RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 1
AS HUMANIDADES EM UMA UNIVERSIDADE TÉCNICA: DA TRANSFERÊNCIA
DE CONHECIMENTO À FORMAÇÃO DE UM ESPAÇO EDUCACIONAL E
HUMANITÁRIO
LAS HUMANIDADES EN UNA UNIVERSIDAD TÉCNICA: DE LA TRANSFERENCIA
DE CONOCIMIENTOS A LA FORMACIÓN DE UN ESPACIO EDUCATIVO Y
HUMANITARIO
THE HUMANITIES IN A TECHNICAL UNIVERSITY: FROM THE TRANSFER OF
KNOWLEDGE TO THE FORMATION OF AN EDUCATIONAL AND HUMANITARIAN
SPACE
Yulia LOBANOVA1
e-mail: y.v.lobanova@mospolytech.ru
Elena PANOVA2
e-mail: panova_ep@mail.ru
Elena KHRIPUNOVA3
e-mail: elytsa@mail.ru
Marina SOLOVYANOVA4
e-mail: solo_sks@mail.ru
Albina MINAKHMETOVA5
e-mail: minah_alb@mail.ru
Pavel ZHURAVLEV6
e-mail: poltarykhin@mail.ru
Como referenciar este artigo:
LOBANOVA, Y.; PANOVA, E.; KHRIPUNOVA, E.;
SOLOVYANOVA, M.; MINAKHMETOVA, A.; ZHURAVLEV,
P. As humanidades em uma universidade técnica: Da transferência
de conhecimento à formação de um espaço educacional e
humanitário. Revista on-line de Política e Gestão Educacional,
Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029. DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060
| Submetido em: 18/10/2022
| Revisões requeridas em: 27/12/2022
| Aprovado em: 20/02/2022
| Publicado em: 15/05/2023
Editor:
Prof. Dr. Sebastião de Souza Lemes
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Politécnica de Moscou (MOSPOLYTECH), Moscou – Rússia. Candidata em ciência filosófica.
2
Universidade Politécnica de Moscou (MOSPOLYTECH), Moscou – Rússia. Doutorado em Filologia. Professora
Associada do Departamento “Disciplinas Humanitárias”, Faculdade de Competências Básicas.
3
Universidade Técnica Estadual de Volgograd (VSTU), Volgogrado – Rússia. Doutorado em ciência filológica.
Departamento de Língua Russa.
4
Universidade Estadual do Sudoeste (SWSU), Kursk – Rússia. Candidata em Ciências Históricas. Professora Associada.
5
Universidade Federal de Kazan (KPFU), Instituto Yelabuga, Yelabuga – Tartaristão. Candidata em ciências
psicológicas. Professora associada.
6
Universidade Russa de Economia Plekhanov (PRUE), Moscou – Rússia. Doutor em Economia. Professor.
As humanidades em uma universidade técnica: Da transferência de conhecimento à formação de um espaço educacional e humanitário
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 2
RESUMO: Hoje em dia, os especialistas devem estar atentos em ambientes multiculturais,
capazes de realizar o seu potencial criativo, e aprender constantemente novas habilidades.
Recentemente, a especialização excessiva na educação levou a uma diminuição do tempo
dedicado ao ensino de disciplinas do ciclo social e humanitário. O artigo analisa a motivação
dos alunos das especialidades técnicas para cursar as humanidades e a transformação dessa
motivação em diversos cursos. Para tanto, foi realizado um estudo empírico com base no
Instituto Politécnico de Moscou. A amostra da pesquisa consistiu em alunos do Instituto
Politécnico de Moscou que estudam em duas faculdades – tecnologia química e tecnologia da
informação. Considerando os resultados, os educadores de humanidades devem não apenas
transmitir conhecimento, mas também estabelecer padrões humanitários e culturais que
estimulem o diálogo, não o monólogo, a tolerância, realizando uma análise histórica e ética de
uma situação e desenvolvendo soluções efetivas que não conflitem com princípios
humanísticos.
PALAVRAS-CHAVE: Humanidades. Motivação. Educação. Formação da personalidade.
RESUMEN: Hoy en día, los especialistas deben estar alerta en entornos multiculturales,
capaces de realizar y desarrollar su potencial creativo y aprender constantemente nuevas
habilidades. Recientemente, la excesiva especialización en la educación ha llevado a una
disminución del tiempo dedicado a la enseñanza de materias del ciclo social y humanitario. El
artículo analiza la motivación de los estudiantes de especialidades técnicas para estudiar
humanidades y la transformación de esta motivación en diversos cursos. Para ello, se realizó
un estudio empírico basado en el Instituto Politécnico de Moscú. La muestra de investigación
consistió en estudiantes del Instituto Politécnico de Moscú que estudian en dos facultades:
tecnología química y tecnología de la información. Teniendo en cuenta los resultados, los
educadores de humanidades no solo deben impartir conocimientos, sino también establecer
estándares humanitarios y culturales que fomenten el diálogo, no el monólogo, la tolerancia,
realizar un análisis histórico y ético de una situación y desarrollar soluciones efectivas que no
entren en conflicto con principios humanistas.
PALABRAS CLAVE: Humanidades. Motivación. Educación. Formación de la personalidad.
ABSTRACT: Nowadays, specialists must be alert in multicultural environments, able to realize
and fulfill their creative potential, and constantly learn new skills. Recently, excessive
specialization in education has led to a decrease in time spent teaching subjects of the social
and humanitarian cycle. The article analyzes the motivation of students of technical specialties
to study the humanities and the transformation of this motivation in various courses. To that
aim, an empirical study was conducted based on the Moscow Polytechnic Institute. The
research sample consisted of students of the Moscow Polytechnic Institute studying at two
faculties – chemical technology and information technology. Considering the results, educators
of the humanities should not only impart knowledge, but also set humanitarian, and cultural
standards that encourage dialogue, not monologue, tolerance, conducting a historical and
ethical analysis of a situation, and developing effective solutions that do not conflict with
humanistic principles.
KEYWORDS: Humanities. Motivation. Education. Personality formation.
