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Efeitos da BNC-Formação no curso de pedagogia: Em defesa da gestão escolar e das infâncias
RPGE
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Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022132, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17222
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EFEITOS DA BNC-FORMAÇÃO NO CURSO DE PEDAGOGIA: EM DEFESA DA
GESTÃO ESCOLAR E DAS INFÂNCIAS
1
EFECTOS DE BNC-FORMACIÓN EN EL CURSO DE PEDAGOGÍA: EN DEFENSA
DE LA GESTIÓN ESCOLAR Y DE LA INFANCIA
EFFECTS OF BNC-TRAINING ON THE PEDAGOGY COURSE: IN DEFENSE OF
SCHOOL MANAGEMENT AND CHILDREN
Kallyne Kafuri ALVES
2
Ana Lucia Cunha DUARTE
3
RESUMO
:
No contexto de alteração na política da formação de professores(as), o artigo
focaliza aspectos da BNC-Formação no curso de Pedagogia. Com metodologia de análise
documental e pesquisa do tipo bibliográfica, analisa as Resoluções nº 2/2019 e n.1/2020 e
problematiza a formação de pedagogas(os) no contexto bibliográfico. Objetiva analisar como
se constitui a concepções de Gestão na Educação Infantil nas diretrizes para formação de
professores(as). Sustenta as análises com referencial teórico freireano e bakhtiniano a partir dos
conceitos de polissemia, historicidade, forças centrípetas e centrífugas. Os dados informam a
necessidade de defender a permanência do curso de formação inicial voltado para a formação
de pedagogos(as), realizado em instituições de educação superior. Conclui com o argumento de
manter com o caráter de formação plena dos(as) pedagogos(as), sem dissociar a concepção de
docência integral e articulada, conforme tratam as Resoluções de CNE/CP nº 01/2006 e nº
02/2015.
PALAVRAS-CHAVE
: Curso de pedagogia. BNC-formação. Gestão e infâncias.
RESUMEN
:
En el contexto de los cambios en la política de formación docente, el artículo se
centra en aspectos del curso BNC-Formación en Pedagogía. Con metodología de análisis
documental e investigación bibliográfica, analiza las Resoluciones Nº 2/2019 y n.1/2020 y
problematiza la formación de pedagogos en el contexto bibliográfico. Se pretende analizar
cómo se constituyen las concepciones de gestión en la Educación Infantil en los lineamientos
para la formación docente. Apoya los análisis con el marco teórico freiriano y bajtínico a partir
de los conceptos de polisemia, historicidad, fuerzas centrípetas y centrífugas. Los datos
informan la necesidad de defender la permanencia del curso de formación inicial dirigido a la
formación de pedagogos, realizado en instituciones de educación superior. Concluye con el
argumento de mantener con el carácter de plena formación de pedagogos, sin disociar la
1
Artigo com apoio aos Programas de Pós-graduação emergentes em consolidação em áreas prioritárias nos
estados, conforme Edital: Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG) n. 18/2020/ PDPG-
Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAP) 2020. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/centrais-
de-conteudo/08092020_EDITAL182020PDPG.pdf
2
Faculdade de Música do Espírito Santo (FAMES), Vitória
–
ES
–
Brasil. Professora no Departamento de Música,
Educação e Humanas. Doutorado em Educação (UFES). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5075-0676. E-mail:
kallynekafuri@hotmail.com
3
Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), São Luís
–
MA
–
Brasil. Professora no Centro de Educação,
Ciências Exatas e Naturais. Departamento de Educação e Filosofia. Doutorado em Educação (UnB). ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-6176-6750. E-mail: duart_ana@hotmail.com
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Ana Lucia Cunha DUARTE e Kallyne Kafuri ALVES
RPGE
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concepción de la enseñanza integral y articulada, tal como tratan las resoluciones CNE/CP nº
01/2006 y nº 02/2015.
PALABRAS CLAVE
: Curso de pedagogía. Formación en BNC. Gestión escolar y infancia.
ABSTRACT
:
In the context of changes in the teacher education policy, this article focuses on
aspects of BNC-training in the Pedagogy course. Using a documental analysis methodology
and bibliographic research, we studied the CNE/PC nº 2/2019 and nº 1/2020 Resolutions ,
problematizing the formation of Educators regarding educational, political and social aspects.
Specially, the analysis of the conceptions of school management and childhood determined in
the guidelines for teacher training. The analysis made is supported by Freirean and Bakhtinian
theoretical frameworks based on the concepts of polysemy, historicity, centripetal and
centrifugal forces. Data inform the need to defend the permanence of the initial training course
for the formation of Educators, held in institutions of higher education. Hence, it suggests the
argument of keeping with the character of full training of educators, without dissociating the
conception of comprehensive and articulated teaching, as dealt with Resolutions of CNE/CP nº
01/2006 and nº 02/2015.
PALAVRAS-CHAVE
: Pedagogy course. BNC-training. School management and childhoods.
Introdução
No contexto de desenvolvimento das políticas educacionais, destacamos alterações
importantes nas normativas para a formação inicial e continuada de professores para a Educação
Básica que fortalece um projeto de aligeiramento. Essas alterações impactam de forma negativa
na formação de pedagogos(as), pois a Resolução CNE/CP nº 2, de 1º de julho de 2015 que
define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos
de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda
licenciatura) e para a formação continuada. Isto, pois, aponta um conjunto de princípios que
possibilita a unidade consubstanciada da formação de professores, em especial, a formação de
pedagogos(as). As instituições que ofertam o curso de Pedagogia, em muitos casos, fizeram
alterações nos seus currículos contemplando componentes curriculares que agregaram
conteúdos formativos, tanto de formação docente, quanto de formação em gestão escolar. A
referida resolução foi revogada no final de dezembro de 2019, o que deixou a comunidade
acadêmica na condição de resistir ao modelo de formação imposto na nova Resolução.
O modelo de formação de professores imposto tem seu aparato legal na Resolução
CNE/CP nº 2, de dezembro de 2019, objeto deste estudo, que define as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base
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Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-
Formação). Esta Resolução precariza, especialmente, o curso de Pedagogia, pois fragiliza,
fragmenta e reduz o campo de atuação do pedagogo na Educação Básica.
A BCN-Formação altera, sobremaneira a forma, o conteúdo e as aprendizagem
essenciais para a formação de pedagogos(as). Estas interferências incidem na (re)organização
das disciplinas e saberes desenvolvidos ao longo do curso e produzem outros sentidos para a
formação de professores, como a desagregação da teoria e da prática, a homogeneização e
padronização dos trabalhos de professores. Diante dessas incertezas geradas pelo modelo de
formação de professores instituído pelo MEC com a BNC-Formação nº 2/2019, estabelecemos
como objetivo compreender como se constitui a concepção de gestão escolar e a concepção de
infâncias no contexto da Educação Infantil a partir da BNC-Formação.
No que se refere à retomada das habilitações que a Resolução CNE/CP nº 2/ 2019, há
resistência da comunidade acadêmica, como no art. 22 que traz como exigência de formação na
perspectiva das habilitações, a
saber: “A formação para atuar em Administração, Planejamento,
Inspeção e Orientação Educacional para a Educação Básica, nos termos do art. 64 da LDB,
[...]”.
Isto, pois, a ausência da gestão escolar na formação do pedagogo exige de nós
pesquisadores maiores estudos, pois a primeira etapa da Educação Básica, a Educação Infantil,
é campo de pedagogos(as) e, nesse novo projeto, não está posto como conteúdo essencial a
gestão escolar na formação inicial para esta profissão.
Desta problemática, emerge a construção deste artigo, que se desenvolve a partir de três
movimentos, antecedidos pela introdução e sucedido pelas considerações finais. Com esta
estrutura, no primeiro capítulo concentramos os marcos históricos, tematizando a formação
inicial em Pedagogia a partir das evidências ocorridas nos atos normativos. No segundo,
tratamos das implicações do conceito gestão educacional e escolar em disputa no novo projeto
de formação inicial de professores. No terceiro, abordamos sobre o curso de Pedagogia e a
dicotomia entre formação para os Anos Iniciais e Educação Infantil. Focalizamos as alterações
relativas às habilitações de Administração, Inspeção, Planejamento e Orientação Educacional,
que alteram a concepção de Gestão Educacional, especialmente na Educação Infantil.
As análises são desenvolvidas a partir do referencial teórico inspirado no materialismo
histórico-dialético, com os conceitos de dialogia (FREIRE, 2001), forças centrípetas e
centrífugas (BAKHTIN, 2006, 2011). Ao fazer isso, buscamos a observação as forças
centrífugas e centrípetas, com identificação dos movimentos em curso que contribuem na
formação de seres humanos e que repercutem em alterações na sociedade. Ressaltamos a defesa
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da Gestão na Educação Infantil, com aspectos que reúnem concepções sobre o tema, que por
sua vez, dissociam-se das assertivas orientadas pelas Diretrizes de 2019. Nas considerações
finais, refletimos sobre a realidade no contexto educacional e seus retrocessos, especialmente,
a partir das leis que interferem na formação de professores. Com vistas a revisitar as normativas
para a formação de professores, demarcamos os movimentos importantes na história do Curso
de Pedagogia.
Iniciamos com a compreensão do processo que constitui as resoluções. Segundo Silva
(1999), existem quatro períodos marcantes nesta história, a saber: o primeiro ocorreu entre 1939
a 1972, com a constituição do curso de Pedagogia; o segundo entre 1973-1978, com as
licenciaturas das áreas pedagógicas; o terceiro, entre 1979-1998 com o período das propostas
e; o quarto, a partir de 1999 com definições e regulamentações. A partir deste contexto,
apresentamos na próxima seção, que reúne trata, em resumo, da constituição histórica do curso
de Pedagogia.
A formação de pedagogos(as) nas legislações brasileiras
Nesta seção fizemos uma breve retrospectiva da constituição histórica do curso de
Pedagogia. Para isso, recuperamos alguns pontos relevantes para o debate, que permitiu passar
pelos anos de 1939 até chegar nas BNC-Formação de 2019. Na tessitura das análises,
consideramos oportuna a retomada, para compreender o objeto de estudo e tecer análises.
O referido curso foi instituído no Brasil pelo Decreto-Lei nº 1.190, de 04 de abril de
1939. Segundo Romanelli (2005) esse Decreto instituiu o “padrão federal”, uma
vez que todos
os currículos do curso de Pedagogia do país tinham que se adaptar ao novo modelo instituído.
No que se refere à formação dos bacharéis, foi determinado um tempo de três anos de duração,
adicionado mais um ano do curso de didática, formava-se também o(a) licenciado(a). Essa
formação ficou conhecida como “três em um”. Quem cursasse o curso de
Pedagogia
Bacharelado e, o Curso de Didática recebia também o diploma de Licenciado(a) em Pedagogia.
Importante ressaltar que até 1930 no contexto brasileiro, os professores eram formados
na chamada Escola Normal (BRZEZINSKI, 1996). Este modelo inspirou a elaboração de cursos
de Pedagogia realizados em Institutos de Educação. Com marco em 1939 contamos com a
criação do curso de Pedagogia. Neste período tivemos o desenvolvimento de experiências
escolanovistas, que sempre contaram com disputas sobre a formação de professores. Estas
disputas figuravam tanto sobre o conteúdo do curso, quanto a natureza e função da profissão
(FERREIRA, 2012).
