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Relações empresariais e políticas públicas educacionais para o ensino médio: A formação para o mercado e o mercado da formação
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022117, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16947
1
RELAÇÕES EMPRESARIAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS PARA O
ENSINO MÉDIO: A FORMAÇÃO PARA O MERCADO E O MERCADO DA
FORMAÇÃO
RELACIONES COMERCIALES Y POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONALES PARA
LA EDUCACIÓN SECUNDARIA: LA FORMACIÓN PARA EL MERCADO Y EL
MERCADO DE LA FORMACIÓN
BUSINESS RELATIONS AND EDUCATIONAL PUBLIC POLICIES FOR HIGH
SCHOOL: TRAINING FOR THE MARKET AND THE TRAINING MARKET
Elsivan Machado Barbosa da Silva LIMA
1
Doriedson do Socorro RODRIGUES
2
RESUMO:
Este texto discute sobre políticas públicas e as relações entre o mercado e o público.
Assim, apresentamos um breve contexto histórico em que evidencia o processo de disputa de
construção do ensino brasileiro, considerando, como uma das políticas centrais, o Pacto
Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, que articula e coordena ações e estratégias
entre a União e os governos estaduais e distrital na formulação e implantação de políticas, com
vistas a pretensamente elevar o padrão de qualidade dessa etapa de ensino em suas diferentes
modalidades. A metodologia de abordagem qualitativa é cunhada por uma revisão bibliográfica
e análise documental de documentos do Instituto Unibanco (IU), bem como Teses e
Dissertações, com base em Severino (2018) e Bardin (1997). Evidenciamos, a partir deste
estudo, que a relação pública
–
privada foi se constituindo historicamente a partir da década de
1990 com a Conferência Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de Jomtien),
materializando-se ainda nessa mesma década com a Reforma do Aparelho do Estado, tratando-
se de se fazer por meio da educação e suas políticas os interesses de mercado.
PALAVRAS-CHAVE:
Ensino médio. Parceria público-privada. Ciclo de políticas públicas.
Formação.
RESUMEN
:
Este texto discute las políticas públicas y las relaciones entre el mercado y el
público. Así, presentamos un breve contexto histórico en que se evidencia el proceso disputado
de construcción de la educación brasileña, considerando, como una de las políticas centrales,
el Pacto Nacional de Fortalecimiento de la Escuela Secundaria, que articula y coordina
acciones y estrategias entre la Unión y los gobiernos estatales y distritales en la formulación y
políticas, con miras a supuestamente elevar el estándar de calidad de esta etapa de la
enseñanza en sus diferentes modalidades. La metodología de abordaje cualitativo está acuñada
1
Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém
–
PA
–
Brasil. Docente da Educação Básica. Mestrado pelo
Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica (PPEB/UFPA). ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-4089-6425. E-mail: elsivan.machado@gmail.com
2
Universidade Federal do Pará (UFPA), Cametá
–
PA
–
Brasil. Docente do Programa de Pós-Graduação em
Educação e Cultura. Programa de Pós-Graduação em Currículo e Gestão da Escola Básica (PPEB/NEB/UFPA).
Programa de Doutorado em Rede (EDUCANORTE/NEB/UFPA). Doutorado em Educação (UFPA). ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-5120-2484. E-mail: doriedson@ufpa.br
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Elsivan Machado Barbosa da Silva LIMA e Doriedson do Socorro RODRIGUES
RPGE
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2
por una revisión bibliográfica y análisis documental de documentos del Instituto Unibanco
(IU), así como Tesis y Disertaciones, basadas en Severino (2018) y Bardin (1997).
Evidenciamos, a partir de este estudio, que una relación público-privada se constituyó
históricamente a partir de la década de 1990 con la Conferencia Mundial sobre Educación
para Todos (Conferencia Jomtien), materializándose aún en la misma década con la Reforma
del Aparato del Estado, tratando de hacer a través de la educación y sus políticas intereses de
mercado.
PALABRAS CLAVE:
Educación
s
ecundaria. Colaboración público-privada. Ciclo de
políticas públicas. Formación.
ABSTRACT
:
This text discusses public policies and the relationship between the market and
the public. Thus, we present a brief historical context in which the dispute process of
construction of Brazilian education is evidenced, considering, as one of the central policies,
the National Pact for the Strengthening of Secondary Education, which articulates and
coordinates actions and strategies between the Union and governments. state and district in
the formulation and implementation of policies, with a view to allegedly raising the quality
standard of this stage of education in its different modalities. The qualitative approach
methodology is used by a literature review and document analysis of documents from Instituto
Unibanco (IU), as well as Theses and Dissertations, based on Severino (2018) and Bardin
(1997). We show, from this study, that the public-private relationship was historically
constituted from the 1990s with the World Conference on Education for All (Jomtien
Conference), materializing in that same decade with the Reform of the Apparatus of State, in
the case of making market interests through education and its policies.
KEYWORDS
:
High school. Public-private partnership. Public policy cycle. Training.
Introdução
Na presente exposição, apresentamos resultado de pesquisa documental, em correlação
com bibliográfica, sobre a relação políticas públicas voltadas para o Ensino Médio e o mercado
capitalista, problematizando: qual a relação do ciclo de políticas públicas voltadas para o Ensino
Médio com o mercado capitalista, considerando o contexto histórico da educação pública
brasileira, em termos de processos formativos – formação para o mercado ou mercado da
formação?
3
Trata-se de pesquisa com abordagem qualitativa, considerando, a partir de Minayo
(2022), os significados, valores, atitudes e motivos, em torno da relação Formação, Ensino
3
A pesquisa aqui exposta é resultante do processo investigativo que consubstanciou a dissertação de mestrado,
intitulada “Implementação do Projeto Jovem d
e Futuro em Marabá/PA (2012-2014) no contexto da Escola de
Ensino Médio Girassol: Entre
a lógica de mercado e a perspectiva de formação ampla”, apresentada em 2021 no
Programa de Pós-Graduação em Currículo de Gestão da Escola Básica (PPEB/UFPA), por Elsivan Machado
Barbosa da Silva Lima, sob orientação do Prof. Doriedson do Socorro Rodrigues.
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3
Médio, Políticas Públicas e Mercado Capitalista, que foram inferidos a partir do exame de
documentos analisados por meio da estratégia de categorização da análise de conteúdos, de
acordo com Bardin (1997).
Os documentos analisados, a partir de Severino (2018), são oriundos do Instituto
Unibanco - IU
4
, que dão base ao Projeto Jovem de Futuro (PJF) e o ProEMI, tais como a Portaria
de criação do ProEMI, documentos de implantação do Projeto Jovem de Futuro nas escolas,
documentos de formação ofertados à dupla gestora (diretora e coordenadora pedagógico), Plano
de Ação e relatórios das ações implementadas na Escola Estadual de Ensino Médio Girassol
5
.
Consultamos também Teses e Dissertações do Banco de Dados da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
–
CAPES
, considerando o período de 2011 –
2014, focando políticas públicas para o Ensino Médio e relações de mercado, de modo a
compreendermos a perspectiva formativa, se em prol de uma
formação para o mercado
ou se
para uma institucionalidade de um
mercado da formação
.
Teoricamente, entendemos que as políticas públicas são direitos dos cidadãos garantidos
na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (BRASIL, 1988), pressupondo,
contudo, para se tornarem concretas, que passem por um processo de formulação, denominado
ciclo de políticas públicas, a saber: 1) Formação da agenda; 2) Formulação de Políticas; 3)
Processo de tomada de decisões; 4) Implementação; 5) Avaliação (BAPTISTA; REZENDE,
2011; NAJBERG; BARBOSA, 2006; RIBEIRO, 2009 apud DALFIOR; LIMA; ANDRADE,
2015; VIANA; BAPTISTA, 2009), daí resultando projetos em disputa, considerando as
contradições capital e trabalho.
Também entendemos que no Brasil as políticas públicas educacionais apresentam, de
acordo com Araujo (2019), um dualismo histórico nas políticas educacionais para o Ensino
Médio, estando, de um lado, a oferta de ensino para o público elitizado voltado para a formação
intelectual e, de outro, a oferta de um ensino
minimalista
, voltado para os interesses do mercado
capitalista, cujo objetivo é preparar o indivíduo para o trabalho manual, visando gerar mão de
obra barata para atender ao projeto neoliberal.
Desses dois entendimentos, consideramos que políticas educacionais são delineadas em
diferentes instâncias de governo, por meio da participação, negociação e indução de diferentes
esferas públicas e privadas, por meio de parcerias público-privadas, que foram reforçadas na
4
Disponível em: https://www.institutounibanco.org.br/. Acesso em: 10 fev. 2021.
5
Trata-se de nome fictício de Escola de Ensino Médio analisada na Cidade de Marabá, Estado do Pará.
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Elsivan Machado Barbosa da Silva LIMA e Doriedson do Socorro RODRIGUES
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década de 1990, acompanhando o cenário de globalização e competitividade, muito
contribuindo para tanto o Movimento Todos Pela Educação (MTPE).
Essa organização empresarial, com poder tecnológico e midiático, vem realizando
intervenções nas políticas educacionais, fomentando tanto
formações em prol do mercado
como
instituindo o
mercado da formação
, materializando interesses mercantis, embora também
ocorra a luta em prol de processos formativos humanizantes, como o ensino médio integrado,
de acordo com Ciavatta (2020). Neste trabalho, entretanto, buscamos compreender a relação
público-privada, em termos de políticas públicas para o ensino médio, no interior do binômio
formações em prol do mercado
e o
mercado da formação
.
Isto posto, destacamos que esta exposição, para além da introdução e considerações
finais, apresenta uma seção em que discutimos as políticas públicas e as relações entre o
mercado e o público. Em seguida, problematizamos o Ensino Médio e as relações de mercado.
Políticas públicas e relações entre o mercado e o público
Nesta seção, problematizamos as políticas públicas educacionais enquanto ações
governamentais que impactam a vida dos sujeitos, bem como a relação entre o mercado e o
público no âmbito da educação brasileira, apresentando o cenário de globalização fortalecido a
partir da década de 1990 e sua relação com o modelo de gestão empresarial introduzido nas
escolas públicas da rede estadual de Ensino Médio.
No que tange às políticas públicas educacionais, consideramos que há interesse da classe
empresarial em influenciar a
gestão pública com o seu modelo de
gestão empresarial
. Para tanto,
através de suas análises e interferências, busca o descrédito no modelo de gestão pública
existente, atribuindo ao Estado a culpa pelo pretenso resultado insatisfatório na educação básica.
Essa disputa, todavia, em torno de modelos de gestão das políticas educacionais, tem
razões históricas no cenário brasileiro, não raro o setor econômico buscando balizar seus
interesses a partir do domínio das forças de estado e da sociedade civil, por meio de órgãos
governamentais responsáveis pela educação (SAVIANI, 2014). A criação de territórios de
gestão da educação brasileira não raro atende, pois, a interesses de mercado.
Nessa perspectiva, por exemplo, com a Revolução de 1930, as Leis Orgânicas do Ensino
criaram o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) e os documentos legais
fundamentais, sendo que o sistema de importações agrário, substituído pelo industrial, gerou
uma demanda de indústria e fábricas, ocasionando a necessidade de mão de obra, impondo um
repensar a educação pelo Estado. Nesse contexto, de acordo com Saviani (2014), surgiu a
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tendência da Educação Profissional, com o objetivo de educar para o mercado de trabalho. Em
1932, entretanto, foi divulgado o Manifesto dos Pioneiros da Educação, cujo principal objetivo
era a defesa da escola pública de qualidade, a universalização e a renovação da educação; foi
então criado o Ministério da Educação e da Saúde Pública.
