RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 1
REDES E DINÂMICAS SOCIAIS: TRANSFORMAÇÕES SOCIOECONÓMICAS EM
MOÇAMBIQUE NO CONTEXTO DAS RELAÇÕES MULTILATERAIS
REDES Y DINÁMICAS SOCIALES: TRANSFORMACIONES SOCIOECONÓMICAS
EN MOZAMBIQUE EN EL CONTEXTO DE RELACIONES DE LAS
MULTILATERALES
NETWORKS AND SOCIAL DYNAMICS: SOCIOECONOMIC TRANSFORMATIONS IN
MOZAMBIQUE IN THE CONTEXT OF MULTILATERAL RELATIONS
Rogério NHAGÚO1
e-mail: rogerjolinhanguo@gmail.com
Eduardo DUQUE2
e-mail: eduardoduque@ucp.pt
Como referenciar este artigo:
NHAGÚO, R.; DUQUE, E. Redes e dinâmicas sociais:
Transformações socioeconómicas em Moçambique no contexto de
relações multilaterais. Revista on line de Política e Gestão
Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN:
1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155
| Submetido em: 09/12/2023
| Revisões requeridas em: 18/01/2024
| Aprovado em: 05/02/2024
| Publicado em: 22/03/2024
Editor:
Prof. Dr. Sebastião de Souza Lemes
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Universidade Católica de Moçambique (UCM), Quelimane Moçambique. Doutorando em Ciência Política e
Relações Internacionais, Faculdade de Ciências Sociais e Políticas.
2
Universidade Católica Portuguesa (UCP); Universidade do Minho (UM), Braga Portugal. Professor da
Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais (UCP).
Redes e dinâmicas sociais: Transformações socioeconómicas em Moçambique no contexto de relações multilaterais
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 2
RESUMO: Este artigo analisa a transição de Moçambique para uma economia de mercado e a
adoção de políticas neoliberais sob influência das instituições de Bretton Woods nas últimas
duas décadas. Explora os desafios enfrentados, como conflitos, desastres naturais e crises
financeiras, e as reformas econômicas e sociais implementadas para combater a pobreza e
promover a estabilidade sociopolítica. Destaca a importância da diplomacia e da política
externa na reconstrução e desenvolvimento do país, abordando as relações históricas e
contemporâneas com a comunidade internacional, incluindo parcerias estratégicas com China,
Brasil e Índia. Utilizando uma abordagem qualitativa baseada em revisão bibliográfica, o estudo
analisa retrospectivas, realizações, desafios e perspectivas da diplomacia moçambicana. Os
resultados sugerem que a diplomacia multilateral tem sido essencial para resolução de conflitos,
atração de investimentos e promoção do desenvolvimento socioeconômico. As parcerias com
China, Brasil e Índia impulsionaram o crescimento do país, embora este processo apresente
vantagens e desvantagens.
PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento Socioeconômico. Moçambique. Cooperação
Internacional. Política Externa.
RESUMEN: Este artículo analiza la transición de Mozambique hacia una economía de
mercado y la adopción de políticas neoliberales bajo la influencia de las instituciones de
Bretton Woods en las últimas dos décadas. Explora los desafíos enfrentados, como conflictos,
desastres naturales y crisis financieras, y las reformas económicas y sociales implementadas
para combatir la pobreza y promover la estabilidad sociopolítica. Destaca la importancia de
la diplomacia y la política exterior en la reconstrucción y desarrollo del país, abordando las
relaciones históricas y contemporáneas con la comunidad internacional, incluyendo alianzas
estratégicas con China, Brasil e India. Utilizando un enfoque cualitativo basado en revisión
bibliográfica, el estudio analiza retrospectivas, logros, desafíos y perspectivas de la diplomacia
mozambiqueña. Los resultados sugieren que la diplomacia multilateral ha sido esencial para
la resolución de conflictos, atracción de inversiones y promoción del desarrollo
socioeconómico. Las alianzas con China, Brasil e India impulsaron el crecimiento del país,
aunque este proceso presenta ventajas y desventajas.
PALABRAS CLAVE: Desarrollo Socioeconómico. Mozambique. Cooperación Internacional.
Política Exterior.
ABSTRACT: This article analyzes Mozambique's transition to a market economy and the
adoption of neoliberal policies under the influence of the Bretton Woods institutions over the
last two decades. It explores the challenges faced, such as conflicts, natural disasters, and
financial crises, as well as the economic and social reforms implemented to combat poverty
and promote socio-political stability. It highlights the importance of diplomacy and foreign
policy in the country's reconstruction and development, addressing Mozambique's historical
and contemporary relations with the international community, including strategic partnerships
with China, Brazil, and India. Using a qualitative approach based on a literature review, the
study analyzes retrospectives, achievements, challenges, and perspectives of Mozambican
diplomacy. The results suggest that multilateral diplomacy has been essential for conflict
resolution, attracting investment, and promoting socio-economic development. Partnerships
with China, Brazil, and India have driven growth, although this process has advantages and
disadvantages.
KEYWORDS: Socioeconomic Development. Mozambique. International Cooperation. Foreign
Policy.
Rogério NHAGÚO e Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 3
Introdução
Nos últimos vinte anos, Moçambique tem vivenciado uma rápida evolução
socioeconômica. Este desenvolvimento encontra-se enraizado na assinatura dos Acordos de
Roma
3
em 1992, que marcou o fim da guerra civil e o início de uma trajetória de crescimento
socioeconômico positiva. A transição para uma democracia multipartidária foi consolidada com
a realização das primeiras eleições gerais em 1994, após a aprovação da Constituição de 1990,
marcando a passagem de um estado de partido único para uma estrutura democrática. Importa
salientar que, em 1987, as reformas promovidas pelas instituições de Bretton Woods,
nomeadamente o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI),
impulsionaram o país a adotar uma política de economia de mercado, substituindo o anterior
modelo de economia centralizada com forte intervenção estatal. Apesar de Moçambique ainda
figurar entre os países mais pobres e dependentes de ajuda externa, o seu crescimento
econômico tem sido notável, abrangendo os domínios político, econômico, social e cultural, e
cumprindo as expectativas da comunidade internacional.
Os desafios políticos, econômicos e sociais, tanto em âmbito doméstico quanto regional
e global, englobando a agressão por parte da Rodésia do Sul e da África do Sul, assim como o
movimento de Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO), juntamente com as
calamidades naturais e a crise financeira dos anos 80, decorrente da escalada dos preços do
petróleo, incentivaram a transição para uma economia de mercado. Essa mudança abriu espaço
para a implementação de políticas macroeconômicas preconizadas pelas instituições de Bretton
Woods.
As políticas neoliberais, adotadas a partir de 1987 através do Programa de Reabilitação
Econômica (PRE) e, posteriormente, do Programa de Reabilitação Econômica e Social (PRES),
bem como os Programas de Alívio para a Redução da Pobreza Absoluta (PARPA I e II), focados
no combate à pobreza através da estabilidade sociopolítica, foram fundamentais para as
transformações socioeconômicas observadas. A diplomacia de Moçambique alcançou um
marco histórico após 25 de junho de 1975, com a proclamação da independência, quando o país
se tornou um Estado soberano. No entanto, do ponto de vista da abordagem pluralista das
relações internacionais, que reconhece a importância de múltiplos atores além dos estados, os
3
Acordo de Roma ou Acordo de Paz - No âmbito do processo negocial de Roma para o estabelecimento de uma
paz duradoura e sólida em Moçambique, Joaquim Alberto Chissano, Presidente da República de Moçambique, e
Afonso Macacho Marceta Dhlakama, Presidente da RENAMO, assinaram a 4 de outubro de 1992 em Roma, 7
documentos que constituíram o Acordo Geral de Paz com o objetivo de pôr termo à Guerra Civil que durou 16
anos (Boletim da República de Moçambique, publicado a 14 de outubro de 1994).
Redes e dinâmicas sociais: Transformações socioeconómicas em Moçambique no contexto de relações multilaterais
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 4
movimentos de libertação nacional, como a União Democrática Nacional de Moçambique
(UDENAMO), a Mozambique African National Union (MANU) e a União Nacional Africana
de Moçambique Independente (UNAMI), desempenharam um papel crucial na diplomacia
moçambicana, interagindo com estados e organizações internacionais em busca de apoio
político, militar, diplomático e logístico para a luta pela independência nacional.
Este artigo examina o papel da política externa e da diplomacia no desenvolvimento de
Moçambique, abordando retrospectivas históricas, realizações, desafios e perspectivas. O
debate surge em torno do impacto da política externa no processo de reconciliação interna, na
estabilidade política e no crescimento econômico após as primeiras eleições multipartidárias de
1994, destacando a influência do FMI e do BM na abordagem de mercado do país. A política
externa de Moçambique, anteriormente influenciada pelas relações com a Rodésia e a África
do Sul durante a Guerra Fria, evoluiu significativamente após o Acordo de Incomáti de 1984 e
o fim do apartheid
4
em 1993. A integração de Moçambique no movimento dos Países da Linha
da Frente
5
e na União Africana representa estágios importantes no desenvolvimento das suas
relações diplomáticas, levantando questões sobre a contribuição da diplomacia moçambicana
para o desenvolvimento socioeconômico do país desde os Acordos de Roma até aos dias de
hoje.
Na elaboração deste texto, apoiamo-nos não apenas em referências internacionais que
analisaram esta temática, mas também nos principais autores nacionais e em documentos e
literatura oficial produzida pela República de Moçambique. A metodologia adotada neste artigo
privilegia uma abordagem qualitativa, recorrendo a métodos de pesquisa documental e análise
de conteúdo. A recolha de dados baseia-se principalmente na revisão bibliográfica de uma vasta
gama de documentos especializados e não especializados sobre o tema, incluindo livros, artigos
científicos, relatórios oficiais, comunicados de imprensa e outros materiais relevantes (Duque;
Calheiros, 2017, p. 107).
Esta abordagem qualitativa permite uma compreensão aprofundada e contextualizada das
relações externas de Moçambique, considerando a história das suas relações bilaterais com três
estados-chave, China, Brasil e Índia. A análise destas relações ilustra diferentes momentos
4
Regime do Apartheid - Foi uma política racial implantada na África do Sul oficializada em 1948 com a chegada
ao poder do Partido Nacional (NP). Nela, a minoria branca, a única com direito de voto, detinha todo o poder
político e económico no país, enquanto à imensa maioria negra restava a obrigação de obedecer rigorosamente à
legislação segregacionista.
5
Países da Linha da Frente - A Linha da Frente foi a primeira forma de Coordenação e Integração regional
formalmente reconhecida dos países da África Austral e visava mobilizar e cooperar esforços para fortalecer os
Movimentos de Libertação Nacional que lutavam contra a opressão colonial na região.
Rogério NHAGÚO e Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 5
determinantes que moldaram a política externa de cada um destes países em relação a
Moçambique, ao longo do tempo.
Ao triangular diversas fontes documentais (Duque; Calheiros, 2017, p. 110), procura-se
obter uma perspectiva abrangente e multidimensional sobre as dinâmicas e os fatores que
influenciaram os laços entre Moçambique e estes parceiros estratégicos. Esta análise
documental é complementada por uma revisão crítica da literatura acadêmica existente,
permitindo situar os resultados no quadro teórico e empírico mais amplo dos estudos sobre
política externa e relações internacionais.
A Política Externa e a Diplomacia
Discussão Conceptual
O conceito de Política Externa alude à atividade que um Estado desempenha além das
suas fronteiras políticas, englobando as relações com outros Estados ou conjuntos de Estados
com o objetivo de alcançar resultados específicos. Segundo Rosati (2006), a Política Externa
envolve-se no desenvolvimento de ações com entidades internacionais para cumprir os seus
propósitos. De acordo com Gomes (2006), os objetivos da Política Externa são metas nacionais
duradouras e genuínas, ajustáveis a diferentes momentos históricos, em contraste com fins
episódicos ou conjunturais. Brownlie (1997) acrescenta que existem objetivos universais, como
a sobrevivência da espécie e o estabelecimento de uma sociedade internacional organizada, que
incluem a manutenção da paz, a defesa do Direito Internacional, a criação de uma ordem
internacional e regional, a proteção ambiental global, o combate à fome e ao
subdesenvolvimento.
Contudo, a implementação destes objetivos enfrenta desafios devido às distintas
características dos Estados (Vizentini, 2002), que formulam e executam as suas políticas
externas baseando-se nas suas realidades internas, afetando a capacidade de influenciar e formar
alianças no cenário internacional. A política externa, portanto, dispõe de uma gama de
instrumentos que podem promover equilíbrio e influência de poder entre os atores
internacionais.
Greenspan (2008) destaca que, no contexto internacional, os Estados buscam
principalmente a Segurança e o Desenvolvimento, empregando uma variedade de instrumentos
políticos externos que consideram os conflitos geopolíticos e geoestratégicos, o que altera a
dinâmica do sistema internacional e revela uma condição de anarquia internacional. Magalhães
Redes e dinâmicas sociais: Transformações socioeconómicas em Moçambique no contexto de relações multilaterais
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 6
(2005) diferencia os instrumentos da política externa em pacíficos e violentos. Os instrumentos
pacíficos incluem negociações plurilaterais e unilaterais, propaganda, espionagem, intervenção
econômica e política. Enquanto isso, os instrumentos violentos englobam dissuasão (militar,
econômica, política), ameaças, guerra econômica, pressão militar e guerra propriamente dita.
