RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 1
FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PROFISSIONAIS COMO APOIO A INCLUSÃO
E PARTICIPAÇÃO DE PESSOAS COM SURDOCEGUEIRA
FORMACIÓN DE PROFESORES Y PROFESIONALES PARA APOYAR LA
INCLUSIÓN Y PARTICIPACIÓN DE PERSONAS CON SORDOCEGUERA
EDUCATION OF TEACHERS AND PROFESSIONALS TO SUPPORT THE
INCLUSION AND PARTICIPATION OF PEOPLE WITH DEAFBLINDNESS
Shirley Rodrigues MAIA1
e-mail: maryshilly@yahoo.com.br
Fernanda Cristina FALKOSKI2
e-mail: fernandacfalkoski@gmail.com
Como referenciar este artigo:
MAIA, S. R.; FALKOSKI, F. C. Formação de professores e
profissionais como apoio a inclusão e participação de pessoas com
surdocegueira. Revista on line de Política e Gestão Educacional,
Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029.
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930
| Submetido em: 10/03/2022
| Revisões requeridas em: 25/11/2022
| Aprovado em: 10/01/2023
| Publicado em: 13/05/2023
Editor:
Prof. Dr. Sebastião de Souza Lemes
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Associação Educacional para Múltipla Deficiência (AHIMSA), São Paulo SP Brasil. Sócia Fundadora. Pós-
doutorado (UFSCAR).
2
Associação Educacional para Múltipla Deficiência (AHIMSA), São Paulo SP Brasil. Coordenadora
Pedagógica. Doutoranda em Educação Especial (UFSCAR).
Formação de professores e profissionais como apoio a inclusão e participação de pessoas com surdocegueira
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 2
RESUMO: Este artigo visa retratar a formação continuada de professores e profissionais para
atuação na surdocegueira e na deficiência múltipla sensorial, nas funções de guia-intérprete e
instrutor mediador. As formações ocorreram durante o período de pandemia, causada pelo
COVID-19, entre setembro de 2020 e agosto de 2021. Tem-se como metodologia apresentar a
organização do curso, totalmente remoto, que ocorreu com a parceria entre a SMPED e o Grupo
Brasil. Foram selecionados 70 profissionais da prefeitura de São Paulo, sendo professores e
intérpretes de Libras, para participar do curso de guia-intérprete e 15 profissionais de diferentes
cidades do Brasil, entre professores e intérpretes, para a função de instrutor mediador. Como
resultado, destaca-se a forma como ocorreram as atividades síncronas, práticas e estágios, sendo
que garantiu a efetivação e participação das pessoas com surdocegueira e deficiência múltipla
sensorial em diferentes situações do dia a dia, como telejornais, leitura de livros e participação em
congressos.
PALAVRAS-CHAVE: Surdocegueira. Deficiência Múltipla Sensorial. Formação continuada.
Inclusão. Acessibilidade.
RESUMEN: Este artículo tiene como objetivo detallar la educación continua de profesores y
profesionales para trabajar en sordoceguera y discapacidad sensorial múltiple, en las funciones
de guía-intérprete e instructor mediador. Las capacitaciones tuvieron lugar durante la pandemia
de COVID-19 entre septiembre de 2020 y agosto de 2021. La metodología consiste en presentar
la organización del curso, totalmente a distancia, que ocurrió con la asociación entre SMPED y
el Grupo Brasil. Seleccionamos a 70 profesionales de la ciudad de São Paulo, siendo profesores e
intérpretes de Libras, para participar en el curso de guía-intérprete y 15 profesionales de
diferentes ciudades de Brasil, entre profesores e intérpretes, para la función de mediador
instructor. Como resultado, destacamos la forma en que ocurrieron las actividades, prácticas y
pasantías sincrónicas, y aseguramos la efectividad y participación de las personas con
sordoceguera y discapacidad sensorial múltiple en diferentes situaciones de la vida cotidiana,
como noticias de televisión, lectura de libros, participación en congresos.
PALABRAS CLAVE: Sordoceguera. Deterioro sensorial múltiple. Formación permanente.
Inclusión. Accesibilidad.
ABSTRACT: This article aims to portray the continuing education of teachers and professionals
to work in deafblindness and multiple sensory disability, in the functions of guide-interpreter and
mediator instructor. The trainings took place during the COVID-19 pandemic between September
2020 and August 2021. The methodology is to present the organization of the course, totally
remote, which occurred with the partnership between SMPED and the Brazil Group. We selected
70 professionals from the city of São Paulo, being teachers and interpreters of Libras, to
participate in the course of guide-interpreter and 15 professionals from different cities of Brazil,
among teachers and interpreters, for the function of instructor mediator. As a result, we highlight
the way synchronous activities, practices and internships occurred, and ensured the effectiveness
and participation of people with deafblindness and multiple sensory impairment in different
situations of daily life, such as television news, reading books and participation in congresses.
KEYWORDS: Deafblindness. Multiple Sensory Impairment. Continuing education. Inclusion.
Accessibility.
Shirley Rodrigues MAIA e Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 3
Introdução
O Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial é uma
organização filantrópica que vem, ao longo de seus 24 anos, realizando ações para favorecer
os direitos das pessoas com surdocegueira e com deficiência múltipla sensorial. Durante a
pandemia, os membros do grupo participaram de um edital que selecionaria projetos que
viabilizassem a inclusão e os direitos de pessoas com deficiência. Assim, foi apresentada a
proposta do curso de formação de guia-intérprete (GI) para profissionais da rede pública do
município de São Paulo.
A formação específica de guia-intérprete permite: transmitir mensagens,
contextualizar os ambientes e guiar a pessoa com surdocegueira. A transmissão da mensagem
pode ser realizada por meio de transliteração ou interpretação. No caso da transliteração, o
guia-intérprete recebe a mensagem em determinada língua e transmite à pessoa com
surdocegueira na mesma língua, porém usando uma forma de comunicação acessível a essa
pessoa. Por exemplo, o GI ouve a mensagem em língua portuguesa e a transmite em Braille
tátil ou fala ampliada. Diferentemente da situação de interpretação, quando o GI recebe a
mensagem em uma língua e deve transmiti-la em outra. Por exemplo, ouve em língua
portuguesa e transmite por meio da libras tátil ou libras em campo reduzido.
O guia-intérprete também tem a função de ser guia-vidente, ou seja, utilizar as técnicas
de guia para favorecer a orientação e mobilidade com as pessoas com surdocegueira.
Realizando, durante o trajeto, a audiodescrição, descrição tátil, descrição das pessoas e do
ambiente. Informando sobre a rota, obstáculos e os móveis do ambiente, por exemplo.
O guia-intérprete deve realizar a descrição de maneira contextualizada, respeitando o
tempo, a importância e a finalidade das informações passadas para a pessoa com surdo-
cegueira, como as condições do ambiente, as pessoas presentes, a descrição de objetos e das
pessoas. Deve-se iniciar informando o geral e depois o mais específico. Exemplo: se for
preciso descrever uma sala de reunião, primeiro explicar o ambiente e a localização que
deverá ocupar, só depois descrever quem está presente.
Torna-se imprescindível que o guia-intérprete responda sempre às perguntas da pessoa
com surdocegueira, porque isso denota seu interesse e as informações que necessita para
compreender o que está acontecendo ao seu redor.
A função de guia-intérprete e a comunicação tátil foram contempladas em algumas
legislações, demonstrando que, aos poucos, os governos federal, estadual e municipal estão
Formação de professores e profissionais como apoio a inclusão e participação de pessoas com surdocegueira
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 4
reconhecendo a existência da surdocegueira e das necessidades das pessoas com essa
deficiência.
