RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023012, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19059 1
EXPLORANDO OS FATORES QUE AFETAM A EDUCAÇÃO POLÍTICA NO IRÃ
EXPLORANDO LOS FACTORES QUE AFECTAN LA EDUCACIÓN POLÍTICA EN
IRÁN
EXPLORING THE FACTORS AFFECTING POLITICAL EDUCATION IN IRAN
Shohreh PIRANI1
e-mail: sh.pirani@shahed.ac.ir
Mahdi NADERI 2
e-mail: m.naderi@shahed.ac.ir
Como referenciar este artigo:
PIRANI, S.; NADERI, M. Explorando os fatores que afetam a
educação política no Irã. Revista on line de Política e Gestão
Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023012, 2024. e-ISSN:
1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19059
| Submetido em: 22/02/2024
| Revisões requeridas em: 19/03/2024
| Aprovado em: 17/04/2024
| Publicado em: 09/05/2024
]
Editor:
Prof. Dr. Sebastião de Souza Lemes
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Shahed, Tehran – Tehran – Irã. Professor Assistente de Ciências Políticas, Faculdade de
Humanidades.
2
Universidade Shahed, Tehran – Tehran – Irã. Professor Assistente de Ciências Políticas, Faculdade de
Humanidades.
Explorando os fatores que afetam a educação política no Irã
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023012, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19059 2
RESUMO: A transmissão de valores e normas políticas através da educação é crucial para os
sistemas políticos globais. Aumenta o envolvimento dos cidadãos na política e na sociedade. Este
artigo explora fatores influentes na educação política dos cidadãos iranianos em uma sociedade
comunitária islâmica. Centrando-se nos valores e objetivos da educação política islâmica, elabora
princípios que afetam a educação dos cidadãos iranianos. Examina a estrutura conceitual, a
natureza, os objetivos, as aplicações e as dimensões, ao mesmo tempo que examina o papel dos
componentes na educação de cidadãos comprometidos. Este artigo emprega método qualitativo de
análise documental. As conclusões destacam o papel crucial da cultura política iraniana no
desenvolvimento da educação política. A cultura política dos iranianos caracteriza-se por uma
combinação de culturas políticas participativas e submissas. Essa cultura política exerce uma
influência significativa sobre a educação política no Irã, sendo moldada por fatores como a família,
os meios de comunicação, as instituições educacionais, o governo, os rituais políticos e religiosos,
e a religião. Esses fatores desempenham um papel crítico na formação das perspectivas, valores e
identidades políticas dos indivíduos.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Política. Irã. Religião. Governo. Islã.
RESUMEN: La transmisión de valores y normas políticas a través de la educación es crucial para
los sistemas políticos globales. Mejora la participación de los ciudadanos en la política y la
sociedad. Este artículo explora factores influyentes en la educación política de los ciudadanos
iraníes dentro de una sociedad comunitaria islámica. Centrándose en los valores y objetivos de la
educación política islámica, detalla los principios que afectan la educación de los ciudadanos
iraníes. Examina el marco conceptual, la naturaleza, los objetivos, las aplicaciones y las
dimensiones, al tiempo que examina el papel de los componentes en la educación de ciudadanos
comprometidos. Este artículo emplea un método de análisis de documentos cualitativo. Los
hallazgos resaltan el papel crucial de la cultura política iraní en el desarrollo de la educación
política. La cultura política de los iraníes es una combinación de culturas políticas participantes y
sometidas. La cultura política iraní influye significativamente en la educación política, impulsada
por factores como la familia, los medios de comunicación, las instituciones educativas, el gobierno,
los rituales políticos y religiosos y la religión. Estos factores desempeñan un papel fundamental en
la configuración de las perspectivas, los valores y las identidades políticas de los individuos.
PALABRAS CLAVE: Educación Política. Irán. Religión. Gobierno. Islam.
ABSTRACT: The transmission of political values and norms through education is crucial for
global political systems. It enhances citizens' engagement in politics and society. This paper
explores influential factors in the political education of Iranian citizens within an Islamic
community society. Focusing on Islamic political education values and objectives, it elaborates on
principles impacting Iranian citizens' education. It examines the conceptual framework, nature,
goals, applications, and dimensions, while scrutinizing components' role in educating committed
citizens. This article employs the qualitative document analysis method. The findings highlight the
crucial role of Iranian political culture in developing political education. The political culture of
Iranians is a combination of participant and subject political cultures. Iranian political culture
significantly influences political education, driven by factors like family, media, education
institutions, government, political and religious rituals, and religion. These factors play a critical
role in shaping the perspectives, values, and political identities of individuals.
KEYWORDS: Political Education. Iran. Religion. Government. Islam.
Shohreh PIRANI e Mahdi NADERI
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023012, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19059 3
Introdução
A relação entre instituições educacionais e sistemas políticos constitui uma área de
significativa preocupação para acadêmicos. Esses estudiosos argumentam que a natureza da
educação política é profundamente entrelaçada com as ideologias e as bases intelectuais das
sociedades. Cada ideologia política estabelece objetivos específicos baseados em seus
princípios teóricos. Assim, o modelo de educação política deve proporcionar um arcabouço
coerente dentro do sistema educacional, aplicando princípios e métodos alinhados com os
objetivos da educação política (Mousavi, 2008, p. 23).
A importância da educação política é reconhecida desde a antiguidade, como
evidenciado por filósofos como Platão e Aristóteles. Platão via a educação como uma
ferramenta essencial para os governantes formarem um estado harmonioso, enquanto
Aristóteles destacava o vínculo indispensável entre as instituições de ensino e as entidades
políticas. Aristóteles sustentava que a eficácia das instituições educacionais é fundamental para
a estabilidade social e política, bem como para a preservação do governo. Ele defendia que a
educação deveria não somente desenvolver o intelecto, mas também preparar os indivíduos para
uma participação política ativa, com o propósito de cultivar cidadãos virtuosos capazes de tomar
decisões éticas e sustentar o governo. A perspectiva de Aristóteles sublinha a interconexão entre
educação e política na construção de uma sociedade ideal (Smith, 1954, p. 30).
Durante os períodos medieval e moderno, pensadores como Santo Agostinho, Hobbes,
John Locke e Kant também reconheceram a importância da educação política para iluminar e
formar cidadãos comprometidos em suas interações com a sociedade (Naderi; Pirani, 2021, p.
2641).
Na educação política, numerosos estudos foram realizados. Alguns desses estudos
enfatizam a interseção entre educação política e cidadania (Fournier-Sylvester, 2014, p. 3;
Crittenden; Levine, 2007), enquanto outros destacam a importância dos estudos políticos nas
instituições educacionais (Pacho, 2014, p. 10). Adicionalmente, alguns trabalhos sublinham o
impacto positivo da educação política nas escolas e na participação política e social dos
estudantes (Pasek et al., 2008, p. 26). Investigações adicionais salientaram o desenvolvimento
da educação política, social e cívica no ensino superior (Tormey, 2006, p. 311). O livro de Colin
Wringe, “Democracy, Schooling, and Political Education” explora temas como o crescimento
da educação privada, o papel da educação na supressão, a democratização das instituições
educacionais e a evolução de uma forma distinta de educação política, especialmente nas
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escolas. O livro enfatiza a importância de compreender as questões políticas e sociais para a
eficácia educacional, tanto em nível escolar quanto em sala de aula (Wringe, 2012).
A literatura empírica sobre participação política geralmente apresenta uma correlação
positiva entre educação e participação política. No entanto, Kam e Palmer (2008) questionam
essa relação, sugerindo que a ideia de que o ensino superior conduz diretamente a um aumento
na participação política é discutível. Seu estudo avalia o impacto do ensino superior sobre a
participação política, utilizando emparelhamento por score de propensão para lidar com o
processo de atribuição não aleatória associado à obtenção de educação superior. Os resultados
sugerem que, após considerar as experiências e influências pré-adultas no último ano do ensino
médio, o impacto direto do ensino superior na participação política diminui significativamente.
Isso requer uma reavaliação da relação entre ensino superior e participação política,
demonstrando que o ensino superior pode ser mais um indicador de experiências e influências
pré-adultas do que uma causa direta da participação política (Kam; Palmer, 2008, p. 612).
Em contraste, trabalhos como o de Mayer (2011, p. 633) sugerem que um aumento na
educação tem um impacto positivo na participação política, enquanto outros estudos examinam
tanto os efeitos positivos quanto negativos da educação sobre a participação política (Cross,
2004).
Alguns estudos destacam como os elementos educacionais de formação ideológica e
política podem ser integrados ao conteúdo de disciplinas como matemática, literatura e ciências
(Li et al., 2024, p. 1; Chen; Zhai, 2024, p. 101). Outras pesquisas ressaltam como a educação
política e ideológica é institucionalizada nas instituições de ensino (Liu; Xiantong; Starkey,
2023, p. 586). Ademais, alguns trabalhos focam no papel dos novos meios de comunicação na
educação política e ideológica (Hou, 2024, p. 45), enquanto outros examinam a função das
produções cinematográficas e televisivas neste âmbito (Liu; Yuan, 2024, p. 12).
Nos ensinamentos islâmicos, a educação política é concebida como uma atividade
consciente e voluntária, rejeitando tanto a imitação cega quanto a coerção. De acordo com os
princípios corânicos, o ensino floresce em um ambiente que fomenta o pensamento livre e a
vontade autônoma. Seu objetivo é moldar a identidade individual, essencial para o
envolvimento social e o engajamento político. O Sagrado Alcorão sublinha a individualidade
dentro de contextos sociais, reconhecendo os cidadãos como membros ativos que se engajam
voluntariamente através de contratos sociais, e não de forma passiva ou isolada. Essa
abordagem promove um equilíbrio entre a autonomia pessoal e a integração social, ao tratar
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questões culturais, sociais e políticas dentro do quadro da educação política islâmica (Mousavi
Oligodarzi, 2008, p. 71).
A educação política no Islã tem como objetivo desenvolver uma sociedade pautada em
valores éticos, nutrir talentos políticos e fomentar valores religiosos. O propósito final é formar
cidadãos que sejam responsáveis perante Deus e a sociedade (Yusufzadeh Chausari; Shah
Moradi, 2019, p. 173). Segundo a visão corânica, o ensino político é visto como uma
responsabilidade coletiva em toda a sociedade. Em comunidades islâmicas, uma variedade de
fatores contribui para a educação política dos cidadãos. No Irã, governado por um sistema
islâmico, determinados fatores são cruciais na formação política de seus cidadãos.
Método
Este estudo explora os fatores influentes na educação política da sociedade iraniana. O
Irã, localizado na Ásia Ocidental, tem uma população predominantemente muçulmana (99,4%),
sendo 95% dos habitantes seguidores do xiismo. A metodologia adotada foi a análise
documental qualitativa, que consiste no exame de materiais escritos ou visuais para extrair
percepções e compreensões significativas dos fenômenos políticos. Este método foca na análise
de textos, documentos, discursos, políticas, leis, registros históricos e outras fontes para
interpretar processos políticos, ideologias, dinâmicas de poder e decisões.
A análise documental qualitativa é utilizada para identificar padrões, temas,
contradições e nuances nos textos, proporcionando uma compreensão mais aprofundada dos
eventos, estruturas e atores políticos. Esta abordagem permite aos pesquisadores desvendar
significados ocultos, ideologias e perspectivas, contribuindo para um entendimento mais
abrangente dos sistemas e comportamentos políticos (Wesley, 2010, p. 9).
Inicialmente, as palavras-chave relevantes para a pesquisa foram identificadas. Estas
palavras-chave foram empregadas para realizar buscas em plataformas como o Google Scholar
e os motores de busca internos do Irã. A busca no Google Scholar foi limitada a estudos em
inglês publicados a partir de 2000 e citados pelo menos cinco vezes. Um total de 101 artigos
foram revisados, e dados e relatórios pertinentes a esta pesquisa foram extraídos.
Adicionalmente, a Constituição da República Islâmica do Irã e outros documentos relevantes
nas áreas de educação, família e mídia foram examinados. Os resultados desta pesquisa são
apresentados com base na síntese e análise qualitativa dos dados coletados.
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Quadro teórico
Natureza da Educação Política
A educação política é definida de diversas maneiras. Algumas definições a veem como
a aquisição de conhecimentos políticos específicos, ocorrendo tanto em contextos de educação
formal quanto informal (Thomas, 2005, p. 175). Em outras perspectivas, a educação política é
descrita como o processo de cultivar as virtudes, conhecimentos e habilidades necessárias para
a participação política, preparando os indivíduos para um envolvimento consciente e informado
na reconstrução da sociedade. Além disso, certas definições destacam a inter-relação entre
democracia e participação cidadã (Merelman; Foster, 1978, p. 443), enquanto outras enfatizam
a formação de cidadãos responsáveis e conscientes de seus deveres, visando desenvolver o
conhecimento, as atitudes e as habilidades que permitam a participação ativa e crítica em
âmbitos nacional e internacional (Dabiri; Padidar, 2021, p. 1).
