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Q
uem educa e protege para garantia de direitos de crianças e adolescentes:
A
convivência na escola e a rede de proteção
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022093,
jul.
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16953
1
QUEM EDUCA E PROTEGE PARA GARANTIA DE DIREITOS DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES: A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA E A REDE DE PROTEÇÃO
QUIEN EDUCA Y PROTEGE PARA GARANTIZAR LOS DERECHOS DE LA NIÑEZ Y
LA ADOLESCENCIA: LA CONVIVENCIA EN LA ESCUELA Y LA RED DE
SEGURIDAD
WHO EDUCATES AND PROTECTS IN ORDER TO GUARANTEE THE RIGHTS OF
CHILDREN AND ADOLESCENTS: SCHOOL INTERACTION AND THE
PROTECTION NETWORK
Talita Bueno Salati
LAHR
1
Pablo Javier
CASTRO
-
CARRASCO
2
Vitória Hellen Holanda
OLIVEIRA
3
RESUMO
:
Essa pesquisa parte de um conjunto de investigações realizadas durante a pandemia
da COVID
-
19
e
tem como problema
a seguinte indagação
:
E
xiste diferença entre a percepção
da rede de proteção e dos adultos da escola (gestores e professores) sobre as
intervenções
realizadas pela escola
com relação
a conflitos que envolvem agressão e desobediência às regras
por adolescentes? Para responder a este questionamento,
temos
como
objetivo
geral c
onstatar
a percepção de professores, gestores e demais membros da
rede de proteção sobre as
intervenções realizadas pela escola
com relação
a conflitos que envolvem agressão e
desobediência às regras por adolescentes
. Como objetivos específicos objetivamos
verificar se
existem diferenças entre a percepção dos adultos qu
e trabalham em escolas e demais membros
da rede de proteção e verificar se existem diferenças entre a percepção de professores e gestores
sobre essas intervenções realizadas pela escola. Participaram da investigação gestores,
professores e demais atores da
rede de proteção de diferentes órgãos, como Conselho Tutelar,
Ministério Público, Assistência Social e Saúde. Constatamos haver uma diferença de percepção
entre aqueles que atuam na escola e os que trabalham em outros órgãos da rede de proteção em
relação
aos encaminhamentos aos problemas de convivência, sendo as ações da escola pautadas
em sanções expiatórias de ordem punitiva, reforçando a importância de processos formativos
com os profissionais da instituição escolar e ações de articulação entre todos o
s atores da rede
de proteção.
PALAVRAS
-
CHAVE
: Escola. Rede de proteção. Convivência. Crianças. Adolescentes.
1
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara
–
SP
–
Brasil. Mest
rado
em Educação Escolar
.
ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0003
-
2917
-
324X. E
-
mail: talita.salati@unesp.br
2
Universidad de La Serena
(ULS)
, La Serena
–
Chile.
Departamento de Psicologia.
Doutor
ado
em Psicologia
(PUC
-
Chile
). ORCID:
https:
/
/orcid.org/
0000
-
0002
-
8640
-
5820. E
-
mail: pablocastro@userena.cl
3
U
niversidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara
–
SP
–
Brasil. Graduada em Licenciatura Plena em
Pedagogia
.
ORCID: https://orcid.org/0000
-
0003
-
3430
-
5585. E
-
mail: vitoria.hellen@unesp.br
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Talita Bueno Salati LAHR
;
Pablo Javier CASTRO
-
CARRASCO
e
Vitória Hellen Holanda OLIVEIRA
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RESUMEN
: Esta investigación es parte de un conjunto de investigaciones llevadas a cabo
durante la pandemia de COVID
-
19 y tiene como problema l
a siguiente pregunta: ¿Existe una
diferencia entre la percepción de la red de protección y los adultos de la escuela (gerentes y
maestros) sobre las intervenciones realizadas por la escuela en relación con los conflictos que
involucran agresión y desobedie
ncia a las reglas por parte de los adolescentes? Para
responder a esta pregunta, nuestro objetivo general es verificar la percepción de docentes,
gestores y otros miembros de la red de protección sobre las intervenciones realizadas por la
escuela en relaci
ón con los conflictos que implican agresión y desobediencia a las reglas por
parte de los adolescentes. Los objetivos específicos fueron verificar si existen diferencias entre
la percepción de los adultos que trabajan en las escuelas y otros miembros de la
red de
protección y verificar si existen diferencias entre la percepción de los maestros y los gerentes
sobre estas intervenciones realizadas por la escuela. En la investigación participaron
directivos, docentes y otros actores de la red de protección de
diferentes organismos, como el
Consejo de Tutela, Ministerio Público, Asistencia Social y Salud. Encontramos que existe una
diferencia de percepción entre quienes trabajan en la escuela y quienes trabajan en otros
órganos de la red de protección en relació
n con las derivaciones a problemas de convivencia,
y las acciones de la escuela se basan en sanciones punitivas expiatorias, reforzando la
importancia de los procesos formativos con los profesionales de la institución escolar y las
acciones de articulación
entre todos los actores de la red de protección.
PALABRAS CLAVE
: Escuela. Red de seguridad. Convivencia. Niños. Adolescentes.
ABSTRACT
:
This research is part of a set of investigations conducted during the pandemic of
COVID
-
19 and has as its problem the following question: Is there a difference between the
perception of the protection network and the adults in the school (managers and tea
chers) about
the interventions made by the school regarding conflicts involving aggression and disobedience
to the rules by adolescents? To answer this question, we have as a general objective to verify
the perception of teachers, managers, and other membe
rs of the protection network about the
interventions made by the school regarding conflicts that involve aggression and disobedience
to rules by adolescents. As specific objectives we aimed to verify if there are differences between
the perception of adult
s who work in schools and other members of the protection network, and
to verify if there are differences between the perception of teachers and managers about these
interventions made by the school. Participating in the investigation were managers, teache
rs,
and other actors in the protection network from different agencies, such as the Guardianship
Council, Public Ministry, Social Assistance, and Health. We found a difference in perception
between those who work at school and those who work in other organ
s of the protection network
in relation to referrals to coexistence problems, with the school's actions being based on
punitive sanctions, reinforcing the importance of training processes with the professionals of
the school institution and articulation ac
tions among all actors of the protection network.
KEYWORDS
: School. Protection Network.
Coexistence.
Children. Adolescents
.
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Introdução
Os problemas vivenciados pelas escolas envolvendo desestrutura, falta de profissionais,
falta de formação
continuada, rotatividade de professores e gestores,
dificuldades na resolução
de conflitos,
na
gestão de tempo e comportamentos de alunos são muitos, desde antes da
pandemia (
ABRAMOVAY; 2015; BRASIL, 2017;
CAMPOS, 2008; CARVALHO, 2019;
IDEB, 2019; RUBIO
et al.
, 2019).
Alguns desses problemas podem ser confundidos no ambiente escolar, dificultando sua
identificação e respectivas intervenções. Como exemplos disso, observamos os problemas
relacionados à
“
indis
ciplina
”
escolar que, segundo Garcia (2006), caracterizam
-
se por
transgressões às normas escolares, insubordinação e rebeldia ou as incivilidades, caracterizadas
pelas transgressões às normas de conduta e impolidez
.
Pesquisas apontam que muitas situações
compreendidas como indisciplinadas são
chamadas de “violentas” por professores e gestores (ABRAMOVAY; 2015;
PISA, 2018;
VINHA
et al.,
2017), o que gera encaminhamentos equivocados e sanções expiatórias aos
alunos, dificultando o desenvolvimento da função f
ormativa da escola que permanece pautada
em ações caracterizadas pelo controle exacerbado dos comportamentos com o único objetivo
de alcançar bons índices de aprendizagem nas avaliações externas. Mesmo a relação existente
entre o clima da escola, da sala d
e aula e os resultados escolares é frequentemente usada como
argumento, mas esta associação esconde ou contradiz os princípios da inclusão escolar.
