image/svg+xml
O sofrimento emocional em adolescentes em tempos de pandemia do
Covid
-
19
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
1
O
SOFRIMENTO EMOCIONAL EM ADOLESCENTES EM TEMPOS DE
PANDEMIA DO COVID
-
19
EL SUFRIMIENTO EMOCIONAL EN ADOLESCENTES EN TIEMPOS DE
PANDEMIA DE COVID
-
19
EMOTIONAL SUFFERING IN TEENAGERS DURING THE COVID
-
19 PANDEMIC
Luciene Regina Paulino TOGNETTA
1
David Jorge CUADRA
-
MARTÍNEZ
2
Raul Alves de SOUZA
3
Mário
FIORANELLI
NETO
4
RESUMO
: A pandemia causada pelo coronavírus (Covid
-
19) representou um desafio à saúde
física e emocional para adolescentes submetidos a quase dois anos de isolamento social,
res
tritos ao convívio familiar e impedidos de estarem na escola. O presente artigo apresenta
dados da pandemia associados ao sofrimento emocional entre adolescentes e o impacto da
convivência escolar restrita neste período. Trata
-
se de uma pesquisa exploratór
ia de caráter
descritivo, cujo objetivo foi identificar a frequência de situações em que há indícios de
sofrimento emocional em adolescentes e comparar os escores encontrados entre questões
demográficas de perfil (raça, gênero e celular). Participaram da a
mostra 1.991 adolescentes,
estudantes de duas diretorias da rede de ensino público estadual paulista. O instrumento de
investigação foi construído a partir de ampla revisão de literatura em forma de questionário com
perguntas fechadas, dividido em duas par
tes: a primeira, contendo 13 perguntas sobre o perfil
do estudante e, a segunda, com 21 questões, sobre indícios de sofrimento emocional. A partir
da análise quantitativa, os resultados encontrados destacam maior escore de sofrimento
emocional entre menina
s adolescentes e estudantes pretos e apontam para a urgência de ações
que proporcionem o bem
-
estar e a aprendizagem de formas assertivas de resolução de conflito,
bem como a urgência de espaços de manifestação de sentimentos pelos estudantes.
PALAVRAS
-
CHAVE
: Sofrimento emocional. Adolescentes. Convivência escolar.
1
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara
-
SP
–
Brasil. Professora do Departamento de Psicologia da
Educação (FCLAr/UNESP). Doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano. ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0003
-
0929
-
4925. E
-
mail: luciene.
tognetta@unesp.br
2
Universidad de Atacama (UDA), Copiapó
–
Chile. Professor do Departamento de Psicologia. ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0002
-
0810
-
2795. E
-
mail: david.cuadra@uda.cl
3
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara
-
SP
–
Brasil. Doutoran
do em Educação Escolar. ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0002
-
9652
-
5228. E
-
mail
-
raul.alves@unesp.br
4
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara
-
SP
–
Brasil. Mestrando em Educação Escolar. ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0002
-
2672
-
1688. E
-
mail: mariof
@pioneiro.g12.br
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
2
RESUMEN:
La pandemia provocada por el coronavirus (Covid
-
19) representó un desafío a
la salud física y emocional de los adolescentes sometidos a casi dos años de aislamiento social
,
restringidos a la vida familiar e impedidos de estar en la escuela. Este artículo presenta datos
sobre la pandemia asociada al sufrimiento emocional entre los adolescentes y el impacto de la
vida escolar restringida en este período. Se trata de una inves
tigación descriptiva exploratoria,
cuyo objetivo fue identificar la frecuencia de situaciones en las que existen indicios de
sufrimiento emocional en adolescentes y comparar las puntuaciones encontradas entre
cuestiones de perfil demográfico (raza, género
y célula). La muestra estuvo constituida por
1.991 adolescentes, estudiantes de dos juntas directivas de la red estatal de educación pública
de São Paulo. El instrumento de investigación se construyó a partir de una revisión
bibliográfica exhaustiva en for
ma de cuestionario con preguntas cerradas, divididas en dos
partes: la primera, que contiene 13 preguntas sobre el perfil del estudiante y la segunda, con
21 preguntas, sobre signos de angustia emocional. Con base en el análisis cuantitativo, los
resultado
s encontrados resaltan un mayor puntaje de angustia emocional entre las
adolescentes y estudiantes negras y apuntan a la urgencia de acciones que proporcionen el
bienestar y el aprendizaje de formas asertivas de resolución de conflictos, así como la urgenc
ia
de espacios para la manifestación de sentimientos por parte de los estudiantes.
PALABRAS CLAVE
: Sufrimiento emocional. Adolescentes.
Convivencia escolar.
ABSTRACT
: The coronavirus (Covid
-
19) pandemic represented a challenge to physical and
emotional health for adolescents subjected to almost two years of social isolation, restricted to
family life and prevented from being in school. This article presents data from
the pandemic
associated with emotional distress among adolescents and the impact of restricted school life
in this period. This is an exploratory, descriptive research, whose objective was to identify the
frequency of situations in which there are signs of
emotional distress in adolescents and to
compare the scores found between demographic profile issues (race, gender and smartphone
use). A total of 1,991 adolescents participated in the sample, students from two directorates of
the São Paulo state public e
ducation network. The investigation instrument was built from a
broad literature review in the form of a questionnaire with closed questions, divided into two
parts: the first, containing 13 questions about the student's profile and, the second, with 21
qu
estions, about signs of emotional suffering. From the quantitative analysis, the results found
highlight a higher score of emotional distress among adolescent girls and black students and
point to the urgency of actions that provide welfare and the learnin
g of assertive forms of
conflict resolution, as well as the urgency of spaces for expression of feelings by students.
KEYWORDS
: Emotional suffering. Teenagers. School coexistence.
Introdução
A investigação aqui apresentada trata de um conceito entendido por nós como
“sofrimento emocional” em contextos escolares, mas que por muitos tem sido traduzido como
“saúde mental”. Há uma preocupação de nossa parte em utilizar a expressão “saúde mental”
q
uando pensamos na tarefa da escola, já que todas as orientações oficiais relacionadas à saúde
image/svg+xml
O sofrimento emocional em adolescentes em tempos de pandemia do
Covid
-
19
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
3
mental remetem à área da saúde e não à educação. Tal preocupação tem sido alvo de discussões
na psicologia sobre a atribuição, inclusive, das funções do psicólogo
escolar quando atua nesse
espaço. Certamente, ninguém negligenciaria a importância de sua atuação, como é salientado
na Lei Federal 13935 de 11/12/2019 (BRASIL, 2019). Segundo a Lei, esses profissionais têm
atribuições específicas, definidas e relacionada
s à aprendizagem, à inclusão e aos problemas de
convivência, articulando
-
se com as instituições da rede de proteção: saúde, assistência social,
direitos humanos e justiça. Não cabe ao psicólogo escolar o atendimento clínico, mas o
encaminhamento dos casos
necessários às instituições de saúde no entorno da escola (FODRA,
2021).
Somada a essa questão, há outra grande preocupação emergida da ideia de que a “saúde
mental” deva ser “tratada” na escola: infelizmente, os diagnósticos e as patologias tão presentes
entre os discursos de profissionais de ensino, demonstram como a educação tem se apoderado
de um repertório médico que classifica os estudantes nos quadros de distúrbios mentais,
apontando um perigo para a disseminação da cultura da patologização e da med
icalização da
vida, e favorecendo o mercado dos diagnósticos e psicofármacos (SANTANA; GONÇALVES,
2019, p. 843).
Diante de tais fatos, por um lado, não se pode dizer que o tratamento à saúde mental é
uma tarefa escolar. A escola não é um espaço clínico de
atuação de profissionais da saúde que
tratam, medicam e acompanham a evolução do que, na falta da saúde, se tem como doença. À
escola cabe criar espaços dialógicos para que tanto os estudantes, quanto os educadores possam
expressar seus sentimentos e elab
orar seus conflitos, tanto os interpessoais quanto os
intrapessoais, pois a aprendizagem escolar não está restrita aos conceitos científicos, mas
também à convivência social. A escola é um lugar onde convivem seres humanos que estão,
permanentemente, em pr
ocesso de desenvolvimento; portanto cuidar das pessoas e apoiá
-
las
nos seus problemas pessoais e em situações de sofrimento emocional é papel dos educadores.