Na década de 1990, o cenário volta-se para a globalização, neoliberalismo,
competitividade e a educação acompanha essa tendência de uma pretensa modernidade,
considerando os interesses do capital. Nesse mesmo ano ocorreu na Tailândia a Conferência
Mundial sobre Educação para Todos (Conferência de Jomtien), cujo objetivo foi estabelecer
compromissos mundiais para garantir a todas as pessoas os conhecimentos básicos necessários
para uma vida digna, norteados por uma lógica de mercado. O evento contou com a participação
da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), do
Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), com o apoio
do Banco Mundial, dentre outras organizações. Pontua-se que durante essa conferência nasceu
uma declaração com compromissos pré-estabelecidos, da qual o Brasil foi signatário (SILVA;
ABREU, 2008).
De acordo com o descrito na Declaração Mundial sobre Educação para Todos, os
governos que participaram da conferência e assinaram a Declaração de Jomtien firmaram o
compromisso de investir, principalmente, em Educação Básica, sob o objetivo de garantir a
sobrevivência da população, desenvolvimento pleno das capacidades, vida e trabalho dignos,
melhoria na qualidade de vida, entre outros (UNESCO, 1990), mas sob lógicas de
competividade e neoliberais.
De tais considerações, destacamos que as políticas públicas educacionais são
construídas a partir de três níveis de influência: internacional, nacional e local. No campo
internacional, cita-se a influência do Banco Mundial, o qual possui ideário de cunho neoliberal
e é promovido por Organismos Internacionais de financiamento. Ele é um grande reforçador da
ideia da crise educacional, apontando como culpado o próprio Estado e apresentando a solução
na iniciativa privada. Ainda reconhece a expansão do acesso à escola quantitativamente, porém
denota uma crise de “eficiência” e “eficácia”, sendo que “[...] a orientação do Banco Mundial
(1995) tem sido educar para produzir mais e melhor” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012,
p. 107-108), evidenciando sua lógica mercantil. Isso provoca ações e reações no contexto
nacional e local, no âmbito escolar.
Esses organismos internacionais, a globalização e o neoliberalismo exercem certa
pressão para que o Brasil apresente políticas educacionais que estejam atreladas com seus
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Elsivan Machado Barbosa da Silva LIMA e Doriedson do Socorro RODRIGUES
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objetivos. A Comissão Econômica para o Desenvolvimento da América Latina e do Caribe
(CEPAL), que possui como lema “cidadania, competitividade e igualdade”, defende que a partir
da educação é preciso fortalecer a cidadania, a competitividade e a igualdade na América Latina
e no Caribe. Além disso, defende o investimento em Educação Básica; contudo, possui visão
pragmática e defende a educação flexível. De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p.
107):
A expansão da educação e do conhecimento, necessária ao capital e à
sociedade tecnológica globalizada, apoia-se em conceitos como modernização,
diversidade, flexibilidade, competitividade, excelência, desempenho,
ranking
,
eficiência, descentralização, integração, autonomia, equidade etc. Esses
conceitos e valores encontram fundamentação, sobretudo na ótica da esfera
privada, tendo a ver com a lógica empresarial e com a nova ordem econômica
mundial.
Ainda no campo dos Organismos Internacionais, entre 1993 e 1996 foi organizada uma
Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, a qual foi presidida pelo francês
Jaques Delors, com o objetivo de analisar a situação educacional no mundo e gerar um relatório
para a UNESCO e, a partir dele, iniciar um processo de reforma educacional globalizada. O
relatório afirmou que o investimento em educação promove paz, democracia, pluriculturalismo
e desenvolvimento econômico, assim como apontou, como desafios para a educação do século
XXI, o ingresso de todos os países no campo da ciência e da tecnologia, a adaptação das
sociedades e das culturas à era da informática e viver democraticamente em comunidade. Com
isso, concluiu que a educação deve ser para a vida toda e que a escola deve se preocupar em
desenvolver no indivíduo quatro aprendizagens como pilares fundamentais para cada indivíduo:
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. Trata-se de uma
perspectiva formativa voltada para um pragmatismo utilitarista à lógica de mercado.
A partir disso, observamos que esses pilares estavam presentes na implementação do
Projeto Jovem de Futuro - PJF na Escola Estadual de Ensino Médio Girassol, através das
Metodologias Jovem de Futuro, pois se centram em métodos e não em conteúdos, provocando
o esvaziamento curricular e a oferta de uma formação minimalista para atender as necessidades
do mercado.
No Brasil, a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases - LDB nº 9.394/1996 abriu espaço
para consolidar medidas de ampliação, acesso e melhoria do financiamento do ensino no Brasil,
introduzindo também mecanismos de avaliação do ensino em larga escala, bem como
estabeleceu critérios para a Educação Básica, que abrange a educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio (BRASIL, 1996). Todavia, o ensino médio passou a ser obrigatório
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somente a partir da Emenda Constitucional nº 59/2009, na qual o inciso I do artigo 208 da
Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988) passou a vigorar com a seguinte alteração:
“educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (
dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria” (BRASIL, 2009).
Ainda no ano de 1996, como forma de intensificar políticas públicas voltadas para a
educação, foram instituídos o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) e os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN).
Em 1998 foi criado o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para avaliar o Ensino
Médio no país, com seu resultado servindo para o acesso ao ensino superior. A Lei nº 11.
684/2008 (BRASIL, 2008) tornou obrigatórias as disciplinas de Filosofia e Sociologia no
ensino médio.
Nesse contexto, de acordo com Menezes (2001), com o objetivo de cumprir dentro de
uma década as resoluções tratadas e acordadas na Conferência Mundial de Educação para Todos,
o MEC elaborou o Plano Decenal de Educação para Todos (1993 a 2003), que apontava
diretrizes voltadas para a recuperação do ensino fundamental no Brasil.
Em 2003, surgiu, como política do governo de Luís Inácio Lula da Silva, o Programa
Escola do Tamanho do Brasil, com foco na universalização e na democratização do ensino e da
gestão escolar, bem como se propôs a instituir o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e Valorização do Magistério (FUNDEB), em substituição ao FUNDEF, que
só contemplava o ensino fundamental, mas, em contrapartida, não propunha recursos à
educação infantil e ao ensino médio.
Em 2006 ocorreu o lançamento do Movimento Todos Pela Educação (MTPE), uma
organização empresarial que articula, monitora e propõe intervenções nas políticas
educacionais. Ocorre que, a partir do MTPE, surgiu, em 2007, o Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE): um plano de governo, formado por um conjunto de programas com 30 ações,
dentre as quais 17 tratam da Educação Básica, 12 apresentando caráter global e cinco sendo
específicas ao nível de ensino. Tratava-se de um plano macro com ações que abarcavam toda a
Educação Básica (SAVIANI, 2007).
O MTPE demonstra, contudo, que a organização empresarial tem ocupado lugar
privilegiado no processo de implementação das políticas voltadas para a Educação Básica,
partindo de uma junção sólida dos atores envolvidos. Assim
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A necessidade de formar uma aliança na qual estivessem envolvidos grupos
empresariais, governos e outros segmentos da sociedade no enfrentamento da
má qualidade educativa advém da visão de alguns setores empresariais,
segundo a qual a amplitude e a complexidade dos problemas sociais
ultrapassariam as possibilidades do Estado ou de qualquer organização
empresarial que se proponha a agir isoladamente. Sendo assim, esses
empresários optaram por agir através de uma coalizão que passou a ter uma
evidente intervenção em diferentes âmbitos governamentais como estratégia
de controle da política educacional do país (MARTINS; KRAWCZYK, 2018,
p. 10).
De acordo com Martins e Krawczyk (2018), o MTPE foi criado em 2005 por um grupo
de empresários e lançado oficialmente através do projeto Compromisso Todos Pela Educação,
em 2006, composto por cinco metas. Há uma rede de governança constituída por presidente,
conselho de governança, conselho de fundadores e conselho fiscal e, além disso, conta com
mantenedores e apoiadores, conforme demonstra o quadro abaixo (Quadro 1), ligados ao
empresariado no país.
Quadro 1
–
Mantenedores e apoiadores do TPE
COMPOSIÇÃO DO TPE
MANTENEDORES
APOIADORES
Scheffer
Milú Villela
Antônio Carlos
Pipponzi
PATRI-Políticas Pública
Fundação Bradesco
Fundação Lemann
Burger King
Instituto MRV
Fundação Itaú Social
Instituto Penísula
Fundação Roberto
Marinho
Instituto Votorantim
Fund. Telefônica Vivo
Instituto Natura
Fund. Maria Cecília
Souto Vidigal
Arredondar
Instituto Unibanco
Família Kishimoto
Família Johannpeter
SHOULDER
Itaú BBA
FLUPP
Fundação Educar
Dpaschoal
SUZANO
Editora Moderna
Instituto Cyrela
GOL
Fonte: TPE (c2021)
Essa composição evidencia o compromisso e a corresponsabilidade de todos pela
educação brasileira, o que é justificado por seus membros pela questão de possuírem
experiência empresarial. Entretanto, entendemos que essa preocupação da classe empresarial
para com a educação pública faz parte do projeto neoliberal que visa à produção a serviço do
capital. É nesse contexto que o PJF se encontra, uma vez que ele é um programa do IU, setor
privado, e que foi implementado na EEEM Girassol, uma escola pública de Ensino Médio. O
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IU descreve como sendo a sua missão “aumentar o capital humano de jovens em situação de
vulnerabilidade” (INSTITUTO UNIBANCO, 2010, p. 17). Nesse sentido, evidenciamos a
interferência da classe empresarial na escola pública de forma organizada e articulada, porém,
apesar de o MTPE reconhecer os avanços na educação com relação ao crescimento de alunos
matriculados, este cobra do governo o fato de não garantir a permanência dos estudantes na
escola e a qualidade insatisfatória do ensino. Assim, ressalta-se que “[...] a orientação política
do neoliberalismo de mercado evidencia, ideologicamente, um discurso de crise e de fracasso
da escola pública, como decorrência da incapacidade administrativa e financeira de o Estado
gerir o bem comum” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 114).
Portanto, o MTPE aponta o Estado como o culpado pelos resultados e a sociedade por
não fiscalizar e cobrar resultados satisfatórios do Estado. Com isso, entende-se que o mesmo
seria incapaz de administrar a educação pública. Ao trazer como princípio a defesa da
corresponsabilização entre governo e sociedade, os empresários ganham espaço privilegiado
com o poder executivo e no contexto educacional, com o seu modelo de gestão empresarial, de
maneira que “[...] as orientações do TPE em relação ao que cabe à gestão e à Secretaria de
Educação pautam-se pela gestão por resultados, incorporando uma racionalidade empresarial
que tem na excelência e na eficácia os eixos do que seria uma educação de qualidade”
(MARTINS; KRAWCZYK, 2018, p. 9-10).
A influência do MTPE na educação pública brasileira ocorre devido ao seu poder de
investimento em tecnologia e de divulgação na mídia de resultados considerados exitosos, além
da ocupação de membros em cargos importantes do governo, como “[...] integrantes do
Conselho Nacional de Educação, da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação,
presidentes do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (INEP), assessores presidenciais e
mesmo o cargo de Ministro da Educação” (MARTINS; KRAWCZYK; 2018, p. 11).
Ainda segundo Martins e Krawczyk (2018), com o MTPE, diversas de suas propostas
foram incorporadas à política educacional brasileira, a frisar: o Plano de Desenvolvimento da
Educação (PDE), o Plano de Metas Compromisso Todos Pela Educação, a Avaliação Nacional
da Alfabetização (ANA) e a pressão pela Reforma do Ensino Médio.
Contudo, o ensino médio é uma etapa de ensino marcada pela disputa, um nível da
Educação Básica em que, ao longo da história, projetos antagônicos são materializados em
políticas educacionais, muitos sendo incapazes de direcionar essa etapa de ensino tão
fundamental para as juventudes, de modo que atendam às necessidades dos seus sujeitos, como
o pretenso novo ensino médio instituído pela Lei nº 13.415/2017, que direciona os jovens do
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ensino médio para uma vida precoce nos mundos do trabalho, conforme Ferretti (2018),
demonstrando fragilidade com relação às desigualdades sociais, não raro se constituindo “
[...]
seletivo e vulnerável à desigualdade social [...]