Dentre elas, podemos citar a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do
Ministério do Trabalho e Emprego na categoria do grupo ocupacional 2614, que se refere aos:
Filólogos, tradutores, intérpretes e afins, na sua subdivisão com título 2614-25 Intérprete de
língua de sinais. Essa classificação contempla as funções de guia-intérprete, intérprete de
libras, intérprete educacional, tradutor de libras e tradutor-intérprete de libras.
A importância do guia-intérprete foi reconhecida na lei federal 10.098/2000, no
capítulo VII, art. 18: “Da acessibilidade nos sistemas de comunicação e sinalização que cita
esse profissional.
Art. 18. O Poder Público implementará a formação de profissionais
intérpretes de escrita em braile, linguagem de sinais e de guias-intérpretes,
para facilitar qualquer tipo de comunicação direta à pessoa portadora de
deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação (BRASIL, 2000,
online).
A Resolução CNE/CEB 2/2001 do Ministério da Educação/Secretaria de Educação
Especial (MEC/SEESP), coloca para os sistemas de ensino o desafio de se organizar para
incluir os alunos e atender suas necessidades educacionais especiais. Mais precisamente, no
Parecer CNB/CEB nº. 17/2001 “Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação
Básica” (BRASIL, 2001). Nesse documento foram instituídas as diretrizes nacionais para a
educação de alunos com deficiência e, pela primeira vez, um documento oficial do governo
federal fez menção aos alunos com surdocegueira e suas necessidades de comunicação. Essa
referência aparece no artigo 2, “Alunos atendidos pela educação especial”.
2. Dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais
alunos, particularmente alunos que apresentam surdez, cegueira, surdo-
cegueira ou distúrbios acentuados de linguagem, para os quais devem ser
adotadas formas diferenciadas de ensino e adaptações de acesso ao currículo,
com utilização de linguagens e códigos aplicáveis, assegurando-se os
recursos humanos e materiais necessários (BRASIL, 2001, online).
E no subitem 2.1, quando cita as formas de comunicação específicas de pessoas com
surdocegueira:
2.1. Em face das condições específicas associadas à surdez, é importante que
os sistemas de ensino se organizem de forma que haja escolas em condições
de oferecer aos alunos surdos o ensino em língua brasileira de sinais e em
língua portuguesa e, aos surdoscegos, o ensino em língua de sinais digital,
Shirley Rodrigues MAIA e Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 5
tadoma e outras cnicas, bem como escolas com propostas de ensino e
aprendizagem diferentes, facultando-se a esses alunos e a suas famílias a
opção pela abordagem pedagógica que julgarem adequada (BRASIL, 2001,
online).
O decreto 5296/2004 (BRASIL, 2004), que regulamenta a lei nº 10.098, estabeleceu as
normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com
deficiência ou com mobilidade reduzida em seu artigo 6º, inciso III:
Serviços de atendimento para pessoas com deficiência auditiva, prestado por
intérpretes ou pessoas capacitadas em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS
e no trato com aquelas que não se comuniquem em LIBRAS, e para pessoas
surdocegas, prestado por guias-intérpretes ou pessoas capacitadas neste tipo
de atendimento (BRASIL, 2004, online).
As diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva de 2008, também cita o guia-intérprete no seu item IV Diretrizes da Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva:
Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na
perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor,
tradutor/intérprete de Libras e guia-intérprete, bem como de monitor ou
cuidador dos estudantes com necessidade de apoio nas atividades de higiene,
alimentação, locomoção, entre outras, que exijam auxílio constante no
cotidiano escolar (BRASIL, 2008, online).
O curso foi organizado para ocorrer de forma brida, mas em decorrência dos
resultados da pandemia COVID-19 ter tido momentos alternados de complicações, o curso
passou a ser somente on-line. Na matriz curricular, existe a disciplina de estágio prático de 80
horas, assim, foi necessário organizá-lo de forma virtual, para favorecer os cursistas e atender
as necessidades das pessoas com surdocegueira.
o curso de Instrutor Mediador (IM) favorece a inclusão de pessoas com
surdocegueira congênita. Ele também ocorreu na modalidade on-line em virtude da pandemia
do COVID-19. A função do instrutor-mediador é estar em contato mais direto com a pessoa
com surdocegueira congênita e/ou com a pessoa com deficiência múltipla sensorial, na sala de
aula em parceria com o professor colaborando no desenvolvimento das atividades, fazendo a
mediação do estudante em aprendizagem e a comunicação com o ambiente e as pessoas. É
necessário ter o conhecimento de técnicas de orientação e mobilidade, pois, segundo Maia
Formação de professores e profissionais como apoio a inclusão e participação de pessoas com surdocegueira
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 6
(2004), essas técnicas favorecem a postura, a marcha e a exploração do ambiente da pessoa
com surdocegueira, bem como a interação com outras pessoas.
Ele deverá proporcionar o acesso à informação, ambientes e materiais, orientados pela
equipe que dirige a escola e pelo professor, para que possa adequar e/ou adaptar recursos e
junto com o professor a flexionar os conteúdos educacionais de acordo com o programa
individual do aluno e suas necessidades. Faz-se fundamental ter conhecimento dos sistemas
alternativos e aumentativos e de formas individuais de comunicação do estudante que
envolvam a recepção e a expressão, oferecendo informações conceituais e adicionais sobre o
que ocorre ao redor do estudante para sua total compreensão. Sua função, também, é estar
sempre ao lado do estudante em todos os lugares que ele frequenta e, se necessário, preparar
recursos acessíveis para que ele possa entender e participar das atividades, principalmente na
vida escolar (BARROSO et al., 2021).
Metodologia
Curso de formação de guia-intérprete
O curso foi dividido em duas turmas, sendo uma com 50 profissionais e a outra com
24 pessoas. As aulas síncronas ocorriam nas quintas-feiras à noite, totalizando 03 horas cada
uma, com teoria e aulas assíncronas compostas por teoria e práticas por meio de chats para
esclarecer dúvidas. Os estágios foram reorganizados para atender às demandas das pessoas
com surdocegueira adquirida, para práticas supervisionadas nas técnicas de comunicação e
acessibilidade da internet.
Foi organizada uma apostila com os conteúdos sobre: Formas de Comunicação,
Aspectos Emocionais, Legislão e Funções do Guia-Intérprete, outros materiais como as
Cartilhas de 1, 2 e 3 Entrado em contato com surdocegueira- Formas de Comunicação,
Orientação e Mobilidade e Estratégias para Interpretação e a Cartilha sobre Síndrome de
Usher.
A etapa online foi realizada pelas plataformas Zoom semanalmente a noite para as
aulas teóricas e trocas de experiências com os alunos e na plataforma Moodle para realização
das atividades das aulas, disponibilização dos textos e atividades pticas.
As inscrições seguiram os seguintes critérios: atuar na rede municipal de educação nos
serviços das Escola Polo bilíngue para Surdos, Escola Bilingue para Surdos (EMEBS), ser
profissional das Diretorias de Ensino (DRE), ser profissional dos 13 Centro de Formação e
Shirley Rodrigues MAIA e Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 7
Apoio a Inclusão (CEFAI
3
). Ter conhecimento ou fluência em Língua Brasileira de Sinais
(Libras).
