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Interdisciplinaridade e decolonialidade em diferentes tempos e espaços
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 4, e022111, 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.4.17125 1
INTERDISCIPLINARIDADE E DECOLONIALIDADE EM DIFERENTES TEMPOS
E ESPAÇOS
INTERDISCIPLINARIEDAD Y DECOLONIALIDAD EN DIFERENTES TIEMPOS Y
ESPACIOS
INTERDISCIPLINARITY AND DECOLONIALITY IN DIFFERENT TIMES AND
SPACES
Artevaldo da Silva RAMALHO
1
Higo Thayrone da Silva COSTA
2
Josélia Carvalho de ARAÚJO
3
RESUMO
: Apresenta uma discussão sobre interdisciplinaridade e decolonialidade avaliativa
e seus contextos, suas características e registros de produção de conhecimentos
interdisciplinares nos documentos teóricos, que indiquem o esclarecimento desse termo nas
propostas pedagógicas do ensino. O propósito é refletir sobre decololinialidade, avaliação e
novas práticas docentes, buscando o significado da interdisciplinaridade como ação educativa
e metodológica na educação básica. A pesquisa foi desenvolvida por levantamento
bibliográfico em artigos e livros; bem como a partir junto a relatos de colegas do Posensino.
Os aportes teóricos e as análises possibilitaram cogitações sobre a importância desta temática
na educação, para que a interdisciplinaridade possa ocorrer. Faz-se necessário romper as
barreiras invisíveis presentes em muitas disciplinas, dificuldades no acesso do saber
compartilhado. A ação interdisciplinar é um caminho para o aperfeiçoamento de diferentes
áreas de conhecimento, assim como as possíveis narrativas que serão construídas mediante
diálogos acadêmicos que esse texto venha suscitar.
PALAVRAS-CHAVE
: Decolinialidade. Avaliação. Interdisciplinaridade.
RESUMEN
: Presenta una discusión sobre la interdisciplinariedad y la decolonialidad
evaluativa y sus contextos, sus características y registros de producción de saberes
interdisciplinares en documentos teóricos, que indican la clarificación de este término en las
propuestas pedagógicas de enseñanza. El propósito es reflexionar sobre la decololinidad, la
evaluación y las nuevas prácticas docentes, buscando el sentido de la interdisciplinariedad
como acción educativa y metodológica en la educación básica. La investigación se desarrolló
mediante levantamiento bibliográfico en artículos y libros; así como en base a informes de
colegas de Posensino. Aportes teóricos y análisis posibilitaron reflexiones sobre la
importancia de este tema en la educación, para que ocurra la interdisciplinariedad. Es
1
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Mossoró
–
RN
–
Brasil. Mestrando em Ensino.
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9061-6287. E-mail: teoramalho1234@gmail.com
2
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Mossoró
–
RN
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Brasil. Mestrando em Ensino.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0062-2294. E-mail: higothayrone@yahoo.com.br
3
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Mossoró
–
RN
–
Brasil. Professora do Departamento
de Geografia. Doutorado em Programa de Pós-graduação em Geografia (UFRN). ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-7513-6621. E-mail: joseliacarvalho@uern.br
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Artevaldo da Silva RAMALHO; Higo Thayrone da Silva COSTA e Josélia Carvalho de ARAÚJO
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2
necesario romper las barreras invisibles presentes en muchas disciplinas, las dificultades
para acceder al conocimiento compartido. La acción interdisciplinaria es una forma de
mejorar diferentes áreas del conocimiento, así como las posibles narrativas que se
construirán a través de los diálogos académicos que planteará este texto.
PALABRAS CLAVE
: Decolinialidad. Evaluación. Interdisciplinariedad.
ABSTRACT
:
It presents a discussion about interdisciplinarity and evaluative decoloniality
and their contexts, their characteristics and records of production of interdisciplinary
knowledge in theoretical documents, which indicate the clarification of this term in
pedagogical teaching proposals. The purpose is to reflect on decololinity, evaluation and new
teaching practices, seeking the meaning of interdisciplinarity as an educational and
methodological action in basic education. The research was developed by bibliographic
survey in articles and books; as well as based on reports from Posensino colleagues.
Theoretical contributions and analyzes made possible reflections on the importance of this
theme in education, so that interdisciplinarity can occur. It is necessary to break the invisible
barriers present in many disciplines, difficulties in accessing shared knowledge.
Interdisciplinary action is a way to improve different areas of knowledge, as well as the
possible narratives that will be built through academic dialogues that this text will raise.
KEYWORDS
:
Decoliniality. Assessment. Interdisciplinarity.
Introdução
Diante dos
“
padrões
” de educação básica imposta por políticas educacionais e
métodos ultrapassados, encontramos disciplinas, sobretudo, com perspectivas não
interdisciplinar, que interrompem e não facilita as trocas de conhecimentos entre o aluno e o
professor, impossibilitando uma ação reflexiva. Como realizar uma boa mediação sem que
aconteça a prática adequada para ensinar? Fica muito difícil construir um pensamento crítico e
interdisciplinar entre os saberes curriculares.
Nesse sentido, um procedimento interdisciplinar consiste na interação dos diversos
campos do saber, no estudo de um fenômeno, de tal forma que as disciplinas operam
conjuntamente, ao mesmo tempo, em uma direção convergente. Os docentes são pessoas de
extrema relevância para o processo de ensino e aprendizagem, além de transmissores de
conhecimento, que são compartilhados com materiais didáticos, que são vivenciados no dia-a-
dia em sala de aula, que são interligados pela partilha de experiências. Ser professor, é uma
tarefa muito árdua em nossos dias, são tantas mudanças na escolarização, que fica difícil
exercer essa profissão tão magnífica.