Considerando que os seres humanos são influenciados por três forças, intelecto, coração
e corpo, a educação política é estruturada em torno de três eixos principais:
• Educação no âmbito das percepções políticas.
• Educação no campo dos valores e atitudes políticas.
• Educação no âmbito das habilidades e comportamentos políticos e sociais.
Assim, a educação política abrange o desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e
habilidades essenciais para a participação ativa dos cidadãos no cenário político, tanto nacional
quanto global (Mousavi, 2008, p. 71).
Sob a perspectiva corânica, a educação é vista como uma plataforma para o
florescimento das capacidades humanas. Portanto, deve estar alinhada com a natureza, o
potencial, as necessidades e as capacidades internas dos indivíduos, evitando qualquer forma
de coerção ou imposição. Segundo o Alcorão, os seres humanos são dotados de livre arbítrio.
O objetivo da educação política é cultivar os talentos humanos para alcançar a perfeição,
acompanhada pelo desenvolvimento da consciência individual, fomentando valores religiosos
e inatos, e adquirindo as habilidades necessárias para a participação ativa em diversas arenas
políticas e sociais. A educação é promovida não por meio da força, mas através da criação de
um ambiente que favoreça o pensamento livre e a vontade. Assim, a educação política deve
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fomentar a formação da identidade individual, que é crucial para o envolvimento em
movimentos sociais e na participação política (Mousavi Oligodarzi, 2008, p. 71).
Um cidadão em uma sociedade islâmica, conforme orientado pelos ensinamentos do
Corão, exibe uma série de qualidades distintas. Estas incluem o pensamento livre e racional, a
capacidade de previsão e análise crítica, bem como o compromisso com a aquisição de
conhecimento e a rejeição à imitação sem discernimento. Além disso, a fé, a piedade e a
confiança em Deus são vistas como pilares centrais de sua conduta. Tal indivíduo também é
caracterizado pela busca constante por justiça, sinceridade e gentileza, juntamente com uma
consciência de si próprio e uma identidade robusta. A humildade, perseverança e a estrita
adesão às leis são igualmente valorizadas. As habilidades de liderança, a manutenção da
dignidade e a promoção da harmonia social são consideradas essenciais.
Outras características importantes incluem a capacidade de emitir críticas construtivas,
a independência e a responsabilidade. A colaboração, o julgamento prudente e a
conscientização sobre o uso eficiente de tempo e recursos também são fundamentais. Este
cidadão valoriza as consultas e está aberto a críticas, mostrando-se generoso e disposto ao
sacrifício. O perdão e a prontidão em responder e defender ações corretas completam o perfil
de um cidadão ideal em uma sociedade islâmica, segundo os ensinamentos corânicos.
Tais indivíduos se abstêm de egocentrismo e exclusividade, exercem o poder de escolha
e tomada de decisão, observam a confiabilidade, evitam a traição, demonstram benevolência
para com os outros, mantêm compromissos e acordos, preservam a ordem e evitam
pensamentos dispersos e intermitentes. Eles não temem o fracasso, praticam uma governança
digna e utilizam as capacidades dos outros.
Eles são orientados para o futuro e justos em seus julgamentos, abstêm-se de
pensamentos superficiais, possuem autoconfiança e mantêm o equilíbrio pessoal. O Alcorão
reconhece esses atributos como fundamentais para estabelecer a originalidade do indivíduo em
contraste com estruturas externas. Adicionalmente, identifica os seres humanos como membros
ativos de uma sociedade, inseridos em contextos culturais, sociais e políticos específicos.
Assim, o cidadão não é passivo nem está isolado da sociedade, agindo não por coerção ou meros
contratos sociais, mas como parte integrante e ativa de seu contexto (Mousavi Oligodarzi, 2008,
p. 71)
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Importância da Educação Política
O ensino político é considerado a forma mais crucial de educação para alcançar os
objetivos materiais e espirituais de uma sociedade. A relevância dessa questão nas sociedades
é particularmente significativa no Irã, onde a diversidade de etnias, raças e religiões compõe o
tecido social. Sem uma educação política eficaz, aumenta-se substancialmente a probabilidade
de conflitos e desordens. Consequentemente, desde tempos remotos até a atualidade, estadistas
e intelectuais políticos iranianos têm enfatizado a necessidade de educação política como um
meio de prevenir tais desestabilizações (Barzegar et al., 2018, p. 10).
Função e Objetivos da Educação Política
Os objetivos da educação política incluem regular a relação entre o governo e os
cidadãos, fundamentada em leis e legitimidade, aprimorar a qualidade de vida dos cidadãos,
familiarizar os indivíduos com seus direitos pessoais e sociais, e assegurar a ordem e
estabilidade social (Barzegar et al., 2018, p. 10). Adicionalmente, propõe-se a formação de
cidadãos conscientes de seus papéis políticos e sociais, comprometidos com o cumprimento
eficaz de suas responsabilidades políticas e sociais. O ensino político engloba atividades como
o treinamento de cidadãos, a seleção de líderes políticos, a promoção da solidariedade política,
a manutenção do poder político, a socialização dos indivíduos para o sistema político, a crítica
ao sistema político vigente e a educação global dos cidadãos.
A educação política é um processo que desenvolve uma personalidade racional, crítica
e capaz no discurso político, levando a uma participação responsável e reflexiva em cenas
políticas e sociais. Este processo resulta no crescimento e expansão de perspectivas políticas
evolutivas, valores e sentimentos (Elias, 1995). Visa cultivar talentos humanos para alcançar a
excelência, desenvolver a consciência individual, promover valores religiosos e inatos, e
fornecer as habilidades necessárias para a participação ativa em diversas arenas políticas e
sociais em uma sociedade religiosa.
Os objetivos da educação política na comunidade iraniana, caracterizada por seu estado
religioso, são abrangentes e visam uma integração profunda entre fé e política cívica:
• Formação de Cidadãos Responsáveis: A educação política no Irã visa promover
cidadãos responsáveis e ativos, conscientes de seus direitos e deveres nos processos políticos,
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e que participem ativamente desses processos. A responsabilidade política e social capacita os
cidadãos para lidarem com crises e eventos significativos de forma eficaz.
• Promoção de Valores Religiosos e Revolucionários: A educação política no Irã
é focada em incutir valores religiosos e inovadores entre adolescentes e jovens, reforçando as
bases ideológicas da nação.
• Desenvolvimento de Habilidades e Organização de Talentos para Participação
Política: O sistema educacional político iraniano busca promover a participação pública ativa
em processos políticos e na tomada de decisões, através do aprimoramento das capacidades e
da organização dos talentos dos cidadãos.
• Ensino dos Princípios da Democracia Religiosa: A educação política no Irã
dedica-se a instruir adolescentes e jovens sobre os princípios da democracia religiosa e os
direitos cívicos, alinhando os valores democráticos com os preceitos religiosos.
• Fortalecimento da Conexão com Valores Nacionais: A educação política no Irã
visa fortalecer a conexão da geração mais jovem com os valores nacionais, fomentando um
renascimento da dignidade e do poder entre os cidadãos (Salehi, 2003, p. 10).
• Aumento da Consciência Política e Desenvolvimento de Atitudes e Crenças em
Relação ao Sistema Político: Um componente essencial da educação política é promover a
unidade, fornecendo a base para a coesão da sociedade islâmica baseada na fé (Eftekhari;
Mehjoor, 2016, p. 77).
Os objetivos mencionados são essenciais para fortalecer o papel ativo dos cidadãos na
sociedade e nos processos políticos, garantindo assim um futuro sustentável para o país.
Cultura Política dos Iranianos como um Marco Educacional
O conceito de “cultura política” foi introduzido pela primeira vez na ciência política por
Gabriel Almond. De acordo com Almond, cada sistema governamental possui um padrão
específico de orientações e atividades oficiais, a que ele se refere como cultura política. Almond
sugere que a cultura política de qualquer sistema governamental engloba um conjunto
específico de orientações relativas às ações políticas entre os membros desse sistema. Isso
implica a presença, dentro de cada sistema político, de uma estrutura mental organizada que
abrange a política, a composição da sociedade e a interdependência da sociedade em relação às
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ações individuais. Em termos gerais, a cultura política é aquela parte da cultura geral das
sociedades que se dedica à política e ao sistema oficial, moldando as inclinações e
comportamentos políticos dos indivíduos, bem como suas atitudes, crenças e pensamentos.
Almond e Verba, em 2015, identificaram três tipos de cultura política ao examinar
características culturais nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Itália e México: Cultura
Política Paroquial, Cultura Política Participativa e Cultura Política Submissa (Almond; Verba,
2015):
• Cultura Política Paroquial: Esta forma-se em sociedades onde não existem
papéis políticos especializados e claramente definidos. Nessas sociedades, as expectativas de
mudanças por parte do sistema governamental são praticamente inexistentes, e a orientação dos
indivíduos para com os objetivos políticos é extremamente fraca.
• Cultura Política Participativa: Estabelece-se em sociedades onde os cidadãos
desempenham um papel ativo na definição de agendas, formulação de estratégias, determinação
de leis e na priorização das necessidades sociais. Nesta cultura, os indivíduos acreditam na sua
capacidade de influenciar decisões e atuar como uma força de apoio dentro do sistema político.
Neste contexto, os indivíduos participam ativamente da sociedade, se voluntariam em
organizações sociais e políticas, envolvem-se em debates, participam entusiasticamente de
eleições, lutam contra práticas injustas e contribuem para o estabelecimento da justiça e a
melhoria dos assuntos sociais.
• Cultura Política Submissa: Neste tipo de cultura, os indivíduos são passivos ou
subordinados ao sistema político. Mesmo que os cidadãos estejam cientes desse sistema e de
suas operações, devido à ausência de estruturas que coletam demandas e desejos, eles não
desempenham um papel ativo na política, e as elites falam em nome do povo. Sua participação
em assuntos políticos é passiva, e eles têm um comprometimento mínimo com o governo. Em
tal contexto, a democracia é desafiadora de se estabelecer.
É importante notar que esses três tipos de cultura política, conforme descritos por
Almond e Verba, são padrões teóricos e não se manifestam em formas puras na realidade. Em
vez disso, as sociedades muitas vezes experimentam uma combinação de diferentes tipos de
cultura, como Cultura Política Restrita-Dependente, Cultura Política Dependente-Participativa
e Cultura Política Restrita-Participativa. Na Cultura Política Restrita-Dependente, os indivíduos
se distanciam de filiações políticas locais e estendem sua lealdade a instituições governamentais
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mais especializadas. Neste tipo de sistema, os sujeitos se apresentam relativamente fracos como
força política, com partidos políticos e grupos tendo pouca influência significativa ou eficiência.
Na Cultura Política Dependente-Participativa, os indivíduos são politicamente
categorizados em grupos conscientes e ativos, e grupos passivos. Os grupos ativos estão atentos
a todos os objetivos governamentais e podem influenciar o comportamento das elites em várias
instâncias em relação a decisões políticas. Na Cultura Política Restrita-Participativa, os
subsistemas apresentam características mais restritas, tribais e locais na definição de desejos e
demandas. No entanto, eles têm se desenvolvido relativamente bem em estratégias, leis e
priorização de necessidades. Neste tipo de cultura, os indivíduos são incentivados a participar
politicamente através de movimentos de massa, atividades nacionalistas, eleições locais e
canais similares.
Para explicar a cultura política predominante no Irã, é essencial mencionar inicialmente
as diversas fontes influentes que moldam a cultura da sociedade iraniana. Estas fontes incluem
a história do Irã, sua localização geográfica, condições econômicas, estrutura populacional,
religião, família e uma visão de mundo única. Alguns aspectos da cultura geral do Irã possuem
raízes históricas profundas, cuja continuidade ao longo do tempo tem contribuído para sua
persistência no sistema político.
Cada uma dessas histórias desempenhou um papel significativo na formação e na
continuidade da cultura política iraniana. Pesquisas demonstram que a história e a sociedade
iranianas, juntamente com fatores psicológicos e patrimonialistas, exerceram uma influência
considerável na cultura política do país, onde as relações de poder foram historicamente
caracterizadas por uma dinâmica unilateral entre o ápice e a base da hierarquia de poder. No
entanto, essa forma de relação passou por mudanças no Irã contemporâneo, embora alguns
aspectos da cultura política histórica tenham sido preservados.
Por outro lado, a sociedade iraniana, ao longo de sua história contemporânea,
experimentou um choque entre a cultura de subordinação e a cultura participativa,
exemplificado pela realização de duas revoluções no último século. Portanto, a cultura política
iraniana atual é uma combinação das culturas políticas Submissa e Participativa.
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Componentes da Educação Política no Irã
Os componentes que regem a educação política no Irã incluem os seguintes elementos
culturais:
• Valores Revolucionários: A educação política no Irã transmite valores
revolucionários islâmicos, enfatizando os princípios e valores da Revolução Islâmica.
• Valores Humanísticos: A educação política no Irã realça valores humanísticos
como liberdade, direitos humanos e justiça, que são metas essenciais do governo islâmico.