Yulia LOBANOVA; Elena PANOVA; Elena KHRIPUNOVA; Marina SOLOVYANOVA; Albina MINAKHMETOVA e Pavel ZHURAVLEV
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 3
Introdução
É impossível superestimar a importância do conhecimento humanitário na formação de
uma personalidade harmoniosa e, consequentemente, de uma sociedade desenvolvida. A
maioria dos especialistas entende a importância do ensino de humanidades (filosofia, história,
ética, sociologia, estudos culturais, cultura da fala e comunicação empresarial etc.) em
universidades que formam especialistas técnicos (BORODINA et al., 2019; HONEGGER,
2020).
Enquanto um adolescente que estuda no ensino médio se concentra nas disciplinas
escolhidas para ingressar na universidade, e que um jovem especialista, após a universidade,
gasta todas as suas forças na construção de uma carreira, na promoção de seus conhecimentos
em um campo restrito escolhido, um aluno parece cair fora do processo de pleno
desenvolvimento cultural. Portanto, a formação de uma base cultural e humanística na
universidade torna-se especialmente importante (KOABLEVA et al., 2020).
Embora o ensino de humanidades em universidades técnicas da Rússia seja obrigatório
de acordo com os padrões estaduais federais de ensino superior, os padrões estão sendo
constantemente revisados e, muitas vezes, fala-se em reduzir a lista de disciplinas do currículo
de artes liberais, respectivamente, os currículos de universidades técnicas se afastam dos
conhecimentos humanitários.
Nos últimos anos, na maioria das universidades técnicas, o número de horas do bloco
humanitário foi reduzido ao mínimo: a filosofia é ensinada em 72 horas, assim como a história
e as disciplinas de comunicação. As disciplinas restantes, como sociologia, ciência política,
estudos culturais, ética etc., permaneceram apenas nos departamentos de artes liberais.
Contudo, mesmo elas experimentam uma diminuição constante no número de horas devido à
combinação de disciplinas (por exemplo, são ministrados cursos integrados “sociologia e
ciência política” (apenas 72 horas).
Este ano, o Ministério da Educação e Ciência da Federação Russa planeja introduzir um
formato comum para as universidades em termos de ensino da disciplina "História da Rússia"
(144 horas), o que é sem dúvida a decisão certa. Todavia, infelizmente, a adição de dois créditos
à história será feita à custa da retirada dessas horas do currículo de artes liberais (POGOSYAN,
2017; 2021). Assim, na maioria das áreas técnicas de formação, foram abordadas disciplinas
relacionadas com a cultura, a comunicação, a língua russa, a cultura da fala, a psicologia e a
ética, que contribuíram para a formação de competências de oratória, discussão e debate em
público, bem como para a capacidade de construir o discurso oral e escrito, a competência de
As humanidades em uma universidade técnica: Da transferência de conhecimento à formação de um espaço educacional e humanitário
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comunicação nas formas oral e escrita em termos de resolução de problemas na interação
interpessoal e intercultural (ISAIKINA et al., 2021; KAYUMOVA et al., 2019; MEDVEDEV;
MITINA, 2021).
Um dos estereótipos comuns é a ideia de que o pensamento de uma pessoa engajada em
humanidades é caótico e ilógico, em contraste com a consciência de quem faz ciências (embora
seja uma lógica impecável que permite entender com sucesso, por exemplo, linguística. Além
disso, a própria lógica é uma disciplina filosófica criada por Aristóteles). Não
surpreendentemente, os alunos costumam chegar a uma universidade técnica com a convicção
de que “precisam” apenas de disciplinas da especialidade escolhida (IVYGINA et al., 2019;
KEEFER; HAJ-BROUSSARD, 2020). O futuro engenheiro de minas, engenheiro de energia,
especialista em tecnologia da informação por enquanto está pronto para estudar não apenas
assuntos especializados, mas disciplinas físicas e matemáticas gerais, no entanto, eles já são
céticos em relação à filosofia, história, estudos culturais, comunicação intercultural: elas os
“distraem” de seu objetivo de aprendizagem.
Infelizmente, o pequeno número de horas destinadas às humanidades não permite que o
discente entenda por que precisa conhecer os detalhes da história do Tempo das Perturbações,
as peculiaridades da visão do homem no Iluminismo, as “barreiras” de comunicação etc.
“Passar e esquecer” – este é o princípio de tratamento das disciplinas de artes liberais pelos
alunos. Como resultado, o sistema de conhecimento e ideias humanitárias de uma parte
significativa dos especialistas técnicos permanece no nível do ano 9 (sem dúvida, é
transformado com base na experiência empírica, mas não é submetido a um desenvolvimento
significativo e proposital).
Revisão da literatura
Ao longo dos últimos anos tem havido discussões acaloradas em torno deste problema,
cuja urgência é cada vez maior, afetando, de fato, todos os setores da sociedade, desde os alunos,
seus pais e professores, até todos nós envolvidos nas atividades profissionais e na vida social
dos universitários (BALGANOVA, 2021; DONOHUE, 2020).
Controvérsia dramática se desenrolou nas páginas da revista “Higher Education in
Russia” e outras publicações. Estiveram presentes pesquisadores como Bezgodov et al. (2018),
S. V. Shilova (2018), Guseva (2019), M. I. Panfilova (2019), Ivakhnenko e Kuznetsova (2022),
Kuznetsova (2020). Nos trabalhos de pesquisadores como Otts et al. (2021), Saenko (2021) e
Yulia LOBANOVA; Elena PANOVA; Elena KHRIPUNOVA; Marina SOLOVYANOVA; Albina MINAKHMETOVA e Pavel ZHURAVLEV
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outros, pode-se encontrar pesquisas e propostas relevantes relacionadas aos problemas e
descobertas no campo da modernização do ensino superior, novas formas educacionais e o
significado atual das artes liberais na universidade. Questões relacionadas à motivação dos
alunos têm sido abordadas por autores como Korotkevich (2019), Kosacheva (2022),
Milovanova et al. (2022).
Métodos de pesquisa
Um estudo para coletar dados empíricos foi realizado com base no Instituto Politécnico
de Moscou. A amostra da pesquisa consistiu em alunos do Instituto Politécnico de Moscou que
estudam em duas faculdades – tecnologia química e tecnologia da informação.