Também foi constatado que a definição subjetiva de disciplina em alguns educadores está muito
associada a no
rmas, regras ou limites (CASTRO
-
CARRASCO
et al.
, 2019)
,
sem incluir como
conceito central o propósito educacional da disciplina, ou seja, é pensada como problemas
disciplinares e não como uma disciplina com um propósito formativo e de desenvolvimento
sócio
-
moral.
Segundo Vinha
et al.
(2017), podemos dividir os problemas de convivência na escola
em duas categorias: os problemas de ordem perturbadora e os de ordem violenta. Os primeiros
se referem a situações que impedem ou prejudicam o desenvolvimento acadê
mico dos alunos
e, consequentemente, incomodam os docentes no dia a dia escolar, como falar enquanto o
professor explica, andar pela sala, gritar do nada, dormir durante a aula, jogar jogos, usar o
celular etc. Já os problemas de ordem violenta caracteriza
m
-
se por situações em que há uma
imposição de poder ou uso de força que gera danos à dignidade e à integridade física,
psicológica e moral do outro, podendo ser ações reguladas pelo código penal ou não, por
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exemplo: agressões físicas, tráfico de drogas, po
rte de armas, abuso sexual, furtos, ameças e
bullying
(VINHA
et al.
, 2017).
Em pesquisa realizada por Abramovay (2016), verificou
-
se que metade dos estudantes
alega já terem sido agredidos na escola e, que
dois
em cada
dez
estudantes, afirmaram já terem
v
isto armas na escola. Vemos, nestes dados, problemas que ultrapassam os limites dos
problemas perturbadores, entrando naqueles ditos de ordem violenta (VINHA
et al.
, 2017). Os
resultados encontrados na pesquisa do Clima Escolar, realizada em 2019 com gesto
res e
professores, apontam haver muito mais manifestações perturbadoras da ordem (indisciplinas e
incivilidades) do que aqueles que se referem a agressividade e violência entre pares ou mesmo
com os professores (TOGNETTA, 2022).
Sobre os dados que apontam
as dificuldades de ordem perturbadora, de acordo com
dados do Pisa (2018), para 41% dos estudantes brasileiros, os professores têm dificuldades para
conseguir iniciar as atividades em sala de aula, enquanto a média de outros países da OCDE é
de 26%. Outra
pesquisa que confirma esses dados foi realizada pela TALIS (
Teaching and
Learning International Survey
), em 2013, e nela vimos que os professores brasileiros apontam
perder 20% do tempo tentando manter a disciplina em sala de aula, colocando nós, brasileir
os,
na pior categoria desta pesquisa, que teve a participação de 34 países (OECD, 2014).
Ocorre que o contexto pandêmico e o isolamento social escancararam outros problemas
já antes conhecidos em nosso país: a pobreza, o sofrimento emocional, situações de
violência
doméstica e a evasão escolar, gerando ainda mais angústias nos profissionais da educação no
retorno às atividades presenciais (LAHR
;
TOGNETTA, 2021). Tais preocupações não são
exclusivas de professores e gestores escolares, mas também envolvem profissionais de outras
áreas que devem atuar diretamente com a escola: são os serviços e órgãos da chamada rede de
proteção, que compõem o Sist
ema de Garantia de Direitos (SGD).
Instituições que estudam o tema da violência contra crianças e adolescentes alertaram
sobre o possível aumento de violações no período de isolamento social. A nota técnica do
The
Alliance for Child Protection in Humanit
arian Action
(2020)
,
intitulada “COVID
-
19: proteção
de crianças contra a violência, o abuso e a negligência no lar”, publicada no início do
isolamento
,
presumiu que haveria um aumento de 30% nos casos de violência doméstica
envolvendo crianças e adolescent
es no contexto da pandemia, gerado, inclusive, pelo aumento
da pobreza, de problemas com álcool e drogas, estresse pela falta de emprego e outras situações
de ordem social. Por outro lado, pesquisas envolvendo o número de denúncias às situações de
violênci
a contra esse público indicam uma queda acentuada no período pandêmico. No
E
stado
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de Santa Catarina as denúncias diminuíram em 53,3% (PLATT; GUEDERT; COELHO, 2021)
e, no estado do Rio Grande do Sul, em 54% (LEVANDOWSKI
et al.
, 2021). O que gera grande
preo
cupação dos serviços e órgãos de proteção, uma vez que a maioria das violações acontece
dentro da casa das famílias: 62,3% das violações denunciadas (
DISQUE
100, 2019). Ou seja,
crianças e adolescentes passaram mais tempo dentro de casa, com problemas soci
ais e de
convivência mais acentuados, e sem acesso a serviços de proteção, entre eles a escola,
dificultando a realização de denúncias e busca por ajuda.
Os dados do SAFERNET referente às denúncias e pedidos de ajuda à saúde mental ou
bem
-
estar, como idea
ções suicidas, automutilações e outros tipos de sofrimento emocional,
confirmam essa preocupação. Em 2019, a SAFERNET registrou 2188 atendimentos a crianças
e adolescentes e em 2020 o registro foi apenas de 401. Ou seja, eles não tinham a quem recorrer
ou
pedir ajuda neste período de isolamento social (LAHR; TOGNETTA, 2021).
O Brasil possui uma legislação estruturada e que, ainda hoje, é exemplo para outros
países no quesito da proteção de crianças e adolescentes. O ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescent
e
—
L
ei 8.069/1990) (BRASIL, 1990) promulgado há mais de 30 anos objetiva
garantir os direitos fundamentais e organiza os serviços que atendem esse público dentro de
uma grande “rede” que deve trabalhar de forma conjunta, a chamada rede de proteção. A
R
eso
lução 113/2006 do CONANDA (BRASIL, 2006) organiza o Sistema de Garantia dos
Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) e coloca também nas mãos da sociedade o
olhar e o trabalho em busca da garantia de direitos. Da mesma forma, a Lei nº 13.431/2017 tem
c
omo finalidade reforçar a organização do SGDCA, especialmente para crianças e adolescentes
vítimas ou testemunhas de violência (BRASIL, 2017).
Indubitavelmente, a proteção de crianças e adolescentes é papel de toda a sociedade e
de todas as
instituições que atendem esse público, incluindo a escola. Para tal é preciso que
haja, mais do que nunca, a articulação entre esses serviços e órgãos de forma que as ações com
a família, com a criança e com o adolescente sejam conjuntas e protejam esses i
ndivíduos de
forma integral (LAHR; TOGNETTA, 2021).
Pois bem
, t
odas essas explicações foram dadas no intuito de chegar a um ponto crucial
para que a dignidade da criança e do adolescente seja garantida em nossos países: a articulação
entre os serviços que
“
cuidam
”
. Mas, podemos nos perguntar: será que, de fato, essa articulação
acontece? Será que escola e demais serviços da rede compreendem seus papéis e concebem as
mesmas formas de resolução de conflitos quando há problemas nas relações interpessoais
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envol
vendo crianças e adolescentes em nossas escolas? É o que passamos a compreender
melhor.
A presente investigação
A presente pesquisa é parte de uma investigação maior intitulada “A Convivência como
Valor nas Escolas Públicas: Implantação de um
Sistema de Apoio entre Iguais”
4
e a pergunta
que compôs nosso problema foi:
E
xiste diferença entre a percepção da rede de proteção e dos
adultos da escola (gestores e professores) sobre as intervenções realizadas pela instituição
escolar a conflitos que e
nvolvem agressão e desobediência às regras por adolescentes?