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Seguindo com alguns aspectos da trajetória do curso de Pedagogia, Duarte (2008)
acrescenta que após a aprovação da LDB nº 4.024/1961, o curso ganha uma nova
regulamentação decorrente do Parecer nº 251/1962, de autoria do, então, conselheiro Valnir
Chagas. A partir desse Parecer surgem várias interpretações sobre a continuidade ou não do
Curso de Pedagogia. Saviani (2007) analisa que a discussão sobre a manutenção ou a extinção,
nos remete a compreender o que se desenhava na época, que era a formação dos professores
primários em nível superior e a formação dos especialistas em nível de pós-graduação, hipótese,
confirmada, levaria à extinção do Curso de Pedagogia.
Com a promulgação da reforma universitária, Lei nº 5.540/1968, o Curso de Pedagogia
passa mais uma vez pela reforma do seu currículo, com as habilitações voltadas para a formação
de especialista em educação e planejamento. Em 1969 o Conselho Federal de Educação (CFE)
aprova o Parecer nº 252/1969 que introduz a formação do técnico em educação e do professor
de disciplinas pedagógicas, cursado concomitante, em quatro anos. A partir de daí, o curso:
passa a ser composto por duas partes: uma comum, constituída por matérias
básicas à formação de qualquer profissional na área, e uma diversificada, em
função de habilitações especificas. Assim, tanto as habilitações
regulamentadas pelo documento legal quanto as que podem ser acrescidas
pelas Universidades e estabelecimentos isolados fazem parte de um único
curso, com o título de curso de Pedagogia (DUARTE, 2008, p. 48).
Na década de 70, do século XX, com a Lei nº 5.692/1971, o curso de Pedagogia tem
exclusividade na formação do especialista e da docência no Curso Normal e a discussão sobre
a formação e campo de atuação do(a) pedagogo(a) continua. Em 1979, na Universidade de
Campinas (UNICAMP) realizou o I Seminário de Educação Brasileira, construindo em uma
reação aos estudos pedagógicos em nível superior e em 1980, na Pontifícia Universidade
Católica (PUC) São Paulo aconteceu a I Conferência Brasileira de Educação com o objetivo de
intervir nos rumos da formação pedagógica.
O curso de Pedagogia, por sua vez, passa a agregar uma identidade projetada (SILVA,
1999) e que, por volta dos anos 1980, passa a denunciar e elaborar frentes de luta em defesa da
formação dos cursos de Pedagogia, tendo como protagonismo os próprios professores. Neste
contexto, a Associação Nacional pela Formação dos Profissionais de Educação (Anfope) passa
a construir um coletivo de resistência, buscando nutrir espaços de organização e
desenvolvimento da luta em de prol de profissionais da educação.
A partir do que entende Silva (1999), se descortina, nesta época, um movimento em
defesa “de base de estudo
s que conduzisse à compreensão da problemática educacional
brasileira”. O nome base, presente nesta década, dá partida a compreensões de docência e de
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formação de professores que buscam avançar com a concepção de trabalho técnico e docente.
Ao invés da red
ução do conceito ao exercício de exclusivamente uma “técnica para ensinar”
temos a dimensão política da profissão, com entidades e compreensões que vão desde a
centralidade na docência à centralidade em uma base nacional (SAVIANI, 2007).
Então, podemos analisar que nestes 82 anos do curso de Pedagogia, metade da trajetória
está associada a lutas e mobilizações, que têm a formação dos profissionais da educação como
elemento principal. Nesta metade de vida do curso, destaca-se além da Anfope outras entidades
de fortalecimento da concepção de docência, como a Associação Nacional de Política e
Administração da Educação (ANPAE) em 1968 e a Associação Nacional de Pós-Graduação e
Pesquisa em Educação (ANPEd) em 1976.
Desde então, as legislações passam a considerar as preocupações e emergências
refletidas no âmbito das entidades, sendo pauta de movimentos em defesa dos Cursos de
Pedagogia (LIBÂNEO, 1998; SAVIANI, 2008, 2007). Discute-se, portanto, sobre a identidade,
a natureza e a finalidade do curso. Podemos citar, por exemplo, a reforma universitária de 1968,
com um marco que define o curso de Pedagogia como responsável para formar técnicos
gestores. Este, seguido de outro marco também muito importante, com a conquista, em 1996,
expressada na Lei de Diretrizes e Bases da educação, com a exigência do ensino superior para
exercer a profissão docente na Educação Infantil em cursos normais.
Nesse processo, observamos avanços na constituição da profissão e é possível encontrar
a definição do termo pedagogo(a) com um perfil de atuação amplo, que abarca a docência, a
organização e a gestão dos processos pedagógicos (COMISSÃO DE ESPECIALISTAS DO
CURSO DE PEDAGOGIA, 1999). No que se refere à formação para exercício na Educação
Infantil, em 2000, por meio do Decreto n. 3.276/99, também contamos, na própria Lei, com a
alteração do termo “exclusivamente” para o termo “preferencialmente”, referindo à habilitação
dos professores. Isso gerou mais um impacto na formação dos profissionais, o que mobilizou
avanços no alcance das conquistas do curso de Pedagogia (BRASIL, 2001). Assim, a formação
para Educação Infantil e a habilitação para gestores passam a compor frentes do curso em uma
dimensão importante de articulação entre as disciplinas.
Em 2006, na esteira dos esforços pela afirmação do curso de Pedagogia, são aprovadas
as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso. As diretrizes orientam "[...] para o curso de
Pedagogia um currículo de formação do pedagogo bacharel e, ao mesmo tempo, licenciado para
a docência da Educação Infantil e os anos iniciais do ensino fundamental" (SCHEIBE, 2010, p.
553). Neste impacto, até sua promulgação, enfrentaram debates compostos por longas e
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profundas reflexões e aproximações com as instituições formadoras. Junto a isso, também
contou com o amparo em vivências e formulações de teorias da profissão (ARANHA, 1996;
BRZEZINSKI, 1996), o que contribuiu para encontrar o desenvolvimento de orientações cada
vez mais consistentes. Mesmo com disputas e discussões, as legislações já estavam mais
próximas à ideia de uma profissionalidade e afirmação de uma formação plena.
O debate gerado até a aprovação da Resolução CNE/CP nº 01/2006 que institui
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia Licenciatura foi
muito importante, isto, pois, fortaleceu a concepção da Pedagogia como Licenciatura Plena, o
que move o conceito tão necessário e fundamental para o desenvolvimento da profissão. Este
conceito refere-se à defesa da concepção de docência e pontua o desenvolvimento da
habilitação docente para diferentes áreas de trabalho (CARDOSO; FARIAS, 2020).
Considerando a literatura apresentada, podemos entender que a partir da Resolução de
2006, a profissão docente e, em especial, o curso de Pedagogia, passou a expressar conquistas,
em que a gestão, valorização e formação inicial se desenvolvem de maneira articulada. Desta
forma, o curso se funda numa compreensão de formação inicial indissociada da formação
continuada, com uma perspectiva de docência que defende a articulação entre as disciplinas e,
ainda, entre o que se estuda durante e após a graduação. Além disso, vincula a perspectiva de
formação com a Educação Básica, com concepção de docência relevante para a sociedade
quando delimita a especificidade da profissão, na medida em que conta com o direito à
formação de profissionais habilitados para o exercício em diferentes áreas, fundamentados em
princípios científicos e que não abandona o campo de trabalho. Esta, que é a profissão de
pedagogos, oportunizou desenvolver, na esteira das discussões realizadas, a Resolução CNE/CP
nº 02/2015 (BRASIL, 2015), que expressa conquistas de valorização ética, estética e política,
que espelham a construção coletiva da profissão.
Imbuída de aspectos de valorização e reconhecimento da profissão docente, a Resolução
de 2015 impulsiona movimentos de fortalecimento da indissociabilidade entre teoria e prática,
de maneira articulada. Assim, a gestão e a Educação Infantil, envolvem, por exemplo, os
componentes curriculares como: a prática investigativa, estágio supervisionado, disciplinas de
fundamentos, metodologias e de políticas educacionais e, também, as atividades teórico-
práticas, sem dicotomizar ou privilegiar uma em detrimento de outra. De forma articulada,
envolvem os saberes estudados, o que oportuniza o desenvolvimento do conhecimento.
Desse modo, compreendemos que a concepção de docência está envolvida em disputas
que ocupam o debate das políticas educacionais. Com ameaças e ataques às conquistas obtidas
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ao longo dos anos, encontramos tentativas de fragilizar e formatar a concepção de docência e
gestão no novo projeto de formação de professores instituído em 2019. Em uma conjuntura de
recorrentes abalos ao estado de direito, conforme aponta Galvão
et al.
(2019), as raízes de
desigualdades que assolam o Brasil reverberam nas legislações, com impactos na formação de
professores para a Educação Básica.
O conteúdo do projeto de educação desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC)
com a reformulação dos currículos, desde a Educação Básica, expressa desmontes contínuos à
profissão. São coroados, no campo da formação de professores, com a Resolução CNE/CP nº
01/0219 que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores
para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de
Professores da Educação Básica (BNC-Formação) (BRASIL, 2019). Esta resolução, instituída
no final do ano de 2019, apresenta um currículo como eixo central, este articulado com a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). Isto difere da resolução aprovada em 2015, cuja
articulação era à formação docente. Com isso, a intenção de centralizar a qualidade na formação
de professores da rede pública é ignorada, abrindo espaços para a educação privada e para a
descaracterização da dimensão plena da profissão.
A BNC-Formação estabelece que os cursos de graduação para formação de professores
devem ter no mínimo 3.200 horas no total. Esta carga horária compreende 400 horas para
práticas pedagógicas e 400 horas de estágio supervisionado. A outra parte da carga horária é
dedicada para o conteúdo geral e específico, sendo 800 horas concluídas no geral (até o 1º ano
de curso) e, 1.600 horas concluídas no conteúdo específico, com temas relativos à BNCC (do
2º até o 4º ano do curso).
Ou seja, o currículo para formação inicial, a partir da BNC-Formação, compreende uma
carga horária que valoriza a prática e a homogeneização, bem como conteúdo para atender às
demandas do mercado de trabalho. Diante disso, indagamos em que momento se desenvolvem
os fundamentos teórico-práticos, que constituem a consistência da formação juntamente com a
carga horária para atividades culturais, tão necessárias à formação humana no escopo da
educação. Neste primeiro movimento do texto, reunimos a formação do pedagogo a partir das
legislações, demarcando a especificidade da gestão escolar e da Educação Infantil.
No âmbito da formação e do trabalho docente há uma aproximação com a lógica de uma
formação desigual, que dificulta a expressão de demandas locais e autonomia dos currículos de
formação, com alterações consubstanciais para a Gestão e a Educação Infantil, que demanda
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conhecimentos próprios articulados entre as disciplinas do curso, como fundamentos teóricos,
avaliação, práticas pedagógicas, estágio supervisionado e pesquisa.
Nesse contexto, indagamos sobre a perspectiva de formação plena em Pedagogia,
desenvolvida e amplamente fundamentada por pesquisadores em educação. Além de ameaçar
a formação plena e ampla dos profissionais, segmentando em áreas de atuação, a proposta de
uma política centralizadora no conteúdo, move a problematização dos elementos pedagógicos
relativos à gestão, orientação e supervisão, fortemente ameaçados nas novas diretrizes. Nesse
ínterim, com a herança e modelos ditatoriais, o novo modelo técnico de formação de professores
está impregnado de velhos sentidos.