”, como exposto por Nas
cimento (2007, p. 78):
As políticas educacionais no Brasil para o Ensino Médio têm expressado o
dualismo educacional fundamentado na divisão social do trabalho, que
distribui os homens pelas funções intelectuais e manuais, segundo sua origem
de classe, em escolas de currículos e conteúdos diferentes. O ensino médio
tem sido historicamente, seletivo e vulnerável à desigualdade social.
O dualismo nas políticas do Ensino Médio configura-se por esta etapa de ensino ofertar
historicamente um ensino que valoriza determinadas disciplinas a um público elitizado, visando
ao acesso deste a um nível superior, preparando-os para a realização de atividades intelectuais
e de exercício de poder de dominação e, por outro lado, oferta um ensino voltado para o mercado
de trabalho, preparando o indivíduo para o trabalho manual, para os interesses pragmático-
utilitaristas. São políticas pensadas a partir de programas e projetos que são desenvolvidos pelo
Estado para garantir e colocar em prática os direitos previstos na Constituição Federal (BRASIL,
1988) e em outras leis, caracterizando como medidas e programas criados pelos governos com
o intuito de garantir o bem-estar da população. Entretanto, interesses de mercado acabam por
se
infiltrar
nesses processos. Segundo Souza (2006, p. 26):
Pode-se, então, resumir política pública como o campo do conhecimento que
busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou analisar essa ação
(variável independente) e, quando necessário, propor mudanças no rumo ou
curso dessas ações (variável dependente). A formulação de políticas públicas
constitui-se no estágio em que os governos democráticos traduzem seus
propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão
resultados ou mudanças no mundo real.
Com o intuito de atender a tais finalidades constitucionais, as políticas públicas são
planejadas, criadas e executadas através de um conjunto de atividades realizadas pelos poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário. O planejamento das políticas públicas desencadeia ações
que são aplicadas nas esferas federal, estadual e municipal e que afetam diretamente a vida dos
cidadãos, principalmente os da classe trabalhadora. Nesse sentido, as políticas públicas são
direitos garantidos aos cidadãos: saúde, educação, trabalho, lazer, assistência social, meio
ambiente, cultura, moradia e transporte. Salienta-
se que elas “
[...] repercutem na economia e
nas sociedades, daí porque qualquer teoria da política pública precisa também explicar as inter-
relações entre Estado, política, economia e sociedade” (SOUZA
, 2006, p. 25).
A consolidação dos direitos do cidadão às políticas públicas encontra-se na Constituição
da República Federativa do Brasil de 1988, em especial nos artigos 198, 204 e 206, pois tratam
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especificamente da criação de conselhos de políticas públicas no âmbito da saúde, assistência
social e educação nas três esferas de governo. Tais conselhos possuem função fiscalizadora,
mobilizadora, deliberativa e consultiva (BRASIL, 1988).
As “políticas públicas, após desenhadas e formuladas, desdobram
-se em planos,
programas, projetos, bases de dados ou sistema de informação e pesquisas. Quando postas em
ação, são implementadas, ficando daí submetidas a sistemas de acompanhamen
to e avaliação”
(SOUZA, 2006, p. 26). A Figura 1 demonstra como se estrutura o processo de formulação das
Políticas Públicas.
Figura 2
–
O ciclo das Políticas Públicas
Fonte: Andrade (2016)
De acordo com Baptista e Rezende (2011), Najberg e Barbosa (2006); Ribeiro (2009,
apud DALFIOR; LIMA; ANDRADE, 2015), as fases a seguir são fundamentais para
compreender como ocorre o ciclo das Políticas Públicas:
1. Formação da agenda
: É o início da elaboração da política pública, pois é no
planejamento que se verificam, através de dados, os problemas existentes de caráter prioritário,
bem como recursos disponíveis. Por ser de caráter flexível, nem tudo o que é colocado na
agenda é realizado de imediato, dado que a realização do planejamento depende de fatores como
avaliação do custo-benefício, estudo do cenário local e suas necessidades, recursos disponíveis,
a urgência que o problema pode tomar por uma provável mobilização social, e a necessidade
política.
2. Formulação de políticas
: Nessa fase, apresentam-se soluções ou alternativas
possíveis de solucionar um problema, através de propostas e planos, em que também são
decididos os objetivos, programas, projetos e ações.
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3. Processo de tomada de decisão:
Fase de definição de recursos e prazo temporal da
realização da ação da política.
4. Implementação:
Momento em que o planejamento é transformado em ação. É a fase
de realização com direcionamento de recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos
para a execução da política.
5. Avaliação:
Essa fase é determinante para as políticas públicas, posto que permite o
controle e a supervisão da política, devendo ser realizada em todas as fases do ciclo,
possibilitando a correção de possíveis falhas durante o processo; assim, a avaliação é
fundamental para que ocorra o sucesso da ação.
Foi a fase 4, a da Implementação, que analisamos o PJF. Considerando tratar-se de uma
política educacional, buscamos saber em que direção ocorreu essa implementação no contexto
do ProEMI na EEEM Girassol, entre a lógica de mercado e a perspectiva de formação ampla,
por tratar-se de uma parceria público-privada.
Vázquez e Delaplace (2011, p. 36) vão mais além, afirmando que a política pública
possui um ciclo de vida interminável e que é
“
[...] formada por sete processos: entrada do
problema na agenda pública, estruturação do problema, conjunto de soluções possíveis, análise
dos pontos positivos e negativos das mesmas, tomada de decisão, implementação e avaliação
”
.
Assim, as tipologias das políticas públicas são instrumentos de classificação utilizados
para interpretar e analisar dados referentes às mesmas, considerando sua complexidade. Desse
modo, descrevemos algumas dessas tipologias nos Quadros 2 e 3.
Quadro 2
–
Âmbito das Políticas Públicas Sociais
NO ÂMBITO DAS POLÍTICAS SOCIAIS
Políticas compensatórias
São políticas implementadas ou patrocinadas pelo Estado com o objetivo de
resgatar ou minimizar distorções sociais profundas. Ex.: políticas de cotas,
políticas de demarcação de terras indígenas etc.
Políticas emancipatórias
São políticas destinadas ao empoderamento e autonomização dos grupos
sociais inicialmente vulneráveis, de tal maneira que ganham independência
frente à ação do Estado.
Fonte: IGEPP ONLINE (c2022)
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Quadro 3
–
Classificação das Políticas Públicas com base em Teodore J. Lowi (1964)
Distributivas
Tem objetivos setoriais ou pontuais. Ex.: Implantação de hospitais, escolas, benefício de
prestação continuada, bolsa família etc.
Redistributivas
Tem por objetivo redistribuir rendas, alocando bens e serviços a segmentos específicos
da sociedade. Ex.: Reforma agrária, distribuição dos
royalties
do petróleo etc.
Regulatórias
Tem por objetivo regular determinado setor, estabelecendo obrigatoriedades, interdições
e condições sob as quais podem e devem ser realizados determinados comportamentos.
Ex.: Código de trânsito, Legislação trabalhista etc.
Constitutivas
As que lidam com procedimentos, definindo competências, regras de disputa política e
elaboração de políticas públicas.
Fonte:
Secchi (2012)
Dessa forma, conhecer a classificação das políticas públicas permite que o cidadão
compreenda o que leva à adoção de uma política em detrimento de outra em nosso país. Assim,
é necessário pontuar que estas possuem intencionalidades políticas, portanto, estão suscetíveis
a mudanças de acordo com o movimento político. Para Saviani (2008, p. 7):
A política educacional diz respeito às decisões que o Poder Público, isto é, o
Estado, toma em relação à educação. Tratar, pois, dos limites e perspectivas
da política educacional brasileira implica examinar o alcance das medidas
educacionais tomadas pelo Estado brasileiro.
As políticas públicas educacionais referem-se a tudo aquilo que um governo faz ou deixa
de fazer em relação à educação. Dessa forma, entende-se que são ações realizadas ou não no
campo educacional, as quais partem do poder público, cujo objetivo principal é promover o
bem comum, em termos ideais, posto interesses de mercado a nela se
infiltrarem
, e se
materializar através de planos, programas e projetos. No Brasil, as políticas públicas
educacionais têm mantido o foco de forma mais específica nas questões escolares, segundo o
que é apontado no contexto histórico.
Diante do exposto, evidenciou-se que a influência do setor privado nas políticas
educacionais brasileiras está firmada em uma organização coesa que apresenta interesses dos
grupos hegemônicos com ideologias neoliberais. Como é uma rede formada por um grupo que
possui o poder do capital e defende seus interesses, consegue fazer-se presente em diferentes
espaços do governo, seja no executivo ou o legislativo, e ainda consegue influenciar a gestão
pública com o seu modelo de gestão empresarial, como o que ocorreu por meio do PJF e sua
implementação em um conjunto de escolas no país, como a EEEM Girassol.
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A última etapa da Educação Básica no Brasil: um percursos histórico
–
entre retrocessos
e processos
Em nossas análises sobre a relação da lógica de mercado nas políticas educacionais para
o ensino médio, partimos da compreensão de que a Educação Básica é permeada por dilemas,
sendo elas: a garantia do direito à Educação Básica, universalização da Educação Básica,
erradicação do analfabetismo e formação de professores. Esses dilemas, contudo, podem estar
sob uma perspectiva de formação ampla, oposição a desigualdades sociais, ou sob uma lógica
mercantil, com a manutenção de desigualdades sociais. E a história da educação brasileira é
marcada por esses antagonismos, no interior de uma sociedade de classes.
Nessa perspectiva, por exemplo, a primeira reforma educacional nacional, realizada pelo
Ministro da Educação e Saúde Francisco Campos, conhecida como “Ref
orma Francisco
Campos”, regulamentou e organizou o ensino secundário brasileiro fixando uma série de
medidas, como: a ampliação de anos do ensino secundário e sua divisão em dois ciclos,
currículo seriado, a obrigatoriedade da frequência dos alunos às aulas, imposição de um sistema
de avaliação dos discentes regular e sistematizada e a reestruturação do sistema de inspeção
federal. Essa reforma foi efetuada através do Decreto nº 18.890/31, cujo objetivo era produzir
estudantes secundaristas produtivos que atendessem à sociedade capitalista que estava se
consolidando naquele período (1930) (SAVIANI, 2014). Essa reforma é um marco histórico,
pois rompeu com estruturas construídas nessa etapa de ensino ao longo da história, porém não
rompeu com a tradicional educação voltada para atender às necessidades das elites, como o que
vem ocorrendo com por meio da Lei nº 13.415/2017 (FERRETTI, 2018).
Com a “Reforma de Capanema de 1942 e 1943”, sob a consultoria de Roberto Mange e
Lourenço Filho, foi instituído o conjunto das Leis Orgânicas da Educação Nacional, a saber: a)
Lei orgânica do ensino secundário, de 1942; b) Lei orgânica do ensino comercial, de 1943; c)
Leis orgânicas do ensino primário, de 1946. Nas leis orgânicas, firmou-se o objetivo do ensino
secundário de formar as elites condutoras do país, a par do ensino profissional, este mais voltado
para as necessidades emergentes da economia industrial e da sociedade urbana, ocorreu também
a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem (SENAI) (SAVIANI, 2014).
Dentre as mudanças decisivas nessa etapa de ensino, encontram-se a Lei Federal nº
1.076/50 (BRASIL, 1950), que permitiu que concluintes de cursos profissionais ingressassem
em cursos superiores, desde que comprovassem nível de conhecimento indispensável à
realização dos aludidos estudos. A plena equivalência entre os cursos, com a equiparação, para
todos os efeitos, do ensino profissional ao ensino propedêutico, ocorreu com a efetivação da
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primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei Nº 4.024, de 20 de dezembro de
1961 (BRASIL, 1961).