Existem inúmeras pesquisas que tratam da convivência escolar e que apresentam
atividades pedagógi
cas validadas por pesquisadores que contribuem para a redução dos
preconceitos, das situações de exclusão e dos conflitos presentes no cotidiano escolar
(CARRASCO; LÓPEZ, 2019; CARRASCO; LOPES; ESTAY, 2012; TOGNETTA
et al
.,
2020; TOGNETTA; VINHA, 2019). So
uza (2007) questiona as práticas escolares e afirma que
os espaços escolares e a atuação pedagógica são importantes na formação psíquica e na
promoção de relações interpessoais mais sadias, contudo, quando os educadores se depararem
com problemas que não p
odem ser resolvidos por meio das atividades pedagógicas (violência
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
4
doméstica, abuso sexual ou algum tipo de deficiência), as demais instituições da rede protetiva
devem ser acionadas.
O fato é que, ao menos no Brasil, o que temos presenciado nas últimas dé
cadas é a
criação de políticas públicas neoliberais lideradas por institutos ligados ao capital, que têm
fomentado a patologização da educação, transformando as queixas escolares (problemas de
aprendizagem ou comportamento) em patologias e diagnósticos que
estigmatizam as crianças
e adolescentes. Há um mercado de diagnósticos e medicalização dos problemas de convivência
e a escola não pode participar deste movimento.
Os programas e projetos criados recentemente pelos sistemas educacionais públicos, em
parce
ria com os institutos capitalistas, têm impingido à educação as questões de saúde mental
e desviando o seu papel no processo de humanização dos indivíduos.
Assim, a escolha do termo “sofrimento emocional” não é aleatória visto que expressa
uma tarefa s
ui
generis
da escola que é o trabalho com as emoções e sentimentos de seus alunos
e alunas. Infelizmente, em grande parte das vezes, esses sofrimentos não são facilmente
reconhecidos na escola podendo aparecer sob outras formas às quais se atribui
equivocadam
ente, uma desqualificação das crianças como “não querem”, “sem vontade”,
“preguiçosas”, “desatentas” (CALDERARO; CARVALHO, 2005).
Em uma palavra: não se discute, ainda que se tomem diferentes nomenclaturas, que os
problemas dessa ordem manifestados por cri
anças e adolescentes apontam a necessidade de
constituição de políticas públicas que abarquem seu direito à saúde.
Quando pensamos na realidade que fomos acometidos em virtude da pandemia da
COVID
-
19, no mês de março de 2020, certamente, os riscos de aume
nto de sofrimentos dessa
ordem seria algo demasiadamente desafiador. Fomos impostos a uma nova realidade:
cerceamento do convívio social e adequação das estratégias de trabalho. Aprendemos a
conviver com sentimentos de medo, insegurança e instabilidade dev
ido a não saber o que estava
por vir. Quando falamos do ambiente escolar, alunas, alunos e professores foram inseridos num
contexto nunca ou pouco vivido, com metodologias, para alunos e professores, bastante
diferentes do que estavam acostumados em sua re
alidade de escolas públicas neste país.
Esses adolescentes se tornaram vulneráveis, visto a incapacidade ou dificuldade de lidar
com o estresse e o enfrentamento às novas situações, bem como em expressar seus sentimentos
(IMRAN
; ZESHAN; PERVAIZ,
2020). Em todo o mundo, foram expostas ao sofrimento quando
viveram o isolamento social, os impactos econômicos e sociais em suas famílias, as perdas de
image/svg+xml
O sofrimento emocional em adolescentes em tempos de pandemia do
Covid
-
19
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
5
familiares, a preocupação em se infectar ou infectar os outros, o distanciamento (LAHR;
TOGNETTA, 2021
).
Por sua vez, o fechamento das escolas, além dos impactos na aprendizagem de crianças
e adolescentes, também representou, para muitos, a perda de quem seria seu socorro, visto o
aumento da vulnerabilidade a situações de violência doméstica, negligência p
arental,
exploração e abuso sexual cujos números nos mostram uma triste realidade (GHOSH
et al
.,
2020; LAHR; TOGNETTA, 2021).
Obrigados a permanecer isolados e em casa por conta da pandemia da COVID
-
19,
crianças, adolescentes e jovens foram afastados do s
eu principal local de convivência dessa
geração: a escola. Dentre todos os efeitos das aulas e atividades remotas oferecidas pelas
unidades escolares ou mesmo não oferecidas, ser privado de conviver com seus pares teve
grande impacto na vida e no desenvolv
imento das alunas e dos alunos.
Em um estudo transversal com 3613 estudantes de sete a 18 anos, Duan
et al
. (2020)
encontraram a prevalência de sintomas depressivos em 23,87% de crianças e 29,27% de
adolescentes entrevistados.
Certamente, a preocupação co
m o retorno às aulas não é aleatória quando pensamos nos
problemas de sofrimento emocional gerados durante a pandemia. Diante desse contexto e
reconhecendo a necessidade de que a escola identifique quais os problemas vivenciados pelos
seus jovens, a pesqui
sa intitulada “O diagnóstico da convivência durante a pandemia na
percepção de adolescentes de escolas públicas paulistas: caminhos e desafios para além dos
muros da escola” buscou mapear como os estudantes do Ensino Fundamental (Anos Finais) de
Escolas Es
taduais do Estado de São Paulo relatam se sentir no contexto pandêmico.
Objetivo
Para isso, nosso objetivo foi o de identificar a frequência de situações em que há indícios
de sofrimento emocional em adolescentes e comparar os escores encontrados entre
questões
demográficas de perfil (raça, gênero e possuir celular).
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
6
Metodologia
Esta pesquisa contou com a participação de 1.991 adolescentes, estudantes das duas
diretorias da rede de ensino público estadual paulista.
Para tanto, utilizamos de um quest
ionário com perguntas fechadas, que foi dividido em
duas partes: na primeira, contendo 13 perguntas, buscamos identificar o perfil do estudante e,
na segunda, com 21 questões, detectar possíveis indícios de sofrimento emocional.
O questionário foi construí
do por membros do GEPEM
-
Grupo de Estudos e Pesquisas
em Educação Moral a partir da literatura atual. As alunas e os alunos responderam de maneira
on
-
line, através da plataforma “Google Forms”. Foi enviado um termo de consentimento livre
e esclarecido (TC
LE) para os pais, mães e/ou responsáveis e, após o retorno do termo assinado,
o estudante foi liberado para o preenchimento.
Essa pesquisa foi registrada no Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências
e Letras da UNESP de Araraquara/SP sob o númer
o de registro CAAE: 46222921.2.0000.5400.
Vale lembrar que, como veremos logo à frente, o instrumento também continha itens relativos
aos problemas de cyberconvivência entre os adolescentes e, portanto, os dados de perfil
apresentados em outras investigaçõ
es deste dossiê serão os mesmos aqui apresentados.
Na pesquisa foram trabalhados itens relacionados às características pessoais
acessibilidade à internet, como: “como você se considera?” e “você tem celular próprio?”. Essas
questões permitiram organizar e
agrupar as respostas segundo sua etnia e também identificar
como os estudantes acessam as redes sociais. Além desses itens, foram perguntadas questões
sobre sofrimento emocional: “tenho chorado com facilidade nas mais diversas situações” e
“tenho me corta
do ou machucado para aliviar pensamentos e sentimentos que me perturbam",
por exemplo. Na parte abaixo dos resultados e discussões está descrito como foi organizada a
composição do escore.
Entre os participantes do estudo, 54,2% eram mulheres, 40,9% do se
xo masculino e
4,9% relataram não saber ou preferiram não responder a pergunta sobre gênero. A maior parte
deles, 41,8%, relatou ser da cor branca, seguido por 39,9% pardos, 11,2% negros, 0,6% de
origem oriental (amarelos) e a mesma porcentagem de indígena
s; 5,9% deles não souberam
responder sobre sua raça.