As disciplinas oferecidas nas modalidades síncrona e assíncrona foram: Terminologia
e Definições e aspectos Gerais da Surdocegueira Adquirida, Sistemas de Comunicação,
Função e Papel do Guia Intérprete, Orientação e Mobilidade, Recursos Acessíveis e
Tecnologia Assistiva, Audiodescrição e descrição tátil e Comunicação Social Háptica.
O curso de Instrutor Mediador
O curso de Instrutor Mediador foi aberto para a comunidade em geral, com aulas em
terças-feiras das 19h30 às 22h para aulas síncronas. E as assíncronas nos demais dias da
semana. Contou, também, com 80 horas de estágio supervisionado com pessoas com
surdocegueira congênita ou pessoas com deficiência Múltipla Sensorial. O público-alvo são
profissionais que têm estudantes com surdocegueira e eso em processo de inclusão nas redes
municipais ou estaduais de educação. Tivemos inscrições de participantes dos Estado de São
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraíba e Alagoas, além de uma
participante do Paraguai, totalizando 16 pessoas inscritas.
As disciplinas oferecidas das aulas síncronas e assíncronas foram: Aspectos Gerais das
Deficiências: Física, Intelectual, Múltipla, Visual, Surdez/Auditiva, Surdocegueira,
Transtorno do Espectro do Autista, Interação e Comunicação, Recursos Acessíveis, Função e
o papel do Instrutor Mediador, Princípios da intervenção, Livros Acessíveis.
Desempenho das Ações
Curso de Guia-Intérprete
A carga horária da turma totalizou 120 horas de curso. 30 horas pela plataforma
Zoom, 24 horas de aula síncrona e 6 horas (1 hora semanal) com chats de retomada de
vidas. Quanto à plataforma Moodle foram realizadas atividades totalizando 90 horas, sendo
10 horas semanais para leitura e realização de atividades. Sobre a realização de 80 horas,
foram organizadas atividades práticas, dentre elas: descrição escrita (no caso das alunas com
surdez a atividade foi realizada por meio de vídeo em libras) de um filme e uma imagem,
3
Zona Sul: Ipiranga, Capela do Socorro, Santo Amaro, Campo Limpo; Zona Norte: Tremembé-Jaçanã,
Freguesia do Ó, Pirituba; Zona Oeste: Butantã; Zona Leste: Guaianases Itaquera, Penha, São Matheus e São
Miguel
Formação de professores e profissionais como apoio a inclusão e participação de pessoas com surdocegueira
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 8
postados na plataforma Moodle, com o total de 20 horas; atividades de interpretação por
meio do WhatsApp, Google Meet e Zoom para os participantes, pessoas com
surdocegueira, no Simpósio do Texas, com atividades síncronas (total de 40 horas) e
assíncronas (total de 20 horas) finalizando o total de 80 horas de estágio.
A carga horária da turma também totalizou 120 horas de curso, sendo 30 horas
pela plataforma Zoom de aula síncrona. Quanto à plataforma Moodle, foram realizadas
atividades totalizando 90 horas, sendo 10 horas semanais para leitura e realização de
atividades. Sobre a realização de 80 horas, foram organizadas atividades práticas, dentre
elas: descrição escrita de um filme e uma imagem, postados na plataforma Moodle, com o
total de 20 horas; atividades de interpretação por meio do WhatsApp, Google Meet e Zoom
para os participantes, pessoas com surdocegueira, no Simpósio do Texas, com atividades
síncronas (total de 40 horas) e assíncronas (total de 20 horas) finalizando o total de 80 horas
de estágio.
No mês de março de 2021 foi realizado o IIº encontro da rede das Américas, tendo
como parceiros para realização a escola do Texas para pessoas com Deficiência Múltipla e
pessoas com surdocegueira. Tivemos a participação de 05 pessoas com surdocegueira e 10
famílias que foram bolsistas do evento.
A necessidade de poder apoiar com serviços de guia-interpretação foi um desafio, pois
o evento todo aconteceria de forma virtual e estávamos em um momento em que não era
possível estar presencialmente com as pessoas com surdocegueira. Dentre as necessidades,
destacamos:
01 que utiliza o Tadoma: que se caracteriza pela percepção da língua oral emitida
mediante a colocação de uma ou duas mãos da pessoa com surdocegueira sobre os
órgãos articulatórios do emissor para perceber sua vibração e movimento
(WATANABE, 2017);
02 que utilizam a fala ampliada: sendo a fala próxima ao melhor ouvido da pessoa
com surdocegueira, sem gritos, mas num tom possível de ser compreendido. Algumas
vezes é preciso mudar a estrutura da frase ou fazer troca de vocabulário para haver
compreensão da informação (BARROSO et al., 2021);
02 que usam Libras em campo reduzido: A língua de sinais é realizada dentro de um
marco espacial pequeno e a uma maior distância para que possa ser percebida pela
Shirley Rodrigues MAIA e Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 9
pessoa com surdocegueira por meio de sua visão quando seu campo visual está estreito
ou reduzido (PLAZAS, 1999; WATANABE, 2017).
A primeira turma teve o total de 50 inscritos sendo de diferentes regiões beneficiadas.
Figura 1 Turma 1- Mapa das Zonas do município de São Paulo
Fonte: Elaborado pelas autoras
A segunda turma teve o total de pessoas inscritas de diferentes regiões.
Figura 2 Mapa da Regiões de são Paulo
Fonte: Elaborado pelas autoras
Z. SUL
Centro
Sul 1
Sul 2
19
Z. Norte 7
Z. Oeste 7
Profissionais de EMEBS..................................07
Profissionais de Escola Polo bilingue...............03
Profissionais das DREs....................................13
01 desistiu
Total de inscritos 50
Profissionais de EMEBS..................................12
Profissionais de Escola Polo bilingue...............09
Profissionais das DREs....................................29
Z. Leste 11
Z. SUL
Centro
Sul 1
Sul 2
10
Z. Oeste 0
Z. Norte
03
Formação de professores e profissionais como apoio a inclusão e participação de pessoas com surdocegueira
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 10
Curso Instrutor Mediador
O curso de instrutor mediador teve 16 pessoas inscritas e de diferentes regiões do
Brasil.
Figura 3 Mapa do Brasil
Fonte: Elaborado pelas autoras
Destacamos que os números apresentados foram significativos em se tratando do
período de pandemia do COVID-19.
Resultados obtidos
As aulas foram ministradas pela plataforma Zoom semanalmente, sempre na sexta-
feira das 19h30 às 21h30 para a turma e 19h às 22h para a turma. As atividades da
plataforma Moodle serviram para trocas de experiências com os alunos e realização das
atividades referentes às aulas, assim como foram disponibilizados alguns textos.
Foram organizadas algumas aulas complementares para esclarecimento e atividades
extras, visando favorecer a acessibilidade da pessoa com surdocegueira durante o evento do
Texas no mês de março. Os alunos foram informados via e-mail, WhatsApp, plataforma
Moodle e Telegram com link da reunião, data e horário.
As aulas gravadas foram disponibilizadas aos alunos, após terem sido traduzidas em
libras. Os materiais elaborados para aulas na plataforma Zoom foram disponibilizados aos
participantes na plataforma Moodle.
Total de participantes no Brasil
Estado de São Paulo....................09
Estado do Rio de Janeiro..............01
Estado de Alagoas........................02
Estado Goiás.................................01
Estado do Rio Grande do Sul........01
Estado da Paraíba.........................01
País: Paraguay..............................01
Total de 16 alunos
Shirley Rodrigues MAIA e Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 11
Foi organizada uma apostila eletrônica e disponibilizada na plataforma Moodle
contendo informações sobre: Formas de Comunicação, Aspectos Emocionais, Legislação e
Funções do Guia-Intérprete que será entregue no CEFAI.
