image/svg+xmlCrianças também sofrem: O sofrimento emocional em crianças durante a pandemia Covid 19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169561CRIANÇAS TAMBÉM SOFREM: O SOFRIMENTO EMOCIONAL EM CRIANÇAS DURANTE A PANDEMIA COVID-19LOS NIÑOS TAMBIÉN SUFREN: ANGUSTIA EMOCIONAL EN LOS NIÑOS DURANTE LA PANDEMIA COVID-19CHILDREN SUFFER TOO: EMOTIONAL SUFFERING IN CHILDREN DURING THE COVID-19 PANDEMICLuciene Regina Paulino TOGNETTA1David Jorge CUADRA-MARTÍNEZ2Deise Maciel de QUEIROZ3Sanderli Aparecida Bicudo BOMFIM4RESUMO: O problema desta pesquisa foi investigar como os estudantes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental apontam se sentirem no contexto pandêmico. Os objetivos foram identificar a frequência de situações em que há indícios de sofrimento emocional em crianças e verificar se há relação significativa de sofrimento emocional com aspectos sociodemográficos (raça, gênero, celular próprio). Participaram da pesquisa 1041 crianças dos 4o e 5o anos do Ensino Fundamental. O instrumento utilizado para tal verificação foi um questionário, contendo aspectos sociodemográficos (origem étnico-racial, gênero, perfil econômico e acesso a recursos comunicacionais) e situações relacionadas ao sofrimento emocional. Os dados encontrados demonstram que as crianças têm apresentado tanto sentimentos quanto comportamentos que indicam sofrimento emocional (medo, ansiedade, solidão, automutilação) e também que há diferenças significativas nos scores de sofrimento emocional relacionados ao gênero e à origem étnico-racial.PALAVRAS-CHAVE: Pandemia. Sofrimento emocional. Crianças.RESUMEN: El problema de esta investigación fue indagar cómo los estudiantes de los dos primeros años de Enseñanza Fundamental -Años Iniciales, apuntaron sentirse en el contexto de la pandemia. Los objetivos específicos fueron identificar la frecuencia de situaciones en las que se presentan signos de malestar emocional en los niños y verificar si existe una relación significativa entre el malestar emocional y aspectos sociodemográficos (raza, género, celular propio). Participaron de la investigación un total de 1041 estudiantes de los grados 4º y 5º de 1Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara-SP Brasil. Professora do Departamento de Psicologia da Educação (FCLAr/UNESP). Doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0929-4925. E-mail: luciene.tognetta@unesp.br2Universidad de Atacama (UDA), Copiapó Chile. Professor do Departamento de Psicologia. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0810-2795. E-mail: david.cuadra@uda.cl3Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara-SP Brasil. Doutoranda em Educação Escolar. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3138-2748. E-mail: dm.queiroz@unesp.br4Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara-SP Brasil. Doutoranda em Educação Escolar. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7371-5184. E-mail: sanderli.bicudo@unesp.br
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169562Enseñanza Fundamental -Años Iniciales. El instrumento utilizado para esta verificación fue un cuestionario, que contenía aspectos sociodemográficos (origen étnico-racial, género, perfiles económicos y acceso a recursos de comunicación) y situaciones relacionadas con el malestar emocional. Los datos encontrados muestran que los niños tanto sentimientos como conductas indicativas de malestar emocional (miedo, ansiedad, solidaridad, automutilación) y también que existen diferencias significativas en las puntuaciones de malestar emocional relacionadas con el género y el origen étnico-racial.PALABRAS-CLAVE: Pandemia. Sufrimiento emocional. Niños.ABSTRACT: This research aimed to investigate how students in the Initial Years of Ensino Fundamental feel in the pandemic context. The objectives were to identify the frequency of situations in which there are signs of emotional distress in children and to verify whether there is a significant relationship between emotional distress and sociodemographic aspects (race, gender, own cell phone). A total of 1041 children from the 4th and 5th grades of Ensino Fundamental participated in the research. The instrument used for this verification was a questionnaire, containing sociodemographic aspects (ethnic-racial origin, gender, economic profile and access to communication resources) and situations related to emotional distress. The data found show that children have shown both feelings and behaviors that indicate emotional distress (fear, anxiety, loneliness, self-mutilation) and also that there are significant differences in emotional distress scores related to gender and ethnic-racial origin.KEYWORDS: Pandemic. Emotional suffering. Children.IntroduçãoA pandemia de Covid-19, provocada pelo Coronavírus, que assolou o mundo nos anos de 2020 e 2021, trouxe à tona uma questão bastante presente no cotidiano: o sofrimento humano.Primeiramente, é preciso justificar o porquê optamos por utilizar o termo “sofrimento emocional” e não apresentar a terminologia “saúde mental” que, atualmente, tem sido tão utilizada. A escola não pode assumir para si a responsabilidade sobre o tratamento no que se refere à saúde mental. Porém, se não há saúde mental, há a manifestação de tal falta por meio da dor ou a sensação consciente ou inconsciente de sofrimento. Portanto, entendemos “sofrimento emocional” como toda dor psíquica que expressa esgotamento, desesperança manifestados sob a forma de emoções ou sentimentos de medo, tristeza, angústia, irritabilidade, ansiedade, depressão e quegera displicência com o autocuidado, mudanças de humor, afastamento e comportamentos de risco como a automutilação, as ideações suicidas entre outros
image/svg+xmlCrianças também sofrem: O sofrimento emocional em crianças durante a pandemia Covid 19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169563(TOGNETTA, 2022). A utilização do termo “sofrimento emocional” deseja expressar a tarefa da escola que é o trabalho com as emoções e sentimentos de seus alunos e alunas, uma vez que seus sofrimentos são comumente compreendidos de forma equivocada, em âmbito escolar, como uma espécie de desqualificação das crianças como “não querem”, “sem vontade”, “preguiçosas”, “desatentas” (CALDERARO; CARVALHO, 2005).O sofrimento advindo da pandemia atingiu a todos, inclusive as crianças. Jiao et al.(2020) em sua pesquisa apontou dados referentes às crianças durante a pandemia, sendo que 36% delas apresentaram dependência dos pais, 32% desatenção, 29% preocupação, 21% problemas do sono, 18% falta de apetite, 14% pesadelos e 13% desconforto e agitação. Mas muito embora o contexto pandêmico apresente algumas situações que criem ou intensifiquem sofrimentos em crianças e adultos, há que se considerar que a sociedade atual, sob o olhar de alguns filósofos e sociólogos, têm características peculiares que podem ou não gerar sofrimentos.Bauman (2007), ao utilizar o conceito de “Modernidade Líquida” para referir-se à sociedade atual, aponta a liquefação de formas sociais, antes bastante sólidas, como a família, o amor, a amizade, o trabalho e, também, a própria identidade. Segundo o autor, essa situação produz angústia, ansiedade constante e o medo líquido, como o temor do desemprego, da violência e de não se “encaixar” nesse mundo que se transforma num ritmo veloz. Por outro lado, Lipovetsky, em um livropublicado na década de 1980, intitulado “A era do vazio” (LIPOVETSKY, 1983/2005), já apontava como resultante da transição da Modernidade para a Pós-Modernidade, o vazio. Interessantemente, é como se o autor antecipasse questões bastante atuais, como o impacto da tecnologia, do individualismo e da sociedade do consumo. Segundo o autor, é como se as instituições tradicionais estivessem esvaziadas de sentido, não oferecendo mais possibilidade de conexão entre as pessoas, mas sim certa liberdade de escolha sem restrição alguma. Em outra obra, ele apresenta o termo “hipermoderno” como aquele que se sobrepõe à Modernidade. Para ele, a sociedade hipermoderna centra-se no presente e no individualismo, no narcisismo contemporâneo, numa eterna busca pelo novo, impulsionada pela Internet e globalização. Esse indivíduo tem à sua frente um futuro incerto que provoca certa inquietação e medo, além de apresentar-lhe um caminho paradoxal: a valorização de princípios de saúde e vida, ao mesmo tempo em que o leva pela lógicado “hiper”, do excesso, que se materializa em diversas decisões e ações. Segundo ele, esse princípio de “hiper”, inclusive do hiperconsumo, fica bastante evidente na
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169564superficialidade encontrada na expressão das emoções e afetos, nas relações sociais e de trabalho que se pautam em necessidades utilitaristas e no hedonismo. Se, portanto, na sociedade atual, as relações ocorrem através de laços não mais duradouros e de identificação, mas por laços momentâneos, poucos seguros e superficiais (BAUMAN, 2001), ouentão, a certeza de que esta modernidade líquida substitui a coletividade e a solidariedade pelo individualismo (BAUMAN, 2001) e pelo hiperconsumismo (LIPOVETSKY, 2004), como estarão as relações vividas junto às crianças e as experiências proporcionadas aelas? Esse contexto, junto à pandemia, gerou dúvidas, incertezas e sofrimentos às nossas crianças? Haverá diferenças significativas quanto ao índice de sofrimento emocional entre meninos e meninas? E quanto à origem étnico racial, serão diferentes os índices de sofrimento emocional entre crianças que se autopercebem como pretos, brancos, amarelos, indígenas? O fato de terem um aparelho celular próprio pode ser uma variável importante para maior ou menor sofrimento emocional dessas crianças? Vamos à investigação.Material e métodoTivemos como problema de pesquisa investigar como os estudantes do Ensino Fundamental (anos iniciais) relatam se sentir no contexto pandêmico e, por objetivos, identificar a frequência de situações em que há indícios de sofrimento emocional em crianças e verificar se há relação significativa de sofrimento emocional com aspectos sociodemográficos (raça, gênero, celular próprio).O questionário utilizado foi elaborado por membros do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Moral (GEPEM), juntamente com a pesquisa de mestrado “A relação entre bullying, empatia e pró-sociabilidade de estudantes pertencentes a escolas públicas da rede estadual de São Paulo”, registrada no CAEE 42330421.6.0000.5400. É formado por 38 questões, sendo oito questões fechadas sobre os aspectos sociodemográficos (origem étnico-racial, gênero, perfil econômico e acesso a recursos comunicacionais), oito questões fechadas relacionadas aos aspectos de empatia (como, por exemplo, “Quando vejo alguém chorar, também tenho vontade de chorar?”), oito questões fechadas relacionadas aos aspectos de pró-sociabilidade (como, por exemplo: “Eu me ofereço para ajudar os colegas que precisam de alguma ajuda?”)5e 14 situações relacionadas ao sofrimento emocional durantea pandemia 5Os itens relacionados à empatia e pró socialidade entre crianças fazem parte de outra investigação conduzida por membros do GEPEM.