O trabalho do mestre, diante do ponto de vista da decoloniallidade, não é o que se
evita a aprendizagem da troca de conhecimentos com as disciplinas, mas, faz com que se
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Interdisciplinaridade e decolonialidade em diferentes tempos e espaços
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torne acessível na realidade cotidiana escolar. Que possam ser aplicados e executados
mecanismos avaliativos, que possam dialogar entre si para encontra o melhor resultado para
formação do discente. A aula é momento muito significativo para construção de identidades e
desenvolvimento racional de todos participantes, e não, algo enfadonho, nem tampouco pouco
aborrecedor.
Muitos docentes cruzam o caminho dos discentes, e tomam para si a responsabilidade
de mostrar a dura realidade do mercado de trabalho, e o mundo competitivo capitalista. Esse
abrir de olhos dá ao aluno a oportunidade de fazer escolhas sobre os próximos passos de sua
jornada acadêmica. Não faltam professores que inspirem e que ajudem a construir sonhos
futuros. Para que esse sonho possa ganhar sentindo, é valido um trabalho em equipe, que
envolva todos os sujeitos do processo de ensino e aprendizagem. Com isso, a
interdisciplinaridade e seus segmentos semelhantes (pluri; multi; trans) sejam introduzidos no
currículo escolar, o qual não deve ser estático e nem inflexível. Em suma, é viável
desenvolver métodos de trabalhos que não sejam mais controladores de saberes, e que possam
produzir ciência conjuntamente. Isto porque a construção do conhecimento se faz na interação
entre os sujeitos do processo de ensino e aprendizagem, os quais trazem à baila das discussões
em torno dos objetos do conhecimento, os seus pontos de vista, suas vivências, em suma, seu
modo de perceber o mundo e seus fenômenos em tratamento em algum momento da sua
aprendizagem.
Da disciplinaridade à interdisciplinaridade, um caminho a ser percorrido pela escola
Sabemos que a interdisciplinaridade se originou em países da Europa, particularmente
na França e na Itália, na metade do século XX, a partir de questionamentos e de movimentos
educacionais, que discutiam a divisão das disciplinas, defendendo novos rumos para o ensino
e para a escola. Desde o surgimento, várias são as tentativas de definir a interdisciplinaridade.
Para Faria (2015, p. 107), a inter
disciplinaridade consiste no “
[...] desenvolvimento da
capacidade de superar as disciplinas sem aboli-
las”. Nesse sentido, um procedimento
interdisciplinar versa sobre a interação dos diversos campos do saber, no estudo de um
fenômeno de tal configuração, que as disciplinas trabalhem articuladas. Coparticipação e
união entre as disciplinas curriculares, na resolução de dificuldades, é assim que podemos
pensar na caracterização da interdisciplinaridade escolar. De tal modo, a interdisciplinaridade,
que busca a promoção do diálogo entre as práticas curriculares, preparando melhor o aluno
para conviver com o outro, e com o mundo fora da escola, ainda encontram barreiras para
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Artevaldo da Silva RAMALHO; Higo Thayrone da Silva COSTA e Josélia Carvalho de ARAÚJO
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manter seu espaço no cotidiano da sala de aula. Para Fazenda (2002, p. 29), a
interdisciplinaridade "[...] é a arte do tecido que nunca deixa ocorrer o divórcio entre seus
elementos, entretanto, de um tecido bem trançado e flexível".
Vale ressaltar que o sistema educacional brasileiro é organizado por meio de
disciplinas curriculares, e que, em muitos espaços não trabalham os currículos de forma
compartilhada e integrada, esquecendo-se de que os discentes são de realidades diferentes, de
contextos familiar e social, igualmente diferentes, que estas diferenças não se relacionam
apenas a uma determinada disciplina. Em consequência dessa organização curricular, as
disciplinas escolares ainda são trabalhadas de modo fragmentado, ou seja, desconectadas
umas das outras, como se a realidade fosse algo dividido. O autor Luck (2007, p. 64) reforça a
importância da prática Interdisciplinar:
A interdisciplinaridade enquanto prática que possibilita superar a
fragmentação e a linearidade do processo de produção do conhecimento e do
ensino, e, consequentemente, a distância entre estes e a realidade. Aplicando
o conceito de interdisciplinaridade ao ensino, define o termo como O
processo que envolve a integração e engajamento de educadores, num
trabalho conjunto, de integração das disciplinas do currículo escolar entre si
e com a realidade, de modo a superar a fragmentação do ensino, objetivando
a formação integral dos alunos, a fim de que possam exercer criticamente a
cidadania, mediante uma visão global de mundo e ser capazes de enfrentar
os problemas complexos, amplos e globais da realidade atual.
Por muito tempo, a tendência era lecionar as disciplinas e fazer seu papel burocrático
na aula, delimitar suas fronteiras e seus espaços de atuação. Entretanto, o contexto presente
foi modificando e trazendo inovações, possibilitando uma aproximação dos “espaços”
de
outras disciplinas, construindo uma narrativa pluridisciplinar, multidisciplinar, interdisciplinar
e, por fim, transdisciplinar.
No que diz respeito à interdisciplinaridade escolar, há algum tempo, essa temática tem
sido discutida incansavelmente, nas rodas de conversas, entres os pesquisadores e formadores
de conhecimento. É uma proposta que busca unir uma ou mais disciplinas de áreas afins ou
não, com ideia de cooperação entre elas, e com a intenção de resolver ou produzir uma
conversação entre as disciplinas. Para que possam responder muitas das questões ainda sem
respostas, reforçamos nosso pensamento com as ideias de Oliveira (2013, p. 2016):
O atual contexto permite, e até exige, um olhar interdisciplinar e a atitude
proposta pela interdisciplinaridade cabe para repensarmos o processo de
ensino-aprendizagem, oferecendo a possibilidade de nos construirmos como
professores que dialogam com os seus saberes, com os saberes de seus
alunos, que não ficam alheios ao mundo em que estão inseridos nem aos
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Interdisciplinaridade e decolonialidade em diferentes tempos e espaços
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saberes que fazem parte deste mundo. O olhar que se pretende com a
proposta interdisciplinar desafia a sair da zona de conforto e a buscar o
desconhecido.
