigel Gilbert e
Michael Mulkay, a teoria de Marlan Blissett, e algumas outras
Resultados e discussão
Na esfera dos estudos jurídicos, os pesquisadores trabalham em uma intensa competição
provocada pelas tendências da ciência moderna. O tempo em que os pesquisadores, como
observou Warren A. Hagstrom, "consideravam a competição científica como uma ocupação
indigna e davam pouca importância a ela" já passou há muito tempo (HAGSTROM, 1974).
Hoje, a adesão à comunidade universitária pressupõe, juntamente com a implementação de
planos científicos subjetivos, uma participação ativa na luta das equipes de pesquisa para obter
apoio financeiro para projetos de pesquisa.
Tal apoio deve ser oferecido para projetos de particular importância social, aqueles
destinados a resolver os problemas reconhecidos como importantes pela comunidade científica
e pela sociedade como um todo. Para tais projetos, propomos a utilização do termo "demanda
social de pesquisa", que se aproxima o mais possível do conceito proposto pela autoridade
reconhecida no campo da pesquisa sobre o desenvolvimento da ciência, Robert Metron -
"pesquisa influenciada pelas exigências práticas" (MERTON, 2006).
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As noções de "gestão do conhecimento" e "gestão científica", ativamente incorporadas
à realidade das atividades de pesquisa contemporânea, não confirmam de modo algum o papel
especial da universidade como produtora única de conhecimento, nem provam sua
competitividade, sua posição de liderança neste processo. A sociedade está transbordando de
informações e outros temas produtores de conhecimento, e as universidades, como observou
Steve Fuller, que pesquisa a sociologia do ambiente científico, "não têm nenhuma vantagem ou
privilégio especial" (FULLER, 2018).
Reconhecendo o impacto geral favorável da competição na produção e distribuição de
recursos intelectuais no ambiente acadêmico, gostaríamos ainda de observar nossa visão sobre
algumas características negativas da competição científica.
Ao discutir as consequências da comercialização da ciência russa, deve ser dito que
muitas publicações na imprensa científica criticam fortemente esta tendência. Elas apontam,
com razão, que os concursos vencedores de apoio financeiro estão associados no ambiente
universitário com o reconhecimento de altas qualificações profissionais e são quase o principal
indicador da eficácia do trabalho de um professor universitário. Razoavelmente criticada é a
necessidade de participar na preparação de candidaturas competitivas e na implementação dos
projetos apoiados, o que obriga os cientistas individuais a lidar com problemas científicos
menos importantes para eles, dispersar seu potencial científico e, em alguns casos, até mesmo
mudar sua especialização científica pela duração do projeto. Os pesquisadores também se
concentram em algumas outras consequências da comercialização que têm um efeito prejudicial
sobre a comunidade científica.
Ao mesmo tempo em que prestamos homenagem à objetividade dos comentários feitos,
gostaríamos de chamar a atenção da comunidade científica para o problema da prática atual de
duplicação desperdiçada de esforços de pesquisa nas áreas condicionalmente priorizadas da
ciência jurídica, que é abordada com muito menos frequência em publicações dedicadas à
discussão da conversão dos resultados do trabalho científico.
A frase "condicionalmente priorizada" implica pesquisa científica em áreas nas quais há
uma chamada demanda social devido ao surgimento de novas instituições legais, mudanças na
política estatal de regulamentação legal desta ou daquela esfera das relações sociais, o
agravamento de certos problemas na sociedade devido à situação objetivamente alterada e por
outras razões, menos significativas.
As razões acima mencionadas para o surgimento da demanda social pela pesquisa
científica são relativamente de curto prazo e não podem produzir um efeito importante sobre o
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progresso da ciência jurídica. No entanto, as equipes de pesquisa têm uma certa periodicidade
criada com base em organizações educacionais para preparar candidaturas para concursos
anunciados, candidaturas com conteúdo quase duplicado do ponto de vista da grande ciência.
Abordamos deliberadamente o aspecto da relativa duplicação do conteúdo das
candidaturas apresentadas. Se imaginarmos os últimos 20 anos de jurisprudência na forma de
vários intervalos de tempo independentes, digamos, 2-3 anos, então qualquer cientista jurídico
universitário pode sem muita dificuldade fazer uma lista dos problemas legais mais relevantes
para cada intervalo de tempo.
Em particular, atualmente, a esmagadora maioria dos projetos preparados para
concursos diz respeito à regulamentação jurídica das questões de utilização da inteligência
artificial em esferas individuais da economia e da vida social; formando e mantendo um
ambiente digital nas atividades das autoridades públicas e de certos elementos da infraestrutura
social; aumento da eficácia da luta contra manifestações socialmente perigosas, intolerância e
xenofobia; preservação da biodiversidade; desenvolvimento dos fundamentos legais da
biometria; desenvolvimento dos fundamentos legais da bioética; proteção legal da diversidade
nacional e preservação da cultura nacional dos povos que constituem a Federação Russa, bem
como uma lista relativamente pequena de outras questões, cujo estudo é de importância
prioritária.
Todos os campos do conhecimento humanitário têm procedimentos comuns para
apresentar e analisar argumentos e construir conclusões privadas e teorias gerais sobre suas
bases, não sendo a jurisprudência uma exceção. A abordagem interativa do estudo da
comunidade acadêmica, os vínculos de comunicação e o sistema de interação entre acadêmicos
(BEN-DAVID, 2014), ao qual aderimos, permite argumentar com grande confiança que os
resultados da pesquisa conduzida pela equipe de pesquisa cuja candidatura foi aprovada e
financeiramente apoiada pelo concedente se tornarão rapidamente um conhecimento comum e
se somarão ao corpo total de conhecimento acadêmico sobre a lei. Ao mesmo tempo, resultados
praticamente semelhantes serão obtidos sobre o problema em estudo por outra equipe de
pesquisa (ou mesmo várias equipes), que pode nem mesmo participar da competição, o
problema está simplesmente na área de seu interesse científico. Os resultados de suas pesquisas
também se somarão ao corpo total do conhecimento científico.
É importante reiterar que o acima exposto é verdadeiro apenas para a pesquisa
humanitária; no campo das ciências naturais, o sistema de bolsas de pesquisa e o trabalho
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simultâneo de várias equipes de pesquisa sobre o mesmo problema tem um efeito
diametralmente oposto, positivo e é racionalmente justificado.
A abordagem interativa de Joseph Ben-David não pretende ser a verdade última, mas
contém uma racionalidade inquestionável e dá motivos para questionar a utilidade de desviar a
atenção de um número suficiente de pesquisadores da área de seus interesses acadêmicos
pessoais para elaborar soluções para um número relativamente pequeno de problemas jurídicos
privados, que serão resolvidos de qualquer forma.
Além disso, se estes problemas jurídicos nunca forem resolvidos por estudiosos, isto só
provará sua irrelevância e a falta da chamada ordem social para resolver o suposto problema, a
pura ausência da questão.
Por exemplo, um único concurso para projetos das Fundações Científicas russas recebe
uma média de 10.000 candidaturas, das quais pelo menos 20% se referem às ciências humanas,
sociologia e direito. considerando que a equipe média de pesquisa é representada por pelo
menos 3 cientistas, não é difícil determinar o número aproximado de representantes das ciências
humanas participantes de apenas um concurso - pelo menos 150 mil membros da comunidade
universitária (estatísticas da Fundação Russa de Ciências publicadas sobre os resultados do
último concurso realizado em junho de 2021 indicam seus participantes representando mais de
850 organizações educacionais).
Os dados acima ilustram a duplicação de esforços indicada anteriormente. Tal situação
é característica não só da ciência russa. Em alguns países, tendências de racionalidade
questionável se desenvolveram na organização do trabalho científico no ambiente humanitário
das universidades muito antes do que na Rússia e têm sido discutidas na imprensa científica
desde os anos 60. Entre os trabalhos mais significativos sobre o problema considerado, vale
destacar os trabalhos de Joseph Ben-David, Robert Merton, Warren Hagstrom e Donald Pelz
(1966) e Frank Andrews.
Do ponto de vista dos estudiosos acima mencionados, que de todo o coração
compartilhamos, uma enorme quantidade de tempo acadêmico coletivo é gasta na obtenção de
um resultado que de qualquer forma teria sido alcançado.
Por uma questão de justiça, deve ser observado que em países estrangeiros, a prática de
financiamento baseado na concorrência para a pesquisa científica nas ciências humanas está em
constante declínio, tendo provado ser ineficaz fora das ciências naturais.
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A questão do uso irracional dos recursos intelectuais e, consequentemente, a falta de
planejamento racional para a organização de atividades de pesquisa no campo da jurisprudência
não é a única questão que afeta o estado da competição científica.
Alguns aspectos da organização da atividade de pesquisa nas universidades têm sido
estudados por cientistas russos desde os anos 70. Quanto à pesquisa sobre as relações de
concorrência na esfera do conhecimento científico humanitário, a análise das consequências
positivas e negativas da existência de concorrência na ciência, bem como algumas outras
questões de organização da atividade científica, especialmente dignas de consideração são as
obras de E.M. Mirskoi e V.N. Sadovskii (1976), V.V. Nalimov e Z.M. Mulchenko (1969) -
sociólogos de autoridade da ciência soviética da segunda metade do século XX.
Os estudos dos autores mencionados permitiram formar uma ideia sobre a
inevitabilidade das relações competitivas no sentido mais negativo deste conceito se os
cientistas se engajarem em atividades de pesquisa de forma autônoma, contribuindo
separadamente com sua parte para o conhecimento científico geral. Tal situação só levaria a
uma sucessão de desenvolvimentos científicos quase simultâneos que não alteram as
características qualitativas do estado da ciência jurídica. Entretanto, a questão do estado
qualitativo da ciência é extremamente aguda e, a nosso ver, requer a adoção de decisões
gerenciais operacionais para uma mudança radical, inclusive em seu componente competitivo.
Deve-se notar que as tentativas de oferecer uma versão particular das condições sociais
sob as quais a atividade científica nas universidades de direito será tão eficaz quanto possível
são intrinsecamente insustentáveis.
Uma variedade de interpretações do entendimento da cognição científica obriga a
considerar o processo de pesquisa jurídica como uma combinação única de várias formas de
acumulação de conhecimento existente e a produção de um novo produto intelectual com base
no mesmo, sendo a escolha de tal combinação inteiramente do pesquisador.
Os estudiosos tentaram propor as condições fundamentais para as atividades de
pesquisa, sob as quais, como eles acreditam, os efeitos positivos da competição científica serão
os maiores, e as próprias relações de competição passarão para um nível qualitativamente novo.
Tentamos considerar a variabilidade de opiniões sobre esta questão que encontramos na
imprensa científica. Entretanto, deve ser dito que não encontramos uma dissonância de opiniões
típica do ambiente científico, o que mais uma vez indica o estado crítico do problema existente.
1. A principal decisão gerencial deve ser mudar as condições sociais de produção do
conhecimento científico, e as atividades de pesquisa não devem ser autônomas.
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Vamos explicar nossa posição. Os sujeitos envolvidos na pesquisa jurídica
inevitavelmente enfrentam o fenômeno da distância entre a cognição prática e científica, como
um dos sociólogos mais influentes do século XX, Pierre Bourdieu apontou corretamente em
seu tempo, observando que "tanto a proximidade excessiva quanto a distância excessiva são
obstáculos à cognição científica" (BOURDIEU, 2018). A este respeito, a solução mais lógica é
criar grupos mistos de pesquisa, incluindo em sua composição tanto representantes da
comunidade acadêmica quanto advogados que realizam atividades profissionais diretas no
campo em consideração.