image/svg+xmlCrianças também sofrem: O sofrimento emocional em crianças durante a pandemia Covid 19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169565(conforme Quadro Categorias de Sentimento e Comportamento de sofrimento emocional). Para atingir nosso objetivo utilizamos somente esta última parte, que se referiu ao aspecto do sofrimento emocional, relacionado às variáveis do aspecto sociodemográfico.Foram 1041 crianças dos anos iniciais -4o e 5o anos -que participaram como respondentes, sendo 502 meninos e 539 meninas, entre nove e dez anos, dos quais 538 são estudantes do quarto ano e 503 estudantes do quinto ano.O instrumento permitiu que as situações fossem classificadas em duas categorias, que foram organizadas depois de analisar as respostas, sendo a Categoria 1: Comportamento de sofrimento emocional; e a Categoria 2: Sentimento de sofrimento emocional. Esta última apontou situações nas quais os alunos e alunas poderiam se autoperceber quanto aos seus sofrimentos, enquanto a primeira trouxe situações com atitudes que indicariam o sofrimento emocional. Ou seja, 6enquanto algumas questões verificavam as percepções sobre o sofrimento, outras investigaram ações, reações e práticas que indicavam o sofrimento, conforme o quadro abaixo. Quadro 1Categorias de questionário: Sentimento e Comportamento de sofrimento emocionalCategoria 1 Comportamento de Sofrimento EmocionalCategoria 2 Sentimento de Sofrimento EmocionalSituação 4 -sintomas de falta de arSituação 1 tristezaSituação 6 -vontade de chorarSituação 2 -fazer as coisas de forma erradaSituação 7 -gostar de estar com a famíliaSituação 3 -perceber diversão nas situaçõesSituação 10 -rendimento escolarSituação 5 -imaginação sobre coisas ruins no futuroSituação 11 -automutilaçãoSituação 8 -sentir-se sozinhoSituação 14 -participação em desafios da internetSituação 9 -ter amigosSituação 12 -percepção sobre familiaresSituação 13 -sentir-se importanteFonte: Elaborado pelos autoresPara analisar os dados do primeiro objetivo, verificamos a frequência das respostas e, para analisar os dados referentes ao segundo objetivo, foi proposto um modelo de regressão quantílica (KOENKER, 2005), uma vez que ele permite a comparação de K medianasentre os diferentes grupos de interesse sem que haja pressuposto de normalidade. Para todas as análises 6Vale lembrar que, neste presente artigo, utilizamos a palavra “sentimentos” nos referindo a certo conjunto de estados afetivos. Nossa escolha pela palavra sentimentos foi no intuito de tornar mais clara a evidência do “sentir” e do “fazer” (este último verbo relacionado aos comportamentos). Temos clareza de que numa discussão mais aprofundada da Psicologia, termos como emoções e sentimentos são distintos, inclusive, sendo esses últimos considerados categorias mais evoluídas.
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169566adotou-se um nível de significância de 5%. Todas as análises foram realizadas através do software SAS 9.4.Resultados e discussõesEste estudo buscou investigar como alunos do Ensino Fundamental (anos iniciais) relatam sentir-se no contexto da pandemia. Os resultados apresentados e discutidos a seguir representam uma importante contribuição para a psicologia da pandemia em uma faixa etária pouco estudada e cujos resultados advêm principalmente das percepções dos adultos, cuidadores e educadores (MATIZ et al., 2022). Este trabalho buscou superar essa limitação, obtendo os dados na perspectiva das próprias crianças e adolescentes.Objetivo Primeiro: identificar a frequência de situações em que há indícios de sofrimento emocional em crianças Analisando as situações que englobam a Categoria 2, que refere-se à percepção do sofrimento emocional, verificamos indicativos de sofrimento quanto ao sentimento de tristeza. Nota-se pelos dados que 18,6% das crianças declararam se sentir tristes sempre e muitas vezes. Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Saurabh e Ranjan (2020), sendo o sentimento de tristeza um dos mais frequentes em crianças e adolescentes durante a pandemia, principalmente no contexto de quarentena como medida de proteção contra a Covid-19.Certamente, essa tristeza sentida pode trazer indicativos de afastamentos e exclusão como veremos mais à frente. As crianças apontaram também questões relacionadas com o erro. Nota-se que 19% dizem que não fazem bem as coisas ou as fazem de forma errada, o que evidencia a hipótese de sofrimento emocional ao se sentirem incapazes de fazer bem todas as coisas. Esse achado pouco explorado em contexto pandêmico, principalmente na infância e adolescência, é fundamental, pois pode dar indícios de um baixo senso de autoeficácia, capacidade que tem sido apontada como chave para o enfrentamento das adversidades em contexto pandêmico (THARTORI et al., 2021).Ao responderem o questionário, as crianças trouxeram dados também sobre como têm se divertido em tempos de pandemia: 44,1% apontam que elas não se divertem com muitas coisas e 2,5 % declararam não se divertir com nada. Resultados semelhantes foram relatados em outros estudos (LOURENÇO et al., 2021): as crianças reduziram as atividades de jogo na pandemia. Isso, sem dúvida, impõe o desafio de educar os cuidadores para desenvolver
image/svg+xmlCrianças também sofrem: O sofrimento emocional em crianças durante a pandemia Covid 19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169567estratégias que estimulem a atividade lúdica e a diversão para os bebês em uma pandemia, principalmente pela estreita relação entre brincadeira, saúde e bem-estar.Os dados também demonstram a relação de um sentimento comum entre as pessoas -o medo -esteve presente em 54% das respostas das crianças. O medo também se revela como um sentimento entre elas, não os medos relacionados às fantasias próprias da infância, mas os medos reais que assolaram a humanidade durante o contexto pandêmico. No estudo de Matiz et al.(2022), realizado em crianças italianas, o medo da Covid-19 foi comparado antes e depois da primeira onda de infecções, não encontrando diferenças nos níveis, o que sugere que essa emoção pode mudar durante a fase de emergência, desenvolvendo resiliência quando o apoio familiar e escolar adequado é recebido.Quando perguntamos sobre a questão da solidão, 22,5% das crianças dizem se sentirem sozinhas, se somadas as respostas “sempre” (4,0%) e “muitas vezes” (18,5%). Essa solidão se concretiza quando esses meninos e meninas se referem aos amigos (item 9) em que 44,3% apontaram não ter muitos amigos e que gostariam de ter mais e 3,5% afirmam não ter amigos. Em um contexto de pandemia, o isolamento como medida de proteção e sentimentos de solidão aumentam o risco de desenvolver ansiedade e depressão em crianças. Sobre isso, algunsestudos mostram o número alarmante de um terço dos adolescentes que relatam altos níveis de ansiedade em uma pandemia (LOADES et al., 2020).Um dado que nos parece positivo é que para essas crianças entrevistadas a convivência em casa não parece ser tão problemática diante da situação que temos vivido. Foi constatado em diferentes investigações (LAHR; TOGNETTA, 2021) um aumento de situações de violências (como a agressão doméstica) que se fizeram presentes no contexto em que o instrumento foi aplicado. No entanto, somente 2,7% das crianças disseram vivenciar situações em que as pessoas da casa sempre estão nervosas e brigam com elas. Um dado positivo, apesar das 28 crianças em que tal frequência de respostas representa que sofrem no lugar em que mais deveriam se sentir acolhidas. Outro ponto que nos parece positivo é que “apenas” 20,9% se percebem importantes para poucas pessoas. Será que as crianças estariam se referindo às relações familiares? Contudo, continuamos a ter crianças que não se sentem importantes para ninguém. Se passarmos para números absolutos, temos 20 crianças com o sentimento de não se sentirem valiosas e importantes para ninguém. Esse baixo valor pessoal poderia ser explicado pela interrupção de papéis e funções em períodos de pandemia. Nesse sentido, Cuadra et al.(2020) aponta que as emergências pandêmicas não apenas exigem a instalação de medidas de atenção à saúde física,
