RPGE – Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115 1

GESTOR ESCOLAR E O PROFESSOR DO ENSINO MÉDIO: SUAS INFLUÊNCIAS

NO DESEMPENHO ESCOLAR

DIRECTOR ESCOLAR Y DOCENTE DE SECUNDARIO: SUS INFLUENCIAS EN EL

RENDIMIENTO ESCOLAR

SCHOOL MANAGER AND HIGH SCHOOL TEACHERS: THEIR INFLUENCES ON

SCHOOL PERFORMANCE

Maria Rita Vital PAGANINI CINTRA1

e-mail: paganinimrc@gmail.com

Jos Anderson SANTOS CRUZ2

e-mail: anderson.cruz@unesp.br

Como referenciar este artigo:

PAGANINI CINTRA, M. R. V.; SANTOS CRUZ, J. A. Gestor

escolar e o professor do Ensino Médio: Suas influências no

desempenho escolar. Política e Gestão Educacional, Araraquara,

v. 27, n. 00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029. DOI:

https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115

| Submetido em: 05/03/2023

| Revisões requeridas em: 22/05/2023

| Aprovado em: 17/16/2023

| Publicado em: 11/08/2023

Editor:

Prof. Dr. Sebastião de Souza Lemes

Editor Adjunto Executivo:

Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz

Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (PECEGE) (ESALQ/USP MBAs),

Piracicaba – SP – Brasil. Especialização em Gestão Escolar. Mestrado em Economia Política Internacional

(UFRJ).

Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (PECEGE) (ESALQ/USP MBAs),

Piracicaba – SP – Brasil. Professor Associado. Doutor em Educação Escolar, (FCLAr/Unesp). Editor Adjunto e

Executivo da RIAEE. Editor da Editora Ibero-Americana de Educação. Editor e Assessoria Técnica para

periódicos.

Gestor escolar e o professor do Ensino Médio: Suas influências no desempenho escolar

RPGE – Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115 2

RESUMO: Os alunos do Ensino Mdio estão em uma idade de grande turbulência, onde a

empatia e a motivação de seus professores fazem grande diferença no seu processo de

aprendizagem. Por sua vez, os professores merecem um olhar cuidadoso. Para conduzir de

forma harmônica esse ambiente complexo, o gestor escolar  imprescindível. O objetivo geral

desta pesquisa foi verificar a relação direta entre a liderança do gestor escolar, a motivação dos

professores e o desempenho escolar desses alunos por meio de uma revisão sistemática. Quanto

aos resultados encontrados, temos, a saber: o gestor escolar precisa de capacitação específica;

para uma escola eficaz, a escolha dos professores deve ser cuidadosa; os professores são

considerados grandes influenciadores no bom desempenho dos alunos. Não existem “super-

heróis”, há de se ter paixão pela profissão, pois em sua ausência, a nós, comunidade como um

todo, nos restará apenas a mediocridade.

PALAVRAS-CHAVE: Motivação. Liderança. Gestão. Rede privada. Educação.

RESUMEN: Los estudiantes de secundaria se encuentran en una época de gran turbulencia,

donde la empatía y motivación de sus docentes marcan una gran diferencia en su proceso de

aprendizaje. A su vez, los docentes merecen una mirada atenta. Para conducir armónicamente

este entorno complejo, el director de la escuela es fundamental. Dicho esto, el objetivo general

de esta investigación fue verificar la relación directa entre el liderazgo del administrador

escolar, la motivación de los docentes y el desempeño escolar de estos estudiantes a través de

una revisión sistemática. En cuanto a los resultados encontrados tenemos, a saber: el gestor

escolar necesita una formación específica; para una escuela eficaz, la elección de los

profesores debe ser cuidadosa; los docentes son considerados grandes influenciadores en el

buen desempeño de los estudiantes. No hay “superhéroes”, hay que tener pasión por la

profesión, porque en su ausencia, nosotros, la comunidad en su conjunto, solo nos quedaremos

en la mediocridad.

PALABRAS CLAVE: Motivación. Liderazgo. Gestión. Red privada. Educación.

ABSTRACT: High school students are in a period of significant turbulence, where the empathy

and motivation of their teachers make a significant difference in their learning process.

Conversely, teachers warrant a discerning look. To effectively navigate this intricate

environment, the school administrator is indispensable. The overarching objective of this

research was to ascertain the direct relationship between the leadership of the school

administrator, teacher motivation, and the academic performance of these students through a

systematic review. The findings are as follows: the school administrator requires specific

training; for an efficient school, selecting teachers must be meticulous; teachers are regarded

as substantial influencers in students' academic success. There are no "superheroes"; a passion

for the profession must be present, as its absence will leave us, as a community as a whole, with

nothing but mediocrity.

KEYWORDS: Motivation. Leadership. Management. Private school. Education.

Maria Rita Vital PAGANINI CINTRA e José Anderson SANTOS CRUZ

RPGE – Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115 3

Introdução

Os estudantes do Ensino Médio (EM) encontram-se em uma fase de significativa

turbulência, com a influência dos hormônios em ebulição, na qual a empatia e a motivação dos

seus educadores podem desempenhar um papel fundamental no seu processo de aprendizagem.

O adolescente é caracterizado por sua imaturidade e pelo seu isolamento, embarcando numa

busca constante e intensa para definir sua identidade. Nesse sentido, um ambiente propício,

caracterizado pela intimidade, empatia, afeto e comunicação eficiente, é crucial para seu

desenvolvimento saudável (WINNICOTT, 1983). Esse ambiente não se restringe somente ao

lar, mas também engloba a escola, onde o adolescente passa uma considerável parte de seu dia.

Não é incomum encontrar jovens que frequentam a escola não somente para aprender, mas em

busca de um espaço que possam considerar como um lar (CARLOS et al., 2021).

Considerando que o conteúdo das disciplinas está cada vez mais voltado para o mundo

dos vestibulares, tornando-se mais acadêmico e abstrato, com menos oportunidades de

experimentação com a realidade, é compreensível que a ansiedade e a frustração sejam

sentimentos frequentes entre esses jovens (MUZZETI; SANTOS; SUFICIER, 2019). Segundo

os autores, ao contrário dos anos anteriores ao Ensino Médio, nos quais os mesmos professores

passavam a maior parte do tempo juntos, estabelecendo um vínculo de conhecimento mútuo,

no Ensino Médio os professores ministram apenas uma (ou duas) aula e, logo após, trocam de

sala, o que pode resultar em um envolvimento mais frio por parte desses profissionais. Portanto,

é necessário adotar uma boa gestão da sala de aula para promover um ambiente organizado e

atencioso, visando estimular não apenas o crescimento emocional e social dos alunos, mas

também elevar seu desempenho escolar.

Os jovens adolescentes requerem atenção especial, e os professores, que são os

principais responsáveis pelo bem-estar, gestão da sala de aula e aprendizagem dos alunos,

merecem um cuidado especial. A tarefa dos professores é hercúlea, sua responsabilidade é

significativa e sua dedicação é quase infinita. Eles devem ser capazes de antecipar problemas e

gerenciá-los por meio de tomadas de decisões assertivas, com uma postura solidária e atenciosa,

em um ambiente amistoso e cooperativo (WEINSTEIN; NOVODVORSKY, 2015). Um bom

professor é fundamental para o desempenho de seus alunos e pode ter um impacto positivo no

resto de suas vidas.

Para conduzir de forma harmônica esse ambiente tão complexo, repleto de obrigações,

conflitos e emoções, o papel do gestor escolar torna-se indispensável. São diversas as

qualidades e qualificações necessárias a esses profissionais para uma gestão eficaz. É atribuição

Gestor escolar e o professor do Ensino Médio: Suas influências no desempenho escolar

RPGE – Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115 4

do gestor lidar com questões administrativas, financeiras e pedagógicas, orientar os professores

com vistas ao bom desempenho escolar, envolver todos os membros da comunidade nas

decisões, acompanhar o progresso das atividades em sala de aula, motivar e conhecer a fundo

os professores com os quais trabalha, tanto em termos pessoais quanto profissionais, além de

promover a interação entre pais e escola, dentre outras responsabilidades. No caso de redes

privadas, os gestores devem ter especial atenção à transparência, a fim de proporcionar um

ambiente psicologicamente saudável e trazer segurança aos docentes, que muitas vezes estão

sujeitos a altos índices de rotatividade em diversas instituições. Diante do exposto, é possível

observar que essas circunstâncias podem gerar uma expectativa angustiante para o profissional

em relação à renovação do seu contrato de trabalho no final do ano.

Nesse contexto, o objetivo geral desta pesquisa é verificar a relação direta entre a

liderança do agente escolar, a motivação e o bem-estar dos professores e o desempenho escolar

dos alunos do Ensino Médio. Como objetivos específicos, buscou-se identificar, na literatura,

as qualidades dos gestores e dos professores, os elementos essenciais para um bom desempenho

escolar e as particularidades da gestão nas escolas privadas.

Para tanto, este estudo fundamentou-se em uma revisão sistemática. O texto se inicia

com a apresentação dos materiais e métodos utilizados, seguida pelos resultados preliminares

encontrados. Por fim, as considerações finais resumem os resultados obtidos, oferecendo uma

análise mais aprofundada da autora sobre alguns tópicos identificados.