Estamos convencidos de que a composição mista da equipe de pesquisa dará aos
resultados do processo de pesquisa apresentado nas conclusões uma qualidade que é relevante
para a ciência jurídica moderna - sincretismo, uma combinação de modos de pensar "não
comparáveis" e as habilidades de análise do mesmo fenômeno social e jurídico.
Esta disposição é especialmente relevante para estudos que são interdisciplinares ou
envolvem a análise de uma grande quantidade de dados quantitativos e qualitativos. Bem
conhecida é a disposição formulada pelos proeminentes sociólogos americanos G. Nigel Gilbert
e Michael Mulkay como a pedra angular de seu trabalho científico: "Quanto mais dados, mais
difícil é a tarefa de sua conciliação analítica" (GILBERT; MULKAY, 1987).
Não importa quão intimamente o objeto em estudo seja conhecido tanto por
representantes da comunidade judicial universitária quanto por advogados praticantes, somente
uma combinação coordenada de esforços de pesquisa de ambas as partes pode assegurar a
integração adequada das informações coletadas por meio de métodos objetivos de pesquisa e
intuição pessoal, que se forma inevitavelmente como resultado de um certo período de atividade
profissional ativa.
2. Eliminando a excessiva orientação prática da pesquisa e aumentando as exigências
para sua justificativa teórica.
A excessiva orientação prática dos projetos de pesquisa modernos e a ênfase dada a este
aspecto pelos clientes do produto intelectual predeterminam a atitude correspondente a esta
direção de trabalho por parte da equipe de pesquisa. Portanto, na maioria dos casos, a pesquisa
realizada é caracterizada por uma validade científica bastante fraca: a explicação científica
sistemática e relacional é reduzida a uma declaração primitiva de disposições tomadas como
um dado adquirido, apesar da natureza relativamente condicional de seu conteúdo semântico e
legal. Em outras palavras, a tarefa da equipe de pesquisa é formular os resultados do estudo da
forma mais coerente possível com as expectativas do cliente. A falta de uma justificação teórica
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séria acompanhada de dados estatísticos "transparentes" dá à pesquisa conduzida um caráter
pseudocientífico pronunciado.
Outra conseqüência negativa da insuficiente justificativa teórica da pesquisa científica
concluída e submetida ao concedente é que quando seus resultados são publicados na literatura
jurídica especializada, são freqüentemente utilizados contra-argumentos formulados de acordo
com o princípio de ataque
ad hominem
- o que é sujeito a críticas não são as idéias científicas
em si, mas seus portadores como representantes de uma certa escola científica, tendência
científica ou grupo de pesquisa. Uma justificativa teórica séria do trabalho de pesquisa
produzido excluiria automaticamente a crítica não construtiva e, por sua vez, pseudocientífica
por parte das idéias científicas que estão em desacordo com a pesquisa conduzida..
Esta afirmação é clara para qualquer pesquisador sério: uma crítica científica completa
e bem fundamentada de uma idéia (teoria, conceito) apresentada para discussão pública requer
a formação científica considerável do próprio oponente, bem como a capacidade de operar com
categorias científicas básicas, construindo uma série lógica de contra-argumentos. Infelizmente,
somos forçados a observar que devido ao declínio geral dos requisitos para a justificação teórica
da pesquisa, esta habilidade está sendo rapidamente perdida no ambiente acadêmico, e o
paradigma existente de pesquisa científica não a considera sistemicamente importante.
Os estudos jurídicos das últimas duas décadas são construídos sobre o princípio da
abolição de qualquer ponto de vista que não seja o único correto - o do autor, exposto nos
resultados do estudo, e a cuidadosa evasão dos autores de ir além da perspectiva privada
pedantilmente definida pelo objeto e sujeito do estudo. Estamos profundamente convencidos
de que, como resultado desta tendência, os estudos jurídicos tornam-se qualitativamente mais
modestos do que o desejado, perdendo o necessário caráter panorâmico e, em alguns casos,
interdisciplinar da pesquisa, o que, de certa forma, só teria embelezado o trabalho dos
estudiosos.
Por que não há redução polêmica na pesquisa contemporânea? A resposta é mais do que
óbvia: ninguém espera isso. Nos últimos anos, houve uma ruptura tectônica com a tradição
acadêmica de fazer ciência em nome da ciência, sem monetizar diretamente os resultados
intermediários das atividades de pesquisa.
Até certo ponto, aderimos à idéia de Marlan Blissett de que a imparcialidade da pesquisa
científica é essencialmente impossível devido ao envolvimento de cientistas profissionais nas
relações de marketing (BLISSETT, 1972), na qual uma hipótese científica é inicialmente
formulada com o objetivo de depois "vendê-la" a um potencial comprador - um assunto
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interessado em certos resultados específicos da pesquisa científica realizada. É possível, sob
tais condições, que os sujeitos de trabalho científico que criam um produto intelectual adiram a
uma abordagem neutra e objetiva do processo de pesquisa? Certamente que não. Além disso,
esta situação persistirá enquanto as equipes científicas tiverem objetivos não científicos, além
dos objetivos de pesquisa.
Dito isto, não negamos de forma alguma a importância do processo de comercialização
dos resultados do trabalho de pesquisa. A demanda pelo produto intelectual criado pela
faculdade de uma universidade moderna é um indicador indiscutível da competitividade das
escolas científicas que funcionam em sua base, a autoridade destas escolas no espaço
acadêmico, a possibilidade da ampla aplicação prática dos resultados da pesquisa. Apenas
insistimos que a comercialização deve ser feita exclusivamente pelas divisões estruturais
especialmente criadas das organizações educacionais. O contato dos próprios grupos de
pesquisa com os interesses de marketing inevitavelmente restringe o horizonte do pensamento
científico, que será descrito com mais detalhes na próxima disposição.
3. Distanciar o interesse científico do interesse mercadológico.
A produtividade científica séria só pode vir à custa de desistir de ganhos imediatos,
especialmente se se permanecer vigilante contra a tentação de usar a ciência ou seus resultados
na tentativa de vencer no campo científico, para assumir a liderança na competição de equipes
científicas individuais que trabalham em questões científicas relacionadas.
Em termos táticos, esta posição orientada para a prática é certamente apropriada e
garante o envolvimento das equipes de pesquisa nas relações formadas sob a influência da
chamada ordem social, mas estrategicamente é fundamentalmente falha, pois implica
diretamente na retirada gradual destas equipes da pesquisa que é verdadeiramente valiosa
cientificamente.
Vamos agora tentar justificar o argumento apresentado. Nos estudos jurídicos, bastante
comum é a prática do consenso científico - um fenômeno coletivo que se manifesta em uma
característica generalizada de um determinado fenômeno jurídico ou instituição jurídica que é
convencionalmente adotada pela comunidade científica como uma constante jurídica bem
conhecida. Um exemplo disso podem ser constantes jurídicas tradicionais, como "o mecanismo
mais eficaz de proteção do direito violado é a proteção judicial", "a consolidação constitucional
dos direitos e liberdades do indivíduo é o principal indicador do nível de democracia da
sociedade", e outras disposições similares.
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Independentemente das interpretações ocasionais feitas por estudiosos individuais, estas
declarações há muito tempo se tornaram firmemente independentes de possíveis leituras,
dúvidas científicas e correlação crítica com outras interpretações científicas alternativas
existentes.
Conseqüentemente, estas afirmações começam a dominar incondicionalmente os livros
de direito, criando a ilusão da unanimidade coletiva entre os estudiosos do direito e ilustrando
claramente o fenômeno do consenso científico.
Ninguém pensa em submeter tais afirmações que se tornaram constantes legais a uma
crítica razoável ou pelo menos à dúvida científica, em primeiro lugar, devido à ousadia inegável
de tal empreendimento e, em segundo lugar, porque há um grande número de outros problemas
jurídicos que são muito menores no sentido científico e para os quais existe uma "ordem social",
sobre a qual se pode debater no espaço acadêmico sem o medo de comprometer sua reputação
de pesquisador sério e de ser acusado de aventureirismo científico.
Como resultado, em um sentido fundamental, a ciência jurídica praticamente não se
desenvolve, há apenas fragmentação de seus subsetores em novas direções, o que certamente
não é ruim em si mesmo, mas não deve ser considerado como a única tendência possível.
Entretanto, há muitas instituições discutíveis que permanecem na teoria dos ramos
específicos do direito. Os institutos de culpa e inocência, força maior, cumplicidade indireta,
responsabilidade da pessoa jurídica, indução ao crime, estado de dependência do infrator - a
lista pode continuar e nos responder, leitor, quando o senhor encontrou pela última vez na
imprensa científica os estudos que tentam rever as interpretações estabelecidas do conteúdo
destes institutos? Os estudos relativos à teoria geral do direito ou aos fundamentos teóricos de
certos ramos do direito são praticamente inexistentes. Tais estudos, por definição, não podem
ter aplicação prática direta e, portanto, simplesmente não são conduzidos devido à ausência de
demanda social por eles.
O acima exposto dá uma base objetiva para afirmar que o consenso científico é um
fenômeno categoricamente negativo para a ciência jurídica, pois, juntamente com outros
fatores, elimina a variabilidade da opinião científica. É a preservação da variabilidade das
opiniões científicas que deve ser apoiada no ambiente acadêmico pelos chefes das escolas e
ramos científicos. A variabilidade e o distanciamento do motivo da implementação prática
imediata dos resultados da pesquisa é a base do progresso real e não imaginário da ciência
jurídica.
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e Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
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Deve ser óbvio para os líderes das equipes de pesquisa que no mercado do produto
intelectual criado, se nos comprometemos a avaliar a atividade de pesquisa do ponto de vista
dos princípios de marketing, um pesquisador que lida com problemas teóricos gerais e é capaz
de gerar hipóteses científicas privadas com base nelas tem maior competitividade em
comparação com um pesquisador que limita seu trabalho científico exclusivamente a este
último desde o início.
4. Desenvolver um sistema eficaz de comunicação científica.
Como corretamente observado por E.M. Mirskoi e V.N. Sadovskii, a comunicação
científica desempenha um papel fundamental na interação criativa dos pesquisadores
(MIRSKOI; SADOVSKII, 1976).
O sistema de comunicação científica precisa ser complexo e multifacetado, implicando
em processos formais e informais de troca de idéias de pesquisa. Uma coisa que permanece
inalterada é que o formato e o grau de inclusão de um cientista neste sistema ditam sua
competitividade objetiva na comunidade universitária.
A atividade de publicação de um cientista é uma, mas de forma alguma o único indicador
da eficácia da inclusão de um pesquisador no sistema de comunicação científica. No início do
estudo deste sistema como um fenômeno independente, Derek J. de Solla Price argumentou que
os artigos fornecem apenas 20% da comunicação profissional (DE SOLLA PRICE, 1967). A
transformação global da informação da sociedade que ocorreu desde essa afirmação sem dúvida
afetou a crescente importância da atividade de publicação dos cientistas para a comunicação
científica, entretanto, outros elementos deste sistema ainda permanecem relevantes.
Até os dias atuais, um quadro relativamente completo do sistema de comunicação
científica se cristalizou gradualmente: partindo da posição de que o objetivo principal da
pesquisa científica é a criação de novos conhecimentos, o fato da inclusão de um cientista no
sistema de comunicação é a única e suficiente condição para a criação deste novo
conhecimento. Quanto maior o volume dessa inclusão, mais oportunidades o pesquisador tem
para produzir novos conhecimentos.