As atividades práticas de estágio foram realizadas por meio de duas plataformas Zoom
e Moodle, com participação de pessoas com surdocegueira. Foram realizadas descrições de
palestras do Evento Internacional Simpósio do Texas da Escola do Texas para pessoas com
Deficiência Múltipla e Surdocegueira durante todo mês de março. O evento ocorreu nos dias
01, 02, 03, e 04 e dias 8, 22 e 29 de março 2021.
A organização do estágio foi feita por meio de um formurio, no qual o aluno
deveria preencher o dia e horário disponíveis para atuar com as pessoas com surdocegueira.
Foram organizados três grupos de interpretação: um deles feito pela escrita em mensagem
via WhatsApp; outro feito pela gravação de áudios via WhatsApp e outro com tradução em
libras via sala criada na plataforma Google Meet. Destaca-se que essa modalidade de
trabalho, dessa forma, foi realizada pela primeira vez no Brasil, ou seja, a oferta do
atendimento remoto para as pessoas com surdocegueira. Este serviço é inédito tanto na
tradução quanto na interpretação. Assim como foi realizada uma live no canal do YouTube
Universo da Surdocegueira Grupo Brasil quando o evento finalizou, para que tanto os
participantes, quanto as pessoas com surdocegueira pudessem relatar essa experiência inédita.
Para o “Simpósio 2021 do Texas sobre Educação para pessoas com Surdocegueira”
tivemos a participação de cinco mulheres brasileiras com surdocegueira, a programação
completa está disponível no anexo 17, tendo a organização e cronograma do simpósio em
português. As palestras aconteceram em dois formatos, síncrono e assíncrono, sendo que as
palestras síncronas aconteceram entre os dias 01, 02, 03, 04, 08, 22 e 29 de março de 2021,
normalmente entre o horário as 15h e 20h. as palestras assíncronas foram disponibilizadas
ao longo do mês dentro de uma plataforma que os participantes tinham acesso, foram 14 no
total.
Para a realização desse trabalho, foram criados alguns grupos no WhatsApp: “Grupo
Geral Texas”, onde estavam todos os participantes, inclusive a coordenação do grupo; “Grupo
fala --- e --- Texas”, onde estavam os participantes que iriam realizar a tradução das palestras
em fala, mas que no segundo dia precisou ser alterado para escrita, em razão da rapidez com
que o simpósio era traduzido para o português, e as mulheres com surdocegueira; “Grupo
escrita --- Texas”, onde estavam todos os participantes que iriam fazer a tradução das
palestras em forma escrita e a mulher com surdocegueira; e, “Grupo libras Texas”, onde
Formação de professores e profissionais como apoio a inclusão e participação de pessoas com surdocegueira
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 12
estavam os participantes que iriam realizar a tradução do simpósio para libras, assim como as
duas mulheres com surdocegueira. Em cada um desses grupos estavam também os professores
e a equipe que atua no estágio.
Durante os momentos de palestra síncrona, os estagiários ficavam conectados ao
evento que acontecia na plataforma Zoom e no WhatsApp ou em outra sala no Google Meet,
sendo que trabalhavam em duplas, se dividindo no tempo e podendo apoiar uns aos outros,
tendo como mais uma possibilidade tirar dúvidas com as professoras que acompanhavam
todas as ações. Ao final de cada palestra, os participantes eram orientados a enviar o registro
da conversa, por meio da opção “exportar conversa” tanto para as professoras quanto para as
pessoas com surdocegueira, assim ficavam com o registro de cada momento.
Porém, não foi possível atender a todos os participantes somente com essa demanda,
pois tínhamos muitos alunos para poucas pessoas com surdocegueira e horários disponíveis.
Dessa forma, foram organizadas outras ações para que pudessem ser aproveitadas, sendo seis
pessoas com surdocegueira que se disponibilizaram para participar desses momentos. Dentre
as ações elencadas, pode-se destacar: Jornal Nacional, Jornal Hoje, Fantástico, TV Cultura,
JW.ORG, notícias em geral e notícias de esporte. Livros que foram transformados em
audiolivros: “O segredo”, “Do outro Lado”, “Renúncia”, “Evangelho segundo o Espiritismo”,
“WEB A Gênese Guillon”, “Guia dos Direitos Humanos Mulheres ONU”.
Como atividade final, após a finalização do simpósio, foi organizada uma live para
contar e divulgar como se deu a organização e realização do trabalho de guias-intérpretes.
Dessa forma, foram convidadas três mulheres com surdocegueira, três estagiários que
participaram e uma professora do curso. A live ficou gravada e foi disponibilizada no
YouTube.
Ao final do curso foi solicitado que os participantes preenchessem uma avaliação a
respeito do curso, sendo apontados alguns aspectos principais. Cada aluno precisou, também,
enviar o relatório completo com as horas e atividades realizadas no estágio.
O registro da atividade prática de 24 horas precisou ser criado em razão da
impossibilidade de encontros presenciais por conta da pandemia do COVID-19. Nesta
atividade, a proposta era ler e estudar um material sobre audiodescrição e, na sequência, os
participantes precisavam realizar a audiodescrição de uma foto e de um pequeno vídeo, sendo
postado na plataforma Moodle.
A segunda turma também possui a chamada completa, juntamente com a atividade de
reposição de aula, ou seja, quando o aluno não conseguia participar de determinada aula, ele
Shirley Rodrigues MAIA e Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 13
poderia assistir à gravação posteriormente, ler os materiais e realizar a atividade para não ter a
falta. A atividade proposta foi de apontar os principais aspectos apresentados em aula, sendo
que, nesses casos, a aula acabava sendo retomada no próximo encontro, assim, nenhum aluno
ficava prejudicado.
O controle de presença nas aulas remotas foi realizado por meio de uma
planilha, construída especificamente para isso, tanto para a plataforma Zoom quanto no chat
Moodle. Somente os participantes que tiveram 75% de frequência no Zoom e a realização de
no mínimo 75% das atividades foram aprovados para o estágio.
Curso de Instrutor mediador
O curso decorreu nas datas previstas e com grande participação dos profissionais
inscritos. Isso posto, todos tinham pessoas com surdocegueira para poder atender e organizar
os planos de ensino. A participante do Paraguai, por exemplo, tem a vivência do Brasil na
área por ter sido professora e guia-intérprete nas escolas da rede municipal e estadual da
educação. Agora, sua atuação se no Paraguai, país que ainda está estruturando os
atendimentos das pessoas com surdocegueira. Houve muita troca de experiências entre os
participantes e a construção do grupo WhatsApp para apoiar as atividades e a mídia Telegram.
Considerações finais
Os cursos de guia-intérprete e instrutor mediador são ações importantes para
promoção de inclusão nas redes municipais e estaduais da educação, a necessidade de novos
editais e ações que possam favorecer mais profissionais para dar o suporte necessário, mas
também uma necessidade de grande divulgação para atender a meta desejada.
Percebemos que os participantes, a princípio, apresentaram certa resistência para
realizar as atividades de forma virtual, mas com o passar do tempo, as ações e o suporte
oferecido pelos profissionais que atuavam da plataforma, assim como os professores, os
alunos foram se tranquilizando e se colocando mais disponíveis. Destacamos, por fim, as
trocas de informações e experiências com as pessoas com surdocegueira.
