image/svg+xmlEditorial – O dia em que a Nação Brasileira enviou uma carta à Sociedade Brasileira RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 1 EDITORIAL – O DIA EM QUE A NAÇÃO BRASILEIRA ENVIOU UMA CARTA À SOCIEDADE BRASILEIRA EDITORIAL – EL DÍA EN QUE LA NACIÓN BRASILEÑA ENVIÓ UNA CARTA A LA SOCIEDAD BRASILEÑA EDITORIAL - THE DAY THE BRAZILIAN NATION SENT A LETTER TO BRAZILIAN SOCIETY Sebastião de Souza LEMES1José Anderson SANTOS CRUZ2Peço licença aos leitores para me apropriar de um nome que desde há muito reverencio e presto homenagem, estou falando de Umberto Eco, escritor, filósofo, crítico literário que, em sua conferência na Columbia University nos anos da década de 1990, nos traz um significativo manifesto contra o que denominou de Fascismo Eterno, com inigualável didatismo. O momento atual no Brasil se nos impõe certa atenção para fatos e manifestações que têm sido apresentados à nossa sociedade uma vez que interesses em produzir as mensagens embaçam o visual e a percepção dos cidadãos, a forma como os fatos são tratados e compostos em narrativas que desqualificam o próprio fato; é o que parece ser assumindo o papel do que é. Enfim é, por meio de nova roupagem, apresentar novos significados para os tradicionais hábitos do patriarcalismo autoritário e intolerante. Essa roupagem apresenta uma tradição impregnada de um conservadorismo com traços de fundamentalismo onde a visão e concepção de modernidade não cabem, pois, no tradicional, há um espaço claro para o sincretismo enquanto uma combinação de diferentes crenças e práticas e, por isso, tolerante a contradições, no fundamentalismo não. Intérpretes fundamentalistas dos diferentes matizes, distorceram esses ensinamentos dos seus princípios e procuram perpetrar práticas preconceituosas, discriminadoras e dominação de gênero, isso, por sua natureza de origem induz à violência e à intolerância nas comunidades. Esse tradicionalismo conservador e intolerante se apoia e faz emergirem as verdades primitivas, que são apenas discursos sobre a verdade, mas obscurecem 1Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara – SP – Brasil. Professor no Departamento de Ciências da Educação. Doutorado em Psicologia (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0750-9294. E-mail: ss.lemes2@gmail.com 2Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (PECEGE) (ESALQ/USP MBAs), Piracicaba – SP – Brasil. Professor Associado. Doutorado em Educação Escolar (FCLAr/UNESP). Editor na Editora Ibero-Americana de Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5223-8078. E-mail: andersoncruz.unesp@gmail.com
image/svg+xmlSebastião de Souza LEMES e José Anderson Santos CRUZRPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 2 a mensagem pela ausência de localização e como já estão ditas não dão espaços para novas verdades, cabem apenas as interpretações e reapresentações com diferentes roupagens narrativas/discursivas, assim não pode haver contradição, não pode haver mudanças ou mesmo a evolução do conhecimento... Esse tradicionalismo obscurantista recusa a “depravação produzida pela modernidade”(sic) e, ao desqualificar a razão empodera a irracionalidade que é onde a ação é tida com valor per si, por isso, deve se realizar sem reflexão ou criticidade. Nesse contexto, é onde o contraditório, além da evidencia natural da diferença, tido como motor do conhecimento, é considerado traição, o fascismo e o fundamentalismo se intimidam pelo diferente. Há que se ter certo cuidado, uma vez que os frustrados e os insatisfeitos estarão disponíveis para a aceitação desse tipo de crença, pois na dimensão identitária somos do mesmo país, aí temos a origem do nacionalismo e da xenofobia. Nos dias atuais, esse tipo de discurso com esse tipo de narrativa, adquire um tom de populismo nacionalista em mídias impregnadas de fake news com a única finalidade de desinformar e despolitizar por meio de memese ameaças via Instagrans, Whatsapps ou qualquer outro meio nas redes sociais, pois, esses são os campos por onde o(s) discurso(s) pode(m) ser qualquer coisa, desde que agrade um lado e ameace ou mesmo aterrorize o outro. Democracias podem ser destruídas pela via da sua própria subversão pelo desfiguramento gradual das práticas e dos direitos democráticos ou pelas tendências fascistas do fechamento coercitivo, das instituições da República, de qualquer modo, em conjuntura de desarranjo institucional, como o que vemos hoje, multiplicam-se as oportunidades para tanto entre as brechas que os tempos de crise proporciona. É um momento de se desobscurecer a lógica falaciosa, os fatos cuidadosamente “escolhidos”e a coerência sofista que estão entranhados nas gretas sombrias da sociedade e ocultos nas cavernas interconectadas pelos subterrâneos das redes socias e deep webs,bastante úteis para ativismo de anonimato e, por meio destes lobos repetem tantas vezes que o céu vai desabar que acabam por convencer as galinhas a deixarem os galinheiros e irem se esconder, para se proteger, nas suas tocas. Confira a Carta em defesa do Estado Democrático de Direito na íntegra Em agosto de 1977, em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos Cursos Jurídicos no País, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos.