A passagem de informações científicas pelo sistema de comunicação, acompanhada do
estabelecimento de certas relações sociais, predetermina muitos fatores que têm um efeito
imediato sobre a competitividade de um determinado cientista ou equipe de pesquisa, inclusive:
- a identificação do lugar do cientista (equipe de pesquisa) no sistema de estratificação
da comunidade acadêmica;
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- confirmação da relevância ou mesmo prioridade do vetor escolhido da pesquisa
científica ou vice-versa - prova de sua irrelevância para a ciência jurídica;
- formação da autoridade científica de um cientista (equipe de pesquisa);
- formação de pequenas comunidades científicas dentro do sistema da comunidade
acadêmica geral, o surgimento de tais comunidades se dá com base na autoria nos estudos que
estão próximos em seu conteúdo, sendo o papel fundamental nisso naturalmente desempenhado
pela atividade ativa do usuário nos bancos de dados cientométricos.
Como já mencionado anteriormente, é típico dos cientistas jurídicos mudar
freqüentemente seus interesses científicos; de acordo com algumas estimativas, quase 50% dos
pesquisadores mudam sua especialização científica no curso de suas atividades profissionais.
Consequentemente, o sistema de comunicação existente deve ser de alguma forma melhorado
(por exemplo, criando uma plataforma de informação comum independente para advogados)
para refletir prontamente as mudanças no assunto de interesse científico dos sujeitos incluídos
no sistema - pesquisadores e equipes de pesquisa.
Isto atingirá três objetivos importantes. Primeiro, estabelecer a cooperação científica
mais rapidamente. Em segundo lugar, a eliminação da duplicação da pesquisa jurídica. Em
terceiro lugar, a formação de um micro-sistema separado de comunicação em cada ramo do
direito.
Que tipo de sistema de comunicação científica pode ser reconhecido como eficaz para
os cientistas que realizam pesquisas na área do direito? A resposta a esta pergunta pode ser o
tema de um estudo científico sério separado. Nos termos mais gerais, a eficácia de tal sistema
pode ser caracterizada pelo seguinte:
- a rapidez e a facilidade de troca de informações;
- a possibilidade de intercâmbio seletivo;
- o uso de tecnologias baseadas em Grandes Dados, tornando possível analisar uma
grande quantidade de informações incluídas no sistema e "ligá-lo" a ele:
a) as oportunidades atuais para a aplicação prática dos resultados das pesquisas em
andamento;
b) anúncios de eventos científicos e práticos;
c) novidades bibliográficas na área temática incluídas nos maiores sistemas de
bibliotecas eletrônicas.
Atualmente, algo do gênero pode ser encontrado nas plataformas de informação de
certas comunidades jurídicas profissionais, por exemplo, a União Internacional de Assistência
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à Justiça e algumas outras. A fusão de todos os sistemas de informação existentes para
advogados em um único sistema é uma tarefa difícil mas objetivamente viável e o significado
de sua solução bem sucedida para a ciência jurídica é verdadeiramente epocal.
O sistema de comunicação científica para advogados, chamemos convencionalmente
assim, ajudaria, entre outros fatores, a resolver o problema objetivo da diminuição dos
requisitos de justificação estatística das hipóteses científicas oferecidas à comunidade jurídica.
Individualmente, os pesquisadores certamente se comunicam na busca de dados quantitativos,
mas tornar este processo sistêmico é uma necessidade objetiva para melhorar a qualidade da
pesquisa científica e garantir sua alta competitividade entre trabalhos similares sobre o tema da
pesquisa.
A construção do objeto da pesquisa é um processo lento e cumulativo de acumulação e
análise de dados quantitativos e qualitativos, no qual a intuição científica determina o
significado teórico e empírico dos indicadores individuais e seu impacto na formação e
justificação da hipótese de trabalho do estudo. Daí a natureza probabilística questionável das
hipóteses de trabalhos científicos caracterizados por um suporte estatístico esparso. Sugerimos
que o sistema de comunicação científica proporcionaria uma solução eficaz para este problema.
No entanto, o aspecto mais importante é que este sistema daria a oportunidade de quase
reinvestir os resultados da pesquisa conduzida instantaneamente em novos trabalhos científicos,
agora como um instrumento de compreensão reflexiva das condições sociais e dos limites do
próximo estudo, que definitivamente pode ser visto como uma das principais manifestações da
sensibilidade epistemológica.
5. Restaurando a unidade dialética da pesquisa e do ensino.
Embora reconheçamos a natureza profundamente polêmica desta afirmação, parece
impossível deixar esta questão sem consideração no contexto do estudo da competitividade na
esfera científica. Esta certeza decorre da experiência pessoal nos próprios papéis discutidos
neste parágrafo.
Tanto como pesquisadores quanto como educadores, notamos uma desintegração
consistente da instituição outrora unificada: a função de pesquisa cresce cada vez mais à parte
da função educacional, o que parece fundamentalmente falho.
As razões para esta separação são óbvias: a redução da tutela financeira do Estado, o
surgimento do conceito de "serviços educacionais" e as tentativas dos líderes universitários de
se adaptarem às novas condições socioeconômicas.
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Muito mais importante é examinar a influência desta desintegração de funções sobre os
representantes da comunidade universitária, para se voltar para suas tentativas de preservar sua
autonomia profissional sob estas condições, para continuar suas pesquisas na direção escolhida,
para assegurar sua conformidade profissional pessoal e sua competitividade na comunidade
acadêmica.
Os cientistas que encontram dificuldades para justificar a direção escolhida de seu
trabalho de pesquisa em termos de benefícios econômicos imediatos, têm um momento muito
difícil. Em tal situação, há duas opções disponíveis:
- o cientista é incluído sempre que necessário na pesquisa realizada pela equipe de
pesquisa, retornando à esfera de interesse científico pessoal sempre que possível;
- o cientista abandona completamente sua direção pessoal de pesquisa, tendo-a
reconhecido como tendo pouco potencial a partir do ponto de possível monetização dos
resultados da pesquisa.
Ambas as opções podem ser caracterizadas como o pesquisador perdendo sua
independência intelectual e criativa a longo prazo, o que, com o tempo, afetará inevitavelmente
suas qualidades profissionais como pesquisador.
A situação é muito mais lamentável i
а
os cursos ministrados por um pesquisador não se
sobrepõem de forma alguma ao assunto de seu interesse acadêmico. Neste caso, o professor
está simplesmente condenado a perder suas qualificações profissionais e competitividade
acadêmica, e a racionalidade de sua presença no pessoal da universidade é altamente
questionável.
O trabalho de pesquisa precisa estar indissociavelmente ligado ao ensino. Sob tais
condições, é bastante razoável e justo que o chefe da unidade estrutural da universidade espere
do cientista os resultados do trabalho de pesquisa e sua correlação direta com os cursos
ministrados. Em nossa opinião, é a este tipo de política de gestão que deve ser seguida de forma
muito rigorosa.
Estamos convencidos de que não é muito razoável equacionar incondicionalmente os
conceitos de trabalho docente e atividade pedagógica. É com fortes reservas que aceitamos a
prática de ver estes conceitos como sinônimos, o que se formou na literatura especializada.
Muito mais justificado parece ser o argumento de Steve Fuller, que equaciona atividade docente
com atividade de pesquisa, desde que, é claro, que ela seja realizada em um modo acadêmico
completo na forma de escolha da maneira mais eficaz de comunicar ideias relevantes ao público
alvo (FULLER, 2018).
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É possível vincular harmoniosamente as atividades de pesquisa com o ensino somente
se as duas condições seguintes forem cumpridas simultaneamente através de decisões
gerenciais apropriadas:
- primeiro, através da "atribuição" aos membros do corpo docente de cursos cujo
conteúdo está diretamente relacionado ao seu interesse de pesquisa;
- segundo, a conclusão de um contrato de trabalho de mais ou menos longo prazo com
o professor.
De fato, o cumprimento destas condições exige a escala correspondente do pensamento
organizacional, mas este ideal de gestão é o ideal a ser buscado.
Quanto à primeira condição, é preciso esclarecer que ela não deve se aplicar aos
membros do corpo docente que ainda não possuem um diploma acadêmico e estão apenas no
início de sua jornada científica, em busca de um objeto de pesquisa.
A segunda condição, que consideramos a mais importante a comentar. A necessidade
de estar em constante adaptação às condições do capitalismo flexível, que dita as regras do
mercado de trabalho, não gera a correspondente habilidade de um pesquisador, tornando-os
mais competitivos na academia. Pelo contrário, a competitividade de um cientista diminui
gradualmente na proporção direta da perda de qualificações profissionais devido às frequentes
mudanças no tema do trabalho de pesquisa.
Um contrato de trabalho relativamente longo oferece uma oportunidade de se envolver
em atividades acadêmicas em sua forma mais ideal, combinando ensino e pesquisa. Para citar
mais uma vez Steve Fuller, que vê a pesquisa e o ensino como dois aspectos inter-relacionados
de uma única atividade acadêmica, "no final, as universidades são únicas - elas produzem novos
conhecimentos (através da pesquisa) e depois os consolidam e distribuem (através da
educação)" (FULLER, 2018).
A hipótese, discutida nos trabalhos de alguns autores, de que o ensino restringe a
"multiplicação natural das trajetórias de pesquisa" não pode ser negligenciada (LYOTARD,
1998) devido aos limites impostos pelo programa de estudos do curso. Vemos esta hipótese
como altamente controversa porque é fundamentalmente incorreto considerar o currículo do
curso aprovado pela universidade como um fator limitador da criatividade intelectual do
pesquisador.
Os silabos são mais como uma estrutura que define o volume mínimo necessário e o
conteúdo das competências profissionais a serem adquiridas pelo aluno no final do curso.
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Acreditamos que é inteiramente possível expandir o conteúdo imediato de um programa
de curso. O professor só é obrigado a se orientar por considerações de conveniência científica
e senso comum básico.
A criatividade intelectual, que condiciona a formação de trajetórias de pesquisa, e a
atividade imediata de pesquisa de acordo com as trajetórias dadas, não só não se limita aos
programas do curso, mas também assegura o envolvimento ativo dos alunos nestes processos
também. Conseqüentemente, a margem hipotética da pesquisa só mudará constantemente para
frente, como a linha do horizonte.
A conclusão intermediária sobre a hipótese proposta para discussão é a seguinte: a
competitividade de um pesquisador não se perde devido à estrutura temática do curso, sua
atividade científica continua e o grau de sua atividade depende apenas do professor, que pode
tanto minimizá-la quanto transformá-la em um trabalho de pesquisa multi-vetor completo,
desenvolvendo e implementando no processo educacional programas educacionais adicionais
no curso, participando da formação das trajetórias individuais de aprendizagem dos estudantes,
supervisionando suas atividades de pesquisa, etc. Tudo isso pode ser alcançado dentro da
estrutura de um único curso acadêmico, especialmente se envolver a participação de advogados
praticantes de fora da universidade na discussão de tópicos individuais.
A afirmação acima mais uma vez confirma a posição de que o valor do trabalho de
pesquisa deve estar muito condicionalmente ligado aos conceitos de benefícios imediatos e de
curto prazo. A prova desta disposição logo será evidente em conexão com a prática de construir
trajetórias educacionais individuais para estudantes nas universidades. A demanda por cursos
específicos quando os estudantes escolhem suas trajetórias individuais de aprendizagem servirá
como uma ilustração indicativa do investimento competente dos esforços de pesquisa, gestão
científica no seu melhor.