Neste modelo técnico de formação, podemos acompanhar políticas de descontinuidade,
com projetos de articulação imperiosos, que envolvem aberturas à terceirização. Estes
mecanismos estão imbuídos de sentidos mercadocêntricos, que envolvem disparadores de
controle de todo o processo de formação, de currículo e de avaliação. Indo contra a trajetória
da legislação, observamos um envolvimento de alteração dos cursos de graduação
4
, que
implicou numa configuração maior nos cursos de licenciatura.
Em especial, no campo da Pedagogia, observamos alterações consubstanciais com
desvalorização do curso e, consequentemente com impacto na formação e atuação profissional
de egressos. Por exemplo, os(as) licenciandos(as) e professores do Curso de Pedagogia também
são afetados, na medida que a fragmentação é uma característica enfatizada, o que faz retornar,
o Curso de Pedagogia com habilitações e divisões. Ao lê-las a partir da história de formulação
das resoluções, podemos observar que as políticas da formação de professores e as concepções
de gestão em 2006, 2015 e 2019 demonstram concepções dissonantes, que evidenciam a
necessidade de alerta, aspectos estes que buscarmos desenvolver na seção seguinte, com foto
na área da gestão educacional e escolar.
BNC- Formação: Implicações na concepção de gestão educacional e escolar
Como vimos, a formação de professores sempre foi um campo de disputa e a gestão
sempre foi alvo primário dos ataques à organização educacional. Podemos citar isso a partir da
ideia de dicotomização do trabalho educativo e trabalho técnico nas instituições. Com isso,
4
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/escola-de-gestores-da-educacao-basica/323-secretarias-
112877938/orgaos-vinculados-82187207/12991-diretrizes-curriculares-cursos-de-graduacao. Acesso em: 08 jun.
2021.
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10
observamos um reducionismo do processo formativo, ratificado a partir da defesa de um
discurso centrado em competências e habilidades (DOURADO; SIQUEIRA, 2019).
Como dito, Resolução nº 2/2019, também chamada BNC-Formação, retrocede as
concepções de gestão trabalhadas até então, pois inaugura uma concepção de fragmentação da
formação inicial docente. Esta concepção aparta a perspectiva de formação crítico-reflexiva, de
habilitação e formação plena. Isto, pois, ao invés da formação integral pela via da práxis, busca
o desenvolvimento de competências e habilidades, o que reduz as possibilidades da formação.
Dessa forma, como também aprendemos com Freire (2006), não há docência sem
discência (aspecto fundamentado a partir da Pedagogia da Autonomia), então, indagamos nesse
sentido, como podemos pensar em currículos que transportam a responsabilidade ao professor.
Ou seja, o que prevalece na BNC-Formação vai de encontro aos princípios de valorização das
relações. Como já citamos, ao invés disso, busca atender e se desenvolver a partir de um projeto
de reformulação da formação humana, cujo horizonte está na BNCC para a Educação Básica.
Como demonstra a trajetória de pesquisas e estudos, o eixo central da nova resolução
aproxima-se à docência por competências. Isto, pois, observamos a valorização da ideia de
gestão não mais atrelada à formação da docência. Esta concepção difere da concepção de
formação plena, realizada em cursos no ensino superior, especialmente em universidades, cuja
base de trabalho é realizada no espaço do ensino, pesquisa e extensão, articuladora de diferentes
saberes e campos do conhecimento, pautadas pelas dimensões de pesquisa, reflexão e criação
de conhecimento e de valorização de professores.
À exemplo desta descaracterização, podemos observar o projeto educacional brasileiro
que se alinha a partir de três documentos articulados: a Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de
dezembro de 2017, que institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular, a
ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da
Educação Básica, a Resolução CNE/CP nº 2/2019, que institui a BNC-Formação e a Portaria
nº 412, que institui o Programa Institucional de Fomento e Indução da Inovação da Formação
Inicial Continuada de Professores e Diretores Escolares (BRASIL, 2021). Ao captar as
problemáticas apresentadas, observamos que os três documentos alinhados demonstram o
modelo de gestão empresarial e de responsabilização individual dos sujeitos frente aos
processos de aprendizagem e apropriação do conhecimento. Nesse contexto, é possível observar
que, tanto a BNC-Formação de 2019, quanto a Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Formação Continuada de Professores da Educação Básica (BNC-Formação Continuada) de
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Efeitos da BNC-Formação no curso de pedagogia: Em defesa da gestão escolar e das infâncias
RPGE
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Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022132, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17222
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2020, a BNCC e a Portaria n. 412 de 2020
, são exemplos de “produtos” que fazem parte da
perspectiva de gerencialismo (ZANOTTO; SANDRI, 2018).
Portanto, a partir da compreensão de polissemia (multiplicidade de sentidos) e
considerando os estudos do Ciclo de Bakhtin (2011), filósofo da linguagem, podemos analisar
que isto se dá por meio de um movimento articulado, que define “centralização curricular e
adoção de um modelo de aprendizag
em cognitivista”, fundamentado pelo controle e
homogeneização das ações. Este modelo de formação centrada em competências. Este
movimento, por sua vez, faz coro ao controle das massas, se vinculando às demandas
empresariais. Com isso, é possível compreender, que do âmbito das políticas educacionais, a
escola se fundamenta como um espaço de fortalecimento da padronização curricular, o que
retoma a noção de currículo difundida no início do século XX, a exemplo dos sentidos de
acirramento do controle sobre o trabalho do professor.
As pistas que podemos encontrar na literatura, evidenciam, por sua vez, a configuração
de um projeto de governo e de poder que toma, pelo conhecimento, novas formas de conhecer,
organizar, regular, avaliar e controlar os processos formativos, especialmente nas escolas.
Nesse sentido, é possível observar a construção de movimentos e mecanismos de regulação,
organização e gestão, que expressam um novo tipo de gerencialismo na educação em que a
gestão do currículo se configura como objeto central das Políticas de Governo (DOURADO;
SIQUEIRA, 2019).
Este processo nos leva a retomar os estudos de Freire (2006) para afirmar a aposta nas
instituições públicas, que refletem sobre a importância das instituições educativas como
parceiras do trabalho. Então, quando se faz o movimento centrípeto, se fecha o currículo da
formação de professores e aparta a gestão deste currículo. Ou seja, busca-se apagar a construção
de projetos com formação ampla, em que se valorize o sistema de articulação com as famílias
e a comunidade, descentralizando as discussões por meio de forças centrífugas. É contra este
direcionamento centrípeto que precisamos lutar, pois ele desconstrói possibilidades de ampliar
as discussões da educação, bem como elaborar a conscientização e a participação.
Portanto, a força centrífuga expressa neste texto nos leva a indagar qual sistema de
gestão se pretende realizar. Haja vista que a centralidade das discussões próximas aos
mecanismos de exercício do gerencialismo. Ao fazermos as reflexões sobre a trajetória da
educação e encontrar tantos desmontes seguidos na educação, indagamos em que momento a
descentralização, autonomia e participação são incentivados na BNC-Formação.
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Ana Lucia Cunha DUARTE e Kallyne Kafuri ALVES
RPGE
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Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022132, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
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Assim, faz-se necessário defender as forças centrífugas a partir do incentivo à leitura do mundo
e à participação, que geram a heterogeneidade do pensamento e que abrem diversos espaços de
discussão (BAKHTIN, 2011). Isso contribui para a defesa da concepção de gestão democrática,
desde o interior do curso. Esses saberes constituem-se como elementos de articulação do
conhecimento, ao invés, de fortalecer o cenário de retrocesso e de centralidade no conteúdo.
Nesse ínterim, a defesa pela relação das disciplinas com a Educação Básica e as famílias
(instâncias de representação da comunidade e acompanhamento de estudantes de 0 a 6 anos)
são princípios elementares da Gestão e da Educação Infantil. Ambas envolvem a criação de
espaços de debate, que preconizem a dimensão política com uma metodologia de participação
e escuta da realidade dos estudantes. Isso é uma forma de fortalecer as práticas de produção de
conhecimento, mediadas por professores devidamente formados em instituições de educação
superior e, só é possível tendo forças centrífugas atuando conjuntamente às forças centrípetas.
Esta defesa de conhecimento erguido a muitas mãos, por sua vez, se constitui como uma
forma de enfrentamento os desmontes da educação. Diante a teorização sobre como as forças
centrípetas e centrífugas contribuem para entendermos os retrocessos, também é possível
firmarmos trocas de saberes, pois, ainda que as forças centrípetas ajam de maneira
centralizadora, a produção de conhecimento e o protagonismo de um currículo não cessam
esforços de mover o pensamento. Estes, encontrados nos diversos eventos e produções
desenvolvidos pelos profissionais da educação, mesmo em meio à pandemia (ALVES;
VIEIRA, 2021) revelam que o movimento de forças é contínuo e não cessa o processo
dialógico, sempre inacabado e atento às questões sociais, aspecto que buscamos tratar na
próxima seção.
O curso de Pedagogia na BNC-Formação: dicotomia entre formação anos iniciais e
Educação Infantil
Reiteramos a descontinuidade das políticas públicas, tratadas com as concepções
epistemológicas nas resoluções para a formação de professores, em especial, para a formação
do(a) Pedagogo(a). Estas indicam a necessidade de rever aspectos fundamentais para a
educação, retomando conceitos consolidados ao longo da trajetória de educação. Podemos citar
como exemplo a alteração na concepção de infância de 0 a 2 anos, de alfabetização e letramento,
de concepção de infância e de docência.
Esta concepção epistemológica, alcançadas na Resolução de 2006 e 2015, definem a
Pedagogia como licenciatura plena, já a resolução de 2019 institui na formação de professores
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Efeitos da BNC-Formação no curso de pedagogia: Em defesa da gestão escolar e das infâncias
RPGE
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a concepção de competência e habilidades, um retrocesso na formação do(a) pedagogo(a), com
alterações na concepção de infância e temas essenciais na gestão, como podemos observar nesta
tabela:
Tabela 1
–
Comparativo das concepções de infâncias nas legislações que habilitam
pedagogos(as)
RESOLUÇÃO DE 2006
RESOLUÇÃO DE 2015
RESOLUÇÃO DE 2019
Art. 4º O curso de Licenciatura em
Pedagogia destina-se à formação de
professores
para exercer funções de magistério na
Educação Infantil e nos anos iniciais do
Ensino
Fundamental, nos cursos de Ensino
Médio, na modalidade Normal, de
Educação Profissional
na área de serviços e apoio escolar e em
outras áreas nas quais sejam previstos
conhecimentos
pedagógicos.
Parágrafo único. As atividades docentes
também compreendem participação na
organização e gestão de sistemas e
instituições de ensino, englobando:
I - planejamento, execução,
coordenação, acompanhamento e
avaliação de tarefas
próprias do setor da Educação;
II - planejamento, execução,
coordenação, acompanhamento e
avaliação de projetos e
experiências educativas não-escolares;
III - produção e difusão do
conhecimento científico-tecnológico do
campo
educacional, em contextos escolares e
não-escolares.
Art. 3º A formação inicial e a
formação continuada destinam-se,
respectivamente, à preparação e ao
desenvolvimento de profissionais
para funções de magistério na
educação básica em suas etapas
–
educação infantil, ensino
fundamental, ensino médio
–
e
modalidades
–
educação de jovens
e adultos, educação especial,
educação profissional e técnica de
nível médio, educação escolar
indígena, educação do campo,
educação escolar quilombola e
educação a distância
–
a partir de
compreensão ampla e
contextualizada de educação e
educação escolar, visando
assegurar a produção e difusão de
conhecimentos de determinada
área e a participação na elaboração
e implementação do projeto
político-pedagógico da instituição,
na perspectiva de garantir, com
qualidade, os 4 direitos e objetivos
de aprendizagem e o seu
desenvolvimento, a gestão
democrática e a avaliação
institucional.