Passemos a apresentar os resultados encontrados sobre as questões de sofrimento
emocional em adolescentes.
image/svg+xml
O sofrimento emocional em adolescentes em tempos de pandemia do
Covid
-
19
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
7
Resultados e discussões
Quando pensamos na urgência que sugerem os resultados
encontrados, nosso
instrumento poderia aventar um indicador para qualificar a dor vivida por crianças e
adolescentes quanto às questões de sofrimento emocional? Sim, é a resposta que passamos a
apresentar. Por exemplo, um dado que nos chamou a atenção, nes
se instrumento, foi de que
62,9% dos estudantes relataram se sentir, em algum grau, solitários. Desse número, 28%
indicaram que se sentem assim “sempre” ou “muitas vezes”. A automutilação foi apontada
como estratégia para alívio de sentimentos e pensamento
s perturbadores por 14,5% dos
respondentes (sempre, muitas vezes e poucas vezes). Ainda mais elevado é o número de
adolescentes que sinalizam ter tido, pelo menos algumas vezes, pensamentos suicidas,
representando 21,1% das alunas e dos alunos participante
s da pesquisa.
Nesta pesquisa descritiva foram apresentados 21 itens para que os adolescentes
respondessem sobre situações de sofrimento emocional com quatro pontos de resposta: nunca,
poucas vezes, muitas vezes e sempre. Para análise dos dados foi feito u
m escore total somando
as respostas aos itens, de acordo com a seguinte pontuação: nunca equivale a um ponto, poucas
vezes equivale a dois pontos, muitas vezes equivale a três pontos e sempre equivale a quatro
pontos. Assim, o escore atingido nas respostas
de cada sujeito poderá ir de 21 a 84 pontos de
forma que quanto maior a pontuação, maior o sofrimento emocional.
Como se apresentarão, segundo esse exame, os sujeitos de nossa apresentação: com
nenhum, com pouco, moderado ou grande sofrimento emocional? E mais: haverá diferenças
significativas quanto a esses índices de sofrimento emocional entre meninas e meninos? E
quanto a variável raça/etnia autopercebida pelos estudantes: haverá diferenças? Ter ou não um
aparelho celular próprio pode ser uma variável que interfira nesses resultados? São perguntas
que nos dispusemos a pensar e o que passamos a apresentar com o auxí
lio da tabela a seguir.
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
8
Tabela 1
–
Análises do sofrimento emocional em adolescentes
Fonte: GEPEM
Para melhor visualização, apresentamos o gráfico a seguir.
Gráfico 1
–
Resultados de sofrimento emocional de acordo com a autodeclaração de gênero,
origem étnico
-
racial, e se possui ou não celular
Fonte: GEPEM
Quando examinamos os resultados encontrados, vemos que se considerarmos o escore
de sofrimento emocional varian
do de 21 a 84 pontos como destacado anteriormente, temos a
média atingida pelos participantes homens como sendo de 33,8 e entre as mulheres, 39,76. É
possível observar, tanto no gráfico como na tabela, que as mulheres chegam a escores mais
altos atingindo
82 pontos enquanto os homens atingem 71. Mas, podemos nos perguntar: essa
image/svg+xml
O sofrimento emocional em adolescentes em tempos de pandemia do
Covid
-
19
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
9
diferença será significativa estatisticamente falando? A resposta é afirmativa (p<0,005) e aponta
para escores de sofrimento emocional mais elevado entre as mulheres.
O gráfico a se
guir pode contribuir para melhor visualização de tais diferenças ao se
observar o desenho que se forma ao redor da dispersão dos dados: os escores das mulheres são
mais distribuídos e atingem valores maiores se comparados aos homens.
Gráfico 2
–
Dispersão
dos dados de sofrimento emocional por gênero
Fonte: GEPEM
Quando buscamos compreender as diferenças de sofrimentos emocionais possíveis
entre os respondentes sobre a raça autopercebida por eles, vemos que aqueles que se consideram
amarelos de origem o
riental têm uma menor média de sofrimento emocional (31,91 pontos),
seguidos daqueles que se consideram brancos (36,82 pontos). Pretos, pardos e indígenas
apresentam médias de maior sofrimento emocional. Contudo, vejamos se as diferenças entre
eles são est
atisticamente significativas. Com o auxílio da tabela a seguir, podemos visualizar
tais apontamentos.
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
10
Tabela 2
–
Análises do sofrimento emocional em adolescentes
Fonte: GEPEM
Na comparação das raças, considerando o nível de significância em p<
0,05, quando
comparados brancos e pretos, nossos dados confirmam que há diferenças significativas
(p<0,01), o que significa que aqueles que se declaram pretos apresentam escores de sofrimento
emocional significativamente superior quando comparados aos alun
os autodeclarados brancos.
O gráfico a seguir contribui com a visualização dos dados quando comparadas as dispersões
dos escores de brancos e pretos.
Gráfico 3
–
Dispersão dos dados de sofrimento emocional por declaração da origem étnico
-
racial
Fonte: GE
PEM
image/svg+xml
O sofrimento emocional em adolescentes em tempos de pandemia do
Covid
-
19
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
11
Note
-
se a distribuição dos pontos entre brancos e pretos, cuja análise provou ser
diferente (os que se autodeclaram pretos apresentam pontos acima de 75 em suas médias de
sofrimento emocional).
Ao observarmos novamente a tabela anterior,
podemos encontrar também resposta a
nossa pergunta: ter ou não celular é uma variável importante para pensarmos os problemas de
sofrimento emocional, principalmente em tempos em que este aparelho tem sido tão utilizado
por estudantes? Observemos que não há
, para essa relação, diferenças significativas. No gráfico
4 a seguir é possível observar que o formato da figura que representa a dispersão dos escores é
semelhante.
Gráfico 4
–
Dispersão dos dados de sofrimento emocional de acordo com a declaração se
po
ssui ou não celular próprio
Fonte: Elaborado pelos autores
Para as comparações foi proposto um modelo de regressão quantílica (KOENKER,
2005), uma vez que ele permite a comparação de K medianas entre os diferentes grupos de
interesse sem que haja pressu
posto de normalidade. Para todas as análises adotou
-
se um nível
de significância de 5%. Todas as análises foram realizadas através do software SAS 9.4.
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
12
Discussão e algumas considerações
Essa pesquisa, assim como na literatura mundial, demonstra um preo
cupante aumento
nos índices de sofrimento emocional potencializado pela pandemia da COVID
-
19
(LAHR;
TOGNETTA, 2021)
.
Embora não se possa dizer que o tratamento em saúde mental seja tarefa da escola
(FODRA, 2021), criar espaços de interação para que sua
comunidade educativa possa expressar
sentimentos, emoções, experiências e conflitos intrapessoais e interpessoais é.
Nesta investigação pudemos identificar que adolescentes do sexo feminino e aqueles
que se autodeclaram negros apresentam maiores índices de
sofrimento emocional em
comparação com homens brancos.
Em 2020, segundo o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, foram
registradas 105.821 denúncias de violência contra a mulher nas plataformas do Ligue 180 e do
Disque 100. O número de c
asos de feminicídio também apresentou aumento em diversos
estados do Brasil, quando comparado com o mesmo período do ano de 2019. Também
aumentaram os registros de violência psicológica e diminuiu a sensação de proteção
principalmente em tempos de pandemia
da COVID
-
19, aumento esse que, certamente, está
relacionado a esses escores encontrados em nossa investigação. Some
-
se a isso o fato de que as
meninas são muito mais afetadas por problemas nas relações entre seus pares e acabam também
sendo mais vulneráve
is a modelos estereotipados trazidos por vídeos e influenciadoras no
youtube, como mostraram pesquisas mesmo anteriores à pandemia conduzidas pela Safernet
(2020).
Resultados semelhantes são observados no estudo de Esposito
et al
. (2021) que, em uma
amostra de mais de 2.000 adolescentes italianos, foram encontradas diferenças significativas
nos níveis de tristeza vivenciados durante a pandemia, de acordo com o gênero, sendo maior
nas mulheres. O principal motivo de tristeza nos adolescentes foi a falt
a da escola. Além disso,
neste mesmo estudo foi demonstrado que ser do sexo masculino é um fator de proteção contra
emoções negativas. Esses antecedentes alertam para a relevância de se considerar a variável
gênero no planejamento da educação emergencial e
m contexto pandêmico, especialmente a
convivência escolar e o apoio socioemocional.