B.V. Martynov e E.S. Prokopenko observam que, quanto menos barreiras
administrativas se prendem à universidade, mais flexíveis são os mecanismos de integração da
gestão científica (MARTYNOV; PROKOPENKO, 2021). Segundo Z.T. Rakhimov e Z.U.
Shonazarov, a competitividade do professor, seu nível de conhecimento, por sua vez,
predetermina logicamente a competitividade do especialista treinado - a base da
competitividade do setor social específico no qual devem desenvolver atividades profissionais
(RAKHIMOV; SHONAZAROV, 2021).
Para concluir a discussão da hipótese expressa pelo filósofo pós-modernista Jean-
Francois Lyotard e algumas outras hipóteses científicas sobre a relação entre atividades
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educacionais e científicas, gostaríamos de argumentar que nenhuma das hipóteses expressas
merece ser simplesmente descartada como sendo intencionalmente pseudocientífica. O grau de
objetividade de uma hipótese depende diretamente das condições sob as quais ela é testada..
Somente as condições criadas no ambiente acadêmico, favoráveis ou desfavoráveis,
afetam o sucesso da formação da unidade dialética das atividades de ensino e pesquisa de um
acadêmico. Condições favoráveis são aquelas em que o pesquisador mantém controle total
sobre os padrões de produtividade de seu trabalho, e os próprios padrões são formados, nas
palavras adequadas de Yves Gingras, professor da Universidade de Quebec, historiador da
ciência, como resultado da "análise micro-sociológica das interações" (GINGRAS, 2017) do
cientista com o ambiente universitário.
Com relação aos estudos jurídicos e ao ensino do direito, insistimos na necessidade
objetiva de substituir gradualmente a inação dogmática por uma série analítica de publicações
sérias contemporâneas de estudiosos russos dedicados à metodologia do trabalho científico e
do ensino na universidade.
6. Preservação da liberdade acadêmica como base de uma competição científica eficaz.
Nesta publicação, não procuramos apresentar toda a narrativa substantiva da liberdade
acadêmica, um conceito multidimensional, o protótipo do conceito de liberdade intelectual, que
surgiu muito mais tarde, enquanto refletimos sobre a competitividade dos estudiosos no campo
da pesquisa jurídica.
A liberdade acadêmica é conceitualmente um conceito demasiado capcioso, que requer
uma análise séria à parte. É necessário afirmar que a idéia completa deste fenômeno no bloco
das ciências jurídicas ainda não se formou em uma unidade paradigmática.
Também nos absteremos deliberadamente de traçar paralelos entre o conceito de
liberdade acadêmica e os estudos realizados que receberam ampla publicidade por sua
questionável validade científica (por exemplo, estudos que negam o Holocausto, estudos que
se concentram nas características de uma determinada raça humana, estudos que provam que
genes responsáveis por um comportamento social podem ser herdados, e estudos similares) ou
os estudos que consideramos deliberadamente especulativos em sua escolha de assunto. Em
nossa opinião, avaliar tais trabalhos a partir da perspectiva do direito à liberdade intelectual, do
direito à liberdade de opinião e de outros direitos é um exercício bastante inútil para os atores
do meio acadêmico que desejam se considerar racionais.
Como é difícil diferenciar a identidade do sujeito do espaço acadêmico de seu trabalho
de pesquisa, o principal indicador da competitividade de um cientista tornou-se o número de
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suas publicações, sua citação e sua inclusão em bancos de dados cientométricos. O legado desta
abordagem não é de forma alguma impecável do ponto de vista da objetividade e obriga os
estudiosos a fazerem tentativas regulares de reconsiderar os critérios de avaliação da atividade
acadêmica.
Tentemos também fundamentar nossa posição sobre esta questão, analisando a prática
estabelecida da influência dos indicadores quantitativos de desempenho no status científico de
um acadêmico no ambiente universitário, correlacionando a abordagem estabelecida para a
avaliação do trabalho científico com a preservação da liberdade acadêmica de um pesquisador.
Vamos primeiramente refletir sobre a questão de por que um professor universitário
tentaria mudar essa prática de forma alguma. Com mão e pé atados pela necessidade de provar
a eficácia de seu trabalho quase todos os anos, os docentes escolhem deliberadamente os
indicadores que podem ser alcançados em um período de tempo relativamente curto. Isto
provoca a busca incessante do número de trabalhos publicados sem a devida atenção ao seu
conteúdo qualitativo. É bastante apologético no sentido universal se um pesquisador com um
contrato de trabalho de curto prazo ocupa tal posição, e a perniciosidade da prática de contratos
de curto prazo para a comunidade universitária já foi considerada em um dos parágrafos
anteriores.
Esta tendência não tem contornado os autores que possuem doutorado. A duração de
seus contratos de trabalho não é muito maior e considerando a simplificação dos requisitos para
os chefes de programas de mestrado, que se espalhou pela maioria das universidades russas, é
difícil supor que a defesa dos interesses da ciência no sentido mais amplo, da integridade da
instituição e da importância do valor qualitativo dos indicadores da atividade científica se
tornará um fenômeno de massa nestas condições de trabalho.
Existe uma aparente cadeia fechada de fatores objetivos e condicionantes mútuos:
aumentar a competitividade científica de um cientista e identificá-los como um pesquisador
sério e promissor no ambiente acadêmico requer a publicação dos resultados de pesquisas sérias
e promissoras, o que é a priori custoso em tempo e esforço e, portanto, não razoável em termos
de confirmação sistemática da eficácia das atividades em períodos de relatório exageradamente
curtos.
Enquanto isso, um pesquisador é obrigado a assegurar seu próprio emprego e
rapidamente domina duas regras para a sobrevivência:
- a qualidade da pesquisa conduzida pode ser negligenciada se os requisitos formais para
sua concepção e representatividade forem cumpridos;
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- o estudo analítico de aspectos individuais da natureza das relações jurídicas,
instituições jurídicas e conceitos legais deve ser retirado do campo de interesse da pesquisa até
tempos melhores, dando lugar a problemas privados de aplicação dessas instituições e
conceitos, o que, por si só, tem algum benefício e é bastante razoável, mas tem muito menos
valor científico, que pode ser perdido da noite para o dia por um simples "golpe da caneta" -
emendas à norma legal, cuja aplicação inicialmente causou problemas.
Uma conclusão intermediária ao nosso raciocínio pode ser formulada da seguinte forma:
a liberdade acadêmica é um motivo para escolher uma área de interesse acadêmico e
profundidade de pesquisa que esteja livre de considerações de emprego imediato.
A tendência "redutora", cunhada pelo professor da Universidade de Oxford e filósofo
inglês de direito Herbert Lionel Adolphus Hart (HART, 2013), torna extremamente difícil para
um pesquisador resistir à tentação de simplificar um fenômeno tão complexo como o direito,
especialmente se ele perceber que o esforço despendido não receberá o reconhecimento
científico adequado, uma vez que a atenção da comunidade científica há muito tempo tem sido
redirecionada para indicadores numéricos da qualidade do trabalho de pesquisa.
Assim, a segunda conclusão provisória sobre o conteúdo do conceito de liberdade
acadêmica deve ser formulada da seguinte forma: a liberdade acadêmica é uma redefinição
radical pela comunidade acadêmica dos indicadores da qualidade do trabalho acadêmico e o
empoderamento dos estudiosos para explorar pacientemente e consistentemente conceitos
legais e sua expressão na linguagem jurídica, para formular com confiança um tema de pesquisa
multidimensional, sabendo que seus esforços serão atendidos com a devida apreciação.
O último aspecto da análise contextual do conceito de liberdade acadêmica que requer,
de nossa perspectiva, uma consideração adequada é a presença de uma necessidade objetiva de
aliviar a tensão conceitual observada por alguns estudiosos na junção dos estudos jurídicos e
outras áreas do conhecimento humanitário. Por exemplo, E. V. Agarin, E. V. Barkova, A. V.
Bogomolov e outros membros da equipe de autores apontam em sua monografia a excessiva
politização e ideologização da pesquisa moderna sobre direitos humanos e valores legais
básicos (AGARIN; BARKOVA; BOGOMOLOV et al., 2019), para o descaso da influência da
essência da natureza humana sobre as instituições jurídicas consideradas.
De fato, os estudos das ciências humanas da atualidade veem o ser humano como um
unicum natural-cultural - parte da diversidade natural, um sujeito cujas atividades devem ser
dirigidas principalmente para uma verdadeira aquisição de si mesmo.
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A pesquisa jurídica apela para o núcleo moral pessoal de uma pessoa, que deve confiar
no sistema de coordenadas-chave da moral pública e no valor vertical dos objetos protegidos
pela lei, ou seja, a prioridade incondicional no estudo do fenômeno do direito é dada ao
componente objetivo da existência humana.
Tentativas de conciliar conceitualmente os vetores subjetivos e objetivos destes estudos
é o que tornará o estudo verdadeiramente competitivo em comparação com outros trabalhos
que fogem à resolução conceitual do conflito de prioridades existente, causando assim um
persistente senso dos truques interpretativos do pesquisador.
Como terceira conclusão, neste sentido, a liberdade acadêmica é o pesquisador não ter
medo de oferecer à comunidade acadêmica uma variante de coordenação de vetores
conceitualmente opostos do conhecimento científico, mesmo que tal variante seja
profundamente discutível em seu conteúdo, bem como o desenvolvimento de tal pensamento
científico, no qual a compreensão da unidade de fenômenos sociais e jurídicos complexos não
é reduzida pelos pesquisadores a meros compromissos hermenêuticos.
Acreditar que a comunidade acadêmica se oporá a uma séria consideração de tal
pesquisa é admitir que ela é inconsistente com o direito à liberdade intelectual. A ideia de
regulamentação e dogmatismo é tão estranha ao conhecimento científico que qualquer tentativa
de limitá-la a posições supostamente axiomáticas e geralmente aceitas deve ser percebida como
repressiva.
Conclusão
O presente trabalho apresenta uma tentativa de compreender o fenômeno da competição
na pesquisa científica, um fenômeno que mostra as características do isolamento institucional:
a designação de fronteiras e formas de competição científica, os princípios gerais da
manutenção da competitividade de um cientista; a definição da base para a produção,
intercâmbio e distribuição de novos conhecimentos científicos; o desenvolvimento de normas
de comportamento que estruturam a interação repetitiva entre pesquisadores.
Neste estudo, fazemos um esforço para oferecer para discussão seis elementos
fundamentais que, a nosso ver, representam a base para o sucesso da competitividade de um
estudioso na comunidade acadêmica e, consequentemente, a competitividade de suas pesquisas
em relação a outros trabalhos dedicados ao fenômeno multifacetado do direito. Estes elementos
são disposições em grande parte inter-relacionadas e unidas pela unidade sistêmica da
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criatividade científica independente e da liberdade de expressão. Aqui damos uma lista única
deles:
1. Mudando as condições sociais de produção do conhecimento científico.
2. Eliminando a excessiva orientação prática da pesquisa e aumentando as exigências
para sua justificação teórica.