A pesquisa foi realizada entre alunos do 1º, 2º e 4º cursos que cursam as disciplinas do
ciclo de humanidades. Devido ao fato de nos últimos anos os currículos das áreas de formação
dos inquiridos terem sofrido alterações, verificou-se que os alunos da Faculdade de Informática
estudam as humanidades no 2º e 4º ano (conjuntos de diferentes anos de estudo), e alunos da
Faculdade de Tecnologia Química e Biotecnologia – nos 1º e 4º cursos.
O estudo baseia-se na opinião de que a motivação para aprender e a eficácia do ensino
de humanidades em cursos juniores e seniores apresentam uma série de diferenças
significativas. O estudo foi realizado no outono de 2022. Em nossa opinião, manter um alto
nível de motivação e interesse dos alunos pela disciplina que está sendo lecionada é uma das
principais tarefas da educação. A compreensão da necessidade das informações recebidas e uma
avaliação emocional do processo de aprendizagem também são importantes.
Portanto, para avaliar a eficácia da formação, foram introduzidos os seguintes critérios:
• interesse pelas disciplinas ministradas na área de humanidades;
• satisfação com o processo de aprendizagem;
• preferências no formato de condução das aulas;
• avaliação da utilidade da informação recebida.
O estudo das disciplinas ministradas e das formas de aulas envolve a utilização de vários
métodos de pesquisa e princípios filosóficos gerais científicos, incluindo síntese e análise,
sistêmica, analogia, dedução e indução, dialética, comparação, métodos funcionais e
estruturais, e também semântica valorativa, abordagens baseadas em competências, permitindo
descrever as tendências e realidades do ensino superior contemporâneo.
As humanidades em uma universidade técnica: Da transferência de conhecimento à formação de um espaço educacional e humanitário
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 6
O estudo foi conduzido em forma de pesquisa (pesquisa com especialistas e
questionário) com posterior processamento dos resultados por abordagens convencionais de
processamento matemático e estatístico de dados (teste t de Student).
Resultados e discussão
As pesquisas realizadas entre os alunos do Instituto Politécnico de Moscou mostraram
que a maioria dos alunos matriculados no primeiro ano da universidade assume sem entusiasmo
a necessidade de estudar humanidades, mas ainda tem uma inclinação para o desenvolvimento
de conhecimentos humanitários, desde que uma parte significativa desse conhecimento seja
entregue a eles em formatos interativos, ou seja, na forma de discussões, jogos etc.
Ex-alunos acolhem com satisfação o processo de inclusão de elementos lúdicos no
processo de aprendizagem. Não há ideia de abandonar as humanidades. Embora muitos alunos
gostariam de reduzir o número de horas das “humanidades”, há também um grande número de
graduandos que gostariam de dedicar mais tempo ao estudo de história, filosofia, etc.
Assim, 42,4% dos alunos do 1º ano consideram que se deve manter o número de horas
destinadas ao desenvolvimento das humanidades e 45,5% dos inquiridos consideram que essas
devem ser reduzidas. Alguns alunos (12,1%) afirmam que gostariam de aumentar o número de
horas. Ninguém fala em abolir as humanidades, embora uma das opções da pesquisa sugira tal
possibilidade (Fig. 1).
Figura 1 - Esquema de distribuição das respostas dos alunos do 1º ano à pergunta “Se fosse o
Ministro da Educação, recomendaria para os futuros especialistas técnicos ... alocados às
humanidades?”
Fonte: Elaborado pelos autores
42,4
12,1
45,5
0
Manter o número atual de
horas
Aumentar o número de
horas
Reduzir o número de horas
Cancelar completamente as
horas
Yulia LOBANOVA; Elena PANOVA; Elena KHRIPUNOVA; Marina SOLOVYANOVA; Albina MINAKHMETOVA e Pavel ZHURAVLEV
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 7
No quarto ano, até 46,2% dos alunos estão prontos para “cancelar” o ensino de
humanidades (Fig. 2). Praticamente não há quem queira aumentar o número de horas para
estudar tais disciplinas.
Figura 2 - Esquema de distribuição das respostas dos alunos do 4º ano à pergunta "Se fosse o
Ministro da Educação, recomendaria para os futuros técnicos ... alocação às humanidades?"
Fonte: Elaborado pelos autores
Os alunos do primeiro ano preferem aulas interativas (Fig. 3); no segundo ano o número
daqueles que preferem aulas interativas diminui um pouco (Fig. 4).
46,2
0
46,2
7,6
Manter o número atual de horas
Aumentar o número de horas
Reduzir o número de horas
Cancelar completamente as horas
As humanidades em uma universidade técnica: Da transferência de conhecimento à formação de um espaço educacional e humanitário
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 8
Figura 3 - Esquema da distribuição das respostas dos alunos do 1º ano à questão sobre as
formas preferidas de condução das aulas na área das humanidades
Fonte: Elaborado pelos autores
A partir do 4º ano, a procura de ensino interativo nas humanidades diminui (Fig. 5), ou
seja, os alunos começaram a gravitar para trabalhos que exigem menos envolvimento deles,
preferindo aulas expositivas em detrimento de discussões e tarefas práticas.
Figura 4 - Esquema da distribuição das respostas dos alunos do 2º ano à questão sobre as
formas preferidas de condução das aulas de humanidades
Fonte: Elaborado pelos autores
27,5
10
62,5
No formato de palestras
No formato de tarefas de
laboratório
No formato de discussões, em
formatos de jogos
29,4
17,6
53
No formato de palestras
No formato de tarefas de
laboratório
No formato de discussões, em
formatos de jogos
Yulia LOBANOVA; Elena PANOVA; Elena KHRIPUNOVA; Marina SOLOVYANOVA; Albina MINAKHMETOVA e Pavel ZHURAVLEV
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DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 9
Pode-se supor que isso se deva a dois fatores: os alunos do último ano estão se
preparando para a defesa de sua tese e consideram as humanidades supérfluas e demoradas, ou
são apenas os alunos que, durante os anos de pandemia, se acostumaram com o ensino a
distância com restrições, e é difícil para eles se envolverem em aulas interativas que envolvam
resposta emocional, feedback constante etc.