Material e métodos

Este texto descreve a metodologia de um trabalho de pesquisa qualitativa que seguiu as

normas de uma revisão sistemática. A revisão da literatura foi realizada em três bases de dados

para o idioma português (SCIELO, DIALNET e REDALYC) e uma para o idioma inglês

(ERIC). Os descritores em português utilizados nas buscas foram: motivação AND (professores

de ensino médio OR gestão escolar OR gestor escolar); ensino médio AND (escolas particulares

OR rede privada); gestão escolar AND liderança. Para os descritores em inglês foram utilizados:

high school AND private schools; leadership quality of the school principal AND (quality of

teaching OR high school student performance); motivation AND (high school teachers OR

school management OR school principal).

Os critérios de inclusão adotados para a seleção dos artigos foram os seguintes: (a) ser

artigo científico; (b) ter sido publicado entre janeiro de 2017 e dezembro de 2021; (c) estar

escrito em português ou inglês; e (d) abordar as qualidades do gestor e do professor, a relação

Maria Rita Vital PAGANINI CINTRA e José Anderson SANTOS CRUZ

RPGE – Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115 5

entre a qualidade da liderança do gestor escolar e a motivação dos professores do Ensino Médio,

o impacto da liderança dos gestores e professores no desempenho dos alunos e as

especificidades das escolas da rede privada. Por outro lado, os critérios de exclusão foram: (a)

monografias, dissertações ou teses; (b) livros ou capítulos de livros; (c) estudos não

relacionados aos objetos de pesquisa propostos; e (d) duplicações nas bases de dados.

Para a base de dados REDALYC, foram selecionados os artigos publicados entre os

anos de 2017 e 2021, com os seguintes filtros adicionais: Português, Educação e Brasil. Na base

de dados SCIELO, foram selecionados artigos publicados entre os anos de 2017 e 2021, com

os seguintes filtros: Brasil, Português, Educacional e Artigo. Esses critérios foram escolhidos

para direcionar a busca aos artigos relacionados ao tema da pesquisa e ao público-alvo do

Ensino Médio. Para a base de dados DIALNET, a falta de filtros específicos dificultou a seleção

mais precisa dos artigos. A autora realizou uma busca pelos descritores e, em seguida, indexou

os resultados por data para aplicar o período de publicação estabelecido. No entanto, muitos

dos trabalhos identificados não se adequavam ao tema da pesquisa ou estavam escritos em

espanhol, o que limitou a quantidade de artigos utilizados.

Por fim, na base de dados ERIC, foram utilizados os seguintes filtros: “Since 2018 (last

5 years)”, “Private Schools”, “Secondary Education”, “Journal Articles”. No entanto, poucos

artigos que abordavam especificamente o Ensino Médio e as escolas particulares/rede privada

foram encontrados. A maioria dos trabalhos discutia o novo Ensino Médio que será implantado

no país, o que não era o foco deste estudo.

A Tabela 1 apresenta um resumo dos dados coletados, com os descritores utilizados, os

filtros aplicados, a quantidade de artigos encontrados para cada descritor e a respectiva base de

dados utilizada.

Tabela 1 – Número de artigos por base de dados e por descritor, com seus respectivos filtros

Filtros / Descritores

Nome das bases de dados

Scielo

Dialnet

Redalyc

ERIC

Filtros

Período de

2017 a 2021;

Brasil;

Português;

Educational;

Artigo

Não foi

possível

usar filtros

Período de

2017 a 2021;

Português;

Educação;

Brasil

Since 2018

(last 5 years);

Private

Schools;

Secondary

Education

Journal Articles

Motivação AND (professores de ensino

médio OR gestão escolar OR gestor

escolar);

137

-x-

Gestor escolar e o professor do Ensino Médio: Suas influências no desempenho escolar

RPGE – Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115 6

Ensino Médio AND (escolas particulares

OR rede privada)

234

-x-

Gestão escolar AND liderança

837

-x-

High school AND private schools

-x-

136

Leadership school principal AND (quality

of teaching OR high school student

performance)

-x-

Motivation AND (high school teachers OR

school management OR school principal)

-x-

721

Total de artigos:

1208

882

Fonte: Resultados originais da pesquisa

Apesar de terem sido selecionados com base nos títulos e resumos, vários estudos foram

descartados após uma leitura completa dos textos, principalmente na base de dados ERIC, por

conta de muitos artigos serem de origem internacional. Ao analisar os artigos na íntegra, tornou-

se evidente que as políticas educacionais de alguns países estudados (como Malásia, Turquia,

Indonésia, entre outros) diferiam das políticas brasileiras, especialmente no que diz respeito ao

relacionamento entre gestores escolares e professores e às leis locais que regem as escolas.

Além disso, alguns textos encontrados apresentavam análise de dados e linguagem

consideradas insuficientes em termos de qualidade pela autora. Um número considerável de

artigos dos Estados Unidos também foi descartado, pois os estudos indicaram que a maioria das

escolas particulares daquele país são religiosas, não estando dentro do escopo desta obra.

Consequentemente, a presente pesquisa analisou um total de 27 artigos provenientes das

quatro bases de dados, todos eles lidos integralmente e catalogados conforme os diferentes

tópicos dos descritores, visando facilitar a discussão e análise dos dados. A Figura 1,

apresentada abaixo, ilustra os resultados da revisão sistemática.

Maria Rita Vital PAGANINI CINTRA e José Anderson SANTOS CRUZ

RPGE – Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115 7

Figura 1 – Resultados da Revisão Sistemática

Fonte: Resultados originais da pesquisa

Para uma melhor compreensão dos artigos selecionados, a Tabela 2 a seguir apresenta

a relação dos escritos utilizados, contendo o nome do autor, ano de publicação, base de dados

em que foram encontrados, objetivo inicial da pesquisa e principais resultados.

Identificação

Artigos nas

Bases de Dados

Total de Artigos

escolhidos nas

bases de dados

N = 2.199

ERIC: N = 882

Dialnet: N = 83

Scielo: N = 26

Redalyc: N = 1.208

Triagem Inicial

dos Artigos

Artigos

selecionados a

partir do Título

e/ou Resumo

N = 128

ERIC: N = 50

Dialnet: N = 9

Scielo: N = 24

Redalyc: N = 45

* Artigos repetidos

nas bases de dados

* Artigos em

espanhol (Dialnet,

sem filtros)

* Artigos de países

com leis específicas

* Artigos que fugiam

ao tema

* Artigos sem

qualidade suficiente

Análise do

Conteúdo dos

Artigos

Artigos excluídos

após leitura

integral do texto

N = 101

ERIC: N = 40

Dialnet: N = 8

Scielo: N = 15

Redalyc: N = 38

Artigos

Incluídos na

Pesquisa

Artigos a serem

utilizados

N = 27

ERIC: N = 10

Dialnet: N = 1

Scielo: N = 9

Redalyc: N = 7

Gestor escolar e o professor do Ensino Médio: Suas influências no desempenho escolar

RPGE – Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115 8

Tabela 2 – Relação dos artigos utilizados e suas respectivas Bases

Autor / Ano

Local/Base de

Dados

Objetivo central do Estudo

Principais Resultados Encontrados

Alves, M.T.G.;

Faria, P.S.P. 2020

UFMG, MG

Redalyc (1)

Investigar características de

escolas que impactam a

aprendizagem dos estudantes

A "performance" dos profissionais e

sua dedicação nos processos de ensino

e aprendizagem contribuem para a

eficácia escolar

Américo, B. L.;

Gobbi, B.C.;

Lacruz, A. J.;

Zanquetto Filho,

H. 2020

UFES, ES

Scielo (1)

Avaliar a relação entre Gestão

Escolar e desempenho dos

estudantes. Destaque para o

papel moderador da Gestão

Escolar nessa relação

Impacto positivo da Gestão Escolar no

desempenho. Porém, uma Gestão

Escolar complexa tem impacto

negativo no desempenho

Assis, B.;

Marconi, N. 2021

FGV, SP

Scielo (2)

Avaliar como a seleção de

gestores escolares impacta a

percepção do corpo docente

em relação à liderança e ao

clima escolar

O contexto local influencia a

percepção do corpo docente quanto à

escolha do líder. É essencial

considerar as características de cada

localidade para a seleção dos gestores

Benevides, A. A.;

Soares, R. B. 2020

UFC, CE

Redalyc (2)

Analisar o efeito escola no

diferencial de desempenho

entre estudantes de escolas

militares e civis

Características familiares,

conhecimento acadêmico, processo de

seleção podem gerar um viés no

desempenho. Porém, o efeito da escola

militar ainda é significante

Bizzo, N.; Garcia,

P.S. 2017

USP, SP

Redalyc (3)

Investigar como a família, os

alunos, professores e gestores

impactam o desempenho

acadêmico dos estudantes nas

escolas do Brasil e da Itália

Múltiplos fatores explicam o

desempenho, fatores esses que apoiam

a aprendizagem e o rendimento

escolar, sendo doze na realidade

brasileira e onze na italiana

Boyd, W.; Lynch,

D.; Peddell, L.;

Waters, R.; Willis,

R. 2020

SCU,

Austrália

Eric (1)

Investigar as estratégias que

gestores de escolas de alto

desempenho usam para

alcançar bons resultados

escolares

Boas ações, atitudes e

comportamentos dos gestores afetam a

qualidade da escola. A visão

compartilhada explica o sucesso

dessas escolas

Boruchovitch, E.;

Machado, A. C. T.