Outro marco decisivo foi a promulgação da Lei no 5.692/71 (BRASIL, 1971), que
reformou a Lei nº 4.024/61 (BRASIL, 1961), no que se refere ao, então, ensino de 1º e de 2º
graus. Note-se que ocorreu aqui uma transposição do antigo ginasial, até então considerado
como fase inicial do ensino secundário, para constituir-se na fase final do 1º grau de oito anos
(BRASIL, 2012).
Com relação ao 2º grau (correspondente ao atual ensino médio), a profissionalização
torna-se obrigatória, supostamente para eliminar o dualismo entre uma formação clássica e
científica, preparadora para os estudos superiores e, outra, profissional (industrial, comercial e
agrícola), além do Curso Normal, destinado à formação de professores para a primeira fase do
1º grau. No entanto, a implantação generalizada da habilitação profissional trouxe, entre seus
efeitos, sobretudo para o ensino público, a perda de identidade que o 2º grau passara a ter, seja
a propedêutica para o Ensino Superior, seja a de terminalidade profissional. Passada uma
década, foi editada a Lei no 7.044/82 (BRASIL, 1982), tornando facultativa essa
profissionalização no 2º grau (BRASIL, 2012).
O marco histórico decisivo mais recente ocorreu com atual Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), a Lei Federal nº 9.394/96 (BRASIL, 1996), que ainda vem
recebendo sucessivas alterações e acréscimos. A LDB, em consonância com a Constituição
Federal de 1988, define o ensino médio como uma etapa do nível denominado Educação Básica,
constituído pela educação infantil, pelo ensino fundamental e pelo ensino médio, sendo esta sua
etapa final (BRASIL, 1988, 1996).
Dentre as alterações ocorridas na LDB (BRASIL, 1996), destacam-se:
Lei nº 11.741/2008, a qual redimensionou, institucionalizou e integrou as
ações da Educação Profissional Técnica de Nível Médio, da Educação de
Jovens e Adultos e da Educação Profissional e Tecnológica. Foram alterados
os artigos 37, 39, 41 e 42, e acrescido o Capítulo II do Título V com a Seção
IV-
A, denominada “Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio”, e
com os artigos 36-A, 36-B, 36-C e 36-D. Esta lei incorporou o essencial do
Decreto nº 5.154/2004, sobretudo, revalorizando a possibilidade do Ensino
Médio integrado com a Educação Profissional Técnica, contrariamente ao que
o Decreto nº 2.208/97 anteriormente havia disposto (BRASIL, 2013).
De acordo com a LDB, a finalidade do ensino médio é a preparação para o
prosseguimento dos estudos, a preparação básica para o trabalho e o exercício da cidadania.
Determina, ainda, uma base nacional comum e uma parte diversificada para a organização do
currículo escolar. Em 1998, foram formuladas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o
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Ensino Médio, que destacam que as ações administrativas e pedagógicas dos sistemas de ensino
e das escolas devem ser coerentes com princípios estéticos, políticos e éticos, abrangendo a
estética da sensibilidade, a política da igualdade e a ética da identidade (BRASIL, 1998).
O Ensino Médio, sendo uma etapa da Educação Básica, faz parte desse cenário de
desigualdades. Portanto, a LDB nº 9.394/1996, no seu artigo 4º, inciso II, determina que é dever
do Estado a “progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio” (BRASIL
,
1996).
Em consonância com a LDB nº 9.394/1996 (BRASIL, 1996), o Plano Nacional de
Educação (PNE), Lei nº 10.172/2001, estabeleceu metas para a educação brasileira, com
vigência de dez anos, visando a garantir dentro desse espaço de tempo, dentre outros avanços,
a elevação global do nível de escolaridade da população, a melhoria da qualidade de ensino em
todos os níveis, a redução das desigualdades, tanto sociais quanto regionais, a ampliação do
atendimento na Educação Infantil, no Ensino médio e no Ensino Superior (BRASIL, 2001).
Outro marco muito importante para o ensino médio foi a instituição e regulamentação
do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos
Profissionais da Educação (FUNDEB), através da Lei nº 11.494/ 2007, em substituição ao
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério (FUNDEF), que não contemplava o ensino médio (BRASIL, 2007).
Outra política para essa etapa de ensino foi a instituição do Pacto Pelo Fortalecimento
do Ensino Médio, através da Portaria nº 1.140/2013, assim,
[...] MEC e as secretarias estaduais e distrital de educação, [...] assumem o
compromisso com a valorização da formação continuada dos professores e
coordenadores pedagógicos que atuam no ensino médio público, nas áreas
rurais e urbanas, em consonância com a Lei nº 9.394, de 1996, e com as
Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio, instituídas na Resolução
CNE/CEB nº 2, de 30 de janeiro de 2012 (BRASIL, 2013).
Portanto, o Pacto foi um compromisso firmado com foco na formação continuada dos
professores e coordenadores pedagógicos do ensino médio, bem como a discussão com os
professores de práticas que se alinhassem com as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino
Médio
–
DCNEM (BRASIL, 2013).
Com relação especificamente à expansão do ensino médio, o atual PNE, em consonância
com o que prevê a Constituição Federal, no seu artigo 208, traz a
Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população
de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do período de vigência
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deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% (oitenta e
cinco por cento) (BRASIL, 2014, p. 22).
Porém, para que haja essa expansão no Ensino Médio, as políticas públicas educacionais
devem ser efetivadas desde a educação infantil, pois o Ensino Médio é a última etapa da
Educação Básica e, para chegar até ela, o aluno tem de passar pelas demais etapas. Assim, todo
esse caminho percorrido por ele deve ser tratado com zelo por parte do Estado, sendo necessário
garantir também a permanência desses alunos e o seu aprendizado, para que não fiquem pelo
caminho, que seria a reprovação ou mesmo o abandono dos estudos durante o percurso da
Educação Básica. Nesse sentido, a implementação de políticas públicas educacionais efetivas
corroboram para que alunos, que se encontram na situação de vulnerabilidade social, consigam
completar todo o processo da Educação Básica, e com êxito. Ademais
, “sabemos todos que a
distribuição de renda e da riqueza no país determina o acesso e a permanência dos estudantes
na escola” (CURY, 2002, p. 169).
Diante desse contexto, há necessidade de reflexão e ação que venha ao encontro das
necessidades desses sujeitos, que têm sofrido com a falta de políticas educacionais eficazes,
porém do ponto de vista da necessidade dos sujeitos que se constituem público-alvo dessa etapa
de ensino:
[..] o alarmante é o que revela a última Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) sobre a negação do direito ao ensino médio aos jovens
brasileiros. São 18 milhões de jovens entre 15 e 24 anos estão fora da escola
e 1.8 milhão, em idade de estar no ensino médio, não estão frequentando. Na
faixa de entrar na universidade, 18 a 24 anos, 16,5 milhões de jovens, ou seja,
69,1% não estudam
. Pode-se concluir que o Brasil não tem de verdade
ensino médio
(FRIGOTTO, 2013, p. 1).
De
acordo com o autor,
a falta de estrutura do ensino médio, somada ao processo de
mercantilização da escola, às concessões que o Estado, faz às empresas privadas e à
interferência que essas empresas privadas realizam dentro da escola, tem gerado ao longo da
história da educação a desigualdade na escola básica (FRIGOTTO, 2013).
Assim, fica evidente que o Estado burguês fortalece uma formação em prol do mercado,
cujo contexto histórico denota seu início a partir do século XX, após a segunda Guerra Mundial
com o objetivo de obter lucros, surgem as empresas multinacionais e transnacionais que se
fortaleceram com as práticas monopolistas, modelo vigente até os dias atuais, as quais são
baseadas nas leis das instituições financeiras e de grandes grupos empresariais, num contexto
de globalização e consolidação do projeto neoliberal. Neste sentido, há a predominância do
interesse capitalista em formar sujeitos para a eficiência produtiva do mercado e não para o
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desenvolvimento humano integral. O processo de foramação em prol do mercado e do mercado
de formação, se materializa no Ensino Médio, através das formações minimalistas ofertadas
para esssa etapa de ensino, tanto para docentes, quanto para os discentes por meio da parceria
público
–
privada, como exemplo podemos citar a parceria entre o Programa Ensino Médio
Inovador (ProEMI), do Ministério da Educação/MEC, com o Projeto Jovem de Futuro (PJF),
do Instituto Unibanco/IU, cujo objetivo da classe empresarial é através da dinâmica capitalista
da acumulação, manter o proletariado em condições de dependência econômica, gerando mão
de obra barata, fazendo com que esse trabalhador tenha que vender sua força de trabalho para
a garantia da sua subsistência. No entanto, apesar da escola estar inserida dentro de um Estado
burguês, ela é um espaço de formação da classe trabalhadora, portanto, é necessário dentro
desse espaço, trabalhar a construção dos intelectuais orgânicos da classe trabalhadora e assim,
fortalecer a luta por uma construção de uma educação de qualidade social que está em disputa,
pois, “a escola é o instrumento para elaborar os intelectuais de diversos níveis [...
], nesse
sentido, se essa escola estiver baseada nos princípios do capitalismo, ela será voltada para a
garantia dos interesses da classe hegemônica (GRAMSCI, 2006 p. 19).
De acordo com Cury (2002), a ação responsável do Estado e suas obrigações
correspondentes é a mola insubstituível para a garantia do direito à Educação Básica, ofertada
como um direito público do cidadão e não como mercadoria. Portanto, a preocupação com o
acesso do jovem ao ensino médio, bem como sua conclusão e prosseguimento de seus estudos,
devem estar para além da preocupação mercadológica, pois se trata da garantia de um direito
básico, social e subjetivo desse sujeito.
A partir do ano do ano de 2016, o governo de Michel Temer (2016-2019) surge um
conjunto de políticas educacionais que se apresentam na contramão do PNE. Dentre essas
políticas podemos citar a Emenda Constitucional n. 95/2016 (BRASIL, 2016), também
conhecida como Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos, Proposa de Emenda
constitucional - PEC do Teto, PEC 241,
e PEC 55. Trata-se da limitação de gastos com despesas
públicas brasileiras com validade prevista para 20 anos (BRASIL, 2016). A Reforma do ensino
médio através da Medida Provisória - MP 746/2016, que resultou na Lei nº 13.415/2017, a qual
promove alterações na estrutura do ensino médio, como o ensino da arte e Educação Física que
se tornam facultativos, torna-se obrigatório o ensino de Língua Inglesa, facultando outros
idiomas. Assim, o currículo passa a ser composto pela:
[...] BNCC e pelos itinerários formativos específicos definidos em cada
sistema de ensino e com ênfase nas áreas de linguagens, matemática, ciências
da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. Dá
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autonomia aos sistemas de ensino para definir a organização das áreas de
conhecimento, as competências, habilidades e expectativas de aprendizagem
definidas na BNCC (BRASIL, 2016).
Apesar dos diversos protestos, a BNCC foi aprovada pelo CNE em dezembro de 2018,
após ter sido homologada pelo MEC, sendo que deveria ser adotada por todas as escolas até
2022. A questão é que esse movimento do setor privado no setor público, marcado por planos
e programas que materializam interesses mercantilistas, que tornam mínima a formação das
juventudes do ensino médio, precisa ser contraposto, em prol de projetos de formação por
inteiro, como destaca Ciavatta (2020).
Considerações finais
Durante o percurso desse trabalho, a partir da análise das literaturas do contexto
histórico, dos conceitos estudados e apresentados, evidenciamos que as políticas públicas para
se concretizarem passam por um processo de formação denominado de ciclo de políticas
públicas, possuindo cinco etapas fundamentais para que sejam consubstanciadas.
No Brasil, ao analisarmos as políticas públicas educacionais, evidenciamos um
dualismo histórico, um processo de disputa em que desvela a divisão de classes sociais quando
observamos, ao longo do processo histórico, a oferta de ensino com formação intelectual
voltada parra a elite de um lado e do outro a oferta de um ensino
minimalista
que objetiva
formar mão de obra barata, que não considera o aprendiz em outras dimensões: social, cultural,
linguística, dentre outras.