Assim, a escolha entre soft power e hard power como instrumentos de política externa
de um Estado em sua interação com outros atores internacionais depende não apenas da vontade
política, mas também de fatores domésticos que podem reforçar ou contrabalançar o seu
posicionamento nas relações internacionais e na política externa.
Enquadramento Geral da Diplomacia Multi-Lateral
A diplomacia multilateral foi instituída após a Primeira Guerra Mundial com o
estabelecimento da Liga das Nações, visando erradicar conflitos entre estados a nível europeu
e além, promovendo a paz, estabilidade e segurança internacionalmente. Contrariamente ao
mencionado, a diplomacia multilateral emergiu historicamente com a assinatura do Tratado de
Vestfália em 1648, não em 1948, marcando o fim dos conflitos religiosos na Europa,
especificamente a Guerra dos Trinta Anos. Este acordo foi um marco inicial no
desenvolvimento da diplomacia multilateral, que evoluiu significativamente com a criação de
diversas organizações internacionais destinadas a fomentar o desenvolvimento dos estados-
membros.
No panorama atual, caracterizado por conflitos e divergências entre nações, estados,
organizações internacionais e regionais são compelidos a adotar estratégias e mecanismos
conjuntos para a resolução destes desafios. A diplomacia emerge como um mecanismo
essencial para a solução de conflitos, promovendo a tolerância, pacificação, reconciliação e
consenso entre as partes envolvidas, culminando em acordos. Essencial para a política externa,
a diplomacia desempenha um papel crucial nas relações internacionais e no desenvolvimento
dos estados. Ela manifesta-se em diversos domínios, incluindo o político, econômico, técnico-
científico e sociocultural, refletindo as políticas adotadas pelos estados na defesa dos seus
interesses.
Esta revisão procura corrigir imprecisões históricas e clarificar o papel e a evolução da
diplomacia multilateral, assim como destacar a sua importância contínua nas relações
internacionais e na resolução de conflitos globais.
Rogério NHAGÚO e Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 7
A Política Externa de Moçambique no Contexto Histórico
Conforme Covane (1988), a ascensão da independência em 1975 marcou um período
crucial na definição da política externa de Moçambique, privilegiando o estabelecimento de
relações diplomáticas com países que se aliaram ao Estado moçambicano na prossecução dos
seus objetivos fundamentais. Neste cenário, a FRELIMO comprometeu-se a estabelecer laços
diplomáticos, desde a proclamação da independência, com nações africanas, socialistas,
asiáticas e europeias que apoiaram consistentemente os esforços de Moçambique na sua luta
pela libertação nacional.
Do ponto de vista da política externa, Moçambique alinhou-se com os países não-
alinhados e celebrou acordos de amizade e cooperação com diversos estados, com especial
enfoque nos países socialistas. O país integrou-se na ONU e na OUA, desempenhando um papel
decisivo no reforço das forças progressistas no tratamento de questões internacionais,
destacando-se pelo seu caráter anti-imperialista e pelo seu empenho na libertação total de
África.
A análise dos princípios inscritos na Constituição revela que a política externa foi
meticulosamente formulada no III Congresso da FRELIMO, estabelecendo como diretrizes
principais a unidade dos povos e estados africanos, a aliança natural com os países socialistas,
o apoio incondicional às lutas de libertação, a oposição ao colonialismo, neocolonialismo e
imperialismo, e o empenho na promoção da paz e no desarmamento geral e universal.
Segundo Abrahamsson e Nilsson (1998), Moçambique enfrentou dois desafios
primordiais: o desenvolvimento econômico e a independência política. A opressão colonial,
vista como um corolário do sistema económico capitalista ocidental, e o racismo, personificado
pelo regime de Ian Smith na Rodésia do Sul e pelo sistema de apartheid na África do Sul,
contribuíram para a instabilidade em Moçambique e na região da África Austral, justificando a
orientação anti-imperialista e antirracista da política externa moçambicana.
No final da década de 70, surgiram discussões visando a reformulação da política
interna, ganhando particular atenção no início dos anos 80. A intensificação do conflito armado,
a ineficácia das políticas nacionais, como a centralização econômica e o controle estatal pelo
partido, e a crise externa, caracterizada pelo declínio da União Soviética, expuseram as
fragilidades políticas e das alianças internas, pressionando os decisores nacionais a buscar
soluções políticas para a crise econômica. A adesão às instituições de Bretton Woods emergiu
como uma solução crucial.
Redes e dinâmicas sociais: Transformações socioeconómicas em Moçambique no contexto de relações multilaterais
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 8
Neste contexto, em 1983, Moçambique iniciou aproximações com os países ocidentais,
além dos esforços para aderir ao FMI e ao Banco Mundial, em um momento de agravamento
da crise econômica interna e incapacidade de regularizar o serviço da dívida. Esta aproximação
e adesão às instituições financeiras ocidentais implicaram na aceitação de várias condições
impostas pelos doadores, como a liberalização do mercado, a promoção das liberdades
individuais, a estabilização das relações com a África do Sul e a redução da influência soviética.
Estes acontecimentos constituem os grandes marcos que conduziram ao início de uma
viragem na Política Externa nacional que veio claramente acontecer com adopção da
Constituição de 1990, mudanças reflectidas na Constituição da República de 1990, onde se
consagra o multipartidarismo e a economia de mercado, com uma clara supressão dos Países
Socialistas da lista de aliados naturais de Moçambique (Inacio, 2007). Sobre o sucedido, Veloso
(2006) argumentou que ao nos ligarmos essencialmente ao campo socialista para solução dos
nossos problemas internos, numa relegação e hostilização dos EUA e os seus aliados mais
próximos, estávamos momentaneamente a perder de vista o nosso interesse nacional:
De acordo com a Constituição de 1990, em termos da sua Política Externa,
Moçambique é um País não-alinhado, estabelece relações de amizade e
cooperação com outros Estados na base dos princípios de respeito mútuo pela
soberania e integridade territorial, igualdade, não interferência nos assuntos
internos e reciprocidade de benefícios, observa e aplica os princípios da
Carta das Nações Unidas e da Carta da Organização da Unidade Africana
(Inacio, 2007, on-line).
Conforme referiu Mosca (2005), na década de 1990, a política nacional de Moçambique
necessitava de uma nova definição que não se centrasse exclusivamente na luta contra o
colonialismo e o imperialismo. Esta necessidade surgiu em virtude da reconfiguração das
relações a nível regional e continental, marcada pela desagregação do apartheid e do regime
racista da Rodésia. Além disso, a maioria das nações já tinha alcançado a independência,
exigindo uma reorientação da política nacional.
No início dos anos 90, Moçambique enfrentava uma guerra civil, que culminou com o
Acordo de Paz de Roma em 1992. O país atravessava uma fase de fragilidade econômica,
caracterizada por uma dívida externa elevada e uma crise de investimento estrangeiro. Neste
contexto, o objetivo nacional prioritário definido pelos decisores políticos focava-se no
combate à fome e à miséria, visando superar o subdesenvolvimento.
Para atingir estes objetivos, a Política Externa de Moçambique orientou-se para a
consolidação das relações dentro da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África
Rogério NHAGÚO e Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 9
Austral), procurando, em conjunto com os estados-membros, a integração regional e uma
aproximação crescente aos países ocidentais.
Na procura dos seus interesses nacionais, Moçambique adotou uma estratégia de
Política Externa baseada na ampliação de amizades, mantendo e reforçando laços de
cooperação bilaterais e multilaterais com vários estados e organizações internacionais, tanto a
nível regional, continental, quanto mundial. Exemplos desta estratégia incluem a CPLP
(Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), a Commonwealth, a Organização dos Países
Islâmicos, entre outros, visando assegurar apoios e sinergias para a concretização dos seus
objetivos nacionais.
Dentro deste contexto de estabelecimento de relações amistosas e cooperativas,
Moçambique continua a valorizar o respeito mútuo pela soberania e integridade territorial,
igualdade, não interferência nos assuntos internos, e a reciprocidade de benefícios. Ademais,
enfatiza a observância e aplicação dos princípios estabelecidos na Carta das Nações Unidas e
na Carta da União Africana.
Recentemente, tem-se observado um intensificar das relações de Moçambique com a
República Popular da China. Embora estas ainda não representem uma alteração significativa
na relação entre Moçambique e o Ocidente, a crescente atenção da China por África, e por
Moçambique em particular, pode vir a redefinir as prioridades de cooperação moçambicanas
num horizonte de dez anos.
A SADC representa o foco principal da Política Externa moçambicana em termos de
esforço de integração regional. Isto é evidenciado pela assinatura de protocolos comerciais
visando a criação de um mercado comum e a adoção de uma moeda única (união monetária).
No entanto, esta iniciativa política não tem sido acompanhada por um apoio financeiro
governamental adequado aos agentes econômicos, incluindo pequenas e médias empresas,
transportadoras e unidades hoteleiras, o que suscita dúvidas sobre a eficácia deste processo para
a economia nacional.
Redes e dinâmicas sociais: Transformações socioeconómicas em Moçambique no contexto de relações multilaterais
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 10
As Relações Diplomáticas entre Moçambique e China, sua Implicação no
Desenvolvimento do País
Conforme mencionado por Rosinha (2009), os primeiros encontros entre Moçambique
e a República Popular da China remontam à década de 60, quando os movimentos de libertação
em África buscavam adquirir armamento e formação junto de seus aliados socialistas. Durante
este período, iniciou-se o estreitamento das relações entre ambos os países, destacando-se a
visita de Samora Machel a Pequim em agosto de 1971, então Presidente da FRELIMO.
Seguindo a independência de Moçambique em 25 de junho de 1975, a China foi um dos
primeiros países a estabelecer relações diplomáticas bilaterais com a nova República Popular
de Moçambique, inaugurando sua embaixada em Maputo. Desde então, mantêm-se contatos
diplomáticos regulares entre os dois países, marcados por visitas de alto nível (Correia, 2010).
Nos primeiros anos após o estabelecimento de relações bilaterais, a China posicionou-
se maioritariamente como fornecedora de ajuda, através de doações e empréstimos a fundo
perdido, direcionados especialmente para projetos de infraestruturas e assistência técnica. Esta
cooperação manifestou-se nas áreas da saúde, agricultura e indústria têxtil, incluindo o envio
regular de equipes médicas chinesas, assistência técnica agrícola, apoio na implementação de
projetos agropecuários e comunitários, construção de sistemas de irrigação, obras hidráulicas,
micro-barragens, bem como na reabilitação e transferência de tecnologia para a indústria leve.
A visita do Presidente chinês Hu Jintão a Moçambique, em fevereiro de 2007, marcada
como a primeira de um chefe de Estado chinês ao país, impulsionou as relações bilaterais,
elevando as expectativas do governo moçambicano quanto à continuidade do apoio e
financiamento chinês para o desenvolvimento de infraestruturas. Durante esse encontro, Hu
Jintão ofereceu um pacote de ajuda a Moçambique e celebrou vários acordos de cooperação
econômica e técnica, reforçando as diretrizes da política chinesa para África anunciadas em
Pequim, em 2006 (Carriço, 2008).
Considerando a riqueza de recursos naturais do país, Pequim tem intensificado e
expandido seus laços com Moçambique em diversos setores de interesse mútuo para a economia
chinesa.
Rogério NHAGÚO e Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 11
Princípios e Objetivos da Cooperação Bilateral entre Moçambique China
De acordo com Chichava (2007), em fevereiro de 2007, durante a visita do presidente
chinês, Hu Jintão, a Moçambique, foi divulgado um comunicado conjunto em que ambas as
partes reafirmaram o seu desejo de fortalecer a cooperação, com foco na consolidação e avanço
das relações bilaterais, sustentadas em quatro eixos principais:
a) Diplomático: Houve um consenso em intensificar os contatos de alto nível e as visitas
recíprocas entre governos, parlamentos e partidos políticos, destacando-se a interação entre o
Partido Comunista da China (PCC) e a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO);
b) Político: Ficou estabelecido um apoio mútuo em questões de soberania e integridade
territorial. A China reconheceu o apoio de Moçambique à reunificação pacífica do país,
enquanto Moçambique reiterou seu compromisso com a política de “Uma China” e sua
posição contra a participação de Taiwan em organizações internacionais e blocos de estados
soberanos. Moçambique também agradeceu o suporte chinês à sua luta por objetivos nacionais
de independência e desenvolvimento econômico. Ambos os países concordaram em prosseguir
com os compromissos da Cimeira de Pequim do Fórum de Cooperação China-África de 2006,
visando reforçar a cooperação amigável em assuntos internacionais e regionais de interesse
comum;
c) Cooperação Econômica e Comercial: Na Cimeira de Pequim de 2006, a China
havia priorizado a cooperação com África em áreas como agricultura, recursos naturais,
infraestruturas, turismo, tecnologia, saúde e formação de recursos humanos. Bilateralmente, as
partes concordaram em aprofundar a cooperação para benefício mútuo e em expandir a
interação nos domínios cultural e social, reconhecendo a alta complementaridade das
economias chinesa e moçambicana e o grande potencial para o crescimento da cooperação
econômica e comercial. Foi também incentivado o estabelecimento de parcerias entre empresas
chinesas e moçambicanas, particularmente na agricultura e no desenvolvimento de
infraestruturas, incluindo assistência técnica e a instalação de centros de pesquisa para
aprimoramento das técnicas de produção agrícola e formação de agrônomos;
d) Apoio Financeiro e Ajuda ao Desenvolvimento: O governo chinês comprometeu-se
a apoiar Moçambique através do cancelamento de dívidas, aumento de auxílios sem
condicionantes políticos e concessão de empréstimos para a construção de infraestruturas. Esta
cooperação bilateral é baseada na reciprocidade e benefícios mútuos, envolvendo a troca de
recursos naturais de Moçambique, como madeira, produtos agrícolas, minerais e recursos
Redes e dinâmicas sociais: Transformações socioeconómicas em Moçambique no contexto de relações multilaterais
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 12
pesqueiros, por financiamento e construção de infraestruturas por parte da China. O acordo
prevê que a execução dos projetos seja realizada por empresas chinesas, com possibilidade de
parcerias locais. Para a China, os investimentos nos setores de construção, recursos florestais,
pesqueiros e agrícolas representam oportunidades imediatas, enquanto os recursos minerais são
vistos como potenciais investimentos a médio prazo, considerando que a exploração mineira
em Moçambique ainda está em fase de prospecção. Apesar de a China ter entrado tardiamente
no mercado de investimentos em Moçambique, muitas concessões de recursos como carvão,
gás natural e minerais já haviam sido atribuídas a outros investidores
6
.