Como relatamos anteriormente, sair da zona de conforto, e buscar o desconhecido,
para solucionar problemas que necessitam de soluções, esse é o caminho. Além da
interdisciplinaridade, existem a pluridisciplinaridade; a multidisciplinaridade; e a
transdisciplinaridade. Todas essas expressões, com seu lugar de fala. Faremos uma
apresentação modesta e descrição sucinta da multi, da pluri e transdisciplinaridade.
A
multidisciplinaridade
é a organização de conteúdos mais tradicionais, digamos
assim, os assuntos didáticos que se apresentam como matérias independentes umas das outras,
sem aproximação íntima. As disciplinas ofertadas na escola, sem que possa existir nenhuma
ligação. Já a
pluridisciplinaridade
, é a cooperação existente entre as matérias que se
completam que podem ser mais ou menos afins. É o contexto de contribuição mútuas, como
por exemplo, filosofia, sociologia, história e geografia, as disciplinas das ciências humanas.
Por último, a
transdisciplinaridade
, essa etapa de integração das disciplinas, que se enquadra
como a produção de uma ação unificada, sem barreiras e dificuldades entres as disciplinas,
que coopera e inclui estruturas de metodologias funcionais. Elas se unem em favor de diversas
possibilidades, em prol da produção de conhecimento.
A interdisciplinaridade, via tecnologias
O conhecimento, que antes era centrado no material didático, na aula, na escola, hoje
encontra-se disperso na era digital, circulando de forma descentralizada, por outras formas.
Vive-se a era da mobilidade, conectividade, e das aulas por acesso remoto, em que é possível
estar, simultaneamente, em tempos e espaços diferentes, via celulares, ipads e notebooks.
Nesse cenário, defendemos que o ponto de partida entre as disciplinas para o aumento de uma
tarefa interdisciplinar é a inclusão das tecnologias no fazer docente, uma vez que estas são
íntimas do aluno da educação básica, estando presentes na vida deles. Por suas qualidades
inovadoras e complexas, a tecnologia digital, em especial a internet, beneficia, para que o
aluno perceba a realidade do mundo, o que lhe permite, por isso mesmo, pensar de forma
interativa.
Com as aulas por acesso remoto, mais presentes hoje na educação, elas tornaram-se
ferramentas potencializadoras de um ensino expressivo e interdisciplinar, por fazerem o
intermédio entre o indivíduo e a educação. Para que o sistema educativo seja efetivo, e atenda
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Artevaldo da Silva RAMALHO; Higo Thayrone da Silva COSTA e Josélia Carvalho de ARAÚJO
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às exigências dessa sociedade midiática, é preciso de um formato de escola mais harmônica
com os novos cenários, e um perfil de professor que esteja em conformidade com o processo
da era digital. É preciso um agir interdisciplinar, ou seja, que representem a conexão teórica e
metodológica dos saberes escolares. Com essa revolução educacional no método de ensino e
aprendizagem, surgem os ciberespaços, salas de aulas virtuais, que possibilitam a
continuidade do ensino de forma remota e/ou hibrida. Sobre esse fenômeno, não antigo, pois
já existia a famosa Educação à Distância (EaD), Lévy (1999, p. 17) discorre:
Específica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas
também o universo oceânico de informação que ela abriga, assim como os
seres humanos que navegam e alimentam esse universo, rompeu com a ideia
de tempo e espaço, tal como se conhecia. Com isso, passou a permitir que
professores e alunos interagissem tanto presencial como virtualmente,
favorecendo um diálogo mais rápido e efetivo, além de despertar e prender o
interesse dos alunos, mediante a dinamicidade e diversidade de situações que
possibilita criar, e de respeitar seu ritmo e tempo próprios.
As potencialidades dos ciberespaços, notadamente, pela rede de cabos no âmbito
educacional, vêm sendo bastante debatidas, tendo em vista suas inúmeras possibilidades de
comunicação, informação e interação, proporcionado pelos espaços virtuais distantes, nos
quais as pessoas são conectadas ao conhecimento; e as máquinas são vias de comunicação,
discursos, tendência de recursos como: imagem, som, e texto, e flexibilidade de navegação,
que são impulsionados ao exercício do ensino, em prol da educação.
As Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), fazem o elo entre o
local e o virtual, e disseminam novos conhecimentos, promovendo competências e
habilidades necessárias para a existência no mundo moderno. No ensino interdisciplinar, seu
uso pode transformar a sala de aula em um espaço para que alunos e professores aprenderem
juntos, problematizando, debatendo, pesquisando produzindo e compartilhando saberes. Em
parceria com os educadores, o processo consegue percorrer caminhos que ainda não foram
desbravados. De acordo com Mostada (2010, p. 34) afirma:
A educação como um processo de conformação e hegemonia pode
incomodar a maioria dos docentes, sobretudo aos que pretendem ajudar seus
alunos para que alcancem um grau maior de liberdade e de independência
pessoal. Todavia, a tomada de consciência por parte do mestre, com
referência à hegemonia política como processo educativo para o bem ou para
o mal, poderia ser o ponto de partida de um novo profissionalismo dos
mestres e dos educadores.