A. 2021

Unifesp /

Unicamp, SP

Scielo (3)

Analisar a motivação dos

professores para aprender, seja

como estudante, seja como

docente

Por meio de prática autorreflexiva,

constatou-se um aumento da

autoconsciência dos professores para

motivação, aprendizagem e práticas

pedagógicas

Bresolin, A. B.;

Lucchesi, A.;

Mendes, K. D.;

Pereda, P.C. 2019

USP, SP

Scielo (4)

Investigar o impacto do

processo seletivo de gestores

escolares no desempenho dos

alunos

A escolha democrática do gestor tende

a selecionar profissionais com

habilidades gerenciais e de liderança

mais altas

Cansoy, R. 2019

Karabuk

University,

Turquia

Eric (2)

Investigar a relação entre a

liderança dos gestores

escolares e a satisfação dos

professores

Gestores escolares que incentivam a

participação e compartilham a

liderança com orientação para os

indivíduos aumentam a satisfação dos

professores

Maria Rita Vital PAGANINI CINTRA e José Anderson SANTOS CRUZ

RPGE – Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115 9

Carlos, D.M.;

Costa, L. C. R.;

Gonçalves, M.;

Oliveira, W. A.;

Sabino, F. H. O.

2021

UFSCAR, SP

Scielo (5)

Investigar os efeitos da

pandemia Covid-19 e suas

medidas de isolamento social

quanto à saúde mental dos

adolescentes

Adolescentes são propensos ao

adoecimento psíquico. A Covid-19

pode dificultar a transição para a fase

de jovem adulto, com destaque para a

exacerbação do medo do

desconhecido

Carvalho, C.P.;

Oliveira, A.C.P.

2018

PUCRJ /

UFRJ, RJ

Scielo (6)

Relacionar a liderança do

gestor escolar (percebida pelos

professores), o provimento do

cargo de direção e o

desempenho acadêmico dos

estudantes

Por meio do Índice de Liderança do

Diretor verificou-se que a liderança e

a política de provimento do gestor

influenciam o desempenho dos alunos

Daolio, C. C.;

Neufeld, C. B.

2017

FFCLRP, SP

Redalyc (4)

Relatar os resultados de uma

experiência de intervenção

para o controle de stress e

ansiedade de estudantes em

ano de vestibular

Puderam ser observados resultados

promissores, com a indicação de

melhora nos sintomas de alguns

participantes

Davoglio, T. R.;

Santos, B. S. 2017

PUCRS, RS

Scielo (7)

Analisar a eficácia da Escala

de Motivação Docente, que se

apoia nas hipóteses da "Self-

Determination Theory", para a

motivação de professores

Resultados consistentes, válidos,

podendo a Escala de Motivação

Docente ser utilizada para a avaliação

motivacional docente

Fonte: Resultados originais da pesquisa

Davoglio, T. R.;

Santos, B. S.;

Spagnolo, C.

2017

PUCRS, RS

Scielo (8)

Analisar os principais tópicos

que motivam os docentes da

Educação Superior quanto ao

não abandono da carreira

Aspectos motivacionais intrínsecos

foram os mais apontados pelos

professores como os motivos de sua

permanência na profissão docente

Eres, F. Yalçin,

M. T. 2021

Gazi

University,

Turquia

Eric (3)

Examinar a relação entre as

capacidades instrucionais das

"high schools" e os ganhos de

desempenho dos alunos

A qualidade do professor e a

disposição dos alunos para aprender

afetam diretamente o desempenho

dos estudantes

Fatih M. 2020

Harran

University,

Turquia

Eric (4)

Avaliar o apoio prestado por

gestores de escolas da

Turquia no desenvolvimento

profissional de seus

professores

Professores necessitam do apoio dos

gestores. As atitudes dos docentes

são impactadas pelas opiniões dos

administradores escolares sobre seu

desenvolvimento profissional

Gestor escolar e o professor do Ensino Médio: Suas influências no desempenho escolar

RPGE – Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115 10

Tabela 3 – Relação dos artigos utilizados e suas respectivas Bases

Mocarzel, M. S.

M. V.; Pimenta,

M.F.B.; Rojas,

A. A. 2018

Unilasalle-RJ

Redalyc (7)

Discutir os desafios que podem

surgir para os gestores

escolares com o novo Ensino

Médio

Reforma do Ensino Médio: sem

condições de ser operacionalizado

por muitos gestores escolares devido

à falta de recursos

Pereira, R.S.;

Silva, M.A.

2018

UFBA, BA UnB,

Scielo (9)

Analisar os conceitos de gestão

dos diretores do ensino médio,

como a gestão democrática é

colocada em prática

Gestão democrática é o pilar do

trabalho docente de direção escolar.

Gestores são levados a tarefas

centralizadoras, mas buscam apoio

da comunidade escolar - e local -

devido à pressão externa exercida

sobre eles

Romeiro, M. C.;

Silva, L. L.

2020

USC, SP

Dianet (1)

Investigar a influência da

liderança do gestor escolar

sobre o desempenho escolar

Características multifuncionais da

liderança do gestor escolar

influenciam positivamente o

desempenho escolar

Sowell, M. 2018

Texas A&M

University EUA

Eric (7)

Explorar como gestores

constroem relacionamentos de

confiança com o professor,

influenciando a motivação, o

compromisso e as condições de

trabalho dos professores

Seis temas são essenciais para

motivar os professores, por parte dos

gestores: visitas às salas de aulas,

elogios, ajuda com os dados

administrativos, educação

continuada, trabalho colaborativo,

delegação de responsabilidade

Salisbury-

Glennon, J. D.;

Shepherd-Jones,

A. R. 2018

Auburn

University EUA

Eric (8)

Investigar os efeitos dos

principais estilos de liderança

dos gestores que impactam a

motivação dos professores

Professores relataram níveis mais

altos de autonomia, pertencimento e

competência sob uma gestão de

liderança democrática

Autor / Ano

Base de Dados

Objetivo central do Estudo

Principais Resultados Encontrados

Freed, D.;

Hornberger, R.;

Safer, A.; Sims,

P.; Tagaris, A.

2021

CUC, Chicago

EUA

Eric (5)

Examinar as percepções e

experiências dos gestores com

a motivação dos professores

Gestores têm um papel importante

na motivação dos professores.

Ênfase em autonomia, senso de

competência, apoio profissional e

pessoal

Hirata, G.;

Mereb, T. M.;

Oliveira, J. B. A.

2019

IDados, RJ

Redalyc (5)

Analisar dados sobre o perfil

dos professores brasileiros

Apresenta sugestões para aumentar a

eficiência e a eficácia das redes

públicas e privadas de ensino

Horn, A. M.;

Patias, N. D.;

Silva, K. A.

2020

IMED / UFSM,

Redalyc (6)

Analisar a relação entre

desempenho escolar e a

exigência parental em

adolescentes

Pais classificados como negligentes

(maioria),

autoritativos/competentes. Não

foram encontradas grandes

diferenças para a classificação entre

alto e baixo desempenho escolar

"vis-à-vis" estilos parentais

McShane, M. Q.

2019

EdChoice

IndianápolisEUA

Eric (6)

Professores de escolas

particulares precisam de

habilidades diferentes quando

comparados a educadores de

escolas públicas?

Maioria das responsabilidades e

habilidades: a mesma. Professores

de escolas particulares precisam

desenvolver conhecimentos em

relações públicas e "marketing".

Maria Rita Vital PAGANINI CINTRA e José Anderson SANTOS CRUZ

RPGE – Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115 11

Wang, L.; Zhao,

D. 2020

Beijing Normal

University China

Eric (9)

Estudar estratégias para

melhorar a estrutura de

governança escolar chinesa e

estabelecer um sistema escolar

moderno

China precisa expandir a autonomia

da gestão escolar, dar mais poder e

responsabilidade ao gestor escolar,

fortalecer a gestão democrática,

maior participação dos professores

nas decisões escolares

Yildizli, H.

2019

Univ. de

Istambul, Turquia

Eric (10)

Investigar a relação das metas

dos professores e suas atitudes

por meio de medidas de auto

eficácia e burnout

Professores, que acreditam ser

eficientes, são mais propensos a se

esforçarem, mais motivados a

ensinar e abertos a mudanças.

Fonte: Resultados originais da pesquisa

Além dos artigos supracitados, a base teórica para a liderança apoia-se nos trabalhos de

Luck (2014), Senge (2013), Coyle (2019) e Dweck (2006). De acordo com esses autores, a

liderança não é inata, e o líder deve estar constantemente em processo de aprendizagem para

exercer sua influência sobre os liderados, motivando-os, orientando-os e instigando-os a

trabalhar e aprender de forma colaborativa. No que se refere à motivação, a autora embasou-se

nos trabalhos de Csikszentmihalyi (2009), Duffield, Wageman e Hodge (2013) e Duckworth

(2016), com foco na motivação extrínseca dos professores. Por fim, para uma melhor

compreensão da ansiedade e das aflições que afetam os jovens estudantes adolescentes, a autora

utilizou os estudos e teorias de Ferenczi (1992) para a afetividade e Winnicott (1983) para a

Teoria da Maturidade.