Para Moçambique, a China tornou-se um parceiro crucial na obtenção de ajuda, tanto
em forma de donativos quanto em empréstimos concessionais, impactando significativamente
no desenvolvimento de infraestruturas deficitárias do país. Esta parceria oferece ao governo
moçambicano uma oportunidade de diversificar suas relações de dependência em relação aos
doadores e parceiros tradicionais.
Vantagens e Desvantagens de Moçambique na Parceria com a China
A enorme procura por recursos naturais, fontes de energia e alimentos por parte da China
e Índia tem impactado o continente africano. Em troca, num mercado em expansão, África
recebe investimentos e ajuda (Vizentini, 2002). Nas últimas décadas, apesar de se concentrar
no seu próprio desenvolvimento, a China não deixou de auxiliar outros Países em
Desenvolvimento. Através da elaboração de projetos de assistência, redução de dívidas,
cooperações tecnológicas e formação de pessoas, a China contribui significativamente para o
desenvolvimento econômico e social dos Países beneficiários (www.portaldogoverno.gov.mz,
acedido em 2016). Até ao momento, a China concedeu a Moçambique mais de 70 empréstimos,
concluiu mais de 20 projetos de construção, 18 projetos de cooperação tecnológica e ofereceu
mais de 30 lotes com diversos tipos de materiais (www.portaldogoverno.gov.mz, acedido em
2016).
Os edifícios dos Ministérios da Justiça e da Procuradoria, bem como o Estádio Nacional
do Zimpeto e o Aeroporto Internacional de Maputo, erguidos com financiamento chinês, são
atualmente referências arquitetônicas na capital moçambicana. Estas infraestruturas não
6
A este propósito, pode consultar-se, a nota já mencionada, de 7 de Fevereiro de 2007, intitulada: “País cada vez
mais atractivo para empresas chinesas”. Disponível em:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/macau/index.html. Acesso em: 10 jan. 2024.
Rogério NHAGÚO e Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 13
otimizaram as condições de trabalho do governo moçambicano, como também simbolizam os
laços de amizade entre os dois povos. Além disso, o governo chinês construiu e doou a
Moçambique os edifícios-sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, da
Assembleia da República, assim como o único grande auditório a nível nacional, o Centro de
Conferências “Joaquim Chissano”.
Conforme Carriço (2008), o constrangimento decorrente da cooperação com a China
manifesta-se primordialmente no investimento chinês na gestão e exploração de recursos
naturais, devido à incapacidade de Moçambique liquidar atempadamente os empréstimos
contraídos junto de Pequim, cujas cláusulas de compensação preveem a possibilidade do país
amortizar a dívida através de matérias-primas, recursos naturais ou concessões para a sua
exploração
7
. Outra vertente prende-se com o excedente de mão-de-obra na China, levando
Pequim, numa tentativa de mitigar tensões sociais geradas pelo desemprego crescente, a enviar
trabalhadores para a construção de infraestruturas em África, contribuindo assim para a
desvalorização dos recursos humanos locais moçambicanos. Não obstante, o ambiente
favorável na cooperação entre os países supracitados, alguns analistas mostram-se céticos
quanto às reais intenções do gigante asiático em Moçambique, considerando as vantagens
comparativas que podem advir das parcerias estabelecidas.
Este ceticismo dos analistas origina-se, segundo Castel-Branco (2010), nas evidências
de que a cooperação sino-moçambicana é influenciada e determinada pelo complexo quadro de
relações, pressões, tensões e competição envolvendo os diversos países africanos, as economias
emergentes (com destaque para China, Brasil e Índia) e as demais economias globais. Isso
significa que a compreensão das iniciativas chinesas requer enquadrá-las nessa complexa
equação de relações, tensões, pressões e múltiplas competições que se afetam mutuamente.
Segundo uma corrente de economistas moçambicanos (Castel-Branco, 2010), o país tem
sido apresentado como um alvo de grande expansão chinesa. Para estes, se as notícias da
imprensa internacional e nacional fossem totalmente verdadeiras, Moçambique estaria a receber
atualmente mais de 1 bilião de dólares americanos anuais em créditos governamentais e
investimento privado chinês. O problema reside na extrema escassez, contradição e exagero,
num sentido ou noutro, da informação sobre as relações com a China. O universo das relações
sino-moçambicanas é por vezes quase impenetrável, assemelhando-se a uma unidade secreta.
Do ponto de vista financeiro, o financiamento chinês parece bastante vantajoso, com o
yuan desvalorizado e taxas de juro muito baixas. Contudo, importa também analisar as
7
Disponível em: https://macua.blogs.com/. Acesso em: 10 jan. 2024.
Redes e dinâmicas sociais: Transformações socioeconómicas em Moçambique no contexto de relações multilaterais
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 14
contrapartidas desses financiamentos. A China é uma grande economia com necessidade de
consumir imensos recursos para manter o dinamismo e crescimento econômico. Essa
voracidade pelos recursos africanos tem deixado marcas negativas no continente, implicando
um rápido esgotamento dos recursos sem o respectivo retorno financeiro (Amaral, 2010).
As Relações Diplomáticas entre Moçambique e Brasil, sua Implicação no desenvolvimento
do País
Para Oliveira (2005), a cooperação entre Brasil e Moçambique define-se como um eixo
estratégico na política externa moçambicana, impulsionada por fatores de identidade histórica
e cultural que promovem não apenas o intercâmbio entre as populações, mas também uma
maior proximidade entre os governos. Desde a independência de Moçambique, as relações de
amizade, solidariedade e cooperação com o Brasil foram estabelecidas, formalizando-se com a
inauguração de laços diplomáticos em 25 de novembro de 1975.
Destaca-se que, em 1981, o então Ministro dos Negócios Estrangeiros, Joaquim
Chissano, realizou a primeira visita oficial ao Brasil, marcando o início de uma série de acordos
bilaterais, assinados a 15 de setembro do mesmo ano. A formalização desses acordos foi, de
certo modo, retardada por diversos fatores internos em Moçambique, incluindo o
descontentamento com a neutralidade do Brasil durante o período de luta pela independência,
a adoção de um modelo de desenvolvimento socialista, desafios econômicos pós-independência
e a instabilidade gerada pelo movimento da RENAMO, apoiado pela República da África do
Sul, que impulsionou o país para uma economia de guerra.
A relação entre Moçambique e Brasil ganhou novo ímpeto em 2003 com a eleição do
Presidente Lula da Silva, que priorizou o continente africano na política externa brasileira,
marcando uma nova era nas relações diplomáticas. As visitas de Lula da Silva em novembro de
2003, outubro e novembro de 2008, resultaram na assinatura de vários protocolos de
cooperação.
Entre 2003 e 2008, observou-se um aumento significativo nas trocas comerciais, com
destaque para a mineração e a exploração petrolífera, setores nos quais empresas brasileiras,
como a Petrobras e a Vale, desempenham papéis fundamentais em diversos países africanos,
incluindo Moçambique, Angola, Nigéria e Tanzânia. Projetos de grande envergadura, como a
mina de Moatize e o terminal de exportação de carvão em Nacala, refletem o compromisso do
Brasil com o desenvolvimento econômico da região.
Rogério NHAGÚO e Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 15
Conforme Oliveira (2005) destaca, a visita do presidente brasileiro em 2003 culminou
na assinatura de importantes acordos de cooperação nas áreas de pesquisa agropecuária e saúde.
Em 2007, foi firmado um acordo adicional focado no reforço das políticas de alimentação e
nutrição, evidenciando a diversidade e profundidade da cooperação bilateral.
O Impacto da Cooperação Brasil - Moçambique no Desenvolvimento Socioeconômico
Como destacado por ran e Chichava (2013), as relações entre o Brasil e Moçambique
encontram-se atualmente no seu auge. Após um período inicial de desconhecimento mútuo
subsequente à independência de Moçambique, estabeleceu-se uma parceria estratégica no
século XXI. Esta fase é marcada por um robusto crescimento comercial e pela presença de
significativos conglomerados econômicos brasileiros em Moçambique. Um dos exemplos mais
emblemáticos desta cooperação é a concessão à Vale do Rio Doce para a exploração da mina
de carvão de Moatize, bem como a atuação de empresas de construção de renome como a
Odebrecht ou a Camargo Corrêa. Este estreitamento de laços tem sido primordialmente
fomentado pelos esforços governamentais.
Os principais programas de cooperação, tais como a instalação da fábrica Fiocruz para
produção de antirretrovirais e o Pró-Savana, destinado a potenciar o desenvolvimento agrícola
no Corredor de Nacala, não evidenciam um ativismo crescente, mas também sublinham a
importância estratégica de Moçambique para o Brasil no cenário internacional do século XXI.
A dinâmica Brasil-Moçambique insere-se em um contexto mais amplo de transformação das
relações internacionais, caracterizado pela ascensão de novos polos de poder político e
econômico em diversas regiões, contribuindo para uma arena internacional mais plural. Neste
panorama, tanto o Brasil, percebido como uma potência emergente devido ao seu rápido
desenvolvimento econômico e ambições políticas globais, quanto a África, que vivencia uma
rápida transformação refletida em substancial crescimento econômico, despertando um
sentimento de afro-otimismo, assumem papéis de destaque.
Moçambique, integrando esse movimento, superou uma história marcada por um longo
período de colonização portuguesa, uma guerra civil prolongada, o insucesso do modelo
socialista e as transformações estruturais impulsionadas pelas instituições de Bretton Woods.
Com uma das maiores taxas de crescimento globais, impulsionado pela recente descoberta e
exploração de recursos naturais, destacando-se o gás e o carvão, o país emerge como um dos
destinos mais atraentes e promissores da África Austral (Castel-Branco, 2013).
Redes e dinâmicas sociais: Transformações socioeconómicas em Moçambique no contexto de relações multilaterais
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 16
Os paradigmas da Política Externa Brasileira e o Processo da Cooperação Técnica
Segundo Portal de Governo de Moçambique (2010), a Cooperação Sul-Sul e a
cooperação técnica são instrumentos da Política Externa brasileira, a emergência do Brasil
como fornecedor no contexto internacional para o desenvolvimento é parte integrante da sua
aspiração tornar-se num ator global, a cooperação do Brasil está essencialmente centrada na
África e não na sua zona tradicional de influência, a América do Sul (Dúran; Chichava, 2013).
Segundo Dúran e Chichava (2013), a Política Externa Brasileira é concebida como a
política estatal direcionada para o desenvolvimento nacional, seguindo uma tradição
estabelecida desde os tempos de Rio Branco. Nesse sentido, quando Lula assumiu pela primeira
vez a presidência do Brasil em 2003, ele enfatizou que as ações diplomáticas do país estariam
orientadas como instrumento de desenvolvimento nacional.
Entre as diversas estratégias para fortalecer as alianças Sul-Sul (Melo; Oliveira;
Barbosa, 2018), a cooperação técnica emerge como o principal mecanismo empregado pelo
Brasil. Esta modalidade de cooperação é caracterizada por todas as atividades que visam ao
desenvolvimento dos recursos humanos e ao aprimoramento de suas capacidades, por meio da
transferência de conhecimentos e competências técnicas, sem envolver transferências
financeiras diretas.
Tendências Importantes na Cooperação Técnica no Âmbito da Agricultura
A cooperação técnica é frequentemente descrita como um processo apolítico baseado
na mera transferência de conhecimento. Contudo, esta perspectiva é demasiado simplista e falha
em captar as nuances e implicações políticas subjacentes. No caso do Brasil enquanto
fornecedor de cooperação técnica, esta atividade é impulsionada não apenas pela vontade de
partilhar conhecimentos e experiências, mas também por motivações estratégicas de afirmação
da sua influência regional e global (Chichava et al., 2013).