Figura 5 - Diagrama de distribuição das respostas dos alunos do 4º ano à questão sobre as
formas preferidas de condução das aulas de humanidades
Fonte: Elaborado pelos autores
Ao mesmo tempo, menos de um quinto dos alunos do quarto ano pesquisados e menos
de 4% dos alunos do primeiro ano consideram a filosofia, a ética da comunicação empresarial
e a história inúteis. Consequentemente, os alunos entendem que precisam dessas disciplinas.
Uma previsão otimista é possibilitada pelos seguintes fatos.
39,3
21,4
39,3
No formato de palestras
No formato de tarefas de
laboratório
No formato de discussões, em
formatos de jogos
As humanidades em uma universidade técnica: Da transferência de conhecimento à formação de um espaço educacional e humanitário
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DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 10
Figura 6 - Diagrama de distribuição das respostas dos alunos do 1º ano à pergunta “O que
você mais pensa durante as aulas de humanidades?”
Fonte: Elaborado pelos autores
Em primeiro lugar, os alunos de todos os cursos estão abertos à mudança, e sua atitude
em relação a uma determinada disciplina dentro das humanidades depende, antes de tudo, da
qualidade, incluindo a metodologia, do ensino (Fig. 6 - 8).
Figura 7 - Diagrama de distribuição das respostas dos alunos do 2º ano à pergunta “Em que
você mais pensa durante as aulas de humanidades?”
Fonte: Elaborado pelos autores
70
10
17,5
2,5
Depende do formato das atividades
da turma
Eu gostaria que a aula terminasse o
mais rápido possível, pois é uma
perda de tempo
É tão interessante! Prefiro ficar na
aula ouvindo mais
Estou com fome
88,2
Depende do formato das
atividades da turma
Eu gostaria que a aula
terminasse o mais rápido
possível, pois é uma perda de
tempo
É tão interessante! Prefiro ficar
na aula ouvindo mais
Yulia LOBANOVA; Elena PANOVA; Elena KHRIPUNOVA; Marina SOLOVYANOVA; Albina MINAKHMETOVA e Pavel ZHURAVLEV
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Figura 8 - Diagrama de distribuição das respostas dos alunos do 4º ano à pergunta “Em que
você mais pensa durante as aulas de humanidades?”
Fonte: Elaborado pelos autores
Em segundo lugar, a pesquisa mostrou que, de uma forma ou de outra, muitos alunos
entendem o que é um padrão humanitário, podem e querem compreender esse tópico.
Em terceiro lugar, não há situações (pelo menos no Instituto Politécnico de Moscou) em
que um aluno se interesse por uma disciplina, mas tenha problemas para ser aprovado nessa
disciplina.
Assim, fica clara a necessidade de transformar o ensino de humanidades na
universidade.
84,6
Depende do formato das atividades
da turma
Eu gostaria que a aula terminasse o
mais rápido possível, pois é uma
perda de tempo
É tão interessante! Prefiro ficar na
aula ouvindo mais
As humanidades em uma universidade técnica: Da transferência de conhecimento à formação de um espaço educacional e humanitário
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Conclusão
1. Atenção considerável deve ser dada ao estabelecimento de metas e à
conscientização no estudo das humanidades: cada aluno deve ter uma compreensão completa
do porquê estuda uma disciplina específica no currículo de artes liberais, como esse estudo afeta
seus padrões humanitários, sua liberdade e responsabilidade tanto como indivíduo e cidadão,
como membro de uma determinada comunidade cultural e como membro de uma comunidade
profissional.
2. Alunos e professores devem estar cientes de que o estudo das humanidades
desenvolve o pensamento crítico, tão necessário para todo representante da profissão intelectual
(e em nosso tempo, com sua “polifonia”, seu pluralismo sem fim e sua capacidade de transmitir
sua opinião aos outros, a qualquer pessoa). E são os professores de humanidades, especialmente
filosofia e história, que podem demonstrar claramente tanto a necessidade de tal pensamento
quanto os métodos para seu desenvolvimento. A formação e o desenvolvimento precisamente
do pensamento crítico dos alunos, de sua consciência, da capacidade de reconhecer mentiras,
propaganda e manipulação da consciência é tarefa dos professores de humanidades.
3. Além disso, os professores de humanidades não devem apenas transferir
conhecimentos, mas definir os próprios padrões humanitários e culturais que exigem o diálogo,
a tolerância, a capacidade de realizar uma análise histórica e ética de uma situação particular,
ensiná-los a desenvolver soluções que não contradigam os princípios humanísticos. Um
professor universitário de humanidades não deve “dar uma palestra”, “transmitir” do
departamento ou mesmo “introduzir elementos de interatividade”, mas deve criar e configurar
o espaço humanitário e cultural. E eles não podem transferir a responsabilidade para seus
colegas que ensinam ciências. Ensinar aqui não deve ser baseado no princípio de um monólogo.
Juntamente com os alunos, os professores criam um espaço humanitário e cultural e são eles
próprios moldados por esse espaço. Conceitos como diálogo, atitude ética para com os outros,
liberdade e responsabilidade estão se tornando pedras angulares. Diversos princípios para isso
podem ser encontrados na filosofia do diálogo nas obras de M. Bakhtin, Yu. Lotman, M. Buber,
E. Levinas, O. Rosenstock-Hussy, e nas obras de filósofos religiosos russos (LOBANOVA;
BAZHENOVA, 2018). O dialogismo tenta conectar ontologia, epistemologia e ética, ser
humano, cognição com a moral e nos lembra que todas as ciências exatas e técnicas nasceram
da filosofia como forma de conhecer o mundo (e, pode-se dizer, estar no mundo como
cognição).
Yulia LOBANOVA; Elena PANOVA; Elena KHRIPUNOVA; Marina SOLOVYANOVA; Albina MINAKHMETOVA e Pavel ZHURAVLEV
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 13
4. Esse espaço humanitário precisa ser formado levando em consideração o fato de
que os alunos passam de 6 a 8 horas por dia on-line, usam diversas plataformas (para
comunicação, entretenimento, busca de informações etc.). O estilo de vida de um jovem é uma
síntese de comunicações reais e virtuais.