Isso posto, confirmando também nossos achados, o impacto que temos visto nas
relações sociais em um momento em que mecanismos preconceituosos são ativados, depondo
conquist
as já historicamente construídas pela humanidade: jovens negros morrem a todo
instante no Brasil e no mundo, como aponta o Cerqueira (2021). A taxa de homicídios por 100
image/svg+xml
O sofrimento emocional em adolescentes em tempos de pandemia do
Covid
-
19
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
13
mil habitantes negros no Brasil em 2019 foi de 29,2, enquanto a da soma dos amarelos,
brancos
e indígenas foi de 11,2. Da mesma forma que comentários machistas integram o imaginário
brasileiro denegrindo a imagem da mulher na sociedade atual, regredimos anos em nossas
conquistas e, não seria, então, espantoso que nossos dados denunciassem t
ais situações de
abandono e angústia vividos por meninos e meninas negras ou por meninas de qualquer raça.
O problema do racismo e da maior vulnerabilidade dos grupos sociais étnicos continua
sendo um desafio global, e a psicologia tem mostrado que esses
preconceitos podem ser
agravados em situações de crise social. Na revisão sistemática de Cuadra
et al.
(2020), sobre o
impacto psicológico das pandemias no século XXI, verificou
-
se que as minorias étnicas são um
grupo especialmente vulnerável aos efeitos d
e uma pandemia, pois têm menos acesso à saúde
devido à discriminação e ao racismo.
Em relação ao uso de telefones celulares, o estudo de Jiang
et al
. (2022) descobriu que
os estudantes universitários chineses aumentaram consideravelmente o seu uso e que es
se
aumento estava negativamente relacionado com a satisfação pela vida. Outros trabalhos se
aprofundaram nesse aspecto, apontando que o maior uso de celulares para jogos na internet
também está associado a maior angústia em adolescentes (WANG
et al
., 2019)
.
Neste estudo vimos também que ter celular próprio não demonstrou ser um fator
significativo para esses índices de sofrimento emocional evidenciando, assim, que este
problema não está somente relacionado ao mundo virtual e suas consequências e, sim, també
m
ao fato de que as próprias relações fora da internet têm sido influenciadas pelo momento difícil
pelo qual passamos. De qualquer forma, pesquisas futuras poderiam elucidar como o uso do
celular se relaciona ao bem
-
estar ou desconforto emocional dos adole
scentes.
O fato é que no campo final dessa pesquisa, quando havia um espaço para deixar uma
mensagem, conseguimos perceber também o quanto é urgente e necessário se pensar sobre essas
questões. Escreveram eles:
“Só agradeço a escola por estar proporcionando esses questionário, pois
muitas pessoas (alunos) não conseguem dizer como sentem ou pelo que estão
passando dentro de suas casas, a maioria tem receio de contar por achar que
vão dizer nossas respostas aos nos
sos pais (temos medo que eles interpretem
errado), não tenho muito o que dizer sobre mim por que mesmo tendo algumas
recaídas eu estou bem, mas às vezes outras pessoas não, seria meio só um
agradecimento e uma explicação de como às vezes nos sentimos, mas
temos
medo de dizer em público”.
Outro aluno destacou a importância desse questionário para a vida deles:
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
14
“Por favor, se preocupem mais com a saúde mental dos alunos, não somos
máquinas e muita cobrança nos esgota. Eu agradeço o formulário!”
Resta
-
no
s a certeza, anunciada na escuta dos adolescentes, da urgência de ações efetivas
na escola que permitam que os alunos e alunas sejam acolhidos, tenham seus sentimentos
reconhecidos e possam expressar o que sentem. Certamente, essas ações serão muito melhor
empenhadas por aqueles que mais sabem a dor vivida pelos adolescentes e pelas adolescentes:
seus próprios pares. Mais uma vez, apostar na juventude para intervir, acolher e ajudar aos que
mais precisam, é caminho eficaz para quem quer fazer da escola um e
spaço consolidado de
formação humana.
AGRADECIMENTOS
: À Fundação Carlos Chagas (FCC) e Fundação Itaú Social (FIS) pelo
apoio financeiro e institucional essenciais à realização desta pesquisa.
REFERÊNCIAS
BRASIL.
Lei n. 13.935, de 11 de
dezembro de 2019
. Dispõe sobre a prestação de serviços
de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica. Brasília, DF:
Presidência da República, 2019. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019
-
2022/2019/lei/L13935
.htm. Acesso em: 10
jan. 2021.
CALDERARO, R. S. S.; CARVALHO, C. V. Depressão na infância: Um estudo exploratório.
Psicologia em estudo
, v. 10, p. 181
-
189, 2005. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pe/a/JLzrCdvLvXmStGxKhrnBdvn/abstract/?lang=pt. Acesso
em: 10
maio 2021.
CARRASCO, C.; LOPEZ, V.; ESTAY, C. Análisis crítico de la Ley de Violencia Escolar de
Chile.
Psicoperspectivas
, v. 11, n. 2, p. 31
-
55, 2012. Disponível em:
http://www.psicoperspectivas.cl/index.php/psicoperspectivas/article/view/228. Ac
esso em: 03
maio 2021.
CARRASCO, C.; LOPEZ, V.
Asesorando en convivencia escolar
. Valparaíso: La Pataleta
Súper Editorial. 2019.
CUADRA, D.
et al
. COVID
-
19 y comportamiento psicológico: revisión sistemática de los
efectos psicológicos de las pandemias de
l siglo XXI.
Revista Médica de Chile
, v. 148, n. 8,
p. 1139
-
1154, 2020. Disponível em:
https://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034
-
98872020000801139&lng=en&nrm=iso&tlng=en.
Acesso em: 20 mar. 2021.
DUAN, L.
et al.
An investigation of men
tal health status of children and adolescents in China
during the outbreak of COVID
-
19.
Affect Disord
. v. 275, p. 112
-
18, 2020. Disponível em:
image/svg+xml
O sofrimento emocional em adolescentes em tempos de pandemia do
Covid
-
19
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
15
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0165032720323879. Acesso em: 16 abr.
2021.
ESPOSITO, S.
et al
. Development of Psychological Problems Among Adolescents During
School Closures Because of the COVID
-
19 Lockdown Phase in Italy: A Cross
-
Sectional
Survey.
Frontiers in Pediatrics
, v. 8, n. 628072, 2021. Disponível em:
https://www.frontiersin.org/articles/
10.3389/fped.2020.628072/full. Acesso em: 09 out. 2021.
FODRA, S.
Convivência em escolas públicas estaduais de São Paulo:
Um estudo de caso
sobre o Programa CONVIVA
–
SP. Tese (Doutorado)
–
Programa de Pós
-
Graduação de
Psicologia Escolar e do Desenvolvime
nto Humano do Instituto de Psicologia da Universidade
de São Paulo, 2021 (em andamento).
GHOSH, R.
et al
. Impact of COVID
-
19 on children: Special focus on the psychosocial
aspect.
Minerva Pediatr
., v. 72, n. 3, p. 226
-
235, 2020. Disponível em:
https://e
uropepmc.org/article/med/32613821.
Acesso em: 10 mar. 2021.
IMRAN, N.; ZESHAN, M.; PERVAIZ, Z. Mental health considerations for children &
adolescents in COVID
-
19 pandemic.
Pak J Med Sci
, v. 36, n. COVID19
-
S4, 2020.
Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih
.gov/pmc/articles/PMC7306970/. Acesso em: 01 jul.
2021.
CERQUEIRA, D. (coord.).
Atlas da violência 2021
. São Paulo: FBSP, 2021.
JIANG, W.
et al
. Problematic mobile phone use and life satisfaction among University
Students During the COVID
-
19 Pandemic in Shanghai, China.
Front. Public Health,
v. 9, n.
805529, p. 1
-
7, 2022. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8826078/pdf/fpu
bh
-
09
-
805529.pdf. Acesso
em: 11 fev. 2022.
KOENKER, R.
Quantile regression
. 1. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.
LAHR, T. B. S.; TOGNETTA, L. R. P. Proteção e bem
-
estar na escola: Um emaranhado de
nós para desatar em contextos pós
-
pandêmicos.