• Educação para Participação Cidadã: A educação política no Irã é focada em
ensinar os cidadãos sobre conceitos de participação cívica, engajamento ativo na sociedade,
processos políticos e administração pública.
• Educação em Princípios Religiosos: A educação política no Irã está
fundamentada em princípios religiosos. Na República Islâmica do Irã, essa educação política
se baseia no Islã, proporcionando instrução religiosa e ética a adolescentes e jovens.
• Ênfase em Independência e Autossuficiência: A educação política no Irã enfatiza
a independência nacional e a autossuficiência econômica e política. Essa independência
estabelece uma relação direta entre a educação política e a ação política, promovendo o
desenvolvimento de indivíduos e comunidades autônomas. O retorno à identidade e à
autoconfiança foram alguns dos principais objetivos da Revolução Islâmica. Após a Revolução,
o propósito era cultivar uma geração com maior segurança em si mesma, conforme enfatizado
pelos líderes da Revolução Iraniana (Salehi, 2003, p. 10).
• Educação dos Cidadãos na Conscientização de Direitos Individuais e Sociais,
Lei, Ordem Social e Melhoria Geral da Vida Humana e Desenvolvimento dos Talentos da
População.
Além dos componentes mencionados, elementos históricos arraigados na cultura
política iraniana, tais como a cultura tribal, centralização, absolutismo, pensamento fatalista,
resiliência e resistência, reformismo e idealismo, messianismo e ênfase em forças sobrenaturais,
busca pelo martírio e aversão a influências estrangeiras, também exercem influência na
educação política. É importante destacar que esses elementos podem sofrer mudanças ao longo
do tempo, dependendo das condições sociais.
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Fatores que Influenciam a Educação Política
Do ponto de vista do Alcorão, a educação política é uma responsabilidade coletiva que
envolve todos os aspectos da sociedade. Na República Islâmica do Irã, segundo o Artigo 110
da Constituição, a determinação das políticas gerais da República, após consulta ao Conselho
de Discernimento do Interesse do Estado, está entre as atribuições e poderes da gestão. Além
disso, a equipe é responsável por monitorar a implementação adequada dessas políticas.
Estratégias políticas dentro da família, instituições educacionais, mídia e outras
entidades são estabelecidas pelo Líder Supremo e possuem um impacto significativo, sendo
legalmente vinculantes. A posição dessas políticas abrangentes é superior à constituição e às
leis ordinárias no país. Essas políticas gerais não podem contradizer a constituição, e as leis
ordinárias não podem entrar em conflito com as políticas gerais do sistema.
Família
Em cada país, a constituição da família é baseada em seus próprios costumes, tradições
e leis. No Irã, de acordo com as normas sociais e as leis da República Islâmica, que se
fundamentam na religião, o casamento é considerado essencial para a formação de uma família.
Dentro deste contexto, a família proporciona à criança suas primeiras experiências teóricas e
práticas sobre sociedade e política. As vivências familiares contribuem significativamente para
o desenvolvimento da competência política da criança e fomentam suas habilidades políticas
na vida adulta (Mousavi Oligodarzi, 2008, p. 71).
Sob a perspectiva islâmica, tanto a educação em geral quanto a educação política são
extremamente importantes, cabendo aos pais a responsabilidade de educar dentro do âmbito
familiar (Sorkhhesary; Azimzadeh Ardebili, 2017, p. 57). A instituição familiar é considerada
sagrada na sociedade iraniana, com iniciativas voltadas para a preservação da integridade da
família, tanto por meio de costumes quanto por medidas legais (Mohajeri; Javid, 2019, p. 7).
Em muitas famílias iranianas, atribui-se grande valor ao respeito por idade e
experiência. A cultura e a religião iranianas destacam o profundo respeito pelos pais e a
importância de suas opiniões, o que também influencia a educação política dos cidadãos.
Pesquisas conduzidas no Irã indicam que discussões familiares sobre política, interações com
grupos de pares e a influência da mídia desempenham papéis cruciais na educação política
(Husseini; Mirzaee Malekian; Tavakoli, 2010, p. 67).
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A Constituição iraniana, fundamentada em princípios religiosos, confere especial
atenção a família. O Artigo 110 reconhece a família como a unidade fundamental da sociedade
islâmica. Adicionalmente, outros documentos políticos, incluindo as Políticas Gerais da Família
(2017), o Documento de Transformação da Família (2005), a Visão 2025 e os Planos de
Desenvolvimento do Terceiro ao Sétimo, destacam que todas as leis, regulamentos e
planejamentos devem promover a formação de famílias, além de proteger a santidade e a
estabilidade das relações familiares, fundamentadas em direitos e ética islâmicos. A ênfase no
parentesco, combinada com a redução do ônus governamental em questões de cuidado, reforça
o compromisso da sociedade e do governo iranianos com a preservação da estrutura familiar,
opondo-se à sua dissolução.
No direito civil iraniano, a liderança da família é conferida ao homem, que é responsável
pelo sustento, pela decisão sobre a residência, pela guarda dos filhos e por aspectos relacionados
ao emprego, educação e divórcio, os quais dependem do seu consentimento (Moosavi Viae;
Sohrabzade; Niazi, 2020, p. 221). A política familiar no Irã enfatiza não apenas valores
religiosos, mas também a criação adequada dos filhos. Além disso, visa o desenvolvimento
sustentável, promovendo o aumento do emprego e a participação social das mulheres, o que é
facilitado pela educação política dos filhos. Portanto, a educação política das crianças é
diretamente influenciada por esse modelo de família iraniano.
As famílias iranianas são diversificadas e seguem uma variedade de princípios e
tradições. Na esfera da educação política, muitas enfatizam a adoção de valores como respeito
pelos direitos humanos, justiça e apoio à liberdade para todos os indivíduos. Ademais, muitos
pais iranianos se dedicam a incentivar seus adolescentes e crianças a participar ativamente da
sociedade e do processo político. A participação das famílias em eventos nacionais, como
marchas, manifestações e cerimônias religiosas, também se mostra eficaz na educação política
das crianças no Irã. Embora esses aspectos possam variar entre as famílias, o conceito de
respeito e participação social está firmemente incorporado na educação política de muitas delas.
Sistema Educacional
No mundo contemporâneo, as instituições educacionais recebem atenção significativa
devido às suas funções diversificadas e ao impacto substancial que exercem no
desenvolvimento abrangente das nações. No entanto, essas instituições não possuem natureza
independente, visto que cada sistema educacional é moldado por sua própria estrutura, valores
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e abordagens, os quais são derivados do contexto econômico, social, político, histórico e
cultural da sociedade (Lynch, 1994).
O sucesso da educação política na sociedade é influenciado pela família, mídia, amigos
e, mais importante, pelo sistema educacional. As instituições de ensino têm acesso aos cidadãos
durante a infância, adolescência e juventude, proporcionando uma oportunidade significativa
para contribuir para a educação política dos indivíduos. Uma de suas missões mais importantes
é auxiliar na preservação do sistema político (Jafarifar; Torabi, 2021, p. 95).
O papel da educação na formação política envolve preparar os indivíduos para
compreender, participar e engajar-se ativamente na vida política de suas sociedades. Isso
abrange o fornecimento de conhecimento, habilidades e valores essenciais para a participação
em processos políticos, a tomada de decisões e a contribuição para um governo aprimorado. O
objetivo da educação política é desenvolver o entendimento dos sistemas políticos, instituições
e processos, além de fomentar o pensamento crítico, o raciocínio ético e as virtudes cívicas nos
indivíduos. Visa também incutir um senso de responsabilidade, promover a cidadania ativa e o
compromisso com o bem público. Em suma, uma missão fundamental de todo sistema
educacional é familiarizar os estudantes com os objetivos políticos para o futuro, incentivando
a participação social e política ativa (Jafarifar; Torabi, 2021, p. 95).
Líderes políticos e ativistas de vários movimentos sociais em diferentes épocas no Irã
surgiram de instituições educacionais. O documento Visão de 20 Anos da República Islâmica
do Irã e o documento especializado sobre a transformação fundamental da educação sublinham
a universalidade e a natureza pública da educação no Irã, apresentando os estudantes como
forças político-sociais capazes de desempenhar papéis alinhados com as políticas religiosas e
sociais.
A educação política e o aprendizado moldam um tipo específico de cidadania conhecida
como cidadania religiosa. Portanto, instituições públicas, locais religiosos, instituições culturais
e estabelecimentos educacionais e religiosos são formados visando melhorar a qualidade da
vida política e social, fortalecendo o capital social e religioso e, consequentemente, reduzindo
os custos de controle social e aumentando a aceitação na sociedade (Kamalpourkhoob;
Hashemi; Nejati Hosseini, 2020, p. 89).
Ademais, o sistema educacional iraniano enfatiza que o pensamento e as ações dos
educadores devem fomentar a autoconfiança nacional e internacional nos estudantes. Além do
conteúdo dos livros didáticos, o conteúdo educacional tem como objetivo fortalecer o senso de
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autoconfiança e cultivar os talentos da juventude e dos adolescentes iranianos (Salehi, 2003, p.
10).
Governo
A educação política dos cidadãos é uma função primordial do governo, que desenvolve
indivíduos conscientes, comprometidos e responsáveis, incentivando sua participação e papel
ativo na tomada de decisões sociais e políticas. Um governo islâmico é caracterizado como
populista, baseado na vontade e no desejo do povo. Nele, as pessoas desempenham um papel
ativo e influente, e sua participação assegura a realização da gestão e a aplicação das leis
islâmicas. O Alcorão reconhece os crentes como tendo autoridade uns sobre os outros,
promovendo uma vida social pacífica baseada na fraternidade e na piedade divina, com cada
cidadão possuindo deveres e responsabilidades para com os outros (Mousavi Oligodarzi, 2008,
p. 71).
De uma perspectiva islâmica, a gestão é vista como tendo uma dimensão educativa
(Alamolhoda, 2012), sendo uma das funções do governo educar a população. A educação
política, dentro do contexto da República Islâmica do Irã, que é baseada em um populismo
religioso, é especialmente priorizada. Conforme os ensinamentos do Alcorão, as principais
responsabilidades do governo incluem auxiliar na autopurificação dos cidadãos, transmitir
sabedoria e conhecimento, promover e implementar ensinamentos religiosos e racionais, e
orientar os cidadãos em direção à bondade e à virtude. Isso se deve ao fato de que, em cada
sociedade, as pessoas seguem seu próprio líder (Mousavi Oligodarzi, 2008, p. 71).
De acordo com documentos oficiais no Irã, incluindo a Constituição da República
Islâmica do Irã, a educação política concentra-se em valores islâmicos, com ênfase no apoio e
na preservação da identidade. O cidadão ideal, conforme delineado nesses documentos,
apresenta características moldadas por aspectos religiosos e sociais, tais como monoteísmo,
compromisso prático, observância dos deveres religiosos, fortalecimento de virtudes éticas,
adesão aos valores islâmico-revolucionários, desenvolvimento de habilidades e competências
empreendedoras, engajamento em atividades sociais e políticas, e o desempenho de papéis
sociais, considerados elementos cruciais da educação cívica (Kamalpourkhoob; Hashemi;
Nejati Hosseini, 2020, p. 89).
As funções do governo islâmico incluem orientar e assegurar tanto a vida terrena quanto
transcendental, além da felicidade dos indivíduos e da sociedade, dentro dos valores islâmicos.
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Portanto, a Constituição destaca princípios como a dignidade humana, a crença em Deus, a
liberdade associada à responsabilidade perante Deus, a rejeição de qualquer forma de
dominação ou submissão, justiça, independência política, participação do povo na determinação
de seu próprio destino e as responsabilidades mútuas entre o governo e a sociedade (Marzouqi,
2005, p. 93).
Na República Islâmica do Irã, uma base fundamental da gestão é a participação do povo
em diversos campos, refletindo o capital social e a legitimidade do sistema político. Na visão
dos líderes do Irã, a participação é um fator de solidariedade e proporciona imunidade ao
sistema. Participar em todos os assuntos é visto tanto como um direito do povo quanto uma
premissa religiosa, evidenciando autoridade e confiança na população. Limitar a participação
do povo com base em posições específicas ou movimentos políticos não é aceito.
A importância dessa questão na ideologia do Aiatolá Khamenei, o Líder Supremo da
República Islâmica do Irã, é clara. Em 2002, ele declarou o ano como “Solidariedade Nacional
e Participação Pública” e, na declaração do Segundo Passo da Revolução em 1397, enfatizou a
importância de aumentar a participação. Uma manifestação significativa da participação ocorre
através de eleições, que geralmente criam conexões emocionais e racionais entre os cidadãos e
o governo no sistema de populismo religioso (Abdullahnasab; Keikha , 2020, p. 107).
Mídia
Na era da informação, a velocidade, intensidade, alcance e profundidade da educação
política têm transformado as estratégias políticas globalmente. A mídia, tanto direta quanto
indiretamente, exerce uma influência significativa sobre a educação política no Irã.