Formação de professores e profissionais como apoio a inclusão e participação de pessoas com surdocegueira
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 14
REFERÊNCIAS
BARROSO, D. T. et al. O papel do instrutor mediador para promover a escolarização e o
acesso à aprendizagem pelas pessoas com deficiência múltipla sensorial e com surdocegueira.
In: SILVEIRA, É. L.; SANTANA, W. K. F. (org.). Educação, Linguagens e Ensino: saberes
Interconstitutivos. São Carlos, SP: Pedro & João Editores, 2021.
BRASIL. Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2000.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm. Acesso em: 28 out.
2021.
BRASIL. Resolução CNE/CEB n. 2, de 11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília, DF: MEC, 2001.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf. Acesso em: 28 out.
2021.
BRASIL. Decreto n. 5296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de
8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2004. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/D5296.htm. Acesso
em: 28 out. 2021.
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007,
prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de
2008. Brasília, MEC, 2008. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf. Acesso em: 28 out. 2021.
FALKOSKI, F. C. et al. Caderno Técnico sobre Surdocegueira e Deficiência Múltipla
Sensorial. São Paulo, 2021. No prelo.
MAIA, S. R. A educação do Surdocego: Diretrizes Básicas para pessoas não especializadas.
2004. Dissertação (Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento) Universidade
Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2004. Disponível em:
https://perkinsglobalcommunity.org/lac/wp-content/uploads/2021/02/A-Educacao-do-
Surdocego--Diretrizes-Basicas-para-Pessoas-nao-Especializadas_autor-Maia-Shirley.pdf.
Acesso em: 12 ago. 2022.
PLAZAS, M. M. R. Programa de Capacitación de guias-intérpretes empíricos para
personas sordociegas. (Apostila). Santafé de Bogotá, 1999.
WATANABE, D. R. O estado da arte da produção científica na área da surdocegueira no
Brasil de 1999 a 2015. 2017. Dissertação (Mestrado em Educação Especial) Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em:
Shirley Rodrigues MAIA e Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 15
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-13062017-
112304/publico/DALVA_ROSA_WATANABE_rev.pdf. Acesso em: 10 jun. 2022.
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Não aplicável.
Financiamento: Não aplicável.
Conflitos de interesse: Não aplicável.
Aprovação ética: Sim, o trabalho respeitou a ética durante a pesquisa, mas não passou
por comitê de ética.
Disponibilidade de dados e material: Sim, caso haja interesse é necessário entrar em
contato.
Contribuições dos autores: Ambos os autores contribuíram durante a execução das
formações, coleta de dados, análise e escrita do artigo.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 1
EDUCATION OF TEACHERS AND PROFESSIONALS TO SUPPORT THE
INCLUSION AND PARTICIPATION OF PEOPLE WITH DEAFBLINDNESS
FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PROFISSIONAIS COMO APOIO A INCLUSÃO E
PARTICIPAÇÃO DE PESSOAS COM SURDOCEGUEIRA
FORMACIÓN DE PROFESORES Y PROFESIONALES PARA APOYAR LA
INCLUSIÓN Y PARTICIPACIÓN DE PERSONAS CON SORDOCEGUERA
Shirley Rodrigues MAIA1
e-mail: maryshilly@yahoo.com.br
Fernanda Cristina FALKOSKI2
e-mail: fernandacfalkoski@gmail.com
How to reference this paper:
MAIA, S. R.; FALKOSKI, F. C. Education of teachers and
professionals to support the inclusion and participation of people
with deafblindness. Revista on line de Política e Gestão
Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN:
1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930
| Submitted: 10/03/2022
| Revisions required: 25/11/2022
| Approved: 10/01/2023
| Published: 13/05/2023
Editor:
Prof. Dr. Sebastião de Souza Lemes
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Educational Association for Multiple Disabilities (AHIMSA), São Paulo SP Brazil. Founding Partner. Post-
doctorate (UFSCAR).
2
Educational Association for Multiple Disabilities (AHIMSA), São Paulo SP Brazil. Pedagogical Coordinator.
PhD student in Special Education (UFSCAR).
Education of teachers and professionals to support the inclusion and participation of people with deafblindness
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 2
ABSTRACT: This article aims to portray the continuing education of teachers and professionals to
work in deafblindness and multiple sensory disability, in the functions of guide-interpreter and
mediator instructor. The trainings took place during the COVID-19 pandemic between September
2020 and August 2021. The methodology is to present the organization of the course, totally remote,
which occurred with the partnership between SMPED and the Brazil Group. We selected 70
professionals from the city of São Paulo, being teachers and interpreters of Libras, to participate in
the course of guide-interpreter and 15 professionals from different cities of Brazil, among teachers
and interpreters, for the function of instructor mediator. As a result, we highlight the way
synchronous activities, practices and internships occurred, and ensured the effectiveness and
participation of people with deafblindness and multiple sensory impairment in different situations
of daily life, such as television news, reading books and participation in congresses.
KEYWORDS: Deafblindness. Multiple Sensory Impairment. Continuing education. Inclusion.
Accessibility.
RESUMO: Este artigo visa retratar a formação continuada de professores e profissionais para
atuação na surdocegueira e na deficiência múltipla sensorial, nas funções de guia-intérprete e
instrutor mediador. As formações ocorreram durante o período de pandemia, causada pelo
COVID-19, entre setembro de 2020 e agosto de 2021. Tem-se como metodologia apresentar a
organização do curso, totalmente remoto, que ocorreu com a parceria entre a SMPED e o Grupo
Brasil. Foram selecionados 70 profissionais da prefeitura de São Paulo, sendo professores e
intérpretes de Libras, para participar do curso de guia-intérprete e 15 profissionais de diferentes
cidades do Brasil, entre professores e intérpretes, para a função de instrutor mediador. Como
resultado, destaca-se a forma como ocorreram as atividades síncronas, práticas e estágios, sendo
que garantiu a efetivação e participação das pessoas com surdocegueira e deficiência múltipla
sensorial em diferentes situações do dia a dia, como telejornais, leitura de livros e participação em
congressos.
PALAVRAS-CHAVE: Surdocegueira. Deficiência Múltipla Sensorial. Formação continuada.
Inclusão. Acessibilidade.
RESUMEN: Este artículo tiene como objetivo detallar la educación continua de profesores y
profesionales para trabajar en sordoceguera y discapacidad sensorial múltiple, en las funciones
de guía-intérprete e instructor mediador. Las capacitaciones tuvieron lugar durante la pandemia
de COVID-19 entre septiembre de 2020 y agosto de 2021. La metodología consiste en presentar la
organización del curso, totalmente a distancia, que ocurrió con la asociación entre SMPED y el
Grupo Brasil. Seleccionamos a 70 profesionales de la ciudad de São Paulo, siendo profesores e
intérpretes de Libras, para participar en el curso de guía-intérprete y 15 profesionales de diferentes
ciudades de Brasil, entre profesores e intérpretes, para la función de mediador instructor. Como
resultado, destacamos la forma en que ocurrieron las actividades, prácticas y pasantías
sincrónicas, y aseguramos la efectividad y participación de las personas con sordoceguera y
discapacidad sensorial múltiple en diferentes situaciones de la vida cotidiana, como noticias de
televisión, lectura de libros, participación en congresos.
PALABRAS CLAVE: Sordoceguera. Deterioro sensorial múltiple. Formación permanente.
Inclusión. Accesibilidad.