Tópicos Educacionais
, v. 27, n. 1, p. 62
-
78,
2021. Disponível em:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/topicoseducacionais/arti
cle/view/250506. Acesso em: 08
dez. 2021.
SAFERNET.
Meninas em rede
: guia para fortalecimento de redes de proteção e apoio contra
a violência online. Salvador, BA: Juliana Andrade Cunha, 2020. Disponível em:
https://www.safernet.org.br/guiameninaemrede.pd
f. Acesso em: 09 dez. 2021.
SANTANA, C. C. G.; GONÇALVES L. R. Educação, patologização e medicalização: É
possível quebrar essa corrente?
Educação em Foco
, v. 24, n. 3, p. 827
-
848, 2019. Disponível
em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/edufoco/article
/view/29162. Acesso em: 03 jun. 2021.
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
16
SOUZA, M. P. R. Prontuários revelando bastidores: do atendimento psicológico à queixa
escolar.
In
: SOUZA, B. P. (org.).
Orientação à queixa escolar
. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 2007.
TOGNETTA, L. R. P.; VINHA, T. P
. Sobre violência e convivência ética nas escolas.
Carta
Capital
, 27 nov. 2017. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/sobre
-
violencia
-
e
-
convivencia
-
etica
-
nas
-
escolas/. Acesso em: 10 jan. 2019.
TOGNETTA, L. R. P.
et al
.
A percepção de estudantes sobre a convivência na escola: um
estudo sobre contribuições dos Sistemas de Apoio entre Iguais (SAIS) em instituições
escolares brasileiras e espanholas. Revista on line de Política e Gestão Educacional,
Araraquara, v. 24, n. 3,
p. 1498
–
1523, 2020.
WANG, C.
et al
. Association between psychological distress and elevated use of electronic
devices among U.S. adolescents: Results from the youth risk behavior surveillance 2009
-
2017.
Addict Behav
., v. 90, p. 112
–
8, mar. 2019. Disponív
el em:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0306460318309869. Acesso em: 07
out. 2021.
Como referenciar este artigo
TOGNETTA, L. R. P.; CUADRA
-
MARTÍNEZ, D.; FIORANELLI NETO, M.; ALVES, R. O
sofrimento emocional em adolescentes em te
mpos de pandemia do
Covid
-
19.
Revista on line
de Política e Gestão Educacional
, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095, jul. 2022. e
-
ISSN:1519
-
9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
Submetido
em
: 12/01/2022
Revisões requeridas
:
08/03/2022
Aprovado em
: 15/04/2022
Publicado em
: 01/07/2022
image/svg+xml
Emotional suffering in teenagers during the Covid
-
19 pandemic
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
1
EMOTIONAL SUFFERING IN TEENAGERS DURING THE COVID
-
19 PANDEMIC
O
SOFRIMENTO EMOCIONAL EM ADOLESCENTES EM TEMPOS DE PANDEMIA
DO COVID
-
19
EL SUFRIMIENTO EMOCIONAL EN ADOLESCENTES EN TIEMPOS DE
PANDEMIA DE COVID
-
19
Luciene Regina Paulino TOGNETTA
1
David Jorge CUADRA
-
MARTÍNEZ
2
Raul Alves de SOUZA
3
Mário
FIORANELLI
NETO
4
ABSTRACT
: The coronavirus (Covid
-
19) pandemic represented a challenge to physical and
emotional health for adolescents subjected to almost two years of social
isolation, restricted to
family life and prevented from being in school. This article presents data from the pandemic
associated with emotional distress among adolescents and the impact of restricted school life in
this period. This is an exploratory, desc
riptive research, whose objective was to identify the
frequency of situations in which there are signs of emotional distress in adolescents and to
compare the scores found between demographic profile issues (race, gender and smartphone
use). A total of 1,9
91 adolescents participated in the sample, students from two directorates of
the São Paulo state public education network. The investigation instrument was built from a
broad literature review in the form of a questionnaire with closed questions, divided i
nto two
parts: the first, containing 13 questions about the student's profile and, the second, with 21
questions, about signs of emotional suffering. From the quantitative analysis, the results found
highlight a higher score of emotional distress among ado
lescent girls and black students and
point to the urgency of actions that provide welfare and the learning of assertive forms of
conflict resolution, as well as the urgency of spaces for expression of feelings by students.
KEYWORDS
: Emotional
suffering. Teenagers. School coexistence.
1
São Paulo State University (UNESP), Araraquara
-
SP
–
Braz
il.
Professor at the
Department of Educational
Psychology (FCLAr/UNESP). Doctorate in School and Human Development Psychology
. ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0003
-
0929
-
4925.
E
-
mail: luciene.tognetta@unesp.br
2
Universidad de Atacama (UDA), Copiapó
–
Chile.
Professor at the Psyc
hology Department
.
ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0002
-
0810
-
2795. E
-
mail: david.cuadra@uda.cl
3
São Paulo State University (UNESP), Araraquara
-
SP
–
Braz
il.
Doctoral Student in School Education
.
ORCID:
https://orcid.org/0000
-
0002
-
9652
-
5228. E
-
mail
-
raul.alves@unesp.br
4
São Paulo State University (UNESP), Araraquara
-
SP
–
Braz
il.
Master's Degree Candidate in School Education
.
ORCID: https://orcid.org/0000
-
0002
-
2672
-
1688. E
-
mail: mariof@pioneiro.g12.br
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
2
RESUMO
: A pandemia causada pelo coronavírus (Covid
-
19) representou um desafio à saúde
física e emocional para adolescentes submetidos a quase dois anos de isolamento social,
restritos ao convívio familiar e impe
didos de estarem na escola. O presente artigo apresenta
dados da pandemia associados ao sofrimento emocional entre adolescentes e o impacto da
convivência escolar restrita neste período. Trata
-
se de uma pesquisa exploratória de caráter
descritivo, cujo obj
etivo foi identificar a frequência de situações em que há indícios de
sofrimento emocional em adolescentes e comparar os escores encontrados entre questões
demográficas de perfil (raça, gênero e celular). Participaram da amostra 1.991 adolescentes,
estudan
tes de duas diretorias da rede de ensino público estadual paulista. O instrumento de
investigação foi construído a partir de ampla revisão de literatura em forma de questionário
com perguntas fechadas, dividido em duas partes: a primeira, contendo 13 pergu
ntas sobre o
perfil do estudante e, a segunda, com 21 questões, sobre indícios de sofrimento emocional. A
partir da análise quantitativa, os resultados encontrados destacam maior escore de sofrimento
emocional entre meninas adolescentes e estudantes pretos
e apontam para a urgência de ações
que proporcionem o bem
-
estar e a aprendizagem de formas assertivas de resolução de conflito,
bem como a urgência de espaços de manifestação de sentimentos pelos estudantes.
PALAVRAS
-
CHAVE
: Sofrimento emocional. Adolesc
entes. Convivência escolar.
RESUMEN:
La pandemia provocada por el coronavirus (Covid
-
19) representó un desafío a
la salud física y emocional de los adolescentes sometidos a casi dos años de aislamiento social,
restringidos a la vida familiar e impedidos
de estar en la escuela. Este artículo presenta datos
sobre la pandemia asociada al sufrimiento emocional entre los adolescentes y el impacto de la
vida escolar restringida en este período. Se trata de una investigación descriptiva exploratoria,
cuyo objeti
vo fue identificar la frecuencia de situaciones en las que existen indicios de
sufrimiento emocional en adolescentes y comparar las puntuaciones encontradas entre
cuestiones de perfil demográfico (raza, género y célula). La muestra estuvo constituida por
1
.991 adolescentes, estudiantes de dos juntas directivas de la red estatal de educación pública
de São Paulo. El instrumento de investigación se construyó a partir de una revisión
bibliográfica exhaustiva en forma de cuestionario con preguntas cerradas, div
ididas en dos
partes: la primera, que contiene 13 preguntas sobre el perfil del estudiante y la segunda, con
21 preguntas, sobre signos de angustia emocional. Con base en el análisis cuantitativo, los
resultados encontrados resaltan un mayor puntaje de ang
ustia emocional entre las
adolescentes y estudiantes negras y apuntan a la urgencia de acciones que proporcionen el
bienestar y el aprendizaje de formas asertivas de resolución de conflictos, así como la urgencia
de espacios para la manifestación de sentim
ientos por parte de los estudiantes.