Art. 3º Com base nos mesmos
princípios das competências
gerais estabelecidas pela
BNCC, é requerido do
licenciando o desenvolvimento
das correspondentes
competências gerais docentes.
Parágrafo único. As
competências gerais docentes,
bem como as competências
específicas e as habilidades
correspondentes a elas,
indicadas no Anexo que
integra esta Resolução,
compõem a BNC-Formação.
Fonte: Elaborado pelas autoras
A partir do comparativo que buscamos demonstrar na tabela, é possível analisar
retrocessos quanto às dimensões de fundamentação, exercício e profissionalidade para o
exercício da docência na primeira etapa da Educação Básica. Isto, pois, a Resolução de 2019 se
articula a partir de conceitos de competência, também alicerçados na BNCC. Dessa forma,
como podemos analisar ao longo deste artigo e na culminância do quadro comparativo, a BNC-
Formação rompe com a concepção de infância e de gestão baseada na formação integral, já
exemplificadas neste texto, e se constitui como um grande retrocesso no lócus de habilitação
para o exercício da profissão.
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Ana Lucia Cunha DUARTE e Kallyne Kafuri ALVES
RPGE
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Assim, podemos compreender que a Resolução de 2019 sugere a produção de outro
currículo e outro projeto de nação. Nela, é fortalecida uma redução da profissão, além de um
alargamento da formação, abrindo o campo da docência a diferentes profissões. A indignação
pela condição de opressão (FREIRE, 2006) disposta na legislação, é fortalecida com as
legislações que não param de se atualizar, requerendo dos pesquisadores em educação constante
vigília em defesa dos direitos garantidos na profissão.
Como podemos analisar, esta resolução de 2019, diferente das resoluções de 2006 e
2015, coloca em evidência de redução da pesquisa e da dimensão das infâncias. Isso pode ser
visto se analisada as tentativas de desvalorização e desqualificação da concepção de docência
integral. Ao invés da tríade proposta pelo campo científico, a nova resolução dilui a suposta
concepção de docência em competências (conhecimento, prática e engajamento). E, com isso,
estringem as ações dos professores e das unidades de ensino, justamente por não darem conta
das demandas da profissão.
Isso, pois, além da Resolução de 2019, agrega-se ao sentido de precarização da profissão
com a Portaria n. 412 de 2021, que impulsiona e atribui responsabilizações para a técnica e para
o exercício da prática, em detrimento da teoria, além de abafar perspectivas de autonomia das
instituições formadoras de ensino superior. Isto pode significar um sentido de permanência de
postura, reiterando o projeto da BNCC e da BNC-Formação, além de fechamento à escuta da
produção científica da área, com a atuação de força centrípeta que se fortalece. Dessa forma, se
faz necessário resistir, persistindo na concepção de formação em sua inteireza, zelando pelas
ações de participação, tão fundamentadas nos documentos e legislações da Educação Infantil e
gestão, conforme buscamos demonstrar ao longo deste texto.
No contexto dos diferentes sentidos produzidos, observamos também iniciativas de
resistência, a exemplo do Movimento em defesa do curso de Pedagogia
5
, que provoca reflexões
e fundamentações sobre o aspecto reducionista, apresentado nas novas diretrizes. Podemos
observar elementos de fortalecimento das Universidades públicas, que mesmo com recursos
escassos, tem se empenhado na formulação de reflexões e enfrentamentos em defesa da
formação plena em pedagogia.
Com empreendimento de estudos para o desenvolvimento da pesquisa que embasa este
estudo, observamos a partir da literatura a demanda por reconhecer a autonomia didático-
científica das instituições públicas de ensino superior, sendo a graduação e pós-graduação os
5
Como um elemento de resistência às novas diretrizes para a formação de professores, fazemos referência ao
Movimento em defesa do Curso de Pedagogia, com Reunião dos Fóruns estaduais em defesa do curso de
Pedagogia: RJ, MS, GO, PB e RN. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6MsrtWpxTmM
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Efeitos da BNC-Formação no curso de pedagogia: Em defesa da gestão escolar e das infâncias
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espaços ideais para discussão sobre princípios básicos à formação de professores. As pesquisas
consultadas evidenciam que a BNC-Formação pode esvaziar o curso, com disciplinas sem
fundamento, apenas baseadas nos princípios de competências. Além disso, pelo volume de
análises empreendidas nas pesquisas consultadas (ALBINO; SILVA, 2019; CARDOSO;
PIRES, 2020; GONÇALVES; MOTA; ANADON, 2020; SAITO
et al
., 2021; NOGUEIRA
et.
al
, 2021; MARQUES, 2021; COSTA
et al.
, 2021; FREITAS, 2021), parece ser pertinente
revisitar as novas diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores.
Ao analisar a produção do conhecimento, reconhecemos que a polissemia sempre irá
existir, afinal vivemos em constantes disputas. Mas, é urgente dedicar atenção para as ameaças
ao curso. Podemos citar como exemplo a relação entre teoria e prática e a redução da profissão,
inclusive a partir dos estágios em gestão, com foco específico na primeira etapa da Educação
Básica. Logo, se é reduzida a carga horária, também se reduz as possibilidades de inserção no
campo. Dessa forma, reiteramos o sentido de compromisso com trabalhadores, pois
compreendemos que o compromisso com a formação de pessoas passa pela profissão docente
e, por conseguinte, não podemos esgarçá-la até levá-la à inutilidade.
Importante ressaltar que esta fragilidade no âmbito dos conhecimentos pedagógicos e
da profissão docente, como demonstrado neste artigo, informam desmontes do Curso de
Pedagogia. Isto porque, passam a ser disputadas e, cada vez mais, intensificadas as perspectivas
de mecanização, regulação e segmentação da prática docente. Dessa forma, além do
desmantelamento da concepção de infância, encontramos a fragilização da formação do gestor,
que passa a ocupar, a carga horária opcional e ao fim do curso. E, é sobre estas fragilidades, na
nova resolução, que concentramos os argumentos teóricos a seguir.
Podemos analisar isto levando em considerando o avanço do (neo)fascismo e das
políticas educacionais de controle (REBUÁ, 2020). Os conceitos primordiais, alcançados com
as diretrizes de 2006 e 2015, são ressignificados quando também retirados. E, em decorrência
disto, podemos teorizar sobre as forças centrípetas e centrífugas, que fundamentadas na leitura
bakhtiniana, podem ser compreendidas como forças que atuam nas relações sociais. Neste caso
sendo a força centrípeta aquela que desenvolve o engessamento e a homogeneidade em
contraposição à força centrífuga, aberta à diversidade e movida a partir das diferenças e que
vincula e conecta diferentes saberes (FIORIN, 2006).
E, assim, tanto a elaboração das políticas como nos diálogos e nas relações, as forças
podem ser observadas na análise desta conjuntura. Diante disso, compreendemos que as forças
de movimento centrípeto, convergem para uma homogeneidade do currículo, dificultando a
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Ana Lucia Cunha DUARTE e Kallyne Kafuri ALVES
RPGE
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Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022132, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
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elaboração da dimensão de diversidade, com saberes articulados e voltados à práxis (FREIRE,
2006). Por isso, o novo projeto de educação expresso com as novas diretrizes, dificultam a
relação dos estudos pedagógicos com o mundo, marcada e traçada pela dimensão cultural
(FREIRE, 1987). As forças centrípetas, que avançam no campo da educação, ameaçam o campo
da formação de professores com impactos que podem levar à precarização e a descaracterização
da profissão.
Como aprendemos com Freire, este processo pedagógico formativo, presente na
formação humana, é movido pela perspectiva de práxis, em que mediadas pela pesquisa,
envolvem o ensino e a extensão. Não é possível dissociar os conhecimentos, tampouco separar
os saberes. Dessa maneira, estamos caminhando para homogeneização do currículo (tanto da
Educação Básica quanto do ensino superior). Isso converge para formar estudantes e
professores a partir das competências, reduzidos à
fazedores de horas
, sem o necessário
processo de interrelação entre as diferentes áreas de conhecimento.
Então, se o conhecimento é fomentado por todas as pessoas e é em diálogo que
aprendemos, como é possível desconsiderar a relação entre vida, profissão e contexto social?
Podemos observar isso se analisada as quatro características da ação dialógica, expressadas por
Freire ao teorizar sobre a Pedagogia do Oprimido (FREIRE, 1987). A primeira refere-se à
colaboração, que é o movimento de acreditar e apostar na relação entre as pessoas. A segunda
característica é a união, sendo a relação entre pessoas uma aposta de fortalecimento e
mobilização de formação. A terceira, que é a organização pela via da composição de saberes a
partir de horizontes comuns, com objetivos e perspectivas a favor da valorização do
conhecimento. A quarta, também expressa nos estudos da Pedagogia da Autonomia,
compreende que é a síntese cultural que fomenta elementos de articulação dos hábitos,
costumes, histórias e formas de viver de cada membro ou grupo da sociedade (FREIRE, 1987;
FREIRE, 2006).
Estas quatro características vão fundamentar a proposta de que as forças centrífugas
precisam ocupar nossas análises sobre as políticas educacionais provocando diferentes espaços
de escuta e de interferência no processo de desestabilizar e apoiar a heterogeneidade
(BAKHTIN, 2011). Assim, acreditamos que estas novas resoluções convidam a ler o mundo
para pontuar as palavras de análise e elaboração da educação brasileira. Ou seja, pela via das
quatro características político pedagógicas, desenvolvidas por Freire (1987), associadas às
forças centrífugas (BAKHTIN, 2011), que nos inspirarmos a contar com o outro para combater
a homogeneização para dominação do povo. Dessa forma, talvez seja possível nos
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Efeitos da BNC-Formação no curso de pedagogia: Em defesa da gestão escolar e das infâncias
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organizarmos em defesa dos aspectos educacionais e do acúmulo de conhecimento e pesquisa,
conforme detalhamos em seguida em nossas considerações finais.
Considerações finais
Na proposta de compreender as forças centrífugas como elemento de homogeneização
e padronização dos currículos, provocado principalmente pela oposição ou dominação de
saberes, observamos como a BNC-formação (BRASIL, 2019) dificulta o exercício da
articulação de saberes. Por isso, insistimos em uma leitura de mundo pela via da relação
dialógica, que valoriza a importância do ato de ler (FREIRE, 1986). A leitura, por sua vez, é
uma forma de compreender as evidências de retrocesso expressadas com a nova resolução e é
um exemplo de movimento que desestabiliza e oportuniza diferentes formas de pensar.
Com apontamentos de descontinuidade entre formação inicial e formação continuada,
já citadas neste artigo, observamos evidências acerca do discurso de responsabilização
individual, sobretudo dos professores. Este processo mapeia, inclusive, o sucesso ou fracasso
da educação (DOURADO; SIQUEIRA, 2019, p. 05) com base na responsabilização dos
trabalhadores da educação. Sendo assim, analisamos que a BNC-Formação está bem próxima
ao que vivemos na trajetória em educação, com a reedição do curso normal superior. Esta
política, desenvolvida por volta do final dos anos 90, tem como estratégia segmentar a
formação, com práticas de homogeneização dos currículos.