As políticas educacionais de certa forma estão debaixo de pressões exercidas pelos
organismos internacionais, fruto de uma política de globalização cujo foco é atender aos
objetivos do projeto neoliberal que é fortalecer o poder da classe dominante; para tanto, utiliza-
se do discurso de que a liberdade individual, a autonomia, o livre comércio e o incentivo à
concorrência, garante o crescimento econômico e social do país.
Neste sentido, ao longo desse processo, várias políticas educacionais foram criadas,
havendo alguns avanços, porém também se fortaleceu a parceria público-privada,
principalmente a partir das políticas dos anos 1990 com o governo de Fernando Henrique
Cardoso (1995 – 2002). O Movimento Todos Pela Educação - MTPE é um exemplo claro de
uma organização empresarial que atua nas políticas públicas educacionais. Trata-se da
interferência da classe empresarial na gestão pública, buscando
culpabilizar
o Estado pelos
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resultados insatisfatório a partir do seu ponto de vista e apresentar seu modelo de gestão
empresarial como eficaz.
O ensino médio, última etapa da Educação Básica, o dualismo nas políticas educacionais
voltadas para esse público, é ainda mais evidente, para o público mais elitizado historicamente
quanto ao acesso ao nível superior, e para a grande parte da população, a preparação da mão de
obra barata, o trabalho manual.
Diante do exposto, evidenciamos que há um processo de mercantilização das escolas a
partir das concessões feitas pelo Estado através da parceria público-privada, onde empresas
lucram em ofertar formação nos seus moldes para as escolas públicas. É necessário aprofundar
os estudos através de pesquisas sobre os lucros que o mercado tem sobre a educação, tanto
financeiro quanto ideológico, bem como fortalecer o movimento de resistência e luta em defesa
da democratização e da garantia de uma educação pública de qualidade social.
No decorrer dessa dessa pesquisa, evidenciamos ainda que a relação público-privada foi
se constituindo historicamente a partir da década de 1990 com a Conferência Mundial sobre
Educação pata Todos (Conferência de Jomtien), materializando-se ainda nessa mesma década
com a Reforma do Aparelho do Estado (1990). Esse percurso histórico nos mostra que as
políticas públicas educacionais brasileira têm sido delinedas nas diferentes instâncias do
governo, a partir das negociações e acordos entre as esferas pública e privada.
Evidencia-se também que as políticas educacionais voltadas para o ensino médio
apresentam um dualismo histórico com formação intelectual voltada para o público elitizado e
a formação minimalista com foco nas necessidades do mercado capitalista, visando gerar mão
de obra barata. Com o processo de globalização, os organismos internacionais e o
neoliberalismo passaram a exercer forte pressão para que o Brasil apresente políticas
educacionais que venham de encontro com o projeto neoliberal.
Neste sentido, o projeto neoliberal da classe empresarial apresenta-se muito bem
articulado para atender seus próprios interesses dentro da escola pública, o Movimento Todos
Pela Educação (MTPE), que é um Aparelho Privado de Hegemonia (APH), é um exemplo dessa
articulação, pois trata-se de uma organização empresarial que apresenta forte influência na
educação pública brasileira, devido ter membros que fazem parte dessa organização que
ocupam cargos importantes no governo, bem como possuir poder midiático e tecnológico.
Compreendemos que a influência do setor privado nas políticas educacionais brasileiras
é consolidada a partir de uma organização coesa que representa os interesses dos grupos
hegemônicos com ideologias neoliberais, contra os quais é preciso a luta a favor de um projeto
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Relações empresariais e políticas públicas educacionais para o ensino médio: A formação para o mercado e o mercado da formação
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022117, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16947
21
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integrado, para o qual a formação por inteiro às juventudes é um norte.
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Elsivan Machado Barbosa da Silva LIMA e Doriedson do Socorro RODRIGUES
RPGE
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Elsivan Machado Barbosa da Silva LIMA e Doriedson do Socorro RODRIGUES
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Como referenciar este artigo
LIMA, E. M. B. S.; RODRIGUES, D. S. Relações empresariais e políticas públicas
educacionais para o ensino médio: A formação para o mercado e o mercado da formação.
Revista on line de Política e Gestão Educacional
, Araraquara, v. 26, n. 00, e022117, jan./dez.
2022. e-ISSN: 1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16947
Submetido em
: 10/12/2021
Revisões requeridas em
: 16/01/2022
Aprovado em
: 23/02/2022
Publicado em
: 30/09/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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Business relations and educational public policies for high school: Training for the market and the training market
RPGE
–
Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022117, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16947
1
BUSINESS RELATIONS AND EDUCATIONAL PUBLIC POLICIES FOR HIGH
SCHOOL: TRAINING FOR THE MARKET AND THE TRAINING MARKET
RELAÇÕES EMPRESARIAIS E POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS PARA O
ENSINO MÉDIO: A FORMAÇÃO PARA O MERCADO E O MERCADO DA
FORMAÇÃO
RELACIONES COMERCIALES Y POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONALES PARA
LA EDUCACIÓN SECUNDARIA: LA FORMACIÓN PARA EL MERCADO Y EL
MERCADO DE LA FORMACIÓN
Elsivan Machado Barbosa da Silva LIMA
1
Doriedson do Socorro RODRIGUES
2
ABSTRACT:
This text discusses public policies and the relationship between the market and
the public. Thus, we present a brief historical context in which the dispute process of
construction of Brazilian education is evidenced, considering, as one of the central policies,
the National Pact for the Strengthening of Secondary Education, which articulates and
coordinates actions and strategies between the Union and governments. state and district in
the formulation and implementation of policies, with a view to allegedly raising the quality
standard of this stage of education in its different modalities. The qualitative approach
methodology is used by a literature review and document analysis of documents from
Instituto Unibanco (IU), as well as Theses and Dissertations, based on Severino (2018) and
Bardin (1997). We show, from this study, that the public-private relationship was historically
constituted from the 1990s with the World Conference on Education for All (Jomtien
Conference), materializing in that same decade with the Reform of the Apparatus of State, in
the case of making market interests through education and its policies.
KEYWORDS
: High school. Public-private partnership. Public policy cycle. Training.
RESUMO:
Este texto discute sobre políticas públicas e as relações entre o mercado e o
público. Assim, apresentamos um breve contexto histórico em que evidencia o processo de
disputa de construção do ensino brasileiro, considerando, como uma das políticas centrais, o
Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, que articula e coordena ações e
estratégias entre a União e os governos estaduais e distrital na formulação e implantação de
políticas, com vistas a pretensamente elevar o padrão de qualidade dessa etapa de ensino em
suas diferentes modalidades. A metodologia de abordagem qualitativa é cunhada por uma
revisão bibliográfica e análise documental de documentos do Instituto Unibanco (IU), bem
1
Federal University of Pará (UFPA), Belém
–
PA
–
Brazil. Basic Education Teacher. Master's degree from the
Graduate Program in Curriculum and School Management (PPEB/UFPA). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-
4089-6425. E-mail: elsivan.machado@gmail.com
2
Federal University of Pará (UFPA), Cametá
–
PA
–
Brazil. Professor of the Graduate Program in Education
and Culture. Graduate Program in Curriculum and School Management (PPEB/NEB/UFPA). Network Doctorate
Program (EDUCANORTE/NEB/UFPA). Doutorado em Educação (UFPA). ORCID: https://orcid.org/0000-
0002-5120-2484. E-mail: doriedson@ufpa.br
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Elsivan Machado Barbosa da Silva LIMA and Doriedson do Socorro RODRIGUES
RPGE
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Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022117, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16947
2
como Teses e Dissertações, com base em Severino (2018) eBardin (1997).Evidenciamos, a
partir deste estudo, que a relação pública
–
privada foi se constituindo historicamente a
partir da década de 1990 com a Conferência Mundial sobre Educação para Todos
(Conferência de Jomtien), materializando-se ainda nessa mesma década com a Reforma do
Aparelho do Estado, tratando-se de se fazer por meio da educação e suas políticas os
interesses de mercado.
PALAVRAS-CHAVE:
Ensino médio. Parceria público-privada. Ciclo de políticas públicas.
Formação.
RESUMEN
:
Este texto discute las políticas públicas y las relaciones entre el mercado y el
público. Así, presentamos un breve contexto histórico en que se evidencia el proceso
disputado de construcción de la educación brasileña, considerando, como una de las
políticas centrales, el Pacto Nacional de Fortalecimiento de la Escuela Secundaria, que
articula y coordina acciones y estrategias entre la Unión y los gobiernos estatales y
distritales en la formulación y políticas, con miras a supuestamente elevar el estándar de
calidad de esta etapa de la enseñanza en sus diferentes modalidades. La metodología de
abordaje cualitativo está acuñada por una revisión bibliográfica y análisis documental de
documentos del Instituto Unibanco (IU), así como Tesis y Disertaciones, basadas en Severino
(2018) y Bardin (1997). Evidenciamos, a partir de este estudio, que una relación público-
privada se constituyó históricamente a partir de la década de 1990 con la Conferencia
Mundial sobre Educación para Todos (Conferencia Jomtien), materializándose aún en la
misma década con la Reforma del Aparato del Estado, tratando de hacer a través de la
educación y sus políticas intereses de mercado.
PALABRAS CLAVE:
Educación
s
ecundaria. Colaboración público-privada. Ciclo de
políticas públicas. Formación.
Introduction
In the following paper, we present the results of a documentary and bibliographical
research on the relationship between public policies for secondary education and the capitalist
market, questioning: what is the relationship between the cycle of public policies for
secondary education and the capitalist market, considering the historical context of Brazilian
public education, in terms of training processes - training for the market or training market?
3
This is a research with qualitative approach, considering, from Minayo (2022), the
meanings, values, attitudes and motives, around the relationship Training, High School,
Public Policies and Capitalist Market, which were inferred from the examination of
3
The research presented here is the result of the investigative process that substantiated the Master's dissertation,
entitled
“
Implementação do Projeto Jovem de Futuro em Marabá/PA (2012-2014) no contexto da Escola de
Ensino Médio Girassol: Entre a lógica de mercado e a perspectiva de formação ampla
”,
presented in 2021 at the
Post-Graduate Program in Curriculum and School Management (PPEB/UFPA), by Elsivan Machado Barbosa da
Silva Lima, under the supervision of Prof. Doriedson do Socorro Rodrigues.
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Business relations and educational public policies for high school: Training for the market and the training market
RPGE
–
Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022117, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16947
3
documents analyzed through the categorization strategy of content analysis, according to
Bardin (1997).
The documents analyzed, from Severino (2018), come from Unibanco Institute - IU
4
,
which support the Young People of the Future Project -
Projeto Jovem de Futuro
(PJF in the
Portuguese acronym) and ProEMI, such as the ProEMI's creation decree, documents on the
implementation of the
Projeto Jovem de Futuro
in schools, training documents offered to the
two managers (principal and pedagogical coordinator), Action Plan and reports of the actions
implemented at Girassol State High School
5
.
We also consulted Theses and Dissertations from the
Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
- CAPES (Coordination for the Improvement
of Higher Education Personnel) database, considering the period 2011 - 2014, focusing on
public policies for high school and market relations, in order to understand the formative
perspective, if in favor of a
formation for the market
or if for an institutionality of a
market of
formation
.
Theoretically, we understand that public policies are rights of citizens guaranteed in
the 1988 Federative Republic of Brazil Constitution (BRAZIL, 1988), assuming, however, to
become concrete, that they go through a process of formulation, called cycle of public
policies, namely: 1) Formation of the agenda; 2) Policy Formulation; 3) Decision-making
process; 4) Implementation; 5) Evaluation (BAPTISTA; REZENDE, 2011; NAJBERG;
BARBOSA, 2006; RIBEIRO, 2009 apud DALFIOR; LIMA; ANDRADE, 2015; VIANA;
BAPTISTA, 2009), resulting in disputed projects, considering the contradictions between
capital and labor.