Compreendemos que a efetivação do processo ensino e aprendizagem só contempla as
finalidades previstas no currículo, se o docente estiver aberto a possibilidades dessa arte. Esse
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Interdisciplinaridade e decolonialidade em diferentes tempos e espaços
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trabalho, exige do docente, flexibilidade para sair da
“
caixa tradicional
”
de sua disciplina, e se deixar
envolver na estrutura do ensino que, muitas vezes, é complexa.
Sendo a interdisciplinaridade e a tecnologia tomadas como fundamentais na metodologia de
formação, as quais são compreendidos numa teia de informações, essa teia pressupõe uma relação
amigável entre as formas de conhecimento. As práticas interdisciplinares, à medida que são entendidas
como alicerces, ajudaram a manter a continuidade do ensino em tempos tão difíceis.
Portanto, é
aquele modo em que os conteúdos dessa disciplina são interligados, cruzados ao conteúdo das
outras disciplinas, direcionando a uma interação capaz de promover ao discente a capacidade
crítica e reflexiva, face à sua história acadêmica.
Decolonialiade avaliativa interdisciplinar
O crescimento, sem precedentes, das linhas de conhecimentos em nossos dias, tornou
real a questão da aquisição de novos pensamentos, e formas inovadoras no ensino e
aprendizagem. Avaliação e decolonialidade na educação básica está caracterizada pela forma
com a qual os alunos têm sido avaliados pelos mecanismos de rendimento escolar nos últimos
anos. Com a intenção de romper paradigmas coloniais da educação e construir um diálogo
interdisciplinar, apontamos um caminho para a motivação, em relacionar os discursos
promovidos com a área da educação, no que diz respeito aos trabalhos e provas seletivas e
classificatórias, enquanto atuantes no processo de ensino participativo com a religação dos
saberes. Assim, este texto traz, para o centro do debate, o modelo de educação pré-
estabelecida, bem como uma atitude interdisciplinar, que necessariamente, pela ideia de
repensarmos o nosso próprio pensar, tendo em vista que fomos ensinados na tradição da
disciplinaridade.
A decolonialidade avaliativa é, dentre outros, um importante mecanismo de luta contra
o domínio do saber sobre o outro, enquanto sujeito de si. Em ações interdisciplinares, para as
quais este tema dedica sua preocupação, faz-se necessário analisar os poderes intelectuais do
saber adquirido pelo seu próprio povo, em uma espécie de estreitamento entre vertentes
diferentes de conhecimento.
Essa reflexão no desenvolvimento de novos métodos de avaliação educativa a partir de
conceitos e pesquisas realizados por práticas interdisciplinares, que não sejam oriundos da
tradição, torna-se necessária parar pensar o outro, e promover a decolonialidade de
conhecimento crítico, sem fronteiras. E assim, cumpre-nos questionar sobre como o ensino,
tão rico em cultura e conhecimento, deixou-se ser dominada por metodologias cristalizadas, e
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Artevaldo da Silva RAMALHO; Higo Thayrone da Silva COSTA e Josélia Carvalho de ARAÚJO
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Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 4, e022111, 2022. e-ISSN: 1519-9029
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não despertou para práticas interdisciplinares, para sua própria forma de avaliar seus discentes
por meio diversificado.
O desenvolvimento interdisciplinar e tecnológico, para além dos pós-colonialismo,
busca um desprendimento epistemológico da educação, promovendo uma alternativa para
novas formas de aprendizagem, na educação básica brasileira. A ideia central da
decolonialidade educacional é ter autonomia do pensamento, ter seu lugar de produção, a
partir do seu próprio local de criação, e não mais uma visão exógena.
O ensino, sendo um campo fundamental para o desenvolvimento do senso crítico do
aluno, é também um leque de oportunidades para o aprimoramento das técnicas utilizadas
pelos professores. O docente, grande responsável pela escolarização de indivíduos, carrega
nos ombros a tarefa de aprimorar cada dia mais seu potencial, porém, para todos os efeitos,
ele precisa estar comprometido com as mudanças de um mundo globalizado.
Com a presença novas formas de produção de conhecimento, não se pode ficar presos
a práticas fixas na educação. O processo de escolarização passa por algumas reviravoltas, e
essas mudanças precisam de ser acompanhadas. Portanto, ao rejeitar um ensino tradicional,
fragmentado e rígido, e estimular a autonomia e a colaboração, nesse contexto interdisciplinar
e tecnologizado, a linha que proporciona a troca dos saberes nas disciplinas, desenvolve-se
cada vez mais. Por isso, a escola tornou o espaço mais desejável para ocorrer essa mudança
no meio educacional. Entre diversos autores, podemos observar como asseverou Freire (2014,
p. 31):
Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à
escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos,
sobretudo os das classes populares, chegam a ela saberes socialmente
construídos na prática comunitária, mas também, como há mais de trinta
anos venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses
saberes em relação com o ensino dos conteúdos.
A escola, como agente da apropriação da linguagem científica pelo sujeito que historicamente
aprende, deve ser zelosa com o processo ensino e aprendizagem, porque seu papel não é destruir os
saberes herdados pela cultura primária do aluno, e sim, munir esse indivíduo de uma nova perspectiva
decolonial.
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Interdisciplinaridade e decolonialidade em diferentes tempos e espaços
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Considerações finais
Com o conjunto de pensamentos apresentados, elencamos interseções que podem vir
auxiliar investigações sobre novos aspectos na educação básica, em termos teóricos e
metodológicos que apontem uma prática decolonial que ainda não foi explorada. A
interdisciplinaridade sempre se fez atual no interior das disciplinas, como uma prática
indispensável e necessária ao processo de escolarização. O trabalho em equipe entre
disciplinares, portanto, um papel metodológico.
