Plinio Paulo LEIVA DE LUCA e Giza Guimarães Pereira SALES
RPGE – Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023014, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19105 9
comunidade que promova a colaboração e a compreensão entre seus membros. Uma educação
permanente que não pode estar restrita aos núcleos universitários formais, mas que vá além,
sob essa nova perspectiva, a educação permanente é concebida como algo que
vai muito mais além do que já se pratica, especialmente nos países
desenvolvidos, a saber: as iniciativas de atualização, reciclagem e conversão,
além da promoção profissional, dos adultos. Ela deve abrir as possibilidades
da educação a todos, com vários objetivos: oferecer uma segunda ou terceira
oportunidade; dar resposta à sede de conhecimento, de beleza ou de superação
de si mesmo; ou, ainda, aprimorar e ampliar as formações estritamente
associadas às exigências da vida profissional, incluindo as formações práticas.
Em suma, a educação ao longo da vida, deve tirar proveito de todas as
oportunidades oferecidas pela sociedade (UNESCO, 2010, p. 32).
A Educação ao longo da vida, conforme defendida pela UNESCO, refere-se a uma
condição em que a sociedade deve, na medida do possível, oferecer e o indivíduo deve
aproveitar todas as oportunidades disponíveis “durante toda a vida útil e saudável” (UNESCO,
2010, p. 32). Isso garante que o indivíduo tenha condições adequadas para se formar e se
desenvolver continuamente enquanto se sentir apto a aprender. Para cumprir os objetivos da
proposta aqui apresentada, não se pretende discutir a construção de um currículo específico para
uma Universidade Corporativa (UC), mas sim analisar a importância da UC na relação entre
formação e desenvolvimento do indivíduo “ao longo da vida”.
Portanto, inicia-se aqui a concepção de uma visão de UC que visa não apenas alavancar
resultados, mas, acima de tudo, promover o engajamento do indivíduo que produz, em todos os
níveis, em uma sociedade que está em constante mudança, com velocidade exponencial,
impulsionada pelos meios de comunicação e pela abertura ao novo, seja nas relações de trabalho
ou nas interações entre diferentes grupos.
Além disso, observa-se que a educação no “mundo líquido” (Bauman, 2014) não pode
se encerrar nos bancos escolares, no final de uma jornada de formação institucionalizada, pois
se sabe que esse processo de aprendizagem permanece durante toda vida, com a experiência e
com a curiosidade de cada um. É possível, inclusive, voltar aos bancos escolares, mas ainda
assim há pouca oferta de cursos e os altos custos inviabilizam, por muitas vezes, esse retorno,
o que, de certa forma, se torna uma possibilidade para uma pequena parcela da população.
Assim, o aprimoramento intelectual não se realiza apenas por meio de interações
superficiais; requer um desenvolvimento contínuo que engloba aspectos culturais, sociais e
transformadores. É essencial que esse saber seja interconectado, promovendo um aprendizado
complementar que vá além do utilitarismo imediato. A importância da integração de diversas
áreas do conhecimento deve ser explicitamente apresentada, especialmente quando se fala em
contribuir para o progresso das organizações.