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169568mas também implicam novas formas psicossociais de convivência, que desorganizam as rotinas de vida.Até agora, analisamos as situações que apontavam emoções e sentimentos como indicativos de sofrimento emocional. Passemos, agora, às situações que compõem a categoria relacionada ao Comportamento de Sofrimento Emocional.Na Situação 4, as crianças tinham que responder sobre sensações de ansiedade. Embora 72,9% dos respondentes tenham indicado que não sentem falta de ar, faz-se necessário considerar que 22,8% responderam que às vezes sentem e que 4,4% apontaram que sempre ocoração dispara e sentem falta de ar. Somando esses dois últimos percentuais, são 27,2% de crianças que têm tido sintomas de ansiedade. Tais dados coincidem com os dados encontrados por Duan et al. (2020) e Zhous et al. (2020) que apontam sintomas depressivos e de ansiedade em estudantes.Outro dado que nos chama a atenção é sobre o sofrimento que se expressa em choro. Mais uma vez, embora a grande maioria -88,6% -tenha respondido que sente vontade de chorar apenas de vez em quando, 11,4% sentem vontade de chorar frequentemente (7,0%) ou todos os dias (4,4%). Ainda que os percentuais possam parecer-nos baixos, se a análise for feita em números absolutos são 120 crianças com vontade de chorar numa frequência alta, o que pode indicar sofrimento além da normalidade. Banati, Jones e Youssef (2020) explicam que o aumento do choro ou do desejo de chorar nos jovens em contexto pandêmico pode estar relacionado à dificuldade em ter suportes adequados, como econômicos e de saúde, para enfrentar a pandemia. Dessa forma, provavelmente os jovens que percebem menos recursos para enfrentar a emergência, expressam seu sofrimento com mais lágrimas.Quando verificamos o prazer das crianças em conviverem e/ou estarem com a família, os dados endossaram resultados já apontados anteriormente (situação 12) que, aparentemente, nos parece indicar que a convivência familiar não apresenta tantos problemas para as crianças desta investigação: 93,6% das crianças responderam que gostam de estar com seus familiares, enquanto 0,6% apontaram nunca gostar de estar com eles e 5,8% muitas vezes não gostam de estar em família. Um resultado interessante que pode explicar o exposto é encontrado no estudo de Markowska-Manista e Zakrzewska-Olędzka (2020) com pais da Polônia, em que um aspecto positivo da pandemia é que a emergência de saúde permitiu que as famílias passassem mais tempo em casa, terem a oportunidade de partilhar muitas atividades com os seus filhos, o que poderá ser um elemento associado à geração de emoções positivas nas crianças e jovens durante a pandemia.
image/svg+xmlCrianças também sofrem: O sofrimento emocional em crianças durante a pandemia Covid 19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169569Algumas situações acendem-nos um alerta. Na Situação 11, as crianças foram questionadas sobre automutilação e, embora 88,6% tenham apontado que nunca pensaram em se machucar de forma intencional, 11,4% das crianças às vezes já sentiram vontade de machucarem a si mesmos (10,2%) ou, então, sempre pensaram nisso (1,2%). Embora este percentual seja pequeno apenas do ponto de vista estatístico, mas ao se considerar tais respostas em números absolutos, são 120 crianças com pensamentos deautomutilação. Uma organização não governamental do Reino Unido, a Youngminds7, em 2020,também encontrou em seus dados o aumento da ansiedade, problemas para dormir, ataques de pânico e, como em nossa pesquisa maior, desejo de se automutilar.Outro itemque nos apontou um alerta foi o de número 14, que verificou a participação das crianças em desafios que veem na Internet: 16,9% das crianças apontaram sempre participar de tais desafios. Tal resultado nos parece bastante sério, uma vez que pode indicar o quanto os adultos responsáveis pelas crianças têm dificuldades para monitorar e acompanhar as crianças que navegam em ambientes virtuais. Há que se considerar também, para além dos que “sempre” participam desses desafios, que mais 25,1% responderam raramente participar, o que nos aponta ao menos uma experiência já vivenciada e, em se tratando de ambiente virtual, mesmo um único desafio pode ser perigoso ou fatal. Segundo Cyrulnik (2014), os jogos propostos na internet precisam ser considerados como um perigo para suicídios de crianças. Segundo o autor, muitas vezes são compreendidos como acidentes. As causas, no entanto, são o desespero, a angústia, a carência de diálogo com os adultos. Tais situações geram nas crianças condutas perigosas e arriscadas como os jogos e desafios propostos no ambiente virtual. Perguntamos também, nesta investigação, diante desses indicadores de sofrimento: Como esses meninos e meninas percebem suas aprendizagens ou a falta delas no isolamento social? Os resultados encontrados apontam que elas e eles percebem que tiveram perdas no aprendizado durante este período e, também, que não atingiram os níveis anteriores experimentados. Entre os participantes, 9,5% das crianças apontaram terem ido mal em matérias que anteriormente iam bem e 26,4% apontaram que seus trabalhos na escola não são tão bons quanto antes. Se somados tais percentuais, são 35,9% das crianças que verificam uma queda em seu rendimento. Costin e Coutinho (2022) apontam que o Brasil é um dos países com maior dificuldadeno enfrentamento da emergência da Covid-19, e a educação em especial tem sido duramente atingida, fruto do baixo apoio governamental para lidar com a crise.7https://www.youngminds.org.uk/professional/resources/?resourceType=for-school-staff#main-content. Acesso em: 20 dez. 2021.
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695610Objetivo Segundo: verificar se há relação significativa de sofrimento emocional com aspectos sociodemográficos (raça, gênero, celular próprio).Nesta pesquisa descritiva foram apresentados 14 itens para que as crianças respondessem sobre situações de sofrimento emocional com quatro pontos de resposta: nunca, poucas vezes, muitas vezes e sempre. Os dados foram analisados a partir de um escore total somando as respostas aos itens, considerando a seguinte pontuação: nunca equivale a um ponto, poucas vezes equivale a dois pontos, muitas vezes equivale a três pontos e sempre equivale a quatro pontos. Assim, o escore atingido nas respostas de cada sujeito poderá ir de 14 a 42 pontos, de forma que quanto maior a pontuação, maior o sofrimento emocional. Como estarão nossas crianças a partir dessas análises? Para responder a essas questões passemos a apresentar o que encontramos em nossa investigação. Ao observarmos os resultados encontrados, vemos que se considerarmos o escore de sofrimento emocional, variando de 14 a 42 pontos, percebemos que a média atingida pelos participantes do sexo masculino é de 18,46 eentre as do sexo feminino, 18,95. As meninas chegaram a escores mais altos atingindo 38 pontos enquanto os meninos atingem 30. Outros trabalhos (WANG et al., 2021) confirmam que as mulheres apresentam níveis mais elevados de estresse, preocupação e medo durante a pandemia de Covid-19, associados ao seu processo educacional e status familiar. O exposto alerta para o maior risco psicossocial das mulheres durante uma pandemia e a necessidade de considerar essas diferenças ao planejar as medidas de apoio psicossocial.A figura a seguir pode contribuir para melhor visualização de tais diferenças ao se observar o desenho que se forma ao redor da dispersão dos dados: os escores dos meninos são mais distribuídos e atingem escores mais baixos se comparados às meninas.