Claramente, tudo isso exigirá tanto o desenvolvimento dos próprios professores quanto
o aumento do número de horas alocadas em uma universidade técnica para o estudo das
humanidades. As discussões sobre novos significados, formas e métodos de ensino vêm
ocorrendo há anos. Por esse momento, é possível perceber, por um lado, “a crise do sentido do
ensino das humanidades no contexto de uma crise de ordem mais geral, que se deve às atuais
mudanças socioculturais, bem como como a contra produtividade cada vez mais tangível das
formas educacionais existentes”. Por outro lado, apesar de todos os problemas da educação, da
controvérsia de certos conceitos, métodos, abordagens e oportunidades, o papel da
personalidade do professor sempre nos salvou e continua a salvar. Como E. N. Ivakhnenko, N.
I. Kuznetsova escrevem corretamente,
o “eco” pessoal de um professor às vezes dura mais de um século, e outros
profissionais dificilmente podem se orgulhar de tal período. Percebeu-se que
a influência de um professor não afeta apenas seus alunos imediatos, mas
também afeta a educação de seus filhos, em parte até netos: é assim que se
desenvolve essa longevidade. Mesmo a rápida dinâmica do século atual não
cancelou esse fenômeno surpreendente (IVAKHNENKO; KUZNETSOVA,
2022, tradução nossa).
Assim, a transformação pedagógica é demorada, mas o desafio histórico exige começar
desde já, sem demora, e a consciência do papel da personalidade do professor determina tanto
o otimismo quanto a responsabilidade de cada professor.
Questões para pesquisas futuras:
1. Quão diferente é a percepção da necessidade de estudar humanidades pelos alunos
dos cursos I-II e V das universidades técnicas?
2. Quão envolvidos estão os alunos na aprendizagem em termos de participação prática
no estudo das humanidades?
3. Que formas de domínio das humanidades permitem manter os alunos motivados?
As humanidades em uma universidade técnica: Da transferência de conhecimento à formação de um espaço educacional e humanitário
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REFERÊNCIAS
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BORODINA, T.; SIBGATULLINA, A.; GIZATULLINA, A. Developing creative thinking in
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As humanidades em uma universidade técnica: Da transferência de conhecimento à formação de um espaço educacional e humanitário
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DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 1
THE HUMANITIES IN A TECHNICAL UNIVERSITY: FROM THE TRANSFER OF
KNOWLEDGE TO THE FORMATION OF AN EDUCATIONAL AND
HUMANITARIAN SPACE
AS HUMANIDADES EM UMA UNIVERSIDADE TÉCNICA: DA TRANSFERÊNCIA
DE CONHECIMENTO À FORMAÇÃO DE UM ESPAÇO EDUCACIONAL E
HUMANITÁRIO
LAS HUMANIDADES EN UNA UNIVERSIDAD TÉCNICA: DE LA TRANSFERENCIA
DE CONOCIMIENTOS A LA FORMACIÓN DE UN ESPACIO EDUCATIVO Y
HUMANITARIO
Yulia Lobanova1
e-mail: y.v.lobanova@mospolytech.ru
Elena Panova2
e-mail: panova_ep@mail.ru
Elena Khripunova3
e-mail: elytsa@mail.ru
Marina Solovyanova4
e-mail: solo_sks@mail.ru
Albina Minakhmetova5
e-mail: minah_alb@mail.ru
Pavel Zhuravlev6
e-mail: poltarykhin@mail.ru
How to reference this article:
LOBANOVA, Y.; PANOVA, E.; KHRIPUNOVA, E.;
SOLOVYANOVA, M.; MINAKHMETOVA, A.; ZHURAVLEV,
P. The humanities in a technical university: From the transfer of
knowledge to the formation of an educational and humanitarian
space. Revista on-line de Política e Gestão Educacional,
Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029. DOI:
https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060
| Submitted: 18/10/2022
| Required revisions: 27/12/2022
| Approved: 20/02/2023
| Published: 15/05/2023
Editor:
Prof. Dr. Sebastião de Souza Lemes
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Moscow Polytechnic University (MOSPOLYTECH), Moscow – Russia. Candidate of Philosophical Science.
2
Moscow Polytechnic University (MOSPOLYTECH), Moscow – Russia. PhD in Philology, Аssociate Professor of the
Department “Humanitarian Disciplines”, Faculty of Basic Competences.
3
Volgograd State Technical University (VSTU), Volgograd – Russia. PhD in Philology Science, Department of Russian
language.
4
Southwest State University (SWSU), Kursk – Russia. Candidate of Historical Sciences, Associate Professor.
5
Kazan Federal University (KPFU), Yelabuga – Russia. Candidate of Psychological Sciences, Associate Professor.
6
Plekhanov Russian University of Economics (PRUE), Moscow – Russia. PhD in Economics, Professor.
The humanities in a technical university: From the transfer of knowledge to the formation of an educational and humanitarian space
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 2
ABSTRACT: Nowadays, specialists must be alert in multicultural environments, able to realize
and fulfill their creative potential, and constantly learn new skills. Recently, excessive
specialization in education has led to a decrease in time spent teaching subjects of the social
and humanitarian cycle. The article analyzes the motivation of students of technical specialties
to study the humanities and the transformation of this motivation in various courses. To that
aim, an empirical study was conducted based on the Moscow Polytechnic Institute. The
research sample consisted of students of the Moscow Polytechnic Institute studying at two
faculties – chemical technology and information technology. Considering the results, educators
of the humanities should not only impart knowledge, but also set humanitarian, and cultural
standards that encourage dialogue, not monologue, tolerance, conducting a historical and
ethical analysis of a situation, and developing effective solutions that do not conflict with
humanistic principles.
KEYWORDS: Humanities. Motivation. Education. Personality formation.
RESUMO: Hoje em dia, os especialistas devem estar atentos em ambientes multiculturais,
capazes de realizar o seu potencial criativo, e aprender constantemente novas habilidades.
