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Designações de currículo: Apreendendo seus sentidos em distintas teorizações
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Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 4, e022114, 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.4.17129
1
DESIGNAÇÕES DE CURRÍCULO: APREENDENDO SEUS SENTIDOS EM
DISTINTAS TEORIZAÇÕES
DESIGNACIONES CURRICULARES: EVALUANDO SUS SIGNIFICADOS EN
DIFERENTES TEORIZACIONES
CURRICULUM DESIGNATIONS: APPRECIATING ITS MEANINGS IN DIFFERENT
THEORIZATIONS
Andrezza Maria Batista do Nascimento TAVARES
1
Antonia Dalva FRANÇA-CARVALHO
2
Bento Duarte da SILVA
3
RESUMO
: O presente artigo é produto de uma pesquisa bibliográfica cujo objetivo foi a
apreensão de sentidos sobre as designações de Currículo com base nas teorias tradicional,
crítica e pós-crítica, apresentando, também, o Currículo Integrado concebido para o Ensino
médio com foco na Educação Profissional. O estudo é de natureza qualitativa e utiliza de
técnicas de revisão bibliográfica e análise documental, inspiradas na perspectiva da psicologia
sócio-histórica (AGUIAR; OZELLA, 2013). A revisão sobre o assunto ancora-se no
pensamento de Gesser (2002), Saviani (2003), Arroyo (2007), Lineusa, (2013), Silva (2005;
2017) e Tavares (2019) Tavares, Santos e Sena Neto (2020), dentre outros pesquisadores do
Currículo. Os resultados desvelam que o currículo tradicional consiste em uma visão
educativa para o alcance dos interesses da sociedade industrial, cujo sentido vincula-se ao
controle e à eficiência; que o currículo crítico tem o sentido de campo de contradição social,
controle e poder e que o currículo pós-crítico se move a partir de um território de incerteza
cognoscente, de diversidade de significações e de discurso. Revelam, também, que o currículo
integrado, situado na confluência do currículo crítico e pós-crítico, tem o sentido de percurso
formativo para o desenvolvimento humano integral de jovens, nomedadamente, para a
inclusão no mercado de trabalho, e por isso, para ser exequível, deve ter seu sentido
compreendido, prioritariamente, pelos professores do ensino médio.
PALAVRAS-CHAVE
: Teorias curriculares. Educação profissional. Currículo integrado.
RESUMEN
: Este artículo es producto de una investigación bibliográfica cuyo objetivo fue
aprehender significados sobre las designaciones de Currículo a partir de teorías
tradicionales, críticas y poscríticas, presentando también el Currículo Integrado diseñado
para la Enseñanza Media con enfoque en la Educación Profesional. El estudio es de
naturaleza cualitativa y utiliza técnicas de revisión bibliográfica y análisis documental,
inspiradas en la perspectiva de la psicología sociohistórica (AGUIAR; OZELLA, 2013). La
1
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Natal
–
RN
–
Brasil.
Doutora em Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6857-7947. E-mail: andrezza.tavares@ifrn.edu.br
2
Universidade Federal do Piauí (UFPI), Teresina
–
PI
–
Brasil. Professora Associada. Doutorado em Educação.
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-9827-061X. E-mail: adalvac@uol.com.br
3
Universidade do Minho (UM), Braga
–
Portugal. Doutorado em Ciências da Educação. ORCID:
https://orcid.org/0000-0001-5394-5620. E-mail: bento@ie.uminho.pt
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Andrezza Maria Batista do Nascimento TAVARES; Antonia Dalva FRANÇA-CARVALHO e Bento Duarte da SILVA
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revisión sobre el tema se ancla en el pensamiento de Gesser (2002), Saviani (2003), Arroyo
(2007), Sacristán (2013), Silva (2005; 2017) y Tavares (2019; 2020), entre otros
investigadores del Currículo . Los resultados revelan que el currículo tradicional consta de
una visión educativa para alcanzar los intereses de la sociedad industrial, cuyo significado
está ligado al control y la eficiencia; que el currículo crítico tiene el sentido de un campo de
contradicción social, control y poder y que el currículo poscrítico se mueve desde un
territorio de saber incierto, de diversidad de significados y de discurso. Revelan también que
el currículo integrado, situado en la confluencia del currículo crítico y poscrítico, tiene el
significado de un camino formativo para el desarrollo humano integral de los jóvenes, es
decir, para su inclusión en el mercado laboral, y por ende, para ser factible, debe tener su
significado comprendido, de manera prioritaria, por los docentes de secundaria
.
PALABRAS CLAVE
:
Teorías curriculares. Educación profesional. Currículo integrado.
ABSTRACT
:
This article is the product of a bibliographical research whose objective was to
apprehend meanings about Curriculum designations from traditional, critical and post-
critical theories, also presenting the Integrated Curriculum for High School with a focus on
Professional Education. The study is qualitative in nature and uses literature review and
document analysis techniques, inspired by the perspective of socio-historical psychology
(AGUIAR; OZELLA, 2013). The review on the topic is anchored in the thinking of Gesser
(2002), Saviani (2003), Arroyo (2007), Sacristán (2013), Silva (2005; 2017) and Tavares
(2019; 2020), among other Curriculum researchers. . The results reveal that the traditional
curriculum consists of an educational vision to achieve the interests of industrial society,
whose meaning is linked to control and efficiency; that the critical curriculum has the sense
of a field of social contradiction, control and power and that the post-critical curriculum
moves from a territory of uncertain knowledge, diversity of meanings and discourses. They
also reveal that the integrated curriculum, located at the confluence of the critical and post-
critical curriculum, has the meaning of a training path for the integral human development of
young people, that is, for their insertion in the job market and, therefore, to be viable, it must
have its meaning understood, primarily, by high school teachers.
KEYWORDS
:
Curriculum theories. Professional education. Integrated curriculum.
Introdução
Este artigo considera o “currículo” como um campo epistemo
lógico que em
movimento dialético, convida pesquisadores para identificar, problematizar e tencionar
sentidos e significados que estão em diálogo com outros campos de conhecimento relevantes
para o desenvolvimento humano em contextos institucionais educativos. O campo
mencionado, reúne um compósito de saberes profícuos para a formação de professores,
destacadamente, por constituir o elemento central do projeto pedagógico que deve viabilizar
os processos de ensino e de aprendizagem, atividades fulcrais das instituições educativas.
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O artigo consiste em uma pesquisa de natureza teórica cujo objetivo foi apreender
significações sobre a
designação “Currículo” a partir d
as proposições das conceções
tradicional, crítica, integrado e pós-crítica. Nesse aspecto, destaca
os sentidos de “Curríc
ulo
Integrado” enquanto alternativa apontada pelo Paradigma Emancipador da Formação
e como
uma opção curricular assertiva para orientar as dinâmicas curriculares direcionadas para o
desenvolvimento humano integral de jovens do ensino médio.
O Paradigma Emancipador da Formação é caracterizado por Ramalho, Núñez e
Gauthier (1998, 2004) como uma filosofia contra-hegemônica que preconiza a concepção da
escola cidadã como um dos elementos constituintes do desenvolvimento humano e social. Sob
essa perspectiva, os autores propõem conhecer o que os professores pensam sobre o contexto
pedagógico e profissional, destacadamente sobre o currículo das instituições, em sua
complexidade, para se avançar rumo à inovação educacional. A emergência do Paradigma
Emancipador da Formação anuncia o contexto histórico de busca por inovação educativa e
formativa visando a superação da perspectiva mecanicista, realçando a necessidade de
mudanças estruturais e de concepções nos sistemas formativos e escolares, sobretudo, com
relação aos currículos problematizadores e dialógicos.
Metodologicamente, compreende um estudo de abordagem qualitativa e pesquisa
exploratória a partir da revisão bibliográfica básica e de análise documental (GIL, 2002), com
inspiração dialética perspectivada na psicologia sócio-histórica (AGUIAR; OZELLA, 2013).
O marco teórico, que serve de farol para o repertório de fundamentação, se constitui a partir
do pensamento de autores como Gesser (2002); Silva (2005, 2017); Arroyo (2007); Antunes
(2010); Frigotto, Ciavata e Ramos (2005); Saviani (2009); Lineusa (2013); Tavares (2019);
Tavares, Santos e Sena Neto (2020); Lopes e Macedo (2011); Menezes e Santiago (2014);
Moura, Lima Filho e Silva (2015); Pacheco (2013, 2020); entre outros referenciais.
As fontes documentais utilizadas foram a Lei n. 9.394/96 (BRASIL, 1996) e
Resolução CEB/CNE Nº 06/2012 alinhada com o Decreto 5.154/2004 (BRASIL, 2004) que
tratam sobre o ensino médio integrado à educação profissional. A revisão de literatura e
documental ressalta pontos e contrapontos relevantes para colaborar com o pensamento de
professores e pesquisadores sobre a significação de “Currículo” e os sentidos de “Currículo
Integrado”, objetos de estudo deste artigo teórico.
Nestas considerações introdutórias convém definir o que designamos por
“significação” e por “sentidos” uma vez q
ue exercem influência nas argumentações presentes
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no texto. De acordo com a perspectiva sócio-histórica
4
,
as designações “significação” e
“sentidos” possuem semântica
s essenciais para os pesquisadores das ciências humanas e
sociais (SOARES; AGUIAR; MACHADO, 2015)
Ambas designações se referem aos aspectos da constituição individual do conteúdo
psíquico de cada pessoa, indicando ideias que integram o núcleo central do pensamento. De
maneira sintética, a pesquisa a partir de núcleos de significação busca alcançar a abstração da
unidade verbal dos sujeitos (a palavra) para proceder com uma aproximação qualitativa dos
sentidos elaborados e representados por eles. Segundo o referencial metodológico adotado,
um dos tipos de instrumento para as apreensões de significações se efetiva por meio de
revisão bibliográfica, análises de materiais e de fontes documentais disponíveis. Após a
observação atenciosa e reflexiva dos achados, o passo seguinte para o pesquisador sócio-
histórico é proceder com a sistematização cuidadosa dos critérios de similaridade,
complementaridade e de contraposição do conteúdo reunido para a pesquisa.
Inspirados na psicologia sócio-histórica sublinhamos que
“significação” e “sentido” se
relacionam com a maneira individual com que cada pessoa entende o universo e com que
expressa a sua opinião por meio da palavra, influenciadas, por sua vez, pelas mediações
sociais, históricas e culturais que condicionam tais indivíduos. Tanto a significação como os
sentidos são conteúdo do psiquismo exclusivamente humano que podem ser reconhecidos a
partir da apreensão sistemática das expressões comunicativas das pessoas (SOARES;
AGUIAR; MACHADO, 2015).
Assim, a leitura de manuscritos perspectivada na apreensão de
“significação” e de
“sentido” compreende uma ati
vidade que permite o pesquisador ir além da percepção de
trechos de fala e/ou escritas. Tal atividade, impulsiona o estado crítico do pesquisador uma
vez que advoga em defesa da compreensão das faces histórica e dialética dos objetos,
ressaltando também que as palavras expressas nas circunstâncias comunicativas são
elaboradas a partir do dinâmico movimento entre importantes pares reflexivos, a saber:
objetividade e subjetividade; indivíduo e sociedade; afeto e cognição; pensamento e
linguagem.
O próprio termo currículo derivado da palavra latina
currículum,
cuja raiz é a mesma
de
cursus
e
currere
experimenta este movimento. Segundo Sacristan (2013), o termo se
divide em dois significados: o de percurso profissional e o de currículo
vitae
, no qual constam
4
Para a Psicologia Sócio-Histórica as determinações sociais das significações não estão ao alcance imediato do
pesquisador. O real não se resume a aparência. Para o alargamento da compreensão destas afirmações, centrais
para as pesquisas perspectivadas na concepção sócio-histórica, sugerimos a leitura de: DELLARI JUNIOR, A.
Vigotski:
consciência, linguagem e subjetividade. Campinas, SP: Alínea, 2013.
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os êxitos conquistados. Na Roma antiga, afirma o autor, falava-se do
cursus honorum
,
caraterizado pelo conjunto sequencial de cargos ou honras. Assim, o cidadão acumulava
valores sociais ao desempenhar cargos eletivos e judiciais. Neste aspecto, o autor esclarece
que o termo currículo também possui o sentido de carreira, abrangendo os conteúdos que são
cursados nesse percurso.
Em sua origem, currículo em educação significa um território específico de
conhecimentos (conteúdos), como também fundamenta um plano de estudos que os
professores devem seguir para ensinar o que o estudante deveria aprender. De acordo com
Silva (2016, p. 11),
“
surgido no contexto da Reforma Protestante do final do século XVI, o
termo estaria presente em 1582 nas escriturações da Univer
sidade de Leiden na Holanda”.