image/svg+xmlEditorial – O dia em que a Nação Brasileira enviou uma carta à Sociedade Brasileira RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 3 Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte. A semente plantada rendeu frutos. O Brasil superou a ditadura militar. Assembleia Nacional Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições, restabelecendo o estado democrático de direito com a prevalência do respeito aos direitos fundamentais. Temos os poderes da República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal. Sob o manto da Constituição Federal de 1988, prestes a completar seu 34º aniversário, passamos por eleições livres e periódicas, nas quais o debate político sobre os projetos para país sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular. A lição de Goffredo está estampada em nossa Constituição “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral. Nossa democracia cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito. Vivemos em país de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública. Temos muito a caminhar no desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável. O Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios. Pleitos por maior respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude. Nos próximos dias, em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais. Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os vários projetos políticos visando convencer o eleitorado da melhor proposta para os rumos do país nos próximos anos.
image/svg+xmlSebastião de Souza LEMES e José Anderson Santos CRUZRPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 4 Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições. Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional. Assistimos recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão. Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática. Imbuídos do espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos as brasileiras e brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao resultado das eleições No Brasil atual não há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições. Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona: Estado Democrático de Direito Sempre!!!!
image/svg+xmlEditorial – O dia em que a Nação Brasileira enviou uma carta à Sociedade Brasileira RPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 5 Como referenciar este artigo LEMES, S. S.; SANTOS CRUZ, J. A. Editorial – O dia em que a Nação Brasileira enviou uma carta à Sociedade Brasileira. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, jan./dez. 2022. e-ISSN: 1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 Submetido em: 10/08/2022 Publicado em: 30/09/2022 Processamento e edição: Editoria Ibero-Americana de Educação. Revisão, formatação, padronização e tradução.
image/svg+xmlEditorial – El día que la Nación Brasileña envió una carta a la Sociedad Brasileña RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, enero/dic. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 1 EL DÍA EN QUE LA NACIÓN BRASILEÑA ENVIÓ UNA CARTA A LA SOCIEDAD BRASILEÑA EDITORIAL – O DIA EM QUE A NAÇÃO BRASILEIRA ENVIOU UMA CARTA À SOCIEDADE BRASILEIRA EDITORIAL - THE DAY THE BRAZILIAN NATION SENT A LETTER TO BRAZILIAN SOCIETY Sebastião de Souza LEMES1José Anderson SANTOS CRUZ2Pido a los lectores que se apropien de un nombre que he venerado y homenajeado durante mucho tiempo, estoy hablando de Umberto Eco, escritor, filósofo, crítico literario que, en su conferencia en la Universidad de Columbia en la década de 1990, nos trae un manifiesto significativo contra lo que él llamó Fascismo Eterno, con un didáctico sin igual. El momento actual en Brasil nos impone cierta atención por hechos y manifestaciones que se han presentado a nuestra sociedad, ya que los intereses en producir los mensajes desdibujan la visual y la percepción de los ciudadanos, la forma en que los hechos son tratados y compuestos en narrativas que descalifican el hecho mismo; es lo que parece estar asumiendo el papel de lo que es. Finalmente, a través de nuevas vestimentas, presentar nuevos significados para los hábitos tradicionales del patriarcado autoritario e intolerante. Esta vestimenta presenta una tradición impregnada de un conservadurismo con trazas