A mídia doméstica no país é capaz de transmitir valores, perspectivas e ideologias
políticas à sociedade através da disseminação de notícias, programas de televisão e rádio, e
mídia impressa. Esses meios de comunicação desempenham um papel crucial na formação das
atitudes e crenças políticas da população. No Irã, a mídia nacional, que inclui televisão, rádio,
mídia impressa e outros meios de comunicação em massa, frequentemente atua como
ferramentas para disseminar as mensagens, valores e perspectivas do governo e do sistema
político. Os mais altos escalões políticos da República Islâmica do Irã têm a expectativa de que
a mídia nacional se desenvolva até se tornar uma universidade pública.
A organização da Radiodifusão da República Islâmica do Irã e suas funções são
detalhadas no Capítulo Doze, e suas atividades devem estar em conformidade com os padrões
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islâmicos. Esta mídia desempenhou um papel significativo na preservação da integridade
territorial do país ao longo do período pós-revolução e durante várias crises, como a guerra Irã-
Iraque, garantindo a segurança do sistema e fornecendo apoio moral às forças ativas na guerra,
elevando assim o espírito do povo. Em diferentes períodos, a mídia nacional tem servido como
uma plataforma para que diversas partes e organizações transmitam suas vozes à sociedade,
legitimando assim o sistema, aumentando a confiança nacional e a participação política
(Eyvazi; Mansoorzadeh, 2011, p. 63).
No Irã, a mídia nacional exerce um impacto profundo na educação política. Esta mídia
consegue transmitir valores, ideologias e políticas governamentais ao público, desempenhando
um papel crucial na formação das atitudes e crenças políticas das pessoas. Ela apresenta notícias
e programas analíticos, envolvendo-se na crítica e análise de questões políticas e sociais, o que
pode influenciar amplamente a opinião pública. Portanto, a mídia nacional no Irã desempenha
um papel crucial como uma ferramenta eficaz na educação política dos indivíduos e na
moldagem das atitudes e perspectivas políticas da sociedade.
Mesquitas
Na sociedade iraniana, as mesquitas e as instituições religiosas desempenham um papel
na educação política semelhante ao de partidos políticos em países ocidentais. Além de serem
a origem de muitos movimentos sociais e políticos na sociedade iraniana contemporânea, as
mesquitas e hussainiyas, na era pós-Revolução Islâmica, têm desempenhado funções não
apenas religiosas, mas também como centros de atividades políticas e sociais. Isso inclui
deveres como o alistamento e o envio de voluntários para a guerra durante o conflito Irã-Iraque.
Nos anos subsequentes à revolução, as mesquitas no Irã, em conjunto com as escolas,
passaram a funcionar como centros eleitorais em várias eleições pós-revolucionárias. As
orações congregacionais diárias nas mesquitas, muitas vezes acompanhadas de sermões
religiosos e políticos proferidos pelos líderes das orações, embora breves, desempenham um
papel essencial na educação política e na conscientização dos cidadãos muçulmanos na
sociedade iraniana (Nazari; Hasanpour, 2015, p. 87).
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Rituais Religiosos e Nacionais
A sociedade iraniana contemporânea é diversa e pluralista, mas certos rituais religiosos
e nacionais, organizados por diferentes estratos sociais e grupos, têm influenciado
profundamente a educação política dos cidadãos ao longo da história. Eventos como a
celebração do Nowruz ou as cerimônias de comemoração do Imam Hussein, o terceiro Imã
xiita, têm facilitado uma forma de educação. A crença e a prática de rituais nacionais e
religiosos, sejam de luto ou celebrativos, tanto no âmbito religioso quanto nacional, possuem
raízes profundas na cultura iraniana e não são necessariamente orquestrados pelo governo.
Os governos buscam legitimar-se, engajar-se e obter aceitação pública ao incentivar a
participação das pessoas em arenas políticas, tais como eleições, procissões, ativismo político
e celebrações nacionais. Na República Islâmica do Irã, as procissões ocupam uma posição
central no espectro mais amplo de participação política. Além da atuação em eleições,
procissões temáticas programadas exercem um impacto significativo na aceitação popular e na
legitimidade do sistema. Através dessas procissões, a República Islâmica do Irã manifesta seu
apoio aos oprimidos em âmbito nacional e internacional (Naderi; Shirali; Kashanipour, 2017,
p. 71).
Rituais Nacionais
Na República Islâmica do Irã, a participação política não se limita apenas à esfera
eleitoral. Observa-se uma participação significativa da população, ultrapassando 40% dos
cidadãos iranianos, em diversas procissões, que ocorrem particularmente durante eventos
marcantes. Tais eventos incluem o aniversário da vitória da Revolução Islâmica, o Dia do
Estudante e o aniversário da tomada da embaixada dos EUA, conhecido como 13 de Aban,
além do Dia do Estudante, celebrado em 16 de Azar. As manifestações estudantis e a procissão
do Dia de Quds também são exemplos notáveis. Estas atividades refletem uma formação
política que valoriza a independência e a resistência à opressão.
Essas procissões, que ocorrem anualmente desde o sucesso da Revolução Islâmica,
atraem diversos segmentos da sociedade, em contraste com os aniversários revolucionários em
outros países, que geralmente contam apenas com a presença de autoridades oficiais. Tal prática
sublinha os objetivos fundamentais da educação política no Irã, que estão profundamente
enraizados nos ensinamentos religiosos e nacionais, destacando ideais como a independência,
o governo justo, a prevenção da dependência e o compromisso com a defesa dos oprimidos.
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Rituais Religiosos
Entre esses rituais destacam-se as comemorações do martírio de Imam Hussein, o
terceiro Imam xiita, que são especialmente reverenciadas durante a peregrinação de Arbaeen,
no quadragésimo dia após seu martírio. Além disso, a celebração de Ghadir, que marca a
indicação de Imam Ali como sucessor de Imam Hussein, é outro evento significativo.
Peregrinação de Arbaeen
A peregrinação de Arbaeen atrai muçulmanos xiitas de todo o mundo, e cria um dos
encontros religiosos mais singulares globalmente. Algumas das funções essenciais de Arbaeen
incluem:
• Definir a identidade coletiva dos xiitas e reforçar sua autoconsciência religiosa.
• Proporcionar poder político e atuação sob uma perspectiva política.
• Contribuir para a mobilização política, social e financeira através da procissão
religiosa.
• A promoção da unidade e solidariedade nacional e religiosa entre os
muçulmanos xiitas no Irã e no Iraque visa reparar as lacunas de comunicação resultantes da
guerra entre os dois países e aprimorar suas relações políticas. Esta iniciativa contribui
significativamente para a preservação da comunidade islâmica, (Mirzadeh, 2018, p. 51).
• A peregrinação de Arbaeen ensina a coesão social e o respeito pelos direitos
coletivos, pois os vinte e seis milhões de participantes são encorajados a adotar princípios de
vida comunitária, cooperação, solidariedade e a renúncia de direitos individuais durante a
jornada.
• Promove e fortalece o espírito de reformismo, a busca por justiça, e enfatiza a
procura pela justiça como o ideal xiita mais importante e o legado do Imam Hussein.
• A ética social é outra função significativa da peregrinação de Arbaeen, com a
caridade e a doação sendo consideradas algumas de suas expressões mais visíveis (Samani,
2018, p. 37; Sharifi, 2021, p. 7).
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Celebração de Ghadir
A celebração de Ghadir é um evento crucial na história do Islã, reconhecido tanto pelas
comunidades xiitas quanto sunitas, que definem a liderança e gestão da sociedade islâmica após
o Profeta Muhammad. O envolvimento do público e sua influência inalterada na sociedade e na
determinação de seu destino são enfatizados no evento de Ghadir Khum.
O Aiatolá Khamenei, o Líder Supremo da Revolução Islâmica, ressalta o papel crucial
do povo, rejeitando a indiferença ao destino da sociedade e enfatizando a responsabilidade e
participação máximas. Ele declara: “A maior manifestação do envolvimento do povo na
governança é Ghadir. Ghadir nos ensinou isso; portanto, Ghadir é a festa da tutela, a festa da
política, a festa do envolvimento do povo na governança” (Khamenei, 2016, tradução nossa).
A celebração de Ghadir simboliza a gestão do ponto de vista dos muçulmanos xiitas,
onde o “Imam” assume responsabilidades de liderança política, intelectual e moral. As
responsabilidades incluem gerenciar assuntos sociais, orientar a educação intelectual e
religiosa, e conduzir a purificação moral.
Durante o período de ocultação do Imam, que assume o papel de líder da comunidade
islâmica, a responsabilidade pela implementação das leis islâmicas e pela manutenção dos
princípios do Islã é atribuída a uma pessoa que, conforme os critérios de conhecimento, justiça,
entre outros (Khamenei, 1996). A celebração do Eid de Ghadir é destacada por uma marcha de
10 km, que conta com a participação de aproximadamente quatro milhões de pessoas, incluindo
cidadãos de Teerã e de outros centros provinciais.
No decorrer da celebração de Ghadir, foi notável a presença de diversas autoridades,
tanto políticas quanto urbanas. Aproximadamente 50 mil servidores públicos, incluindo 4.000
educadores, tais como professores universitários, estiveram envolvidos na oferta de serviços à
população em parques de diversões. O evento também contou com a participação de 350
procissões organizadas por instituições religiosas, mesquitas e grupos de voluntários, que
ofereceram serviços culturais, sociais e de assistência aos necessitados.
Além disso, estandes representando tanto sunitas quanto xiitas foram montados lado a
lado, simbolizando a unidade entre os seguidores do Islã. Esta representação conjunta
desempenhou um papel significativo na construção de uma identidade que é ao mesmo tempo,
política, religiosa e nacional. Essa iniciativa contribuiu para reforçar o caráter inclusivo e
unificador do evento.
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Islamismo Xiita
Todo sistema político depende de indivíduos capazes, eficientes e comprometidos para
estabelecer uma estrutura próspera para alcançar seus ideais. O Islã, por sua vez, apresenta um
sistema político autônomo, fundamentado em ensinamentos religiosos, com programas
educacionais e princípios de conduta política voltados para a promoção de seus objetivos e
orientação dos indivíduos. Conforme o Alcorão, os seres humanos são capazes de aprendizado,
livres e autônomos (Alcorão, Surata Ra'd, versículo 11), e o bem-estar ou a miséria de uma
nação depende do desejo de seus membros por bênçãos e prosperidade ou infortúnio.
Portanto, em um governo religioso, a formulação de um modelo para a educação política
adequada deve basear-se em princípios epistemológicos, ontológicos e humanísticos derivados
de escritos religiosos. Dessa forma, o processo de educação política fundamentado em textos
religiosos apresenta requisitos distintos de um governo não religioso, configurando-se como
uma forma de educação religiosa na dimensão política.
O islamismo xiita, por sua vez, desempenha um papel significativo na educação política
dos iranianos. Essa vertente, crucial para a identidade cultural e histórica do Irã, exerce uma
influência profunda no pensamento político e social do povo iraniano. Valores e princípios
xiitas, como justiça, participação social e apoio aos vulneráveis, são fundamentais na educação
política e ética dos cidadãos, atuando como guias espirituais e morais para os comportamentos
políticos e sociais na sociedade.
O islamismo xiita desempenhou um papel crucial na configuração da cultura política e
do sistema educacional do Irã. Os ensinamentos religiosos xiitas influenciaram
significativamente o desenvolvimento de pensamentos, instituições e movimentos políticos no
país. Além disso, a educação religiosa teve um papel importante na formação da consciência
política dos cidadãos iranianos, enquanto o uso da religião pelo governo para legitimar seu
poder também foi marcante.
Líderes Religiosos e Juristas
A organização clerical xiita teve um impacto significativo ao longo da história política
do Irã e nas reformas políticas subsequentes. Os clérigos xiitas, gozando de certos privilégios
em comparação com líderes de outras religiões e seitas, são conhecidos pelo caráter dinâmico
e revolucionário da cultura xiita e pela resistência ao governo de comandantes opressivos.
Consequentemente, o clero xiita agiu de forma independente das autoridades governamentais.
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No contexto contemporâneo, o clero xiita utiliza meios modernos de comunicação de massa
para enfrentar questionamentos e ideologias rivais, desempenhando um papel significativo na
educação islâmica através da criação de conteúdos personalizados.
Estes líderes podem servir como intérpretes dos conceitos religiosos e éticos nos
âmbitos político e social, ocupando um papel central no desenvolvimento do pensamento
político comunitário. Em uma sociedade xiita, a educação política enfatiza a servidão a Deus,
uma vez que muitos desvios políticos são vistos como decorrentes da negligência dessa
servidão. Nesse contexto, a responsabilidade individual, interpretada como servidão, é
considerada essencial na educação política. Entende-se que um indivíduo que não atua de forma
responsável é visto como alguém que não possui responsabilidades perante ninguém, incluindo
Deus.
Entre os estudiosos e juristas xiitas, existe uma diversidade de perspectivas sobre a
interação entre política e religião. Alguns consideram a religião como uma questão estritamente
pessoal, sem repercussões práticas no contexto social. Por outro lado, outros defendem que
política e religião são indissociáveis, enxergando os líderes religiosos como verdadeiros
executores da política fundamentada nos princípios da fé.