Recentemente, a especialização excessiva na educação levou a uma diminuição do tempo
dedicado ao ensino de disciplinas do ciclo social e humanitário. O artigo analisa a motivação
dos alunos das especialidades técnicas para cursar as humanidades e a transformação dessa
motivação em diversos cursos. Para tanto, foi realizado um estudo empírico com base no
Instituto Politécnico de Moscou. A amostra da pesquisa consistiu em alunos do Instituto
Politécnico de Moscou que estudam em duas faculdades – tecnologia química e tecnologia da
informação. Considerando os resultados, os educadores de humanidades devem não apenas
transmitir conhecimento, mas também estabelecer padrões humanitários e culturais que
estimulem o diálogo, não o monólogo, a tolerância, realizando uma análise histórica e ética
de uma situação e desenvolvendo soluções efetivas que não conflitem com princípios
humanísticos.
PALAVRAS-CHAVE: Humanidades. Motivação. Educação. Formação da personalidade.
RESUMEN: Hoy en día, los especialistas deben estar alerta en entornos multiculturales,
capaces de realizar y desarrollar su potencial creativo y aprender constantemente nuevas
habilidades. Recientemente, la excesiva especialización en la educación ha llevado a una
disminución del tiempo dedicado a la enseñanza de materias del ciclo social y humanitario. El
artículo analiza la motivación de los estudiantes de especialidades técnicas para estudiar
humanidades y la transformación de esta motivación en diversos cursos. Para ello, se realizó
un estudio empírico basado en el Instituto Politécnico de Moscú. La muestra de investigación
consistió en estudiantes del Instituto Politécnico de Moscú que estudian en dos facultades:
tecnología química y tecnología de la información. Teniendo en cuenta los resultados, los
educadores de humanidades no solo deben impartir conocimientos, sino también establecer
estándares humanitarios y culturales que fomenten el diálogo, no el monólogo, la tolerancia,
realizar un análisis histórico y ético de una situación y desarrollar soluciones efectivas que no
entren en conflicto con principios humanistas.
PALABRAS CLAVE: Humanidades. Motivación. Educación. Formación de la personalidad.
Yulia LOBANOVA; Elena PANOVA; Elena KHRIPUNOVA; Marina SOLOVYANOVA; Albina MINAKHMETOVA and Pavel ZHURAVLEV
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 3
Introduction
It is impossible to overestimate the importance of humanitarian knowledge in the
formation of a harmonious personality, and, accordingly, a developed society. Most specialists
understand the importance of teaching the humanities (philosophy, history, ethics, sociology,
cultural studies, culture of speech and business communication, etc.) in universities that train
technical specialists (BORODINA et al., 2019; HONEGGER, 2020).
Now that a teenager while studying in high school concentrates on the disciplines chosen
for university admission, that a young specialist after university spends all their strength on
building a career, on promoting their expertise in a chosen narrow field, a student seems to fall
out of the process of full-fledged cultural development. Therefore, the formation of a cultural
and humanistic basis in the university becomes especially important (KORABLEVA et al.,
2020).
Although teaching of the humanities in technical universities of Russia is mandatory
according to the federal state standards of higher education, the standards are constantly being
reviewed, and quite often there is talk of reducing the list of disciplines of liberal arts
curriculum, respectively, the curricula of technical universities undergo removal of the
humanitarians.
In recent years, in most technical universities, the number of hours of the humanitarian
block has been reduced to a minimum, philosophy is taught within 72 hours, history within 72
hours, and communications disciplines within 72 hours. The remaining subjects, such as
sociology, political science, cultural studies, ethics, etc., have remained only in the departments
of liberal arts. But even they experience a constant decrease in the number of hours due to the
combination of disciplines (for example, integrated courses “sociology and political science”
are taught, only 72 hours).
This year, the Ministry of Education and Science of the Russian Federation plans to
introduce a common format for universities in terms of teaching the discipline "History of
Russia" (144 hours), which is undoubtedly the right decision. But, unfortunately, the addition
of two credits to history will be done at the expense of withdrawing these hours from the liberal
arts curriculum (POGOSYAN, 2017; 2021). Thus, in most technical areas of training, subjects
related to culture, communication, the Russian language, culture of speech, psychology, and
ethics, which contributed to the formation of skills in public speech, discussion and debate, the
ability to logically and correctly build oral and written speech, the competence of
communication in oral and written forms in terms of solving problems in interpersonal and
The humanities in a technical university: From the transfer of knowledge to the formation of an educational and humanitarian space
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
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intercultural interaction will disappear (ISAIKINA et al., 2021; KAYUMOVA et al., 2019;
MEDVEDEV; MITINA, 2021).
One of the common stereotypes is the idea that the thinking of a person engaged in
humanities is chaotic and illogical, in contrast to the consciousness of the one who does sciences
(although it is impeccable logic that allows you to successfully understand, for example,
linguistics. Besides, logic itself is a philosophical discipline created by Aristotle). Not
surprisingly, students often come to a technical university with the conviction that they “need”
only subjects in their chosen specialty (IVYGINA et al., 2019; KEEFER; HAJ-BROUSSARD,
2020). The future mining engineer, power engineer, information technology specialist on the
while is ready to study not only specialized subjects, but general physical and mathematical
disciplines, however, they are already skeptical about philosophy, history, cultural studies,
intercultural communication: they “distract” from their learning aim.
Unfortunately, the small number of hours allocated for humanities does not allow him
or her to understand why they need to know the details of the history of the Time of Troubles,
the peculiarities of the view of man in the Enlightenment, communication “barriers”, etc. “To
pass and forget” – this is the principle of dealing with liberal arts disciplines by students. As a
result, the system of humanitarian knowledge and ideas of a significant part of technical
specialists remains at the level of about Year 9 (undoubtedly, it is transformed on the basis of
empirical experience, but is not subjected to meaningful and purposeful development).
Literature Review
Over the past few years there have been heated discussions around this problem, its
urgency is increasing, affecting, in fact, all sectors of society, from students, their parents and
teachers, to all of us involved in the professional activities and social life of yesterday's
university graduates (BALGANOVA, 2021; DONOHUE, 2020).