3. Distanciar o interesse da pesquisa do interesse do marketing.
4. Desenvolver um sistema eficaz de comunicação científica.
5. Restaurando a unidade dialética da pesquisa e do ensino.
6. Preservar a liberdade acadêmica como base para uma competição científica eficaz.
Há uma consonância sem precedentes na imprensa científica de que as instituições
educacionais devem gradualmente se afastar da ética outrora aceita, que foi formada sob a
influência da necessidade de integrar organicamente as universidades ao sistema de valores das
relações de mercado, bem como abandonar a prática de avaliar o conhecimento científico em
termos da possibilidade de sua comercialização imediata. No presente artigo, fundamentamos
a tese sobre a inadmissibilidade da formação de concorrência científica sob a influência
exclusiva da política de marketing da organização educacional.
A competitividade de um cientista também não deve ser associada apenas à sua
atividade de publicação, sendo o número de publicações uma fonte muito formal. Outros
indicadores individuais também devem ser considerados, inclusive:
- a capacidade de estabelecer e utilizar links de comunicação em atividades de pesquisa;
- a capacidade de avançar no campo da atividade científica utilizando qualquer
conhecimento disponível;
- a capacidade de defender a posição científica de cada um;
- a capacidade de transformar novos conhecimentos científicos em material educacional
e de entregá-lo ao público, bem como a alguns outros.
O que acreditamos ser a principal qualidade pessoal de um pesquisador que é
fundamental em termos de estabelecer sua posição competitiva confiante entre colegas no
trabalho científico é a capacidade de construir uma estratégia de atividade científica de longo
prazo, que é uma sequência de estratégias de curto prazo para atingir os objetivos da pesquisa.
A conclusão final do estudo conduzido pode ser formulada da seguinte forma: a
competição no ambiente científico é um fenômeno positivo, pois obriga a garantir alta
competitividade, ou seja, alta qualidade do trabalho de pesquisa em comparação com estudos
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similares relacionados ao tema de pesquisa, bem como promove o desejo de novidade e
diferenciação do conhecimento científico, a criação de novos elos de comunicação científica.
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Elena Anatolyevna IVANCHENKO; Tatyana Victorovna VOROTILINA; Sofya Sarmanovna TELIGISOVA; Irina Sergeevna SHULZHENKO
e Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 2, e022065, mar. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.2.16563
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Como referenciar este artigo
IVANCHENKO, E. A.; VOROTILINA, T. V.; TELIGISOVA, S. S.; SHULZHENKO, I. S.;
SELIVANOVA, K. A. Fenômeno da competição no ambiente educacional.
Revista online de
Política e Gestão Educacional
, Araraquara, v. 26, n. esp. 2, e022065, mar. 2022. e-ISSN:
1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.2.16563
Submetido em
:
09/11/2021
Revisões requeridas em
: 27/12/2021
Aprovado em
: 25/02/2022
Publicado em
: 31/03/2022
Gestão de traduções e versões: Editora Ibero
–
Americana de Educação
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Phenomenon of competition in the educational environment
PHENOMENON OF COMPETITION IN THE EDUCATIONAL ENVIRONMENT
FENÔMENO DA COMPETIÇÃO NO AMBIENTE EDUCACIONAL
FENÓMENO DE LA COMPETENCIA EN EL ENTORNO EDUCATIVO
Elena Anatolyevna IVANCHENKO
1
Tatyana Victorovna VOROTILINA
2
Sofya Sarmanovna TELIGISOVA
3
Irina Sergeevna SHULZHENKO
4
Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
5
ABSTRACT
: The article presents the results of a study of the phenomenon of competition in
scientific work and a conceptual consideration of this phenomenon as a distinct institution
showing all elements of such a distinction: the designation of boundaries and forms of
scientific competition. The work provides substantiation for the need to differentiate between
the competitiveness of scientific research and that of a researcher and, at the same time, for
the need to examine these definitions comprehensively from the standpoint of their dialectical
unity. The results of the research prove that the presence of competition in the academic
environment is a positive phenomenon as it requires ensuring high competitiveness, i.e., high
quality of the scientific works of various subjects – researchers both in a single subject area
and in interdisciplinary directions.
KEYWORDS
: Scientific competition. Interdisciplinarity of research. Science marketing.
Science communication. Research activity.
RESUMO:
O artigo apresenta os resultados de um estudo do fenômeno da competição no
trabalho científico e uma consideração conceitual desse fenômeno como uma instituição
distinta, mostrando todos os elementos de tal distinção: a designação de limites e formas de
competição científica. O trabalho fundamenta a necessidade de diferenciar entre a
competitividade da pesquisa científica e a de um pesquisador e, ao mesmo tempo, a
necessidade de examinar essas definições de forma abrangente do ponto de vista de sua
unidade dialética. Os resultados da pesquisa comprovam que a presença da concorrência no
meio acadêmico é um fenômeno positivo, pois exige a garantia de alta competitividade, ou
seja, alta qualidade dos trabalhos científicos de várias disciplinas – pesquisadores tanto em
uma única área disciplinar quanto em direções interdisciplinares.
1
North Caucasus Federal University, Stavropol – Russia. Associate Professor. ORCID: https://orcid.org/0000-
0002-9778-1565. E-mail: kvi-elena@yandex.ru
2
Plekhanov Russian University of Economics, Moscow – Russia. Associate Professor. ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-3269-8576. E-mail: vorotilina@mail.ru
3
Ufa Law Institute of the Ministry of Internal Affairs of the Russian Federation, Ufa – Russia. Associate
Professor. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7549-6202. E-mail: sofya.teligisova@bk.ru
4
All-Russian State University of Justice (RPA of the Ministry of Justice of Russia), Moscow – Russia. Associate
Professor. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-6697-740X. E-mail: irina_shulzhenko@bk.ru
5
All-Russian State University of Justice (RPA of the Ministry of Justice of Russia), Moscow – Russia. Associate
Professor. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1465-3398. E-mail: selivanova_ksenia86@mail.ru
RPGE
– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 2, e022065, Mar. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.2.165631
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Elena Anatolyevna IVANCHENKO; Tatyana Victorovna VOROTILINA; Sofya Sarmanovna TELIGISOVA; Irina Sergeevna SHULZHENKO
and Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
PALAVRAS-CHAVE:
Competição científica. Interdisciplinaridade da pesquisa. Marketing
científico. Divulgação científica. Atividade de pesquisa.
RESUMEN:
El artículo presenta los resultados de un estudio del fenómeno de la
competencia en el trabajo científico y una consideración conceptual de este fenómeno como
una institución distinta mostrando todos los elementos de tal distinción: la designación de
límites y formas de competencia científica. El trabajo fundamenta la necesidad de diferenciar
entre la competitividad de la investigación científica y la del investigador y, al mismo tiempo,
la necesidad de examinar de manera integral estas definiciones desde el punto de vista de su
unidad dialéctica. Los resultados de la investigación demuestran que la presencia de la
competencia en el ambiente académico es un fenómeno positivo, ya que requiere garantizar
una alta competitividad, es decir, alta calidad de los trabajos científicos de varias materias,
investigadores tanto en una sola área temática como en direcciones interdisciplinarias.
PALABRAS CLAVE:
Ompetencia científica. Interdisciplinariedad de la investigación.
Marketing científico. Comunicación científica. Actividad investigadora.
Introduction
The idea of science marketing maintains its popularity among the management of
modern universities. Science marketing implies that a researcher is evaluated in accordance
with such criteria as their ability to commercialize their ideas and results of research and
organize a competent strategy to publicize their achievements, including through multiple
publications in sources of authority in a particular field of scientific knowledge.
Not dismissing the overall positive impact of these criteria on the recognition of the
researcher by the scientific community and the formation of their high competitiveness in the
academic environment, it should be noted that the transformation of the academic title, the
recognition of colleagues, and the presence of multiple references to publications into an
analog of profit, and the academic environment into an analog of the scientific services
market should still be recognized as a strategically questionable trend.
Competition in scientific research is a phenomenon that can have a global positive
effect on the development of scientific knowledge, as long as it is not associated exclusively
with the market concept of university community management.
Changing the ethics shaped by the need to organically incorporate university activities
into the value system of capitalism, as well as the practice of evaluating scientific knowledge
in terms of the possibility of its immediate commercialization, is an objective necessity, the
rationale for which is the goal of the present study.
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– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 2, e022065, Mar. 2022. e-ISSN: 1519-9029
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Phenomenon of competition in the educational environment
Materials and Methods
The study of the problems raised in this article involves using universal (dialectical),
general scientific, and particular research methods.
Consideration of the essence of competitive relations in the field of research is carried
out mainly through historical and comparative approaches.
The study investigates the methodological and substantive components of legal
research to determine objective criteria of its effectiveness.
The conducted study incorporates notions from the following branches of science:
philosophy and sociology of science; 20th-century analytic philosophy of law; synergetics;
the reflections of the theory of sociology and sociology of aesthetics in education; logic,
history, and methodology of science, as well as the ideas from individual scientific theories
such as the concept of “invisible college” proposed by Derek John de Solla Price, the
“cognitive consensus” theory of G. Nigel Gilbert and Michael Mulkay, Marlan Blissett’s
theory, and some others.
Results and Discussions
In the sphere of legal studies, researchers work in an intense competition brought
about by the trends of modern science. The time when researchers, as noted by Warren A.
Hagstrom, “considered scientific competition to be an unworthy occupation and attached little
importance to it” has long passed (HAGSTROM, 1974). Today, membership in the university
community presupposes, along with the implementation of subjective scientific plans, active
participation in the struggle of research teams to obtain financial support for research projects.
Such support is supposed to be offered for projects of particular social importance,
those aimed to resolve the problems recognized as important by the scientific community and
society as a whole. For such projects, we propose using the term “social demand for
research”, which is approximated as close as possible to the concept proposed by the
recognized authority in the field of research on the development of science, Robert Metron –
“research influenced by the practical requirements” (MERTON, 2006).
The notions of “knowledge management” and “scientific management”, actively
incorporated into the reality of contemporary research activities, do not at all confirm the
university’s special role as a unique producer of knowledge, nor do they prove its
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Elena Anatolyevna IVANCHENKO; Tatyana Victorovna VOROTILINA; Sofya Sarmanovna TELIGISOVA; Irina Sergeevna SHULZHENKO
and Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
competitiveness, its leading position in this process. Society is overflowing with information
and other knowledge-producing subjects, and universities, as noted by Steve Fuller, who
researches the sociology of the scientific environment, “have no special advantage or
privilege” (FULLER, 2018).
Acknowledging the overall favorable impact of competition on the production and
distribution of intellectual resources in the academic environment, we would still like to note
our view of some negative features of scientific competition.
When discussing the consequences of the commercialization of Russian science, it
should be said that many publications in the scientific press sharply criticize this trend. They
rightly point out that winning competitions for financial support is associated in the university
environment with the recognition of high professional qualifications and is nearly the main
indicator of the effectiveness of a university professor’s work. Reasonably criticized is the
need to participate in the preparation of competitive applications and in the implementation of
the supported projects, which forces individual scientists to deal with scientific problems less
important to them, disperse their scientific potential, and in some cases, even to change their
scientific specialization for the duration of the project. Researchers also focus on some other
consequences of commercialization that have a detrimental effect on the scientific
community.
While paying tribute to the objectivity of the comments made, we would like to draw
the attention of the scientific community to the problem of the current practice of wasteful
duplication of research efforts in the conditionally prioritized areas of legal science, which is
addressed much less frequently in publications devoted to discussing the conversion of the
results of scientific work.
The phrase “conditionally prioritized” implies scientific research in areas in which
there is a so-called social demand due to the emergence of new legal institutions, changes in
state policy of legal regulation of this or that sphere of social relations, the aggravation of
certain problems in society due to the objectively changed situation, and for other, less
significant reasons.