Os líderes da Revolução Islâmica do Irã são identificados como defensores da
perspectiva que considera política e religião inseparáveis. Eles defendem a ideia de que a
“Tutela do Grande Jurista” representa uma ligação contínua que conduz à “Tutela de Deus”.
Argumentam que Deus, atento às necessidades de Seus servos, estabeleceu um mandato claro
para todos. Nesse contexto, a “Tutela do Grande Jurista” é vista como o fundamento para a
manifestação e o surgimento da sabedoria divina nos âmbitos da educação e da orientação do
povo.
Dentro da ideologia de Imam Khomeini, o fundador da Revolução Islâmica, a política é
considerada uma parte integral da visão de mundo islâmica. Ele concebe a política como um
meio de educar, formar e orientar indivíduos na sociedade, promovendo o bem tanto material
quanto espiritual. De acordo com Khomeini, o objetivo da política é orientar a sociedade, zelar
pelos interesses comunitários e direcionar as pessoas para o bem. Portanto, ele valoriza a
política como uma atividade nobre e virtuosa, considerando-a essencial para a gestão e
organização da vida humana (Khomeini, 2008).
No pensamento xiita, o conceito de “Tutela do Grande Jurista” é considerado um
componente essencial da educação política. Esta tutela é vista como uma extensão da tutela
exercida pelos profetas e Imãs divinos. Assim, a atenção a este princípio é fundamental para a
Explorando os fatores que afetam a educação política no Irã
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educação política dentro do xiismo. A aceitação desse princípio induz à lealdade ao sistema
político xiita, desempenhando um papel crucial na estabilidade deste sistema. Tal lealdade,
segundo a educação política xiita, constitui um dos seus aspectos menos visíveis. Na visão
islâmica, a relação de lealdade entre o povo e o “Wali dos Muçulmanos” (guardião dos
muçulmanos) é considerada bidirecional e interativa.
O sistema político em si, seja na posição de governante ou governado, é visto como
intrinsecamente leal à sociedade e à comunidade islâmica. Essa lealdade ao sistema político
contribui para a formação e o fortalecimento de um poder disciplinar suave na sociedade, cuja
principal função é educativa. Portanto, o xiismo, como um elemento cultural e político, continua
a exercer influências significativas na educação política do povo iraniano (Maleki; Torabi;
Shirkhani, 2020, p. 125).
No pensamento xiita, a governança engloba responsabilidades fundamentais como
assegurar a segurança, manter a ordem, proporcionar bem-estar, educação e resolver conflitos.
Essas obrigações cabem ao governo, seja ele de natureza religiosa ou não. No entanto, se o
regime for um governo islâmico liderado por um Líder Supremo, uma de suas principais
responsabilidades, além das já mencionadas, é orientar a sociedade em direção a valores divinos
e morais.
A adesão a este princípio fomenta um tipo de lealdade que é vital para a estabilidade do
sistema político. Além disso, o papel dos estudiosos religiosos e juristas é percebido também
como uma forma de educação espiritual e moral voltada à concretização de valores divinos.
Essa função está em consonância com suas responsabilidades na área da educação política
(Farsian; Poormanuchehri, 2020, p. 45).
Cultura da Espera
A cultura da espera incute nos cidadãos uma forma de prontidão que atua como
catalisadora de transformações cognitivas, emocionais, comportamentais e de desempenho. No
contexto xiita, essa espera é direcionada para a obtenção de bênçãos divinas, cuja importância
é reconhecida quando os indivíduos se esforçam ativamente para alcançá-las. Sem esse esforço,
os objetivos desejados permanecem inatingíveis. Assim, a cultura da espera promove mudanças
e transformações internas, desenvolvendo paciência, resiliência, compromisso e iniciativa nas
pessoas. Esta espera também serve como fonte de consciência e inteligência contínuas entre os
cidadãos xiitas, levando ao planejamento e ao engajamento proativo.
Shohreh PIRANI e Mahdi NADERI
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023012, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19059 25
Esta cultura é orientada para o estabelecimento da justiça divina, que se materializa
quando as pessoas se esforçam ativamente por ela. Portanto, a realização de um governo
islâmico depende da vontade e do desejo do povo. Consequentemente, a instauração de um
governo global de justiça requer um esforço humano, que é o resultado da educação social e
política (Mousavi, 2008, p. 71).
Considerações finais
Com base na análise apresentada, conclui-se que a educação política exerce uma
influência significativa nas estruturas políticas e sociais da sociedade iraniana. Essa educação
contribui para a formação de personalidades responsáveis e participativas na sociedade,
fornecendo o conhecimento, as habilidades e os valores necessários para uma participação
política informada e responsável. Além disso, fomenta a autoconfiança, desenvolve o
pensamento crítico e o raciocínio ético, nutre valores religiosos e inatos, e aprimora as
habilidades necessárias para o engajamento ativo nos domínios político e social. Este ensino
fomenta o desenvolvimento de uma identidade individual que se envolve ativamente em
movimentos sociais e na participação política, desempenhando um papel significativo na
estabilidade e no desenvolvimento dos sistemas políticos.
Considerando os fatores influentes na educação política iraniana, incluindo rituais
nacionais e religiosos, a religião xiita, a família, a mídia nacional e instituições educacionais,
pode-se inferir que esses elementos desempenham um papel crucial na formação das
perspectivas, valores e identidades políticas dos indivíduos. Rituais, ensinamentos religiosos e
culturais, herança cultural familiar, o impacto da mídia nacional e instituições educacionais
contribuem significativamente para a educação política, fortalecendo-a.
Portanto, um entendimento profundo desses fatores e seu alinhamento com os objetivos
da educação política pode ajudar a fortalecer a participação política e formar personalidades
responsáveis e ativas na sociedade. As limitações deste estudo incluem a falta de acesso a
artigos apresentados em conferências nacionais e internacionais, a classificação de certas
informações como confidenciais e indisponíveis para pesquisa, e a escassa literatura e pesquisa
disponível sobre o tema.
Explorando os fatores que afetam a educação política no Irã
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023012, 2024. e-ISSN: 1519-9029
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CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Não aplicável.
Financiamento: Não aplicável.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: O trabalho seguiu os padrões éticos durante a pesquisa.
Disponibilidade de dados e material: Não aplicável.
Contribuições dos autores: 1. Shohreh Pirani. Metodologia, Curadoria de dados, Escrita -
Revisão e Edição. 2. Mahdi Naderi: Conceitualização, Metodologia.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023012, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19059 1
EXPLORING THE FACTORS AFFECTING POLITICAL EDUCATION IN IRAN
EXPLORANDO OS FATORES QUE AFETAM A EDUCAÇÃO POLÍTICA NO IRÃ
EXPLORANDO LOS FACTORES QUE AFECTAN LA EDUCACIÓN POLÍTICA EN
IRÁN
Shohreh PIRANI1
e-mail: sh.pirani@shahed.ac.ir
Mahdi NADERI 2
e-mail: m.naderi@shahed.ac.ir
How to reference this paper:
PIRANI, S.; NADERI, M. Exploring the factors affecting political
education in Iran. Revista on line de Política e Gestão
Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023012, 2024. e-ISSN:
1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19059
| Submitted: 22/02/2024
| Revisions required: 19/03/2024
| Approved: 17/04/2024
| Published: 09/05/2024
Editor:
Prof. Dr. Sebastião de Souza Lemes
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Shahed University, Tehran – Tehran –Iran. Assistant Professor of Political Science, Faculty of Humanities.
2
Shahed University, Tehran – Tehran –Iran. Associate Professor of Political Science, Faculty of Humanities.
Exploring the factors affecting political education in Iran
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023012, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19059 2
ABSTRACT: The transmission of political values and norms through education is crucial for global
political systems. It enhances citizens' engagement in politics and society. This paper explores
influential factors in the political education of Iranian citizens within an Islamic community society.
Focusing on Islamic political education values and objectives, it elaborates on principles impacting
Iranian citizens' education. It examines the conceptual framework, nature, goals, applications, and
dimensions, while scrutinizing components' role in educating committed citizens. This article
employs the qualitative document analysis method. The findings highlight the crucial role of Iranian
political culture in developing political education. The political culture of Iranians is a combination
of participant and subject political cultures. Iranian political culture significantly influences political
education, driven by factors like family, media, education institutions, government, political and
religious rituals, and religion. These factors play a critical role in shaping the perspectives, values,
and political identities of individuals.
KEYWORDS: Political Education. Iran. Religion. Government. Islam.
RESUMO: A transmissão de valores e normas políticas através da educação é crucial para os
sistemas políticos globais. Aumenta o envolvimento dos cidadãos na política e na sociedade. Este
artigo explora fatores influentes na educação política dos cidadãos iranianos em uma sociedade
comunitária islâmica. Centrando-se nos valores e objetivos da educação política islâmica, elabora
princípios que afetam a educação dos cidadãos iranianos. Examina a estrutura conceitual, a
natureza, os objetivos, as aplicações e as dimensões, ao mesmo tempo que examina o papel dos
componentes na educação de cidadãos comprometidos. Este artigo emprega método qualitativo de
análise documental. As conclusões destacam o papel crucial da cultura política iraniana no
desenvolvimento da educação política. A cultura política dos iranianos caracteriza-se por uma
combinação de culturas políticas participativas e submissas. Essa cultura política exerce uma
influência significativa sobre a educação política no Irã, sendo moldada por fatores como a família,
os meios de comunicação, as instituições educacionais, o governo, os rituais políticos e religiosos,
e a religião. Esses fatores desempenham um papel crítico na formação das perspectivas, valores e
identidades políticas dos indivíduos.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Política. Irã. Religião. Governo. Islamismo.
RESUMEN: La transmisión de valores y normas políticas a través de la educación es crucial para
los sistemas políticos globales. Mejora la participación de los ciudadanos en la política y la
sociedad. Este artículo explora factores influyentes en la educación política de los ciudadanos
iraníes dentro de una sociedad comunitaria islámica. Centrándose en los valores y objetivos de la
educación política islámica, detalla los principios que afectan la educación de los ciudadanos
iraníes. Examina el marco conceptual, la naturaleza, los objetivos, las aplicaciones y las
dimensiones, al tiempo que examina el papel de los componentes en la educación de ciudadanos
comprometidos. Este artículo emplea un método de análisis de documentos cualitativo. Los
hallazgos resaltan el papel crucial de la cultura política iraní en el desarrollo de la educación
política. La cultura política de los iraníes es una combinación de culturas políticas participantes y
sometidas. La cultura política iraní influye significativamente en la educación política, impulsada
por factores como la familia, los medios de comunicación, las instituciones educativas, el gobierno,
los rituales políticos y religiosos y la religión. Estos factores desempeñan un papel fundamental en
la configuración de las perspectivas, los valores y las identidades políticas de los individuos.
PALABRAS CLAVE: Educación Política. Irán. Religión. Gobierno. Islam.
Shohreh PIRANI and Mahdi NADERI
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023012, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19059 3
Introduction
The relationship between educational institutions and political systems constitutes an
area of significant concern for scholars. These scholars argue that the nature of political
education is deeply intertwined with the ideologies and intellectual foundations of societies.
Each political ideology sets specific goals based on its theoretical principles. Therefore, the
model of political education should provide a coherent framework within the educational
system, applying principles and methods aligned with the objectives of political education
(Mousavi, 2008, p. 23).
The importance of political education has been recognized since antiquity, as evidenced
by philosophers such as Plato and Aristotle. Plato viewed education as essential for rulers to
form a harmonious state, while Aristotle emphasized the indispensable link between
educational institutions and political entities. Aristotle maintained that the effectiveness of
educational institutions is fundamental for social and political stability, as well as for the
preservation of governance. He advocated that education should not only develop the intellect
but also prepare individuals for active political participation, with the purpose of cultivating
virtuous citizens capable of making ethical decisions and sustaining the government. Aristotle’s
perspective underscores the interconnection between education and politics in constructing an
ideal society (Smith, 1954, p. 30).
During the medieval and modern periods, thinkers such as Saint Augustine, Hobbes,
John Locke, and Kant also recognized the importance of political education in enlightening and
forming citizens committed to their interactions with society (Naderi; Pirani, 2021, p. 2641).
In the field of political education, numerous studies have been conducted. Some of these
studies emphasize the intersection between political education and citizenship (Fournier-
Sylvester, 2014, p. 3; Crittenden; Levine, 2007), while others highlight the significance of
political studies in educational institutions (Pacho, 2014, p. 10). Additionally, some works
underline the positive impact of political education in schools and on students’ political and
social participation (Pasek et al., 2008, p. 26). Further investigations have emphasized the
development of political, social, and civic education in higher education (Tormey, 2006, p.
311). Colin Wringe’s book, "Democracy, Schooling, and Political Education" explores themes
such as the growth of private education, the role of education in suppression, the
democratization of educational institutions, and the evolution of a distinct form of political
education, particularly in schools. The book stresses the importance of understanding political
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and social issues for educational effectiveness, both at the school level and in the classroom
(Wringe, 2012).