Na Idade Média, o currículo era composto tanto pelo
trívium
, três disciplinas,
Gramática, Retórica e Dialética, quanto pelo
cuadrivium
, Astronomia, Geometria, Aritmética
e Música. Tais conteúdos representaram a primeira forma de organização do conhecimento
nas universidades na Europa (LINEUSA, 2013). O currículo é, segundo Silva (2017), uma
invenção recente para as instituições educativas no mundo ocidental.
Recorrendo
ao significado da designação “currículo”
no repertório atual de dicionários
de língua portuguesa, temos a seguinte ideia compartilhada:
“Percurso efetuado até o término
da execução do ato. Ação e movimento que envolvem um todo complexo, compreendendo
tudo que ocorre durante uma execução até o seu completar.
”
(TRALDI, 1997, p. 22). A
compreensão do currículo como campo epistêmico requer o reconhecimento de concepções
teóricas (tradicional, crítico, integrado e pós-crítico) as quais serão cotejadas nas diferentes
seções deste artigo.
Centralidade dos sentidos de currículo na teoria tradicional: controle e eficiência
Considerando que o termo currículo tem o sentido de percurso para consecução de um
propósito profissional, ele engloba conteúdos teóricos e empíricos que são vivenciados nesse
caminho, apresentando, portanto, uma temporalidade. Isso quer dizer que
“
o currículo
organiza rotinas e ritmos para a vida cotidiana daqueles que, direta ou indiretamente, se
relacionam com os espaços educativos
”
(VEIGA NETO, 2002, p. 164). Nesse processo
sistematizado se instauraram novas práticas cotidianas, redistribuindo e rearticulando espaços
e tempos com mais intencionalidade para o desenvolvimento humano.
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Neste caso, as rotinas e os ritmos que devem ser seguidos pela escola são mencionados
na literatura tradicional
5
desde Comenius (1997, p.
56), para quem: “o tempo
escolar deve ser
bem distribuído para que, a cada ano, mês, dia e hora, seja atribuída uma tarefa particular aos
estudantes
”. Ant
eriormente ao ano de 1900, o currículo se alicerçava em valores baseados nas
tradições ocidentais, fundamentando-se no desenvolvimento de habilidades profissionais.
“Apenas
após os anos 1900, com o início da industrialização americana, e mais efetivamente
nos anos 1930, com o movimento da Escola Nova no Brasil, o entendimento de que era
preciso decidir o que ensinar foi estabelecido
” (
LOPES; MACEDO, 2011, p. 21).
Isso implica que é necessário perceber que se o currículo proporciona a sustentação
epistemológica às práticas de espaço e tempo na escola, são essas práticas que dão
materialidade ao currículo como assevera Veiga Neto (2002). Por esta razão é que Cury, Reis
e Zanardi (2018, p. 54) entendem ser
“
preciso se aprofundar em estudos curriculares como
forma de entender como funciona os interesses sociais que se articulam ao conhecimento
escolar para propagar
a visão homogênea de mundo”.
A ideia de planejar os processos de ensinar surgiu com a pretensão de torná-lo tão
eficiente quanto à produção empresarial, conforme Lineusa (2013). A associação à indústria e
à lógica empresarial se relaciona à pretensão de que o sistema educacional conseguisse
antever alunos com desempenhos eficientes para os resultados lucrativos que poderiam obter,
estabelecendo métodos precisos para mensurar se os objetivos planejados, à priori, foram
alcançados (SILVA, 2005).
Nessa linha de pretensão, John Franklin Bobbitt educador americano, que segundo
Silva (2007), foi quem concebeu a escola como empresa ao propor uma escola cujo
funcionamento fosse similar a uma empresa comercial ou industrial. Ou seja, propôs para a
escola a transposição do modelo de organização elaborado por Taylor (2010), equiparando o
modelo educacional ao modelo fabril, com lastro nos princípios da administração científica,
ao apresentar protocolos de como controlar os tempos e os movimentos que os trabalhadores
exerciam na fábrica, nominando esse processo de gerência científica. O intuito de Taylor
(2010) era o de eliminar desperdícios e perdas industriais ocasionadas pelo comportamento do
trabalhador ocioso, objetivando, com isso, elevar os níveis de produtividade por meio da
divisão manufatureira do trabalho.
Silva (2016
, p. 40) assevera que “a lógica, que permite planejamento, execução,
controle e, principalmente, eficiência na produção industrial é o ponto central da gerência da
5
Segundo Lopes e Macedo (2011), entre o repertório dos integrantes da teorização sobre a concepção de
currículo tradicional, merecem destaque: Comenius, Herbart, Skinner, Bobbitt e Gagné.
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ganização”. Assim, por meio de movimentos mecânicos e repetitivos, a industrialização
taylorista produziu o comportamento humano ideal para a indústria, aquele que se estabelece
em série, sendo racionalizado e controlado.
Taylor (2010), organizou suas ideias por meio de princípios e, paulatinamente, os uniu
aos instrumentos práticos que organizam o trabalho fabril, condicionando os operários a
adotarem um conjunto de regras integrantes do novo sistema de trabalho, tendo em vista
controlar os meios para se chegar ao produto final.
Os princípios e práticas utilizados pela gerência científica se transmitiam de forma oral
ou por meio da observação (TAYLOR, 2010). Com o passar do tempo, a determinação
científica passou a ser para que o trabalhador recebesse a especificação de sua tarefa a partir
de critérios científicos, em detrimento de sua autonomia. Taylor (2010) afirmava sobre a
importância de a gerência conseguir a adesão dos trabalhadores por meio de incentivos. Tal
prática implica em elogios, como também em promessas por melhores salários, aspectos que
se relacionam fortemente com a melhoria da produção e do ambiente de trabalho.
Conforme Silva (2017) esclarece, o professor na educação conservadora, na qualidade
de operário, não conhece e nem domina a totalidade do processo de trabalho pedagógico em
que se envolve, uma vez que segue passivamente planejamentos elaborados previamente
pelos seus gestores. Tal controle pedagógico envolve uma situação análoga ao trabalho fabril
no formato da gerência científica, na medida em que separa e hierarquiza quem planeja, quem
supervisiona e quem executa as atividades no chão da escola.
Para Silva (2017), Taylor sistematizou quatro problemáticas fundamentais que
deveriam ser observadas no desenvolvimento dos currículos escolares, quais sejam: Quais
objetivos educacionais a escola deverá buscar? Como as experiências educacionais
proporcionadas aos alunos possuem probabilidade de alcançar estes propósitos? Que critérios
eficientes devem serem abordados nessas experiências educacionais? Como verificar com
exatidão se esses objetivos estão sendo alcançados?
A literatura que reflete sobre a concepção de currículo tradicional em educação traz
em sua centralidade a significação de que o currículo corresponde a uma
“
ferramenta
pedagógica de controle para atender aos interesses da sociedade industrial
”
. Outros sentidos
recorrentes que a literatura da concepção de currículo tradicional aponta são: positivismo,
burguesia, hierarquia social, manutenção da ordem social, educação enciclopédica, afirmação
de metanarrativas, compartimentalização do pensamento por meio da fragmentação do saber,
formação unilateral, desempenho eficiente, cientificismo, didática mecânica, processo
pedagógico padronizado por meio de sequência linear, autoritarismo docente e de gestão,
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avaliação métrica, pontual e conteudista, passividade do aluno e
preocupação sobre “O quê” e
“Como” ensinar?
(LOPES; MACEDO, 2011); (TRALDI, 1997). Sua significação principal,
naquele momento histórico, é, portanto, controle, ordem e eficiência.
Centralidade dos sentidos de currículo na teoria do crítica: campo de contradição,
controle e poder
Se o currículo tradicional, no contexto americano de sua origem foi organizado pelas
necessidades da indústria, tendo como escopo os saberes necessários para que o estudante
exercesse um trabalho produtivo em sua vida adulta, o pensamento da sociologia crítica faz
emergir a teoria do currículo crítico. Neste contexto, se alargavam as insatisfações com a
concepção do currículo tradicional e se verificava o fortalecimento da influência das teorias
questionadoras do pensamento positivista. A exemplo, aquelas associadas ao movimento
ciceroneado por John Dewey, as quais mobilizaram a concepção pedagógica Escola Nova, de
clivagem liberal progressivista, que também impactou na teorização do campo curricular,
conforme Pacheco (2020, p. 6) asseverou:
[...] A teoria crítica não só questiona a educação e o currículo no quadro das
estruturas sociais, políticas e económicas que legitimam o conhecimento,
mas também relaciona o conhecimento escolar com as questões de poder e
controlo, pelo que o currículo, construído na diversidade de contextos, atores
e propósitos diferenciados, contém relações de poder e não pode ser
considerado como algo neutro e pretensamente técnico.
Com o movimento escolanovista, o currículo das instituições educativas passaram a
valorizar o ativismo pedagógico em detrimento da aprendizagem enciclopedista e do
verbalismo metodológico, valorizando a participação dos estudantes no processo de
aprendizagem e a dinâmica criativa nas aulas. Segundo Gesser (2002), a concepção
escolanovista, centrada na ótica pragmatista, não rompe absolutamente com a significação do
currículo tradicional, pois também emerge motivada pelos interesses do desempenho eficiente
para a mão de obra da indústria.
Todavia, a pedagogia pragmática, desprovida da mobilização da aprendizagem para o
alargamento do estado crítico dos integrantes escolares, foi um novo caminho encontrado para
controlar o comportamento humano e atender à massa. Contudo, apesar de não provocar uma
ruptura ideológica com a escola tradicional, a teorização aponta que as reformas produzidas
pela Escola Nova auxiliaram na superação da visão tradicional da educação.
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Para Silva (2016), a perspectiva crítica do currículo se fortalece efetivamente a partir
do início dos anos de 1970 com a instalação
do “
Movimento Reconceptualista do Currículo
(MRC)
”, com o desenvolvimento da “S
ociologia do Currí
culo”
, no contexto norte-americano,
teorizado por Michael Apple, Henry Giroux e William Pinar, assim como se fortalece com o
movimento
“Nova Sociologia da Educação (NSE)”
, no contexto inglês, teorizado por Michael
Young e Basil Bernstein. Esta base teórica crítica incluiu no campo epistêmico do currículo
conceitos marxistas, como: hegemonia, ideologia, alienação e poder, destinando profunda
crítica ao currículo tradicional e ao sistema de produção capitalista (SILVA, 2016).
No pensamento da Escola Francesa, Bourdieu e Passerom (1992) teorizando sobre a
reproduç
ão cultural, ou “capital cultural”, compreendem o currículo da escola como baseado
na cultura e na linguagem dominante, transmitido através do código cultural. Já Althusser
(2014) atribui à escola a função de aparelho ideológico de estado, sendo, portanto,
reprodutora da ideologia da sociedade capitalista e dos desejos dos detentores dos meios de
produção. Nesse caso, no entendimento do teórico, as disciplinas do currículo da escola
podem ser um canal efetivo de reprodução dos componentes ideológicos (ALTHUSSER,
2014). Os instrumentos de comunicação, como a televisão e demais meios midiáticos,
propagam a cultura homogênea fabricada que demonstra que o poder se relaciona, também,
com os valores e as representações culturais.
A influência da Escola de Frankfurt, com a crítica à racionalidade técnica exacerbada
na escola, pela defesa d
a “pedagogia da possibilidade e da resistência”
ressignifica o currículo
como emancipação e libertação (GIROUX, 1997). Neste esteio é possível afirmar que o
currículo crítico propõe a superação das visões não-críticas e, também da crítico-
reprodutivista da educação. A literatura sobre o currículo crítico apoiada na Escola de
Frankfurt, compreende a educação como instrumento dialético movido pela contradição. Se,
por um lado, ela legitima em seus percursos a distinção social, na medida que reforça e afirma
a marginalização cultural popular e o processo de reprodução do capitalismo, por outro, se
constitui como instituição que aponta para a possibilidade de transformação social.
Essa visão curricular política e filosófica, que supera a ideia de fragmentação da
aprendizagem humana, se fundamenta nas contribuições das teorias progressistas da
educação, dentre elas, a de Paulo Freire, com a defesa pela mediação dialógica e
conscientizadora, cujas ideias despontam nos anos 1970 nos Estados Unidos (MENEZES;
SANTIAGO, 2014). Esse movimento de reestruturação de significação se baseou na
concepção de que o currículo não pode se basear em percursos de formação ancorados em
relações hierarquizadas e reprodução social. As ideias pedagógicas de Paulo Freire assentam
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na coerência entre a razão humana e a consciência, base filosófica necessária para o homem
transformar o seu contexto social na medida em que não se permite manipular e nem se
massificar (TAVARES, 2020). Para Freire, o desenvolvimento da consciência crítica
proporciona liberdade, desenvolvimento de potencialidades reflexivas e adesão para a pauta
da luta social (SCHRAM; CARVALHO, 2007).