The aforementioned reasons for the emergence of social demand for scientific research
are relatively short-term and cannot produce a major effect on the progress of legal science.
However, research teams are with a certain periodicity created based on educational
organizations to prepare applications for announced competitions, applications with almost
duplicative content from the point of view of big science.
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Phenomenon of competition in the educational environment
We deliberately touch upon the aspect of the relative duplication of the content of the
submitted applications. If we imagine the last 20 years of jurisprudence in the form of several
independent time intervals, say, 2-3 years, then any university legal scientist can without
much difficulty make a list of the legal problems most relevant for each time interval.
In particular, at present, the overwhelming majority of projects prepared for
competitions concern the legal regulation of the issues of using artificial intelligence in
individual spheres of the economy and social life; forming and maintaining a digital
environment in the activities of public authorities and certain elements of the social
infrastructure; increasing the effectiveness of the fight against socially dangerous
manifestations, intolerance, and xenophobia; preserving biodiversity; developing the legal
foundations of biometrics; development of the legal foundations of bioethics; legal protection
of national diversity and preservation of the national culture of peoples constituting the
Russian Federation, as well as a relatively small list of other issues, the study of which is of
priority importance.
All fields of humanitarian knowledge have common procedures for presenting and
analyzing arguments and constructing private conclusions and general theories on their basis,
jurisprudence being no exception. The interactive approach to the study of the scholarly
community, communication links, and the system of interaction between scholars (BEN-
DAVID, 2014), to which we adhere, allows arguing with great confidence that the results of
the research conducted by the research team whose application was approved and financially
supported by the grantor will quickly become common knowledge and will add to the total
body of scholarly knowledge about the law. At the same time, practically similar results will
be obtained on the problem under study by another research team (or even several teams),
which might not even participate in the competition at all, the problem lies simply in the area
of their scientific interest. The results of their research will also add to the total body of
scientific knowledge.
It is important to reiterate that the above is true only for humanitarian research; in the
field of natural science, the system of research grants and the simultaneous work of several
research teams on the same problem has a diametrically opposite, positive effect and is
rationally justified.
Joseph Ben-David’s interactive approach does not at all claim to be the ultimate truth,
but it does contain unquestionable rationality and gives reason to question the utility of
diverting the attention of a sufficient number of researchers away from the area of their
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Elena Anatolyevna IVANCHENKO; Tatyana Victorovna VOROTILINA; Sofya Sarmanovna TELIGISOVA; Irina Sergeevna SHULZHENKO
and Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
personal academic interests to drafting solutions to a relatively small number of private legal
problems, which will be solved either way.
Furthermore, if these legal problems are never addressed by scholars, this will only
prove their irrelevance and the lack of the so-called social order to resolve the alleged
problem, the sheer absence of the issue.
For example, a single competition for projects of the Russian Science Foundations
receives an average of 10,000 applications, of which at least 20% relate to the humanities,
sociology, and law. considering that the average research team is represented by at least 3
scientists, it is not difficult to determine the approximate number of representatives of the
humanities participating in just one competition – at least 150 thousand members of the
university community (statistics of the Russian Science Foundation published on the results of
the last competition held in June 2021 indicate its participants representing over 850
educational organizations).
The above data illustrate the earlier indicated wasteful duplication of effort. Such a
situation is characteristic not only of Russian science. In some countries, trends of
questionable rationality developed in the organization of scientific work in the humanitarian
environment of universities much earlier than in Russia and have been discussed in the
scientific press since the 1960s. Among the most significant works on the considered
problem, it is worth noting the works of Joseph Ben-David, Robert Merton, Warren
Hagstrom, and Donald Pelz (1966) and Frank Andrews.
From the point of the aforementioned scholars, which we wholeheartedly share, a
tremendous amount of collective scholarly time is spent on achieving a result that would have
been achieved anyway.
For the sake of fairness, it should be noted that in foreign countries, the practice of
competition-based funding for scientific research in the humanities is steadily declining,
having proved to be ineffective outside of natural sciences.
The issue of irrational use of intellectual resources and, accordingly, the lack of
rational planning for the organization of research activities in the field of jurisprudence is not
the only issue that affects the state of scientific competition.
Certain aspects of the organization of research activity in universities have been
studied by Russian scientists since the 1970s. Regarding research on competitive relations in
the sphere of humanitarian scientific knowledge, the analysis of positive and negative
consequences of the existence of competition in science, as well as some other issues of
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Phenomenon of competition in the educational environment
organization of scientific activity, especially worth considering are the works of E.M. Mirskoi
and V.N. Sadovskii (1976), V.V. Nalimov and Z.M. Mulchenko (1969) – authoritative
sociologists of Soviet science of the second half of the 20th century.
Studies of the named authors have allowed forming an idea about the inevitability of
competitive relations in the most negative sense of this concept if scientists engage in research
activities autonomously, separately contributing their share to the general scientific
knowledge. Such a situation would only lead to a succession of almost simultaneous scientific
developments that do not change the qualitative characteristics of the state of legal science. In
the meantime, the issue of the qualitative state of science is extremely acute and, in our view,
requires the adoption of operational managerial decisions for a radical change, including in its
competitive component.
It should be noted that attempts to offer one particular version of the social conditions
under which scientific activity in law universities will be as effective as possible are
inherently untenable.
A variety of interpretations of the understanding of scientific cognition oblige to
consider the process of legal research as a unique combination of various forms of
accumulation of existing knowledge and the production of a new intellectual product on their
basis, with the choice of such a combination belonging entirely to the researcher.
Scholars have attempted to propose the fundamental conditions for research activities,
under which, as they believe, the positive effects of scientific competition will be the greatest,
and the very competitive relations will move to a qualitatively new level.
We have tried to consider the variability of opinions on this issue that we have
encountered in the scientific press. However, it should be said that we have not found a
dissonance of opinions typical of the scientific environment, which once again indicates the
critical state of the existing problem.
1. The primary managerial decision should be to change the social conditions of
scientific knowledge production, and research activities should not be autonomous.
Let us explain our position. Subjects engaged in legal research inevitably face the
phenomenon of the distance between practical and scientific cognition, as one of the most
influential sociologists of the 20th century Pierre Bourdieu rightly pointed out in his time,
noting that “both excessive proximity and excessive distance are obstacles to scientific
cognition” (BOURDIEU, 2018). In this regard, the most logical solution is to create mixed
research groups including in their composition both representatives of the academic
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Elena Anatolyevna IVANCHENKO; Tatyana Victorovna VOROTILINA; Sofya Sarmanovna TELIGISOVA; Irina Sergeevna SHULZHENKO
and Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
community and lawyers who carry out direct professional activities in the field under
consideration.
We are convinced that the mixed composition of the research team will give the results
of the research process presented in the conclusions a quality that is relevant for modern legal
science – syncretism, a combination of “non-comparable” ways of thinking and the skills of
analysis of the same social and legal phenomenon.
This provision is especially relevant for studies that are interdisciplinary or involve the
analysis of a large amount of quantitative and qualitative data. Well-known is the provision
formulated by the prominent American sociologists G. Nigel Gilbert and Michael Mulkay as
the cornerstone of their scientific work: “The more data, the more difficult is the task of their
analytical reconciliation” (GILBERT; MULKAY, 1987).
No matter how intimately the object under study is known by both representatives of
the university judicial community and practicing lawyers, only a coordinated combination of
research efforts of both parties can ensure the proper integration of the information collected
by means of objective research methods and personal intuition, which forms inevitably as a
result of a certain period of active professional activity.
2. Eliminating the excessive practical orientation of research and increasing the
requirements for its theoretical justification.
The excessive practical orientation of modern research projects and the emphasis on
this aspect made by the customers of the intellectual product predetermine the corresponding
attitude to this direction of work on the part of the research team. Therefore, in most cases, the
research carried out is characterized by rather weak scientific validity: systematic and
relational scientific explanation is reduced to a primitive statement of provisions taken as a
given despite the relatively conditional nature of their semantic and legal content. In other
words, the task of the research team is to formulate the results of the study as consistent as
possible with the expectations of the client. The lack of serious theoretical justification
accompanied by “transparent” statistical data gives the conducted research a pronounced
pseudoscientific character.
Another negative consequence of insufficient theoretical justification of the scientific
research completed and submitted to the grantor is that when its results are published in the
specialized legal literature, counterarguments formulated according to the principle of
ad
hominem
attack are often used – what is subjected to criticism is not the scientific ideas
themselves, but their bearers as representatives of a certain scientific school, scientific trend,
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Phenomenon of competition in the educational environment
or research group. A serious theoretical justification of the produced research work would
automatically rule out unconstructive and, in turn, pseudoscientific criticism on the part of the
scientific ideas that are at odds with the conducted research.
This assertion is clear to any serious researcher: a full-fledged, well-reasoned scientific
criticism of an idea (theory, concept) presented for public discussion requires the opponent’s
own considerable scientific training, as well as the ability to operate with basic scientific
categories, building a logical series of counterarguments. Unfortunately, we are forced to note
that due to the general decline in requirements for theoretical justification of research, this
skill is rapidly being lost in the academic environment, and the existing paradigm of scientific
research does not consider it to be systemically important.
The legal studies of the last two decades are built on the principle of abolition of any
point of view other than the only correct one – the one of the author, set forth in the results of
the study, and the authors’ careful evasion from going beyond the private perspective
pedantically defined by the object and subject of the study. We are deeply convinced that as a
result of this trend, legal studies become qualitatively more modest than desired, losing the
necessary panoramic and, in some cases, interdisciplinary nature of research, which, in a
sense, would have only embellished the work of scholars.
Why is there no polemical reduction in contemporary research? The answer is more
than obvious: no one expects it. In recent years, there has been a tectonic break with the
academic tradition of doing science for science's sake, without directly monetizing the
intermediate results of research activities.
To some extent, we adhere to the idea of Marlan Blissett that the impartiality of
scientific research is essentially impossible due to the involvement of professional scientists
in marketing relationships (BLISSETT, 1972), in which a scientific hypothesis is initially
formulated with a purpose of later “selling” it to a potential buyer – a subject interested in
certain specific results of the scientific research conducted. Is it possible under such
conditions for the subjects of scientific work creating an intellectual product to adhere to a
neutral and objective approach to the research process? Most certainly, it is not. Furthermore,
this situation will persist for as long as scientific teams will have non-scientific objectives in
addition to research ones.
That being said, we by no means deny the importance of the process of
commercialization of the results of research work. The demand for the intellectual product
created by the faculty of a modern university is an indisputable indicator of the
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and Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
competitiveness of the scientific schools functioning on its basis, the authority of these
schools in the academic space, the possibility of the wide practical application of the results of
research. We only insist that commercialization should be carried out exclusively by the
specially created structural divisions of educational organizations. Contact of research groups
themselves with the marketing interests inescapably narrows down the horizon of scientific
thinking, which will be described in more detail in the next provision.
3. Distancing scientific interest from marketing interest.
Serious scientific productivity can only come at the cost of giving up immediate gains,
especially if one remains vigilant against the temptation to use science or its results in an
attempt to win in the scientific field, to take the lead in the competition of individual scientific
teams working on related scientific issues.
In tactical terms, this practice-oriented position is certainly appropriate and ensures the
involvement of research teams in relations formed under the influence of the so-called social
order, but strategically, it is fundamentally flawed, because it directly entails the gradual
withdrawal of these teams from research that is truly scientifically valuable.