Esta centralidade em um conteúdo comum move uma força centrífuga que leva todos os
outros currículos para um mesmo caminho, com processos de focar em competências e técnicas
de saber-fazer. Neste projeto de educação, a nova resolução se descortina como uma maneira
de separar e apartar os conhecimentos. No que se refere à Gestão e à Educação Infantil,
observamos a fragmentação da formação, a partir de três cursos independentes de formação de
professores (multidisciplinar para Educação Infantil, multidisciplinar Ensino Fundamental e
anos iniciais e multidisciplinar Ensino Fundamental).
Considerando a problemática e o contexto de desenvolvimento das políticas para a
formação de professores, concentramos este artigo na análise da concepção de gestão na
Educação Infantil. Nas considerações deste texto, compreendemos os objetivos específicos de
rememorar a trajetória do Curso de Pedagogia, evidenciar as ameaças e retrocessos e projetar
perspectivas em defesa da formação plena na graduação. Para isso, nos atemos a evidências da
literatura do campo da educação, com pesquisas cuja temática tem expressado resultados e
apontamentos sobre as novas reformulações.
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Ana Lucia Cunha DUARTE e Kallyne Kafuri ALVES
RPGE
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Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022132, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
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Foi possível observar que à medida em as alterações são reformuladas, se percebe
ameaças ao Curso de Pedagogia. Sendo a formação de professores elemento basilar na formação
da sociedade. Compreendemos que os sentidos atribuídos à Gestão e à Educação Infantil nas
novas diretrizes para formação de professores são preocupantes. Como vimos, os dados indicam
que a formação passa por ameaças desde a fundamentação até as práticas de estágio.
Nesse sentido, afirmamos a defesa dos cursos de graduação, realizados no interior de
instituições de ensino superior pela via do ensino, pesquisa e extensão. Acreditamos que a
formação de pedagogos(as) não pode ser fragmentada, tampouco indissociável em suas
disciplinas. Por isso, não se sustenta a ideia de uma formação segmentada, que desarticula as
infâncias e que dissocia a gestão educacional e escolar de todas as disciplinas.
Assim, compreendemos que a luta pela especificidade do trabalho docente, envolve lutar
pela práxis, ou seja, pela articulação entre teoria e prática fundamentadas em princípios de
conscientização. E, nesse sentido, não podemos perder a dimensão de interligação entre as
diferentes áreas do saber com o curso de pedagogia. A ideia de uma formação interdisciplinar
e com as diferentes áreas em diálogo, se fortalece a partir da concepção de polissemia, em que
diferentes sentidos se encontram e potencializam, inclusive com dissonâncias.
A gestão democrática, avaliação e regulação também são aspectos que se despontaram
nas análises da literatura. Esta, a partir de nossa leitura, sugere que a BNC-Formação ignora os
princípios das legislações, dos fundamentos da profissão, das metas e estratégias dos planos de
educação e dos movimentos sociais. Também, afirma a ideia de gestão articulada com docência,
respeitosa do Plano Nacional de Educação, cuja valorização do trabalhador e os mecanismos
de participação são uma das metas estabelecidas. Com isso, reforça a necessidade das
Conferências Populares Nacionais de Educação, cuja afirmação é de uma formação que não
retroceda em seus direitos e garantias básicas. Por isso, contra a visão reducionista de trabalho,
se faz necessário resistir à dicotomia entre pensar e fazer, sendo a polissemia e as forças tratadas
por Bakhtin, um importante ponto de partida para se repensar isto.
REFERÊNCIAS
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Efeitos da BNC-Formação no curso de pedagogia: Em defesa da gestão escolar e das infâncias
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Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022132, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029
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Como referenciar este artigo
DUARTE, A. L. C.; ALVES, K. K. Efeitos da BNC-Formação no curso de pedagogia: Em
defesa da Gestão Escolar e das Infâncias.
Revista on line de Política e Gestão Educacional
,
Araraquara, v. 26, n. 00, e022132, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029. DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17222
Submetido em
: 28/04/2022
Revisões requeridas em
: 03/06/2022
Aprovado em
: 21/08/2022
Publicado em
: 30/09/2022
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
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Effects of BNC-Training on the Pedagogy course: In defense of school management and children
RPGE
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Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022132, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17222
1
EFFECTS OF BNC-TRAINING ON THE PEDAGOGY COURSE: IN DEFENSE OF
SCHOOL MANAGEMENT AND CHILDREN
EFEITOS DA BNC-FORMAÇÃO NO CURSO DE PEDAGOGIA: EM DEFESA DA
GESTÃO ESCOLAR E DAS INFÂNCIAS
1
EFECTOS DE BNC-FORMACIÓN EN EL CURSO DE PEDAGOGÍA: EN DEFENSA
DE LA GESTIÓN ESCOLAR Y DE LA INFANCIA
Kallyne Kafuri ALVES
2
Ana Lucia Cunha DUARTE
3
ABSTRACT:
In the context of changes in the teacher education policy, this article focuses on
aspects of BNC-training in the Pedagogy course. Using a documental analysis methodology
and bibliographic research, we studied the CNE/PC nº 2/2019 and nº 1/2020 Resolutions ,
problematizing the formation of Educators regarding educational, political and social aspects.
Specially, the analysis of the conceptions of school management and childhood determined in
the guidelines for teacher training. The analysis made is supported by Freirean and Bakhtinian
theoretical frameworks based on the concepts of polysemy, historicity, centripetal and
centrifugal forces. Data inform the need to defend the permanence of the initial training
course for the formation of Educators, held in institutions of higher education. Hence, it
suggests the argument of keeping with the character of full training of educators, without
dissociating the conception of comprehensive and articulated teaching, as dealt with
Resolutions of CNE/CP nº 01/2006 and nº 02/2015.
PALAVRAS-CHAVE
: Pedagogy course. BNC-training. School management and
childhoods.
RESUMO:
No contexto de alteração na política da formação de professores(as), o artigo
focaliza aspectos da BNC-Formação no curso de Pedagogia. Com metodologia de análise
documental e pesquisa do tipo bibliográfica, analisa as Resoluções nº 2/2019 e n.1/2020 e
problematiza a formação de pedagogas(os) no contexto bibliográfico. Objetiva analisar como
se constitui a concepções de Gestão na Educação Infantil nas diretrizes para formação de
professores(as). Sustenta as análises com referencial teórico freireano e bakhtiniano a partir
dos conceitos de polissemia, historicidade, forças centrípetas e centrífugas. Os dados
informam a necessidade de defender a permanência do curso de formação inicial voltado
1
Article supporting emerging Postgraduate Programs in consolidation in priority areas in the states, according to
Public Notice: Postgraduate Development Program (PDPG) n. 18/2020/ PDPG-State Foundations for Research
Support (FAP) 2020. Available at: https://www.gov.br/capes/pt-br/centrais-de-
conteudo/08092020_EDITAL182020PDPG.pdf
2
Espírito Santo Music College (FAMES), Vitória
–
ES
–
Brazil. Professor in the Department of Music,
Education and Humanities. PhD in Education (UFES). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5075-0676. E-mail:
kallynekafuri@hotmail.com
3
Maranhão State University (UEMA), São Luís
–
MA
–
Brazil. Professor at the Center of Education, Exact and
Natural Sciences. Department of Education and Philosophy. PhD in Education (UnB). ORCID:
https://orcid.org/0000-0002-6176-6750. E-mail: duart_ana@hotmail.com
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Ana Lucia Cunha DUARTE and Kallyne Kafuri ALVES
RPGE
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para a formação de pedagogos(as), realizado em instituições de educação superior. Conclui
com o argumento de manter com o caráter de formação plena dos(as) pedagogos(as), sem
dissociar a concepção de docência integral e articulada, conforme tratam as Resoluções de
CNE/CP nº 01/2006 e nº 02/2015.
PALAVRAS-CHAVE
: Curso de pedagogia. BNC-formação. Gestão e infâncias.
RESUMEN:
En el contexto de los cambios en la política de formación docente, el artículo se
centra en aspectos del curso BNC-Formación en Pedagogía. Con metodología de análisis
documental e investigación bibliográfica, analiza las Resoluciones Nº 2/2019 y n.1/2020 y
problematiza la formación de pedagogos en el contexto bibliográfico. Se pretende analizar
cómo se constituyen las concepciones de gestión en la Educación Infantil en los lineamientos
para la formación docente. Apoya los análisis con el marco teórico freiriano y bajtínico a
partir de los conceptos de polisemia, historicidad, fuerzas centrípetas y centrífugas. Los datos
informan la necesidad de defender la permanencia del curso de formación inicial dirigido a
la formación de pedagogos, realizado en instituciones de educación superior. Concluye con
el argumento de mantener con el carácter de plena formación de pedagogos, sin disociar la
concepción de la enseñanza integral y articulada, tal como tratan las resoluciones CNE/CP
nº 01/2006 y nº 02/2015.
PALABRAS CLAVE
: Curso de pedagogía. Formación en BNC. Gestión escolar y infancia.
Introduction
In the context of the development of educational policies, we highlight important
changes in the regulations for the initial and continuing education of teachers for Basic
Education that strengthen a project of lightening the load. These changes impact negatively on
the training of pedagogues, since the Resolution CNE/CP No. 2, of July 1, 2015, which
defines the National Curricular Guidelines for initial training in higher education (degree
courses, pedagogical training courses for graduates and second degree courses) and for
continuing education. This, therefore, points to a set of principles that enables the
substantiated unity of teacher training, especially the training of pedagogues. The institutions
that offer the Pedagogy course, in many cases, have made alterations in their curriculums
contemplating curricular components that aggregate formative contents, both of teacher
training and school management training. The aforementioned resolution was revoked at the
end of December 2019, which left the academic community in the condition of resisting the
training model imposed in the new Resolution.
The imposed teacher training model has its legal apparatus in the CNE/CP Resolution
No. 2, of December 2019, object of this study, which defines the National Curricular
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Effects of BNC-Training on the Pedagogy course: In defense of school management and children
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Guidelines for the Initial Training of Teachers for Basic Education and establishes the
Common National Base for the Initial Training of Teachers of Basic Education (BNC-
Training). This Resolution makes the Pedagogy course especially precarious, since it
weakens, fragments and reduces the pedagogue's field of action in Basic Education.
The BCN-Formation greatly alters the form, the content, and the essential learning for
the formation of educators. These interferences affect the (re)organization of the disciplines
and knowledge developed throughout the course and produce other meanings for teacher
education, such as the disaggregation of theory and practice, the homogenization and
standardization of teachers' work. Given these uncertainties generated by the teacher
education model instituted by the Ministry of Education (MEC) with the BNC-Training No.
2/2019, we established as an objective to understand how the conception of school
management and the conception of childhood in the context of Early Childhood Education is
constituted from the BNC-Training.
Regarding the resumption of the qualifications that the Resolution CNE/CP nº 2/ 2019,
there is resistance from the academic community, as in the art. 22 that brings as a requirement
for training in the perspective of qualifications, namely: "The training to act in
Administration, Planning, Inspection and Educational Guidance for Basic Education, in the
terms of art. 64 of the LDB, [...]". This is because the absence of school management in the
training of pedagogues demands more studies from us researchers, since the first stage of
Basic Education, Early Childhood Education, is the field of pedagogues and, in this new
project, school management is not included as an essential content in the initial training for
this profession.
From this problematic, emerges the construction of this article, which is developed
from three movements, preceded by the introduction and followed by the final considerations.