Dramatic controversy has unfolded on the pages of the journal “Higher Education in
Russia” and other publications. It was attended by such researchers as Bezgodov et al. (2018),
S. V. Shilova (2018), Guseva (2019), M. I. Panfilova (2019), Ivakhnenko and Kuznetsova
(2022), Kuznetsova (2020). In the works of such researchers as Otts et al. (2021), Saenko
(2021) and others, one can find relevant research and proposals related to the problems and
findings in the field of modernization of higher education, new educational forms and the
Yulia LOBANOVA; Elena PANOVA; Elena KHRIPUNOVA; Marina SOLOVYANOVA; Albina MINAKHMETOVA and Pavel ZHURAVLEV
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
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current meaning of liberal arts at the university. Issues related to student motivation have been
addressed by authors such as Korotkevich (2019), Kosacheva (2022), Milovanova et al. (2022).
Research Methods
A study to collect empirical data was conducted on the basis of the Moscow Polytechnic
Institute. The research sample consisted of students of the Moscow Polytechnic Institute
studying at two faculties – chemical technology and information technology.
The research has been conducted among students of the 1st, 2nd and 4th courses who
study the disciplines of the humanities cycle. Due to the fact that in recent years the curricula
for the areas of training of respondents have undergone changes, it turned out that students of
the Faculty of Information Technology study the humanities in the 2nd and 4th year (sets of
different years of study), and students of the Faculty of Chemical Technology and
Biotechnology – in the 1st and 4 courses.
The study is based on the opinion that the motivation of learning and effectiveness of
teaching the humanities in junior and senior courses have a number of significant differences.
The study was conducted in autumn 2022. In our opinion, maintaining a high level of
motivation among students and interest in the discipline being taught is one of the main tasks
of education. Understanding the need for the information received and an emotional assessment
of the learning process are also important.
Therefore, to assess the effectiveness of training, the following criteria were introduced:
• interest in the disciplines taught in the humanities;
• satisfaction with the learning process;
• preferences in the format of conducting classes;
• assessment of the usefulness of the information received.
The study of taught disciplines and forms of classes involves the utilization of several
research methods and scientific general philosophical principles, including synthesis and
analysis, systemic, analogy, deduction and induction, dialectical, comparison, functional and
structural methods, and also value-semantic, competency-based and other approaches, allowing
describing the trends and realities of contemporary higher education.
The humanities in a technical university: From the transfer of knowledge to the formation of an educational and humanitarian space
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
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The study was conducted a survey form (expert survey and questionnaire) with
subsequent processing of the results by conventional approaches of mathematical and statistical
data processing (Student's t-test).
Results and Discussion
The surveys conducted among students of the Moscow Polytechnic Institute showed
that the majority of students enrolled in the first year of the university take the need to study
the humanities without enthusiasm, but they still have a request for the development of
humanitarian knowledge, provided that a significant part of this knowledge will be delivered to
them in interactive formats, i.e., in the form of discussions, games, etc.
Former schoolchildren welcome the process of including game elements in the learning
process. There is no idea of abandoning the humanities. Although many students would like to
reduce the number of “humanitarian” hours, there is also a numerous number of undergraduates
who would like to devote more time to studying history, philosophy, etc.
Thus, 42.4% of first-year students believe that the number of hours allocated for the
development of humanities should be retained, and 45.5% of the respondents consider that they
should be reduced. Some students (12,1%) say that they would like to increase the number of
hours. Nobody speaks about abolishing the humanities, although one of the options in the
survey suggests such a possibility (Fig. 1).
Figure 1 - Distribution diagram of 1st year students' answers to the question “If you were the
Minister of Education, would you recommend for future technical specialists ... allocated to
the humanities?”
Source: Devised by the authors
42,4
12,1
45,5
0
Retain the current number of hours
Increase the number of hours
Reduce the number of hours
Completely cancel the hours
Yulia LOBANOVA; Elena PANOVA; Elena KHRIPUNOVA; Marina SOLOVYANOVA; Albina MINAKHMETOVA and Pavel ZHURAVLEV
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By the fourth year, up to 46.2% of students are ready to “cancel” teaching the humanities
(Fig. 2). There are practically no people who want to increase the number of hours for studying
such disciplines.
Figure 2 - Distribution diagram of 4th year students' answers to the question "If you were the
Minister of Education, would you recommend for future technical specialists ... allocated to
the humanities?"
Source: Devised by the authors
First-year students prefer interactive classes (Fig. 3), by the second year the number of
those who prefer interactive somewhat decreases (Fig. 4).
46,2
0
46,2
7,6
Retain the current number of hours
Increase the number of hours
Reduce the number of hours
Completely cancel the hours
The humanities in a technical university: From the transfer of knowledge to the formation of an educational and humanitarian space
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DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 8
Figure 3 - Diagram of the distribution of answers of 1st year students to the question about the
preferred forms of conducting classes in the humanities
Source: Devised by the authors
By the 4th year, the demand for interactive teaching in the humanities decreases (Fig.
5), that is, students began to gravitate towards work that requires less their involvement,
preferring lectures rather than discussions and practical tasks.
Figure 4 - Diagram of the distribution of answers of 2nd year students to the question about
the preferred forms of conducting classes in the humanities
Source: Devised by the authors
27,5
10
62,5
In the format of lectures
In the format of laboratory tasks
In the format of discussions, in
game formats
29,4
17,6
53
In the format of lectures
In the format of laboratory
tasks
In the format of discussions, in
game formats
Yulia LOBANOVA; Elena PANOVA; Elena KHRIPUNOVA; Marina SOLOVYANOVA; Albina MINAKHMETOVA and Pavel ZHURAVLEV
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 9
It can be assumed that this is due to two factors: senior students are preparing for the
defense of their thesis and consider the humanities superfluous and time-consuming, or these
are just the students who, during the pandemic years, got used to distance learning with
restrictions, and it is difficult for them to get engaged into interactive classes that involve
emotional respond, constant feedback, etc.