Metodologia
A pesquisa sobre a temática das relações entre a escola e a rede de proteção em que está
inserida foi aplicada nas Diretorias Regionais de Ensino (DREs) de Taquaritinga e São Paul
o
(Leste 3) e contou com a participação de gestores, professores e demais atores da rede de
proteção de diferentes órgãos, como Conselho Tutelar, Ministério Público, Assistência Social
e Saúde. Para cada grupo houve a aplicação de um instrumento, contando
com os seguintes
participantes: 90 gestores escolares, 193 professores e 28 atores da rede de proteção. Essa
pesquisa foi registrada no Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências e Letras da
UNESP de Araraquara/SP sob o número de registro CAAE: 3
2487220.6.0000.5400.
O presente estudo teve como objetivo
geral c
onstatar as percepções dos adultos da
escola e da rede de proteção sobre como são encaminhados os problemas de agressão e
desobediência às regras;
e, como objetivos secundários,
2. Comparar a
s percepções dos
participantes da pesquisa e se há diferença entre elas; 3. Comparar se há diferença entre a visão
dos gestores e dos professores sobre as intervenções realizadas.
Para isso
,
utilizou
-
se um questionário fechado, construído pelo GEPEM (Grup
o de
Estudos e Pesquisas em Educação Moral) contendo uma sessão com 12 perguntas, sendo que
professores e gestores responderam a mesma consigna:
“Quando os estudantes se agridem, se
envolvem em conflitos ou desobedecem às regras, com que frequência OS ADUL
TOS DA
ESCOLA tomam as atitudes abaixo com os envolvidos”
. E os diferentes atores da rede de
proteção responderam a consigna:
“Qual a sua percepção sobre a frequência com que as
4
Projeto financiado pela Fundação Itaú Social e Fundação Carlos Chagas no
a
mbito do Edital de Pesquisa “Anos
Finais do Ensino Fundamental: adolesc
ê
ncias, qualidade e equidade na escola p
u
blica”.
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escolas tomam as atitudes abaixo com crianças e adolescentes envolvidos em con
flitos nos
quais há agressão ou desobediência às regras? (Busque analisar de forma geral AS AÇÕES
DAS ESCOLAS)”
.
A seguir, para melhor compreensão, apresentamos o quadro com os itens do instrumento
utilizados nesta investigação, assim como as opções de re
spostas para frequência. Os itens
sublinhados são itens invertidos.
Quadro 1
–
Instrumento respondido por professores, gestores e atores da rede de proteção na
pesquisa: A escola e sua inserção na rede que protege.
Fonte: Elaborado pelos autores
Consigna para professores e gestores:
“Quando os estudantes se
agridem, se envolvem em conflitos ou
desobedecem às regras, com
que frequência OS ADULTOS DA ESCOLA tomam as atitudes abaixo
com os envolvidos”
Consigna para atores da rede de proteção: “
Qual a sua percepção
sobre a frequência com que as escolas tomam as atitudes abaixo com
crianças e adoles
centes envolvidos em conflitos nos quais há
agressão ou desobediência às regras? (Busque analisar de forma
geral AS AÇÕES DAS ESCOLAS)”
.
Nunca
Poucas
Vezes
Muitas
Vezes
Sempre
1. Informam o ocorrido à família e/ou responsável pedindo para que
resolvam o problema (por meio da entrada ou saída, por telefone, por
meio de bilhetes, portal ou notificações eletrônicas)
2. Impedem que estudantes participem de atividades que gostam
(recreio, Educação Física, festa, excursão etc.)
3.
Não tomam providência
4. Dão advertência oral
5. Dão advertência por escrito
6. Ouvem os envolvidos e os convidam a reparar seus erros
7. Castigam ou dão bronca no grupo todo e não apenas nos
envolvidos
8.
Castigam somente os alunos que são já “conhecidos” pelos
comportamentos inadequados
9. Suspendem
10. Transferem de escola
11. Fazem Boletim de Ocorrência ou chamam a polícia
12. Encaminham o problema para o
Conselho Tutelar
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Resultados e discussão
Começaremos nossa análise por um dado que tem nos chamado bastante atenção: a
titulação dos respondentes de nossa pesquisa. A seguir destacamos na íntegra a tabela com os
dados deste item de perfil.
Tabela 1
–
Última titulação dos respondentes
Sua última titulação:
Rede de
proteção
Professores
Gestores
Doutorado
6,90%
0%
0%
Ensino Médio
0%
3,11%
3,33%
Especialização / Pós Graduação Lato Sensu
55,17%
50,78%
54,44%
Graduação
31,03%
41,97%
32,22%
Mestrado
3,45%
3,11%
5,56%
Outros:
3,45%
1,04%
4,44%
Total geral
100,00%
100,00%
100,00%
Fonte: Elaborado pelos autores
Observa
-
se, portanto, que a grande maioria dos respondentes possuem especialização
ou pós
-
graduação
lato sensu
.
Como podemos observar na tabela, os respondentes que atuam na rede de proteção
possuem mais formação ao nível de pós
-
graduação, doutorado: 6,09
% contra 0% dos
respondentes professores e gestores e, especialização/pós
-
graduação
lato sensu
: 55,17% dos
atores da rede de proteção, contra 50,78% e 54,44% de professores e gestores, respectivamente.
Passemos aos resultados dos itens sobre a atuação e fo
rmas de intervenção aos
problemas de convivência na percepção dos participantes. Os resultados que apresentaram
diferenças estatisticamente significativas (p<0.05) foram os encaminhamentos que envolvem
as alternativas “convidar os envolvidos a reparar seus
erros”, “transferir de escola” e
“encaminhar ao Conselho Tutelar".
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Quanto à escuta e convite a reparação dos erros pelos envolvidos, os dados que
encontramos são expressos na figura a seguir:
Figura 1
–
Ouvem os envolvidos e os convidam a reparar
seus erros
Fonte: Relatório de pesquisa “A Convivência como Valor nas Escolas Publicas:
Implantação
de um
Sistema de Apoio entre Iguais”
Observa
-
se que os atores da rede de proteção percebem que ouvir os alunos e convidá
-
los a reparar seus erros é algo
pouco feito na escola, enquanto professores e gestores afirmam
que realizam esse procedimento sempre ou na maioria das vezes em que ocorrem problemas de
indisciplina ou brigas entre os estudantes. As diferenças foram significativas nas comparações
entre o
s três grupos participantes, valor
-
p <0,01 para: gestores e professores, gestores e rede de
proteção e gestores + professores e rede. E valor
-
p 0,01 na comparação das respostas entre
professores e rede.
Ou seja, para os gestores, ouvir os envolvidos e con
vidá
-
los a reparar seu erro é uma
ação constante na escola, atingindo 100% das respostas em “sempre” ou “muitas vezes”. Já para
os professores, essa forma de resolução não é usada em todas as situações de forma que 5,24%
deles compreende ser realizado “pou
cas vezes” ou “nunca”. Enquanto os atores da rede de
proteção compreendem que em 32,14% das vezes essa ação raramente acontece.
Com auxílio da figura a seguir, vejamos agora como os nossos respondentes percebem
as ações de transferência compulsória na esco
la.
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Figura 2
–
Transferem de escola
Fonte: Relatório de pesquisa “A Convivência como Valor nas Escolas Publicas: implantação de um
Sistema de Apoio entre Iguais”.