de fundamentalismo donde la visión y concepción de la modernidad no encajan, pues, en lo tradicional, hay un espacio claro para el sincretismo como combinación de diferentes creencias y prácticas y, por tanto, tolerante a las contradicciones, en el fundamentalismo no. Intérpretes fundamentalistas de diferentes tonalidades han distorsionado estas enseñanzas de sus principios y buscan perpetrar prácticas prejuiciosas, discriminatorias y de dominación de género, esto por su naturaleza de origen induce a la violencia y la intolerancia en las comunidades. Este tradicionalismo conservador e intolerante se apoya y saca a relucir verdades primitivas, que son solo discursos sobre la verdad, 1Universidad Estatal Paulista (UNESP)), Araraquara – SP – Brasil. Profesor del Departamento de Ciencias de la Educación. Doctor en Psicología (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0750-9294. E-mail: ss.lemes2@gmail.com 2Programa de Educación Continua en Economía y Gestión Empresarial (PECEGE) (ESALQ/USP MBAs), Piracicaba – SP – Brasil. Profesor Asociado. Doctorado en Educación Escolar (FCLAr/UNESP). Editor en la Editora Iberoamericana de Educación. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5223-8078. E-mail: andersoncruz.unesp@gmail.com
image/svg+xmlSebastião de Souza LEMES yJosé Anderson Santos CRUZRPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, enero/dic. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 2 pero oscurecen el mensaje por la ausencia de ubicación y como ya se dicen no dan espacio a nuevas verdades, solo interpretaciones y representaciones con diferente vestimenta narrativa/discursiva, por lo que no puede haber contradicción, no puede haber cambios ni siquiera la evolución del conocimiento... Este tradicionalismo oscurantista rechaza la "depravación producida por la modernidad"(sic) y, al descalificar la razón potencia la irracionalidad que es donde se actúa con valor por sí mismo, por lo tanto, debe llevarse a cabo sin reflexión ni criticidad. En este contexto, es donde lo contradictorio, además de la evidencia natural de la diferencia, tomada como motor del conocimiento, se considera traición, el fascismo y el fundamentalismo se sienten intimidados por lo diferente. Hay que tener cuidado, ya que los frustrados y los insatisfechos estarán disponibles para la aceptación de este tipo de creencias, porque en la dimensión identitaria somos del mismo país, ahí tenemos el origen del nacionalismo y la xenofobia. En estos días, este tipo de discurso con este tipo de narrativa, adquiere un tono de populismo nacionalista en medios impregnados de fake news conel único propósito de desinformar y despolitizar a través de memesy amenazas a través de Instagram, WhatsAppcualquier otro medio en las redes sociales, porque estos son los campos a través de los cuales el (los) discurso (s) pueden ser cualquier cosa, siempre y cuando agrade a un lado y amenace o incluso aterrorice al otro. Las democracias pueden ser destruidas por el camino de su propia subversión por la desfiguración gradual de las prácticas y derechos democráticos o por las tendencias fascistas de cierre coercitivo, de las instituciones de la República, en todo caso, en una coyuntura de desorden institucional, como vemos hoy, las oportunidades para tanto se multiplican entre las brechas que brindan los tiempos de crisis. Es un momento para desoscurecer la lógica falaz, los hechos cuidadosamente "elegidos" yla coherencia sofista que están arraigados en las oscuras grietas de la sociedad y escondidos en las cuevas interconectadas por las redes sociales subterráneas y deep webs,muy útil para el activismo del anonimato y, a través de estos lobos repiten tan a menudo que el cielo se derrumbará que acaban convenciendo a los pollos de que dejen las gallinas y se escondan, para protegerse, en sus madrigueras. Echa un vistazo a la Carta en defensa del Estado Democrático de Derecho en su totalidad En agosto de 1977, en medio de las celebraciones del sesquicentenario de la fundación de los Cursos jurídicos en el país, el profesor Goffredo da Silva Telles Junior, maestro de todos nosotros, en el territorio libre de Largo de São Francisco, leyó la Carta a los brasileños, en la que denunció la ilegitimidad del entonces gobierno militar y el estado de excepción en el que vivíamos.