O Brasil possui um histórico de sucesso no desenvolvimento da agricultura tropical,
acumulando um vasto conhecimento técnico e competências relevantes nesse domínio. Ao
compartilhar esse conhecimento com outros países, o Brasil não apenas projeta uma imagem
positiva de nação em desenvolvimento capaz de contribuir para o progresso global, mas também
estabelece laços de cooperação que lhe conferem capital diplomático e aliados estratégicos.
Rogério NHAGÚO e Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 17
Efetivamente, a cooperação técnica brasileira insere-se numa abordagem mais ampla de
exercício de soft power, através da qual o país procura aumentar a sua influência e projetar os
seus valores e interesses na arena internacional, recorrendo a meios pacíficos e não coercivos.
Esta estratégia assenta na promoção de uma imagem atrativa do Brasil como parceiro confiável
e solidário, capaz de partilhar as suas experiências e conhecimentos em prol do
desenvolvimento sustentável de outras nações.
As Relações Pós-Coloniais: Introspeção Indiana à Descoberta do Continente de África
Nos últimos anos da Guerra Fria, as pressões internas e regionais na Índia levaram o
subcontinente a um estado de introspecção. Contudo, a liberalização econômica dos anos 90
marcou um ponto de viragem, impelindo os líderes indianos a reconhecerem a importância vital
da política externa alinhada com as suas aspirações econômicas. A decisão da Índia de se abrir
ao mundo catalisou o fortalecimento das suas relações internacionais, permitindo ao país
capitalizar o seu potencial econômico e político. Semelhante à China, a política externa da Índia
após a Guerra Fria alinhou-se com os princípios dos países não-alinhados e a cooperação Sul-
Sul, visando a promoção de um mundo mais multilateral.
As relações da Índia com a África e o Sul global mantêm-se robustas, baseadas na
partilha de interesses comuns e no combate às desigualdades globais, impulsionadas por uma
estratégia de luta contra o subdesenvolvimento e a pobreza derivados de um sistema econômico
global injusto. Assim, evidencia-se uma preocupação com a economia e o desenvolvimento,
impulsionando os países emergentes rumo a novos mercados.
Desde a sua independência em 1947, a Índia tem mantido um relacionamento estável e
cordial com a África, unidos na luta contra o colonialismo europeu e o racismo desde as décadas
de 1950 e 1960. Sob a liderança de Nehru e Indira Gandhi, a Índia viu a África como um palco
para a prática da solidariedade. Durante a Guerra Fria, ambos foram protagonistas no
Movimento dos Não-Alinhados. Neste período, a China emergiu como um competidor no
mercado africano, intensificando a rivalidade devido ao conflito sino-indiano da década de
1960.
A política indiana em relação à África baseia-se em cinco pilares fundamentais:
cooperação econômica; apoio à diáspora indiana na África; combate ao terrorismo; preservação
da paz; e apoio às forças de defesa africanas. Do ponto de vista econômico, a estratégia da Índia,
delineada desde o início dos anos 90, concentra-se no treinamento, assistência técnica e trocas
Redes e dinâmicas sociais: Transformações socioeconómicas em Moçambique no contexto de relações multilaterais
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 18
comerciais. O comércio bilateral prosperou após o fim da Guerra Fria, impulsionado tanto pelo
governo quanto pelo setor privado, reconhecendo o valor estratégico do mercado africano.
A presença da Índia em Moçambique e as Falhas da Presença Indiana em África
Com o aumento da influência da Índia em África, torna-se pertinente abordar o papel
estratégico de Moçambique recentemente, tanto para a Índia quanto para o próprio
Moçambique. Desde 1960, a Índia tem mantido relações com Moçambique (Frey, 2017;
Haffner; Patel, 2021), apoiando significativamente a sua luta pela independência de Portugal.
Comunidades substanciais de indianos e paquistaneses residem em Moçambique,
desempenhando um papel crucial na economia do país (Horta, 2007).
A Índia tem procurado fortalecer sua presença em Moçambique (Prakash, 2018; Frey,
2019), embora com alguns contratempos. Em 2009, prometeu um crédito de 500 milhões de
dólares ao país. Contudo, em março de 2011, o primeiro-ministro moçambicano Aires Ali
solicitou ao Exim Bank da Índia a aceleração do desembolso dos fundos, o que o se
concretizou.
Em janeiro do mesmo ano, o governo moçambicano havia alertado o Ministério do
Comércio da Índia que concessões adicionais na mineração dependeriam dos avanços da Coal
Índia na implementação de um acordo relativo a dois blocos na província de Tete. No entanto,
o progresso tem sido limitado, resultando na rejeição de Moçambique a pedidos de exploração
de outras empresas indianas. Além disso, a Ricom Railroad, selecionada para reabilitar a via-
férrea central de Sofala, não apresentou avanços significativos até o momento, apesar do prazo
inicial de conclusão em 2009 (Horta, 2007).
Estes exemplos levantam dúvidas sobre a seriedade das empresas estatais indianas em
Moçambique, com as empresas chinesas frequentemente superando-as. Ao enfrentarem esta
realidade, os governos indianos ressaltam as complicações decorrentes do funcionamento
democrático do país, incluindo a necessidade de negociar com o Parlamento e a sociedade civil.
Segundo Horta (2007), diferentemente da China, a Índia não pode disponibilizar bilhões
em empréstimos devido à sua realidade interna de pobreza. No entanto, a autora argumenta que
os desafios da democracia não justificam completamente essas falhas. Países como o Brasil e a
Austrália, ambos democracias, têm tido sucesso na exploração de recursos moçambicanos,
superando a China e a Índia.
Rogério NHAGÚO e Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 19
Empresas indianas privadas, como o Grupo Tata, demonstram capacidade de sucesso
em África, mas sem o mesmo nível de apoio governamental que as empresas chinesas recebem.
Isso sugere que a Índia deveria incentivar mais o investimento privado em África,
diversificando além de suas empresas estatais, possivelmente por meio de iniciativas
diplomáticas (Horta, 2007).
Vantagens e Desvantagens de Moçambique na Parceria com a Índia
A Índia disponibilizou uma linha de crédito de 500 milhões de dólares, destinada ao
financiamento de projetos em áreas críticas como infraestruturas, agricultura e energia em
Moçambique. Este apoio estende-se também à formação e ao planejamento estratégico de
instituições moçambicanas, conforme reportado pelo Jornal Notícias em 11 de Janeiro de 2011.
Como parceiro estratégico de Moçambique, a Índia desempenha um papel fundamental
nas aspirações políticas de Moçambique no cenário internacional. O objetivo é a aquisição de
conhecimentos e tecnologias avançadas da Índia, que possam ser adaptadas à cultura e às
necessidades de Moçambique. Este intercâmbio visa reforçar os esforços nacionais para
erradicar a pobreza absoluta, capacitando a população para converter os recursos naturais em
riqueza e gerar oportunidades de emprego. Adicionalmente, a Índia surge como uma plataforma
essencial para a promoção das exportações moçambicanas para o extenso mercado asiático,
segundo Haffner e Patel (2021).
Por outro lado, o investimento da Índia tem-se concentrado intensivamente em setores
distintos daqueles identificados como prioritários por Moçambique, como é o caso da
agricultura, focando-se primariamente nos recursos minerais e energéticos. Este enfoque deve-
se à dependência da economia indiana do carvão como principal fonte de energia, o que a obriga
a procurar grandes quantidades dessa matéria-prima para sustentar suas indústrias.
A Índia enfrenta uma crise energética interna que tem afetado o país vários anos,
transformando-se de um exportador de matérias-primas para um produtor de bens
manufaturados. As necessidades energéticas da Índia cresceram significativamente, tornando-
se imperativo satisfazê-las, não apenas com recursos internos, mas também através de
importações, como apontado por Haffner e Patel (2021).
Redes e dinâmicas sociais: Transformações socioeconómicas em Moçambique no contexto de relações multilaterais
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 20
Considerações finais
Ao longo do estudo realizado, constata-se que Moçambique tem demonstrado uma
tendência para adotar a Diplomacia Multilateral como instrumento e estratégia essenciais no
âmbito da sua política externa, visando a segurança e prosperidade no contexto internacional.
Esta abordagem não se limita apenas à resolução de conflitos, mas estende-se à procura de
oportunidades que favoreçam o desenvolvimento nacional.
Desde a luta pela libertação, que culminou com a independência em 1975, passando
pelo conflito armado com a RENAMO até à assinatura dos Acordos de Roma em 1992, a
Diplomacia Multilateral tem sido um pilar constante na política externa de Moçambique. O
recurso a este instrumento buscou soluções para o prolongado conflito interno e, na atualidade,
em tempos de paz relativa, continua a ser a estratégia preferencial para estabelecer novas
parcerias voltadas ao combate ao subdesenvolvimento.
A eficácia da Diplomacia Multilateral na promoção do desenvolvimento de
Moçambique é evidente pela atuação destacada de parceiros multilaterais, incluindo as Nações
Unidas, a União Europeia, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Estas entidades
têm sido cruciais no apoio aos esforços do governo moçambicano para superar o
subdesenvolvimento, especialmente na concretização dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio.
Graças à Diplomacia Multilateral, Moçambique registou avanços significativos em
setores como Educação, Saúde, Agricultura e Justiça, beneficiando de investimentos
significativos em infraestruturas de saúde e educação, além da melhoria na prestação de
serviços sociais e desenvolvimento socioeconômico. Entre 1994 e 2014, a política externa
moçambicana focou-se no fortalecimento das relações dentro da SADC, procurando a
integração regional e a aproximação aos países ocidentais, apesar das discrepâncias entre
interesses políticos e econômicos.
Moçambique tem priorizado a construção de uma vasta rede de amizades em detrimento
de antagonismos, cultivando e reforçando laços de cooperação a nível bilateral e multilateral
com uma variedade de estados e organizações internacionais. Esta abordagem visa não
fortalecer o apoio internacional, mas também promover sinergias que contribuam para o
interesse nacional.
Portanto, enquanto a China e o Brasil se destacam como parceiros proeminentes com
significativos impactos socioeconômicos em Moçambique, devido a substanciais
investimentos, comércio e cooperação técnica, os laços com a Índia, apesar da proximidade
Rogério NHAGÚO e Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 21
histórica, ainda não conseguiram gerar um envolvimento econômico tão profundo até o
momento. Essa aparente discrepância entre as três grandes potências emergentes pode se
atenuar no futuro, à medida que Moçambique continua a diversificar suas parcerias estratégicas
para impulsionar o desenvolvimento nacional.
Diante dessas considerações, é prudente sugerir aos pesquisadores, estudantes e demais
interessados no estudo da política externa moçambicana pós-Acordo de Roma que aprofundem
a investigação considerando: i) as potencialidades da Diplomacia Multilateral na conciliação
dos interesses globais com a paz mundial; ii) como Moçambique pode maximizar as
oportunidades derivadas de sua participação em instituições internacionais para atrair
investimentos e promover uma imagem positiva além-fronteiras; iii) a importância de continuar
a expandir parcerias e diversificar a economia para alcançar plenamente os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio, superando os desafios do subdesenvolvimento.
REFERÊNCIAS
ABRAHAMSSON, H.; NILSSON, A. Moçambique em Transição: um estudo da história de
desenvolvimento durante o período 1974–1992. Padrigu: CEEI–ISRI, 1998.
AMARAL, M. As relações Moçambique-China. [S. l.], 07 jan. 2010. Disponível em:
http://perspectiva-lusofona.weebly.com/moccedilambique/as-relaes-moambiquechina. Acesso
em: 17 nov. 2023.
BROWNLIE, I. Princípio de Direito internacional Publico. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1997.
CARRIÇO, A. A Cooperação Sino-Moçambicana: Três Vertentes Operativas. Nação e
Defesa, Lisboa,n. 119, p. 82–83, 2008. Disponível
em: https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/42371. Acesso em: 12 dez. 2023.
CASTEL-BRANCO, C. Notas de abertura da Conferência de IESE e SAIIA. [S. l.], 09 set.
2010.
CASTEL-BRANCO, C. Reflectindo sobre acumulação, porosidade e industrialização em
contexto de economia extractiva. In: BRITO, L.; CASTEL-BRANCO, C.; CHICHAVA, S.;
FRANCISCO, A. (org.). Desafios para Moçambique 2013. Maputo: IESE, 2013. Disponível
em: https://www.iese.ac.mz/lib/publication/livros/des2013/IESE_Des2013_4.AcuPorInd.pdf.
Acesso em: 12 dez. 2023.
CHICHAVA, S. Le “vieux” Mozambique. Étude sur l’identité politique de la Zambézie.
Bordeaux: Université Montesquieu-Bordeaux IV. Institut d’Études Politiques de Bordeaux.
Doutoramento, 2007.
Redes e dinâmicas sociais: Transformações socioeconómicas em Moçambique no contexto de relações multilaterais
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 22
CHICHAVA, S.; DÚRAN, J.; CABRAL, L.; SHANKLAND, A.; BUCKLEY, L.; LIXIA, T.;
YUE, Z. Discursos e narrativas sobre o engajamento brasileiro e chinês na agricultura
moçambicana. In: BRITO, L.; CASTEL-BRANCO, C.; CHICHAVA, S.; FRANCISCO, A.