The empirical literature on political participation generally presents a positive
correlation between education and political participation. However, Kam and Palmer (2008)
question this relationship, suggesting that the idea that higher education directly leads to an
increase in political participation is debatable. Their study assesses the impact of higher
education on political participation, using propensity score matching to address the non-random
assignment process associated with obtaining higher education. The results suggest that after
considering pre-adult experiences and influences in the last year of high school, the direct
impact of higher education on political participation significantly diminishes. This requires a
reassessment of the relationship between higher education and political participation,
demonstrating that higher education may be more an indicator of pre-adult experiences and
influences than a direct cause of political participation (Kam; Palmer, 2008, p. 612).
In contrast, works like that of Mayer (2011, p. 633) suggest that an increase in education
has a positive impact on political participation, while other studies examine both the positive
and negative effects of education on political participation (Cross, 2004).
Some studies highlight how educational elements of ideological and political formation
can be integrated into the content of subjects such as mathematics, literature, and science (Li et
al., 2024, p. 1; Chen; Zhai, 2024, p. 101). Other research emphasizes how political and
ideological education is institutionalized in educational institutions (Liu; Xiantong; Starkey,
2023, p. 586). Additionally, some works focus on the role of new media in political and
ideological education (Hou, 2024, p. 45), while others examine the function of film and
television productions in this area (Liu; Yuan, 2024, p. 12).
In Islamic teachings, political education is conceived as a conscious and voluntary
activity, rejecting blind imitation and coercion. According to Quranic principles, teaching
flourishes in an environment that fosters free thought and autonomous will. Its goal is to shape
individual identity, which is essential for social involvement and political engagement. The
Holy Quran underscores individuality within social contexts, recognizing citizens as active
members who engage voluntarily through social contracts, rather than in a passive or isolated
manner. This approach promotes a balance between personal autonomy and social integration,
addressing cultural, social, and political issues within the framework of Islamic political
education (Mousavi Oligodarzi, 2008, p. 71).
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Political education in Islam aims to develop a society based on ethical values, nurture
political talents, and foster religious values. The ultimate purpose is to form citizens who are
responsible before God and society (Yusufzadeh Chausari; Shah Moradi, 2019, p. 173).
According to the Quranic view, political teaching is seen as a collective responsibility across
society. In Islamic communities, various factors contribute to citizens' political education. In
Iran, governed by an Islamic system, certain factors are crucial in the political formation of its
citizens.
Method
This study explores the influential factors in political education within Iranian society.
Iran, located in Western Asia, has a predominantly Muslim population (99.4%), with 95% of
its inhabitants adherents of Shi'ism. The methodology adopted was qualitative document
analysis, which involves the examination of written or visual materials to extract meaningful
insights and understandings of political phenomena. This method focuses on the analysis of
texts, documents, speeches, policies, laws, historical records, and other sources to interpret
political processes, ideologies, power dynamics, and decisions.
Qualitative document analysis is used to identify patterns, themes, contradictions, and
nuances in the texts, providing a deeper understanding of events, structures, and political actors.
This approach allows researchers to uncover hidden meanings, ideologies, and perspectives,
contributing to a more comprehensive understanding of political systems and behaviors
(Wesley, 2010, p. 9).
Initially, relevant keywords for the research were identified. These keywords were used
to conduct searches on platforms such as Google Scholar and Iran's internal search engines. The
Google Scholar search was limited to studies in English published from 2000 onwards and cited
at least five times. A total of 101 articles were reviewed, and data and reports pertinent to this
research were extracted. Additionally, the Constitution of the Islamic Republic of Iran and other
relevant documents in the areas of education, family, and media were examined. The findings
of this research are presented based on the synthesis and qualitative analysis of the collected
data.
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Theoretical Framework
Nature of Political Education
Political education is defined in various ways. Some definitions view it as the
acquisition of specific political knowledge, occurring both in contexts of formal and informal
education (Thomas, 2005, p. 175). From other perspectives, political education is described as
the process of cultivating the virtues, knowledge, and skills necessary for political participation,
preparing individuals for conscious and informed involvement in the reconstruction of society.
Moreover, certain definitions highlight the interrelation between democracy and citizen
participation (Merelman; Foster, 1978, p. 443), while others emphasize the formation of
responsible citizens aware of their duties, aiming to develop the knowledge, attitudes, and skills
that enable active and critical participation at national and international levels (Dabiri; Padidar,
2021, p. 1).
Considering that humans are influenced by three force, intellect, heart, and body,
political education is structured around three main axes:
• Education in the field of political perceptions.
• Education in the realm of political values and attitudes.
• Education concerning political and social skills and behaviors.
Thus, political education encompasses the development of knowledge, attitudes, and
skills essential for active citizen participation in the political landscape, both nationally and
globally (Mousavi, 2008, p. 71).
From a Quranic perspective, education is viewed as a platform for the flourishing of
human capacities. Therefore, it should be aligned with individuals' nature, potential, needs, and
inner capacities, avoiding coercion or imposition. According to the Quran, humans are endowed
with free will. The goal of political education is to cultivate human talents to achieve perfection,
accompanied by the development of individual consciousness, fostering religious and innate
values, and acquiring the skills necessary for active participation in various political and social
arenas. Education is promoted not through force, but by creating an environment that favors
free thought and volition. Thus, political education should foster the formation of individual
identity, which is crucial for engagement in social movements and political participation
(Mousavi Oligodarzi, 2008, p. 71).
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A citizen in an Islamic society, as guided by the teachings of the Quran, exhibits a series
of distinct qualities. These include free and rational thinking, the ability for foresight and critical
analysis, as well as a commitment to knowledge acquisition and a rejection of unthinking
imitation. Additionally, faith, piety, and trust in God are seen as central pillars of their conduct.
Such an individual is also characterized by a constant pursuit of justice, sincerity, and kindness,
along with self-awareness and a robust identity. Humility, perseverance, and strict adherence
to laws are equally valued. Leadership abilities, the maintenance of dignity, and the promotion
of social harmony are considered essential.
Other important characteristics include the ability to offer constructive criticism,
independence, and responsibility. Collaboration, prudent judgment, and awareness of the
efficient use of time and resources are also fundamental. This citizen values consultations and
is open to criticism, showing generosity and a willingness to sacrifice. Forgiveness and
readiness to respond and defend correct actions complete the profile of an ideal citizen in an
Islamic society, according to Quranic teachings.
Such individuals refrain from egocentrism and exclusivity, exercise the power of choice
and decision-making, observe reliability, avoid betrayal, demonstrate benevolence towards
others, maintain commitments and agreements, preserve order, and avoid scattered and
intermittent thoughts. They do not fear failure, practice dignified governance, and utilize the
capacities of others.
They are future-oriented and fair in their judgments, abstain from superficial thoughts,
possess self-confidence, and maintain personal balance. The Quran recognizes these attributes
as fundamental to establishing the originality of the individual in contrast with external
structures. Additionally, it identifies humans as active members of a society, embedded in
specific cultural, social, and political contexts. Thus, the citizen is neither passive nor isolated
from society, acting not out of coercion or mere social contracts, but as an integral and active
part of their context (Mousavi Oligodarzi, 2008, p. 71)
Importance of Political Education
Political education is considered the most crucial form of education for achieving the
material and spiritual objectives of a society. The relevance of this issue in societies is
particularly significant in Iran, where the diversity of ethnicities, races, and religions makes up
the social fabric. Without effective political education, the likelihood of conflicts and disorders
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substantially increases. Consequently, from ancient times to the present, Iranian statesmen and
political intellectuals have emphasized the need for political education as a means to prevent
such destabilizations (Barzegar et al., 2018, p. 10).
Function and Objectives of Political Education
The objectives of political education include regulating the relationship between the
government and citizens, based on laws and legitimacy, enhancing the quality of life of citizens,
familiarizing individuals with their personal and social rights, and ensuring social order and
stability (Barzegar et al., 2018, p. 10). Additionally, it aims to form citizens who are aware of
their political and social roles, committed to the effective fulfillment of their political and social
responsibilities. Political education encompasses activities such as citizen training, selection of
political leaders, promotion of political solidarity, maintenance of political power, socialization
of individuals to the political system, criticism of the current political system, and the global
education of citizens.
Political education is a process that develops a rational, critical, and capable personality
in political discourse, leading to responsible and reflective participation in political and social
scenes. This process results in the growth and expansion of evolving political perspectives,
values, and sentiments (Elias, 1995). It aims to cultivate human talents to achieve excellence,
develop individual consciousness, promote religious and innate values, and provide the skills
necessary for active participation in various political and social arenas in a religious society.
The objectives of political education in the Iranian community, characterized by its
religious state, are comprehensive and aim for a deep integration between faith and civic
politics:
• Formation of Responsible Citizens: Political education in Iran seeks to promote
responsible and active citizens who are aware of their rights and duties in political processes
and actively participate in them. Political and social responsibility empowers citizens to handle
crises and significant events effectively.
• Promotion of Religious and Revolutionary Values: Political education in Iran
focuses on instilling religious and innovative values among teenagers and young adults,
reinforcing the ideological foundations of the nation.
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• Development of Skills and Organization of Talents for Political Participation:
The Iranian political education system seeks to promote active public participation in political
processes and decision-making through enhancing the capabilities and organizing the talents of
its citizens.
• Teaching the Principles of Religious Democracy: Political education in Iran is
dedicated to instructing teenagers and young people about the principles of religious democracy
and civil rights, aligning democratic values with religious precepts.
• Strengthening the Connection with National Values: Political education in Iran
aims to strengthen the younger generation's connection to national values, fostering a
renaissance of dignity and power among citizens (Salehi, 2003, p. 10).
• Increasing Political Awareness and Developing Attitudes and Beliefs
Concerning the Political System: An essential component of political education is to promote
unity, providing the foundation for the cohesion of the Islamic society based on faith (Eftekhari;
Mehjoor, 2016, p. 77).
The aforementioned objectives are essential to strengthen the active role of citizens in
society and political processes, thereby ensuring a sustainable future for the country.
Political Culture of Iranians as an Educational Framework
The concept of "political culture" was first introduced into political science by Gabriel
Almond. According to Almond, each governmental system has a specific pattern of orientations
and official activities, which he refers to as political culture. Almond suggests that the political
culture of any governmental system encompasses a particular set of orientations related to
political actions among members of that system. This implies the presence, within each political
system, of an organized mental structure that spans politics, the composition of society, and the
interdependence of society in relation to individual actions. Broadly speaking, political culture
is part of the general culture of societies that are dedicated to politics and the official system,
shaping the political inclinations and behaviors of individuals, as well as their attitudes, beliefs,
and thoughts.
Almond and Verba, in 2015, identified three types of political culture when examining
cultural characteristics in the United States, England, Germany, Italy, and Mexico: Parochial
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Political Culture, Participatory Political Culture, and Subject Political Culture (Almond; Verba,
2015):
• Parochial Political Culture: This culture forms in societies where there are no
specialized and clearly defined political roles. In these societies, expectations for changes from
the governmental system are virtually nonexistent, and individuals' orientation towards political
objectives is extremely weak.
• Participatory Political Culture: Established in societies where citizens play an
active role in setting agendas, formulating strategies, determining laws, and prioritizing social
needs. In this culture, individuals believe in their ability to influence decisions and act as a
supportive force within the political system. In this context, individuals actively participate in
society, volunteer in social and political organizations, engage in debates, enthusiastically
participate in elections, combat unfair practices, and contribute to establishing justice and
improving social affairs.
• Subject Political Culture: In this type of culture, individuals are passive or
subordinate to the political system. Even though citizens are aware of this system and its
operations, due to the absence of structures that collect demands and desires, they do not play
an active role in politics, and the elites speak on behalf of the people. Their participation in
political affairs is passive, and they have minimal commitment to the government. In such a
context, establishing democracy is challenging.
It is important to note that these three types of political culture described by Almond
and Verba are theoretical patterns and do not manifest in pure forms in reality. Instead, societies
often experience a combination of different types of culture, such as Constrained-Dependent
Political Culture, Dependent-Participatory Political Culture, and Restricted-Participatory
Political Culture. In Constrained-Dependent Political Culture, individuals distance themselves
from local political affiliations and extend their loyalty to more specialized governmental
institutions. In this system, subjects appear relatively weak as a political force, with political
parties and groups having little significant influence or efficiency.
In Dependent-Participatory Political Culture, individuals are politically categorized into
groups that are conscious and active, and groups that are passive. The active groups are attentive
to all governmental objectives and can influence the behavior of elites in various instances
regarding political decisions. In a Restricted-Participatory Political Culture, the subsystems
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exhibit more restricted, tribal, and local characteristics in defining desires and demands.
However, they have relatively well-developed strategies, laws, and prioritization of needs. In
this type of culture, individuals are encouraged to participate politically through mass
movements, nationalist activities, local elections, and similar channels.