Para Young (2007), o currículo crítico problematiza as expectativas que estão
associadas à expansão da escolaridade e à oportunidade que as escolas oferecem aos
estudantes, assim como, o acesso ao conhecimento considerado poderoso que a escola
socializa e que proporciona aos educandos mobilidade social. Para o Adorno (1995), a
reflexividade histórica, a lucidez sobre os acontecimentos e o acesso à cultura da sociedade
contemporânea são aspectos que precisam ser mobilizados nos currículos para a formação da
consciência da crítica. O autor, sendo um dos representantes da escola de Frankfurt, destaca a
dimensão crítica do currículo ao denunciar os irracionalismos para promover a razão
emancipatória, defendendo a importância da emancipação humana, por meio da educação.
Esta acepção dialoga com a concepção de educação freireana, cuja centralidade é a
humanização e a libertação dos sujeitos aprendentes por meio da conscientização
emancipadora como forma de exequibilidade de transformação da realidade social excludente
promovida pelo sistema capitalista. Em contraponto, Freire (1966) refuta também o projeto de
educação bancária, que, tem por referência as teorias do currículo tradicional, que conforme já
pontuamos, compreende estudantes como depósitos vazios que precisam ser preenchidos por
conteúdos apresentados pelos professores com preocupações de impacto economicista
(MENEZES; SANTIADO, 2014). Não é fácil concretizar esse sonho de uma educação
emancipatória, pois
É inegável que sempre haverá barreiras à frente daqueles que sonham com
uma educação emancipatória que deflagre processos de consciência e de
busca de um lugar para os que estão à margem das condições de vida. Um
lugar diferente de quem espera exercer sua condição de sujeito no mundo e
não ficar à mercê das políticas internacionais porque
‘
o ser humano é maior
do que os mecanismos que o minimizam
’
(FREIRE, 1996, p. 130).
Discutindo o currículo crítico na perspectiva de freireana, verificamos o desenho de
um percurso formativo que prioriza o conteúdo de necessidade social, a filosofia
humanizadora, a valorização do saber do cotidiano, a reflexividade sociológica, o diálogo
libertador como alternativas para alargar a consciência crítica e a vivência da cultura
institucional democrática. Em tal perspectiva curricular não há dissociação entre os
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fenômenos que acontecem na sociedade e a sua materialização no currículo escolar (LIMA,
2014; MENEZES; SANTIADO, 2014; TAVARES, 2020).
As teorias críticas destacam que o currículo se relaciona com a história, a sociedade e
a cultura, e que se deve preocupar também com o fenômeno da exclusão escolar e a sua
superação das desigualdades sociais. Outra preocupação central são as intenções e razões que
levam a valorização de determinados conteúdos em detrimento de outros diante do repertório
de conteúdos priorizados no currículo institucionalizado.
A partir das reflexões apontadas pela literatura que reflete sobre a concepção de
currículo crítico em educação, concluímos que a ideia que ocupa centralidade na sua
signif
icação é a de currículo como “campo de contradição so
cial ou arena de disputa de
poder
”. Outros sentidos recorrentes na argumentação da literatura são: socialismo científico,
excluídos sociais, classe social, reprodução cultural
versus
emancipação, educação
libertadora, crítica ao sistema capitalista, relações possíveis com os saberes, currículo oculto,
formação para a conscientização e cidadania, poder, ideologia, libertação, didática mediadora,
diálogo, interdisciplinaridade, processo pedagógico crítico, avaliação mediadora, valorização
do sujeito, gestão democrática, problematização sobre
“o quê”
,
“por quê” ensinar e aprender?
(LOPES; MACEDO, 2011; TRALDI, 1997).
Centralidade dos sentidos de currículo nas teorias pós-críticas: território de incerteza
cognoscente e diversidade de significações e de discurso
O currículo pós-crítico também recebe as designações de pós-estruturalismo, pós-
colonialismo e pós-modernismo, assumindo o sentido de que no mundo existem culturas
diversas. No entanto, apesar da afirmação de tal diversidade cultural, seu desafio incide no
fato de se conviver com a imposição de uma cultura homogênea e hegemônica, conforme
lembra Silva (2005).
É importante ressaltar que os movimentos que renovam a teoria educacional e
curricular pela clivagem pós-moderna devem ser reconhecidos a partir de protestos
mobilizados por estudantes em Portugal, França, Espanha e Estados Unidos, marcado pelo
clamor público contra as guerras que ocorriam no mundo, sobretudo a do Vietnã que muito
mobilizou a juventude americana. Cumpre lembrar também da influência exercida pelos
movimentos classificados de contracultura, como o movimento feminista e o movimento de
liberação sexual, dentre outros (SILVA, 2005).
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O contexto de emergência do paradigma pós-crítico é o de movimento intelectual que
proclama a vivência de uma nova época histórica nomeada de pós-modernidade a qual não
representa uma teoria anunciada, unificada, mas um conjunto variado de perspectivas,
abrangendo a diversidade de campos políticos, estéticos, epistemológicos que têm em comum
a negação do primado das metanarrativas sociais ao privilegiar o relativismo da incerteza do
cognoscente
6
.
Com origem conceptual no pensamento da escola de Frankfurt, e
amplamente discutida na base de argumentos filosóficos, sobretudo a partir
dos trabalhos de Horkheimer e Habermas, a teoria crítica abarca, hoje em
dia, perspectivas muito diversas, dando origem a clivagens académicas, mais
acentuadas ainda quando são utilizados conceitos identitários da pós-
modernidade e do pós-estruturalismo (PACHECO, 2020, p. 3).
No que tange aos aspectos social, político, filosófico e epistemológico, o currículo
pós-crítico questiona os pressupostos do pensamento social e político estabelecidos e
desenvolvidos a partir do iluminis
mo ao advogar pela defesa da ideia de “mudança de
parad
igmas” mobilizando a resistência pela superação das verdades absolutas. Outra marca é
a crítica aos padrões “rígidos” considerados pela modernidade, rompendo com
a lógica
positivista, tecnocrática e racionalista, aflorando o protagonismo dos subalternos excluídos de
um sistema totalizante e padronizado.
Os sentidos do currículo pós-crítico promovem importantes implicações para o campo
da educação pois a pedagogia tem suas bases nas ideias modernas. Conforme pontuamos em
seção anterior deste artigo, o objetivo da educação moderna tradicional consiste em transmitir
o conhecimento científico, em formar um ser humano racional e autônomo, em moldar o
cidadão da moderna democracia representativa. Todavia, tais sentidos são incompatíveis com
as pretensões do currículo pós-moderno, conforme afirma Pacheco (2020, p. 13).
A teoria (pós)crítica persegue a tarefa de, no caso das práticas curriculares,
analisar de que modo a racionalidade irracional da lógica de mercado induz
as ações concordantes com a racionalidade tyleriana e deslegitima o papel do
sujeito e da diferença ligada à subjetividade. Para isso, é possível reconhecer
a existência de uma abordagem curricular de mercado, cuja análise necessita
de ser pensada a partir de pressupostos muito diversos, pois as orientações
administrativas e políticas têm revelado o primado do económico e social
sobre o pessoal.
6
Segundo Freire, o sujeito cognoscente é formado na medida em que internaliza o objeto cognoscível no
processo de tomada de consciência (1996). O cognoscente é o indivíduo capaz de adquirir conhecimento ou o
indivíduo que possui a capacidade de conhecer. O cognoscível é o conteúdo psíquico que se pode conhecer.
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Também é certo afirmar a divergência da concepção pós-crítica com a concepção
crítica na medida em que a essência do paradigma desconfia profundamente dos impulsos
emancipadores e libertadores da teoria crítica por se fundamentar na vontade de domínio e
controle da epistemologia moderna. A crítica é a de que a obsessão pelo acerto de contas entre
as classes sociais no âmago das instituições sociais como arena de luta se constitui em ataque
à própria ideia de educação.
Assim, seguindo o seu fluxo filosófico específico, uma das características mais
marcantes da concepção de currículo pós-crítico é a ênfase no discurso. A orientação é para
que os sujeitos, ao ativarem seu estado filosófico, se rebelem contra a versão da realidade tal
como ela é, e que, ao organizar o seu pensamento, tomem os discursos sobre o que dizem que
a realidade é e sobre como ela deveria ser de modo a perceber as representações da pessoa
e/ou de grupos. Para a teorização pós-moderna a
realidade não pode ser concebida fora dos
processos linguísticos de significação e de relações de poder.
A partir destas reflexões acerca do currículo pós-crítico, concluímos que a ideia que
ocupa centralid
ade na sua significação é a de currículo como “território de incerteza
cognoscente e de diversidade de significações e de
discurso”. Outros sentidos recorrentes na
argumentação da literatura são: pós-modernismo, sujeito performático, grupos identitários,
multiculturalismo/diversidade, educação para a incerteza, negação de metanarrativas com
superação de binarismos, saber transdisciplinar, formação híbrida, subjetividade/significação,
discurso/representação, saber-poder, didática relativista, processo pedagógico alternativo,
autoavaliação, alteridade/empatia, ressurgência de identidades devastadas, anarquia,
problematização sobre “onde”, “quando” e “por quem” foram inventados?
(LOPES;
MACEDO, 2011; TRALDI, 1997). Sua significação, neste contexto moderno, o representa
como um território de incerteza cognoscente e diversidade de significações e de discurso.
Até este momento do trabalho refletimos acerca das teorias de currículo postas pela
literatura, brevemente revisitadas, e que colaboram para a compreensão do sentido de
currículo integrado para o ensino médio que da educação profissional no ensino médio no
Brasil.
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Centralidade dos sentidos de currículo na concepção de currículo integrado: percurso
formativo para a inclusão social de trabalhadores
O currículo integrado, enquanto prática curricular para o ensino médio, é tributário das
bases teórico-conceituais que se consubstanciam a partir da omnilateralidade e da politecnia
(defendidas nos escritos de Karl Marx e Friedrich Engels) e da escola unitária
7
. Omnilateral é
“um termo que vem do latim e cuja tradução literal significa ‘todos os lados ou dimensões.”
(FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS, 2012, p. 267). Manacorda (2007, p. 89) compreende
omnilateral como a:
[...]totalidade de capacidades produtivas e, ao mesmo tempo, a totalidade de
capacidades de consumo e prazeres, em que se deve considerar sobretudo o
gozo daqueles bens espirituais, além dos materiais, e dos quais o trabalhador
tem estado excluído em consequência da divisão do trabalho.
Educação politécnica é uma designação que mobiliza o debate pedagógico a partir das
relações com o significado do trabalho no projeto de sociedade socialista, com o respeito pelo
trabalhador, com o desenvolvimento de atitudes morais para com o trabalho e com o caráter
humanista e coletivista do trabalho.
Essas filosofias educativas se ancoram na compreensão da formação humana integral,
a partir do entendimento de que a formação geral é indissociável da formação para o trabalho
8
em todos os processos educativos e produtivos (CIAVATTA, 2012).
A concepção política e pedagógica do currículo integrado, segundo Tavares (2019), se
baseia nos fundamentos da sociologia crítica, da psicologia sócio-histórica e da pedagogia
crítica. A pesquisadora também ressalta que, de acordo com o Decreto 5.154/2004, os eixos
estruturantes que passaram a orientar os sistemas de ensino no Brasil, com base na oferta do
currículo integrado para a Educação Profissional, foram: sociedade, cultura, ciência,
tecnologia e trabalho (BRASIL, 2004). E que, com a Resolução CEB/CNE Nº 06/2012, os
princípios filosóficos que passaram a sustentar a prática do currículo integrado foram: 1)
formação humana integral, 2) trabalho como princípio educativo, 2) pesquisa como princípio
pedagógico, 4) indissociabilidade entre teoria e prática, 5) interdisciplinaridade, 6)
diversidade e 7) contextualização.
Ampliando esse entendimento, Ramos (2009) acrescenta que o currículo integrado
7
Para Gramsci a escola tradicional não contribuiria para as mudanças sociais necessárias por isso cunhou a ideia
de escola única para todos que significa uma instituição que conjuga a formação humanista e a formação para o
trabalho, no tempo e nas condições favoráveis para que todos os sujeitos possam adquirir a maturidade e
disciplina necessária para a criação intelectual (GRAMSCI, 1982).