image/svg+xmlCrianças também sofrem: O sofrimento emocional em crianças durante a pandemia Covid 19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695611Figura 1 Dispersão dos dados de sofrimento emocional em crianças por gêneroFonte: Elaborado pelos autoresInvestigando a variável raça, os dados apontaram que a menor média de sofrimento emocional foi encontrada naquele grupo de crianças que se autodeclarou branco (18,42 pontos), seguida pelos pardos autodeclarados (18,59 pontos), indígenas (18,75 pontos) e, por fim, pelos dois grupos que apresentaram médias acima de 19 pontos, sendo os amarelos de origem oriental com 19,25 pontose os autodeclarados pretos atingindo 19,93 pontos de média referente ao sofrimento emocional.Apesar dessa pontuação média, a tabela a seguir ajuda a verificar se as diferenças encontradas são significativas.Tabela 1 Análises do sofrimento emocional em crianças por declaração de origem étnico-racialFonte: Elaborado pelos autores
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695612A tabela anterior nos mostra que, sendo o nível de significância Valor-p < 0,05, há diferenças significativas no sofrimento emocional quando há uma comparação entre as crianças que se autopercebem como brancas ou pretas. Em outros trabalhos, a variável etnia/raça tem sido associada a diferenças nos níveis de estresse, angústia e sofrimento psíquico em uma pandemia, com maior presença destes sendo encontrada em grupos minoritários raciais (MCKNIGHT-EILY et al., 2021). Na revisão sistemática de Cuadra et al.(2020), o impacto psicológico da pandemia varia de acordo com a etnia, sendo maior em grupos minoritários que percebem maior risco diante de uma pandemia. Em nosso estudo, aqueles que se autodeclaram pretos apresentam escores de sofrimento emocional significativamente superior quando comparados aos alunos autodeclarados brancos. Outra questão que nos dispusemos a investigar foi se ter ou não celular seria uma variável importante para a compreensão dos problemas referentes ao sofrimento emocional em crianças. Nesse sentido, a literatura não apresentou evidências conclusivas, constatando que o uso de telefones celulares em uma pandemia pode ser uma medida positiva para reduzir o isolamento social e manter-se informado, o que poderia reduzir o sofrimento; no entanto, também pode constituir uso problemático e até viciante, o que aumenta a angústia (ZHANG et al., 2021). Em nosso trabalho não encontramos diferenças significativas quanto a isso. A figura 2 nos auxilia nessa constatação, ao se observar que o formato da figura que representa a dispersão dos escores é semelhante. É necessáriocontinuar investigando para fornecer evidências que esclareçam esse problema, principalmente em crianças e adolescentes.Figura 2 Dispersão dos dados Sofrimento emocional x celular próprioFonte: Elaborado pelos autores
image/svg+xmlCrianças também sofrem: O sofrimento emocional em crianças durante a pandemia Covid 19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695613Considerações FinaisO problema que orientou a presente pesquisa foi investigar como os estudantes dos 4o e 5o anos do Ensino Fundamental -Anos Iniciais se sentem no contexto pandêmico. Dois foram os objetivos centrais: o primeiro foi identificar a frequência de situações em que há indícios de sofrimento emocional em crianças e, o segundo, verificar se há relação significativa de sofrimento emocional com aspectos sociodemográficos, como raça, gênero e possuir celular próprio. Em relação ao primeiro objetivo, na categoria que verificou os sentimentos que indicam sofrimento emocional, os dados apontaram que as crianças investigadas durante a pandemia têm apresentado medo, solidão, tristeza e ansiedade. Apesar disso, dados positivos foram encontrados quanto à convivência com a famíliae quanto ao sentirem-se importantes perante as pessoas. Na segunda categoria, que verificou o comportamento observável relacionado ao sofrimento emocional, os dados apontaram que a automutilação, a participação nos desafios da Internet e o choro têm sido presentes entre as crianças, principalmente se considerarmos os números absolutos. E verificamos também que os alunos perceberam queda em seu rendimento escolar.Quanto ao segundo objetivo, verificamos que quanto ao gênero, as meninas apresentam escores maiores de sofrimento em relação aos meninos. Ao estabelecer a relação de sofrimento com a raça, identificamos que os negros, quando comparados aos brancos, também apresentam diferenças significativas nos escores de sofrimento apontados e, quanto à última variável investigada, possuir celular próprio, não encontramos diferenças significativas.Cuidar do bem-estar das nossas crianças é tarefa de toda a sociedade, que, apesar de um contexto com “relações líquidas”, precisa assegurar que elas tenham segurança física e emocional nos espaços que frequentam e nas relações que estabelecem com o mundo e com as pessoas. A escola, por excelência, é um lugar onde convivem seres humanos que estão, permanentemente, em processo de desenvolvimento. À escola cabe criar espaços dialógicos para que tanto os estudantes quanto os educadores possam expressar seus sentimentos e elaborar seus conflitos, tanto os interpessoais quanto os intrapessoais, pois a aprendizagem não está restrita somente aos conceitos científicos, mas tambémà convivência social. Portanto, cuidar das crianças e apoiá-las nos seus problemas pessoais e em situações de sofrimento emocional é
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695614papel dos educadores, dos estados e suas instituições, e de todos os funcionários destinados a isso. REFERÊNCIASBANATI, P., JONES, N.; YOUSSEF, S. Intersecting Vulnerabilities: The Impacts of Covid-19 on the Psycho-emotional Lives of Young People in Low-and-Middle-Income Countries. European Journal of Development Research, n. 32, p. 1613-1638, 2020. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1057/s41287-020-00325-5. Acesso em: 22 maio 2021.BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Tradução: Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.BAUMAN, Z. Tempos líquidos. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.CALDERARO, R. S. S.; CARVALHO, C. V. Depressão na infância: Um estudo exploratório. Psicologia em estudo, v. 10, n. 2, p. 181-189, 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pe/a/JLzrCdvLvXmStGxKhrnBdvn/abstract/?lang=pt. Acesso em: 15 abr. 2020.COSTIN, C.; COUTINHO, A. Experiences with Risk-Management and Remote Learning During the Covid-19 Pandemic in Brazil: Crises, Destitutions, and (Possible) Resolutions.In:REIMERS, F. M. (ed.). Primary and Secondary Education During Covid-19.Cambridge: Harvard Graduate School of Education, 2020CUADRA, D. et al.Covid-19 y comportamiento psicológico: Revisión sistemática de los efectos psicológicos de las pandemias del siglo XXI. Revista Médica de Chile, v. 248, n. 8, p. 1193-1208, 2020. Disponível em: https://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0034-98872020000801139&script=sci_arttext. Acesso em: 14 out. 2020.CYRULNIK, B. Cuando un niño se da muerte. Barcelona: Editorial Gedisa, 2014.DUAN, L. et. al. An investigation of mental health status of children and adolescents in china during the outbreak of Covid-19. Journal of affective disorders, v. 275, p. 112-118, 2020. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0165032720323879. Acesso em: 22 jun. 2021.JIAO, W. Y. et al. Behavioral and Emotional Disorders in Children during the Covid-19 Epidemic. Elsevier: The Journal of Pediatrics, v. 221, p. 264-266, 2020. Disponível em: https://www.jpeds.com/article/S0022-3476(20)30336-X/fulltext. Acesso em: 10 dez. 2021.KOENKER, R. Quantile regression. 1. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.LAHR, T. B. S.; TOGNETTA, L. R. P. Proteção e bem-estar na escola: Um emaranhado de nós para desatar em contextos pós-pandêmicos. Tópicos Educacionais, v. 27, n. 1, p. 62-78, 2021. Disponível em:
image/svg+xmlCrianças também sofrem: O sofrimento emocional em crianças durante a pandemia Covid 19RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695615https://periodicos.ufpe.br/revistas/topicoseducacionais/article/view/250506. Acesso em: 17 fev. 2022.LIPOVETSKY, G. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2004.LIPOVETSKY, G. A era do vazio: Ensaios sobre o individualismo contemporâneo. São Paulo: Manole, 2005.LOADES, M. et al. Rapid Systematic Review: The Impact of Social Isolation and Loneliness on the Mental Health of Children and Adolescents in the Context of Covid-19. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, v. 59, n. 11, p. 12181239.e3, 2020. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0890856720303373. Acesso em: 01 jun. 2021.LOURENÇO, A. et al. Children Are Back to School, but Is Play Still in Lockdown? Play Experiences, Social Interactions, and Children’s Quality of Life in Primary Education in the Covid-19 Pandemic in 2020. Int. J. Environ. Res. Public Health, v. 18, n. 23, 12454, 2021. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0890856720303373. Acesso em: 15 out. 2021.MARKOWSKA-MANISTA, U.; ZAKRZEWSKA-OLEDZKA, D. Family with children in tomes of pandemic what, where, how? Dilemmas of adult-imposed prohibitions and orders.Society Register, v. 4, n. 3, p. 89-110, 2020. Disponível em: https://pressto.amu.edu.pl/index.php/sr/article/view/22538. Acesso em: 06 ago. 2021.MATIZ, A. et al. The Impact of the Covid-19 Pandemic on Affect, Fear, and Personality of Primary School ChildrenMeasured During the Second Wave of Infections in 2020. Front. Psychiatry, v. 12, 803270, jan. 2022. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8801446/. Acesso em: 19 jul. 2021.MCNIGHT-EILY, L. R. et al. Racial and Ethnic Disparities inthe Prevalence of Stress and Worry, Mental Health Conditions, and Increased Substance Use Among Adults During the Covid-19 Pandemic. United States, April and May 2020. MMWR Morb Mortal Wkly Rep, v. 70, n. 5, p. 162166, 2021. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7861483/. Acesso em: 05 ago. 2021.SAURABH, K.; RANJAN, S. Compliance and Psychological Impact of Quarantine in Children and Adolescents due to Covid-19 Pandemic. Indian J Pediatr,v. 87, n. 7, p. 532536, 2020. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s12098-020-03347-3. Acesso em: 10 jan. 2021.THARTORI, E. et al. Exploring the Protective Function of Positivity and Regulatory Emotional Self-Efficacy in Time of Pandemic Covid-19.Int. J. Environ. Res. Public Health, v. 18, n. 24, 13171, 2021. Disponível em: https://www.mdpi.com/1660-4601/18/24/13171. Acesso em: 19 dez. 2021.TOGNETTA, L. R. P. (coord.). A Convivência como Valor nas Escolas Públicas: a implantação de um Sistema de Apoio entre Iguais. 1. ed. Americana: Editora Adonis, 2022.