(org.). Desafios para Moçambique 2013. Maputo: IESE, 2013. Disponível em:
https://www.iese.ac.mz/lib/publication/livros/des2013/IESE_Des2013_16.DisNarrAng.pdf.
Acesso em: 12 dez. 2023.
CORREIA, C. Modelo de Cooperação da China para África. Análise de um Estudo de
Caso em Moçambique. Lisboa: ISCTE, 2010. Dissertação de mestrado. Disponível em:
http://hdl.handle.net/10071/3948. Acesso em: 12 dez. 2023.
COVANE, L. As Relações Económicas entre Moçambique e Africa do Sul, 1850-1964:
Acordos e Regulamentos Principais. Maputo: AHM, 1988.
DUQUE, E.; CALHEIROS, A. Questões éticas subjacentes ao trabalho de investigação.
EDAPECI, Educação a Distância e Práticas Educativas Comunicacionais e Interculturais, v.
17, n. 2, p. 103–118, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/10400.14/23222. Acesso em:
25 set. 2023.
DÚRAN, J.; CHICHAVA, S. O Brasil na agricultura moçambicana: parceiro de
desenvolvimento ou usurpador de terra? In: BRITO, L.; CASTEL-BRANCO, C.;
CHICHAVA, S.; FRANCISCO, A. (org.). Desafios para Moçambique 2013. Maputo: IESE,
2013. Disponível em:
https://www.iese.ac.mz/lib/publication/livros/des2013/IESE_Des2013.pdf. Acesso em: 12
dez. 2023.
FREY, A. Índia Mozambique relations. Club of Mozambique, Maputo, 2017. Disponivel em:
http://clubofmozambique.com/news/Índia-mozambique-relations/. Acesso em: 5. jan. 2024.
FREY, A. India, Mozambique sign 2 MoUs to strengthen defense cooperation. Club of
Mozambique, Maputo, 29 jul. 2019. Disponivel em:
https://clubofmozambique.com/news/india-mozambique-sign-2-mous-to-strengthen-defence-
cooperation-138043/. Acesso em: 26. out. 2023.
GOMES, G, S. A Política Externa e a Diplomacia numa Estratégia Nacional. 2006. [S. l.],
Disponível em: http://www.idn.gov.pt/publicaçoes/naçao defesa/. Acesso em: 3 set. 2023.
GREENSPAN, A. A era da turbulência: contribuições para um mundo em mudança. São
Paulo: Campus, 2008.
HAFFNER, J.; PATEL, H. As relações entre a Índia e Moçambique: uma parceria estratégica
(1947-2019). Rev. Conj. Aust., v. 12, n. 59, p. 35-48, jul./set. 2021. DOI: 10.22456/2178-
8839.113081.
HORTA, L. China, Mozambique; Old Friends, New Business. ISN Security Watch, [S. l.],
2007. Disponível em: https://css.ethz.ch/en/services.html. Acesso em: 5 jul. 2023.
Rogério NHAGÚO e Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 23
INACIO, N. Política externa de Moçambique (1975-2007). [S. l.], 2007, Disponível
em: https://noainacio.blogspot.com/2007/11/poltica-externa-de-moambique_28.html. Acesso
em: 12 dez. 2023.
MAGALHÃES, J. C. A Diplomacia Pura. Lisboa: Editora Bizâncio, 2005.
MELO, T.; OLIVEIRA, A.; BARBOSA, R. Cooperação Sul-Sul entre Brasil e Moçambique:
da (in)segurança territorial à alteridade construída pela soberania popular. ANPEGE, [S. l.], v.
14, v. 24, p. 83-114, 2018.
MOSCA, J. Economia de Moçambique: século XX. Lisboa: Instituto Piaget, 2005.
OLIVEIRA, H. Política Externa Brasileira. São Paulo: Saraiva, 2005.
PRAKASH, S. Celebrating 43 years of independence of Mozambique: diplomacy and
beyond. [S. l.], 2018.
ROSATI, J. The Politics of United State Foreign Policy. Englewood-Cliff, Calif: Prentice,
2006.
ROSINHA, M. R. A China em África: o Desafio do Crescimento e a Nova Face do
Imperialismo Económico, Brasil, 2009.
VELOSO, J. Memórias em voo rasante. Maputo: António José Correia Paulo, 2006.
VIZENTINI, P. A Nova Ordem Global. Porto Alegre: Editora da Universidade / UFRGS,
2002.
Redes e dinâmicas sociais: Transformações socioeconómicas em Moçambique no contexto de relações multilaterais
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 24
CRediT Author Statement
Reconhecimentos: Não aplicável.
Financiamento: Não aplicável.
Conflitos de interesse: Não há conflitos de interesse.
Aprovação ética: O trabalho respeitou todos os princípios éticos durante todo o processo
de investigação.
Disponibilidade de dados e material: Os dados e materiais utilizados no trabalho estão
disponíveis no próprio trabalho.
Contribuições dos autores: Ambos os autores procederam à pesquisa e coleta de
informação; análise e interpretação da informação; redação e revisão do estudo.
Processamento e editoração: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 1
NETWORKS AND SOCIAL DYNAMICS: SOCIOECONOMIC
TRANSFORMATIONS IN MOZAMBIQUE IN THE CONTEXT OF
MULTILATERAL RELATIONS
REDES E DINÂMICAS SOCIAIS: TRANSFORMAÇÕES SOCIOECONÓMICAS EM
MOÇAMBIQUE NO CONTEXTO DAS RELAÇÕES MULTILATERAIS
REDES Y DINÁMICAS SOCIALES: TRANSFORMACIONES SOCIOECONÓMICAS
EN MOZAMBIQUE EN EL CONTEXTO DE RELACIONES DE LAS
MULTILATERALES
Rogério NHAGÚO1
e-mail: rogerjolinhanguo@gmail.com
Eduardo DUQUE2
e-mail: eduardoduque@ucp.pt
How to reference this paper:
NHAGÚO, R.; DUQUE, E. Networks and social dynamics:
Socioeconomic transformations in Mozambique in the context of
multilateral relations. Revista on line de Política e Gestão
Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN:
1519-9029. DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155
| Submitted: 09/12/2023
| Revisions required: 18/01/2024
| Approved: 05/02/2024
| Published: 22/03/2024
Prof. Dr. Sebastião de Souza Lemes
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
1
Catholic University of Mozambique (UCM), Quelimane Mozambique. Doctorate student in Political Science
and International Relations, Faculty of Social and Political Sciences.
2
Portuguese Catholic University (UCP); University of Minho (UM), Braga Portugal. Professor at the Faculty
of Philosophy and Social Sciences (UCP).
Networks and social dynamics: Socioeconomic transformations in Mozambique in the context of multilateral relations
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 2
ABSTRACT: This article analyzes Mozambique's transition to a market economy and the
adoption of neoliberal policies under the influence of the Bretton Woods institutions over the
last two decades. It explores the challenges faced, such as conflicts, natural disasters, and
financial crises, as well as the economic and social reforms implemented to combat poverty and
promote socio-political stability. It highlights the importance of diplomacy and foreign policy
in the country's reconstruction and development, addressing Mozambique's historical and
contemporary relations with the international community, including strategic partnerships with
China, Brazil, and India. Using a qualitative approach based on a literature review, the study
analyzes retrospectives, achievements, challenges, and perspectives of Mozambican diplomacy.
The results suggest that multilateral diplomacy has been essential for conflict resolution,
attracting investment, and promoting socio-economic development. Partnerships with China,
Brazil, and India have driven growth, although this process has advantages and disadvantages.
KEYWORDS: Socioeconomic Development. Mozambique. International Cooperation.
Foreign Policy.
RESUMO: Este artigo analisa a transição de Moçambique para uma economia de mercado e
a adoção de políticas neoliberais sob influência das instituições de Bretton Woods nas últimas
duas décadas. Explora os desafios enfrentados, como conflitos, desastres naturais e crises
financeiras, e as reformas econômicas e sociais implementadas para combater a pobreza e
promover a estabilidade sociopolítica. Destaca a importância da diplomacia e da política
externa na reconstrução e desenvolvimento do país, abordando as relações históricas e
contemporâneas com a comunidade internacional, incluindo parcerias estratégicas com China,
Brasil e Índia. Utilizando uma abordagem qualitativa baseada em revisão bibliográfica, o
estudo analisa retrospectivas, realizações, desafios e perspectivas da diplomacia
moçambicana. Os resultados sugerem que a diplomacia multilateral tem sido essencial para
resolução de conflitos, atração de investimentos e promoção do desenvolvimento
socioeconômico. As parcerias com China, Brasil e Índia impulsionaram o crescimento do país,
embora este processo apresente vantagens e desvantagens.
PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento Socioeconômico. Moçambique. Cooperação
Internacional. Política Externa.
RESUMEN: Este artículo analiza la transición de Mozambique hacia una economía de
mercado y la adopción de políticas neoliberales bajo la influencia de las instituciones de
Bretton Woods en las últimas dos décadas. Explora los desafíos enfrentados, como conflictos,
desastres naturales y crisis financieras, y las reformas económicas y sociales implementadas
para combatir la pobreza y promover la estabilidad sociopolítica. Destaca la importancia de
la diplomacia y la política exterior en la reconstrucción y desarrollo del país, abordando las
relaciones históricas y contemporáneas con la comunidad internacional, incluyendo alianzas
estratégicas con China, Brasil e India. Utilizando un enfoque cualitativo basado en revisión
bibliográfica, el estudio analiza retrospectivas, logros, desafíos y perspectivas de la diplomacia
mozambiqueña. Los resultados sugieren que la diplomacia multilateral ha sido esencial para
la resolución de conflictos, atracción de inversiones y promoción del desarrollo
socioeconómico. Las alianzas con China, Brasil e India impulsaron el crecimiento del país,
aunque este proceso presenta ventajas y desventajas.
PALABRAS CLAVE: Desarrollo Socioeconómico. Mozambique. Cooperación Internacional.
Política Exterior.
Rogério NHAGÚO and Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 3
Introduction
Over the past twenty years, Mozambique has experienced rapid socioeconomic
evolution. This development is rooted in the signing of the Rome Accords in 1992
3
, which
marked the end of the civil war and the beginning of a trajectory of positive socioeconomic
growth. The transition to a multi-party democracy was consolidated with the holding of the first
general elections in 1994, following the approval of the 1990 Constitution, marking the
transition from a single-party state to a democratic structure. It is important to note that in 1987,
reforms promoted by Bretton Woods institutions, namely the World Bank (WB) and the
International Monetary Fund (IMF), propelled the country to adopt a market economy policy,
replacing the previous model of centralized economy with strong state intervention. Despite
Mozambique still being among the poorest countries and dependent on external aid, its
economic growth has been remarkable, encompassing political, economic, social, and cultural
domains, and meeting the international community's expectations.
Political, economic, and social challenges, both domestically, regionally, and globally,
including aggression from Southern Rhodesia and South Africa, as well as the Mozambican
National Resistance Movement (RENAMO), along with natural disasters and the 1980s
financial crisis resulting from escalating oil prices, encouraged the transition to a market
economy. This change paved the way for the implementation of macroeconomic policies
advocated by Bretton Woods institutions.
Neoliberal policies, adopted from 1987 through the Economic Rehabilitation Program
(PRE) and subsequently the Economic and Social Rehabilitation Program (PRES), as well as
the Absolute Poverty Reduction Relief Programs (PARPA I and II), focused on combating
poverty through socio-political stability, were fundamental to the socioeconomic
transformations observed. Mozambique's diplomacy reached a historic milestone after June 25,
1975, with the proclamation of independence, when the country became a sovereign state.
However, from the perspective of the pluralist approach to international relations, which
recognizes the importance of multiple actors beyond states, national liberation movements such
as the União Democrática Nacional de Moçambique (UDENAMO), the Mozambique African
National Union (MANU) and the União Nacional Africana de Moçambique Independente
3
Rome Agreement or Peace Agreement - As part of the negotiating process in Rome aimed at establishing lasting
and solid peace in Mozambique, Joaquim Alberto Chissano, President of the Republic of Mozambique, and Afonso
Macacho Marceta Dhlakama, President of RENAMO, signed on October 4, 1992, in Rome, seven documents that
constituted the General Peace Agreement with the aim of ending the 16-year Civil War (Official Gazette of
Mozambique, published on October 14, 1994).
Networks and social dynamics: Socioeconomic transformations in Mozambique in the context of multilateral relations
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 4
(UNAMI), played a crucial role in Mozambican diplomacy, interacting with states and
international organizations in pursuit of political, military, diplomatic, and logistical support
for the struggle for national independence.
This article examines the role of foreign policy and diplomacy in the development of
Mozambique, addressing historical retrospectives, achievements, challenges, and prospects.
The debate revolves around foreign policy's impact on internal reconciliation, political stability,
and economic growth after the first multiparty elections in 1994, highlighting the influence of
the IMF and WB on the country's market-oriented approach. Mozambique's foreign policy,
previously influenced by relations with Rhodesia and South Africa during the Cold War,
evolved significantly after the Incomati Agreement of 1984 and the end of apartheid
4
in 1993.