Dessa forma, a pluridisciplinaridade, a multidisciplinaridade, a interdisciplinaridade e a
transdisciplinaridade não serão tomadas apenas como ferramentas de ação pedagógica, mas
que reúnem um conjunto de conhecimentos num ambiente escolar, tendo como finalidade de
compreensão cognitiva de um determinado campo do saber, assim como a realidade que as
cercam.
A necessidade de crescer profissionalmente, mediante a mentalidade interdisciplinar,
tecnológica e decolonial, é refletida no contexto educacional, e se faz de extrema importância para o
raciocínio do indivíduo.
A autonomia do docente e do discente, na construção dos ciberespaços, dá a oportunidade de
libertação do tradicionalismo metodológico, que em várias realidades, é imposto pela ação que
naturaliza a cultura
que diz: “só sei trabalhar assim”
. Diante do cenário apresentado, o que presente
trabalho propôs foi a interação das disciplinas curriculares no ensino, a partir da compreensão sobre o
sujeito e sobre os saberes que alicerçam a estrutura da educação, através da visão interdisciplinar e
decolonial, que descentraliza o ensino restrito pelas barreiras metodológicas de alguns profissionais da
educação, com vistas a uma inclusão que permite a troca de saberes, que transcende a grade curricular.
Por isso, das definições até aqui debatidas, a articulação do ensino com a
interdisciplinaridade tem, portanto, um duplo objetivo promover a conversação das disciplinas
com o tempo presente, e uni-las aos mecanismos de ensino, num contexto educacional em que
está em pauta no momento, claro que, sem esquecer do lado sociocultural de cada realidade.
REFERÊNCIAS
FARIA, J. H. Desenvolvimento Socioeconômico e Interdisciplinaridade.
RDSD
, v. 1, n. 1, p.
5-36, 2015. Disponível em:
https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/RDSD/article/view/1827/1801. Acesso em: 10 abr.
2021.
FAZENDA, I. A.
Interdisciplinaridade:
Um projeto em parceria. 5. ed. São Paulo: Loyola,
2002.
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Artevaldo da Silva RAMALHO; Higo Thayrone da Silva COSTA e Josélia Carvalho de ARAÚJO
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Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 4, e022111, 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.4.17125
10
FREIRE, P.
Pedagogia da autonomia
: Saberes necessários à prática educativa. 49. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 2014.
LÉVY, P.
Cibercultura.
São Paulo: Editora 34, 1999.
LUCK, H.
Pedagogia interdisciplinar
: Fundamentos teórico-metodológicos. 14. ed. Rio de
Janeiro: Vozes, 2007.
MONASTA, A.
Antônio Gramsci
. Recife: Joaquim Nabuco, 2010.
OLIVEIRA, N. A. S. Ensino de história e interdisciplinaridade.
In:
SILVA, C. B.;
ZAMBONI, E. (org.).
Ensino de história, memória e cultura.
Curitiba, PR: CRV, 2013.
Como referenciar este artigo
RAMALHO, A. S.; COSTA, H. T. S.; ARAÚJO, J. C. Interdisciplinaridade e decolonialidade
em diferentes tempos e espaços.
Revista on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 26, n. esp. 4, e022111, 2022. e-ISSN: 1519-9029. DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.4.17125
Submetido em
: 01/06/2022
Revisões requeridas em
: 28/07/2022
Aprovado em
: 30/08/2022
Publicado em
: 01/09/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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Interdisciplinarity and decoloniality in different times and spaces
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ABSTRACT
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It presents a discussion about interdisciplinarity and evaluative decoloniality and
their contexts, their characteristics and records of production of interdisciplinary knowledge in
theoretical documents, which indicate the clarification of this term in pedagogical teaching
proposals. The purpose is to reflect on decololinity, evaluation and new teaching practices,
seeking the meaning of interdisciplinarity as an educational and methodological action in basic
education. The research was developed by bibliographic survey in articles and books; as well
as based on reports from Posensino colleagues. Theoretical contributions and analyzes made
possible reflections on the importance of this theme in education, so that interdisciplinarity can
occur. It is necessary to break the invisible barriers present in many disciplines, difficulties in
accessing shared knowledge. Interdisciplinary action is a way to improve different areas of
knowledge, as well as the possible narratives that will be built through academic dialogues that
this text will raise.
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RESUMO
: Apresenta uma discussão sobre interdisciplinaridade e decolonialidade avaliativa
e seus contextos, suas características e registros de produção de conhecimentos
interdisciplinares nos documentos teóricos, que indiquem o esclarecimento desse termo nas
propostas pedagógicas do ensino. O propósito é refletir sobre decololinialidade, avaliação e
novas práticas docentes, buscando o significado da interdisciplinaridade como ação educativa
e metodológica na educação básica. A pesquisa foi desenvolvida por levantamento
bibliográfico em artigos e livros; bem como a partir junto a relatos de colegas do Posensino.
Os aportes teóricos e as análises possibilitaram cogitações sobre a importância desta temática
na educação, para que a interdisciplinaridade possa ocorrer. Faz-se necessário romper as
barreiras invisíveis presentes em muitas disciplinas, dificuldades no acesso do saber
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State University of Rio Grande do Norte (UERN), Mossoró
–
RN
–
Brazil.
Master’s Student in Teaching
. ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-9061-6287. E-mail: teoramalho1234@gmail.com
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State University of Rio Grande do Norte (UERN), Mossoró
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RN
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Brazil.