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695616Disponível em: https://www.somoscontraobullying.com.br/convivencia-na-escola-publica. Acesso em: 13 jun. 2022.WANG, J. et al. Gender differences in psychosocial status of adolescents during Covid-19: A six-country cross-sectional survey in Asia Pacific. BMC Public Health, v. 21, n. 2009, p. 1-18, 2021. Disponível em: https://bmcpublichealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12889-021-12098-5. Acesso em: 10 nov. 2021ZHANG, M. X. et al. Problematic smartphone use during the Covid-19 pandemic: Its Association with Pandemic-Related and Generalized Beliefs. International journal of environmental research and public health,v. 18, n. 11, 5724, 2021. Disponível em: https://www.mdpi.com/1660-4601/18/11/5724. Acesso em: 10 set. 2021.ZHOUS, J. et al.Prevalence and socio-demographic correlates of psychological health problems in Chinese adolescents during the outbreak of Covid-19. Eur Child Adolesc Psychiatry, v. 29, n. 6, p. 749-758, 2020. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s00787-020-01541-4. Acesso em: 06 jul. 2021.Como referenciar este artigoTOGNETTA, L. R. P.; CUADRA-MARTÍNEZ, D.; QUEIROZ, D. M.; BOMFIM, S. A. B. Crianças também sofrem: O sofrimento emocional em crianças durante a pandemia Covid 19. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, jul. 2022. e-ISSN:1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16956Submetidoem: 21/12/2022Revisões requeridas: 11/02/2022Aprovado em: 20/04/2022Publicado em: 01/07/2022
image/svg+xmlChildren suffer too: Emotional suffering in children during the Covid-19 pandemicRPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169561CHILDREN SUFFER TOO: EMOTIONAL SUFFERING IN CHILDREN DURING THE COVID-19 PANDEMICCRIANÇAS TAMBÉM SOFREM: O SOFRIMENTO EMOCIONAL EM CRIANÇAS DURANTE A PANDEMIA COVID-19LOS NIÑOS TAMBIÉN SUFREN: ANGUSTIA EMOCIONAL EN LOS NIÑOS DURANTE LA PANDEMIA COVID-19Luciene Regina Paulino TOGNETTA1David Jorge CUADRA-MARTÍNEZ2Deise Maciel de QUEIROZ3Sanderli Aparecida Bicudo BOMFIM4ABSTRACT:This research aimed to investigate how students in the Initial Years of Ensino Fundamental feel in the pandemic context. The objectives were to identify the frequency of situations in which there are signs of emotional distress in children and to verify whether there is a significant relationship between emotional distress and sociodemographic aspects (race, gender, own cell phone). A total of 1041 children from the 4th and 5th grades of Ensino Fundamental participated in the research. The instrument used for this verification was a questionnaire, containing sociodemographic aspects (ethnic-racial origin, gender, economic profile and access to communication resources) and situations related to emotional distress. The data found show that children have shown both feelings and behaviors that indicate emotional distress (fear, anxiety, loneliness, self-mutilation) and also that there are significant differences in emotional distress scores related to gender and ethnic-racial origin.KEYWORDS:Pandemic. Emotional suffering. Children.RESUMO:O problema desta pesquisa foi investigar como os estudantes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental apontam se sentirem no contexto pandêmico. Os objetivos foram identificar a frequência de situações em que há indícios de sofrimento emocional em crianças everificar se há relação significativa de sofrimento emocional com aspectos sociodemográficos (raça, gênero, celular próprio). Participaram da pesquisa 1041 crianças dos 4o e 5o anos do Ensino Fundamental. O instrumento utilizado para tal verificação foi um questionário, contendo aspectos sociodemográficos (origem étnico-racial, gênero, perfil 1São Paulo State University (UNESP), Araraquara-SP Brazil. Professor at the Department of Educational Psychology (FCLAr/UNESP). Doctorate in School and Human Development Psychology. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0929-4925. E-mail: luciene.tognetta@unesp.br2Universidad de Atacama (UDA), Copiapó Chile. Professor at the Psychology Department. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0810-2795. E-mail: david.cuadra@uda.cl3São Paulo State University (UNESP), Araraquara-SP Brazil. Doctoral Student in School Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3138-2748. E-mail: dm.queiroz@unesp.br4São Paulo State University (UNESP), Araraquara-SP Brazil. Doctoral Student in School Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7371-5184. E-mail: sanderli.bicudo@unesp.br
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169562econômico e acesso a recursos comunicacionais) e situações relacionadas ao sofrimento emocional. Os dados encontrados demonstram que as crianças têm apresentado tantosentimentos quanto comportamentos que indicam sofrimento emocional (medo, ansiedade, solidão, automutilação) e também que há diferenças significativas nos scores de sofrimento emocional relacionados ao gênero e à origem étnico-racial.PALAVRAS-CHAVE:Pandemia. Sofrimento emocional. Crianças.RESUMEN: El problema de esta investigación fue indagar cómo los estudiantes de los dos primeros años de Enseñanza Fundamental -Años Iniciales, apuntaron sentirse en el contexto de la pandemia. Los objetivos específicos fueron identificar la frecuencia de situaciones en las que se presentan signos de malestar emocional en los niños y verificar si existe una relación significativa entre el malestar emocional y aspectos sociodemográficos (raza, género, celular propio).Participaron de la investigación un total de 1041 estudiantes de los grados 4º y 5º de Enseñanza Fundamental -Años Iniciales. El instrumento utilizado para esta verificación fue un cuestionario, que contenía aspectos sociodemográficos (origen étnico-racial, género, perfiles económicos y acceso a recursos de comunicación) y situaciones relacionadas con el malestar emocional. Los datos encontrados muestran que los niños tanto sentimientos como conductas indicativas de malestar emocional (miedo, ansiedad, solidaridad, automutilación) y también que existen diferencias significativas en las puntuaciones de malestar emocional relacionadas con el género y el origen étnico-racial.PALABRAS-CLAVE: Pandemia. Sufrimiento emocional. Niños.IntroductionThe Covid-19 pandemic, caused by the Coronavirus that ravaged the world in the years 2020 and 2021, brought to the surface a very present issue in everyday life: human suffering.First of all, it is necessary to justify why we chose to use the term "emotional suffering" and not to present the terminology "mental health" that has been so widely used nowadays. The school cannot assume for itself the responsibility for treatment regarding mental health. However, if there is no mental health, there is the manifestation of such lack through pain or the conscious or unconscious feeling of suffering. Therefore, we understand "emotional suffering" as all psychic pain that expresses exhaustion, hopelessness manifested in the form of emotions or feelings of fear, sadness, anguish, irritability, anxiety, depression, and that generates indifference to self-care, mood swings, withdrawal, and risk behaviors such as self-mutilation, suicidal ideation, among others (TOGNETTA, 2022). The use of the term "emotional suffering" wishes to express the school's task, which is the work with emotions and feelings of their students, since their sufferings are commonly misunderstood in the school