8
Para os pensadores marxistas, o trabalho como princípio educativo significa um exercício ontológico ou
ontocriativo, pois por meio dele, o ser humano em relação com a natureza produz conhecimento e a si mesmo.
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traduz em sua oferta uma formação geral, técnica e política tendo a categoria trabalho como
princípio educativo.
No ‘currículo integrado’
, conhecimentos de formação geral e específicos
para o exercício profissional também se integram. Um conceito específico
não é abordado de forma técnica e instrumental, mas visando a compreendê-
lo como construção histórico-cultural no processo de desenvolvimento da
ciência com finalidades produtivas. Em razão disto, no ‘currículo integrado’
nenhum conhecimento é só geral, posto que estrutura objetivos de produção,
nem somente específico, pois nenhum conceito apropriado produtivamente
pode ser formulado ou compreendido desarticuladamente das ciências e das
linguagens (RAMOS, 2009, p. 3)
Dessa maneira, a formação com base numa arquitetura curricular integrada produz
esforços na tentativa da superação do histórico dualismo da divisão social do trabalho,
proposta pelo currículo tradicional, em que uns foram separados para pensar e planejar a
sociedade e outros para o duro ofício do trabalho manual (FRIGOTTO; CIAVATTA;
RAMOS, 2005). Essa proposição curricular também carrega em seu bojo a possibilidade de
romper com as raízes históricas de atrasos sociais, como o caso da realidade brasileira,
expressadas no elitismo e na subordinação do projeto formativo da classe trabalhadora
estritamente aos interesses do empresariado. Nesse aspecto,
O ensino médio integrado é aquele possível e necessário em uma realidade
conjunturalmente desfavorável
–
em que os filhos dos trabalhadores
precisam obter uma profissão ainda no ensino médio, não podendo adiar este
projeto para o nível superior de ensino
–
mas que potencialize mudanças,
para, superando-se essa conjuntura, constituir-se em uma educação que
contenha elementos de uma sociedade justa (FRIGOTTO; CIAVATTA;
RAMOS, 2005, p. 44).
Este formato curricular aspira garantir aos filhos da classe trabalhadora o direito a uma
formação geral sólida que oportunize itinerários formativos mais dialógicos, relacionais e
críticos do mundo, fomentando uma cidadania política e econômica. Formação que, nesse
sentido, pressupõe o discernimento da correlação de forças sociais subjacentes a todos os
fenômenos.
Neste caso, o currículo se evidencia como instrumento de poder refletido e legitimado
nas relações que se estabelecem nas instituições de ensino, pois não se pode negar que o
poder, além de estar tecido de relações complexas, imbrica-se em todas as produções
discursivas escolares.
Para aprofundamento do enfoque das bases que sustentam o currículo integrado, vale
destacar que ele se organiza tendo como referência a ideia de completude, da compreensão
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das partes em relação ao todo ou da unidade dentro da diversidade. Tavares (2019) sinaliza
que o currículo integrado deve ser concebido como ciclo formativo único, uma síntese, uma
amálgama, entre o curso técnico e o ensino médio, produzindo interfaces entres os
componentes curriculares. O currículo serve tanto para organizar os conteúdos, quanto para
unificar o processo de ensino e de aprendizagem. Contudo, para organizar o currículo
integrado é preciso compreender que as disciplinas têm seus saberes específicos, com
componentes que se diferenciam entre si, inclusive, os saberes do cotidiano e os da profissão
(LINEUSA, 2013).
Na busca de substratos teóricos que apoiam a significação do currículo integrado, se
faz necessário explicitar que o protótipo dessa arquitetura curricular não desprestigia as
necessidades formativas da competência técnica na formação humana. Todavia, questiona e
problematiza que essa competência, por si só, não dá conta da totalidade das dimensões
formativas do sujeito, não respeitando a sua multidimensionalidade.
A concepção crítica do currículo confia que, sem o aporte crítico, o sujeito aprendente
se torna mero instrumento a serviço da lógica vigente. Para Frigotto, Ciavatta e Ramos
(2005), a proposta de currículo integrado busca produzir processos educativos que superem a
formação parcelar, historicamente ampliada pelo modelo cartesiano de educação vigente.
Logo, no currículo mosaico, os docentes estarão propensos às mesmas lógicas de
fragmentação que tecem as diferentes especialidades. Nesse contexto, Simões e Silva (2013,
p. 42) explicam
[...] que o currículo integrado é desafiado pela fragmentação, linearidade e
hierarquização que historicamente deixam estanques saberes e práticas,
isolam segmentos, disciplinas, áreas e atribuem a algumas em geral às
ciências ditas exatas um papel preponderante na carga horária e na avaliação
do aluno. Sem ignorar que o currículo é um território de embates e luta de
poderes, é preciso aproveitar possibilidades de ruptura com o isolamento
disciplinar e com as dicotomias teoria/prática e educação geral/profissional
para propor atividades integradoras, nas quais os conhecimentos de
diferentes disciplinas, gerais ou técnicas, possam ser mobilizadas de modo
articulado em situações desafiadoras e instigantes, promovendo a autonomia
e o protagonismo crescente dos estudantes. Uma formação plena vai além do
domínio de conhecimento específico ou do contexto profissional em que este
se aplica.
A significação do currículo integrado evoca necessariamente a reflexão sobre o ensino
médio integrado e a formação humana integral, assim como a retomada dos sentidos do
currículo crítico, uma vez que estes aspectos ocupam a centralidade desse modelo curricular.
Para Moura, Lima Filho e Silva (2015), a formação omnilateral é reivindicada pela concepção
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de uma educação para o trabalho como princípio educativo e por uma escola unitária, como
meio para o desenvolvimento e a emancipação do sujeito. Desse modo, reconhecemos o
imperativo de confrontar a formação profissional voltada para os interesses do capital, que
reduz a formação do trabalhador ao treinamento para mão de obra dos sistemas produtivos,
mutilando e esvaziando as múltiplas dimensões da formação humana integral (TAVARES,
2019).
Inspirados em contributos marxianos, Manacorda (2007, p. 94) explica que
omnilateralidade é o “desenvolvimento total, completo, multilateral, em todos os sentidos, das
faculdades e das forças produtivas, das necessidades e da capacidade da sua
satisfação”.
Essa
premissa confronta à formação parcelar das capacidades humanas provocadas pelo trabalho
alienado e pela divisão de classes, bem como, respeita e busca recuperar a sua inteireza e
integridade sócio-histórica.
[...] a chegada histórica do homem a uma totalidade de capacidades
produtivas e, ao mesmo tempo, a uma totalidade de consumo e prazeres, em
que se deve considerar sobretudo o gozo daqueles bens espirituais, além dos
materiais, e dos quais o trabalhador tem estado excluído em consequência da
divisão do trabalho (MANACORDA, 2007, p. 89-90).
A categoria omnilateralidade, apresentada até aqui, possui forte vinculação com outra
concepção marxiana, a saber: a educação politécnica. Tendo em vista a politecnia como
princípio básico do currículo integrado, Machado (1992, p. 19, grifo do autor), defende que a
Politecnia representa o domínio da
técnica
a nível intelectual e a
possibilidade de um trabalho flexível
com a recomposição das tarefas a nível
criativo. Supõe a ultrapassagem de um conhecimento meramente empírico,
ao requerer o recurso as formas de pensamento mais abstratas. Vai para além
de uma formação simplesmente técnica ao pressupor um perfil amplo de
trabalhador, consciente, e capaz de atuar criativamente em atividades de
caráter criador e de buscar com autonomia os conhecimentos necessários ao
seu progressivo aperfeiçoamento.
É possível constatar nessa perspectiva, que a formação ancorada na
Politecnia
não
dissolve a formação especializada. Na verdade, versa-se de um modelo de formação lato, que
ult
rapassa a aquisição e o domínio “da técnica pela técnica”. Estão presentes no mesmo
processo formativo, tanto o desenvolvimento de habilitações técnicas, quanto o conhecimento
dos seus fundamentos científicos.
Assim, os códigos curriculares na forma integrada desenvolvem processos formativos
possibilitando que os conceitos sejam apreendidos como sistemas de relações de uma
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totalidade concreta, considerando as múltiplas relações que tecem em torno da realidade
social, com o objetivo de explicá-la e compreendê-la.
Portanto, os aspectos mencionados até aqui compreendem um recorte da matriz
conceitual do currículo integrado, o qual assume o compromisso de proporcionar aos sujeitos
a apreensão dos fundamentos técnicos e tecnológicos, éticos-políticos e culturais presentes no
mundo do trabalho. No entanto, a participação dos educadores é condição
sine qua non
neste
processo. Eles precisam estar integrados e engajados na articulação e integração dos
conhecimentos histórico-sociais, como condição para uma consistente formação científico-
tecnológica caracterizada como promotora de uma educação global e emancipatória que busca
garantir o acesso e o direito de todo cidadão ao trabalho socialmente útil.
A partir das reflexões apontadas pela literatura que reflete sobre a concepção de
currículo integrado em educação, concluímos que a ideia que ocupa centralidade na sua
significação é a de currículo como percurso de cultura institucional que conduz para a
“formação huma
na integral a partir do trabalh
o”. Outros sentidos rec
orrentes na argumentação
da literatura são: paradigma emancipador e contra-hegemônico, trabalhadores, classe
trabalhadora, resistência operária, educação profissional e politécnica, luta dos trabalhadores,
integração entre os saberes, desenvolvimento humano integral / omnilateral, trabalho / ciência
/ cultura / tecnologia, didática problematizadora e integradora, processo pedagógico criativo,
avaliação compartilhada e co-criativa, reconhecimento dos sujeitos, gestão participativa,
problematização s
obre “como” e “para quem” ensinar e aprender? (
FRIGOTTO;
CIAVATTA; RAMOS, 2005; RAMOS, 2009; TAVARES, 2019).
Cada sentido atribuído ao Currículo no âmago de suas teorias e concepções
notadamente se encontra
[...] uma questã
o de ‘
identida
de’ ou de ‘subjetividade’
. Se quisermos
re
correr a etimologia da palavra ‘currículo’, que vem do latim curriculum,
‘pista de corrida’
, po
demos dizer que no curso dessa ‘corrida’
que é o
currículo acabamos por nos tornar o que somos (REIS; LEBRE; ROSS,
2008, p. 7).
Considerações finais
O artigo visionou identificar e refletir sobre as
significações do “currículo em
educação” à luz d
os sentidos atribuídos pelas teorias do currículo tradicional, crítico,
integrado e pós-crítico. No caminho da pesquisa compreendemos que verificar a significação
do currículo por meio de diferente clivagens teóricas envolve um exercício de compreensão
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das mediações sociais, históricas e culturais relacionadas ao pensamento pedagógico que, por
sua vez, se constitui permeado de ideologias, valores e concepções.
Verificar os indicadores semânticos sobre o currículo em educação foi uma atividade
que mobilizou a atenção para diversas dimensões (pedagógica, política, filosófica, social,
histórica, psicológica...), se traduzindo em uma travessia que exigiu a consulta de um amplo
repertório de leituras, bem como a expansão do diálogo com pesquisadores do campo das
ciências da educação.
O artigo afirma que a designação “currículo” é um termo polissémico que
está sujeito à
ambiguidade e a ampla diversidade de significações, a saber: no currículo tradicional
prevalece a ideia de “ferramenta pedagógica para o alcance dos interesses da sociedade
industrial”; no currículo crítico prevalece a ideia de “campo de co
ntradição social e arena de
disputa de proj
etos sociais”; no currículo pós
-
crítico prevalece a ideia de “território de
incerteza cognoscente e de diversidade de significações e de discursos”; e no currículo
integrado prevalece a ideia de “percurso formativ
o para o desenvolvimento humano integral e
inclusão social de trabalhadores e de pessoas de origem popular”.
Para além dos núcleos de significações pontuados anteriormente, inspirados pela
pesquisa sócio-histórica, o artigo revelou um compósito de outros sentidos, também indicados
pela teorização, pautados em similaridades, complementaridades e contraposições de ideias
sobre as diferentes tendências do currículo em educação. A seguir, em jeito de síntese,
socializamos um quadro para ilustrar de forma didática a diversidade de sentidos identificados
e sistematizados no artigo.