Mozambique's integration into the Frontline States
5
movement and the African Union
represents essential stages in the development of its diplomatic relations, raising questions
about the contribution of Mozambican diplomacy to the country's socioeconomic development
from the Rome Accords to the present day.
In crafting this text, we draw upon not only international references that have analyzed
this theme but also key national authors and documents and official literature produced by the
Republic of Mozambique. The methodology adopted in this article favors a qualitative
approach, utilizing methods of documentary research and content analysis. Data collection is
primarily based on a bibliographic review of a wide range of specialized and non-specialized
documents on the subject, including books, scientific articles, official reports, press releases,
and other relevant materials (Duque; Calheiros, 2017, p. 107).
This qualitative approach allows for a thorough and contextualized understanding of
Mozambique's external relations, considering the history of its bilateral relations with three key
states, China, Brazil, and India. The analysis of these relations illustrates different pivotal
moments that have shaped each of these countries' foreign policy in Mozambique over time.
By triangulating various documentary sources (Duque; Calheiros, 2017, p. 110), we
seek to obtain a comprehensive and multidimensional perspective on the dynamics and factors
that have influenced the ties between Mozambique and these strategic partners. This
4
Apartheid Regime - It was a racial policy implemented in South Africa, formalized in 1948 with the rise to power
of the National Party (NP). Under this regime, the white minority, the only group with voting rights, held all
political and economic power in the country, while the vast black majority was obligated to obey segregationist
legislation strictly.
5
Frontline States - The Frontline was the first formally recognized form of regional coordination and integration
of Southern African countries, aimed at mobilizing and cooperating efforts to strengthen National Liberation
Movements fighting against colonial oppression in the region.
Rogério NHAGÚO and Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 5
documentary analysis is complemented by a critical review of existing academic literature,
allowing us to situate the findings within the broader theoretical and empirical framework of
studies on foreign policy and international relations.
Foreign Policy and Diplomacy
Conceptual Discussion
The concept of Foreign Policy refers to the activity that a State carries out beyond its
political borders, encompassing relations with other States or groups of States with the aim of
achieving specific outcomes. According to Rosati (2006), Foreign Policy engages in developing
actions with international entities to fulfill its purposes. According to Gomes (2006), the
objectives of Foreign Policy are enduring and genuine national goals, adaptable to different
historical moments, as opposed to episodic or circumstantial ends. Brownlie (1997) adds that
there are universal objectives, such as the survival of the species and the establishment of an
organized international society, which include the maintenance of peace, the defense of
International Law, the establishment of an international and regional order, global
environmental protection, and the fight against hunger and underdevelopment.
However, the implementation of these objectives faces challenges due to the distinct
characteristics of States (Vizentini, 2002), which formulate and execute their foreign policies
based on their internal realities, affecting their ability to influence and form alliances on the
international stage. Foreign policy, therefore, has a range of instruments that can promote
balance and power influence among international actors.
Greenspan (2008) highlights that, in the international context, States primarily seek
Security and Development, employing a variety of external political instruments that take into
account geopolitical and geostrategic conflicts, altering the dynamics of the international
system and revealing a condition of international anarchy. Magalhães (2005) distinguishes
foreign policy instruments as either peaceful or violent. Peaceful instruments include
multilateral and unilateral negotiations, propaganda, espionage, and economic and political
intervention. Meanwhile, violent instruments encompass deterrence (military, economic,
political), threats, economic warfare, military pressure, and actual warfare.
Thus, the choice between soft power and hard power as instruments of a State's foreign
policy in its interaction with other international actors depends not only on political will but
Networks and social dynamics: Socioeconomic transformations in Mozambique in the context of multilateral relations
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 6
also on domestic factors that can reinforce or counterbalance its positioning in international
relations and foreign policy.
General Framework of Multilateral Diplomacy
Multilateral diplomacy was instituted after the First World War with the establishment
of the League of Nations, aiming to eradicate conflicts between states in Europe and beyond,
promoting peace, stability, and international security. Contrary to the aforementioned,
multilateral diplomacy historically emerged with the signing of the Treaty of Westphalia in
1648, not in 1948, marking the end of religious conflicts in Europe, specifically the Thirty
Years' War. This agreement was an initial milestone in the development of multilateral
diplomacy, which evolved significantly with the creation of various international organizations
aimed at fostering the growth of member states.
The current landscape is characterized by conflicts and disagreements among nations,
states, and international and regional organizations, which are compelled to adopt joint
strategies and mechanisms for the resolution of these challenges. Diplomacy emerges as an
essential mechanism for conflict resolution, promoting tolerance, pacification, reconciliation,
and consensus among the involved parties, culminating in agreements. Essential to foreign
policy, diplomacy plays a crucial role in international relations and states' development. It
manifests itself in various domains, including the political, economic, technical-scientific, and
socio-cultural, reflecting the policies adopted by states in defense of their interests.
This review seeks to correct historical inaccuracies, clarify the role and evolution of
multilateral diplomacy, and highlight its continued importance in international relations and the
resolution of global conflicts.
Mozambique's Foreign Policy in Historical Context
According to Covane (1988), the attainment of independence in 1975 marked a crucial
period in the definition of Mozambique's foreign policy, privileging the establishment of
diplomatic relations with countries that aligned with the Mozambican state in pursuit of its
fundamental objectives. In this scenario, FRELIMO committed to establishing diplomatic ties,
since the proclamation of independence, with African, socialist, Asian, and European nations
that consistently supported Mozambique's efforts in its struggle for national liberation.
Rogério NHAGÚO and Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 7
From the perspective of foreign policy, Mozambique aligned itself with non-aligned
countries and concluded friendship and cooperation agreements with various states, with a
particular focus on socialist countries. The country became a member of the UN and the OAU,
playing a decisive role in bolstering progressive forces in addressing international issues,
standing out for its anti-imperialist character and its commitment to the total liberation of
Africa.
The analysis of the principles enshrined in the Constitution reveals that foreign policy
was meticulously formulated at the III Congress of FRELIMO, establishing as its main
guidelines the unity of African peoples and states, the natural alliance with socialist countries,
unconditional support for liberation struggles, opposition to colonialism, neocolonialism, and
imperialism, and a commitment to the promotion of peace and general and universal
disarmament.
According to Abrahamsson and Nilsson (1998), Mozambique faced two primary
challenges: economic development and political independence. Colonial oppression, seen as a
corollary of the Western capitalist economic system, and racism, personified by the regime of
Ian Smith in Southern Rhodesia and the apartheid system in South Africa, contributed to
instability in Mozambique and the Southern African region, justifying Mozambique's anti-
imperialist and anti-racist foreign policy orientation.
By the late 1970s, discussions aimed at reformulating domestic policy arose, gaining
particular attention in the early 1980s. The intensification of armed conflict, the ineffectiveness
of national policies such as economic centralization and state control by the party, and the
external crisis characterized by the decline of the Soviet Union, exposed political weaknesses
and internal alliances, pressuring national decision-makers to seek political solutions to the
economic crisis. Adherence to Bretton Woods institutions emerged as a crucial solution.
In this context, in 1983, Mozambique began to approach Western countries, in addition
to efforts to join the IMF and the World Bank, during a worsening internal economic crisis and
inability to regularize debt service. This approach and adherence to Western financial
institutions implied acceptance of various conditions imposed by donors, such as market
liberalization, promotion of individual freedoms, stabilization of relations with South Africa,
and reduction of Soviet influence.
These events constitute the major milestones that led to the beginning of a shift in
national foreign policy, which clearly occurred with the adoption of the 1990 Constitution,
changes reflected in the Constitution of the Republic of 1990, which enshrines multi-partyism
Networks and social dynamics: Socioeconomic transformations in Mozambique in the context of multilateral relations
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 8
and a market economy, with an apparent suppression of Socialist Countries from Mozambique's
list of natural allies (Inacio, 2007). Regarding the events, Veloso (2006) argued that by
essentially aligning ourselves with the socialist camp to solve our internal problems, relegating
and antagonizing the US and its closest allies, we were momentarily losing sight of our national
interest:
According to the 1990 Constitution, in terms of its Foreign Policy,
Mozambique is a non-aligned country, establishing friendship and
cooperation relations with other States based on the principles of mutual
respect for sovereignty and territorial integrity, equality, non-interference in
internal affairs, and reciprocity of benefits, observes and applies the
principles of the United Nations Charter and the Charter of the Organization
of African Unity (Inacio, 2007, online, our translation).
As stated by Mosca (2005), in the 1990s, Mozambique's national policy needed a new
definition that did not focus exclusively on the fight against colonialism and imperialism. This
need arose due to the reconfiguration of relations at the regional and continental levels, marked
by the disintegration of apartheid and the racist regime of Rhodesia. Moreover, most nations
had already achieved independence, demanding a reorientation of national policy.
In the early 1990s, Mozambique was facing a civil war, which culminated in the Rome
Peace Agreement in 1992. The country was experiencing a phase of economic fragility,
characterized by high external debt and a crisis of foreign investment. In this context, the
national priority objective defined by policymakers focused on combating hunger and misery,
aiming to overcome underdevelopment.
To achieve these objectives, Mozambique's Foreign Policy has been oriented towards
consolidating relations within the Southern African Development Community (SADC), seeking
regional integration with member states and increasing engagement with Western countries.
In pursuit of its national interests, Mozambique has adopted a Foreign Policy strategy
based on expanding friendships and maintaining and strengthening bilateral and multilateral
cooperation ties with various states and international organizations, regionally, continentally,
and globally. Examples of this strategy include the CPLP (Community of Portuguese Language
Countries), the Commonwealth, and the Organization of Islamic Cooperation, among others,
aiming to secure support and synergies for the realization of its national objectives.
Within this context of establishing friendly and cooperative relations, Mozambique
continues to value mutual respect for sovereignty and territorial integrity, equality, non-
interference in internal affairs, and reciprocity of benefits. Furthermore, it emphasizes the
Rogério NHAGÚO and Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 9
observance and application of the principles established in the United Nations Charter and the
African Union Charter.
Recently, there has been an intensification of relations between Mozambique and the
People's Republic of China. Although these have not yet represented a significant change in the
relationship between Mozambique and the West, China's growing focus on Africa, particularly
Mozambique, may redefine Mozambican cooperation priorities over a ten-year horizon.
SADC represents the main focus of Mozambique's Foreign Policy regarding regional
integration efforts. This is evidenced by the signing of trade protocols aimed at creating a
common market and the adoption of a single currency (monetary union). However, this political
initiative has not been accompanied by adequate government financial support for economic
agents, including small and medium-sized enterprises, transport companies, and hotel units,
raising doubts about the effectiveness of this process for the national economy.
Diplomatic Relations between Mozambique and China, Their Implications for the
Country's Development
As mentioned by Rosinha (2009), the first encounters between Mozambique and the
People's Republic of China date back to the 1960s, when liberation movements in Africa sought
to acquire arms and training from their socialist allies. During this period, relations between the
two countries began to tighten, with the highlight being Samora Machel's visit to Beijing in
August 1971, then President of FRELIMO. Following Mozambique's independence on June
25, 1975, China was one of the first countries to establish bilateral diplomatic relations with the
new People's Republic of Mozambique, inaugurating its embassy in Maputo. Since then, regular
diplomatic contacts have been maintained between the two countries, marked by high-level
visits (Correia, 2010).
In the early years after establishing bilateral relations, China positioned itself primarily
as a provider of aid through grants and interest-free loans, especially directed towards
infrastructure projects and technical assistance. This cooperation manifested in the areas of
health, agriculture, and the textile industry, including the regular dispatch of Chinese medical
teams, agricultural technical assistance, support in implementing agricultural and community
projects, construction of irrigation systems, hydraulic works, micro-dams, as well as in the
rehabilitation and transfer of technology to the light industry.
The visit of Chinese President Hu Jintao to Mozambique in February 2007, marked as
the first by a Chinese head of state to the country, boosted bilateral relations, raising the
Networks and social dynamics: Socioeconomic transformations in Mozambique in the context of multilateral relations
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 10
Mozambican government's expectations regarding the continuity of Chinese support and
financing for infrastructure development. During this meeting, Hu Jintao offered a package of
aid to Mozambique and concluded several agreements on economic and technical cooperation,
reinforcing the guidelines of Chinese policy for Africa announced in Beijing in 2006 (Carriço,
2008).
Considering the country's wealth of natural resources, Beijing has intensified and
expanded its ties with Mozambique across various sectors of mutual interest to the Chinese
economy.