Em relação às transferências compulsórias, observa
-
se que os atores da rede de proteção
apontam a ocorrência dessa prática: 17,24% indicam que isso ocorre “muitas vezes” e 20,69%
“poucas vezes”. Diferente da resposta dos gestores e professores que, somando
as respostas
para “poucas vezes” e “nunca” atingem a porcentagem de 97,78% para os gestores e 98,43%
para os professores. As diferenças foram significativas na comparação entre gestores e rede de
proteção (Valor
-
p 0,01), professores e rede (Valor
-
p <0,01)
e gestores + professores e rede
(Valor
-
p <0,01).
Essa diferença gera preocupação diante do direito à educação garantido em lei a todas
as crianças e adolescentes. As diferenças nas percepções apontadas podem estar relacionadas a
orientações recebidas por
professores e gestores pela gestão estadual de que a ação da
transferência não é adequada, apesar de estar autorizada através de indicação publicada pelo
Conselho de Educação do Estado de São Paulo sobre o Regimento Escolar e a “transferência
por questões
disciplinares como medida educativa de caráter excepcional” (SÃO PAULO,
CEE, Indicação 175/2019) e nas orientações do caderno intitulado Normas Gerais de Conduta
Escolar, elaborado pelo antigo SPEC
5
(SÃO PAULO, 2009). Tais orientações ressaltam que a
tra
nsferência só pode acontecer em situações excepcionais quando há riscos à integridade física,
psíquica ou moral do estudante, ou de outra pessoa, cabendo ainda a participação do aluno, de
seus responsáveis e de um advogado em todo o processo. Entretanto, n
ão é esse o procedimento
5
Sistema de Proteção Escolar.
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observado pelos demais atores da rede de proteção, que atendem diretamente crianças e
adolescentes com direitos violados, e indicam a ocorrência desse encaminhamento com
frequência.
Pesquisas recentes advertem sobre a divergência
das orientações sobre o tema e a
escassez de investigações sobre as transferências compulsórias (
MORRONE, 2019a;
MORRONE, 2019b;
STELKO
-
PEREIRA; PADOVANI, 2008; SILVEIRA, 2014), porém
indicam que adolescentes que passam por esse procedimento têm
maiores chances de evadir da
instituição escolar (BRANDÃO
;
ROSENBURG, 2000) e que tais encaminhamentos podem
acontecer pelo fato da escola não diferenciar problemas de indisciplina com atos considerados
infracionais (SILVEIRA, 2014).
Outra forma de
resolução dos problemas como alternativa apresentada para os
respondentes foi o encaminhamento do problema ao Conselho Tutelar. Para esse item, com
auxílio da figura 3, temos os seguintes resultados:
Figura 3
–
Encaminham o problema ao Conselho Tutelar
Fonte: Relatório de pesquisa “A Convivência como Valor nas Escolas Publicas: implantação de um
Sistema de Apoio entre Iguais”.
Novamente, observa
-
se que as respostas da rede de proteção diferem das respostas dos
profissionais da escola. As diferenças for
am significativas nas comparações entre gestores e
atores da rede (Valor
-
p <0,01), professores e atores da rede (Valor
-
p 0,02) e gestores +
professores e rede de proteção (Valor
-
p <0,01). Neste caso, também ficou evidente uma
diferença entre as respostas d
e professores e gestores (Valor
-
p 0,01). Os gestores alegam que
raramente encaminham problemas relacionados à disciplina e conflitos ao Conselho Tutelar:
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Pablo Javier CASTRO
-
CARRASCO
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Vitória Hellen Holanda OLIVEIRA
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87,78% de respostas para “poucas vezes” e “nunca”, já os professores dizem que isso acontece
“muitas v
ezes” ou “sempre” em 26,7% das vezes e os atores da rede asseguram que o
encaminhamento ao Conselho Tutelar é uma ação constante da escola em 46,43% das situações.
Este dado corrobora os estudos já realizados de que muitos dos problemas de convivência são
encaminhados ao Conselho Tutelar visando uma punição ou a terceirização do problema, o que
ocorre devido ao desconhecimento dos profissionais da escola sobre as atribuições do referido
órgão que tem como objetivo a proteção de crianças e adolescentes, e nã
o a sua punição
(FERNANDES
;
ARAGÃO, 2011;
FERREIRA, 2015;
SCHEINVAR, 2012).
Assim, é comum ouvir destes profissionais que a escola se coloca de forma distante aos
alunos e aos órgãos de proteção, se esquivando de sua função protetiva e dando maior ênfase
à
função acadêmica. Discussões realizadas em grupos de formação da Rede de Proteção também
explicitaram essa hipótese
6
. Na pesquisa realizada por Lahr (2022), gestores escolares relataram
encaminhar diversos problemas ao Conselho Tutelar por identificarem
que é esse o órgão
responsável por realizar os encaminhamentos aos demais serviços da rede de proteção,
desconhecendo, inclusive, o papel dos demais serviços e instituições. Ao se referir à “rede de
proteção”, constantemente os participantes da instituiçã
o escolar se referiam, exclusivamente,
ao Conselho.
Em conclusão,
os dados apresentados indicam haver uma diferença de percepção entre
aqueles que atuam na escola e os que trabalham em outros órgãos da rede de proteção em
relação aos encaminhamentos aos p
roblemas de convivência. Os serviços que acompanham
crianças e adolescentes com violação de direitos em geral buscam contato e referência da escola
para auxiliar no andamento do caso e para conhecer a perspectiva do adolescente no espaço de
convivência esc
olar e percebem ações punitivas diante aos alunos acompanhados. Por outro
lado, professores e gestores alegam que tais encaminhamentos não são realizados com tanta
frequência, apesar de citarem sua ocorrência.
6
Na dissertação de mestrado "Territórios vulneráveis: os problemas de convivência na escola e a rede de proteção”
foram realizadas entrevistas em grupo para melhor compreender essas diferentes percepções e os caminhos
pensados pelos serviços da rede de for
ma qualitativa.
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Considerações finais
A partir da pesquisa desenvolvida acerca da percepção de atores da rede de proteção e
profissionais que atuam na escola frente aos problemas de convivência e seus
encaminhamentos, observa
-
se a necessidade de formação continuada e processos de reflexão
prof
issional sistemática para os educadores e gestores sobre os papéis destes diferentes órgãos,
os serviços desenvolvidos por eles no atendimento de crianças, adolescentes e famílias, e sobre
os encaminhamentos necessários a cada tipo de problema de convivênc
ia. Percebe
-
se pouco
conhecimento sobre o que fazer em situações que envolvem indisciplina, incivilidade e
problemas de comportamento em geral dos alunos, gerando encaminhamentos inadequados, de
ordem punitiva e expectativas não atendidas, principalmente a
os gestores escolares, como no
caso da sensação de que haverá responsabilização dos adolescentes pelo Conselho Tutelar,
sendo que tal ação não condiz com a atribuição deste órgão.
Outra recomendação importante para o trabalho nas escolas é o contato da in
stituição
com os demais serviços da rede de proteção que atuam no território. Ao se aproximar das demais
políticas públicas existentes no mesmo local, a escola pode se fortalecer enquanto instituição e
ter maior respaldo para aquelas situações que, de fato
, necessitam do trabalho conjunto com a
rede. Para tal, é possível realizar reuniões periódicas organizadas pela própria escola ou por
outros serviços, contatos telefônicos e participação em espaços de discussão do município,
como os Conselhos de Direitos
da Criança e do Adolescente. Compreende
-
se que as demandas
do dia a dia da instituição escolar, a
falta de tempo e a sobreposição de projetos prejudicam esse
contato e a busca por outros serviços, entretanto, pode se pressupor que o trabalho em conjunto
co
m a rede de proteção favoreceria a resolução de problemas e a realização de
encaminhamentos mais efetivos por parte da escola. Mas este não é o caso e esperamos que este
trabalho ajude a mostrar as causas e os fatores de influência desta situação.