image/svg+xmlChildren suffer too: Emotional suffering in children during the Covid-19 pandemicRPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169563environment as a kind of disqualification of children as "unwilling", "lazy", "inattentive" (CALDERARO; CARVALHO, 2005).The suffering resulting from the pandemic affected everyone, including children. Jiao et al. (2020) in their research pointed out data regarding children during the pandemic, where 36% of them showed dependence on parents, 32% inattention, 29% worry, 21% sleep problems, 18% lack of appetite, 14% nightmares and 13% discomfort and agitation. But even though the pandemic context presents some situations that create or intensify suffering in children and adults, we must consider that the current society, under the view of some philosophers and sociologists, has peculiar characteristics that can -or not -generate suffering.Bauman (2007), when using the concept of "Liquid Modernity" to refer to current society, points out the liquefaction of social forms that were once quite solid, such as family, love, friendship, work, and also identity itself. According to the author, this situation produces anguish, constant anxiety, and liquid fear, such as the fear of unemployment, violence, and of not "fitting in" in this world that is changing at a fast pace. On the other hand, Lipovetsky, in a book published in the 1980s, entitled "The age of emptiness" (LIPOVETSKY, 1983/2005), already pointed out the emptiness as a result of the transition from Modernity to Post-Modernity. Interestingly, it is as if the author anticipated quite current issues, such as the impact of technology, individualism, and the consumer society. According to the author, it is as if traditional institutions were emptied ofmeaning, no longer offering the possibility of connection between people, but rather a certain freedom of choice without any restrictions. In another work, he presents the term "hypermodern" as one that overlaps Modernity. For him, hypermodern society focuses on the present and on individualism, on contemporary narcissism, in an eternal search for the new, driven by the Internet and globalization. This individual has in front of him an uncertain future that causes a certain uneasiness and fear, besides presenting him with a paradoxical path: the valorization of health and life principles, at the same time that leads him through the logic of "hyper", of excess, which materializes in several decisions and actions. According to him, this principle of "hyper", including hyper-consumption, is quite evident in the superficiality found in the expression of emotions and affections, in social and work relationships that are based on utilitarian needs and hedonism. If, therefore, in the current society, relationshipsoccur through ties that no longer last and identify, but through momentary ties, few secure and superficial (BAUMAN, 2001), or else, the certainty that this liquid modernity replaces collectivity and solidarity by individualism
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169564(BAUMAN, 2001) and by hyper-consumerism (LIPOVETSKY, 2004), how are the relationships lived with the children and the experiences provided to them? Did this context, together with the pandemic, generate doubts, uncertainties and suffering to our children? Are there significant differences in the emotional distress index between boys and girls? And what about ethnic and racial origin, are the rates of emotional distress different among children who self-perceive as black, white, yellow, indigenous? Can the fact that they have their own cell phone be an important variable for more or less emotional distress in these children? Let's go to the investigation.Material and methodOur research problem was to investigate how elementary school students (early years) report feeling in the pandemic context and, by objectives, to identify the frequency of situations in which there are signs of emotional distress in children and verify if there is a significant relationship of emotional distress with sociodemographic aspects (race, gender, owncell phone).The questionnaire used was elaborated by members of the Study and Research Group on Moral Education (GEPEM), together with the master's research "The relationship between bullying, empathy and pro-sociability of students belonging to public schools in the state of São Paulo", registered in CAEE 42330421.6.0000.5400. It consists of 38 questions, eight closed questions about sociodemographic aspects (racial-ethnic origin, gender, economic profile, and access to communication resources), eight closed questions related to aspects of empathy (such as, "When I see someone crying, do I also feel like crying?"), eight closed questions related to aspects of pro-sociability (such as, "Do I offer to help classmates who need some help?")5and 14 situations related to emotional distress during the pandemic (according to the Table of Emotional Distress Feeling and Behavior Categories). To achieve our objective, we used only this last part, which referred to the aspect of emotional distress, related to the variables of the sociodemographic aspect.There were 1041 children from the early years -4th and 5th grades -who participated as respondents, 502 boys and 539 girls, between nine and ten years old, of which 538 are fourth grade students and 503 are fifth grade students.5The items related to empathy and pro-sociality among children are part of another investigation conducted by GEPEM members.
image/svg+xmlChildren suffer too: Emotional suffering in children during the Covid-19 pandemicRPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169565The instrument allowed the situations to be classified into two categories, which were organized after analyzing the answers, being Category 1: Behavior of emotional distress; and Category 2: Feeling of emotional distress. The latter pointed out situations in which the students could self-perceive their suffering, while the former brought situations with attitudes that would indicate emotional suffering. That is, while some questions verified perceptions about suffering, others investigated actions, reactions, and practices that indicated suffering, as shown in the chart below. Chart1Questionnaire categories: Feeling and Behavior of emotional distressCategory 1 -Emotional Distress BehaviorCategory 2 -Feeling of Emotional DistressSituation 4 -symptoms of shortness of breathSituation 1 -sadnessSituation 6 -urge to crySituation 2 -doing things wrongSituation 7 -like to be with familySituation 3 -perceiving fun in situationsSituation 10 -school performanceSituation 5 -imagining bad things in the futureScenario 11 -self-mutilationSituation 8 -feeling aloneSituation 14 -participation in internet challengesSituation 9 -having friendsSituation 12 -perception about family membersSituation 13 -Feeling importantSource: Devised by the authorsTo analyze the data from the first objective, we verified the frequency of responses and, to analyze the data referring to the second objective, a quantile regression model was proposed (KOENKER, 2005), since it allows the comparison of median K between the different groups of interest without the assumption of normality. For all analyses a significance level of 5% was adopted. All analyses were performed using SAS 9.4 software.Results and discussionThis study sought to investigate how elementary school students (early years) report feeling in the context of the pandemic. The results presented and discussed below represent an important contribution to the psychology of the pandemic in an age group that has been little studied and whose results come mainly from the perceptions of adults, caregivers and educators (MATIZ et al., 2022). This study sought to overcome this limitation, obtaining data from the perspective of children and adolescents themselves.