To explain the prevailing political culture in Iran, it is essential to initially mention the
various influential sources that shape the culture of Iranian society. These sources include Iran's
history, geographical location, economic conditions, population structure, religion, family, and
a unique worldview. Some aspects of Iran's general culture have deep historical roots, whose
continuity over time has contributed to their persistence in the political system.
Each of these histories has played a significant role in shaping and maintaining the
Iranian political culture. Research shows that Iranian history and society, along with
psychological and patrimonial factors, have had a considerable influence on the country's
political culture, where power relations have historically been characterized by a unilateral
dynamic between the apex and the base of the power hierarchy. However, this relationship has
undergone changes in contemporary Iran, although some aspects of the historical political
culture have been preserved.
On the other hand, throughout its contemporary history, Iranian society has experienced
a clash between the culture of subordination and the culture of participation, exemplified by the
occurrence of two revolutions in the last century. Therefore, the current Iranian political culture
is a combination of the Submissive and Participatory political cultures.
Components of Political Education in Iran
The components governing political education in Iran include the following cultural
elements:
• Revolutionary Values: Political education in Iran conveys Islamic revolutionary
values, emphasizing the principles and values of the Islamic Revolution.
• Humanistic Values: Political education in Iran highlights humanistic values such
as freedom, human rights, and justice, which are essential goals of the Islamic government.
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• Education for Civic Participation: Political education in Iran is focused on
teaching citizens about concepts of civic participation, active engagement in society, political
processes, and public administration.
• Education in Religious Principles: Political education in Iran is grounded on
religious principles. In the Islamic Republic of Iran, this political education is based on Islam,
providing religious and ethical instruction to teenagers and young people.
• Emphasis on Independence and Self-Sufficiency: Political education in Iran
emphasizes national independence and economic and political self-sufficiency. This
independence establishes a direct relationship between political education and political action,
promoting the development of autonomous individuals and communities. Returning to identity
and self-confidence were some of the main objectives of the Islamic Revolution. After the
Revolution, the aim was to cultivate a generation with greater self-assurance, as emphasized by
the leaders of the Iranian Revolution (Salehi, 2003, p. 10).
• Education of Citizens in Awareness of Individual and Social Rights, Law, Social
Order, and General Improvement of Human Life and Development of the Population's Talents.
In addition to the mentioned components, historical elements rooted in the Iranian
political culture, such as tribal culture, centralization, absolutism, fatalistic thinking, resilience
and resistance, reformism and idealism, messianism and emphasis on supernatural forces,
pursuit of martyrdom, and aversion to foreign influences, also influence political education. It
is essential to highlight that these elements may change over time, depending on social
conditions.
Factors Influencing Political Education
From the perspective of the Quran, political education is a collective responsibility that
involves all aspects of society. In the Islamic Republic of Iran, according to Article 110 of the
Constitution, determining the general policies of the Republic, following consultation with the
Expediency Discernment Council, is among the management's responsibilities and powers.
Moreover, the team is responsible for monitoring the proper implementation of these policies.
Political strategies within the family, educational institutions, media, and other entities
are established by the Supreme Leader and have a significant impact, being legally binding.
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The status of these comprehensive policies is superior to the constitution and ordinary laws in
the country. These general policies cannot contradict the constitution, and ordinary laws must
not conflict with the general policies of the system.
Family
In every country, the constitution of the family is based on its customs, traditions, and
laws. In Iran, according to social norms and the laws of the Islamic Republic, which are based
on religion, marriage is considered essential for forming a family. Within this context, the
family provides the child with their first theoretical and practical experiences regarding society
and politics. Family experiences contribute significantly to the development of the child's
political competence and foster their political skills in adulthood (Mousavi Oligodarzi, 2008, p.
71).
From an Islamic perspective, both general and political education are extremely
important, with parents bearing the responsibility for educating within the family scope
(Sorkhhesary; Azimzadeh Ardebili, 2017, p. 57). The family institution is considered sacred in
Iranian society, and initiatives are aimed at preserving family integrity, both through customs
and legal measures (Mohajeri; Javid, 2019, p. 7).
In many Iranian families, great value is placed on respect for age and experience. Iranian
culture and religion emphasize deep respect for parents and the importance of their opinions,
which also influences the political education of citizens. Research conducted in Iran indicates
that family discussions about politics, interactions with peer groups, and the influence of media
play crucial roles in political education (Husseini; Mirzaee Malekian; Tavakoli, 2010, p. 67).
The Iranian Constitution, grounded in religious principles, gives special attention to the
family. Article 110 recognizes the family as the fundamental unit of Islamic society.
Additionally, other political documents, including the General Family Policies (2017), the
Family Transformation Document (2005), Vision 2025, and the Development Plans from the
Third to the Seventh, highlight that all laws, regulations, and planning should promote the
formation of families, as well as protect the sanctity and stability of familial relationships, based
on Islamic rights and ethics. The emphasis on kinship, combined with the reduction of
governmental burden in caregiving matters, reinforces the commitment of both Iranian society
and government to preserving the family structure, opposing its dissolution.
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In Iranian civil law, the leadership of the family is conferred upon the man, who is
responsible for providing sustenance, deciding on residence, custody of children, and aspects
related to employment, education, and divorce, which depend on his consent (Moosavi Viae;
Sohrabzade; Niazi, 2020, p. 221). Family policy in Iran emphasizes not only religious values
but also the proper upbringing of children. Moreover, it aims for sustainable development,
promoting increased employment and social participation of women, which is facilitated by the
political education of the children. Therefore, the political education of children is directly
influenced by this model of the Iranian family.
Iranian families are diverse and follow a variety of principles and traditions. In the realm
of political education, many emphasize the adoption of values such as respect for human rights,
justice, and support for freedom for all individuals. Furthermore, many Iranian parents are
committed to encouraging their teenagers and children to participate in society and the political
process actively. The participation of families in national events, such as marches,
demonstrations, and religious ceremonies, also proves effective in the political education of
children in Iran. Although these aspects may vary among families, the concept of respect and
social participation is firmly embedded in many of them political education.
Educational System
In the contemporary world, educational institutions receive significant attention due to
their diverse functions and the substantial impact they have on the comprehensive development
of nations. However, these institutions do not possess an independent nature, as each
educational system is shaped by its structure, values, and approaches, which are derived from
the economic, social, political, historical, and cultural context of the society (Lynch, 1994).
The success of political education in society is influenced by the family, media, friends,
and, most importantly, by the educational system. Educational institutions have access to
citizens during their childhood, adolescence, and youth, providing a significant opportunity to
contribute to the political education of individuals. One of their most important missions is to
assist in the preservation of the political system (Jafarifar; Torabi, 2021, p. 95).
The role of education in political formation involves preparing individuals to
understand, participate in, and actively engage in the political life of their societies. This
encompasses the provision of knowledge, skills, and essential values for participation in
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political processes, decision-making, and contributing to enhanced governance. The goal of
political education is to develop an understanding of political systems, institutions, and
processes, as well as to foster critical thinking, ethical reasoning, and civic virtues in
individuals. It also aims to instill a sense of responsibility, promote active citizenship, and a
commitment to the public good. In summary, a fundamental mission of every educational
system is to familiarize students with political goals for the future, encouraging active social
and political participation (Jafarifar; Torabi, 2021, p. 95).
Political leaders and activists from various social movements in different eras in Iran
have emerged from educational institutions. The Vision 20-Year Document of the Islamic
Republic of Iran and the specialized document on the fundamental transformation of education
underscore the universality and public nature of education in Iran, presenting students as socio-
political forces capable of playing roles aligned with religious and social policies.
Political education and learning shape a specific type of citizenship known as religious
citizenship. Therefore, public institutions, religious sites, cultural institutions, and educational
and religious establishments are formed with the aim of improving the quality of political and
social life, strengthening social and religious capital, and consequently reducing the costs of
social control and increasing acceptance in society (Kamalpourkhoob; Hashemi; Nejati
Hosseini, 2020, p. 89).
Furthermore, the Iranian educational system emphasizes that educators' thoughts and
actions should foster students' national and international self-confidence. Beyond the content
of textbooks, educational content aims to strengthen the sense of self-confidence and cultivate
the talents of Iranian youth and adolescents (Salehi, 2003, p. 10).
Government
The political education of citizens is a primary function of the government, which
develops conscious, committed, and responsible individuals, encouraging their participation
and active role in making social and political decisions. An Islamic government is characterized
as populist, based on the will and desire of the people. In it, people play an active and influential
role, and their participation ensures the execution of management and the application of Islamic
laws. The Quran recognizes believers as having authority over one another, promoting a
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peaceful social life based on brotherhood and divine piety, with each citizen having duties and
responsibilities towards others (Mousavi Oligodarzi, 2008, p. 71).
From an Islamic perspective, management is seen as having an educational dimension
(Alamolhoda, 2012), with one of the functions of government being to educate the population.
Political education, within the context of the Islamic Republic of Iran, which is based on
religious populism, is especially prioritized. According to the teachings of the Quran, the
primary responsibilities of the government include assisting in the self-purification of citizens,
transmitting wisdom and knowledge, promoting and implementing religious and rational
teachings, and guiding citizens toward goodness and virtue. This is due to the fact that, in every
society, people follow their leader (Mousavi Oligodarzi, 2008, p. 71).
According to official documents in Iran, including the Constitution of the Islamic
Republic of Iran, political education focuses on Islamic values, emphasizing the support and
preservation of identity. The ideal citizen, as outlined in these documents, displays
characteristics shaped by religious and social aspects, such as monotheism, practical
commitment, observance of religious duties, strengthening of ethical virtues, adherence to
Islamic-revolutionary values, development of entrepreneurial skills and competencies,
engagement in social and political activities, and the performance of social roles, considered
crucial elements of civic education (Kamalpourkhoob; Hashemi; Nejati Hosseini, 2020, p. 89).
The functions of the Islamic government include guiding and ensuring both the earthly
and transcendental lives, as well as the happiness of individuals and society, within Islamic
values. Therefore, the Constitution highlights principles such as human dignity, belief in God,
freedom associated with responsibility before God, rejection of any form of domination or
submission, justice, political independence, people's participation in determining their destiny,
and the mutual responsibilities between the government and society (Marzouqi, 2005, p. 93).
In the Islamic Republic of Iran, a fundamental basis of governance is the participation
of the people in various fields, reflecting the social capital and legitimacy of the political
system. In the view of Iran's leaders, participation is a factor of solidarity and provides
immunity to the system. Participating in all matters is seen as a right of the people and a
religious premise, demonstrating authority and trust in the population. Limiting people's
participation based on specific positions or political movements is not accepted.
The importance of this issue in the ideology of Ayatollah Khamenei, the Supreme
Leader of the Islamic Republic of Iran, is clear. In 2002, he declared the year "National
Solidarity and Public Participation," and in the declaration of the Second Step of the Revolution
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in 1397, he emphasized the importance of increasing participation. A significant manifestation
of participation occurs through elections, which generally create emotional and rational
connections between the citizens and the government in the system of religious populism
(Abdullahnasab; Keikha , 2020, p. 107).
Media
In the information age, political education's speed, intensity, reach, and depth have
transformed political strategies globally. The media, both directly and indirectly, exerts a
significant influence on political education in Iran.
Domestic media in the country is capable of transmitting values, perspectives, and
political ideologies to society through the dissemination of news, television and radio programs,
and print media. These communication channels play a crucial role in shaping the political
attitudes and beliefs of the population. In Iran, the national media, which includes television,
radio, print media, and other mass communication means, often acts as tools to disseminate the
messages, values, and perspectives of the government and the political system. The highest
political echelons of the Islamic Republic of Iran expect that the national media will develop
into a public university.
The organization of the Islamic Republic of Iran Broadcasting and its functions are
detailed in Chapter Twelve, and its activities must comply with Islamic standards. This media
played a significant role in preserving the territorial integrity of the country throughout the post-
revolution period and during various crises, such as the Iran-Iraq war, ensuring the security of
the system and providing moral support to the active forces in the war, thus elevating the spirit
of the people. In different periods, the national media has served as a platform for various parties
and organizations to transmit their voices to society, thereby legitimizing the system, enhancing
national trust, and increasing political participation (Eyvazi; Mansoorzadeh, 2011, p. 63).
In Iran, the national media has a profound impact on political education. This media
conveys government values, ideologies, and policies to the public, playing a crucial role in
shaping people's political attitudes and beliefs. It presents news and analytical programs that
critique and analyze political and social issues, which can broadly influence public opinion.
Therefore, the national media in Iran plays a crucial role as an effective tool in the political
education of individuals and in shaping society's political attitudes and perspectives.
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Mosques
In Iranian society, mosques and religious institutions play a role in political education
similar to that of political parties in Western countries. In addition to being the origin of many
social and political movements in contemporary Iranian society, mosques, and hussainiyas, in
the post-Islamic Revolution era, have served not only religious functions but also as centers of
political and social activities. This includes duties such as the enlistment and dispatch of
volunteers for the war during the Iran-Iraq conflict.