Shirley Rodrigues MAIA and Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 3
Introduction
The Brazil Group for the Support of the Deafblind and the Multiple Sensory is a
philanthropic organization that has, throughout its 24 years, carried out actions to favor the
rights of people with deafblindness and multiple sensory disabilities. During the pandemic,
members of the group participated in a call for proposals that would select projects that would
enable the inclusion and rights of people with disabilities. Thus, the proposal of the guide-
interpreter (GI) training course for professionals from the public network of the city of São
Paulo was presented.
The specific training of guide-interpreter allows: transmit messages, contextualize the
environments and guide the person with deafblindness. The transmission of the message can be
carried out by means of transliteration or interpretation. In the case of transliteration, the guide-
interpreter receives the message in a certain language and transmits it to the person with
deafblindness in the same language, but using a form of communication accessible to that
person. For example, the GI hears the message in Portuguese and transmits it in tactile Braille
or enlarged speech. Unlike the interpretation situation, when the GI receives the message in one
language and must transmit it in another. For example, it listens in Portuguese and transmits
through tactile pounds or pounds in reduced field.
The guide-interpreter also has the function of being a guide-seer, that is, to use the
techniques of guidance to favor orientation and mobility with people with deafblindness.
Performing, during the journey, the audio description, tactile description, description of people
and the environment. Informing about the route, obstacles and furniture of the environment, for
example.
The guide-interpreter must perform the description in a contextualized way, respecting
the time, importance and purpose of the information passed to the person with deaf-blindness,
such as the conditions of the environment, the people present, the description of objects and
people. One should start by stating the general and then the most specific. Example: if you need
to describe a meeting room, first explain the environment and the location it should occupy,
only then describe who is present.
It is essential that the guide-interpreter always answers the questions of the person with
deafblindness, because this denotes his interest and the information, he needs to understand
what is happening around him.
Education of teachers and professionals to support the inclusion and participation of people with deafblindness
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 4
The function of guide-interpreter and tactile communication were contemplated in some
legislations, demonstrating that, little by little, the federal, state and municipal governments are
recognizing the existence of deafblindness and the needs of people with this disability.
Among them, we can mention the Brazilian Classification of Occupations (CBO) of the
Ministry of Labor and Employment in the category of occupational group 2614, which refers
to: Philologists, translators, interpreters and the like, in its subdivision with title 2614-25 Sign
language interpreter. This classification includes the functions of guide-interpreter, interpreter
of pounds, educational interpreter, translator of pounds and translator-interpreter of pounds.
The importance of the guide-interpreter was recognized in federal law No. 10,098/2000,
in chapter VII, art. 18: "Accessibility in communication and signaling systems" that cites this
professional.
Art. 18. The Government will implement the training of professional
interpreters of writing in Braille, sign language and guide-interpreters, to
facilitate any type of direct communication to the person with sensory
impairment and with difficulty of communication (BRASIL, 2000, online, our
translation).
Resolution CNE/CEB 2/2001 of the Ministry of Education/Secretariat of Special
Education (MEC/SEESP) poses to the education systems the challenge of organizing to include
students and meet their special educational needs. More precisely, in CNB/CEB Opinion No.
17/2001 "National Guidelines for Special Education in Basic Education" (BRASIL, 2001). In
this document the national guidelines for the education of students with disabilities were
instituted and, for the first time, an official document of the federal government made mention
of students with deafblindness and their communication needs. This reference appears in article
2, "Students served by special education."
2. Communication and signaling difficulties differentiated from other
students, particularly students who present deafness, blindness, deaf-blindness
or accentuated language disorders, for which differentiated forms of teaching
and adaptations of access to the curriculum should be adopted, using
applicable languages and codes, ensuring the necessary human and material
resources (BRASIL, 2001, online, our translation).
And in sub-item 2.1, when it mentions the specific forms of communication of people
with deafblindness:
2.1. In view of the specific conditions associated with deafness, it is important
that education systems are organized in such a way that there are schools in a
position to offer deaf students the teaching in Brazilian sign language and in
Shirley Rodrigues MAIA and Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 5
Portuguese and, for the deafblind, the teaching in digital sign language,
Tadoma and other techniques, as well as schools with different teaching and
learning proposals, providing these students and their families with the option
of the pedagogical approach they deem appropriate (BRASIL, 2001, online,
our translation).
Decree 5296/2004 (BRAZIL, 2004), which regulates Law No. 10,098, established the
general rules and basic criteria for the promotion of accessibility for persons with disabilities
or reduced mobility in its article 6, item III:
Attendance services for people with hearing impairment, provided by
interpreters or people trained in Brazilian Sign Language - LIBRAS and in
dealing with those who do not communicate in LIBRAS, and for deafblind
people, provided by guides-interpreters or people trained in this type of service
(BRASIL, 2004, online, our translation).
The guidelines of the National Policy of Special Education in the Perspective of
Inclusive Education of 2008, also cites the guide-interpreter in its item IV Guidelines of the
National Policy of Special Education in the Perspective of Inclusive Education:
It is up to the education systems, when organizing special education in the
perspective of inclusive education, to provide the functions of instructor,
translator / interpreter of Libras and guide-interpreter, as well as monitor or
caregiver of students in need of support in activities of hygiene, food,
locomotion, among others, which require constant help in the daily school
(BRASIL, 2008, online, our translation).
The course was organized to take place in a hybrid way, but due to the results of the
COVID-19 pandemic having had alternating moments of complications, the course became
online-only. In the curricular matrix, there is the discipline of practical internship of 80 hours,
so it was necessary to organize it virtually, to favor the students and meet the needs of people
with deafblindness.
The Mediator Instructor (MI) course favors the inclusion of people with congenital
deafblindness. It also took place online due to the COVID-19 pandemic. The function of the
instructor-mediator is to be in more direct contact with the person with congenital deafblindness
and / or with the person with multiple sensory impairment, in the classroom in partnership with
the teacher collaborating in the development of activities, mediating the student in learning and
communication with the environment and people. It is necessary to have the knowledge of
orientation and mobility techniques, because, according to Maia (2004), these techniques favor
Education of teachers and professionals to support the inclusion and participation of people with deafblindness
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 6
the posture, and the exploration of the environment of the person with deafblindness, as well as
the interaction with other people.
It should provide access to information, environments and materials, guided by the team
that directs the school and by the teacher, so that it can adapt and / or adapt resources and
together with the teacher to flex the educational contents according to the individual program
of the student and their needs. It is essential to have knowledge of alternative and augmentative
systems and individual forms of student communication that involve reception and expression,
offering conceptual and additional information about what occurs around the student for their
full understanding. Its function, also, is to always be by the side of the student in all the places
that he attends and, if necessary, to prepare accessible resources so that he can understand and
participate in the activities, especially in school life (BARROSO et al., 2021).
Methodology
Guide-interpreter training course
The course was divided into two classes, one with 50 professionals and the other with
24 people. The synchronous classes took place on Thursday nights, totaling 03 hours each, with
theory and asynchronous classes composed of theory and practices through chats to clarify
doubts. The internships were reorganized to meet the demands of people with acquired
deafblindness, for supervised practices in communication techniques and internet accessibility.
A handout was organized with the contents on: Forms of Communication, Emotional
Aspects, Legislation and Functions of the Guide-Interpreter, other materials such as the
Booklets of 1, 2 and 3 - Contacted with deafblindness - Forms of Communication,
Orientation and Mobility and Strategies for Interpretation and the Primer on Usher Syndrome.
The online stage was carried out by the Zoom platforms weekly in the evening for the
theoretical classes and exchanges of experiences with the students and in the Moodle platform
to carry out the activities of the classes, availability of the texts and practical activities.