Resultados preliminares

Este texto descreve a metodologia utilizada para analisar os resultados de um estudo

qualitativo. A análise foi baseada na Análise de Conteúdo de Bardin (1977) e foi organizada

em categorias de análise, incluindo qualidades do gestor escolar, capacitação do gestor escolar,

relacionamento do gestor escolar com o corpo docente, gestor escolar e a comunidade escolar,

escola eficaz, qualidades e habilidades do professor, influência do professor no

desenvolvimento dos alunos, exigências do cargo professor, desempenho e motivação dos

professores, formação e perfil dos professores, diferenças entre redes públicas e privadas e

gestão escolar e o desempenho dos alunos. Essas categorias permitiram a inferência e

interpretação do objeto de estudo.

Gestor escolar e o professor do Ensino Médio: Suas influências no desempenho escolar

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Sobre as qualidades do gestor escolar

Embora cada artigo analisado nesta revisão sistemática tenha buscado ser original ao

definir as qualidades e características essenciais de um gestor escolar, todos concordaram

unanimemente sobre sua importância para o desempenho escolar dos alunos e a criação de um

ambiente saudável e harmonioso, no qual o corpo docente e discente se beneficiem.

De acordo com Alves e Faria (2020), cabe ao administrador escolar lidar com questões

administrativas e pedagógicas, ser dedicado e conduzir o corpo docente de forma tranquila, com

o objetivo de alcançar as metas estabelecidas pela escola. A atuação e dedicação do gestor,

juntamente com sua maneira de gerir o corpo docente, são fundamentais para um bom

desenvolvimento escolar (BIZZO; GARCIA, 2017). Para exercer uma liderança bem-sucedida,

os regentes devem promover um propósito forte, envolver toda a comunidade escolar nos

processos decisórios e exercer sua autoridade profissional (CARVALHO; OLIVEIRA, 2018).

Um gestor competente assume sua liderança pedagógica por meio de um acompanhamento

próximo do que acontece em sala de aula, ou seja, monitorando as estratégias de ensino e

aprendizado dos alunos (AMÉRICO et al., 2020).

Os supervisores desempenham um papel crítico na motivação dos docentes, por meio

da promoção da autonomia, do desenvolvimento de suas competências e do apoio

personalizado. Conhecer bem os educadores com quem trabalham, tanto em nível pessoal

quanto profissional, de forma autêntica, faz com que eles se sintam valorizados como

profissionais e indivíduos, aumentando sua motivação (FREED et al., 2021). Em suma, a

postura dos gestores em relação ao desenvolvimento profissional de seus professores

desempenha um papel fundamental e influência positivamente as atitudes desses profissionais

(FATIH, 2021).

A Figura 2 apresenta um resumo das qualidades e características extraídas dos artigos

que compõem a base de dados deste estudo.

Maria Rita Vital PAGANINI CINTRA e José Anderson SANTOS CRUZ

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Figura 2 – Resumo das qualidades pessoais e profissionais apontadas como necessárias para

um Gestor Escolar eficaz

Fonte: Resultados originais da pesquisa

As qualidades e características identificadas foram organizadas segundo a importância

do gestor em relação a cinco aspectos principais: 1) liderança em si; 2) alunos; 3) professores;

4) demandas por conhecimentos específicos para ocupar o cargo; e 5) qualidades pessoais

diversas.

Observa-se que essas qualidades não se limitam às especificidades comuns do cargo,

como ser um líder, conhecer a cultura da escola e promover um bom clima escolar. Elas

abrangem também habilidades interpessoais, além de conhecimentos técnicos, como orçamento

e finanças. Portanto, para abarcar o máximo de qualidades necessárias, uma boa capacitação se

faz necessária, como será discutido a seguir.

Sobre a capacitação do gestor escolar

A fim de desempenhar uma boa gestão, é crucial que o gestor tenha uma formação

específica para a função (AMÉRICO et al., 2020). Isso se aplica a todos os profissionais que

ocupam cargos de liderança, uma vez que é necessário se qualificar adequadamente para liderar

com competência (LUCK, 2014). A formação profissional pode ocorrer antes ou depois da

eleição/indicação do gestor, mas é importante destacar que conhecimentos mínimos são

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necessários para realizar um bom trabalho, seja por meio de atributos naturais ou desenvolvidos

por meio da formação e treinamentos.

Este texto apresenta os resultados de uma pesquisa com vários diretores sobre as

capacitações essenciais que um profissional deveria ter para assumir o cargo de gestor escolar

com competência. Os pontos levantados incluem: 1) necessidade de uma qualificação mínima

nas áreas administrativa, financeira e contábil; 2) um processo seletivo para a escolha do gestor

com prova de qualificação; 3) uma formação em gestão pública; 4) ter habilidades de

comunicação, pois uma gestão escolar efetiva tem um gestor que participa e dialoga e 5)

cuidado com as indicações, pois um bom professor pode não ser um bom administrador

(PEREIRA; SILVA, 2018). Para Bresolin et al. (2019) é sine qua non escolher gestores

qualificados por meio de um processo seletivo, destacando habilidades gerenciais, financeiras,

de comunicação e liderança como essenciais para implementar mudanças necessárias e

estimular o desempenho dos docentes.

No entanto, Carvalho e Oliveira (2018), em um levantamento realizado no país para

identificar as formas de provimento do cargo de diretor nas escolas públicas, constataram que

as indicações políticas são responsáveis por 48,8% das indicações de supervisores,

independentemente de suas capacitações. É importante destacar que as diferentes formas de

seleção de diretores (processo seletivo, eleição, concurso público, indicação) têm grande

influência no clima escolar e na percepção dos professores em relação ao tipo de liderança a

que estarão subordinados (ASSIS; MARCONI, 2021).

É importante considerar a atmosfera de legitimidade da escola. A indicação pode fazer

sentido em uma escola militar, onde há uma hierarquização meritocrática. Por outro lado, em

uma escola com forte presença da associação de pais e professores, outras formas de provimento

podem ser mais eficazes.

Sobre o relacionamento do gestor escolar com o corpo docente

Uma boa gestão deve ser capaz de lidar com as diferentes personalidades que compõem

o corpo docente. De acordo com diretores de escolas, embora seja benéfico ter um grupo

diversificado, no qual os docentes possam aprender juntos, as diferenças culturais,

educacionais, atitudinais e de crenças podem causar conflitos difíceis de resolver (FREED et

al., 2021).

É importante que o gestor saiba identificar os diferentes tipos de funcionários, tais como

aqueles naturalmente comprometidos e participativos (que desejam e farão as coisas

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acontecerem); os de aceitação genuína (que farão acontecer, mas sem grande paixão); os de

aceitação formal (que farão apenas o que é esperado deles); os de aceitação hostil (que fazem

apenas porque não querem perder o emprego); os de não aceitação (que não fazem o que é

esperado deles); e os apáticos (desinteressados). Lidar com essas diferenças e realizar as

mudanças necessárias para formar um grupo coeso e dedicado requer do regente conhecimento

e treinamento extensivo (SENGE, 2013).

Sobre gestor escolar e a comunidade escolar

Uma boa liderança na gestão escolar vai além do ambiente escolar, abrangendo toda a

comunidade, tanto dentro como fora dos muros da escola. Uma escola de qualidade não é

apenas medida pelo prestígio ou pela capacidade de preparar os alunos para exames, ou para

enfrentar os desafios da vida. A eficácia da escola também é medida pela sua capacidade de

incutir nos alunos uma mentalidade de aprendizado contínuo, que será aplicado ao longo de

toda a vida (CSIKSZENTMIHALYI, 2020).

Segundo Romeiro e Silva (2020), o diretor desempenha um papel fundamental em uma

escola eficaz, especialmente quando adota uma liderança inclusiva em relação aos pais. O

envolvimento da família pode enriquecer o ambiente escolar, e para que isso aconteça, é

necessário um bom gestor.

Sobre a escola eficaz

Uma escola eficaz é aquela capaz de produzir os resultados desejados pelos pais e

alunos, enquanto seu corpo docente adota uma postura positiva e colaborativa em relação à

qualidade do ensino (AMÉRICO et al., 2020). O estudo realizado por Carvalho e Oliveira

(2018) concentrou-se nos fatores intraescolares como explicação para a eficácia das escolas.

Dentre os vários fatores-chave identificados, destacam-se a liderança profissional, expectativas

elevadas, organização e um ambiente voltado para a aprendizagem.

A liderança eficiente do supervisor escolar e a promoção de um clima escolar favorável

estão intrinsecamente ligadas à satisfação dos educadores e ao funcionamento eficiente da

escola (ALVES; FARIA, 2020; ROMEIRO; SILVA, 2020). O estudo de Barber e Mourshed

(2007), que analisou 25 sistemas escolares em todo o mundo, incluindo 10 com desempenho

exemplar, concluiu que contratar as pessoas certas como professores, capacitá-las para assumir

papéis de liderança e garantir a educação de todos os estudantes da instituição são fundamentais

para o sucesso de uma escola eficaz. Para atrair docentes qualificados, é necessário adotar

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critérios seletivos e oferecer cursos de formação de qualidade, além de salários iniciais

atrativos.