We will now try to justify the posed argument. In legal studies, quite common is the
practice of scientific consensus – a collective phenomenon manifesting in a generalized
characteristic of a certain legal phenomenon or legal institution that is conventionally adopted
by the scientific community as a well-known legal constant. An example of this can be such
traditional legal constants as “the most effective mechanism of protection of the violated right
is judicial protection”, “constitutional consolidation of the rights and freedoms of an
individual is the main indicator of the level of democracy of the society”, and other similar
provisions.
Regardless of the occasional interpretations by individual scholars, these statements
have long since become firmly independent of possible readings, scientific doubts, and critical
correlation with other existing alternative scientific interpretations.
Consequently, these assertions begin to unconditionally dominate law textbooks,
creating the illusion of collective unanimity among legal scholars and clearly illustrating the
phenomenon of scientific consensus.
No one thinks of subjecting such statements that have become legal constants to a
reasonable criticism or at least to scientific doubt, firstly, because of the undeniable boldness
of such an undertaking, and secondly, because there are a large number of other legal
problems that are much smaller in the scientific sense and for which there is a “social order”,
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Phenomenon of competition in the educational environment
on which one can debate in academic space without the fear of compromising their reputation
as a serious researcher and of being accused of scientific adventurism.
As a result, in a fundamental sense, legal science is practically not developing, there is
only fragmentation of its sub-sectors into new directions, which is certainly not bad in itself
but should not be regarded as the only possible trend.
In the meantime, there is quite a lot of debatable institutions remaining in the theory of
specific branches of law. The institutes of guilt and innocent infliction of harm, force majeure,
indirect complicity, legal entity liability, inducement to commit a crime, state of dependence
on the perpetrator – the list can go on and on, and answer us, reader, when did you last
encounter in the scientific press the studies attempting to review the established
interpretations of the content of these institutes? Studies regarding the general theory of law
or the theoretical foundations of certain branches of law are practically non-existent. Such
studies, by definition, cannot have direct practical application, and, therefore, are simply not
conducted due to the absence of social demand for them.
The above gives an objective basis to assert that scientific consensus is a categorically
negative phenomenon for legal science, because, along with other factors, it eliminates the
variability of scientific opinion. It is the preservation of the variability of scientific views that
should be supported in the academic environment by heads of scientific schools and branches.
Variability and distancing from the motive of immediate practical implementation of research
results is the basis of real rather than imaginary progress of legal science.
It should be obvious to leaders of research teams that in the market of the created
intellectual product if we commit to evaluating research activity from the standpoint of
marketing principles, a researcher who deals with general theoretical problems and is able to
generate private scientific hypotheses on their basis has greater competitiveness compared to
a researcher who limits their scientific work exclusively to the latter from the very start.
4. Developing an effective system of scientific communication.
As rightfully noted by E.M. Mirskoi and V.N. Sadovskii, scientific communication
plays a key role in the creative interaction of researchers (MIRSKOI; SADOVSKII, 1976).
The system of scientific communication needs to be complex and multifaceted,
implying both formal and informal processes of exchanging research ideas. The one thing
remaining unchanged is that the format and degree of a scientist’s inclusion in this system
dictate their objective competitiveness in the university community.
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and Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
The publication activity of a scientist is one but by no means the only indicator of the
effectiveness of a researcher's inclusion in the system of scientific communication. At the
beginning of the study of this system as an independent phenomenon, Derek J. de Solla Price
argued that articles provide only 20% of professional communication (DE SOLLA PRICE,
1967). The global information transformation of society that has occurred since that statement
has undoubtedly affected the growing importance of the publication activity of scientists for
scientific communication, however, other elements of this system still remain relevant.
By the present day, a relatively complete picture of the scientific communication
system has gradually crystallized: proceeding from the position that the main goal of scientific
research is the creation of new knowledge, the fact of a scientist’s inclusion in the
communication system is the only and sufficient condition for the creation of this new
knowledge. The greater the volume of such inclusion, the more opportunities the researcher
has to produce new knowledge.
The passage of scientific information through the communication system,
accompanied by the establishment of certain social relations, predetermines many factors that
have an immediate effect on the competitiveness of a particular scientist or research team,
including:
- identification of the place of the scientist (research team) in the stratification system
of the academic community;
- confirmation of the relevance or even priority of the chosen vector of scientific
research or vice versa – proof of its irrelevance for legal science;
- formation of the scientific authority of a scientist (research team);
- formation of small scientific communities within the system of the general academic
community, the emergence of such communities takes place based on authorship in the
studies that are close in their content, the key role in this naturally being played by active user
activity in scientometric databases.
As previously noted, it is typical of legal scientists to frequently change their scientific
interests; according to some estimates, almost 50% of researchers change their scientific
specialization in the course of their professional activities. Consequently, the existing system
of communication should be somehow improved (for example, by creating an independent
common information platform for lawyers) to promptly reflect the changes in the subject of
scientific interest of the subjects included in the system – researchers and research teams.
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This will achieve three important goals. Firstly, establishing scientific cooperation
more quickly. Secondly, the elimination of duplicative legal research. Thirdly, the formation
of a separate micro-system of communication in each subject branch of law.
What kind of system of scientific communication can be recognized as effective for
scientists conducting research in the field of law? The answer to this question may be the
subject of a separate serious scientific study. In the most general terms, the effectiveness of
such a system can be characterized by the following:
- the speed and ease of exchange of information;
- the possibility of selective exchange;
- the use of technologies based on Big Data, making it possible to analyze a large
amount of information included in the system and “link” it to:
a) current opportunities for the practical application of the results of ongoing research;
b) announcements of scientific and practical events;
c) bibliographic novelties in the subject area included in the largest electronic library
systems.
Currently, something of the sort can be found on the information platforms of certain
professional legal communities, for example, the International Union of Assistance to Justice
and some others. Merging all existing information systems for lawyers into a single one is a
difficult but objectively feasible task and the significance of its successful solution for legal
science is truly epochal.
The system of scientific communication for lawyers, let us conventionally call it so,
would, among other factors, help to solve the objective problem of the lowering requirements
for statistical justification of scientific hypotheses offered to the legal community.
Individually, researchers certainly do communicate in the search for quantitative data yet
making this process systemic is an objective necessity for improving the quality of scientific
research and ensuring their high competitiveness among similar works on the subject of
research.
Constructing the object of research is a slow and cumulative process of accumulation
and analysis of quantitative and qualitative data, in which scientific intuition determines the
theoretical and empirical significance of individual indicators and their impact on the
formation and justification of the working hypothesis of the study. Hence the questionable
probabilistic nature of the hypotheses of scientific papers characterized by sparse statistical
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and Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
support. We suggest that the system of scientific communication would provide an effective
resolution to this problem.
Yet the most important aspect is that this system would give the opportunity to almost
reinvest the results of the conducted research instantly into new scientific works, now as an
instrument of reflexive understanding of the social conditions and boundaries of the
forthcoming study, which definitely can be viewed as one of the main manifestations of
epistemological sensitivity.
5. Restoring the dialectical unity of research and teaching.
Although we do recognize the deeply polemical nature of this statement, it appears
impossible to leave this issue without consideration in the context of the study of
competitiveness in the scientific sphere. This certainty stems from personal experience in the
very roles discussed in this paragraph.
Both as researchers and as educators, we note a consistent disintegration of the once
unified institution: the research function increasingly grows apart from the educational
function, which seems fundamentally flawed.
The reasons for this estrangement are obvious: the reduction of financial tutelage of
the state, the emergence of the concept of “educational services,” and university leaders’
attempts to adapt to the changed socio-economic conditions.
Much more important is to examine the influence of this disintegration of functions on
the representatives of the university community, to turn to their attempts to preserve their
professional autonomy under these conditions, to continue their research in the chosen
direction, to ensure their personal professional conformity and competitiveness in the
academic community.
Scientists who find it difficult to justify their chosen direction of research work in
terms of immediate economic benefits have a very difficult time. In such a situation, there are
two options available:
- the scientist is included whenever necessary in the research carried out by the
research team, returning to the sphere of personal scientific interest whenever possible;
- the scientist completely abandons their personal direction of research, having
recognized it as having little potential from the point of possible monetization of research
results.
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Phenomenon of competition in the educational environment
Both options can be characterized as the researcher losing their intellectual and
creative independence in the long run, which, over time, will inevitably affect their
professional qualities as a researcher.
The situation is much more lamentable iа the courses taught by a researcher do not
overlap at all with the subject of their academic interest. In this case, the teacher is simply
doomed to lose their professional qualifications and academic competitiveness, and the
rationality of their presence on the university’s staff is highly questionable.
Research work needs to be inextricably linked with teaching. Under such conditions, it
is quite reasonable and fair for the head of the university's structural unit to expect from the
scientist the results of research work and their direct correlation with the taught courses. In
our view, it is this kind of management policy that must be adhered to very strictly.
We are convinced that it is not quite reasonable to unconditionally equate the concepts
of teaching work and pedagogical activity. It is with strong reservations that we accept the
practice of viewing these concepts as synonymous, which has formed in specialized literature.
Much more justified appears to be the argument of Steve Fuller, who equates teaching activity
with research activity, provided, of course, that it is carried out in a full academic mode in the
form of choosing the most effective way to communicate relevant ideas to the target audience
(FULLER, 2018).
It is possible to harmoniously link research activities with teaching only if the
following two conditions are met simultaneously through appropriate managerial decisions:
- first, by “assigning” to the faculty member courses whose subject content is directly
related to their research interest;
- second, the conclusion of a more or less long-term employment contract with the
teacher.
Indeed, meeting these conditions requires the corresponding scale of organizational
thinking, yet this ideal of management is the one to be sought.
Regarding the first condition, it needs to be clarified that it must not apply to the
members of teaching staff who do not yet have an academic degree and are only at the start of
their scientific journey, in search of an object of research.
The second condition we consider the most important to comment on. The need to be
constantly adapting to the conditions of flexible capitalism, which dictates the rules of the
labor market, does not generate the corresponding skill of a researcher making them more
competitive in the academy. On the contrary, the competitiveness of a scientist gradually
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decreases in direct proportion to the loss of professional qualifications due to frequent
changes in the subject of research work.
A relatively long-term employment contract provides an opportunity to engage in
scholarly activity in its most ideal form, combining teaching and research. To once again
quote Steve Fuller, who sees research and teaching as two interrelated aspects of a single
academic activity, “in the end, universities are unique – they produce new knowledge
(through research) and then consolidate and distribute it (through education)” (FULLER,
2018).
The hypothesis, discussed in the works of some authors, that teaching constrains the
"natural multiplication of research trajectories" cannot be overlooked (LYOTARD, 1998)
because of the limits imposed by course syllabi. We view this hypothesis as highly
controversial because it is fundamentally incorrect to consider the course syllabi approved by
the university as a factor limiting the intellectual creativity of the researcher.
Syllabi are more like a framework that defines the minimum necessary volume and
content of professional competencies to be acquired by the student at the end of the course.
We believe that it is entirely possible to expand the immediate content of a course
program. The teacher is only obliged to be guided by considerations of scientific expediency
and basic common sense.
Intellectual creativity, which conditions the formation of research trajectories, and the
immediate research activity according to the given trajectories is not only not limited to the
course programs but also ensures the active involvement of students in these processes as
well. Consequently, the hypothetical edge of research will only constantly shift forward, like
the horizon line.