In the years following the revolution, mosques in Iran, along with schools, began to
function as polling centers in various post-revolutionary elections. The daily congregational
prayers at mosques, often accompanied by brief religious and political sermons delivered by
the prayer leaders, play an essential role in the political education and awareness of Muslim
citizens in Iranian society (Nazari; Hasanpour, 2015, p. 87).
Religious and National Rituals
Contemporary Iranian society is diverse and pluralistic, but certain religious and
national rituals, organized by different social strata and groups, have profoundly influenced the
political education of citizens throughout history. Events such as the celebration of Nowruz or
the commemoration ceremonies of Imam Hussein, the third Shiite Imam, have facilitated a form
of education. The belief and practice of national and religious rituals, whether mourning or
celebratory, both in the spiritual and national spheres, have deep roots in Iranian culture and are
not necessarily orchestrated by the government.
Governments seek to legitimize themselves, engage, and gain public acceptance by
encouraging people's participation in political arenas, such as elections, processions, political
activism, and national celebrations. In the Islamic Republic of Iran, processions hold a central
position in the broader spectrum of political participation. In addition to acting in elections,
scheduled thematic processions have a significant impact on popular acceptance and the
legitimacy of the system. Through these processions, the Islamic Republic of Iran manifests its
support for the oppressed nationally and internationally (Naderi;, Shirali; Kashanipour, 2017,
p. 71).
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National Rituals
In the Islamic Republic of Iran, political participation is not limited to the electoral
sphere alone. There is significant participation from the population, exceeding 40% of Iranian
citizens, in various processions, particularly during critical events. Such events include the
anniversary of the victory of the Islamic Revolution, Student Day, and the anniversary of the
takeover of the US embassy, known as the 13th of Aban, as well as Student Day, celebrated on
the 16th of Azar. The student demonstrations and the Quds Day procession are also notable
examples. These activities reflect a political formation that values independence and resistance
to oppression.
These processions, which have been held annually since the success of the Islamic
Revolution, attract various segments of society, unlike revolutionary anniversaries in other
countries, which generally only include the presence of official authorities. This practice
underscores the fundamental objectives of political education in Iran, which are deeply rooted
in religious and national teachings, emphasizing ideals such as independence, just governance,
prevention of dependency, and commitment to defending the oppressed.
Religious Rituals
Among these rituals, the commemorations of the martyrdom of Imam Hussein, the third
Shiite Imam, are especially revered during the Arbaeen pilgrimage, on the fortieth day after his
martyrdom. Additionally, the celebration of Ghadir, which marks the appointment of Imam Ali
as the successor of Imam Hussein, is another significant event.
Arbaeen Pilgrimage
The Arbaeen pilgrimage attracts Shiite Muslims from around the world and creates one
of the most unique religious gatherings globally. Some of the essential functions of Arbaeen
include:
• Defining the collective identity of Shiites and reinforcing their religious self-
awareness.
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• Providing political power and action from a political perspective.
• Contributing to political, social, and financial mobilization through the religious
procession.
• The promotion of national and religious unity and solidarity among Shiite
Muslims in Iran and Iraq aims to repair communication gaps resulting from the war between
the two countries and enhance their political relations. This initiative contributes significantly
to the preservation of the Islamic community (Mirzadeh, 2018, p. 51).
• The Arbaeen pilgrimage teaches social cohesion and respect for collective rights,
as the twenty-six million participants are encouraged to adopt principles of community life,
cooperation, solidarity, and the renunciation of individual rights during the journey.
• It promotes and strengthens the spirit of reformism and the pursuit of justice and
emphasizes the search for justice as the most important Shiite ideal and the legacy of Imam
Hussein.
• Social ethics is another significant function of the Arbaeen pilgrimage, with
charity and donation being considered some of its most visible expressions (Samani, 2018, p.
37; Sharifi, 2021, p. 7).
Ghadir Celebration
The celebration of Ghadir is a pivotal event in the history of Islam, recognized by both
Shiite and Sunni communities, which defines the leadership and management of Islamic society
after Prophet Muhammad. The public's involvement and enduring influence on society and the
determination of its destiny are emphasized at the event of Ghadir Khum.
Ayatollah Khamenei, the Supreme Leader of the Islamic Revolution, highlights the
crucial role of the people, rejecting indifference to the fate of society and emphasizing
maximum responsibility and participation. He declares: "The greatest manifestation of the
people's involvement in governance is Ghadir. Ghadir has taught us this; therefore, Ghadir is
the festival of guardianship, the festival of politics, the festival of the people's involvement in
governance" (Khamenei, 2016).
The celebration of Ghadir symbolizes governance from the perspective of Shiite
Muslims, where the "Imam" assumes responsibilities for political, intellectual, and moral
leadership. Responsibilities include managing social affairs, guiding intellectual and religious
education, and leading moral purification.
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During the period of the Imam's occultation, who assumes the role of leader of the
Islamic community, the responsibility for implementing Islamic laws and maintaining the
principles of Islam is assigned to a person who meets the criteria of knowledge and justice,
among others (Khamenei, 1996). The celebration of Eid al-Ghadir is highlighted by a 10 km
march, which sees the participation of approximately four million people, including citizens
from Tehran and other provincial centers.
During the Ghadir celebration, the presence of various authorities, both political and
urban, was notable. Approximately 50,000 public servants, including 4,000 educators, such as
university professors, were involved in providing services to the population in amusement
parks. The event also featured the participation of 350 processions organized by religious
institutions, mosques, and volunteer groups, offering cultural, social, and assistance services to
those in need.
Furthermore, stands representing both Sunnis and Shiites were set up side by side,
symbolizing unity among the followers of Islam. This joint representation played a significant
role in constructing an identity that is simultaneously political, religious, and national. This
initiative contributed to reinforcing the inclusive and unifying character of the event.
Shi’ite Islam
Every political system relies on capable, efficient, and committed individuals to
establish a prosperous structure for achieving its ideals. Islam, in turn, presents an autonomous
political system, founded on religious teachings, with educational programs and principles of
political conduct aimed at promoting its objectives and guiding individuals. According to the
Quran, humans are capable of learning, free, and autonomous (Quran, Surah Ra'd, verse 11),
and the welfare or misery of a nation depends on its members' desire for blessings and prosperity
or misfortune.
Therefore, in a religious government, the formulation of a model for appropriate
political education must be based on epistemological, ontological, and humanistic principles
derived from religious writings. In this way, the process of political education grounded in
religious texts presents distinct requirements from a non-religious government, configuring it
as a form of religious education in the political dimension.
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Shiite Islam, in turn, plays a significant role in the political education of Iranians. This
branch, crucial to Iran's cultural and historical identity, exerts a profound influence on the
political and social thinking of the Iranian people. Shiite values and principles, such as justice,
social participation, and support for the vulnerable, are fundamental in the political and ethical
education of citizens, acting as spiritual and moral guides for political and social behaviors in
society.
Shiite Islam has played a crucial role in shaping the political culture and educational
system of Iran. Shiite religious teachings have significantly influenced the development of
thoughts, institutions, and political movements in the country. Moreover, religious education
has played an important role in forming the political consciousness of Iranian citizens, while
the government's use of religion to legitimize its power has also been significant.
Religious Leaders and Jurists
The Shiite clerical organization has had a significant impact throughout Iran's political
history and subsequent political reforms. Shiite clerics, enjoying certain privileges compared to
leaders of other religions and sects, are known for Shiite culture's dynamic and revolutionary
character and resistance against the rule of oppressive commanders. Consequently, the Shiite
clergy acted independently from governmental authorities. In the contemporary context, the
Shiite clergy utilizes modern mass communication means to address challenges and rival
ideologies, playing a significant role in Islamic education through the creation of personalized
content.
These leaders can serve as interpreters of religious and ethical concepts in political and
social realms, playing a central role in the development of community political thought. In a
Shiite society, political education emphasizes servitude to God, as many political deviations are
seen as stemming from neglect of this servitude. In this context, individual responsibility,
interpreted as servitude, is considered essential in political education. It is understood that an
individual who does not act responsibly is seen as someone with no responsibilities towards
anyone, including God.
Among Shiite scholars and jurists, there is a diversity of perspectives on the interaction
between politics and religion. Some view religion as a strictly personal matter, without practical
repercussions in the social context. On the other hand, others argue that politics and religion are
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inseparable, viewing religious leaders as true executors of politics based on the principles of
faith.
The leaders of the Islamic Revolution in Iran are identified as proponents of the
perspective that considers politics and religion inseparable. They advocate the idea that the
"Guardianship of the Jurist" represents a continuous link leading to the "Guardianship of God."
They argue that God, attentive to the needs of His servants, has established a clear mandate for
everyone. In this context, the "Guardianship of the Jurist" is seen as the foundation for the
manifestation and emergence of divine wisdom in the realms of education and guidance of the
people.
Within the ideology of Imam Khomeini, the founder of the Islamic Revolution, politics
is considered an integral part of the Islamic worldview. He conceives of politics as a means of
educating, forming, and guiding individuals in society, promoting both material and spiritual
well-being. According to Khomeini, politics aims to guide society, care for community
interests, and direct people towards good. Therefore, he values politics as a noble and virtuous
activity, considering it essential for the management and organization of human life (Khomeini,
2008).
In Shiite thought, the concept of "Guardianship of the Jurist" is considered an essential
component of political education. This guardianship is an extension of the guardianship
exercised by the prophets and divine Imams. Thus, attention to this principle is fundamental to
political education within Shiism. Acceptance of this principle induces loyalty to the Shiite
political system, playing a crucial role in the stability of this system. According to Shiite
political education, such loyalty constitutes one of its less visible aspects. In the Islamic view,
the loyalty relationship between the people and the "Wali of the Muslims" (guardian of the
Muslims) is considered bidirectional and interactive.
The political system itself, whether in the position of ruler or ruled, is seen as inherently
loyal to society and the Islamic community. This loyalty to the political system contributes to
the formation and strengthening of a soft disciplinary power in society, whose primary function
is education. Therefore, Shiism, as a cultural and political element, continues to exert significant
influences on the political education of the Iranian people (Maleki; Torabi; Shirkhani, 2020, p.
125).
In Shiite thought, governance encompasses fundamental responsibilities such as
ensuring security, maintaining order, providing welfare and education, and resolving conflicts.
These obligations fall to the government, whether it is of a religious nature or not. However, if
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the regime is an Islamic government led by a Supreme Leader, one of its primary
responsibilities, in addition to those already mentioned, is to guide society towards divine and
moral values.
Adherence to this principle fosters a type of loyalty vital for the political system's
stability. Additionally, the role of religious scholars and jurists is also perceived as a form of
spiritual and moral education aimed at the realization of divine values. This function is in line
with their responsibilities in the area of political education (Farsian; Poormanuchehri, 2020, p.
45).
Culture of Wait
The culture of waiting instills in citizens a form of readiness that acts as a catalyst for
cognitive, emotional, behavioral, and performance transformations. In the Shiite context, this
waiting is directed towards obtaining divine blessings, whose importance is recognized when
individuals actively strive to achieve them. Without this effort, the desired objectives remain
unattainable. Thus, the culture of waiting promotes internal changes and transformations, as
well as the development of patience, resilience, commitment, and initiative in people. This
waiting also serves as a source of continuous awareness and intelligence among Shiite citizens,
leading to proactive planning and engagement.
This culture is oriented towards the establishment of divine justice, which materializes
when people actively strive for it. Therefore, the realization of an Islamic government depends
on the will and desire of the people. Consequently, the establishment of a global government
of justice requires human effort, which is the result of social and political education (Mousavi,
2008, p. 71).
Final considerations
Based on the analysis presented, it is concluded that political education significantly
influences the political and social structures of Iranian society. This education contributes to
the formation of responsible and participative personalities in society, providing the knowledge,
skills, and values necessary for accountable and informed political participation. Furthermore,
it fosters self-confidence, develops critical thinking and ethical reasoning, nurtures religious
and innate values, and enhances the skills necessary for active engagement in political and
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social domains. This instruction promotes the development of an individual identity that
actively engages in social movements and political participation, playing a significant role in
the stability and development of political systems.
Considering the influential factors in Iranian political education, including national and
religious rituals, Shiite religion, family, national media, and educational institutions, it can be
inferred that these elements play a crucial role in shaping individuals' perspectives, values, and
political identities. Rituals, religious and cultural teachings, family cultural heritage, the impact
of national media, and educational institutions contribute significantly to political education,
strengthening it.
Therefore, a deep understanding of these factors and their alignment with the goals of
political education can help strengthen political participation and form responsible and active
personalities in society. The limitations of this study include the lack of access to articles
presented at national and international conferences, the classification of certain information as
confidential and unavailable for research, and the scarce literature and research available on the
topic.
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CRediT Author Statement
Acknowledgements: Not applicable.
Funding: Not applicable.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: The work adhered to ethical standards during research.
Data and material availability: Not applicable.
Authors’ contributions: 1. Shohreh Pirani. Methodology, Data curation, Writing - Review
& Editing. 2. Mahdi Naderi: Conceptualization, Methodology.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.