We also understand that in Brazil, public educational policies present, according to
Araujo (2019), a historical dualism in educational policies for high school, with, on the one
hand, the offer of education for the elite public focused on intellectual and educational
training. , on the other hand, the offer of a minimalist education, focused on the interests of
the capitalist market, whose objective is to prepare the individual for manual work, aiming to
generate cheap labor to meet the neoliberal project.
From these two understandings, we consider that educational policies are designed in
different instances of government, through the participation, negotiation and induction of
different public and private spheres, through public-private partnerships, which were
reinforced in the 1990s, following the scenario of globalization and competitiveness,
4
Available: https://www.institutounibanco.org.br/. Access on: 10 Feb. 2021.
5
This is the fictitious name of an analyzed high school in the city of Marabá, Pará.
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Elsivan Machado Barbosa da Silva LIMA and Doriedson do Socorro RODRIGUES
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4
contributing greatly to the All for Education Movement
–
Movimento Todos Pela Educação
(MTPE in the Portuguese acronym).
This business organization, with technological and media power, has been making
interventions in educational policies, fostering both training for the market and instituting the
training market, materializing mercantile interests, although there is also the struggle for
humanizing training processes, such as integrated high school, according to Ciavatta (2020).
In this paper, however, we seek to understand the public-private relationship, in terms of
public policies for secondary education, within the binomial training for the market and the
training market.
That said, we emphasize that this exposition, besides the introduction and final
considerations, presents a section in which we discuss public policies and the relations
between the market and the public. Next, we discuss secondary education and market
relations.
Public policies and market-public relations
In this section, we discuss educational public policies as governmental actions that
impact the lives of subjects, as well as the relationship between the market and the public in
the field of Brazilian education, presenting the globalization scenario strengthened since the
1990s and its relationship with the business management model introduced in public schools
of the state high school network.
As far as public educational policies are concerned, we consider that the business class
is interested in influencing public management with its business management model. To this
end, through their analyses and interference, they seek to discredit the existing model of
public management, blaming the State for the alleged unsatisfactory results in basic
education.
This dispute, however, around management models of educational policies, has
historical reasons in the Brazilian scenario, not infrequently the economic sector seeking to
mark its interests from the dominance of state forces and civil society, through government
agencies responsible for education (SAVIANI, 2014). The creation of management territories
for Brazilian education often serves, therefore, market interests.
In this perspective, for example, with the Revolution of 1930, the Organic Laws of
Education created the National Service of Commercial Learning (SENAC) and the
fundamental legal documents, and the agrarian import system, replaced by the industrial one,
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generated a demand for industry and factories, causing the need for manpower, imposing a
rethinking of education by the State. In this context, according to Saviani (2014), the trend of
Professional Education emerged, aiming to educate for the labor market. In 1932, however,
the Manifesto of the Pioneers of Education was released, whose main objective was the
defense of quality public school, universalization and renewal of education; the Ministry of
Education and Public Health was then created.
In the 1990s, the scenario turns to globalization, neoliberalism, competitiveness, and
education follows this trend of a supposed modernity, considering the interests of capital. In
that same year the World Conference on Education for All (Jomtien Conference) took place in
Thailand, whose objective was to establish worldwide commitments to guarantee to all people
the basic knowledge necessary for a decent life, guided by a market logic. The event was
attended by the United Nations Educational, Scientific, and Cultural Organization (UNESCO),
the United Nations International Children's Emergency Fund (UNICEF), with the support of
the World Bank, among other organizations. It should be noted that during this conference a
declaration with pre-established commitments was born, of which Brazil was a signatory
(SILVA; ABREU, 2008).
According to what is described in the World Declaration on Education for All, the
governments that participated in the conference and signed the Jomtien Declaration
committed themselves to invest, mainly, in Basic Education, in order to ensure the survival of
the population, full development of capabilities, dignified life and work, improvement in
quality of life, among others (UNESCO, 1990), but under the logic of competitiveness and
neoliberalism.
From these considerations, we highlight that educational public policies are built from
three levels of influence: international, national, and local. In the international field, we cite
the influence of the World Bank, which has a neoliberal ideology and is promoted by
International Financing Organizations. It is a great reinforcer of the idea of the educational
crisis, pointing to the State itself as the culprit and presenting the solution in private initiative.
It still recognizes the expansion of access to school quantitatively, but denotes a crisis of
"efficiency" and "effectiveness", being that "[...] the orientation of the World Bank (1995) has
been to educate to produce more and better" (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p.
107-108), showing its mercantile logic. This causes actions and reactions in the national and
local context, in the school context.
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These international organizations, globalization, and neoliberalism exert a certain
pressure on Brazil to present educational policies that are in line with their objectives. The
Economic Commission for Latin American and Caribbean Development (ECLAC), whose
motto is "citizenship, competitiveness, and equality", defends that it is necessary to strengthen
citizenship, competitiveness, and equality in Latin America and the Caribbean through
education. Moreover, it advocates investment in Basic Education; however, it has a pragmatic
view and defends flexible education. According to Libâneo, Oliveira, and Toschi (2012, p.
107):
The expansion of education and knowledge, necessary for capital and for the
globalized technological society, is based on concepts such as modernization,
diversity, flexibility, competitiveness, excellence, performance, ranking,
efficiency, decentralization, integration, autonomy, equity, etc. These
concepts and values are based, above all, on the private sphere, having to do
with business logic and the new world economic order.
Still in the field of International Organizations, between 1993 and 1996 an
International Commission on Education for the 21st Century was organized and chaired by
the Frenchman Jaques Delors, with the objective of analyzing the educational situation in the
world and generating a report for UNESCO and, based on it, to start a process of globalized
educational reform. The report stated that investment in education promotes peace, democracy,
multiculturalism, and economic development, and pointed out, as challenges for the education
of the 21st century, the entry of all countries into the field of science and technology, the
adaptation of societies and cultures to the information age, and living democratically in
community. With this, he concluded that education should be for life and that the school
should be concerned with developing in the individual four learning skills as fundamental
pillars for each individual: learning to know, learning to do, learning to live together, and
learning to be. This is a formative perspective focused on a utilitarian pragmatism to the
market logic.
From this, we observed that these pillars were present in the implementation of the
PJF at the Escola Estadual de Ensino Médio Girassol (Girassol State High School), through
the Jovem de Futuro Methodologies, because they focus on methods and not on contents,
causing the emptying of the curriculum and the offer of a minimalist formation to meet the
market needs.
In Brazil, the enactment of the Law of Directives and Bases - LDB No. 9.394/1996
opened space to consolidate measures to expand, access and improve the financing of
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education in Brazil, also introducing mechanisms for large-scale evaluation of education, and
established criteria for Basic Education, which covers early childhood education, elementary
school and high school (BRASIL, 1996). However, high school became compulsory only
after Constitutional Amendment 59/2009, in which item I of Article 208 of the 1988 Federal
Constitution (BRASIL, 1988) came into force with the following change: "compulsory and
free basic education from 4 (four) to 17 (seventeen) years of age, including its free provision
for all those who did not have access to it at the appropriate age" (BRASIL, 2009,).
Also in 1996, as a way to intensify public policies aimed at education, the Fund for
Maintenance and Development of Basic Education and the Appreciation of the Teaching
Profession (FUNDEF) and the National Curricular Parameters (PCN) were instituted.
In 1998, the National High School Exam (ENEM) was created to evaluate high school
education in the country, with its results being used for access to higher education. Law
11.684/2008 (BRASIL, 2008) made Philosophy and Sociology compulsory in high school.
In this context, according to Menezes (2001), in order to fulfill within a decade the
resolutions discussed and agreed upon at the World Conference on Education for All, the
MEC prepared the Decennial Plan of Education for All (1993 to 2003), which pointed out
guidelines for the recovery of basic education in Brazil.
In 2003, a policy of the Luís Inácio Lula da Silva's government was the Brazil's Size
School Program, focusing on the universalization and democratization of teaching and school
management, as well as proposing the creation of the Fund for Maintenance and Development
of Basic Education and Valorization of the Teaching Profession (FUNDEB), in substitution of
FUNDEF, which only contemplated elementary education, but, on the other hand, did not
propose resources for early childhood education and high school.
In 2006, the All for Education Movement (MTPE) was launched, a business
organization that articulates, monitors and proposes interventions in education policies. In
2007, the Education Development Plan (PDE in the Portuguese acronym) was created based
on the MTPE: a government plan made up of a set of programs with 30 actions, 17 of which
deal with Basic Education, 12 being of a global nature and five being specific to the level of
education. It was a macro plan with actions that encompassed all of Basic Education
(SAVIANI, 2007).
The MTPE demonstrates, however, that the business organization has occupied a
privileged place in the process of implementing policies aimed at Basic Education, starting
from a solid junction of the actors involved. Thus
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Elsivan Machado Barbosa da Silva LIMA and Doriedson do Socorro RODRIGUES
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Revista online de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022117, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
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The need to form an alliance involving business groups, governments, and
other segments of society in the fight against poor educational quality stems
from the view of some business sectors that the breadth and complexity of
social problems exceed the possibilities of the State or any business
organization that proposes to act alone. Thus, these businessmen chose to act
through a coalition that started to have an evident intervention in different
governmental spheres as a strategy to control the educational policy of the
country (MARTINS; KRAWCZYK, 2018, p. 10, our translation).
According to Martins and Krawczyk (2018), the MTPE was created in 2005 by a
group of entrepreneurs and officially launched through the project
Compromisso Todos Pela
Educação
(All for Education Commitment) in 2006, consisting of five goals. There is a
governance network consisting of a president, governance council, founders council, and
fiscal council, and, in addition, it has sponsors and supporters, as shown in the table below
(Chart 1), linked to the business community in the country.
Chart 1
–
Maintainers and supporters of TPE
COMPOSITION OF THE TPE
MAINTAINERS
SUPPORTERS
Scheffer
Milú Villela
Antônio Carlos Pipponzi
PATRI-Políticas Pública
Fundação Bradesco
Fundação Lemann
Burger King
Instituto MRV
Fundação Itaú Social
Instituto Penísula
Fundação Roberto
Marinho
Instituto Votorantim
Fund. Telefônica Vivo
Instituto Natura
Fund. Maria Cecília
Souto Vidigal
Arredondar
Instituto Unibanco
Família Kishimoto
Família Johannpeter
SHOULDER
Itaú BBA
FLUPP
Fundação Educar
Dpaschoal
SUZANO
Editora Moderna
Instituto Cyrela
GOL
Source: TPE (c2021)
This composition shows the commitment and co-responsibility of all for Brazilian
education, which is justified by its members because they have business experience. However,
we understand that this concern of the business class with public education is part of the
neoliberal project that aims at production at the service of capital. It is in this context that the
PJF is found, since it is a program of the private sector IU that was implemented in the EEEM
Girassol, a public high school. IU describes as its mission "to increase the human capital of
young people in vulnerable situations" (INSTITUTO UNIBANCO, 2010, p. 17). In this sense,
we evidence the interference of the business class in public schools in an organized and
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Business relations and educational public policies for high school: Training for the market and the training market
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articulated way; however, although the MTPE recognizes the advances in education regarding
the growth of enrolled students, it charges the government for not ensuring the permanence of
students in school and the unsatisfactory quality of education. Thus, it is emphasized that "[...]
the political orientation of market neoliberalism highlights, ideologically, a discourse of crisis
and failure of public schools, as a result of administrative and financial inability of the State to
manage the common good" (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 114).