Ao cons
iderarmos a escola como lugar de formação humana, com a função de assegurar
o respeito e a dignidade de crianças e adolescentes dentro ou fora da instituição educativa
(
JARES, 2008;
TOGNETTA
;
VINHA
,
2007; TOGNETTA, VINHA, 2012) é condição
sine
qua non
que
educadores conheçam e participem destes conselhos e nossa experiência nos
mostrou que muitos educadores não sabem sequer da existência desses espaços.
Já em relação às ações ou políticas voltadas à gestão pública, torna
-
se necessário que
haja uma convergê
ncia e atuação conjunta desses diferentes setores. Isso significa que deve
haver um alinhamento entre as diferentes políticas públicas com a participação e atuação efetiva
da Política de Educação no atendimento e elaboração de fluxos municipais. Em termos
de
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Talita Bueno Salati LAHR
;
Pablo Javier CASTRO
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CARRASCO
e
Vitória Hellen Holanda OLIVEIRA
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Estado ou país, observa
-
se que as políticas publicas ainda atuam de forma separada, “em
caixinhas” e por projetos, sem haver conexão entre eles.
É necessário, também, que as políticas públicas possam ser desenvolvidas incluindo os
conhecimentos dos profissionais e que sejam derivadas de sua experiência (HERRERA
;
CASTRO
-
CARRASCO, 2021), o que pode ser favorecido pela participação destes
profissionais nos Conselhos de Direitos com caráter deliberativo.
É provável que exista uma
descon
sideração do conhecimento dos profissionais que trabalham nessa rede, e é possível que
muitas das omissões, dos processos de terceirização e da não atuação ou maus
encaminhamentos, se relacionem com políticas públicas que não consideram suas experiências
o
u as teorias profissionais que desenvolveram, o que é um aspecto importante a se considerar
em processos de formação continuada destinados a eles (CUADRA
;
CASTRO
-
CARRASCO
;
JULIÁ, 2018).
Todo o anterior dificulta a atuação dos profissionais que lidam direta
mente com os
usuários dos serviços e com as demandas de grande complexidade que, inclusive, foram
intensificadas no período de pandemia. Em tempos pós
-
pandêmicos, mais do que nunca, essa
rede de proteção precisa funcionar!
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9029. DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16953
Submetido
em
: 07/01/20212
Revisões requeridas
: 14/03/2022
Aprovado em
: 06/05/2022
Publicado em
: 01/07/2022
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Who educates and protects in order to guarantee the rights of children and
adolescents
: School interaction and the protection network
RPGE
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Revista on line de Política e Gestão Educacional,
Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022093,
July
2022.
e
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ISSN: 1519
-
9029
DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16953
1
WHO EDUCATES AND PROTECTS IN ORDER TO GUARANTEE THE RIGHTS
OF CHILDREN AND ADOLESCENTS: SCHOOL INTERACTION AND THE
PROTECTION NETWORK
QUEM EDUCA E PROTEGE PARA GARANTIA DE DIREITOS DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES: A CONVIVÊNCIA NA ESCOLA E A REDE DE
PROTEÇÃO
QUIEN EDUCA Y PROTEGE PARA GARANTIZAR LOS DERECHOS DE LA NIÑEZ Y
LA ADOLESCENCIA: LA CONVIVENCIA EN LA ESCUELA Y LA RED DE
SEGURIDAD
Talita Bueno Salati
LAHR
1
Pablo Javier
CASTRO
-
CARRASCO
2
Vitória Hellen Holanda
OLIVEIRA
3
ABSTRACT
: This research is part of a set of investigations conducted during the pandemic of
COVID
-
19 and has as its problem the following question: Is there a difference between the
perception of the protection network and the adults in the school (managers and te
achers) about
the interventions made by the school regarding conflicts involving aggression and disobedience
to the rules by adolescents? To answer this question, we have as a general objective to verify
the perception of teachers, managers, and other memb
ers of the protection network about the
interventions made by the school regarding conflicts that involve aggression and disobedience
to rules by adolescents. As specific objectives we aimed to verify if there are differences
between the perception of adul
ts who work in schools and other members of the protection
network, and to verify if there are differences between the perception of teachers and managers
about these interventions made by the school. Participating in the investigation were managers,
teach
ers, and other actors in the protection network from different agencies, such as the
Guardianship Council, Public Ministry, Social Assistance, and Health. We found a difference
in perception between those who work at school and those who work in other orga
ns of the
protection network in relation to referrals to coexistence problems, with the school's actions
being based on punitive sanctions, reinforcing the importance of training processes with the
professionals of the school institution and articulation a
ctions among all actors of the protection
network.
KEYWORDS
: School. Protection Network.
Coexistence.
Children. Adolescents.
1
São Paulo State University
(UNESP), Araraquara
–
SP
–
Braz
il.
Master in School Education
.
ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0003
-
2917
-
324X.
E
-
mail: talita.salati@unesp.br
2
Universidad de La Serena
(ULS)
, La Serena
–
Chile.
Department of Psychology. PhD in Psychology
(PUC
-
Chile
).
ORCID:
https:
/
/orcid.org/
0000
-
0002
-
8640
-
5820. E
-
mail: pablocastro@userena.cl
3
São Paulo State University
(UNESP), Araraquara
–
SP
–
Braz
il.
Bachelor's Degree in Pedagogy
.
ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0003
-
3430
-
5585. E
-
mail: vitoria.hellen@unesp.br
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Talita
Bueno Salati LAHR
;
Pablo Javier CASTRO
-
CARRASCO
and
Vitória Hellen Holanda OLIVEIRA
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Revista on line de
Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022093,
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2
RESUMO
: Essa pesquisa parte de um conjunto de investigações realizadas durante a
pandemia da COVID
-
19
e
tem como problema
a seguinte indagação
:
E
xiste diferença entre a
percepção da rede de proteção e dos adultos da escola (gestores e professores) sobre as
intervenções realizadas pela escola
com relação
a conflitos que envolvem agressão e
desobediência às r
egras por adolescentes? Para responder a este questionamento,
temos
como
objetivo
geral c
onstatar a percepção de professores, gestores e demais membros da rede de
proteção sobre as intervenções realizadas pela escola
com relação
a conflitos que envolvem
ag
ressão e desobediência às regras por adolescentes
. Como objetivos específicos objetivamos
verificar se existem diferenças entre a percepção dos adultos que trabalham em escolas e
demais membros da rede de proteção e verificar se existem diferenças entre a
percepção de
professores e gestores sobre essas intervenções realizadas pela escola. Participaram da
investigação gestores, professores e demais atores da rede de proteção de diferentes órgãos,
como Conselho Tutelar, Ministério Público, Assistência Social
e Saúde. Constatamos haver
uma diferença de percepção entre aqueles que atuam na escola e os que trabalham em outros
órgãos da rede de proteção em relação aos encaminhamentos aos problemas de convivência,
sendo as ações da escola pautadas em sanções expiat
órias de ordem punitiva, reforçando a
importância de processos formativos com os profissionais da instituição escolar e ações de
articulação entre todos os atores da rede de proteção.
PALAVRAS
-
CHAVE
: Escola. Rede de proteção. Convivência. Crianças. Adole
scentes.