Quadro1
–
Síntese da apreensão de sentidos e significações de Currículo em distintas teorias
Dimensõe
s
Currículo
Tradicional
Currículo
Crítico
Currículo Pós-crítico
Currículo
Integrado
Filosófica
Positivismo
Socialismo
científico
Pós-modernismo
Paradigma
emancipador
contra-
hegemônico
Social
Burguesia
Excluídos
sociais
Sujeito performático
Trabalhadores
Hierarquia social
Classe social
Grupos Identitários
Classe
trabalhadora
Manutenção social
Reprodução
cultural
versus
Multiculturalismo/ diversidade
Resistência
operária
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20
emancipação
Educacio
nal
Educação
enciclopédica
Educação
libertadora
Educação para a incerteza
Educação
profissional e
politécnica
Afirmação de
metanarrativas
Crítica ao
sistema
capitalista
Negação de metanarrativas com
superação de binarismos
Luta dos
trabalhadores
Compartimentaliza
ção e
fragmentação do
saber
Relações
possíveis com
os saberes/
Currículo
oculto/
Interdisciplina
r
Saber transdiciplinar
Integração
entre os
saberes
Formação
unilateral e para o
desempenho
eficiente
Desenvolvime
nto da
conscientizaçã
o
Formação híbrida
Subjetividade/significaçãoDiscurso/repres
entação
Desenvolvime
nto
humana/integr
al/ omnilateral
Preocupação sobre
“O quê” e “Como”
ensinar?
Problematizaç
ão sobre
“o
quê” e “por
quê” ensinar e
aprender?
Problematização sobre “onde”, “quando”
e “por quem” foram inventados?
Problematizaç
ão sobre
“como” e
“para quem”
ensinar e
aprender?
Pedagógic
a
Ciência
Poder/
Ideologia/
Libertação
Saber-poder
Trabalho/ciênc
ia /
cultura/tecnolo
gia
Didática mecânica,
linear, sequencial e
autoritária
Didática
mediadora/
dialógica/
transformador
a
Didática relativista
Didática
problematizad
ora e
integradora
Processo
pedagógico
padronizado
Processo
pedagógico
crítico
Processo pedagógico
Alternativo
Processo
pedagógico
criativo
Avaliação métrica,
pontual e
conteudista
Avaliação
Mediadora
Autoavaliação/ Alteridade/empatia
Avaliação
Compartilhada
e co-criativa
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Designações de currículo: Apreendendo seus sentidos em distintas teorizações
RPGE
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Passividade do
aluno
Valorização
do sujeito
Ressurgências de identidades devastadas
Reconhecimen
to dos sujeitos
Gestão
Autoritária
Democrática
Anárquica
Participativa
Fonte: Elaborado pelos autores
A diversidade de sentidos aludidos no quadro mencionado realçam significações
referente às teorias de currículo aqui analisadas, sistematizadas a partir das dimensões:
filosófica, social, educacional e pedagógica que atravessam os tipos de currículo. A intensão
do quadro síntese é realçar sentidos que apresentaram ampla incidência no desenvolvimento
da revisão de literatura com apreensão de núcleos de significação sobre currículo em
educação. Observamos com isso que o currículo integrado traz sentidos de currículo
existentes na confluência dos sentidos provenientes do currículo crítico e pós-crítico.
Isto posto, é imprescindível que os integrantes docentes das instituições educativas
estejam conscientes dos sentidos que envolvem as concepções de currículo para que suas
práticas curriculares sejam conscientes e, preferencialmente, transformadoras. Identificar os
múltiplos sentidos apontados pelo repertório teórico das diferentes concepções é um
investimento reflexivo importante pois impacta diretamente na cultura institucional,
destacadamente, no que concerne aos processos de ensino e de aprendizagem, aspectos que
figuram no centro das atividades fins escolares.
Faz-se necessário ressaltar que o currículo necessita ser percebido como um itnerário
formativo a ser refletido diariamente pelos trabalhadores da educação. Em relação ao
currículo para o ensino médio integrado, tipo de currículo que ocupa argumentação fulcral
neste artigo, ao se desenvolver em escolas de educação profissional que formam trabalhadores
perspectivadas na formação humana integral, é primordial que os processos de ensino e de
aprendizagem sigam o horizonte de conteúdos que oportunizem a articulação teoria-prática, a
interdisciplinaridade, a socialização entre os indivíduos, incentivando o respeito cultural,
religioso, racial e de gênero, além da apreensão de saberes culturais, científicos e
tecnológicos, essenciais para a formação humanizadora, holística, cidadã, transformadora e
emancipadora.
Esse movimento curricular, complexo e dinâmico, concorrerá para a efetividade de
percursos formativos em que estudantes trabalhadores alcancem melhores oportunidades
profissionais no mundo do trabalho e que permaneçam com êxito nos seus estudos,
colaborando com a conscientização sobre as suas identidades e sobre as suas potências
transformadoras.
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Andrezza Maria Batista do Nascimento TAVARES; Antonia Dalva FRANÇA-CARVALHO e Bento Duarte da SILVA
RPGE
–
Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 4, e022114, 2022. e-ISSN: 1519-9029
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Como referenciar este artigo
TAVARES, A. M. B. N.; FRANÇA-CARVALHO, A. D.; SILVA, B. D. Designações de
currículo: Apreendendo seus sentidos em distintas teorizações.
Revista on line de Política e
Gestão Educacional
, Araraquara, v. 26, n. esp. 4, e022114, 2022. e-ISSN: 1519-9029. DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.4.17129
Submetido em
: 19/04/2022
Revisões requeridas em
: 21/06/2022
Aprovado em
: 03/08/2022
Publicado em
: 01/09/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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Curriculum Designations: Appreciating Its Meanings in Different Theorizations
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1
DESIGNAÇÕES DE CURRÍCULO: APREENDENDO SEUS SENTIDOS EM
DISTINTAS TEORIZAÇÕES
DESIGNACIONES CURRICULARES: EVALUANDO SUS SIGNIFICADOS EN
DIFERENTES TEORIZACIONES
CURRICULUM DESIGNATIONS: APPRECIATING ITS MEANINGS IN DIFFERENT
THEORIZATIONS
Andrezza Maria Batista do Nascimento TAVARES
1
Antonia Dalva FRANÇA-CARVALHO
2
Bento Duarte da SILVA
3
ABSTRACT
: This article is the product of a bibliographical research whose objective was to
apprehend meanings about Curriculum designations from traditional, critical and post-critical
theories, also presenting the Integrated Curriculum for High School with a focus on Professional
Education. The study is qualitative in nature and uses literature review and document analysis
techniques, inspired by the perspective of socio-historical psychology (AGUIAR; OZELLA,
2013). The review on the topic is anchored in the thinking of Gesser (2002), Saviani (2003),
Arroyo (2007), Sacristán (2013), Silva (2005; 2017) and Tavares (2019; 2020), among other
Curriculum researchers. . The results reveal that the traditional curriculum consists of an
educational vision to achieve the interests of industrial society, whose meaning is linked to
control and efficiency; that the critical curriculum has the sense of a field of social contradiction,
control and power and that the post-critical curriculum moves from a territory of uncertain
knowledge, diversity of meanings and discourses. They also reveal that the integrated
curriculum, located at the confluence of the critical and post-critical curriculum, has the
meaning of a training path for the integral human development of young people, that is, for
their insertion in the job market and, therefore, to be viable, it must have its meaning
understood, primarily, by high school teachers.
KEYWORDS
: Curriculum theories. Professional education. Integrated curriculum.
RESUMO
: O presente artigo é produto de uma pesquisa bibliográfica cujo objetivo foi a
apreensão de sentidos sobre as designações de Currículo com base nas teorias tradicional,
crítica e pós-crítica, apresentando, também, o Currículo Integrado concebido para o Ensino
médio com foco na Educação Profissional. O estudo é de natureza qualitativa e utiliza de
técnicas de revisão bibliográfica e análise documental, inspiradas na perspectiva da psicologia
sócio-histórica (AGUIAR; OZELLA, 2013). A revisão sobre o assunto ancora-se no
pensamento de Gesser (2002), Saviani (2003), Arroyo (2007), Lineusa, (2013), Silva (2005;
1
Federal Institute of Education, Science and Technology of Rio Grande do Norte (IFRN), Natal
–
RN
–
Brazil.
PhD in Education. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-6857-7947. E-mail: andrezza.tavares@ifrn.edu.br
2
Federal University of Piauí (UFPI), Teresina
–
PI
–
Brazil. Associate Professor. PhD in Education. ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-9827-061X. E-mail: adalvac@uol.com.br
3
University of Minho (UM), Braga
–
Portugal. PhD in Educational Sciences. ORCID: https://orcid.org/0000-
0001-5394-5620. E-mail: bento@ie.uminho.pt
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Andrezza Maria Batista do Nascimento TAVARES; Antonia Dalva FRANÇA-CARVALHO and Bento Duarte da SILVA
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2017) e Tavares (2019) Tavares, Santos e Sena Neto (2020), dentre outros pesquisadores do
Currículo. Os resultados desvelam que o currículo tradicional consiste em uma visão educativa
para o alcance dos interesses da sociedade industrial, cujo sentido vincula-se ao controle e à
eficiência; que o currículo crítico tem o sentido de campo de contradição social, controle e
poder e que o currículo pós-crítico se move a partir de um território de incerteza cognoscente,
de diversidade de significações e de discurso. Revelam, também, que o currículo integrado,
situado na confluência do currículo crítico e pós-crítico, tem o sentido de percurso formativo
para o desenvolvimento humano integral de jovens, nomedadamente, para a inclusão no
mercado de trabalho, e por isso, para ser exequível, deve ter seu sentido compreendido,
prioritariamente, pelos professores do ensino médio.
PALAVRAS-CHAVE
: Teorias curriculares. Educação profissional. Currículo integrado.
RESUMEN
: Este artículo es producto de una investigación bibliográfica cuyo objetivo fue
aprehender significados sobre las designaciones de Currículo a partir de teorías tradicionales,
críticas y poscríticas, presentando también el Currículo Integrado diseñado para la Enseñanza
Media con enfoque en la Educación Profesional. El estudio es de naturaleza cualitativa y utiliza
técnicas de revisión bibliográfica y análisis documental, inspiradas en la perspectiva de la
psicología sociohistórica (AGUIAR; OZELLA, 2013). La revisión sobre el tema se ancla en el
pensamiento de Gesser (2002), Saviani (2003), Arroyo (2007), Sacristán (2013), Silva (2005;
2017) y Tavares (2019; 2020), entre otros investigadores del Currículo . Los resultados revelan
que el currículo tradicional consta de una visión educativa para alcanzar los intereses de la
sociedad industrial, cuyo significado está ligado al control y la eficiencia; que el currículo
crítico tiene el sentido de un campo de contradicción social, control y poder y que el currículo
poscrítico se mueve desde un territorio de saber incierto, de diversidad de significados y de
discurso. Revelan también que el currículo integrado, situado en la confluencia del currículo
crítico y poscrítico, tiene el significado de un camino formativo para el desarrollo humano
integral de los jóvenes, es decir, para su inclusión en el mercado laboral, y por ende, para ser
factible, debe tener su significado comprendido, de manera prioritaria, por los docentes de
secundaria
.
PALABRAS CLAVE
:
Teorías curriculares. Educación profesional. Currículo integrado.
Introduction
This article considers the "curriculum" as an epistemological field that, in dialectical
motion, invites researchers to identify, problematize and intend meanings and meanings that
are in dialogue with other fields of knowledge relevant to human development in educational
institutional contexts. The field mentioned, brings together a composite of fruitful knowledge
for teacher education, because it is the central element of the pedagogical project that should
enable the teaching and learning processes, central activities of educational institutions.
The article consists of theoretical research whose objective was to apprehend meanings
about the designation "Curriculum" from the propositions of traditional, critical, integrated and
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Curriculum Designations: Appreciating Its Meanings in Different Theorizations
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post-critical conceptions. In this aspect, it highlights the meanings of "Integrated Curriculum"
as an alternative pointed out by the Emancipatory Paradigm of Formation and as an assertive
curricular option to guide the curricular dynamics directed to the integral human development
of high school youth.
The Emancipatory Paradigm of Formation is characterized by Ramalho, Núñez and
Gauthier (1998, 2004) as a counter-hegemonic philosophy that advocates the conception of the
citizen school as one of the constituent elements of human and social development. From this
perspective, the authors propose to know what teachers think about the pedagogical and
professional context, highlighted by the curriculum of institutions, in their complexity, in order
to advance towards educational innovation. The emergence of the Emancipatory Paradigm of
Formation announces the historical context of the search for educational and formative
innovation aiming at overcoming the mechanistic perspective, highlighting the need for
structural changes and conceptions in the formative and school systems, especially in relation
to problematizing and dialogical curricula.