PALABRAS CLAVE
: Sufrimiento emocional. Adolescentes.
Convivencia escolar.
I
ntroduction
The research presented here deals with a concept understood by us as "emotional
suffering" in school contexts, but that by many has been translated as "mental health". There is
a concern on our part in using the expression "mental health" when we think abo
ut the school
task, since all official guidelines related to mental health refer to the health area and not to
image/svg+xml
Emotional suffering in teenagers during the Covid
-
19 pandemic
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
3
education. This concern has been the subject of discussions in psychology about the attribution,
including, the functions of the school psycholog
ist when acting in this space. Certainly, no one
would neglect the importance of their performance, as it is highlighted in the Federal Law 13935
of 11/12/2019 (BRAZIL, 2019). According to the Law, these professionals have specific
attributions, defined an
d related to learning, inclusion and coexistence problems, articulating
with the institutions of the protection network: health, social assistance, human rights and
justice. The school psychologist is not responsible for clinical care, but to refer the nec
essary
cases to health institutions around the school (FODRA, 2021).
Added to this issue, there is another major concern emerging from the idea that "mental
health" should be "treated" at school: unfortunately, the diagnoses and pathologies so present
amo
ng the discourses of teaching professionals, demonstrate how education has taken hold of
a medical repertoire that classifies students in the pictures of mental disorders, pointing a danger
to the dissemination of the culture of pathologization and medical
ization of life, and favoring
the market of diagnoses and psychopharmaceuticals (SANTANA; GONÇALVES, 2019, p.
843
).
In view of these facts, on the one hand, it cannot be said that mental health treatment is
a school task. The school is not a clinical spac
e where health professionals treat, medicate, and
monitor the evolution of what, in the absence of health, is seen as an illness. The school is
responsible for creating dialogic spaces so that both students and educators can express their
feelings and elab
orate their conflicts, both interpersonal and intrapersonal, because school
learning is not restricted to scientific concepts, but also to social coexistence. The school is a
place where human beings who are permanently in a development process live togeth
er;
therefore, taking care of people and supporting them in their personal problems and in situations
of emotional suffering is the educators' role.
There are numerous researches that deal with school coexistence and that present
pedagogical activities va
lidated by researchers that contribute to the reduction of prejudice,
exclusion situations, and conflicts present in the school daily life (CARRASCO; LÓPEZ, 2019;
CARRASCO; LOPES; ESTAY, 2012; TOGNETTA
et al
., 2020; TOGNETTA; VINHA,
2019). Souza (2007) que
stions school practices and states that school spaces and pedagogical
performance are important in psychic formation and the promotion of healthier interpersonal
relationships, however, when educators come across problems that cannot be solved through
peda
gogical activities (domestic violence, sexual abuse or some type of disability), the other
institutions of the protective network should be triggered
.
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
4
The fact is that, at least in Brazil, what we have witnessed in the last decades is the
creation of neoli
beral public policies led by institutes linked to capital, which have fomented
the pathologization of education, transforming school complaints (learning or behavior
problems) into pathologies and diagnoses that stigmatize children and adolescents. There i
s a
market for diagnoses and medicalization of coexistence problems and the school cannot
participate in this movement.
The programs and projects recently created by the public educational systems, in
partnership with capitalist institutes, have imposed mental health issues on education and
diverting its role in the process of humanization of individuals.
Thus, the choice
of the term "emotional suffering" is not random, since it expresses a
sui generis
task of the school, which is to work with the emotions and feelings of its students.
Unfortunately, most of the times, these sufferings are not easily recognized at school and may
appear under other forms that are mistakenly attributed to the disqualifica
tion of children as
"unwilling", "unwilling", "lazy", "inattentive" (CALDERARO; CARVALHO, 2005).
In a word: it is not disputed, even if different nomenclatures are used, that the problems
of this order manifested by children and adolescents point to the ne
ed for the constitution of
public policies that encompass their right to health
.
When we think about the reality that we have been hit by the pandemic of COVID
-
19,
in the month of March 2020, certainly, the risks of increased suffering of this order would
be
something too challenging. We have been imposed to a new reality: curtailment of social
interaction and adaptation of work strategies. We learned to live with feelings of fear, insecurity,
and instability due to not knowing what was to come. When we ta
lk about the school
environment, students and teachers were inserted in a context never before or rarely
experienced, with methodologies, for students and teachers, very different from what they were
used to in their reality of public schools in this count
ry.
These adolescents became vulnerable, given their inability or difficulty in dealing with
stress and coping with new situations, as well as in expressing their feelings (IMRAN;
ZESHAN; PERVAIZ, 2020). All over the world, they were exposed to suffering w
hen they
experienced social isolation, economic and social impacts on their families, loss of family
members, worry about getting infected or infecting others, estrangement (LAHR; TOGNETTA,
2021).
In turn, the closing of schools, besides the impacts on the
learning of children and
adolescents, also represented, for many, the loss of who would be their help, given the increased
image/svg+xml
Emotional suffering in teenagers during the Covid
-
19 pandemic
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
5
vulnerability to situations of domestic violence, parental neglect, exploitation, and sexual abuse
whose numbers show us a sad reali
ty (GHOSH
et al
., 2020; LAHR; TOGNETTA, 2021)
.
Forced to remain isolated and at home because of the pandemic of COVID
-
19, children,
adolescents, and youth were removed from their main place of coexistence for this generation:
school. Among all the effects
of remote classes and activities offered by school units or not
offered at all, being deprived of socializing with their peers had a great impact on the lives and
development of the students.
In a cross
-
sectional study of 3613 students aged seven to 18,
Duan et al. (2020) found
the prevalence of depressive symptoms in 23.87% of children and 29.27% of adolescents
surveyed.
Certainly, the concern about returning to school is not random when we think about the
problems of emotional distress generated during
the pandemic. Given this context and
recognizing the need for schools to identify the problems experienced by their youngsters, the
research entitled "The diagnosis of coexistence during the pandemic in the perception of
adolescents from public schools in
São Paulo: ways and challenges beyond the school walls"
sought to map how students in Elementary School (Final Years) from State Schools in the State
of São Paulo report feeling in the pandemic context.
Objective
To this end, our objective was to
identify the frequency of situations in which there is
evidence of emotional distress in adolescents and to compare the scores found among
demographic profile questions (race, gender, and own cell phone
).
Methodology
This research counted on the partici
pation of 1,991 adolescents, students of the two
directorates of the São Paulo state public school system.
For this, we used a questionnaire with closed questions, which was divided into two
parts: in the first, containing 13 questions, we tried to identif
y the profile of the student and, in
the second, with 21 questions, to detect possible signs of emotional suffering.
The questionnaire was designed by members of GEPEM
-
Study and Research Group
on Moral Education, based on current literature. The students
answered it online, through the
"Google Forms" platform. An informed consent form (ICF) was sent to the parents and/or
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
6
guardians and, after the return of the signed form, the student was released to fill out the
questionnaire
.
This research was registered with the Ethics in Research Committee of the Faculty of
Sciences and Letters of UNESP in Araraquara/SP under registration number CAAE:
46222921.2.0000.5400. It is worth remembering that, as we will see later on, the instrument
also contained items related to cyberbullying problems among the adolescents and, therefore,
the profile data presented in other investigations in this dossier will be the same as those
presented here.
In the survey we worked on items related to personal characteristics accessibility to the
internet, such as: "how do you consider yourself?" and "do you have your own cell phone?".
These questions made it possible to organize and group the answers accordin
g to ethnicity, and
also to identify how students access social networks. In addition to these items, questions about
emotional distress were asked: "I have cried easily in various situations" and "I have cut or hurt
myself to relieve thoughts and feelings
that upset me," for example. In the part below of the
results and discussions it is described how the composition of the score was organized.
Among the study participants, 54.2% were female, 40.9% were male, and 4.9% reported
not knowing or preferred not
to answer the question about gender. Most of them, 41.8%,
reported being white, followed by 39.9% brown, 11.2% black, 0.6% of Oriental origin (yellow),
and the same percentage of indigenous people; 5.9% of them could not answer about their race.