The registrations followed the following criteria: to work in the municipal education
network in the services of the Bilingual Polo School for the Deaf, Bilingual School for the Deaf
(EMEBS), to be a professional of the Boards of Education (DRE), to be a professional of the
Shirley Rodrigues MAIA and Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 7
13 Training and Support Center for Inclusion (CEFAI). Have knowledge or fluency in Brazilian
Sign Language (Libras).
3
The subjects offered in the synchronous and asynchronous modalities were:
Terminology and Definitions and General Aspects of Acquired Deafblindness, Communication
Systems, Function and Role of the Interpreter Guide, Orientation and Mobility, Accessible
Resources and Assistive Technology, Audio Description and Tactile Description and Haptic
Social Communication.
The Mediator Instructor course
The Mediator Instructor course was open to the community at large, with classes on
Tuesdays from 7:30 p.m. to 10 p.m. for synchronous classes. And the asynchronous ones on
the other days of the week. It also had 80 hours of supervised internship with people with
congenital deafblindness or people with Multiple Sensory Disabilities. The target audience are
professionals who have students with deafblindness and are in the process of inclusion in
municipal or state education networks. We had registrations from participants from the states
of São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraíba and Alagoas, as well
as one participant from Paraguay, with16 people registered.
The subjects offered in the synchronous and asynchronous classes were: General
Aspects of Disabilities: Physical, Intellectual, Multiple, Visual, Deafness/Hearing,
Deafblindness, Autism Spectrum Disorder, Interaction and Communication, Accessible
Resources, Function and the role of the Mediating Instructor, Principles of intervention,
Accessible Books.
Performance of the actions
Guide-Interpreter Course
The workload of the 1st class totaled 120 hours of coursework. 30 hours by Zoom
platform, 24 hours of synchronous class and 6 hours (1 hour weekly) with chats to resume
doubts. As for the Moodle platform, activities totaling 90 hours were performed, with 10 hours
per week for reading and performing activities. Regarding the realization of 80 hours, practical
3
South Zone: Ipiranga, Capela do Socorro, Santo Amaro, Campo Limpo; North Zone: Tremembé-Jaçanã,
Freguesia do Ó, Pirituba; West Zone: Butantã; East Zone: Guaianases Itaquera, Penha, São Matheus and São
Miguel
Education of teachers and professionals to support the inclusion and participation of people with deafblindness
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 8
activities were organized, among them: written description (in the case of students with
deafness the activity was performed through video in pounds) of a film and an image, posted
on the Moodle platform, with a total of 20 hours; interpretation activities through WhatsApp,
Google Meet and Zoom for the participants, people with deafblindness, at the Texas
Symposium, with synchronous (total of 40 hours) and asynchronous (total of 20 hours)
activities ending the total of 80 hours of internship.
The workload of the 2nd class also totalized 120 hours of course, being 30 hours by the
Zoom platform of synchronous class. As for the Moodle platform, activities totaling 90 hours
were performed, with 10 hours per week for reading and performing activities. About the
realization of 80 hours, practical activities were organized, among them: written description of
a film and an image, posted on the Moodle platform, with a total of 20 hours; interpretation
activities through WhatsApp, Google Meet and Zoom for the participants, people with
deafblindness, at the Texas Symposium, with synchronous (total of 40 hours) and asynchronous
(total of 20 hours) activities ending the total of 80 hours of internship.
In March 2021, the Second Meeting of the Americas Network was held, with the Texas
school for people with Multiple Disabilities and people with deafblindness as partners for the
realization of the Texas school. We had the participation of 05 people with deafblindness and
10 families who were scholarship holders of the event.
The need to be able to support with guide-interpretation services was a challenge,
because the whole event would happen virtually and we were at a time when it was not possible
to be in person with people with deafblindness. Among the needs, we highlight:
01 that uses the Tadoma: which is characterized by the perception of the oral language
emitted through the placement of one or two hands of the person with deafblindness on
the articulatory organs of the emitter to perceive its vibration and movement
(WATANABE, 2017);
02 that use the expanded speech: being the speech close to the best ear of the person
with deafblindness, without screams, but in a tone that can be understood. Sometimes it
is necessary to change the structure of the sentence or change vocabulary to understand
the information (BARROSO et al., 2021);
02 that use Libras in reduced field: Sign language is performed within a small spatial
framework and at a greater distance so that it can be perceived by the person with
Shirley Rodrigues MAIA and Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 9
deafblindness through their vision when their visual field is narrow or reduced
(PLAZAS, 1999; WATANABE, 2017).
The first class had a total of 50 enrollees, being from different regions benefited.
Figure 1 Class 1- Map of the Zones of the city of São Paulo
Source: Prepared by the authors
The second class had the total number of people enrolled from different regions.
Figure 2 Map of the Regions of São Paulo
Source: Prepared by the authors
Z. East 17
Z.
SOUT
H
Center
South 1
South 2
19
Z. North 7
Z. West 7
EMEBS professionals.................. 07
Bilingual Polo School Professionals............... 03
DRE Professionals......... 13th
01 gave up
Total subscribers 50
EMEBS professionals.................. 12
Bilingual Polo School Professionals............... 09
DRE Professionals......... 29th
Z. East 11
Z.
SOUT
H
Center
South 1
South 2
10
Z. West 0
Z. North
03
Education of teachers and professionals to support the inclusion and participation of people with deafblindness
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 10
Mediator Instructor Course
The mediator instructor course had 16 people enrolled and from different regions of
Brazil.
Figure 3 Map of Brazil
Source: Prepared by the authors
We highlight that the numbers presented were significant when it comes to the period
of the COVID-19 pandemic.
Results
The classes were taught by the Zoom platform weekly, always on Friday from 7:30
pm to 9:30 pm for the 1st class and 7 pm to 10 pm for the 2nd class. The activities of the Moodle
platform served to exchange experiences with the students and carry out the activities related
to the classes, as well as some texts were made available.
Some complementary classes were organized for clarification and extra activities,
aiming to favor the accessibility of the person with deafblindness during the Texas event in
March. The students were informed via e-mail, WhatsApp, Moodle platform and Telegram with
meeting link, date and time.
The recorded lessons were made available to the students, after being translated into
pounds. The materials prepared for classes on the Zoom platform were made available to
participants on the Moodle platform.
Total participants in Brazil
State of São Paulo.................... 09
State of Rio de Janeiro.............. 01
State of Alagoas............ 02
State of Goiás............... 01
State of Rio Grande do Sul........ 01
State of Paraíba.................. 01
Country: Paraguay............... 01
Total of 16 students
Shirley Rodrigues MAIA and Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 11
An electronic handout was organized and made available on the Moodle platform
containing information on: Forms of Communication, Emotional Aspects, Legislation and
Functions of the Guide-Interpreter that will be delivered at CEFAI.
The practical internship activities were carried out through two platforms Zoom and
Moodle, with the participation of people with deafblindness. Descriptions of lectures at the
Texas School for People with Multiple Disabilities and Deafblindness International Texas
Symposium Event were held throughout March. The event took place on 01, 02, 03, and 04 and
days 8, 22 and 29 March 2021.
The organization of the internship was done through a form, in which the student had to
fill in the day and time available to work with people with deafblindness. Three interpretation
groups were organized: one of them made by writing in a message via WhatsApp; another made
by recording audios via WhatsApp and another with translation in pounds via room created on
the Google Meet platform. It is noteworthy that this type of work, in this way, was carried out
for the first time in Brazil, that is, the offer of remote care for people with deafblindness. This
service is unprecedented in both translation and interpretation. As well as a live on the YouTube
channel "Universo da Surdocegueira Grupo Brasil" when the event ended, so that both
participants and people with deafblindness could report this unprecedented experience.