Figure 5 - Distribution diagram of 4th year students' answers to the question about the
preferred forms of conducting classes in the humanities
Source: Devised by the authors
At the same time, less than one-fifth of the surveyed fourth-year students and less than
4% of the first-year students consider philosophy, ethics of business communication and history
useless. Consequently, students understand that they need these disciplines.
An optimistic forecast is made possible by the following facts.
39,3
21,4
39,3
In the format of lectures
In the format of laboratory tasks
In the format of discussions, in
game formats
The humanities in a technical university: From the transfer of knowledge to the formation of an educational and humanitarian space
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 10
Figure 6 - Distribution diagram of 1st year students' answers to the question “What do you
mostly think about during classes in the humanities?”
Source: Devised by the authors
Firstly, students of all courses are open to change, and their attitude to a particular
discipline within the humanities depends, first of all, on the quality, including methodology, of
teaching (Fig. 6 - 8).
Figure 7 - Distribution diagram of 2nd year students' answers to the question “What do you
mostly think about during classes in the humanities?”
Source: Devised by the authors
70
10
17,5
2,5
Depends on the format of class
activities
I wish the class would be over as
soon as possible as it is a waste of
time
It is so interesting! I’d rather stay in
class listening more
I am hungry
88,2
Depends on the format of class
activities
I wish the class would be over
as soon as possible as it is a
waste of time
It is so interesting! I’d rather
stay in class listening more
Yulia LOBANOVA; Elena PANOVA; Elena KHRIPUNOVA; Marina SOLOVYANOVA; Albina MINAKHMETOVA and Pavel ZHURAVLEV
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023022, 2023. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18060 11
Figure 8 - Distribution diagram of 4th year students' answers to the question “What do you
mostly think about during classes in the humanities?”
Source: Devised by the authors
Secondly, the survey showed that one way or another, many students understand what
a humanitarian standard is, they can and want to comprehend this topic.
Thirdly, there are no situations (at least in the Moscow Polytechnic Institute) that a
student is interested in a subject, but there are problems with passing this discipline.
Thus, there is a clear need to transform the teaching of the humanities at the university.
Conclusion
1. Considerable attention should be paid to goal-setting and awareness in the study
of the humanities: each student must have a complete understanding of why they study a
particular discipline within liberal arts curriculum, how this study affects their humanitarian
patterns, their freedom and responsibility both as an individual and a citizen, and as a member
of a certain cultural community, and as a member of a professional community.
2. Students and teachers should be aware that the study of the humanities develops
critical thinking, which is so necessary for every representative of the intellectual profession
(and in our time, with its “polyphony”, endless pluralism and the ability to convey one’s opinion
to others, to any person). And it is teachers of the humanities, especially philosophy and history,
84,6
Depends on the format of class
activities
I wish the class would be over as
soon as possible as it is a waste of
time
It is so interesting! I’d rather stay in
class listening more
The humanities in a technical university: From the transfer of knowledge to the formation of an educational and humanitarian space
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who can clearly demonstrate both the need for such thinking and the methods for its
development. The formation and development of precisely the critical thinking of students, their
awareness, the ability to recognize lies, propaganda, manipulation of consciousness is the task
of teachers of the humanities.
3. In addition, teachers of the humanities should not only transfer knowledge, but
set the very humanitarian, cultural standards that require dialogue, not a monologue, tolerance,
the ability to conduct a historical and ethical analysis of a particular situation, teach them to
develop effective solutions that will not contradict humanistic principles. A university teacher
of the humanities should not “lecture”, “broadcast” from the department and even “introduce
elements of interactivity”, they should create and set the humanitarian and cultural space. And
they can't shift the responsibility onto their colleagues, teaching sciences. Teaching here should
not be based on the principle of a monologue. Together with students, teachers create a
humanitarian and cultural space and are themselves shaped by this space. Such concepts as
dialogue, ethical attitude towards others, freedom and responsibility are becoming cornerstones.
Diverse principles for this can be found in the philosophy of dialogue in the works of M.
Bakhtin, Yu. Lotman, M. Buber, E. Levinas, O. Rosenstock-Hussy, the works of religious
Russian philosophers (LOBANOVA; BAZHENOVA, 2018). Dialogism tries to connect
ontology, epistemology and ethics, human being, cognition and self-cognition with morality
and reminds us that all exact, technical sciences were born from philosophy as a way of knowing
the world (and, one might say, being in the world as cognition and self-cognition).
4. This humanitarian space needs to be formed taking into account the fact that
students spend 6-8 hours a day online, use a variety of platforms (for communication,
entertainment, searching for information, etc.). The lifestyle of a young person is a synthesis of
real and virtual communications.
Clearly, all this will require both the development of the teachers themselves and an
increase in the number of hours allocated in a technical university for the study of the
humanities. Discussions about new meanings, forms and methods of teaching have been going
on for years. By that moment, it is possible to realize, on the one hand, “the crisis of the meaning
of teaching the humanities in the context of a crisis of a more general order, which is due to the
current socio-cultural changes, as well as the increasingly tangible counter productiveness of
the existing educational forms”. On the other hand, despite all the problems in education, the
controversy of certain concepts, methods, approaches, and opportunities the role of the teacher's
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personality has always saved us and continues to save. As E. N. Ivakhnenko, N. I. Kuznetsova
rightly write,
the personal “echo” of a teacher sometimes lasts more than a century, and
other professionals can hardly boast of such a period. It has been noticed that
the influence of a teacher not only affects his immediate students, but also
affects the upbringing of their children, partly even grandchildren: this is how
this longevity develops. Even the rapid dynamics of the current century have
not canceled this amazing phenomenon (IVAKHNENKO; KUZNETSOVA,
2022).
Accordingly, the pedagogical transformation is time consuming, but the historical
challenge requires starting right now, without delay, and awareness of the role of the teacher's
personality determines both optimism and responsibility of each teacher.
Questions for further research:
1. How different is the perception of the need to study the humanities by students of I-
II and V courses of technical universities?
2. How involved are students in learning in terms of practical participation in the study
of the humanities?
3. What forms of mastering the humanities allow you to keep students motivated?
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Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.