We will n
ow present the results found on the issues of emotional distress in adolescents
.
Results and discussion
When we think about the urgency suggested by the results found, could our instrument
suggest an indicator to qualify the pain experienced by children
and adolescents regarding
issues of emotional suffering? Yes, this is the answer we will now present. For example, a fact
that called our attention in this instrument was that 62.9% of the students reported feeling, to
some degree, lonely. Of this number,
28% indicated that they felt this way "always" or "often".
Self
-
mutilation was indicated as a strategy for relieving disturbing feelings and thoughts by
14.5% of the respondents (always, often, and a few times). Even higher is the number of
adolescents wh
o indicate having had, at least sometimes, suicidal thoughts, representing 21.1%
of the students participating in the survey
.
image/svg+xml
Emotional suffering in teenagers during the Covid
-
19 pandemic
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
7
In this descriptive research, 21 items were presented for the adolescents to answer about
situations of emotional distress with fo
ur response points: never, a few times, often, and always.
For data analysis a total score was made by adding up the responses to the items, according to
the following score: never equals one point, a few times equals two points, many times equals
three po
ints, and always equals four points. Thus, the score reached in each subject's answers
can range from 21 to 84 points, so that the higher the score, the greater the emotional distress.
According to this test, how will the subjects in our
presentation present themselves: with
none, with little, moderate or great emotional distress? And more: will there be significant
differences in these emotional distress scores between girls and boys? And what about the
variable race/ethnicity self
-
percei
ved by the students: will there be differences? Can having or
not having one's own cell phone be a variable that interferes in these results? These are questions
that we set out to think about, and which we will present with the help of the following table
.
Table
1
–
Analysis of emotional distress in adolescents
Source
: GEPEM
For better visualization, we present the following chart
.
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
8
Chart
1
–
Emotional distress results according to self
-
declaration of gender, ethnic
-
racial
origin, and whether or
not you have a cell phone
5
Source
: GEPEM
When we examine the results found, we see that if we consider the emotional distress
score ranging from 21 to 84 points as previously highlighted, we have the average reached by
male participants as being 33.8 and among women, 39.76. It is possible to obse
rve, both in the
graph and in the table, that women reach higher scores reaching 82 points while men reach 71.
But, we can ask ourselves: is this difference statistically significant? The answer is affirmative
(p<0.005) and points to higher emotional distr
ess scores among women.
The following graph can contribute to a better visualization of such differences by
observing the drawing that is formed around the dispersion of the data: women's scores are
more distributed and reach higher values when compared t
o men
.
5
Sexo = Gender; Raça = Race; Celular = Cell phone; Homem = Man; Mulher = Woman; Amarelo(a) = Yellow;
Branco(a) = White; Indígena = Indigenous; Pardo(a) = brown; Preto(a) = Black
image/svg+xml
Emotional suffering in teenagers during the Covid
-
19 pandemic
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
9
Chart
2
–
Dispersion of emotional distress data by gender
Source
: GEPEM
When we seek to understand the differences in possible emotional distress among
respondents on their self
-
perceived race, we see that those who consider
themselves yellow of
eastern origin have a lower average emotional distress (31.91 points), followed by those who
consider themselves white (36.82 points). Blacks, browns, and Indians have higher emotional
distress averages. However, let us see if the diff
erences between them are statistically
significant. With the help of the following table, we can visualize such notes
.
Table
2
–
Analysis of emotional distress in adolescents
Source
: GEPEM
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
10
In the comparison of the races, considering the
significance level at p<0.05, when
comparing whites and blacks, our data confirms that there are significant differences (p<0.01),
which means that those who declare themselves black present scores of emotional distress
significantly higher when compared t
o self
-
declared white students. The following chart
contributes to the visualization of the data when comparing the dispersion of black and white
scores
.
Chart
3
–
Dispersion of emotional distress data by declaration of racial/ethnic origin
Source
: GEPEM
Note the distribution of points between whites and blacks, whose analysis proved to be
different (those who self
-
declare black have points above 75 in their emotional distress
averages).
Looking again at the previous table, we can also find an answer to
our question: is
having or not having a cell phone an important variable to think about the problems of emotional
distress, especially in times when this device has been so widely used by students? Let us
observe that there are no significant differences
for this relationship. In Chart 4 below, it is
possible to observe that the format of the figure that represents the dispersion of the scores is
similar
.
image/svg+xml
Emotional suffering in teenagers during the Covid
-
19 pandemic
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
11
Chart
4
–
Dispersion of data on emotional distress according to whether or not one has one's
own
cell phone
Source
: Elaborado pelos autores
For the comparisons a quantile regression model was proposed (KOENKER, 2005),
since it allows the comparison of K medians among the different groups of interest without the
assumption of normality. For all
analyses a significance level of 5% was adopted. All analyses
were performed using SAS 9.4 software
.
Discussion and a few considerations
This research, as well as in the world literature, demonstrates a worrisome increase in
the rates of emotional distr
ess enhanced by the pandemic of COVID
-
19 (LAHR; TOGNETTA,
2021).
While mental health treatment cannot be said to be the school's job (FODRA, 2021),
creating interaction spaces for its educational community to express feelings, emotions,
experiences, and in
trapersonal and interpersonal conflicts is.
In this research we were able to identify that female adolescents and those who self
-
declare black have higher rates of emotional distress compared to white males.
In 2020, according to the Ministry of Women, Family and Human Rights, 105,821
reports of violence against women were registered on the Ligue 180 and Dial 100 platforms.
The number of feminicide cases also showed an increase in several states in Brazil, whe
n
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
12
compared to the same period in 2019. The records of psychological violence also increased and
the sense of protection decreased, especially in times of the COVID
-
19 pandemic, an increase
that is certainly related to these scores found in our investigatio
n. Add to this the fact that girls
are much more affected by problems in peer relationships and also end up being more
vulnerable to stereotypical role models brought to them by youtube videos and influencers, as
shown by research even before the pandemic
conducted by Safernet (2020)
.
Similar results are observed in the study by Esposito
et al
. (2021) who, in a sample of
over 2,000 Italian adolescents, found significant differences in the levels of sadness experienced
during the pandemic according to gende
r, being higher in females. The main reason for sadness
in adolescents was missing school. Moreover, in this same study it was shown that being male
is a protective factor against negative emotions. These antecedents alert to the relevance of
considering t
he gender variable in the planning of emergency education in a pandemic context,
especially school interaction and socioemotional support.
That said, also confirming our findings, the impact we have seen in social relations at a
time when prejudiced mechan
isms are activated, overthrowing achievements already
historically built by humanity: young black men die all the time in Brazil and in the world, as
pointed out by Cerqueira (2021). The homicide rate per 100,000 black inhabitants in Brazil in
2019 was 29.
2, while that of the sum of yellow, white, and indigenous people was 11.2. In the
same way that macho comments integrate the Brazilian imaginary denigrating the image of
women in today's society, we have regressed years in our achievements and, it would no
t be,
then, surprising that our data denounce such situations of abandonment and anguish
experienced by black boys and girls or by girls of any race.
The problem of racism and the greater vulnerability of ethnic social groups continues to
be a global chal
lenge, and psychology has shown that these prejudices can be aggravated in
situations of social crisis. In Cuadra
et al
.'s (2020) systematic review of the psychological
impact of pandemics in the 21st century, it was found that ethnic minorities are an esp
ecially
vulnerable group to the effects of a pandemic because they have less access to health care due
to discrimination and racism
.
Regarding the use of cell phones, the study by Jiang
et al
. (2022) found that Chinese
college students have considerably in
creased their use and that this increase was negatively
related to life satisfaction. Other work has delved further into this aspect, pointing out that
increased use of cell phones for internet gaming is also associated with greater distress in
adolescents
(WANG
et al
., 2019).
image/svg+xml
Emotional suffering in teenagers during the Covid
-
19 pandemic
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
13
In this study we also saw that having one's own cell phone did not prove to be a
significant factor for these rates of emotional distress, thus evidencing that this problem is not
only related to the virtual world and its consequences
, but also to the fact that the very
relationships outside the internet have been influenced by the difficult time we are going
through. In any case, future research could elucidate how the use of cell phones is related to the
emotional well
-
being or disco
mfort of adolescents
.