With this structure, in the first chapter, we concentrate on the historical landmarks,
thematizing the initial formation in Pedagogy from the evidence of the normative acts. In the
second, we deal with the implications of the concept of educational and school management
in dispute in the new project of initial formation of teachers. We focus on the changes related
to the qualifications of Administration, Inspection, Planning and Educational Guidance,
which alter the conception of Educational Management, especially in Early Childhood
Education.
The analyses are developed from the theoretical referential inspired by the historical-
dialectical materialism, with the concepts of dialogue (FREIRE, 2001), centripetal and
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Ana Lucia Cunha DUARTE and Kallyne Kafuri ALVES
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centrifugal forces (BAKHTIN, 2006, 2011). In doing so, we seek the observation of
centrifugal and centripetal forces, with identification of ongoing movements that contribute to
the formation of human beings and that have repercussions in changes in society. We
emphasize the defense of Management in Early Childhood Education, with aspects that bring
together conceptions on the theme, which, in turn, dissociate themselves from the assertions
guided by the 2019 Guidelines. In the final considerations, we reflect on the reality in the
educational context and its setbacks, especially, from the laws that interfere in teacher
education. In order to revisit the norms for teacher education, we demarcate the important
movements in the history of the Pedagogy Course.
We begin with the understanding of the process that constitutes the resolutions.
According to Silva (1999), there are four periods in this history, namely: the first one occurred
between 1939 and 1972, with the constitution of the course of Pedagogy; the second one
between 1973-1978, with the graduations of pedagogical areas; the third, between 1979-1998
with the period of the proposals and; the fourth, from 1999 on with definitions and
regulations. From this context, we present in the next section, that gathers treats, in summary,
of the historical constitution of the course of Pedagogy.
The formation of pedagogues in Brazilian legislations
In this section we made a brief retrospective of the historical constitution of the
Pedagogy course. For that, we recovered some relevant points for the debate, which allowed
us to go through the years from 1939 until arriving at the BNC-Formation of 2019. In the
weaving of the analyses, we consider opportune the resumption, to understand the object of
study and weave analyses.
The mentioned course was instituted in Brazil by Decree-Law no. 1.190, of April 4,
1939. According to Romanelli (2005) this Decree instituted the "federal standard", once all
the curriculums of the Pedagogy course of the country had to adapt to the new model
instituted. As far as the formation of the bachelors was concerned, a three-year duration was
determined, with the addition of one more year of the didactics course, the licentiate was also
formed. This training became known as "three in one". Whoever attended the Bachelor's
Pedagogy course and the Didactics course also received a degree in Pedagogy.
It is important to emphasize that until 1930 in the Brazilian context, teachers were
trained at the so-called Escola Normal (BRZEZINSKI, 1996). This model inspired the
elaboration of Pedagogy courses held in Education Institutes. In 1939, the Pedagogy course
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was created. In this period we had the development of new school experiences, which always
had disputes about teacher education. These disputes were about both the content of the
course and the nature and function of the profession. (FERREIRA, 2012).
Following with some aspects of the trajectory of the Pedagogy course, Duarte (2008)
adds that after the approval of the LDB nº 4.024/1961, the course gains a new regulation
resulting from the Parecer nº 251/1962, of authorship of, then, councilor Valnir Chagas. From
this Parecer several interpretations arise about the continuity or not of the Pedagogy Course.
Saviani (2007) analyzes that the discussion about the maintenance or extinction, remits us to
understand what it was drawn at the time, that was the formation of primary teachers in
superior level and the formation of specialists in post-graduation level, hypothesis, confirmed,
would lead to the extinction of the Pedagogy Course.
With the promulgation of the university reform, Law nº 5.540/1968, the Pedagogy
Course goes through, once again, the reform of its curriculum, with the qualifications focused
on the formation of specialists in education and planning. In 1969, the Federal Education
Council (CFE) approves the Opinion no. 252/1969, which introduces the formation of the
technician in education and the teacher of pedagogical subjects, studied concomitantly, in four
years. From then on, the course:
starts to be composed by two parts: a common one, constituted by basic
subjects to the formation of any professional in the area, and a diversified
one, in function of specific qualifications. Thus, both the qualifications
regulated by the legal document and those that can be added by Universities
and isolated establishments are part of a single course, with the title of
Pedagogy course (DUARTE, 2008, p. 48, our translation).
In the decade of 70, of century XX, with the Law nº 5.692/1971, the Pedagogy course
has exclusiveness in the formation of the specialist and of the teaching in the Normal Course
and the discussion about the formation and acting field of the pedagogue continues. In 1979,
in the University of Campinas (UNICAMP) it accomplished the I Brazilian Education
Seminar, building in a reaction to the pedagogical studies in superior level and in 1980, in the
Pontifical Catholic University (PUC) São Paulo it happened the I Brazilian Conference of
Education with the objective of intervening in the directions of the pedagogical formation.
The course of Pedagogy, in turn, starts to aggregate a projected identity (SILVA,
1999) and that, around 1980, starts to denounce and to elaborate fronts of fight in defense of
the formation of the courses of Pedagogy, having as protagonism the own teachers. In this
context, the National Association for the Formation of Education Professionals (Anfope)
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Ana Lucia Cunha DUARTE and Kallyne Kafuri ALVES
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started to build a collective of resistance, seeking to nurture spaces of organization and
development of the fight on behalf of education professionals.
According to Silva (1999), at this time, a movement emerged in defense of "the study
base that would lead to the understanding of the Brazilian educational problematic". The
name base, present in this decade, gives birth to understandings of teaching and teacher
education that seek to move forward with the concept of technical and teaching work. Instead
of reducing the concept to the exercise of an exclusively "teaching technique", we have the
political dimension of the profession, with entities and understandings that range from the
centrality in teaching to the centrality in a national base (SAVIANI, 2007).
Then, we can analyze that in these 82 years of the course of Pedagogy, half of the
trajectory is associated to fights and mobilizations, which have the formation of education
professionals as the main element. In this half of the course's life, besides Anfope, other
entities that strengthened the conception of teaching stand out, such as the National
Association of Education Policy and Administration (ANPAE) in 1968 and the National
Association of Graduate Studies and Research in Education (ANPEd) in 1976.
Since then, the legislations started to consider the concerns and emergencies reflected
in the ambit of the entities, being an agenda of movements in defense of the Courses of
Pedagogy (LIBÂNEO, 1998; SAVIANI, 2008, 2007). It is discussed, therefore, about the
identity, the nature and the purpose of the course. We can mention, for example, the
university reform of 1968, with a landmark that defines the Pedagogy course as responsible to
form technical managers. This, followed by another landmark also very important, with the
conquest, in 1996, expressed in the Law of Directives and Bases of education, with the
requirement of higher education to exercise the teaching profession in Child Education in
normal courses.
In this process, we observed advances in the constitution of the profession and it is
possible to find a definition of the term pedagogue with a broad acting profile, which includes
teaching, organization and management of the pedagogical processes (COMISSÃO DE
ESPECIALISTAS DO CURSO DE PEDAGOGIA, 1999). In what it refers to the formation
for the exercise in Infantile Education, in 2000, by means of the Decree n. 3.276/99, we also
counted, in the proper Law, with the alteration of the term "exclusively" for the term
"preferentially", referring to the qualification of the teachers. This generated one more impact
in the formation of the professionals, which mobilized advances in the reach of the conquests
of the Pedagogy course (BRAZIL, 2001). Thus, the formation for Children's Education and
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the qualification for managers started to compose fronts of the course in an important
dimension of articulation between the subjects.
In 2006, in the wake of the efforts for the affirmation of the Pedagogy course, the
National Curricular Guidelines of the Course are approved. The directives guide "[...] for the
Pedagogy course a curriculum of formation of the bachelor pedagogue and, at the same time,
licensed for the teaching of Infantile Education and the initial years of the fundamental
teaching" (SCHEIBE, 2010, p. 553, our translation). In this impact, until its promulgation,
faced debates composed of long and deep reflections and approaches with the educational
institutions. Along with this, it also relied on the support in experiences and formulations of
the theories of the profession (ARANHA, 1996; BRZEZINSKI, 1996), which contributed to
find the development of increasingly consistent guidelines. Even with disputes and
discussions, the legislations were already closer to the idea of a professionalism and the
affirmation of a full formation.
The debate generated until the approval of the Resolution CNE/CP nº 01/2006 that
institutes the National Curricular Guidelines for the Graduation Course in Licenciatura
Pedagogy was very important, this, because it strengthened the conception of Pedagogy as
Licenciatura Plena, which moves the concept so necessary and fundamental for the
development of the profession. This concept refers to the defense of the conception of
teaching and punctuates the development of the teaching qualification for different areas of
work (CARDOSO; FARIAS, 2020).
Considering the literature presented, we can understand that from the Resolution of
2006, the teaching profession and, in special, the Pedagogy course, started to express
conquests, in which the management, valorization and initial formation are developed in an
articulated way. This way, the course is based on an understanding of initial formation
inseparable from continued formation, with a perspective of teaching that defends the
articulation among the disciplines and, also, among what is studied during and after
graduation. Furthermore, it links the perspective of training with Basic Education, with a
conception of teaching that is relevant to society when it delimits the specificity of the
profession, insofar as it counts on the right to the training of professionals qualified to work in
different areas, based on scientific principles and that does not abandon the field of work.
This, which is the profession of educators, provided the opportunity to develop, in the wake of
discussions held, the Resolution CNE/CP No. 02/2015 (BRAZIL, 2015), which expresses
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achievements of ethical, aesthetic and political valuation, which mirror the collective
construction of the profession.
Imbued with aspects of valorization and recognition of the teaching profession, the
2015 Resolution drives movements to strengthen the inseparability between theory and
practice, in an articulated manner. Thus, management and Early Childhood Education
involve, for example, curricular components such as: investigative practice, supervised
internship, disciplines of foundations, methodologies and educational policies, and also
theoretical and practical activities, without dichotomizing or privileging one at the expense of
the other. In an articulated way, they involve the knowledge studied, which provides an
opportunity for the development of knowledge.
Thus, we understand that the conception of teaching is involved in disputes that
occupy the debate on educational policies. With threats and attacks to the achievements
obtained over the years, we find attempts to weaken and format the conception of teaching
and management in the new teacher education project instituted in 2019. In a conjuncture of
recurrent shakes to the rule of law, as Galvão et al. (2019) point out, the roots of inequalities
that plague Brazil reverberate in the legislations, with impacts on the training of teachers for
Basic Education.
The content of the education project developed by the Ministry of Education (MEC)
with the reformulation of curricula, since Basic Education, expresses continuous dismantling
to the profession. They are crowned, in the field of teacher training, with the CNE/CP
Resolution No. 01/0219 that defines the National Curricular Guidelines for the Initial
Training of Teachers for Basic Education and institutes the Common National Base for the
Initial Training of Teachers of Basic Education (BNC-Training) (BRAZIL, 2019). This
resolution, instituted at the end of 2019, presents a curriculum as a central axis, this one
articulated with the Common National Curricular Base (BNCC). This differs from the
resolution approved in 2015, whose articulation was to teacher training. Thus, the intention to
centralize the quality in the training of teachers in the public network is ignored, opening
spaces for private education and for the decharacterization of the full dimension of the
profession.
The BNC-Training establishes that undergraduate courses for teacher training must
have a minimum of 3,200 hours in total. This workload comprises 400 hours of pedagogical
practice and 400 hours of supervised practice. The other part of the workload is dedicated to
general and specific content, with 800 hours completed in general (up to the 1st year of the
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course) and 1,600 hours completed in specific content, with topics related to the BNCC (from
the 2nd to the 4th year of the course).