Principles and Objectives of Bilateral Cooperation between Mozambique and China
According to Chichava (2007), in February 2007, during the visit of Chinese President
Hu Jintao to Mozambique, a joint statement was released in which both parties reaffirmed their
desire to strengthen cooperation, focusing on the consolidation and advancement of bilateral
relations, sustained on four main pillars:
a) Diplomatic: There was a consensus to intensify high-level contacts and reciprocal
visits between governments, parliaments, and political parties, highlighting the interaction
between the Communist Party of China (CPC) and the Mozambique Liberation Front
(FRELIMO);
b) Political: Mutual support was established on sovereignty and territorial integrity
issues. China acknowledged Mozambique's support for the peaceful reunification of the
country, while Mozambique reiterated its commitment to the "One China" policy and its
position against Taiwan's participation in international organizations and blocs of sovereign
states. Mozambique also appreciated China's support for its national independence and
economic development goals. Both countries agreed to continue the commitments of the
Beijing Summit of the Forum on China-Africa Cooperation in 2006, aiming to strengthen
friendly cooperation on international and regional issues of common interest;
c) Economic and Trade Cooperation: At the Beijing Summit of 2006, China had already
prioritized cooperation with Africa in areas such as agriculture, natural resources,
infrastructure, tourism, technology, health, and human resource development. Bilaterally, the
parties agreed to deepen cooperation for mutual benefit and expand interaction in cultural and
social domains, recognizing the high complementarity of the Chinese and Mozambican
Rogério NHAGÚO and Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 11
economies and the significant potential for economic and trade cooperation growth. The
establishment of partnerships between Chinese and Mozambican companies was also
encouraged, particularly in agriculture and infrastructure development, including technical
assistance and the establishment of research centers to enhance agricultural production
techniques and train agronomists;
d) Financial Support and Development Aid: The Chinese government pledged to
support Mozambique through debt cancellation, increased aid without political conditions, and
loans for infrastructure construction. This bilateral cooperation is based on reciprocity and
mutual benefits, involving the exchange of Mozambique's natural resources, such as timber,
agricultural products, minerals, and fisheries resources, for financing and infrastructure
construction by China. The agreement stipulates that project implementation be carried out by
Chinese companies, with the possibility of local partnerships. For China, investments in
construction, forestry, fisheries, and agriculture sectors represent immediate opportunities,
while mineral resources are seen as potential medium-term investments, considering that
mining exploration in Mozambique is still in the prospecting phase. Although China entered
the investment market in Mozambique late, many concessions for resources such as coal,
natural gas, and minerals had already been awarded to other investors
6
.
For Mozambique, China has become a crucial partner in obtaining aid, both in the form
of grants and concessional loans, significantly impacting the development of the country's
deficient infrastructure. This partnership allows the Mozambican government to diversify its
dependency relations with traditional donors and partners.
Advantages and Disadvantages of Mozambique in the Partnership with China
China and India's significant demand for natural resources, energy sources, and food has
impacted the African continent. In exchange, in an expanding market, Africa receives
investments and assistance (Vizentini, 2002). In recent decades, despite focusing on its
development, China has not ceased to assist other Developing Countries. Through the
development of assistance projects, debt reduction, technological cooperation, and human
resource training, China significantly contributes to beneficiary countries' economic and social
6
In this regard, reference can be made to the aforementioned note dated February 7, 2007, entitled: "Country
Increasingly attractive to Chinese companies." Available at:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/macau/index.html. Accessed in: 10 Jan. 2024.
Networks and social dynamics: Socioeconomic transformations in Mozambique in the context of multilateral relations
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 12
development (www.portaldogoverno.gov.mz, accessed in 2016). Until now, China has granted
Mozambique more than 70 loans, completed over 20 construction projects, and 18 technological
cooperation projects, and provided more than 30 batches of various types of materials
(www.portaldogoverno.gov.mz, accessed in 2016).
The buildings of the Ministries of Justice and the Attorney General, as well as the
Zimpeto National Stadium and the Maputo International Airport, erected with Chinese
financing, are currently architectural landmarks in the Mozambican capital. These
infrastructures not only optimized the working conditions of the Mozambican government but
also symbolized the bonds of friendship between the two peoples. Additionally, the Chinese
government constructed and donated to Mozambique the headquarters buildings of the Ministry
of Foreign Affairs and Cooperation, the Assembly of the Republic, and the nation's only major
auditorium, the "Joaquim Chissano" Conference Center.
According to Carriço (2008), the constraint arising from cooperation with China
primarily manifests in Chinese investment in the management and exploitation of natural
resources, due to Mozambique's inability to timely settle the loans contracted with Beijing,
whose compensation clauses provide the possibility for the country to amortize the debt through
raw materials, natural resources, or concessions for their exploitation
7
. Another aspect is related
to the surplus of labor in China, leading Beijing to send workers for the construction of
infrastructure in Africa in an attempt to mitigate social tensions generated by increasing
unemployment, thereby contributing to the devaluation of local Mozambican human resources.
Nevertheless, despite the favorable environment in cooperation between the aforementioned
countries, some analysts remain skeptical about the real intentions of the Asian giant in
Mozambique, considering the comparative advantages that may arise from the established
partnerships.
This skepticism among analysts originates, according to Castel-Branco (2010), from the
evidence that Sino-Mozambican cooperation is influenced and determined by the complex
framework of relations, pressures, tensions, and competition involving various African
countries, emerging economies (notably China, Brazil, and India), and other global economies.
This means that understanding Chinese initiatives requires framing them within this complex
equation of interrelated relations, tensions, pressures, and multiple competitions that mutually
affect each other.
7
Available at: https://macua.blogs.com/. Accessed in: 10 Jan. 2024.
Rogério NHAGÚO and Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 13
According to a group of Mozambican economists (Castel-Branco, 2010), the country
has been portrayed as a target for significant Chinese expansion. For them, if the news from
international and national press were entirely true, Mozambique would currently be receiving
over 1 billion US dollars annually in Chinese government credits and private investment. The
problem lies in the extreme scarcity, contradiction, and exaggeration, in one way or another, of
information about relations with China. The universe of Sino-Mozambican relations is
sometimes almost impenetrable, resembling a secret unit.
From a financial perspective, Chinese financing appears quite advantageous, with the
yuan devalued and interest rates very low. However, it is also essential to analyze the
counterparties of these financings. China is a large economy that needs to consume vast
resources to maintain dynamism and economic growth. This voracity for African resources has
left negative marks on the continent, implying a rapid depletion of resources without the
corresponding financial return (Amaral, 2010).
Diplomatic Relations between Mozambique and Brazil and Their Implications on the
Country's Development
According to Oliveira (2005), cooperation between Brazil and Mozambique is defined
as a strategic axis in Mozambican foreign policy, driven by factors of historical and cultural
identity that promote exchange between populations and closer ties between governments.
Since Mozambique's independence, relations of friendship, solidarity, and cooperation with
Brazil have been established, formalized with the inauguration of diplomatic ties on November
25, 1975.
It is noteworthy that in 1981, the then Minister of Foreign Affairs, Joaquim Chissano,
made the first official visit to Brazil, marking the beginning of a series of bilateral agreements
signed on September 15 of the same year. The formalization of these agreements was somewhat
delayed by various internal factors in Mozambique, including dissatisfaction with Brazil's
neutrality during the struggle for independence, the adoption of a socialist development model,
post-independence economic challenges, and the instability generated by the RENAMO
movement, supported by the Republic of South Africa, which propelled the country into a
wartime economy.
The relationship between Mozambique and Brazil gained new momentum in 2003 with
the election of President Lula da Silva, who prioritized the African continent in Brazilian
foreign policy, marking a new era in diplomatic relations. President Lula da Silva's visits in
Networks and social dynamics: Socioeconomic transformations in Mozambique in the context of multilateral relations
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 14
November 2003, October, and November 2008 resulted in the signing of several cooperation
protocols.
Between 2003 and 2008, trade significantly increased, particularly in mining and oil
exploration, sectors in which Brazilian companies such as Petrobras and Vale play fundamental
roles in various African countries, including Mozambique, Angola, Nigeria, and Tanzania.
Large-scale projects, such as the Moatize mine and the coal export terminal in Nacala, reflect
Brazil's commitment to the region's economic development.
As highlighted by Oliveira (2005), the Brazilian president's visit in 2003 culminated in
the signing of important cooperation agreements in the areas of agricultural research and health.
In 2007, an additional agreement focused on strengthening food and nutrition policies was
signed, highlighting the diversity and depth of bilateral cooperation.
The Impact of Brazil-Mozambique Cooperation on Socioeconomic Development
As highlighted by Dúran and Chichava (2013), the relations between Brazil and
Mozambique are currently at their peak. Following an initial period of mutual unfamiliarity
subsequent to Mozambique's independence, a strategic partnership was established in the 21st
century. This phase is marked by robust commercial growth and the presence of significant
Brazilian economic conglomerates in Mozambique. One of the most emblematic examples of
this cooperation is the concession granted to Vale do Rio Doce for the exploration of the
Moatize coal mine and the involvement of renowned construction companies such as Odebrecht
or Camargo Corrêa. Governmental efforts have primarily fostered this strengthening of ties.
Critical cooperation programs, such as the installation of the Fiocruz factory for the
production of antiretrovirals and the Pro-Savana initiative aimed at enhancing agricultural
development in the Nacala Corridor, not only demonstrate increasing activism but also
underscore the strategic importance of Mozambique to Brazil in the 21st-century international
scenario. The Brazil-Mozambique dynamic is part of a broader context of transformation in
international relations, characterized by the rise of new political and economic power centers
in various regions, contributing to a more plural international arena. In this panorama, both
Brazil, perceived as an emerging power due to its rapid economic development and global
political ambitions, and Africa, which is experiencing rapid transformation reflected in
substantial economic growth, arousing a sense of Afro-optimism, assume prominent roles.
Rogério NHAGÚO and Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 15
In embracing this movement, Mozambique has overcome a history marked by a long
period of Portuguese colonization, a prolonged civil war, the failure of the socialist model, and
the structural transformations driven by Bretton Woods institutions. With one of the highest
global growth rates, propelled by the recent discovery and exploitation of natural resources,
notably gas and coal, the country emerges as one of the most attractive and promising
destinations in Southern Africa (Castel-Branco, 2013).
The Paradigms of Brazilian Foreign Policy and the Technical Cooperation Process
According to the Mozambique Government Portal (2010), South-South cooperation and
technical cooperation are instruments of Brazilian foreign policy. Brazil's emergence as a
supplier in the international development context is an integral part of its aspiration to become
a global actor, with Brazilian cooperation primarily focused on Africa rather than its traditional
sphere of influence, South America (Dúran; Chichava, 2013).
According to Dúran and Chichava (2013), Brazilian foreign policy is conceived as state
policy directed towards national development, following a tradition established since the times
of Rio Branco. In this sense, when Lula first assumed the presidency of Brazil in 2003, he
emphasized that the country's diplomatic actions would be oriented as an instrument of national
development.
Among the various strategies to strengthen South-South alliances (Melo; Oliveira;
Barbosa, 2018), technical cooperation emerges as the primary mechanism employed by Brazil.
This modality of cooperation is characterized by all activities aimed at developing human
resources and enhancing their capabilities through the transfer of knowledge and technical
skills, without involving direct financial transfers.
Essential Trends in Technical Cooperation in Agriculture
Technical cooperation is often described as an apolitical process based on mere
knowledge transfer. However, this perspective is overly simplistic and fails to capture the
underlying political nuances and implications. In the case of Brazil as a provider of technical
cooperation, this activity is driven not only by the desire to share knowledge and experiences,
but also by strategic motivations to assert its regional and global influence (Chichava et al.,
2013).
Networks and social dynamics: Socioeconomic transformations in Mozambique in the context of multilateral relations
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 16
Brazil has a successful track record in the development of tropical agriculture,
accumulating vast technical knowledge and relevant skills in this domain. By sharing this
knowledge with other countries, Brazil not only projects a positive image of a developing nation
capable of contributing to global progress, but also establishes cooperation ties that provide it
with diplomatic capital and strategic allies.
Indeed, Brazilian technical cooperation is part of a broader approach to exercising soft
power, through which the country seeks to increase its influence and project its values and
interests in the international arena, using peaceful and non-coercive means. This strategy is
based on promoting an attractive image of Brazil as a reliable and supportive partner, capable
of sharing its experiences and knowledge for the sustainable development of other nations.
Post-Colonial Relations: Indian Introspection in Discovering the African Continent
In the final years of the Cold War, internal and regional pressures in India led the
subcontinent to a state of introspection. However, the economic liberalization of the 1990s
marked a turning point, prompting Indian leaders to recognize the vital importance of foreign
policy aligned with their economic aspirations. India's decision to open up to the world
catalyzed the strengthening of its international relations, allowing the country to capitalize on
its economic and political potential. Similar to China, India's foreign policy after the Cold War
aligned with the principles of non-aligned countries and South-South cooperation, aiming to
promote a more multilateral world.
India's relations with Africa and the Global South remain robust, based on the sharing
of common interests and the fight against global inequalities, driven by a strategy to combat
underdevelopment and poverty resulting from an unjust global economic system. Thus, there is
a concern with the economy and development, propelling emerging countries towards new
markets.
Since its independence in 1947, India has maintained a stable and cordial relationship
with Africa, united in the fight against European colonialism and racism since the 1950s and
1960s. Under the leadership of Nehru and Indira Gandhi, India saw Africa as a stage for
practicing solidarity. During the Cold War, both were protagonists in the Non-Aligned
Movement. During this period, China emerged as a competitor in the African market,
intensifying rivalry due to the Sino-Indian conflict of the 1960s.
Rogério NHAGÚO and Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 17
India's policy towards Africa is based on five fundamental pillars: economic
cooperation; support for the Indian diaspora in Africa; combating terrorism; preserving peace;
and supporting African defense forces. From an economic perspective, India's strategy, outlined
in the early 1990s, focuses on training, technical assistance, and trade exchanges. Bilateral trade
flourished after the end of the Cold War, driven by both government and private sector,
recognizing the strategic value of the African market.