RESUMEN
: Esta investigación es parte de un conjunto de investigaciones llevadas a cabo
durante la pandemia de COVID
-
19 y tiene como problema la siguiente pregunta: ¿Existe una
diferencia entre la percepción de la red de protección y los adultos
de la escuela (gerentes y
maestros) sobre las intervenciones realizadas por la escuela en relación con los conflictos que
involucran agresión y desobediencia a las reglas por parte de los adolescentes? Para
responder a esta pregunta, nuestro objetivo gener
al es verificar la percepción de docentes,
gestores y otros miembros de la red de protección sobre las intervenciones realizadas por la
escuela en relación con los conflictos que implican agresión y desobediencia a las reglas por
parte de los adolescentes.
Los objetivos específicos fueron verificar si existen diferencias entre
la percepción de los adultos que trabajan en las escuelas y otros miembros de la red de
protección y verificar si existen diferencias entre la percepción de los maestros y los gerente
s
sobre estas intervenciones realizadas por la escuela. En la investigación participaron
directivos, docentes y otros actores de la red de protección de diferentes organismos, como el
Consejo de Tutela, Ministerio Público, Asistencia Social y Salud. Encont
ramos que existe una
diferencia de percepción entre quienes trabajan en la escuela y quienes trabajan en otros
órganos de la red de protección en relación con las derivaciones a problemas de convivencia,
y las acciones de la escuela se basan en sanciones p
unitivas expiatorias, reforzando la
importancia de los procesos formativos con los profesionales de la institución escolar y las
acciones de articulación entre todos los actores de la red de protección.
PALABRAS CLAVE
: Escuela. Red de
seguridad. Convivencia. Niños. Adolescentes.
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Who educates and protects in order to guarantee the rights of children and
adolescents
: School interaction and the protection network
RPGE
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Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022093,
July
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3
Introduction
The problems experienced by schools involving unstructure, lack of professionals, lack
of continuing education, teacher and manager turnover, difficulties in conflict resolution, time
management, and student behaviors are many, since before the pandemic (A
BRAMOVAY;
2015; BRASIL, 2017; CAMPOS, 2008; CARVALHO, 2019; IDEB, 2019; RUBIO
et al
.,
2019).
Some of these problems can be confused in the school environment, making their
identification and respective interventions difficult. As examples of this, we obse
rve the
problems related to school "indiscipline" which, according to Garcia (2006), are characterized
by transgressions to school rules, insubordination and rebellion or the incivilities, characterized
by transgressions to the rules of conduct and impolit
e
.
Research indicates that many situations understood as undisciplined are called "violent"
by teachers and managers (ABRAMOVAY; 2015; PISA, 2018; VINHA
et al
., 2017), which
generates misguided referrals and expiatory sanctions to students, hindering the
development
of the formative function of the school that remains based on actions characterized by
exacerbated control of behaviors with the sole objective of achieving good learning rates in
external assessments. Even the existing relationship between sch
ool and classroom climate and
school results is often used as an argument, but this association hides or contradicts the
principles of school inclusion. It was also found that the subjective definition of discipline in
some educators is very much associate
d with norms, rules or limits (CASTRO
-
CARRASCO
et
al
., 2019), without including as a central concept the educational purpose of discipline, that is,
it is thought of as disciplinary problems and not as a discipline with a formative purpose and
socio
-
moral
development.
According to Vinha
et al
. (2017), we can divide coexistence problems at school into two
categories: disruptive and violent problems. The former refer to situations that hinder or harm
the academic development of students and, consequently, bo
ther teachers in their daily school
routine, such as talking while the teacher explains, walking around the room, shouting out of
nowhere, sleeping during class, playing games, using cell phones, etc. On the other hand,
violent problems are characterized b
y situations in which there is an imposition of power or use
of force that generates damage to dignity and physical, psychological and moral integrity of the
other, and may be actions regulated by the criminal code or not, for example: physical assault,
dr
ug trafficking, possession of weapons, sexual abuse, theft, threats and bullying (VINHA
et
al
., 2017).
.
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Talita
Bueno Salati LAHR
;
Pablo Javier CASTRO
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CARRASCO
and
Vitória Hellen Holanda OLIVEIRA
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In a survey conducted by Abramovay (2016), it was found that half of the students claim
to have been assaulted at school and that two out of ten studen
ts said they had seen weapons at
school. We see, in these data, problems that go beyond the limits of disturbing problems,
entering those said to be of a violent order (VINHA
et al
., 2017). The results found in the School
Climate survey, conducted in
2019 with managers and teachers, point out there are many more
disturbing manifestations of order (indisciplines and incivilities) than those that refer to
aggressiveness and violence among peers or even with teachers (TOGNETTA, 2022).
On the data pointing
to disruptive order difficulties, according to Pisa data (2018), for
41% of Brazilian students, teachers have difficulty getting classroom activities started, while
the average for other OECD countries is 26%. Another survey that confirms these data was
c
onducted by TALIS (Teaching and Learning International Survey) in 2013, and in it we saw
that Brazilian teachers point to spending 20% of their time trying to maintain discipline in the
classroom, placing us Brazilians in the worst category in this survey,
which had the participation
of 34 countries (OECD, 2014)
.
It so happens that the pandemic context and social isolation have opened up other
problems already known in our country: poverty, emotional suffering, situations of domestic
violence and school dr
opout, generating even more anguish in education professionals when
returning to face
-
to
-
face activities (LAHR ; TOGNETTA, 2021). Such concerns are not
exclusive to teachers and school managers, but also involve professionals from other areas who
must work
directly with the school: they are the services and bodies of the so
-
called protection
network, which make up the Rights Guarantee System (SGD in the Portuguese acronym).
Institutions that study the topic of violence against children and adolescents warned
about the possible increase in violations in the period of social isolation. The Alliance for Child
Protection in Humanitarian Action (2020) technical note entitled “COVI
D
-
19: Protecting
Children from Violence, Abuse and Neglect in the Home”, published at the start of the
lockdown, assumed that there would be an increase in 30% in cases of domestic violence
involving children and adolescents in the context of the pandemic,
generated, including, by the
increase in poverty, problems with alcohol and drugs, stress due to lack of employment and
other social situations. On the other hand, surveys involving the number of complaints about
situations of violence against this public
indicate a sharp drop in the pandemic period. In the
state of Santa Catarina, complaints decreased by 53.3% (PLATT; GUEDERT; COELHO, 2021)
and, in the state of Rio Grande do Sul, by 54% (LEVANDOWSKI
et al
., 2021). This raises
great concern for services an
d protection agencies, since most violations take place within the
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Who educates and protects in order to guarantee the rights of children and
adolescents
: School interaction and the protection network
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families' homes: 62.3% of reported violations (DISQUE 100, 2019). That is, children and
adolescents spent more time indoors, with more accentuated social and coexistence problems,
and witho
ut access to protection services, including school, making it difficult to file complaints
and seek help.
SAFERNET data regarding complaints and requests for help with mental health or well
-
being, such as suicidal ideation, self
-
mutilation and other types
of emotional suffering, confirm
this concern. In 2019, SAFERNET registered 2188 assistances to children and adolescents and
in 2020 the record was only 401. That is, they had no one to turn to or ask for help in this period
of social isolation (LAHR; TOGN
ETTA, 2021).
Brazil has structured legislation that, even today, is an example for other countries in
terms of protecting children and adolescents. The ECA (Statute of Children and Adolescents
—
Law 8069/1990) (BRAZIL, 1990) enacted more than 30 years ago
aims to guarantee
fundamental rights and organizes the services that serve this public within a large “network”
that must work in jointly, the so
-
called safety net. CONANDA Resolution 113/2006 (BRAZIL,
2006) organizes the System for the Guarantee of the Ri
ghts of Children and Adolescents
(SGDCA) and also places the gaze and work in the hands of society in search of guaranteeing
rights. Likewise, Law No. 13,431/2017 aims to strengthen the organization of the SGDCA,
especially for children and adolescents who
are victims or witnesses of violence (BRAZIL,
2017).