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169566Objective One: to identify the frequency of situations in which there is evidence of emotional distress in childrenAnalyzing the situations that comprise Category 2, which refers to the perception of emotional suffering, we verified indications of suffering regarding the feeling of sadness. It can be noted from the data that 18.6% of the children stated that they felt sad always or often. Similar results were found in the study by Saurabh and Ranjan (2020), being the feeling of sadness one of the most frequent in children and adolescents during the pandemic, especially in the context of quarantine as a protective measure against Covid-19.Certainly, this sadness felt may bring indications of alienation and exclusion as we will see later on. The children also pointed out issues related to the mistake. It can be noticed that 19% said they don't do things right or do them wrong, which evidences the hypothesis of emotional suffering when they feel unable to do everything right. This little explored finding in a pandemic context, especially in childhood and adolescence, is fundamental, as it may indicate a low sense of self-efficacy, a capacity that has been pointed out as key to face adversity in a pandemic context (THARTORI et al., 2021).When answering the questionnaire, the children also brought data about how they have been having fun in times of pandemic: 44.1% pointed out that they do not have fun with many things and 2.5% declared not having fun with anything. Similar results were reported in other studies (LOURENÇO et al., 2021): children reduced their play activities in the pandemic. This undoubtedly imposes the challenge of educating caregivers to develop strategies to encourage play activity and fun for infants in a pandemic, mainly because of the close relationship between play, health, and well-being.The data also show the relation of a common feeling among people -fear -was present in 54% of the children's answers. Fear is also revealed as a feeling amongthem, not the fears related to childhood fantasies, but the real fears that plagued humanity during the pandemic context. In Matiz et al.'s (2022) study of Italian children, Covid-19 fear was compared before and after the first wave of infections, findingno differences in levels, suggesting that this emotion can change during the emergency phase, developing resilience when adequate family and school support is received.When asked about the issue of loneliness, 22.5% of children say they feel lonely, if we add the responses "always" (4.0%) and "often" (18.5%). This loneliness becomes concrete when these boys and girls refer to their friends (item 9) in which 44.3% said they don't have many friends and would like to have more, and 3.5% said they have no friends. In a pandemic context,
image/svg+xmlChildren suffer too: Emotional suffering in children during the Covid-19 pandemicRPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169567isolation as a protective measure and feelings of loneliness increase the risk of developing anxiety and depression in children. About this, some studies show the alarming number of one-third of adolescents reporting high levels of anxiety in a pandemic (LOADES et al., 2020).One piece of data that seems positive to us is that for these children interviewed, living together at home does not seem to be so problematic when compared to the situation we have been living in. Different investigations (LAHR; TOGNETTA, 2021) have verified an increase in violent situations (such as domestic aggression) that were present in the context in which the instrument was applied. However, only 2.7% of the children said they experience situations in which people in the house are always nervous and fight with them. A positive data, despite the 28 children in which such frequency of answers represents that they suffer in the place where they should feel most welcome. Another point that seems positiveto us is that "only" 20.9% feel important to a few people. Could it be that the children are referring to family relationships? However, we still have children who do not feel important to anyone. If we move to absolute numbers, we have 20 children with the feeling of not feeling valuable and important to anyone. This low personal value could be explained by the disruption of roles and functions in pandemic periods. In this sense, Cuadra et al. (2020) points out that pandemic emergencies not only require the installation of physical health care measures, but also imply new psychosocial ways of living together, which disrupt life routines.So far, we have analyzed the situations that point to emotions and feelings as indicative of emotional suffering. Now, let's move on to the situations that make up the category related to Emotional Suffering Behavior.In Situation 4, the children had to answer about anxiety sensations. Although 72.9% of the respondents indicated that they do not feel short of breath, it is necessary to consider that 22.8% responded that they sometimes feel it, and that 4.4% pointed out that their heart always starts racing and they feel short of breath. Adding these last two percentages, there are 27.2% of children who have had anxiety symptoms. Such data coincides with the data found by Duan et al. (2020) and Zhous et al. (2020) who point out depressive and anxiety symptoms in students.Another piece of data that catches our attention is about grief that is expressed in crying. Once again, although the vast majority -88.6% -answered that they feel like crying only once in a while, 11.4% feel like crying frequently (7.0%) or every day (4.4%). Although the percentages may seem low to us, if the analysis is done in absolute numbers, there are 120
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169568children who feel like crying at a high frequency, which may indicate suffering beyond normality. Banati, Jones, and Youssef (2020) explain that the increase in crying or the desire to cry in young people in a pandemic context may be related to the difficulty in having adequate supports, such as economic and health supports, to cope with the pandemic. Thus, young people who perceive fewer resources to cope with the emergency are likely to express their grief with more tears.When we checked the children's enjoyment of living with and/or being with their families, the data endorsed results already pointed out previously (situation 12) which, apparently, seems to indicate that family coexistence does not present so many problems for the children in this investigation: 93.6% of the children answered that they enjoy being with their families, while 0.6% pointed out that they never enjoy being with them and 5.8% often do not enjoy being with their families. An interesting result that may explain the above is found in Markowska-Manista and Zakrzewska-Olędzka's (2020) study with parents in Poland, in which apositive aspect of the pandemic is that the health emergency allowed families to spend more time at home, have the opportunity to share many activities with their children, which may be an element associated with the generation of positive emotions in children and youth during the pandemic.Some situations set us on alert. In Situation 11, the children were asked about self-harm, and although 88.6% pointed out that they have never thought about intentionally hurting themselves, 11.4% of the children have sometimes felt like hurting themselves (10.2%) or else have always thought about it (1.2%). Although this percentage is small only from a statistical point of view, but when considering such responses in absolute numbers, that's 120 children with thoughts of self-harm. A UK non-governmental organization, Youngminds6, in 2020, also found in their data increased anxiety, trouble sleeping, panic attacks, and, as in our larger research, a desire to self-harm.Another item that alerted us was number 14, which checked the participation of children in challenges they see on the Internet: 16.9% of children indicated that they always participate in such challenges. This result seems quite serious to us, since it may indicate how much the adults responsible for the children have difficulty in monitoring and following the children who surf virtual environments. We must also consider, in addition to those who "always" participate in these challenges, that another 25.1% responded that they rarely participate, which pointsus 6https://www.youngminds.org.uk/professional/resources/?resourceType=for-school-staff#main-content. Access on: 20 Dec. 2021.
image/svg+xmlChildren suffer too: Emotional suffering in children during the Covid-19 pandemicRPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.169569to at least one past experience, and when it comes to virtual environments, even a single challenge can be dangerous or fatal. According to Cyrulnik (2014), games proposed on the internet need to be considered as a danger for child suicides. According to the author, they are often understood as accidents. The causes, however, are despair, anguish, and a lack of dialogue with adults. Such situations generate in children dangerous and risky behaviors such as the games and challenges proposed in the virtual environment. We also ask, in this investigation, in face of these indicators of suffering: How do these boys and girls perceive their learning or the lack of it in social isolation? The results found point out that they perceive they have lost their learning during this period, and also that they have not reached the previous levels experienced. Among the participants, 9.5% of the children said that they did badly in subjects that they had previously done well in, and 26.4% said that their school work isnot as good as it used to be. If these percentages are added up, 35.9% of the children verified a drop in their performance. Costin and Coutinho (2022) point out that Brazil is one of the countries with the greatest difficulty in facing the emergence of Covid-19, and education in particular has been hit hard, the result of low government support to deal with the crisis.Objective Two: to verify whether there is a significant relationship between emotional distress and sociodemographic aspects (race, gender, own cell phone).In this descriptive research, 14 items were presented for the children to answer about situations of emotional distress with four response points: never, a few times, many times, and always. The data were analyzed from a total score adding the answers to the items, considering the following score: never equals one point, a few times equals two points, many times equals three points, and always equals four points. Thus, the score reached in the answers of each subject can range from 14 to 42 points, so that the higher the score, the greater the emotional distress. How are our children doing based on these analyses? To answer these questions we will now present what we found in our investigation. When we observe the results found, we see that if we consider the emotional distress score, ranging from 14 to 42 points, we notice that the average reached by the male participants is 18.46 and among the females, 18.95. Girls reached higher scores reaching 38 points while boys reached 30. Other works (WANG et al., 2021) confirm that women have higher levels of stress, worry, and fear during the Covid-19 pandemic, associated with their educational process and family status. The above highlights the higher
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695610psychosocial risk of women during a pandemic and the need to consider these differences when planning psychosocial support measures.The following figure may contribute to a better visualization of such differences by observing the drawing that is formed around the dispersion of the data: boys' scores are more distributed and reach lower scores compared to girls.Figure1 Dispersion of data on emotional distress in children by genderSource: Devised by the authorsInvestigating the variable race, the data pointed out that the lowest mean emotional distress was found in that group of children who self-declared as white (18.42 points), followed by the self-declared browns (18.59 points), Indians (18.75 points) and, finally, by the two groups that presented means above 19 points, being the oriental yellow ones with 19.25 points and the self-declared black ones reaching 19.93 points of mean referring to emotional distress.Despite this average score, the following table helps to verify if the differences found are significant.
image/svg+xmlChildren suffer too: Emotional suffering in children during the Covid-19 pandemicRPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695611Table1 Analysis of emotional distress in children by racial/ethnic origin statementSource: Devised by the authorsThe previous table shows us that, with the significance level being P-value < 0.05, there are significant differences in emotional distress whenthere is a comparison between children who self-perceive as white or black. In other work, the variable ethnicity/race has been associated with differences in levels of stress, distress, and psychological distress in a pandemic, with a greater presence ofthese being found in racial minority groups (MCKNIGHT-EILY et al., 2021). In the systematic review by Cuadra et al. (2020), the psychological impact of the pandemic varies by ethnicity, being greater in minority groups who perceive greater risk in the face of a pandemic. In our study, those who self-declare as black show significantly higher emotional distress scores when compared to self-declared white students. Another question we set out to investigate was whether or not having a cell phone was an important variable in understanding the problems of emotional distress in children. In this regard, the literature has not provided conclusive evidence, finding that the use of cell phones in a pandemic may be a positive measure to reduce social isolation and stay informed, which could reduce distress; however, it may also constitute problematic and even addictive use, which increases distress (ZHANG et al., 2021). In our work we found no significant differences in this regard. Figure 2 aids us in this finding by noting that the shape of the figure representing the dispersion of the scores is similar. Further research is needed to provide evidence to clarify this problem, especially in children and adolescents.