The intermediate conclusion on the hypothesis proposed for discussion is as follows:
the competitiveness of a researcher is not lost because of the thematic framework of the
course, their scientific activity continues and the degree of its activity depends only on the
teacher, who can both minimize it and turn it into a full multi-vector research work by
developing and implementing in the educational process additional educational programs in
the course, participating in the formation of students’ individual learning trajectories,
supervising their research activities, etc. All the above can be achieved within the framework
of even a single academic course, especially if it involves the participation of practicing
lawyers from outside the university in the discussion of individual topics.
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Phenomenon of competition in the educational environment
The above statement once again confirms the position that the value of research work
should be very conditionally linked to the concepts of immediate and short-term benefits. The
proof of this provision will soon be evident in connection with the practice of building
individual educational trajectories for students at universities. The demand for specific
courses when students choose their individual learning trajectories will serve as an indicative
illustration of the competent investment of research efforts, scientific management at its best.
B.V. Martynov and E.S. Prokopenko note that the fewer administrative barriers bound
the university, the more flexible the integration mechanisms of scientific management
(MARTYNOV; PROKOPENKO, 2021). According to Z.T. Rakhimov and Z.U. Shonazarov,
the competitiveness of the teacher, their level of knowledge, in turn, logically predetermines
the competitiveness of the trained specialist – the basis of competitiveness of the specific
social sector in which they are to carry out professional activities (RAKHIMOV;
SHONAZAROV, 2021).
To conclude the discussion of the hypothesis expressed by the postmodernist
philosopher Jean-Francois Lyotard and some other scientific hypotheses about the
relationship between educational and scientific activities, we would like to argue that none of
the hypotheses expressed deserves to be simply discarded as knowingly pseudoscientific. The
degree of objectivity of a hypothesis directly depends on the conditions under which it is
tested.
Only the conditions created in the academic environment, favorable or unfavorable,
affect the success of forming the dialectical unity of a scholar’s teaching and research
activities. Favorable conditions are those in which the researcher retains full control over the
standards of their labor productivity, and the standards themselves are formed, in the apt
words of Yves Gingras, professor at the University of Quebec, historian of science, as a result
of “micro-sociological analysis of interactions” (GINGRAS, 2017) of the scientist with the
university environment.
With respect to legal studies and teaching law, we insist on an objective need to
gradually replace dogmatic inaction with an analytical series of contemporary serious
publications by Russian scholars devoted to the methodology of scientific work and teaching
at the university.
6. Preservation of academic freedom as a basis of effective scientific competition.
In this publication, we do not seek to present the entire substantive narrative of
academic freedom, a multidimensional concept, the prototype of the concept of intellectual
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freedom, which emerged much later, as we reflect on the competitiveness of scholars in the
field of legal research.
Academic freedom is too conceptually capacious a concept that requires a separate
serious analysis. It is necessary to state that the full idea of this phenomenon in the block of
legal sciences has not yet formed into a paradigmatic unity.
We will also deliberately refrain from drawing parallels between the concept of
academic freedom and the conducted studies that have received wide publicity for their
questionable scientific validity (for example, studies that deny the Holocaust, studies that
focus on the characteristics of a particular human race, studies that prove that genes
responsible for asocial behavior can be inherited, and similar studies) or the studies that we
consider to be deliberately speculative in their choice of subject. In our view, evaluating such
works from the perspective of the right to intellectual freedom, the right to freedom of
opinion, and other rights is a rather pointless exercise for actors in academia who wish to
consider themselves rational.
Since it is difficult to differentiate the identity of the subject of academic space from
their research work, the main indicator of a scientist’s competitiveness has become the
number of their publications, their citation, and inclusion in scientometric databases. The
legacy of this approach is by no means flawless from the point of objectivity and forces
scholars to make regular attempts to reconsider the criteria for evaluating scholarly activity.
Let us, too, attempt to substantiate our position on this issue by analyzing the
established practice of the influence of quantitative performance indicators on the scientific
status of a scholar in the university environment, correlating the established approach to the
evaluation of scientific work with the preservation of the academic freedom of a researcher.
Let us first ponder the question of why a university professor would try to change this
practice at all. Bound hand and foot by the need to prove the effectiveness of their work
almost every year, faculty members deliberately choose the indicators that can be achieved in
a relatively short period of time. This causes the relentless pursuit of the number of published
papers without due attention to their qualitative content. It is quite apologetic in the universal
sense if a researcher with a short-term employment contract holds such a position, and the
perniciousness of the practice of short-term contracts for the university community has
already been considered in one of the previous paragraphs.
This trend has not bypassed the authors having doctoral degrees. The term of their
employment contracts is not much longer and considering the simplification of requirements
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Phenomenon of competition in the educational environment
for the heads of master’s programs, which has spread to most Russian universities, it is
difficult to assume that defending the interests of science in the broadest sense, the integrity of
the institution and the importance of the qualitative value of indicators of scientific activity
will become a mass phenomenon in these working conditions.
There is an apparent closed chain of objective and mutually conditioning factors:
increasing a scientist’s scientific competitiveness and identifying them as a serious and
promising researcher in the academic environment requires publishing the results of serious
and promising research, which is a priori costly in time and effort and therefore unreasonable
in terms of systematic confirmation of the effectiveness of activities over unreasonably short
reporting periods.
In the meantime, a researcher is forced to ensure their own employment and quickly
masters two rules for survival:
- the quality of the conducted research can be neglected if the formal requirements for
its design and representativeness are met;
- analytical study of individual aspects of the nature of legal relations, legal
institutions, and legal concepts should be withdrawn from the field of research interest until
better times, giving way to private problems of application of these institutions and concepts,
which in itself, of course, has some benefit and is quite reasonable, but is of much less
scientific value, which can be lost overnight by a simple “stroke of the pen” – amendments to
the legal norm, the application of which initially caused problems.
An intermediate conclusion to our reasoning can be formulated as follows: academic
freedom is a motive for choosing an area of scholarly interest and depth of research that is
free from considerations of immediate employment.
The “reductionist” tendency, as coined by the Oxford University professor and English
philosopher of law Herbert Lionel Adolphus Hart (HART, 2013), makes it extremely difficult
for a researcher to resist the temptation to simplify such a complex phenomenon as law,
especially if they realize that the effort expended will not receive proper scientific recognition
since the scientific community’s attention has long been redirected toward numerical
indicators of the quality of research work.
Thus, the second interim conclusion regarding the content of the concept of academic
freedom should be formulated as follows: academic freedom is a radical redefinition by the
academic community of the indicators of the quality of scholarly work and the empowerment
of scholars to patiently and consistently explore legal concepts and their expression in legal
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and Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
language, to confidently formulate a multidimensional research subject, knowing that their
efforts will be met with the proper appreciation.
The last aspect of the contextual analysis of the concept of academic freedom that
requires, from our perspective, proper consideration is the presence of an objective need to
relieve the conceptual tension noted by some scholars at the junction of legal studies and other
areas of humanitarian knowledge. For example, E. V. Agarin, E. V. Barkova, A. V.
Bogomolov, and other members of the team of authors point in their monograph to the
excessive politicization and ideologization of modern research on human rights and basic
legal values (AGARIN; BARKOVA; BOGOMOLOV
et al
., 2019), to the disregard of the
influence of the essence of human nature on the considered legal institutions.
Indeed, humanities studies of the present day view the human being as a natural-
cultural unicum – part of the natural diversity, a subject whose activities must be directed
primarily toward a true acquisition of self.
Legal research appeals to the personal moral core of a person, which should rely on
the system of key coordinates of public morality and the value vertical of objects protected by
law, that is, the unconditional priority in the study of the phenomenon of law is given to the
objective component of human existence.
Attempts to conceptually reconcile the subjective and objective vectors of these
studies is what will make the study truly competitive in comparison with other works that
evade the conceptual resolution of the existing conflict of priorities, thus causing a persistent
sense of the researcher’s interpretive tricks.
As the third conclusion, in this sense, academic freedom is the researcher being
unafraid to offer the academic community a variant of coordination of conceptually opposite
vectors of scientific knowledge even if such a variant is deeply debatable in its content, as
well as the development of such scientific thinking, in which understanding of the unity of
complex social and legal phenomena is not reduced by researchers to mere hermeneutic
compromises.
To believe that the academic community will object to serious consideration of such
research is to admit that it is inconsistent with the right to intellectual freedom. The idea of
regulation and dogmatism is so alien to scientific knowledge that any attempt to limit it to
supposedly axiomatic, generally accepted positions must be perceived as repressive.
Conclusion
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Phenomenon of competition in the educational environment
The present paper presents an attempt to comprehend the phenomenon of competition
in scientific research, a phenomenon that shows the features of institutional isolation: the
designation of boundaries and forms of scientific competition, the general principles of
maintaining the competitiveness of a scientist; the definition of the basis for the production,
exchange, and distribution of new scientific knowledge; the development of norms of
behavior that structure the repetitive interaction between researchers.
In this study, we make an effort to offer for discussion six fundamental elements that,
in our view, represent the basis for the successful competitiveness of a scholar in the
academic community, and, consequently, the competitiveness of their research compared to
other works devoted to the multifaceted phenomenon of law. These elements are provisions
that are largely interrelated and united by the systemic unity of independent scientific
creativity and freedom of expression. Here we give a single list of them:
1. Changing the social conditions of scientific knowledge production.
2. Eliminating the excessive practical orientation of research and increasing the
requirements for its theoretical justification.
3. Distancing research interest from the interest of marketing.
4. Developing an effective system of scientific communication.
5. Restoring the dialectical unity of research and teaching.
6. Preserving academic freedom as the basis for effective scientific competition.
There is an unprecedented consonance in the scientific press that educational
institutions must gradually move away from the once accepted ethics, which were formed
under the influence of the need to organically integrate universities into the value system of
market relations, as well as to abandon the practice of assessing scientific knowledge in terms
of the possibility of its immediate commercialization. In the present article, we substantiate
the thesis on the inadmissibility of the formation of scientific competition under the influence
of solely the marketing policy of the educational organization.
Neither should the competitiveness of a scientist be associated solely with their
publication activity, the number of publications being too formal a source. Other individual
indicators should also be considered, including:
- the ability to establish and use communication links in research activities;
- the ability to advance in the field of scientific activity using any available
knowledge;
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and Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
- the ability to defend one’s scientific position;
- the skills of transforming new scientific knowledge into educational material and
delivering it to the audience, as well as some others.
What we believe to be the main personal quality of a researcher that is fundamental in
terms of establishing their confident competitive position among colleagues in scientific work
is the ability to build a long-term strategy of scientific activity, which is a sequence of short-
term strategies to achieve research goals.
The final conclusion of the conducted study can be phrased as follows: the
competition in the scientific environment is a positive phenomenon, as it forces to ensure high
competitiveness, i.e., high quality of research work in comparison to similar studies related to
the subject of research, as well as promotes the desire for novelty and differentiation of
scientific knowledge, the creation of new scientific communication links.
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Elena Anatolyevna IVANCHENKO; Tatyana Victorovna VOROTILINA; Sofya Sarmanovna TELIGISOVA; Irina Sergeevna SHULZHENKO
and Ksenia Alekseevna SELIVANOVA
How to reference this article
IVANCHENKO, E. A.; VOROTILINA, T. V.; TELIGISOVA, S. S.; SHULZHENKO, I. S.;
SELIVANOVA, K. A. Phenomenon of competition in the educational environment.
Revista
online de Política e Gestão Educacional
, Araraquara, v. 26, n. esp. 2, e022065, Mar. 2022.
e-ISSN: 1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.2.16563
Submitted
:
09/11/2021
Required revisions
: 27/12/2021
Approved
: 25/02/2022
Published
:
31/03/2022
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