Methodologically, it comprises a study of qualitative approach and exploratory research
from the basic bibliographic review and documentary analysis (GIL, 2002), with dialectical
inspiration perspective on socio-historical psychology (AGUIAR; OZELLA, 2013). The
theoretical framework, which serves as a beacon for the repertoire of foundation, is constituted
from the thought of authors such as Gesser (2002); Silva (2005, 2017); Arroyo (2007); Antunes
(2010); Frigotto, Ciavata and Ramos (2005); Saviani (2009); Lineusa (2013); Tavares (2019);
Tavares, Santos and Sena Neto (2020); Lopes and Macedo (2011); Menezes and Santiago
(2014); Moura, Lima Filho e Silva (2015); Pacheco (2013, 2020); among other references.
The documentary sources used were Law No. 9,394/96 (BRASIL, 1996) and Resolution
CEB/CNE No. 06/2012 aligned with Decree 5,154/2004 (BRASIL, 2004) dealing with high
school integrated with professional education. The literature and documentary review
highlights relevant points and counterpoints to collaborate with the thinking of teachers and
researchers about the meaning of "Curriculum" and the meaning of "Integrated Curriculum",
objects of study of this theoretical article.
In these introductory considerations it is necessary to define what we call "significação"
and "sentidos" since they influence the arguments present in the text. According to the socio-
historical perspective
4
, the designations "significação" and "sentidos" have essential semantics
for researchers of the human and social sciences (SOARES; AGUIAR; MACHADO, 2015)
4
For Socio-Historical Psychology, the social determinations of meanings are not within the immediate reach of
the researcher. The real thing doesn't come down to appearance. In order to broaden the understanding of these
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Andrezza Maria Batista do Nascimento TAVARES; Antonia Dalva FRANÇA-CARVALHO and Bento Duarte da SILVA
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Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. esp. 4, e022114, 2022. e-ISSN:1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26iesp.4.17129
4
Both designations refer to aspects of the individual constitution of the psychic content
of each person, indicating ideas that integrate the central core of thought. In a synthetic way,
the research from nuclei of meaning seeks to achieve the abstraction of the verbal unity of the
subjects (the word) to proceed with a qualitative approximation of the meanings elaborated and
represented by them. According to the methodological framework adopted, one of the types of
instruments for apprehensions of meanings is effective through bibliographic review, analysis
of materials and available documentary sources. After careful and reflective observation of the
findings, the next step for the socio-historical researcher is to proceed with careful
systematization of the criteria of similarity, complementarity and opposition of the content
gathered for the research.
Inspired by socio-historical psychology, we emphasize that "significação" and "sentido"
are related to the individual way with which each person understands the universe and with
which he expresses his opinion through the word, influenced, in turn, by the social, historical
and cultural mediations that condition such individuals. Both
significação
and
sentidos
are the
content of the exclusively human psyche that can be recognized from the systematic
apprehension of people's communicative expressions (SOARES; AGUIAR; MACHADO,
2015).
Thus, the reading of manuscripts perspective in the apprehension of "significação" and
"sentidos" comprises an activity that allows the researcher to go beyond the perception of
excerpts of speech and/or writings. This activity, boosts the critical state of the researcher since
it advocates in defense of the understanding of the historical and dialectical faces of objects,
also emphasizing that the words expressed in the communicative circumstances are elaborated
from the dynamic movement between important reflective pairs, namely: objectivity and
subjectivity; individual and society; affection and cognition; thought and language.
The very term curriculum derived from the Latin word
curriculum,
whose root is the
same as
cursus
and
currere
experiences this movement. According to Sacristan (2013), the term
is divided into two meanings: the professional career and
the curriculum vitae
, which includes
the successes achieved. In ancient Rome, says the author, there was talk of
cursus honorum
,
characteristic of the sequential set of positions or honors. Thus, the citizen accumulated social
values by performing elective and judicial positions. In this respect, the author clarifies that the
term curriculum also has the career sense, covering the contents that are courses along this path.
statements, which are central to the research perspectives on the socio-historical conception, we suggest the reading
of: DELLARI JUNIOR, A.
Vigotski:
consciência, linguagem e subjetividade. Campinas, SP: Alínea, 2013.
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In its origin, curriculum in education means a specific territory of knowledge (contents),
as well as bases a plan of studies that teachers must follow to teach what the student should
learn. According to Silva (2016, p. 11, our translation), "arising in the context of the Protestant
Reformation of the late sixteenth century, the term would be present in 1582 in the book of the
University of Leiden in the Netherlands".
In the Middle Ages, the curriculum was composed of both
trivium
, three disciplines,
Grammar, Rhetoric and Dialectics, as well as
cuadrivium
, astronomy, geometry, arithmetic and
music. These contents represented the first form of knowledge organization in universities in
Europe (LINEUSA, 2013). The curriculum is, according to Silva (2017), a recent invention for
educational institutions in the Western world.
Using the meaning of the designation "curriculum" in the current repertoire of
Portuguese-speaking dictionaries, we have the following shared idea: "Route made until the
end of the execution of the act. Action and movement involving a complex whole,
understanding everything that occurs during an execution until it is completed." (TRALDI,
1997, p. 22, our translation). The understanding of the curriculum as an epistemic field requires
the recognition of theoretical conceptions (traditional, critical, integrated and post-critical)
which will be compared in the different sections of this article.
Centrality of curriculum senses in traditional theory: control and efficiency
Considering that the term curriculum has the meaning of a path to achieve a professional
purpose, it encompasses theoretical and empirical contents that are experienced in this path,
presenting, therefore, a temporality. This means that "the curriculum organizes routines and
rhythms for the daily life of those who, directly or indirectly, relate to educational spaces"
(VEIGA NETO, 2002, p. 164, our translation). In this systematized process, new daily practices
were instituted, redistributing and rearticulating spaces and times with more intention for
human development.
In this case, the routines and rhythms that must be followed by the school are mentioned
in traditional literature
5
since Comenius (1997, p. 56, our translation), for whom: "school time
must be well distributed so that, every year, month, day and hour, a particular task is assigned
to students". Prior to the year 1900, the curriculum was based on values based on Western
traditions, based on the development of professional skills. "Only after the 1900s, with the
5
According to Lopes and Macedo (2011), among the repertoire of the members of the theorization on the
conception of traditional curriculum, deserve to be highlighted: Comenius, Herbart, Skinner, Bobbitt and Gagné.
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beginning of American industrialization, and more effectively in the 1930s, with the movement
of the Escola Nova in Brazil, did the understanding that it was necessary to decide what to teach
was established" (LOPES; MACEDO, 2011, p. 21, our translation).
This implies that it is necessary to realize that if the curriculum provides epistemological
support to the practices of space and time in school, it is these practices that give materiality to
the curriculum as Veiga Neto (2002) says. For this reason, Cury, Reis and Zanardi (2018, p. 54,
our translation) understand that it is "necessary to delve into curricular studies as a way of
understanding how social interests that articulate themselves to school knowledge to propagate
the homogeneous view of the world".
The idea of planning the teaching processes came with the intention of making it as
efficient as business production, according to Lineusa (2013). The association with industry
and business logic is related to the intention that the educational system could predict students
with efficient performances for the profitable results they could obtain, establishing precise
methods to measure whether the planned objectives, a priori, were achieved (SILVA, 2005).
Following this view, John Franklin Bobbitt, American educator, who according to Silva
(2007), was the one who conceived the school as a company by proposing a school whose
operation was similar to a commercial or industrial company. That is, he proposed to the school
the transposition of the organization model elaborated by Taylor (2010), equating the
educational model to the manufacturing model, with ballast in the principles of scientific
administration, by presenting protocols on how to control the times and movements that
workers exercised in the factory, nominating this process of scientific management. Taylor's
intention (2010) was to eliminate waste and industrial losses caused by the behavior of the idle
worker, aiming, therefore, to raise productivity levels through the manufacturing division of
labor.
Silva (2016, p. 40, our translation) asserts that "logic, which allows planning, execution,
control and, mainly, efficiency in industrial production is the central point of the organization's
management". Thus, through mechanical and repetitive movements, Taylorism
industrialization produced the ideal human behavior for the industry, the one that is established
in series, being rationalized and controlled.
Taylor (2010), organized his ideas through principles and gradually joined them to the
practical instruments that organize the factory work, conditioning the workers to adopt a set of
rules that are part of the new work system, with a view to controlling the means to reach the
final product.
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The principles and practices used by scientific management were transmitted orally or
through observation (TAYLOR, 2010). Over time, scientific determination became so that the
worker could receive the specification of his task based on scientific criteria, to the detriment
of his autonomy. Taylor (2010) stated the importance of management achieving workers' as
well through incentives. This practice implies praise, as well as promises for better wages,
aspects that are strongly related to the improvement of production and the work environment.
According to Silva (2017) he explains, the teacher in conservative education, as a
worker, does not know or master the entire pedagogical work process in which he is involved,
since he passively follows plans previously elaborated by his managers. Such pedagogical
control involves a situation analogous to the factory work in the format of scientific
management, to the extent that it includes and hierarchizes who plans, who supervises and who
performs the activities on the school floor.
According to Silva (2017), Taylor systematized four fundamental problems that should
be observed in the development of school curricula, namely: What educational objectives
should the school pursue? How are educational experiences offered to students likely to achieve
these purposes? What efficient criteria should be addressed in these educational experiences?
How to accurately verify that these goals are being achieved?
The literature that reflects on the conception of traditional curriculum in education
brings in its centrality the meaning that the curriculum corresponds to a "pedagogical control
tool to meet the interests of industrial society". Other recurrent meanings that the literature of
the traditional curriculum conception points out are: positivism, bourgeoisie, social hierarchy,
maintenance of social order, encyclopedic education, affirmation of metanarratives,
compartmentalization of thought through the fragmentation of knowledge, unilateral formation,
efficient performance, scientific, mechanical didactics, pedagogical process standardized
through linear sequence, teacher authoritarianism and management, metric evaluation, punctual
and based on contents, student passivity and concern about "What" and "How" to teach?
(LOPES; MACEDO, 2011); (TRALDI, 1997). Its main meaning, at that historical moment, is
therefore control, order and efficiency.
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Centrality of the meanings of curriculum in the theory of criticism: field of contradiction,
control and power
If the traditional curriculum, in the American context of its origin was organized by the
needs of the industry, having as scope the knowledge necessary for the student to perform a
productive work in his adult life, the thought of critical sociology brings out the theory of the
critical curriculum. In this context, the dissatisfactions with the conception of the traditional
curriculum were widened and the influence of the questioning theories of positivist thought was
strengthened. For example, those associated with the movement led by John Dewey, who
mobilized the pedagogical conception Escola Nova, of progressive liberal cleavage, which also
impacted on the theorization of the curricular field, according to Pacheco (2020, p. 6, our
translation) said:
[...] Critical theory not only questions education and curriculum within the
framework of social, political and economic structures that legitimize
knowledge, but also relates school knowledge with issues of power and
control, so that the curriculum, built on the diversity of contexts, actors and
differentiated purposes, contains power relations and cannot be considered as
something neutral and supposedly technical.
With the "Escola Nova" movement, the curriculum of educational institutions began to
value pedagogical activism to the detriment of encyclopedic learning and methodological
verbalism, valuing the participation of students in the learning process and creative dynamics
in classes. According to Gesser (2002), the conception of the "Escola Nova", centered on the
pragmatist perspective, does not completely break with the meaning of the traditional
curriculum, because it also emerges motivated by the interests of efficient performance for the
labor force of industry.
However, pragmatic pedagogy, devoid of the mobilization of learning to extend the
critical state of school members, was a new path found to control human behavior and meet the
mass. However, although it does not cause an ideological rupture with the traditional school,
the theorization points out that the reforms produced by the Escola Nova helped to overcome
the traditional view of education.
For Silva (2016), the critical perspective of the curriculum is effectively strengthened
from the beginning of the 1970s with the installation of the "Reconceptualist Movement of the
Curriculum (MRC)", with the development of the "Sociology of the Curriculum", in the
American context, theorized by Michael Apple, Henry Giroux and William Pinar, as well as
strengthening with the movement "New Sociology of Education (NSE)", in the English context,
theorized by Michael Young and Basil Bernstein. This critical theoretical basis included
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Marxist concepts in the epistemic field of the curriculum, such as hegemony, ideology,
alienation and power, designing deep criticism of the traditional curriculum and the capitalist
production system (SILVA, 2016).
In the thought of the French School, Bourdieu and Passerom (1992) theorizing about
cultural reproduction, or "cultural capital", they understand the curriculum of the school as
based on the dominant culture and language, transmitted through the cultural code. Althusser
(2014) attributes to the school the function of an ideological apparatus of state, being, therefore,
a reproducer of the ideology of capitalist society and the desires of the holders of the means of
production. In this case, according to the theoretician, the disciplines of the school curriculum
can be an effective channel of reproduction of ideological components (ALTHUSSER, 2014).