Therefore, the MTPE points the state as the culprit for the results and society for not
supervising and demanding satisfactory results from the state. With this, it is understood that
it would be unable to manage public education. By bringing as a principle the defense of co-
responsibility between government and society, businessmen gain a privileged space with the
executive power and in the educational context, with its model of business management, in
such a way that "[...] the guidelines of the TPE in relation to what is up to the management
and to the Secretary of Education are guided by the management by results, incorporating a
business rationality that has in excellence and efficiency the axes of what would be a quality
education
” (
MARTINS; KRAWCZYK, 2018, p. 9-10).
The influence of MTPE in Brazilian public education occurs due to its power of
investment in technology and media dissemination of results considered successful, in
addition to the occupation of members in important government positions, such as "[...]
members of the National Education Council, the National Union of Municipal Education
Officers, presidents of the National Institute of Educational Research (INEP), presidential
advisors and even the position of Minister of Education" (MARTINS; KRAWCZYK; 2018, p.
11).
Still according to Martins and Krawczyk (2018), with the MTPE, several of its
proposals were incorporated into Brazilian educational policy, to highlight: the Education
Development Plan (PDE), the Target Plan Compromisso Todos Pela Educação (All for
Education Commitment), the National Literacy Assessment (ANA), and the push for High
School Reform.
However, high school is an educational stage marked by dispute, a level of Basic
Education in which, throughout history, antagonistic projects are materialized in educational
policies, many being unable to direct this stage of education so fundamental for young people,
so that they meet the needs of their subjects, such as the alleged new high school established
by Law no. 13. 415/2017, which directs young people from high school to an early life in the
worlds of work, according to Ferretti (2018), showing fragility in relation to social
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inequalities, not infrequently constituting "[...] selective and vulnerable to social inequality
[...]", as exposed by Nascimento (2007, p. 78, our translation):
Educational policies in Brazil for high school have expressed the educational
dualism based on the social division of labor, which distributes men by
intellectual and manual functions, according to their class origin, in schools
with different curricula and contents. High school has historically been
selective and vulnerable to social inequality.
The dualism in high school policies is configured by the fact that this stage of
education historically offers an education that values certain subjects to an elite public, aiming
at their access to a higher level, preparing them for the realization of intellectual activities and
the exercise of power of domination and, on the other hand, offers an education aimed at the
labor market, preparing the individual for manual labor, for pragmatic-utilitarian interests.
These are policies based on programs and projects developed by the State to guarantee and
put into practice the rights foreseen in the Federal Constitution (BRAZIL, 1988) and other
laws, characterized as measures and programs created by the governments with the intention
of guaranteeing the well-being of the population. However, market interests end up
infiltrating these processes. According to Souza (2006, p. 26, our translation):
One can, then, summarize public policy as the field of knowledge that seeks,
at the same time, to "put the government into action" and/or to analyze this
action (independent variable) and, when necessary, propose changes in the
course or direction of these actions (dependent variable). Public policy
formulation is the stage at which democratic governments translate their
electoral purposes and platforms into programs and actions that will produce
results or changes in the real world.
In order to meet these constitutional purposes, public policies are planned, created, and
executed through a set of activities performed by the Legislative, Executive, and Judiciary
branches. The planning of public policies triggers actions that are applied at the federal, state
and municipal levels and that directly affect the lives of citizens, especially those of the
working class. In this sense, public policies are rights guaranteed to citizens: health, education,
work, leisure, social assistance, environment, culture, housing, and transportation. It is
emphasized that they "[...] have repercussions on the economy and societies, hence why any
theory of public policy also needs to explain the interrelationships between state, politics,
economy and society" (SOUZA, 2006, p. 25, our translation).
The consolidation of citizens' rights to public policies can be found in the 1988
Constitution of the Federative Republic of Brazil, especially in articles 198, 204, and 206,
which deal specifically with the creation of public policy councils in health, social assistance,
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Business relations and educational public policies for high school: Training for the market and the training market
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and education in the three spheres of government. These councils have a supervisory,
mobilizing, deliberative, and advisory function (BRAZIL, 1988).
The "public policies, after designed and formulated, unfold into plans, programs,
projects, databases or information and research systems. When put into action, they are
implemented, and then submitted to monitoring and evaluation systems" (SOUZA, 2006, p.
26, our translation). Figure 1 shows how the Public Policy formulation process is structured.
Figure 1
–
The Public Policy Cycle
6
Source: Andrade (2016)
According to Baptista and Rezende (2011), Najberg and Barbosa (2006); Ribeiro
(2009, apud DALFIOR; LIMA; ANDRADE, 2015), the following phases are fundamental to
understand how the cycle of Public Policies occurs:
1. Agenda formation
: It is the beginning of the elaboration of public policy, since it is
during planning that the existing priority problems and available resources are verified
through data. Because it is of a flexible nature, not everything that is put on the agenda is
carried out immediately, given that the planning process depends on factors such as cost-
benefit evaluation, study of the local scenario and its needs, available resources, the urgency
that the problem may take on due to probable social mobilization, and political necessity.
2. Policy formulation
: In this phase, possible solutions or alternatives to solve a
problem are presented, through proposals and plans, where the objectives, programs, projects
and actions are also decided.
3. Decision making process:
Phase of the definition of resources and timeframe for
the realization of the policy action.
6
Avaliação = Evaluation; Formação da Agenda = Agenda Formation; Formulação de políticas = Policy
Formulation; Processo de Tomada de Decisão = Decision Making Process; Implementação = Implementing
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4. Implementing:
Moment in which planning is transformed into action. It is the
realization phase, when financial, technological, material and human resources are directed to
the execution of the policy.
5. Evaluation:
This phase is crucial for public policies, since it allows the control and
supervision of the policy, and should be carried out at all stages of the cycle, enabling the
correction of possible failures during the process; thus, evaluation is essential for the success
of the action.
It was in phase 4, the Implementation phase, that we analyzed the PJF. Considering it
is an educational policy, we seek to know in which direction this implementation occurred in
the context of ProEMI at Girassol High School, between the market logic and the perspective
of broad training, because it is a public-private partnership.
Vázquez and Delaplace (2011, p. 36, our translation) go further, stating that public
policy has an endless life cycle and that it is "[...] formed by seven processes: entry of the
problem on the public agenda, structuring of the problem, set of possible solutions, analysis of
their positive and negative points, decision making, implementation, and evaluation.
Thus, typologies of public policies are classification tools used to interpret and analyze
data related to them, considering their complexity. Thus, we describe some of these
typologies in Charts 2 and 3.
Chart 2
–
Scope of Public Social Policies
SCOPE OF PUBLIC SOCIAL POLICIES
Compensatory Policies
These are policies implemented or sponsored by the State with the objective of
rescuing or minimizing deep social distortions. E.g.: quota policies,
demarcation policies of indigenous lands, etc.
Emancipatory Policies
These are policies aimed at the empowerment and autonomization of social
groups that are initially vulnerable, in such a way that they gain independence
from the State's action.
Source: IGEPP ONLINE (c2022)
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Business relations and educational public policies for high school: Training for the market and the training market
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Chart 3
–
Classification of Public Policies based on Teodore J. Lowi (1964)
Distributive
It has sectorial or punctual objectives. E.g.: Implantation of hospitals, schools, continuous
benefit, family allowance, etc.
Redistributive
Its objective is to redistribute income, allocating goods and services to specific segments
of society. E.g.: Agrarian reform, distribution of oil royalties, etc.
Regulatory
Its objective is to regulate a certain sector, establishing obligations, prohibitions, and
conditions under which certain behaviors can and must be carried out. E.g.: Traffic Code,
Labor Legislation, etc.
Constitutive
Those that deal with procedures, defining competencies, rules of political dispute and
public policy making.
Source: Secchi (2012)
Thus, knowing the classification of public policies allows citizens to understand what
leads to the adoption of one policy over another in our country. Thus, it is necessary to point
out that these policies have political intentions, and are therefore susceptible to change
according to the political movement. For Saviani (2008, p. 7, our translation):
Educational policy concerns the decisions that the Public Power, that is, the
State, makes regarding education. To deal, then, with the limits and
perspectives of Brazilian educational policy implies examining the scope of
the educational measures taken by the Brazilian State.
Public educational policies refer to everything that a government does or does not do
in relation to education. In this way, it is understood that they are actions carried out or not in
the educational field, which come from the public power, whose main objective is to promote
the common good, in ideal terms, putting market interests to infiltrate it, and materialize
through plans, programs, and projects. In Brazil, educational public policies have kept their
focus more specifically on school issues, according to what is pointed out in the historical
context.
In view of the above, it is evident that the influence of the private sector in Brazilian
educational policies is based on a cohesive organization that presents the interests of
hegemonic groups with neoliberal ideologies. As it is a network formed by a group that has
the power of capital and defends its interests, it is able to make itself present in different areas
of government, whether in the executive or legislative branches, and can also influence public
management with its model of business management, as occurred through the PJF and its
implementation in a number of schools in the country, such as the Girassol High School.
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The last stage of Basic Education in Brazil: a historical path - between setbacks and
processes
In our analyses about the relation of market logic in educational policies for high
school, we start from the understanding that Basic Education is permeated by dilemmas,
being them: the guarantee of the right to Basic Education, universalization of Basic Education,
eradication of illiteracy and teacher training. These dilemmas, however, may be under a broad
training perspective, opposing social inequalities, or under a mercantile logic, maintaining
social inequalities. And the history of Brazilian education is marked by these antagonisms,
within a class society.
In this perspective, for example, the first national educational reform, carried out by
the Minister of Education and Health Francisco Campos, known as the "Francisco Campos
Reform", regulated and organized Brazilian secondary education by establishing a series of
measures, such as: the expansion of years of secondary education and its division into two
cycles, serial curriculum, compulsory class attendance, imposition of a regular and
systematized student evaluation system and the restructuring of the federal inspection system.
This reform was effected through Decree No. 18.890/31, whose goal was to produce
productive secondary students who would serve the capitalist society that was being
consolidated in that period (1930) (SAVIANI, 2014). This reform is a historical milestone, as
it broke with structures built in this stage of education throughout history, but did not break
with the traditional education focused on meeting the needs of the elites, as what has been
occurring with through Law No. 13.415/2017 (FERRETTI, 2018).
With the "Capanema Reform of 1942 and 1943", under the consultancy of Roberto
Mange and Lourenço Filho, the set of Organic Laws of National Education was instituted,
namely: a) Organic Law of secondary education, of 1942; b) Organic Law of commercial
education, of 1943; c) Organic Laws of primary education, of 1946. In the organic laws, the
goal of secondary education was established as forming the country's driving elites, together
with professional education, this more oriented to the emerging needs of the industrial
economy and urban society. (SENAI) (SAVIANI, 2014).
Among the decisive changes in this stage of education, we can find the Federal Law
no. 1.076/50 (BRAZIL, 1950), which allowed graduates of professional courses to enter
higher education courses, as long as they could prove the level of knowledge indispensable to
the completion of the studies mentioned. The full equivalence between the courses, with the
equating, for all intents and purposes, of the professional education to the propaedeutic
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Business relations and educational public policies for high school: Training for the market and the training market
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education, occurred with the implementation of the first Law of Directives and Bases of
National Education, Law No. 4.024, from December 20, 1961 (BRAZIL, 1961).
Another decisive landmark was the promulgation of Law no. 5.692/71 (BRAZIL,
1971), which reformed Law no. 4.024/61 (BRAZIL, 1961), with regard to what was then 1st
and 2nd grade education. Note that here occurred a transposition of the former
ginasial
, until
then considered as the initial phase of secondary education, to constitute the final phase of the
eight-year 1st grade (BRAZIL, 2012).
In relation to the secondary level (corresponding to the current high school), the
professionalization becomes mandatory, supposedly to eliminate the dualism between a
classical and scientific training, preparing for higher studies, and another professional training
(industrial, commercial and agricultural), in addition to the Normal Course, intended for the
training of teachers for the first phase of the 1st level. However, the generalized
implementation of the professional qualification brought, among its effects, especially for
public education, the loss of identity that the high school had come to have, either as a
preparation for higher education, or as a professional terminus. A decade later, Law no.