image/svg+xmlEditorial – El día que la Nación Brasileña envió una carta a la Sociedad Brasileña RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, enero/dic. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 3 También pidió el restablecimiento del estado de derecho y la convocatoria de una Asamblea Nacional Constituyente. La semilla plantada dio frutos. Brasil superó la dictadura militar. La Asamblea Nacional Constituyente rescató la legitimidad de nuestras instituciones, restaurando el estado democrático de derecho con la prevalencia del respeto a los derechos fundamentales. Tenemos las facultades de la República, el Ejecutivo, el Legislativo y el Poder Judicial, todos independientes, autónomos y comprometidos a respetar y velar por el cumplimiento del pacto mayor, la Constitución Federal. Bajo el manto de la Constitución Federal de 1988, a punto de cumplir su 34 aniversario, pasamos por elecciones libres y periódicas, en las que el debate político sobre los proyectos de país siempre ha sido democrático, siendo la decisión final la soberanía popular. La lección de Goffredo está estampada en nuestra Constitución: "Todo poder emana del pueblo, que lo ejerce a través de sus representantes electos o directamente, bajo esta Constitución". Nuestras elecciones con el proceso electrónico de verificación han servido de ejemplo en el mundo. Hemos tenido varias alternancias de poder con respecto a los resultados de las encuestas y la transición republicana de gobierno. Las máquinas de votación electrónica demostraron ser seguras y confiables, al igual que la Justicia Electoral. Nuestra democracia ha crecido y madurado, pero queda mucho por hacer. Vivimos en un país de profundas desigualdades sociales, con deficiencias en los servicios públicos esenciales, como la salud, la educación, la vivienda y la seguridad pública. Tenemos mucho que hacer para desarrollar nuestro potencial económico de una manera sostenible. El Estado es ineficiente ante sus numerosos desafíos. Las pretensiones de un mayor respeto e igualdad de condiciones en materia de raza, género y orientación sexual aún están lejos de ser atendidas con la debida plenitud. En los próximos días, en medio de estos desafíos, tendremos el inicio de la campaña electoral para la renovación de los mandatos de las legislaturas y ejecutivos estatales y federales. En este punto, deberíamos tener la cúspide de la democracia con la disputa entre los diversos proyectos políticos encaminados a convencer al electorado de la mejor propuesta para la dirección del país en los próximos años.
image/svg+xmlSebastião de Souza LEMES yJosé Anderson Santos CRUZRPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, enero/dic. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 4 En lugar de un partido cívico, estamos atravesando un momento de inmenso peligro para la normalidad democrática, riesgo para las instituciones de la República e insinuaciones de desprecio por el resultado de las elecciones. Los ataques infundados y no acompañados de evidencia cuestionan la suavidad del proceso electoral y el estado democrático de derecho tan duramente ganado por la sociedad brasileña. Las amenazas a otros poderes y sectores de la sociedad civil y la incitación a la violencia y la ruptura del orden constitucional son intolerables. Recientemente hemos sido testigos de desvaríos autoritarios que han puesto en riesgo la democracia secular estadounidense. Allí los intentos de desestabilizar la democracia y la confianza del pueblo en la suavidad de las elecciones no han tenido éxito, ni tendrán éxito. Nuestra conciencia cívica es mucho mayor de lo que imaginan los opositores a la democracia. Sabemos dejar diferencias menores en favor de algo mucho mayor, la defensa del orden democrático. Imbuidos del espíritu cívico que sustentó la Carta a los brasileños de 1977 y reunidos en el mismo territorio libre del Largo de São Francisco, independientemente de la preferencia electoral o partidaria de cada uno, llamamos a los brasileños a estar alerta en la defensa de la democracia y el respeto por el resultado de las elecciones. En Brasil hoy no hay más espacio para reveses autoritarios. La dictadura y la tortura pertenecen al pasado. La solución de los inmensos desafíos de la sociedad brasileña pasa necesariamente por el respeto al resultado de las elecciones. En una vigilia cívica contra los intentos de rupturas, gritamos de una manera unisones: ¡¡¡¡Estado democrático de derecho siempre!!!!