Master’s Student in Teaching
. ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-0062-2294. E-mail: higothayrone@yahoo.com.br
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State University of Rio Grande do Norte (UERN), Mossoró
–
RN
–
Brazil. Professor at the Department of
Geography. PhD in Geography (UFRN). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7513-6621. E-mail:
joseliacarvalho@uern.br
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compartilhado. A ação interdisciplinar é um caminho para o aperfeiçoamento de diferentes
áreas de conhecimento, assim como as possíveis narrativas que serão construídas mediante
diálogos acadêmicos que esse texto venha suscitar.
PALAVRAS-CHAVE
: Decolinialidade. Avaliação. Interdisciplinaridade.
RESUMEN
: Presenta una discusión sobre la interdisciplinariedad y la decolonialidad
evaluativa y sus contextos, sus características y registros de producción de saberes
interdisciplinares en documentos teóricos, que indican la clarificación de este término en las
propuestas pedagógicas de enseñanza. El propósito es reflexionar sobre la decololinidad, la
evaluación y las nuevas prácticas docentes, buscando el sentido de la interdisciplinariedad
como acción educativa y metodológica en la educación básica. La investigación se desarrolló
mediante levantamiento bibliográfico en artículos y libros; así como en base a informes de
colegas de Posensino. Aportes teóricos y análisis posibilitaron reflexiones sobre la importancia
de este tema en la educación, para que ocurra la interdisciplinariedad. Es necesario romper
las barreras invisibles presentes en muchas disciplinas, las dificultades para acceder al
conocimiento compartido. La acción interdisciplinaria es una forma de mejorar diferentes
áreas del conocimiento, así como las posibles narrativas que se construirán a través de los
diálogos académicos que planteará este texto.
PALABRAS CLAVE
: Decolinialidad. Evaluación. Interdisciplinariedad.
Introduction
Given the "standards" of basic education imposed by educational policies and outdated
methods, we find subjects, especially with non-interdisciplinary perspectives, which interrupt
and do not facilitate the exchange of knowledge between the student and the teacher, making it
impossible to take reflective action. How to perform good mediation without the proper practice
to teach? It is very difficult to build a critical and interdisciplinary thought among curricular
knowledge.
In this sense, an interdisciplinary procedure consists in the interaction of the various
fields of knowledge, in the study of a phenomenon, in such a way that subjects operate together,
at the same time, in a convergent direction. Teachers are people of extreme relevance to the
teaching and learning process, as well as knowledge transmitters, which are shared with
teaching materials, which are experienced in the classroom, which are interconnected by the
sharing of experiences. Being a teacher is a very arduous task, because there are so many
changes in schooling, that it is difficult to practice this profession.
The master's work, from the point of view of decoloniality, is not what is avoided from
learning the exchange of knowledge with subjects, but makes it accessible in the everyday
school reality. That evaluative mechanisms can be applied and implemented, which can
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dialogue with each other to find the best result for student training. The class is a very significant
moment for the construction of identities and rational development of all participants, not
something boring, nor boring.
Many teachers cross the path of students, and take it for themselves the responsibility
of showing the harsh reality of the labor market, and the competitive capitalist world. This eye
opening gives the student the opportunity to make choices about the next steps of their academic
journey. There is no shortage of teachers who inspire and help build future dreams. In addition
to this dream, a teamwork is valid, involving all the subjects of the teaching and learning
process. With this, interdisciplinarity and its similar segments (pluri; multi; trans) are
introduced into the school curriculum, which should not be static or inflexible. In a way, it is
feasible to develop methods of work that are no longer controllers of knowledge, and that can
produce science together. This is because the construction of knowledge is done in the
interaction between the subjects of the teaching and learning process, which bring to the fore
the discussions around the objects of knowledge, their points of view, their experiences, in sum,
their way of perceiving the world and its phenomena in treatment at some point in their learning.
From disciplinarity to interdisciplinarity, a path to be followed by the school
We know that interdisciplinarity originated in European countries, particularly in France
and Italy, in the middle of the 20th century, from questions and educational movements, which
discussed the division of subjects, advocating new directions for teaching and school. Since the
emergence, there have been several attempts to define interdisciplinarity. For Faria (2015, p.
107), interdisciplinarity consists of "[...] capacity to overcome subjects without abolishing
them." In this sense, an interdisciplinary procedure deals with the interaction of the various
fields of knowledge, in the study of a phenomenon of such configuration, that subjects work
articulated. Co-participation and union between curricular subjects, in the resolution of
difficulties, this is how we can think about the characterization of school interdisciplinarity. In
such a way, interdisciplinarity, which seeks to promote dialogue between curricular practices,
better preparing the student to live with the other, and with the world outside the school, still
find so many barriers to maintaining their space in the daily classroom. According to Fazenda
(2002, p. 29, our translation), interdisciplinarity "[...] it is the art of the fabric that never lets the
divorce between its elements occur, however, of a well-braided and flexible fabric."
It is noteworthy that the Brazilian educational system is organized through curricular
subjects, and that in many spaces curricula do not work in a shared and integrated way,
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forgetting that students are from different realities, from equally different family and social
contexts, that these differences are not related only to a given discipline. As a result of this
curricular organization, school subjects are still worked in a fragmented way, that is,
disconnected from each other, as if reality were something divided. The author Luck (2007, p.
64, our translation) reinforces the importance of interdisciplinary practice:
Interdisciplinarity as a practice that allows overcoming the fragmentation and
linearity of the process of knowledge and teaching production, and,
consequently, the distance between them and reality. Applying the concept of
interdisciplinarity to teaching, it defines the term as The process that involves
the integration and engagement of educators, in a joint work, of integrating
the subjects of the school curriculum with each other and with reality, in order
to overcome the fragmentation of teaching, aiming at the integral formation
of students, so that they can critically exercise citizenship, through a global
vision of the world and be able to face the complex, broad and global problems
of today's reality.