Undoubtedly, the protection of children and adolescents is the role of the whole of
society and of all the institutions that serve this public, including the school. For this, there must
be, more than e
ver, the articulation between these services and bodies so that the actions with
the family, with the child and with the adolescent are joint and protect these individuals in an
integral way (LAHR; TOGNETTA, 2021). )
.
Well, all these explanations were give
n in order to reach a crucial point so that the
dignity of children and adolescents is guaranteed in our countries: the articulation between the
services that “take care”. But, we can ask ourselves: does this articulation actually happen? Do
schools and ot
her network services understand their roles and conceive the same ways of
resolving conflicts when there are problems in interpersonal relationships involving children
and adolescents in our schools? It's what we come to understand better
.
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Bueno Salati LAHR
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Pablo Javier CASTRO
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CARRASCO
and
Vitória Hellen Holanda OLIVEIRA
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The
present investigation
This research is part of a larger investigation entitled
“A Convivência como Valor nas
Escolas Públicas: Implantação de um Sistema de Apoio entre Iguais”
4
and the question that
composed our problem was: Is there a difference between
the perception of the protection
network and the school adults (managers and teachers) about the interventions carried out by
the school institution to conflicts involving aggression and disobedience to rules by
adolescents?
Methodology
The
research on the theme of the relationship between the school and the protection
network in which it is inserted was applied in the Regional Boards of Education (DREs) of
Taquaritinga and São Paulo (East 3) and had the participation of managers, teachers an
d other
actors. of the protection network of different bodies, such as the Guardianship Council, Public
Ministry, Social Assistance and Health. For each group, an instrument was applied, with the
following participants: 90 school managers, 193 teachers and
28 actors of the protection
network. This research was registered with the Research Ethics Committee of the Faculty of
Sciences and Letters of UNESP in Araraquara/SP under registration number CAAE:
32487220.6.0000.5400.
The present study had as general ob
jective to verify the perceptions of the adults of the
school and of the protection net about how the problems of aggression and disobedience to the
rules are addressed; and, as secondary objectives, 2. Compare the perceptions of the research
participants
and if there is a difference between them; 3. Compare whether there is a difference
between the views of managers and teachers on the interventions carried out
.
For this, a closed questionnaire was used, built by GEPEM (Group of Studies and
Research in Mo
ral Education) containing a session with 12 questions, and teachers and
managers answered the same slogan.
:
“When students bully each other, get involved in conflicts
or break the rules, how often SCHOOL ADULTS do the following actions with those involved”
.
And the different actors in the protection network responded to the slogan
:
“What is your
perception of the frequency with which schools take the attitudes below with children and
4
Project financed by Fundação Itaú Social and Fundação Carlos Chagas within the scope of the Research Notice
“Final Years of Elementary School: adolescence, quality and equity
in public schools”.
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adolescents
: School interaction and the protection network
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adolescents involved in conflicts in which there is aggression or disobedi
ence to rules? (Seek
to analyze in general THE ACTIONS OF THE SCHOOLS)”.
Next, for better understanding, we present the table with the instrument items used in
this investigation, as well as the response options for frequency. Underlined items are inverted
items
.
Chart
1
–
Instrument answered by teachers, managers and actors of the protection network in
the research: The school and its insertion in the network that protects
.
Source: Devised by the authors
Consignment to teachers and administrators:
“When students
attack each other, get involved in conflicts or disobey the rules, how
often SCHOOL ADULTS take the attitudes below with those
involved”
Consigns to actors in the protection network:
“What is
your
perception of the frequency with which schools take the attitudes
below with children and adolescents involved in conflicts in which
there is aggression or disobedience to the rules? (Seek to analyze in
general THE ACTIONS OF THE SCHOOLS)”.
Never
Rarely
Usually
Always
1. Inform the family and/or guardian of what happened, asking them
to solve the problem (through entry or exit, by phone, through tickets,
portal or electronic notifications)
2. Prevent students from
participating in activities they enjoy
(recreation, physical education, party, excursion, etc.)
3. Take no action
4. Give oral warning
5. Give written warning
6. Listen to those involved and invite them to make
amends for their
mistakes
7. Punish or scold the whole group and not just those involved
8. Only punish students who are already “known” for inappropriate
behavior
9. Suspend
10. School transfers
11. Make a
police report or call the police
12. Forward the problem to the Guardianship Council
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Results and discussion
We will begin our analysis with a data that has caught our attention: the degree of the
respondents to our survey. Below we highlight in full the table with the data of this profile item
.
Table
1
–
Last degree of respondents
Your last degree:
Protection
network
Teacher
s
Managers
Doctorate degree
6,90%
0%
0%
High school
0%
3,11%
3,33%
Specialization / Postgraduate Lato Sensu
55,17%
50,78%
54,44%
University graduate
31,03%
41,97%
32,22%
Master's degree
3,45%
3,11%
5,56%
Others:
3,45%
1,04%
4,44%
Grand total
100,00%
100,00%
100,00%
Source: Devised by the authors
It is
observed, therefore, that the vast majority of respondents have specialization or lato
sensu postgraduate studies.
As we can see in the table, respondents who work in the protection network have more
training at the postgraduate level, doctorate: 6.09% aga
inst 0% of teachers and managers and
specialization/postgraduate lato sensu: 55, 17% of the actors in the protection network, against
50.78% and 54.44% of teachers and managers, respectively.
Let's move on to the results of the items on the performance and
forms of intervention
to the problems of coexistence in the perception of the participants. The results that showed
statistically significant differences (p<0.05) were referrals that involve the alternatives "invite
those involved to repair their mistakes
", "transfer from school" and "refer to the Guardianship
Council".
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As for listening and inviting those involved to repair errors, the data we found are shown
in the figure below.
:
Figure
1
–
Listen to those involved and invite them to make amends for
their mistakes
5
Source: Research report
“A Convivência como Valor nas Escolas Públicas:
Implantação
de um Sistema
de Apoio entre Iguais”
It is observed that the actors of the protection network perceive that listening to students
and inviting them
to repair their mistakes is something that is rarely done at school, while
teachers and administrators claim that they carry out this procedure whenever or most of the
time when school problems occur. indiscipline or fights between students. The difference
s were
significant in the comparisons between the three participating groups, p
-
value <0.01 for:
managers and teachers, managers and protection network and managers + teachers and network.
And p
-
value 0.01 in the comparison of responses between teachers an
d the network.
That is, for managers, listening to those involved and inviting them to repair their
mistake is a constant action in the school, reaching 100% of the answers in “always” or “often”.
As for the teachers, this form of resolution is not used in
all situations, so that 5.24% of them
understand that it is performed “few times” or “never”. While the actors in the safety net
understand that in 32.14% of the time this action rarely happens.
With the help of the following figure, let us now see how
our respondents perceive
compulsory transfer actions at school
.
5
Rede de proteção = Protection network; Professores = Teachers; Gestores = Managers; Muitas vezes = Usually;
Nunca = Never; Poucas vezes = Rarely; Sempre = Always
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Talita
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10
Figure
2
–
School transfers
6
Source: Research report
“A Convivência como Valor nas Escolas Públicas: implantação de um
Sistema de Apoio entre Iguais”.
In relation to
compulsory transfers, it is observed that the actors of the protection
network indicate the occurrence of this practice: 17.24% indicate that this occurs “many times”
and 20.69% “few times”. Different from the response of managers and teachers who, adding
the responses for “few times” and “never” reach the percentage of 97.78% for managers and
98.43% for teachers. The differences were significant in the comparison between managers and
protection network (p
-
value 0.01), teachers and network (p
-
value <0.01) a
nd managers +
teachers and network (p
-
value <0.01).