Communication instruments, such as television and other media, propagate the homogeneous
culture manufactured that demonstrates that power is also related to cultural values and
representations.
The influence of the Frankfurt School, with the criticism of technical rationality
exacerbated in school, by the defense of the "pedagogy of possibility and resistance" resignifies
the curriculum as emancipation and liberation (GIROUX, 1997). In this mainstay it is possible
to affirm that the critical curriculum proposes the overcoming of non-critical views and also of
the critical-reproducibility of education. The literature on the critical curriculum supported by
the Frankfurt School comprises education as a dialectical instrument driven by contradiction.
If, on the one hand, it legitimizes in its paths the social distinction, to the extent that it reinforces
and affirms the popular cultural marginalization and the process of reproduction of capitalism,
on the other, it constitutes an institution that points to the possibility of social transformation.
This political and philosophical curricular view, which overcomes the idea of
fragmentation of human learning, is based on the contributions of progressive theories of
education, among them, that of Paulo Freire, with the defense by dialogical and awareness-
raising mediation, whose ideas emerge in the 1970s in the United States (MENEZES;
SANTIAGO, 2014). This movement of signification restructuring was based on the conception
that the curriculum cannot be based on training paths anchored in hierarchical relations and
social reproduction. Paulo Freire's pedagogical ideas are based on the coherence between
human reason and consciousness, a philosophical basis necessary for man to transform his
social context to the extent that it does not allow itself to be manipulated or massify
(TAVARES, 2020). For Freire, the development of critical awareness provides freedom,
development of reflexive potentialities and adhering to the agenda of social struggle
(SCHRAM; CARVALHO, 2007).
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According to Young (2007), the critical curriculum problematizes the expectations that
are associated with the expansion of education and the opportunity that schools offer students,
as well as access to knowledge considered powerful that the school socializes and that provides
students with social mobility. For Adorno (1995), historical reflexivity, lucidity about events
and access to the culture of contemporary society are aspects that need to be mobilized in
curricula for the formation of critical awareness. The author, being one of the representatives
of the Frankfurt school, highlights the critical dimension of the curriculum by denouncing
irrationalism to promote emancipatory reason, defending the importance of human
emancipation through education.
This meaning dialogues with the concept of Freirean education, whose centrality is the
humanization and liberation of learning subjects through emancipatory awareness as a form of
feasibility of transformation of the excluding social reality promoted by the capitalist system.
In counterpoint, Freire (1966) also refutes the bank education project, which, with reference to
the theories of the traditional curriculum, which, as we have already scored, comprises students
as empty deposits that need to be filled by content presented by teachers with concerns of
economic impact (MENEZES; SANTIADO, 2014). It is not easy to realize this dream of an
emancipatory education, because
It is undeniable that there will always be barriers ahead of those who dream
of an emancipatory education that triggers processes of consciousness and the
search for a place for those who are on the margins of living conditions. A
different place from those who hope to exercise their status as a subject in the
world and not be at the mercy of international policies because ' the human
being is bigger than the mechanisms that minimize it' (FREIRE, 1996, p. 130,
our translation).
Discussing the critical curriculum from the perspective of Freirean, we verified the
design of a formative path that prioritizes the content of social need, the humanizing philosophy,
the valorization of everyday knowledge, sociological reflexivity, liberating dialogue as
alternatives to broaden critical awareness and the experience of the democratic institutional
culture. In this curricular perspective there is no dissociation between the phenomena that
happen in society and their materialization in the school curriculum (LIMA, 2014; MENEZES;
SANTIADO, 2014; TAVARES, 2020).
Critical theories highlight that the curriculum is related to history, society and culture,
and that it should also be concerned with the phenomenon of school exclusion and its
overcoming of social inequalities. Another central concern is the intentions and reasons that
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lead to the valorization of certain contents to the detriment of others before the repertoire of
content prioritized in the institutionalized curriculum.
From the reflections pointed out by the literature that reflects on the conception of
critical curriculum in education, we conclude that the idea that occupies centrality in its
meaning is that of curriculum as "a field of social contradiction or arena of power struggle".
Other recurring meanings in the argumentation of literature are: scientific socialism, social
excluded, social class, cultural reproduction
versus
emancipation, liberating education,
criticism of the capitalist system, possible relations with knowledge, hidden curriculum,
formation for awareness and citizenship, power, ideology, liberation, didactic mediator,
dialogue, interdisciplinarity, critical pedagogical process, mediating evaluation, valorization of
the subject, democratic management, problematization about "what", "why" teach and learn?
(LOPES; MACEDO, 2011; TRALDI, 1997).
Centrality of the meanings of curriculum in post-critical theories: territory of cognoscenti
uncertainty and diversity of meanings and discourse
The post-critical curriculum also receives the designations of post-structuralism, post-
colonialism and postmodernism, assuming the sense that in the world there are diverse cultures.
However, despite the affirmation of such cultural diversity, its challenge focuses on living with
the imposition of a homogeneous and hegemonic culture, as Silva (2005) recalls.
It is important to highlight that the movements that renew the educational and curricular
theory by the postmodern cleavage should be recognized from protests mobilized by students
in Portugal, France, Spain and the United States, marked by the public outcry against the wars
that occurred in the world, especially that of Vietnam that greatly mobilized American youth.
It is also worth remembering the influence exerted by classified counterculture movements,
such as the feminist movement and the sexual liberation movement, among others (SILVA,
2005).
The emergency context of the post-critical paradigm is that of intellectual movement
that proclaims the experience of a new historical epoch called postmodernity, which does not
represent an announced, unified theory, but a varied set of perspectives, encompassing the
diversity of political, aesthetic and epistemological fields that have in common the denial of the
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primacy of social metanarratives by privileging the relativism of the uncertainty of the
cognoscenti.
6
Originated in the thought of the Frankfurt school, and widely discussed on the
basis of philosophical arguments, especially from the works of Horkheimer
and Habermas, critical theory includes, nowadays, very diverse perspectives,
giving rise to academic cleavages, even more accentuated when identity
concepts of postmodernity and poststructuralism are used (PACHECO, 2020,
p. 3, our translation).
With regard to social, political, philosophical and epistemological aspects, the post-
critical curriculum questions the assumptions of social and political thought established and
developed from the Enlightenment by advocating for the defense of the idea of "paradigm shift"
mobilizing resistance to the overcoming of absolute truths. Another mark is the criticism of the
"rigid" patterns considered by modernity, breaking with the positivist, technocratic and
rationalist logic, resizing the protagonism of the subordinates excluded from a totalizing and
standardized system.
The meanings of the post-critical curriculum promote important implications for the
field of education because pedagogy has its basis in modern ideas. As we point out in the
previous section of this article, the goal of traditional modern education is to transmit scientific
knowledge, to form a rational and autonomous human being, to shape the citizen of modern
representative democracy. However, these meanings are incompatible with the claims of the
postmodern curriculum, according to Pacheco (2020, p. 13, our translation).
The (post)critical theory pursues the task of, in the case of curricular practices,
analyzing how the irrational rationality of market logic induces actions that
agree with Tylerian rationality and delegitimizes the role of the subject and
the difference linked to subjectivity. For this, it is possible to recognize the
existence of a market curricular approach, whose analysis needs to be thought
of from very different assumptions, because the administrative and political
orientations have revealed the primacy of economic and social over personnel.
It is also true to affirm the divergence of the post-critical conception with the critical
conception to the extent that the essence of the paradigm is deeply suspicious of the
emancipatory and liberating impulses of critical theory because it is based on the will of mastery
and control of modern epistemology. The criticism is that the obsession with reckoning between
social classes at the heart of social institutions as an arena of struggle constitutes an attack on
the very idea of education.
6
According to Freire, the cognoscenti subject is formed to the extent that it internalizes the cognoscible object in
the process of consciousness -- 1996. The cognoscenti person is the individual capable of acquiring knowledge or
the individual who has the ability to know. The cognoscible is the psychic content that can be known.
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Thus, following its specific philosophical flow, one of the most striking characteristics
of the conception of post-critical curriculum is the emphasis on discourse. The orientation is
for the subjects, when activating their philosophical state, to rebel against the version of reality
as it is, and that, when organizing their thinking, they take discourses about what they say that
reality is and about how it should be in order to perceive the representations of the person and/or
groups. For postmodern theorization, reality cannot be conceived outside the linguistic
processes of meaning and power relations.
From these reflections about the post-critical curriculum, we conclude that the idea that
occupies centrality in its meaning is that of curriculum as "territory of cognoscenti uncertainty
and diversity of meanings and discourse". Other recurring meanings in the argumentation of
literature are: postmodernism, performative subject, identity groups, multiculturalism/diversity,
education for uncertainty, denial of metanarratives with overcoming binarism, transdisciplinary
knowledge, hybrid formation, subjectivity/signification, discourse/representation, knowledge-
power, relativistic didactics, alternative pedagogical process, self-assessment,
otherness/empathy, resurgence of devastated identities, anarchy, "where", "when" and "by
whom" were invented? (LOPES; MACEDO, 2011; TRALDI, 1997). Its meaning, in this
modern context, represents it as a territory of cognoscenti uncertainty and diversity of meanings
and discourse.
Until this moment of the work, we reflect on the theories of curriculum put by the
literature, briefly revisited, and that contribute to the understanding of the sense of integrated
curriculum for high school than of professional education in high school in Brazil.
Centrality of the meanings of curriculum in the conception of integrated curriculum:
formative path for the social inclusion of workers
The integrated curriculum, as a curricular practice for high school, is a tributary of the
theoretical-conceptual bases that are based on omnilaterality and polytechnics (defended in the
writings of Karl Marx and Friedrich Engels) and the unitary school
7
. Omnilateral is "a term that
comes from Latin and whose literal translation means 'all sides or dimensions" (FRIGOTTO;
CIAVATTA; RAMOS, 2012, p. 267, our translation). Manacorda (2007, p. 89, our translation)
understands omnilateral as a:
7
For Gramsci, the traditional school would not contribute to the necessary social changes so it coined the idea of
a single school for all that means an institution that combines humanistic training and training for work, in time
and in favorable conditions so that all subjects can acquire the maturity and discipline necessary for intellectual
creation (GRAMSCI, 1982).
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[...] all productive capacities and, at the same time, the totality of consumption
capacities and pleasures, in which the enjoyment of those spiritual goods, in
addition to the materials, and from which the worker has been excluded as a
result of the division of labor, must be considered above all.
Polytechnic education is a designation that mobilizes the pedagogical debate from the
relations with the meaning of work in the project of socialist society, with respect for the
worker, with the development of moral attitudes towards work and with the humanist and
collectivist character of work.
These educational philosophies are anchored in the understanding of integral human
formation, based on the understanding that general formation is inseparable from training to
work
8
in all educational and productive processes (CIAVATTA, 2012).
The political and pedagogical conception of the integrated curriculum, according to
Tavares (2019), is based on the foundations of critical sociology, socio-historical psychology
and critical pedagogy. The researcher also points out that, according to Decree 5,154/2004, the
structuring axes that began to guide education systems in Brazil, based on the offer of the
integrated curriculum for Professional Education, were: society, culture, science, technology
and work (BRASIL, 2004). And that, with Resolution CEB/CNE No. 06/2012, the
philosophical principles that began to support the practice of the integrated curriculum were: 1)
integral human formation, 2) work as an educational principle, 3) research as a pedagogical
principle, 4) inseparability between theory and practice, 5) interdisciplinarity, 6) diversity and
7) contextualization.
Expanding this understanding, Ramos (2009) adds that the integrated curriculum
translates in its offer a general, technical and political training with the category work as an
educational principle.
In the 'integrated curriculum', general and specific training knowledge for
professional practice are also integrated. A specific concept is not approached
in a technical and instrumental way, but aiming to understand it as a historical-
cultural construction in the process of science development for productive
purposes. Because of this, in the 'integrated curriculum' no knowledge is only
general, since it structures production objectives, not only specific, because
no appropriate concept can be productively formulated or understood
disjointedly from the sciences and languages (RAMOS, 2009, p. 3, our
translation).
Thus, training based on an integrated curricular architecture produces efforts in the
8
For Marxist thinkers, work as an educational principle means an ontological exercise or
“
ontocreative
”
, because
through it, the human being in relation to nature produces knowledge and himself.