The fact is that in the final field of this research, when there was a space to leave a
message, we also realized how urgent and necessary it is to think about these issues. They wrote
:
"I just thank the school for providing
these questionnaires, because many
people (students) are not able to say how they feel or what they are going
through inside their homes, most are afraid to tell because they think they will
tell our answers to our parents (we are afraid they will misinter
pret), I don't
have much to say about myself because even though I have some relapses I
am fine, but sometimes other people are not, it would be kind of just a thank
you and an explanation of how we sometimes feel, but we are afraid to say it
in public"
.
Another student stressed the importance of this questionnaire for their life:
“
Please care more about the mental health of the students, we are not
machines and too much charging exhausts us. I appreciate the form!"
We are left with the
certainty, announced in the adolescents' listening, of the urgency of
effective actions at school that allow the students to be welcomed, to have their feelings
recognized, and to be able to express what they feel. Certainly, these actions will be much bet
ter
undertaken by those who know most about the pain experienced by adolescents: their own
peers. Once again, betting on young people to intervene, welcome and help those who need it
most is an effective way for those who want to make school a consolidated
space for human
formation
.
ACKNOWLEDGMENTS
:
To Carlos Chagas Foundation (FCC) and Itaú Social Foundation
(FIS) for the financial and institutional support essential for this research
.
REFERENCES
BRAZ
IL.
Lei n. 13.935, de 11 de dezembro de 2019
. Dispõe sobre a prestação de serviços
de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica. Brasília, DF:
Presidência da República, 2019.
Available at
:
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
14
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019
-
2022/2019/lei/L13935.htm.
Access on
:
10
Jan
. 2021.
CALDERARO, R. S. S.; CARVALHO, C. V. Depressão na infância: Um estudo exploratório.
Psicologia em estudo
, v. 10, p. 181
-
189, 2005.
Available at
:
https://www.scielo.br/j/pe/a/JLzrCdvLvXmStGxKhrnBdvn/abstract/?lang=pt.
Access on
: 10
May
2021.
CARRASCO, C.; LOPEZ, V.; ESTAY, C. Análisis crítico de la Ley de Violencia Escolar de
Chile.
Psicoperspectivas
, v. 11, n. 2, p. 31
-
55, 2012.
Available at
:
http://www.psicoperspectivas.cl/index.php/psicoperspectivas/article/view/228.
Access on
: 03
May
2021.
CARRASCO, C.; LOPEZ, V.
Asesorando en convivencia escolar
. Valparaíso: La Pataleta
Súper Editorial. 2019.
CUADRA, D.
et al
. COVID
-
19 y comportamiento
psicológico: revisión sistemática de los
efectos psicológicos de las pandemias del siglo XXI.
Revista Médica de Chile
, v. 148, n. 8,
p. 1139
-
1154, 2020.
Available at
:
https://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034
-
98872020000801139&lng=en&nr
m=iso&tlng=en.
Access on
: 20
Mar
. 2021.
DUAN, L.
et al.
An investigation of mental health status of children and adolescents in China
during the outbreak of COVID
-
19.
Affect Disord
. v. 275, p. 112
-
18, 2020.
Available at
:
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0165032720323879.
Access on
: 16
Apr
.
20
21.
ESPOSITO, S.
et al
. Development of Psychological Problems Among Adolescents During
School Closures Because of the COVID
-
19 Lockdown Phase in Italy: A Cross
-
Sectional
Survey.
Frontiers in Pediatrics
, v. 8, n. 628072, 2021.
Available at
:
https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fped.2020.628072/full.
Access on
: 09
Oct
. 2021.
FODRA, S.
Convivência em escolas públicas estaduais de São Paulo:
Um estudo de caso
sobre o Programa CONVIVA
–
SP. Tese (Doutorado)
–
Programa de Pós
-
Graduação
de
Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano do Instituto de Psicologia da Universidade
de São Paulo, 2021 (em andamento).
GHOSH, R.
et al
. Impact of COVID
-
19 on children: Special focus on the psychosocial
aspect.
Minerva Pediatr
., v. 72, n. 3, p.
226
-
235, 2020.
Available at
:
https://europepmc.org/article/med/32613821.
Access on
: 10
Mar
. 2021.
IMRAN, N.; ZESHAN, M.; PERVAIZ, Z. Mental health considerations for children &
adolescents in COVID
-
19 pandemic.
Pak J Med Sci
, v. 36, n. COVID19
-
S4, 2020.
Available
at
: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7306970/.
Access on
: 01
July
. 2021.
CERQ
UEIRA, D. (coord.).
Atlas da violência 2021
. São Paulo: FBSP, 2021.
JIANG, W.
et al
. Problematic mobile phone use and life satisfaction among University
Students During the COVID
-
19 Pandemic in Shanghai, China.
Front. Public Health,
v. 9, n.
image/svg+xml
Emotional suffering in teenagers during the Covid
-
19 pandemic
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
15
805529, p. 1
-
7, 2022.
Available at
:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8826078/pdf/fpubh
-
09
-
805529.pdf.
Access
on
: 11
Feb
. 2022.
KOENKER, R.
Quantile regression
. 1. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.
LAHR, T. B. S.; TOGNETTA, L. R. P. Proteção e bem
-
estar na escola: Um emaranhado de
nós para desatar em contextos pós
-
pandêmicos.
Tópicos Educacionais
, v. 27, n. 1, p. 62
-
78,
2021.
Available at
:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/topicoseducacionais/article/view/250506.
Access on
: 08
Dec
. 2021.
SAFERNET.
Meninas em rede
: guia para fortalecimento de redes de proteção e apoio contra
a violência online.
Salvador, BA: Juliana Andrade Cunha, 2020.
Available at
:
https://www.safernet.org.br/guiameninaemrede.pdf.
Access on
: 09
Dec
. 2021.
SANTANA, C. C. G.; GONÇALVES L. R. Educação, patologização e medicalização: É
possível quebrar essa corrente?
Educação em Foco
, v. 24, n. 3, p. 827
-
848, 2019.
Available
at
: https://periodicos.ufjf.br/index.php/edufoco/article/view/29162.
Access on
: 03
Jun
. 2021.
SOUZA, M. P. R. Prontuários revelando bastidores: do atendimento psicológico à queixa
escolar.
In
: SOUZA, B. P. (org.).
Orientação à queixa escolar
. Sã
o Paulo: Casa do
Psicólogo, 2007.
TOGNETTA, L. R. P.; VINHA, T. P. Sobre violência e convivência ética nas escolas.
Carta
Capital
, 27 nov. 2017.
Available at
: https://www.cartacapital.com.br/opiniao/sobre
-
violencia
-
e
-
convivencia
-
etica
-
nas
-
escolas/.
Access
on
: 10
Jan
. 2019.
TOGNETTA, L. R. P.
et al
.
A percepção de estudantes sobre a convivência na escola: um
estudo sobre contribuições dos Sistemas de Apoio entre Iguais (SAIS) em instituições
escolares brasileiras e espanholas. Revista on line de Política e Gestão Educacional,
Araraquara, v. 24, n. 3,
p. 1498
–
1523, 2020.
WANG, C.
et al
. Association between psychological distress and elevated use of electronic
devices among U.S. adolescents: Results from the youth risk behavior surveillance 2009
-
2017.
Addict Behav
., v. 90, p. 112
–
8, mar. 2019.
Availabl
e at
:
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0306460318309869.
Access on
: 07
Oct
. 2021.
image/svg+xml
Luciene Regina Paulino TOGNETTA et al.
RPGE
–
Revista on line
de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022.
e
-
ISSN: 1519
-
9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
16
How to reference this article
TOGNETTA, L. R. P.; CUADRA
-
MARTÍNEZ, D.; FIORANELLI NETO, M.; ALVES, R.
Emotional suffering in teenagers during the Covid
-
19 pandemic
.
Revista on line de Política e
Gestão Educacional
, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022095,
July
2022. e
-
ISSN:1519
-
9029.
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16955
Submitted
: 12/01/2022
Revisions required
: 08/03/2022
Approved
: 15/04/2022
Published
: 01/07/2022
Management of translations and versions: Editora Ibero
-
Americana de Educação