In other words, the curriculum for initial training, based on the BNC-Training,
includes a workload that values practice and homogenization, as well as content to meet the
demands of the labor market. In view of this, we wonder at what moment the theoretical-
practical foundations are developed, which constitute the consistency of the formation,
together with the workload for cultural activities, so necessary to human formation in the
scope of education. In this first movement of the text, we bring together the formation of the
pedagogue based on the legislations, demarcating the specificity of school management and
Early Childhood Education.
In the scope of the formation and the teaching work, there is an approximation with
the logic of an unequal formation, that hinders the expression of local demands and autonomy
of the formation curricula, with consubstantial alterations for the Management and the
Childhood Education, that demands own knowledge articulated among the disciplines of the
course, as theoretical foundations, evaluation, pedagogical practices, supervised internship
and research.
In this context, we wonder about the perspective of full training in Pedagogy,
developed and widely supported by educational researchers. Besides threatening the full and
ample formation of the professionals, segmenting them in areas of performance, the proposal
of a centralizing policy in the content, moves the problematization of the pedagogical
elements related to management, orientation and supervision, strongly threatened in the new
directives. Meanwhile, with the heritage and dictatorial models, the new technical model of
teacher training is impregnated with old meanings.
In this technical model of training, we can follow discontinuity policies, with
imperious articulation projects, which involve openings to outsourcing. These mechanisms
are imbued with mercadocentric meanings, which involve triggers to control the entire
training process, the curriculum and evaluation.Going against the trajectory of the legislation,
we observe an involvement of alteration of the undergraduate courses
4
, which implied a
greater configuration of undergraduate courses.
In special, in the field of the Pedagogy, we observe consubstantial alterations with
devaluation of the course and, consequently with impact in the formation and professional
4
Available at: http://portal.mec.gov.br/escola-de-gestores-da-educacao-basica/323-secretarias-
112877938/orgaos-vinculados-82187207/12991-diretrizes-curriculares-cursos-de-graduacao. Access on: 08 June
2021.
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performance of graduates. For example, the undergraduate students and teachers of the
Pedagogy Course are also affected, as the fragmentation is an emphasized characteristic,
which returns the Pedagogy Course with qualifications and divisions. When reading them
from the history of formulation of the resolutions, we can observe that the policies of teacher
education and the conceptions of management in 2006, 2015 and 2019 demonstrate dissonant
conceptions, which highlight the need for alert, aspects that we seek to develop in the
following section, with a photo in the area of educational and school management.
BNC- Training: Implications for the conception of educational and school management
As we have seen, teacher training has always been a field of dispute and management
has always been the primary target of attacks on educational organization. We can cite this
from the idea of dichotomization of educational work and technical work in the institutions.
With this, we observe a reductionism of the formative process, ratified from the defense of a
discourse centered on competencies and skills (DOURADO; SIQUEIRA, 2019).
As said, Resolution No. 2/2019, also called BNC-Training, goes backwards the
management conceptions worked until then, as it inaugurates a conception of fragmentation of
initial teacher training. This concept separates the perspective of critical-reflective training, of
qualification and full training. This is because, instead of a comprehensive training through
praxis, it seeks the development of competencies and skills, which reduces the training
possibilities.
Thus, as we have also learned from Freire (2006), there is no teaching without
discourse (an aspect based on the Pedagogy of Autonomy). That is, what prevails in the BNC-
Training goes against the principles of valuing relationships. As we have already mentioned,
instead, it seeks to meet and develop from a project of reformulation of human training,
whose horizon is in the BNCC for Basic Education.
As the trajectory of research and studies shows, the central axis of the new resolution
is close to competence-based teaching. This is because we observe the valorization of the idea
of management no longer linked to teacher training. This conception differs from the
conception of full training, carried out in higher education courses, especially in universities,
whose work is based on teaching, research and extension, articulating different knowledge
and fields of knowledge, guided by the dimensions of research, reflection and creation of
knowledge and valuing teachers.
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Effects of BNC-Training on the Pedagogy course: In defense of school management and children
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As an example of this mischaracterization, we can observe the Brazilian educational
project that is aligned from three articulated documents: the Resolution CNE/CP No. 2, of
December 22, 2017, which establishes and guides the implementation of the National
Common Curricular Base, to be respected compulsorily throughout the stages and respective
modalities in the scope of Basic Education, the Resolution CNE/CP No. 2/2019, which
establishes the BNC-Trainingand the Ordinance No. 412, which establishes the Institutional
Program of Fostering and Induction of Innovation of the Continuing Initial Training of
Teachers and School Directors (BRASIL, 2021). By capturing the issues presented, we
observe that the three aligned documents demonstrate the business management model and
the individual accountability of the subjects regarding the learning processes and
appropriation of knowledge. In this context, it is possible to observe that both the BNC-
Formation of 2019, as well as the National Curricular Guidelines for the Continuing
Education of Teachers of Basic Education (BNC-Formação Continuada) of 2020, the BNCC
and Ordinance n. 412 of 2020, are examples of "products" that are part of the perspective of
managerialism (ZANOTTO; SANDRI, 2018).
Therefore, from the understanding of polysemy (multiplicity of meanings) and
considering the studies of Bakhtin's Cycle (2011), philosopher of language, we can analyze
that this occurs through an articulated movement, which defines "curriculum centralization
and adoption of a cognitivist learning model", grounded by the control and homogenization of
actions. This model of competence-centered training. This movement, in turn, crowns the
control of the masses, binding itself to business demands. With this, it is possible to
understand that, in the scope of educational policies, the school is founded as a space to
strengthen curricular standardization, which resumes the notion of curriculum disseminated in
the early twentieth century, as an example of the senses of increased control over the teacher's
work.
The clues that we can find in the literature evidence, in turn, the configuration of a
government and power project that takes, through knowledge, new ways of knowing,
organizing, regulating, evaluating and controlling the formative processes, especially in
schools. In this sense, it is possible to observe the construction of movements and
mechanisms of regulation, organization, and management that express a new type of
managerialism in education in which the management of the curriculum is configured as the
central object of Government Policies (DOURADO; SIQUEIRA, 2019).
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Ana Lucia Cunha DUARTE and Kallyne Kafuri ALVES
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This process leads us to resume Freire's studies (2006) to affirm the bet on public
institutions, which reflect on the importance of educational institutions as partners in the
work. So, when the centripetal movement is made, the teacher training curriculum is closed
and the management of this curriculum is separated. In other words, it seeks to erase the
construction of projects with broad training, in which the system of articulation with families
and the community is valued, decentralizing the discussions through centrifugal forces. It is
against this centripetal direction that we need to fight, because it deconstructs possibilities to
broaden the discussions of education, as well as to develop awareness and participation.
Therefore, the centrifugal force expressed in this text leads us to inquire which
management system is intended to be accomplished. This is because the centrality of the
discussions is close to the mechanisms for the exercise of managerialism. As we reflect on the
trajectory of education and find so many dismantlings followed in education, we wonder at
what point decentralization, autonomy, and participation are encouraged in the BNC-Training.
Thus, it is necessary to defend the centrifugal forces by encouraging the reading of the
world and participation, which generate heterogeneity of thought and open several spaces for
discussion (BAKHTIN, 2011). This contributes to the defense of the concept of democratic
management, from within the course. This knowledge is constituted as elements of
articulation of knowledge, instead of strengthening the scenario of regression and centrality in
the content.
Meanwhile, the defense of the relationship of the subjects with Basic Education and
families (community representation bodies and monitoring of students from 0 to 6 years old)
are elementary principles of Management and Early Childhood Education. Both involve the
creation of spaces for debate, which advocate the political dimension with a methodology of
participation and listening to the reality of the students. This is a way to strengthen the
practices of knowledge production, mediated by teachers properly trained in institutions of
higher education, and is only possible when centrifugal forces act together with centripetal
forces.
This defense of knowledge raised by many hands, in turn, is constituted as a way to
confront the dismantling of education. Facing the theorization about how centripetal and
centrifugal forces contribute to understand the setbacks, it is also possible to establish
exchanges of knowledge, because, even if the centripetal forces act in a centralizing way, the
production of knowledge and the protagonism of a curriculum do not cease efforts to move
the thought. These, found in the various events and productions developed by educational
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Effects of BNC-Training on the Pedagogy course: In defense of school management and children
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professionals, even in the midst of the pandemic (ALVES; VIEIRA, 2021) reveal that the
movement of forces is continuous and does not cease the dialogical process, always
unfinished and attentive to social issues, an aspect that we seek to address in the next section.
The Pedagogy course in the BNC-Training: dichotomy between early years and
childhood education
We reiterate the discontinuity of public policies, treated with the epistemological
conceptions in the resolutions for teacher education, especially for the education of the
Pedagogue. These indicate the need to review fundamental aspects for education, taking up
concepts consolidated along the trajectory of education. We can cite as an example the change
in the conception of childhood from 0 to 2 years old, of literacy and literacy, of the conception
of childhood and of teaching.
This epistemological conception, achieved in the Resolution of 2006 and 2015, define
Pedagogy as a full degree, while the 2019 resolution establishes in teacher education the
conception of competence and skills, a setback in the education of the pedagogue, with
changes in the conception of childhood and essential themes in management, as we can
observe in this table:
Table 1
–
Comparative of the conceptions of childhood in the legislations that qualify
pedagogues
2006 RESOLUTION
2015 RESOLUTION
2019 RESOLUTION
Art. 4 The degree course in Pedagogy is
intended for the formation of teachers
to exercise teaching functions in Early
Childhood Education and in the initial
years of Elementary
Secondary Education courses, in the
Normal modality, of Professional
Education, in the area of services and
school support
in the area of services and school
support and in other areas in which
pedagogical knowledge is required.
pedagogical knowledge.
Single paragraph. The teaching
activities also include participation in
organization and management of
educational systems and institutions,
comprising
I - planning, execution, coordination,
monitoring and evaluation of tasks
I - planning, execution, coordination,
monitoring, and evaluation of tasks
specific to the Education sector;
Art. 3 Initial and continued
formation are destined,
respectively, to the preparation and
development of professionals for
teaching functions in basic
education in its stages - early
childhood education, elementary
school, high school - and
modalities - youth and adult
education, special education,
professional and technical high
school education, indigenous
school education, rural education,
Quilombola school education, and
distance education - based on a
broad and contextualized
understanding of education and
school education, aiming to ensure
the production and dissemination
of knowledge in a given area and
participation in the development
and implementation of the
institution's political-pedagogical
Art. 3 Based on the same
principles of the generic
competencies established by
the BNCC, the graduate is
required to develop the
corresponding teaching generic
competencies.
Sole paragraph. The generic
teaching competencies, as well
as the specific competencies
and the skills corresponding to
them, indicated in the Annex
that is part of this Resolution,
make up the BNC-Training.
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Ana Lucia Cunha DUARTE and Kallyne Kafuri ALVES
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II - planning, execution, coordination,
follow-up, and evaluation of projects
and
II - planning, execution, coordination,
follow-up, and evaluation of non-school
educational projects and experiences;
III - production and diffusion of
scientific-technological knowledge in
the educational
III - Production and diffusion of
scientific-technological knowledge in
the educational field, in school and non-
school contexts.
project, in order to ensure, with
quality, the rights and learning
objectives and their development,
democratic management, and
institutional assessment.