7.044/82 (BRAZIL, 1982) was issued, making this professionalization in high school optional
(BRAZIL, 2012).
The most recent decisive historical milestone occurred with the current Law of
Directives and Bases of National Education (LDB), Federal Law no. 9.394/96 (BRASIL,
1996), which has still been receiving successive changes and additions. The LDB, in line with
the 1988 Federal Constitution, defines high school as a stage of the level called Basic
Education, consisting of early childhood education, elementary school and high school, the
latter being its final stage (BRAZIL, 1988, 1996).
Among the changes in the LDB (BRAZIL, 1996), the following stand out:
Law 11.741/2008, which redimensioned, institutionalized, and integrated the
actions of the High School Professional Technical Education, of Youth and
Adult Education, and of Professional and Technological Education. Articles
37, 39, 41 and 42 were changed, and Chapter II of Title V was added with
Section IV-A, called "High School Professional Technical Education", and
with articles 36-A, 36-B, 36-C and 36-D. This law incorporated the
essentials of Decree number 5.154/2004, especially, revalorizing the
possibility of High School integrated to Professional Technical Education,
contrary to what Decree number 2.208/97 had previously stated (BRAZIL,
2013, our translation).
According to the LDB, the purpose of high school is to prepare for the continuation of
studies, basic preparation for work and the exercise of citizenship. In 1998, the National
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Curricular Guidelines for High School were formulated, highlighting that the administrative
and pedagogical actions of the educational systems and schools must be consistent with
aesthetic, political and ethical principles, including the aesthetics of sensitivity, the politics of
equality and the ethics of identity (BRAZIL, 1998).
High School, as a stage of Basic Education, is part of this scenario of inequalities.
Therefore, LDB nº 9.394/1996, in its article 4, clause II, determines that it is the State's duty
to "progressively extend compulsory and free secondary education" (BRAZIL, 1996).
In consonance with LDB nº 9.394/1996 (BRAZIL, 1996), the National Education Plan
(PNE), Law nº 10.172/2001, established goals for Brazilian education, valid for ten years,
aiming to guarantee within this period, among other advances, the global elevation of the
educational level of the population, the improvement of the quality of education at all levels,
the reduction of inequalities, both social and regional, the expansion of services in
Kindergarten, High School and Higher Education (BRAZIL, 2001).
Another very important landmark for secondary education was the institution and
regulation of the Fund for Maintenance and Development of Basic Education and
Valorization of Education Professionals (FUNDEB), through Law 11.494/2007, replacing the
Fund for Maintenance and Development of Basic Education and Valorization of Teaching
(FUNDEF), which did not include secondary education. (BRAZIL, 2007).
Another policy for this stage of education was the institution of the Pact for
Strengthening Secondary Education, through Ordinance No. 1140/2013, thus,
[...]MEC (Ministry of Education) and the state and district education
secretariats, [...] assume the commitment to value the continued training of
teachers and pedagogical coordinators who work in public high school, in
rural and urban areas, in accordance with Law 9.394, of 1996, and with the
National Curricular Guidelines for High School, established in Resolution
CNE/CEB nº 2, of January 30, 2012 (BRAZIL, 2013, our translation).
Therefore, the Pact was a commitment signed with a focus on the continuing education
of high school teachers and pedagogical coordinators, as well as the discussion with teachers
of practices that would align with the National Curricular Guidelines for High School -
DCNEM (BRAZIL, 2013).
Regarding specifically the expansion of high school, the current PNE, in line with
what the Federal Constitution provides, in its article 208, brings the
Goal 3: make school attendance universal for the entire population between
15 (fifteen) and 17 (seventeen) years old by 2016 and raise, by the end of the
period this PNE is in force, the average net enrollment rate in secondary
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education to 85% (eighty-five percent)
” (BRAZ
IL, 2014, p. 22, our
translation).
However, for there to be this expansion in High School, public educational policies
must be in place since early childhood education, since High School is the last stage of Basic
Education and, to get there, the student must go through the other stages. Thus, the State must
treat this entire pathway with care, and it is also necessary to ensure the permanence of these
students and their learning, so that they do not fall by the wayside, which would be failure or
even abandonment of studies during the course of Basic Education. In this sense, the
implementation of effective public educational policies corroborates so that students who are
in a situation of social vulnerability can complete the entire process of Basic Education
successfully. Furthermore, "we all know that the distribution of income and wealth in the
country determines the access and permanence of students in school" (CURY, 2002, p. 169).
In this context, there is a need for reflection and action to meet the needs of these
subjects, who have suffered from the lack of effective educational policies, but from the point
of view of the needs of the subjects who are the target audience of this stage of education:
[...]alarming is what the latest National Household Sample Survey (PNAD)
reveals about the denial of the right to secondary education to Brazilian
youth. There are 18 million young people between 15 and 24 years of age
who are out of school and 1.8 million, who are of high school age, are not
attending. In the range of entering university, 18 to 24 years old, 16.5 million
young people, that is, 69.1% are not studying.
One can conclude that
Brazil doesn't really have a high school education
(FRIGOTTO, 2013, p.
1, our translation).
According to the author, the lack of structure of high school, added to the process of
commercialization of the school, the concessions that the State makes to private companies
and the interference that these private companies perform within the school, has generated
throughout the history of education inequality in basic school (FRIGOTTO, 2013).
Thus, it is evident that the bourgeois state strengthens a market-proliferation
formation, whose historical context denotes its beginning from the twentieth century, after the
second World War with the aim of obtaining profits, multinational and transnational
companies have emerged and strengthened with monopolistic practices, a model in force until
today, which are based on the laws of financial institutions and large business groups, in a
context of globalization and consolidation of the neoliberal project. In this sense, there is a
predominance of capitalist interest in training subjects for the productive efficiency of the
market and not for integral human development. The process of fragmentation in favor of the
market and the market for training is materialized in High School, through the minimalist
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training offered for this stage of education, both for teachers and for students through public-
private partnerships, as an example we can cite the partnership between the Innovative High
School Program (ProEMI in the Portuguese acronym) of the Ministry of Education/MEC,
with the Youth of the Future Project (PJF), of the Unibanco Institute/IU, whose objective of
the business class is, through the capitalist dynamics of accumulation, to keep the proletariat
in conditions of economic dependence, generating cheap labor, making this worker have to
sell his labor force to ensure his subsistence. However, despite the school being inserted
within a bourgeois State, it is a space of formation of the working class, therefore, it is
necessary within this space, to work on the construction of organic intellectuals of the
working class and thus strengthen the struggle for the construction of a social quality
education that is in dispute, because "school is the instrument to elaborate the intellectuals of
various levels [...], in this sense, if this school is based on the principles of capitalism, it will
be geared to ensure the interests of the hegemonic class" (GRAMSCI, 2006 p. 19, our
translation).
According to Cury (2002), the responsible action of the State and its corresponding
obligations is the irreplaceable springboard for guaranteeing the right to Basic Education,
offered as a citizen's public right and not as merchandise. Therefore, the concern with young
people's access to high school, as well as their conclusion and continuation of their studies,
should be beyond a market concern, since it is a matter of guaranteeing a basic, social, and
subjective right of this subject.
As of the year 2016, the government of Michel Temer (2016-2019) arises a set of
educational policies that go against the PNE. Among these policies we can mention the
Constitutional Amendment n. 95/2016 (BRAZIL, 2016), also known as the Constitutional
Amendment of the Public Spending Cap, Proposed Constitutional Amendment -
PEC do Teto
,
PEC 241,and PEC 55. It is the limitation of spending on Brazilian public spending with
validity scheduled for 20 years (BRAZIL, 2016). The reform of high school through the
Provisional Measure -MP 746/2016, which resulted in Law No. 13.415/2017, which promotes
changes in the structure of high school, such as the teaching of art and physical education that
become optional, the teaching of English Language becomes mandatory, allowing other
languages. Thus, the curriculum now consists of:
[...]BNCC and by specific training itineraries defined in each education
system and with emphasis on the areas of languages, mathematics, natural
sciences, humanities and technical and vocational training. It gives
autonomy to education systems to define the organization of the areas of
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knowledge, skills, abilities and learning expectations defined in the BNCC
(BRAZIL, 2016, our translation).
Despite several protests, the BNCC was approved by the CNE in December 2018,
after being ratified by the MEC, and should be adopted by all schools by 2022. The point is
that this movement of the private sector in the public sector, marked by plans and programs
that materialize mercantilist interests, which make the training of young people in high school
minimal, needs to be countered, in favor of training projects in full, as Ciavatta highlights
(2020).
Final remarks
During the course of this work, based on the analysis of the literature of the historical
context, of the concepts studied and presented, it is evident that public policies, in order to be
materialized, go through a formation process called cycle of public policies, having five
fundamental stages for them to be substantiated.
In Brazil, when we analyze the educational public policies, we evidence a historical
dualism, a dispute process that reveals the division of social classes when we observe,
throughout the historical process, the offer of education with intellectual training for the elite
on one side and, on the other side, the offer of a minimalist education that aims to form cheap
labor, which does not consider the learner in other dimensions: social, cultural, linguistic,
among others.
Educational policies are, in a way, under pressure from international organizations, the
result of a globalization policy whose focus is to meet the objectives of the neoliberal project,
which is to strengthen the power of the ruling class; to this end, it uses the discourse that
individual freedom, autonomy, free trade, and the incentive to competition guarantee the
country's economic and social growth.
In this sense, throughout this process, several educational policies were created, with
some advances, but also the public-private partnership was strengthened, especially since the
policies of the 1990s with the government of Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2002). The
All for Education Movement - MTPE is a clear example of a business organization that acts in
public educational policies. It is the interference of the business class in public management,
seeking to blame the State for unsatisfactory results from their point of view and to present
their business management model as effective.
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The high school, the last stage of Basic Education, the dualism in educational policies
aimed at this public, is even more evident, for the more elitist public historically regarding
access to higher education, and for the great part of the population, the preparation of cheap
labor, manual work.
It is necessary to deepen the studies through research on the profits that the market has
on education, both financial and ideological, as well as to strengthen the movement of
resistance and struggle in defense of democratization and the guarantee of a public education
of social quality.
In the course of this research, we have also evidenced that the public-private
relationship was historically constituted starting in the 1990s with the World Conference on
Education for All (Jomtien Conference), materializing still in the same decade with the
Reform of the State Apparatus (1990). This historical path shows us that public educational
policies in Brazil have been outlined at different levels of government, based on negotiations
and agreements between the public and private spheres.
It is also evident that the educational policies aimed at high school present a historical
dualism, with intellectual formation aimed at an elite public and minimalist formation focused
on the needs of the capitalist market, aiming to generate cheap labor. With the globalization
process, the international organizations and neoliberalism started to exert strong pressure on
Brazil to present educational policies that are in line with the neoliberal project.
In this sense, the neoliberal project of the business class is very well articulated to
meet their own interests within the public school, the All for Education Movement (MTPE),
which is a Private Apparatus of Hegemony (PAH), is an example of this articulation, because
it is a business organization that has strong influence in Brazilian public education, due to
having members that are part of this organization that occupy important positions in the
government, as well as having media and technological power.
We understand that the influence of the private sector in Brazilian educational policies
is consolidated by a cohesive organization that represents the interests of hegemonic groups
with neoliberal ideologies, against which it is necessary to fight for a project of public
education, free and with social quality, based on the perspective of integrated education, for
which the complete education of young people is a guide.
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Revista Internacional de Direitos Humanos
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How to reference this article
LIMA, E. M. B. S.; RODRIGUES, D. S. Business relations and educational public policies
for high school: Training for the market and the training market.
Revista online de Política e
Gestão Educacional
, Araraquara, v. 26, n. 00, e022117, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029.
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.16947
Submitted
: 10/12/2021
Revisions required
: 16/01/2022
Approved
: 23/02/2022
Published
: 30/09/2022
Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação.
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