As pessoas certas nos lugares certos são, indiscutivelmente, o maior ativo de uma escola.

Portanto,  fundamental começar sempre pelo “quem” e, em seguida, pelo “quê” (COLLINS,

2013), priorizando os funcionários antes das tarefas (FREITAS et al., 2020). Estudos ressaltam

que não existe uma fórmula única para uma gestão competente, mas certamente é crucial buscar

uma abordagem mais humanizada, não se limitando apenas à eficiência (WEINSTEIN;

NOVODVORSKY, 2015).

A Figura 3 abaixo apresenta um resumo das características que compõem uma escola

eficaz, com base nos dados coletados nos artigos das bases de dados.

Figura 3 – Resumo das características que compõem uma escola eficaz

Fonte: Resultados originais da pesquisa

Conforme evidenciado, as características atribuídas pelos autores para uma escola

eficiente são bastante abrangentes. A autonomia, organização, respeito, ordem e remuneração

adequada compõem os elementos considerados essenciais por eles.

A atitude do professor, caracterizada por sua postura colaborativa e positiva, que se

reflete na alta qualidade de ensino, também é mencionada como um aspecto essencial. Será

realizada uma análise dos resultados obtidos em relação às qualidades e habilidades do

educador.

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Sobre as qualidades e habilidades do professor

As qualidades e habilidades atribuídas aos professores nos estudos abrangidos por esta

revisão sistemática são numerosas. Dentre elas, destaca-se a necessidade de possuir

conhecimentos administrativos, financeiros e acadêmicos, ser compreensivo, comunicativo,

autônomo, líder, ter habilidades interpessoais, capacidade de aprendizado contínuo, paixão pelo

ensino e pensamento crítico, para mencionar apenas algumas.

Além disso, as qualidades exigidas vão além do campo acadêmico e social, pois se

espera que os docentes se preocupem com o aspecto relacional e emocional dos alunos. É

fundamental que demonstrem uma escuta ativa e estejam sensíveis às dificuldades enfrentadas

pelos jovens, estando disponíveis para suas aflições (ALMEIDA; NAFFAH NETO, 2019).

A Figura 4 resume as qualidades pessoais e profissionais ideais dos professores,

extraídas dos artigos incluídos na base de dados desta pesquisa.

Figura 4 – Resumo das qualidades pessoais e profissionais apontadas como necessárias para

um Professor eficaz

Fonte: Resultados originais da pesquisa

Conforme pode ser observado, as características pessoais e profissionais enfatizadas nos

textos são numerosas e diversificadas. Há uma crescente demanda por habilidades profissionais,

como experiência em gestão administrativa, juntamente com qualidades pessoais, como

afetuosidade, amabilidade, empatia e generosidade. Essas habilidades são cada vez mais

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exigidas dos educadores, visando uma boa administração da sala de aula e um ensino

competente.

É importante ressaltar que, para um professor, ter competência acadêmica não garante

necessariamente o sucesso no desenvolvimento dos estudantes, conforme será discutido a

seguir.

Sobre a influência do professor no desenvolvimento dos alunos

Os artigos incluídos nesta revisão sistemática enfatizam de forma contundente a

importância crucial do professor em todo o processo de aprendizagem e desenvolvimento dos

estudantes jovens, abrangendo não apenas o aspecto acadêmico, mas também o emocional e

social. O conhecimento, a atitude e as habilidades dos professores são o cerne de uma educação

de excelência, com a competência dos professores exercendo uma influência direta sobre a

qualidade do ensino, o ambiente escolar e o sucesso ou fracasso dos alunos em termos de

desempenho acadêmico e, muitas vezes, pessoal. Vale ressaltar que o impacto de bons docentes

pode perdurar por anos e até mesmo influenciar o futuro dos jovens (ALVES; FARIA, 2020;

BIZZO; GARCIA, 2017; BOYD et al., 2020; BORUCHOVITCH; MACHADO, 2021;

CANSOY, 2019; DAOLIO; NEUFELD, 2017; DAVOGLIO; SANTOS; SPAGNOLO, 2017;

ERES; YALÇIN, 2021; HIRATA; MEREB; OLIVEIRA, 2019; MCSHANE, 2019;

SALISBURY-GLENNON; SHEPHERD-JONES, 2018; YILDIZLI, 2019).

Conforme o estudo realizado por Bizzo e Garcia (2017) que envolveu professores,

gestores, alunos e famílias, ficou evidente que o educador é a pessoa ou profissional que faz a

diferença no desempenho acadêmico dos estudantes. A atitude proativa e o comportamento dos

docentes foram identificados como características decisivas para os resultados alcançados.

McShane (2019 também destaca que a qualidade do professor é o fator mais importante para

justificar o bom desempenho dos alunos, superando até mesmo o currículo e a infraestrutura

escolar.

Em concordância com as ideias do médico e psicanalista Sándor Ferenczi que discutiu

a importância do afeto nas relações entre o profissional e o paciente, Almeida e Naffah Neto

(2019) introduzem o conceito de “pedagogia do cuidado” para explicar as qualidades essenciais

dos professores que buscam estabelecer bons relacionamentos e promover o desempenho dos

alunos. Segundo os autores, os docentes devem evitar condutas mecânicas tanto nas aulas

quanto nas relações com os alunos, em vez disso, devem praticar a delicadeza, a empatia, a

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escuta ativa, a sensibilidade em se envolver com cada estudante e compreender seu sofrimento

e suas dificuldades de forma genuína.

Sobre as exigências do cargo professor

Os professores enfrentam diversas exigências em sua profissão, e o termo “produtivismo

acadêmico”  usado para descrever as crescentes tarefas diversificadas que são impostas e

demandadas desses profissionais. Isso cria uma tensão entre o que eles gostariam de fazer e o

que realmente conseguem realizar, impactando sua motivação e a qualidade do trabalho

(DAVOGLIO; SANTOS; SPAGNOLO, 2017). No contexto das escolas privadas, McShane

(2019) destaca um complicador adicional para essa crise: a maior insegurança dos profissionais

devido às altas taxas de rotatividade, ou seja, eles não têm garantia de renovação de contrato ao

final de cada ciclo. Além disso, dependendo do perfil da escola, os educadores de redes

particulares podem se sentir pressionados pelo poder aquisitivo dos aulistas (CARLOS et al.,

2021).

Apesar de todas as dificuldades, os professores persistem em suas carreiras. Quando

questionados sobre os motivos pelos quais permanecem na profissão, as boas relações com os

alunos se destacam e são colocadas em primeiro lugar, pois elas promovem satisfação pessoal

e profissional aos docentes, criando um sentimento de pertencimento e de estar no lugar certo

fazendo a coisa certa. Outros aspectos que trazem satisfação aos especialistas incluem o

interesse pelo conteúdo que planejam desenvolver com os estudantes, a capacidade de

relacionar o que é ensinado em sala de aula com o mundo real, a promoção do diálogo constante,

o incentivo à participação ativa de todos e a busca por inovação (DAVOGLIO; SANTOS;

SPAGNOLO, 2017).

Sobre o desempenho e motivação dos professores

É de extrema importância que os gestores conheçam seus liderados. Para auxiliá-los

nessa tarefa, o estudo de Yildizli (2019) presenta diferentes tipos de orientação em relação ao

desempenho dos professores, classificados em três grupos: aqueles com orientação para

habilidade (“ability approach orientation”) que buscam constantemente elogios, tanto dos

alunos quanto dos colegas de trabalho, e tendem a priorizar os aulistas com alto desempenho;

os docentes com orientação de alta autoeficácia (“high self-efficacy orientation”) que têm plena

consciência da importância de seu trabalho para os estudantes, utilizam boas estratégias e

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práticas de ensino, são dedicados, organizados e focados na aprendizagem dos jovens,

reconhecendo que suas expectativas elevadas motivam os alunos a serem melhores; e, por fim,

os educadores com orientação de baixa autoeficácia (“low self-efficacy orientation”) nos quais

as falhas no ensino nunca são atribuídas a eles, estando constantemente desmotivados em sala

de aula, sem se esforçarem para melhorar a qualidade da aula ou para e praticar novas técnicas.

Davoglio, Santos e Spagnolo (2017) contribuem para essa discussão ao buscar respostas

sobre o que motiva os professores a permanecerem em sua profissão. Seu estudo classifica a

motivação dos professores em três configurações, podendo gerar tanto frustração quanto

satisfação: 1) motivação de sobrevivência, quando a relação com o ensino-aprendizagem é

problemática e pode ter havido algum fracasso no passado; 2) motivação de descoberta, quando

a relação com o ensino-aprendizagem é de sucesso e satisfação; e 3) motivação de indiferença,

quando a escolha da profissão ocorreu ao acaso, e não por vocação.