Source: Prepared by the authors
From the comparison we sought to demonstrate in the table, it is possible to analyze
setbacks as to the dimensions of foundation, exercise, and professionalism for the exercise of
teaching in the first stage of Basic Education. This is because the 2019 Resolution is based on
concepts of competence, also grounded in the BNCC. Thus, as we can analyze throughout this
article and at the culmination of the comparative table, the BNC-Training breaks with the
conception of childhood and management based on comprehensive training, already
exemplified in this text, and constitutes a major setback in the locus of qualification for the
exercise of the profession.
Thus, we can understand that the 2019 Resolution suggests the production of another
curriculum and another project of nation. In it, a reduction of the profession is strengthened,
as well as a broadening of training, opening the field of teaching to different professions. The
indignation for the condition of oppression (FREIRE, 2006) disposed in the legislation, is
strengthened with the legislations that do not stop updating, requiring from the researchers in
education constant vigilance in defense of the rights guaranteed in the profession.
As we can analyze, this resolution of 2019, different from the resolutions of 2006 and
2015, puts in evidence of reduction of research and the dimension of infancies. This can be
seen if analyzed the attempts to devalue and disqualify the conception of integral teaching.
Instead of the triad proposed by the scientific field, the new resolution dilutes the supposed
conception of teaching in competencies (knowledge, practice and engagement). And, as a
result, it restricts the actions of teachers and teaching units, precisely because they do not
meet the demands of the profession.
This, because, in addition to the Resolution of 2019, it is added to the sense of
precariousness of the profession with the Ordinance n. 412 of 2021, which pushes and assigns
accountability to the technique and to the exercise of practice, to the detriment of theory, in
addition to stifling perspectives of autonomy of higher education training institutions. This
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Effects of BNC-Training on the Pedagogy course: In defense of school management and children
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may mean a sense of permanence of posture, reiterating the project of the BNCC and the
BNC-Training, in addition to closing the listening to the scientific production of the area, with
the action of centripetal force that is strengthened. Thus, it is necessary to resist, persisting in
the conception of training in its entirety, ensuring the actions of participation, so well
grounded in the documents and laws of Early Childhood Education and management, as we
sought to demonstrate throughout this text.
In the context of the different meanings produced, we also observed resistance
initiatives, such as the Movement in defense of the Pedagogy course
5
, which provokes
reflections and reasoning about the reductionist aspect presented in the new guidelines. We
can observe elements of strengthening of the public universities, which even with scarce
resources, have been engaged in the formulation of reflections and confrontations in defense
of the full formation in pedagogy.
With the undertaking of studies for the development of the research that underlies this
study, we observed from the literature the demand to recognize the didactic-scientific
autonomy of public institutions of higher education, being the undergraduate and graduate
courses the ideal spaces for discussion about basic principles for teacher education. The
research consulted shows that the BNC-Training can empty the course, with subjects without
foundation, only based on the principles of competencies. Moreover, by the volume of
analysis undertaken in the consulted research (ALBINO; SILVA, 2019; CARDOSO; PIRES,
2020; GONÇALVES; MOTA; ANADON, 2020; SAITO
et al
., 2021; NOGUEIRA
et. al
,
2021; MARQUES, 2021; COSTA
et al
., 2021; FREITAS, 2021), it seems pertinent to revisit
the new national curriculum guidelines for teacher education.
When analyzing the production of knowledge, we recognize that polysemy will always
exist, after all, we live in constant disputes. But, it is urgent to pay attention to the threats to
the course. We can cite as an example the relationship between theory and practice and the
reduction of the profession, including the internships in management, with a specific focus on
the first stage of Basic Education. Therefore, if the workload is reduced, the possibilities of
insertion in the field are also reduced. In this way, we reiterate the sense of commitment to
workers, because we understand that the commitment to the formation of people goes through
the teaching profession and, therefore, we cannot stretch it to the point of making it useless..
5
As an element of resistance to the new guidelines for the formation of teachers, we refer to the Movement in
defense of the Pedagogy Course, with the Meeting of the State Forums in defense of the Pedagogy Course: RJ,
MS, GO, PB and RN. Available in: https://www.youtube.com/watch?v=6MsrtWpxTmM. Access on: 10 Feb.
2021.
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Ana Lucia Cunha DUARTE and Kallyne Kafuri ALVES
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16
It is important to emphasize that this fragility in the scope of the pedagogical
knowledge and the teaching profession, as demonstrated in this article, informs the
dismantling of the Pedagogy Course. This is because the perspectives of mechanization,
regulation and segmentation of the teaching practice are being disputed and increasingly
intensified. In this way, besides the dismantling of the conception of childhood, we find the
weakening of the formation of the manager, who starts to occupy an optional workload at the
end of the course. And it is on these weaknesses, in the new resolution, that we will focus the
theoretical arguments below.
We can analyze this considering the advance of (neo)fascism and educational control
policies (REBUÁ, 2020). The primordial concepts, achieved with the 2006 and 2015
guidelines, are resignified when also removed. And, as a result, we can theorize about the
centripetal and centrifugal forces, which based on the Bakhtinian reading, can be understood
as forces that act in social relations. In this case, the centripetal force is the one that develops
the plastering and homogeneity as opposed to the centrifugal force, open to diversity and
moved from the differences and that links and connects different knowledges (FIORIN,
2006).
And, thus, both in policy-making and in dialogues and relationships, forces can be
observed in the analysis of this conjuncture. Therefore, we understand that the forces of
centripetal movement converge to a homogeneity of the curriculum, hindering the elaboration
of the dimension of diversity, with knowledge articulated and aimed at praxis (FREIRE,
2006). Therefore, the new education project expressed with the new guidelines hinders the
relationship of pedagogical studies with the world, marked and outlined by the cultural
dimension (FREIRE, 1987). The centripetal forces, which advance in the field of education,
threaten the field of teacher education with impacts that can lead to the precarization and
decharacterization of the profession.
As we have learned from Freire, this pedagogical formative process, present in human
formation, is moved by the perspective of praxis, in which mediated by research, it involves
teaching and extension. It is not possible to dissociate knowledge, nor to separate knowledge.
In this way, we are moving towards the homogenization of the curriculum (both in basic
education and higher education). This converges to form students and teachers based on
competencies, reduced to
hour-takers
, without the necessary process of interrelation between
the different areas of knowledge.
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So, if knowledge is fostered by all people and it is in dialogue that we learn, how is it
possible to disregard the relationship between life, profession and social context? We can
observe this if we analyze the four characteristics of dialogical action, expressed by Freire
when theorizing about the Pedagogy of the Oppressed (FREIRE, 1987). The first one refers to
collaboration, which is the movement of believing and betting on the relationship between
people. The second characteristic is union, with the relationship between people being a bet
for strengthening and mobilizing formation. The third, which is the organization through the
composition of knowledge from common horizons, with goals and perspectives in favor of
valuing knowledge. The fourth, also expressed in the studies of the Pedagogy of Autonomy,
understands that it is the cultural synthesis that fosters elements of articulation of habits,
customs, histories, and ways of living of each member or group of society (FREIRE, 1987;
FREIRE, 2006).
These four characteristics will underpin the proposition that centrifugal forces need to
occupy our analyses of educational policies provoking different listening and interference
spaces in the process of destabilizing and supporting heterogeneity (BAKHTIN, 2011). Thus,
we believe that these new resolutions invite us to read the world to punctuate the words of
analysis and elaboration of Brazilian education. That is, through the four politico-pedagogical
characteristics, developed by Freire (1987), associated with the centrifugal forces
(BAKHTIN, 2011), that we are inspired to rely on the other to combat the homogenization for
the domination of the people. In this way, it may be possible to organize ourselves in defense
of the educational aspects and the accumulation of knowledge and research, as we detail
below in our final considerations.
Final remarks
In the proposal to understand the centrifugal forces as an element of homogenization
and standardization of curricula, caused mainly by the opposition or domination of
knowledge, we observe how the BNC-training (BRAZIL, 2019) hinders the exercise of
knowledge articulation. Therefore, we insist on a reading of the world through the dialogical
relationship, which values the importance of the act of reading (FREIRE, 1986). Reading, in
turn, is a way to understand the evidence of regression expressed in the new resolution, and is
an example of a movement that destabilizes and provides an opportunity for different ways of
thinking.
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Ana Lucia Cunha DUARTE and Kallyne Kafuri ALVES
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With notes of discontinuity between initial and continuing education, already
mentioned in this article, we observe evidence about the discourse of individual
accountability, especially of teachers. This process maps, even, the success or failure of
education (DOURADO; SIQUEIRA, 2019, p. 05) based on the accountability of education
workers. Thus, we analyze that the BNC-Training is very close to what we experienced in the
trajectory in education, with the re-edition of the higher normal course. This policy,
developed around the end of the 1990s, has as its strategy to segment training, with practices
of homogenization of curricula.
This centrality in a common content moves a centrifugal force that leads all other
curricula to the same path, with processes focusing on competencies and know-how
techniques. In this project of education, the new resolution unveils itself as a way to separate
and segregate knowledge. In relation to Management and Early Childhood Education, we
observe the fragmentation of training, from three independent teacher training courses
(multidisciplinary for Early Childhood Education, multidisciplinary Elementary Education
and initial years, and multidisciplinary Elementary Education).
Considering the problematic and the context of development of teacher education
policies, we focus this article on the analysis of the conception of management in Early
Childhood Education. In the considerations of this text, we understand the specific objectives
of rememorating the trajectory of the Pedagogy Course, highlighting the threats and setbacks
and projecting perspectives in defense of the full formation in graduation. Para isso, nos
atemos a evidência da literatura do campo da educação, com pesquisas cuja temática tem tem
expressado resultados e apontamentos sobre as novas reformulações.
It was possible to observe that as the alterations are reformulated, threats to the
Pedagogy Course are perceived. As the formation of teachers is a fundamental element in the
formation of society. We understand that the meanings given to Management and Early
Childhood Education in the new guidelines for teacher education are worrisome. As we have
seen, the data indicate that the training is threatened from the fundamentals to the internship
practices.
In this sense, we affirm our defense of undergraduate courses, carried out in higher
education institutions through teaching, research, and extension. We believe that the
formation of educators cannot be fragmented, nor inseparable in its disciplines. Therefore, the
idea of a segmented education, which disconnects childhood and dissociates educational and
school management from all the disciplines, cannot be sustained.
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Thus, we understand that the fight for the specificity of the teaching work involves
fighting for praxis, that is, for the articulation between theory and practice based on principles
of conscientization. And, in this sense, we cannot lose the dimension of interconnection
between the different areas of knowledge with the pedagogy course. The idea of an
interdisciplinary training and with the different areas in dialogue is strengthened from the
conception of polysemy, in which different meanings meet and potentiate, even with
dissonances.
Democratic management, evaluation, and regulation are also aspects that emerged in
the literature analysis. Our reading suggests that the BNC-Training ignores the principles of
the legislation, the foundations of the profession, the goals and strategies of the education
plans, and the social movements. It also affirms the idea of management articulated with
teaching, respectful of the National Education Plan, whose appreciation of the worker and the
participation mechanisms are one of the established goals. With this, it reinforces the need for
the National Popular Conferences on Education, whose affirmation is of an education that
does not go backwards in its basic rights and guarantees. Therefore, against the reductionist
view of work, it is necessary to resist the dichotomy between thinking and doing, with the
polysemy and the forces treated by Bakhtin being an important starting point to rethink this.
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Submitted
: 28/04/2022
Revisions required
: 03/06/2022
Approved
: 21/08/2022
Published
: 30/09/2022
Processing and publication by the Editora Ibero-Americana de Educação.
Correction, formatting, standardization and translation.