For a long time, the tendency was to teach the subjects and play their bureaucratic role
in class, delimiting their boundaries and their spaces of action. However, the present context
was modifying and bringing innovations, enabling an approximation of the "spaces" of other
subjects, building a pluridisciplinary, multidisciplinary, interdisciplinary and, finally,
transdisciplinary narrative.
With regard to school interdisciplinarity, for some time, this theme has been discussed
tirelessly, in the wheels of conversations, among researchers and knowledge trainers. It is a
proposal that seeks to unite one or more subjects of related areas or not, with the idea of
cooperation between them, and with the intention of solving or producing a conversation
between the subjects. In order to answer many of the questions that are still unanswered, we
reinforce our thinking with Oliveira's ideas (2013, p. 2016, our translation):
The current context allows, and even demands, an interdisciplinary look and
the attitude proposed by interdisciplinarity is up to rethink the teaching-
learning process, offering the possibility of building ourselves as teachers who
dialogue with their knowledge, with the knowledge of their students, who are
not oblivious to the world in which they are inserted or to the knowledge that
is part of this world. The look that is intended with the interdisciplinary
proposal challenges to leave the comfort zone and seek the unknown.
As we reported earlier, leaving the comfort zone, and seeking the unknown, to solve
problems that need solutions, this is the way. In addition to interdisciplinarity, there is
pluridisciplinarity; multidisciplinarity; and transdisciplinarity. All these expressions, with your
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Interdisciplinarity and decoloniality in different times and spaces
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place of speech. We will make a modest presentation and brief description of the pluri, multi
and transdisciplinarity.
Multidisciplinarity is
the organization of more traditional content, so to speak, didactic
subjects that present themselves as independent subjects of each other, without intimate
approximation. The subjects offered in the school, without any connection. On the
other hand
,
pluridisciplinarity, is the existing cooperation between the subjects that are completed that may
be more or less the same. It is the context of mutual contribution, such as philosophy, sociology,
history and geography, the subjects of the human sciences. Finally,
transdisciplinarity
, this
stage of integration of subjects, which is framed as the production of a unified action, without
barriers and difficulties between subjects, which cooperates and includes structures of
functional methodologies. They come together in favor of various possibilities, as well as in
favor of the production of knowledge.
Interdisciplinarity, via technologies
Knowledge, which was previously centered on didactic material, in class, in school,
today is dispersed in the digital age, circulating in a decentralized way, in other ways. We live
in the era of mobility, connectivity, and classes by remote access, in which it is possible to be
simultaneously in different times and spaces, via mobile phones,
iPads
and notebooks. In this
scenario, we argue that the starting point between the subjects for the increase of an
interdisciplinary task is the inclusion of technologies in teaching, since these are intimate to the
student of basic education, being present in their lives. For its innovative and complex qualities,
digital technology, especially the Internet, benefits, so that the student perceives the reality of
the world, which allows him, therefore, to think interactively.
With classes by remote access, more present today in education, they have become tools
that enhance expressive and interdisciplinary teaching, because they do the intermediary
between the individual and education. For the educational system to be effective, and meets the
demands of this media society, it is necessary a more harmonious school format with the new
scenarios, and a teacher profile that conforms to the process of the digital age. It is necessary
an interdisciplinary action, that is, that represent the theoretical and methodological connection
of school knowledge. With this educational revolution in the teaching and learning method,
cyberspaces, virtual classrooms, emerge, which enable the continuity of teaching remotely and
/or hybrid. About this phenomenon, not ancient, because the famous Distance Education (EaD,
in Portuguese) already existed, Lévy (1999, p. 17, our translation) discusses:
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Specific not only the material infrastructure of digital communication, but also
the oceanic universe of information it houses, as well as the human beings
who navigate and feed this universe, broke with the idea of time and space, as
it was known. With this, it began to allow teachers and students to interact
both face-to-face and virtually, favoring a faster and more effective dialogue,
in addition to awakening and arresting the interest of students, through the
dynamism and diversity of situations that makes it possible to create, and to
respect their own rhythm and time.
The potential of cyberspaces and machines are communication routes, discourses, trend
of resources such as: image, sound, and text, and flexibility of navigation, which are driven to
the exercise of teaching, in favor of education.
Digital Information and Communication Technologies (TDIC), link local and virtual,
and disseminate new knowledge, promoting skills and skills necessary for existence in the
modern world. In interdisciplinary teaching, its use can transform the classroom into a space
for students and teachers to learn together, problematizing, debating, researching producing and
sharing knowledge. In partnership with educators, the process can go through paths that have
not yet been explored. According to Monasta (2010, p. 34, our translation) states:
Education as a process of conformation and hegemony can trouble the
majority of teachers, especially those who want to help their students to
achieve a greater degree of freedom and personal independence. However, the
master's awareness, with reference to political hegemony as an educational
process for good or evil, could be the starting point of a new professionalism
of teachers and educators.
We understand that the implementation of the teaching and learning process only
contemplates the purposes provided for in the curriculum, if the teacher is open to possibilities
of this art. This work requires the teacher, flexibility to get out of the "traditional box" of his
discipline, and to get involved in the structure of teaching that is often complex.
Since interdisciplinarity and technology are taken as fundamental in the training
methodology, which are understood in a web of information, this way of information
presupposes a friendly relationship between forms of knowledge. Interdisciplinary practices, as
they are understood as foundations, have helped to maintain the continuity of teaching in such
difficult times. Therefore, it is how the contents of this discipline are interconnected, crossed
with the content of the other subjects, directing to an interaction capable of promoting the
student's critical and reflective capacity, in view of their academic history.