image/svg+xmlEditorial – El día que la Nación Brasileña envió una carta a la Sociedad Brasileña RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, enero/dic. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 5 Cómo hacer referencia a este artículo LEMES, S. S.; SANTOS CRUZ, J. A. Editorial – El día que la Nación Brasileña envió una carta a la Sociedad Brasileña. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, enero/dic. 2022. e-ISSN: 1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 Enviado en: 10/08/2022 Publicado en: 30/09/2022 Procesamiento y edición: Editora Iberoamericana de Educación - EIAE. Corrección, formateo, normalización y traducción.
image/svg+xmlEditorial - The day the Brazilian nation sent a letter to Brazilian societyRPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 1 EDITORIAL - THE DAY THE BRAZILIAN NATION SENT A LETTER TO BRAZILIAN SOCIETY EDITORIAL – O DIA EM QUE A NAÇÃO BRASILEIRA ENVIOU UMA CARTA À SOCIEDADE BRASILEIRA EL DÍA EN QUE LA NACIÓN BRASILEÑA ENVIÓ UNA CARTA A LA SOCIEDAD BRASILEÑA Sebastião de Souza LEMES1José Anderson SANTOS CRUZ2I ask the readers' permission to appropriate a name that I have long revered and paid homage to, I am talking about Umberto Eco, writer, philosopher, and literary critic who, in his lecture at Columbia University in the 1990's, brought us a significant manifesto against what he called Eternal Fascism, with unequaled didacticism. The current moment in Brazil imposes on us a certain attention for facts and manifestations that have been presented to our society, once the interests in producing the messages blur the visual and the perception of the citizens, the way the facts are treated and composed in narratives that disqualify the fact itself; it is what seems to be assuming the role of what is. In short, it is, by means of new clothes, presenting new meanings for the traditional habits of authoritarian and intolerant patriarchalism. This clothing presents a tradition impregnated with a conservatism with traces of fundamentalism where the vision and conception of modernity do not fit, because, in the traditional, there is a clear space for syncretism as a combination of different beliefs and practices and, therefore, tolerant to contradictions, but not in fundamentalism. Fundamentalist interpreters of different shades, have distorted these teachings from their principles and seek to perpetrate prejudiced, discriminatory practices and gender domination, this, by its nature of origin induces violence and intolerance in the communities. This conservative and intolerant traditionalism supports and brings out the primitive truths, which are only speeches about truth, but obscure the message by the absence of location and, as they are already said, do not 1São Paulo State University (UNESP), Araraquara – SP – Brazil. Professor in the Department of Educational Sciences. Doctorate in Psychology (USP). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0750-9294. E-mail: ss.lemes2@gmail.com 2Continuing Education Program in Economics and Business Management (PECEGE) (ESALQ/USP MBAs), Piracicaba – SP – Brazil. Associate Professor. Doctorate in School Education (FCLAr/UNESP). Editor at Editora Ibero-Americana de Educação. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5223-8078. E-mail: andersoncruz.unesp@gmail.com
image/svg+xmlSebastião de Souza LEMES and José Anderson Santos CRUZRPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 2 give room for new truths, only interpretations and re-presentations with different narrative/discursive clothes, so there can be no contradiction, no change or even the evolution of knowledge... This obscurantist traditionalism refuses the "depravity produced by modernity" (sic) and, by disqualifying reason, empowers irrationality, which is where action is taken as a value per se, and therefore, should be performed without reflection or criticism. In this context, it is where the contradictory, beyond the natural evidence of difference, taken as the engine of knowledge, is considered treason, fascism and fundamentalism are intimidated by the different. One has to be careful, since the frustrated and the dissatisfied will be available for the acceptance of this type of belief, because in the identity dimension we are from the same country, there we have the origin of nationalism and xenophobia. Nowadays, this kind of discourse with this kind of narrative acquires a tone of nationalist populism in media impregnated with fake news with the sole purpose of misinforming and depoliticizing through memes and threats via Instagrans, Whatsapps or any other means in social networks, because these are the fields where the discourse(s) can be anything, as long as it pleases one side and threatens or even terrorizes the other. Democracies can be destroyed by their own subversion through the gradual disfiguring of democratic rights and practices, or through the fascist tendencies of coercive closure of the institutions of the Republic. It is a moment to unmask the fallacious logic, the carefully "chosen" facts and the sophist coherence that are ingrained in the shadowy crevices of society and hidden in the caves interconnected by the subterranean social networks and deep webs, quite useful for anonymity activism and, through these wolves they repeat so often that the sky is going to collapse that they end up convincing the chickens to leave the henhouses and go hide, to protect themselves, in their dens. Check out the full Letter in defense of the Democratic Rule of Law In August 1977, in the midst of the celebrations of the sesquicentennial of the foundation of Legal Courses in the country, Professor Goffredo da Silva Telles Junior, master of us all, in the free territory of Largo de São Francisco, read the Letter to Brazilians, in which he denounced the illegitimacy of the then military government and the state of exception in which we lived. It also called for the reestablishment of the rule of law and the convocation of a National Constituent Assembly. The seed planted bore fruit. Brazil has overcome the military dictatorship.