The Presence of India in Mozambique and the Shortcomings of Indian Presence in Africa
With India's increasing influence in Africa, it becomes relevant to address
Mozambique's strategic role recently, both for India and for Mozambique itself. Since 1960,
India has maintained relations with Mozambique (Frey, 2017; Haffner; Patel, 2021),
significantly supporting its struggle for independence from Portugal. Substantial communities
of Indians and Pakistanis reside in Mozambique, playing a crucial role in the country's economy
(Horta, 2007).
India has sought to strengthen its presence in Mozambique (Prakash, 2018; Frey, 2019),
although with some setbacks. In 2009, it pledged a $500 million credit to the country. However,
in March 2011, Mozambican Prime Minister Aires Ali requested the Exim Bank of India to
accelerate the disbursement of funds, which did not materialize.
In January of the same year, the Mozambican government had already alerted the
Ministry of Commerce of India that additional concessions in mining would depend on the
progress of Coal India in implementing an agreement regarding two blocks in the province of
Tete. However, progress has been limited, resulting in Mozambique's rejection of requests for
exploration by other Indian companies. Additionally, Ricom Railroad, selected to rehabilitate
the Sofala central railway line, has not made significant progress to date, despite the initial
completion deadline in 2009 (Horta, 2007).
These examples raise doubts about the seriousness of Indian state-owned enterprises in
Mozambique, with Chinese companies often outperforming them. Faced with this reality,
Indian governments emphasize the complications arising from the democratic functioning of
the country, including the need to negotiate with Parliament and civil society.
According to Horta (2007), India cannot provide billions in loans unlike China due to
its internal reality of poverty. However, the author argues that the challenges of democracy do
Networks and social dynamics: Socioeconomic transformations in Mozambique in the context of multilateral relations
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 18
not fully justify these failures. Countries like Brazil and Australia, both democracies, have been
successful in exploiting Mozambican resources, surpassing both China and India.
Indian private companies, such as the Tata Group, demonstrate the ability to succeed in
Africa, but without the same level of government support that Chinese companies receive. This
suggests that India should encourage more private investment in Africa, diversifying beyond
its state-owned enterprises, possibly through diplomatic initiatives (Horta, 2007).
Advantages and Disadvantages of Mozambique in Partnership with India
India has made available a $500 million line of credit aimed at financing projects in
critical areas such as infrastructure, agriculture, and energy in Mozambique. This support also
extends to the training and strategic planning of Mozambican institutions, as reported by Jornal
Notícias on January 11, 2011.
As a strategic partner of Mozambique, India plays a crucial role in Mozambique's
political aspirations on the international stage. The goal is to acquire advanced knowledge and
technologies from India that can be adapted to Mozambique's culture and needs. This exchange
aims to strengthen national efforts to eradicate absolute poverty by empowering the population
to convert natural resources into wealth and generate employment opportunities. Additionally,
India emerges as an essential platform for promoting Mozambican exports to the vast Asian
market, according to Haffner e Patel (2021).
On the other hand, India's investment has been heavily focused on sectors different from
those identified as priorities by Mozambique, such as agriculture, primarily focusing on mineral
and energy resources. This focus is due to India's dependence on coal as its main source of
energy, which compels it to seek large quantities of this raw material to sustain its industries.
India has been facing an internal energy crisis that has affected the country for several
years, shifting from being an exporter of raw materials to a producer of manufactured goods.
India's energy needs have grown significantly, making it imperative to meet them not only with
domestic resources but also through imports, as pointed out by Haffner e Patel (2021).
Rogério NHAGÚO and Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 19
Final considerations
Throughout the study, it is evident that Mozambique has shown a tendency to adopt
Multilateral Diplomacy as an essential instrument and strategy in its foreign policy, aiming at
security and prosperity in the international context. This approach is not limited to conflict
resolution but extends to seeking opportunities that favor national development.
Since the struggle for liberation, which culminated in independence in 1975, through
the armed conflict with RENAMO to the signing of the Rome Accords in 1992, Multilateral
Diplomacy has been a constant pillar in Mozambique's foreign policy. The use of this
instrument sought solutions to the prolonged internal conflict and, in the present, in times of
relative peace, it continues to be the preferred strategy for establishing new partnerships aimed
at combating underdevelopment.
The effectiveness of Multilateral Diplomacy in promoting Mozambique's development
is evident through the prominent involvement of multilateral partners, including the United
Nations, the European Union, the World Bank, and the International Monetary Fund. These
entities have been crucial in supporting the Mozambican government's efforts to overcome
underdevelopment, especially in achieving the Millennium Development Goals.
Thanks to Multilateral Diplomacy, Mozambique has made significant progress in
sectors such as Education, Health, Agriculture, and Justice, benefiting from substantial
investments in healthcare and education infrastructure, as well as improvements in the delivery
of social services and socio-economic development. Between 1994 and 2014, Mozambique's
foreign policy focused on strengthening relations within the SADC, seeking regional
integration and closer ties with Western countries, despite discrepancies between political and
economic interests.
Mozambique has prioritized building an extensive network of friendships over
antagonisms, cultivating and reinforcing cooperation ties at bilateral and multilateral levels with
various states and international organizations. This approach aims not only to strengthen
international support but also to promote synergies that contribute to national interest.
Therefore, while China and Brazil stand out as prominent partners with significant
socio-economic impacts in Mozambique, due to substantial investments, trade, and technical
cooperation, ties with India, despite historical proximity, have not yet managed to generate such
deep economic engagement. This apparent discrepancy among the three major emerging
powers may diminish as Mozambique continues diversifying its strategic partnerships to drive
national development.
Networks and social dynamics: Socioeconomic transformations in Mozambique in the context of multilateral relations
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 20
In light of these considerations, it is prudent to suggest to researchers, students, and
other stakeholders interested in studying Mozambique's post-Accords of Rome foreign policy
to delve deeper into research considering: i) the potential of Multilateral Diplomacy in
reconciling global interests with world peace; ii) how Mozambique can maximize opportunities
derived from its participation in international institutions to attract investments and promote a
positive image abroad; iii) the importance of continuing to expand partnerships and diversify
the economy to achieve the Millennium Development Goals fully, overcoming the challenges
of underdevelopment.
REFERENCES
ABRAHAMSSON, H.; NILSSON, A. Moçambique em Transição: um estudo da história de
desenvolvimento durante o período 1974–1992. Padrigu: CEEI–ISRI, 1998.
AMARAL, M. As relações Moçambique-China. [S. l.], 07 jan. 2010. Available at:
http://perspectiva-lusofona.weebly.com/moccedilambique/as-relaes-moambiquechina.
Accessed in: 17 nov. 2023.
BROWNLIE, I. Princípio de Direito internacional Publico. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1997.
CARRIÇO, A. A Cooperação Sino-Moçambicana: Três Vertentes Operativas. Nação e
Defesa, Lisboa,n. 119, p. 82–83, 2008. Available
at: https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/42371. Accessed in: 12 dec. 2023.
CASTEL-BRANCO, C. Notas de abertura da Conferência de IESE e SAIIA. [S. l.], 09
sep. 2010.
CASTEL-BRANCO, C. Reflectindo sobre acumulação, porosidade e industrialização em
contexto de economia extractiva. In: BRITO, L.; CASTEL-BRANCO, C.; CHICHAVA, S.;
FRANCISCO, A. (org.). Desafios para Moçambique 2013. Maputo: IESE, 2013. Available
at: https://www.iese.ac.mz/lib/publication/livros/des2013/IESE_Des2013_4.AcuPorInd.pdf.
Accessed in: 12 Dec. 2023.
CHICHAVA, S. Le “vieux” Mozambique. Étude sur l’identité politique de la Zambézie.
Bordeaux: Université Montesquieu-Bordeaux IV. Institut d’Études Politiques de Bordeaux.
Doutoramento, 2007.
CHICHAVA, S.; DÚRAN, J.; CABRAL, L.; SHANKLAND, A.; BUCKLEY, L.; LIXIA, T.;
YUE, Z. Discursos e narrativas sobre o engajamento brasileiro e chinês na agricultura
moçambicana. In: BRITO, L.; CASTEL-BRANCO, C.; CHICHAVA, S.; FRANCISCO, A.
(org.). Desafios para Moçambique 2013. Maputo: IESE, 2013. Available at:
https://www.iese.ac.mz/lib/publication/livros/des2013/IESE_Des2013_16.DisNarrAng.pdf.
Accessed in: 12 Dec. 2023.
Rogério NHAGÚO and Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 21
CORREIA, C. Modelo de Cooperação da China para África. Análise de um Estudo de
Caso em Moçambique. Lisboa: ISCTE, 2010. Dissertação de mestrado. Available at:
http://hdl.handle.net/10071/3948. Accessed in: 12 Dec. 2023.
COVANE, L. As Relações Económicas entre Moçambique e Africa do Sul, 1850-1964:
Acordos e Regulamentos Principais. Maputo: AHM, 1988.
DUQUE, E.; CALHEIROS, A. Questões éticas subjacentes ao trabalho de investigação.
EDAPECI, Educação a Distância e Práticas Educativas Comunicacionais e Interculturais, v.
17, n. 2, p. 103–118, 2017. Available at: http://hdl.handle.net/10400.14/23222. Accessed in:
25 Sept. 2023.
DÚRAN, J.; CHICHAVA, S. O Brasil na agricultura moçambicana: parceiro de
desenvolvimento ou usurpador de terra? In: BRITO, L.; CASTEL-BRANCO, C.;
CHICHAVA, S.; FRANCISCO, A. (org.). Desafios para Moçambique 2013. Maputo: IESE,
2013. Available at: https://www.iese.ac.mz/lib/publication/livros/des2013/IESE_Des2013.pdf.
Accessed in: 12 Dec. 2023.
FREY, A. Índia Mozambique relations. Club of Mozambique, Maputo, 2017. Disponivel em:
http://clubofmozambique.com/news/Índia-mozambique-relations/. Accessed in: 5. jan. 2024.
FREY, A. India, Mozambique sign 2 MoUs to strengthen defense cooperation. Club of
Mozambique, Maputo, 29 jul. 2019. Disponivel em:
https://clubofmozambique.com/news/india-mozambique-sign-2-mous-to-strengthen-defence-
cooperation-138043/. Accessed in: 26. Oct. 2023.
GOMES, G, S. A Política Externa e a Diplomacia numa Estratégia Nacional. 2006. [S. l.],
Available at: http://www.idn.gov.pt/publicaçoes/naçao defesa/. Accessed in: 3 Dec. 2023.
GREENSPAN, A. A era da turbulência: contribuições para um mundo em mudança. São
Paulo: Campus, 2008.
HAFFNER, J.; PATEL, H. As relações entre a Índia e Moçambique: uma parceria estratégica
(1947-2019). Rev. Conj. Aust., v. 12, n. 59, p. 35-48, jul./set. 2021. DOI: 10.22456/2178-
8839.113081.
HORTA, L. China, Mozambique; Old Friends, New Business. ISN Security Watch, [S. l.],
2007. Available at: https://css.ethz.ch/en/services.html. Accessed in: 5 July 2023.
INACIO, N. Política externa de Moçambique (1975-2007). [S. l.], 2007, Available
at: https://noainacio.blogspot.com/2007/11/poltica-externa-de-moambique_28.html. Accessed
in: 12 Dec. 2023.
MAGALHÃES, J. C. A Diplomacia Pura. Lisboa: Editora Bizâncio, 2005.
MELO, T.; OLIVEIRA, A.; BARBOSA, R. Cooperação Sul-Sul entre Brasil e Moçambique:
da (in)segurança territorial à alteridade construída pela soberania popular. ANPEGE, [S. l.], v.
14, v. 24, p. 83-114, 2018.
Networks and social dynamics: Socioeconomic transformations in Mozambique in the context of multilateral relations
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 22
MOSCA, J. Economia de Moçambique: século XX. Lisboa: Instituto Piaget, 2005.
OLIVEIRA, H. Política Externa Brasileira. São Paulo: Saraiva, 2005.
PRAKASH, S. Celebrating 43 years of independence of Mozambique: diplomacy and
beyond. [S. l.], 2018.
ROSATI, J. The Politics of United State Foreign Policy. Englewood-Cliff, Calif: Prentice,
2006.
ROSINHA, M. R. A China em África: o Desafio do Crescimento e a Nova Face do
Imperialismo Económico, Brasil, 2009.
VELOSO, J. Memórias em voo rasante. Maputo: António José Correia Paulo, 2006.
VIZENTINI, P. A Nova Ordem Global. Porto Alegre: Editora da Universidade / UFRGS,
2002.
Rogério NHAGÚO and Eduardo DUQUE
RPGE Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 28, n. 00, e023008, 2024. e-ISSN: 1519-9029
DOI: https://doi.org/10.22633/rpge.v28i00.19155 23
CRediT Author Statement
Acknowledgements: Not applicable.
Funding: Not applicable.
Conflicts of interest: There are no conflicts of interest.
Ethical approval: The work respected all ethical principles throughout the research
process.
Data and material availability: The data and materials used in the work are available in
the work itself.
Authors' contributions: Both authors carried out the research and collection of
information; analysis and interpretation of the information; writing and revision of the
study.
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.