Os supervisores devem sempre investir na motivação dos docentes, pois eles são

fundamentais para engajar os alunos no processo de aprendizagem. Quando os professores estão

conscientes das ferramentas motivacionais que utilizam para aprender e ensinar, conseguem

motivar os aulistas e melhorar a qualidade de suas aulas, tornando-as dinâmicas, participativas

e desafiadoras e promovendo a autonomia (BORUCHOVITCH; MACHADO, 2021).

Sobre a formação e perfil dos professores

Para mitigar as possíveis deficiências na formação dos professores, é essencial investir

constantemente no desenvolvimento e valorização desses profissionais. Com o objetivo de

obter um melhor entendimento sobre o perfil e formação dos educadores brasileiros, o estudo

realizado por Hirata, Mereb e Oliveira (2019) apresentou os seguintes resultados: o desempenho

dos alunos não está diretamente relacionado ao salário do professor, mas sim ao tempo que ele

passa em sala de aula; a dedicação exclusiva de docentes do Ensino Médio em redes privadas

é de 91,2%, em comparação com 62,2% na rede pública; há uma diferença salarial de até 10%

no Ensino Médio, sendo maior na rede privada; o salário-hora dos professores, quando

comparado a outros profissionais com ensino superior, é significativamente menor (R$21,26 e

R$32,60, respectivamente, com base em dados de 2018); os cursos de Licenciatura e Pedagogia

apresentam os menores percentuais de candidatos com pontuação acima de 600 pontos no

Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), como pode ser observado na Figura 5 abaixo, o

que sugere que esses cursos atraem estudantes com desempenho mais baixo no ensino superior.

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Figura 5 – Pontuação ENEM por curso

Fonte: Hirata, Mereb e Oliveira (2019)

Ao contrário do Brasil, a composição do corpo docente em países com sistemas

educacionais considerados de alto desempenho, com resultados sólidos em exames

internacionais de proficiência, é bastante peculiar e seletiva. Por exemplo, na Coreia do Sul,

apenas os 5% melhor classificados em suas graduações, ou seja, os recém-formados que se

encontram entre os mais bem-sucedidos em sua turma, são contratados como professores. Na

Finlândia, a seleção é feita entre os 10% melhores classificados, e em Cingapura/Hong Kong,

entre os 30% (BARBER; MOURSHED, 2007).

A literatura é vasta em relação aos benefícios de uma formação profissional de alta

qualidade. No entanto, é comum ouvir reclamações de coordenadores pedagógicos e gestores

de que os professores não conseguem aplicar em sala de aula o que aprendem nos cursos de

formação contínua. Para ocorrer um verdadeiro engajamento do educador, com resultados

práticos nas práticas de ensino, é importante que ele participe da decisão sobre o que estudar.

Caso contrário, um desenvolvimento imposto pode, inclusive, trazer efeitos prejudiciais

(DUFFIELD; WAGEMAN; HODGE, 2013). Além disso, embora seja trabalhoso desenvolver

um docente, manter um profissional talentoso não é uma tarefa fácil, pois muitos mudam de

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emprego/escola quando não se sentem valorizados. Uma pesquisa realizada por Salisbury-

Glennon e Shepherd-Jones (2018) concluiu que 52% dos professores que mudaram de escola

reclamaram da falta de autonomia e influência nas políticas da escola.

Sobre as diferenças entre redes públicas e privadas

Com o propósito de investigar se os educadores das escolas particulares eram

requisitados a possuir habilidades distintas em comparação às escolas públicas, McShane

(2019) conduziu um estudo com 447 participantes, englobando professores e gestores. Destes,

51% haviam desempenhado suas funções em ambas as esferas, ou seja, tanto na rede pública

quanto na privada. Os resultados do estudo evidenciaram que a grande maioria das

competências exigidas para os educadores é compartilhada por ambas as redes. Contudo, devido

à autonomia e independência das instituições de ensino particulares, os gestores destacaram a

importância de treinamentos específicos em áreas como “compliance”, contabilidade e

finanças.

Devido à natureza competitiva desse contexto, a formação em relações-públicas e

estratégias de marketing também emergiram como elementos essenciais. Indagados sobre as

habilidades que consideravam preponderantes para o sucesso em um ambiente escolar

particular, os professores elencaram: 1) paixão pelo ato de ensinar; 2) eficaz gerenciamento da

sala de aula; 3) promoção de um ambiente de aprendizado harmonioso; e 4) proficiência em

comunicação. Por sua vez, os gestores responderam com: 1) competência em comunicação; 2)

aptidão nas relações interpessoais; 3) habilidades de liderança; 4) estabelecimento de uma visão

estratégica e definição de metas acadêmicas claras; e 5) proficiência em planejamento e

organização.

Sobre gestão escolar e o desempenho dos alunos

Conforme abordado previamente, a qualidade do professor e sua influência configuram-

se como fatores preeminentes para um sólido rendimento discente. Outro agente de significativa

relevância é o gestor escolar. De acordo com Assis e Marconi (2021) um eficiente exercício da

gestão por parte do gestor escolar, abrangendo as esferas administrativa - contemplando a

gestão financeira - a pedagógica - englobando o estímulo à capacitação docente, incentivo e

apoio a projetos - e a participativa - envolvendo reuniões e a partilha de decisões - engendrará

um ambiente escolar propício, culminando em um desempenho estudantil aprimorado.

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No entendimento de Romeiro e Silva (2020), a correlação entre a performance discente

e uma sólida administração escolar é inegável. O gestor, ao fomentar o aprimoramento das

habilidades e competências, não apenas dos educadores, mas de toda a equipe funcional, ao

influenciar seus subordinados, ao estabelecer laços com a comunidade e ao aplicar uma visão

compartilhada de sua gestão, contribui significativamente para a excelência acadêmica. Vários

autores corroboram com a ideia de que a promoção de capacitações para os docentes resulta em

práticas de ensino mais eficazes e, por conseguinte, em um melhor desempenho dos estudantes

(SOWELL, 2018; FATIH, 2021).

Carvalho e Oliveira (2018) concordam que a liderança eficaz da administração incide

diretamente sobre o rendimento escolar. As autoras asseveram que quando o gestor assegura a

apropriação efetiva dos recursos escolares, tanto financeiros quanto pedagógicos, nos processos

de aprendizado, há um aumento substancial no desempenho discente. Estratégias adicionais

para uma gestão exitosa são mencionadas, incluindo a manutenção de um ambiente escolar

centrado na aprendizagem, a partilha de objetivos com a comunidade escolar para nutrir o senso

de pertencimento, e a relevância de uma liderança transformacional, que engaja e estimula a

participação docente em todos os âmbitos. Segundo Américo et al. (2020), o clima escolar

favorável e uma liderança eficaz contribuem positivamente para o êxito acadêmico do corpo

discente. Por meio de análises estatísticas, concluíram que uma administração escolar eficiente

correspondeu a um incremento de 30% no rendimento escolar.

Ademais, a autonomia conferida aos gestores e professores configura-se como outro

fator propulsor de sucesso discente. Isso foi atestado por um estudo comparativo entre escolas

chinesas e as mais destacadas globalmente no Exame do Programa Internacional de Avaliação

de Estudantes (PISA) de 2015, que evidenciou notáveis discrepâncias no âmbito da tomada de

decisões e autonomia dos gestores. Em média, as escolas chinesas apresentaram um grau de

autonomia de 48,8%, enquanto outras escolas atingiram 68,5%. Através da análise das

avaliações e resultados das instituições participantes, Wang e Zhao (2020) concluíram que

quanto maior a autonomia, maior o rendimento acadêmico alcançado pelos estudantes.

Fatores externos detêm, igualmente, uma influência considerável sobre o desempenho

acadêmico. Horn, Patias e Silva (2020) empreenderam um estudo acerca da correlação entre o

aproveitamento escolar e as expectativas parentais em relação aos adolescentes. Conforme

delineado pelos autores, quatro perfis parentais podem ser identificados: autoritários (elevada

exigência, reduzida responsividade); permissivos (escassa exigência, alta responsividade);

autoritativos/competentes (elevada exigência, alta responsividade); e negligentes (baixa

Gestor escolar e o professor do Ensino Médio: Suas influências no desempenho escolar

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exigência, baixa responsividade). Estilos parentais que adotam a imposição de regras conjugada

ao afeto e à promoção da autonomia favorecem o êxito educacional dos filhos. As conclusões

sugerem que o estilo autoritativo/competente exerce a mais positiva influência sobre o

desempenho dos jovens. Não obstante, a pesquisa constatou que a maioria expressiva dos pais

analisados foi categorizada como negligente.

Por derradeiro, porém igualmente relevante, o fenômeno escolar (o impacto decorrente

das várias ações e fatores em uma escola sobre os alunos) também é mencionado como um

protagonista na trajetória do sucesso acadêmico. Um estudo comparativo de rendimento escolar

entre discentes de instituições civis (públicas e privadas) e militares, conduzido por Benevides

e Soares (2020) demonstra que os alunos de escolas militares apresentam, notavelmente, um

desempenho superior em avaliações nacionais, quando equiparados aos seus pares em escolas

públicas e, em muitos casos, até mesmo às instituições privadas. Os autores identificam algumas

particularidades das escolas militares, tais como o processo de seleção diversificado dos

estudantes e o fato de que seus gestores são indicados, gozando de uma maior autonomia

administrativa em comparação com aqueles nas escolas públicas civis (também aplicável às

instituições privadas, que também desfrutam de maior autonomia e têm seus gestores

indicados). Ainda que as escolas militares tendam a ter uma proporção maior de alunos por sala

de aula em relação às instituições civis (31,5 em escolas militares, 20,3 em escolas públicas e

16,4 em escolas privadas), a autoridade do docente e o comprometimento dos alunos são

apontados como fatores de substancial importância para o rendimento escolar notável destas

instituições, com uma parcela significativa do sucesso derivando da disciplina dos estudantes

em ambiente de sala de aula.