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Interdisciplinarity and decoloniality in different times and spaces
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Interdisciplinary evaluative decoloniality
The unprecedented growth of the lines of knowledge in our day has made the issue of
acquiring new thoughts and innovative ways in teaching and learning real. The value and
decoloniality in basic education are characterized by the way in which students have been
evaluated by school performance mechanisms in recent years. With the intention of breaking
colonial paradigms of education and building an interdisciplinary dialogue, we point a path to
motivation, in relating the discourses promoted with the area of education, with regard to
selective and classificatory works and tests, while active in the participatory teaching process
with the reconnection of knowledge. Thus, this text brings to the center of the debate the
preestablished education model, as well as an interdisciplinary attitude, which necessarily, by
the idea of rethinking our own thinking, considering that we were taught in the tradition of
disciplinarity.
Evaluative decoloniality is, among others, an important mechanism to fight against the
domain of knowledge over the other, as a subject of self. In interdisciplinary actions, for which
this theme devotes its concern, it is necessary to analyze the intellectual powers of knowledge
acquired by its own people, in a kind of narrowing between different aspects of knowledge.
This reflection in the development of new methods of educational evaluation based on
concepts and research carried out by interdisciplinary practices, which do not come from
tradition, it is necessary to stop thinking the other, and promote the decoloniality of critical
knowledge, without borders. And so, we need to question how teaching, so rich in culture and
knowledge, was dominated by crystallized methodologies, and did not wake up to
interdisciplinary practices, to its own way of evaluating its students through diversified means.
The interdisciplinary and technological development, in addition to post-colonialism,
seeks an epistemological detachment from education, promoting an alternative for new forms
of learning in Brazilian basic education. The central idea of educational decoloniality is to have
autonomy of thought, to have its place of production, from its own place of creation, and no
longer an exogenous vision.
Teaching, being a fundamental field for the development of the student's critical sense,
is also a range of opportunities for the improvement of the techniques used by teachers. The
teacher, who is largely responsible for the schooling of individuals, carries on his shoulders the
task of improving his potential more and more, but for all purposes, he needs to be committed
to the changes of a globalized world.
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With the presence of new forms of knowledge production, one cannot be trapped in
fixed practices in education. The schooling process goes through some twists and turns, and
these changes need to be monitored. Therefore, by rejecting a traditional, fragmented and rigid
teaching, and stimulating autonomy and collaboration, in this interdisciplinary and
technologized context, the line that provides the exchange of knowledge in subjects develops
more and more. Therefore, the school made the space more desirable to occur this change in
the educational environment. Among several authors, we can observe Freire (2014, p. 31, our
translation):
That is why thinking right puts to the teacher or, more broadly, to the school,
the duty to not only respect the knowledge with which the students, especially
those of the popular classes, come to it socially constructed knowledge in
community practice, but also, as I have been suggesting for more than thirty
years, to discuss with the students the reason for being some of this knowledge
concerning the teaching of the contents.
The school, as an agent of the appropriation of scientific language by the subject who
historically learns, must be zealous with the teaching and learning process, because its role is
not to destroy the knowledge inherited by the primary culture of the student, but to provide this
individual from a new decolonial perspective.
Final considerations
With the set of thoughts presented, we list intersections that may help investigations on
new aspects in basic education, in theoretical and methodological terms that point to a
decolonial practice that has not yet been explored. Interdisciplinarity has always been current
within subjects, as an indispensable and necessary practice for the schooling process.
Teamwork among disciplinary, therefore, a methodological role.
Thus, pluridisciplinarity, multidisciplinarity, interdisciplinarity and transdisciplinarity
will not only be taken as tools of pedagogical action, but that bring together a set of knowledge
in a school environment, with the purpose of cognitive understanding of a particular field of
knowledge, as well as the reality that surrounds them. The need to grow professionally, through
the interdisciplinary, technological and decolonial mentality, is reflected in the educational
context, and is extremely important for the individual's reasoning.
The autonomy of teachers and students, in the construction of cyberspaces, gives the
opportunity to release methodological traditionalism, which in various realities is imposed by
the action that naturalizes the culture that says: "I can only work like this". Given the scenario
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presented, what this paper proposed was the interaction of curricular subjects in teaching, based
on the understanding of the subject and about the knowledge that hold the structure of
education, through the interdisciplinary and decolonial view, which decentralizes the teaching
restricted by the methodological barriers of some education professionals, with a view to an
inclusion that allows the exchange of knowledge, that transcends the curriculum.
Therefore, from the definitions discussed so far, the articulation of teaching with
interdisciplinarity has, therefore, a dual objective to promote the conversation of subjects with
the present time, and to unite them to the teaching mechanisms, in an educational context in
which it is currently on the agenda, of course, without forgetting the sociocultural side of each
reality.
REFERENCES
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RDSD
, v. 1, n. 1, p.
5-36, 2015. Available:
https://periodicos.unesc.net/ojs/index.php/RDSD/article/view/1827/1801. Access: 10 Apr.
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Um projeto em parceria. 5. ed. São Paulo: Loyola,
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Paulo: Paz e Terra, 2014.
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São Paulo: Editora 34, 1999.
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: Fundamentos teórico-metodológicos. 14. ed. Rio de
Janeiro: Vozes, 2007.
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How to refer to this article
RAMALHO, A. S.; COSTA, H. T. S.; ARAÚJO, J. C. Interdisciplinarity and decoloniality in
different times and spaces.
Revista on line de Política e Gestão Educacional
, Araraquara, v.
26, n. esp. 4, e022111, 2022. e-ISSN: 1519-9029. DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.4.17125
Submitted
: 01/06/2022
Revisions required
: 28/07/2022
Approved
: 30/08/2022
Published
: 01/09/2022
Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.