For the "2021 Texas Symposium on Education for People with Deafblindness" we had
the participation of five Brazilian women with deafblindness, the full schedule is available in
Annex 17, with the organization and schedule of the symposium in Portuguese. The lectures
took place in two formats, synchronous and asynchronous, and the synchronous lectures took
place between March 01, 02, 03, 04, 08, 22 and 29, 2021, usually between the time of 3pm and
8pm. Asynchronous lectures were made available throughout the month within a platform that
participants had access to, there were 14 in total.
To carry out this work, some WhatsApp groups were created: "Grupo Geral Texas",
where all the participants were, including the coordination of the group; "Group speaks --- and
--- Texas", where were the participants who were going to perform the translation of the lectures
into speech, but that on the second day had to be changed to writing, due to the speed with
which the symposium was translated into Portuguese, and the women with deafblindness;
"Written group --- Texas", where were all the participants who would do the translation of the
lectures in written form and the woman with deafblindness; and, "Texas Pounds Group", where
were the participants who would perform the translation of the symposium into pounds, as well
as the two women with deafblindness. In each of these groups were also the teachers and the
Education of teachers and professionals to support the inclusion and participation of people with deafblindness
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 12
team that works in the internship.
During the moments of synchronous lecture, the interns were connected to the event that
took place on the Zoom platform and WhatsApp or in another room on Google Meet, working
in pairs, dividing themselves in time and being able to support each others, as another possibility
to ask questions with the teachers who accompanied all the actions. At the end of each lecture,
the participants were instructed to send the record of the conversation, through the option
"export conversation" both to the teachers and to the people with deafblindness, so they were
left with the record of each moment.
However, it was not possible to meet all participants only with this demand, because we
had many students for few people with deafblindness and available schedules. Thus, other
actions were organized so that they could be taken advantage of, with six people with
deafblindness who made themselves available to participate in these moments. Among the
actions listed, we can highlight: Jornal Nacional, Jornal Hoje, Fantástico, TV Cultura, JW.ORG,
news in general and sports news. Books that were transformed into audiobooks: "The secret",
"On the other side", "Renunciation", "Gospel according to Spiritism", "WEB The Genesis
Guillon", "Guide to Human Rights Women UN".
As a final activity, after the end of the symposium, a live was organized to tell and
disseminate how the organization and realization of the work of guides-interpreters took place.
Thus, three women with deafblindness, three trainees who participated and a teacher of the
course were invited. The live was recorded and made available on YouTube.
At the end of the course, participants were asked to complete an evaluation about the
course, and some main aspects were pointed out. Each student also had to send the complete
report with the hours and activities performed in the internship.
The 24-hour practice activity log had to be created due to the impossibility of in-person
meetings due to the COVID-19 pandemic. In this activity, the proposal was to read and study a
material about audio description and, in the sequence, the participants needed to perform the
audio description of a photo and a short video, being posted on the Moodle platform.
The second class also has the full call, along with the class replacement activity, that is,
when the student could not participate in a certain class, he could watch the recording later,
read the materials and perform the activity so as not to have the absence. The proposed activity
was to point out the main aspects presented in class, and in these cases, the class ended up being
resumed in the next meeting, thus, no student was harmed.
The attendance control in the remote classes was carried out through a spreadsheet, built
Shirley Rodrigues MAIA and Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 13
specifically for this, both for the Zoom platform and in the Moodle chat. Only participants who
had 75% frequency on Zoom and performed at least 75% of the activities were approved for
the internship.
Mediator Instructor Course
The course took place on the scheduled dates and with great participation of the
registered professionals. That said, all had people with deafblindness to be able to attend and
organize the teaching plans. The participant from Paraguay, for example, has the experience of
Brazil in the area for having been a teacher and guide-interpreter in the schools of the municipal
and state education network. Now, its work takes place in Paraguay, a country that is still
structuring the care of people with deafblindness. There was a lot of exchange of experiences
between the participants and the construction of the WhatsApp group to support the activities
and the Telegram media.
Final remarks
The courses of guide-interpreter and mediator instructor are important actions to
promote inclusion in municipal and state education networks, the need for new notices and
actions that can favor more professionals to give the necessary support, but also a need for great
dissemination to meet the desired goal.
We noticed that the participants, at first, presented some resistance to perform the
activities virtually, but with the passage of time, the actions and support offered by the
professionals who worked on the platform, as well as the teachers, the students were reassuring
themselves and making themselves more available. Finally, we highlight the exchange of
information and experiences with people with deafblindness.
Education of teachers and professionals to support the inclusion and participation of people with deafblindness
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 14
REFERENCES
BARROSO, D. T. et al. O papel do instrutor mediador para promover a escolarização e o
acesso à aprendizagem pelas pessoas com deficiência múltipla sensorial e com surdocegueira.
In: SILVEIRA, É. L.; SANTANA, W. K. F. (org.). Educação, Linguagens e Ensino: saberes
Interconstitutivos. São Carlos, SP: Pedro & João Editores, 2021.
BRASIL. Decreto n. 5296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nos 10.048, de
8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2004. Available:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/D5296.htm. Access: 28
Oct. 2021.
BRASIL. Lei n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios
básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2000.
Available: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L10098.htm. Access: 28 Oct. 2021.
BRASIL. Resolução CNE/CEB n. 2, de 11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília, DF: MEC, 2001.
Available: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0201.pdf. Access: 28 Oct. 2021.
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007,
prorrogada pela Portaria nº 948/2007, entregue ao Ministro da Educação em 07 de janeiro de
2008. Brasília, MEC, 2008. Available:
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf. Access: 28 Oct. 2021.
FALKOSKI, F. C. et al. Caderno Técnico sobre Surdocegueira e Deficiência Múltipla
Sensorial. São Paulo, 2021. No prelo.
MAIA, S. R. A educação do Surdocego: Diretrizes Básicas para pessoas não especializadas.
2004. Dissertação (Mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento) Universidade
Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2004. Available:
https://perkinsglobalcommunity.org/lac/wp-content/uploads/2021/02/A-Educacao-do-
Surdocego--Diretrizes-Basicas-para-Pessoas-nao-Especializadas_autor-Maia-Shirley.pdf.
Access: 12 Aug. 2022.
PLAZAS, M. M. R. Programa de Capacitación de guias-intérpretes empíricos para
personas sordociegas. (Apostila). Santafé de Bogotá, 1999.
WATANABE, D. R. O estado da arte da produção científica na área da surdocegueira no
Brasil de 1999 a 2015. 2017. Dissertação (Mestrado em Educação Especial) Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2017. Available:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-13062017-
112304/publico/DALVA_ROSA_WATANABE_rev.pdf. Access: 10 Jun. 2022.
Shirley Rodrigues MAIA and Fernanda Cristina FALKOSKI
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. esp. 1, e023013, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27iesp.1.17930 15
CRediT Author Statement
Acknowledgements: Not applicable.
Funding: Not applicable.
Conflicts of interest: Not applicable.
Ethical approval: Yes, the work respected ethics during the research, but did not go
through an ethics committee.
Data and material availability: Yes, if there is interest it is necessary to contact us.
Authors' contributions: Both authors contributed during the execution of the trainings,
data collection, analysis and writing of the article.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, standardization and translation.