Mediante uma pesquisa abrangente envolvendo mais de 400 jovens matriculados em

cursos preparatórios para os vestibulares do Instituto Militar de Engenharia (IME) e do Instituto

Tecnológico de Aeronáutica (ITA), distribuídos por instituições educacionais no Ceará, São

Paulo e Rio de Janeiro, Paganini (2020) analisou a significância do comprometimento no

alcance de um desempenho notável. No intuito de traçar o perfil desses jovens, que nutriam o

anseio de serem aprovados nos vestibulares mais desafiadores do país, procurou-se

compreender suas trajetórias educacionais. Dentre os entrevistados, 75% partilhavam da

percepção de estar posicionados entre os 10 melhores estudantes de suas respectivas turmas

desde o início, sendo que 32,4% afirmaram ocupar a primeira colocação. Além disso, 52%

declararam dedicar mais tempo aos estudos em comparação aos colegas de sala, enquanto 42%

alegaram investir a mesma quantidade de esforço e somente 8% admitiram destinar menos

Maria Rita Vital PAGANINI CINTRA e José Anderson SANTOS CRUZ

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tempo ao estudo em relação aos colegas. Importa destacar que somente 11,2% provinham de

colégios militares, enquanto uma esmagadora maioria de 88,9% frequentava instituições de

ensino regulares. Quando indagados sobre a motivação subjacente ao empenho e à devoção

dedicados aos estudos, 60,8% responderam que se sentiam compelidos a se desafiar.

Considerações finais

A literatura abordada na presente revisão sistemática ratificou a hipótese inaugural de

que existe uma correlação entre a gestão escolar e o papel do professor no que tange ao êxito

acadêmico do estudante. O panorama delineado foi permeado por um leque diversificado de

qualidades e competências consideradas imprescindíveis para gestores e educadores: aptidões

de gestão, liderança, comunicação, motivação, influência, administração, orientação,

conectividade; habilidades em elogiar, valorizar, tomar decisões, delegar, transformar e

estimular; características afetivas, amáveis, autônomas, de liderança, paciência, generosidade,

empatia e eficácia, dentre outras. Além das competências intrínsecas aos papéis de gestor e

professor, as instituições educacionais privadas, devido ao seu contexto competitivo, impõem

a esses profissionais a necessidade de familiaridade com conceitos de marketing e

conhecimentos financeiros.

No âmbito da gestão escolar, faz-se premente a demanda por capacitação especializada,

seja antes ou imediatamente após a assunção do cargo. No caso das escolas públicas, a

preferência pela seleção mediante processos meritórios se impõe, uma vez que as indicações

políticas (que acometem quase 50% das escolas públicas no Brasil) podem resultar na escolha

de profissionais desprovidos de preparo adequado. Essa formação específica se erige como um

mecanismo assegurador de uma base mínima de competências requeridas. É válido notar que

existem indivíduos com predisposição inata para a liderança, podendo realizar um trabalho

excelso mesmo na ausência de treinamento formal.

Quanto à interação do gestor com seu corpo docente, destaca-se a habilidade necessária

para gerir um conjunto heterogêneo de professores. A competência de lidar tanto com docentes

desmotivados quanto com os que se destacam em sala de aula pela empatia e desenvoltura é tão

crucial quanto o cuidado de não permitir que os professores mais proeminentes - os chamados

“estrelas” - ofusquem colegas igualmente competentes, porém carentes de aptidões

comunicativas. O âmbito escolar não deve ser um limitante para o gestor habilidoso, que deve

envolver os pais no progresso educacional de seus filhos, proporcionando uma experiência de

Gestor escolar e o professor do Ensino Médio: Suas influências no desempenho escolar

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aprendizado que perdure por toda a vida dos jovens, sem, contudo, renunciar à sua autoridade

e hierarquia.

Na perspectiva de que uma escola alcance eficácia e produza os resultados almejados

pela sociedade, a seleção dos professores deve ser criteriosa. Nesse contexto, as instituições

privadas ostentam uma vantagem, não somente porque podem atrair os melhores docentes por

meio de incentivos acadêmicos e financeiros (indubitavelmente responsáveis pela qualidade do

ensino), mas também por possuírem a possibilidade de participação direta no processo de

seleção de seu corpo funcional. Nas escolas públicas, os profissionais são selecionados por meio

de concursos públicos, nos quais não é permitido ao gestor manifestar preferência ou seleção.

Por outro lado, nas escolas particulares, a estabilidade emocional dos professores é posta em

relevo. O temor ao fracasso e a insegurança quanto ao domínio de conhecimentos e

competências podem gerar receio de demissão em alguns professores. Em instituições

particulares onde os gestores se engajam eficazmente com os pais dos alunos, esses professores

podem sentir um acréscimo de pressão, dado que são mais demandados e, em alguns casos, se

sentem acuados devido ao poder aquisitivo dos alunos e seus pais.

No que tange aos professores, em todos os artigos submetidos à análise, emergiu um

consenso virtualmente incontestável de que, quando considerados exclusivamente os fatores

intrínsecos à escola e seus intervenientes (não constituindo objeto de estudo neste trabalho a

motivação intrínseca, os valores e a carga cultural trazida do ambiente familiar), esses

profissionais constituem os mais influentes determinantes do bom desempenho estudantil. Os

gestores escolares, infraestrutura e currículo sucedem em ordem de influência. Dentro do rol de

habilidades do professor acima mencionado, destacaram-se nas análises da literatura as aptidões

de natureza social, tais como empatia, acolhimento e senso de pertencimento.

Dado o contexto da adolescência, os alunos do Ensino Médio apresentam demandas

peculiares, intrínsecas às particularidades de sua fase etária. De certo modo, é possível afirmar

que alguns professores - aqueles que desempenham suas funções com maestria - compreendem

a turbulência característica dessa etapa, marcada por afirmação, rebeldia e, ao mesmo tempo,

pela busca de apoio. Eles estabelecem uma comunicação autêntica com seus alunos e oferecem

suporte durante suas angústias e desafios. No entanto, é imperativo que os professores exerçam

cautela ao adentrar relações pessoais fora do ambiente escolar com seus alunos, evitando

dilapidar o tempo precioso que deveria ser reservado para o processo educacional em si.

Apesar dos salários substancialmente mais elevados recebidos pelos professores do

Ensino Médio nas instituições privadas, em contraste com os da rede pública, tal disparidade

Maria Rita Vital PAGANINI CINTRA e José Anderson SANTOS CRUZ

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geralmente não se traduz em um desempenho estudantil superior. Este último está diretamente

correlacionado à competência do professor e à quantidade de tempo que ele passa ministrando

aulas. A qualidade mencionada depende não apenas da motivação interna do profissional, mas

também de uma formação educacional eficaz. Em nações como Coreia do Sul, Cingapura e

Finlândia, que lideram os rankings mundiais de desempenho escolar, apenas os alunos mais

excepcionais, provenientes de seus cursos de pedagogia e licenciatura, são selecionados para

ocupar a posição de professor.

No contexto brasileiro, a falta de rigor nos critérios de admissão desses cursos poderia

estar atraindo estudantes com desempenho acadêmico inferior (quando comparados a outras

áreas) e, possivelmente, gerando profissionais com níveis mais baixos de qualificação.

Adicionalmente, enquanto persiste o discurso recorrente acerca dos baixos salários dos

professores, também prevalece uma concepção idealizada, quase quixotesca, deste profissional

como uma figura “especial”. Dessa maneira,  essencial promover uma conscientização mais

realista em relação a essa profissão e investir em uma formação continuada, sendo estas

condições sine qua non para o êxito tanto da satisfação profissional quanto dos processos de

aprendizado.

No que concerne ao desempenho escolar, a eficaz utilização dos recursos pedagógicos

e financeiros, bem como uma liderança competente por parte dos gestores, fundamentada na

autonomia dos docentes, são identificados como os fatores críticos para o alcance de sucesso

educacional, podendo potencialmente resultar em um incremento de até 30% no rendimento

dos estudantes. O conceito de “efeito escola” exerce sua influência, manifestando-se por meio

da variação na exigência disciplinar imposta aos alunos. Nas escolas de viés militar, nas quais

os diálogos paralelos em sala são raramente tolerados, resultando em menor interrupção das

aulas, os alunos demonstram um desempenho superior quando comparados a instituições de

ensino público e, em certos casos, até mesmo a escolas particulares. É crucial salientar que,

neste contexto, a disciplina mencionada não se associa à disciplina militar, mas sim à atitude

disciplinada que permeia tanto as esferas morais quanto o ambiente educacional familiar e

escolar.