This difference raises concern about the right to education guaranteed by law to all
children and adolescents. The differences in the perceptions pointed out may be related to
guidelines received by teach
ers and managers by the state management that the transfer action
is not adequate, despite being authorized through an indication published by the São Paulo State
Education Council on the School Regulations and the “transfer for disciplinary reasons as an
educational measure of an exceptional nature” (SÃO PAULO, CEE, Indication 175/2019) and
in the guidelines of the booklet entitled General Rules of School Conduct, prepared by the
former SPEC
7
(SÃO PAULO, 2009).
These guidelines emphasize that the transfer can only
happen in exceptional situations when there are risks to the physical, psychological or moral
integrity of the student, or of another person, and the student, their guardians and a lawyer must
6
translator's note: see footnote 5
7
School Protection System.
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adolescents
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11
also part
icipate in the entire process. However, this is not the procedure observed by the other
actors in the protection network, who directly serve children and adolescents with violated
rights, and indicate the occurrence of this referral frequently
.
Recent res
earch warns about the divergence of guidelines on the subject and the scarcity
of investigations on compulsory transfers (MORRONE, 2019a; MORRONE, 2019b; STELKO
-
PEREIRA; PADOVANI, 2008; SILVEIRA, 2014), but indicate that adolescents who go
through this pro
cedure are more likely to evade the school institution (BRANDÃO;
ROSENBURG, 2000) and that such referrals can happen because the school does not
differentiate indiscipline problems with acts considered infractions (SILVEIRA, 2014).
Another way of solving p
roblems as an alternative presented to the respondents was to
refer the problem to the Guardianship Council. For this item, with the help of Figure 3, we have
the following results
:
Figure
3
–
Refer the problem to the Guardianship Council
8
Source: Research report
onte: Relatório de pesquisa “A Convivência como Valor nas Escolas Públicas:
implantação de um Sistema de Apoio entre Iguais”.
Again, it is observed that the responses of the safety net differ from the responses of
school profession
als. The differences were significant in the comparisons between managers
and network actors (p
-
value <0.01), teachers and network actors (p
-
value 0.02) and managers
+ teachers and protection network (p
-
value <0, 01). In this case, a difference between the
responses of teachers and managers was also evident (p
-
value 0.01). Managers claim that they
8
translator's note: see footnote 5
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Talita
Bueno Salati LAHR
;
Pablo Javier CASTRO
-
CARRASCO
and
Vitória Hellen Holanda OLIVEIRA
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Revista on line de
Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022093,
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rarely refer problems related to discipline and conflicts to the Guardianship Council: 87.78%
of responses for “rarely” and “never”, whereas teachers say that thi
s happens “often” or
“always” in 26, 7% of the time and the network actors ensure that the referral to the
Guardianship Council is a constant action of the school in 46.43% of the situations. This data
corroborates the studies already carried out that many
of the problems of coexistence are
referred to the Guardianship Council aiming at a punishment or the outsourcing of the problem,
which occurs due to the lack of knowledge of the school professionals about the attributions of
that body that aims to protec
t of children and adolescents, and not their punishment
(FERNANDES; ARAGÃO, 2011; FERREIRA, 2015; SCHEINVAR, 2012).
Thus, it is common to hear from these professionals that the school is distant from
students and protection agencies, evading its protectiv
e function and giving greater emphasis
to the academic function. Discussions held in training groups of the Protection Network also
made this hypothesis explicit.
9
.
In the research carried out by Lahr (2022), school managers
reported referring
several problems to the Guardianship Council because they identified that
this is the body responsible for making referrals to other services in the protection network,
even ignoring the role of other services and institutions. When referring to the “prote
ction
network”, the participants of the school institution constantly referred exclusively to the
Council.
In conclusion, the data presented indicate that there is a difference in perception between
those who work at the school and those who work in other
organs of the protection network in
relation to referrals to problems of coexistence. Services that accompany children and
adolescents with violations of rights in general seek contact and reference from the school to
assist in the progress of the case and
to get to know the adolescent's perspective in the school
coexistence space and perceive punitive actions towards the accompanied students. On the other
hand, teachers and managers claim that such referrals are not carried out so often, despite citing
the
ir occurrence.
9
In the master's thesis
"Territórios vulneráveis: os problemas de convivência na escola e a rede de proteção”
Group
interviews were conducted to better understand these different perceptions and the paths thought by the
network
services in a qualitative way
.
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Who educates and protects in order to guarantee the rights of children and
adolescents
: School interaction and the protection network
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Revista on line de Política e Gestão Educacional,
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Final remarks
From the research developed on the perception of actors in the protection network and
professionals working in schools regarding coexistence problems and their referrals, there is a
need for continued training and
systematic professional reflection processes for educators and
managers on the roles of these different agencies, the services they provide for children,
adolescents and families, and the necessary referrals for each type of coexistence problem.
There is l
ittle knowledge about what to do in situations that involve indiscipline, incivility and
behavior problems of students in general, generating inadequate referrals, of punitive order and
unmet expectations, especially for school managers, as in the case of
the feeling that there will
be accountability of adolescents by the Guardianship Council, when such action does not match
the attributions of this body
.
Another important recommendation for the work in schools is the contact between the
institution and th
e other services of the protection network that operate in the territory. By
getting closer to the other public policies existing in the same place, the school can strengthen
itself as an institution and have greater support for those situations that, in f
act, require joint
work with the network. To this end, it is possible to hold periodic meetings organized by the
school itself or by other services, telephone contacts and participation in discussion forums in
the municipality, such as the Councils for the
Rights of Children and Adolescents. It is
understood that the daily demands of the school institution, the lack of time and the overlapping
of projects hinder this contact and the search for other services; however, it can be assumed that
working together
with the protection network would favor problem solving and more effective
referrals by the school. But this is not the case and we hope that this work helps to show the
causes and the influencing factors of this situation
.
When considering school as a p
lace of human formation, with the function of ensuring
the respect and dignity of children and adolescents inside or outside the educational institution
(JARES, 2008; TOGNETTA; VINHA, 2007; TOGNETTA, VINHA, 2012), it is a
sine qua non
condition that educators know and participate in these councils, and our experience has shown
us that many educators do not even know of the existence of these spaces.
As for the actions or policies aimed at public management, it is necessary that there
is a
convergence and joint action of these different sectors. This means that there must be an
alignment among the different public policies with the effective participation and performance
of the Education Policy in the attendance and elaboration of munic
ipal flows. In terms of the
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Talita
Bueno Salati LAHR
;
Pablo Javier CASTRO
-
CARRASCO
and
Vitória Hellen Holanda OLIVEIRA
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Revista on line de
Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022093,
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State or country, it is observed that public policies still act separately, "in boxes" and by
projects, with no connection between them
.
It is also necessary that public policies can be developed including the knowledge of
prof
essionals and that they are derived from their experience (HERRERA; CASTRO
-
CARRASCO, 2021), which can be favored by the participation of these professionals in
Councils of Rights with deliberative character. It is likely that there is a disregard of the
kn
owledge of professionals working in this network, and it is possible that many of the
omissions, outsourcing processes, and non
-
action or bad referrals, are related to public policies
that do not consider their experiences or the professional theories they
have developed, which
is an important aspect to consider in continuing education processes aimed at them (CUADRA;
CASTRO
-
CARRASCO; JULIÁ, 2018
).
All of the above makes it difficult for the professionals who deal directly with the service
users and with th
e highly complex demands that were intensified during the pandemic period.
In post
-
pandemic times, more than ever, this protection network needs to work
!
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Published
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