image/svg+xmlEditorial - The day the Brazilian nation sent a letter to Brazilian societyRPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 3 The National Constituent Assembly restored the legitimacy of our institutions, reestablishing the democratic rule of law with the prevalence of respect for fundamental rights. We have the powers of the Republic, the Executive, the Legislative, and the Judiciary, all independent, autonomous, and committed to respecting and ensuring the observance of the greatest pact, the Federal Constitution. Under the mantle of the 1988 Federal Constitution, about to celebrate its 34th anniversary, we have gone through free and periodic elections, in which the political debate about the projects for the country has always been democratic, the final decision being left to popular sovereignty. Goffredo's lesson is embodied in our Constitution: "All power emanates from the people, who exercise it through their elected representatives or directly, under the terms of this Constitution. Our elections with the electronic counting process have served as an example to the world. We have had several alternations of power with respect to the results of the ballot box and republican transition of government. The electronic ballot boxes have proven to be safe and reliable, as has the Electoral Justice. Our democracy has grown and matured, but much remains to be done. We live in a country of profound social inequalities, with a lack of essential public services, such as health, education, housing and public security. We have a long way to go in developing our economic potential in a sustainable way. The State is inefficient in the face of its innumerable challenges. Demands for greater respect and equality of conditions in terms of race, gender, and sexual orientation are still far from being fully met. In the coming days, in the midst of these challenges, we will have the beginning of the electoral campaign for the renewal of mandates in the state and federal legislatures and executives. At this moment, we should have the apex of democracy with the dispute between the various political projects aimed at convincing the electorate of the best proposal for the direction of the country in the coming years. Instead of a civic party, we are going through a moment of immense danger to the democratic normality, risk to the institutions of the Republic and insinuations of disrespect to the result of the elections.
image/svg+xmlSebastião de Souza LEMES and José Anderson Santos CRUZRPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 4 Unfounded and unproven attacks question the fairness of the electoral process and the democratic rule of law so hard won by Brazilian society. The threats to the other powers and sectors of civil society and the incitement to violence and the breakdown of the constitutional order are intolerable. We have recently witnessed authoritarian excesses that jeopardized the secular democracy in the United States. There, the attempts to destabilize democracy and the people's confidence in the fairness of elections were unsuccessful. Our civic conscience is much greater than the opponents of democracy imagine. We know how to put aside minor differences for the sake of something much bigger, the defense of the democratic order. Imbued with the civic spirit that underpinned the Letter to Brazilians of 1977 and gathered in the same free territory of Largo de São Francisco, regardless of the electoral or party preferences of each one, we call on Brazilians to be alert in defense of democracy and respect for the election results In today's Brazil there is no more room for authoritarian setbacks. Dictatorship and torture belong to the past. The solution to the immense challenges facing Brazilian society necessarily involves respect for the results of the elections. In civic vigil against attempts at rupture, we cry out in unison: Democratic Rule of Law Always!!!!
image/svg+xmlEditorial - The day the Brazilian nation sent a letter to Brazilian societyRPGE– Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029 DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 5 How to reference this article LEMES, S. S.; SANTOS CRUZ, J. A. Editorial – The day the Brazilian nation sent a letter to Brazilian society. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 26, n. 00, e022000, Jan./Dec. 2022. e-ISSN: 1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v26i00.17227 Submitted: 10/08/2022 Published: 30/09/2022 Processing and publishing by the Editora Ibero-Americana de Educação. Correction, formatting, standardization and translation.