Incidindo sobre a influência dos fatores externos, a postura dos pais em relação a seus

filhos também se reflete no desempenho educacional. Pais que destacam a aderência às normas,

ao mesmo tempo que promovem o diálogo e a afetividade, contribuem de forma positiva para

o desenvolvimento de seus filhos.

Gestor escolar e o professor do Ensino Médio: Suas influências no desempenho escolar

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No tocante ao árduo trabalho de instaurar um comprometimento genuíno de toda a

comunidade escolar (gestores, professores, funcionários, pais e alunos) na construção de um

ambiente educacional propício à aprendizagem, é comum observarmos uma aceitação passiva

do status quo, com gestores submersos em rotinas caóticas e isolados em suas salas, e

professores desprovidos de motivação, apenas cumprindo suas obrigações horárias. A

promoção de diálogos francos, nos quais todos estejam dispostos a receber críticas de natureza

profissional, desprovidas de conotação pessoal, bem como a criação de um ambiente que

fomente a colaboração mútua e a sensação de fazer parte de algo maior, são estratégias capazes

de impulsionar a eficiência e o entusiasmo de todos os envolvidos.

Entretanto, é imperativo que todos os atores envolvidos no processo de aprendizagem

internalizem a noção de que não existem super-heróis. Muitos dos textos analisados, repletos

de adjetivos e teorias, exploram o que seria o cenário ideal para tais profissionais, gestores e

professores, mas negligenciam a discussão de estratégias tangíveis ou fatos concretos para

alcançar tais objetivos, sem avaliar a viabilidade de aplicação. Na atual era de aceleração

cultural pós-modernista, caracterizada por novas demandas e valores que permeiam as esferas

sociais e familiares, a busca por respostas imediatas e a pressão para desempenhar multitarefas

em um ambiente cada vez mais rápido e competitivo podem gerar traumas e ansiedades tanto

nos profissionais quanto nos estudantes.

Dessa forma, devemos começar pelo básico, adotando uma abordagem passo a passo,

alicerçada em estudos e práticas, na construção de novas bases. É essencial abraçar essa tarefa

com humildade, empatia e aderindo a uma pedagogia fundamentada no acolhimento, sempre

mantendo a autoridade e o respeito em foco. A honestidade, acima de tudo consigo mesmo,

deve ser cultivada. É imperativo que um gestor líder não restrinja perguntas ou evite

questionamentos constrangedores, e o professor deve encarar o feedback como um presente,

não como crítica pessoal. Por fim, devemos sempre ter em mente que nada disso será viável

sem pessoas adequadas ocupando os lugares apropriados.

Deste modo, à luz dos resultados expostos anteriormente, torna-se relevante que os

gestores adotem como alicerce para uma administração eficaz quatro competências

fundamentais, a saber: domínio do conteúdo (amplo conhecimento do âmbito de suas

responsabilidades); princípios éticos (expressar clareza em relação a seus valores, exibir

transparência em suas ações); empatia (saber acolher opiniões discordantes) e autoridade (servir

como um modelo a ser seguido por seus subordinados). Em relação à educação contínua, por

intermédio dos cursos oferecidos pela instituição educacional, é vital que, embora seja crucial

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que o docente participe na escolha do que estudar, haja também a necessidade de delinear quem

deve ter voz na definição desse processo. Um conselho composto por professores renomados

por suas práticas em sala de aula pode contribuir significativamente para a seleção dos cursos

a serem disponibilizados, particularmente se o gestor da instituição de ensino em questão

carecer de um conhecimento aprofundado sobre a dinâmica de uma sala de aula.

Tendo isso em vista, é imprescindível exercer parcimônia na concessão de autonomia e

na promoção de gestão democrática. Apesar da significativa ênfase na importância de cultivar

a autonomia nos alunos, em sala de aula eles necessitam de orientação adequada e contínua

para desenvolver essa habilidade. A mesma premissa se aplica aos professores, que também

requerem uma orientação eficaz por parte de seus gestores. No tocante à gestão democrática,

um tópico de intensa discussão nos estudos acadêmicos recentes, é essencial considerar as

disparidades existentes entre os profissionais de educação e garantir a participação equitativa

de todos, ponderando suas competências e conhecimentos. Omissão dessas considerações pode

resultar em erro grave ao tomar decisões, seja no âmbito pedagógico ou estratégico.

Por último, mas de modo algum menos importante: é vital nutrir uma paixão pela

profissão. O educador lida com indivíduos, podendo exercer influência sobre eles por toda a

vida. Nesta ocupação, não há espaço para aqueles que atuam meramente por um salário. Sem a

paixão pelo que realizamos, restará à nossa comunidade apenas a mediocridade.

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CRediT Author Statement

 Reconhecimentos: Ao Túlio, Victor e Arthur por toda a paciência e colaboração para que

eu pudesse me dedicar às leituras e escrita, tempo precioso que não pude estar com eles. Ao

meu orientador Prof. Dr. Jos Anderson Santos Cruz por suas considerações cirúrgicas, por

me desafiar a pensar “fora da caixa” e pela sua disponibilidade e generosidade.

 Financiamento: Não aplicável.

 Aprovação ética: Por se tratar de Revisão Sistemática, não foi necessário obter aprovação

de Comitê de Ética.

 Disponibilidade de dados e material: Os dados e materiais utilizados no trabalho estão

disponíveis, conforme Referências.

 Contribuições dos autores: Maria Rita Paganini Cintra foi responsável pela pesquisa,

sistematização dos artigos, análise e discussão. Jos Anderson Santos Cruz pela revisão,

estruturação e orientação.

Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.

Revisão, formatação, normalização e tradução.

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SCHOOL MANAGER AND HIGH SCHOOL TEACHERS: THEIR INFLUENCES ON

SCHOOL PERFORMANCE

GESTOR ESCOLAR E O PROFESSOR DO ENSINO MÉDIO: SUAS INFLUÊNCIAS

NO DESEMPENHO ESCOLAR

DIRECTOR ESCOLAR Y DOCENTE DE SECUNDARIO: SUS INFLUENCIAS EN EL

RENDIMIENTO ESCOLAR

Maria Rita Vital PAGANINI CINTRA1

e-mail: paganinimrc@gmail.com

Jos Anderson SANTOS CRUZ2

e-mail: anderson.cruz@unesp.br

How to reference this paper:

PAGANINI CINTRA, M. R. V.; SANTOS CRUZ, J. A. School

manager and High School teachers: Their influences on school

performance. Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n.

00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029. DOI:

https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115

| Submitted: 05/03/2023

| Revision required: 22/05/2023

| Approved: 17/16/2023

| Published: 11/08/2023

Editor:

Prof. PhD. Sebastião de Souza Lemes

Deputy Executive Editor:

Prof. PhD. José Anderson Santos Cruz

Continuing Education Program in Economics and Business Management (PECEGE) (ESALQ/USP MBAs),

Piracicaba – SP – Brazil. Specialization in School Management. Master's in International Political Economy

(UFRJ).

Continuing Education Program in Economics and Business Management (PECEGE) (ESALQ/USP MBAs),

Piracicaba – SP – Brazil. Associate Professor. Doctoral degree in School Education, (FCLAr/Unesp). Deputy and

Executive Editor of RIAEE. Editor of the Editora Ibero-Americana de Educação. Editor and Technical Advisor

for journals.

School manager and High School teachers: Their influences on school performance

RPGE – Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 27, n. 00, e023032, 2023. e-ISSN: 1519-9029

DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v27i00.18115 2

ABSTRACT: High school students are in a period of significant turbulence, where the empathy

and motivation of their teachers make a significant difference in their learning process.

Conversely, teachers warrant a discerning look. To effectively navigate this intricate

environment, the school administrator is indispensable. The overarching objective of this

research was to ascertain the direct relationship between the leadership of the school

administrator, teacher motivation, and the academic performance of these students through a

systematic review. The findings are as follows: the school administrator requires specific

training; for an efficient school, selecting teachers must be meticulous; teachers are regarded as

substantial influencers in students' academic success. There are no "superheroes"; a passion for

the profession must be present, as its absence will leave us, as a community as a whole, with

nothing but mediocrity.

KEYWORDS: Motivation. Leadership. Management. Private school. Education.

RESUMO: Os alunos do Ensino Médio estão em uma idade de grande turbulência, onde a

empatia e a motivação de seus professores fazem grande diferença no seu processo de

aprendizagem. Por sua vez, os professores merecem um olhar cuidadoso. Para conduzir de

forma harmônica esse ambiente complexo, o gestor escolar é imprescindível. O objetivo geral

desta pesquisa foi verificar a relação direta entre a liderança do gestor escolar, a motivação

dos professores e o desempenho escolar desses alunos por meio de uma revisão sistemática.

Quanto aos resultados encontrados, temos, a saber: o gestor escolar precisa de capacitação

específica; para uma escola eficaz, a escolha dos professores deve ser cuidadosa; os

professores são considerados grandes influenciadores no bom desempenho dos alunos. Não

existem “super-heróis”, há de se ter paixão pela profissão, pois em sua ausência, a nós,

comunidade como um todo, nos restará apenas a mediocridade.