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attempt to overcome the dualism history of the social division of labor, proposed by the
traditional curriculum, in which some were separated to think and plan society and others for
the hard craft of manual labor (FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS, 2005). This curricular
proposition also carries in its bulge the possibility of breaking with the historical roots of social
delays, such as the case of the Brazilian reality, expressed in elitism and in the subordination of
the formative project of the working class strictly to the interests of the business community. In
this respect,
Integrated high school is that possible and necessary in a conjuncture
unfavorable reality
–
in which the children of workers need to obtain a
profession still in high school, not being able to postpone this project to the
higher level of education
–
but that potentiates changes, to overcome this
conjuncture, constitute an education that contains elements of a just society
(FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS, 2005, p. 44, our translation).
This curricular format aspires to guarantee the children of the working class the right to
a solid general education that allows more dialogical, relational and critical formative itineraries
in the world, fostering political and economic citizenship. Formation that, in this sense,
presupposes the discernment of the correlation of social forces underlying all phenomena.
In this case, the curriculum is evidenced as an instrument of power reflected and
legitimized in the relationships that are established in educational institutions, because it cannot
be denied that power, besides being woven from complex relationships, is intertwined in all
school discursive productions.
To deepen the focus of the bases that sustain the integrated curriculum, it is worth
mentioning that it is organized based on the idea of completeness, the understanding of the
parties in relation to the whole or of unity within diversity. Tavares (2019) signals that the
integrated curriculum should be conceived as a single formative cycle, a synthesis, an amalgam,
between the technical course and high school, producing interfaces between the curricular
components. The curriculum serves both to organize the contents and to unify the teaching and
learning process. However, to organize the integrated curriculum it is necessary to understand
that disciplines have their specific knowledge, with components that differ from each other,
including the knowledge of daily life and those of the profession (LINEUSA, 2013).
In the search for theoretical substrates that support the meaning of the integrated
curriculum, it is necessary to explain that the prototype of this curricular architecture did not
discredit the formative needs of technical competence in human formation. However, it
questions and problematizes that this competence, by itself, does not account for the totality of
the formative dimensions of the subject, not respecting its multidimensionality.
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The critical conception of the curriculum trusts that, without the critical contribution,
the learning subject becomes a mere instrument at the service of the prevailing logic. For
Frigotto, Ciavatta and Ramos (2005), the proposal of an integrated curriculum seeks to produce
educational processes that overcome the formation of the installment, historically expanded by
the Cartesian model of current education. Therefore, in the mosaic curriculum, teachers will be
prone to the same fragmentation logics that weave the different specialties. In this context,
Simões e Silva (2013, p. 42, our translation) explain
[...] that the integrated curriculum is challenged by fragmentation, linearity
and hierarchy that historically leave watertight knowledge and practices,
isolate segments, disciplines, areas and attribute to some in general the so-
called exact sciences a preponderant role in the workload and evaluation of
the student. Without ignoring that the curriculum is a territory of clashes and
struggle of powers, it is necessary to take advantage of possibilities of rupture
with disciplinary isolation and with the dichotomies theory/practice and
general/professional education to propose integrative activities, in which the
knowledge of different disciplines, general or technical, can be mobilized in
an articulated way in challenging and instigating situations, promoting the
autonomy and increasing prominence of students. Full training goes beyond
the specific field of knowledge or the professional context in which it applies.
The meaning of the integrated curriculum necessarily evokes the reflection on integrated
high school and integral human education, as well as the resumption of the meanings of the
critical curriculum, since these aspects occupy the centrality of this curricular model. For
Moura, Lima Filho e Silva (2015), omnilateral formation is claimed by the conception of an
education for work as an educational principle and by a unitary school, as a means for the
development and emancipation of the subject. Thus, we recognize the imperative of confronting
professional training focused on the interests of capital, which reduces worker training to
training for labor production systems, mutilating and emptying the multiple dimensions of
integral human formation (TAVARES, 2019).
Inspired by Marxian contributions, Manacorda (2007, p. 94) explains that omnilaterality
is the "total, complete, multilateral development, in every sense, of the faculties and productive
forces, of the needs and capacity of their satisfaction". This premise confronts the split
formation of human capacities caused by alienated labor and class division, as well as respects
and seeks to recover its integrity and socio-historical integrity.
[...] the historical arrival of man to a totality of productive capacities and, at
the same time, to a totality of consumption and pleasures, in which one must
consider above all the enjoyment of those spiritual goods, in addition to the
materials, and from which the worker has been excluded as a result of the
division of labor (MANACORDA, 2007, p. 89-90, our translation).
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The omnilaterality category, presented so far, has a strong link with another Marxian
conception, that is: polytechnic education. In view of polytechnics as the basic principle of the
integrated curriculum, Machado (1992, p. 19, the author's griffin, our translation), argues that
Polytechnics represents the field
of technical
at the intellectual level and the
possibility of flexible work
with a new composition of tasks at the creative
level. It supposes the overtaking of a purely empirical knowledge, by requiring
the use of the most abstract forms of thought. It goes beyond a simply
technical training by presuming a broad profile of worker, conscious, and able
to act creatively in creative activities and to seek with autonomy the
knowledge necessary for its progressive improvement.
It is possible to see from this perspective that the training anchored in
Polytechnics
does
not dissolve specialized training. In fact, it is a model of
lato
formation, which goes beyond the
acquisition and mastery of "technique by technique". They are present in the same formative
process, both the development of technical qualifications and the knowledge of their scientific
foundations.
Thus, the curricular codes in the integrated form develop formative processes enabling
the concepts to be apprehended as systems of relationships of a concrete totality, considering
the multiple relationships that weave around the social reality, with the objective of explaining
and understanding it.
Therefore, the aspects mentioned so far comprise a cut out of the conceptual matrix of
the integrated curriculum, which assumes the commitment to provide subjects with the
apprehension of the technical and technological, ethical-political and cultural foundations
present in the world of work. However, the participation of educators is a
sine qua non
condition
in this process. They need to be integrated and engaged in the articulation and integration of
historical-social knowledge, as a condition for a consistent scientific-technological training
characterized as a promoter of a global and emancipatory education that seeks to guarantee
access and the right of every citizen to socially useful work.
From the reflections pointed out by the literature that reflects on the concept of
integrated curriculum in education, we conclude that the idea that occupies centrality in its
meaning is that of curriculum as a path of institutional culture that leads to "integral human
formation from work". Other recurring meanings in the argumentation of literature are:
emancipatory and counter-hegemonic paradigm, workers, working class, worker resistance,
professional and polytechnic education, workers' struggle, integration between knowledge,
integral / omnilateral human development, work / science / culture / technology, problematizing
and integrative didactics, creative pedagogical process, shared and co-creative evaluation,
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recognition of subjects, management problematization about "how" and "to whom" to teach and
learn? (FRIGOTTO; CIAVATTA; RAMOS, 2005; RAMOS, 2009; TAVARES, 2019).
Each meaning attributed to the Curriculum at the core of its theories and conceptions is
notably
[...] a question of 'identity' or 'subjectivity'. If we want to resort to the
etymology of the word 'curriculum', which comes from the Latin curriculum,
'race track', we can say that in the course of this 'race' which is the curriculum
we end up becoming what we are (REIS; LEBRE; ROSS, 2008, p. 7, our
translation).
Final considerations
The article was to identify and reflect on the meanings of the "curriculum in education"
in the light of the meanings attributed by the theories of the traditional, critical, integrated and
post-critical curriculum. In the research path we understand that verifying the meaning of the
curriculum through different theoretical cleavages involves an exercise of understanding social,
historical and cultural mediations related to pedagogical thinking, which, in turn, is permeated
by ideologies, values and conceptions.
Verifying the semantic indicators on the curriculum in education was an activity that
mobilized attention to several dimensions (pedagogical, political, philosophical, social,
historical, psychological...), translating into a crossing that required the consultation of a wide
repertoire of readings, as well as the expansion of dialogue with researchers in the field of
educational sciences.
The article states that the designation "curriculum" is a polysemic term that is subject to
ambiguity and the wide diversity of meanings, namely: in the traditional curriculum prevails
the idea of "pedagogical tool for the achievement of the interests of industrial society"; in the
critical curriculum prevails the idea of "field of social contradiction and arena of dispute of
social projects"; in the post-critical curriculum prevails the idea of "territory of cognoscenti
uncertainty and diversity of meanings and discourses"; and in the integrated curriculum prevails
the idea of "formative pathway for integral human development and social inclusion of workers
and people of popular origin".
In addition to the nuclei of meanings scored previously, inspired by socio-historical
research, the article revealed a composite of other meanings, also indicated by theorization,
based on similarities, complementarities and contradict positions of ideas about the different
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trends of the curriculum in education. Next, in the form of synthesis, we socialized a picture to
illustrate in a didactic way the diversity of meanings identified and systematized in the article.
Table1 -
Synthesis of the apprehension of meanings and meanings of curriculum in different
theories
Dimension
s
Traditional
Curriculum
Critical
Curriculum
Post-critical
curriculum
Integrated
Curriculum
Philosophic
al
Positivism
Scientific socialism
Postmodernism
Counter-hegemonic
emancipatory paradigm
Social
Bourgeoisie
Social excluded
Performance subject
Workers
Social hierarchy
Social class
Identity Groups
Working class
Social maintenance
Cultural
reproduction
versus
emancipation
Multiculturalism/diver
sity
Resistance
Educationa
l
Encyclopedic
education
Liberating education
Education for
uncertainty
Professional and
polytechnic education
Affirmation of
metanarratives
Criticism of the
capitalist system
Denial of
metanarratives with
overcoming binarism
Workers fighting
Compartmentalizat
ion and
fragmentation of
knowledge
Possible
relationships with
knowledge/
Hidden/Interdisciplin
ary Curriculum
Transdisciplinary
knowledge
Integration between
knowledge
One-sided training
and efficient
performance
Awareness
development
Hybrid training
Subjectivity/significati
on
Speech/representation
Human/integral/omnilat
eral development
Concern about
"What" and "How"
teach?
Problematization
about "what" and
"why" teach and
learn?
Problematization
about "where", "when"
and "by whom" were
invented?
Problematization about
"how" and "to whom"
teach and learn?
Science
Power/ Ideology/
Liberation
Know-how
Work/science/
culture/technology
Mechanical, linear,
sequential and
Didactic mediator /
dialogical /
transformative
Relativistic didactics
Problematizing and
integrator didactics
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Pedagogica
l
authoritative
didactics
Standardized
pedagogical
process
Critical pedagogical
process
Pedagogical process
Alternative
Creative pedagogical
process
Metric, punctual
and content
evaluation
Mediating
Assessment
Self-assessment/
Otherness/empathy
Shared and co-creative
evaluation
Student passivity
Valuing the subject
Surges of devastated
identities
Recognition of subjects
Manageme
nt
Authoritarian
Democratic
Anarchic
Participatory
Source: Prepared by the authors
The diversity of meanings mentioned in the mentioned table highlight meanings related
to the curriculum theories analyzed here, systematized from the dimensions: philosophical,
social, educational and pedagogical that cross the types of curricula. The intention of the
synthesis picture is to highlight meanings that presented a wide incidence in the development
of literature review with apprehension of meaning nuclei on curriculum in education. We
observe that the integrated curriculum brings existing curriculum meanings in the confluence
of meanings from the critical and post-critical curriculum.
This said, it is essential that the teaching members of educational institutions are aware
of the meanings that involve the concepts of curriculum so that their curricular practices are
conscious and, preferably, transformative. Identifying the multiple meanings pointed out by the
theoretical repertoire of the different conceptions is an important reflective investment because
it directly impacts on the institutional culture, especially, with regard to teaching and learning
processes, aspects that figure at the center of school activities.
It is necessary to emphasize that the curriculum needs to be perceived as a formative
itinerary to be reflected daily by education workers. Concerning the curriculum for integrated
high school, a type of curriculum that occupies a key argument in this article, when developing
in professional education schools that form workers in integral human education, it is essential
that the teaching and learning processes follow the horizon of contents that allow the
articulation theory-practice, interdisciplinarity, socialization among individuals, encouraging
cultural, religious, racial and gender respect, in addition to the apprehension of cultural,
scientific and technological knowledge, essential for humanizing, holistic, citizen,
transformative and emancipating formation.
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This complex and dynamic curricular movement will contribute to the effectiveness of
training pathways in which working students achieve better professional opportunities in the
world of work and who remain successfully in their studies, collaborating with awareness about
their identities and their transforming powers.
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How to refer to this article
TAVARES, A. M. B. N.; FRANÇA-CARVALHO, A. D.; SILVA, B. D. Curriculum
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Revista on line de
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Submitted
: 19/04/2022
Revisions required
: 21/06/2022
Approved
: 03/08/2022
Published
: 01/09/2022
Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação.
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