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695612Figure2 Dispersion of data Emotional distress x own cell phoneSource: Devised by the authorsFinal remarksThe problem that guided this research was to investigate how students of the 4th and 5th years of Elementary School -Early Years feel in the pandemic context. There were two main objectives: the first was to identify the frequency of situations in which there is evidence of emotional distress in children and, the second was to verify whether there is a significant relationship between emotional distress and sociodemographic aspects, such as race, gender and having one's own cell phone. In relation to the first objective, in the category that verified the feelings that indicate emotional suffering, the data pointed out that the children investigated during the pandemic have shown fear, loneliness, sadness, and anxiety. Despite this, positive data were foundregarding living with their families and feeling important to other people. In the second category, which verified the observable behavior related to emotional distress, the data pointed out that self-mutilation, participation in Internet challenges, and crying have been present among the children, especially if we consider the absolute numbers. And we also found that students perceived a drop in their school performance.As to the second objective, we verified that as to gender, girls present higher scores of suffering in relation to boys. When establishing the relationship of suffering with race, we identified that blacks, when compared to whites, also present significantdifferences in the
image/svg+xmlChildren suffer too: Emotional suffering in children during the Covid-19 pandemicRPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695613scores of suffering indicated and, as for the last variable investigated, having their own cell phone, we did not find significant differences.Caring for the well-being of our children is a task for all of society, which, despite a context of "liquid relationships," needs to ensure that they have physical and emotional safety in the spaces they frequent and in the relationships they establish with the world and with other people. The school, by excellence, is a place where human beingswho are permanently in the process of development live together. The school is responsible for creating dialogic spaces so that both students and educators can express their feelings and elaborate their conflicts, both interpersonal and intrapersonal, because learning is not only restricted to scientific concepts, but also to social coexistence. Therefore, taking care of children and supporting them in their personal problems and in situations of emotional distress is the role of educators, the states and their institutions, and of all the employees assigned to this. REFERENCESBANATI, P., JONES, N.; YOUSSEF, S. Intersecting Vulnerabilities: The Impacts of Covid-19 on the Psycho-emotional Lives of Young People in Low-and-Middle-Income Countries. European Journal of Development Research, n. 32, p. 1613-1638, 2020. Available at: https://link.springer.com/article/10.1057/s41287-020-00325-5. Access on: 22 May2021.BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Tradução: Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.BAUMAN, Z. Tempos líquidos. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007.CALDERARO, R. S. S.; CARVALHO, C. V. Depressão na infância: Um estudo exploratório. Psicologia em estudo, v. 10, n. 2, p. 181-189, 2005. Available at:https://www.scielo.br/j/pe/a/JLzrCdvLvXmStGxKhrnBdvn/abstract/?lang=pt. Access on: 15 Apr. 2020.COSTIN, C.; COUTINHO, A. Experiences with Risk-Management and Remote Learning During the Covid-19 Pandemic in Brazil: Crises, Destitutions, and (Possible) Resolutions In:REIMERS, F. M. (ed.). Primary and Secondary Education During Covid-19.Cambridge: Harvard Graduate School ofEducation, 2020CUADRA, D. et al.Covid-19 y comportamiento psicológico: Revisión sistemática de los efectos psicológicos de las pandemias del siglo XXI. Revista Médica de Chile, v. 248, n. 8, p. 1193-1208, 2020. Available at: https://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0034-98872020000801139&script=sci_arttext. Access on: 14 Oct. 2020.
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695614CYRULNIK, B. Cuando un niño se da muerte. Barcelona: Editorial Gedisa, 2014.DUAN, L. et. al. An investigation of mental health status of children and adolescents in china during the outbreak of Covid-19. Journal of affective disorders, v. 275, p. 112-118, 2020. Available at: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0165032720323879. Access on: 22 June. 2021.JIAO, W. Y. et al. Behavioral and Emotional Disorders in Children during the Covid-19 Epidemic. Elsevier: The Journal of Pediatrics, v. 221, p. 264-266, 2020. Available at: https://www.jpeds.com/article/S0022-3476(20)30336-X/fulltext. Access on: 10 Dec. 2021.KOENKER, R. Quantile regression. 1. ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.LAHR, T. B. S.; TOGNETTA, L. R. P. Proteção e bem-estar na escola: Um emaranhado de nós para desatar em contextos pós-pandêmicos. Tópicos Educacionais, v. 27, n. 1, p. 62-78, 2021. Available at: https://periodicos.ufpe.br/revistas/topicoseducacionais/article/view/250506. Access on: 17 Feb. 2022.LIPOVETSKY, G. Os tempos hipermodernos. São Paulo: Barcarolla, 2004.LIPOVETSKY, G. A era do vazio: Ensaios sobre o individualismo contemporâneo. São Paulo: Manole, 2005.LOADES, M. et al. Rapid Systematic Review: The Impact of Social Isolation and Loneliness on the Mental Health of Children and Adolescents in the Context of Covid-19. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, v. 59, n. 11, p. 12181239.e3, 2020. Available at: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0890856720303373. Access on: 01 June. 2021.LOURENÇO, A. et al. Children Are Back to School, but Is Play Still in Lockdown? Play Experiences, Social Interactions, and Children’s Quality of Life in Primary Education in the Covid-19 Pandemic in 2020. Int. J. Environ. Res. Public Health, v. 18, n. 23, 12454, 2021. Available at: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0890856720303373. Access on: 15 Oct. 2021.MARKOWSKA-MANISTA, U.; ZAKRZEWSKA-OLEDZKA, D. Family with children in tomes of pandemic what, where, how? Dilemmas of adult-imposed prohibitions and orders.Society Register, v. 4, n. 3, p. 89-110, 2020. Available at: https://pressto.amu.edu.pl/index.php/sr/article/view/22538. Access on: 06 Aug. 2021.MATIZ, A. et al. The Impact of the Covid-19 Pandemic on Affect, Fear, and Personality of Primary School Children Measured During the Second Wave of Infections in 2020. Front. Psychiatry, v. 12, 803270, jan. 2022. Available at: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8801446/. Access on: 19 July. 2021.MCNIGHT-EILY, L. R. et al. Racial and Ethnic Disparities in the Prevalence of Stress and Worry, Mental Health Conditions, and Increased Substance Use Among Adults During the
image/svg+xmlChildren suffer too: Emotional suffering in children during the Covid-19 pandemicRPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695615Covid-19 Pandemic. United States, April and May 2020. MMWR Morb Mortal Wkly Rep, v. 70, n. 5, p. 162166, 2021. Available at: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7861483/. Access on: 05 Aug. 2021.SAURABH, K.; RANJAN, S. Compliance and Psychological Impact of Quarantine in Children and Adolescents due to Covid-19 Pandemic. Indian J Pediatr,v. 87, n. 7, p. 532536, 2020. Available at: https://link.springer.com/article/10.1007/s12098-020-03347-3. Access on: 10 Jan. 2021.THARTORI, E. et al. Exploring the Protective Function of Positivity and Regulatory Emotional Self-Efficacy in Time of Pandemic Covid-19. Int. J. Environ. Res. Public Health, v. 18, n. 24, 13171, 2021. Available at: https://www.mdpi.com/1660-4601/18/24/13171. Access on: 19 Dec. 2021.TOGNETTA, L. R. P. (coord.). A Convivência como Valor nas Escolas Públicas: a implantação de um Sistema de Apoio entre Iguais. 1. ed. Americana: Editora Adonis, 2022. Available at: https://www.somoscontraobullying.com.br/convivencia-na-escola-publica. Access on: 13 June. 2022.WANG, J. et al. Gender differences in psychosocial status of adolescents during Covid-19: A six-country cross-sectional survey in Asia Pacific. BMC Public Health, v. 21, n. 2009, p. 1-18, 2021. Available at: https://bmcpublichealth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12889-021-12098-5. Access on10 Nov. 2021ZHANG, M. X. et al. Problematic smartphone use during the Covid-19 pandemic: Its Association with Pandemic-Related and Generalized Beliefs. International journal of environmental research and public health,v. 18, n. 11, 5724, 2021. Available at: https://www.mdpi.com/1660-4601/18/11/5724. Access on: 10 Sept. 2021.ZHOUS, J. et al.Prevalence and socio-demographic correlates of psychological health problems in Chinese adolescents during the outbreak of Covid-19. Eur Child Adolesc Psychiatry, v. 29, n. 6, p. 749-758, 2020. Available at: https://link.springer.com/article/10.1007/s00787-020-01541-4. Access on: 06 July. 2021.
image/svg+xmlLuciene Regina Paulino TOGNETTA et al.RPGERevista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022.e-ISSN: 1519-9029DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.1695616How to reference this articleTOGNETTA, L. R. P.; CUADRA-MARTÍNEZ, D.; QUEIROZ, D. M.; BOMFIM, S. A. B. Children suffer too: Emotional suffering in children during the Covid-19 pandemic. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 3, e022096, July2022. e-ISSN:1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.3.16956Submitted: 21/12/2022Revisions required: 11/02/2022Approved: 20/04/2022Published: 01/07/2022Management of translations and versions: Editora Ibero-Americana de Educação